A Avaliação da Formação numa Entidade Pública
Instituto de Educação, Universidade de Lisboa
ANEXO A- PROCEDIMENTOS PROTOCOLARES
A
A Avaliação da Formação numa Entidade Pública
Instituto de Educação, Universidade de Lisboa
ANEXO B- INSTRUMENTO DE RECOLHA DE DADOS UTILIZADOS
B
A Avaliação da Formação numa Entidade Pública
Instituto de Educação, Universidade de Lisboa
ANEXO C- PROPOSTAS DE ALTERAÇÃO
C
B3
GRELHA DE ANÁLISE DE CONTEÚDO
ENTREVISTA SEMI-DIRETIVA Á CHEFE DO OQF
TEMA CATEGORIAS INDICADORES
Percurso académico e Profissional
Formada em Ciências da Educação
“(...) sou formada em Ciências da Educação no
ramo da Administração Educacional.”
Percurso Profissional
“(...) já estou aqui na marinha há 20 anos(...)”.
“(...) surgiu a oportunidade de integrar na
Marinha em regime de contrato e durante esse
regime surgiu a oportunidade de concorrer aos
quadros(...)”.
“(...) abriu uma vaga específica para Ciências
da Educação e depois concorri, passei por todo
o processo de seleção e fiquei.”
Observatório da Qualidade da Formação
Funções desempenhadas
“(...) tem como principal responsabilidade
acompanhar e monitorizar toda a formação que
é desenvolvida no âmbito do Sistema de
Formação Profissional da Marinha(...)”.
B3
“(...) desenvolver todo o processo de avaliação
externa assim como a promoção e
acompanhamento dos processos de
acreditação das entidades formadoras do
SFPM.”
Organização da Equipa
“A equipa do observatório da qualidade da
formação é composta por mim, enquanto chefe
do observatório, depois temos dois adjuntos,
um oficial da área das Ciências da Educação, e
um sargento que trata da parte de estatística,
análise e tratamento de dados.”
“A adjunta vai fazendo o que está definido o
observatório e vamos divindido entre nós
aquilo que nos compete, portanto.”
Sistema de Formação Profissional da
Marinha
Caracterização do SFPM
“(...) temos quatro escolas e quatro centros de
formação que de facto de serem escolas e
centros de formação tem a ver com a sua
dimensão e depois que desenvolvem formação
nas suas áreas de especialidade(...)”
B3
“(...) todos eles dependem aqui da direção da
formação na componente técnica.”
“(...) cada uma das escolas e centros de
formação estão inseridos em determinadas
unidades da Marinha com depedências
funcionais, mas do ponto de vista técnico-
pedagógico eles dependem diretamente aqui
da direção de formação(...)”.
“(...) é daqui que saem as diretivas e as
orientações para todas na área do planeamento,
desenvolvimento currícular e da própria
avaliação.”
“(...) o facto dessas orientações estarem
centralizadas aqui na direção de formação,
permite uma harmonização de procedimentos
ao nível de todas as entidades formadoras.”
Contribuição da Formação para a eficácia
da Organização
“formação profissional, toda a formação
profissional está orientada para a função, e o
B3
intuito é preparar todos os que prestam serviço
na Marinha(...)”
“(...) é prepará-los para o desempenho da sua
função e para a melhoria desse desempenho.”
“(...) a formação é determinante para melhorar
esse desempenho, para que a própria unidade
cumpra a sua função(...)”
“(...) toda a formação está concebida e todo o
sistema está montado de forma a preparar as
pessoas que prestam serviço na Marinha para
as suas funções, para o exercício nos seus
cargos e depois num sentido mais abrangente,
para o cumprimento da missão da Marinha.”
Avaliação Interna e Avaliação Externa
Avaliação Interna
“A avaliação Interna é da responsabilidade das
entidades formadoras, todas as entidades
formadoras, complementando a questão
anterior, têm os seus recursos próprios,
recursos humanos, materiais, instalações e
recursos próprios e são elas que são
responsáveis pela avaliação interna.”
B3
“A avaliação interna basicamente é a avaliação
que se faz no antes, durante e mediatamente
após a conclusão de um curso.”
“portanto, isso é da responsabilidade das
entidades formadoras, que engloba também a
própria avaliação dos formadores, do
desempenho dos formadores.”
“depois há todo o apoio e acompanhamento
que é feito durante o curso que vai permitir ao
responsável do curso, que nós designamos de
diretor de curso, vai permitir e identificar
falhas e lacunas que ele possa corrigir ainda
durante o decorrer do processo(...)”
“Portanto, são tudo aspetos ao nível mais
micro, a escola tem responsabilidade e o poder
de atuar e tem autonomia para atuar e intervir
de forma a contribuir para o sucesso do curso.”
“No fim do curso, o diretor de curso elabora o
relatório de avaliação interna onde faz o
balanço de todo o processo, do grau de
B3
satisfação dos formandos ou de satisfação dos
formadores, o nível de aprendizagem que os
formandos alcançaram e isso fica vertido nesse
relatório(...)”
Avaliação Externa
“nós recebemos aqui todos os relatórios de
todos os cursos que são desenvolvidos na
Marinha(...)”
“numa análise muito mais abrangente, nós
vamos também puder concluir se o curso está
a corresponder ás necessidades, se a entidade
formadora o desenvolveu de acordo com os
requisitos que estão definidos por nós e que
estão refletidos no manual da qualidade,
pronto isso é a análise que fazemos ao relatório
que a escola nos manda, que as entidades
formadoras nos mandam.”
“Depois ainda no âmbito da avaliação externa,
fazemos outro tipo de ações, desenvolvemos
outro tipo de ações e que são por exemplo as
inspeções que permitem também avaliar o
B3
desempenho da entidade formadora e
desenvolvemos a avaliação da eficácia.”
“A avaliação da eficácia é quando nós olhamos
para o utilizador que foi aquele, a entidade que
manifesta a necessidade de formação e
contactamos o utilizador e perguntamos se o
curso foi útil, o que melhorou, o que poderá ser
melhorado para que a necessidade seja
satisfeita, a necessidade de desempenho.”
“Portanto, e assim nós fechamos o ciclo
formativo com este ida, com este contacto com
o utilizador fechamos o ciclo formativo e
conseguimos ajustar, ou pelo menos
conseguimos ter a percepção que a formação
está a ir ao encontro das necessidades dos
utilizadores .”
Desenvolvimento Sustentável “A avaliação externa produz sim, e tem todas
as condições para produzir um
desenvolvimento sustentável.”
B3
“a dificuldade que temos em abranger a
totalidade do catálogo de formação faz com
que esse desenvolvimento fique aquém das
expetativas porque temos a noção de que há
sempre um conjunto de cursos que nós não
temos a informação do utlizador.”
“O que nos sossega um pouco é o facto de, por
exemplo a Marinha tem outros mecanismos
implementados sem ser este da avaliação da
eficácia, portanto e isso nós sabemos que se
houver algum problema ou alguma dificuldade
significativa ao nível de desempenho que a
formação não esteja a dar resposta nós vamos
saber de outra forma.”
“com este objetivo que temos no plano de ação
de melhoria continua que é progressivamente
ir aumentando os processos de avaliação
externa(...)”
“depois há a possibilidade de, com este
processo nós conseguimos fechar o ciclo e
B3
alimentar todo o processo e continuamente,
quer nós a Direção de Formação, quer a
entidade formadora está a receber informação
do que está a acontecer, das dificuldades que
os utilizadores tão a ter e as dificuldades que
as pessoas estão a ter no exercício dos cargos
e portanto o sistema alimenta-se desta forma ,
da interligação que existe entre todas as as
entidades envolvidas no processo.”
“é um circuito que vai permitindo esta
interação entre utilizadores, ex-formandos,
chefias e nós.”
“Portanto está continuamente a ser
alimentando e ajustado aquilo que é
necessário.”
Recomendações da Avaliação Externa
“As recomendações da avaliação externa
quando são sobre o nosso catálogo de
formação, portanto os cursos que são da
responsabilidade da Marinha e que
ministrados nas entidades formadoras da
B3
Marinha, as recomendações vão no sentido de,
o relatório é produzido leva despacho do
diretor e depois é enviado para todas as
entidades envolvidas até porque também
utilizamos este relatório como mecanismo de
sensibilização para a resposta dos nossos
questionários(...)”
“se as pessoas souberem o que nós fazemos
com aqueles questionários que nos mandam,
que tratamento é que damos á informação, é
uma forma de no futuro obter a adesão dessas
e de outras pessoas no processo(...)”
“ assim se receberem uns meses mais tarde um
relatório na unidade onde eles vêem lá a sua
opinião espelhada e o tratamento que foi feito,
a opinião que deram no questionário, eu acho
que tem funcionado também como mecanismo
de sensibilização.”
“o relatório é enviado para as unidades
envolvidas, desde as entidades formadoras ao
B3
utilizador que no fundo para qual o curso, ou
seja, as unidades onde os formandos que
frequentaram o curso estão a desenvolver a
atividade profissional e as recomendações
depois servem uma ou outra entidade.”
“Ou servem a entidade formadora quando vão
no sentido de ter a necessidade de rever o
documento de curso, chega-se á conclusão de
que os conteúdos têm de ser reeajustados e
quem vai ajustar o documento de curso é a
entidade formadora, portanto o relatório vai
com ação para a entidade formadora ou então
com ação para o utilizador(...)”
“depois temos a avaliação externa que fazemos
aos cursos, á satisfação com os cursos que o
nosso pessoal frequenta em entidades fora da
Marinha , quer a nível nacional quer no
estrangeiro e aqui as conclusões e as
recomendações, o relatório desta avaliação,
B3
vão no sentido de se manter ou não a procura
daquela entidade formadora.”
“Podemos concluir que o curso não satisfez as
necessidades e portanto é necessário procurar
outra entidade formadora ou então não há
necessidade de continuar a recorrer áquela
entidade formadora, já não há necessidade de
continuar a investir dinheiro naquela entidade
formadora(...)”.
Impacto da Avaliação Externa nos cursos
do SFPM
“Temos aqui duas áreas distintas que são os
nossos cursos, da nossa responsabilidade onde
podemos atuar ao nível do desenvolvimento
currícular, podemos alterar tempos, conteúdos,
a forma de avaliação decorrente daquilo que se
verifica que não está ajustado(...)”.
“(...)por outro lado temos a avaliação externa
que é feita ao catálogo de cursos frequentados
no exterior, quer ao nível nacional quer no
estrangeiro, em que aqui não temos ação sobre
o conteúdo do curso mas temos ação sobre se
B3
vamos continuar a mandar o pessoal a uma
determinada entidade ou não.”
“(...) quem nos dá esse feedback é quem lá foi
e são eles que vão dizer se vale a pena
continuar a mandar lá pessoal e se o curso é
bom se corresponde ás necessidades da
Marinha, se os formadores são bons, se as
instalações são boas, portanto é esta forma de
atuar que depois vai ter influência na
elaboração do catálogo de cursos do ano
seguinte.”
Avaliação da Qualidade da Formação
Problemas existentes
“por um lado temos uma grande dificuldade
que é a nível de pessoas, as unidades em terra
são as unidades que hoje em dia mais sofrem
com a redução de recursos humanos(...)”
“Portanto são as unidades em terra que estão a
sentir mais a redução do pessoal e nós aqui é
significativo, nós temos no total e em média
500 cursos anuais e não conseguimos (...)e nós
B3
aqui como estava a dizer temos 500 cursos
anuais e o ideal era abranger, que a avaliação
externa abrangesse este catálogo na sua
totalidade e não conseguimos.”
“Portanto ao nível da avaliação interna não
está nada comprometido, em princípio as
escolas com menor dificuldade continuam, no
âmbito da sua responsabilidade, a desenvolver
o processo de avaliação.”
“A avaliação da eficácia neste momento tenho
dúvidas se conseguiremos aumentar no fundo,
que era isso que ano a ano estavamos a tentar
fazer, portanto aumentar o número de cursos
abrangidos, mas este ano não sei se
conseguiremos aumentar mas estamos a tentar
manter o que já conseguimos, e no fundo é esta
a grande dificuldade que temos neste
momento.”
Melhoria da Formação
“Nós só conseguimos melhorar a formação e
melhorar os cursos que desenvolvemos se nós
B3
tivermos o feedback de quem os frequenta e
tivermos o feedback dos utilzadores, e dai a
importância da avaliação externa(...)”
“Nós neste momento, a nossa principal fonte
de recolha de dados são os questionários,
questionários que enviamos aos envolvidos no
processo e que muitas vezes, nem sempre
temos 100% das respostas, e é também uma
área que temos ao longo dos anos aos poucos
temos conseguido ultrapassar, que é a adesão é
a dificuldade de as pessoas responderem ao
solicitado.”
C2
GUIÃO DE ENTREVISTA AO CHEFE DE DEPARTAMENTO(CDEP)/GABINETE(CGAB) DE FORMAÇÃO/DIRETOR
TÉCNICO-PEDAGÓGICO(DTP)
BLOCOS OBJETIVOS QUESTÕES ORIENTADORAS OBSERVAÇÕES
A. Legitimação da entrevista e motivação
Informar o entrevistado acerca dos objetivos da entrevista. Motivar o entrevistado através de um discurso informal.
Solicitar a colaboração do entrevistado, realçando a importância para a consecução dos objetivos. Salientar o carácter restrito e confidencial do uso das informações que se pretende recolher.
B. Caracterização das atividades e dos recursos humanos
Caracterizar as atividades desempenhadas pelo CDEP/ CGAB/DTP
Há quanto tempo exerce a função de CDEP/CGAB/DTP? Quais as principais atividades que se desenvolvem no âmbito do Departamento/Gabinete/Estrutura de apoio do DTP? Como são distribuídas as tarefas pelo pessoal que integra o Departamento/Gabinete/Estrutura de apoio do DTP?
Quais os critérios que são considerados.
Caracterizar os recursos humanos afetos.
Quando os formadores não se encontram a ministrar formação, que outras atividades desenvolvem? Possui os recursos humanos suficientes face às competências do departamento/gabinete/estrutura de apoio do DTP? A qualificação dos RH existentes é a adequada? Existe pessoal em regime de acumulação de funções noutras unidades/serviços? Se sim, onde? Sente dificuldades na gestão dos horários dos formadores? Quais e porquê?
Saber se cumprem o período normal de comissão, caso contrário conhecer os motivos.
Saber se frequentam ações de formação contínua com a regularidade necessária.
C. Planeamento da Formação
Caracterizar as atividades inerentes ao planeamento da formação.
Quais os procedimentos relativos ao planeamento da formação? Possui os meios e as ajudas necessários à formação?
Elaboração dos horários, planeamento das visitas de estudo e dos estágios… Espaços físicos, equipamentos…
D. Gestão da Formação
Caracterizar a gestão da formação
Como se processa a gestão das atividades formativas? Que medidas foram propostas para melhorar a eficácia e eficiência da gestão da formação? Quais foram os resultados da execução dessas medidas?
Procedimentos implementados para o controlo das atividades realizadas.
E. Desenvolvimento Curricular
Caracterizar as atividades inerentes ao desenvolvimento curricular.
Quais os procedimentos inerentes ao desenvolvimento curricular?
Como se articulam com o GTE no processo de revisão/criação dos documentos de curso?)
F. Avaliação da Formação
Caracterizar as atividades inerentes à
Quais os procedimentos inerentes à avaliação interna da formação?
Elaboração/encaminhamento do relatório final, avaliação das
C2
BLOCOS OBJETIVOS QUESTÕES ORIENTADORAS OBSERVAÇÕES
avaliação da formação.
Que medidas são tomadas na sequência dos resultados obtidos na avaliação interna? Como é feita a avaliação da prática pedagógica?
aprendizagens e comunicação dos resultados. Quantos formadores foram já avaliados, quem integra a equipa de avaliadores.
G. Satisfação no Trabalho
Definir o grau de satisfação com a função.
Considera o pessoal motivado para o desenvolvimento das atividades do departamento/gabinete/estrutura de apoio?
Que fatores considera determinantes para a motivação do pessoal?
H. Relações com o Exterior
Conhecer os protocolos existentes com entidades externas.
Existem protocolos com entidades externas? Com que entidades? Que tipo de protocolos?
Quais são as contrapartidas no estabelecimento desses protocolos?
Colaboram no departamento/gabinete formadores externos ao mesmo? Em que cursos e módulos?
I. Circulação da Informação
Caracterizar a forma como circula a informação.
Como circula a informação internamente?
No sentido ascendente/ descendente e horizontalmente.
J. Dificuldades / Sugestões
Conhecer possíveis dificuldades sentidas ao desempenhar o cargo.
Quais as principais dificuldades que sente ao nível da gestão das atividades do departamento/ gabinete?
O que sugere que possa contribuir para ultrapassar as dificuldades referidas?
K. Questões finais Agradecimentos
Agradecer ao entrevistado a colaboração prestada.
Questionar se o entrevistado propõe algum aspeto ou esclarecimento complementar face aos objetivos definidos.
Guião da Entrevista B1
Blocos Temáticos Categorias Questões Orientadoras Observações
A. Legitimação da entrevista e motivação
Informar o entrevistado acerca dos objetivos da entrevista;
Motivar o entrevistado através de um discurso informal.
Solicitar a colaboração do entrevistado, realçando a importância para a consecução dos objetivos;
Salientar o carácter restrito e confidencial do uso das informações que se pretende recolher;
B. Percurso Académico
Entrada na Instituição
Como é que passou a fazer parte desta organização? Fale-me um pouco sobre o seu percurso.
Habilitações académicas; Área de especialização;
C. Caracterização da Organização
Observatório da Qualidade da Formação
Quais as funções desempenhadas no OQF? Quais as funções que desempenha enquanto
chefe do OQF? Como está organizada a equipa do OQF?
Compreender as funções desempenhadas no OQF;
Entender como está organizada a equipa do OQF;
D. Serviço de Formação Profissional da Marinha
Caracterização do SFPM
Como está organizado o SFPM? Como é feito o diagnóstico para a necessidade de
formação? Em que medida as formações contribuem para o
bom funcionamento da organização e das unidades e organismos envolvidos?
Compreender como se encontra organizado o SFPM
Avaliação da Qualidade da Formação
Como é realizada a avaliação interna e externa da formação?
Que problemas surgem com a Avaliação da Qualidade da Formação?
Guião da Entrevista B1
Em que medida o processo de monitorização e avaliação dos cursos de formação contribuem para a melhoria da formação?
A Avaliação Externa produz um desenvolvimento eficaz??
Que utilização é dada às recomendações de Avaliação Externa?
Que impacto tem a avaliação externa nos cursos do PAFM?
E. Finalização da Entrevista
Questões finais e agradecimento
Agradecer ao entrevistado a colaboração prestada.
Questionar se o entrevistado propõe algum aspeto ou esclarecimento complementar face aos objetivos definidos.
A-1
A Marinha, neste ato representada pelo Chefe do Observatório da Qualidade da Formação (cargo
da entidade),Capitão-Tenente Otília Pereira (posto e nome), por designação do Almirante Chefe do
Estado-Maior da Armada, adiante designada por Entidade de Acolhimento.
E
A/ O Instituto da Educação da Universidade de Lisboa (Universidade, Faculdade, Instituto,
Escola), Pessoa Coletiva n° ________________, com sede no(a) Campo Grande- Lisboa,
representado(a) pelo(a) (Diretor Pedagógico, Coordenador de Estágio, Professor Orientador do
aluno), Paula Guimarães nos termos1 do Mestrado em Ciências da Educação-Especialização
Formação de Adultos, adiante designada por Entidade de Ensino/Entidade Formadora,
É celebrado o presente Protocolo de Cooperação para a realização de Estágio(s), nos termos das
cláusulas seguintes :
Cláusula 1ª
(Âmbito e Objeto)
1. O presente Protocolo estabelece as bases de cooperação para a realização de Estágio(s) para
alunos de cursos de Licenciatura, de Mestrado e de Pós-graduação/Profissionais ministrados
pela Entidade de Ensino/Entidade Formadora, nos termos do2 Mestrado em Ciências da
Educação-Especialização Formação de Adultos e dos do Despacho do Chefe de Estado-Maior
da Armada, nº 63/05, de 26 de Outubro, alterado pelo Despacho do ALM CEMA nº 42/11, de 14
de Julho.
1 Inserir conforme aplicável: art. 17°, n°1 do Decreto-Lei n°4/98, de 8 de Janeiro e do art. 24° da Portaria n° 550-C/2004, de 21 de Maio (cursos profissionais)/ Legislação aplicável (cursos de Licenciatura, de Mestrado e de Pós-graduação) 2 Idem.
MINUTA DE PROTOCOLO DE ESTÁGIO
A-1
2. O(s) Estágio(s) decorrente(s) da assinatura deste protocolo não confere(m) direitos
remuneratórios, não gerando ou titulando relações de trabalho subordinado, sendo destinado(s)
ao(s) aluno(s):
Estagiário Curso Ano
Joana Rita Caetano Gonçalves Mestrado em Ciências da Educação- Formação de Adultos
2º
Cláusula 2ª
(Duração)
O(s) Estágio(s) decorre(m) entre 1/12/2014 e 30/05/2015, durante o horário normal de
funcionamento da Entidade de Acolhimento.
Cláusula 3ª
(Plano de Estágio)
1. O(s) Estágio(s) decorre(m) segundo um plano de estágio, estabelecendo a finalidade, os
objetivos específicos e as atividades a desenvolver pelo aluno.
2. O plano de estágio é preparado, supervisionado, avaliado e formalizado, em estreita
colaboração com o Professor Orientador do aluno, designado pela Entidade de Ensino/Entidade
Formadora, e o supervisor (tutor) nomeado pela Entidade de Acolhimento, sendo
obrigatoriamente assinado por ambos.
Cláusula 4ª
(Obrigações do Aluno estagiário)
O aluno estagiário obriga-se a durante o estágio:
1. Respeitar os aconselhamentos dos seus supervisores/orientadores;
2. Realizar as suas tarefas com zelo e responsabilidade, guardando o sigilo e lealdade que se
exige aos funcionários da Marinha;
3. Ser assíduo, pontual e disciplinado;
A-1
4. Assinar um “Termo de Responsabilidade”, em anexo ao presente protocolo e que dele faz parte
integrante;
5. Apresentar um relatório escrito do estágio ao respetivo supervisor (tutor), em modelo
disponibilizado pela Entidade de Acolhimento.
Cláusula 5ª
(Direitos do Aluno estagiário)
O aluno estagiário tem direito a:
1. Receber dos seus supervisores/orientadores, quer na Entidade de Ensino/Entidade
Formadora quer na de Acolhimento, as indicações e apoios necessários à boa execução
do seu exercício;
2. Beneficiar de um seguro, da responsabilidade da Entidade de Ensino/Entidade Formadora,
que garante a cobertura dos riscos de deslocações por obrigação do estágio, bem como
das atividades a desenvolver durante esse período.
Cláusula 6ª
(Obrigações da Entidade de Ensino/Entidade Formadora)
A Entidade de Ensino/ Entidade Formadora obriga-se a:
1. Assegurar, durante o estágio, todos os benefícios escolares de que o aluno estagiário é titular;
2. Fazer um seguro de acidentes pessoais e responsabilidade civil que cubra eventuais danos
sofridos ou causados pelo aluno estagiário, em resultado de deslocações e da sua atividade na
Entidade de Acolhimento, no âmbito do presente protocolo;
3. Assegurar a ligação à Entidade de Acolhimento, nomeadamente por intermédio do Professor
Orientador, para acompanhamento da evolução do aluno estagiário, execução do Plano de
Estágio, orientação técnica e esclarecimento de quaisquer dúvidas ou omissões;
4. Assegurar que o aluno estagiário conhece os direitos e obrigações decorrentes do presente
protocolo.
Cláusula 7 ª
A-1
(Obrigações da Entidade de Acolhimento)
A Entidade de Acolhimento obriga-se a:
1. Indicar um supervisor (tutor), remetendo à Entidade de Ensino/Entidade Formadora a sua
identificação e contactos;
2. Definir o Plano de Estágio em conjunto com o Professor Orientador da Entidade de
Ensino/Entidade Formadora;
3. Orientar o trabalho desenvolvido pelo(s) aluno(s) estagiário(s) no âmbito do Estágio, em
articulação com o Professor Orientador da Entidade de Ensino/Entidade Formadora;
4. Facilitar a realização do trabalho do aluno estagiário, sem prejuízo da laboração normal da
Entidade de Acolhimento;
5. Assegurar o Registo da Assiduidade do(s) aluno(s) estagiário(s);
6. Proporcionar ao(s) aluno(s) estagiário(s), as condições adequadas à concretização dos
objetivos de estágio, nomeadamente as facilidades de natureza administrativa, incluindo a
eventual concessão de uma refeição principal (almoço) nos dias de permanência na
entidade de acolhimento, a qual suporta os inerentes custos;
7. Assegurar a informação e avaliação da evolução do aluno estagiário, preferencialmente
através de reuniões periódicas, com o Professor Orientador de Estágio;
8. Emitir, no final do estágio, um Certificado de Frequência.
Cláusula 8ª
(Direitos da Entidade de Acolhimento)
A Entidade de Acolhimento:
1. Orienta o exercício do aluno estagiário, em acordo com o Professor Orientador, no sentido
que considere mais útil ao aluno e benéfico para a Entidade de Acolhimento;
2. Beneficia do aconselhamento técnico que possa colher da Entidade de Ensino/ Entidade
Formadora;
3. Dar aproveitamento prático aos resultados do exercício do aluno estagiário, se os
considerar úteis à sua atividade.
A-1
Cláusula 9ª
(Vigência)
O presente protocolo permanece em vigor durante o período de estágio determinado na
cláusula 2ª.
O presente protocolo é assinado em dois exemplares, ficando cada um deles na posse das
Entidades.
Lisboa,1 de Dezembro de 2014.
A Entidade de Acolhimento,
C1
QUESTIONÁRIO DE CARACTERIZAÇÃO DO FORMADOR/TÉCNICO DE FORMAÇÃO
1. Identificação
[1.1] Situação: Militar Civil [1.2] Posto/Classe: ___________________________
[1.3] Idade: _____________ [1.4] Género: M F [1.5] Tempo de exercício no cargo (em meses):_______
[1.6] Unidade: _____________________ [1.7] Departamento/Gabinete:________________
[1.8] Núcleo/Secção: _____________________________ 2. Habilitações Académicas
Ensino Básico (9º ano) Mestrado
Mestrado Integrado Ensino Secundário (12º ano) Mestrado pré-Bolonha Licenciatura Pós-graduação
Doutoramento
3. Formação Pedagógica
[3.1] (via ensino)
Licenciatura (em Ciências da Educação)
Pós-graduação/mestrado em Ciências da Educação
Formação Pedagógica de Formadores1 Outra(s) Qual/Quais:______________
[3.2] Possui o Certificado de Competências Pedagógicas (CCP)2 Sim Não
4. Formação Profissional (relevante para o exercício da função de formador/Técnico de Formação)
[4.1] Gestão da Formação e de Recursos Humanos: Diagnóstico de Necessidades de Formação Desenho de Cursos Avaliação da Formação Audiovisuais e Multimédia Desenvolvimento Curricular Gestão de Recursos Humanos Outros (s) Quais: ______________________
[4.2] Tecnologias de Informação Competências Básicas em Tecnologias de
Informação Ambiente Windows
MS Outlook Internet Word Excel PowerPoint Access Outros(s) Quais: _______________________
[4.3] Considera que possui a formação adequada para desempenhar com eficácia a função de
formador/Técnico de Formação? Sim Não
[4.3.1] Se respondeu não, diga porquê: __________________________________________________
[4.4] Frequenta ações de formação contínua?
Sim Não [4.4.1] Se sim, quais? ________________________________________________________________ [4.4.2] Se não, quais as razões? ________________________________________________________
1 Curso de Aperfeiçoamento em Técnicas de Formação (AET05) ou similar. 2 Anteriormente designado de “Certificado de Aptidão Profissional de Formador – CAP”.
C1
5. Experiência Profissional (nos últimos 3 anos)
Autoridade Marítima Ensino
Unidades Operacionais Formação Profissional
Administração e Direção Outra(s) Qual/Quais: __________________
6. Experiência Pedagógica
Formador
Técnico de Formação
[6.1] Se respondeu Formador, responda às questões do campo 7. [6.2] Se respondeu Técnico de Formação, responda ás questões do campo 8.
7. Situação Atual (Formador)
[7.1] Em que cursos exerce a atividade formativa? PAFM I PAFM II
PAFM I e PAFM II Outros Qual/Quais: ___________________________
[7.2] Qual a sua carga horária mensal (média), tomando em consideração os últimos 12 meses? Menos de 4 horas De 25 a 48 horas
De 5 a 24 horas Mais de 48 horas
[7.3] Desenvolve formação fora das instalações afetas à escola/centro de formação?
Sim Não
[7.3.1] Se respondeu sim, diga em que entidade formadora:_________________________
[7.4] Esteve envolvido na produção/atualização de materiais pedagógicos ou técnicos (ex. publicações, comunicações, projetos)? Sim Não
[7.4.1] Se respondeu sim, diga quais: ________________________________ [7.5] Quando não está a ministrar formação, que outras atividades desenvolve? ________________
[7.6] Quanto tempo dedica às atividades ligadas à formação?
Menos de 30%
De 30% a 50%
De 51% a 70%
Mais de 70%
8. Situação Atual (Técnico de Formação)
[8.1] Descreva as tarefas/atividades que desenvolve no âmbito do exercício da função de técnico de formação:_______________________________________________________________
[8.2] Estabelece contactos com os departamentos de formação? Sim Não
[8.2.1] Se respondeu sim, diga com que objetivo: _______________________________
C1
[8.3]Sente dificuldades no exercício da atividade de técnico de formação? Sim Não
[8.3.1] Se respondeu sim, especifique as dificuldades que sente: ______________________
9. Satisfação Profissional
[9.1] Qual o seu nível de motivação face à função que desempenha?
Nada motivado Pouco motivado Motivado Muito motivado
[9.1.1] Justifique:_____________________________________________________________
[9.2] Indique, em traços gerais, os aspetos positivos no exercício da atividade de técnico de formação:____________________________________________________________________________
[9.3] Indique, em traços gerais, os aspetos da atividade formativa a melhorar:____________________________________________________________________________
B2
Transcrição da Entrevista
Estagiária (E)-Desde já agradeço a disponibilidade para me facultar esta entrevista
e gostaria de referir que é uma entrevista semi-diretiva de carácter restritivo e
confidencial e tem como objetivo compreender o funcionamento do Sistema de
Formação Profissional da Marinha e caracterizar o processo de avaliação da
formação.
Fale-me um pouco do seu percurso académico e profissional.
Chefe do Observatório da Qualidade da Formação (COQF)-Portanto, já estou aqui
na marinha há 20 anos e sou formada em Ciências da Educação no ramo da Administração
Educacional. Depois de ter terminado o curso surgiu a oportunidade de integrar na
Marinha em regime de contrato e durante esse regime surgiu a oportunidade de concorrer
aos quadros e abriu uma vaga específica para Ciências da Educação e depois concorri,
passei por todo o processo de seleção e fiquei.
E-Quais as funções desempenhadas no OQF?
COQF-Portanto o OQF pertence à DSF e tem como principal responsabilidade
acompanhar e monitorizar toda a formação que é desenvolvida no âmbito do Sistema de
Formação Profissional da Marinha e desenvolver todo o processo de avaliação externa
assim como a promoção e acompanhamento dos processos de acreditação das entidades
formadoras do SFPM.
E-Como se encontra organizada a equipa do OQF?
COQF-A equipa do observatório da qualidade da formação é composta por mim,
enquanto chefe do observatório, depois temos dois adjuntos, um oficial da área das
Ciências da Educação, e um sargento que trata da parte de estatística, análise e tratamento
de dados. A adjunta vai fazendo o que está definido ao observatório e vamos divindido
entre nós aquilo que nos compete, portanto.
E-Como se encontra organizado o Sistema de Formação Profissional da Marinha?
COQF-O Sistema de Formação Profissional da Marinha encontra-se organizado da
seguinte forma: temos quatro escolas e quatro centros de formação que, de facto, são
escolas e centros de formação o que, tem a ver com a sua dimensão e depois que
desenvolvem formação nas suas áreas de especialidade e todos eles dependem aqui da
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direção da formação na componente técnica . Portanto cada uma das escolas e centros de
formação está inserida em determinadas unidades da Marinha com depedências
funcionais, mas do ponto de vista técnico-pedagógico eles dependem diretamente aqui da
direção de formação e é daqui que saem as diretivas e as orientações para todas na área
do planeamento, desenvolvimento currícular e da própria avaliação. Portanto no fundo, o
facto dessas orientações estarem centralizadas aqui na direção de formação, permite uma
harmonização de procedimentos ao nível de todas as entidades formadoras. E pronto.
Basicamente é isto.
E- Em que medida as formações contribuem para a eficácia da organização e das
unidades e organismos envolvidos?
COQF-A formação é essencial, não é?Neste caso, formação profissional, toda a formação
profissional está orientada para a função, e o intuito é preparar todos os que prestam
serviço na Marinha, é prepará-los para o desempenho da sua função e para a melhoria
desse desempenho. Portanto, a formação é determinante para melhorar esse desempenho,
para que a própria unidade cumpra a sua função e no fundo toda a formação está
concebida e todo o sistema está montado de forma a preparar as pessoas que prestam
serviço na Marinha para as suas funções, para o exercício nos seus cargos e depois num
sentido mais abrangente, para o cumprimento da missão da Marinha.
E- Como é realizado todo este processo da Avaliação Externa e Avaliação Interna
da Marinha?
COQF-A avaliação interna é da responsabilidade das entidades formadoras, todas as
entidades formadoras, complementando a questão anterior, têm os seus recursos próprios,
recursos humanos, materiais, instalações e recursos próprios e são elas que são
responsáveis pela avaliação interna. A avaliação interna basicamente é a avaliação que se
faz no antes, durante e imediatamente após a conclusão de um curso. E, portanto, isso é
da responsabilidade das entidades formadoras, o que engloba também a própria avaliação
dos formadores, do desempenho dos formadores. No fim, essa avaliação passa por o
acompanhamento dos formandos durante o curso, passa pelo planeamento do próprio
curso, a afectação dos formadores, das instalações, dos equipamentos. Portanto há todo
um trabalho antes do curso começar que é necessário, depois há todo o apoio e
acompanhamento que é feito durante o curso que vai permitir ao responsável do curso,
que nós designamos de diretor de curso, vai permitir identificar falhas e lacunas que ele
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possa corrigir ainda durante o decorrer do processo, por exemplo, a sala, o ar
condicionado da sala avariou e estamos no verão e é necessário pensar em providenciar
outra sala para o decorrer do curso. Outro exemplo, o computador teve um problema e é
necessário providenciar outro computador. Portanto, são tudo aspetos ao nível mais
micro, a escola tem responsabilidade e o poder de atuar e tem autonomia para atuar e
intervir de forma a contribuir para o sucesso do curso. No fim do curso, o diretor de curso
elabora o relatório de avaliação interna onde faz o balanço de todo o processo, do grau de
satisfação dos formandos ou de satisfação dos formadores, o nível de aprendizagem que
os formandos alcançaram e isso fica vertido nesse relatório, o qual é enviado para nós,
nós recebemos aqui todos os relatórios de todos os cursos que são desenvolvidos na
Marinha e que depois aqui, numa análise mais global, numa análise muito mais
abrangente, nós vamos também poder concluir se o curso está a corresponder ás
necessidades, se a entidade formadora o desenvolveu de acordo com os requisitos que
estão definidos por nós e que estão refletidos no manual da qualidade, pronto isso é a
análise que fazemos ao relatório que a escola nos manda, que as entidades formadoras
nos mandam. Depois ainda no âmbito da avaliação externa, fazemos outro tipo de ações,
desenvolvemos outro tipo de ações e que são por exemplo as inspeções que permitem
também avaliar o desempenho da entidade formadora e desenvolvemos a avaliação da
eficácia. A avaliação da eficácia é quando nós olhamos para o utilizador que foi aquele,
a entidade que manifesta a necessidade de formação e contactamos o utilizador e
perguntamos se o curso foi útil, o que melhorou, o que poderá ser melhorado para que a
necessidade seja satisfeita, a necessidade de desempenho. Portanto, e assim nós fechamos
o ciclo formativo com este contacto com o utilizador. Fechamos o ciclo formativo e
conseguimos ajustar, ou pelo menos conseguimos ter a percepção que a formação está a
ir ao encontro das necessidades dos utilizadores .
E- E que problemas surgem com a avaliação da qualidade da formação?
COQF-Os problemas que surgem têm a ver com, por um lado temos uma grande
dificuldade que é ao nível de pessoas. As unidades em terra são as unidades que hoje em
dia mais sofrem com a redução de recursos humanos. Portanto, a política da Marinha é
assegurar a componente operacional de modo a que as missões e os exercícios onde a
Marinha está envolvida, na NATO e no estrangeiro, para que essa área não seja
comprometida e ,por isso, tem de ter o pessoal minímo necessário nos navios para
assegurar a segurança da missão. Portanto, são as unidades em terra que estão a sentir
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mais a redução do pessoal e nós aqui é significativo, nós temos no total e em média 500
cursos anuais e não conseguimos (...)e nós aqui como estava a dizer temos 500 cursos
anuais e o ideal era abranger, que a avaliação externa abrangesse este catálogo na sua
totalidade e não conseguimos. Portanto, eramos quatro pessoas e neste momento estamos
duas e não conseguimos, nem sei se este ano conseguiremos assegurar o que até agora
temos conseguido, possivelmente ainda vamos ter que reduzir um pouco. Portanto ao
nível da avaliação interna não está nada comprometido, em princípio as escolas com
menor dificuldade continuam, no âmbito da sua responsabilidade, a desenvolver o
processo de avaliação. A avaliação da eficácia, neste momento, tenho dúvidas se
conseguiremos aumentar. No fundo, que era isso que ano a ano estavamos a tentar fazer,
portanto, aumentar o número de cursos abrangidos, mas este ano não sei se conseguiremos
aumentar. Mas estamos a tentar manter o que já conseguimos, e no fundo é esta a grande
dificuldade que temos neste momento.
E-Em que medida o processo de monitorização e avaliação dos cursos de formação
contribuem para a melhoria da formação?
COQF-Nós só conseguimos melhorar a formação e melhorar os cursos que
desenvolvemos se nós tivermos o feedback de quem os frequenta e tivermos o feedback
dos utilzadores. Daí a importância da avaliação externa, ou seja, nós quando consultamos
o ex-formando, quando ele já frequentou a formação e já se encontra no local de trabalho
e quando contactamos a sua chefia sobre o grau de satisfação que tem em relação ao curso
que foi frequentado, conseguimos perceber, conseguimos concluir se o curso está
adequado, se os objetivos estão adequados, se correspondem às necessidades
identificadas pelo o utilizador. E aqui também surge alguma dificuldade que é ter esse
feedback. Nós neste momento, a nossa principal fonte de recolha de dados são os
questionários, questionários que enviamos aos envolvidos no processo e que muitas
vezes, nem sempre temos 100% das respostas, e é também uma área que temos ao longo
dos anos aos poucos temos conseguido ultrapassar, que é a adesão é a dificuldade de as
pessoas responderem ao solicitado. Eu sei que hoje em dia nós recebemos questionários
de todos os lados, mesmo ao nível pessoal estamos sempre a receber questionários de
satisfação, inquéritos de satisfação e muitas vezes é mais fácil dizer que respondo amanhã
ou respondo depois e isso obriga-nos a um esforço acrescido que é conseguirmos
continuar a monitorizar quem não respondeu de forma a que seja solicitado mais vezes,
portanto é mais um esforço que temos de fazer.
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E-A avaliação externa produz um desenvolvimento eficaz?
COQF-A avaliação externa produz sim, e tem todas as condições para produzir um
desenvolvimento eficaz. Como eu disse há pouco, a dificuldade que temos em abranger
a totalidade do catálogo de formação faz com que esse desenvolvimento fique aquém das
expetativas porque temos a noção de que há sempre um conjunto de cursos que nós não
temos a informação. O que nos sossega um pouco é o facto de, por exemplo a Marinha
tem outros mecanismos implementados sem ser este da avaliação da eficácia. Portanto e
isso nós sabemos que se houver algum problema ou alguma dificuldade significativa ao
nível de desempenho que a formação não esteja a dar resposta nós vamos saber de outra
forma. Por isso, podemos não saber através da avaliação externa. Mas o utilizador manda
um ofício, manda uma mensagem ou até conversa conosco aqui e portanto isso vai
despoletar umas campaínhas. Mas sim, com este objetivo que temos no plano de ação de
melhoria continua que é progressivamente ir aumentando os processos de avaliação
externa e depois há a possibilidade de, com este processo nós conseguimos fechar o ciclo
e alimentar todo o processo e continuamente, quer nós a Direção de Formação, quer a
entidade formadora, estamos a receber informação do que está a acontecer, das
dificuldades que os utilizadores estão a ter e as dificuldades que as pessoas estão a ter no
exercício dos cargos. Portanto o sistema alimenta-se desta forma , da interligação que
existe entre todas as entidades envolvidas no processo. Portanto, não é um circuito
fechado entre nós, enquanto Direção de Formação e entidade formadora, é um circuito
que vai permitindo esta interação entre utilizadores, ex-formandos, chefias e nós. Portanto
está continuamente a ser alimentando e ajustado. É aquilo que é necessário.
E-Que utilização é dada ás recomendações da avaliação externa?
COQF-As recomendações da avaliação externa quando são sobre o nosso catálogo de
formação, portanto os cursos que são da responsabilidade da Marinha e que ministrados
nas entidades formadoras da Marinha, as recomendações vão no sentido do relatório é
produzido leva despacho do diretor e depois é enviado para todas as entidades envolvidas
até porque também utilizamos este relatório como mecanismo de sensibilização para a
resposta dos nossos questionários, ou seja, achamos nós que se as pessoas souberem o
que nós fazemos com aqueles questionários que nos mandam, que tratamento é que damos
à informação, é uma forma de no futuro obter a adesão dessas e de outras pessoas no
processo. Porque nós, se preenchermos um questionário e enviarmos e depois não
sabemos o que acontece, leva, pelo menos por experiência própria, leva a que a pessoa
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não dê importância ao questionário. Assim não, assim se receberem uns meses mais tarde
um relatório na unidade onde eles vêem lá a sua opinião espelhada e o tratamento que foi
feito, a opinião que deram no questionário, eu acho que tem funcionado também como
mecanismo de sensibilização. Mas pronto, à parte disso o relatório é enviado para as
unidades envolvidas, desde as entidades formadoras ao utilizador que no fundo para qual
o curso, ou seja, as unidades onde os formandos que frequentaram o curso estão a
desenvolver a atividade profissional e as recomendações depois servem uma ou outra
entidade. Ou servem a entidade formadora quando vão no sentido de ter a necessidade de
rever o documento de curso, chega-se à conclusão de que os conteúdos têm de ser
reeajustados e quem vai ajustar o documento de curso é a entidade formadora. Portanto o
relatório vai com ação para a entidade formadora ou então com ação para o utilizador, por
exemplo, a comunicar que o curso apesar de satisfazer as necessidades pode ainda ser
melhorado em determinados aspetos e é isso que vai ser feito. Por isso, o utilizador tem
conhecimento de todo o processo a seguir. Só para complementar, isto no que respeita á
avaliação externa que fazemos aos nossos cursos. Depois temos a avaliação externa que
fazemos aos cursos, à satisfação com os cursos que o nosso pessoal frequenta em
entidades fora da Marinha , quer ao nível nacional, quer no estrangeiro, e aqui as
conclusões e as recomendações, o relatório desta avaliação, vão no sentido de se manter
ou não a procura daquela entidade formadora. Podemos concluir que o curso não satisfez
as necessidades e portanto é necessário procurar outra entidade formadora. Ou então não
há necessidade de continuar a recorrer àquela entidade formadora, já não há necessidade
de continuar a investir dinheiro naquela entidade formadora. Portanto isso aí também é
útil aos gestores no fundo, a quem define a necessidade de se ir á RUMOS, ao INA, seja
onde for.
E-Penso que já respondeu á questão seguinte que é o impacto da avaliação externa
no Sistema de Formação Profissional da Marinha.
COQF-Pois, basicamente é isto. Temos aqui duas áreas distintas que são os nossos
cursos, da nossa responsabilidade onde podemos atuar ao nível do desenvolvimento
currícular, podemos alterar tempos, conteúdos, a forma de avaliação decorrente daquilo
que se verifica que não está ajustado, e por outro lado, temos a avaliação externa que é
feita ao catálogo de cursos frequentados no exterior, quer ao nível nacional quer no
estrangeiro, em que aqui não temos ação sobre o conteúdo do curso, mas temos ação sobre
se vamos continuar a mandar o pessoal a uma determinada entidade ou não. Portanto,
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quem nos dá esse feedback é quem lá foi e são eles que vão dizer se vale a pena continuar
a mandar lá pessoal e se o curso é bom se corresponde às necessidades da Marinha, se os
formadores são bons, se as instalações são boas. Portanto é esta forma de atuar que depois
vai ter influência na elaboração do catálogo de cursos do ano seguinte.
E-Gostaria de acrescentar algum aspeto que não tenha sida contemplado?
COQF-Não!
E-Muito obrigado pela sua participação e disponibilidade para me conceder esta
entrevista. Um Bom Dia.