Download - Clínica Veterinária n. 89
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Clínica Veterinária, Ano XV, n. 89, novembro/dezembro, 2010
Danieli B
rolo Martins
Estrutura anatômica do órgãodental de cães
Fábio Alessandro Pieri
Reconstrução mandibular feitacom a placa própria para tal fim(seta preta) e autoenxerto decrista ilíaca (seta azul)
Cristiano G
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Indexada no ISI Web of Knowledge - Zoological Record,Latindex e CAB Abstracts
Índice
Imagens comparativas da massa tu-moral na tomografia computadoriza-da e na necropsia (setas)
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Ultrassom abdominal de animal daespécie canina, raça yorkshire, oitoanos de idade, demonstrando pa-redes duodenais espessadas
Revista de educação continuada do clínico veterinário de pequenos animais
Neurologia - 36Doença cerebelar em cães e gatos
Cerebellar disease in dogs and catsEnfermedad cerebelar en perros y gatos
Odontologia - 42Doença periodontal em cães e prevenção
Periodontal disease in dogs and preventionPrevención de la enfermedad periodontal en perros
Oncologia - 54Glioma misto em um cão – relato de caso
Mixed glioma in a dog – case reportGlioma mixto en un perro – caso clínico
Oncologia - 60Diagnóstico de neoplasia epitelial maligna
em líquido pleural - relato de caso
Malignant epithelial neoplasia in pleural fluid - case reportDiagnóstico de tumor epitelial maligno en el líquido pleural - relato de caso
Oncologia - 64Detecção molecular do rearranjo Line-1/c-MYC em tumores venéreos transmissíveis caninos espontâneos
Molecular detection of Line-1/c-MYC in spontaneous canine transmissible venereal tumorsDetección molecular de reestructuración de Line-1/c-MYC en tumor venéreotransmisible espontáneo en perros
Clínica médica - 70Hipotireoidismo em cães – revisão
Hypothyroidism in dogs – a reviewHipotiroidismo en los perros – revisión
Clínica médica - 78Tratamento da doença inflamatória intestinal canina com budesonida: relato de caso
Treatment of canine inflammatory bowel disease with budesonide: a case reportEl tratamiento de la enfermedad inflamatoria intestinal canina con budesonida: reporte de un caso
Cirurgia - 84Reconstrução mandibular
em cães: revisão de literatura
Mandibular reconstruction in dogs: a literature reviewReconstrucción mandibular en perros: revisión de la literatura
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Sistema nervoso central de cão
Aglomerado de células epiteliaisneoplásicas evidenciando nucléo-los (seta preta) e multinucleação(seta vermelha) (1000x, Diff Quik)
Teste de detecção do rearranjoLine-1/MYC a partir de DNA decélulas de TVT
Rogério Martins Amorim - FMVZ/Unesp-Botucatu
Editorial - 8
Notícias - 10• Resgate de pinguins-de-magalhães no litoral do Estado do RJ 10
• Unidade Móvel de Esterilização e Educaçãoem Saúde (UMEES): ensinando medicinaveterinária e cidadania 14
• Merial apóia ação inédita no mercadobrasileiro e lança campanha de estímulo ao recolhimento de embalagens 22
• Conpavepa, Conpavet e Pet SouthAmerica: permanece o sucesso 24
Saúde pública - 30• A saúde global marca presença no XXII Panvet, em Lima, no Peru 30• VII Simpósio Internacional de Leishmaniose Visceral Canina 32
Internet - 92Crescem as ofertas de ensino à distância (EAD)
Seções Livros - 94• Neurologia em cães e gatos• Cachorros
falam
• A Odisséia de Homero
Pet food - 96Segurança alimentar e qualidade de alimentos para cães e gatosGestão, marketing & estratégia - 97A nova classe médiaMedicina veterinária legal - 98Óbito em clínica de pequenos animais.Anecropsia como ferramenta fundamentalLançamentos - 100• Novos alimentos para cães e gatos• Antiparasitário em gel• Novos petiscos funcionaisNegócios e oportunidades - 102
Serviços e especialidades - 103
Agenda - 111
4 Clínica Veterinária, Ano XV, n. 89, novembro/dezembro, 2010
Arquivo: A
ssociação Proidea
Estande da revistaClínicaVeterináriana Pet SouthAmerica
O tema leishmaniosevisceral caninalota o auditórioda Emater, emBelo Horizonte
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AAssociação Nacional de Clíni-cos Veterinários de PequenosAnimais – Regional Minas
Gerais, ANCLIVEPA-MG, realizou nosdias 25 e 26 de setembro de 2010 o VIISimpósio Internacional de Leishma-niose Visceral Canina. O tema propos-to para o simpósio foi “O QUE ELESDEVERIAM FAZER” e “O QUE NÓSPODEMOS FAZER”. Com essa moti-vação crítica os organizadores se propu-seram a discutir com coragem temascomo “Leishmaniose no Brasil e nomundo”, “Transmissão sexual e verticalda Leishmania infantum”, “Leishmanio-se visceral felina”, “Controle do vetorem comunidades”, “O canicídio adota-do como estratégia prioritária de contro-le”, “Aspectos jurídicos que envolvem adoença”, “Controle populacional eposse responsável como alternativa decontrole da doença”, entre outros. En-tretanto, as atenções foram centraliza-das no canicídio atualmente praticadoem nosso país. Os pesquisadores de-monstraram por meio de evidênciascientíficas que muito se tem a aprendersobre a leishmaniose visceral canina eque muito pode se feito. Ficou claro quealgumas medidas devem ser tomadasprioritariamente e precisam ser melhordiscutidas e divulgadas.
Em primeiro lugar está a educaçãoem saúde. Essa medida, básica em qual-quer programa de controle de doenças,exige que a política de saúde públicaseja integral. A leishmaniose visceralacomete principalmente a populaçãopobre, que necessita de melhor alimen-tação, educação e estrutura social. Énessas populações que a doença acome-te e mata o maior número de pessoas, eapesar de seus cães serem mortos emlarga escala – até sem diagnóstico queconfirme sua infecção –, os números
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não indicam redução da doença nessasáreas. O que será que acontece? Seráque a educação em saúde, voltada parao controle da leishmaniose visceral dei-xa a desejar? Será que a prática anti-éti-ca e sem resultados consistentes do ca-nicídio não é a máscara da falta de in-vestimento em educação e em estruturasocial da população carente?
Durante a conferência sobre a leishma-niose visceral humana, destacou-se quea questão da leishmaniose visceral não
VII Simpósio Internacional de Leishmaniose Visceral Canina“O que eles deveriam fazer” e “O que nós podemos fazer”
25 e 26 de setembro de 2010 - Belo Horizonte - MG
Saúde pública
Clínica Veterinária, Ano XV, n. 89, novembro/dezembro, 2010
Vitor Márcio RibeiroProfessor adjunto III - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Médico veterinário da Clínica Veterinária Santo Agostinho, Brasil
Membro da comissão científica da Associação de Clínicos Veterinários dePequenos Animais do Estado de Minas Gerais (Anclivepa-MG)
Conselheiro Suplente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estadode Minas Gerais - MG (CRMV-MG).
Carlos Henrique Nery Costa, profissional comdoutorado em saúde pública tropical (Harvard,1997) é Coordenador Executivo da Rede Nor-deste de Biotecnologia, Diretor do Instituto deDoenças Tropicais Natan Portella e Supervi-sor da residência médica em Infectologia daUFPI. Em seu currículo Lattes os termos maisfreqüentes na contextualização da produçãocientífica, tecnológica e artístico-cultural são:leishmaniose visceral, Calazar, Leishmaniachagasi, diagnóstico, Lutzomyia longipalpis,transmissão, AIDS, controle, doença de Cha-gas e epidemiologia. Para o especialista, asmedidas para controle da leishmaniose visce-ral continuarão não surtindo efeito, pois nãofocam ações e pesquisas para o controle dovetor, que deveria ser o principal alvo dasações e das pesquisas
Auditório da Emater repleto de participantes prove-nientes de diversas partes do país
pode ser encarada como algo restrito àsgrandes cidades. Parece haver desvio daapresentação do problema, quando oserviço público focaliza a discussão nosgrandes centros. Sabemos que nasregiões de maior carência social donosso país o canicídio é praticado livre-mente, mas os resultados obtidos são in-consistentes. Nos grandes centros, damesma forma, as ações de controle im-plementadas centralizam-se no canicí-dio. Os resultados de tal conduta têmsido contestados do ponto de vista técni-co e ético. Para isso cita-se Otranto et al.(2007): “A prática da eutanásia de cãesinfectados é uma abordagem inaceitá-vel para grande parte da sociedade, emvários países. Nessas sociedades, os es-forços são empreendidos para busca devacinas e proteção dos cães contra aspicadas de flebotomíneos”. Essa nãotem sido a trilha proposta pelos nossosservidores públicos.
Outro agravante discutido, foram asevidências de falhas dos métodos dediagnóstico da infecção em cães, que le-varam à morte milhares de animais. Pormenos sensíveis que sejam os técnicospúblicos, isso não pode continuar. Du-rante o simpósio foram apresentadosdados mostrando que o diagnóstico ca-nino está sujeito a reações cruzadas e re-sultados falso-positivos com os méto-dos atuais de diagnóstico. Esses dadossão do conhecimento do mundo científi-co e estão indicados até nos kits de mé-todos de diagnóstico utilizados na roti-na. Mesmo assim, tivemos, recentemen-te, em São Paulo, inexplicável reação do
setor público quanto a adotar critériosseguros para o diagnóstico da doençacanina, em projeto de lei (PL 510/2010)que regulamentava tal questão. Isso pa-rece novamente um problema de análiseética.
Onde estão os órgãos responsáveisquando muitos animais são mortos porexames ineficientes ou quando são mor-tos sem resultados que justifiquem tãotriste conduta?
Não seriam os órgãos de classe pro-fissionais responsáveis por zelar pelobem-estar da sociedade ? O paradigmade que acima de tudo está o homem dizque os animais podem ser mortos pornada, até com diagnósticos errados ouinconsistentes?
Por que a conduta pública tem se ra-dicalizado na prática da eliminação doscães? Por que tem se concentrado embuscar apoio somente na literatura favo-rável a tal condição e por que convidapara as discussões somente pesquisado-res que simpatizam com tal conduta?
Também, durante o simpósio foi ana-lisada a questão do vetor. Todas asações públicas que temos visto em nos-so país indicam que o controle do vetornão é priorizado. Por que não se con-centram esforços em tal medida? Re-cente revisão sistemática realizada porRomero & Boelaert (2010), apresentadadurante o simpósio, indicou que as in-tervenções de controle do vetor sãomais bem aceitas pela sociedade, pormotivos óbvios, e os modelos matemáti-cos confirmam e encorajam sua eficiên-cia. Esses autores chamam a atençãopara que seja adquirido melhor conhe-cimento da sazonalidade do vetor e doseu comportamento para otimização equalificação dessas intervenções. Porque isso não é adotado? Por que as medi-das contra o vetor não têm sido radical-mente efetuadas? O controle do vetor,aparentemente, vem sendo negligenciado,
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pois o serviço não instrui a populaçãode forma sistemática a respeito dasmedidas necessárias para evitar queocorra a transmissão entre os cães. Osnossos funcionários públicos, quandovisitam as casas para coleta de sanguede cães para diagnóstico, não informamas pessoas sobre a prevenção da trans-missão para seus animais. As pessoasnão são orientadas para o uso dos co-lares inseticidas, para o manejo ambien-tal que desfavoreça criadouros dos in-setos, para aplicação de inseticidas noscanis e para a vacinação dos cães. Porque isso não acontece? Será que os fun-cionários que visitam as casas não têmconhecimento ou treinamento adequa-dos para esse serviço? Será que a pre-venção não é prioridade dos articulado-res públicos da saúde? Por que insistemno diagnóstico duvidoso e na duvidosaeliminação canina? Lembramos enfa-ticamente que o controle do vetor éapontado por estudos reconhecidoscientificamente como a principal medi-da de controle da leishmaniose visceral.
Outras discussões apresentadas du-rante o simpósio foram as irrefutáveis
evidências científicas da existência deoutros reservatórios em meio urbano –gatos, gambás, roedores e o própriohomem. Essas evidências trazem a per-gunta: o serviço público partirá para aeliminação de todas as espécies animaisenvolvidas?
Evidências científicas da transmissãosexual e vertical da Leishmania infantumforam apresentadas, alertando os clí-nicos sobre a necessidade do controledos animais reprodutores.
A questão do tratamento dos cãestambém foi analisada e as publicaçõesque demonstram a neutralização ou re-dução da infecciosidade dos cães trata-dos foram apresentadas. Tem sido con-solidado o conceito de que os cães po-dem ser submetidos a tratamentos. Osanimais tratados vivem com qualidadee são protegidos contra o vetor com me-didas comprovadas pela literatura cien-tífica. Aliás, todos os cães, infectadosou não, em tratamento ou não, devemser constantemente protegidos da pica-da do vetor, por meio do uso de inseti-cidas em forma de colar ou tópicos emforma de spray, pour on ou banhos.
A questão jurídica foi analisada du-rante o simpósio e a ANCLIVEPA co-loca à disposição dos clínicos um asses-sor jurídico, para auxílio em casos pon-tuais. É do conhecimento dos clínicosque existem várias ações, em todo oBrasil, que defendem a vida de cães,por meio do tratamento de animaisinfectados.
Por tudo isso, a ANCLIVEPA reite-rou após o VII Simpósio Internacio-nal de Leishmaniose Visceral Caninasua discordância da política do canicí-dio e se coloca disponível para colabo-rar com práticas que visem o benefíciode toda a sociedade, buscando açõespautadas na literatura científica e nãoguiadas por conflitos de interesses oupor interesses pessoais.
Saúde pública
Clínica Veterinária, Ano XV, n. 89, novembro/dezembro, 2010
Durante o simpósio o dr. Fernando Lenderrecebeu homenagem da Anclivepa-MG pelasua constante dedicação em proteger a vida epromover a saúde. Acima, da esquerda para adireita, dr. Fernando Lender e dr. Vitor MárcioRibeiro (Anclivepa-MG)