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Page 1: Conselho quer tombar prédio e coleções do IAC

Conselho quer tombarprédio e coleções do IAC

PATRIMÔNIO ||| TRANSFERÊNCIAInaê MirandaDA AGÊNCIA ANHANGUERA

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O Conselho de Defesa do Patri-mônio Cultural de Campinas(Condepacc) aprovou a aber-tura do estudo de tombamen-to do conjunto de coleções doInstituto Agronômico de Cam-pinas (IAC), entre elas as cole-ções de plantas e de insetos —e de um dos prédios da insti-tuição, localizado na AvenidaBarão de Itapura. O pedido foifeito por pesquisadores e asso-ciações da sociedade civil deCampinas e aprovado em reu-nião realizada na última quin-ta-feira por unanimidade. Oestudo deve levar de três me-ses a um ano para ser concluí-do e, nesse período, os obje-tos não devem sofrer altera-ções. Segundo os pesquisado-res, a medida tem como objeti-vo proteger o patrimônio cien-tífico e cultural da cidade.

Em setembro, o IAC transfe-riu a coleção de insetos para aCapital e todo o acervo deplantas — do Herbário — te-ria o mesmo destino. Preocu-pados, os pesquisadores se or-ganizaram na tentativa demanter o patrimônio na cida-de. Entraram com o pedidode estudo de tombamento aAssociação dos PesquisadoresCientíficos do Estado de SãoPaulo (Apqc), a Associação deProteção da Diversidade dasEspécies, a organização Cam-pinas que Queremos e o coor-denador do programa BiotaFapesp, Carlos Joly. “A expec-tativa é preservar esse patri-mônio, que é científico, cultu-ral e histórico da cidade”, afir-mou Roseli Torres, primeirasecretária da Apqc.

Foram feitos dois pedidosde estudos separadamente.

Um deles diz respeito às cole-ções e acervos dos laborató-rios — de plantas, folhas, se-mentes e insetos — e o outrodiz respeito ao prédio onde,atualmente, funcionam as ati-vidades administrativas doIAC, construído na AvenidaBarão de Itapura na décadade 60. Além do prédio, foi fei-to o pedido de tombamentodo mobiliário. O secretário deCultura de Campinas, Ney Car-rasco, explica que será feito o

estudo detalhado da importân-cia histórica e cultural das co-leções, além da importânciahistórica e arquitetônica doprédio e do mobiliário. “O IACé um patrimônio campineirocom uma história importantís-sima. Por alguma razão, ospesquisadores entenderamque está se dispersando, daíveio o estudo”, disse.

A abertura do estudo detombamento deve ser publica-da no início da semana no

Diário Oficial de Campinas e adireção do IAC deve ser comu-nicada. A estimativa é de quea análise dos objetos de estu-do leve de três meses a umano para ser concluída. Segun-do Daisy Ribeiro, coordenado-ra do Condepacc, todo o acer-vo a partir de agora fica res-guardado por legislação. “Ago-ra não seria mais possível me-xer ou mudar de lugar até agente terminar o estudo”, ex-plicou. Questionada sobre o

acervo de insetos que já foitransferido para São Paulo noinício de setembro, Daisy afir-mou que os técnicos irão ava-liar se haverá necessidade detrazê-lo de volta porque fazparte de um conjunto de cole-ções. “Se for necessário va-mos pedir para ser trazido”,explicou.

Transferência

No início de setembro, o IACtransferiu o acervo entomoló-

gico (de insetos e pragas) commais de 8,5 mil amostras parao Instituto Biológico, em SãoPaulo e anunciou a transferên-cia do acervo de plantas commais de 56 mil amostras e 11mil espécies catalogadas parao Instituto de Botânica, tam-bém em São Paulo.

A direção do IAC confir-mou ainda que as atividadesdo Centro de Engenharia e Au-tomação (CEA), que ficam emJundiaí, serão transferidas pa-ra Campinas. A justificativa éa reprogramação e alinhamen-to da pesquisa e redução decustos com a desocupação doprédio, que será devolvido àSecretaria da Fazenda do Esta-do.

Roseli destacou que o pedi-do de tombamento tem comoobjetivo proteger o patrimô-nio para que não se perca etambém para que o Estado in-vista no Instituto. “Estamossem meios de proteger essepatrimônio. Falta gente, faltarecurso, falta pessoal técnicode apoio. Essa foi uma formade chamar atenção para o queestá acontecendo na institui-ção. São coleções importantís-simas de trabalho para melho-ramento genético e tem queter recurso para a gente cui-dar”, completou.

Questionado ontem, o IACinformou que ainda não foi co-municado a respeito do pro-cesso de estudo para o tomba-mento das coleções de plan-tas e de insetos e também doprédio administrativo da Ba-rão de Itapura e que não há,por enquanto, posicionamen-to institucional a respeito.

Prédio do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), construído na década de 60 na Avenida Barão de Itapura, onde estão as atividades administrativas

8,5Amostras do acervoentomológico foram transferidaspara o Instituto Biológico

Pedido foi feito por pesquisadores e associações ao CondepaccElcio Alves/AAN

Estudo vai levar detrês meses a um anopara ser concluído

MIL

CORREIO POPULAR A5CIDADESCampinas, sábado, 24 de outubro de 2015

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