O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA EDUCACIONAL
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
ARACELI ULRICH
CADERNO PEDAGÓGICO
O ROSTO EM SUA TRAJETÓRIA
ESTÉTICA E HISTÓRICA
Curitiba
2010
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA EDUCACIONAL
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
FACULDADE DE ARTES DO PARANÁ - FAP
DEPARTAMENTO DE ARTES
ARACELI ULRICH
CADERNO PEDAGÓGICOO ROSTO EM SUA TRAJETÓRIA
ESTÉTICA E HISTÓRICA
Curitiba
2010
Produção Didático-Pedagógicaapresentada à Secretaria de Estadoda Educação ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, na área de ArteOrientador da IES: Prof. Dr. Artur Freitas
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
O projeto “O rosto em sua trajetória estética e histórica” foi desenvolvido, com
percepção de nossos alunos, no seu reconhecimento social e aceitação de si mesmo
e do outro, na aparência e identidade do seu rosto.
Percebendo a importância de se reconhecer e reconhecer o outro, como início
da aceitação e compreensão das diferenças étnicas e estéticas de cada indivíduo na
sua identidade humana; foi proposta a elaboração de Material Didático na forma de
Caderno Pedagógico, sendo material de estudo, pesquisa e atividades artísticas
realizadas pelos alunos do 1º Ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual João
Mazzarotto e dos alunos do Ensino Médio do EJA – Ensino de Jovens e Adultos, do
Colégio Estadual José Busnardo.
O Caderno Pedagógico integra quatro processos artísticos de representar
retratos: desenho, pintura, fotografia e gravura, abrangendo estudos, pesquisas,
experimentação artística e crítica em cada etapa de conhecimento.
O contato direto, é a praticidade do material escolhido, pois assegura melhor
entendimento sobre os assuntos e desperta o gosto por novas pesquisas e
experimentações, compreendendo conhecimentos culturais, sociais, artísticos,
estéticos, históricos e científicos.
Desenho, pintura, fotografia e gravura de retratos, permitem a compreensão de
que se inicia um trabalho artístico a partir de uma idéia, que se concretiza a partir dos
primeiros desenhos, que fundamentando a etapa final, o desenho com acabamento e
retoques; sendo assim possível pintar e gravar retratos; com técnicas que permitem
criação e transformação dos estudos em obra artística.
A fotografia é material de novas propostas, na confecção de fotolito, o
estudante compreende as inúmeras possibilidades do trabalho artístico, onde uma
técnica se adapta a outra.
A aplicação do projeto é voltada para uma melhor compreensão do ser humano
como identidade, entre identidades que se constroem e buscam um conhecimento
sobre si mesmo e sobre o outro, na sensibilidade do retratista que sabe tecer a
história, mostrando pessoas que viveram e vivem no seu tempo, e que são presenças
únicas no universo de nosso conhecimento estético e histórico, de rostos que foram
representados em todas culturas e em todos os tempos.
AULA INICIAL
O ROSTO E SUA IMAGEM
Domenico GhirlandaioVelho e Menino, 1488 TêmperaParis Museu Nacional do Louvre
O retrato Velho e Menino, pintado em l488, por Domenico Ghirlandaio ocupa
uma posição especial entre os retratos da Escola Florentina, no começo da
Renascimento.
Até então não se dava atenção em representar detalhes disformes em rostos;
esse cuidado em representar a feiúra e desfiguração aparece nos rostos dos pastores
na obra de Hugo van der Góes (1476-1478) em Adoração dos Pastores e em estudos
fisionômicos de Leonardo da Vinci.
A representação realista do velho com pólipo no nariz é uma obra única do
Renascimento, onde é demonstrada de forma amorosa no olhar do velho ao olhar
sério e confiante do menino.
(Tradução própria- Masterpieces of Western Art – 2007 Taschen – New York)
Pela leitura do texto acima você observa como Ghirlandaio trata com respeito o
velho retratando-o na sua obra.
Agora responda, se você já observou, como são tratadas as pessoas que
possuem deformidade no rosto:
( ) Nunca observei
( ) Já observei e percebi que
_______________________________________________________________
A obra Velho e Menino é do período do Renascimento, agora leia o que diz
Juan David Nascio (2008 p.196).
Primeiro há o olhar dos outros, olhar que me reconhece ou me rejeita, mas
que, de toda forma, influencia a imagem que tenho de mim mesmo.
1) Existe o que eu vejo em mim e revelo, existe o que eu conheço em mim e não
revelo, existe o que o outro enxerga em mim e eu sei e existe o que só ele vê em
mim e eu ignoro.
Como você percebe o olhar dos outros interfere na construção da imagem que eu
tenho de mim mesmo. Você acha que é possível educar o meu olhar e
compreender que é possível transmitir olhares de aceitação e sinceridade para que
o outro se sinta confortável comigo e na minha presença?
( ) Não
( ) Sim porque ______________________________________________
____________________________________________________
________
2) Você acha que uma anomalia ou defeito físico é capaz de interferir na vida de
uma pessoa?
( ) parcialmente porque
_____________________________________________________________
( ) sim porque
( ) não porque
_____________________________________________________________
Responda com seu parecer pessoal as questões solicitadas. Lógico você pode e
deve conversar com a professora e/ou seu colega sobre o assunto, mas escreva
somente o que você julga verdadeiro.
ELEMENTOS DO ROSTO: OLHOS, NARIZ, BOCA E ORELHAS
Desenhar um rosto é registrar a vida, é ser paciente, persistente e
compreender que o desenho natural do rosto do outro ou de si mesmo requer
observação de detalhes, leitura e estudo estético.
Todos querem ser bem representados em retratos desenhados, e aí entra a
habilidade do retratista que apresenta formas e contornos num traçado preciso,
volumes bem definidos, em obras que nos surpreendem e avivam nossa percepção.
Você conseguirá desenhar um rosto na medida de sua observação e treino,
sendo indispensável seguir todas as etapas das atividades propostas:
ATIVIDADES
Material:
Papel canson A3, lápis nº 2 e 6B (macio e apropriado para sombreamento)
Borracha macia e cotonetes.
- Reparta a folha de papel canson em quatro partes iguais e numere cada parte,
1,2,3,4
- Desenhe os modelos 1 olhos , 2 nariz, 3 boca e 4 orelhas assim.
- Trace levemente os contornos das partes do rosto, apague e refaça o que for
necessário.
-Sombreie as áreas mais escuras e vá esfumaçando com cotonete para sombrear
áreas
Mais claras.
Agora que você já fez seus estudos dos elementos do rosto, desenhe nariz e
boca de seu colega, no cartão que recebeu da professora.
QUESTIONÁRIO
Suas respostas são importantes, delas depende o levantamento de
dados que contribuem na pesquisa da proposta “Rosto em sua trajetória estética e
histórica”, elaborada pela professora PDE Araceli Ulrich dentro do Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE, sob orientação do Dr. Artur Freitas da
Faculdade de Artes do Paraná – FAP.
Nome:________________________________________________________________
Série/turma:____________________ Idade:__________________________________
Antes de responder leia a pergunta com bastante atenção:
1) Você já desenhou rostos de pessoas em outras ocasiões, agora informe como
você desenhou:
A) ( ) Na escola quando a professora solicitava.
B) ( ) Faço estudos e pesquisas em revistas e livros de desenhos.
C) ( ) Já fiz curso de desenho
D) ( ) Tenho meu estilo próprio para desenhar retratos
2) No estudo de desenho dos elementos do rosto qual você desenhou com mais
facilidade?
A) ( ) olhos
B) ( ) nariz
C) ( ) boca
D) ( ) orelhas
3) Em qual elemento você encontrou mais dificuldade?
A) ( ) olhos
B) ( ) nariz
C) ( ) boca
D) ( ) orelhas
4) Quando você olha o rosto de alguém de frente, você consegue desenhar
alguns traços:
Com facilidade ( ) Parcialmente ( ) Com muita dificuldade ( )
ROSTO DE FRENTE
É da natureza humana e suas relações a busca da imagem do rosto, quando
você fala frente a frente com alguém, percebe se a pessoa está te ouvindo ou não;
essa percepção se manifesta no olhar e nas expressões faciais, por isso é comum se
ouvir:
- Ei! Olhe para mim, estou falando com você.
Você já percebeu que pode haver acolhimento e encorajamento quando
alguém diz:
- Olhe para mim!
Também há agressividade quando alguém quer impor seu olhar e grita:
- Olhe nos meus olhos!!!
Desenhar e pintar um rosto numa representação natural requer preparos e
reparos; é obra lenta onde o criador prepara e apronta sua criatura com vida, olhos
abertos, olhar direcionado, boca, nariz e sombrancelhas que revelam pensamentos e
sentimentos.
O rosto desenhado no ângulo frontal se mostra na totalidade, é mais
perceptível e parece que nos observa quando o olhar é de frente.
Reconhecemos facilmente uma pessoa ao vê-la de frente, nosso retrato é a
imagem de nossa identidade e nossos documentos são segurança de nosso registro
oficial de cidadãos.
No retrato falado, como busca de pessoas desaparecidas ou foragidas, é
importante observar características únicas, além dos traços faciais, como uma cicatriz,
piercing, tatuagem ou arcada dentária favorecem o reconhecimento de pessoas.
Leia o que diz Sidney Barbosa, principal perito da arte forense da Plícia de São
Paulo, no texto de João Vito Cinquepalmi – revista Superinteressante , março 2010
edição 276 :
- Os peritos em arte forense precisam dominar programas de manipulação de
imagem. E estudar anatomia e antropologia para conseguir um retrato fiel. Não temos
mais desenhos de artistas, cheios de expressões pessoais. O retrato falado deixou de
ser uma obra de arte.
- Quando fazemos um retrato usamos um arquivo com 10 mil caracteres – ou
seja, 10 mil imagens diferentes de nariz, boca, olhos, orelhas... São fotos coletadas de
volutários ou presos. Com base na descrição feita por testemunhas, misturamos essas
partes para criar o rosto da pessoa procurada. E aí é fundamental levar em
consideração as origens étnicas da pessoa e da sociedade brasileira.
- Quando procuramos alguém desaparecido há anos precisamos projetar o
rosto dessa pessoa no tempo. Ou seja envelhecê-la. Se não soubermos nada de
anatomia, como poderemos imaginar o desenvolvimento do crânio de uma criança por
exemplo? No Brasil, temos outra peculiaridade : o uso de drogas. Aqui crianças
somem por causa do crack, que retira todo líquido da área do corpo onde é usada.
Gera problemas na gengiva, resseca a pele em torno da boca. Tudo isso tem de
aparecer no retrato.
Leia também de : http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias//lenoticias.php?id=
85710
- Não adianta ter computadores de última geração e não ter um lado
humanitário. O computador é muito frio, não consegue fazer nada sozinho.
- É importante a parte solidária da profissão.
ATIVIDADE
Material: lápis 6B, borracha macia e papel canson
No rosto frontal você consegue perceber a simetria vertical da face: direita e esquerda.
Nesta atividade você vai completar o rosto desenhando os elementos que faltam para
que o rosto fique completo.
ROSTO DE PERFIL
A representação de rosto nos desenhos, pinturas e baixos relevos da arte
egípcia antiga é de acordo com a Lei da Frontalidade, sendo a cabeça representada
de perfil, com os olhos de frente. O ombro aparece de frente, os braços, pernas e pés
de perfil.
O rosto de perfil denota um distanciamento, somos os espectadores desse
rosto, na arte egípcia ele revela a seriedade e imponência do ser humano, o sentido
hierárquico de poder só é percebido pelo tamanho maior ou menor das pessoas, na
sua importância social.
A variação do traçado (linhas finas ou carregadas) interfere no desenho, é
preciso manter a expressão, observando cada elemento do rosto (testa, olho, nariz,
boca, queixo e orelha) na linha de contorno do perfil.
Queixo, nariz e orelhas sempre estão crescendo, revelando a idade das
pessoas, portanto desenhar crianças e pessoas de idade requer observação quanto as
proporções.
Observamos que um rosto de frente sempre ocupa o espaço central do retrato.
O rosto de perfil a ser representado, muda a posição, conforme estudos do retratista
que lhe confere destaque, trabalhando com outros elementos (fundo, cor, textura,
indumentária e acessórios), dando devida importância aos cabelos que agora
aparecem emoldurando a lateral do rosto, compondo assim o retrato.
ROSTO: NEM DE FRENTE, NEM DE PERFIL
Observe os retratos de Maria Portinari pinturas do ´seculo XV.
Hans Memling, Retrato de Maria Portinari, 1472, Têmpera, 44,5 x 34 cm.Metropolitan Museum of Art, Nova York
Hugo van der Góes, “Maria Portinari”, detalhe do retábuloPortinari (adoração dos pastores), 1475, Uffizi, Florença
Leia o que diz Susan Woodford, a respeito dos dois retratos da mesma pessoa:
Ambos foram feitos por artistas altamente competentes, e registraram grosso modo as
mesmas feições, mas os dois são de caráter tão diferente que se torna difícil definir a
aparência real de Maria Portinari.
O retrato mais antigo foi pintado por Memling em 1472, e o mais recente, por
Hugo Van der Góes por volta de 1475. O retrato de Van der Góes faz parte de um
retábulo cujo centro mostrava o Menino Jesus adorado por pastores. Os doadores,
responsáveis pela encomenda da pintura, apareciam nos painéis laterais: Tommaso
Portinari e seus filhoa à esquerda, sua esposa e uma filha à direita. Essas
personalidades da época desejavam ser lembradas mediante sua representação,
diminuta mas devota, nas homenagens à Sagrada família, como se delas tivessem
participado. As grandes figuras de seus santos padroeiros, atrás dos Portinari,
intervêm como se fossem seus padrinhos.
Mas examinemos mais de perto Maria Portinari, tal como foi retratada por Hugo
Van der Góes. Tudo in dica que ele não poupou nos cuidadosas detalhes, uma
quantidade de minúsculas pinceladas que se combinam para delinear as faces
encovadas, o longo nariz e a expressão intensa.
Em contraste, no retrato de Memling, ela parece superficial, quase frívola,
faltando-lhe inteiramente a profundidade de sentimentos e a intensidade reveladas no
retrato de Van der Góes. Suas feições são nitidamente mais bonitas, sem a
angulosidade e o caráter do retrato de Hugo. Memling realizou um trabalho tão
esmerado quanto Hugo. Ficamos na dúvida sobre se Memling incensou seu modelo
ou se Van der Góes transmitiu algo de sua própria profundidade ao caráter mais
superficial de Maria Portinari. Qual dos dois retratos nos mostra como ela realmente
era?
ATIVIDADE
Material: imagens de rostos de revistas, lápis papel sulfite.
Pesquise e recorte rostos de perfil em revistas, recorte-os e copie os contornos, depois
tente desenhar livremente o rosto de perfil de seus colegas.
AUTORRETRATO
Desenhar seu próprio rosto é olhar para o que você é, e só você consegue
desenhar da sua maneira, percebendo cada detalhe você vai imprimindo o seu eu na
sua obra, que será única e autêntica. Cada pessoa tem o seu traçado pessoal de se
representar, ele imprime na sua expressão facial o seu estado emocional.
Entre 1304 e 1306, final da Idade Média, Giotto di Bondone pinta seu
autorretrato na sua obra Juízo Final, junto com os eleitos ao Paraíso, a partir daí
muitos artistas do Renascimento pintam seus autorretratos, muitas vezes dentro de
obras de arte encomendadas pela nobreza ou pelo clero.
Hoje nossos retratistas inovam e utilizam diversos materiais em suas obras, é a
técnica mista que também em pintura consiste na mistura de tintas com bases
diferentes, por exemplo, tinta a óleo com tinta acrílica; o emprego dessa técnica exige
o conhecimento das tintas, áreas a serem pintadas e durabilidade.
O autorretrato de Keila Alaver em técnica mista de materiais, onde ela se
representa como boneca com corpo feito em couro branco.
Keila Alaver, Autorretrato, fotografia digitalizada e caixa de luz, 56,5 x 72,2 cmMuseu de Arte contemporânea da Universidadede São Paulo
No autorretrato o artista também pinta a aceitação que tem de si mesmo,
segundo Kátia Canton (2004, p.29)
Guignard tinha lábio leporino e o queixo bem pronunciado. E ele não
esconde suas características neste autorretrato, pintado com tinta a óleo, com um
discreto sorriso.
Alberto da Veiga Guignard, Autorretrato, 1931,óleo 62,2 x 50,6 cm, Museu de Arte Contemporâneada Universidade de São Paulo.
Hoje em dia é possível fazer cirurgia gratuita de reparação onde crianças com
lábio leporino ou fendapalatina, são encaminhadas a clínicas especializadas.A
finalidade das cirurgias são corretivas ou de reconstrução.
Você há de concordar que pessoas com anomalias devem procurar recursos
da medicina, mas com certeza você já observou que tem pessoas com rosto bem
proporcionado e mesmo assim sofrem e perdem socialmente por se acharem pouco
atraentes e não gostarem de sua aparência, pois buscam o “rosto perfeito”.
Na mitologia grega Narciso se apaixonou pela própria imagem refletida nas
águas do rio, hoje o termo narcisismo se refere ao amor exagerado que a pessoa tem
por si mesma. Michelangelo Caravaggio (1571-1610) artista do barroco italiano e
“mestre das luzes e sombras” em 1597 pinta Narciso onde o reflexo da luz é dirigido
para despertar atenção do observador, na qual Narciso demonstra olhar e atitude de
quem se aprisiona em si mesmo.
Nelson Rodrigues (1912-1980) dramaturgo e jornalista afirmou que “o
brasileiro é um Narciso às avessas, pois cospe na própria imagem...
Leia o texto e escreva suas reflexões:
1) Você percebe que o olhar do outro interfere na imagem que cada pessoa tem
de si mesmo. É possível deixar uma pessoa se sentir confortável a olhares
alheios ? Como ela deve agir para se sentir segura na sua imagem?
2) Na sua opinião a mídia elege quem como “rosto perfeito” ? (Associe as
imagens que você vê na televisão, jornais, revistas , internet)
Rosto feminino Rosto masculino
____________________________ _______________________
____________________________ _______________________
3) Essas pessoas sempre fazem publicidade, você acha que basta o rosto
perfeito para uma publicidade de qualidade ?
4) Nelson Rodrigues afirma que “o brasileiro e um Narciso às avessas, pois cospe
na própria imagem”, você acha válido para o(a) brasileiro(a) nos dias de hoje?
5) Reparta a folha A4 em duas partes nº 1 e 2
Nº 1 – Desenhe seu autorretrato, use o auxílio do espelho
Nº 2 – Desenhe o seu rosto pela foto que você mais gosta , use a imagem
fotográfica.
RETRATO EM GRUPO
Quando o retrato é individual a pessoa tem uma postura mais subjetiva, ela fica
exposta apenas na observação do retratista e revela sua maneira introspectiva de ser.
No retrato em grupo a postura muda, ela sente interferência e interfere na
composição dos elementos do grupo. O texto abaixo é de Susan Woodford, veja o que
ela diz:
Os retratos não precisam necessariamente ser de indivíduos; também podem
ser de grupos. Por exemplo, durante os séculos XVI e XVII, pessoas que, de uma
forma ou outra, atuavam juntas – por exemplo, como curadores de instituições de
caridade, vereadores ou até membros da corporação dos cirurgiões – encomendavam
retratos em grupo. Os mais antigos retratos de grupo representam companhias da
Guarda Cívica, pintado por Cornelis Anthonisz, em 1533, é exemplo típico. Cada
membro da Guarda Cívica deu sua contribuição para o pagamento do artista e
esperava, em troca ser retratado de modo claro e fiel. O cuidadoso delineamento de
cada indivíduo e o tratamento uniforme de todos os membros do grupo condizem
perfeitamente com os termos do contrato, mas o resultado não foi um quadro dos mais
excitantes. A solene formação de rostos individuais torna-os um tanto anônimos
justamente por serem eles numerosos.
Os retratos em grupo continuaram sendo pintados na Holanda ao longo do
século XVII, mas, por essa época, os artistas interessavam-se cada vez mais em
produzir quadros que fossem intrinsecamente interessantes, embora sem deixar de
agradar a seus clientes. Assim, quando Frans Hals retratou o Banquete dos oficiais de
São Jorge, em 1616, tentou criar uma pintura que fosse mais vívida e interessante ao
olhar. Em vez de colocar todas as figuras estaticamente ao redor da mesa, uniu-as em
resposta a um evento central: a apresentação da bandeira. (Os grupos de oficiais
holandeses, que preferiram fazer-se retratar tão festivamente reunidos para um jantar,
tinham em outras ocasiões, sérias funções militares a desempenhar.) A própria
bandeira acrescenta uma mancha de cor e um vigoroso acento diagonal à já tão
animada composição. Embora tenha logrado produzir uma obra de arte muito mais
interessante que a de Anthonisz, Hals também preencheu conscienciosamente os
requisitos da encomenda que lhe foi confiada, e retratou cada membro da companhia
com grande fidelidade. Ninguém é especialmente adulado nem recebe particular
destaque, mas cada um é retratado como um indivíduo dotado de características
únicas. Isso é o que usualmente esperamos de um retrato – que mostre uma pessoa
tal como ela é.
Cornelis Anthonisz, Banquete da Guarda Civil,1533, 130 x 206 cm, Museu Histórico de Amsterdam.
Franz Hals, Banquete dos oficiais de São Jorge,Frans Halsmuseum, Haarlem.
ATIVIDADES
Materiais: lápis 6B, papel sulforisê e papel canson
As atividades propostas requerem sua reflexão, opinião e sua criação nos desenhos:
1) Observe atentamente a obra “Auto-retrato e alguns colegas” de Artur Timóteo
da Costa , e escreva sobre o que você acha relevante em todos seus aspectos
formais, compositivos e emocionais.
2) Você já desenhou seu autorretrato , agora você escolhe uma foto atual do seu
gosto e desenha inicialmente em sulfite, após acabamento você transfere para
o sulforisê e no grupo elabora a obra final, transferindo a imagem de seu rosto,
do papel cópia para o retrato em grupo, na folha de papel canson, que terá
acabamento final em equipe.
Sugestão: Pesquise na internet retratos em grupos de nossos artistas e aprecie as
obras, quanto ao aspecto formal, emocional e sua contribuição como registro de
nossa história.
CRÍTICA SOBRE OBRA DE ARTE
OBSERVAÇÃO DE MAXIMILIAN ZU WIED-NEUWIED
A América Latina era o foco dos viajantes no século XlX. A natureza
tropical impressionava os visitantes, com seu clima solo e diversidade de fauna
e flora. Tudo despertava o imaginário, sobretudo dos europeus, que sentiam
fascínio pelo primitivo, observavam, analisavam, estudavam e registravam
todos e tudo, principalmente os índios e sua maneira de viver.
Observações e estudos foram registrados em narrativas, desenhos,
aquarelas, pinturas e gravuras. Com a abertura de portos em 1808, o Brasil
atraiu inúmeros estudiosos interessados em fazer descobertas, registros e
coletas de toda espécie de minerais e vegetais.
Os naturalistas Johann von Spix e Carl von Martius chegaram no Rio de
Janeiro em 1817 a mando da Real Academia de Ciências de Munique, ambos
integravam o séqüito de estudiosos que acompanhavam dona Leopoldina, que
veio ao Brasil como esposa de D. Pedro l.
Karen Mackonow Lisboa – professora de História da Universidade de
São Paulo cita:
Após uma estada de quase seis meses na capital – período utilizado
para prepara expedição e adaptação ao clima -, partiram no final de 1817, rumo
a São Paulo e depois Minas Gerais. De lá, atravessaram o sertão da Bahia,
Pernambuco, Piauí e Maranhão, percorrendo uma região bem desconhecida
pelo olhar naturalista. Chegaram a São Luís em 1819, após meses de travessia
pelo sertão, bastante doentes e enfraquecidos. Lá se recuperaram e em
seguida navegaram para Belém, lançando-se à extensa excursão pela bacia do
rio Amazonas, até alcançarem a atual fronteira da Colômbia. Voltaram a Belém,
onde embarcaram para a Europa.
No Brasil, percorreram mais de 10 mil quilômetros. Resistiram a chuvas
torrenciais, ataques de insetos, febre, calor, seca, sede, noites dormidas ao
relento e desconfortáveis meios de transporte. Juntaram uma enorme coleção,
enviada sucessivamente em caixas para a Europa, das quais milagrosamente
nenhuma se perdeu. Foram 6.500 espécies vegetais, formando um herbário de
20 mil exemplares prensados, além de centenas de plantas vivas. Da fauna, 85
espécies de mamíferos, 350 de aves, 130 de anfíbios, 116 de peixes, 2.700 de
insetos, 50 de aracnídeos e 50 de crustáceos. E peças mineralógicas,
paleontológicas e etnográficas. Tudo isto “como melhor prova de observações
feitas”, conforme explicam Spix e Martius.
Mas essa longa viagem, que custou muita dedicação e persistência – e
que jamais poderia ter sido realizada se não fosse o apoio e a ajuda de guias,
tradutores, tropeiros, escravos e índios -, se perderia na história se Spix e
Martius não a transformassem em inesgotável fonte para a sua produção
intelectual. E nisso Martius, em particular, foi feliz, ao contrário de seu
companheiro de viagem, que voltou muito doente, falecendo seis anos mais
tarde. Ainda assim Spix publicou alguns estudos sobre a fauna brasileira.
Martius viveu ainda por mais de quatro décadas, dedicando-se
incessantemente ao Brasil. Do relato de viagem aos estudos da flora e
fitogeografia, passando pela etnografia – chegando a fazer incursões pela
literatura ficcional e historiográfica -, o Brasil passou a ser sempre o seu foco.
Em 1823 a 1831, foi publicado o magistral relato de viagem pelo Brasil,
Reise in Brasilien, em três volumes, cuja edição de quase 1.400 páginas vem
acompanhada de mapas, numerosas estampas (de cenas da natureza, tipos
humanos e costumes) e um compêndio musical com melodias indígenas,
lundus e modinhas. Entre os vários estudos zoobotânicos editados, Martius
destacou-se ainda pela fantástica História naturalis palmarum, uma monografia
sobre as palmeiras do Brasil e outras regiões do mundo, contendo 245
litografias coloridas a mão. E, finalmente, a Flora Brasiliensis, idealizada e em
parte editada por Martius, com o objetivo de sistematizar e descrever todas as
plantas brasileiras conhecidas até aquele momento, considerando também a
sua utilização medicinal e comercial.
Trata-se da maior catalogação de flora já realizada sobre um país.
Foram necessários 66 anos para completar a edição de 40 volumes, em 130
fascículos, com a colaboração de 65 botânicos espalhados pela Europa. Nas
mais de 20 mil páginas, com 3.811 gravuras, são descritas mais de 22 mil
espécies, entre 5.869 inéditas.
Martius, viajante clássico, se autorretratava em temas significativos de
suas viagens. Nas obras de Spix e Martius alguns textos não tinham ligação
com as imagens, devido ao desconhecimento dos gravadores das cenas e
imagens reais, pois muitos livros eram impressos e gravados na Europa, por
pessoas que não participaram das viagens.
Percebendo essas distorções, de imagens elaboradas por narrativas
dos viajantes, Maximilian zu Wied-Neuwied autor da obra Viagem ao Brasil
(1815-1817), alerta:
Em algumas recentes descrições de viagens pelo Brasil, foram
apresentadas representações dos puris que são, todas elas, muito más. Entre
elas está, muito especialmente, a dança dos puris ao luar, no atlas de viagem
de Spix e Martius, cuja representação não tem em comum com a natureza nem
um único traço, e é uma gravura medonha. Todas essas figuras grosseiras têm
o mesmo rosto assustador e semelhante ao de um sapo, que não pode ser
encontrado em nenhum único índio do Brasil, nem na mais longínqua
semelhança. Esse quadro deveria ser imediatamente extirpado desse atlas,
que fora isso, é muito belo. (Apud Löscher 1978,p.114).
“Dança dos puri”. Gravura. Em: Johann Baptist von Spix e Carl Friedrich von Martius.Atlas zur Reise in Brasilien in den Jahren 1817-1820.Munique, 1823-1831.
Assim em Wied-Neuwied, temos o viajante naturalista que a tudo
observou e registrou, tendo por base sempre o que tinha diante de seu olhar.
Com isso soube registrar cada aspecto da vida dos índios com os quais teve
contato, como nenhum outro viajante o fizera antes. No que se refere as cenas
da vida indígena, observou cada detalhe, preservando em seus cadernos o que
havia de original no grupo retratado, tanto com relação a natureza quanto ao
homem. –( Revista Chilena de Antropologia Visual).
Os registros eram feitos no ínicio em anotações e esboços de
desenhos, para depois serem finalizados e detalhados esteticamente também
com informações científicas.
Wied-Neuwied anotava tudo que considerava importante em cadernetas
de bolso, possuindo para cada assunto cadernetas individuais. Ele teve contato
com os índios como nenhum outro visitante.
ATIVIDADES
Para fazer uma crítica é preciso ter conhecimento e compreender que o
outro tem olhar diferente do nosso, quando analisamos uma obra é
primeiramente nosso olhar que observa; para que a crítica seja coerente
precisamos analisar e detalhar vários aspectos.
Observe, analise a obra “Dança dos puri” com bastante atenção e:
1 - Acrescente suas observações:
_______________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____
2 – Experimente desenhar como o desenhista que elaborou a obra
“Dança dos puri”, seguindo a descrição de Martius e Spix.
Peça para seu colega desenhar a imagem de rosto, que você recebeu da
professora, vá indicando, formato do rosto, elementos do rosto e seus principais
traços. Não mostre o retrato até ele ter concluído.
Faça comparações com o desenho do colega e o retrato que você tem em
mãos.
RELEITURA DE RETRATOS DE PICASSO
Em arte é possível representar rosto de forma diferente da natural, o artista usa
sua criatividade artística para transformar formas e volumes através de seus traços e
suas cores.
Pablo Picasso foi mestre nessa técnica e seus quadros provocam admiração e
questionamentos. Na obra de Picasso – Retrato de Dora Maar – você vai perceber que
o rosto ficou de frente e de perfil na mesma imagem; esse modo de representar é uma
característica da Arte Cubista, onde a figura é representada no ângulo frontal e lateral
na mesma imagem.
ATIVIDADES
1 - Desenho em linha contínua
Material: papel sulfite A4, lápis nº 2, borracha, régua
Você vai repartir a folha sulfite em 4 partes iguais e vai desenhar 4 modelos de
rostos, utilizando linha contínua.
Inicie seus desenhos a partir dos olhos, ou nariz e num traçado contínuo, sem
levantar o lápis do papel, desenhe modelos diferentes um do outro.
2 – Texturas
Material: papel sulfite A4, lápis nº 2, borracha, giz de cera
Você já percebeu a quantidade de texturas que são representadas nas obras
de arte? Cada superfície é diferente, tem caracterísitcas próprias.
Dobre a folha sulfite em 8 partes iguais e desenhe 8 tipos de texturas.
Na outra folha, desenhe formas livres, em traço contínuo, (sem representação
figurativa) e preencha os espaços com texturas. Pinte o seu trabalho.
3 – Desenho Cubista com texturas
Material: cartolina A3, lápis nº 2, borracha
Observe as cores que Picasso utilizou para pintar rostos,, são fortes e
contrastantes.
Comece desenhando um rosto a partir de seus estudos das atividades 1 e 2. O
rosto deve ser proporcional ao tamanho da folha A3.
Use sua criatividade ao desenhar, seus traços devem ser mais livres e pode
acrescentar chapéu e acessórios, representando as texturas necessária a
composição.
4 – Pintura e tingimento
Material: desenho da aula anterior, giz de cera, jornal, pincel largo e macio,
álcool e anilina.
Comece a pintura, usando cores fortes , pinte toda folha.
Forre sua mesa com jornal
Faça o tingimento, aplique a mistura de álcool e anilina.
Sugestão
Use a técnica de pintura com giz de cera e tingimento em outros trabalhos,
descubra novos efeitos.
INTERPRETAÇÃO E RELEITURA DA OBRA MÁSCARAS
DE LOURDES COLOBO
Máscara de abacate?
Máscara de pepino?
Máscara de mel com iogurte?
Abacate, mel, aveia e muitos outros produtos comestíveis são base de muitas
máscaras caseiras e industrializadas, para deixar a pele saudável e com boa
aparência. Mas, você conhece sua pele? Como é a pele oleosa? E a pele seca? E a
pele mista? O que fazer com a pele com acne? São dúvidas que você discute com
seus amigos e amigas, mas quem lhe orienta sobre produtos favoráveis para seu tipo
de pele?
É perceptível nos retratos ao longo da história, a aparência da pele dos
retratados, em tempos abundantes e fartos, os rostos são rosados e saudáveis, pois
sabe-se o cuidado que artistas tinham ao pintar a pele do rosto, Renoir, artista
francês do impressionismo, pintava muitas rosas para conseguir a transparência da
pele feminina e das crianças.
Percebemos que no decorrer dos tempos a estética e os padrões de beleza e
aparência se modificam, em diferentes condições de dieta, hierarquia, riqueza e
gosto.
No Renascimento a beleza física se exterioriza, surgem cuidados com higiene
física e aparência pessoal, os cuidados são em partes visíveis como o cabelo, colo,
mãos e rosto que aparece mais saudável.
Ocorreram mudanças estéticas a partir do século XVIII, surge o gosto pela
simplicidade e delicadeza de sentimentos, reforçando a feminilidade do século XIX.
No século XX a preocupação e manter-se belo, jovem e magro.
Em 1997 Lourdes Colombo iniciou a prática dom autorretrato numa
representação onde o rosto é objeto central das representações.
Através de seus autorretratos fotográficos, Lourdes Colombo pode ver-se e
deixar-se ver pelo outro, mostrando o que não pode ver sem artifícios: seu próprio
rosto. No entanto sua identidade permanece ainda invisível. Na série Mascaras (1999)
composta por seis imagens, a artista utiliza o material batom para perverter o uso
tradicional da maquiagem: ao invés de delinear os lábios, o batom vai ocupando
gradativamente todo rosto da artista. Será através do uso exagerado dessa massa
cor-de-rosa, que a maquiagem irá transcender do visível ao hiper-visivel,
transformando-se literalmente em uma mascara que ao invés de realçar, esconderá e
dissimulará o rosto. (BOTTI, 2005, p.82).
Suas fotos entram em conflito com nossas imagens mentais e ganham
um caráter critico, abrindo para discutir as práticas corporais normalizadoras cada vez
mais em voga na contemporaneidade: a dieta, a ginástica, a cirurgia plástica os
cosméticos, cuidados nos quais o gênero feminino aprende e incorpora socialmente.
(BOTTI, 2005, p.85)
ATIVIDADES
Material: câmeras fotográficas, produtos de maquiagem, papel papelão, cola, tesoura,
lápis aquarela.
1 – Leia com atenção todo o texto acima e faça uma interpretação pessoal sobre:
dieta, ginástica, cirurgia plástica e uso de cosméticos e maquiagem , escreva também
como você considera a prática dessas interferências na aparência das pessoas e
como devem ser realizados esses procedimentos e em que situações.
Cada grupo escolherá uma abordagem: dieta, ginástica, cirurgia plástica, cosméticos
ou maquiagem.
O texto será apresentado com a opinião de todos da equipe.
2 – Confecção de máscaras pintadas a partir de produtos de maquiagem.
A escolha é sua:
a) Você pode pintar seu rosto com os produtos de maquiagem e fotografar o resultado
final.
b) Pode confeccionar uma máscara com papel e papelão e pintar a seu gosto.
FOTOGRAFIA PINTADA A PARTIR DE XEROX DE FOTO
É impossível imaginar nossa vida sem imagens fotográficas, ela é registro de
tudo e de todos, a cada momento evoca de imediato emoções, sentimentos e
recordações.
A fotografia no seu processo evolutivo acompanha o processo de
desenvolvimento tecnológico, sendo presença indispensável em ambientes virtuais.
Essa busca por melhores imagens se deve a fotógrafos que inovaram a
fotografia com suas técnicas, como a de colorir fotografias manualmente, revelando o
desejo de fotografar em cores.
Por décadas, o retrato fotográfico, manteve as características de pose de
retrato pintado, devido à necessidade da grande quantidade de tempo de exposição
para a sensibilização das chapas, e em parte porque ainda havia uma cultura do
retrato pousado, que era oriunda da pintura, que previa poses de longa duração para a
confecção do trabalho. E, como muitos pintores passaram a desempenhar a profissão
de fotógrafos, para algumas ampliações de formatos especiais retocavam e coloriam o
retrato através de pinturas. (CHIODI, 2008, p.19).
A primeira fotografia colorida foi tirada em 1861 pelo físico Clark Maxwell. O
primeiro filme colorido chegou ao mercado em 1907, baseado em pontos coloridos de
extrato de batata, e o primeiro filme colorido moderno, o Kodachrome, foi introduzido
em 1935 baseado em emulsões coloridas. A tecnologia da Agfacolor desenvolveu
outros filmes em 1936. O filme colorido instantâneo foi introduzido pela Polaroid em
1936.
Na fotografia digital, a luz sensibiliza um sensor chamado CCD ou CMOS, que
por sua vez converte a luz em um código eletrônico digital, numa matriz de números
digitais (quadro com o valor das cores de todos os pixels da imagem), que será
armazenado num cartão de memória, o conteúdo desta memória será transferido para
um computador. Hoje já é possível também transferir os dados diretamente para uma
impressora gerar uma imagem em papel, sem o uso do computador, uma vez
transferida para fora do cartão de memória, este poderá ser apagado e reutilizado.
A fotografia é uma arte e fotógrafos artistas se preocupam em captar imagens
inéditas, que nos fascinam e nos levam a perceber um trabalho de qualidade artística,
estética e gráfica, onde se considera tema, foco, enquadramento, iluminação, cor,
contraste, brilho, nitidez, adequação de planos e domínio técnico.
ATIVIDADE
Material: fotografia (pouco sombreada), corretivo, lápis de cor.
- Selecione um retrato de qualquer pessoa (pode ser de revista), um rosto com
iluminação frontal.
- Tire um xexox ampliado proporcionalmente a um folha tamanho A4.
- Com auxílio de corretivo elimine as áreas desnecessárias ao seu trabalho.
- Tire um novo xerox e pinte o retrato.
ANDY WARHOL E SEU TRABALHO A PARTIR DE FOTOGRAFIA
Andy Warhol é considerado papa da Pop Art que tem raízes no dadaísmo de
Marcel Duchamp e surgiu em 1950, quando alguns artistas norte-americanos após
estudarem símbolos e produtos de propaganda, passaram a transformá-los em temas
de suas obras.
Andy foi designer, artista plástico sendo desenhista talentoso e em suas
pinturas ele usa imagens prontas que são aplicadas na tela por serigrafia, onde a tela
pode ser colorida ou não.
Como artista gráfico criava padrões gráficos a partir de antigas revistas
americanas e as modernizava com elementos das artes plásticas e da comunicação
visual, utilizava também ícones pop, figuras dos cartuns, do cinema, das propagandas
e do desenho animado onde sua pintura revela qualidades pictóricas específicas. O
colorido é uma mancha colocada sobre um traço firme, as formas são chapadas, os
corpos parecem silhuetas com contornos preservados.
Nos anos 1960 ele passa a manipular imagens retiradas diretamente de
anúncios de jornal, rótulos de mercadorias, cédulas de dinheiro e histórias em
quadrinhos.
Suas obras abusavam da repetição e das cores dramáticas, utilizando
serigrafia e processos de reprodução mecânica, ele diminuía a distância entre
fotografia e pintura.
Andy foi consciente da época que vivia, utilizou como temas o consumismo e
as celebridades ( que na verdade não passam de subproduto do consumismo).
Embora seja considerado por muitos como pintor, Warhol pintou pouquíssimos
quadros. Grande parte deles eram serigrafia, e em muitas vezes Warhol apenas dizia
o que queria e contava com o trabalho de outras pessoas que ele chamava de
business art. Isso faz de Warhol um dos primeiros artistas conceituais, ou seja, um
artista que idealiza uma obra mas não necessariamente a executa. Além de poder
criar mais obras (já que ele teria que se preocupar somente com o conceito), a
maneira de fazer suas obras refletiriam exatamente aquilo que elas retratam, rápidas
em grande escala e de certa forma impessoal. Mas mesmo que ele não execute a
obra diretamente, é extremamente fácil de reconhecer uma obra de Andy Warhol, o
que demonstra que mesmo apenas no papel de idealizador, ele conseguiu imprimir um
estilo muito pessoas na sua arte.
Andy Warhol, Marilyn Diptych, l964
ATIVIDADES
Material: lápis, borracha, tesoura, fotos de revistas, cola papel colorido
1 – “ No futuro todos serão mundialmente famosos por 15 minutos” – é a frase mais
conhecida de Andy Warhol (1968) – Se você tivesse 15 minutos para se apresentar,
falar ou representar, diante da mídia televisiva o que você revelaria de si mesmo?
2 – Faça uma pesquisa sobre outros artistas da Pop Art.
3 – Você observou que o Autorretrato de Andy Warhol serviu de base para sua obra
Dupla Face, faça experiência com uma fotografia de revista e faça um colagem sobre
a imagem com elementos da sua escolha.
4 – Pesquise nos retratos de Andy Warhol um trabalho de seu agrado e faça sua
experiência trabalhando com fotos de revistas, papel colorido e xérox do que for
necessário.
RETRATOS DE MARCOS MAGALDI E KEILA ALAVER
Os fotógrafos também trabalham com recortes de fotos em suas composições,
rompendo com o espaço bidimensional, como observa na obra de Marcos Magaldi,
que seleciona seus temas e explora a tridimensionalidade em suas obras, trabalhando
foto-estábiles/esculturas existindo assim um rompimento das imagens.
Marcos Magaldi, Autorretrato ll, 1997,Foto cortada, montada em acrílico,hastesde aço inoxidável, base de madeira pintada65 x 25 cm
Leia o que Marcos diz:
Não sou muito a favor de definições, pois isto não é função de fotógrafo, mas
sim de exegetas ou críticos.
Esta pequena mostra reúne algumas de minhas preocupações com a
linguagem fotográfica dos últimos anos.
A ruptura com a bidimensionalidade, com os espaços tradicionais, bem como
a utilização de fragmentos que acabam reconstruindo a imagem original são apenas
algumas das propostas aqui apresentadas. Não acredito em registro da realidade,
mesmo porque, ao segmentá-las, o fotógrafo está sempre ideologizando o seu
trabalho. Assim toda fotografia é um trabalho de ficção e, já que não há outra saída,
que esta opção seja, ao menos inovadora e radical.
Keila Alaver é artista plástica, nascida em 1970, no Paraná, vive e trabalha no
Brasil. O seu autorretrato e elaborado a partir de recortes de fotos.
Keila Alaver, Autorretrato completo
ATIVIDADE
Materiais: retratos de revistas, cola, tesoura, palitos de algodão doce, cartolina, blocos
de isopor e fita crepe.
1- Observe com atenção as obras de Marcos e Keila Alaver, agora selecione um
retrato de revista.
- Pense em recorte da foto, faça estudos, pode ser qualquer forma geométrica
- Trace uma malha sobre a foto, recorte e cole a foto sobre a cartolina e
recorte.
- Agora cole no palito de algodão doce, utilize fita crepe.
- Faça estudos da sua montagem, disponha sobre sua carteira, os palitos com
as partes das fotos.
- Espete os palitos no isopor.
EXPRESSÕES FISIONÔMICAS
Muitos livros que ensinam o reconhecimento das primeiras letras e imagens na
Educação Infantil apresentam antropomorfismo, que é a representação de objetos,
plantas, animais, elementos da natureza com formas humanas; encontramos nuvem
chorando, flor sorrindo, cada qual com expressão humanizada.
Na leitura, antes do início da narrativa de diálogo é comum o autor descrever
expressões fisionômicas dos personagens, reforçando o nível da conversa. Assim
compreendemos melhor as atitudes e caráter dos personagens, na sua expressão
fisionômica.
Quando olhamos e lemos revistas em quadrinhos, revistas, livros, charges, e
também quando assistimos desenho animado, filmes, clips, vídeos, novelas,
encontramos a arte de representar as expressões faciais; é o personagem criado pelo
autor.
Quando conversamos, ouvimos, olhamos a expressão facial do interlocutor e
percebemos a carga emocional colocada nas falas, onde distinguimos pessoas
calmas, ansiosas, ternas, autoritárias. Observe as expressões de Kurt Schwitters
apresentando Ursonate (Sonata primordial), 1944.
Estudiosos afirmam que mais de 90% do que chega ao nosso cérebro é visual,
e em situações de emergência ou perigo, nossa primeira interpretação é das
expressões faciais dos envolvidos, onde a coloração da face também permite
identificar:
- Branco do susto.
- Roxo de raiva.
- Vermelho de vergonha.
Os olhos e a boca são as partes mais expressivas do rosto, bochechas, testa,
narinas, sobrancelhas, também se contraem e podemos identificar : raiva e medo
quando as narinas se abrem, preocupação ou tristeza quando a testa se contrai.
Leia o texto abaixo :
Ocidentais lêem as expressões faciais de forma diferente do orientais
Qui, 13 Ago 2009 04h01
Londres (AFP) – Os ocidentais “lêem” as expressões faciais de forma diferente
dos asiáticos, prestando mais atenção à boca, ao contrário dos orientais, que se focam
fortemente nos olhos, aponta um estudo da Universidade de Glasgow, na Escócia,
apresentado nesta quinta-feira.
Essa “negligência “ dos orientais em relação à boca pode levar um número
maior de erros na interpretação das emoções, afirma o estudo, apontando como
sentimentos podem “se perder na tradução”.
Mostramos que ocidentais e orientais observam diferentes características do
rosto para ler as expressões faciais”, explica Rachel Jack, da equipe da Glasgow
University.
“Ocidentais olham os olhos e a boca em igual medida, enquanto orientais
favorecem os olhos e negligenciam a boca. Isso significa que os orientais têm
dificuldade em distinguir expressões faciais que parecem similares e próximas à região
do olho”.
No estudo, voluntários foram convidados a olhar para fotografias de rostos com
sete expressões emocionais básicas: felicidade, tristeza, raiva, repulsa, medo,
surpresa e neutro.
Os participantes asiáticos tiveram dificuldade em reconhecer expressões
faciais de medo e repugnância, erroneamente interpretando-as como surpresa e raiva,
diz a pesquisa. publicada na revista Current Biology.
“Ao contrário dos participantes ocidentais, que levaram em conta pistas de todo
o rosto, os asiáticos centraram-se principalmente nos olhos, onde a informação é
frequentemente semelhante demais para poder discriminar algumas expressões”
continua o estudo.
Jack acrescenta ainda que “é interessante, embora a região dos olhos seja
ambígua, os indivíduos tendem a escolher as emoções socialmente menos
ameaçadoras, como surpresa ao invés de medo por exemplo”.
“Isso talvez possa destacar as diferenças culturais no que se refere à aceitação
social das emoções”, acrescenta.
A pesquisa conclui que houve “diferenças de percepção genuínas entre os dois
grupos analisados” e que mais pesquisas ainda devem ser realizadas.
Ao contrário, quando se trata de comunicar emoções através das culturas,
ocidentais e orientais vão ficar perdidos na “tradução”
Para compreendermos o outro é necessário perceber o que ele sente e pensa,
percebemos muito do outro nas suas expressões faciais, nos seus gestos e na sua
fala.
Como podemos desenvolver sensibilidade social e flexibilidade de
comportamento?
- Tendo melhor conhecimento de si próprio.
- Tendo melhor compreensão dos outros.
- Tendo melhor convivência em grupo
- Desenvolvendo aptidões para um relacionamento mais eficiente com os
outros. (Profª Maria Cecília)
Sem dúvida na pintura as expressões faciais se sobressaem pelo recurso das
cores e das sombras, onde o retrato encanta e impressiona em qualquer época (o
retrato e o registro da realidade humana), somos tomados pelo impacto ao identificar
retratista, retratado e a nós mesmos como interpretes de fisionomias humanas.
As expressões fisionômicas se destacam a partir do Renascimento, revelando
as emoções nos retratos dos artistas geniais daquela época, que retratam a ternura,
em Madonas de Leonardo da Vinci e Rafael, e também o medo e a angústia na obra
Juízo Final de Michelangelo Buonarroti.
Todos os movimentos e todas as escolas trabalham retratos, mas ele é muito
expressivo no Barroco e no Expressionismo, onde obras como o “Grito” de Munch
ecoa em todas suas reproduções.
ATIVIDADES
Material:
1 – Qual foi a última ocasião que você estampou uma fisionomia bem feliz?
2 – Escreva em que situação você se comoveu com a expressão facial de
alguém:
3 – Na arte gótica Cristo era representado com fisionomia serena e majestosa; você já
percebeu serenidade e paz nas pessoas ?
a) Em obras de arte ________________________________________________
b) Na vida real ____________________________________________________
4 – Em que situação você percebeu fisionomia de constrangimento em alguém?
5 – Escolha um retrato expressionista da artista brasileira Anita Malfati e faça um
comentário sobre a obra.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
______________________________________________________
6 – Você acha possível alguém evitar uma situação incômoda se reconhecer as
expressões faciais das pessoas?
7 – Selecione um retrato bem expressivo e adapte seus desenhos e pinturas, na
reprodução da foto, salientando a expressão fisionômica.
a) Alegria: O sorriso aparece quando os cantos da boca são puxados para os lados
e para cima. As bochechas se levantam, surgem rugas nas laterais dos olhos. É a
felicidade.
b) Surpresa: A pessoa fica de boca aberta e queixo caído. O globo ocular fica mais
visível. As sobrancelhas se levantam e surgem rugas horizontais na testa.
c) Tristeza: Há rugas horizontais na testa. Os cantos internos das sobrancelhas se
erguem, e as pálpebras superiores podem se abaixar.
d) Raiva: As sobrancelhas se abaixam e se aproximam. A boca pode se fechar, com
os lábios pressionados um contra o outro, ou abertos em forma de retângulo.
e) Desprezo: Na boca, ligeiramente aberta, umdos cantos do lábio superior se
eleva, num meio sorriso. As pálpebras inferiores se levantam.
f) Medo: Surgem rugas horizontais na testa. As sobrancelhas e pálpebras se
elevam. Os lábios puxam para os lados.
Desenho feito em aula, utilizando foto como referência.Postado por Eliane Miyuki.
FOTOGRAFIA DA MEMÓRIA FAMILIAR
Memória, segundo diversos estudiosos, é a base do conhecimento. Como tal
deve ser trabalhada e estimulada. É através dela que damos significado ao cotidiano e
acumulamos experiências para utilizar durante a vida. (Wikipedia)
Entendemos muito da nossa vivência e do nosso cotidiano quando estamos
atentos as nossas fotografias de família, ali encontramos as pessoas e
compreendemos nossos relacionamentos afetivos.
As fotografias de família são registros de encontros formais, como batizado,
formatura, casamento onde as pessoas sabem que serão fotografadas e se produzem
para o evento e registros informais que acontecem em quaisquer circunstâncias
revelando momentos prazeirosos também no instante de clicar a foto, onde todos
querem ser fotógrafos e fotografados, nos seus momentos de descontração.
Apreciar fotografias de família é gratificante também pelas suas histórias, as
fotos são carregadas de enredos muitas vezes exagerados e fantasiosos, mas sempre
com novos detalhes ao olhar atento do espectador.
Diferente do retrato pintado,a fotografia é considerada a primeira opção como
meio de expor registros da vida, está ao alcance de todos pela sua praticidade e pelo
baixo custo ao se obter uma imagem instantaneamente e com qualidade. Hoje se
conta com recursos, onde é possível personalizar fotos (preto e branco, efeito marca
d’agua, textura de tela ou escultura, envelhecida, desbotada, contornada etc.) pela
seleção de programas de computador, sendo possível realizar efeitos de
fotomontagem diretamente nas fotos.
A fotografia de pessoas – http://shvoong.com/humanities/1685659-fotografia-
pessoas/
As fotografias de pessoas conseguem frequentemente uma resposta maior do
espectador do que qualquer outro tema. Uma boa fotografia de retrato não mostra
apenas a aparência do motivo. Deverá ser também uma biografia visual que capte o
caráter de quem posa e revele sua personalidade.
Horizontal ou vertical? No início dos anos cinqüenta do século XX, as famílias
eram numerosas, o jeito é tirar foto com os netos para que todos apareçam bem na
fotografia.
Casamento, momento estético pela preparação, postura e expressão do
rosto na foto.
Histórico, como registro civil, religioso e social.
Fotografar pessoas – um retrato pode ser uma fotografia tirada sem o
conhecimento do fotografado ou pode ser um caso mais formal em que o fotógrafo foi
incumbido de realizar um trabalho específico. Não substime a importância do plano de
fundo e do cenário nos seus retratos. A fotografia de pessoas em exteriores ou no seu
próprio ambiente pode dar uma dimensão que se perderia numa fotografia em estúdio.
Tente por o modelo a vontade preparando todo equipamento antes da sessão de
fotografias. A conversa pode ajudar o fotografado a descontrair-se e permitir-lhe-á
obter o resultado desejado – um retrato revelador, de grande naturalidade.
Como você percebeu é possível trabalhar em fotografia de pessoas a sua auto-
estima – “Todos querem ver uma boa imagem de si mesmo”.
ATIVIDADES
Material : Atividade 1 – cartolina A3, cola caneta, canetinhas.
Atividade 4 – cartolina A2, cola, papelão rígido, canetinhas, adesivos,
fitas, papel decorado.
1 – Selecione duas fotos de sua família :
Escreva sobre a primeira, suas observações sobre foco principal, fundo, cenário,
iluminação, planos e comente se a foto é do seu agrado ou você mudaria alguma
coisa.
Escreva sobre a segunda fotografia o seu envolvimento afetivo e o que mais lhe
emociona ao ver a fotografia.
2 – Você tem um álbum pessoal com suas fotografias ? _________
Como você seleciona e organiza suas fotos? ___________________________
_____________________________________________________________________
_________________________________________________________
3 – Descreva como você se apresenta na sua melhor foto :
_____________________________________________________________________
_________________________________________________________
4 – Você vai aprender confeccionar um álbum sanfonado para suas fotos.
Selecione algumas fotos por temas e acompanhe as orientações da professora.
PROCESSOS DE GRAVURA
Realizar um trabalho artístico em gravura requer a seleção inicial do tema e
estudos em desenhos, que permitam distribuir áreas a serem gravadas nas matrizes
de reprodução.
Existem inúmeros processos de gravura, que permitem criações artísticas
diferenciadas e experienciação quanto a práticas em desenho, seleção de tintas e
manuseio em materiais e ferramentas de gravura.
Cada processo de gravura grava o desenho de maneira única, cada processo
tem suas propriedades que exploram e renovam a arte da gravura. Lógico que cada
artista inova com sua vivência e busca por aprimoramento artístico, demonstrado em
suas obras reproduzíveis a seu critério quando ao número de tiragem de cópias.
Conheça os principais processos de gravura:
MONOTIPIA - Consiste em entintar uma placa de vidro, acrílica ou plástica com tinta
(pode ser mais de uma cor).
Faz-se o desenho com auxílio de cotonete ou caneta esferográfica sem tinta,
diretamente na placa de vidro. Com o desenho acabado, pressiona-se a folha de papel
sobre a placa entintada, com auxílio de rolinho de borracha.
Nesse processo há possibilidade de tirar apenas uma cópia perfeita.
ÁGUA-FORTE – O processo inicia-se com a impermeabilização em verniz de uma
chapa de metal (ferro, cobre, zinco ou latão), sobre a chapa impermeabilizada inicia-se
o desenho com raspagem do verniz, feita com estilete ou outro instrumento com ponta
metálica, assim o desenho aparece diretamente na chapa metálica, com o desenho
acabado a chapa recebe banhos de ácido, que corrói as partes metálicas, deixando o
desenho protegido pelo verniz, sendo possível tirar várias cópias idênticas.
LITOGRAFIA – A litografia foi criada em 1798 por Aloysius Senefelder.
O desenho é feito diretamente numa pedra calcária apropriada para receber o
desenho feito a lápis oleoso de litografia; a pedra retém esse desenho.
A pedra é umedecida com água, em seguida é entintada com tinta a óleo, o
papel é colocado sobre a pedra pronta para impressão de cópias, onde a tinta repele o
fundo umedecido pela água.
XILOGRAVURA – O desenho é feito inicialmente em papel e depois transferido para
chapa de madeira.
A gravação do relevo da placa matriz é feita por sulcos, com estiletes, goivas
ou formões. A placa gravada, deve ser entintada, onde a tinta é espalhada
previamente sobre uma placa de vidro e a partir daí e transportada, com auxílio de rolo
de borracha, para a placa de madeira.
A folha de papel é colocada sobre a chapa de madeira entintada e depois
pressionada, até ficar com a imagem gravada, a partir de então tiram-se inúmeras
cópias.
Autorretrato 1/100.
Riopardense, 1985
SERIGRAFIA – O desenho a ser gravado é feito em fotolito (folhas translúcidas que
permitem a passagem da luz). O fotolito pronto é colocado sobre uma tela(feita em
tecido de nylon), já prepara com emulsão fotosensível, que ficará sobre a mesa de luz,
onde o desenho do fotolito não reage ao processo de sensiblização, que endurece as
partes expostas a luz, deixando assim o desenho vazado, possibilitando sua
impressão em qualquer papel ou objeto(nas diferentes formas, cilíndrico, esférico ou
irregular).
Yanna Soares, D, 2007 Yanna Soares, TukanoSerigrafia em papel, 46 x 33 cm Indian Pink, 2007 Serigrafia em alumínio 100 x 50 cm
ATIVIDADES
Material: placa rígida ( madeira ou papelão), cola forte, barbante, palitos, bandejas de
isopor, tinta guache, folhas de papel.
1 – Inicialmente faça um desenho de rosto (qualquer posição) e transporte-o para a
base rígida. Com o desenho pronto na placa, faça a colagem com seu material
escolhido. Espere a secagem completa e faça sua gravura entintando a matriz e
pressionando a matriz sobre o papel.
2 – Após visita na oficina de gravura da escola, programa VIVA ESCOLA, siga as
orientações da professora e escolha uma nova modalidade para seu trabalho em
xilogravura, colorindo o fundo como as serigrafias de Yanna Soares.
FOTOLITO A PARTIR DA FOTOGRAFIA
Os retratos gravados em serigrafia ou xilogravura, se forem trabalhados a partir
de fotografias, passam da imagem fotográfica para a imagem positiva/negativa do
fotolito. É possível eliminar o meio-tom (sombras cinzentas) ao trabalharmos o fotolito,
sabendo-se que xilografia e serigrafia oferecem as impressões em cores chapadas,
isto é não obtemos nuances de cores.
A partir da tiragem de xérox, da fotografia selecionada e xérox de xérox
percebemos que as imagens vão perdendo o meio-tom, com a imagem
positiva/negativa podemos tirar um xérox em transparência e com cuidado, com palito
ou cotonete embebido em álcool, podemos limpar a imagem diretamente no fotolito,
ficando assim adequado para gravura.
Com o fotolito, que a base da gravura em retratos, é possível aplicar a imagem
em inúmeras superfícies, planas ou com forma cilíndrica ou esférica, em papel, tecido
etc. Para isso é necessário levar o fotolito a uma empresa especializada em serigrafia.
Também é possível transportar a imagem xerocada, já sem meio tom, retocada
nos seus contornos positivo/negativo para a placa de madeira, com auxílio de recorte
ou cópia em papel sulforisê, deixando prontas as áreas a serem escavadas da placa
de madeira.
Ainda é possível recortar a imagem já em positivo/negativo, em molde
vazado,de preferência em acetato transparente, e com o recorte pronto podemos
gravá-la em diversas superfícies. A técnica do molde vazado é utilizada por muitos
artistas,gravuristas, artesãos e grafiteiros.
O fascinante nessa técnica é a possibilidade de criação, sem perder os traços
fisionômicos, as imagens ganham características próprias, os trabalhos tornam-se
inéditos, como no trabalho premiado pelos publicitários brasileiros, que você lê e
aprecia na reportagem da revista – Contigo – da Abril Cultural.
ATIVIDADE
Material: retrato fotográfico, corretivo, papel sulforisê. lápis, borracha, caneta preta,
papel canson A4.
1 – Selecione um retrato com imagem bem definida, se o retrato for de pequenas
dimensões, você poderá ampliá-lo em xérox, tire xérox de xérox dessa imagem.
Com áreas positivas/negativas bem definidas, copie os contornos dessas áreas
em sulforisê e transporte para o papel canson. Pinte seu trabalho com canetinha preta.
Sugestão : Faça outro retrato pintando as áreas ao inverso, como se fosse o negativo
do retrato.
TRABALHO DE ANA PREGO
Somos vistos por todos em qualquer hora e lugar, somos identificados no
primeiro momento por nosso rosto, se ele não for visível, haverá dúvidas quanto a
nossa presença, na memória de quem nos observa.
Você sabe que em muitos lugares somos fotografados e filmados,
principalmente em ambientes públicos e comerciais. Por medida de segurança as
câmeras são instaladas no interior de lojas, bancos, shoppings e outros
departamentos públicos e privados e também em muitas vias públicas.
Com a praticidade das câmeras digitais também somos flagrados com ou sem
permissão, pois o avanço tecnológico permite fotografar e filmar em pequenas e
médias distâncias.
Conhecendo o trabalho de Ana Prego, percebemos que sua temática Eu vejo
que você vê que eu vejo o que eu vejo que você vê”, é bem interessante aos nossos
estudos porque nós também em muitas situações demonstramos observar o
espectador que nos observa.
ATIVIDADES
Material: lápis, borracha fotografia de jornal, papel sulforisê, canetas hidrocor, lápis
aquarelável, papel canson.
1 – Como você percebe a influência das câmeras que registram ações das pessoas,
e a sua interferência no comportamento humano. Você pode exemplificar uma
situação que ocorreu com você ou que lhe chamou atenção.
2 – Escolha uma fotografia que desperte sua atenção pela temática, copie contornos e
faça traços que definam a imagem, no papel sulforisê e transfira para o papel canson,
observe o tratamento da obra de Ana Prego, realize o mesmo na sua obra, com sua
criatividade, e dê um título bem original.
APRECIAÇÃO DAS OBRAS DOS GRANDES GRAVURISTAS
Em fins do ´seculo XIV, o uso do papel se generalizou na Europa e, aparecem
obras como “Bíblia dos Pobres”, em que os textos e imagens são gravados em um
único bloco, onde as ilustrações são coloridas a mão.
A evolução da gravura foi determinada com o surgimento da imprensa, onde
tipos móveis foram confeccionados em metal por Gutemberg, por volta de 1439,
quando impulsionaram a produção e impressão literária.
Albrecht Dürer (1471 – 1528) foi gravador, pintor e ilustrador, considerado
maior artista alemão do período do Renascimento. Suas gravuras em metal
surpreendem por sua habilidade em representar detalhes e texturas, conseguindo
representar meio-tom (sombras acinzentadas), através de linhas bem próximas e bem
finas.
Gravura de Albrecht Dürer
Rembrandt van Rijn (1606 – 1669) artista holandês, foi pintor e gravador,
destacando-se pelos pelos retratos e autorretratos, deixou entre pintura e gravura mais
de 80 autorretratos.
Rembrandt va Rijn, Autorretrato, desenhando junto à janela,Água-fote, ponta-seca e buril, 1643,160 x 130 mm, Coleção Museu Rembrandthuis, Holanda
Nos séculos XV a XVI, surgem novos conhecimentos artísticos e científicos e
iniciam-se as grandes viagens de descobertas, que passam a exigir reproduções
gráficas mais apuradas sobre os habitantes, paisagens, flora e fauna do novo
continente, assim a xilogravura é suplantada pela gravura em metal na ilustração de
obras religiosas e literárias .
No começo do século XVII os gravadores franceses eram quem detinham a
melhor técnica de gravação, eles eram especialistas em gravar cabelos, barbas,
detalhes que impediam quem tinha pouca técnica em efetuar gravação. Eles
conseguiram inventar uma técnica de reprodução que ficava mais fiel ao original.
(Wilton Renato Pedroso)
É importante compreender também o trabalho do gravurista ilustrador, pois o
autor de obras literárias sempre buscou o trabalho de artistas, para destacar
personagens e acontecimentos em suas obras.
Walter Crane (1845-1915) ilustrou obras infanto juvenis, na época dourada da
ilustração, seu trabalho é delicado com influência japonesa.
A partir daí aumenta a produção de gravuras, com obras realizadas por muitos artistas
como Francisco de Goya (1746-1828), Honoré Daumier (1808-1879), Touluse-Lautrec
(1864-1901), Pablo Picasso (1881-1973), Andy Warhol (1928-1987).
No Brasil, a gravura como arte tem inicio no século XX, sendo pioneiro Osvaldo
Goeldi (1895-1961), que produziu vasta obra, dedicando-se quase que inteiramente a
xilogravura.
Lívio Abramo também se destaca como autodidata que foi se firmando na
xilogravura e com ela adaptando outras técnicas.
Xilogravura de Lívio Abramo
Fayga Ostrower, Iberê Camargo, Maria Bonomi, Marcelo Grassmann, e muitos
outros se dedicaram a gravura.
Poty Lazzrotto, artista que foi gravurista , ilustrou obras literárias e com
simplicidade disse em entrevista: - “o mural e a gravura são mais acessíveis a uma
porção de gente. Você vê da rua, é fácil de comprar”.
A literatura de cordel foi trazida para o Brasil por colonos portugueses. A poesia
ilustrada do cordel é criação dos artistas que são poetas, xilogravadores e editores das
obras, o processo é totalmente artesanal, onde o homem do povo integra sua visão de
mundo.
No entendimento de Jotabarros, para entender a linguagem do povo
precisamos apreciar o que de bom o povo tem e ir atrás de manifestações poéticas e
artísticas que são raízes de nossa cultura.
A exportação do cordel foi impulsionada graças a uma exposição realizada em
Paris em 1965, e artistas pernambucanos J. Borges e Gilvan Samico ficaram
conhecidos no mundo todo.
ATIVIDADES
Material: lápis, borracha, papel sulfite A4
1 – Dividir a classe em grupos de 3 ou 4 alunos.
Os grupos escolherão um tema para criação de cordel, que tenha relação
com algum fato recente. O cordel é escrito em versos.
Após criação, os grupos deverão produzir alguns exemplares do livrinho,
na metade do tamanho A4.
Criar a capa e imprimir em xilogravura.
2 – Como você considera o caráter de exclusividade da obra de arte, já que em
gravura as obras podem ser reproduzidas?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
___________________________________________________
REFERÊNCIAS
BECKETT, Wendy, Meu primeiro livro de arte e oração. São Paulo: Manoele, 2005.
BOTTI, Mariana Meloni Vieira. Espelho, espelho meu?. Dissertação (Mestrado em Multimeios), Instituto de Artes, Unicamp, Campinas, 2005.
BOTTI, Mariana Meloni Vieira. Espelho, espelho meu?. Dissertação (Mestrado em Multimeios), Instituto de Artes, Unicamp, Campinas, 2005.
CANTON, Kátia. Espelho de Artista: auto retrato. São Paulo: Cosac & Naify, 2004.
CATÁLOGO BIENAL INTERNACIONAL DE FOTOGRAFIA. cidade de curitiba, ago/set.1996. n.5, out. 2002.
CATÁLOGO DA 1º e 2º MOSTRA DE ARTES E TÉCNICAS ARTÍSTICAS, Curitiba, 1975 e 1977
CHIODI, Analúcia. Retratos da memória por meio da pintura. Monografia (Especialização em Pedagogia da Arte), Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008.
FELDMAN, Bela B e Miriam Moreira Leite. Desafios da imagem: Fotografia. iconografia e vídeo nas ciências sociais. Campinas: Papirus, 1998.
GÜNTHER Agostín. Literatura de viagem na época de Dom João VI. Ed. UFMG
How Stuff Works-como funciona a litografia – acesso 12/07/2010
LUYTEN, Josepf M. O que é Literatura Popular, p. 10 a 50
MASTERPIECES OF WESTERN ART, New York: Tschen,2007
NATIONAL GEOGRAPHIC Brasil. São Paulo: Editora Abril, out. 2002.
PHILIP, Charles Hallawel. Amão livre: a linguagem do desenho. São Paulo: Melhoramentos, 1994.
PINHEIRO, Liliana. O olhar dos viajantes: O Brasil ao natural. São Paulo: Duetto, 2010.
PROCOPIAK, Ana Lúcia. O retrato fotográfico na trama sociocultural. Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 24, Curitiba, nov. 2001.
REVISTA NOVA ESCOLA. nº 176, p.52 a 54, São Paulo, out/2004.
WOODORD, Susan. A arte de ver a arte. São Paulo: Círculo do Livro, 1983.
http://artesarantes.artblog.com.br/61079/como-desenhar-um-perfil acesso 16/07/2010
http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=50009-1000258scriptcsci_arttex+tlng=pt
acesso 16/07/2010
http://cvc.institutocamoes.pt/ciencia/e4.html acesso 21/07/2010
http://lastjasmines.wordpress.com/walter-crane-2/ - acesso 22/0/2010
http://pt.shvoong.com/humanities/1685659-fotografia-pessoas/ - acesso 16/07/2010
http://www.editoradegravura.com.br/historiadegravura.htm acesso 21/07/2010
http://www.ff1ch.usp.br/df/site/posgraduação/2009_mes/mes.2009_Tiago_Mesquita .
http://www.iconografiabrasil.com/Desenho.htm acessado 16/07/2010
http://www.yanasoares.com/artist_pt.Php - acesso 12/07/2010