FRATURA EM 04 PARTES DO ÚMERO PROXIMAL EM
PACIENTES DE 60 ANOS DE IDADE – PRÓTESE.
MARCELO SOARES DE VITAHOSPITAL MIGUEL COUTO –
RJ.
Neer,C.S. IIJ Bone Joint Surg [Am] 1970
Título: Fraturas desviadas do úmero proximal. Part I. Classificação e evolução. Part II. Tratamento de 03 e 04 partes desviadas.
As separações em 04 partes caracterizam-se por desvio de ambas as tuberosidades da cabeça e a superfície articular da cabeça esta deslocada para fora de contato com a glenóide.
O tratamento fechado é insatisfatório e a incidência de NAV e reabsorção da cabeça é grande. Prefiro tratar esta lesão inicialmente com uma prótese.
Gerber C, at all J Bone Joint Surg [Am] 1990
Título: A vascularização arterial da cabeça umeral. Um estudo anatômico.
29 espécimes de cadáveres frescos; distribuição intraóssea de contraste radiopaco. Controle macroscópico e radiográfico.
Ramo ascendente anterolateral da circunflexa anterior – principal vascularização da cabeça umeral.
Circunflexa posterior vasculariza só a porção posterior da grande tuberosidade e peq. parte posteroinferior da cabeça.
VASCULARIZAÇÃO DA CABEÇA UMERAL
Neumann K, at all.Orthopade, 1992
Título: Substituição primária da cabeça umeral após fraturas desviadas do úmero proximal.
Fraturas desviadas em 03 e 04 partes da cabeça do úmero sofrem lesão do aporte sanguínea e correm um grande risco de uma função pobre após fixação interna.
A prótese primária restaura a anatomia pré-trauma e a função precoce.
Substituição da cabeça com reaproximação das tuberosidades e reconstrução do MR, conferem boa estabilidade e função.
Schai P; Imhoff A; Preiss SJ Shouder Elbow Surg, 1995
Título: Fraturas cominutivas da cabeça umeral: estudo multicêntrico.
93 fraturas de 03 centros foram analisadas clinicamente(Constant score) e radiologicamente(Neer).
O prognóstico para as fraturas em 04 partes foi determinado pelo suprimento vascular e o alto risco de osteonecrose da cabeça umeral. Por esta razão foi indicado substituição protética primária com índice de 74 pontos(Constant score) contra 52 pontos da redução aberta.
Naranja RJ; Iannotti JPJ Am Acad Orthop Surg, 2000
Título: Fraturas de 03 e 04 partes do úmero proximal: evolução e tratamento.
Fraturas em 04 partes impactadas em valgo – limitada redução aberta e mínima fixação interna(potencial de NAV é pequeno).
Pacientes > 60a ou qualidade óssea ruim, tem um grande risco de perda de redução após fixação interna e o consenso atual é a hemiartroplastia primária.
Uma melhora da dor após hemiartroplastia, esta consistentemente demonstrada, mas o retorno do movimento e função são ruins.
Norris Tr; Green A; McGuigan FXJ Shouder Elbow Surg, 1995
Título: Artroplastia tardia do ombro para fraturas do úmero proximal desviadas.
23 ombros em 23 pacientes com falha do tratamento de fraturas em 03 e 04 partes: 10 fechados e 13 abertos.
Complicações: 17 consolidações viciosas, 04 pseudoartroses, 14 artrites pós traumática, 09 NAV, 06 encurtamento do úmero, 04 paresias do deltóide.
Redução da dor em 22 (95%). ADM: elevação 68º p/ 92º e rot. Ext. 6º p/ 27º.
Skutek M, at all.Arch Orthop Trauma Surg, 1998.
Título: Nível de atividade física em pacientes idosos depois de hemiartroplastia para fraturas de 03 e 04 partes do úmero proximal.
13 pacientes que praticavam atividades esportivas quando sofreram fraturas do úmero proximal. Todos tratados com prótese Neer II.
Follow-up de 50 meses, avaliação clínica e radiografias.
HSS score: 85% de resultados bons ou excelentes - escala análoga visual para satisfação. Após 33 semanas(15 a 52), 10 pacientes iniciaram suas atividades físicas.
M.A.C. Veado e colaboradoresRev Bras Ortop, 2001
Título: Avaliação da função do ombro pós hemiartroplastia em frat. de 03 e 04 partes do úmero proximal.
15 pacientes; idade média 62,4 a; critérios da UCLA; follow-up de 34,4 meses.
87,5% não se queixavam de dor ou dor leve e ocasional; 12,5% dor as atividades pesadas; ADM: elevação variou de 150º a 30º; força normal em 06 pac., grau 4 em 05 e grau 3 e 2 em 05.
Grau de satisfação pleno, conforme critério subjetivo de avaliação.
Moeckel BH, at all.J Bone Joint Surg Am, 1992
Título: Hemiartroplastia modular para fraturas do úmero proximal.
22 pacientes, 22 ombros, média de 70 a( 49 a 87). 13 fraturas em 04 partes, 05 em 03 partes e 04 head-splitting. Prótese realizada em intervalo médio de 11 dias.
36 meses de follow-up(26 a 49 m). 20 pacientes com bons ou excelentes resultados. ADM: 119º elevação/40º rot. ext./T12 rot. int.
Quanto mais jovem e menor o intervalo para cirurgia, melhores são os resultados.
Frich LH, at all.Orthopedics, 1991
Título: Artroplastia do ombro em fraturas complexas agudas e crônicas do úmero proximal.
42 artroplastias: 15 pacientes com fraturas em 04 partes –13 dias de evolução. 27 pacientes com fraturas crônicas – 14 meses.
Follow-up de 02 anos: melhores resultados de dor e movimento com o grupo agudo.
Falhas do tratamento primário reduzem a possibilidade de bons resultados na artroplastia de revisão.
Hartsock LA at all.Orthop Clin North Am, 1998
Título: Hemiartroplastia do ombro para fraturas do úmero proximal.
Procedimento aceito para tratamento de: fraturas em 04 partes, 03 partes associadas a osteopenia, head-splitting e fraturas com impacção articular severa.
Técnica meticulosa é essencial para prevenir complicações. Posicionamento adequado da prótese e das tuberosidades, são importantes para o bom resultado.
Resultados satisfatórios em 80% dos casos.
CONCLUSÕES
Várias formas de tratamento para fraturas em 04 partes do úmero proximal têm sido propostas, mas séries diversas na literatura têm mostrado o insucesso das tentativas de fixação dessas fraturas e suas conseqüências desastrosas, como falha de consolidação, consolidação viciosa, NAV, entre outras.
A prótese continua sendo uma opção no arsenal terapêutico para casos selecionados.
CONCLUSÕES Os resultados, se funcionalmente
restritos, produzem ombro indolor, suficiente para a satisfação do paciente.
Os resultados nas fraturas tratadas na fase aguda, são melhores do que os tratados tardiamente.
Técnica cirúrgica precisa e atraumática, com versão adequada e firme das tuberosidades.
A cooperação do paciente e um programa de reabilitação longo e rigoroso são imprescindíveis para resultados melhores a longo prazo.