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ALTERAÇÃO FUNCIONAL ALTERAÇÃO FUNCIONAL BENIGNA DA MAMA - BENIGNA DA MAMA -

AFBMAFBM

TATIANA TAVARES TATIANA TAVARES CARDOSOCARDOSO

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HISTÓRICOHISTÓRICO• 1947

– Displasia mamária era considerado um conjunto de manifestações clínicas benignas, que se caracteriza por alterações estruturais da unidade funcional da glândula mamária, devido a alterações hormonais, particularmente ovarianas.

• 1981, Scanlon

– Definiu doença fibrocística como uma condição na qual há massas palpáveis, usualmente associadas à dor, que se torna progressiva de acordo com a época menstrual e piorando até a menopausa.

• Doenças benignas da mama; Desordem benigna da mama (benign breast disorders); Mastite crônica; Mastite crônica cística; Mastopatia fibrosa; Fibroadenose cística; Doença fibrocística de Schimmelbusch's e Displasia mamária.

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• 1987, Grupo Cardiff - País de Gales

– ANDI: Aberrações do normal desenvolvimento e involução da glândula mamária

– Três etapas fundamentais da mama:

1. Desenvolvimento - Menarca ( entre 15 e 25 anos)– Estroma e árvore ductal, inexistindo crescimento do lóbulo

terminal

2. Mudanças cíclicas – Menacme e Gravidez (entre 25 e 35 anos)– Desenvolvimento lobular , principais lesões funcionais benignas

3. Involução – Perimenopausa (entre 35 e 55 anos)– Desaparece a liberação cíclica dos hormônios ováricos , grande

involução dos lóbulos e estroma, substituição do tecido mamário por gordura, fase de maior incidência de micro e macrocistos.

HISTÓRICOHISTÓRICO

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• Março de 1994, São Paulo

– Primeira Reunião de Consenso de Mastologia

– Alterações funcionais benignas da mama (AFBM)

– Grande aceitação

• Definição

– Um conjunto de alterações benignas, não-neoplásicas e não-inflamatórias, que acomete o lóbulo mamário, de natureza hormonal.

HISTÓRICOHISTÓRICO

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QUADRO CLÍNICOQUADRO CLÍNICO• Dor

– Pode ser cíclica ou não, uni ou bilateral e principalmente no quadrante súpero-lateral, região de maior concentração de tecido mamário.

• Nodularidade

– Pode ser localizada ou difusa, onde geralmente encontramos área endurecida e irregular.

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MASTALGIAMASTALGIA• Dor mamária

– Uni ou bilateral

– Caráter localizado ou não

– Intensidade variável

– Relacionada ou não a época menstrual

– Início na idade reprodutiva

– Desaparecimento na pós-menopausa

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• Fisiopatologia

– Problemas emocionais e psíquicos (ansiedade e cancerofobia)

– Fatores hormonais, alimentares, metabólicos e emocionais

– Edema causado pela retenção de sódio secundário à flutuação dos níveis hormonais (estrogênio e progesterona)

– Aumento de sensibilidade dos receptores hormonais locais, uma vez que a concentração dos hormônios é normal (Teoria mais aceita)

– Em pacientes com mastalgia pré-menstrual, observou-se alteração na concentração plasmática de ácidos graxos saturados, ácido linoléico, gamalinoléico e aracdônico. Estes são importantes na composição da membrana celular, dessa forma a alteração da concentração destes ácidos pode levar a alteração da sensibilidade dos receptores.

MASTALGIAMASTALGIA

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• Classificação– Cíclica

• Mulheres na menacme

• Considerada normal ou fisiológica

• Começa três ou sete dias antes da menstruação e desaparece com o fluxo menstrual

• Quadrantes súpero-laterais das mamas

• A dor pode irradiar para as axilas e braços

• Ação sinérgica do estradiol, prolactina e progesterona, que promovem uma grande proliferação celular e edema no lóbulo mamário durante a fase pré-menstrual, aumentando a sensibilidade e as nodulações.

MASTALGIAMASTALGIA

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– Não cíclica

• menos freqüente que a cíclica

• localizada e unilateral

• não tem relação com o ciclo menstrual

• A maioria das vezes está relacionada com trauma, adenose esclerosante, ectasia ductal e gravidez

– Não mamária

• Afecções que acometem a região mamária como as neurites (radiculopatia cervical), costocondrite (síndrome de Tietze´s), pneumonia, angina, fraturas de costela, hérnia de hiato, úlcera, entre outras

• Ocorre geralmente em uma única mama e em qualquer faixa etária

MASTALGIAMASTALGIA

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• Diagnóstico

– Anamnese e Exame físico

– A mamografia nas pacientes com mais de 35 anos de idade, ultra-sonografia, punções por agulha fina e biópsia a céu aberto podem contribuir para o diagnóstico.

MASTALGIAMASTALGIA

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• Diagnóstico Diferencial

– Ectasia ductal

– Necrose gordurosa

– Adenose esclerosante

– Síndrome de Tietze

– Mastalgia no câncer de mama

• A associação mastalgia-câncer de mama é ocasional. A presença ou não de dor no carcinoma inicial de mama tem gerado controvérsias na literatura. Vários autores relacionam dor como um dos sintomas de tumor operável, enquanto que muitos estudos demonstram exatamente o inverso.

MASTALGIAMASTALGIA

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MASTALGIAMASTALGIA• Tratamento

– "...Excluir carcinoma, descartar processo infeccioso e dar apoio à paciente“ (Geschickter, 1945)

– Orientação verbal

– Pacientes com mastalgia cíclica durante um período de dois a três meses que se resolve espontaneamente, não necessitam de tratamento

– De acordo com alguns estudos, somente a paciente com seis meses consecutivos de dor merece terapêutica

– Mastalgia cíclica tem seu efeito cessado após a menopausa

– Mastalgias acíclicas, terapia local com massagens e analgésicos respondem adequadamente, já a terapia hormonal não funciona bem.

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MASTALGIAMASTALGIAQuando os sintomas interferem na vida pessoal e/ou profissional da paciente, o tratamento medicamentoso se faz necessário

• Tratamento medicamentoso

– Placebo: Tem resposta de 19%

– Ácido gamalinoléico: • Óleo de prímula - composto de ácido graxo poliinsaturado (9% de ácido

gamalinoléico). Dose média: 500 mg, 3x/dia, no mínimo de três a quatro meses.

– Antiprolactinas: • Bromocriptina (Parlodel), em doses de 2,5 mg, 2x/dia. Efeito colateral

com náusea, vômitos, hipotensão postural e tontura. Alto custo.

• Lisurida: Dose de 0,4 mg/dia. Representa uma alternativa ao bromocriptina, com menos sintomas adversos.

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MASTALGIAMASTALGIA– Competidoras com os receptores hormonais para estrogênio:

• Tamoxifen dose de 10 mg/dia. Tem efeitos colaterais como alterações menstruais, náuseas, urticária, alopecia, ganho de peso, irritabilidade e fogachos. Alto custo.

– Agentes antigonadotropinas:• Danazol (Danocrine) dose de 100 a 400 mg/dia. Sendo derivado da

testosterona, pode apresentar efeitos androgênicos como irregularidade menstrual, aumento de pêlos, voz grossa, ganho de peso, acne e retenção hídrica. É teratogênico e as pacientes em idade reprodutiva necessitam de anticoncepção.

– Análogo de GnRH • Goserelina dose de 3,6 mg a cada quatro semanas durante 24

meses.

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MASTALGIAMASTALGIA– Progesterona: não apresenta melhora da sintomatologia.

– Restrição de metilxantinas.

– Diuréticos apresentam importante papel na mastalgia cíclica, uma vez que as pacientes também melhoram da tensão pré-menstrual.

– Antiinflamatórios em forma de gel têm bastante efetividade no combate à mastalgia cíclica ou não-cíclica.

– Fitoterápicos: Agnus castus (Vitex Agnus castus), contém uma mistura de flavanóides e iridóides, cuja ação é semelhante ao corpo lúteo ao mesmo tempo em que parece inibir a liberação de prolactina.

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MACROCISTOSMACROCISTOS• Definição

– São estruturas arredondadas com diâmetro superior a três milímetros, que surgem de forma rápida ou insidiosa e podem diminuir a despeito de qualquer etiologia.

– Originam-se no ducto terminal da unidade lobular.

• História

– Os macrocistos constituem entidade clínica benigna, verdadeira, cujos relatos remontam a 1840 por Astley Cooper, sendo a forma mais freqüente de apresentação de nódulo mamário, incidindo em 7% a 10% da população feminina, na faixa etária entre 35 e 50 anos, sendo excepcionalmente encontrados antes dos 30 anos de idade ou na pós-menopausa.

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• Quadro clínico

– Geralmente a descoberta dos macrocistos é acidental, na fase pré-menstrual ou menstrual.

– Presença de tumor mamário

– Forma arredondado

– Bem circunscrito

– Móveis

– Pouco dolorosos à palpação

– A dor é súbita e severa, não relacionada ao ciclo menstrual e é atribuída ao seu rápido crescimento.

MACROCISTOSMACROCISTOS

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MACROCISTOSMACROCISTOS• Diagnóstico

– Clínico e sempre deve ser sucedido por exames de imagem.

• Mamografia

– Estruturas nodulares

– Única ou múltiplas

– Uni ou bilaterais

– Arredondadas ou ovuladas

– Contorno preciso

– Dimensões variadas

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MACROCISTOSMACROCISTOS• Ultra-sonografia

– É o exame ideal com mais sensibilidade, caracterizada por:

• Nódulo de natureza anecóica

• Com reforço acústico em sua porção posterior

• Habitualmente destituída de vaso no seu interior.

• Diagnóstico diferencial

– Tumores benignos da mama, como fibroadenoma.

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• Patologia

– Histologicamente o cisto é um conduto dilatado cuja parede, em parte atrofiada, é formada por uma camada de células achatadas pela pressão do conteúdo.

– Os macrocistos têm revestimento interno cubóide, cilíndrico ou plano, sofrendo freqüente transformação apócrina.

– De acordo com a secreção, podem ser classificados em I, II e III

• Tipo I apresenta epitélio colunar alto ou com natureza apócrina, com altos níveis de potássio e baixo de sódio e cloro.

• Tipo II apresenta epitélio plano e altos níveis de sódio.

• Tipo III é uma forma intermediária.

MACROCISTOSMACROCISTOS

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• Patologia

– O aumento da probabilidade da associação de macrocistos e câncer de mama é encontrado nos cistos de tipo I, mas estes não são considerados como lesões pré-malignas.

– As mulheres com cistos de mama têm aumento do risco de câncer de mama, especialmente quando jovens e não estão associados aos tipos de cistos.

– As atipias estruturais núcleo-citoplasmática e arquiteturais em cistos apócrinos são principalmente associadas com adenose esclerosante e cicatriz esclerosante radial.

MACROCISTOSMACROCISTOS

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• Tratamento

– Devido ao quadro benigno desta entidade, o tratamento caminha desde uma atitude passiva a invasiva

– Considerando-se que o cisto não é uma lesão proliferativa, porém representa uma manifestação involutiva de baixo potencial carcinogenético, a punção aspirativa por agulha fina é o método de excelência, que pode ser acompanhada ao ultra-som para certificar a sua retirada total.

– A recorrência da lesão é mais freqüente nos casos de cistos múltiplos e bilaterais.

– A excisão é recomendada nos casos de o líquido extraído ser sanguinolento, citologia suspeita, massa residual pós-punção, recidiva do cisto por mais de três vezes, vegetação intracística ao ultra-som, cistos gigantes com volumes maiores de 50 mililitros e achados suspeitos mamográficos após a aspiração.

– Uso de antiestrogênico (em estudo), uma vez que é visualizada quando de sua introdução para profilaxia do câncer de mama a espontânea regressão dos cistos.

MACROCISTOSMACROCISTOS

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 • HEGG, R., AGUIAR, L. F. Alterações funcionais benignas da mama. Rev. Bras. De Med. v. 59,

p. 351 – 358, maio. 2002.

• KURBET, S. Alterações funcionais benignas da mama (displasia mamária). ). Rev. Bras. De Med. v. 64, p. 75 – 80, mar. 2007.

• KURBET, S.; FONSECA, Â. M. da. Alterações funcionais benignas da mama: aspectos atuais (displasia mamária). Rev. Bras. De Med. V. 61, p. 47 – 52, jan/fev. 2004.

• Franco. J. M. Mastologia- formação do especialista. 1° Ed. São Paulo: Atheneu, 1997. p. 77- 85.

REFERÊNCIASREFERÊNCIAS

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‘‘Curar algumas vezes, aliviar quase sempre, consolar sempre’ Curar algumas vezes, aliviar quase sempre, consolar sempre’ HipócratesHipócrates


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