AVALIAÇÃO FUNCIONAL DOS DOENTES COM
FRACTURAS DA EXTREMIDADE PROXIMAL
DO FÉMUR
(REPERCUSSÃO SOCIAL E HUMANA)
ARTUR NETO ARTUR TEIXEIRA PEDRO VARANDA BESSA DA SILVA
ESPREGUEIRA MENDES
XXII CONGRESSO NACIONAL DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA
FUNCHAL 2002
Incidência
• Duplica em cada década acima dos 50 anos
• Superior no sexo feminino (2-3:1)
• Predomínio nos caucasianos (2-3:1)
Incidência*
1985 (1) 2001 (2)
Estados Unidos 102
Suécia 87,2 201,4
Reino Unido 63 144
Holanda 51 95,2
Finlândia 50 148,6
África do Sul (Bantus) 5,3
Portugal 82,4
1 – International Osteoporosis Foundation 2001
2 – Cummings e col. 1985
* - por 100000 habitantes
Fracturas da extremidade
proximal do fémur
• Duplicaram nos últimos 30 anos
• Estimativa mundial: 1300000/ano
• 320000/ano nos Estados Unidos
Custos
• 12,6 biliões de dólares ano nos Estados Unidos (37000
dólares por fractura – AAOS)
• 15338 Euros por fractura (Van Balen e col. Holanda)
• 85 milhões de Euros em Portugal em despesas
hospitalares
• Aproximadamente 3500 Euros / fractura em custos HSS
Hospital São Sebastião
JANEIRO 1999 -ABRIL 2002
Tratadas cirurgicamente
387 fracturas da
extremidade proximal do
fémur
PROTOCOLO
N=256 processos
Idade média 80,3 Anos
F:M = 3,65
55
201
Masculino
Feminino
Internamento médio 6,4 dias
Intervalo SU-Cirurgia 36,6 horas
Tempo de anestesia 98 minutos
Repercussão Hospitalar
ASA
7
119 117
13
0
20
40
60
80
100
120
I II III IV
TIPO DE FRACTURA
149
86
21
0
20
40
60
80
100
120
140
160
TT CL ST
LESÕES ASSOCIADAS
N=7
3
2
1 1
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
Fr cl úmero Fr punho Fr troquiter TCE
TRATAMENTO
170
62
4 218
0
50
100
150
200
DHS HATP Parafusos PFN PTA
VALOR DA HEMOGLOBINA
12,8
10,2
0
2
4
6
8
10
12
14
Hgb Pré Op Hgb Pós Op
TRANSFUSÃO
279 Unidades de sangue (2U/doente)
122
137
110
115
120
125
130
135
140
Sem Trf Com Trf
Complicações
(41)
Doentes contactados
N=159
37
122
MASC
FEM
F:M=3,29
Doentes contactados
N=159
Follow-up > 1 ano
• 32 Doentes falecidos (20 %)
Femi 21
Masc 11
F:M=1,9
• 127 Doentes vivos
Capacidade de marcha
Capacidade de marcha
Pré Op Actual
• Sem auxílio 76 (59,8%) 32 (25,2%)
• Com canadianas 27 (21,3%) 39 (30,7%)
• Com andarilho 8 (6,3%) 13 (10,2%)
• Com ajuda humana 8 (6,3%) 12 (9,5%)
• Impossível 8 (6,3%) 31 (24,4%)
23 (15,2%) doentes perderam por completo capacidade de
marcha
Só 32 (20,12) doentes deambulam sem auxílio
Residência
72
5244
58
1117
58
87
0
20
40
60
80
100
Dom Dom dep Lar 3ª Pessoa
Pré Fr
Rev
Residência
Pré Op Actual
• Domicílio 72 (56.7%) 52 (40,9%)
• Domicílio dependente 44 (34,6%) 58 (45,7%)
• Lar 11 (8,7%) 17 (13,4%)
• Terceira pessoa 58 (45,7%) 87 (68,5%)
1 8 (11,3%) doentes mudaram de residência em consequência da
fractura
Actividades diárias
(Escala RAP)
Pré Op Actual % Agr.
• Mobilidade (0-15) 5,5 9 63,6%
• Cuidados pessoais (0-12) 4,6 7,25 57,8%
• Actividades domésticas (0-6) 3,7 4,73 27,8%
Maiores consequências na autonomia em relação à mobilidade
e aos cuidados pessoais
Actividades diárias
(Escala RAP)
5,5
9
15
4,6
7,3
12
3,74,73
6
0
5
10
15
Mobil C Pes A Dom
Pré Fr
Rev
Val máx
CAP RESIDUAL 40% 39% 21%
CONCLUSÕES
• As fracturas da extremidade proximal do
fémur tem enorme repercussão social
hospitalar e humana.
• No nosso hospital, esta patologia terá
consumido, em 3 anos, 2500 dias de
internamento, ocupando 650 horas de bloco e
gasto 367 unidades de sangue.
CONCLUSÕES
• As complicações não foram negligenciáveis, com cerca
de 20% dos doentes falecidos ao fim de 1 ano.
• Esta patologia condiciona grandes perturbações na
capacidade de marcha, autonomia dos doentes,
actividades domésticas, cuidados pessoais e
dependência de 3ª pessoa
CONCLUSÕES
• Na autonomia para as actividades diárias, a mobilidade
foi a mais afectada com pontuação a variar de 5,5 para
9, a que corresponde agravamento de 63,6% .
• Verificou-se que o grau de limitação para as
actividades diárias em relação ao normal é actualmente
de 60% para a mobilidade, 61% para os cuidados
pessoais e de 79% para as actividades domésticas.
CONCLUSÕES
• As despesas hospitalares destes doentes
representaram cerca de 420.000 euros por ano no
nosso hospital (200.000 habitantes).
• Às despesas hospitalares, devem ser acrescidos
todos os custos indirectos, o que transforma esta
patologia num enorme problema de saúde
pública.