Download - Apresentação cap 3 ciencia em ação latour
MICHELLE FIGUEIREDO
PROFESSOR: FRANCISCO COUTINHO
BELO HORIZONTE, AGOSTO DE 2013.
CIÊNCIA EM AÇÃO Bruno Latour
Capítulo 3 - Laboratórios
Universidade Federal de Minas Gerais
Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação em Educação
CAPÍTULO 3 – LABORATÓRIOSCIÊNCIA EM AÇÃO – BRUNO LATOUR
O QUE ESTÁ POR TRÁS DA CONSTRUÇÃO DE UM ARTIGO
CIENTÍFICO?
CAPÍTULO 3 – LABORATÓRIOSCIÊNCIA EM AÇÃO – BRUNO LATOUR
� Objetivos Gerais
• Acompanhar a construção dos fatos – é preciso entender o processo de fabricação dos fatos científicos se quiser entender a ciência.
• Viagem pela “tecnociência” – ciência, tecnologia e sociedade.
• Recorrer à prática dos cientistas.
• Habilidade retóricas Habilidade manuais (cognição se dá na ação).
CAPÍTULO 3 – LABORATÓRIOSCIÊNCIA EM AÇÃO – BRUNO LATOUR
�PARTE A – Dos textos às coisas: mostrando as cartas
• Até o momento, todas as alusões presentes nos artigos como hormônios , hélices de DNA eram feitas no mundo do papel. Atores semióticos presente no papel, mas não em carne e osso.
(1) Inscrição No laboratório acontece a junção de dois mundos: um de papel e um
de instrumentos. Na interface é produzido um híbrido, ou seja, uma imagem bruta que será usada depois em um artigo, mas que no laboratório está emergindo de um instrumento (pg108).
CAPÍTULO 3 – LABORATÓRIOSCIÊNCIA EM AÇÃO – BRUNO LATOUR
� O instrumento é aquilo que nos leva do artigo para aquilo que nos dá sustentação ao artigo – dos muitos recursos do texto ao muitos recursos mobilizados para criar os textos.
� Possibilita uma inscrição que é usada como camada final do texto científico.
� Quando se questiona a construção dos fatos, os instrumentos tornam-se visíveis.
� Se a controvérsia ficar intensa a estrutura pode ser decomposta em vários instrumentos que terá um mostrador específico que deverá ser analisado isoladamente. Ex: teste do IMETRO
CAPÍTULO 3 – LABORATÓRIOSCIÊNCIA EM AÇÃO – BRUNO LATOUR
(2) Porta- Vozes
- Alguém que fala no lugar do que não fala.- A solidez do que o representante diz é diretamente
sustentada pela presença do representado.
- Como recuperar toda a força convocada pelo porta voz: deixando que as coisas e as pessoas representadas digam exatamente aquilo que os representantes afirmavam que elas gostariam de dizer
CAPÍTULO 3 – LABORATÓRIOSCIÊNCIA EM AÇÃO – BRUNO LATOUR
(3) Provas de Força• Discordante
Não é só dissociar e desagregar os muitos apoios que os artigos técnicos foram capazes de congregar. Étambém sacudir a complicada estrutura que possibilita a criação de gráficos e traçados no laboratório, para verificar o grau de resistência do arsenal mobilizado.
Penetrar nos detalhes daquilo que constituí as inscrições na literatura técnica.
CAPÍTULO 3 – LABORATÓRIOSCIÊNCIA EM AÇÃO – BRUNO LATOUR
(3) Provas de Força• Professor
A afirmação do professor estava amarrada as afirmações clássicas da fisiologia, farmacologia, química dos peptídeos, óptica e sempre que o discordante submetesse esses nexos à prova, todos esses outros fatos e essas outras ciências e essas outras caixas pretas vem em socorro do professor.
CAPÍTULO 3 – LABORATÓRIOSCIÊNCIA EM AÇÃO – BRUNO LATOUR
Provas de força Porta vozes Objetivos.
Provas de força Porta vozes Subjetivos.
CAPÍTULO 3 – LABORATÓRIOSCIÊNCIA EM AÇÃO – BRUNO LATOUR
CAPÍTULO 3 – LABORATÓRIOSCIÊNCIA EM AÇÃO – BRUNO LATOUR
� PARTE B – Construindo contralaboratórios
(1)Arranjando mais caixas pretas
Toda vez que aparecia uma falha que o discordante tentasse explorar o professor apresentava uma nova e aparentemente inelutável caixa-preta: um cromatógrafo, física elementar, fisiologia clássica.
• Arranjar mais caixas pretas e colocá-las no início do processo.
CAPÍTULO 3 – LABORATÓRIOSCIÊNCIA EM AÇÃO – BRUNO LATOUR
(2) Fazendo os atores traírem seus representantes• Actante – qualquer pessoa ou coisa que seja
representada.
• Construir contra argumentos.
• Pesquisa quantitativa – possibilidade de mostrar contra argumentos “mais concretos”. Ex: microrganismos de Pasteur.
• Pesquisa qualitativa – Ex: Margaret Mead. Reversão das provas de força entre autores e discordantes simplesmente com o corte de elos que ligam a seus apoios.
CAPÍTULO 3 – LABORATÓRIOSCIÊNCIA EM AÇÃO – BRUNO LATOUR
(3) Configurando novos aliados
• Maior número de instrumentos + caixas pretas+ aliciou os aliados do oponente - chegou ao manancial último de forças. Mas a controvérsia chega a um novo empate.
• Solução – outros aliados ainda indefinidos terão de ser integrados – objeto novo (alguma coisa para garantir a vitória e convencer o terceiro observador que a controvérsia realmente foi resolvida).
CAPÍTULO 3 – LABORATÓRIOSCIÊNCIA EM AÇÃO – BRUNO LATOUR
� Nas estratégias que analisamos até agora, o porta-voz e os actantes que ele representa já estavam presentes, organizados e bem disciplinados. Nesta nova estratégia os representantes estão a procura de actantes que não conhecem, e a única coisa que podem dizer é inventariar as respostas que esses actantes deram quando submetidos a testes. pg 146
CAPÍTULO 3 – LABORATÓRIOSCIÊNCIA EM AÇÃO – BRUNO LATOUR
� SEGUNDO PRINCÍPIO BÁSICO
- Ato de definir um objeto novo pelas respostas que ele inscreve no mostrador de um instrumento. Muito importante para o entendimento da ciência em construção.
- Cientistas falam em nome desses novos aliados que conformaram, eles acrescentam inesperados recursos para fazer o equilíbrio de forças propender a seu favor.
CAPÍTULO 3 – LABORATÓRIOSCIÊNCIA EM AÇÃO – BRUNO LATOUR
(4) Laboratórios contra laboratórios
- O discordante é dono de um poderoso laboratório e cada modificação das condições permite que o discordante mobilize um actante a mais. O poder desse laboratório é, pois, proporcional ao número de actantes que ele pode mobilizar a seu favor.
• Quarta estratégia - deve ser capaz de transformar os objetos novos em, objeto velhos e com eles realimentar seu laboratório.
CAPÍTULO 3 – LABORATÓRIOSCIÊNCIA EM AÇÃO – BRUNO LATOUR
• Forma-se um círculo com um mecanismo de realimentação que vai criando laboratórios cada vez melhores pela introdução de maior número possível de objetos novos na forma mais reificada possível.
• O essencial é que o objeto novo emerge de uma formação complexa de elementos sedimentados, que já foram objetos novos em algum ponto do tempo e do espaço e é difícil contestá-lo e retroagir para a época de sua emergência.
• Laboratório suficientemente poderosos para definir a realidade.
CAPÍTULO 3 – LABORATÓRIOSCIÊNCIA EM AÇÃO – BRUNO LATOUR
� PARTE C – O apelo (à/da) Natureza)
Por trás dos textos, por trás dos instrumentos, dentro do laboratório não temos a natureza – ainda não – o que temos é um arsenal que possibilita impor novas e extremas injunções à coisa. Essa coisa éprogressivamente formada por suas “re-ações” a essas condições.
CAPÍTULO 3 – LABORATÓRIOSCIÊNCIA EM AÇÃO – BRUNO LATOUR
(1) “Natur mit uns”
Que qualquer discordante tem chance quando se funda na natureza. “mil Demóstenes e mil Aristóteles podem ser desmoralizados por qualquer homem comum que tenha a natureza a seu lado.” Que diante de tanta literatura científica e de monumentais laboratórios, basta olhar para a natureza para ganhar.
Mas essa está bordada em todas as bandeiras, e não é suficiente para dar vantagem a nenhum dos campos.
CAPÍTULO 3 – LABORATÓRIOSCIÊNCIA EM AÇÃO – BRUNO LATOUR
(2) As duas falas de Jano de duas faces
CAPÍTULO 3 – LABORATÓRIOSCIÊNCIA EM AÇÃO – BRUNO LATOUR
(2) As duas falas de Jano de duas faces
A natureza é a causa final da resolução de todas as controvérsias, uma vez que as controvérsias estejam resolvidas. A natureza aparecera simplesmente como consequência final delas.
Enquanto as controvérsias estão vivas, a natureza nunca é usada como árbitro final.
CAPÍTULO 3 – LABORATÓRIOSCIÊNCIA EM AÇÃO – BRUNO LATOUR
(3) A TERCEIRA REGRA METODOLOGICA
Uma vez que a resolução de uma controvérsia é a causa da representação da natureza e não a consequência, nunca poderemos usar o resultado –natureza para explicar como e por que uma controvérsia foi resolvida.
CAPÍTULO 3 – LABORATÓRIOSCIÊNCIA EM AÇÃO – BRUNO LATOUR
(3) A TERCEIRA REGRA METODOLOGICA
Realistas
Possibilita o bom equilíbrio
Relativistas
CAPÍTULO 3 – LABORATÓRIOSCIÊNCIA EM AÇÃO – BRUNO LATOUR
� CONCLUSÃO
Trata-se de entender o que é a ciência e não a ciência acabada e justificada por seus sucessos, mas a ciência no momento de sua elaboração.
CAPÍTULO 3 – LABORATÓRIOSCIÊNCIA EM AÇÃO – BRUNO LATOUR
� OBRIGADA!