CORPOS ESTRANHOS EM OTORRINOLARINGOLOGIA
Dr. Machava
SUMARIO• CORPO ESTRANHO NARIZ
• CORPO ESTRANHO OUVIDO
• CORPO ESTRANHO OROFARINGE
• CORPO ESTRANHO LARINGE
• CORPO ESTRANHO BRONQUIAL
• CORPO ESTRANHO ESOFAGICA
CORPOS ESTRANHOS EM OTORRINOLARINGOLOGIAÉ a introdução voluntária ou involuntária de qualquer elemento animado ou inanimado dentro de nariz, ouvido, orofaringe, laringe, bronquio e esófago.
CLASSIFICAÇÃO:
1. Animados – seres vivos
• Baratas
• Moscas e Mosquitos
• Borboletas e Mariposas
• Abelhas
2. Inanimados – objetos orgânicos e não-orgânicos.
• Grão de feijão
• Espinha ou lâmina de peixe
• Pequenos artefatos plásticos
• Fragmentos de algodão
• Fragmentos de espuma
CORPO ESTRANHO NARIZ
• É a introdução voluntária ou involuntária de qualquer elemento animado ou inanimado dentro de nariz.
ETIOLOGIA
• Mais frequente em crianças.
• Os objectos mais comuns:
1. Pedaços de espuma e papel,
2. Artefatos plásticos e
3. Grãos de feijão etc....
QUADRO CLÍNICO
• Quadro clínco caracterizado por rinorréia unilateral mucopurulenta e fétida.
• Pode ocorrer também obstrução nasal e epistaxe.
DIAGNOSTICO
• Rinoscopia anterior ou endoscopia nasal.
TRATAMENTO• Remoção através de sonda de Itard, ganchos rombos ou pinças:
• Consistência dura: uso de sonda ou ganhos
• Consistência mole: preensão direta por pinças.
COMPLICAÇÕES DE CORPO ESTRANHO NASAL
•Sinusite
•Broncoaspiração
•Evolução para Rinólito no futuro.
CORPO ESTRANHO OUVIDO
• É a introdução voluntária ou involuntária de qualquer elemento animado ou inanimado dentro de ouvido.
CLASSIFICAÇÃO:1. Animados – seres vivos • Baratas • Moscas e Mosquitos • Borboletas e Mariposas • Abelhas • 2. Inanimados – objetos orgânicos e não-orgânicos.• Grão de feijão• Pequenos artefatos plásticos • Fragmentos de algodão
QUADRO CLINICO DE CORPO ESTRANHO NO OUVIDO ANIMADO• Quadro clínico é caracterizado por otalgia intensa de início súbito, por
vezes, desesperadora, ocorrendo frequentemente durante o sono.
• Cursa com barulho intenso.
• No caso de depósito de ovos por moscas varejeras pode-se evoluir para miíase, principalmente, pacientes com otorréia prévia.
QUADRO CLINICO DE CORPO ESTRANHO NO OUVIDO INANIMADO
• Quadro clínico sem grandes sintomas.
• Algumas vezes relatados pela própria criança, mas na maioria das vezes, descoberto em exames de rotina.
• No adulto, o diagnóstico é informado pelo próprio paciente.
• Otalgia, otorréia, hipoacusia e prurido otológico são sinais indiretos da presença de CE.
DIAGNOSTICO
• APP
• HC
• Otoscopia
TRATAMENTO DE CORPO ESTRANHO ANIMADO DE OUVIDO
• Deve-se imobilizar o agente com o uso de álcool ou substâncias oleosas, para sua remoção posterior.
• No caso de míiase, remoção das larvas sob otomicroscopia de forma compulsiva, curativo local e uso de Medicação Sistêmica (Ivermectina).
TRATAMENTO DE CORPO ESTRANHO DE OUVIDO
• A retirada de corpo estranho de orelha exige experiência e material adequado.
• Muitas vezes, já houveram tentativas de outros médicos, gerando deslocamento para próximo a membrana timpânica, lacerações da pele do canal e traumatismo psicológico da criança.
TRATAMENTO DE CORPO ESTRANHO DE OUVIDO
• Uso de Irrigação do Conduto Auditivo Externo:
• Método de escolha para quase todos corpos estranhos (como contas de colar, pqs artefatos de plástico sem arestas, areia, pedaços de borracha e pqs sementes…)
• Contra-indicado: em caso de perfuração timpânica e grãos e sementes vegetais (corpos estranhos hidrófilos).
TRATAMENTO DE CORPO ESTRANHO DE OUVIDO
• Uso de ganchos rombos e pinças é indicado para sementes e suspeita de perfuração timpânica.
• Em 5 a 10% há necessidade de remoção sob anestesia geral.
COMPLICAÇÕES DE CORPO ESTRANHO NO OUVIDO
•Sangramento e lacerações de Conduto Auditivo Externo
•Perfuração Timpânica
•Otite externa e otomicoses
CORPO ESTRANHO OROFARINGE
• É a introdução voluntária ou involuntária de qualquer elemento inanimado dentro da orofaringe
ETIOLOGIA
• Espinhas de peixe ou
• Ossos delgados de galinha.
LOCAIS MAIS COMUNS:
• Parede posterior da faringe,
• Tonsilas palatinas,
• Base da língua,
• Hipofaringe e valécula.
QUADRO CLINICO DE CORPO ESTRANHO NA OROFARINGE
• Dor,
• Disfagia e
• Sialorréia.
DIAGNOSTICO
Fácil com visão direta do corpo estranho na orofaringoscopia.
TRATAMENTO DE CORPO ESTRANHO NA OROFARINGE
• Remoção é simples com retirada por pinças apropriadas com ou sem anestesia tópica.
COMPLICAÇÕES
• Abscessos retrofaríngeos
• Broncoaspiração
• Progressão para o esôfago.
CORPO ESTRANHO LARINGE
• É a introdução voluntária ou involuntária de qualquer elemento animado ou inanimado dentro da laringe.
ETIOLOGIA
• Pregos
• Alfinetes
• Palitos de fosforos
• Palitos dentais
• Entre outras...
QUADRO CLINICO
• O acidente agudo de aspiração está presente na história.• Aparição imediata de disfonia e obstrução respiratória alta como:1. Dispnéia inspiratoria2. Estridor.3. Tiragem supraesternal, infraesternal, supraclavicular, infraclavicular e
intercostal4. Hiperestenção cefalica.• Muitas vezes, necessário traqueostomia de urgência, antes do diagnóstico.
DIAGNOSTICOSão vistos através de exame laríngeo com auxílio de espelho de Garcia ou nasolaringoscópico.
TRATAMENTO
• Retira-se por laringoscopia direta sob anestesia geral em crianças.
• Adultos pode-se tentar remoção sob anestesia tópica e sedação.
CORPO ESTRANHO BRONQUIAL
• É a introdução voluntária ou involuntária de qualquer elemento animado ou inanimado dentro de vias aéreas traqueo-bronquial.
ETIOLOGIA• Vegetais• Metais• Plasticos• Animais• Outros
LOCALIZAÇÃO• Traquea• Bronquio Direito• Bronquio Esquerdo
QUADRO CLINICO
• Sinais e sintomas•História de engasgo/aspiração•Sibilância•Estridor•Tosse•Diminuição do murmúrio vesicular•Roncos/ rouquidão•Desconforto respiratório•Cianose•Febre•Parada respiratória
DIAGNOSTICO
• História clínica e exame físico;
• Depende do objeto aspirado, do local de impactação e da idade da criança;
• Alguns pacientes podem permanecer assintomáticos, levando a atraso no diagnóstico, pneumonias, enfisemas e bronquiectasias;
• Em crianças conscientes, é facilmente reconhecido por angústia respiratória súbita, incapacidade de falar ou tossir;
COMPLICAÇÕES
• ENFISEMA
• BRONQUIECTASIA
• NEUMOTORAX
• ABSCESSOS
• GRANULAÇÕES
TRATAMENTO
• Suporte ventilatório;
• Prevenção de obstrução total das vias aéreas;
• Avaliação cardiopulmonar rápida;
• Se existe passagem de ar, não se deve desobstruir vias aéreas- referenciar o paciente a um centro especializado;
• Se existe obstrução e paciente está consciente, o médico deve acalmar criança e os pais e avisar das manobras ;
TRATAMENTO
• Manobras – paciente consciente:
• < 1 ano: cinco golpes nas costas e 5 compressões torácicas;
• > ou igual a 1 ano: compressões abdominais.
• Criança inconsciente- manobras de RCP;
• Retirar objeto da boca, apenas sob visualização direta;
• Nesse caso, golpes ou compressão não são realizados;
• Decidir o momento adequado de estabelecer via aérea definitiva
TRATAMENTO
ASPIRAÇÃO Manobras – paciente consciente:
TRATAMENTO
ASPIRAÇÃO Manobras – paciente consciente:
ASPIRAÇÃO Manobras – paciente consciente:
TRATAMENTO
PREVENÇÃO
Educação sanitaria da população:
• Resaltar a importancia dos cuidados das crianças.
• Cuidados na preparação dos alimentos.
• Insistir na ingestão da comida bem mastigada, sentada, não correndosobre tudo nas crianças.
CORPO ESTRANHO ESOFAGICA• É a introdução voluntária ou involuntária de qualquer elemento animado ou inanimado dentro de
esofago.
ETIOLOGIA
• Moedas
• Espinha de peixe,
• Ossos de galinha
• Bolo de carne.
• Ossos de Carne
• Proteses dentais
• Tapa de Cerveja
• Otros
LOCALIZAÇÃO
• Esfinter superior(Cricofaringe)
• Estenoses Aortica (Media)
• Estenoses inferior (Cardias)
QUADRO CLINICO
• Em 81% ocorre no esôfago cervical e somente 19% no esôfago torácico.
• Causam dor localizada,
• Disfagia,
• Odinofagia e
• Sialorréia.
• Em crianças pequenas, pode haver recusa alimentar.
DIAGNOSTICO
• História clínica e
• O exame radiográfico.
TRATAMENTO
Pode ser de três formas:
• Remoção com sondas de Foley – reservado exclusivamente para CE rombos (moeda) com até 72 horas de ingestão.
• Esofagoscopia Digestiva – pode ser realizado com anestesia tópica ou geral, remoção de todo tipo de corpo estranho. É obrigatória a realização de esofagografia contrastada após o procedimento para verificar se houve perfuração.
• Endoscopia Digestiva Alta – apresenta maior conforto, menor complicação, mas é incapaz de remover corpos estranhos mais complexos.
PREVENÇÃO
Educação sanitaria da população:
• Resaltar a importancia dos cuidados das crianças.
• Cuidados na preparação dos alimentos.
• Insistir na ingestão da comida bem mastigada, sentada, não correndosobre tudo nas crianças.
COMPLICAÇÕES
• Abscessos de mucosa esofágica
• Estenose esofágica
• Perfurações esofágicas
“Um corpo estranho em Otorrinolaringologia não é perigoso por si mesmo, o que o torna perigoso é a intervenção do médico não-treinado.”