1
A visão da ciência sobre a importância dos investimentos na Primeira Infância:
O desenvolvimento de valores éticos na infância.
João Augusto FigueiróInstituto Zero a Seiswww.zeroaseis.org
3
Violência CidadaniaViolênciaBarbárieAnimalInstinto
CidadaniaCivilizaçãoHumanoSublimação
Como transformar?InstintoEgoísmoIndiferença
SublimaçãoCooperativismoEmpatia
4
“Dado que a guerra começa na mente do homem, é na
mente do homem dque devemos
edificar a defesa para paz”.
Unesco
7
Sigmund Freud em 1922 - já dizia que, cedo ou tarde, g j q , ,se encontrariam alterações nos cérebros de indivíduos com alterações do funcionamento mental.
8
De sua própria natureza;
O adolescente e o adulto resultam:
De sua própria natureza;Das figuras parentais;Da família;Dos grupos sociais em que vive;Da escola;Da escola;Da cultura e sociedade com:
valores, crenças, normas enormas epráticas.
9
Mente Criminal – Século XXI
Novidade:Novidade: Aumento do reconhecimento de que fatores genéticos e neurobiológicos são igualmente importantes na modelagem do comportamento criminoso.
Fatores neurobiológicos = Genética e ambienteFatores neurobiológicos = Genética e ambiente. Nature and nurture.
A visão do Século XX: Pobreza, desigualdade social e más companhias
geram a violência.
11
Cerébro - Evolução
OS CÉREBROS FICARAM MAIORES – e cada vez mais, ao longo do tempo, energeticamente exigentes. O cérebro humano moderno responde por 10 a 12% da demanda de energia de um corpo em repouso, comparada ao cérebro do australopiteco
15
• A área pré-frontal desenvolveu-se muito, durante
Cerébro: Área pré frontal – Lesões
p ,a evolução dos mamíferos, é particularmente extensa e a última a desenvolver-se no homem.
• Quando lesado, o indivíduo perde:– Senso responsabilidades sociais
• Comportamento desinibido• Tipo psicopático• Embotamento emocional• Embotamento autonômico• Tomada de decisão inadequada.
– Em julgamentos são considerados inimputáveis, ou seja, não se aplica pena.
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Porque investir prioritariamente na primeira infância
Comparação por Tomografia entre dois cerébros:
Estimulado x Negligenciado
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IBGE e BID + Senado
• Cada dólar investido em políticas públicas para a• Cada dólar investido em políticas públicas para a primeira infância, se economiza sete dólares que teriam de ser investidos em assistência social, atendimento a doenças mentais, manutenção de sistemas prisionais, repetência e evasão escolar.
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
• 13 milhões de crianças de zero a seis, pertencentes a famílias carentes, estão fora de qualquer equipamento ou programa primeira infância.
Agencia SenadoAgencia Senado
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Ministério da Educação divulga dados sobre a pré-escola 18/06/2009
• Crianças que freqüentam a pré-escola, até três anos, têm 32% a mais de chances de concluir o ensino médio32% a mais de chances de concluir o ensino médio, segundo dados divulgados na quarta-feira, dia 17, no Rio de Janeiro, pelo ministro da Educação, Fernando Haddaddurante a Conferencia Global sobre o Desenvolvimento na Primeira Infância.
• De acordo com o ministro, “esse é um dado muito i t t t d i t P i timportante em termos de impacto. Por isso temos, imediatamente, que aumentar a rede física de creches públicas e de creches conveniadas.
• Muitas vezes, a fotografia com o problema só é revelada quando a pessoa tem 15 anos, mas ele já existe desde os três ou aos seis anos”.e ste desde os t ês ou aos se s a os
• Haddad acredita que para mudar esta realidade vai ser preciso fazer o “caminho de volta” e pensar na pré-escola e na educação de zero a três anos.
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Prefeituras do interior ficam sem verbas do Pró-Infância - São Paulo
• Cinqüenta e cinco cidades da região de Ribeirão Preto (SP) deixaram de receber verbas do Pró Infância programa dodeixaram de receber verbas do Pró-Infância, programa do Ministério da Educação (MEC), criado em 2007, que envia recursos às prefeituras para a construção de creches. Segundo o MEC, a maior parte das administrações municipais brasileiras que pleitearam as verbas foi contemplada.
• No entanto, na região de Ribeirão Preto, 22 municípios tiveram o projeto negado e outras 33 prefeituras não pediram a verba. O Ministério informou que as cidades que não conseguiram a verba não provaram ser donas dos terrenos escolhidos para construir a unidade ou não comprovaram a necessidade de novas creches. p
• Por outro lado, algumas prefeituras não aprovadas alegam que mandaram a documentação correta e que há demanda para a construção das creches.
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Prefeituras do interior ficam sem verbas do Pró-Infância - São Paulo
• O Pró-Infância foi criado justamente por causa de reclamações das prefeituras, que se queixam da falta de dinheiro para cuidar da educação infantil que é dedinheiro para cuidar da educação infantil, que é de competência municipal.
• Um outro fator que atrapalha alguns municípios é que, desde o ano passado, o MEC passou a exigir um novo documento, o Plano de Ações Estratégicas (PAR), uma espécie de diagnóstico feito na cidade que aponta qual é p g q p qa estrutura disponível, quais as falhas e uma relação de metas, incluindo o número de crianças sem escolas e quantas unidades devem ser construídas.
• A cidade que teve o recurso recusado poderá se inscrever novamente no projeto. O Governo Federal dá prioridade a municípios cuja população seja superior a 150 milmunicípios cuja população seja superior a 150 mil habitantes e que obtiveram nota abaixo de 4,2 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
• Até 2011, o Governo espera ter liberado R$ 1,8 bilhãopara creches de todo o País. Folha de S. Paulo (SP), Juliana Coissi – 14/06/2009
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Economista americano James HeckmanPremio Nobel Economia em 2000
(Reportagem de Veja – Paginas Amarelas)• “Tentar sedimentar num adolescente o conhecimento que
d i t id t d l d t t ideveria ter sido apresentado a ele dez anos antes custa mais e é menos eficiente, sai algo como 60% mais caro ”
• “Quanto antes os estímulos vierem, mais chances a criança terá de se tornar um adulto bem-sucedido”.
• “Hoje não se vai muito longe sem aquilo que poderíamos chamar de traquejo social, ou a capacidade de manter o
t l di t d it õ d I dcontrole diante de situações adversas. Isso pode ser desenvolvido. E, quanto mais cedo, melhor”.
• “Está provado que a família é o fator isolado que mais explica as desigualdades numa sociedade como a brasileira”.
• Nesse cenário, não há melhor aplicação do que canalizar o dinheiro para a formação de crianças em seus primeiros p ç ç panos de vida. Insisto nisso porque são os países que já estão nesse caminho justamente os que se tornam mais competitivos – e despontaram na economia mundial.
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Economista americano James HeckmanPremio Nobel Economia em 2000
• “As lacunas da primeira infância atrapalham muito. Sempre as comparo aos alicerces de um prédio. Se a base for ruim, o edifício p p ,desmoronará”.
• “É verdade que, por volta dos 10 anos, como mostram os estudos científicos, as habilidades cognitivas já estão cristalizadas e se torna bem mais difícil desenvolvê-las. Mas não é impossível. A questão central é que isso demandará mais tempo, custará mais caro e não necessariamente produzirá os mesmos resultados”não necessariamente produzirá os mesmos resultados .
• “A ausência de bons incentivos na primeira infância está associada a uma série de indicadores ruins, como evasão escolar e gravidez na adolescência. Isso representa um custo enorme às sociedades”;
• “Na educação, há sempre a tentação de reduzir tudo à luta do capitalismo contra o marxismo. Um país ganha muito quando retira o debate do terreno político e o põe sobre bases científicas e econômicas”
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Desenvolvimento do Cérebro.• Construção inicia na quinta semana de gestação;• Temos 100 bilhões de neurônios antes da 20 semana de• Temos 100 bilhões de neurônios antes da 20 semana de
gestação;• há um pico de produção de neurônios entre a 12ª. e 16ª
semana;• Ritmo de produção chega a 5 mil por segundo;• Seu desenvolvimento resulta da interação entre os• Seu desenvolvimento resulta da interação entre os
genes e as experiências;• As experiências iniciais afetam a forma como os
cérebros se desenvolvem;• Existem janelas de oportunidades, ou seja, períodos
preciosos que demandam de ambiente propício. p ec osos que de a da de a b e e p op c o
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Evolução do Cérebro• Recém-nascido a termo 330 gramas • 18 meses 800 gramas• 3 anos 1 110 gramas• 6 anos 80-90% - quatrilhões sinapses
• Adulto 1 400 gramas A t d t í d• Aumento de quatro vezes no período.
• Após o nascimento, a conexão entre os neurônios (sinapses) é que proporciona o aumento do volume cerebralcerebral.
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Cérebro: construção e história• O cérebro é construído dentro de um modelo homeostático
(auto ajustado buscando o equilíbrio) dentro de uma tríade (mãe / pai / sociedade). Suas Influências são:– Genética, – Influência da vida intra-uterina, – Experiências durante o nascimento, – Amamentação no pós-parto exclusiva e de preferência até 6 meses,
(E t é lh did d ã l f ti i l)(Esta é a melhor medida de prevenção neuronal, afetiva e social);– Primeiros dias de vida extra-uterina,– Tipo de amparo, acolhimento e recepção.
• O período intra-uterino é o período de maior crescimento. • De acordo com experiências pós natais(físicas e afetivas,
positivas ou negativas) é que se formarão os novos caminhos neuronais.
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Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET)Imagens seccionais do cérebro vivoUsa cores para representar diferentes graus de atividade.
1973 - Universidade de Washington em St. Louis, EUA
28
Imagens PET do cérebro de uma pessoa normal (esquerda), umassassino com história de privação na infância (centro) e um assassinosem história de privação (direita).As áreas em vermelho e amarelo mostram uma atividade metabólica maisalta, e em preto e azul, uma atividade metabólica mais baixa.O cérebro de m sociopata (direita) tem ma ati idade m ito bai a emO cérebro de um sociopata (direita) tem uma atividade muito baixa em muitas áreas.
Fonte: Imagens de Adrian Raine, University of Southern California, Los Angeles, USA
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Modelo cientifico da ativação crônica de Resposta ao Estresse
FATOR ESTRESSANTERespostascomportamentais
Hipocampo
Respostasmetabólicas
Respostaseletrofisiológicas
Hipófise
Hiperatividade do Eixo HPA
Locus coeruleus
CRF
metabólicas
Respostas autonômicas
Adaptado de: Arborelius L, et al. J Endocrinol. 1999;160:1-12.
Adrenalina NoradrenalinaGlicocorticóides
Noradrenalina
Prof. Kalil Dualibi - Unisa - SP
31
O Estresse e a Morte Celular
ESTRESSE
Glicocorticóides
BDNF
Ramificação dendrítica
Sobrevivência At fi / tnormal e crescimento
BDNF=fator neurotrófico derivado do cérebro.Sapolsky RM. Arch Gen Psychiatry. 2000;57:925-935.Duman RS, et al. Biol Psychiatry. 2000;48:732-739.
Atrofia/mortedos neurônios
Prof. Kalil Dualibi - Unisa - SP
32
PrincipaisPrincipais componentescomponentes e e suassuas subdivisõessubdivisõesO Cérebro MoralO Cérebro Moral
Moll J, Zahn R, Oliveira-Souza R, Krueger F, Grafman J. Nature Rev Neurosc, 2005
Unidade de Neurociência Cognitiva e Comportamental
Rede LABS – D’Or Hospitais
33
Ex., Compaixão
Elementos perceptuais (expressão f i l d t i t )facial de tristeza)
Elementos semânticos abstratos (desamparo de uma criança órfã)ç )
Estados motivacionais básicos (tristeza, empatia afetiva)
Predição do futuro(chances de adoção sao baixas)
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Baseado em cultura: cultura:
Afiliação à terceiros mediada por valores
Nãofamiliar
comuns
Aversões culturalmente-mediadas familiarmediadas
FamiliarMaior estímulo à cooperação (além da reciprocidade)
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LOBOS FRONTAIS
• Muitos comportamentos associados às relações sociais são controlados pelo lobo frontal;p ;
• Todos os primatas sociais desenvolveram bastante o cérebro frontal, e a espécie humana tem o maior desenvolvimento de todos.
36
Evidência de regiões envolvidas no julgamento moral e sentimentos morais (estudos de lesão cerebral e neuroimagem funcional);
Cerebro Moral: Conclusões
Conjunto bem definido de componentes neurais, confirmado por estudos independentes;
Através da integração de áreas cerebrais há a emergência de fenômenosmorais complexos (sentimentos morais, valores, etc.);
As mesmas áreas cerebrais são ativadas quando uma pessoa toma uma ó àdecisão visando só recompensa financeira ou visando recompensa moral às
custas de prejuízo financeiro;
O córtex frontal e temporal são ativados enquanto voluntários saudáveis desenvolvem determinada tarefa que envolve julgamento moral;
Disfunções específicas destas áreas (neurais, genéticas, do desenvolvimento) levam a perfis comportamentais anormais;
Há integração entre razão e emoção mesmo em contextos sócio-culturaiscomplexos.
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Comportamento Anti‐Social Anormal
Ausência ou debilitação do “sentido moral” compreservação da capacidade intelectual dediscernir o certo do errado.
38
MAPEAMENTO DAS EMOÇÕES:
Indivíduos normais e psicopatas comunitários submetidos ao teste
Esquerda: Pessoa normal Faz julgamentos morais, ativa as
comunitários submetidos ao teste Bateria de Emoções Morais (BEM) e ressonância magnética funcional.
áreas pré-frontais (laranja e roxo), responsáveis pelos aspectos cognitivos do julgamento – que são frios e racionais. Também são ativados o hipotálamo (azul), relacionado às emoções básicas como raiva e
Direita: Psicopata: Diminui sensivelmente a ativação das áreas relacionadas tanto às emoçõesemoções básicas, como raiva e
medo, e o lobo temporal anterior (vermelho), ligado às emoções morais, tipicamente humanas.
áreas relacionadas tanto às emoções primárias (azul) quanto às morais (vermelho) e aumenta a atividade nas áreas pré-frontais (laranja e roxo), ligadas aos circuitos cognitivos, de razão pura.
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Estudos Funcionais – PetScan
• Assassinos e infratores impulsivos violentos mostram redução funcional no córtex pré-frontal;
• Sugere que esta região age como um “freio de emergência” para emoções desenfreadas geradas por
t t lí biestruturas límbicas;
• Corroboram estudos neuropsicológicos, neurológicos e psicofisiológicos, indicando a robustez destes achados.
Raine, Buchsbaum, LaCasse, Biol. Psychiatry, 1997;42:495-508.
40
Papel do ambiente social
• O ambiente social pode interagir com fatores de risco genéticos e biológicos para comportamento anti-social;
• O comportamento violento e criminoso está exponencialmente aumentado quando combinado com fatores de risco sociais e biológicos;fatores de risco sociais e biológicos;
• Estudos de diversos países demonstraram que complicações ao nascimento interagem com ambientes familiares negativos (rejeição materna precoce) para predispor à infração violenta na vida adulta;predispor à infração violenta na vida adulta;
Raine, A. J Abnorm Child Psychol. 2002;30:311-26.
42
Evidências:
• Há um número crescente de evidências de anormalidades cerebrais em grupos anti-sociais;
• Fortes evidências para o envolvimento do córtex pré-frontal;
• Desequilíbrio anatômico e funcional entre diferentes áreas cerebrais;
• Prejuízos anatômicos correspondem a prejuízos funcionais;j p p j ;
Raine, Yang, Soc. Affect Neurosc. 2006;1:203-13
43
Genética e ambiente. Nature and nurture.
• Biologia não é destino;
É• É possível modular os fatores de risco neurobiológicos!!!
Liu, J. Am J Psychiatry. 2004;161:2005-13.
44
1970 British Cohort Study (BCS70)
• O 1970 British Cohort Study (BCS70) é um estudo longitudinal multidisciplinar contínuo que tem como sujeitos todos os nascidos na Inglaterra, Escócia e Gales em uma determinada semana de Abril de 1970 e estes estão sendo acompanhados até hoje, oue estes estão sendo acompanhados até hoje, ou seja, estão com 38 a 39 anos de idade com todas suas caracteristicas mapeadas..
Informações sobre o British Cohort Study em:http://www.cls.ioe.ac.uk/studies.asp?section=000100020002p p
45
Projeto “Vacina”
• Instituto Zero a Seis;• FIA-FEA-USP;• Mais de 200 pesquisadores e estudiosos.• Estudo dos Fatores de Risco e Fatores de
Proteção na Primeira Infância• Necessidades nas Políticas Públicas
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Causas da violência:• Genética• Constitucional:• Constitucional:
– Metabólicas– Químicas– Enzimáticas.
• Tóxicas• Doenças Físicas e mentaisç• Psicológicas – vítimas de violência• Sociais – pobreza e miséria + humilhação + consumo +
incapacidades + impotência;• Instrumentais• Culturais – culturas belicosas e culturas pacíficasCu tu a s cu tu as be cosas e cu tu as pac cas• Religiosas
47
Prevenção da Violência• 80% da violência é transgeracional,
passa de uma geração a outra;passa de uma geração a outra;• É possível prevenir esta violência e a vacina é o
apego seguro com o desenvolvimento da empatia na formação do individuoE t ã d d d b• Esta prevenção depende de uma base segura, da sensibilidade e da resiliência, que é a capacidade deste individuo de lidar com problemas e superar obstáculos;A i ã i l difi lt• A privação social dificulta o desenvolvimento de uma sintonia afetiva.
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Multideterminação da Violência
• “O comportamento agressivo normalmente é fruto da combinação de genes, desenvolvimento anormal dos lobos frontais e gatilhos ambientais”.
Jordan Grafman, chefe da Seção de Neurociência Instituto Nacional de Doenças Neurológicas eInstituto Nacional de Doenças Neurológicas e Derrame
49
Richard Rhodes/ Dorothy Lewis - EUA
• Richard Rhodes - Estudou criminosos e observou que todos falavam sobre sua primeira infância na qual passaram dificuldades, algumas até caóticas, como violência física sexual e negligênciaviolência física, sexual e negligência.
Dorothy Lewis - Estudou jovens criminosos e chegou à conclusão similar; todos tinham tido uma primeira infância muito carente e problemática.
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Ruther (Inglaterra), Werner (E.U.), Cyrulnik (França)
• Muitos seres humanos conseguem se adaptar à vida apesar de fatores estressantes e adversos;
• Essa capacidade não é inata, nem mágica e se i h d iliê iconvencionou chamar de resiliência;
• E pode ser adquirida pelas ações de políticas integradas e com significativa participação da comunidade, suas lideranças, organizações culturais e políticas.
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Algumas experiências:• Gessé Souza (Brasil) - Sociologia Universidade de Brasília e Heidelberg e
Juiz de Fora e coordenador do Centro de Estudos da Desigualdade Social escreveu “A Invisibilidade da desigualdade brasileira” e “A construção social g çda subcidadania” analisa o sentimento de ganhador ou perdedor já aos 4-5 anos de idade;
• Bernard Golse (França) - primeiros 20 e 50 minutos de vida pós-natal, engatinhar e tropismo pelo seio, diferenças nos padrões relacionais posteriores – estudo cohorte;
• Michael Meaney e Lisa Weinstock (Holanda e Israel) – estresse gestacional e estresse nos dois primeiros anos de vida e involução do hipocampo, maior
ti id d t d l ê i id d ltreatividade ao estresse na adolescência e vida adulta;• Hubert Montagner (França) – diferentes interações sociais já aos quatro
meses, mães normais e deprimidas e padrões de relação e coerência com observações posteriores socialização e formas de interação já presentes aos 4 meses de idade, permanecem no vida adulta como padrão;
• Philippe Rochat (USA) – juízo moral entre 3 e 5 anos;• Joseph Murray (Inglaterra) - Sintomas e sinais de fatores de risco – desde a
t ã 1970 2008 1970 B iti h St dgestação –– 1970-2008 – 1970 British Study;• Mary Stuart (Holanda) – parteiras, estudos cohorte e estudos comparativos;• Jorge Moll (Brasil) – Neuroimagens.
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•A ciência tem comprovado a enorme importância da educação e dos cuidados de qualidade durante os
O que diz a ciência?
educação e dos cuidados de qualidade durante os primeiros anos de uma criança para o seu sucesso na escola e na vida;•O período que vai da gestação até o sexto ano de vida, e particularmente de 0 a 3 anos incluindo o gestacional, são os mais importantes na preparação dos alicerces das competências, habilidades emocionais e cognitivas futuras;•É neste período que a criança aprende, com mais intensidade, a fazer, a se relacionar, a ser, e a , , , ,desenvolver importantes valores a partir de suas relações na família, na escola e na comunidade.
53
O que as pesquisas informam?
Particularmente do nascimento até os três anos de idade, vive-se um período crucial no qual se formam mais de 90% das conexões cerebrais graças à interação do bebê com os estímulos do ambiente.
Todas as pesquisas pesquisadores e ciências posterioresTodas as pesquisas, pesquisadores e ciências posterioresratificam a importância vital destas primeiras interaçõesprecoces no desenvolvimento futuro do ser humano;
“Pá de cal” sobre as teorias “fixistas” desenvolvidas há mais de2500 anos, com suas terríveis conseqüências ideológicas,
líti i étipolíticas, morais e éticas.
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Evidências da convergência:Nature and nurture
Genética e ambiente.• O homem é um animal imaturo, prematuro e totalmente
dependente ao nascer que, através dos mecanismos de apego e neuroplasticidade irá promover a construção e constituição do sujeito e seu ingresso normal ou patológico na cultura;patológico na cultura;
• Ressalta-se neste processo o fundamental papel parental, de seus substitutos e da sociedade na apresentação do mundo, o papel das identificações e do
di d t l t ã d i laprendizado no controle e atenuação dos impulsos.
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Inclinações Construídas
• O temperamento de uma pessoa e a forma desta conduzir-se na sociedade não é mais um “destino” inexorável resultante de “traços inatos”, mas dependente e o á e esu ta te de t aços atos , as depe de tede inclinações construídas em um meio ecológico e histórico socialmente determinados principalmente pelo entorno afetivo e valores que cada um de nós encontra em seu meio social.
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Violência x Infância x Guerras x Cidadania
• “Posto que as guerras nasçam na mente dos homens é na mente dos homens que devemos erigir-se os baluartes da paz” - Unesco
• Os cuidados básicos na primeira infância são base sólida para todos os demais aprendizados e formam ossólida para todos os demais aprendizados e formam os pilares fundamentais para a prevenção da violência e para a construção da cidadania com a melhor relação custo-beneficio.
• A violência nasce com a violência nutre-seA violência nasce com a violência, nutre se, desenvolve-se e morre com a violência. É necessária uma radical mudança de valores.
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Conclusão
• Diferentes paradigmas clínicos da neurociência estão começando a convergir para a mesma conclusão:– Há uma significativa base cerebral no comportamento
anti-social;E t b é t íd i t ã– Esta base é construída na interação com os ambientes sociais;
– Estes processos neurocomportamentais são relevantes para entender a violência cotidiana na sociedade contemporânea.
Raine, A. Rev. Psiquiatr RS. 2008;30(1):5-8.
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Conclusões
• Uma nova geração de pesquisas em neurociência clínica que engloba imagens cerebrais e genética molecular está originando o conceito de que genes
ífi i bi ( i lespecíficos interagem com o ambiente (material e social) e a cultura resultando em disfunções cerebrais funcionais e estruturais que predispõem ao comportamento anti-social, violento e psicopata;
60
Se há tanta clareza sobre os benefícios de programas que mirem os primeiros anos de vida de uma criança, por que os
governos ainda resistem a essa idéia?
J H k Há dú id h l i â i• James Heckman: Há, sem dúvida nenhuma, alguma ignorância sobre o que a ciência já desvendou – mas isso é só uma parte do problema. A outra diz respeito a uma questão mais política. Para investir em programas com o objetivo de intervir nas famílias, é preciso, antes de tudo, reconhecer que há algo de errado com elas. Um ônus com o qual os políticos não querem arcar.
• Eles passam ao largo dos fatos e, pior ainda, divulgam uma imagem mistificada. Nessa visão ingênua, a família é uma unidade inabalável, que invariavelmente proporciona às crianças bem-estar. Além de não corresponder à realidade, essa imagem idílica só atrapalha, uma vez que ofusca o problema.
M i d 10% d i i ã i d j d• Mais de 10% das crianças americanas são indesejadas, e muitas dessas jamais chegam a conhecer seus pais. Que tipo de incentivo para aprender se pode esperar numa situação dessas?
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RNPI/PNPI
• [...] a criança não pode mais ter seus direitos fracionados em torno de diversas agências governamentais que muitas vezes não dialogam e que competem entre si por recursos. É preciso desenvolver um sistema que articule ó ã tid d t i ã t iórgãos e entidades governamentais e não governamentais para que as políticas sejam mais efetivas e eficazes.
• O momento atual pede que as políticas públicas voltadas para a infância investiguem as raízes dos nossos problemas sociais.
Gustavo Amora
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Constituição Federal – 5/10/1988Artigo 227
•É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, àprioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, i lê i ld dviolência, crueldade e opressão.
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Talvez seja hora dos políticos, governantes, indivíduose a sociedade como um todo incluírem a ‘compaixão
social’ nas suas pautas e agendas de trabalho.
“Lugar de Criança é no orçamento”
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O ponto-chave:
É impossível hoje falar em desenvolvimento de uma nação como o Brasil sem considerar acomo o Brasil, sem considerar a importância do cumprimento de
políticas públicas voltadas para a promoção de uma infância
dá lsaudável.
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Questões para discussão.• O que é importante e precisa ser feito no município?
C f i i lti fi i i ?• Como fazer via equipes multiprofissionais?• Quais são os efeitos e resultados desta negligência?• Município vai gastar mais?• Creche é a solução?• Existem alternativas mais simples e de baixo custo?• Que recursos da comunidade podem ser utilizados?• É possível economizar recursos financeiros nos municípios
com projetos da primeira infância?• “Vacina” pode ser base para a implantação de políticas
públicas municipais?• O que a Aliança Compromisso com o Futuro, a IPA e o
Instituto Zero a Seis podem fazer neste sentido em parceria com os municípios?