DENISE DE SOUZA CUNHA
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA ldquoJUacuteLIO DE MESQUITA FILHOrdquo
Cacircmpus de Mariacutelia
DISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO
ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA (SP)
MARIacuteLIASP 2013
DENISE DE SOUZA CUNHA
DISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO
ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA (SP)
Monografia apresentada ao Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Fonoaudiologia da Faculdade de
Filosofia e Ciecircncias da Universidade Estadual
Paulista ndash UNESP ndash Cacircmpus de Mariacutelia para a
obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Fonoaudiologia
(aacuterea de concentraccedilatildeo Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo
Humana)
Orientador Prof Dr Vitor Engraacutecia Valenti
MariacuteliaSP 2013
Ficha Catalograacutefica elaborada pelo Serviccedilo Teacutecnico de Biblioteca e Documentaccedilatildeo ndash UNESP ndash Campus de Mariacutelia
Cunha Denise de Souza Distuacuterbios vocais estresse e condiccedilotildees de trabalho e associaccedilatildeo entre o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de educaccedilatildeo fiacutesica do ensino fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia Denise de Souza Cunha - Mariacutelia 2013 XI 81 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fonoaudiologia) ndash Faculdade de Filosofia e Ciecircncias Universidade Estadual Paulista 2013 Bibliografia f 60 ndash 65 Orientador Vitor Engraacutecia Valenti 1 Educaccedilatildeo Fiacutesica 2 Voz 3 Disfonia 4 Regulaccedilatildeo Autonocircmica Cardiacuteaca
DENISE DE SOUZA CUNHA
DISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO
ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA (SP)
Monografia apresentada ao Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Fonoaudiologia da Faculdade de
Filosofia e Ciecircncias da Universidade Estadual
Paulista ndash UNESP ndash Cacircmpus de Mariacutelia para a
obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Fonoaudiologia
(aacuterea de concentraccedilatildeo Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo
Humana)
BANCA EXAMINADORA
Orientador Professor Doutor Vitor Engraacutecia Valenti ndash Faculdade de Filosofia e Ciecircncias Universidade Estadual Paulista ndash UNESP ndash Mariacutelia ndash SP 2ordm Examinador Professor Doutor Regina Helena Garcia Martins ndash Faculdade de Medicina de Botucatu Universidade Estadual Paulista ndash UNESP ndash Botucatu ndash SP 3ordm Examinador Professor Doutor Luiz Carlos de Abreu ndash Faculdade de Medicina do ABC ndash FMABC ndash Santo Andreacute ndash SP Suplentes Professor Doutor Cristiane Moccedilo Canhetti de Oliveira ndash Faculdade de Filosofia e Ciecircncias Universidade Estadual Paulista ndash UNESP ndash Mariacutelia ndash SP Professor Doutor Luiz Carlos Marques Vanderlei ndash Faculdade de Ciecircncias e Tecnologia Universidade Estadual Paulista ndash UNESP ndash Presidente Prudente ndash SP
MariacuteliaSP 2013
Dedico este trabalho agrave minha eterna e amada avoacute Izaura Monteiro de Souza
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Doutor Vitor Engraacutecia Valenti pela exiacutemia orientaccedilatildeo sempre
paciente e cuidadosa pelo exemplo de profissionalismo e pela confianccedila
depositada em mim
Agrave Professora Doutora Eliana Maria Gradim Fabron pelo exemplo de
profissionalismo pela amizade maternal e principalmente pela colaboraccedilatildeo e
disposiccedilatildeo em ajudar nesta pesquisa sempre que preciso
Agrave Professora Doutora Regina Zanella Penteado pela colaboraccedilatildeo na presente
pesquisa
Aos meus pais Eliezer Mariano da Cunha e Domingas Aparecida Cardoso de
Souza Cunha que depositaram total confianccedila em mim e pelo incentivo
incansaacutevel durante todos esses anos de graduaccedilatildeo e mestrado
Ao meu amado Ernane Zorzo pela paciecircncia nos meus momentos de
turbulecircncia pelo incentivo pelo amor e pelo cuidado Por sempre me fazer
acreditar que um dia eu seria vencedora de mais essa etapa de minha vida
Aos amigos Mariana Ramalho Renata Meireles Andressa Passadori Tatiane
Lima Gabriela Broglio Sabrina Leocaacutedia Ana Claudia Santos Luciana Fiorio
Amanda Santos Fabiele Carvalho Aline Fiori Maiacutera Niaradi Nataacutelia Paschoal
Amanda Do Valle Sheila Alves Livya Francis Juliana Moretti Ana Claudia
Dalmora Verocircnica Rocha Juliana Helena Bruna Campos Cintia Fadini e
Ademar Portilho que me incentivaram torceram e rezaram por mim em cada
momento dessa jornada
Aos meus inuacutemeros amigos e familiares pelas palavras de forccedila e
encorajamento
Aos Professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da cidade de Mariacutelia sujeitos dessa
pesquisa pela colaboraccedilatildeo no estudo
Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES) pela
concessatildeo da bolsa de auxilio financeiro agrave presente pesquisa
A todos que contribuiacuteram direta e indiretamente para a realizaccedilatildeo dessa
pesquisa
RESUMO Objetivo Verificar a associaccedilatildeo entre as condiccedilotildees de trabalho distuacuterbios vocais e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica Meacutetodo Os professores responderam aos questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale (JSS) Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e foram submetidos agrave anaacutelise perceptivo-auditiva pela escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R= rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) Para anaacutelise da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca (VFC) foram avaliados os iacutendices do domiacutenio do tempo e da frequecircncia os iacutendices geomeacutetricos e os exponentes fractais Resultados Os achados mostram que as condiccedilotildees de trabalho e estresse no trabalho dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica tecircm interferido diretamente em sua sauacutede vocal Fatores como gritar falar em ambientes abertos realizando atividade fiacutesica sobrecarregam o trabalho e predispotildee a populaccedilatildeo aos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave VFC observou-se que os professores que tiveram maior tempo de fonaccedilatildeo apresentaram uma menor VFC Conclusatildeo As condiccedilotildees de trabalho e o estresse no trabalho estatildeo interferindo diretamente na sauacutede vocal e geral dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica Houve associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC com o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) e com os domiacutenios do IDV e JSS
Palavras-chave Educaccedilatildeo fiacutesica Voz Disfonia e Regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca
ABSTRACT
Objective To investigate the association between working conditions voice disorders and cardiac autonomic modulation in Physical Education teachers Method Teachers responded to the questionnaires Condition Production Vocal Teacher (CPV-P) Job Stress Scale (JSS) Voice Handicap Index (VHI) and were analyzed by perceptual GRBASI scale (G = degree of change the voice heard R = roughness B = breathy A = asthenia S = tension I = instability) For analysis of heart rate variability (HRV) the indices were evaluated in the time and frequency domains the geometric indexes and exponents fractals were also evaluated Results The findings showed that working conditions and job stress of physical education teachers influenced directly on their vocal health Factors such as shouting speaking in open environments performing physical activity work overload and predisposes the population to voice disorders Regarding HRV it was found that teachers who had higher phonation time had lower HRV Conclusion The working conditions and job stress are directly interfering vocal health and overall physical education teachers There was a negative association of parasympathetic indices of HRV with the maximum phonation time (MPT) and the areas of IDV and JSS Keywords Physical Education Voice Dysphonia and Cardiac Autonomic Regulation
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomasPaacuteg 27
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocaisPaacuteg 30
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vidaPaacuteg 31
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e ambiente escolarPaacuteg 32
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e organizaccedilatildeo do trabalhoPaacuteg 34
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) dos sujeitos em cada subescala do protocoloPaacuteg 36
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)Paacuteg 37
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) somatoacuteria das respostas dos sujeitosPaacuteg 37
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes a cada domiacutenio do Job Stress Scale (JSS)Paacuteg 38
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASIPaacuteg 40
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 41
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 41
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 42
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 42
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 43
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 43
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 44
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 44
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 45
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 45
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 46
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 46
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo13
2 Objetivo16
3 Meacutetodo17
31 Populaccedilatildeo do Estudo17
32 Anaacutelise dos iacutendices lineares de variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca21
33 Anaacutelise fractal da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca22
34 Anaacutelise dos iacutendices geomeacutetricos de variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca23
35 Anaacutelise Estatiacutestica25
4 Resultados26
5 Discussatildeo47
6 Conclusatildeo59
7 Referecircncias60
8 Anexos67
81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)67
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)69
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia71
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia72
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)73
86 Questionaacuterio - Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)75
87 Questionaacuterio - Job Stress Scale (JSS)helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip81
88 Questionaacuterio - Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)82
89 Aceite do artigo83
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O distuacuterbio vocal na populaccedilatildeo docente em especial na populaccedilatildeo de
professores de educaccedilatildeo fiacutesica daacute-se por um montante de fatores que necessitam
de um delineamento cuidadoso para a elaboraccedilatildeo de estrateacutegias de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo da sauacutede vocal
Em sua atividade laboral eacute importante que o professor de educaccedilatildeo fiacutesica
transmita vitalidade energia vigor dinamismo e sauacutede Sabe-se ainda que a voz de
comando influencia na disciplina do aluno eleva seu niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor (PEDROZA
PRADO e MACEDO 2010)
Em contra partida a voz usada de maneira inadequada ou com alteraccedilotildees
pode transmitir uma psicodinacircmica negativa gerar desconfortos sofrimentos mal-
estar e problemas com a satisfaccedilatildeo e colocaccedilatildeo profissional (SIMOtildeES 2000)
A voz do professor vem sendo objeto priorizado nas pesquisas
fonoaudioloacutegicas brasileiras nos uacuteltimos anos sendo em maior nuacutemero quando
comparadas agravequelas voltadas aos trabalhadores de outras categorias profissionais
(SIMOtildeES 2005 DRAGONE e BEHLAU 2006 DRAGONE et al 2008)
No periacuteodo entre os anos de 1994 a 2008 uma revisatildeo das publicaccedilotildees
fonoaudioloacutegicas brasileiras referentes agrave voz do professor (DRAGONE et al 2010)
contabilizou 500 publicaccedilotildees sendo 83 referentes agraves categorias de avaliaccedilatildeo e
dentre essas 86 avaliou os participantes eou as condiccedilotildees de trabalho Apenas
14 volta-se para os efeitos de programas de intervenccedilatildeo
Quanto ao meacutetodo da pesquisa nota-se que a perspectiva dos proacuteprios
professores foi a mais utilizada (525) seguida por anaacutelises perceptivo-auditivas e
14
acuacutesticas (152) e avaliaccedilatildeo do ambiente e da organizaccedilatildeo do trabalho (apenas
149)
Em estudos amplos acerca das relaccedilotildees entre sauacutede e trabalho docente
(JARDIM BARRETO e ASSUNCcedilAtildeO 2007 GIANNINI 2010) observa-se que os
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica geralmente satildeo excluiacutedos por apresentarem uma
demanda maior e diferenciada do uso vocal em relaccedilatildeo aos professores de outras
disciplinas bem como por suas aulas apresentarem caracteriacutesticas de ensino
bastante diferenciadas das atividades docentes tradicionais
Cabe destacar que um levantamento acerca da produccedilatildeo fonoaudioloacutegica em
voz do professor entre 2005 e 2007 (DRAGONE et al 2008) evidenciou que
estudos especiacuteficos com professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica correspondem a somente
14 das produccedilotildees na aacuterea
Outro aspecto merece destaque a maioria das pesquisas fonoaudioloacutegicas
envolvendo profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica estaacute voltada ao professor que atua em
ambiente de academia particular Haacute poucas pesquisas com professores de
educaccedilatildeo fiacutesica escolar e dentre elas encontram-se aquelas relativas aos
professores do Ensino Fundamental (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al 2007
MEDEIROS e ALVES 2008) do Ensino Meacutedio (STEFFANI VIECELLI e GRASEL
2011) e do Ensino Superior (SERVILHA et al 1995 GRILLO e FUGOWSKI 2010)
Haacute portanto um segmento da categoria docente ainda fora do foco de atenccedilatildeo
das pesquisas fonoaudioloacutegicas os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escolas
puacuteblicas de Ensino Fundamental
Aleacutem dos problemas vocais a populaccedilatildeo em questatildeo pode tambeacutem estar
sujeita ao desenvolvimento de problemas ventilatoacuterios uma vez que se conhece a
relaccedilatildeo entre a fonaccedilatildeo e a ventilaccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006)
15
Nesse contexto a ventilaccedilatildeo estaacute relacionada agrave regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca e uma das formas de avaliaacute-la de modo natildeo invasivo em humanos eacute pela
anaacutelise da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca (VFC) termo convencionalmente
aceito para descrever as oscilaccedilotildees nos intervalos entre batimentos cardiacuteacos
consecutivos (intervalos RR) que estatildeo relacionadas agraves influecircncias do sistema
nervoso autocircnomo (SNA) sobre o noacutedulo sinusal Trata-se de uma teacutecnica natildeo
invasiva cuja anaacutelise pode ser realizada utilizando-se meacutetodos lineares no domiacutenio
do tempo e da frequecircncia e natildeo lineares no domiacutenio do caos (TASK FORCE OF
THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN
SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Os meacutetodos do domiacutenio de tempo usam teacutecnicas matematicamente simples
para mensurar a variabilidade presente nos intervalos R-R por meio de caacutelculos de
sua meacutedia e das variaccedilotildees do desvio padratildeo da frequecircncia cardiacuteaca ao longo do
tempo enquanto os meacutetodos do domiacutenio da frequecircncia utilizam a anaacutelise espectral
que permite decompor a variaccedilatildeo da frequecircncia cardiacuteaca em um determinado tempo
em seus componentes oscilatoacuterios fundamentais ou seja a seacuterie temporal eacute
decomposta em diferentes componentes de frequecircncia (GAMELIN et al 2006)
Na anaacutelise natildeo linear a abordagem da teoria do caos considera sistemas
dinacircmicos determiniacutesticos regidos por equaccedilotildees natildeo lineares e sensiacuteveis agraves
condiccedilotildees iniciais Essa forma de anaacutelise pode refletir mais adequadamente as
alteraccedilotildees na modulaccedilatildeo autonocircmica dos sistemas bioloacutegicos pois existem
evidecircncias de que os mecanismos envolvidos na regulaccedilatildeo cardiovascular
provavelmente interagem entre si de modo natildeo linear (VANDERLEI et al 2009)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos ndash iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular dos intervalos RR
16
(TINN) e plot de Poincareacute ndash os quais permitem apresentar os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e usar aproximaccedilotildees para delas derivar as medidas de VFC
(VANDERLEI et al 2009)
Mudanccedilas nos padrotildees da VFC podem ser indicadores sensiacuteveis e antecipados
de que pode haver comprometimentos na sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica A alta VFC eacute sinal de boa adaptaccedilatildeo o que caracteriza um indiviacuteduo
saudaacutevel com mecanismos autonocircmicos eficientes Inversamente a baixa VFC eacute
frequentemente um apontador de mau funcionamento fisioloacutegico no indiviacuteduo ou
seja haacute uma adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA necessitando de
investigaccedilotildees adicionais de modo a encontrar um diagnoacutestico especiacutefico (PUMPRLA
et al 2002)
Assim justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo pois satildeo escassos os trabalhos
que retratam os distuacuterbios vocais associados agraves condiccedilotildees de trabalho e a
associaccedilatildeo entre a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca e o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar
Faz-se necessaacuterio desenvolver estudos que possibilitem conhecer e identificar
especificidades do uso da voz sauacutede vocal e condiccedilotildees de organizaccedilatildeo do trabalho
do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica em escolas puacuteblicas a fim de subsidiar accedilotildees de
promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede vocal e melhor desempenho profissional
2 OBJETIVO
Verificar a associaccedilatildeo entre as condiccedilotildees de trabalho distuacuterbios vocais e a
modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
17
3 MEacuteTODO
31 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta por 46 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do
municiacutepio de Mariacutelia situado na regiatildeo centro oeste paulista e conta com 35 escolas
estaduais e 19 escolas municipais de ensino fundamental Todos os procedimentos
realizados foram aprovados pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de
Filosofia e Ciecircncias da UNESP sob os pareceres de Nordm 03542011 e Nordm 05852012
(anexos 81 e 82)
Os requisitos de inclusatildeo dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica foram os
seguintes estar em exerciacutecio e atuando em escolas de ensino fundamental da rede
municipal ou estadual Um dos criteacuterios de exclusatildeo foi estar lecionando em caraacuteter
substitutivo (professor eventual) Tambeacutem foram excluiacutedos sujeitos que relataram
distuacuterbios cardiorrespiratoacuterios
A pesquisadora realizou contato inicial com a Diretoria de Ensino e com a
Secretaria Municipal de Ensino de Mariacutelia (anexos 83 e 84) por meio do qual
obteve autorizaccedilatildeo para adentrar agraves escolas e apresentar a pesquisa agrave direccedilatildeo eou
agrave coordenaccedilatildeo pedagoacutegica Apoacutes obtenccedilatildeo da autorizaccedilatildeo a pesquisadora buscou
obter informaccedilotildees quanto ao sexo e faixa etaacuteria dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
da escola conhecer o espaccedilo destinado agraves suas atividades de ensino como sala de
aula ginaacutesios eou quadras (abertas ou fechadas cobertas ou natildeo) tipo de piso
(terra areia grama cimento madeira ou outro) piscinas ar condicionado
existecircncia de eco ou acuacutestica inadequada exposiccedilatildeo a vento sol chuva ou poeira
presenccedila de bebedouros e banheiros proacuteximos ao local das atividades Foi feito o
registro fotograacutefico das instalaccedilotildees em que ocorrem as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica
com cacircmera digital da Samsung modelo Digimax NV30 81 MP bem como o
18
levantamento da grade horaacuteria
Na mesma oportunidade a pesquisadora solicitou o agendamento de uma
reuniatildeo com os docentes de Educaccedilatildeo Fiacutesica no HTPC (Horaacuterio de Trabalho e
Planejamento Coletivo) ocasiatildeo em que se efetuou o convite agrave participaccedilatildeo
expondo os objetivos e a metodologia da pesquisa bem como a apresentaccedilatildeo do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ndash TECLE (anexo 85)
Os sujeitos receberam todas as informaccedilotildees pertinentes ao projeto aos
objetivos da pesquisa explicaccedilatildeo sobre os procedimentos que seriam utilizados
temporalidade riscos (se houvesse) resguardo da privacidade consentimento sobre
a sua participaccedilatildeo na pesquisa e o uso dos dados para fins cientiacuteficos e foram
convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido confirmando a
anuecircncia
Aqueles que aceitaram participar foram convidados a responder aos
questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale
(JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) Os professores tambeacutem participaram
da avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) e anaacutelise da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca realizados na proacutepria escola
O questionaacuterio Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) ndash anexo 86
- eacute adequado para caracterizar as condiccedilotildees de trabalho na escola e perfil vocal de
professores sendo de faacutecil compreensatildeo e preenchimento aleacutem de poder ser
utilizado em sua totalidade ou em partes conforme o interesse em avaliar questotildees
sociodemograacuteficas do ambiente e organizaccedilatildeo do trabalho docente relativas agrave voz
(sintomas sensaccedilotildees condiccedilotildees de uso da voz no trabalho) e aspectos gerais de
sauacutede haacutebitos de vida e antecedentes familiares (FERREIRA et al 2003 e 2007) As
variaacuteveis foram analisadas em duas categorias natildeo (nunca e raramente) e sim (agraves
19
vezes sempre) o caacutelculo de nuacutemero e frequecircncia de sintomas vocais foi feito
considerando-se sem sintoma (nunca e raramente) e com sintoma (agraves vezes e
sempre)
O instrumento Job Stress Scale (JSS) - anexo 87 - avalia as dimensotildees de
demanda controle e apoio no trabalho referentes agraves fontes de estresse no ambiente
psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da interaccedilatildeo dessas dimensotildees Foi
empregada a versatildeo resumida do instrumento adaptada para o portuguecircs (ALVES
et al 2004) a qual conta com 17 questotildees em trecircs dimensotildees demanda (questotildees
de a ateacute e) controle (questotildees de f ateacute k) e apoio (questotildees de l ateacute q) O caacutelculo
dos escores de cada dimensatildeo foi obtido pela somatoacuteria da pontuaccedilatildeo de cada
escore sendo demanda de 5 a 20 pontos (maior demanda pior situaccedilatildeo) controle
de 6 a 24 pontos (maior controle melhor situaccedilatildeo) e apoio de 6 a 24 pontos (maior
apoio melhor situaccedilatildeo) Este instrumento fora empregado em estudo com
professores de escolas municipais de Satildeo Paulo (GIANNINI 2010) que evidenciou
associaccedilatildeo estatiacutestica entre distuacuterbio de voz e a categoria de alto desgaste da
interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho
O questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) - anexo 88 - eacute um
instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e adequado para
quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo vocal Possui 30
questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional (questotildees
135681112161922) orgacircnico (241013141718202126) e emocional
(791523242527282930) O caacutelculo do escore eacute feito por somatoacuteria de todas as
questotildees ou das questotildees de cada domiacutenio de maneira que o escore geral varia de
0 a 120 pontos e o de cada domiacutenio de 0 a 40 sendo que quanto maior a
pontuaccedilatildeo mais intensa eacute a desvantagem vocal percebida Foi utilizada a versatildeo
20
brasileira validada por Behlau Santos e Oliveira (2011) Os escores para vozes
saudaacuteveis e disfocircnicas respectivamente satildeo escore total 35 e 474 emocional 07
e 131 funcional 17 e 126 orgacircnico 11 e 217 (BEHLAU et al 2009)
A prevalecircncia de alteraccedilotildees vocais foi obtida a partir da avaliaccedilatildeo vocal
fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva vocal) A gravaccedilatildeo foi realizada na
proacutepria escola em uma sala silenciosa sendo a captaccedilatildeo realizada por meio de
gravador Marantz modelo PMD660 e microfone de cabeccedila SENNHEISER modelo
E855 posicionado em um acircngulo de 45ordm a 90ordm da boca mantendo-se distacircncia em
torno de 5 cm (BEHLAU 2001) Na gravaccedilatildeo foram solicitadas trecircs emissotildees da
vogal sustentada ldquoardquo tanto para a anaacutelise perceptivo-auditiva quanto para a
mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
A mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) eacute amplamente descrita na
literatura cientiacutefica e tem apresentado grande ecircxito no que diz respeito agrave detecccedilatildeo
de alteraccedilotildees em niacutevel gloacutetico e respiratoacuterio Suas medidas de normalidade giram
em torno de 16 a 18 segundos Para falantes do portuguecircs do Brasil (experiecircncia
com falantes da cidade de Satildeo Paulo) considera-se uma meacutedia de 20 segundos
para os homens e 14 segundos para as mulheres (PINHO 2003)
A anaacutelise perceptivo-auditiva foi feita por 3 fonoaudioacutelogas experientes na aacuterea
de voz e com anaacutelise de confiabilidade dos julgamentos 10 vozes do total das 46
foram sorteadas e reinseridas na amostra totalizando 56 vozes para a anaacutelise
perceptivo-auditiva A avaliaccedilatildeo se valeu do instrumento escala numeacuterica GRBASI
em que G = grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R = rugosidade B = soprosidade A =
astenia S = tensatildeo e I = instabilidade Apoacutes a escuta de cada voz cada
fonoaudioacuteloga anotou no protocolo um valor de 0 a 3 (grau 0 ndash ausente grau 1 ndash
21
discreto grau 2 ndash moderado e grau 3 ndash intenso) para cada item referente agrave escala
GRBASI (HIRANO 1981 BEHLAU 2001)
Para anaacutelise dos iacutendices de variabilidade da frequumlecircncia cardiacuteaca foi utilizado o
cardiofrequenciacutemetro (Polar RS800CX) que conteacutem um computador de treino
(semelhante a um reloacutegio) que exibe e grava a frequecircncia cardiacuteaca e uma tira
elaacutestica onde eacute conectado o transmissor que envia o sinal da frequecircncia cardiacuteaca
para o aparelho em questatildeo
Os professores foram orientados a ter uma boa noite de sono evitar atividade
fiacutesica antes da avaliaccedilatildeo natildeo ingerir cafeacute ou bebidas que estimulassem a frequecircncia
cardiacuteaca A pesquisadora pediu que durante a avaliaccedilatildeo o professor ficasse em
repouso sem fechar os olhos falar ou cruzar as pernas a fim de evitar alguma
interferecircncia
32 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES LINEARES DE VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA
CARDIacuteACA
Foi registrado batimento a batimento durante todo o protocolo experimental
que teve duraccedilatildeo de 10 minutos com uma taxa de amostragem de 1000 Hz Do
periacuteodo de maior estabilidade do sinal foi selecionado um intervalo de cinco
minutos e somente as seacuteries com mais de 256 intervalos RR foram utilizadas para
anaacutelise (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) Nessas seacuteries foram realizadas filtragens digital e manual para eliminaccedilatildeo de
batimentos ectoacutepicos prematuros e artefatos e somente aquelas com mais de 95
de batimentos sinusais foram incluiacutedas no estudo (VANDERLEI et al 2009)
22
Para anaacutelise da VFC no domiacutenio da frequecircncia utilizamos os componentes
espectrais de baixa frequecircncia (LF 004-015 Hz) e alta frequecircncia (HF 015-040
Hz) em ms2 e unidades normalizadas A anaacutelise espectral foi calculada usando o
algoritmo da Transformada Raacutepida de Fourier
Jaacute a anaacutelise no domiacutenio do tempo foi realizada por meio dos iacutendices SDNN
(desvio-padratildeo da meacutedia dos intervalos RR normais) RMSSD (raiz quadrada da
meacutedia do quadrado das diferenccedilas entre os intervalos RR normais adjacentes)
NN50 (nuacutemero dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de duraccedilatildeo maior que
50ms) e pNN50 (porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de
duraccedilatildeo maior que 50ms)
33 ANAacuteLISE FRACTAL DA VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Para anaacutelise das propriedades fractais da frequecircncia cardiacuteaca o meacutetodo DFA
foi aplicado agrave seacuterie temporal dos intervalos RR O procedimento para o caacutelculo do
DFA foi composto das seguintes etapas
Inicialmente a seacuterie RR obtida experimentalmente eacute integrada usando-se a
expressatildeo
k
i
aveRRiRRkY1
])([)(
Em que Y(k) eacute o k-eacutesimo termo da seacuterie integrada (k = 1 2 N) RR(i) eacute o i-
eacutesimo valor dos intervalos RR e RRave eacute a meacutedia dos intervalos RR da seacuterie
original de comprimento N ou seja
N
i
iRRN
RRave1
)(1
23
Em seguida a seacuterie temporal integrada eacute dividida em intervalos de
comprimento igual a n com n = 1 2 N Em cada um desses intervalos eacute
calculada a tendecircncia local da seacuterie por uma reta de miacutenimos quadrados ajustada
aos dados Denotamos a coordenada y dessa reta por Yn(k) Em seguida
destendenciamos a seacuterie integrada Y(k) subtraindo a tendecircncia local Yn(k) em
cada intervalo Para um dado intervalo de tamanho n o tamanho caracteriacutestico da
flutuaccedilatildeo para a seacuterie integrada e destendenciada eacute calculado por
N
KkYnkYNnF
1
2)]()([1)(
Esse procedimento foi repetido para todos os intervalos de tamanho n
obtendo-se uma relaccedilatildeo entre a meacutedia das flutuaccedilotildees F(n) e o tamanho dos
intervalos n Se essa relaccedilatildeo for linear em um graacutefico log-log isso indica a existecircncia
de uma lei exponencial em escala de acordo com a foacutermula
nnF )( em que
α eacute o expoente de escala que pode ser calculado por regressatildeo linear em um
graacutefico log-log Foram calculados o expoentes fractais de curto prazo (alfa-1)
correspondente ao periacuteodo de 4 a 11 batimentos o expoente de longo prazo (alfa-2)
que corresponde a periacuteodos longos acima de 11 batimentos e a relaccedilatildeo entre eles
(alfa-1alfa-2)
34 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES GEOMEacuteTRICOS DE VARIABILIDADE DA
FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Foram analisados os seguintes iacutendices geomeacutetricos RRtri TINN e plot de
Poincareacute (SD1 SD2 relaccedilatildeo SD1SD2)
24
O RRtri foi calculado a partir da construccedilatildeo do histograma de densidade dos
intervalos RR normais e obtido pela divisatildeo da integral do histograma (isto eacute o
nuacutemero total de intervalos RR) pelo maacuteximo da distribuiccedilatildeo de densidade (frequecircncia
modal dos intervalos RR) mensurado em uma escala discreta com caixas de 78125
ms (1128 segundos) (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF
CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND
ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
O TINN consiste na largura da linha de base da distribuiccedilatildeo medida como a
base de um triacircngulo aproximando a distribuiccedilatildeo de todos os intervalos RR sendo
que a diferenccedila dos miacutenimos quadrados foi utilizada para determinaccedilatildeo do triacircngulo
(TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE
NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Para a construccedilatildeo do plot de Poincareacute cada intervalo RR foi representado em
funccedilatildeo do intervalo anterior (proacuteximo intervalo) e para a anaacutelise quantitativa do plot
de Poincareacute foram calculados os seguintes iacutendices SD1 (desvio-padratildeo da
variabilidade instantacircnea batimento a batimento) SD2 (desvio-padratildeo em longo
prazo dos intervalos R-R contiacutenuos) e a relaccedilatildeo SD1SD2
A anaacutelise qualitativa (visual) do plot de Poincareacute foi feita por meio da anaacutelise
das figuras formadas pelo atrator do plot as quais foram descritas
1) Figura na qual um aumento na dispersatildeo dos intervalos RR batimento
a batimento eacute observado com aumento nos intervalos RR caracteriacutestica de um plot
normal
2) Figura com pequena dispersatildeo global batimento a batimento e sem
aumento da dispersatildeo dos intervalos RR em longo prazo
25
35 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Inicialmente foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de
Shapiro-Wilk Para realizar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foi aplicado o teste de
correlaccedilatildeo de Pearson para distribuiccedilotildees parameacutetricas enquanto para distribuiccedilotildees
natildeo-parameacutetricas foi aplicado o teste de correlaccedilatildeo de Spearman Valores de
correlaccedilatildeo forte foram considerados para r gt 05 correlaccedilatildeo moderada foi
considerada para valores de r entre 03 e 049 (03 gt r gt 049) e correlaccedilatildeo fraca
para valores de r lt 03 Diferenccedilas nesses testes foram consideradas
estatisticamente significantes quando o valor de p foi menor que 005 O programa
estatiacutestico utilizado foi o Software GraphPad StatMate version 200 for Windows
GraphPad Software San Diego California USA
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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SENtildeARIS GONZAacuteLEZ B NUacuteNtildeEZ BATALLA F CORTE SANTOS P SUAacuteREZ NIETO C Factors predicting Voice Handicap Index Acta Otorrinolaringol Esp 2006 Feb57(2)101-8 SERVILHA EAM LEAL ROF HIDAKA MTU Riscos ocupacionais na legislaccedilatildeo trabalhista brasileira destaque para aqueles relativos agrave sauacutede e voz do professor Rev Soc Bras Fonoaudiol 201015(4)505-13 SILVA CB Identificaccedilatildeo vocal dos professores de academia de ginaacutestica a partir dos sinais e sintomas Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2010anais_selectphpop=PTampcid=3371amptid=1
65
SILVA CG GONCcedilALVES VSB MENESES VGM COSTA ALCN SILVA LB Percepccedilatildeo dos profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica acerca da presenccedila do ruiacutedo durante o seu desempenho vocal nas academias de Joatildeo Pessoa (PB) Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa SILVA EM TAVARES PB FIGUEREDO FL CRUZ JS Comparaccedilatildeo do perfil de participaccedilatildeo de atividades vocais em professores que utilizam a voz em sala de aula e em academia Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2010anais_selectphpop=PTampcid=3074amptid=3 SIMOtildeES M O profissional de educaccedilatildeo fiacutesica e o uso da voz uma contribuiccedilatildeo da Fonoaudiologia Rev Bras Atividade Fiacutesica e Sauacutede 2000 5(1) 71-80 SIMOtildeES M A voz do professor ndash histoacuterico da produccedilatildeo cientiacutefica de fonoaudioacutelogos brasileiros sobre o uso da voz nessa categoria profissional II In Ferreira LP Oliveira SM Voz profissional produccedilatildeo cientiacutefica da fonoaudiologia brasileira [CD-ROM] Satildeo Paulo SBFa 2005 SOUZA RG ROSIN FB Sinais e sintomas vocais e avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva
e acuacutestica dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica comparaccedilatildeo entre o iniacutecio e teacutermino
da aula Rev SBFa 2009 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011]
Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalanais2009anais_selectphpop=buscaresultadoampcid=2
043amptid=1
STEFFANI JA VIECELI VCB GRASEL CE Sauacutede vocal e niacutevel de atividade fiacutesica
dos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica Revista Digital efdeportescom [perioacutedico na internet]
[acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwefdeportescomefd155saude-vocal-
dos-profissionais-de-educacao-fisicahtm
TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY Heart rate variability standards of measurement physiological interpretation and clinical use Circulation 1996 93(5)1043-1065 THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS ndash AIS What is Stress Effects of Stress Disponiacutevel em httpwwwstressorg Acesso em 02012013 TROUT J MCCOLL D Vocal health for Physical Educators JOPERD 2007 78(8) 12-14 50 VANDERLEI L C Basic notions of heart rate variability and its clinical applicability Rev Bras Cir Cardiovasc 2009 24(2)205-217
66
VANUCCI M Relaccedilatildeo entre auto-avaliaccedilatildeo vocal escores do protocolo QVV e
desvios vocais em professores de educaccedilatildeo fiacutesica [monografia de especializaccedilatildeo]
Centro de Estudos da Voz 2005 Disponiacutevel em
httpwwwcevfonocom2010monografia_selectphpcid=273
YAMASAKI R LEAtildeO SHS MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R
Anaacutelise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas Escala analoacutegica visual
Rev SBFa 2007 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa
YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
DENISE DE SOUZA CUNHA
DISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO
ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA (SP)
Monografia apresentada ao Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Fonoaudiologia da Faculdade de
Filosofia e Ciecircncias da Universidade Estadual
Paulista ndash UNESP ndash Cacircmpus de Mariacutelia para a
obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Fonoaudiologia
(aacuterea de concentraccedilatildeo Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo
Humana)
Orientador Prof Dr Vitor Engraacutecia Valenti
MariacuteliaSP 2013
Ficha Catalograacutefica elaborada pelo Serviccedilo Teacutecnico de Biblioteca e Documentaccedilatildeo ndash UNESP ndash Campus de Mariacutelia
Cunha Denise de Souza Distuacuterbios vocais estresse e condiccedilotildees de trabalho e associaccedilatildeo entre o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de educaccedilatildeo fiacutesica do ensino fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia Denise de Souza Cunha - Mariacutelia 2013 XI 81 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fonoaudiologia) ndash Faculdade de Filosofia e Ciecircncias Universidade Estadual Paulista 2013 Bibliografia f 60 ndash 65 Orientador Vitor Engraacutecia Valenti 1 Educaccedilatildeo Fiacutesica 2 Voz 3 Disfonia 4 Regulaccedilatildeo Autonocircmica Cardiacuteaca
DENISE DE SOUZA CUNHA
DISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO
ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA (SP)
Monografia apresentada ao Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Fonoaudiologia da Faculdade de
Filosofia e Ciecircncias da Universidade Estadual
Paulista ndash UNESP ndash Cacircmpus de Mariacutelia para a
obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Fonoaudiologia
(aacuterea de concentraccedilatildeo Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo
Humana)
BANCA EXAMINADORA
Orientador Professor Doutor Vitor Engraacutecia Valenti ndash Faculdade de Filosofia e Ciecircncias Universidade Estadual Paulista ndash UNESP ndash Mariacutelia ndash SP 2ordm Examinador Professor Doutor Regina Helena Garcia Martins ndash Faculdade de Medicina de Botucatu Universidade Estadual Paulista ndash UNESP ndash Botucatu ndash SP 3ordm Examinador Professor Doutor Luiz Carlos de Abreu ndash Faculdade de Medicina do ABC ndash FMABC ndash Santo Andreacute ndash SP Suplentes Professor Doutor Cristiane Moccedilo Canhetti de Oliveira ndash Faculdade de Filosofia e Ciecircncias Universidade Estadual Paulista ndash UNESP ndash Mariacutelia ndash SP Professor Doutor Luiz Carlos Marques Vanderlei ndash Faculdade de Ciecircncias e Tecnologia Universidade Estadual Paulista ndash UNESP ndash Presidente Prudente ndash SP
MariacuteliaSP 2013
Dedico este trabalho agrave minha eterna e amada avoacute Izaura Monteiro de Souza
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Doutor Vitor Engraacutecia Valenti pela exiacutemia orientaccedilatildeo sempre
paciente e cuidadosa pelo exemplo de profissionalismo e pela confianccedila
depositada em mim
Agrave Professora Doutora Eliana Maria Gradim Fabron pelo exemplo de
profissionalismo pela amizade maternal e principalmente pela colaboraccedilatildeo e
disposiccedilatildeo em ajudar nesta pesquisa sempre que preciso
Agrave Professora Doutora Regina Zanella Penteado pela colaboraccedilatildeo na presente
pesquisa
Aos meus pais Eliezer Mariano da Cunha e Domingas Aparecida Cardoso de
Souza Cunha que depositaram total confianccedila em mim e pelo incentivo
incansaacutevel durante todos esses anos de graduaccedilatildeo e mestrado
Ao meu amado Ernane Zorzo pela paciecircncia nos meus momentos de
turbulecircncia pelo incentivo pelo amor e pelo cuidado Por sempre me fazer
acreditar que um dia eu seria vencedora de mais essa etapa de minha vida
Aos amigos Mariana Ramalho Renata Meireles Andressa Passadori Tatiane
Lima Gabriela Broglio Sabrina Leocaacutedia Ana Claudia Santos Luciana Fiorio
Amanda Santos Fabiele Carvalho Aline Fiori Maiacutera Niaradi Nataacutelia Paschoal
Amanda Do Valle Sheila Alves Livya Francis Juliana Moretti Ana Claudia
Dalmora Verocircnica Rocha Juliana Helena Bruna Campos Cintia Fadini e
Ademar Portilho que me incentivaram torceram e rezaram por mim em cada
momento dessa jornada
Aos meus inuacutemeros amigos e familiares pelas palavras de forccedila e
encorajamento
Aos Professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da cidade de Mariacutelia sujeitos dessa
pesquisa pela colaboraccedilatildeo no estudo
Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES) pela
concessatildeo da bolsa de auxilio financeiro agrave presente pesquisa
A todos que contribuiacuteram direta e indiretamente para a realizaccedilatildeo dessa
pesquisa
RESUMO Objetivo Verificar a associaccedilatildeo entre as condiccedilotildees de trabalho distuacuterbios vocais e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica Meacutetodo Os professores responderam aos questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale (JSS) Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e foram submetidos agrave anaacutelise perceptivo-auditiva pela escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R= rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) Para anaacutelise da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca (VFC) foram avaliados os iacutendices do domiacutenio do tempo e da frequecircncia os iacutendices geomeacutetricos e os exponentes fractais Resultados Os achados mostram que as condiccedilotildees de trabalho e estresse no trabalho dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica tecircm interferido diretamente em sua sauacutede vocal Fatores como gritar falar em ambientes abertos realizando atividade fiacutesica sobrecarregam o trabalho e predispotildee a populaccedilatildeo aos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave VFC observou-se que os professores que tiveram maior tempo de fonaccedilatildeo apresentaram uma menor VFC Conclusatildeo As condiccedilotildees de trabalho e o estresse no trabalho estatildeo interferindo diretamente na sauacutede vocal e geral dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica Houve associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC com o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) e com os domiacutenios do IDV e JSS
Palavras-chave Educaccedilatildeo fiacutesica Voz Disfonia e Regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca
ABSTRACT
Objective To investigate the association between working conditions voice disorders and cardiac autonomic modulation in Physical Education teachers Method Teachers responded to the questionnaires Condition Production Vocal Teacher (CPV-P) Job Stress Scale (JSS) Voice Handicap Index (VHI) and were analyzed by perceptual GRBASI scale (G = degree of change the voice heard R = roughness B = breathy A = asthenia S = tension I = instability) For analysis of heart rate variability (HRV) the indices were evaluated in the time and frequency domains the geometric indexes and exponents fractals were also evaluated Results The findings showed that working conditions and job stress of physical education teachers influenced directly on their vocal health Factors such as shouting speaking in open environments performing physical activity work overload and predisposes the population to voice disorders Regarding HRV it was found that teachers who had higher phonation time had lower HRV Conclusion The working conditions and job stress are directly interfering vocal health and overall physical education teachers There was a negative association of parasympathetic indices of HRV with the maximum phonation time (MPT) and the areas of IDV and JSS Keywords Physical Education Voice Dysphonia and Cardiac Autonomic Regulation
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomasPaacuteg 27
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocaisPaacuteg 30
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vidaPaacuteg 31
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e ambiente escolarPaacuteg 32
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e organizaccedilatildeo do trabalhoPaacuteg 34
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) dos sujeitos em cada subescala do protocoloPaacuteg 36
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)Paacuteg 37
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) somatoacuteria das respostas dos sujeitosPaacuteg 37
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes a cada domiacutenio do Job Stress Scale (JSS)Paacuteg 38
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASIPaacuteg 40
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 41
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 41
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 42
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 42
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 43
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 43
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 44
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 44
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 45
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 45
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 46
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 46
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo13
2 Objetivo16
3 Meacutetodo17
31 Populaccedilatildeo do Estudo17
32 Anaacutelise dos iacutendices lineares de variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca21
33 Anaacutelise fractal da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca22
34 Anaacutelise dos iacutendices geomeacutetricos de variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca23
35 Anaacutelise Estatiacutestica25
4 Resultados26
5 Discussatildeo47
6 Conclusatildeo59
7 Referecircncias60
8 Anexos67
81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)67
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)69
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia71
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia72
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)73
86 Questionaacuterio - Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)75
87 Questionaacuterio - Job Stress Scale (JSS)helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip81
88 Questionaacuterio - Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)82
89 Aceite do artigo83
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O distuacuterbio vocal na populaccedilatildeo docente em especial na populaccedilatildeo de
professores de educaccedilatildeo fiacutesica daacute-se por um montante de fatores que necessitam
de um delineamento cuidadoso para a elaboraccedilatildeo de estrateacutegias de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo da sauacutede vocal
Em sua atividade laboral eacute importante que o professor de educaccedilatildeo fiacutesica
transmita vitalidade energia vigor dinamismo e sauacutede Sabe-se ainda que a voz de
comando influencia na disciplina do aluno eleva seu niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor (PEDROZA
PRADO e MACEDO 2010)
Em contra partida a voz usada de maneira inadequada ou com alteraccedilotildees
pode transmitir uma psicodinacircmica negativa gerar desconfortos sofrimentos mal-
estar e problemas com a satisfaccedilatildeo e colocaccedilatildeo profissional (SIMOtildeES 2000)
A voz do professor vem sendo objeto priorizado nas pesquisas
fonoaudioloacutegicas brasileiras nos uacuteltimos anos sendo em maior nuacutemero quando
comparadas agravequelas voltadas aos trabalhadores de outras categorias profissionais
(SIMOtildeES 2005 DRAGONE e BEHLAU 2006 DRAGONE et al 2008)
No periacuteodo entre os anos de 1994 a 2008 uma revisatildeo das publicaccedilotildees
fonoaudioloacutegicas brasileiras referentes agrave voz do professor (DRAGONE et al 2010)
contabilizou 500 publicaccedilotildees sendo 83 referentes agraves categorias de avaliaccedilatildeo e
dentre essas 86 avaliou os participantes eou as condiccedilotildees de trabalho Apenas
14 volta-se para os efeitos de programas de intervenccedilatildeo
Quanto ao meacutetodo da pesquisa nota-se que a perspectiva dos proacuteprios
professores foi a mais utilizada (525) seguida por anaacutelises perceptivo-auditivas e
14
acuacutesticas (152) e avaliaccedilatildeo do ambiente e da organizaccedilatildeo do trabalho (apenas
149)
Em estudos amplos acerca das relaccedilotildees entre sauacutede e trabalho docente
(JARDIM BARRETO e ASSUNCcedilAtildeO 2007 GIANNINI 2010) observa-se que os
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica geralmente satildeo excluiacutedos por apresentarem uma
demanda maior e diferenciada do uso vocal em relaccedilatildeo aos professores de outras
disciplinas bem como por suas aulas apresentarem caracteriacutesticas de ensino
bastante diferenciadas das atividades docentes tradicionais
Cabe destacar que um levantamento acerca da produccedilatildeo fonoaudioloacutegica em
voz do professor entre 2005 e 2007 (DRAGONE et al 2008) evidenciou que
estudos especiacuteficos com professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica correspondem a somente
14 das produccedilotildees na aacuterea
Outro aspecto merece destaque a maioria das pesquisas fonoaudioloacutegicas
envolvendo profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica estaacute voltada ao professor que atua em
ambiente de academia particular Haacute poucas pesquisas com professores de
educaccedilatildeo fiacutesica escolar e dentre elas encontram-se aquelas relativas aos
professores do Ensino Fundamental (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al 2007
MEDEIROS e ALVES 2008) do Ensino Meacutedio (STEFFANI VIECELLI e GRASEL
2011) e do Ensino Superior (SERVILHA et al 1995 GRILLO e FUGOWSKI 2010)
Haacute portanto um segmento da categoria docente ainda fora do foco de atenccedilatildeo
das pesquisas fonoaudioloacutegicas os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escolas
puacuteblicas de Ensino Fundamental
Aleacutem dos problemas vocais a populaccedilatildeo em questatildeo pode tambeacutem estar
sujeita ao desenvolvimento de problemas ventilatoacuterios uma vez que se conhece a
relaccedilatildeo entre a fonaccedilatildeo e a ventilaccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006)
15
Nesse contexto a ventilaccedilatildeo estaacute relacionada agrave regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca e uma das formas de avaliaacute-la de modo natildeo invasivo em humanos eacute pela
anaacutelise da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca (VFC) termo convencionalmente
aceito para descrever as oscilaccedilotildees nos intervalos entre batimentos cardiacuteacos
consecutivos (intervalos RR) que estatildeo relacionadas agraves influecircncias do sistema
nervoso autocircnomo (SNA) sobre o noacutedulo sinusal Trata-se de uma teacutecnica natildeo
invasiva cuja anaacutelise pode ser realizada utilizando-se meacutetodos lineares no domiacutenio
do tempo e da frequecircncia e natildeo lineares no domiacutenio do caos (TASK FORCE OF
THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN
SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Os meacutetodos do domiacutenio de tempo usam teacutecnicas matematicamente simples
para mensurar a variabilidade presente nos intervalos R-R por meio de caacutelculos de
sua meacutedia e das variaccedilotildees do desvio padratildeo da frequecircncia cardiacuteaca ao longo do
tempo enquanto os meacutetodos do domiacutenio da frequecircncia utilizam a anaacutelise espectral
que permite decompor a variaccedilatildeo da frequecircncia cardiacuteaca em um determinado tempo
em seus componentes oscilatoacuterios fundamentais ou seja a seacuterie temporal eacute
decomposta em diferentes componentes de frequecircncia (GAMELIN et al 2006)
Na anaacutelise natildeo linear a abordagem da teoria do caos considera sistemas
dinacircmicos determiniacutesticos regidos por equaccedilotildees natildeo lineares e sensiacuteveis agraves
condiccedilotildees iniciais Essa forma de anaacutelise pode refletir mais adequadamente as
alteraccedilotildees na modulaccedilatildeo autonocircmica dos sistemas bioloacutegicos pois existem
evidecircncias de que os mecanismos envolvidos na regulaccedilatildeo cardiovascular
provavelmente interagem entre si de modo natildeo linear (VANDERLEI et al 2009)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos ndash iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular dos intervalos RR
16
(TINN) e plot de Poincareacute ndash os quais permitem apresentar os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e usar aproximaccedilotildees para delas derivar as medidas de VFC
(VANDERLEI et al 2009)
Mudanccedilas nos padrotildees da VFC podem ser indicadores sensiacuteveis e antecipados
de que pode haver comprometimentos na sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica A alta VFC eacute sinal de boa adaptaccedilatildeo o que caracteriza um indiviacuteduo
saudaacutevel com mecanismos autonocircmicos eficientes Inversamente a baixa VFC eacute
frequentemente um apontador de mau funcionamento fisioloacutegico no indiviacuteduo ou
seja haacute uma adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA necessitando de
investigaccedilotildees adicionais de modo a encontrar um diagnoacutestico especiacutefico (PUMPRLA
et al 2002)
Assim justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo pois satildeo escassos os trabalhos
que retratam os distuacuterbios vocais associados agraves condiccedilotildees de trabalho e a
associaccedilatildeo entre a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca e o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar
Faz-se necessaacuterio desenvolver estudos que possibilitem conhecer e identificar
especificidades do uso da voz sauacutede vocal e condiccedilotildees de organizaccedilatildeo do trabalho
do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica em escolas puacuteblicas a fim de subsidiar accedilotildees de
promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede vocal e melhor desempenho profissional
2 OBJETIVO
Verificar a associaccedilatildeo entre as condiccedilotildees de trabalho distuacuterbios vocais e a
modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
17
3 MEacuteTODO
31 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta por 46 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do
municiacutepio de Mariacutelia situado na regiatildeo centro oeste paulista e conta com 35 escolas
estaduais e 19 escolas municipais de ensino fundamental Todos os procedimentos
realizados foram aprovados pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de
Filosofia e Ciecircncias da UNESP sob os pareceres de Nordm 03542011 e Nordm 05852012
(anexos 81 e 82)
Os requisitos de inclusatildeo dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica foram os
seguintes estar em exerciacutecio e atuando em escolas de ensino fundamental da rede
municipal ou estadual Um dos criteacuterios de exclusatildeo foi estar lecionando em caraacuteter
substitutivo (professor eventual) Tambeacutem foram excluiacutedos sujeitos que relataram
distuacuterbios cardiorrespiratoacuterios
A pesquisadora realizou contato inicial com a Diretoria de Ensino e com a
Secretaria Municipal de Ensino de Mariacutelia (anexos 83 e 84) por meio do qual
obteve autorizaccedilatildeo para adentrar agraves escolas e apresentar a pesquisa agrave direccedilatildeo eou
agrave coordenaccedilatildeo pedagoacutegica Apoacutes obtenccedilatildeo da autorizaccedilatildeo a pesquisadora buscou
obter informaccedilotildees quanto ao sexo e faixa etaacuteria dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
da escola conhecer o espaccedilo destinado agraves suas atividades de ensino como sala de
aula ginaacutesios eou quadras (abertas ou fechadas cobertas ou natildeo) tipo de piso
(terra areia grama cimento madeira ou outro) piscinas ar condicionado
existecircncia de eco ou acuacutestica inadequada exposiccedilatildeo a vento sol chuva ou poeira
presenccedila de bebedouros e banheiros proacuteximos ao local das atividades Foi feito o
registro fotograacutefico das instalaccedilotildees em que ocorrem as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica
com cacircmera digital da Samsung modelo Digimax NV30 81 MP bem como o
18
levantamento da grade horaacuteria
Na mesma oportunidade a pesquisadora solicitou o agendamento de uma
reuniatildeo com os docentes de Educaccedilatildeo Fiacutesica no HTPC (Horaacuterio de Trabalho e
Planejamento Coletivo) ocasiatildeo em que se efetuou o convite agrave participaccedilatildeo
expondo os objetivos e a metodologia da pesquisa bem como a apresentaccedilatildeo do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ndash TECLE (anexo 85)
Os sujeitos receberam todas as informaccedilotildees pertinentes ao projeto aos
objetivos da pesquisa explicaccedilatildeo sobre os procedimentos que seriam utilizados
temporalidade riscos (se houvesse) resguardo da privacidade consentimento sobre
a sua participaccedilatildeo na pesquisa e o uso dos dados para fins cientiacuteficos e foram
convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido confirmando a
anuecircncia
Aqueles que aceitaram participar foram convidados a responder aos
questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale
(JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) Os professores tambeacutem participaram
da avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) e anaacutelise da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca realizados na proacutepria escola
O questionaacuterio Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) ndash anexo 86
- eacute adequado para caracterizar as condiccedilotildees de trabalho na escola e perfil vocal de
professores sendo de faacutecil compreensatildeo e preenchimento aleacutem de poder ser
utilizado em sua totalidade ou em partes conforme o interesse em avaliar questotildees
sociodemograacuteficas do ambiente e organizaccedilatildeo do trabalho docente relativas agrave voz
(sintomas sensaccedilotildees condiccedilotildees de uso da voz no trabalho) e aspectos gerais de
sauacutede haacutebitos de vida e antecedentes familiares (FERREIRA et al 2003 e 2007) As
variaacuteveis foram analisadas em duas categorias natildeo (nunca e raramente) e sim (agraves
19
vezes sempre) o caacutelculo de nuacutemero e frequecircncia de sintomas vocais foi feito
considerando-se sem sintoma (nunca e raramente) e com sintoma (agraves vezes e
sempre)
O instrumento Job Stress Scale (JSS) - anexo 87 - avalia as dimensotildees de
demanda controle e apoio no trabalho referentes agraves fontes de estresse no ambiente
psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da interaccedilatildeo dessas dimensotildees Foi
empregada a versatildeo resumida do instrumento adaptada para o portuguecircs (ALVES
et al 2004) a qual conta com 17 questotildees em trecircs dimensotildees demanda (questotildees
de a ateacute e) controle (questotildees de f ateacute k) e apoio (questotildees de l ateacute q) O caacutelculo
dos escores de cada dimensatildeo foi obtido pela somatoacuteria da pontuaccedilatildeo de cada
escore sendo demanda de 5 a 20 pontos (maior demanda pior situaccedilatildeo) controle
de 6 a 24 pontos (maior controle melhor situaccedilatildeo) e apoio de 6 a 24 pontos (maior
apoio melhor situaccedilatildeo) Este instrumento fora empregado em estudo com
professores de escolas municipais de Satildeo Paulo (GIANNINI 2010) que evidenciou
associaccedilatildeo estatiacutestica entre distuacuterbio de voz e a categoria de alto desgaste da
interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho
O questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) - anexo 88 - eacute um
instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e adequado para
quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo vocal Possui 30
questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional (questotildees
135681112161922) orgacircnico (241013141718202126) e emocional
(791523242527282930) O caacutelculo do escore eacute feito por somatoacuteria de todas as
questotildees ou das questotildees de cada domiacutenio de maneira que o escore geral varia de
0 a 120 pontos e o de cada domiacutenio de 0 a 40 sendo que quanto maior a
pontuaccedilatildeo mais intensa eacute a desvantagem vocal percebida Foi utilizada a versatildeo
20
brasileira validada por Behlau Santos e Oliveira (2011) Os escores para vozes
saudaacuteveis e disfocircnicas respectivamente satildeo escore total 35 e 474 emocional 07
e 131 funcional 17 e 126 orgacircnico 11 e 217 (BEHLAU et al 2009)
A prevalecircncia de alteraccedilotildees vocais foi obtida a partir da avaliaccedilatildeo vocal
fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva vocal) A gravaccedilatildeo foi realizada na
proacutepria escola em uma sala silenciosa sendo a captaccedilatildeo realizada por meio de
gravador Marantz modelo PMD660 e microfone de cabeccedila SENNHEISER modelo
E855 posicionado em um acircngulo de 45ordm a 90ordm da boca mantendo-se distacircncia em
torno de 5 cm (BEHLAU 2001) Na gravaccedilatildeo foram solicitadas trecircs emissotildees da
vogal sustentada ldquoardquo tanto para a anaacutelise perceptivo-auditiva quanto para a
mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
A mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) eacute amplamente descrita na
literatura cientiacutefica e tem apresentado grande ecircxito no que diz respeito agrave detecccedilatildeo
de alteraccedilotildees em niacutevel gloacutetico e respiratoacuterio Suas medidas de normalidade giram
em torno de 16 a 18 segundos Para falantes do portuguecircs do Brasil (experiecircncia
com falantes da cidade de Satildeo Paulo) considera-se uma meacutedia de 20 segundos
para os homens e 14 segundos para as mulheres (PINHO 2003)
A anaacutelise perceptivo-auditiva foi feita por 3 fonoaudioacutelogas experientes na aacuterea
de voz e com anaacutelise de confiabilidade dos julgamentos 10 vozes do total das 46
foram sorteadas e reinseridas na amostra totalizando 56 vozes para a anaacutelise
perceptivo-auditiva A avaliaccedilatildeo se valeu do instrumento escala numeacuterica GRBASI
em que G = grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R = rugosidade B = soprosidade A =
astenia S = tensatildeo e I = instabilidade Apoacutes a escuta de cada voz cada
fonoaudioacuteloga anotou no protocolo um valor de 0 a 3 (grau 0 ndash ausente grau 1 ndash
21
discreto grau 2 ndash moderado e grau 3 ndash intenso) para cada item referente agrave escala
GRBASI (HIRANO 1981 BEHLAU 2001)
Para anaacutelise dos iacutendices de variabilidade da frequumlecircncia cardiacuteaca foi utilizado o
cardiofrequenciacutemetro (Polar RS800CX) que conteacutem um computador de treino
(semelhante a um reloacutegio) que exibe e grava a frequecircncia cardiacuteaca e uma tira
elaacutestica onde eacute conectado o transmissor que envia o sinal da frequecircncia cardiacuteaca
para o aparelho em questatildeo
Os professores foram orientados a ter uma boa noite de sono evitar atividade
fiacutesica antes da avaliaccedilatildeo natildeo ingerir cafeacute ou bebidas que estimulassem a frequecircncia
cardiacuteaca A pesquisadora pediu que durante a avaliaccedilatildeo o professor ficasse em
repouso sem fechar os olhos falar ou cruzar as pernas a fim de evitar alguma
interferecircncia
32 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES LINEARES DE VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA
CARDIacuteACA
Foi registrado batimento a batimento durante todo o protocolo experimental
que teve duraccedilatildeo de 10 minutos com uma taxa de amostragem de 1000 Hz Do
periacuteodo de maior estabilidade do sinal foi selecionado um intervalo de cinco
minutos e somente as seacuteries com mais de 256 intervalos RR foram utilizadas para
anaacutelise (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) Nessas seacuteries foram realizadas filtragens digital e manual para eliminaccedilatildeo de
batimentos ectoacutepicos prematuros e artefatos e somente aquelas com mais de 95
de batimentos sinusais foram incluiacutedas no estudo (VANDERLEI et al 2009)
22
Para anaacutelise da VFC no domiacutenio da frequecircncia utilizamos os componentes
espectrais de baixa frequecircncia (LF 004-015 Hz) e alta frequecircncia (HF 015-040
Hz) em ms2 e unidades normalizadas A anaacutelise espectral foi calculada usando o
algoritmo da Transformada Raacutepida de Fourier
Jaacute a anaacutelise no domiacutenio do tempo foi realizada por meio dos iacutendices SDNN
(desvio-padratildeo da meacutedia dos intervalos RR normais) RMSSD (raiz quadrada da
meacutedia do quadrado das diferenccedilas entre os intervalos RR normais adjacentes)
NN50 (nuacutemero dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de duraccedilatildeo maior que
50ms) e pNN50 (porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de
duraccedilatildeo maior que 50ms)
33 ANAacuteLISE FRACTAL DA VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Para anaacutelise das propriedades fractais da frequecircncia cardiacuteaca o meacutetodo DFA
foi aplicado agrave seacuterie temporal dos intervalos RR O procedimento para o caacutelculo do
DFA foi composto das seguintes etapas
Inicialmente a seacuterie RR obtida experimentalmente eacute integrada usando-se a
expressatildeo
k
i
aveRRiRRkY1
])([)(
Em que Y(k) eacute o k-eacutesimo termo da seacuterie integrada (k = 1 2 N) RR(i) eacute o i-
eacutesimo valor dos intervalos RR e RRave eacute a meacutedia dos intervalos RR da seacuterie
original de comprimento N ou seja
N
i
iRRN
RRave1
)(1
23
Em seguida a seacuterie temporal integrada eacute dividida em intervalos de
comprimento igual a n com n = 1 2 N Em cada um desses intervalos eacute
calculada a tendecircncia local da seacuterie por uma reta de miacutenimos quadrados ajustada
aos dados Denotamos a coordenada y dessa reta por Yn(k) Em seguida
destendenciamos a seacuterie integrada Y(k) subtraindo a tendecircncia local Yn(k) em
cada intervalo Para um dado intervalo de tamanho n o tamanho caracteriacutestico da
flutuaccedilatildeo para a seacuterie integrada e destendenciada eacute calculado por
N
KkYnkYNnF
1
2)]()([1)(
Esse procedimento foi repetido para todos os intervalos de tamanho n
obtendo-se uma relaccedilatildeo entre a meacutedia das flutuaccedilotildees F(n) e o tamanho dos
intervalos n Se essa relaccedilatildeo for linear em um graacutefico log-log isso indica a existecircncia
de uma lei exponencial em escala de acordo com a foacutermula
nnF )( em que
α eacute o expoente de escala que pode ser calculado por regressatildeo linear em um
graacutefico log-log Foram calculados o expoentes fractais de curto prazo (alfa-1)
correspondente ao periacuteodo de 4 a 11 batimentos o expoente de longo prazo (alfa-2)
que corresponde a periacuteodos longos acima de 11 batimentos e a relaccedilatildeo entre eles
(alfa-1alfa-2)
34 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES GEOMEacuteTRICOS DE VARIABILIDADE DA
FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Foram analisados os seguintes iacutendices geomeacutetricos RRtri TINN e plot de
Poincareacute (SD1 SD2 relaccedilatildeo SD1SD2)
24
O RRtri foi calculado a partir da construccedilatildeo do histograma de densidade dos
intervalos RR normais e obtido pela divisatildeo da integral do histograma (isto eacute o
nuacutemero total de intervalos RR) pelo maacuteximo da distribuiccedilatildeo de densidade (frequecircncia
modal dos intervalos RR) mensurado em uma escala discreta com caixas de 78125
ms (1128 segundos) (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF
CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND
ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
O TINN consiste na largura da linha de base da distribuiccedilatildeo medida como a
base de um triacircngulo aproximando a distribuiccedilatildeo de todos os intervalos RR sendo
que a diferenccedila dos miacutenimos quadrados foi utilizada para determinaccedilatildeo do triacircngulo
(TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE
NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Para a construccedilatildeo do plot de Poincareacute cada intervalo RR foi representado em
funccedilatildeo do intervalo anterior (proacuteximo intervalo) e para a anaacutelise quantitativa do plot
de Poincareacute foram calculados os seguintes iacutendices SD1 (desvio-padratildeo da
variabilidade instantacircnea batimento a batimento) SD2 (desvio-padratildeo em longo
prazo dos intervalos R-R contiacutenuos) e a relaccedilatildeo SD1SD2
A anaacutelise qualitativa (visual) do plot de Poincareacute foi feita por meio da anaacutelise
das figuras formadas pelo atrator do plot as quais foram descritas
1) Figura na qual um aumento na dispersatildeo dos intervalos RR batimento
a batimento eacute observado com aumento nos intervalos RR caracteriacutestica de um plot
normal
2) Figura com pequena dispersatildeo global batimento a batimento e sem
aumento da dispersatildeo dos intervalos RR em longo prazo
25
35 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Inicialmente foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de
Shapiro-Wilk Para realizar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foi aplicado o teste de
correlaccedilatildeo de Pearson para distribuiccedilotildees parameacutetricas enquanto para distribuiccedilotildees
natildeo-parameacutetricas foi aplicado o teste de correlaccedilatildeo de Spearman Valores de
correlaccedilatildeo forte foram considerados para r gt 05 correlaccedilatildeo moderada foi
considerada para valores de r entre 03 e 049 (03 gt r gt 049) e correlaccedilatildeo fraca
para valores de r lt 03 Diferenccedilas nesses testes foram consideradas
estatisticamente significantes quando o valor de p foi menor que 005 O programa
estatiacutestico utilizado foi o Software GraphPad StatMate version 200 for Windows
GraphPad Software San Diego California USA
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
REFEREcircNCIAS
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2011 25(3) 354-359
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8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
Ficha Catalograacutefica elaborada pelo Serviccedilo Teacutecnico de Biblioteca e Documentaccedilatildeo ndash UNESP ndash Campus de Mariacutelia
Cunha Denise de Souza Distuacuterbios vocais estresse e condiccedilotildees de trabalho e associaccedilatildeo entre o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de educaccedilatildeo fiacutesica do ensino fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia Denise de Souza Cunha - Mariacutelia 2013 XI 81 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fonoaudiologia) ndash Faculdade de Filosofia e Ciecircncias Universidade Estadual Paulista 2013 Bibliografia f 60 ndash 65 Orientador Vitor Engraacutecia Valenti 1 Educaccedilatildeo Fiacutesica 2 Voz 3 Disfonia 4 Regulaccedilatildeo Autonocircmica Cardiacuteaca
DENISE DE SOUZA CUNHA
DISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO
ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA (SP)
Monografia apresentada ao Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Fonoaudiologia da Faculdade de
Filosofia e Ciecircncias da Universidade Estadual
Paulista ndash UNESP ndash Cacircmpus de Mariacutelia para a
obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Fonoaudiologia
(aacuterea de concentraccedilatildeo Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo
Humana)
BANCA EXAMINADORA
Orientador Professor Doutor Vitor Engraacutecia Valenti ndash Faculdade de Filosofia e Ciecircncias Universidade Estadual Paulista ndash UNESP ndash Mariacutelia ndash SP 2ordm Examinador Professor Doutor Regina Helena Garcia Martins ndash Faculdade de Medicina de Botucatu Universidade Estadual Paulista ndash UNESP ndash Botucatu ndash SP 3ordm Examinador Professor Doutor Luiz Carlos de Abreu ndash Faculdade de Medicina do ABC ndash FMABC ndash Santo Andreacute ndash SP Suplentes Professor Doutor Cristiane Moccedilo Canhetti de Oliveira ndash Faculdade de Filosofia e Ciecircncias Universidade Estadual Paulista ndash UNESP ndash Mariacutelia ndash SP Professor Doutor Luiz Carlos Marques Vanderlei ndash Faculdade de Ciecircncias e Tecnologia Universidade Estadual Paulista ndash UNESP ndash Presidente Prudente ndash SP
MariacuteliaSP 2013
Dedico este trabalho agrave minha eterna e amada avoacute Izaura Monteiro de Souza
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Doutor Vitor Engraacutecia Valenti pela exiacutemia orientaccedilatildeo sempre
paciente e cuidadosa pelo exemplo de profissionalismo e pela confianccedila
depositada em mim
Agrave Professora Doutora Eliana Maria Gradim Fabron pelo exemplo de
profissionalismo pela amizade maternal e principalmente pela colaboraccedilatildeo e
disposiccedilatildeo em ajudar nesta pesquisa sempre que preciso
Agrave Professora Doutora Regina Zanella Penteado pela colaboraccedilatildeo na presente
pesquisa
Aos meus pais Eliezer Mariano da Cunha e Domingas Aparecida Cardoso de
Souza Cunha que depositaram total confianccedila em mim e pelo incentivo
incansaacutevel durante todos esses anos de graduaccedilatildeo e mestrado
Ao meu amado Ernane Zorzo pela paciecircncia nos meus momentos de
turbulecircncia pelo incentivo pelo amor e pelo cuidado Por sempre me fazer
acreditar que um dia eu seria vencedora de mais essa etapa de minha vida
Aos amigos Mariana Ramalho Renata Meireles Andressa Passadori Tatiane
Lima Gabriela Broglio Sabrina Leocaacutedia Ana Claudia Santos Luciana Fiorio
Amanda Santos Fabiele Carvalho Aline Fiori Maiacutera Niaradi Nataacutelia Paschoal
Amanda Do Valle Sheila Alves Livya Francis Juliana Moretti Ana Claudia
Dalmora Verocircnica Rocha Juliana Helena Bruna Campos Cintia Fadini e
Ademar Portilho que me incentivaram torceram e rezaram por mim em cada
momento dessa jornada
Aos meus inuacutemeros amigos e familiares pelas palavras de forccedila e
encorajamento
Aos Professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da cidade de Mariacutelia sujeitos dessa
pesquisa pela colaboraccedilatildeo no estudo
Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES) pela
concessatildeo da bolsa de auxilio financeiro agrave presente pesquisa
A todos que contribuiacuteram direta e indiretamente para a realizaccedilatildeo dessa
pesquisa
RESUMO Objetivo Verificar a associaccedilatildeo entre as condiccedilotildees de trabalho distuacuterbios vocais e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica Meacutetodo Os professores responderam aos questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale (JSS) Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e foram submetidos agrave anaacutelise perceptivo-auditiva pela escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R= rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) Para anaacutelise da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca (VFC) foram avaliados os iacutendices do domiacutenio do tempo e da frequecircncia os iacutendices geomeacutetricos e os exponentes fractais Resultados Os achados mostram que as condiccedilotildees de trabalho e estresse no trabalho dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica tecircm interferido diretamente em sua sauacutede vocal Fatores como gritar falar em ambientes abertos realizando atividade fiacutesica sobrecarregam o trabalho e predispotildee a populaccedilatildeo aos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave VFC observou-se que os professores que tiveram maior tempo de fonaccedilatildeo apresentaram uma menor VFC Conclusatildeo As condiccedilotildees de trabalho e o estresse no trabalho estatildeo interferindo diretamente na sauacutede vocal e geral dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica Houve associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC com o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) e com os domiacutenios do IDV e JSS
Palavras-chave Educaccedilatildeo fiacutesica Voz Disfonia e Regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca
ABSTRACT
Objective To investigate the association between working conditions voice disorders and cardiac autonomic modulation in Physical Education teachers Method Teachers responded to the questionnaires Condition Production Vocal Teacher (CPV-P) Job Stress Scale (JSS) Voice Handicap Index (VHI) and were analyzed by perceptual GRBASI scale (G = degree of change the voice heard R = roughness B = breathy A = asthenia S = tension I = instability) For analysis of heart rate variability (HRV) the indices were evaluated in the time and frequency domains the geometric indexes and exponents fractals were also evaluated Results The findings showed that working conditions and job stress of physical education teachers influenced directly on their vocal health Factors such as shouting speaking in open environments performing physical activity work overload and predisposes the population to voice disorders Regarding HRV it was found that teachers who had higher phonation time had lower HRV Conclusion The working conditions and job stress are directly interfering vocal health and overall physical education teachers There was a negative association of parasympathetic indices of HRV with the maximum phonation time (MPT) and the areas of IDV and JSS Keywords Physical Education Voice Dysphonia and Cardiac Autonomic Regulation
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomasPaacuteg 27
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocaisPaacuteg 30
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vidaPaacuteg 31
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e ambiente escolarPaacuteg 32
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e organizaccedilatildeo do trabalhoPaacuteg 34
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) dos sujeitos em cada subescala do protocoloPaacuteg 36
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)Paacuteg 37
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) somatoacuteria das respostas dos sujeitosPaacuteg 37
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes a cada domiacutenio do Job Stress Scale (JSS)Paacuteg 38
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASIPaacuteg 40
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 41
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 41
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 42
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 42
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 43
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 43
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 44
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 44
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 45
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 45
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 46
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 46
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo13
2 Objetivo16
3 Meacutetodo17
31 Populaccedilatildeo do Estudo17
32 Anaacutelise dos iacutendices lineares de variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca21
33 Anaacutelise fractal da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca22
34 Anaacutelise dos iacutendices geomeacutetricos de variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca23
35 Anaacutelise Estatiacutestica25
4 Resultados26
5 Discussatildeo47
6 Conclusatildeo59
7 Referecircncias60
8 Anexos67
81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)67
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)69
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia71
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia72
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)73
86 Questionaacuterio - Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)75
87 Questionaacuterio - Job Stress Scale (JSS)helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip81
88 Questionaacuterio - Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)82
89 Aceite do artigo83
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O distuacuterbio vocal na populaccedilatildeo docente em especial na populaccedilatildeo de
professores de educaccedilatildeo fiacutesica daacute-se por um montante de fatores que necessitam
de um delineamento cuidadoso para a elaboraccedilatildeo de estrateacutegias de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo da sauacutede vocal
Em sua atividade laboral eacute importante que o professor de educaccedilatildeo fiacutesica
transmita vitalidade energia vigor dinamismo e sauacutede Sabe-se ainda que a voz de
comando influencia na disciplina do aluno eleva seu niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor (PEDROZA
PRADO e MACEDO 2010)
Em contra partida a voz usada de maneira inadequada ou com alteraccedilotildees
pode transmitir uma psicodinacircmica negativa gerar desconfortos sofrimentos mal-
estar e problemas com a satisfaccedilatildeo e colocaccedilatildeo profissional (SIMOtildeES 2000)
A voz do professor vem sendo objeto priorizado nas pesquisas
fonoaudioloacutegicas brasileiras nos uacuteltimos anos sendo em maior nuacutemero quando
comparadas agravequelas voltadas aos trabalhadores de outras categorias profissionais
(SIMOtildeES 2005 DRAGONE e BEHLAU 2006 DRAGONE et al 2008)
No periacuteodo entre os anos de 1994 a 2008 uma revisatildeo das publicaccedilotildees
fonoaudioloacutegicas brasileiras referentes agrave voz do professor (DRAGONE et al 2010)
contabilizou 500 publicaccedilotildees sendo 83 referentes agraves categorias de avaliaccedilatildeo e
dentre essas 86 avaliou os participantes eou as condiccedilotildees de trabalho Apenas
14 volta-se para os efeitos de programas de intervenccedilatildeo
Quanto ao meacutetodo da pesquisa nota-se que a perspectiva dos proacuteprios
professores foi a mais utilizada (525) seguida por anaacutelises perceptivo-auditivas e
14
acuacutesticas (152) e avaliaccedilatildeo do ambiente e da organizaccedilatildeo do trabalho (apenas
149)
Em estudos amplos acerca das relaccedilotildees entre sauacutede e trabalho docente
(JARDIM BARRETO e ASSUNCcedilAtildeO 2007 GIANNINI 2010) observa-se que os
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica geralmente satildeo excluiacutedos por apresentarem uma
demanda maior e diferenciada do uso vocal em relaccedilatildeo aos professores de outras
disciplinas bem como por suas aulas apresentarem caracteriacutesticas de ensino
bastante diferenciadas das atividades docentes tradicionais
Cabe destacar que um levantamento acerca da produccedilatildeo fonoaudioloacutegica em
voz do professor entre 2005 e 2007 (DRAGONE et al 2008) evidenciou que
estudos especiacuteficos com professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica correspondem a somente
14 das produccedilotildees na aacuterea
Outro aspecto merece destaque a maioria das pesquisas fonoaudioloacutegicas
envolvendo profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica estaacute voltada ao professor que atua em
ambiente de academia particular Haacute poucas pesquisas com professores de
educaccedilatildeo fiacutesica escolar e dentre elas encontram-se aquelas relativas aos
professores do Ensino Fundamental (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al 2007
MEDEIROS e ALVES 2008) do Ensino Meacutedio (STEFFANI VIECELLI e GRASEL
2011) e do Ensino Superior (SERVILHA et al 1995 GRILLO e FUGOWSKI 2010)
Haacute portanto um segmento da categoria docente ainda fora do foco de atenccedilatildeo
das pesquisas fonoaudioloacutegicas os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escolas
puacuteblicas de Ensino Fundamental
Aleacutem dos problemas vocais a populaccedilatildeo em questatildeo pode tambeacutem estar
sujeita ao desenvolvimento de problemas ventilatoacuterios uma vez que se conhece a
relaccedilatildeo entre a fonaccedilatildeo e a ventilaccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006)
15
Nesse contexto a ventilaccedilatildeo estaacute relacionada agrave regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca e uma das formas de avaliaacute-la de modo natildeo invasivo em humanos eacute pela
anaacutelise da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca (VFC) termo convencionalmente
aceito para descrever as oscilaccedilotildees nos intervalos entre batimentos cardiacuteacos
consecutivos (intervalos RR) que estatildeo relacionadas agraves influecircncias do sistema
nervoso autocircnomo (SNA) sobre o noacutedulo sinusal Trata-se de uma teacutecnica natildeo
invasiva cuja anaacutelise pode ser realizada utilizando-se meacutetodos lineares no domiacutenio
do tempo e da frequecircncia e natildeo lineares no domiacutenio do caos (TASK FORCE OF
THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN
SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Os meacutetodos do domiacutenio de tempo usam teacutecnicas matematicamente simples
para mensurar a variabilidade presente nos intervalos R-R por meio de caacutelculos de
sua meacutedia e das variaccedilotildees do desvio padratildeo da frequecircncia cardiacuteaca ao longo do
tempo enquanto os meacutetodos do domiacutenio da frequecircncia utilizam a anaacutelise espectral
que permite decompor a variaccedilatildeo da frequecircncia cardiacuteaca em um determinado tempo
em seus componentes oscilatoacuterios fundamentais ou seja a seacuterie temporal eacute
decomposta em diferentes componentes de frequecircncia (GAMELIN et al 2006)
Na anaacutelise natildeo linear a abordagem da teoria do caos considera sistemas
dinacircmicos determiniacutesticos regidos por equaccedilotildees natildeo lineares e sensiacuteveis agraves
condiccedilotildees iniciais Essa forma de anaacutelise pode refletir mais adequadamente as
alteraccedilotildees na modulaccedilatildeo autonocircmica dos sistemas bioloacutegicos pois existem
evidecircncias de que os mecanismos envolvidos na regulaccedilatildeo cardiovascular
provavelmente interagem entre si de modo natildeo linear (VANDERLEI et al 2009)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos ndash iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular dos intervalos RR
16
(TINN) e plot de Poincareacute ndash os quais permitem apresentar os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e usar aproximaccedilotildees para delas derivar as medidas de VFC
(VANDERLEI et al 2009)
Mudanccedilas nos padrotildees da VFC podem ser indicadores sensiacuteveis e antecipados
de que pode haver comprometimentos na sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica A alta VFC eacute sinal de boa adaptaccedilatildeo o que caracteriza um indiviacuteduo
saudaacutevel com mecanismos autonocircmicos eficientes Inversamente a baixa VFC eacute
frequentemente um apontador de mau funcionamento fisioloacutegico no indiviacuteduo ou
seja haacute uma adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA necessitando de
investigaccedilotildees adicionais de modo a encontrar um diagnoacutestico especiacutefico (PUMPRLA
et al 2002)
Assim justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo pois satildeo escassos os trabalhos
que retratam os distuacuterbios vocais associados agraves condiccedilotildees de trabalho e a
associaccedilatildeo entre a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca e o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar
Faz-se necessaacuterio desenvolver estudos que possibilitem conhecer e identificar
especificidades do uso da voz sauacutede vocal e condiccedilotildees de organizaccedilatildeo do trabalho
do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica em escolas puacuteblicas a fim de subsidiar accedilotildees de
promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede vocal e melhor desempenho profissional
2 OBJETIVO
Verificar a associaccedilatildeo entre as condiccedilotildees de trabalho distuacuterbios vocais e a
modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
17
3 MEacuteTODO
31 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta por 46 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do
municiacutepio de Mariacutelia situado na regiatildeo centro oeste paulista e conta com 35 escolas
estaduais e 19 escolas municipais de ensino fundamental Todos os procedimentos
realizados foram aprovados pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de
Filosofia e Ciecircncias da UNESP sob os pareceres de Nordm 03542011 e Nordm 05852012
(anexos 81 e 82)
Os requisitos de inclusatildeo dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica foram os
seguintes estar em exerciacutecio e atuando em escolas de ensino fundamental da rede
municipal ou estadual Um dos criteacuterios de exclusatildeo foi estar lecionando em caraacuteter
substitutivo (professor eventual) Tambeacutem foram excluiacutedos sujeitos que relataram
distuacuterbios cardiorrespiratoacuterios
A pesquisadora realizou contato inicial com a Diretoria de Ensino e com a
Secretaria Municipal de Ensino de Mariacutelia (anexos 83 e 84) por meio do qual
obteve autorizaccedilatildeo para adentrar agraves escolas e apresentar a pesquisa agrave direccedilatildeo eou
agrave coordenaccedilatildeo pedagoacutegica Apoacutes obtenccedilatildeo da autorizaccedilatildeo a pesquisadora buscou
obter informaccedilotildees quanto ao sexo e faixa etaacuteria dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
da escola conhecer o espaccedilo destinado agraves suas atividades de ensino como sala de
aula ginaacutesios eou quadras (abertas ou fechadas cobertas ou natildeo) tipo de piso
(terra areia grama cimento madeira ou outro) piscinas ar condicionado
existecircncia de eco ou acuacutestica inadequada exposiccedilatildeo a vento sol chuva ou poeira
presenccedila de bebedouros e banheiros proacuteximos ao local das atividades Foi feito o
registro fotograacutefico das instalaccedilotildees em que ocorrem as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica
com cacircmera digital da Samsung modelo Digimax NV30 81 MP bem como o
18
levantamento da grade horaacuteria
Na mesma oportunidade a pesquisadora solicitou o agendamento de uma
reuniatildeo com os docentes de Educaccedilatildeo Fiacutesica no HTPC (Horaacuterio de Trabalho e
Planejamento Coletivo) ocasiatildeo em que se efetuou o convite agrave participaccedilatildeo
expondo os objetivos e a metodologia da pesquisa bem como a apresentaccedilatildeo do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ndash TECLE (anexo 85)
Os sujeitos receberam todas as informaccedilotildees pertinentes ao projeto aos
objetivos da pesquisa explicaccedilatildeo sobre os procedimentos que seriam utilizados
temporalidade riscos (se houvesse) resguardo da privacidade consentimento sobre
a sua participaccedilatildeo na pesquisa e o uso dos dados para fins cientiacuteficos e foram
convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido confirmando a
anuecircncia
Aqueles que aceitaram participar foram convidados a responder aos
questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale
(JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) Os professores tambeacutem participaram
da avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) e anaacutelise da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca realizados na proacutepria escola
O questionaacuterio Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) ndash anexo 86
- eacute adequado para caracterizar as condiccedilotildees de trabalho na escola e perfil vocal de
professores sendo de faacutecil compreensatildeo e preenchimento aleacutem de poder ser
utilizado em sua totalidade ou em partes conforme o interesse em avaliar questotildees
sociodemograacuteficas do ambiente e organizaccedilatildeo do trabalho docente relativas agrave voz
(sintomas sensaccedilotildees condiccedilotildees de uso da voz no trabalho) e aspectos gerais de
sauacutede haacutebitos de vida e antecedentes familiares (FERREIRA et al 2003 e 2007) As
variaacuteveis foram analisadas em duas categorias natildeo (nunca e raramente) e sim (agraves
19
vezes sempre) o caacutelculo de nuacutemero e frequecircncia de sintomas vocais foi feito
considerando-se sem sintoma (nunca e raramente) e com sintoma (agraves vezes e
sempre)
O instrumento Job Stress Scale (JSS) - anexo 87 - avalia as dimensotildees de
demanda controle e apoio no trabalho referentes agraves fontes de estresse no ambiente
psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da interaccedilatildeo dessas dimensotildees Foi
empregada a versatildeo resumida do instrumento adaptada para o portuguecircs (ALVES
et al 2004) a qual conta com 17 questotildees em trecircs dimensotildees demanda (questotildees
de a ateacute e) controle (questotildees de f ateacute k) e apoio (questotildees de l ateacute q) O caacutelculo
dos escores de cada dimensatildeo foi obtido pela somatoacuteria da pontuaccedilatildeo de cada
escore sendo demanda de 5 a 20 pontos (maior demanda pior situaccedilatildeo) controle
de 6 a 24 pontos (maior controle melhor situaccedilatildeo) e apoio de 6 a 24 pontos (maior
apoio melhor situaccedilatildeo) Este instrumento fora empregado em estudo com
professores de escolas municipais de Satildeo Paulo (GIANNINI 2010) que evidenciou
associaccedilatildeo estatiacutestica entre distuacuterbio de voz e a categoria de alto desgaste da
interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho
O questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) - anexo 88 - eacute um
instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e adequado para
quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo vocal Possui 30
questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional (questotildees
135681112161922) orgacircnico (241013141718202126) e emocional
(791523242527282930) O caacutelculo do escore eacute feito por somatoacuteria de todas as
questotildees ou das questotildees de cada domiacutenio de maneira que o escore geral varia de
0 a 120 pontos e o de cada domiacutenio de 0 a 40 sendo que quanto maior a
pontuaccedilatildeo mais intensa eacute a desvantagem vocal percebida Foi utilizada a versatildeo
20
brasileira validada por Behlau Santos e Oliveira (2011) Os escores para vozes
saudaacuteveis e disfocircnicas respectivamente satildeo escore total 35 e 474 emocional 07
e 131 funcional 17 e 126 orgacircnico 11 e 217 (BEHLAU et al 2009)
A prevalecircncia de alteraccedilotildees vocais foi obtida a partir da avaliaccedilatildeo vocal
fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva vocal) A gravaccedilatildeo foi realizada na
proacutepria escola em uma sala silenciosa sendo a captaccedilatildeo realizada por meio de
gravador Marantz modelo PMD660 e microfone de cabeccedila SENNHEISER modelo
E855 posicionado em um acircngulo de 45ordm a 90ordm da boca mantendo-se distacircncia em
torno de 5 cm (BEHLAU 2001) Na gravaccedilatildeo foram solicitadas trecircs emissotildees da
vogal sustentada ldquoardquo tanto para a anaacutelise perceptivo-auditiva quanto para a
mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
A mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) eacute amplamente descrita na
literatura cientiacutefica e tem apresentado grande ecircxito no que diz respeito agrave detecccedilatildeo
de alteraccedilotildees em niacutevel gloacutetico e respiratoacuterio Suas medidas de normalidade giram
em torno de 16 a 18 segundos Para falantes do portuguecircs do Brasil (experiecircncia
com falantes da cidade de Satildeo Paulo) considera-se uma meacutedia de 20 segundos
para os homens e 14 segundos para as mulheres (PINHO 2003)
A anaacutelise perceptivo-auditiva foi feita por 3 fonoaudioacutelogas experientes na aacuterea
de voz e com anaacutelise de confiabilidade dos julgamentos 10 vozes do total das 46
foram sorteadas e reinseridas na amostra totalizando 56 vozes para a anaacutelise
perceptivo-auditiva A avaliaccedilatildeo se valeu do instrumento escala numeacuterica GRBASI
em que G = grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R = rugosidade B = soprosidade A =
astenia S = tensatildeo e I = instabilidade Apoacutes a escuta de cada voz cada
fonoaudioacuteloga anotou no protocolo um valor de 0 a 3 (grau 0 ndash ausente grau 1 ndash
21
discreto grau 2 ndash moderado e grau 3 ndash intenso) para cada item referente agrave escala
GRBASI (HIRANO 1981 BEHLAU 2001)
Para anaacutelise dos iacutendices de variabilidade da frequumlecircncia cardiacuteaca foi utilizado o
cardiofrequenciacutemetro (Polar RS800CX) que conteacutem um computador de treino
(semelhante a um reloacutegio) que exibe e grava a frequecircncia cardiacuteaca e uma tira
elaacutestica onde eacute conectado o transmissor que envia o sinal da frequecircncia cardiacuteaca
para o aparelho em questatildeo
Os professores foram orientados a ter uma boa noite de sono evitar atividade
fiacutesica antes da avaliaccedilatildeo natildeo ingerir cafeacute ou bebidas que estimulassem a frequecircncia
cardiacuteaca A pesquisadora pediu que durante a avaliaccedilatildeo o professor ficasse em
repouso sem fechar os olhos falar ou cruzar as pernas a fim de evitar alguma
interferecircncia
32 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES LINEARES DE VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA
CARDIacuteACA
Foi registrado batimento a batimento durante todo o protocolo experimental
que teve duraccedilatildeo de 10 minutos com uma taxa de amostragem de 1000 Hz Do
periacuteodo de maior estabilidade do sinal foi selecionado um intervalo de cinco
minutos e somente as seacuteries com mais de 256 intervalos RR foram utilizadas para
anaacutelise (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) Nessas seacuteries foram realizadas filtragens digital e manual para eliminaccedilatildeo de
batimentos ectoacutepicos prematuros e artefatos e somente aquelas com mais de 95
de batimentos sinusais foram incluiacutedas no estudo (VANDERLEI et al 2009)
22
Para anaacutelise da VFC no domiacutenio da frequecircncia utilizamos os componentes
espectrais de baixa frequecircncia (LF 004-015 Hz) e alta frequecircncia (HF 015-040
Hz) em ms2 e unidades normalizadas A anaacutelise espectral foi calculada usando o
algoritmo da Transformada Raacutepida de Fourier
Jaacute a anaacutelise no domiacutenio do tempo foi realizada por meio dos iacutendices SDNN
(desvio-padratildeo da meacutedia dos intervalos RR normais) RMSSD (raiz quadrada da
meacutedia do quadrado das diferenccedilas entre os intervalos RR normais adjacentes)
NN50 (nuacutemero dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de duraccedilatildeo maior que
50ms) e pNN50 (porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de
duraccedilatildeo maior que 50ms)
33 ANAacuteLISE FRACTAL DA VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Para anaacutelise das propriedades fractais da frequecircncia cardiacuteaca o meacutetodo DFA
foi aplicado agrave seacuterie temporal dos intervalos RR O procedimento para o caacutelculo do
DFA foi composto das seguintes etapas
Inicialmente a seacuterie RR obtida experimentalmente eacute integrada usando-se a
expressatildeo
k
i
aveRRiRRkY1
])([)(
Em que Y(k) eacute o k-eacutesimo termo da seacuterie integrada (k = 1 2 N) RR(i) eacute o i-
eacutesimo valor dos intervalos RR e RRave eacute a meacutedia dos intervalos RR da seacuterie
original de comprimento N ou seja
N
i
iRRN
RRave1
)(1
23
Em seguida a seacuterie temporal integrada eacute dividida em intervalos de
comprimento igual a n com n = 1 2 N Em cada um desses intervalos eacute
calculada a tendecircncia local da seacuterie por uma reta de miacutenimos quadrados ajustada
aos dados Denotamos a coordenada y dessa reta por Yn(k) Em seguida
destendenciamos a seacuterie integrada Y(k) subtraindo a tendecircncia local Yn(k) em
cada intervalo Para um dado intervalo de tamanho n o tamanho caracteriacutestico da
flutuaccedilatildeo para a seacuterie integrada e destendenciada eacute calculado por
N
KkYnkYNnF
1
2)]()([1)(
Esse procedimento foi repetido para todos os intervalos de tamanho n
obtendo-se uma relaccedilatildeo entre a meacutedia das flutuaccedilotildees F(n) e o tamanho dos
intervalos n Se essa relaccedilatildeo for linear em um graacutefico log-log isso indica a existecircncia
de uma lei exponencial em escala de acordo com a foacutermula
nnF )( em que
α eacute o expoente de escala que pode ser calculado por regressatildeo linear em um
graacutefico log-log Foram calculados o expoentes fractais de curto prazo (alfa-1)
correspondente ao periacuteodo de 4 a 11 batimentos o expoente de longo prazo (alfa-2)
que corresponde a periacuteodos longos acima de 11 batimentos e a relaccedilatildeo entre eles
(alfa-1alfa-2)
34 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES GEOMEacuteTRICOS DE VARIABILIDADE DA
FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Foram analisados os seguintes iacutendices geomeacutetricos RRtri TINN e plot de
Poincareacute (SD1 SD2 relaccedilatildeo SD1SD2)
24
O RRtri foi calculado a partir da construccedilatildeo do histograma de densidade dos
intervalos RR normais e obtido pela divisatildeo da integral do histograma (isto eacute o
nuacutemero total de intervalos RR) pelo maacuteximo da distribuiccedilatildeo de densidade (frequecircncia
modal dos intervalos RR) mensurado em uma escala discreta com caixas de 78125
ms (1128 segundos) (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF
CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND
ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
O TINN consiste na largura da linha de base da distribuiccedilatildeo medida como a
base de um triacircngulo aproximando a distribuiccedilatildeo de todos os intervalos RR sendo
que a diferenccedila dos miacutenimos quadrados foi utilizada para determinaccedilatildeo do triacircngulo
(TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE
NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Para a construccedilatildeo do plot de Poincareacute cada intervalo RR foi representado em
funccedilatildeo do intervalo anterior (proacuteximo intervalo) e para a anaacutelise quantitativa do plot
de Poincareacute foram calculados os seguintes iacutendices SD1 (desvio-padratildeo da
variabilidade instantacircnea batimento a batimento) SD2 (desvio-padratildeo em longo
prazo dos intervalos R-R contiacutenuos) e a relaccedilatildeo SD1SD2
A anaacutelise qualitativa (visual) do plot de Poincareacute foi feita por meio da anaacutelise
das figuras formadas pelo atrator do plot as quais foram descritas
1) Figura na qual um aumento na dispersatildeo dos intervalos RR batimento
a batimento eacute observado com aumento nos intervalos RR caracteriacutestica de um plot
normal
2) Figura com pequena dispersatildeo global batimento a batimento e sem
aumento da dispersatildeo dos intervalos RR em longo prazo
25
35 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Inicialmente foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de
Shapiro-Wilk Para realizar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foi aplicado o teste de
correlaccedilatildeo de Pearson para distribuiccedilotildees parameacutetricas enquanto para distribuiccedilotildees
natildeo-parameacutetricas foi aplicado o teste de correlaccedilatildeo de Spearman Valores de
correlaccedilatildeo forte foram considerados para r gt 05 correlaccedilatildeo moderada foi
considerada para valores de r entre 03 e 049 (03 gt r gt 049) e correlaccedilatildeo fraca
para valores de r lt 03 Diferenccedilas nesses testes foram consideradas
estatisticamente significantes quando o valor de p foi menor que 005 O programa
estatiacutestico utilizado foi o Software GraphPad StatMate version 200 for Windows
GraphPad Software San Diego California USA
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
DENISE DE SOUZA CUNHA
DISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO
ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA (SP)
Monografia apresentada ao Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Fonoaudiologia da Faculdade de
Filosofia e Ciecircncias da Universidade Estadual
Paulista ndash UNESP ndash Cacircmpus de Mariacutelia para a
obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Fonoaudiologia
(aacuterea de concentraccedilatildeo Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo
Humana)
BANCA EXAMINADORA
Orientador Professor Doutor Vitor Engraacutecia Valenti ndash Faculdade de Filosofia e Ciecircncias Universidade Estadual Paulista ndash UNESP ndash Mariacutelia ndash SP 2ordm Examinador Professor Doutor Regina Helena Garcia Martins ndash Faculdade de Medicina de Botucatu Universidade Estadual Paulista ndash UNESP ndash Botucatu ndash SP 3ordm Examinador Professor Doutor Luiz Carlos de Abreu ndash Faculdade de Medicina do ABC ndash FMABC ndash Santo Andreacute ndash SP Suplentes Professor Doutor Cristiane Moccedilo Canhetti de Oliveira ndash Faculdade de Filosofia e Ciecircncias Universidade Estadual Paulista ndash UNESP ndash Mariacutelia ndash SP Professor Doutor Luiz Carlos Marques Vanderlei ndash Faculdade de Ciecircncias e Tecnologia Universidade Estadual Paulista ndash UNESP ndash Presidente Prudente ndash SP
MariacuteliaSP 2013
Dedico este trabalho agrave minha eterna e amada avoacute Izaura Monteiro de Souza
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Doutor Vitor Engraacutecia Valenti pela exiacutemia orientaccedilatildeo sempre
paciente e cuidadosa pelo exemplo de profissionalismo e pela confianccedila
depositada em mim
Agrave Professora Doutora Eliana Maria Gradim Fabron pelo exemplo de
profissionalismo pela amizade maternal e principalmente pela colaboraccedilatildeo e
disposiccedilatildeo em ajudar nesta pesquisa sempre que preciso
Agrave Professora Doutora Regina Zanella Penteado pela colaboraccedilatildeo na presente
pesquisa
Aos meus pais Eliezer Mariano da Cunha e Domingas Aparecida Cardoso de
Souza Cunha que depositaram total confianccedila em mim e pelo incentivo
incansaacutevel durante todos esses anos de graduaccedilatildeo e mestrado
Ao meu amado Ernane Zorzo pela paciecircncia nos meus momentos de
turbulecircncia pelo incentivo pelo amor e pelo cuidado Por sempre me fazer
acreditar que um dia eu seria vencedora de mais essa etapa de minha vida
Aos amigos Mariana Ramalho Renata Meireles Andressa Passadori Tatiane
Lima Gabriela Broglio Sabrina Leocaacutedia Ana Claudia Santos Luciana Fiorio
Amanda Santos Fabiele Carvalho Aline Fiori Maiacutera Niaradi Nataacutelia Paschoal
Amanda Do Valle Sheila Alves Livya Francis Juliana Moretti Ana Claudia
Dalmora Verocircnica Rocha Juliana Helena Bruna Campos Cintia Fadini e
Ademar Portilho que me incentivaram torceram e rezaram por mim em cada
momento dessa jornada
Aos meus inuacutemeros amigos e familiares pelas palavras de forccedila e
encorajamento
Aos Professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da cidade de Mariacutelia sujeitos dessa
pesquisa pela colaboraccedilatildeo no estudo
Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES) pela
concessatildeo da bolsa de auxilio financeiro agrave presente pesquisa
A todos que contribuiacuteram direta e indiretamente para a realizaccedilatildeo dessa
pesquisa
RESUMO Objetivo Verificar a associaccedilatildeo entre as condiccedilotildees de trabalho distuacuterbios vocais e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica Meacutetodo Os professores responderam aos questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale (JSS) Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e foram submetidos agrave anaacutelise perceptivo-auditiva pela escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R= rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) Para anaacutelise da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca (VFC) foram avaliados os iacutendices do domiacutenio do tempo e da frequecircncia os iacutendices geomeacutetricos e os exponentes fractais Resultados Os achados mostram que as condiccedilotildees de trabalho e estresse no trabalho dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica tecircm interferido diretamente em sua sauacutede vocal Fatores como gritar falar em ambientes abertos realizando atividade fiacutesica sobrecarregam o trabalho e predispotildee a populaccedilatildeo aos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave VFC observou-se que os professores que tiveram maior tempo de fonaccedilatildeo apresentaram uma menor VFC Conclusatildeo As condiccedilotildees de trabalho e o estresse no trabalho estatildeo interferindo diretamente na sauacutede vocal e geral dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica Houve associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC com o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) e com os domiacutenios do IDV e JSS
Palavras-chave Educaccedilatildeo fiacutesica Voz Disfonia e Regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca
ABSTRACT
Objective To investigate the association between working conditions voice disorders and cardiac autonomic modulation in Physical Education teachers Method Teachers responded to the questionnaires Condition Production Vocal Teacher (CPV-P) Job Stress Scale (JSS) Voice Handicap Index (VHI) and were analyzed by perceptual GRBASI scale (G = degree of change the voice heard R = roughness B = breathy A = asthenia S = tension I = instability) For analysis of heart rate variability (HRV) the indices were evaluated in the time and frequency domains the geometric indexes and exponents fractals were also evaluated Results The findings showed that working conditions and job stress of physical education teachers influenced directly on their vocal health Factors such as shouting speaking in open environments performing physical activity work overload and predisposes the population to voice disorders Regarding HRV it was found that teachers who had higher phonation time had lower HRV Conclusion The working conditions and job stress are directly interfering vocal health and overall physical education teachers There was a negative association of parasympathetic indices of HRV with the maximum phonation time (MPT) and the areas of IDV and JSS Keywords Physical Education Voice Dysphonia and Cardiac Autonomic Regulation
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomasPaacuteg 27
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocaisPaacuteg 30
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vidaPaacuteg 31
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e ambiente escolarPaacuteg 32
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e organizaccedilatildeo do trabalhoPaacuteg 34
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) dos sujeitos em cada subescala do protocoloPaacuteg 36
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)Paacuteg 37
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) somatoacuteria das respostas dos sujeitosPaacuteg 37
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes a cada domiacutenio do Job Stress Scale (JSS)Paacuteg 38
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASIPaacuteg 40
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 41
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 41
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 42
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 42
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 43
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 43
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 44
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 44
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 45
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 45
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 46
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 46
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo13
2 Objetivo16
3 Meacutetodo17
31 Populaccedilatildeo do Estudo17
32 Anaacutelise dos iacutendices lineares de variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca21
33 Anaacutelise fractal da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca22
34 Anaacutelise dos iacutendices geomeacutetricos de variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca23
35 Anaacutelise Estatiacutestica25
4 Resultados26
5 Discussatildeo47
6 Conclusatildeo59
7 Referecircncias60
8 Anexos67
81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)67
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)69
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia71
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia72
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)73
86 Questionaacuterio - Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)75
87 Questionaacuterio - Job Stress Scale (JSS)helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip81
88 Questionaacuterio - Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)82
89 Aceite do artigo83
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O distuacuterbio vocal na populaccedilatildeo docente em especial na populaccedilatildeo de
professores de educaccedilatildeo fiacutesica daacute-se por um montante de fatores que necessitam
de um delineamento cuidadoso para a elaboraccedilatildeo de estrateacutegias de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo da sauacutede vocal
Em sua atividade laboral eacute importante que o professor de educaccedilatildeo fiacutesica
transmita vitalidade energia vigor dinamismo e sauacutede Sabe-se ainda que a voz de
comando influencia na disciplina do aluno eleva seu niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor (PEDROZA
PRADO e MACEDO 2010)
Em contra partida a voz usada de maneira inadequada ou com alteraccedilotildees
pode transmitir uma psicodinacircmica negativa gerar desconfortos sofrimentos mal-
estar e problemas com a satisfaccedilatildeo e colocaccedilatildeo profissional (SIMOtildeES 2000)
A voz do professor vem sendo objeto priorizado nas pesquisas
fonoaudioloacutegicas brasileiras nos uacuteltimos anos sendo em maior nuacutemero quando
comparadas agravequelas voltadas aos trabalhadores de outras categorias profissionais
(SIMOtildeES 2005 DRAGONE e BEHLAU 2006 DRAGONE et al 2008)
No periacuteodo entre os anos de 1994 a 2008 uma revisatildeo das publicaccedilotildees
fonoaudioloacutegicas brasileiras referentes agrave voz do professor (DRAGONE et al 2010)
contabilizou 500 publicaccedilotildees sendo 83 referentes agraves categorias de avaliaccedilatildeo e
dentre essas 86 avaliou os participantes eou as condiccedilotildees de trabalho Apenas
14 volta-se para os efeitos de programas de intervenccedilatildeo
Quanto ao meacutetodo da pesquisa nota-se que a perspectiva dos proacuteprios
professores foi a mais utilizada (525) seguida por anaacutelises perceptivo-auditivas e
14
acuacutesticas (152) e avaliaccedilatildeo do ambiente e da organizaccedilatildeo do trabalho (apenas
149)
Em estudos amplos acerca das relaccedilotildees entre sauacutede e trabalho docente
(JARDIM BARRETO e ASSUNCcedilAtildeO 2007 GIANNINI 2010) observa-se que os
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica geralmente satildeo excluiacutedos por apresentarem uma
demanda maior e diferenciada do uso vocal em relaccedilatildeo aos professores de outras
disciplinas bem como por suas aulas apresentarem caracteriacutesticas de ensino
bastante diferenciadas das atividades docentes tradicionais
Cabe destacar que um levantamento acerca da produccedilatildeo fonoaudioloacutegica em
voz do professor entre 2005 e 2007 (DRAGONE et al 2008) evidenciou que
estudos especiacuteficos com professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica correspondem a somente
14 das produccedilotildees na aacuterea
Outro aspecto merece destaque a maioria das pesquisas fonoaudioloacutegicas
envolvendo profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica estaacute voltada ao professor que atua em
ambiente de academia particular Haacute poucas pesquisas com professores de
educaccedilatildeo fiacutesica escolar e dentre elas encontram-se aquelas relativas aos
professores do Ensino Fundamental (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al 2007
MEDEIROS e ALVES 2008) do Ensino Meacutedio (STEFFANI VIECELLI e GRASEL
2011) e do Ensino Superior (SERVILHA et al 1995 GRILLO e FUGOWSKI 2010)
Haacute portanto um segmento da categoria docente ainda fora do foco de atenccedilatildeo
das pesquisas fonoaudioloacutegicas os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escolas
puacuteblicas de Ensino Fundamental
Aleacutem dos problemas vocais a populaccedilatildeo em questatildeo pode tambeacutem estar
sujeita ao desenvolvimento de problemas ventilatoacuterios uma vez que se conhece a
relaccedilatildeo entre a fonaccedilatildeo e a ventilaccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006)
15
Nesse contexto a ventilaccedilatildeo estaacute relacionada agrave regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca e uma das formas de avaliaacute-la de modo natildeo invasivo em humanos eacute pela
anaacutelise da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca (VFC) termo convencionalmente
aceito para descrever as oscilaccedilotildees nos intervalos entre batimentos cardiacuteacos
consecutivos (intervalos RR) que estatildeo relacionadas agraves influecircncias do sistema
nervoso autocircnomo (SNA) sobre o noacutedulo sinusal Trata-se de uma teacutecnica natildeo
invasiva cuja anaacutelise pode ser realizada utilizando-se meacutetodos lineares no domiacutenio
do tempo e da frequecircncia e natildeo lineares no domiacutenio do caos (TASK FORCE OF
THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN
SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Os meacutetodos do domiacutenio de tempo usam teacutecnicas matematicamente simples
para mensurar a variabilidade presente nos intervalos R-R por meio de caacutelculos de
sua meacutedia e das variaccedilotildees do desvio padratildeo da frequecircncia cardiacuteaca ao longo do
tempo enquanto os meacutetodos do domiacutenio da frequecircncia utilizam a anaacutelise espectral
que permite decompor a variaccedilatildeo da frequecircncia cardiacuteaca em um determinado tempo
em seus componentes oscilatoacuterios fundamentais ou seja a seacuterie temporal eacute
decomposta em diferentes componentes de frequecircncia (GAMELIN et al 2006)
Na anaacutelise natildeo linear a abordagem da teoria do caos considera sistemas
dinacircmicos determiniacutesticos regidos por equaccedilotildees natildeo lineares e sensiacuteveis agraves
condiccedilotildees iniciais Essa forma de anaacutelise pode refletir mais adequadamente as
alteraccedilotildees na modulaccedilatildeo autonocircmica dos sistemas bioloacutegicos pois existem
evidecircncias de que os mecanismos envolvidos na regulaccedilatildeo cardiovascular
provavelmente interagem entre si de modo natildeo linear (VANDERLEI et al 2009)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos ndash iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular dos intervalos RR
16
(TINN) e plot de Poincareacute ndash os quais permitem apresentar os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e usar aproximaccedilotildees para delas derivar as medidas de VFC
(VANDERLEI et al 2009)
Mudanccedilas nos padrotildees da VFC podem ser indicadores sensiacuteveis e antecipados
de que pode haver comprometimentos na sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica A alta VFC eacute sinal de boa adaptaccedilatildeo o que caracteriza um indiviacuteduo
saudaacutevel com mecanismos autonocircmicos eficientes Inversamente a baixa VFC eacute
frequentemente um apontador de mau funcionamento fisioloacutegico no indiviacuteduo ou
seja haacute uma adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA necessitando de
investigaccedilotildees adicionais de modo a encontrar um diagnoacutestico especiacutefico (PUMPRLA
et al 2002)
Assim justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo pois satildeo escassos os trabalhos
que retratam os distuacuterbios vocais associados agraves condiccedilotildees de trabalho e a
associaccedilatildeo entre a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca e o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar
Faz-se necessaacuterio desenvolver estudos que possibilitem conhecer e identificar
especificidades do uso da voz sauacutede vocal e condiccedilotildees de organizaccedilatildeo do trabalho
do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica em escolas puacuteblicas a fim de subsidiar accedilotildees de
promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede vocal e melhor desempenho profissional
2 OBJETIVO
Verificar a associaccedilatildeo entre as condiccedilotildees de trabalho distuacuterbios vocais e a
modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
17
3 MEacuteTODO
31 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta por 46 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do
municiacutepio de Mariacutelia situado na regiatildeo centro oeste paulista e conta com 35 escolas
estaduais e 19 escolas municipais de ensino fundamental Todos os procedimentos
realizados foram aprovados pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de
Filosofia e Ciecircncias da UNESP sob os pareceres de Nordm 03542011 e Nordm 05852012
(anexos 81 e 82)
Os requisitos de inclusatildeo dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica foram os
seguintes estar em exerciacutecio e atuando em escolas de ensino fundamental da rede
municipal ou estadual Um dos criteacuterios de exclusatildeo foi estar lecionando em caraacuteter
substitutivo (professor eventual) Tambeacutem foram excluiacutedos sujeitos que relataram
distuacuterbios cardiorrespiratoacuterios
A pesquisadora realizou contato inicial com a Diretoria de Ensino e com a
Secretaria Municipal de Ensino de Mariacutelia (anexos 83 e 84) por meio do qual
obteve autorizaccedilatildeo para adentrar agraves escolas e apresentar a pesquisa agrave direccedilatildeo eou
agrave coordenaccedilatildeo pedagoacutegica Apoacutes obtenccedilatildeo da autorizaccedilatildeo a pesquisadora buscou
obter informaccedilotildees quanto ao sexo e faixa etaacuteria dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
da escola conhecer o espaccedilo destinado agraves suas atividades de ensino como sala de
aula ginaacutesios eou quadras (abertas ou fechadas cobertas ou natildeo) tipo de piso
(terra areia grama cimento madeira ou outro) piscinas ar condicionado
existecircncia de eco ou acuacutestica inadequada exposiccedilatildeo a vento sol chuva ou poeira
presenccedila de bebedouros e banheiros proacuteximos ao local das atividades Foi feito o
registro fotograacutefico das instalaccedilotildees em que ocorrem as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica
com cacircmera digital da Samsung modelo Digimax NV30 81 MP bem como o
18
levantamento da grade horaacuteria
Na mesma oportunidade a pesquisadora solicitou o agendamento de uma
reuniatildeo com os docentes de Educaccedilatildeo Fiacutesica no HTPC (Horaacuterio de Trabalho e
Planejamento Coletivo) ocasiatildeo em que se efetuou o convite agrave participaccedilatildeo
expondo os objetivos e a metodologia da pesquisa bem como a apresentaccedilatildeo do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ndash TECLE (anexo 85)
Os sujeitos receberam todas as informaccedilotildees pertinentes ao projeto aos
objetivos da pesquisa explicaccedilatildeo sobre os procedimentos que seriam utilizados
temporalidade riscos (se houvesse) resguardo da privacidade consentimento sobre
a sua participaccedilatildeo na pesquisa e o uso dos dados para fins cientiacuteficos e foram
convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido confirmando a
anuecircncia
Aqueles que aceitaram participar foram convidados a responder aos
questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale
(JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) Os professores tambeacutem participaram
da avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) e anaacutelise da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca realizados na proacutepria escola
O questionaacuterio Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) ndash anexo 86
- eacute adequado para caracterizar as condiccedilotildees de trabalho na escola e perfil vocal de
professores sendo de faacutecil compreensatildeo e preenchimento aleacutem de poder ser
utilizado em sua totalidade ou em partes conforme o interesse em avaliar questotildees
sociodemograacuteficas do ambiente e organizaccedilatildeo do trabalho docente relativas agrave voz
(sintomas sensaccedilotildees condiccedilotildees de uso da voz no trabalho) e aspectos gerais de
sauacutede haacutebitos de vida e antecedentes familiares (FERREIRA et al 2003 e 2007) As
variaacuteveis foram analisadas em duas categorias natildeo (nunca e raramente) e sim (agraves
19
vezes sempre) o caacutelculo de nuacutemero e frequecircncia de sintomas vocais foi feito
considerando-se sem sintoma (nunca e raramente) e com sintoma (agraves vezes e
sempre)
O instrumento Job Stress Scale (JSS) - anexo 87 - avalia as dimensotildees de
demanda controle e apoio no trabalho referentes agraves fontes de estresse no ambiente
psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da interaccedilatildeo dessas dimensotildees Foi
empregada a versatildeo resumida do instrumento adaptada para o portuguecircs (ALVES
et al 2004) a qual conta com 17 questotildees em trecircs dimensotildees demanda (questotildees
de a ateacute e) controle (questotildees de f ateacute k) e apoio (questotildees de l ateacute q) O caacutelculo
dos escores de cada dimensatildeo foi obtido pela somatoacuteria da pontuaccedilatildeo de cada
escore sendo demanda de 5 a 20 pontos (maior demanda pior situaccedilatildeo) controle
de 6 a 24 pontos (maior controle melhor situaccedilatildeo) e apoio de 6 a 24 pontos (maior
apoio melhor situaccedilatildeo) Este instrumento fora empregado em estudo com
professores de escolas municipais de Satildeo Paulo (GIANNINI 2010) que evidenciou
associaccedilatildeo estatiacutestica entre distuacuterbio de voz e a categoria de alto desgaste da
interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho
O questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) - anexo 88 - eacute um
instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e adequado para
quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo vocal Possui 30
questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional (questotildees
135681112161922) orgacircnico (241013141718202126) e emocional
(791523242527282930) O caacutelculo do escore eacute feito por somatoacuteria de todas as
questotildees ou das questotildees de cada domiacutenio de maneira que o escore geral varia de
0 a 120 pontos e o de cada domiacutenio de 0 a 40 sendo que quanto maior a
pontuaccedilatildeo mais intensa eacute a desvantagem vocal percebida Foi utilizada a versatildeo
20
brasileira validada por Behlau Santos e Oliveira (2011) Os escores para vozes
saudaacuteveis e disfocircnicas respectivamente satildeo escore total 35 e 474 emocional 07
e 131 funcional 17 e 126 orgacircnico 11 e 217 (BEHLAU et al 2009)
A prevalecircncia de alteraccedilotildees vocais foi obtida a partir da avaliaccedilatildeo vocal
fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva vocal) A gravaccedilatildeo foi realizada na
proacutepria escola em uma sala silenciosa sendo a captaccedilatildeo realizada por meio de
gravador Marantz modelo PMD660 e microfone de cabeccedila SENNHEISER modelo
E855 posicionado em um acircngulo de 45ordm a 90ordm da boca mantendo-se distacircncia em
torno de 5 cm (BEHLAU 2001) Na gravaccedilatildeo foram solicitadas trecircs emissotildees da
vogal sustentada ldquoardquo tanto para a anaacutelise perceptivo-auditiva quanto para a
mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
A mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) eacute amplamente descrita na
literatura cientiacutefica e tem apresentado grande ecircxito no que diz respeito agrave detecccedilatildeo
de alteraccedilotildees em niacutevel gloacutetico e respiratoacuterio Suas medidas de normalidade giram
em torno de 16 a 18 segundos Para falantes do portuguecircs do Brasil (experiecircncia
com falantes da cidade de Satildeo Paulo) considera-se uma meacutedia de 20 segundos
para os homens e 14 segundos para as mulheres (PINHO 2003)
A anaacutelise perceptivo-auditiva foi feita por 3 fonoaudioacutelogas experientes na aacuterea
de voz e com anaacutelise de confiabilidade dos julgamentos 10 vozes do total das 46
foram sorteadas e reinseridas na amostra totalizando 56 vozes para a anaacutelise
perceptivo-auditiva A avaliaccedilatildeo se valeu do instrumento escala numeacuterica GRBASI
em que G = grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R = rugosidade B = soprosidade A =
astenia S = tensatildeo e I = instabilidade Apoacutes a escuta de cada voz cada
fonoaudioacuteloga anotou no protocolo um valor de 0 a 3 (grau 0 ndash ausente grau 1 ndash
21
discreto grau 2 ndash moderado e grau 3 ndash intenso) para cada item referente agrave escala
GRBASI (HIRANO 1981 BEHLAU 2001)
Para anaacutelise dos iacutendices de variabilidade da frequumlecircncia cardiacuteaca foi utilizado o
cardiofrequenciacutemetro (Polar RS800CX) que conteacutem um computador de treino
(semelhante a um reloacutegio) que exibe e grava a frequecircncia cardiacuteaca e uma tira
elaacutestica onde eacute conectado o transmissor que envia o sinal da frequecircncia cardiacuteaca
para o aparelho em questatildeo
Os professores foram orientados a ter uma boa noite de sono evitar atividade
fiacutesica antes da avaliaccedilatildeo natildeo ingerir cafeacute ou bebidas que estimulassem a frequecircncia
cardiacuteaca A pesquisadora pediu que durante a avaliaccedilatildeo o professor ficasse em
repouso sem fechar os olhos falar ou cruzar as pernas a fim de evitar alguma
interferecircncia
32 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES LINEARES DE VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA
CARDIacuteACA
Foi registrado batimento a batimento durante todo o protocolo experimental
que teve duraccedilatildeo de 10 minutos com uma taxa de amostragem de 1000 Hz Do
periacuteodo de maior estabilidade do sinal foi selecionado um intervalo de cinco
minutos e somente as seacuteries com mais de 256 intervalos RR foram utilizadas para
anaacutelise (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) Nessas seacuteries foram realizadas filtragens digital e manual para eliminaccedilatildeo de
batimentos ectoacutepicos prematuros e artefatos e somente aquelas com mais de 95
de batimentos sinusais foram incluiacutedas no estudo (VANDERLEI et al 2009)
22
Para anaacutelise da VFC no domiacutenio da frequecircncia utilizamos os componentes
espectrais de baixa frequecircncia (LF 004-015 Hz) e alta frequecircncia (HF 015-040
Hz) em ms2 e unidades normalizadas A anaacutelise espectral foi calculada usando o
algoritmo da Transformada Raacutepida de Fourier
Jaacute a anaacutelise no domiacutenio do tempo foi realizada por meio dos iacutendices SDNN
(desvio-padratildeo da meacutedia dos intervalos RR normais) RMSSD (raiz quadrada da
meacutedia do quadrado das diferenccedilas entre os intervalos RR normais adjacentes)
NN50 (nuacutemero dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de duraccedilatildeo maior que
50ms) e pNN50 (porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de
duraccedilatildeo maior que 50ms)
33 ANAacuteLISE FRACTAL DA VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Para anaacutelise das propriedades fractais da frequecircncia cardiacuteaca o meacutetodo DFA
foi aplicado agrave seacuterie temporal dos intervalos RR O procedimento para o caacutelculo do
DFA foi composto das seguintes etapas
Inicialmente a seacuterie RR obtida experimentalmente eacute integrada usando-se a
expressatildeo
k
i
aveRRiRRkY1
])([)(
Em que Y(k) eacute o k-eacutesimo termo da seacuterie integrada (k = 1 2 N) RR(i) eacute o i-
eacutesimo valor dos intervalos RR e RRave eacute a meacutedia dos intervalos RR da seacuterie
original de comprimento N ou seja
N
i
iRRN
RRave1
)(1
23
Em seguida a seacuterie temporal integrada eacute dividida em intervalos de
comprimento igual a n com n = 1 2 N Em cada um desses intervalos eacute
calculada a tendecircncia local da seacuterie por uma reta de miacutenimos quadrados ajustada
aos dados Denotamos a coordenada y dessa reta por Yn(k) Em seguida
destendenciamos a seacuterie integrada Y(k) subtraindo a tendecircncia local Yn(k) em
cada intervalo Para um dado intervalo de tamanho n o tamanho caracteriacutestico da
flutuaccedilatildeo para a seacuterie integrada e destendenciada eacute calculado por
N
KkYnkYNnF
1
2)]()([1)(
Esse procedimento foi repetido para todos os intervalos de tamanho n
obtendo-se uma relaccedilatildeo entre a meacutedia das flutuaccedilotildees F(n) e o tamanho dos
intervalos n Se essa relaccedilatildeo for linear em um graacutefico log-log isso indica a existecircncia
de uma lei exponencial em escala de acordo com a foacutermula
nnF )( em que
α eacute o expoente de escala que pode ser calculado por regressatildeo linear em um
graacutefico log-log Foram calculados o expoentes fractais de curto prazo (alfa-1)
correspondente ao periacuteodo de 4 a 11 batimentos o expoente de longo prazo (alfa-2)
que corresponde a periacuteodos longos acima de 11 batimentos e a relaccedilatildeo entre eles
(alfa-1alfa-2)
34 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES GEOMEacuteTRICOS DE VARIABILIDADE DA
FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Foram analisados os seguintes iacutendices geomeacutetricos RRtri TINN e plot de
Poincareacute (SD1 SD2 relaccedilatildeo SD1SD2)
24
O RRtri foi calculado a partir da construccedilatildeo do histograma de densidade dos
intervalos RR normais e obtido pela divisatildeo da integral do histograma (isto eacute o
nuacutemero total de intervalos RR) pelo maacuteximo da distribuiccedilatildeo de densidade (frequecircncia
modal dos intervalos RR) mensurado em uma escala discreta com caixas de 78125
ms (1128 segundos) (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF
CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND
ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
O TINN consiste na largura da linha de base da distribuiccedilatildeo medida como a
base de um triacircngulo aproximando a distribuiccedilatildeo de todos os intervalos RR sendo
que a diferenccedila dos miacutenimos quadrados foi utilizada para determinaccedilatildeo do triacircngulo
(TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE
NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Para a construccedilatildeo do plot de Poincareacute cada intervalo RR foi representado em
funccedilatildeo do intervalo anterior (proacuteximo intervalo) e para a anaacutelise quantitativa do plot
de Poincareacute foram calculados os seguintes iacutendices SD1 (desvio-padratildeo da
variabilidade instantacircnea batimento a batimento) SD2 (desvio-padratildeo em longo
prazo dos intervalos R-R contiacutenuos) e a relaccedilatildeo SD1SD2
A anaacutelise qualitativa (visual) do plot de Poincareacute foi feita por meio da anaacutelise
das figuras formadas pelo atrator do plot as quais foram descritas
1) Figura na qual um aumento na dispersatildeo dos intervalos RR batimento
a batimento eacute observado com aumento nos intervalos RR caracteriacutestica de um plot
normal
2) Figura com pequena dispersatildeo global batimento a batimento e sem
aumento da dispersatildeo dos intervalos RR em longo prazo
25
35 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Inicialmente foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de
Shapiro-Wilk Para realizar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foi aplicado o teste de
correlaccedilatildeo de Pearson para distribuiccedilotildees parameacutetricas enquanto para distribuiccedilotildees
natildeo-parameacutetricas foi aplicado o teste de correlaccedilatildeo de Spearman Valores de
correlaccedilatildeo forte foram considerados para r gt 05 correlaccedilatildeo moderada foi
considerada para valores de r entre 03 e 049 (03 gt r gt 049) e correlaccedilatildeo fraca
para valores de r lt 03 Diferenccedilas nesses testes foram consideradas
estatisticamente significantes quando o valor de p foi menor que 005 O programa
estatiacutestico utilizado foi o Software GraphPad StatMate version 200 for Windows
GraphPad Software San Diego California USA
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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PARK K BEHLAU M Signs and symptoms of autonomic dysfunction in dysphonic
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PEDROZA PS PRADO APA MACEDO KMF A voz de comando na turma de
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65
SILVA CG GONCcedilALVES VSB MENESES VGM COSTA ALCN SILVA LB Percepccedilatildeo dos profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica acerca da presenccedila do ruiacutedo durante o seu desempenho vocal nas academias de Joatildeo Pessoa (PB) Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa SILVA EM TAVARES PB FIGUEREDO FL CRUZ JS Comparaccedilatildeo do perfil de participaccedilatildeo de atividades vocais em professores que utilizam a voz em sala de aula e em academia Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2010anais_selectphpop=PTampcid=3074amptid=3 SIMOtildeES M O profissional de educaccedilatildeo fiacutesica e o uso da voz uma contribuiccedilatildeo da Fonoaudiologia Rev Bras Atividade Fiacutesica e Sauacutede 2000 5(1) 71-80 SIMOtildeES M A voz do professor ndash histoacuterico da produccedilatildeo cientiacutefica de fonoaudioacutelogos brasileiros sobre o uso da voz nessa categoria profissional II In Ferreira LP Oliveira SM Voz profissional produccedilatildeo cientiacutefica da fonoaudiologia brasileira [CD-ROM] Satildeo Paulo SBFa 2005 SOUZA RG ROSIN FB Sinais e sintomas vocais e avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva
e acuacutestica dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica comparaccedilatildeo entre o iniacutecio e teacutermino
da aula Rev SBFa 2009 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011]
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STEFFANI JA VIECELI VCB GRASEL CE Sauacutede vocal e niacutevel de atividade fiacutesica
dos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica Revista Digital efdeportescom [perioacutedico na internet]
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VANUCCI M Relaccedilatildeo entre auto-avaliaccedilatildeo vocal escores do protocolo QVV e
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YAMASAKI R LEAtildeO SHS MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R
Anaacutelise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas Escala analoacutegica visual
Rev SBFa 2007 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
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YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
Dedico este trabalho agrave minha eterna e amada avoacute Izaura Monteiro de Souza
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Doutor Vitor Engraacutecia Valenti pela exiacutemia orientaccedilatildeo sempre
paciente e cuidadosa pelo exemplo de profissionalismo e pela confianccedila
depositada em mim
Agrave Professora Doutora Eliana Maria Gradim Fabron pelo exemplo de
profissionalismo pela amizade maternal e principalmente pela colaboraccedilatildeo e
disposiccedilatildeo em ajudar nesta pesquisa sempre que preciso
Agrave Professora Doutora Regina Zanella Penteado pela colaboraccedilatildeo na presente
pesquisa
Aos meus pais Eliezer Mariano da Cunha e Domingas Aparecida Cardoso de
Souza Cunha que depositaram total confianccedila em mim e pelo incentivo
incansaacutevel durante todos esses anos de graduaccedilatildeo e mestrado
Ao meu amado Ernane Zorzo pela paciecircncia nos meus momentos de
turbulecircncia pelo incentivo pelo amor e pelo cuidado Por sempre me fazer
acreditar que um dia eu seria vencedora de mais essa etapa de minha vida
Aos amigos Mariana Ramalho Renata Meireles Andressa Passadori Tatiane
Lima Gabriela Broglio Sabrina Leocaacutedia Ana Claudia Santos Luciana Fiorio
Amanda Santos Fabiele Carvalho Aline Fiori Maiacutera Niaradi Nataacutelia Paschoal
Amanda Do Valle Sheila Alves Livya Francis Juliana Moretti Ana Claudia
Dalmora Verocircnica Rocha Juliana Helena Bruna Campos Cintia Fadini e
Ademar Portilho que me incentivaram torceram e rezaram por mim em cada
momento dessa jornada
Aos meus inuacutemeros amigos e familiares pelas palavras de forccedila e
encorajamento
Aos Professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da cidade de Mariacutelia sujeitos dessa
pesquisa pela colaboraccedilatildeo no estudo
Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES) pela
concessatildeo da bolsa de auxilio financeiro agrave presente pesquisa
A todos que contribuiacuteram direta e indiretamente para a realizaccedilatildeo dessa
pesquisa
RESUMO Objetivo Verificar a associaccedilatildeo entre as condiccedilotildees de trabalho distuacuterbios vocais e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica Meacutetodo Os professores responderam aos questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale (JSS) Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e foram submetidos agrave anaacutelise perceptivo-auditiva pela escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R= rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) Para anaacutelise da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca (VFC) foram avaliados os iacutendices do domiacutenio do tempo e da frequecircncia os iacutendices geomeacutetricos e os exponentes fractais Resultados Os achados mostram que as condiccedilotildees de trabalho e estresse no trabalho dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica tecircm interferido diretamente em sua sauacutede vocal Fatores como gritar falar em ambientes abertos realizando atividade fiacutesica sobrecarregam o trabalho e predispotildee a populaccedilatildeo aos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave VFC observou-se que os professores que tiveram maior tempo de fonaccedilatildeo apresentaram uma menor VFC Conclusatildeo As condiccedilotildees de trabalho e o estresse no trabalho estatildeo interferindo diretamente na sauacutede vocal e geral dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica Houve associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC com o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) e com os domiacutenios do IDV e JSS
Palavras-chave Educaccedilatildeo fiacutesica Voz Disfonia e Regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca
ABSTRACT
Objective To investigate the association between working conditions voice disorders and cardiac autonomic modulation in Physical Education teachers Method Teachers responded to the questionnaires Condition Production Vocal Teacher (CPV-P) Job Stress Scale (JSS) Voice Handicap Index (VHI) and were analyzed by perceptual GRBASI scale (G = degree of change the voice heard R = roughness B = breathy A = asthenia S = tension I = instability) For analysis of heart rate variability (HRV) the indices were evaluated in the time and frequency domains the geometric indexes and exponents fractals were also evaluated Results The findings showed that working conditions and job stress of physical education teachers influenced directly on their vocal health Factors such as shouting speaking in open environments performing physical activity work overload and predisposes the population to voice disorders Regarding HRV it was found that teachers who had higher phonation time had lower HRV Conclusion The working conditions and job stress are directly interfering vocal health and overall physical education teachers There was a negative association of parasympathetic indices of HRV with the maximum phonation time (MPT) and the areas of IDV and JSS Keywords Physical Education Voice Dysphonia and Cardiac Autonomic Regulation
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomasPaacuteg 27
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocaisPaacuteg 30
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vidaPaacuteg 31
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e ambiente escolarPaacuteg 32
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e organizaccedilatildeo do trabalhoPaacuteg 34
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) dos sujeitos em cada subescala do protocoloPaacuteg 36
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)Paacuteg 37
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) somatoacuteria das respostas dos sujeitosPaacuteg 37
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes a cada domiacutenio do Job Stress Scale (JSS)Paacuteg 38
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASIPaacuteg 40
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 41
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 41
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 42
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 42
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 43
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 43
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 44
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 44
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 45
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 45
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 46
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 46
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo13
2 Objetivo16
3 Meacutetodo17
31 Populaccedilatildeo do Estudo17
32 Anaacutelise dos iacutendices lineares de variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca21
33 Anaacutelise fractal da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca22
34 Anaacutelise dos iacutendices geomeacutetricos de variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca23
35 Anaacutelise Estatiacutestica25
4 Resultados26
5 Discussatildeo47
6 Conclusatildeo59
7 Referecircncias60
8 Anexos67
81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)67
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)69
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia71
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia72
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)73
86 Questionaacuterio - Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)75
87 Questionaacuterio - Job Stress Scale (JSS)helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip81
88 Questionaacuterio - Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)82
89 Aceite do artigo83
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O distuacuterbio vocal na populaccedilatildeo docente em especial na populaccedilatildeo de
professores de educaccedilatildeo fiacutesica daacute-se por um montante de fatores que necessitam
de um delineamento cuidadoso para a elaboraccedilatildeo de estrateacutegias de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo da sauacutede vocal
Em sua atividade laboral eacute importante que o professor de educaccedilatildeo fiacutesica
transmita vitalidade energia vigor dinamismo e sauacutede Sabe-se ainda que a voz de
comando influencia na disciplina do aluno eleva seu niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor (PEDROZA
PRADO e MACEDO 2010)
Em contra partida a voz usada de maneira inadequada ou com alteraccedilotildees
pode transmitir uma psicodinacircmica negativa gerar desconfortos sofrimentos mal-
estar e problemas com a satisfaccedilatildeo e colocaccedilatildeo profissional (SIMOtildeES 2000)
A voz do professor vem sendo objeto priorizado nas pesquisas
fonoaudioloacutegicas brasileiras nos uacuteltimos anos sendo em maior nuacutemero quando
comparadas agravequelas voltadas aos trabalhadores de outras categorias profissionais
(SIMOtildeES 2005 DRAGONE e BEHLAU 2006 DRAGONE et al 2008)
No periacuteodo entre os anos de 1994 a 2008 uma revisatildeo das publicaccedilotildees
fonoaudioloacutegicas brasileiras referentes agrave voz do professor (DRAGONE et al 2010)
contabilizou 500 publicaccedilotildees sendo 83 referentes agraves categorias de avaliaccedilatildeo e
dentre essas 86 avaliou os participantes eou as condiccedilotildees de trabalho Apenas
14 volta-se para os efeitos de programas de intervenccedilatildeo
Quanto ao meacutetodo da pesquisa nota-se que a perspectiva dos proacuteprios
professores foi a mais utilizada (525) seguida por anaacutelises perceptivo-auditivas e
14
acuacutesticas (152) e avaliaccedilatildeo do ambiente e da organizaccedilatildeo do trabalho (apenas
149)
Em estudos amplos acerca das relaccedilotildees entre sauacutede e trabalho docente
(JARDIM BARRETO e ASSUNCcedilAtildeO 2007 GIANNINI 2010) observa-se que os
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica geralmente satildeo excluiacutedos por apresentarem uma
demanda maior e diferenciada do uso vocal em relaccedilatildeo aos professores de outras
disciplinas bem como por suas aulas apresentarem caracteriacutesticas de ensino
bastante diferenciadas das atividades docentes tradicionais
Cabe destacar que um levantamento acerca da produccedilatildeo fonoaudioloacutegica em
voz do professor entre 2005 e 2007 (DRAGONE et al 2008) evidenciou que
estudos especiacuteficos com professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica correspondem a somente
14 das produccedilotildees na aacuterea
Outro aspecto merece destaque a maioria das pesquisas fonoaudioloacutegicas
envolvendo profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica estaacute voltada ao professor que atua em
ambiente de academia particular Haacute poucas pesquisas com professores de
educaccedilatildeo fiacutesica escolar e dentre elas encontram-se aquelas relativas aos
professores do Ensino Fundamental (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al 2007
MEDEIROS e ALVES 2008) do Ensino Meacutedio (STEFFANI VIECELLI e GRASEL
2011) e do Ensino Superior (SERVILHA et al 1995 GRILLO e FUGOWSKI 2010)
Haacute portanto um segmento da categoria docente ainda fora do foco de atenccedilatildeo
das pesquisas fonoaudioloacutegicas os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escolas
puacuteblicas de Ensino Fundamental
Aleacutem dos problemas vocais a populaccedilatildeo em questatildeo pode tambeacutem estar
sujeita ao desenvolvimento de problemas ventilatoacuterios uma vez que se conhece a
relaccedilatildeo entre a fonaccedilatildeo e a ventilaccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006)
15
Nesse contexto a ventilaccedilatildeo estaacute relacionada agrave regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca e uma das formas de avaliaacute-la de modo natildeo invasivo em humanos eacute pela
anaacutelise da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca (VFC) termo convencionalmente
aceito para descrever as oscilaccedilotildees nos intervalos entre batimentos cardiacuteacos
consecutivos (intervalos RR) que estatildeo relacionadas agraves influecircncias do sistema
nervoso autocircnomo (SNA) sobre o noacutedulo sinusal Trata-se de uma teacutecnica natildeo
invasiva cuja anaacutelise pode ser realizada utilizando-se meacutetodos lineares no domiacutenio
do tempo e da frequecircncia e natildeo lineares no domiacutenio do caos (TASK FORCE OF
THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN
SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Os meacutetodos do domiacutenio de tempo usam teacutecnicas matematicamente simples
para mensurar a variabilidade presente nos intervalos R-R por meio de caacutelculos de
sua meacutedia e das variaccedilotildees do desvio padratildeo da frequecircncia cardiacuteaca ao longo do
tempo enquanto os meacutetodos do domiacutenio da frequecircncia utilizam a anaacutelise espectral
que permite decompor a variaccedilatildeo da frequecircncia cardiacuteaca em um determinado tempo
em seus componentes oscilatoacuterios fundamentais ou seja a seacuterie temporal eacute
decomposta em diferentes componentes de frequecircncia (GAMELIN et al 2006)
Na anaacutelise natildeo linear a abordagem da teoria do caos considera sistemas
dinacircmicos determiniacutesticos regidos por equaccedilotildees natildeo lineares e sensiacuteveis agraves
condiccedilotildees iniciais Essa forma de anaacutelise pode refletir mais adequadamente as
alteraccedilotildees na modulaccedilatildeo autonocircmica dos sistemas bioloacutegicos pois existem
evidecircncias de que os mecanismos envolvidos na regulaccedilatildeo cardiovascular
provavelmente interagem entre si de modo natildeo linear (VANDERLEI et al 2009)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos ndash iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular dos intervalos RR
16
(TINN) e plot de Poincareacute ndash os quais permitem apresentar os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e usar aproximaccedilotildees para delas derivar as medidas de VFC
(VANDERLEI et al 2009)
Mudanccedilas nos padrotildees da VFC podem ser indicadores sensiacuteveis e antecipados
de que pode haver comprometimentos na sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica A alta VFC eacute sinal de boa adaptaccedilatildeo o que caracteriza um indiviacuteduo
saudaacutevel com mecanismos autonocircmicos eficientes Inversamente a baixa VFC eacute
frequentemente um apontador de mau funcionamento fisioloacutegico no indiviacuteduo ou
seja haacute uma adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA necessitando de
investigaccedilotildees adicionais de modo a encontrar um diagnoacutestico especiacutefico (PUMPRLA
et al 2002)
Assim justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo pois satildeo escassos os trabalhos
que retratam os distuacuterbios vocais associados agraves condiccedilotildees de trabalho e a
associaccedilatildeo entre a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca e o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar
Faz-se necessaacuterio desenvolver estudos que possibilitem conhecer e identificar
especificidades do uso da voz sauacutede vocal e condiccedilotildees de organizaccedilatildeo do trabalho
do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica em escolas puacuteblicas a fim de subsidiar accedilotildees de
promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede vocal e melhor desempenho profissional
2 OBJETIVO
Verificar a associaccedilatildeo entre as condiccedilotildees de trabalho distuacuterbios vocais e a
modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
17
3 MEacuteTODO
31 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta por 46 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do
municiacutepio de Mariacutelia situado na regiatildeo centro oeste paulista e conta com 35 escolas
estaduais e 19 escolas municipais de ensino fundamental Todos os procedimentos
realizados foram aprovados pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de
Filosofia e Ciecircncias da UNESP sob os pareceres de Nordm 03542011 e Nordm 05852012
(anexos 81 e 82)
Os requisitos de inclusatildeo dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica foram os
seguintes estar em exerciacutecio e atuando em escolas de ensino fundamental da rede
municipal ou estadual Um dos criteacuterios de exclusatildeo foi estar lecionando em caraacuteter
substitutivo (professor eventual) Tambeacutem foram excluiacutedos sujeitos que relataram
distuacuterbios cardiorrespiratoacuterios
A pesquisadora realizou contato inicial com a Diretoria de Ensino e com a
Secretaria Municipal de Ensino de Mariacutelia (anexos 83 e 84) por meio do qual
obteve autorizaccedilatildeo para adentrar agraves escolas e apresentar a pesquisa agrave direccedilatildeo eou
agrave coordenaccedilatildeo pedagoacutegica Apoacutes obtenccedilatildeo da autorizaccedilatildeo a pesquisadora buscou
obter informaccedilotildees quanto ao sexo e faixa etaacuteria dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
da escola conhecer o espaccedilo destinado agraves suas atividades de ensino como sala de
aula ginaacutesios eou quadras (abertas ou fechadas cobertas ou natildeo) tipo de piso
(terra areia grama cimento madeira ou outro) piscinas ar condicionado
existecircncia de eco ou acuacutestica inadequada exposiccedilatildeo a vento sol chuva ou poeira
presenccedila de bebedouros e banheiros proacuteximos ao local das atividades Foi feito o
registro fotograacutefico das instalaccedilotildees em que ocorrem as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica
com cacircmera digital da Samsung modelo Digimax NV30 81 MP bem como o
18
levantamento da grade horaacuteria
Na mesma oportunidade a pesquisadora solicitou o agendamento de uma
reuniatildeo com os docentes de Educaccedilatildeo Fiacutesica no HTPC (Horaacuterio de Trabalho e
Planejamento Coletivo) ocasiatildeo em que se efetuou o convite agrave participaccedilatildeo
expondo os objetivos e a metodologia da pesquisa bem como a apresentaccedilatildeo do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ndash TECLE (anexo 85)
Os sujeitos receberam todas as informaccedilotildees pertinentes ao projeto aos
objetivos da pesquisa explicaccedilatildeo sobre os procedimentos que seriam utilizados
temporalidade riscos (se houvesse) resguardo da privacidade consentimento sobre
a sua participaccedilatildeo na pesquisa e o uso dos dados para fins cientiacuteficos e foram
convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido confirmando a
anuecircncia
Aqueles que aceitaram participar foram convidados a responder aos
questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale
(JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) Os professores tambeacutem participaram
da avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) e anaacutelise da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca realizados na proacutepria escola
O questionaacuterio Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) ndash anexo 86
- eacute adequado para caracterizar as condiccedilotildees de trabalho na escola e perfil vocal de
professores sendo de faacutecil compreensatildeo e preenchimento aleacutem de poder ser
utilizado em sua totalidade ou em partes conforme o interesse em avaliar questotildees
sociodemograacuteficas do ambiente e organizaccedilatildeo do trabalho docente relativas agrave voz
(sintomas sensaccedilotildees condiccedilotildees de uso da voz no trabalho) e aspectos gerais de
sauacutede haacutebitos de vida e antecedentes familiares (FERREIRA et al 2003 e 2007) As
variaacuteveis foram analisadas em duas categorias natildeo (nunca e raramente) e sim (agraves
19
vezes sempre) o caacutelculo de nuacutemero e frequecircncia de sintomas vocais foi feito
considerando-se sem sintoma (nunca e raramente) e com sintoma (agraves vezes e
sempre)
O instrumento Job Stress Scale (JSS) - anexo 87 - avalia as dimensotildees de
demanda controle e apoio no trabalho referentes agraves fontes de estresse no ambiente
psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da interaccedilatildeo dessas dimensotildees Foi
empregada a versatildeo resumida do instrumento adaptada para o portuguecircs (ALVES
et al 2004) a qual conta com 17 questotildees em trecircs dimensotildees demanda (questotildees
de a ateacute e) controle (questotildees de f ateacute k) e apoio (questotildees de l ateacute q) O caacutelculo
dos escores de cada dimensatildeo foi obtido pela somatoacuteria da pontuaccedilatildeo de cada
escore sendo demanda de 5 a 20 pontos (maior demanda pior situaccedilatildeo) controle
de 6 a 24 pontos (maior controle melhor situaccedilatildeo) e apoio de 6 a 24 pontos (maior
apoio melhor situaccedilatildeo) Este instrumento fora empregado em estudo com
professores de escolas municipais de Satildeo Paulo (GIANNINI 2010) que evidenciou
associaccedilatildeo estatiacutestica entre distuacuterbio de voz e a categoria de alto desgaste da
interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho
O questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) - anexo 88 - eacute um
instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e adequado para
quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo vocal Possui 30
questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional (questotildees
135681112161922) orgacircnico (241013141718202126) e emocional
(791523242527282930) O caacutelculo do escore eacute feito por somatoacuteria de todas as
questotildees ou das questotildees de cada domiacutenio de maneira que o escore geral varia de
0 a 120 pontos e o de cada domiacutenio de 0 a 40 sendo que quanto maior a
pontuaccedilatildeo mais intensa eacute a desvantagem vocal percebida Foi utilizada a versatildeo
20
brasileira validada por Behlau Santos e Oliveira (2011) Os escores para vozes
saudaacuteveis e disfocircnicas respectivamente satildeo escore total 35 e 474 emocional 07
e 131 funcional 17 e 126 orgacircnico 11 e 217 (BEHLAU et al 2009)
A prevalecircncia de alteraccedilotildees vocais foi obtida a partir da avaliaccedilatildeo vocal
fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva vocal) A gravaccedilatildeo foi realizada na
proacutepria escola em uma sala silenciosa sendo a captaccedilatildeo realizada por meio de
gravador Marantz modelo PMD660 e microfone de cabeccedila SENNHEISER modelo
E855 posicionado em um acircngulo de 45ordm a 90ordm da boca mantendo-se distacircncia em
torno de 5 cm (BEHLAU 2001) Na gravaccedilatildeo foram solicitadas trecircs emissotildees da
vogal sustentada ldquoardquo tanto para a anaacutelise perceptivo-auditiva quanto para a
mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
A mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) eacute amplamente descrita na
literatura cientiacutefica e tem apresentado grande ecircxito no que diz respeito agrave detecccedilatildeo
de alteraccedilotildees em niacutevel gloacutetico e respiratoacuterio Suas medidas de normalidade giram
em torno de 16 a 18 segundos Para falantes do portuguecircs do Brasil (experiecircncia
com falantes da cidade de Satildeo Paulo) considera-se uma meacutedia de 20 segundos
para os homens e 14 segundos para as mulheres (PINHO 2003)
A anaacutelise perceptivo-auditiva foi feita por 3 fonoaudioacutelogas experientes na aacuterea
de voz e com anaacutelise de confiabilidade dos julgamentos 10 vozes do total das 46
foram sorteadas e reinseridas na amostra totalizando 56 vozes para a anaacutelise
perceptivo-auditiva A avaliaccedilatildeo se valeu do instrumento escala numeacuterica GRBASI
em que G = grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R = rugosidade B = soprosidade A =
astenia S = tensatildeo e I = instabilidade Apoacutes a escuta de cada voz cada
fonoaudioacuteloga anotou no protocolo um valor de 0 a 3 (grau 0 ndash ausente grau 1 ndash
21
discreto grau 2 ndash moderado e grau 3 ndash intenso) para cada item referente agrave escala
GRBASI (HIRANO 1981 BEHLAU 2001)
Para anaacutelise dos iacutendices de variabilidade da frequumlecircncia cardiacuteaca foi utilizado o
cardiofrequenciacutemetro (Polar RS800CX) que conteacutem um computador de treino
(semelhante a um reloacutegio) que exibe e grava a frequecircncia cardiacuteaca e uma tira
elaacutestica onde eacute conectado o transmissor que envia o sinal da frequecircncia cardiacuteaca
para o aparelho em questatildeo
Os professores foram orientados a ter uma boa noite de sono evitar atividade
fiacutesica antes da avaliaccedilatildeo natildeo ingerir cafeacute ou bebidas que estimulassem a frequecircncia
cardiacuteaca A pesquisadora pediu que durante a avaliaccedilatildeo o professor ficasse em
repouso sem fechar os olhos falar ou cruzar as pernas a fim de evitar alguma
interferecircncia
32 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES LINEARES DE VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA
CARDIacuteACA
Foi registrado batimento a batimento durante todo o protocolo experimental
que teve duraccedilatildeo de 10 minutos com uma taxa de amostragem de 1000 Hz Do
periacuteodo de maior estabilidade do sinal foi selecionado um intervalo de cinco
minutos e somente as seacuteries com mais de 256 intervalos RR foram utilizadas para
anaacutelise (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) Nessas seacuteries foram realizadas filtragens digital e manual para eliminaccedilatildeo de
batimentos ectoacutepicos prematuros e artefatos e somente aquelas com mais de 95
de batimentos sinusais foram incluiacutedas no estudo (VANDERLEI et al 2009)
22
Para anaacutelise da VFC no domiacutenio da frequecircncia utilizamos os componentes
espectrais de baixa frequecircncia (LF 004-015 Hz) e alta frequecircncia (HF 015-040
Hz) em ms2 e unidades normalizadas A anaacutelise espectral foi calculada usando o
algoritmo da Transformada Raacutepida de Fourier
Jaacute a anaacutelise no domiacutenio do tempo foi realizada por meio dos iacutendices SDNN
(desvio-padratildeo da meacutedia dos intervalos RR normais) RMSSD (raiz quadrada da
meacutedia do quadrado das diferenccedilas entre os intervalos RR normais adjacentes)
NN50 (nuacutemero dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de duraccedilatildeo maior que
50ms) e pNN50 (porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de
duraccedilatildeo maior que 50ms)
33 ANAacuteLISE FRACTAL DA VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Para anaacutelise das propriedades fractais da frequecircncia cardiacuteaca o meacutetodo DFA
foi aplicado agrave seacuterie temporal dos intervalos RR O procedimento para o caacutelculo do
DFA foi composto das seguintes etapas
Inicialmente a seacuterie RR obtida experimentalmente eacute integrada usando-se a
expressatildeo
k
i
aveRRiRRkY1
])([)(
Em que Y(k) eacute o k-eacutesimo termo da seacuterie integrada (k = 1 2 N) RR(i) eacute o i-
eacutesimo valor dos intervalos RR e RRave eacute a meacutedia dos intervalos RR da seacuterie
original de comprimento N ou seja
N
i
iRRN
RRave1
)(1
23
Em seguida a seacuterie temporal integrada eacute dividida em intervalos de
comprimento igual a n com n = 1 2 N Em cada um desses intervalos eacute
calculada a tendecircncia local da seacuterie por uma reta de miacutenimos quadrados ajustada
aos dados Denotamos a coordenada y dessa reta por Yn(k) Em seguida
destendenciamos a seacuterie integrada Y(k) subtraindo a tendecircncia local Yn(k) em
cada intervalo Para um dado intervalo de tamanho n o tamanho caracteriacutestico da
flutuaccedilatildeo para a seacuterie integrada e destendenciada eacute calculado por
N
KkYnkYNnF
1
2)]()([1)(
Esse procedimento foi repetido para todos os intervalos de tamanho n
obtendo-se uma relaccedilatildeo entre a meacutedia das flutuaccedilotildees F(n) e o tamanho dos
intervalos n Se essa relaccedilatildeo for linear em um graacutefico log-log isso indica a existecircncia
de uma lei exponencial em escala de acordo com a foacutermula
nnF )( em que
α eacute o expoente de escala que pode ser calculado por regressatildeo linear em um
graacutefico log-log Foram calculados o expoentes fractais de curto prazo (alfa-1)
correspondente ao periacuteodo de 4 a 11 batimentos o expoente de longo prazo (alfa-2)
que corresponde a periacuteodos longos acima de 11 batimentos e a relaccedilatildeo entre eles
(alfa-1alfa-2)
34 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES GEOMEacuteTRICOS DE VARIABILIDADE DA
FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Foram analisados os seguintes iacutendices geomeacutetricos RRtri TINN e plot de
Poincareacute (SD1 SD2 relaccedilatildeo SD1SD2)
24
O RRtri foi calculado a partir da construccedilatildeo do histograma de densidade dos
intervalos RR normais e obtido pela divisatildeo da integral do histograma (isto eacute o
nuacutemero total de intervalos RR) pelo maacuteximo da distribuiccedilatildeo de densidade (frequecircncia
modal dos intervalos RR) mensurado em uma escala discreta com caixas de 78125
ms (1128 segundos) (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF
CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND
ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
O TINN consiste na largura da linha de base da distribuiccedilatildeo medida como a
base de um triacircngulo aproximando a distribuiccedilatildeo de todos os intervalos RR sendo
que a diferenccedila dos miacutenimos quadrados foi utilizada para determinaccedilatildeo do triacircngulo
(TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE
NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Para a construccedilatildeo do plot de Poincareacute cada intervalo RR foi representado em
funccedilatildeo do intervalo anterior (proacuteximo intervalo) e para a anaacutelise quantitativa do plot
de Poincareacute foram calculados os seguintes iacutendices SD1 (desvio-padratildeo da
variabilidade instantacircnea batimento a batimento) SD2 (desvio-padratildeo em longo
prazo dos intervalos R-R contiacutenuos) e a relaccedilatildeo SD1SD2
A anaacutelise qualitativa (visual) do plot de Poincareacute foi feita por meio da anaacutelise
das figuras formadas pelo atrator do plot as quais foram descritas
1) Figura na qual um aumento na dispersatildeo dos intervalos RR batimento
a batimento eacute observado com aumento nos intervalos RR caracteriacutestica de um plot
normal
2) Figura com pequena dispersatildeo global batimento a batimento e sem
aumento da dispersatildeo dos intervalos RR em longo prazo
25
35 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Inicialmente foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de
Shapiro-Wilk Para realizar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foi aplicado o teste de
correlaccedilatildeo de Pearson para distribuiccedilotildees parameacutetricas enquanto para distribuiccedilotildees
natildeo-parameacutetricas foi aplicado o teste de correlaccedilatildeo de Spearman Valores de
correlaccedilatildeo forte foram considerados para r gt 05 correlaccedilatildeo moderada foi
considerada para valores de r entre 03 e 049 (03 gt r gt 049) e correlaccedilatildeo fraca
para valores de r lt 03 Diferenccedilas nesses testes foram consideradas
estatisticamente significantes quando o valor de p foi menor que 005 O programa
estatiacutestico utilizado foi o Software GraphPad StatMate version 200 for Windows
GraphPad Software San Diego California USA
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
REFEREcircNCIAS
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Doutor Vitor Engraacutecia Valenti pela exiacutemia orientaccedilatildeo sempre
paciente e cuidadosa pelo exemplo de profissionalismo e pela confianccedila
depositada em mim
Agrave Professora Doutora Eliana Maria Gradim Fabron pelo exemplo de
profissionalismo pela amizade maternal e principalmente pela colaboraccedilatildeo e
disposiccedilatildeo em ajudar nesta pesquisa sempre que preciso
Agrave Professora Doutora Regina Zanella Penteado pela colaboraccedilatildeo na presente
pesquisa
Aos meus pais Eliezer Mariano da Cunha e Domingas Aparecida Cardoso de
Souza Cunha que depositaram total confianccedila em mim e pelo incentivo
incansaacutevel durante todos esses anos de graduaccedilatildeo e mestrado
Ao meu amado Ernane Zorzo pela paciecircncia nos meus momentos de
turbulecircncia pelo incentivo pelo amor e pelo cuidado Por sempre me fazer
acreditar que um dia eu seria vencedora de mais essa etapa de minha vida
Aos amigos Mariana Ramalho Renata Meireles Andressa Passadori Tatiane
Lima Gabriela Broglio Sabrina Leocaacutedia Ana Claudia Santos Luciana Fiorio
Amanda Santos Fabiele Carvalho Aline Fiori Maiacutera Niaradi Nataacutelia Paschoal
Amanda Do Valle Sheila Alves Livya Francis Juliana Moretti Ana Claudia
Dalmora Verocircnica Rocha Juliana Helena Bruna Campos Cintia Fadini e
Ademar Portilho que me incentivaram torceram e rezaram por mim em cada
momento dessa jornada
Aos meus inuacutemeros amigos e familiares pelas palavras de forccedila e
encorajamento
Aos Professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da cidade de Mariacutelia sujeitos dessa
pesquisa pela colaboraccedilatildeo no estudo
Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES) pela
concessatildeo da bolsa de auxilio financeiro agrave presente pesquisa
A todos que contribuiacuteram direta e indiretamente para a realizaccedilatildeo dessa
pesquisa
RESUMO Objetivo Verificar a associaccedilatildeo entre as condiccedilotildees de trabalho distuacuterbios vocais e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica Meacutetodo Os professores responderam aos questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale (JSS) Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e foram submetidos agrave anaacutelise perceptivo-auditiva pela escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R= rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) Para anaacutelise da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca (VFC) foram avaliados os iacutendices do domiacutenio do tempo e da frequecircncia os iacutendices geomeacutetricos e os exponentes fractais Resultados Os achados mostram que as condiccedilotildees de trabalho e estresse no trabalho dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica tecircm interferido diretamente em sua sauacutede vocal Fatores como gritar falar em ambientes abertos realizando atividade fiacutesica sobrecarregam o trabalho e predispotildee a populaccedilatildeo aos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave VFC observou-se que os professores que tiveram maior tempo de fonaccedilatildeo apresentaram uma menor VFC Conclusatildeo As condiccedilotildees de trabalho e o estresse no trabalho estatildeo interferindo diretamente na sauacutede vocal e geral dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica Houve associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC com o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) e com os domiacutenios do IDV e JSS
Palavras-chave Educaccedilatildeo fiacutesica Voz Disfonia e Regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca
ABSTRACT
Objective To investigate the association between working conditions voice disorders and cardiac autonomic modulation in Physical Education teachers Method Teachers responded to the questionnaires Condition Production Vocal Teacher (CPV-P) Job Stress Scale (JSS) Voice Handicap Index (VHI) and were analyzed by perceptual GRBASI scale (G = degree of change the voice heard R = roughness B = breathy A = asthenia S = tension I = instability) For analysis of heart rate variability (HRV) the indices were evaluated in the time and frequency domains the geometric indexes and exponents fractals were also evaluated Results The findings showed that working conditions and job stress of physical education teachers influenced directly on their vocal health Factors such as shouting speaking in open environments performing physical activity work overload and predisposes the population to voice disorders Regarding HRV it was found that teachers who had higher phonation time had lower HRV Conclusion The working conditions and job stress are directly interfering vocal health and overall physical education teachers There was a negative association of parasympathetic indices of HRV with the maximum phonation time (MPT) and the areas of IDV and JSS Keywords Physical Education Voice Dysphonia and Cardiac Autonomic Regulation
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomasPaacuteg 27
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocaisPaacuteg 30
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vidaPaacuteg 31
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e ambiente escolarPaacuteg 32
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e organizaccedilatildeo do trabalhoPaacuteg 34
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) dos sujeitos em cada subescala do protocoloPaacuteg 36
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)Paacuteg 37
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) somatoacuteria das respostas dos sujeitosPaacuteg 37
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes a cada domiacutenio do Job Stress Scale (JSS)Paacuteg 38
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASIPaacuteg 40
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 41
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 41
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 42
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 42
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 43
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 43
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 44
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 44
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 45
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 45
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 46
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 46
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo13
2 Objetivo16
3 Meacutetodo17
31 Populaccedilatildeo do Estudo17
32 Anaacutelise dos iacutendices lineares de variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca21
33 Anaacutelise fractal da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca22
34 Anaacutelise dos iacutendices geomeacutetricos de variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca23
35 Anaacutelise Estatiacutestica25
4 Resultados26
5 Discussatildeo47
6 Conclusatildeo59
7 Referecircncias60
8 Anexos67
81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)67
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)69
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia71
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia72
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)73
86 Questionaacuterio - Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)75
87 Questionaacuterio - Job Stress Scale (JSS)helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip81
88 Questionaacuterio - Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)82
89 Aceite do artigo83
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O distuacuterbio vocal na populaccedilatildeo docente em especial na populaccedilatildeo de
professores de educaccedilatildeo fiacutesica daacute-se por um montante de fatores que necessitam
de um delineamento cuidadoso para a elaboraccedilatildeo de estrateacutegias de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo da sauacutede vocal
Em sua atividade laboral eacute importante que o professor de educaccedilatildeo fiacutesica
transmita vitalidade energia vigor dinamismo e sauacutede Sabe-se ainda que a voz de
comando influencia na disciplina do aluno eleva seu niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor (PEDROZA
PRADO e MACEDO 2010)
Em contra partida a voz usada de maneira inadequada ou com alteraccedilotildees
pode transmitir uma psicodinacircmica negativa gerar desconfortos sofrimentos mal-
estar e problemas com a satisfaccedilatildeo e colocaccedilatildeo profissional (SIMOtildeES 2000)
A voz do professor vem sendo objeto priorizado nas pesquisas
fonoaudioloacutegicas brasileiras nos uacuteltimos anos sendo em maior nuacutemero quando
comparadas agravequelas voltadas aos trabalhadores de outras categorias profissionais
(SIMOtildeES 2005 DRAGONE e BEHLAU 2006 DRAGONE et al 2008)
No periacuteodo entre os anos de 1994 a 2008 uma revisatildeo das publicaccedilotildees
fonoaudioloacutegicas brasileiras referentes agrave voz do professor (DRAGONE et al 2010)
contabilizou 500 publicaccedilotildees sendo 83 referentes agraves categorias de avaliaccedilatildeo e
dentre essas 86 avaliou os participantes eou as condiccedilotildees de trabalho Apenas
14 volta-se para os efeitos de programas de intervenccedilatildeo
Quanto ao meacutetodo da pesquisa nota-se que a perspectiva dos proacuteprios
professores foi a mais utilizada (525) seguida por anaacutelises perceptivo-auditivas e
14
acuacutesticas (152) e avaliaccedilatildeo do ambiente e da organizaccedilatildeo do trabalho (apenas
149)
Em estudos amplos acerca das relaccedilotildees entre sauacutede e trabalho docente
(JARDIM BARRETO e ASSUNCcedilAtildeO 2007 GIANNINI 2010) observa-se que os
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica geralmente satildeo excluiacutedos por apresentarem uma
demanda maior e diferenciada do uso vocal em relaccedilatildeo aos professores de outras
disciplinas bem como por suas aulas apresentarem caracteriacutesticas de ensino
bastante diferenciadas das atividades docentes tradicionais
Cabe destacar que um levantamento acerca da produccedilatildeo fonoaudioloacutegica em
voz do professor entre 2005 e 2007 (DRAGONE et al 2008) evidenciou que
estudos especiacuteficos com professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica correspondem a somente
14 das produccedilotildees na aacuterea
Outro aspecto merece destaque a maioria das pesquisas fonoaudioloacutegicas
envolvendo profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica estaacute voltada ao professor que atua em
ambiente de academia particular Haacute poucas pesquisas com professores de
educaccedilatildeo fiacutesica escolar e dentre elas encontram-se aquelas relativas aos
professores do Ensino Fundamental (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al 2007
MEDEIROS e ALVES 2008) do Ensino Meacutedio (STEFFANI VIECELLI e GRASEL
2011) e do Ensino Superior (SERVILHA et al 1995 GRILLO e FUGOWSKI 2010)
Haacute portanto um segmento da categoria docente ainda fora do foco de atenccedilatildeo
das pesquisas fonoaudioloacutegicas os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escolas
puacuteblicas de Ensino Fundamental
Aleacutem dos problemas vocais a populaccedilatildeo em questatildeo pode tambeacutem estar
sujeita ao desenvolvimento de problemas ventilatoacuterios uma vez que se conhece a
relaccedilatildeo entre a fonaccedilatildeo e a ventilaccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006)
15
Nesse contexto a ventilaccedilatildeo estaacute relacionada agrave regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca e uma das formas de avaliaacute-la de modo natildeo invasivo em humanos eacute pela
anaacutelise da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca (VFC) termo convencionalmente
aceito para descrever as oscilaccedilotildees nos intervalos entre batimentos cardiacuteacos
consecutivos (intervalos RR) que estatildeo relacionadas agraves influecircncias do sistema
nervoso autocircnomo (SNA) sobre o noacutedulo sinusal Trata-se de uma teacutecnica natildeo
invasiva cuja anaacutelise pode ser realizada utilizando-se meacutetodos lineares no domiacutenio
do tempo e da frequecircncia e natildeo lineares no domiacutenio do caos (TASK FORCE OF
THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN
SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Os meacutetodos do domiacutenio de tempo usam teacutecnicas matematicamente simples
para mensurar a variabilidade presente nos intervalos R-R por meio de caacutelculos de
sua meacutedia e das variaccedilotildees do desvio padratildeo da frequecircncia cardiacuteaca ao longo do
tempo enquanto os meacutetodos do domiacutenio da frequecircncia utilizam a anaacutelise espectral
que permite decompor a variaccedilatildeo da frequecircncia cardiacuteaca em um determinado tempo
em seus componentes oscilatoacuterios fundamentais ou seja a seacuterie temporal eacute
decomposta em diferentes componentes de frequecircncia (GAMELIN et al 2006)
Na anaacutelise natildeo linear a abordagem da teoria do caos considera sistemas
dinacircmicos determiniacutesticos regidos por equaccedilotildees natildeo lineares e sensiacuteveis agraves
condiccedilotildees iniciais Essa forma de anaacutelise pode refletir mais adequadamente as
alteraccedilotildees na modulaccedilatildeo autonocircmica dos sistemas bioloacutegicos pois existem
evidecircncias de que os mecanismos envolvidos na regulaccedilatildeo cardiovascular
provavelmente interagem entre si de modo natildeo linear (VANDERLEI et al 2009)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos ndash iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular dos intervalos RR
16
(TINN) e plot de Poincareacute ndash os quais permitem apresentar os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e usar aproximaccedilotildees para delas derivar as medidas de VFC
(VANDERLEI et al 2009)
Mudanccedilas nos padrotildees da VFC podem ser indicadores sensiacuteveis e antecipados
de que pode haver comprometimentos na sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica A alta VFC eacute sinal de boa adaptaccedilatildeo o que caracteriza um indiviacuteduo
saudaacutevel com mecanismos autonocircmicos eficientes Inversamente a baixa VFC eacute
frequentemente um apontador de mau funcionamento fisioloacutegico no indiviacuteduo ou
seja haacute uma adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA necessitando de
investigaccedilotildees adicionais de modo a encontrar um diagnoacutestico especiacutefico (PUMPRLA
et al 2002)
Assim justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo pois satildeo escassos os trabalhos
que retratam os distuacuterbios vocais associados agraves condiccedilotildees de trabalho e a
associaccedilatildeo entre a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca e o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar
Faz-se necessaacuterio desenvolver estudos que possibilitem conhecer e identificar
especificidades do uso da voz sauacutede vocal e condiccedilotildees de organizaccedilatildeo do trabalho
do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica em escolas puacuteblicas a fim de subsidiar accedilotildees de
promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede vocal e melhor desempenho profissional
2 OBJETIVO
Verificar a associaccedilatildeo entre as condiccedilotildees de trabalho distuacuterbios vocais e a
modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
17
3 MEacuteTODO
31 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta por 46 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do
municiacutepio de Mariacutelia situado na regiatildeo centro oeste paulista e conta com 35 escolas
estaduais e 19 escolas municipais de ensino fundamental Todos os procedimentos
realizados foram aprovados pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de
Filosofia e Ciecircncias da UNESP sob os pareceres de Nordm 03542011 e Nordm 05852012
(anexos 81 e 82)
Os requisitos de inclusatildeo dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica foram os
seguintes estar em exerciacutecio e atuando em escolas de ensino fundamental da rede
municipal ou estadual Um dos criteacuterios de exclusatildeo foi estar lecionando em caraacuteter
substitutivo (professor eventual) Tambeacutem foram excluiacutedos sujeitos que relataram
distuacuterbios cardiorrespiratoacuterios
A pesquisadora realizou contato inicial com a Diretoria de Ensino e com a
Secretaria Municipal de Ensino de Mariacutelia (anexos 83 e 84) por meio do qual
obteve autorizaccedilatildeo para adentrar agraves escolas e apresentar a pesquisa agrave direccedilatildeo eou
agrave coordenaccedilatildeo pedagoacutegica Apoacutes obtenccedilatildeo da autorizaccedilatildeo a pesquisadora buscou
obter informaccedilotildees quanto ao sexo e faixa etaacuteria dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
da escola conhecer o espaccedilo destinado agraves suas atividades de ensino como sala de
aula ginaacutesios eou quadras (abertas ou fechadas cobertas ou natildeo) tipo de piso
(terra areia grama cimento madeira ou outro) piscinas ar condicionado
existecircncia de eco ou acuacutestica inadequada exposiccedilatildeo a vento sol chuva ou poeira
presenccedila de bebedouros e banheiros proacuteximos ao local das atividades Foi feito o
registro fotograacutefico das instalaccedilotildees em que ocorrem as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica
com cacircmera digital da Samsung modelo Digimax NV30 81 MP bem como o
18
levantamento da grade horaacuteria
Na mesma oportunidade a pesquisadora solicitou o agendamento de uma
reuniatildeo com os docentes de Educaccedilatildeo Fiacutesica no HTPC (Horaacuterio de Trabalho e
Planejamento Coletivo) ocasiatildeo em que se efetuou o convite agrave participaccedilatildeo
expondo os objetivos e a metodologia da pesquisa bem como a apresentaccedilatildeo do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ndash TECLE (anexo 85)
Os sujeitos receberam todas as informaccedilotildees pertinentes ao projeto aos
objetivos da pesquisa explicaccedilatildeo sobre os procedimentos que seriam utilizados
temporalidade riscos (se houvesse) resguardo da privacidade consentimento sobre
a sua participaccedilatildeo na pesquisa e o uso dos dados para fins cientiacuteficos e foram
convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido confirmando a
anuecircncia
Aqueles que aceitaram participar foram convidados a responder aos
questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale
(JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) Os professores tambeacutem participaram
da avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) e anaacutelise da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca realizados na proacutepria escola
O questionaacuterio Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) ndash anexo 86
- eacute adequado para caracterizar as condiccedilotildees de trabalho na escola e perfil vocal de
professores sendo de faacutecil compreensatildeo e preenchimento aleacutem de poder ser
utilizado em sua totalidade ou em partes conforme o interesse em avaliar questotildees
sociodemograacuteficas do ambiente e organizaccedilatildeo do trabalho docente relativas agrave voz
(sintomas sensaccedilotildees condiccedilotildees de uso da voz no trabalho) e aspectos gerais de
sauacutede haacutebitos de vida e antecedentes familiares (FERREIRA et al 2003 e 2007) As
variaacuteveis foram analisadas em duas categorias natildeo (nunca e raramente) e sim (agraves
19
vezes sempre) o caacutelculo de nuacutemero e frequecircncia de sintomas vocais foi feito
considerando-se sem sintoma (nunca e raramente) e com sintoma (agraves vezes e
sempre)
O instrumento Job Stress Scale (JSS) - anexo 87 - avalia as dimensotildees de
demanda controle e apoio no trabalho referentes agraves fontes de estresse no ambiente
psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da interaccedilatildeo dessas dimensotildees Foi
empregada a versatildeo resumida do instrumento adaptada para o portuguecircs (ALVES
et al 2004) a qual conta com 17 questotildees em trecircs dimensotildees demanda (questotildees
de a ateacute e) controle (questotildees de f ateacute k) e apoio (questotildees de l ateacute q) O caacutelculo
dos escores de cada dimensatildeo foi obtido pela somatoacuteria da pontuaccedilatildeo de cada
escore sendo demanda de 5 a 20 pontos (maior demanda pior situaccedilatildeo) controle
de 6 a 24 pontos (maior controle melhor situaccedilatildeo) e apoio de 6 a 24 pontos (maior
apoio melhor situaccedilatildeo) Este instrumento fora empregado em estudo com
professores de escolas municipais de Satildeo Paulo (GIANNINI 2010) que evidenciou
associaccedilatildeo estatiacutestica entre distuacuterbio de voz e a categoria de alto desgaste da
interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho
O questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) - anexo 88 - eacute um
instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e adequado para
quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo vocal Possui 30
questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional (questotildees
135681112161922) orgacircnico (241013141718202126) e emocional
(791523242527282930) O caacutelculo do escore eacute feito por somatoacuteria de todas as
questotildees ou das questotildees de cada domiacutenio de maneira que o escore geral varia de
0 a 120 pontos e o de cada domiacutenio de 0 a 40 sendo que quanto maior a
pontuaccedilatildeo mais intensa eacute a desvantagem vocal percebida Foi utilizada a versatildeo
20
brasileira validada por Behlau Santos e Oliveira (2011) Os escores para vozes
saudaacuteveis e disfocircnicas respectivamente satildeo escore total 35 e 474 emocional 07
e 131 funcional 17 e 126 orgacircnico 11 e 217 (BEHLAU et al 2009)
A prevalecircncia de alteraccedilotildees vocais foi obtida a partir da avaliaccedilatildeo vocal
fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva vocal) A gravaccedilatildeo foi realizada na
proacutepria escola em uma sala silenciosa sendo a captaccedilatildeo realizada por meio de
gravador Marantz modelo PMD660 e microfone de cabeccedila SENNHEISER modelo
E855 posicionado em um acircngulo de 45ordm a 90ordm da boca mantendo-se distacircncia em
torno de 5 cm (BEHLAU 2001) Na gravaccedilatildeo foram solicitadas trecircs emissotildees da
vogal sustentada ldquoardquo tanto para a anaacutelise perceptivo-auditiva quanto para a
mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
A mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) eacute amplamente descrita na
literatura cientiacutefica e tem apresentado grande ecircxito no que diz respeito agrave detecccedilatildeo
de alteraccedilotildees em niacutevel gloacutetico e respiratoacuterio Suas medidas de normalidade giram
em torno de 16 a 18 segundos Para falantes do portuguecircs do Brasil (experiecircncia
com falantes da cidade de Satildeo Paulo) considera-se uma meacutedia de 20 segundos
para os homens e 14 segundos para as mulheres (PINHO 2003)
A anaacutelise perceptivo-auditiva foi feita por 3 fonoaudioacutelogas experientes na aacuterea
de voz e com anaacutelise de confiabilidade dos julgamentos 10 vozes do total das 46
foram sorteadas e reinseridas na amostra totalizando 56 vozes para a anaacutelise
perceptivo-auditiva A avaliaccedilatildeo se valeu do instrumento escala numeacuterica GRBASI
em que G = grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R = rugosidade B = soprosidade A =
astenia S = tensatildeo e I = instabilidade Apoacutes a escuta de cada voz cada
fonoaudioacuteloga anotou no protocolo um valor de 0 a 3 (grau 0 ndash ausente grau 1 ndash
21
discreto grau 2 ndash moderado e grau 3 ndash intenso) para cada item referente agrave escala
GRBASI (HIRANO 1981 BEHLAU 2001)
Para anaacutelise dos iacutendices de variabilidade da frequumlecircncia cardiacuteaca foi utilizado o
cardiofrequenciacutemetro (Polar RS800CX) que conteacutem um computador de treino
(semelhante a um reloacutegio) que exibe e grava a frequecircncia cardiacuteaca e uma tira
elaacutestica onde eacute conectado o transmissor que envia o sinal da frequecircncia cardiacuteaca
para o aparelho em questatildeo
Os professores foram orientados a ter uma boa noite de sono evitar atividade
fiacutesica antes da avaliaccedilatildeo natildeo ingerir cafeacute ou bebidas que estimulassem a frequecircncia
cardiacuteaca A pesquisadora pediu que durante a avaliaccedilatildeo o professor ficasse em
repouso sem fechar os olhos falar ou cruzar as pernas a fim de evitar alguma
interferecircncia
32 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES LINEARES DE VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA
CARDIacuteACA
Foi registrado batimento a batimento durante todo o protocolo experimental
que teve duraccedilatildeo de 10 minutos com uma taxa de amostragem de 1000 Hz Do
periacuteodo de maior estabilidade do sinal foi selecionado um intervalo de cinco
minutos e somente as seacuteries com mais de 256 intervalos RR foram utilizadas para
anaacutelise (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) Nessas seacuteries foram realizadas filtragens digital e manual para eliminaccedilatildeo de
batimentos ectoacutepicos prematuros e artefatos e somente aquelas com mais de 95
de batimentos sinusais foram incluiacutedas no estudo (VANDERLEI et al 2009)
22
Para anaacutelise da VFC no domiacutenio da frequecircncia utilizamos os componentes
espectrais de baixa frequecircncia (LF 004-015 Hz) e alta frequecircncia (HF 015-040
Hz) em ms2 e unidades normalizadas A anaacutelise espectral foi calculada usando o
algoritmo da Transformada Raacutepida de Fourier
Jaacute a anaacutelise no domiacutenio do tempo foi realizada por meio dos iacutendices SDNN
(desvio-padratildeo da meacutedia dos intervalos RR normais) RMSSD (raiz quadrada da
meacutedia do quadrado das diferenccedilas entre os intervalos RR normais adjacentes)
NN50 (nuacutemero dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de duraccedilatildeo maior que
50ms) e pNN50 (porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de
duraccedilatildeo maior que 50ms)
33 ANAacuteLISE FRACTAL DA VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Para anaacutelise das propriedades fractais da frequecircncia cardiacuteaca o meacutetodo DFA
foi aplicado agrave seacuterie temporal dos intervalos RR O procedimento para o caacutelculo do
DFA foi composto das seguintes etapas
Inicialmente a seacuterie RR obtida experimentalmente eacute integrada usando-se a
expressatildeo
k
i
aveRRiRRkY1
])([)(
Em que Y(k) eacute o k-eacutesimo termo da seacuterie integrada (k = 1 2 N) RR(i) eacute o i-
eacutesimo valor dos intervalos RR e RRave eacute a meacutedia dos intervalos RR da seacuterie
original de comprimento N ou seja
N
i
iRRN
RRave1
)(1
23
Em seguida a seacuterie temporal integrada eacute dividida em intervalos de
comprimento igual a n com n = 1 2 N Em cada um desses intervalos eacute
calculada a tendecircncia local da seacuterie por uma reta de miacutenimos quadrados ajustada
aos dados Denotamos a coordenada y dessa reta por Yn(k) Em seguida
destendenciamos a seacuterie integrada Y(k) subtraindo a tendecircncia local Yn(k) em
cada intervalo Para um dado intervalo de tamanho n o tamanho caracteriacutestico da
flutuaccedilatildeo para a seacuterie integrada e destendenciada eacute calculado por
N
KkYnkYNnF
1
2)]()([1)(
Esse procedimento foi repetido para todos os intervalos de tamanho n
obtendo-se uma relaccedilatildeo entre a meacutedia das flutuaccedilotildees F(n) e o tamanho dos
intervalos n Se essa relaccedilatildeo for linear em um graacutefico log-log isso indica a existecircncia
de uma lei exponencial em escala de acordo com a foacutermula
nnF )( em que
α eacute o expoente de escala que pode ser calculado por regressatildeo linear em um
graacutefico log-log Foram calculados o expoentes fractais de curto prazo (alfa-1)
correspondente ao periacuteodo de 4 a 11 batimentos o expoente de longo prazo (alfa-2)
que corresponde a periacuteodos longos acima de 11 batimentos e a relaccedilatildeo entre eles
(alfa-1alfa-2)
34 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES GEOMEacuteTRICOS DE VARIABILIDADE DA
FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Foram analisados os seguintes iacutendices geomeacutetricos RRtri TINN e plot de
Poincareacute (SD1 SD2 relaccedilatildeo SD1SD2)
24
O RRtri foi calculado a partir da construccedilatildeo do histograma de densidade dos
intervalos RR normais e obtido pela divisatildeo da integral do histograma (isto eacute o
nuacutemero total de intervalos RR) pelo maacuteximo da distribuiccedilatildeo de densidade (frequecircncia
modal dos intervalos RR) mensurado em uma escala discreta com caixas de 78125
ms (1128 segundos) (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF
CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND
ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
O TINN consiste na largura da linha de base da distribuiccedilatildeo medida como a
base de um triacircngulo aproximando a distribuiccedilatildeo de todos os intervalos RR sendo
que a diferenccedila dos miacutenimos quadrados foi utilizada para determinaccedilatildeo do triacircngulo
(TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE
NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Para a construccedilatildeo do plot de Poincareacute cada intervalo RR foi representado em
funccedilatildeo do intervalo anterior (proacuteximo intervalo) e para a anaacutelise quantitativa do plot
de Poincareacute foram calculados os seguintes iacutendices SD1 (desvio-padratildeo da
variabilidade instantacircnea batimento a batimento) SD2 (desvio-padratildeo em longo
prazo dos intervalos R-R contiacutenuos) e a relaccedilatildeo SD1SD2
A anaacutelise qualitativa (visual) do plot de Poincareacute foi feita por meio da anaacutelise
das figuras formadas pelo atrator do plot as quais foram descritas
1) Figura na qual um aumento na dispersatildeo dos intervalos RR batimento
a batimento eacute observado com aumento nos intervalos RR caracteriacutestica de um plot
normal
2) Figura com pequena dispersatildeo global batimento a batimento e sem
aumento da dispersatildeo dos intervalos RR em longo prazo
25
35 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Inicialmente foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de
Shapiro-Wilk Para realizar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foi aplicado o teste de
correlaccedilatildeo de Pearson para distribuiccedilotildees parameacutetricas enquanto para distribuiccedilotildees
natildeo-parameacutetricas foi aplicado o teste de correlaccedilatildeo de Spearman Valores de
correlaccedilatildeo forte foram considerados para r gt 05 correlaccedilatildeo moderada foi
considerada para valores de r entre 03 e 049 (03 gt r gt 049) e correlaccedilatildeo fraca
para valores de r lt 03 Diferenccedilas nesses testes foram consideradas
estatisticamente significantes quando o valor de p foi menor que 005 O programa
estatiacutestico utilizado foi o Software GraphPad StatMate version 200 for Windows
GraphPad Software San Diego California USA
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
Aos Professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da cidade de Mariacutelia sujeitos dessa
pesquisa pela colaboraccedilatildeo no estudo
Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES) pela
concessatildeo da bolsa de auxilio financeiro agrave presente pesquisa
A todos que contribuiacuteram direta e indiretamente para a realizaccedilatildeo dessa
pesquisa
RESUMO Objetivo Verificar a associaccedilatildeo entre as condiccedilotildees de trabalho distuacuterbios vocais e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica Meacutetodo Os professores responderam aos questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale (JSS) Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e foram submetidos agrave anaacutelise perceptivo-auditiva pela escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R= rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) Para anaacutelise da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca (VFC) foram avaliados os iacutendices do domiacutenio do tempo e da frequecircncia os iacutendices geomeacutetricos e os exponentes fractais Resultados Os achados mostram que as condiccedilotildees de trabalho e estresse no trabalho dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica tecircm interferido diretamente em sua sauacutede vocal Fatores como gritar falar em ambientes abertos realizando atividade fiacutesica sobrecarregam o trabalho e predispotildee a populaccedilatildeo aos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave VFC observou-se que os professores que tiveram maior tempo de fonaccedilatildeo apresentaram uma menor VFC Conclusatildeo As condiccedilotildees de trabalho e o estresse no trabalho estatildeo interferindo diretamente na sauacutede vocal e geral dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica Houve associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC com o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) e com os domiacutenios do IDV e JSS
Palavras-chave Educaccedilatildeo fiacutesica Voz Disfonia e Regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca
ABSTRACT
Objective To investigate the association between working conditions voice disorders and cardiac autonomic modulation in Physical Education teachers Method Teachers responded to the questionnaires Condition Production Vocal Teacher (CPV-P) Job Stress Scale (JSS) Voice Handicap Index (VHI) and were analyzed by perceptual GRBASI scale (G = degree of change the voice heard R = roughness B = breathy A = asthenia S = tension I = instability) For analysis of heart rate variability (HRV) the indices were evaluated in the time and frequency domains the geometric indexes and exponents fractals were also evaluated Results The findings showed that working conditions and job stress of physical education teachers influenced directly on their vocal health Factors such as shouting speaking in open environments performing physical activity work overload and predisposes the population to voice disorders Regarding HRV it was found that teachers who had higher phonation time had lower HRV Conclusion The working conditions and job stress are directly interfering vocal health and overall physical education teachers There was a negative association of parasympathetic indices of HRV with the maximum phonation time (MPT) and the areas of IDV and JSS Keywords Physical Education Voice Dysphonia and Cardiac Autonomic Regulation
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomasPaacuteg 27
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocaisPaacuteg 30
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vidaPaacuteg 31
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e ambiente escolarPaacuteg 32
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e organizaccedilatildeo do trabalhoPaacuteg 34
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) dos sujeitos em cada subescala do protocoloPaacuteg 36
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)Paacuteg 37
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) somatoacuteria das respostas dos sujeitosPaacuteg 37
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes a cada domiacutenio do Job Stress Scale (JSS)Paacuteg 38
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASIPaacuteg 40
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 41
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 41
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 42
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 42
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 43
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 43
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 44
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 44
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 45
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 45
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 46
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 46
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo13
2 Objetivo16
3 Meacutetodo17
31 Populaccedilatildeo do Estudo17
32 Anaacutelise dos iacutendices lineares de variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca21
33 Anaacutelise fractal da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca22
34 Anaacutelise dos iacutendices geomeacutetricos de variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca23
35 Anaacutelise Estatiacutestica25
4 Resultados26
5 Discussatildeo47
6 Conclusatildeo59
7 Referecircncias60
8 Anexos67
81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)67
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)69
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia71
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia72
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)73
86 Questionaacuterio - Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)75
87 Questionaacuterio - Job Stress Scale (JSS)helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip81
88 Questionaacuterio - Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)82
89 Aceite do artigo83
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O distuacuterbio vocal na populaccedilatildeo docente em especial na populaccedilatildeo de
professores de educaccedilatildeo fiacutesica daacute-se por um montante de fatores que necessitam
de um delineamento cuidadoso para a elaboraccedilatildeo de estrateacutegias de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo da sauacutede vocal
Em sua atividade laboral eacute importante que o professor de educaccedilatildeo fiacutesica
transmita vitalidade energia vigor dinamismo e sauacutede Sabe-se ainda que a voz de
comando influencia na disciplina do aluno eleva seu niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor (PEDROZA
PRADO e MACEDO 2010)
Em contra partida a voz usada de maneira inadequada ou com alteraccedilotildees
pode transmitir uma psicodinacircmica negativa gerar desconfortos sofrimentos mal-
estar e problemas com a satisfaccedilatildeo e colocaccedilatildeo profissional (SIMOtildeES 2000)
A voz do professor vem sendo objeto priorizado nas pesquisas
fonoaudioloacutegicas brasileiras nos uacuteltimos anos sendo em maior nuacutemero quando
comparadas agravequelas voltadas aos trabalhadores de outras categorias profissionais
(SIMOtildeES 2005 DRAGONE e BEHLAU 2006 DRAGONE et al 2008)
No periacuteodo entre os anos de 1994 a 2008 uma revisatildeo das publicaccedilotildees
fonoaudioloacutegicas brasileiras referentes agrave voz do professor (DRAGONE et al 2010)
contabilizou 500 publicaccedilotildees sendo 83 referentes agraves categorias de avaliaccedilatildeo e
dentre essas 86 avaliou os participantes eou as condiccedilotildees de trabalho Apenas
14 volta-se para os efeitos de programas de intervenccedilatildeo
Quanto ao meacutetodo da pesquisa nota-se que a perspectiva dos proacuteprios
professores foi a mais utilizada (525) seguida por anaacutelises perceptivo-auditivas e
14
acuacutesticas (152) e avaliaccedilatildeo do ambiente e da organizaccedilatildeo do trabalho (apenas
149)
Em estudos amplos acerca das relaccedilotildees entre sauacutede e trabalho docente
(JARDIM BARRETO e ASSUNCcedilAtildeO 2007 GIANNINI 2010) observa-se que os
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica geralmente satildeo excluiacutedos por apresentarem uma
demanda maior e diferenciada do uso vocal em relaccedilatildeo aos professores de outras
disciplinas bem como por suas aulas apresentarem caracteriacutesticas de ensino
bastante diferenciadas das atividades docentes tradicionais
Cabe destacar que um levantamento acerca da produccedilatildeo fonoaudioloacutegica em
voz do professor entre 2005 e 2007 (DRAGONE et al 2008) evidenciou que
estudos especiacuteficos com professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica correspondem a somente
14 das produccedilotildees na aacuterea
Outro aspecto merece destaque a maioria das pesquisas fonoaudioloacutegicas
envolvendo profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica estaacute voltada ao professor que atua em
ambiente de academia particular Haacute poucas pesquisas com professores de
educaccedilatildeo fiacutesica escolar e dentre elas encontram-se aquelas relativas aos
professores do Ensino Fundamental (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al 2007
MEDEIROS e ALVES 2008) do Ensino Meacutedio (STEFFANI VIECELLI e GRASEL
2011) e do Ensino Superior (SERVILHA et al 1995 GRILLO e FUGOWSKI 2010)
Haacute portanto um segmento da categoria docente ainda fora do foco de atenccedilatildeo
das pesquisas fonoaudioloacutegicas os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escolas
puacuteblicas de Ensino Fundamental
Aleacutem dos problemas vocais a populaccedilatildeo em questatildeo pode tambeacutem estar
sujeita ao desenvolvimento de problemas ventilatoacuterios uma vez que se conhece a
relaccedilatildeo entre a fonaccedilatildeo e a ventilaccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006)
15
Nesse contexto a ventilaccedilatildeo estaacute relacionada agrave regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca e uma das formas de avaliaacute-la de modo natildeo invasivo em humanos eacute pela
anaacutelise da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca (VFC) termo convencionalmente
aceito para descrever as oscilaccedilotildees nos intervalos entre batimentos cardiacuteacos
consecutivos (intervalos RR) que estatildeo relacionadas agraves influecircncias do sistema
nervoso autocircnomo (SNA) sobre o noacutedulo sinusal Trata-se de uma teacutecnica natildeo
invasiva cuja anaacutelise pode ser realizada utilizando-se meacutetodos lineares no domiacutenio
do tempo e da frequecircncia e natildeo lineares no domiacutenio do caos (TASK FORCE OF
THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN
SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Os meacutetodos do domiacutenio de tempo usam teacutecnicas matematicamente simples
para mensurar a variabilidade presente nos intervalos R-R por meio de caacutelculos de
sua meacutedia e das variaccedilotildees do desvio padratildeo da frequecircncia cardiacuteaca ao longo do
tempo enquanto os meacutetodos do domiacutenio da frequecircncia utilizam a anaacutelise espectral
que permite decompor a variaccedilatildeo da frequecircncia cardiacuteaca em um determinado tempo
em seus componentes oscilatoacuterios fundamentais ou seja a seacuterie temporal eacute
decomposta em diferentes componentes de frequecircncia (GAMELIN et al 2006)
Na anaacutelise natildeo linear a abordagem da teoria do caos considera sistemas
dinacircmicos determiniacutesticos regidos por equaccedilotildees natildeo lineares e sensiacuteveis agraves
condiccedilotildees iniciais Essa forma de anaacutelise pode refletir mais adequadamente as
alteraccedilotildees na modulaccedilatildeo autonocircmica dos sistemas bioloacutegicos pois existem
evidecircncias de que os mecanismos envolvidos na regulaccedilatildeo cardiovascular
provavelmente interagem entre si de modo natildeo linear (VANDERLEI et al 2009)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos ndash iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular dos intervalos RR
16
(TINN) e plot de Poincareacute ndash os quais permitem apresentar os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e usar aproximaccedilotildees para delas derivar as medidas de VFC
(VANDERLEI et al 2009)
Mudanccedilas nos padrotildees da VFC podem ser indicadores sensiacuteveis e antecipados
de que pode haver comprometimentos na sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica A alta VFC eacute sinal de boa adaptaccedilatildeo o que caracteriza um indiviacuteduo
saudaacutevel com mecanismos autonocircmicos eficientes Inversamente a baixa VFC eacute
frequentemente um apontador de mau funcionamento fisioloacutegico no indiviacuteduo ou
seja haacute uma adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA necessitando de
investigaccedilotildees adicionais de modo a encontrar um diagnoacutestico especiacutefico (PUMPRLA
et al 2002)
Assim justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo pois satildeo escassos os trabalhos
que retratam os distuacuterbios vocais associados agraves condiccedilotildees de trabalho e a
associaccedilatildeo entre a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca e o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar
Faz-se necessaacuterio desenvolver estudos que possibilitem conhecer e identificar
especificidades do uso da voz sauacutede vocal e condiccedilotildees de organizaccedilatildeo do trabalho
do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica em escolas puacuteblicas a fim de subsidiar accedilotildees de
promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede vocal e melhor desempenho profissional
2 OBJETIVO
Verificar a associaccedilatildeo entre as condiccedilotildees de trabalho distuacuterbios vocais e a
modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
17
3 MEacuteTODO
31 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta por 46 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do
municiacutepio de Mariacutelia situado na regiatildeo centro oeste paulista e conta com 35 escolas
estaduais e 19 escolas municipais de ensino fundamental Todos os procedimentos
realizados foram aprovados pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de
Filosofia e Ciecircncias da UNESP sob os pareceres de Nordm 03542011 e Nordm 05852012
(anexos 81 e 82)
Os requisitos de inclusatildeo dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica foram os
seguintes estar em exerciacutecio e atuando em escolas de ensino fundamental da rede
municipal ou estadual Um dos criteacuterios de exclusatildeo foi estar lecionando em caraacuteter
substitutivo (professor eventual) Tambeacutem foram excluiacutedos sujeitos que relataram
distuacuterbios cardiorrespiratoacuterios
A pesquisadora realizou contato inicial com a Diretoria de Ensino e com a
Secretaria Municipal de Ensino de Mariacutelia (anexos 83 e 84) por meio do qual
obteve autorizaccedilatildeo para adentrar agraves escolas e apresentar a pesquisa agrave direccedilatildeo eou
agrave coordenaccedilatildeo pedagoacutegica Apoacutes obtenccedilatildeo da autorizaccedilatildeo a pesquisadora buscou
obter informaccedilotildees quanto ao sexo e faixa etaacuteria dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
da escola conhecer o espaccedilo destinado agraves suas atividades de ensino como sala de
aula ginaacutesios eou quadras (abertas ou fechadas cobertas ou natildeo) tipo de piso
(terra areia grama cimento madeira ou outro) piscinas ar condicionado
existecircncia de eco ou acuacutestica inadequada exposiccedilatildeo a vento sol chuva ou poeira
presenccedila de bebedouros e banheiros proacuteximos ao local das atividades Foi feito o
registro fotograacutefico das instalaccedilotildees em que ocorrem as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica
com cacircmera digital da Samsung modelo Digimax NV30 81 MP bem como o
18
levantamento da grade horaacuteria
Na mesma oportunidade a pesquisadora solicitou o agendamento de uma
reuniatildeo com os docentes de Educaccedilatildeo Fiacutesica no HTPC (Horaacuterio de Trabalho e
Planejamento Coletivo) ocasiatildeo em que se efetuou o convite agrave participaccedilatildeo
expondo os objetivos e a metodologia da pesquisa bem como a apresentaccedilatildeo do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ndash TECLE (anexo 85)
Os sujeitos receberam todas as informaccedilotildees pertinentes ao projeto aos
objetivos da pesquisa explicaccedilatildeo sobre os procedimentos que seriam utilizados
temporalidade riscos (se houvesse) resguardo da privacidade consentimento sobre
a sua participaccedilatildeo na pesquisa e o uso dos dados para fins cientiacuteficos e foram
convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido confirmando a
anuecircncia
Aqueles que aceitaram participar foram convidados a responder aos
questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale
(JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) Os professores tambeacutem participaram
da avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) e anaacutelise da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca realizados na proacutepria escola
O questionaacuterio Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) ndash anexo 86
- eacute adequado para caracterizar as condiccedilotildees de trabalho na escola e perfil vocal de
professores sendo de faacutecil compreensatildeo e preenchimento aleacutem de poder ser
utilizado em sua totalidade ou em partes conforme o interesse em avaliar questotildees
sociodemograacuteficas do ambiente e organizaccedilatildeo do trabalho docente relativas agrave voz
(sintomas sensaccedilotildees condiccedilotildees de uso da voz no trabalho) e aspectos gerais de
sauacutede haacutebitos de vida e antecedentes familiares (FERREIRA et al 2003 e 2007) As
variaacuteveis foram analisadas em duas categorias natildeo (nunca e raramente) e sim (agraves
19
vezes sempre) o caacutelculo de nuacutemero e frequecircncia de sintomas vocais foi feito
considerando-se sem sintoma (nunca e raramente) e com sintoma (agraves vezes e
sempre)
O instrumento Job Stress Scale (JSS) - anexo 87 - avalia as dimensotildees de
demanda controle e apoio no trabalho referentes agraves fontes de estresse no ambiente
psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da interaccedilatildeo dessas dimensotildees Foi
empregada a versatildeo resumida do instrumento adaptada para o portuguecircs (ALVES
et al 2004) a qual conta com 17 questotildees em trecircs dimensotildees demanda (questotildees
de a ateacute e) controle (questotildees de f ateacute k) e apoio (questotildees de l ateacute q) O caacutelculo
dos escores de cada dimensatildeo foi obtido pela somatoacuteria da pontuaccedilatildeo de cada
escore sendo demanda de 5 a 20 pontos (maior demanda pior situaccedilatildeo) controle
de 6 a 24 pontos (maior controle melhor situaccedilatildeo) e apoio de 6 a 24 pontos (maior
apoio melhor situaccedilatildeo) Este instrumento fora empregado em estudo com
professores de escolas municipais de Satildeo Paulo (GIANNINI 2010) que evidenciou
associaccedilatildeo estatiacutestica entre distuacuterbio de voz e a categoria de alto desgaste da
interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho
O questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) - anexo 88 - eacute um
instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e adequado para
quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo vocal Possui 30
questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional (questotildees
135681112161922) orgacircnico (241013141718202126) e emocional
(791523242527282930) O caacutelculo do escore eacute feito por somatoacuteria de todas as
questotildees ou das questotildees de cada domiacutenio de maneira que o escore geral varia de
0 a 120 pontos e o de cada domiacutenio de 0 a 40 sendo que quanto maior a
pontuaccedilatildeo mais intensa eacute a desvantagem vocal percebida Foi utilizada a versatildeo
20
brasileira validada por Behlau Santos e Oliveira (2011) Os escores para vozes
saudaacuteveis e disfocircnicas respectivamente satildeo escore total 35 e 474 emocional 07
e 131 funcional 17 e 126 orgacircnico 11 e 217 (BEHLAU et al 2009)
A prevalecircncia de alteraccedilotildees vocais foi obtida a partir da avaliaccedilatildeo vocal
fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva vocal) A gravaccedilatildeo foi realizada na
proacutepria escola em uma sala silenciosa sendo a captaccedilatildeo realizada por meio de
gravador Marantz modelo PMD660 e microfone de cabeccedila SENNHEISER modelo
E855 posicionado em um acircngulo de 45ordm a 90ordm da boca mantendo-se distacircncia em
torno de 5 cm (BEHLAU 2001) Na gravaccedilatildeo foram solicitadas trecircs emissotildees da
vogal sustentada ldquoardquo tanto para a anaacutelise perceptivo-auditiva quanto para a
mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
A mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) eacute amplamente descrita na
literatura cientiacutefica e tem apresentado grande ecircxito no que diz respeito agrave detecccedilatildeo
de alteraccedilotildees em niacutevel gloacutetico e respiratoacuterio Suas medidas de normalidade giram
em torno de 16 a 18 segundos Para falantes do portuguecircs do Brasil (experiecircncia
com falantes da cidade de Satildeo Paulo) considera-se uma meacutedia de 20 segundos
para os homens e 14 segundos para as mulheres (PINHO 2003)
A anaacutelise perceptivo-auditiva foi feita por 3 fonoaudioacutelogas experientes na aacuterea
de voz e com anaacutelise de confiabilidade dos julgamentos 10 vozes do total das 46
foram sorteadas e reinseridas na amostra totalizando 56 vozes para a anaacutelise
perceptivo-auditiva A avaliaccedilatildeo se valeu do instrumento escala numeacuterica GRBASI
em que G = grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R = rugosidade B = soprosidade A =
astenia S = tensatildeo e I = instabilidade Apoacutes a escuta de cada voz cada
fonoaudioacuteloga anotou no protocolo um valor de 0 a 3 (grau 0 ndash ausente grau 1 ndash
21
discreto grau 2 ndash moderado e grau 3 ndash intenso) para cada item referente agrave escala
GRBASI (HIRANO 1981 BEHLAU 2001)
Para anaacutelise dos iacutendices de variabilidade da frequumlecircncia cardiacuteaca foi utilizado o
cardiofrequenciacutemetro (Polar RS800CX) que conteacutem um computador de treino
(semelhante a um reloacutegio) que exibe e grava a frequecircncia cardiacuteaca e uma tira
elaacutestica onde eacute conectado o transmissor que envia o sinal da frequecircncia cardiacuteaca
para o aparelho em questatildeo
Os professores foram orientados a ter uma boa noite de sono evitar atividade
fiacutesica antes da avaliaccedilatildeo natildeo ingerir cafeacute ou bebidas que estimulassem a frequecircncia
cardiacuteaca A pesquisadora pediu que durante a avaliaccedilatildeo o professor ficasse em
repouso sem fechar os olhos falar ou cruzar as pernas a fim de evitar alguma
interferecircncia
32 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES LINEARES DE VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA
CARDIacuteACA
Foi registrado batimento a batimento durante todo o protocolo experimental
que teve duraccedilatildeo de 10 minutos com uma taxa de amostragem de 1000 Hz Do
periacuteodo de maior estabilidade do sinal foi selecionado um intervalo de cinco
minutos e somente as seacuteries com mais de 256 intervalos RR foram utilizadas para
anaacutelise (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) Nessas seacuteries foram realizadas filtragens digital e manual para eliminaccedilatildeo de
batimentos ectoacutepicos prematuros e artefatos e somente aquelas com mais de 95
de batimentos sinusais foram incluiacutedas no estudo (VANDERLEI et al 2009)
22
Para anaacutelise da VFC no domiacutenio da frequecircncia utilizamos os componentes
espectrais de baixa frequecircncia (LF 004-015 Hz) e alta frequecircncia (HF 015-040
Hz) em ms2 e unidades normalizadas A anaacutelise espectral foi calculada usando o
algoritmo da Transformada Raacutepida de Fourier
Jaacute a anaacutelise no domiacutenio do tempo foi realizada por meio dos iacutendices SDNN
(desvio-padratildeo da meacutedia dos intervalos RR normais) RMSSD (raiz quadrada da
meacutedia do quadrado das diferenccedilas entre os intervalos RR normais adjacentes)
NN50 (nuacutemero dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de duraccedilatildeo maior que
50ms) e pNN50 (porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de
duraccedilatildeo maior que 50ms)
33 ANAacuteLISE FRACTAL DA VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Para anaacutelise das propriedades fractais da frequecircncia cardiacuteaca o meacutetodo DFA
foi aplicado agrave seacuterie temporal dos intervalos RR O procedimento para o caacutelculo do
DFA foi composto das seguintes etapas
Inicialmente a seacuterie RR obtida experimentalmente eacute integrada usando-se a
expressatildeo
k
i
aveRRiRRkY1
])([)(
Em que Y(k) eacute o k-eacutesimo termo da seacuterie integrada (k = 1 2 N) RR(i) eacute o i-
eacutesimo valor dos intervalos RR e RRave eacute a meacutedia dos intervalos RR da seacuterie
original de comprimento N ou seja
N
i
iRRN
RRave1
)(1
23
Em seguida a seacuterie temporal integrada eacute dividida em intervalos de
comprimento igual a n com n = 1 2 N Em cada um desses intervalos eacute
calculada a tendecircncia local da seacuterie por uma reta de miacutenimos quadrados ajustada
aos dados Denotamos a coordenada y dessa reta por Yn(k) Em seguida
destendenciamos a seacuterie integrada Y(k) subtraindo a tendecircncia local Yn(k) em
cada intervalo Para um dado intervalo de tamanho n o tamanho caracteriacutestico da
flutuaccedilatildeo para a seacuterie integrada e destendenciada eacute calculado por
N
KkYnkYNnF
1
2)]()([1)(
Esse procedimento foi repetido para todos os intervalos de tamanho n
obtendo-se uma relaccedilatildeo entre a meacutedia das flutuaccedilotildees F(n) e o tamanho dos
intervalos n Se essa relaccedilatildeo for linear em um graacutefico log-log isso indica a existecircncia
de uma lei exponencial em escala de acordo com a foacutermula
nnF )( em que
α eacute o expoente de escala que pode ser calculado por regressatildeo linear em um
graacutefico log-log Foram calculados o expoentes fractais de curto prazo (alfa-1)
correspondente ao periacuteodo de 4 a 11 batimentos o expoente de longo prazo (alfa-2)
que corresponde a periacuteodos longos acima de 11 batimentos e a relaccedilatildeo entre eles
(alfa-1alfa-2)
34 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES GEOMEacuteTRICOS DE VARIABILIDADE DA
FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Foram analisados os seguintes iacutendices geomeacutetricos RRtri TINN e plot de
Poincareacute (SD1 SD2 relaccedilatildeo SD1SD2)
24
O RRtri foi calculado a partir da construccedilatildeo do histograma de densidade dos
intervalos RR normais e obtido pela divisatildeo da integral do histograma (isto eacute o
nuacutemero total de intervalos RR) pelo maacuteximo da distribuiccedilatildeo de densidade (frequecircncia
modal dos intervalos RR) mensurado em uma escala discreta com caixas de 78125
ms (1128 segundos) (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF
CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND
ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
O TINN consiste na largura da linha de base da distribuiccedilatildeo medida como a
base de um triacircngulo aproximando a distribuiccedilatildeo de todos os intervalos RR sendo
que a diferenccedila dos miacutenimos quadrados foi utilizada para determinaccedilatildeo do triacircngulo
(TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE
NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Para a construccedilatildeo do plot de Poincareacute cada intervalo RR foi representado em
funccedilatildeo do intervalo anterior (proacuteximo intervalo) e para a anaacutelise quantitativa do plot
de Poincareacute foram calculados os seguintes iacutendices SD1 (desvio-padratildeo da
variabilidade instantacircnea batimento a batimento) SD2 (desvio-padratildeo em longo
prazo dos intervalos R-R contiacutenuos) e a relaccedilatildeo SD1SD2
A anaacutelise qualitativa (visual) do plot de Poincareacute foi feita por meio da anaacutelise
das figuras formadas pelo atrator do plot as quais foram descritas
1) Figura na qual um aumento na dispersatildeo dos intervalos RR batimento
a batimento eacute observado com aumento nos intervalos RR caracteriacutestica de um plot
normal
2) Figura com pequena dispersatildeo global batimento a batimento e sem
aumento da dispersatildeo dos intervalos RR em longo prazo
25
35 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Inicialmente foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de
Shapiro-Wilk Para realizar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foi aplicado o teste de
correlaccedilatildeo de Pearson para distribuiccedilotildees parameacutetricas enquanto para distribuiccedilotildees
natildeo-parameacutetricas foi aplicado o teste de correlaccedilatildeo de Spearman Valores de
correlaccedilatildeo forte foram considerados para r gt 05 correlaccedilatildeo moderada foi
considerada para valores de r entre 03 e 049 (03 gt r gt 049) e correlaccedilatildeo fraca
para valores de r lt 03 Diferenccedilas nesses testes foram consideradas
estatisticamente significantes quando o valor de p foi menor que 005 O programa
estatiacutestico utilizado foi o Software GraphPad StatMate version 200 for Windows
GraphPad Software San Diego California USA
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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Rev SBFa 2007 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa
YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
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8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
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82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
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83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
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79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
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88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
RESUMO Objetivo Verificar a associaccedilatildeo entre as condiccedilotildees de trabalho distuacuterbios vocais e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica Meacutetodo Os professores responderam aos questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale (JSS) Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e foram submetidos agrave anaacutelise perceptivo-auditiva pela escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R= rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) Para anaacutelise da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca (VFC) foram avaliados os iacutendices do domiacutenio do tempo e da frequecircncia os iacutendices geomeacutetricos e os exponentes fractais Resultados Os achados mostram que as condiccedilotildees de trabalho e estresse no trabalho dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica tecircm interferido diretamente em sua sauacutede vocal Fatores como gritar falar em ambientes abertos realizando atividade fiacutesica sobrecarregam o trabalho e predispotildee a populaccedilatildeo aos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave VFC observou-se que os professores que tiveram maior tempo de fonaccedilatildeo apresentaram uma menor VFC Conclusatildeo As condiccedilotildees de trabalho e o estresse no trabalho estatildeo interferindo diretamente na sauacutede vocal e geral dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica Houve associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC com o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) e com os domiacutenios do IDV e JSS
Palavras-chave Educaccedilatildeo fiacutesica Voz Disfonia e Regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca
ABSTRACT
Objective To investigate the association between working conditions voice disorders and cardiac autonomic modulation in Physical Education teachers Method Teachers responded to the questionnaires Condition Production Vocal Teacher (CPV-P) Job Stress Scale (JSS) Voice Handicap Index (VHI) and were analyzed by perceptual GRBASI scale (G = degree of change the voice heard R = roughness B = breathy A = asthenia S = tension I = instability) For analysis of heart rate variability (HRV) the indices were evaluated in the time and frequency domains the geometric indexes and exponents fractals were also evaluated Results The findings showed that working conditions and job stress of physical education teachers influenced directly on their vocal health Factors such as shouting speaking in open environments performing physical activity work overload and predisposes the population to voice disorders Regarding HRV it was found that teachers who had higher phonation time had lower HRV Conclusion The working conditions and job stress are directly interfering vocal health and overall physical education teachers There was a negative association of parasympathetic indices of HRV with the maximum phonation time (MPT) and the areas of IDV and JSS Keywords Physical Education Voice Dysphonia and Cardiac Autonomic Regulation
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomasPaacuteg 27
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocaisPaacuteg 30
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vidaPaacuteg 31
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e ambiente escolarPaacuteg 32
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e organizaccedilatildeo do trabalhoPaacuteg 34
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) dos sujeitos em cada subescala do protocoloPaacuteg 36
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)Paacuteg 37
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) somatoacuteria das respostas dos sujeitosPaacuteg 37
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes a cada domiacutenio do Job Stress Scale (JSS)Paacuteg 38
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASIPaacuteg 40
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 41
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 41
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 42
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 42
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 43
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 43
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 44
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 44
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 45
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 45
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 46
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 46
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo13
2 Objetivo16
3 Meacutetodo17
31 Populaccedilatildeo do Estudo17
32 Anaacutelise dos iacutendices lineares de variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca21
33 Anaacutelise fractal da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca22
34 Anaacutelise dos iacutendices geomeacutetricos de variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca23
35 Anaacutelise Estatiacutestica25
4 Resultados26
5 Discussatildeo47
6 Conclusatildeo59
7 Referecircncias60
8 Anexos67
81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)67
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)69
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia71
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia72
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)73
86 Questionaacuterio - Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)75
87 Questionaacuterio - Job Stress Scale (JSS)helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip81
88 Questionaacuterio - Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)82
89 Aceite do artigo83
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O distuacuterbio vocal na populaccedilatildeo docente em especial na populaccedilatildeo de
professores de educaccedilatildeo fiacutesica daacute-se por um montante de fatores que necessitam
de um delineamento cuidadoso para a elaboraccedilatildeo de estrateacutegias de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo da sauacutede vocal
Em sua atividade laboral eacute importante que o professor de educaccedilatildeo fiacutesica
transmita vitalidade energia vigor dinamismo e sauacutede Sabe-se ainda que a voz de
comando influencia na disciplina do aluno eleva seu niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor (PEDROZA
PRADO e MACEDO 2010)
Em contra partida a voz usada de maneira inadequada ou com alteraccedilotildees
pode transmitir uma psicodinacircmica negativa gerar desconfortos sofrimentos mal-
estar e problemas com a satisfaccedilatildeo e colocaccedilatildeo profissional (SIMOtildeES 2000)
A voz do professor vem sendo objeto priorizado nas pesquisas
fonoaudioloacutegicas brasileiras nos uacuteltimos anos sendo em maior nuacutemero quando
comparadas agravequelas voltadas aos trabalhadores de outras categorias profissionais
(SIMOtildeES 2005 DRAGONE e BEHLAU 2006 DRAGONE et al 2008)
No periacuteodo entre os anos de 1994 a 2008 uma revisatildeo das publicaccedilotildees
fonoaudioloacutegicas brasileiras referentes agrave voz do professor (DRAGONE et al 2010)
contabilizou 500 publicaccedilotildees sendo 83 referentes agraves categorias de avaliaccedilatildeo e
dentre essas 86 avaliou os participantes eou as condiccedilotildees de trabalho Apenas
14 volta-se para os efeitos de programas de intervenccedilatildeo
Quanto ao meacutetodo da pesquisa nota-se que a perspectiva dos proacuteprios
professores foi a mais utilizada (525) seguida por anaacutelises perceptivo-auditivas e
14
acuacutesticas (152) e avaliaccedilatildeo do ambiente e da organizaccedilatildeo do trabalho (apenas
149)
Em estudos amplos acerca das relaccedilotildees entre sauacutede e trabalho docente
(JARDIM BARRETO e ASSUNCcedilAtildeO 2007 GIANNINI 2010) observa-se que os
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica geralmente satildeo excluiacutedos por apresentarem uma
demanda maior e diferenciada do uso vocal em relaccedilatildeo aos professores de outras
disciplinas bem como por suas aulas apresentarem caracteriacutesticas de ensino
bastante diferenciadas das atividades docentes tradicionais
Cabe destacar que um levantamento acerca da produccedilatildeo fonoaudioloacutegica em
voz do professor entre 2005 e 2007 (DRAGONE et al 2008) evidenciou que
estudos especiacuteficos com professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica correspondem a somente
14 das produccedilotildees na aacuterea
Outro aspecto merece destaque a maioria das pesquisas fonoaudioloacutegicas
envolvendo profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica estaacute voltada ao professor que atua em
ambiente de academia particular Haacute poucas pesquisas com professores de
educaccedilatildeo fiacutesica escolar e dentre elas encontram-se aquelas relativas aos
professores do Ensino Fundamental (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al 2007
MEDEIROS e ALVES 2008) do Ensino Meacutedio (STEFFANI VIECELLI e GRASEL
2011) e do Ensino Superior (SERVILHA et al 1995 GRILLO e FUGOWSKI 2010)
Haacute portanto um segmento da categoria docente ainda fora do foco de atenccedilatildeo
das pesquisas fonoaudioloacutegicas os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escolas
puacuteblicas de Ensino Fundamental
Aleacutem dos problemas vocais a populaccedilatildeo em questatildeo pode tambeacutem estar
sujeita ao desenvolvimento de problemas ventilatoacuterios uma vez que se conhece a
relaccedilatildeo entre a fonaccedilatildeo e a ventilaccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006)
15
Nesse contexto a ventilaccedilatildeo estaacute relacionada agrave regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca e uma das formas de avaliaacute-la de modo natildeo invasivo em humanos eacute pela
anaacutelise da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca (VFC) termo convencionalmente
aceito para descrever as oscilaccedilotildees nos intervalos entre batimentos cardiacuteacos
consecutivos (intervalos RR) que estatildeo relacionadas agraves influecircncias do sistema
nervoso autocircnomo (SNA) sobre o noacutedulo sinusal Trata-se de uma teacutecnica natildeo
invasiva cuja anaacutelise pode ser realizada utilizando-se meacutetodos lineares no domiacutenio
do tempo e da frequecircncia e natildeo lineares no domiacutenio do caos (TASK FORCE OF
THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN
SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Os meacutetodos do domiacutenio de tempo usam teacutecnicas matematicamente simples
para mensurar a variabilidade presente nos intervalos R-R por meio de caacutelculos de
sua meacutedia e das variaccedilotildees do desvio padratildeo da frequecircncia cardiacuteaca ao longo do
tempo enquanto os meacutetodos do domiacutenio da frequecircncia utilizam a anaacutelise espectral
que permite decompor a variaccedilatildeo da frequecircncia cardiacuteaca em um determinado tempo
em seus componentes oscilatoacuterios fundamentais ou seja a seacuterie temporal eacute
decomposta em diferentes componentes de frequecircncia (GAMELIN et al 2006)
Na anaacutelise natildeo linear a abordagem da teoria do caos considera sistemas
dinacircmicos determiniacutesticos regidos por equaccedilotildees natildeo lineares e sensiacuteveis agraves
condiccedilotildees iniciais Essa forma de anaacutelise pode refletir mais adequadamente as
alteraccedilotildees na modulaccedilatildeo autonocircmica dos sistemas bioloacutegicos pois existem
evidecircncias de que os mecanismos envolvidos na regulaccedilatildeo cardiovascular
provavelmente interagem entre si de modo natildeo linear (VANDERLEI et al 2009)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos ndash iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular dos intervalos RR
16
(TINN) e plot de Poincareacute ndash os quais permitem apresentar os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e usar aproximaccedilotildees para delas derivar as medidas de VFC
(VANDERLEI et al 2009)
Mudanccedilas nos padrotildees da VFC podem ser indicadores sensiacuteveis e antecipados
de que pode haver comprometimentos na sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica A alta VFC eacute sinal de boa adaptaccedilatildeo o que caracteriza um indiviacuteduo
saudaacutevel com mecanismos autonocircmicos eficientes Inversamente a baixa VFC eacute
frequentemente um apontador de mau funcionamento fisioloacutegico no indiviacuteduo ou
seja haacute uma adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA necessitando de
investigaccedilotildees adicionais de modo a encontrar um diagnoacutestico especiacutefico (PUMPRLA
et al 2002)
Assim justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo pois satildeo escassos os trabalhos
que retratam os distuacuterbios vocais associados agraves condiccedilotildees de trabalho e a
associaccedilatildeo entre a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca e o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar
Faz-se necessaacuterio desenvolver estudos que possibilitem conhecer e identificar
especificidades do uso da voz sauacutede vocal e condiccedilotildees de organizaccedilatildeo do trabalho
do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica em escolas puacuteblicas a fim de subsidiar accedilotildees de
promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede vocal e melhor desempenho profissional
2 OBJETIVO
Verificar a associaccedilatildeo entre as condiccedilotildees de trabalho distuacuterbios vocais e a
modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
17
3 MEacuteTODO
31 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta por 46 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do
municiacutepio de Mariacutelia situado na regiatildeo centro oeste paulista e conta com 35 escolas
estaduais e 19 escolas municipais de ensino fundamental Todos os procedimentos
realizados foram aprovados pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de
Filosofia e Ciecircncias da UNESP sob os pareceres de Nordm 03542011 e Nordm 05852012
(anexos 81 e 82)
Os requisitos de inclusatildeo dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica foram os
seguintes estar em exerciacutecio e atuando em escolas de ensino fundamental da rede
municipal ou estadual Um dos criteacuterios de exclusatildeo foi estar lecionando em caraacuteter
substitutivo (professor eventual) Tambeacutem foram excluiacutedos sujeitos que relataram
distuacuterbios cardiorrespiratoacuterios
A pesquisadora realizou contato inicial com a Diretoria de Ensino e com a
Secretaria Municipal de Ensino de Mariacutelia (anexos 83 e 84) por meio do qual
obteve autorizaccedilatildeo para adentrar agraves escolas e apresentar a pesquisa agrave direccedilatildeo eou
agrave coordenaccedilatildeo pedagoacutegica Apoacutes obtenccedilatildeo da autorizaccedilatildeo a pesquisadora buscou
obter informaccedilotildees quanto ao sexo e faixa etaacuteria dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
da escola conhecer o espaccedilo destinado agraves suas atividades de ensino como sala de
aula ginaacutesios eou quadras (abertas ou fechadas cobertas ou natildeo) tipo de piso
(terra areia grama cimento madeira ou outro) piscinas ar condicionado
existecircncia de eco ou acuacutestica inadequada exposiccedilatildeo a vento sol chuva ou poeira
presenccedila de bebedouros e banheiros proacuteximos ao local das atividades Foi feito o
registro fotograacutefico das instalaccedilotildees em que ocorrem as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica
com cacircmera digital da Samsung modelo Digimax NV30 81 MP bem como o
18
levantamento da grade horaacuteria
Na mesma oportunidade a pesquisadora solicitou o agendamento de uma
reuniatildeo com os docentes de Educaccedilatildeo Fiacutesica no HTPC (Horaacuterio de Trabalho e
Planejamento Coletivo) ocasiatildeo em que se efetuou o convite agrave participaccedilatildeo
expondo os objetivos e a metodologia da pesquisa bem como a apresentaccedilatildeo do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ndash TECLE (anexo 85)
Os sujeitos receberam todas as informaccedilotildees pertinentes ao projeto aos
objetivos da pesquisa explicaccedilatildeo sobre os procedimentos que seriam utilizados
temporalidade riscos (se houvesse) resguardo da privacidade consentimento sobre
a sua participaccedilatildeo na pesquisa e o uso dos dados para fins cientiacuteficos e foram
convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido confirmando a
anuecircncia
Aqueles que aceitaram participar foram convidados a responder aos
questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale
(JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) Os professores tambeacutem participaram
da avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) e anaacutelise da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca realizados na proacutepria escola
O questionaacuterio Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) ndash anexo 86
- eacute adequado para caracterizar as condiccedilotildees de trabalho na escola e perfil vocal de
professores sendo de faacutecil compreensatildeo e preenchimento aleacutem de poder ser
utilizado em sua totalidade ou em partes conforme o interesse em avaliar questotildees
sociodemograacuteficas do ambiente e organizaccedilatildeo do trabalho docente relativas agrave voz
(sintomas sensaccedilotildees condiccedilotildees de uso da voz no trabalho) e aspectos gerais de
sauacutede haacutebitos de vida e antecedentes familiares (FERREIRA et al 2003 e 2007) As
variaacuteveis foram analisadas em duas categorias natildeo (nunca e raramente) e sim (agraves
19
vezes sempre) o caacutelculo de nuacutemero e frequecircncia de sintomas vocais foi feito
considerando-se sem sintoma (nunca e raramente) e com sintoma (agraves vezes e
sempre)
O instrumento Job Stress Scale (JSS) - anexo 87 - avalia as dimensotildees de
demanda controle e apoio no trabalho referentes agraves fontes de estresse no ambiente
psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da interaccedilatildeo dessas dimensotildees Foi
empregada a versatildeo resumida do instrumento adaptada para o portuguecircs (ALVES
et al 2004) a qual conta com 17 questotildees em trecircs dimensotildees demanda (questotildees
de a ateacute e) controle (questotildees de f ateacute k) e apoio (questotildees de l ateacute q) O caacutelculo
dos escores de cada dimensatildeo foi obtido pela somatoacuteria da pontuaccedilatildeo de cada
escore sendo demanda de 5 a 20 pontos (maior demanda pior situaccedilatildeo) controle
de 6 a 24 pontos (maior controle melhor situaccedilatildeo) e apoio de 6 a 24 pontos (maior
apoio melhor situaccedilatildeo) Este instrumento fora empregado em estudo com
professores de escolas municipais de Satildeo Paulo (GIANNINI 2010) que evidenciou
associaccedilatildeo estatiacutestica entre distuacuterbio de voz e a categoria de alto desgaste da
interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho
O questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) - anexo 88 - eacute um
instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e adequado para
quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo vocal Possui 30
questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional (questotildees
135681112161922) orgacircnico (241013141718202126) e emocional
(791523242527282930) O caacutelculo do escore eacute feito por somatoacuteria de todas as
questotildees ou das questotildees de cada domiacutenio de maneira que o escore geral varia de
0 a 120 pontos e o de cada domiacutenio de 0 a 40 sendo que quanto maior a
pontuaccedilatildeo mais intensa eacute a desvantagem vocal percebida Foi utilizada a versatildeo
20
brasileira validada por Behlau Santos e Oliveira (2011) Os escores para vozes
saudaacuteveis e disfocircnicas respectivamente satildeo escore total 35 e 474 emocional 07
e 131 funcional 17 e 126 orgacircnico 11 e 217 (BEHLAU et al 2009)
A prevalecircncia de alteraccedilotildees vocais foi obtida a partir da avaliaccedilatildeo vocal
fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva vocal) A gravaccedilatildeo foi realizada na
proacutepria escola em uma sala silenciosa sendo a captaccedilatildeo realizada por meio de
gravador Marantz modelo PMD660 e microfone de cabeccedila SENNHEISER modelo
E855 posicionado em um acircngulo de 45ordm a 90ordm da boca mantendo-se distacircncia em
torno de 5 cm (BEHLAU 2001) Na gravaccedilatildeo foram solicitadas trecircs emissotildees da
vogal sustentada ldquoardquo tanto para a anaacutelise perceptivo-auditiva quanto para a
mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
A mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) eacute amplamente descrita na
literatura cientiacutefica e tem apresentado grande ecircxito no que diz respeito agrave detecccedilatildeo
de alteraccedilotildees em niacutevel gloacutetico e respiratoacuterio Suas medidas de normalidade giram
em torno de 16 a 18 segundos Para falantes do portuguecircs do Brasil (experiecircncia
com falantes da cidade de Satildeo Paulo) considera-se uma meacutedia de 20 segundos
para os homens e 14 segundos para as mulheres (PINHO 2003)
A anaacutelise perceptivo-auditiva foi feita por 3 fonoaudioacutelogas experientes na aacuterea
de voz e com anaacutelise de confiabilidade dos julgamentos 10 vozes do total das 46
foram sorteadas e reinseridas na amostra totalizando 56 vozes para a anaacutelise
perceptivo-auditiva A avaliaccedilatildeo se valeu do instrumento escala numeacuterica GRBASI
em que G = grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R = rugosidade B = soprosidade A =
astenia S = tensatildeo e I = instabilidade Apoacutes a escuta de cada voz cada
fonoaudioacuteloga anotou no protocolo um valor de 0 a 3 (grau 0 ndash ausente grau 1 ndash
21
discreto grau 2 ndash moderado e grau 3 ndash intenso) para cada item referente agrave escala
GRBASI (HIRANO 1981 BEHLAU 2001)
Para anaacutelise dos iacutendices de variabilidade da frequumlecircncia cardiacuteaca foi utilizado o
cardiofrequenciacutemetro (Polar RS800CX) que conteacutem um computador de treino
(semelhante a um reloacutegio) que exibe e grava a frequecircncia cardiacuteaca e uma tira
elaacutestica onde eacute conectado o transmissor que envia o sinal da frequecircncia cardiacuteaca
para o aparelho em questatildeo
Os professores foram orientados a ter uma boa noite de sono evitar atividade
fiacutesica antes da avaliaccedilatildeo natildeo ingerir cafeacute ou bebidas que estimulassem a frequecircncia
cardiacuteaca A pesquisadora pediu que durante a avaliaccedilatildeo o professor ficasse em
repouso sem fechar os olhos falar ou cruzar as pernas a fim de evitar alguma
interferecircncia
32 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES LINEARES DE VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA
CARDIacuteACA
Foi registrado batimento a batimento durante todo o protocolo experimental
que teve duraccedilatildeo de 10 minutos com uma taxa de amostragem de 1000 Hz Do
periacuteodo de maior estabilidade do sinal foi selecionado um intervalo de cinco
minutos e somente as seacuteries com mais de 256 intervalos RR foram utilizadas para
anaacutelise (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) Nessas seacuteries foram realizadas filtragens digital e manual para eliminaccedilatildeo de
batimentos ectoacutepicos prematuros e artefatos e somente aquelas com mais de 95
de batimentos sinusais foram incluiacutedas no estudo (VANDERLEI et al 2009)
22
Para anaacutelise da VFC no domiacutenio da frequecircncia utilizamos os componentes
espectrais de baixa frequecircncia (LF 004-015 Hz) e alta frequecircncia (HF 015-040
Hz) em ms2 e unidades normalizadas A anaacutelise espectral foi calculada usando o
algoritmo da Transformada Raacutepida de Fourier
Jaacute a anaacutelise no domiacutenio do tempo foi realizada por meio dos iacutendices SDNN
(desvio-padratildeo da meacutedia dos intervalos RR normais) RMSSD (raiz quadrada da
meacutedia do quadrado das diferenccedilas entre os intervalos RR normais adjacentes)
NN50 (nuacutemero dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de duraccedilatildeo maior que
50ms) e pNN50 (porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de
duraccedilatildeo maior que 50ms)
33 ANAacuteLISE FRACTAL DA VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Para anaacutelise das propriedades fractais da frequecircncia cardiacuteaca o meacutetodo DFA
foi aplicado agrave seacuterie temporal dos intervalos RR O procedimento para o caacutelculo do
DFA foi composto das seguintes etapas
Inicialmente a seacuterie RR obtida experimentalmente eacute integrada usando-se a
expressatildeo
k
i
aveRRiRRkY1
])([)(
Em que Y(k) eacute o k-eacutesimo termo da seacuterie integrada (k = 1 2 N) RR(i) eacute o i-
eacutesimo valor dos intervalos RR e RRave eacute a meacutedia dos intervalos RR da seacuterie
original de comprimento N ou seja
N
i
iRRN
RRave1
)(1
23
Em seguida a seacuterie temporal integrada eacute dividida em intervalos de
comprimento igual a n com n = 1 2 N Em cada um desses intervalos eacute
calculada a tendecircncia local da seacuterie por uma reta de miacutenimos quadrados ajustada
aos dados Denotamos a coordenada y dessa reta por Yn(k) Em seguida
destendenciamos a seacuterie integrada Y(k) subtraindo a tendecircncia local Yn(k) em
cada intervalo Para um dado intervalo de tamanho n o tamanho caracteriacutestico da
flutuaccedilatildeo para a seacuterie integrada e destendenciada eacute calculado por
N
KkYnkYNnF
1
2)]()([1)(
Esse procedimento foi repetido para todos os intervalos de tamanho n
obtendo-se uma relaccedilatildeo entre a meacutedia das flutuaccedilotildees F(n) e o tamanho dos
intervalos n Se essa relaccedilatildeo for linear em um graacutefico log-log isso indica a existecircncia
de uma lei exponencial em escala de acordo com a foacutermula
nnF )( em que
α eacute o expoente de escala que pode ser calculado por regressatildeo linear em um
graacutefico log-log Foram calculados o expoentes fractais de curto prazo (alfa-1)
correspondente ao periacuteodo de 4 a 11 batimentos o expoente de longo prazo (alfa-2)
que corresponde a periacuteodos longos acima de 11 batimentos e a relaccedilatildeo entre eles
(alfa-1alfa-2)
34 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES GEOMEacuteTRICOS DE VARIABILIDADE DA
FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Foram analisados os seguintes iacutendices geomeacutetricos RRtri TINN e plot de
Poincareacute (SD1 SD2 relaccedilatildeo SD1SD2)
24
O RRtri foi calculado a partir da construccedilatildeo do histograma de densidade dos
intervalos RR normais e obtido pela divisatildeo da integral do histograma (isto eacute o
nuacutemero total de intervalos RR) pelo maacuteximo da distribuiccedilatildeo de densidade (frequecircncia
modal dos intervalos RR) mensurado em uma escala discreta com caixas de 78125
ms (1128 segundos) (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF
CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND
ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
O TINN consiste na largura da linha de base da distribuiccedilatildeo medida como a
base de um triacircngulo aproximando a distribuiccedilatildeo de todos os intervalos RR sendo
que a diferenccedila dos miacutenimos quadrados foi utilizada para determinaccedilatildeo do triacircngulo
(TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE
NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Para a construccedilatildeo do plot de Poincareacute cada intervalo RR foi representado em
funccedilatildeo do intervalo anterior (proacuteximo intervalo) e para a anaacutelise quantitativa do plot
de Poincareacute foram calculados os seguintes iacutendices SD1 (desvio-padratildeo da
variabilidade instantacircnea batimento a batimento) SD2 (desvio-padratildeo em longo
prazo dos intervalos R-R contiacutenuos) e a relaccedilatildeo SD1SD2
A anaacutelise qualitativa (visual) do plot de Poincareacute foi feita por meio da anaacutelise
das figuras formadas pelo atrator do plot as quais foram descritas
1) Figura na qual um aumento na dispersatildeo dos intervalos RR batimento
a batimento eacute observado com aumento nos intervalos RR caracteriacutestica de um plot
normal
2) Figura com pequena dispersatildeo global batimento a batimento e sem
aumento da dispersatildeo dos intervalos RR em longo prazo
25
35 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Inicialmente foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de
Shapiro-Wilk Para realizar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foi aplicado o teste de
correlaccedilatildeo de Pearson para distribuiccedilotildees parameacutetricas enquanto para distribuiccedilotildees
natildeo-parameacutetricas foi aplicado o teste de correlaccedilatildeo de Spearman Valores de
correlaccedilatildeo forte foram considerados para r gt 05 correlaccedilatildeo moderada foi
considerada para valores de r entre 03 e 049 (03 gt r gt 049) e correlaccedilatildeo fraca
para valores de r lt 03 Diferenccedilas nesses testes foram consideradas
estatisticamente significantes quando o valor de p foi menor que 005 O programa
estatiacutestico utilizado foi o Software GraphPad StatMate version 200 for Windows
GraphPad Software San Diego California USA
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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Jataiacute(GO) Anais IV Congresso Centro-Oeste de Ciecircncias do Esporte Disponiacutevel
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wFile25611200
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professores de educaccedilatildeo fiacutesica um estudo na rede municipal de ensino de Porto
Alegre Rev bras Educ Fiacutes Esp 2005 19(3)209-22
SENtildeARIS GONZAacuteLEZ B NUacuteNtildeEZ BATALLA F CORTE SANTOS P SUAacuteREZ NIETO C Factors predicting Voice Handicap Index Acta Otorrinolaringol Esp 2006 Feb57(2)101-8 SERVILHA EAM LEAL ROF HIDAKA MTU Riscos ocupacionais na legislaccedilatildeo trabalhista brasileira destaque para aqueles relativos agrave sauacutede e voz do professor Rev Soc Bras Fonoaudiol 201015(4)505-13 SILVA CB Identificaccedilatildeo vocal dos professores de academia de ginaacutestica a partir dos sinais e sintomas Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2010anais_selectphpop=PTampcid=3371amptid=1
65
SILVA CG GONCcedilALVES VSB MENESES VGM COSTA ALCN SILVA LB Percepccedilatildeo dos profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica acerca da presenccedila do ruiacutedo durante o seu desempenho vocal nas academias de Joatildeo Pessoa (PB) Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa SILVA EM TAVARES PB FIGUEREDO FL CRUZ JS Comparaccedilatildeo do perfil de participaccedilatildeo de atividades vocais em professores que utilizam a voz em sala de aula e em academia Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2010anais_selectphpop=PTampcid=3074amptid=3 SIMOtildeES M O profissional de educaccedilatildeo fiacutesica e o uso da voz uma contribuiccedilatildeo da Fonoaudiologia Rev Bras Atividade Fiacutesica e Sauacutede 2000 5(1) 71-80 SIMOtildeES M A voz do professor ndash histoacuterico da produccedilatildeo cientiacutefica de fonoaudioacutelogos brasileiros sobre o uso da voz nessa categoria profissional II In Ferreira LP Oliveira SM Voz profissional produccedilatildeo cientiacutefica da fonoaudiologia brasileira [CD-ROM] Satildeo Paulo SBFa 2005 SOUZA RG ROSIN FB Sinais e sintomas vocais e avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva
e acuacutestica dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica comparaccedilatildeo entre o iniacutecio e teacutermino
da aula Rev SBFa 2009 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011]
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STEFFANI JA VIECELI VCB GRASEL CE Sauacutede vocal e niacutevel de atividade fiacutesica
dos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica Revista Digital efdeportescom [perioacutedico na internet]
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66
VANUCCI M Relaccedilatildeo entre auto-avaliaccedilatildeo vocal escores do protocolo QVV e
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YAMASAKI R LEAtildeO SHS MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R
Anaacutelise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas Escala analoacutegica visual
Rev SBFa 2007 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
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YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
ABSTRACT
Objective To investigate the association between working conditions voice disorders and cardiac autonomic modulation in Physical Education teachers Method Teachers responded to the questionnaires Condition Production Vocal Teacher (CPV-P) Job Stress Scale (JSS) Voice Handicap Index (VHI) and were analyzed by perceptual GRBASI scale (G = degree of change the voice heard R = roughness B = breathy A = asthenia S = tension I = instability) For analysis of heart rate variability (HRV) the indices were evaluated in the time and frequency domains the geometric indexes and exponents fractals were also evaluated Results The findings showed that working conditions and job stress of physical education teachers influenced directly on their vocal health Factors such as shouting speaking in open environments performing physical activity work overload and predisposes the population to voice disorders Regarding HRV it was found that teachers who had higher phonation time had lower HRV Conclusion The working conditions and job stress are directly interfering vocal health and overall physical education teachers There was a negative association of parasympathetic indices of HRV with the maximum phonation time (MPT) and the areas of IDV and JSS Keywords Physical Education Voice Dysphonia and Cardiac Autonomic Regulation
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomasPaacuteg 27
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocaisPaacuteg 30
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vidaPaacuteg 31
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e ambiente escolarPaacuteg 32
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e organizaccedilatildeo do trabalhoPaacuteg 34
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) dos sujeitos em cada subescala do protocoloPaacuteg 36
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)Paacuteg 37
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) somatoacuteria das respostas dos sujeitosPaacuteg 37
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes a cada domiacutenio do Job Stress Scale (JSS)Paacuteg 38
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASIPaacuteg 40
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 41
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 41
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 42
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 42
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 43
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 43
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 44
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 44
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 45
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 45
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 46
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 46
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo13
2 Objetivo16
3 Meacutetodo17
31 Populaccedilatildeo do Estudo17
32 Anaacutelise dos iacutendices lineares de variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca21
33 Anaacutelise fractal da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca22
34 Anaacutelise dos iacutendices geomeacutetricos de variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca23
35 Anaacutelise Estatiacutestica25
4 Resultados26
5 Discussatildeo47
6 Conclusatildeo59
7 Referecircncias60
8 Anexos67
81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)67
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)69
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia71
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia72
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)73
86 Questionaacuterio - Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)75
87 Questionaacuterio - Job Stress Scale (JSS)helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip81
88 Questionaacuterio - Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)82
89 Aceite do artigo83
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O distuacuterbio vocal na populaccedilatildeo docente em especial na populaccedilatildeo de
professores de educaccedilatildeo fiacutesica daacute-se por um montante de fatores que necessitam
de um delineamento cuidadoso para a elaboraccedilatildeo de estrateacutegias de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo da sauacutede vocal
Em sua atividade laboral eacute importante que o professor de educaccedilatildeo fiacutesica
transmita vitalidade energia vigor dinamismo e sauacutede Sabe-se ainda que a voz de
comando influencia na disciplina do aluno eleva seu niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor (PEDROZA
PRADO e MACEDO 2010)
Em contra partida a voz usada de maneira inadequada ou com alteraccedilotildees
pode transmitir uma psicodinacircmica negativa gerar desconfortos sofrimentos mal-
estar e problemas com a satisfaccedilatildeo e colocaccedilatildeo profissional (SIMOtildeES 2000)
A voz do professor vem sendo objeto priorizado nas pesquisas
fonoaudioloacutegicas brasileiras nos uacuteltimos anos sendo em maior nuacutemero quando
comparadas agravequelas voltadas aos trabalhadores de outras categorias profissionais
(SIMOtildeES 2005 DRAGONE e BEHLAU 2006 DRAGONE et al 2008)
No periacuteodo entre os anos de 1994 a 2008 uma revisatildeo das publicaccedilotildees
fonoaudioloacutegicas brasileiras referentes agrave voz do professor (DRAGONE et al 2010)
contabilizou 500 publicaccedilotildees sendo 83 referentes agraves categorias de avaliaccedilatildeo e
dentre essas 86 avaliou os participantes eou as condiccedilotildees de trabalho Apenas
14 volta-se para os efeitos de programas de intervenccedilatildeo
Quanto ao meacutetodo da pesquisa nota-se que a perspectiva dos proacuteprios
professores foi a mais utilizada (525) seguida por anaacutelises perceptivo-auditivas e
14
acuacutesticas (152) e avaliaccedilatildeo do ambiente e da organizaccedilatildeo do trabalho (apenas
149)
Em estudos amplos acerca das relaccedilotildees entre sauacutede e trabalho docente
(JARDIM BARRETO e ASSUNCcedilAtildeO 2007 GIANNINI 2010) observa-se que os
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica geralmente satildeo excluiacutedos por apresentarem uma
demanda maior e diferenciada do uso vocal em relaccedilatildeo aos professores de outras
disciplinas bem como por suas aulas apresentarem caracteriacutesticas de ensino
bastante diferenciadas das atividades docentes tradicionais
Cabe destacar que um levantamento acerca da produccedilatildeo fonoaudioloacutegica em
voz do professor entre 2005 e 2007 (DRAGONE et al 2008) evidenciou que
estudos especiacuteficos com professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica correspondem a somente
14 das produccedilotildees na aacuterea
Outro aspecto merece destaque a maioria das pesquisas fonoaudioloacutegicas
envolvendo profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica estaacute voltada ao professor que atua em
ambiente de academia particular Haacute poucas pesquisas com professores de
educaccedilatildeo fiacutesica escolar e dentre elas encontram-se aquelas relativas aos
professores do Ensino Fundamental (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al 2007
MEDEIROS e ALVES 2008) do Ensino Meacutedio (STEFFANI VIECELLI e GRASEL
2011) e do Ensino Superior (SERVILHA et al 1995 GRILLO e FUGOWSKI 2010)
Haacute portanto um segmento da categoria docente ainda fora do foco de atenccedilatildeo
das pesquisas fonoaudioloacutegicas os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escolas
puacuteblicas de Ensino Fundamental
Aleacutem dos problemas vocais a populaccedilatildeo em questatildeo pode tambeacutem estar
sujeita ao desenvolvimento de problemas ventilatoacuterios uma vez que se conhece a
relaccedilatildeo entre a fonaccedilatildeo e a ventilaccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006)
15
Nesse contexto a ventilaccedilatildeo estaacute relacionada agrave regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca e uma das formas de avaliaacute-la de modo natildeo invasivo em humanos eacute pela
anaacutelise da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca (VFC) termo convencionalmente
aceito para descrever as oscilaccedilotildees nos intervalos entre batimentos cardiacuteacos
consecutivos (intervalos RR) que estatildeo relacionadas agraves influecircncias do sistema
nervoso autocircnomo (SNA) sobre o noacutedulo sinusal Trata-se de uma teacutecnica natildeo
invasiva cuja anaacutelise pode ser realizada utilizando-se meacutetodos lineares no domiacutenio
do tempo e da frequecircncia e natildeo lineares no domiacutenio do caos (TASK FORCE OF
THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN
SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Os meacutetodos do domiacutenio de tempo usam teacutecnicas matematicamente simples
para mensurar a variabilidade presente nos intervalos R-R por meio de caacutelculos de
sua meacutedia e das variaccedilotildees do desvio padratildeo da frequecircncia cardiacuteaca ao longo do
tempo enquanto os meacutetodos do domiacutenio da frequecircncia utilizam a anaacutelise espectral
que permite decompor a variaccedilatildeo da frequecircncia cardiacuteaca em um determinado tempo
em seus componentes oscilatoacuterios fundamentais ou seja a seacuterie temporal eacute
decomposta em diferentes componentes de frequecircncia (GAMELIN et al 2006)
Na anaacutelise natildeo linear a abordagem da teoria do caos considera sistemas
dinacircmicos determiniacutesticos regidos por equaccedilotildees natildeo lineares e sensiacuteveis agraves
condiccedilotildees iniciais Essa forma de anaacutelise pode refletir mais adequadamente as
alteraccedilotildees na modulaccedilatildeo autonocircmica dos sistemas bioloacutegicos pois existem
evidecircncias de que os mecanismos envolvidos na regulaccedilatildeo cardiovascular
provavelmente interagem entre si de modo natildeo linear (VANDERLEI et al 2009)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos ndash iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular dos intervalos RR
16
(TINN) e plot de Poincareacute ndash os quais permitem apresentar os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e usar aproximaccedilotildees para delas derivar as medidas de VFC
(VANDERLEI et al 2009)
Mudanccedilas nos padrotildees da VFC podem ser indicadores sensiacuteveis e antecipados
de que pode haver comprometimentos na sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica A alta VFC eacute sinal de boa adaptaccedilatildeo o que caracteriza um indiviacuteduo
saudaacutevel com mecanismos autonocircmicos eficientes Inversamente a baixa VFC eacute
frequentemente um apontador de mau funcionamento fisioloacutegico no indiviacuteduo ou
seja haacute uma adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA necessitando de
investigaccedilotildees adicionais de modo a encontrar um diagnoacutestico especiacutefico (PUMPRLA
et al 2002)
Assim justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo pois satildeo escassos os trabalhos
que retratam os distuacuterbios vocais associados agraves condiccedilotildees de trabalho e a
associaccedilatildeo entre a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca e o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar
Faz-se necessaacuterio desenvolver estudos que possibilitem conhecer e identificar
especificidades do uso da voz sauacutede vocal e condiccedilotildees de organizaccedilatildeo do trabalho
do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica em escolas puacuteblicas a fim de subsidiar accedilotildees de
promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede vocal e melhor desempenho profissional
2 OBJETIVO
Verificar a associaccedilatildeo entre as condiccedilotildees de trabalho distuacuterbios vocais e a
modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
17
3 MEacuteTODO
31 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta por 46 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do
municiacutepio de Mariacutelia situado na regiatildeo centro oeste paulista e conta com 35 escolas
estaduais e 19 escolas municipais de ensino fundamental Todos os procedimentos
realizados foram aprovados pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de
Filosofia e Ciecircncias da UNESP sob os pareceres de Nordm 03542011 e Nordm 05852012
(anexos 81 e 82)
Os requisitos de inclusatildeo dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica foram os
seguintes estar em exerciacutecio e atuando em escolas de ensino fundamental da rede
municipal ou estadual Um dos criteacuterios de exclusatildeo foi estar lecionando em caraacuteter
substitutivo (professor eventual) Tambeacutem foram excluiacutedos sujeitos que relataram
distuacuterbios cardiorrespiratoacuterios
A pesquisadora realizou contato inicial com a Diretoria de Ensino e com a
Secretaria Municipal de Ensino de Mariacutelia (anexos 83 e 84) por meio do qual
obteve autorizaccedilatildeo para adentrar agraves escolas e apresentar a pesquisa agrave direccedilatildeo eou
agrave coordenaccedilatildeo pedagoacutegica Apoacutes obtenccedilatildeo da autorizaccedilatildeo a pesquisadora buscou
obter informaccedilotildees quanto ao sexo e faixa etaacuteria dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
da escola conhecer o espaccedilo destinado agraves suas atividades de ensino como sala de
aula ginaacutesios eou quadras (abertas ou fechadas cobertas ou natildeo) tipo de piso
(terra areia grama cimento madeira ou outro) piscinas ar condicionado
existecircncia de eco ou acuacutestica inadequada exposiccedilatildeo a vento sol chuva ou poeira
presenccedila de bebedouros e banheiros proacuteximos ao local das atividades Foi feito o
registro fotograacutefico das instalaccedilotildees em que ocorrem as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica
com cacircmera digital da Samsung modelo Digimax NV30 81 MP bem como o
18
levantamento da grade horaacuteria
Na mesma oportunidade a pesquisadora solicitou o agendamento de uma
reuniatildeo com os docentes de Educaccedilatildeo Fiacutesica no HTPC (Horaacuterio de Trabalho e
Planejamento Coletivo) ocasiatildeo em que se efetuou o convite agrave participaccedilatildeo
expondo os objetivos e a metodologia da pesquisa bem como a apresentaccedilatildeo do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ndash TECLE (anexo 85)
Os sujeitos receberam todas as informaccedilotildees pertinentes ao projeto aos
objetivos da pesquisa explicaccedilatildeo sobre os procedimentos que seriam utilizados
temporalidade riscos (se houvesse) resguardo da privacidade consentimento sobre
a sua participaccedilatildeo na pesquisa e o uso dos dados para fins cientiacuteficos e foram
convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido confirmando a
anuecircncia
Aqueles que aceitaram participar foram convidados a responder aos
questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale
(JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) Os professores tambeacutem participaram
da avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) e anaacutelise da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca realizados na proacutepria escola
O questionaacuterio Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) ndash anexo 86
- eacute adequado para caracterizar as condiccedilotildees de trabalho na escola e perfil vocal de
professores sendo de faacutecil compreensatildeo e preenchimento aleacutem de poder ser
utilizado em sua totalidade ou em partes conforme o interesse em avaliar questotildees
sociodemograacuteficas do ambiente e organizaccedilatildeo do trabalho docente relativas agrave voz
(sintomas sensaccedilotildees condiccedilotildees de uso da voz no trabalho) e aspectos gerais de
sauacutede haacutebitos de vida e antecedentes familiares (FERREIRA et al 2003 e 2007) As
variaacuteveis foram analisadas em duas categorias natildeo (nunca e raramente) e sim (agraves
19
vezes sempre) o caacutelculo de nuacutemero e frequecircncia de sintomas vocais foi feito
considerando-se sem sintoma (nunca e raramente) e com sintoma (agraves vezes e
sempre)
O instrumento Job Stress Scale (JSS) - anexo 87 - avalia as dimensotildees de
demanda controle e apoio no trabalho referentes agraves fontes de estresse no ambiente
psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da interaccedilatildeo dessas dimensotildees Foi
empregada a versatildeo resumida do instrumento adaptada para o portuguecircs (ALVES
et al 2004) a qual conta com 17 questotildees em trecircs dimensotildees demanda (questotildees
de a ateacute e) controle (questotildees de f ateacute k) e apoio (questotildees de l ateacute q) O caacutelculo
dos escores de cada dimensatildeo foi obtido pela somatoacuteria da pontuaccedilatildeo de cada
escore sendo demanda de 5 a 20 pontos (maior demanda pior situaccedilatildeo) controle
de 6 a 24 pontos (maior controle melhor situaccedilatildeo) e apoio de 6 a 24 pontos (maior
apoio melhor situaccedilatildeo) Este instrumento fora empregado em estudo com
professores de escolas municipais de Satildeo Paulo (GIANNINI 2010) que evidenciou
associaccedilatildeo estatiacutestica entre distuacuterbio de voz e a categoria de alto desgaste da
interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho
O questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) - anexo 88 - eacute um
instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e adequado para
quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo vocal Possui 30
questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional (questotildees
135681112161922) orgacircnico (241013141718202126) e emocional
(791523242527282930) O caacutelculo do escore eacute feito por somatoacuteria de todas as
questotildees ou das questotildees de cada domiacutenio de maneira que o escore geral varia de
0 a 120 pontos e o de cada domiacutenio de 0 a 40 sendo que quanto maior a
pontuaccedilatildeo mais intensa eacute a desvantagem vocal percebida Foi utilizada a versatildeo
20
brasileira validada por Behlau Santos e Oliveira (2011) Os escores para vozes
saudaacuteveis e disfocircnicas respectivamente satildeo escore total 35 e 474 emocional 07
e 131 funcional 17 e 126 orgacircnico 11 e 217 (BEHLAU et al 2009)
A prevalecircncia de alteraccedilotildees vocais foi obtida a partir da avaliaccedilatildeo vocal
fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva vocal) A gravaccedilatildeo foi realizada na
proacutepria escola em uma sala silenciosa sendo a captaccedilatildeo realizada por meio de
gravador Marantz modelo PMD660 e microfone de cabeccedila SENNHEISER modelo
E855 posicionado em um acircngulo de 45ordm a 90ordm da boca mantendo-se distacircncia em
torno de 5 cm (BEHLAU 2001) Na gravaccedilatildeo foram solicitadas trecircs emissotildees da
vogal sustentada ldquoardquo tanto para a anaacutelise perceptivo-auditiva quanto para a
mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
A mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) eacute amplamente descrita na
literatura cientiacutefica e tem apresentado grande ecircxito no que diz respeito agrave detecccedilatildeo
de alteraccedilotildees em niacutevel gloacutetico e respiratoacuterio Suas medidas de normalidade giram
em torno de 16 a 18 segundos Para falantes do portuguecircs do Brasil (experiecircncia
com falantes da cidade de Satildeo Paulo) considera-se uma meacutedia de 20 segundos
para os homens e 14 segundos para as mulheres (PINHO 2003)
A anaacutelise perceptivo-auditiva foi feita por 3 fonoaudioacutelogas experientes na aacuterea
de voz e com anaacutelise de confiabilidade dos julgamentos 10 vozes do total das 46
foram sorteadas e reinseridas na amostra totalizando 56 vozes para a anaacutelise
perceptivo-auditiva A avaliaccedilatildeo se valeu do instrumento escala numeacuterica GRBASI
em que G = grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R = rugosidade B = soprosidade A =
astenia S = tensatildeo e I = instabilidade Apoacutes a escuta de cada voz cada
fonoaudioacuteloga anotou no protocolo um valor de 0 a 3 (grau 0 ndash ausente grau 1 ndash
21
discreto grau 2 ndash moderado e grau 3 ndash intenso) para cada item referente agrave escala
GRBASI (HIRANO 1981 BEHLAU 2001)
Para anaacutelise dos iacutendices de variabilidade da frequumlecircncia cardiacuteaca foi utilizado o
cardiofrequenciacutemetro (Polar RS800CX) que conteacutem um computador de treino
(semelhante a um reloacutegio) que exibe e grava a frequecircncia cardiacuteaca e uma tira
elaacutestica onde eacute conectado o transmissor que envia o sinal da frequecircncia cardiacuteaca
para o aparelho em questatildeo
Os professores foram orientados a ter uma boa noite de sono evitar atividade
fiacutesica antes da avaliaccedilatildeo natildeo ingerir cafeacute ou bebidas que estimulassem a frequecircncia
cardiacuteaca A pesquisadora pediu que durante a avaliaccedilatildeo o professor ficasse em
repouso sem fechar os olhos falar ou cruzar as pernas a fim de evitar alguma
interferecircncia
32 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES LINEARES DE VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA
CARDIacuteACA
Foi registrado batimento a batimento durante todo o protocolo experimental
que teve duraccedilatildeo de 10 minutos com uma taxa de amostragem de 1000 Hz Do
periacuteodo de maior estabilidade do sinal foi selecionado um intervalo de cinco
minutos e somente as seacuteries com mais de 256 intervalos RR foram utilizadas para
anaacutelise (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) Nessas seacuteries foram realizadas filtragens digital e manual para eliminaccedilatildeo de
batimentos ectoacutepicos prematuros e artefatos e somente aquelas com mais de 95
de batimentos sinusais foram incluiacutedas no estudo (VANDERLEI et al 2009)
22
Para anaacutelise da VFC no domiacutenio da frequecircncia utilizamos os componentes
espectrais de baixa frequecircncia (LF 004-015 Hz) e alta frequecircncia (HF 015-040
Hz) em ms2 e unidades normalizadas A anaacutelise espectral foi calculada usando o
algoritmo da Transformada Raacutepida de Fourier
Jaacute a anaacutelise no domiacutenio do tempo foi realizada por meio dos iacutendices SDNN
(desvio-padratildeo da meacutedia dos intervalos RR normais) RMSSD (raiz quadrada da
meacutedia do quadrado das diferenccedilas entre os intervalos RR normais adjacentes)
NN50 (nuacutemero dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de duraccedilatildeo maior que
50ms) e pNN50 (porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de
duraccedilatildeo maior que 50ms)
33 ANAacuteLISE FRACTAL DA VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Para anaacutelise das propriedades fractais da frequecircncia cardiacuteaca o meacutetodo DFA
foi aplicado agrave seacuterie temporal dos intervalos RR O procedimento para o caacutelculo do
DFA foi composto das seguintes etapas
Inicialmente a seacuterie RR obtida experimentalmente eacute integrada usando-se a
expressatildeo
k
i
aveRRiRRkY1
])([)(
Em que Y(k) eacute o k-eacutesimo termo da seacuterie integrada (k = 1 2 N) RR(i) eacute o i-
eacutesimo valor dos intervalos RR e RRave eacute a meacutedia dos intervalos RR da seacuterie
original de comprimento N ou seja
N
i
iRRN
RRave1
)(1
23
Em seguida a seacuterie temporal integrada eacute dividida em intervalos de
comprimento igual a n com n = 1 2 N Em cada um desses intervalos eacute
calculada a tendecircncia local da seacuterie por uma reta de miacutenimos quadrados ajustada
aos dados Denotamos a coordenada y dessa reta por Yn(k) Em seguida
destendenciamos a seacuterie integrada Y(k) subtraindo a tendecircncia local Yn(k) em
cada intervalo Para um dado intervalo de tamanho n o tamanho caracteriacutestico da
flutuaccedilatildeo para a seacuterie integrada e destendenciada eacute calculado por
N
KkYnkYNnF
1
2)]()([1)(
Esse procedimento foi repetido para todos os intervalos de tamanho n
obtendo-se uma relaccedilatildeo entre a meacutedia das flutuaccedilotildees F(n) e o tamanho dos
intervalos n Se essa relaccedilatildeo for linear em um graacutefico log-log isso indica a existecircncia
de uma lei exponencial em escala de acordo com a foacutermula
nnF )( em que
α eacute o expoente de escala que pode ser calculado por regressatildeo linear em um
graacutefico log-log Foram calculados o expoentes fractais de curto prazo (alfa-1)
correspondente ao periacuteodo de 4 a 11 batimentos o expoente de longo prazo (alfa-2)
que corresponde a periacuteodos longos acima de 11 batimentos e a relaccedilatildeo entre eles
(alfa-1alfa-2)
34 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES GEOMEacuteTRICOS DE VARIABILIDADE DA
FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Foram analisados os seguintes iacutendices geomeacutetricos RRtri TINN e plot de
Poincareacute (SD1 SD2 relaccedilatildeo SD1SD2)
24
O RRtri foi calculado a partir da construccedilatildeo do histograma de densidade dos
intervalos RR normais e obtido pela divisatildeo da integral do histograma (isto eacute o
nuacutemero total de intervalos RR) pelo maacuteximo da distribuiccedilatildeo de densidade (frequecircncia
modal dos intervalos RR) mensurado em uma escala discreta com caixas de 78125
ms (1128 segundos) (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF
CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND
ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
O TINN consiste na largura da linha de base da distribuiccedilatildeo medida como a
base de um triacircngulo aproximando a distribuiccedilatildeo de todos os intervalos RR sendo
que a diferenccedila dos miacutenimos quadrados foi utilizada para determinaccedilatildeo do triacircngulo
(TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE
NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Para a construccedilatildeo do plot de Poincareacute cada intervalo RR foi representado em
funccedilatildeo do intervalo anterior (proacuteximo intervalo) e para a anaacutelise quantitativa do plot
de Poincareacute foram calculados os seguintes iacutendices SD1 (desvio-padratildeo da
variabilidade instantacircnea batimento a batimento) SD2 (desvio-padratildeo em longo
prazo dos intervalos R-R contiacutenuos) e a relaccedilatildeo SD1SD2
A anaacutelise qualitativa (visual) do plot de Poincareacute foi feita por meio da anaacutelise
das figuras formadas pelo atrator do plot as quais foram descritas
1) Figura na qual um aumento na dispersatildeo dos intervalos RR batimento
a batimento eacute observado com aumento nos intervalos RR caracteriacutestica de um plot
normal
2) Figura com pequena dispersatildeo global batimento a batimento e sem
aumento da dispersatildeo dos intervalos RR em longo prazo
25
35 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Inicialmente foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de
Shapiro-Wilk Para realizar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foi aplicado o teste de
correlaccedilatildeo de Pearson para distribuiccedilotildees parameacutetricas enquanto para distribuiccedilotildees
natildeo-parameacutetricas foi aplicado o teste de correlaccedilatildeo de Spearman Valores de
correlaccedilatildeo forte foram considerados para r gt 05 correlaccedilatildeo moderada foi
considerada para valores de r entre 03 e 049 (03 gt r gt 049) e correlaccedilatildeo fraca
para valores de r lt 03 Diferenccedilas nesses testes foram consideradas
estatisticamente significantes quando o valor de p foi menor que 005 O programa
estatiacutestico utilizado foi o Software GraphPad StatMate version 200 for Windows
GraphPad Software San Diego California USA
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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YAMASAKI R LEAtildeO SHS MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R
Anaacutelise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas Escala analoacutegica visual
Rev SBFa 2007 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
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YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomasPaacuteg 27
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocaisPaacuteg 30
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vidaPaacuteg 31
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e ambiente escolarPaacuteg 32
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e organizaccedilatildeo do trabalhoPaacuteg 34
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) dos sujeitos em cada subescala do protocoloPaacuteg 36
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)Paacuteg 37
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) somatoacuteria das respostas dos sujeitosPaacuteg 37
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes a cada domiacutenio do Job Stress Scale (JSS)Paacuteg 38
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASIPaacuteg 40
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 41
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 41
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 42
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o Tempo Maacuteximo de Fonaccedilatildeo (TMF) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 42
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 43
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 43
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 44
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 44
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 45
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 45
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 46
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 46
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo13
2 Objetivo16
3 Meacutetodo17
31 Populaccedilatildeo do Estudo17
32 Anaacutelise dos iacutendices lineares de variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca21
33 Anaacutelise fractal da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca22
34 Anaacutelise dos iacutendices geomeacutetricos de variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca23
35 Anaacutelise Estatiacutestica25
4 Resultados26
5 Discussatildeo47
6 Conclusatildeo59
7 Referecircncias60
8 Anexos67
81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)67
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)69
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia71
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia72
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)73
86 Questionaacuterio - Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)75
87 Questionaacuterio - Job Stress Scale (JSS)helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip81
88 Questionaacuterio - Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)82
89 Aceite do artigo83
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O distuacuterbio vocal na populaccedilatildeo docente em especial na populaccedilatildeo de
professores de educaccedilatildeo fiacutesica daacute-se por um montante de fatores que necessitam
de um delineamento cuidadoso para a elaboraccedilatildeo de estrateacutegias de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo da sauacutede vocal
Em sua atividade laboral eacute importante que o professor de educaccedilatildeo fiacutesica
transmita vitalidade energia vigor dinamismo e sauacutede Sabe-se ainda que a voz de
comando influencia na disciplina do aluno eleva seu niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor (PEDROZA
PRADO e MACEDO 2010)
Em contra partida a voz usada de maneira inadequada ou com alteraccedilotildees
pode transmitir uma psicodinacircmica negativa gerar desconfortos sofrimentos mal-
estar e problemas com a satisfaccedilatildeo e colocaccedilatildeo profissional (SIMOtildeES 2000)
A voz do professor vem sendo objeto priorizado nas pesquisas
fonoaudioloacutegicas brasileiras nos uacuteltimos anos sendo em maior nuacutemero quando
comparadas agravequelas voltadas aos trabalhadores de outras categorias profissionais
(SIMOtildeES 2005 DRAGONE e BEHLAU 2006 DRAGONE et al 2008)
No periacuteodo entre os anos de 1994 a 2008 uma revisatildeo das publicaccedilotildees
fonoaudioloacutegicas brasileiras referentes agrave voz do professor (DRAGONE et al 2010)
contabilizou 500 publicaccedilotildees sendo 83 referentes agraves categorias de avaliaccedilatildeo e
dentre essas 86 avaliou os participantes eou as condiccedilotildees de trabalho Apenas
14 volta-se para os efeitos de programas de intervenccedilatildeo
Quanto ao meacutetodo da pesquisa nota-se que a perspectiva dos proacuteprios
professores foi a mais utilizada (525) seguida por anaacutelises perceptivo-auditivas e
14
acuacutesticas (152) e avaliaccedilatildeo do ambiente e da organizaccedilatildeo do trabalho (apenas
149)
Em estudos amplos acerca das relaccedilotildees entre sauacutede e trabalho docente
(JARDIM BARRETO e ASSUNCcedilAtildeO 2007 GIANNINI 2010) observa-se que os
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica geralmente satildeo excluiacutedos por apresentarem uma
demanda maior e diferenciada do uso vocal em relaccedilatildeo aos professores de outras
disciplinas bem como por suas aulas apresentarem caracteriacutesticas de ensino
bastante diferenciadas das atividades docentes tradicionais
Cabe destacar que um levantamento acerca da produccedilatildeo fonoaudioloacutegica em
voz do professor entre 2005 e 2007 (DRAGONE et al 2008) evidenciou que
estudos especiacuteficos com professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica correspondem a somente
14 das produccedilotildees na aacuterea
Outro aspecto merece destaque a maioria das pesquisas fonoaudioloacutegicas
envolvendo profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica estaacute voltada ao professor que atua em
ambiente de academia particular Haacute poucas pesquisas com professores de
educaccedilatildeo fiacutesica escolar e dentre elas encontram-se aquelas relativas aos
professores do Ensino Fundamental (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al 2007
MEDEIROS e ALVES 2008) do Ensino Meacutedio (STEFFANI VIECELLI e GRASEL
2011) e do Ensino Superior (SERVILHA et al 1995 GRILLO e FUGOWSKI 2010)
Haacute portanto um segmento da categoria docente ainda fora do foco de atenccedilatildeo
das pesquisas fonoaudioloacutegicas os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escolas
puacuteblicas de Ensino Fundamental
Aleacutem dos problemas vocais a populaccedilatildeo em questatildeo pode tambeacutem estar
sujeita ao desenvolvimento de problemas ventilatoacuterios uma vez que se conhece a
relaccedilatildeo entre a fonaccedilatildeo e a ventilaccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006)
15
Nesse contexto a ventilaccedilatildeo estaacute relacionada agrave regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca e uma das formas de avaliaacute-la de modo natildeo invasivo em humanos eacute pela
anaacutelise da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca (VFC) termo convencionalmente
aceito para descrever as oscilaccedilotildees nos intervalos entre batimentos cardiacuteacos
consecutivos (intervalos RR) que estatildeo relacionadas agraves influecircncias do sistema
nervoso autocircnomo (SNA) sobre o noacutedulo sinusal Trata-se de uma teacutecnica natildeo
invasiva cuja anaacutelise pode ser realizada utilizando-se meacutetodos lineares no domiacutenio
do tempo e da frequecircncia e natildeo lineares no domiacutenio do caos (TASK FORCE OF
THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN
SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Os meacutetodos do domiacutenio de tempo usam teacutecnicas matematicamente simples
para mensurar a variabilidade presente nos intervalos R-R por meio de caacutelculos de
sua meacutedia e das variaccedilotildees do desvio padratildeo da frequecircncia cardiacuteaca ao longo do
tempo enquanto os meacutetodos do domiacutenio da frequecircncia utilizam a anaacutelise espectral
que permite decompor a variaccedilatildeo da frequecircncia cardiacuteaca em um determinado tempo
em seus componentes oscilatoacuterios fundamentais ou seja a seacuterie temporal eacute
decomposta em diferentes componentes de frequecircncia (GAMELIN et al 2006)
Na anaacutelise natildeo linear a abordagem da teoria do caos considera sistemas
dinacircmicos determiniacutesticos regidos por equaccedilotildees natildeo lineares e sensiacuteveis agraves
condiccedilotildees iniciais Essa forma de anaacutelise pode refletir mais adequadamente as
alteraccedilotildees na modulaccedilatildeo autonocircmica dos sistemas bioloacutegicos pois existem
evidecircncias de que os mecanismos envolvidos na regulaccedilatildeo cardiovascular
provavelmente interagem entre si de modo natildeo linear (VANDERLEI et al 2009)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos ndash iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular dos intervalos RR
16
(TINN) e plot de Poincareacute ndash os quais permitem apresentar os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e usar aproximaccedilotildees para delas derivar as medidas de VFC
(VANDERLEI et al 2009)
Mudanccedilas nos padrotildees da VFC podem ser indicadores sensiacuteveis e antecipados
de que pode haver comprometimentos na sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica A alta VFC eacute sinal de boa adaptaccedilatildeo o que caracteriza um indiviacuteduo
saudaacutevel com mecanismos autonocircmicos eficientes Inversamente a baixa VFC eacute
frequentemente um apontador de mau funcionamento fisioloacutegico no indiviacuteduo ou
seja haacute uma adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA necessitando de
investigaccedilotildees adicionais de modo a encontrar um diagnoacutestico especiacutefico (PUMPRLA
et al 2002)
Assim justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo pois satildeo escassos os trabalhos
que retratam os distuacuterbios vocais associados agraves condiccedilotildees de trabalho e a
associaccedilatildeo entre a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca e o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar
Faz-se necessaacuterio desenvolver estudos que possibilitem conhecer e identificar
especificidades do uso da voz sauacutede vocal e condiccedilotildees de organizaccedilatildeo do trabalho
do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica em escolas puacuteblicas a fim de subsidiar accedilotildees de
promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede vocal e melhor desempenho profissional
2 OBJETIVO
Verificar a associaccedilatildeo entre as condiccedilotildees de trabalho distuacuterbios vocais e a
modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
17
3 MEacuteTODO
31 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta por 46 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do
municiacutepio de Mariacutelia situado na regiatildeo centro oeste paulista e conta com 35 escolas
estaduais e 19 escolas municipais de ensino fundamental Todos os procedimentos
realizados foram aprovados pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de
Filosofia e Ciecircncias da UNESP sob os pareceres de Nordm 03542011 e Nordm 05852012
(anexos 81 e 82)
Os requisitos de inclusatildeo dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica foram os
seguintes estar em exerciacutecio e atuando em escolas de ensino fundamental da rede
municipal ou estadual Um dos criteacuterios de exclusatildeo foi estar lecionando em caraacuteter
substitutivo (professor eventual) Tambeacutem foram excluiacutedos sujeitos que relataram
distuacuterbios cardiorrespiratoacuterios
A pesquisadora realizou contato inicial com a Diretoria de Ensino e com a
Secretaria Municipal de Ensino de Mariacutelia (anexos 83 e 84) por meio do qual
obteve autorizaccedilatildeo para adentrar agraves escolas e apresentar a pesquisa agrave direccedilatildeo eou
agrave coordenaccedilatildeo pedagoacutegica Apoacutes obtenccedilatildeo da autorizaccedilatildeo a pesquisadora buscou
obter informaccedilotildees quanto ao sexo e faixa etaacuteria dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
da escola conhecer o espaccedilo destinado agraves suas atividades de ensino como sala de
aula ginaacutesios eou quadras (abertas ou fechadas cobertas ou natildeo) tipo de piso
(terra areia grama cimento madeira ou outro) piscinas ar condicionado
existecircncia de eco ou acuacutestica inadequada exposiccedilatildeo a vento sol chuva ou poeira
presenccedila de bebedouros e banheiros proacuteximos ao local das atividades Foi feito o
registro fotograacutefico das instalaccedilotildees em que ocorrem as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica
com cacircmera digital da Samsung modelo Digimax NV30 81 MP bem como o
18
levantamento da grade horaacuteria
Na mesma oportunidade a pesquisadora solicitou o agendamento de uma
reuniatildeo com os docentes de Educaccedilatildeo Fiacutesica no HTPC (Horaacuterio de Trabalho e
Planejamento Coletivo) ocasiatildeo em que se efetuou o convite agrave participaccedilatildeo
expondo os objetivos e a metodologia da pesquisa bem como a apresentaccedilatildeo do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ndash TECLE (anexo 85)
Os sujeitos receberam todas as informaccedilotildees pertinentes ao projeto aos
objetivos da pesquisa explicaccedilatildeo sobre os procedimentos que seriam utilizados
temporalidade riscos (se houvesse) resguardo da privacidade consentimento sobre
a sua participaccedilatildeo na pesquisa e o uso dos dados para fins cientiacuteficos e foram
convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido confirmando a
anuecircncia
Aqueles que aceitaram participar foram convidados a responder aos
questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale
(JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) Os professores tambeacutem participaram
da avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) e anaacutelise da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca realizados na proacutepria escola
O questionaacuterio Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) ndash anexo 86
- eacute adequado para caracterizar as condiccedilotildees de trabalho na escola e perfil vocal de
professores sendo de faacutecil compreensatildeo e preenchimento aleacutem de poder ser
utilizado em sua totalidade ou em partes conforme o interesse em avaliar questotildees
sociodemograacuteficas do ambiente e organizaccedilatildeo do trabalho docente relativas agrave voz
(sintomas sensaccedilotildees condiccedilotildees de uso da voz no trabalho) e aspectos gerais de
sauacutede haacutebitos de vida e antecedentes familiares (FERREIRA et al 2003 e 2007) As
variaacuteveis foram analisadas em duas categorias natildeo (nunca e raramente) e sim (agraves
19
vezes sempre) o caacutelculo de nuacutemero e frequecircncia de sintomas vocais foi feito
considerando-se sem sintoma (nunca e raramente) e com sintoma (agraves vezes e
sempre)
O instrumento Job Stress Scale (JSS) - anexo 87 - avalia as dimensotildees de
demanda controle e apoio no trabalho referentes agraves fontes de estresse no ambiente
psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da interaccedilatildeo dessas dimensotildees Foi
empregada a versatildeo resumida do instrumento adaptada para o portuguecircs (ALVES
et al 2004) a qual conta com 17 questotildees em trecircs dimensotildees demanda (questotildees
de a ateacute e) controle (questotildees de f ateacute k) e apoio (questotildees de l ateacute q) O caacutelculo
dos escores de cada dimensatildeo foi obtido pela somatoacuteria da pontuaccedilatildeo de cada
escore sendo demanda de 5 a 20 pontos (maior demanda pior situaccedilatildeo) controle
de 6 a 24 pontos (maior controle melhor situaccedilatildeo) e apoio de 6 a 24 pontos (maior
apoio melhor situaccedilatildeo) Este instrumento fora empregado em estudo com
professores de escolas municipais de Satildeo Paulo (GIANNINI 2010) que evidenciou
associaccedilatildeo estatiacutestica entre distuacuterbio de voz e a categoria de alto desgaste da
interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho
O questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) - anexo 88 - eacute um
instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e adequado para
quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo vocal Possui 30
questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional (questotildees
135681112161922) orgacircnico (241013141718202126) e emocional
(791523242527282930) O caacutelculo do escore eacute feito por somatoacuteria de todas as
questotildees ou das questotildees de cada domiacutenio de maneira que o escore geral varia de
0 a 120 pontos e o de cada domiacutenio de 0 a 40 sendo que quanto maior a
pontuaccedilatildeo mais intensa eacute a desvantagem vocal percebida Foi utilizada a versatildeo
20
brasileira validada por Behlau Santos e Oliveira (2011) Os escores para vozes
saudaacuteveis e disfocircnicas respectivamente satildeo escore total 35 e 474 emocional 07
e 131 funcional 17 e 126 orgacircnico 11 e 217 (BEHLAU et al 2009)
A prevalecircncia de alteraccedilotildees vocais foi obtida a partir da avaliaccedilatildeo vocal
fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva vocal) A gravaccedilatildeo foi realizada na
proacutepria escola em uma sala silenciosa sendo a captaccedilatildeo realizada por meio de
gravador Marantz modelo PMD660 e microfone de cabeccedila SENNHEISER modelo
E855 posicionado em um acircngulo de 45ordm a 90ordm da boca mantendo-se distacircncia em
torno de 5 cm (BEHLAU 2001) Na gravaccedilatildeo foram solicitadas trecircs emissotildees da
vogal sustentada ldquoardquo tanto para a anaacutelise perceptivo-auditiva quanto para a
mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
A mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) eacute amplamente descrita na
literatura cientiacutefica e tem apresentado grande ecircxito no que diz respeito agrave detecccedilatildeo
de alteraccedilotildees em niacutevel gloacutetico e respiratoacuterio Suas medidas de normalidade giram
em torno de 16 a 18 segundos Para falantes do portuguecircs do Brasil (experiecircncia
com falantes da cidade de Satildeo Paulo) considera-se uma meacutedia de 20 segundos
para os homens e 14 segundos para as mulheres (PINHO 2003)
A anaacutelise perceptivo-auditiva foi feita por 3 fonoaudioacutelogas experientes na aacuterea
de voz e com anaacutelise de confiabilidade dos julgamentos 10 vozes do total das 46
foram sorteadas e reinseridas na amostra totalizando 56 vozes para a anaacutelise
perceptivo-auditiva A avaliaccedilatildeo se valeu do instrumento escala numeacuterica GRBASI
em que G = grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R = rugosidade B = soprosidade A =
astenia S = tensatildeo e I = instabilidade Apoacutes a escuta de cada voz cada
fonoaudioacuteloga anotou no protocolo um valor de 0 a 3 (grau 0 ndash ausente grau 1 ndash
21
discreto grau 2 ndash moderado e grau 3 ndash intenso) para cada item referente agrave escala
GRBASI (HIRANO 1981 BEHLAU 2001)
Para anaacutelise dos iacutendices de variabilidade da frequumlecircncia cardiacuteaca foi utilizado o
cardiofrequenciacutemetro (Polar RS800CX) que conteacutem um computador de treino
(semelhante a um reloacutegio) que exibe e grava a frequecircncia cardiacuteaca e uma tira
elaacutestica onde eacute conectado o transmissor que envia o sinal da frequecircncia cardiacuteaca
para o aparelho em questatildeo
Os professores foram orientados a ter uma boa noite de sono evitar atividade
fiacutesica antes da avaliaccedilatildeo natildeo ingerir cafeacute ou bebidas que estimulassem a frequecircncia
cardiacuteaca A pesquisadora pediu que durante a avaliaccedilatildeo o professor ficasse em
repouso sem fechar os olhos falar ou cruzar as pernas a fim de evitar alguma
interferecircncia
32 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES LINEARES DE VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA
CARDIacuteACA
Foi registrado batimento a batimento durante todo o protocolo experimental
que teve duraccedilatildeo de 10 minutos com uma taxa de amostragem de 1000 Hz Do
periacuteodo de maior estabilidade do sinal foi selecionado um intervalo de cinco
minutos e somente as seacuteries com mais de 256 intervalos RR foram utilizadas para
anaacutelise (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) Nessas seacuteries foram realizadas filtragens digital e manual para eliminaccedilatildeo de
batimentos ectoacutepicos prematuros e artefatos e somente aquelas com mais de 95
de batimentos sinusais foram incluiacutedas no estudo (VANDERLEI et al 2009)
22
Para anaacutelise da VFC no domiacutenio da frequecircncia utilizamos os componentes
espectrais de baixa frequecircncia (LF 004-015 Hz) e alta frequecircncia (HF 015-040
Hz) em ms2 e unidades normalizadas A anaacutelise espectral foi calculada usando o
algoritmo da Transformada Raacutepida de Fourier
Jaacute a anaacutelise no domiacutenio do tempo foi realizada por meio dos iacutendices SDNN
(desvio-padratildeo da meacutedia dos intervalos RR normais) RMSSD (raiz quadrada da
meacutedia do quadrado das diferenccedilas entre os intervalos RR normais adjacentes)
NN50 (nuacutemero dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de duraccedilatildeo maior que
50ms) e pNN50 (porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de
duraccedilatildeo maior que 50ms)
33 ANAacuteLISE FRACTAL DA VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Para anaacutelise das propriedades fractais da frequecircncia cardiacuteaca o meacutetodo DFA
foi aplicado agrave seacuterie temporal dos intervalos RR O procedimento para o caacutelculo do
DFA foi composto das seguintes etapas
Inicialmente a seacuterie RR obtida experimentalmente eacute integrada usando-se a
expressatildeo
k
i
aveRRiRRkY1
])([)(
Em que Y(k) eacute o k-eacutesimo termo da seacuterie integrada (k = 1 2 N) RR(i) eacute o i-
eacutesimo valor dos intervalos RR e RRave eacute a meacutedia dos intervalos RR da seacuterie
original de comprimento N ou seja
N
i
iRRN
RRave1
)(1
23
Em seguida a seacuterie temporal integrada eacute dividida em intervalos de
comprimento igual a n com n = 1 2 N Em cada um desses intervalos eacute
calculada a tendecircncia local da seacuterie por uma reta de miacutenimos quadrados ajustada
aos dados Denotamos a coordenada y dessa reta por Yn(k) Em seguida
destendenciamos a seacuterie integrada Y(k) subtraindo a tendecircncia local Yn(k) em
cada intervalo Para um dado intervalo de tamanho n o tamanho caracteriacutestico da
flutuaccedilatildeo para a seacuterie integrada e destendenciada eacute calculado por
N
KkYnkYNnF
1
2)]()([1)(
Esse procedimento foi repetido para todos os intervalos de tamanho n
obtendo-se uma relaccedilatildeo entre a meacutedia das flutuaccedilotildees F(n) e o tamanho dos
intervalos n Se essa relaccedilatildeo for linear em um graacutefico log-log isso indica a existecircncia
de uma lei exponencial em escala de acordo com a foacutermula
nnF )( em que
α eacute o expoente de escala que pode ser calculado por regressatildeo linear em um
graacutefico log-log Foram calculados o expoentes fractais de curto prazo (alfa-1)
correspondente ao periacuteodo de 4 a 11 batimentos o expoente de longo prazo (alfa-2)
que corresponde a periacuteodos longos acima de 11 batimentos e a relaccedilatildeo entre eles
(alfa-1alfa-2)
34 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES GEOMEacuteTRICOS DE VARIABILIDADE DA
FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Foram analisados os seguintes iacutendices geomeacutetricos RRtri TINN e plot de
Poincareacute (SD1 SD2 relaccedilatildeo SD1SD2)
24
O RRtri foi calculado a partir da construccedilatildeo do histograma de densidade dos
intervalos RR normais e obtido pela divisatildeo da integral do histograma (isto eacute o
nuacutemero total de intervalos RR) pelo maacuteximo da distribuiccedilatildeo de densidade (frequecircncia
modal dos intervalos RR) mensurado em uma escala discreta com caixas de 78125
ms (1128 segundos) (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF
CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND
ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
O TINN consiste na largura da linha de base da distribuiccedilatildeo medida como a
base de um triacircngulo aproximando a distribuiccedilatildeo de todos os intervalos RR sendo
que a diferenccedila dos miacutenimos quadrados foi utilizada para determinaccedilatildeo do triacircngulo
(TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE
NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Para a construccedilatildeo do plot de Poincareacute cada intervalo RR foi representado em
funccedilatildeo do intervalo anterior (proacuteximo intervalo) e para a anaacutelise quantitativa do plot
de Poincareacute foram calculados os seguintes iacutendices SD1 (desvio-padratildeo da
variabilidade instantacircnea batimento a batimento) SD2 (desvio-padratildeo em longo
prazo dos intervalos R-R contiacutenuos) e a relaccedilatildeo SD1SD2
A anaacutelise qualitativa (visual) do plot de Poincareacute foi feita por meio da anaacutelise
das figuras formadas pelo atrator do plot as quais foram descritas
1) Figura na qual um aumento na dispersatildeo dos intervalos RR batimento
a batimento eacute observado com aumento nos intervalos RR caracteriacutestica de um plot
normal
2) Figura com pequena dispersatildeo global batimento a batimento e sem
aumento da dispersatildeo dos intervalos RR em longo prazo
25
35 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Inicialmente foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de
Shapiro-Wilk Para realizar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foi aplicado o teste de
correlaccedilatildeo de Pearson para distribuiccedilotildees parameacutetricas enquanto para distribuiccedilotildees
natildeo-parameacutetricas foi aplicado o teste de correlaccedilatildeo de Spearman Valores de
correlaccedilatildeo forte foram considerados para r gt 05 correlaccedilatildeo moderada foi
considerada para valores de r entre 03 e 049 (03 gt r gt 049) e correlaccedilatildeo fraca
para valores de r lt 03 Diferenccedilas nesses testes foram consideradas
estatisticamente significantes quando o valor de p foi menor que 005 O programa
estatiacutestico utilizado foi o Software GraphPad StatMate version 200 for Windows
GraphPad Software San Diego California USA
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
REFEREcircNCIAS
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 44
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 44
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 45
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 45
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 46
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do Job Strees Scale (JSS) e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteacaPaacuteg 46
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo13
2 Objetivo16
3 Meacutetodo17
31 Populaccedilatildeo do Estudo17
32 Anaacutelise dos iacutendices lineares de variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca21
33 Anaacutelise fractal da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca22
34 Anaacutelise dos iacutendices geomeacutetricos de variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca23
35 Anaacutelise Estatiacutestica25
4 Resultados26
5 Discussatildeo47
6 Conclusatildeo59
7 Referecircncias60
8 Anexos67
81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)67
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)69
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia71
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia72
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)73
86 Questionaacuterio - Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)75
87 Questionaacuterio - Job Stress Scale (JSS)helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip81
88 Questionaacuterio - Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)82
89 Aceite do artigo83
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O distuacuterbio vocal na populaccedilatildeo docente em especial na populaccedilatildeo de
professores de educaccedilatildeo fiacutesica daacute-se por um montante de fatores que necessitam
de um delineamento cuidadoso para a elaboraccedilatildeo de estrateacutegias de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo da sauacutede vocal
Em sua atividade laboral eacute importante que o professor de educaccedilatildeo fiacutesica
transmita vitalidade energia vigor dinamismo e sauacutede Sabe-se ainda que a voz de
comando influencia na disciplina do aluno eleva seu niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor (PEDROZA
PRADO e MACEDO 2010)
Em contra partida a voz usada de maneira inadequada ou com alteraccedilotildees
pode transmitir uma psicodinacircmica negativa gerar desconfortos sofrimentos mal-
estar e problemas com a satisfaccedilatildeo e colocaccedilatildeo profissional (SIMOtildeES 2000)
A voz do professor vem sendo objeto priorizado nas pesquisas
fonoaudioloacutegicas brasileiras nos uacuteltimos anos sendo em maior nuacutemero quando
comparadas agravequelas voltadas aos trabalhadores de outras categorias profissionais
(SIMOtildeES 2005 DRAGONE e BEHLAU 2006 DRAGONE et al 2008)
No periacuteodo entre os anos de 1994 a 2008 uma revisatildeo das publicaccedilotildees
fonoaudioloacutegicas brasileiras referentes agrave voz do professor (DRAGONE et al 2010)
contabilizou 500 publicaccedilotildees sendo 83 referentes agraves categorias de avaliaccedilatildeo e
dentre essas 86 avaliou os participantes eou as condiccedilotildees de trabalho Apenas
14 volta-se para os efeitos de programas de intervenccedilatildeo
Quanto ao meacutetodo da pesquisa nota-se que a perspectiva dos proacuteprios
professores foi a mais utilizada (525) seguida por anaacutelises perceptivo-auditivas e
14
acuacutesticas (152) e avaliaccedilatildeo do ambiente e da organizaccedilatildeo do trabalho (apenas
149)
Em estudos amplos acerca das relaccedilotildees entre sauacutede e trabalho docente
(JARDIM BARRETO e ASSUNCcedilAtildeO 2007 GIANNINI 2010) observa-se que os
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica geralmente satildeo excluiacutedos por apresentarem uma
demanda maior e diferenciada do uso vocal em relaccedilatildeo aos professores de outras
disciplinas bem como por suas aulas apresentarem caracteriacutesticas de ensino
bastante diferenciadas das atividades docentes tradicionais
Cabe destacar que um levantamento acerca da produccedilatildeo fonoaudioloacutegica em
voz do professor entre 2005 e 2007 (DRAGONE et al 2008) evidenciou que
estudos especiacuteficos com professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica correspondem a somente
14 das produccedilotildees na aacuterea
Outro aspecto merece destaque a maioria das pesquisas fonoaudioloacutegicas
envolvendo profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica estaacute voltada ao professor que atua em
ambiente de academia particular Haacute poucas pesquisas com professores de
educaccedilatildeo fiacutesica escolar e dentre elas encontram-se aquelas relativas aos
professores do Ensino Fundamental (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al 2007
MEDEIROS e ALVES 2008) do Ensino Meacutedio (STEFFANI VIECELLI e GRASEL
2011) e do Ensino Superior (SERVILHA et al 1995 GRILLO e FUGOWSKI 2010)
Haacute portanto um segmento da categoria docente ainda fora do foco de atenccedilatildeo
das pesquisas fonoaudioloacutegicas os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escolas
puacuteblicas de Ensino Fundamental
Aleacutem dos problemas vocais a populaccedilatildeo em questatildeo pode tambeacutem estar
sujeita ao desenvolvimento de problemas ventilatoacuterios uma vez que se conhece a
relaccedilatildeo entre a fonaccedilatildeo e a ventilaccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006)
15
Nesse contexto a ventilaccedilatildeo estaacute relacionada agrave regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca e uma das formas de avaliaacute-la de modo natildeo invasivo em humanos eacute pela
anaacutelise da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca (VFC) termo convencionalmente
aceito para descrever as oscilaccedilotildees nos intervalos entre batimentos cardiacuteacos
consecutivos (intervalos RR) que estatildeo relacionadas agraves influecircncias do sistema
nervoso autocircnomo (SNA) sobre o noacutedulo sinusal Trata-se de uma teacutecnica natildeo
invasiva cuja anaacutelise pode ser realizada utilizando-se meacutetodos lineares no domiacutenio
do tempo e da frequecircncia e natildeo lineares no domiacutenio do caos (TASK FORCE OF
THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN
SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Os meacutetodos do domiacutenio de tempo usam teacutecnicas matematicamente simples
para mensurar a variabilidade presente nos intervalos R-R por meio de caacutelculos de
sua meacutedia e das variaccedilotildees do desvio padratildeo da frequecircncia cardiacuteaca ao longo do
tempo enquanto os meacutetodos do domiacutenio da frequecircncia utilizam a anaacutelise espectral
que permite decompor a variaccedilatildeo da frequecircncia cardiacuteaca em um determinado tempo
em seus componentes oscilatoacuterios fundamentais ou seja a seacuterie temporal eacute
decomposta em diferentes componentes de frequecircncia (GAMELIN et al 2006)
Na anaacutelise natildeo linear a abordagem da teoria do caos considera sistemas
dinacircmicos determiniacutesticos regidos por equaccedilotildees natildeo lineares e sensiacuteveis agraves
condiccedilotildees iniciais Essa forma de anaacutelise pode refletir mais adequadamente as
alteraccedilotildees na modulaccedilatildeo autonocircmica dos sistemas bioloacutegicos pois existem
evidecircncias de que os mecanismos envolvidos na regulaccedilatildeo cardiovascular
provavelmente interagem entre si de modo natildeo linear (VANDERLEI et al 2009)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos ndash iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular dos intervalos RR
16
(TINN) e plot de Poincareacute ndash os quais permitem apresentar os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e usar aproximaccedilotildees para delas derivar as medidas de VFC
(VANDERLEI et al 2009)
Mudanccedilas nos padrotildees da VFC podem ser indicadores sensiacuteveis e antecipados
de que pode haver comprometimentos na sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica A alta VFC eacute sinal de boa adaptaccedilatildeo o que caracteriza um indiviacuteduo
saudaacutevel com mecanismos autonocircmicos eficientes Inversamente a baixa VFC eacute
frequentemente um apontador de mau funcionamento fisioloacutegico no indiviacuteduo ou
seja haacute uma adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA necessitando de
investigaccedilotildees adicionais de modo a encontrar um diagnoacutestico especiacutefico (PUMPRLA
et al 2002)
Assim justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo pois satildeo escassos os trabalhos
que retratam os distuacuterbios vocais associados agraves condiccedilotildees de trabalho e a
associaccedilatildeo entre a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca e o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar
Faz-se necessaacuterio desenvolver estudos que possibilitem conhecer e identificar
especificidades do uso da voz sauacutede vocal e condiccedilotildees de organizaccedilatildeo do trabalho
do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica em escolas puacuteblicas a fim de subsidiar accedilotildees de
promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede vocal e melhor desempenho profissional
2 OBJETIVO
Verificar a associaccedilatildeo entre as condiccedilotildees de trabalho distuacuterbios vocais e a
modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
17
3 MEacuteTODO
31 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta por 46 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do
municiacutepio de Mariacutelia situado na regiatildeo centro oeste paulista e conta com 35 escolas
estaduais e 19 escolas municipais de ensino fundamental Todos os procedimentos
realizados foram aprovados pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de
Filosofia e Ciecircncias da UNESP sob os pareceres de Nordm 03542011 e Nordm 05852012
(anexos 81 e 82)
Os requisitos de inclusatildeo dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica foram os
seguintes estar em exerciacutecio e atuando em escolas de ensino fundamental da rede
municipal ou estadual Um dos criteacuterios de exclusatildeo foi estar lecionando em caraacuteter
substitutivo (professor eventual) Tambeacutem foram excluiacutedos sujeitos que relataram
distuacuterbios cardiorrespiratoacuterios
A pesquisadora realizou contato inicial com a Diretoria de Ensino e com a
Secretaria Municipal de Ensino de Mariacutelia (anexos 83 e 84) por meio do qual
obteve autorizaccedilatildeo para adentrar agraves escolas e apresentar a pesquisa agrave direccedilatildeo eou
agrave coordenaccedilatildeo pedagoacutegica Apoacutes obtenccedilatildeo da autorizaccedilatildeo a pesquisadora buscou
obter informaccedilotildees quanto ao sexo e faixa etaacuteria dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
da escola conhecer o espaccedilo destinado agraves suas atividades de ensino como sala de
aula ginaacutesios eou quadras (abertas ou fechadas cobertas ou natildeo) tipo de piso
(terra areia grama cimento madeira ou outro) piscinas ar condicionado
existecircncia de eco ou acuacutestica inadequada exposiccedilatildeo a vento sol chuva ou poeira
presenccedila de bebedouros e banheiros proacuteximos ao local das atividades Foi feito o
registro fotograacutefico das instalaccedilotildees em que ocorrem as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica
com cacircmera digital da Samsung modelo Digimax NV30 81 MP bem como o
18
levantamento da grade horaacuteria
Na mesma oportunidade a pesquisadora solicitou o agendamento de uma
reuniatildeo com os docentes de Educaccedilatildeo Fiacutesica no HTPC (Horaacuterio de Trabalho e
Planejamento Coletivo) ocasiatildeo em que se efetuou o convite agrave participaccedilatildeo
expondo os objetivos e a metodologia da pesquisa bem como a apresentaccedilatildeo do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ndash TECLE (anexo 85)
Os sujeitos receberam todas as informaccedilotildees pertinentes ao projeto aos
objetivos da pesquisa explicaccedilatildeo sobre os procedimentos que seriam utilizados
temporalidade riscos (se houvesse) resguardo da privacidade consentimento sobre
a sua participaccedilatildeo na pesquisa e o uso dos dados para fins cientiacuteficos e foram
convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido confirmando a
anuecircncia
Aqueles que aceitaram participar foram convidados a responder aos
questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale
(JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) Os professores tambeacutem participaram
da avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) e anaacutelise da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca realizados na proacutepria escola
O questionaacuterio Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) ndash anexo 86
- eacute adequado para caracterizar as condiccedilotildees de trabalho na escola e perfil vocal de
professores sendo de faacutecil compreensatildeo e preenchimento aleacutem de poder ser
utilizado em sua totalidade ou em partes conforme o interesse em avaliar questotildees
sociodemograacuteficas do ambiente e organizaccedilatildeo do trabalho docente relativas agrave voz
(sintomas sensaccedilotildees condiccedilotildees de uso da voz no trabalho) e aspectos gerais de
sauacutede haacutebitos de vida e antecedentes familiares (FERREIRA et al 2003 e 2007) As
variaacuteveis foram analisadas em duas categorias natildeo (nunca e raramente) e sim (agraves
19
vezes sempre) o caacutelculo de nuacutemero e frequecircncia de sintomas vocais foi feito
considerando-se sem sintoma (nunca e raramente) e com sintoma (agraves vezes e
sempre)
O instrumento Job Stress Scale (JSS) - anexo 87 - avalia as dimensotildees de
demanda controle e apoio no trabalho referentes agraves fontes de estresse no ambiente
psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da interaccedilatildeo dessas dimensotildees Foi
empregada a versatildeo resumida do instrumento adaptada para o portuguecircs (ALVES
et al 2004) a qual conta com 17 questotildees em trecircs dimensotildees demanda (questotildees
de a ateacute e) controle (questotildees de f ateacute k) e apoio (questotildees de l ateacute q) O caacutelculo
dos escores de cada dimensatildeo foi obtido pela somatoacuteria da pontuaccedilatildeo de cada
escore sendo demanda de 5 a 20 pontos (maior demanda pior situaccedilatildeo) controle
de 6 a 24 pontos (maior controle melhor situaccedilatildeo) e apoio de 6 a 24 pontos (maior
apoio melhor situaccedilatildeo) Este instrumento fora empregado em estudo com
professores de escolas municipais de Satildeo Paulo (GIANNINI 2010) que evidenciou
associaccedilatildeo estatiacutestica entre distuacuterbio de voz e a categoria de alto desgaste da
interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho
O questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) - anexo 88 - eacute um
instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e adequado para
quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo vocal Possui 30
questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional (questotildees
135681112161922) orgacircnico (241013141718202126) e emocional
(791523242527282930) O caacutelculo do escore eacute feito por somatoacuteria de todas as
questotildees ou das questotildees de cada domiacutenio de maneira que o escore geral varia de
0 a 120 pontos e o de cada domiacutenio de 0 a 40 sendo que quanto maior a
pontuaccedilatildeo mais intensa eacute a desvantagem vocal percebida Foi utilizada a versatildeo
20
brasileira validada por Behlau Santos e Oliveira (2011) Os escores para vozes
saudaacuteveis e disfocircnicas respectivamente satildeo escore total 35 e 474 emocional 07
e 131 funcional 17 e 126 orgacircnico 11 e 217 (BEHLAU et al 2009)
A prevalecircncia de alteraccedilotildees vocais foi obtida a partir da avaliaccedilatildeo vocal
fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva vocal) A gravaccedilatildeo foi realizada na
proacutepria escola em uma sala silenciosa sendo a captaccedilatildeo realizada por meio de
gravador Marantz modelo PMD660 e microfone de cabeccedila SENNHEISER modelo
E855 posicionado em um acircngulo de 45ordm a 90ordm da boca mantendo-se distacircncia em
torno de 5 cm (BEHLAU 2001) Na gravaccedilatildeo foram solicitadas trecircs emissotildees da
vogal sustentada ldquoardquo tanto para a anaacutelise perceptivo-auditiva quanto para a
mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
A mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) eacute amplamente descrita na
literatura cientiacutefica e tem apresentado grande ecircxito no que diz respeito agrave detecccedilatildeo
de alteraccedilotildees em niacutevel gloacutetico e respiratoacuterio Suas medidas de normalidade giram
em torno de 16 a 18 segundos Para falantes do portuguecircs do Brasil (experiecircncia
com falantes da cidade de Satildeo Paulo) considera-se uma meacutedia de 20 segundos
para os homens e 14 segundos para as mulheres (PINHO 2003)
A anaacutelise perceptivo-auditiva foi feita por 3 fonoaudioacutelogas experientes na aacuterea
de voz e com anaacutelise de confiabilidade dos julgamentos 10 vozes do total das 46
foram sorteadas e reinseridas na amostra totalizando 56 vozes para a anaacutelise
perceptivo-auditiva A avaliaccedilatildeo se valeu do instrumento escala numeacuterica GRBASI
em que G = grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R = rugosidade B = soprosidade A =
astenia S = tensatildeo e I = instabilidade Apoacutes a escuta de cada voz cada
fonoaudioacuteloga anotou no protocolo um valor de 0 a 3 (grau 0 ndash ausente grau 1 ndash
21
discreto grau 2 ndash moderado e grau 3 ndash intenso) para cada item referente agrave escala
GRBASI (HIRANO 1981 BEHLAU 2001)
Para anaacutelise dos iacutendices de variabilidade da frequumlecircncia cardiacuteaca foi utilizado o
cardiofrequenciacutemetro (Polar RS800CX) que conteacutem um computador de treino
(semelhante a um reloacutegio) que exibe e grava a frequecircncia cardiacuteaca e uma tira
elaacutestica onde eacute conectado o transmissor que envia o sinal da frequecircncia cardiacuteaca
para o aparelho em questatildeo
Os professores foram orientados a ter uma boa noite de sono evitar atividade
fiacutesica antes da avaliaccedilatildeo natildeo ingerir cafeacute ou bebidas que estimulassem a frequecircncia
cardiacuteaca A pesquisadora pediu que durante a avaliaccedilatildeo o professor ficasse em
repouso sem fechar os olhos falar ou cruzar as pernas a fim de evitar alguma
interferecircncia
32 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES LINEARES DE VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA
CARDIacuteACA
Foi registrado batimento a batimento durante todo o protocolo experimental
que teve duraccedilatildeo de 10 minutos com uma taxa de amostragem de 1000 Hz Do
periacuteodo de maior estabilidade do sinal foi selecionado um intervalo de cinco
minutos e somente as seacuteries com mais de 256 intervalos RR foram utilizadas para
anaacutelise (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) Nessas seacuteries foram realizadas filtragens digital e manual para eliminaccedilatildeo de
batimentos ectoacutepicos prematuros e artefatos e somente aquelas com mais de 95
de batimentos sinusais foram incluiacutedas no estudo (VANDERLEI et al 2009)
22
Para anaacutelise da VFC no domiacutenio da frequecircncia utilizamos os componentes
espectrais de baixa frequecircncia (LF 004-015 Hz) e alta frequecircncia (HF 015-040
Hz) em ms2 e unidades normalizadas A anaacutelise espectral foi calculada usando o
algoritmo da Transformada Raacutepida de Fourier
Jaacute a anaacutelise no domiacutenio do tempo foi realizada por meio dos iacutendices SDNN
(desvio-padratildeo da meacutedia dos intervalos RR normais) RMSSD (raiz quadrada da
meacutedia do quadrado das diferenccedilas entre os intervalos RR normais adjacentes)
NN50 (nuacutemero dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de duraccedilatildeo maior que
50ms) e pNN50 (porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de
duraccedilatildeo maior que 50ms)
33 ANAacuteLISE FRACTAL DA VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Para anaacutelise das propriedades fractais da frequecircncia cardiacuteaca o meacutetodo DFA
foi aplicado agrave seacuterie temporal dos intervalos RR O procedimento para o caacutelculo do
DFA foi composto das seguintes etapas
Inicialmente a seacuterie RR obtida experimentalmente eacute integrada usando-se a
expressatildeo
k
i
aveRRiRRkY1
])([)(
Em que Y(k) eacute o k-eacutesimo termo da seacuterie integrada (k = 1 2 N) RR(i) eacute o i-
eacutesimo valor dos intervalos RR e RRave eacute a meacutedia dos intervalos RR da seacuterie
original de comprimento N ou seja
N
i
iRRN
RRave1
)(1
23
Em seguida a seacuterie temporal integrada eacute dividida em intervalos de
comprimento igual a n com n = 1 2 N Em cada um desses intervalos eacute
calculada a tendecircncia local da seacuterie por uma reta de miacutenimos quadrados ajustada
aos dados Denotamos a coordenada y dessa reta por Yn(k) Em seguida
destendenciamos a seacuterie integrada Y(k) subtraindo a tendecircncia local Yn(k) em
cada intervalo Para um dado intervalo de tamanho n o tamanho caracteriacutestico da
flutuaccedilatildeo para a seacuterie integrada e destendenciada eacute calculado por
N
KkYnkYNnF
1
2)]()([1)(
Esse procedimento foi repetido para todos os intervalos de tamanho n
obtendo-se uma relaccedilatildeo entre a meacutedia das flutuaccedilotildees F(n) e o tamanho dos
intervalos n Se essa relaccedilatildeo for linear em um graacutefico log-log isso indica a existecircncia
de uma lei exponencial em escala de acordo com a foacutermula
nnF )( em que
α eacute o expoente de escala que pode ser calculado por regressatildeo linear em um
graacutefico log-log Foram calculados o expoentes fractais de curto prazo (alfa-1)
correspondente ao periacuteodo de 4 a 11 batimentos o expoente de longo prazo (alfa-2)
que corresponde a periacuteodos longos acima de 11 batimentos e a relaccedilatildeo entre eles
(alfa-1alfa-2)
34 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES GEOMEacuteTRICOS DE VARIABILIDADE DA
FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Foram analisados os seguintes iacutendices geomeacutetricos RRtri TINN e plot de
Poincareacute (SD1 SD2 relaccedilatildeo SD1SD2)
24
O RRtri foi calculado a partir da construccedilatildeo do histograma de densidade dos
intervalos RR normais e obtido pela divisatildeo da integral do histograma (isto eacute o
nuacutemero total de intervalos RR) pelo maacuteximo da distribuiccedilatildeo de densidade (frequecircncia
modal dos intervalos RR) mensurado em uma escala discreta com caixas de 78125
ms (1128 segundos) (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF
CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND
ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
O TINN consiste na largura da linha de base da distribuiccedilatildeo medida como a
base de um triacircngulo aproximando a distribuiccedilatildeo de todos os intervalos RR sendo
que a diferenccedila dos miacutenimos quadrados foi utilizada para determinaccedilatildeo do triacircngulo
(TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE
NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Para a construccedilatildeo do plot de Poincareacute cada intervalo RR foi representado em
funccedilatildeo do intervalo anterior (proacuteximo intervalo) e para a anaacutelise quantitativa do plot
de Poincareacute foram calculados os seguintes iacutendices SD1 (desvio-padratildeo da
variabilidade instantacircnea batimento a batimento) SD2 (desvio-padratildeo em longo
prazo dos intervalos R-R contiacutenuos) e a relaccedilatildeo SD1SD2
A anaacutelise qualitativa (visual) do plot de Poincareacute foi feita por meio da anaacutelise
das figuras formadas pelo atrator do plot as quais foram descritas
1) Figura na qual um aumento na dispersatildeo dos intervalos RR batimento
a batimento eacute observado com aumento nos intervalos RR caracteriacutestica de um plot
normal
2) Figura com pequena dispersatildeo global batimento a batimento e sem
aumento da dispersatildeo dos intervalos RR em longo prazo
25
35 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Inicialmente foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de
Shapiro-Wilk Para realizar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foi aplicado o teste de
correlaccedilatildeo de Pearson para distribuiccedilotildees parameacutetricas enquanto para distribuiccedilotildees
natildeo-parameacutetricas foi aplicado o teste de correlaccedilatildeo de Spearman Valores de
correlaccedilatildeo forte foram considerados para r gt 05 correlaccedilatildeo moderada foi
considerada para valores de r entre 03 e 049 (03 gt r gt 049) e correlaccedilatildeo fraca
para valores de r lt 03 Diferenccedilas nesses testes foram consideradas
estatisticamente significantes quando o valor de p foi menor que 005 O programa
estatiacutestico utilizado foi o Software GraphPad StatMate version 200 for Windows
GraphPad Software San Diego California USA
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
REFEREcircNCIAS
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo13
2 Objetivo16
3 Meacutetodo17
31 Populaccedilatildeo do Estudo17
32 Anaacutelise dos iacutendices lineares de variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca21
33 Anaacutelise fractal da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca22
34 Anaacutelise dos iacutendices geomeacutetricos de variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca23
35 Anaacutelise Estatiacutestica25
4 Resultados26
5 Discussatildeo47
6 Conclusatildeo59
7 Referecircncias60
8 Anexos67
81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)67
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)69
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia71
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia72
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)73
86 Questionaacuterio - Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)75
87 Questionaacuterio - Job Stress Scale (JSS)helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip81
88 Questionaacuterio - Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)82
89 Aceite do artigo83
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O distuacuterbio vocal na populaccedilatildeo docente em especial na populaccedilatildeo de
professores de educaccedilatildeo fiacutesica daacute-se por um montante de fatores que necessitam
de um delineamento cuidadoso para a elaboraccedilatildeo de estrateacutegias de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo da sauacutede vocal
Em sua atividade laboral eacute importante que o professor de educaccedilatildeo fiacutesica
transmita vitalidade energia vigor dinamismo e sauacutede Sabe-se ainda que a voz de
comando influencia na disciplina do aluno eleva seu niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor (PEDROZA
PRADO e MACEDO 2010)
Em contra partida a voz usada de maneira inadequada ou com alteraccedilotildees
pode transmitir uma psicodinacircmica negativa gerar desconfortos sofrimentos mal-
estar e problemas com a satisfaccedilatildeo e colocaccedilatildeo profissional (SIMOtildeES 2000)
A voz do professor vem sendo objeto priorizado nas pesquisas
fonoaudioloacutegicas brasileiras nos uacuteltimos anos sendo em maior nuacutemero quando
comparadas agravequelas voltadas aos trabalhadores de outras categorias profissionais
(SIMOtildeES 2005 DRAGONE e BEHLAU 2006 DRAGONE et al 2008)
No periacuteodo entre os anos de 1994 a 2008 uma revisatildeo das publicaccedilotildees
fonoaudioloacutegicas brasileiras referentes agrave voz do professor (DRAGONE et al 2010)
contabilizou 500 publicaccedilotildees sendo 83 referentes agraves categorias de avaliaccedilatildeo e
dentre essas 86 avaliou os participantes eou as condiccedilotildees de trabalho Apenas
14 volta-se para os efeitos de programas de intervenccedilatildeo
Quanto ao meacutetodo da pesquisa nota-se que a perspectiva dos proacuteprios
professores foi a mais utilizada (525) seguida por anaacutelises perceptivo-auditivas e
14
acuacutesticas (152) e avaliaccedilatildeo do ambiente e da organizaccedilatildeo do trabalho (apenas
149)
Em estudos amplos acerca das relaccedilotildees entre sauacutede e trabalho docente
(JARDIM BARRETO e ASSUNCcedilAtildeO 2007 GIANNINI 2010) observa-se que os
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica geralmente satildeo excluiacutedos por apresentarem uma
demanda maior e diferenciada do uso vocal em relaccedilatildeo aos professores de outras
disciplinas bem como por suas aulas apresentarem caracteriacutesticas de ensino
bastante diferenciadas das atividades docentes tradicionais
Cabe destacar que um levantamento acerca da produccedilatildeo fonoaudioloacutegica em
voz do professor entre 2005 e 2007 (DRAGONE et al 2008) evidenciou que
estudos especiacuteficos com professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica correspondem a somente
14 das produccedilotildees na aacuterea
Outro aspecto merece destaque a maioria das pesquisas fonoaudioloacutegicas
envolvendo profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica estaacute voltada ao professor que atua em
ambiente de academia particular Haacute poucas pesquisas com professores de
educaccedilatildeo fiacutesica escolar e dentre elas encontram-se aquelas relativas aos
professores do Ensino Fundamental (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al 2007
MEDEIROS e ALVES 2008) do Ensino Meacutedio (STEFFANI VIECELLI e GRASEL
2011) e do Ensino Superior (SERVILHA et al 1995 GRILLO e FUGOWSKI 2010)
Haacute portanto um segmento da categoria docente ainda fora do foco de atenccedilatildeo
das pesquisas fonoaudioloacutegicas os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escolas
puacuteblicas de Ensino Fundamental
Aleacutem dos problemas vocais a populaccedilatildeo em questatildeo pode tambeacutem estar
sujeita ao desenvolvimento de problemas ventilatoacuterios uma vez que se conhece a
relaccedilatildeo entre a fonaccedilatildeo e a ventilaccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006)
15
Nesse contexto a ventilaccedilatildeo estaacute relacionada agrave regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca e uma das formas de avaliaacute-la de modo natildeo invasivo em humanos eacute pela
anaacutelise da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca (VFC) termo convencionalmente
aceito para descrever as oscilaccedilotildees nos intervalos entre batimentos cardiacuteacos
consecutivos (intervalos RR) que estatildeo relacionadas agraves influecircncias do sistema
nervoso autocircnomo (SNA) sobre o noacutedulo sinusal Trata-se de uma teacutecnica natildeo
invasiva cuja anaacutelise pode ser realizada utilizando-se meacutetodos lineares no domiacutenio
do tempo e da frequecircncia e natildeo lineares no domiacutenio do caos (TASK FORCE OF
THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN
SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Os meacutetodos do domiacutenio de tempo usam teacutecnicas matematicamente simples
para mensurar a variabilidade presente nos intervalos R-R por meio de caacutelculos de
sua meacutedia e das variaccedilotildees do desvio padratildeo da frequecircncia cardiacuteaca ao longo do
tempo enquanto os meacutetodos do domiacutenio da frequecircncia utilizam a anaacutelise espectral
que permite decompor a variaccedilatildeo da frequecircncia cardiacuteaca em um determinado tempo
em seus componentes oscilatoacuterios fundamentais ou seja a seacuterie temporal eacute
decomposta em diferentes componentes de frequecircncia (GAMELIN et al 2006)
Na anaacutelise natildeo linear a abordagem da teoria do caos considera sistemas
dinacircmicos determiniacutesticos regidos por equaccedilotildees natildeo lineares e sensiacuteveis agraves
condiccedilotildees iniciais Essa forma de anaacutelise pode refletir mais adequadamente as
alteraccedilotildees na modulaccedilatildeo autonocircmica dos sistemas bioloacutegicos pois existem
evidecircncias de que os mecanismos envolvidos na regulaccedilatildeo cardiovascular
provavelmente interagem entre si de modo natildeo linear (VANDERLEI et al 2009)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos ndash iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular dos intervalos RR
16
(TINN) e plot de Poincareacute ndash os quais permitem apresentar os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e usar aproximaccedilotildees para delas derivar as medidas de VFC
(VANDERLEI et al 2009)
Mudanccedilas nos padrotildees da VFC podem ser indicadores sensiacuteveis e antecipados
de que pode haver comprometimentos na sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica A alta VFC eacute sinal de boa adaptaccedilatildeo o que caracteriza um indiviacuteduo
saudaacutevel com mecanismos autonocircmicos eficientes Inversamente a baixa VFC eacute
frequentemente um apontador de mau funcionamento fisioloacutegico no indiviacuteduo ou
seja haacute uma adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA necessitando de
investigaccedilotildees adicionais de modo a encontrar um diagnoacutestico especiacutefico (PUMPRLA
et al 2002)
Assim justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo pois satildeo escassos os trabalhos
que retratam os distuacuterbios vocais associados agraves condiccedilotildees de trabalho e a
associaccedilatildeo entre a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca e o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar
Faz-se necessaacuterio desenvolver estudos que possibilitem conhecer e identificar
especificidades do uso da voz sauacutede vocal e condiccedilotildees de organizaccedilatildeo do trabalho
do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica em escolas puacuteblicas a fim de subsidiar accedilotildees de
promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede vocal e melhor desempenho profissional
2 OBJETIVO
Verificar a associaccedilatildeo entre as condiccedilotildees de trabalho distuacuterbios vocais e a
modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
17
3 MEacuteTODO
31 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta por 46 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do
municiacutepio de Mariacutelia situado na regiatildeo centro oeste paulista e conta com 35 escolas
estaduais e 19 escolas municipais de ensino fundamental Todos os procedimentos
realizados foram aprovados pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de
Filosofia e Ciecircncias da UNESP sob os pareceres de Nordm 03542011 e Nordm 05852012
(anexos 81 e 82)
Os requisitos de inclusatildeo dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica foram os
seguintes estar em exerciacutecio e atuando em escolas de ensino fundamental da rede
municipal ou estadual Um dos criteacuterios de exclusatildeo foi estar lecionando em caraacuteter
substitutivo (professor eventual) Tambeacutem foram excluiacutedos sujeitos que relataram
distuacuterbios cardiorrespiratoacuterios
A pesquisadora realizou contato inicial com a Diretoria de Ensino e com a
Secretaria Municipal de Ensino de Mariacutelia (anexos 83 e 84) por meio do qual
obteve autorizaccedilatildeo para adentrar agraves escolas e apresentar a pesquisa agrave direccedilatildeo eou
agrave coordenaccedilatildeo pedagoacutegica Apoacutes obtenccedilatildeo da autorizaccedilatildeo a pesquisadora buscou
obter informaccedilotildees quanto ao sexo e faixa etaacuteria dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
da escola conhecer o espaccedilo destinado agraves suas atividades de ensino como sala de
aula ginaacutesios eou quadras (abertas ou fechadas cobertas ou natildeo) tipo de piso
(terra areia grama cimento madeira ou outro) piscinas ar condicionado
existecircncia de eco ou acuacutestica inadequada exposiccedilatildeo a vento sol chuva ou poeira
presenccedila de bebedouros e banheiros proacuteximos ao local das atividades Foi feito o
registro fotograacutefico das instalaccedilotildees em que ocorrem as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica
com cacircmera digital da Samsung modelo Digimax NV30 81 MP bem como o
18
levantamento da grade horaacuteria
Na mesma oportunidade a pesquisadora solicitou o agendamento de uma
reuniatildeo com os docentes de Educaccedilatildeo Fiacutesica no HTPC (Horaacuterio de Trabalho e
Planejamento Coletivo) ocasiatildeo em que se efetuou o convite agrave participaccedilatildeo
expondo os objetivos e a metodologia da pesquisa bem como a apresentaccedilatildeo do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ndash TECLE (anexo 85)
Os sujeitos receberam todas as informaccedilotildees pertinentes ao projeto aos
objetivos da pesquisa explicaccedilatildeo sobre os procedimentos que seriam utilizados
temporalidade riscos (se houvesse) resguardo da privacidade consentimento sobre
a sua participaccedilatildeo na pesquisa e o uso dos dados para fins cientiacuteficos e foram
convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido confirmando a
anuecircncia
Aqueles que aceitaram participar foram convidados a responder aos
questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale
(JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) Os professores tambeacutem participaram
da avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) e anaacutelise da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca realizados na proacutepria escola
O questionaacuterio Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) ndash anexo 86
- eacute adequado para caracterizar as condiccedilotildees de trabalho na escola e perfil vocal de
professores sendo de faacutecil compreensatildeo e preenchimento aleacutem de poder ser
utilizado em sua totalidade ou em partes conforme o interesse em avaliar questotildees
sociodemograacuteficas do ambiente e organizaccedilatildeo do trabalho docente relativas agrave voz
(sintomas sensaccedilotildees condiccedilotildees de uso da voz no trabalho) e aspectos gerais de
sauacutede haacutebitos de vida e antecedentes familiares (FERREIRA et al 2003 e 2007) As
variaacuteveis foram analisadas em duas categorias natildeo (nunca e raramente) e sim (agraves
19
vezes sempre) o caacutelculo de nuacutemero e frequecircncia de sintomas vocais foi feito
considerando-se sem sintoma (nunca e raramente) e com sintoma (agraves vezes e
sempre)
O instrumento Job Stress Scale (JSS) - anexo 87 - avalia as dimensotildees de
demanda controle e apoio no trabalho referentes agraves fontes de estresse no ambiente
psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da interaccedilatildeo dessas dimensotildees Foi
empregada a versatildeo resumida do instrumento adaptada para o portuguecircs (ALVES
et al 2004) a qual conta com 17 questotildees em trecircs dimensotildees demanda (questotildees
de a ateacute e) controle (questotildees de f ateacute k) e apoio (questotildees de l ateacute q) O caacutelculo
dos escores de cada dimensatildeo foi obtido pela somatoacuteria da pontuaccedilatildeo de cada
escore sendo demanda de 5 a 20 pontos (maior demanda pior situaccedilatildeo) controle
de 6 a 24 pontos (maior controle melhor situaccedilatildeo) e apoio de 6 a 24 pontos (maior
apoio melhor situaccedilatildeo) Este instrumento fora empregado em estudo com
professores de escolas municipais de Satildeo Paulo (GIANNINI 2010) que evidenciou
associaccedilatildeo estatiacutestica entre distuacuterbio de voz e a categoria de alto desgaste da
interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho
O questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) - anexo 88 - eacute um
instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e adequado para
quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo vocal Possui 30
questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional (questotildees
135681112161922) orgacircnico (241013141718202126) e emocional
(791523242527282930) O caacutelculo do escore eacute feito por somatoacuteria de todas as
questotildees ou das questotildees de cada domiacutenio de maneira que o escore geral varia de
0 a 120 pontos e o de cada domiacutenio de 0 a 40 sendo que quanto maior a
pontuaccedilatildeo mais intensa eacute a desvantagem vocal percebida Foi utilizada a versatildeo
20
brasileira validada por Behlau Santos e Oliveira (2011) Os escores para vozes
saudaacuteveis e disfocircnicas respectivamente satildeo escore total 35 e 474 emocional 07
e 131 funcional 17 e 126 orgacircnico 11 e 217 (BEHLAU et al 2009)
A prevalecircncia de alteraccedilotildees vocais foi obtida a partir da avaliaccedilatildeo vocal
fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva vocal) A gravaccedilatildeo foi realizada na
proacutepria escola em uma sala silenciosa sendo a captaccedilatildeo realizada por meio de
gravador Marantz modelo PMD660 e microfone de cabeccedila SENNHEISER modelo
E855 posicionado em um acircngulo de 45ordm a 90ordm da boca mantendo-se distacircncia em
torno de 5 cm (BEHLAU 2001) Na gravaccedilatildeo foram solicitadas trecircs emissotildees da
vogal sustentada ldquoardquo tanto para a anaacutelise perceptivo-auditiva quanto para a
mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
A mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) eacute amplamente descrita na
literatura cientiacutefica e tem apresentado grande ecircxito no que diz respeito agrave detecccedilatildeo
de alteraccedilotildees em niacutevel gloacutetico e respiratoacuterio Suas medidas de normalidade giram
em torno de 16 a 18 segundos Para falantes do portuguecircs do Brasil (experiecircncia
com falantes da cidade de Satildeo Paulo) considera-se uma meacutedia de 20 segundos
para os homens e 14 segundos para as mulheres (PINHO 2003)
A anaacutelise perceptivo-auditiva foi feita por 3 fonoaudioacutelogas experientes na aacuterea
de voz e com anaacutelise de confiabilidade dos julgamentos 10 vozes do total das 46
foram sorteadas e reinseridas na amostra totalizando 56 vozes para a anaacutelise
perceptivo-auditiva A avaliaccedilatildeo se valeu do instrumento escala numeacuterica GRBASI
em que G = grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R = rugosidade B = soprosidade A =
astenia S = tensatildeo e I = instabilidade Apoacutes a escuta de cada voz cada
fonoaudioacuteloga anotou no protocolo um valor de 0 a 3 (grau 0 ndash ausente grau 1 ndash
21
discreto grau 2 ndash moderado e grau 3 ndash intenso) para cada item referente agrave escala
GRBASI (HIRANO 1981 BEHLAU 2001)
Para anaacutelise dos iacutendices de variabilidade da frequumlecircncia cardiacuteaca foi utilizado o
cardiofrequenciacutemetro (Polar RS800CX) que conteacutem um computador de treino
(semelhante a um reloacutegio) que exibe e grava a frequecircncia cardiacuteaca e uma tira
elaacutestica onde eacute conectado o transmissor que envia o sinal da frequecircncia cardiacuteaca
para o aparelho em questatildeo
Os professores foram orientados a ter uma boa noite de sono evitar atividade
fiacutesica antes da avaliaccedilatildeo natildeo ingerir cafeacute ou bebidas que estimulassem a frequecircncia
cardiacuteaca A pesquisadora pediu que durante a avaliaccedilatildeo o professor ficasse em
repouso sem fechar os olhos falar ou cruzar as pernas a fim de evitar alguma
interferecircncia
32 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES LINEARES DE VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA
CARDIacuteACA
Foi registrado batimento a batimento durante todo o protocolo experimental
que teve duraccedilatildeo de 10 minutos com uma taxa de amostragem de 1000 Hz Do
periacuteodo de maior estabilidade do sinal foi selecionado um intervalo de cinco
minutos e somente as seacuteries com mais de 256 intervalos RR foram utilizadas para
anaacutelise (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) Nessas seacuteries foram realizadas filtragens digital e manual para eliminaccedilatildeo de
batimentos ectoacutepicos prematuros e artefatos e somente aquelas com mais de 95
de batimentos sinusais foram incluiacutedas no estudo (VANDERLEI et al 2009)
22
Para anaacutelise da VFC no domiacutenio da frequecircncia utilizamos os componentes
espectrais de baixa frequecircncia (LF 004-015 Hz) e alta frequecircncia (HF 015-040
Hz) em ms2 e unidades normalizadas A anaacutelise espectral foi calculada usando o
algoritmo da Transformada Raacutepida de Fourier
Jaacute a anaacutelise no domiacutenio do tempo foi realizada por meio dos iacutendices SDNN
(desvio-padratildeo da meacutedia dos intervalos RR normais) RMSSD (raiz quadrada da
meacutedia do quadrado das diferenccedilas entre os intervalos RR normais adjacentes)
NN50 (nuacutemero dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de duraccedilatildeo maior que
50ms) e pNN50 (porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de
duraccedilatildeo maior que 50ms)
33 ANAacuteLISE FRACTAL DA VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Para anaacutelise das propriedades fractais da frequecircncia cardiacuteaca o meacutetodo DFA
foi aplicado agrave seacuterie temporal dos intervalos RR O procedimento para o caacutelculo do
DFA foi composto das seguintes etapas
Inicialmente a seacuterie RR obtida experimentalmente eacute integrada usando-se a
expressatildeo
k
i
aveRRiRRkY1
])([)(
Em que Y(k) eacute o k-eacutesimo termo da seacuterie integrada (k = 1 2 N) RR(i) eacute o i-
eacutesimo valor dos intervalos RR e RRave eacute a meacutedia dos intervalos RR da seacuterie
original de comprimento N ou seja
N
i
iRRN
RRave1
)(1
23
Em seguida a seacuterie temporal integrada eacute dividida em intervalos de
comprimento igual a n com n = 1 2 N Em cada um desses intervalos eacute
calculada a tendecircncia local da seacuterie por uma reta de miacutenimos quadrados ajustada
aos dados Denotamos a coordenada y dessa reta por Yn(k) Em seguida
destendenciamos a seacuterie integrada Y(k) subtraindo a tendecircncia local Yn(k) em
cada intervalo Para um dado intervalo de tamanho n o tamanho caracteriacutestico da
flutuaccedilatildeo para a seacuterie integrada e destendenciada eacute calculado por
N
KkYnkYNnF
1
2)]()([1)(
Esse procedimento foi repetido para todos os intervalos de tamanho n
obtendo-se uma relaccedilatildeo entre a meacutedia das flutuaccedilotildees F(n) e o tamanho dos
intervalos n Se essa relaccedilatildeo for linear em um graacutefico log-log isso indica a existecircncia
de uma lei exponencial em escala de acordo com a foacutermula
nnF )( em que
α eacute o expoente de escala que pode ser calculado por regressatildeo linear em um
graacutefico log-log Foram calculados o expoentes fractais de curto prazo (alfa-1)
correspondente ao periacuteodo de 4 a 11 batimentos o expoente de longo prazo (alfa-2)
que corresponde a periacuteodos longos acima de 11 batimentos e a relaccedilatildeo entre eles
(alfa-1alfa-2)
34 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES GEOMEacuteTRICOS DE VARIABILIDADE DA
FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Foram analisados os seguintes iacutendices geomeacutetricos RRtri TINN e plot de
Poincareacute (SD1 SD2 relaccedilatildeo SD1SD2)
24
O RRtri foi calculado a partir da construccedilatildeo do histograma de densidade dos
intervalos RR normais e obtido pela divisatildeo da integral do histograma (isto eacute o
nuacutemero total de intervalos RR) pelo maacuteximo da distribuiccedilatildeo de densidade (frequecircncia
modal dos intervalos RR) mensurado em uma escala discreta com caixas de 78125
ms (1128 segundos) (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF
CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND
ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
O TINN consiste na largura da linha de base da distribuiccedilatildeo medida como a
base de um triacircngulo aproximando a distribuiccedilatildeo de todos os intervalos RR sendo
que a diferenccedila dos miacutenimos quadrados foi utilizada para determinaccedilatildeo do triacircngulo
(TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE
NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Para a construccedilatildeo do plot de Poincareacute cada intervalo RR foi representado em
funccedilatildeo do intervalo anterior (proacuteximo intervalo) e para a anaacutelise quantitativa do plot
de Poincareacute foram calculados os seguintes iacutendices SD1 (desvio-padratildeo da
variabilidade instantacircnea batimento a batimento) SD2 (desvio-padratildeo em longo
prazo dos intervalos R-R contiacutenuos) e a relaccedilatildeo SD1SD2
A anaacutelise qualitativa (visual) do plot de Poincareacute foi feita por meio da anaacutelise
das figuras formadas pelo atrator do plot as quais foram descritas
1) Figura na qual um aumento na dispersatildeo dos intervalos RR batimento
a batimento eacute observado com aumento nos intervalos RR caracteriacutestica de um plot
normal
2) Figura com pequena dispersatildeo global batimento a batimento e sem
aumento da dispersatildeo dos intervalos RR em longo prazo
25
35 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Inicialmente foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de
Shapiro-Wilk Para realizar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foi aplicado o teste de
correlaccedilatildeo de Pearson para distribuiccedilotildees parameacutetricas enquanto para distribuiccedilotildees
natildeo-parameacutetricas foi aplicado o teste de correlaccedilatildeo de Spearman Valores de
correlaccedilatildeo forte foram considerados para r gt 05 correlaccedilatildeo moderada foi
considerada para valores de r entre 03 e 049 (03 gt r gt 049) e correlaccedilatildeo fraca
para valores de r lt 03 Diferenccedilas nesses testes foram consideradas
estatisticamente significantes quando o valor de p foi menor que 005 O programa
estatiacutestico utilizado foi o Software GraphPad StatMate version 200 for Windows
GraphPad Software San Diego California USA
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
REFEREcircNCIAS
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O distuacuterbio vocal na populaccedilatildeo docente em especial na populaccedilatildeo de
professores de educaccedilatildeo fiacutesica daacute-se por um montante de fatores que necessitam
de um delineamento cuidadoso para a elaboraccedilatildeo de estrateacutegias de promoccedilatildeo e
prevenccedilatildeo da sauacutede vocal
Em sua atividade laboral eacute importante que o professor de educaccedilatildeo fiacutesica
transmita vitalidade energia vigor dinamismo e sauacutede Sabe-se ainda que a voz de
comando influencia na disciplina do aluno eleva seu niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor (PEDROZA
PRADO e MACEDO 2010)
Em contra partida a voz usada de maneira inadequada ou com alteraccedilotildees
pode transmitir uma psicodinacircmica negativa gerar desconfortos sofrimentos mal-
estar e problemas com a satisfaccedilatildeo e colocaccedilatildeo profissional (SIMOtildeES 2000)
A voz do professor vem sendo objeto priorizado nas pesquisas
fonoaudioloacutegicas brasileiras nos uacuteltimos anos sendo em maior nuacutemero quando
comparadas agravequelas voltadas aos trabalhadores de outras categorias profissionais
(SIMOtildeES 2005 DRAGONE e BEHLAU 2006 DRAGONE et al 2008)
No periacuteodo entre os anos de 1994 a 2008 uma revisatildeo das publicaccedilotildees
fonoaudioloacutegicas brasileiras referentes agrave voz do professor (DRAGONE et al 2010)
contabilizou 500 publicaccedilotildees sendo 83 referentes agraves categorias de avaliaccedilatildeo e
dentre essas 86 avaliou os participantes eou as condiccedilotildees de trabalho Apenas
14 volta-se para os efeitos de programas de intervenccedilatildeo
Quanto ao meacutetodo da pesquisa nota-se que a perspectiva dos proacuteprios
professores foi a mais utilizada (525) seguida por anaacutelises perceptivo-auditivas e
14
acuacutesticas (152) e avaliaccedilatildeo do ambiente e da organizaccedilatildeo do trabalho (apenas
149)
Em estudos amplos acerca das relaccedilotildees entre sauacutede e trabalho docente
(JARDIM BARRETO e ASSUNCcedilAtildeO 2007 GIANNINI 2010) observa-se que os
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica geralmente satildeo excluiacutedos por apresentarem uma
demanda maior e diferenciada do uso vocal em relaccedilatildeo aos professores de outras
disciplinas bem como por suas aulas apresentarem caracteriacutesticas de ensino
bastante diferenciadas das atividades docentes tradicionais
Cabe destacar que um levantamento acerca da produccedilatildeo fonoaudioloacutegica em
voz do professor entre 2005 e 2007 (DRAGONE et al 2008) evidenciou que
estudos especiacuteficos com professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica correspondem a somente
14 das produccedilotildees na aacuterea
Outro aspecto merece destaque a maioria das pesquisas fonoaudioloacutegicas
envolvendo profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica estaacute voltada ao professor que atua em
ambiente de academia particular Haacute poucas pesquisas com professores de
educaccedilatildeo fiacutesica escolar e dentre elas encontram-se aquelas relativas aos
professores do Ensino Fundamental (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al 2007
MEDEIROS e ALVES 2008) do Ensino Meacutedio (STEFFANI VIECELLI e GRASEL
2011) e do Ensino Superior (SERVILHA et al 1995 GRILLO e FUGOWSKI 2010)
Haacute portanto um segmento da categoria docente ainda fora do foco de atenccedilatildeo
das pesquisas fonoaudioloacutegicas os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escolas
puacuteblicas de Ensino Fundamental
Aleacutem dos problemas vocais a populaccedilatildeo em questatildeo pode tambeacutem estar
sujeita ao desenvolvimento de problemas ventilatoacuterios uma vez que se conhece a
relaccedilatildeo entre a fonaccedilatildeo e a ventilaccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006)
15
Nesse contexto a ventilaccedilatildeo estaacute relacionada agrave regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca e uma das formas de avaliaacute-la de modo natildeo invasivo em humanos eacute pela
anaacutelise da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca (VFC) termo convencionalmente
aceito para descrever as oscilaccedilotildees nos intervalos entre batimentos cardiacuteacos
consecutivos (intervalos RR) que estatildeo relacionadas agraves influecircncias do sistema
nervoso autocircnomo (SNA) sobre o noacutedulo sinusal Trata-se de uma teacutecnica natildeo
invasiva cuja anaacutelise pode ser realizada utilizando-se meacutetodos lineares no domiacutenio
do tempo e da frequecircncia e natildeo lineares no domiacutenio do caos (TASK FORCE OF
THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN
SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Os meacutetodos do domiacutenio de tempo usam teacutecnicas matematicamente simples
para mensurar a variabilidade presente nos intervalos R-R por meio de caacutelculos de
sua meacutedia e das variaccedilotildees do desvio padratildeo da frequecircncia cardiacuteaca ao longo do
tempo enquanto os meacutetodos do domiacutenio da frequecircncia utilizam a anaacutelise espectral
que permite decompor a variaccedilatildeo da frequecircncia cardiacuteaca em um determinado tempo
em seus componentes oscilatoacuterios fundamentais ou seja a seacuterie temporal eacute
decomposta em diferentes componentes de frequecircncia (GAMELIN et al 2006)
Na anaacutelise natildeo linear a abordagem da teoria do caos considera sistemas
dinacircmicos determiniacutesticos regidos por equaccedilotildees natildeo lineares e sensiacuteveis agraves
condiccedilotildees iniciais Essa forma de anaacutelise pode refletir mais adequadamente as
alteraccedilotildees na modulaccedilatildeo autonocircmica dos sistemas bioloacutegicos pois existem
evidecircncias de que os mecanismos envolvidos na regulaccedilatildeo cardiovascular
provavelmente interagem entre si de modo natildeo linear (VANDERLEI et al 2009)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos ndash iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular dos intervalos RR
16
(TINN) e plot de Poincareacute ndash os quais permitem apresentar os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e usar aproximaccedilotildees para delas derivar as medidas de VFC
(VANDERLEI et al 2009)
Mudanccedilas nos padrotildees da VFC podem ser indicadores sensiacuteveis e antecipados
de que pode haver comprometimentos na sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica A alta VFC eacute sinal de boa adaptaccedilatildeo o que caracteriza um indiviacuteduo
saudaacutevel com mecanismos autonocircmicos eficientes Inversamente a baixa VFC eacute
frequentemente um apontador de mau funcionamento fisioloacutegico no indiviacuteduo ou
seja haacute uma adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA necessitando de
investigaccedilotildees adicionais de modo a encontrar um diagnoacutestico especiacutefico (PUMPRLA
et al 2002)
Assim justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo pois satildeo escassos os trabalhos
que retratam os distuacuterbios vocais associados agraves condiccedilotildees de trabalho e a
associaccedilatildeo entre a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca e o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar
Faz-se necessaacuterio desenvolver estudos que possibilitem conhecer e identificar
especificidades do uso da voz sauacutede vocal e condiccedilotildees de organizaccedilatildeo do trabalho
do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica em escolas puacuteblicas a fim de subsidiar accedilotildees de
promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede vocal e melhor desempenho profissional
2 OBJETIVO
Verificar a associaccedilatildeo entre as condiccedilotildees de trabalho distuacuterbios vocais e a
modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
17
3 MEacuteTODO
31 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta por 46 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do
municiacutepio de Mariacutelia situado na regiatildeo centro oeste paulista e conta com 35 escolas
estaduais e 19 escolas municipais de ensino fundamental Todos os procedimentos
realizados foram aprovados pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de
Filosofia e Ciecircncias da UNESP sob os pareceres de Nordm 03542011 e Nordm 05852012
(anexos 81 e 82)
Os requisitos de inclusatildeo dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica foram os
seguintes estar em exerciacutecio e atuando em escolas de ensino fundamental da rede
municipal ou estadual Um dos criteacuterios de exclusatildeo foi estar lecionando em caraacuteter
substitutivo (professor eventual) Tambeacutem foram excluiacutedos sujeitos que relataram
distuacuterbios cardiorrespiratoacuterios
A pesquisadora realizou contato inicial com a Diretoria de Ensino e com a
Secretaria Municipal de Ensino de Mariacutelia (anexos 83 e 84) por meio do qual
obteve autorizaccedilatildeo para adentrar agraves escolas e apresentar a pesquisa agrave direccedilatildeo eou
agrave coordenaccedilatildeo pedagoacutegica Apoacutes obtenccedilatildeo da autorizaccedilatildeo a pesquisadora buscou
obter informaccedilotildees quanto ao sexo e faixa etaacuteria dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
da escola conhecer o espaccedilo destinado agraves suas atividades de ensino como sala de
aula ginaacutesios eou quadras (abertas ou fechadas cobertas ou natildeo) tipo de piso
(terra areia grama cimento madeira ou outro) piscinas ar condicionado
existecircncia de eco ou acuacutestica inadequada exposiccedilatildeo a vento sol chuva ou poeira
presenccedila de bebedouros e banheiros proacuteximos ao local das atividades Foi feito o
registro fotograacutefico das instalaccedilotildees em que ocorrem as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica
com cacircmera digital da Samsung modelo Digimax NV30 81 MP bem como o
18
levantamento da grade horaacuteria
Na mesma oportunidade a pesquisadora solicitou o agendamento de uma
reuniatildeo com os docentes de Educaccedilatildeo Fiacutesica no HTPC (Horaacuterio de Trabalho e
Planejamento Coletivo) ocasiatildeo em que se efetuou o convite agrave participaccedilatildeo
expondo os objetivos e a metodologia da pesquisa bem como a apresentaccedilatildeo do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ndash TECLE (anexo 85)
Os sujeitos receberam todas as informaccedilotildees pertinentes ao projeto aos
objetivos da pesquisa explicaccedilatildeo sobre os procedimentos que seriam utilizados
temporalidade riscos (se houvesse) resguardo da privacidade consentimento sobre
a sua participaccedilatildeo na pesquisa e o uso dos dados para fins cientiacuteficos e foram
convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido confirmando a
anuecircncia
Aqueles que aceitaram participar foram convidados a responder aos
questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale
(JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) Os professores tambeacutem participaram
da avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) e anaacutelise da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca realizados na proacutepria escola
O questionaacuterio Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) ndash anexo 86
- eacute adequado para caracterizar as condiccedilotildees de trabalho na escola e perfil vocal de
professores sendo de faacutecil compreensatildeo e preenchimento aleacutem de poder ser
utilizado em sua totalidade ou em partes conforme o interesse em avaliar questotildees
sociodemograacuteficas do ambiente e organizaccedilatildeo do trabalho docente relativas agrave voz
(sintomas sensaccedilotildees condiccedilotildees de uso da voz no trabalho) e aspectos gerais de
sauacutede haacutebitos de vida e antecedentes familiares (FERREIRA et al 2003 e 2007) As
variaacuteveis foram analisadas em duas categorias natildeo (nunca e raramente) e sim (agraves
19
vezes sempre) o caacutelculo de nuacutemero e frequecircncia de sintomas vocais foi feito
considerando-se sem sintoma (nunca e raramente) e com sintoma (agraves vezes e
sempre)
O instrumento Job Stress Scale (JSS) - anexo 87 - avalia as dimensotildees de
demanda controle e apoio no trabalho referentes agraves fontes de estresse no ambiente
psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da interaccedilatildeo dessas dimensotildees Foi
empregada a versatildeo resumida do instrumento adaptada para o portuguecircs (ALVES
et al 2004) a qual conta com 17 questotildees em trecircs dimensotildees demanda (questotildees
de a ateacute e) controle (questotildees de f ateacute k) e apoio (questotildees de l ateacute q) O caacutelculo
dos escores de cada dimensatildeo foi obtido pela somatoacuteria da pontuaccedilatildeo de cada
escore sendo demanda de 5 a 20 pontos (maior demanda pior situaccedilatildeo) controle
de 6 a 24 pontos (maior controle melhor situaccedilatildeo) e apoio de 6 a 24 pontos (maior
apoio melhor situaccedilatildeo) Este instrumento fora empregado em estudo com
professores de escolas municipais de Satildeo Paulo (GIANNINI 2010) que evidenciou
associaccedilatildeo estatiacutestica entre distuacuterbio de voz e a categoria de alto desgaste da
interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho
O questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) - anexo 88 - eacute um
instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e adequado para
quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo vocal Possui 30
questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional (questotildees
135681112161922) orgacircnico (241013141718202126) e emocional
(791523242527282930) O caacutelculo do escore eacute feito por somatoacuteria de todas as
questotildees ou das questotildees de cada domiacutenio de maneira que o escore geral varia de
0 a 120 pontos e o de cada domiacutenio de 0 a 40 sendo que quanto maior a
pontuaccedilatildeo mais intensa eacute a desvantagem vocal percebida Foi utilizada a versatildeo
20
brasileira validada por Behlau Santos e Oliveira (2011) Os escores para vozes
saudaacuteveis e disfocircnicas respectivamente satildeo escore total 35 e 474 emocional 07
e 131 funcional 17 e 126 orgacircnico 11 e 217 (BEHLAU et al 2009)
A prevalecircncia de alteraccedilotildees vocais foi obtida a partir da avaliaccedilatildeo vocal
fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva vocal) A gravaccedilatildeo foi realizada na
proacutepria escola em uma sala silenciosa sendo a captaccedilatildeo realizada por meio de
gravador Marantz modelo PMD660 e microfone de cabeccedila SENNHEISER modelo
E855 posicionado em um acircngulo de 45ordm a 90ordm da boca mantendo-se distacircncia em
torno de 5 cm (BEHLAU 2001) Na gravaccedilatildeo foram solicitadas trecircs emissotildees da
vogal sustentada ldquoardquo tanto para a anaacutelise perceptivo-auditiva quanto para a
mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
A mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) eacute amplamente descrita na
literatura cientiacutefica e tem apresentado grande ecircxito no que diz respeito agrave detecccedilatildeo
de alteraccedilotildees em niacutevel gloacutetico e respiratoacuterio Suas medidas de normalidade giram
em torno de 16 a 18 segundos Para falantes do portuguecircs do Brasil (experiecircncia
com falantes da cidade de Satildeo Paulo) considera-se uma meacutedia de 20 segundos
para os homens e 14 segundos para as mulheres (PINHO 2003)
A anaacutelise perceptivo-auditiva foi feita por 3 fonoaudioacutelogas experientes na aacuterea
de voz e com anaacutelise de confiabilidade dos julgamentos 10 vozes do total das 46
foram sorteadas e reinseridas na amostra totalizando 56 vozes para a anaacutelise
perceptivo-auditiva A avaliaccedilatildeo se valeu do instrumento escala numeacuterica GRBASI
em que G = grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R = rugosidade B = soprosidade A =
astenia S = tensatildeo e I = instabilidade Apoacutes a escuta de cada voz cada
fonoaudioacuteloga anotou no protocolo um valor de 0 a 3 (grau 0 ndash ausente grau 1 ndash
21
discreto grau 2 ndash moderado e grau 3 ndash intenso) para cada item referente agrave escala
GRBASI (HIRANO 1981 BEHLAU 2001)
Para anaacutelise dos iacutendices de variabilidade da frequumlecircncia cardiacuteaca foi utilizado o
cardiofrequenciacutemetro (Polar RS800CX) que conteacutem um computador de treino
(semelhante a um reloacutegio) que exibe e grava a frequecircncia cardiacuteaca e uma tira
elaacutestica onde eacute conectado o transmissor que envia o sinal da frequecircncia cardiacuteaca
para o aparelho em questatildeo
Os professores foram orientados a ter uma boa noite de sono evitar atividade
fiacutesica antes da avaliaccedilatildeo natildeo ingerir cafeacute ou bebidas que estimulassem a frequecircncia
cardiacuteaca A pesquisadora pediu que durante a avaliaccedilatildeo o professor ficasse em
repouso sem fechar os olhos falar ou cruzar as pernas a fim de evitar alguma
interferecircncia
32 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES LINEARES DE VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA
CARDIacuteACA
Foi registrado batimento a batimento durante todo o protocolo experimental
que teve duraccedilatildeo de 10 minutos com uma taxa de amostragem de 1000 Hz Do
periacuteodo de maior estabilidade do sinal foi selecionado um intervalo de cinco
minutos e somente as seacuteries com mais de 256 intervalos RR foram utilizadas para
anaacutelise (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) Nessas seacuteries foram realizadas filtragens digital e manual para eliminaccedilatildeo de
batimentos ectoacutepicos prematuros e artefatos e somente aquelas com mais de 95
de batimentos sinusais foram incluiacutedas no estudo (VANDERLEI et al 2009)
22
Para anaacutelise da VFC no domiacutenio da frequecircncia utilizamos os componentes
espectrais de baixa frequecircncia (LF 004-015 Hz) e alta frequecircncia (HF 015-040
Hz) em ms2 e unidades normalizadas A anaacutelise espectral foi calculada usando o
algoritmo da Transformada Raacutepida de Fourier
Jaacute a anaacutelise no domiacutenio do tempo foi realizada por meio dos iacutendices SDNN
(desvio-padratildeo da meacutedia dos intervalos RR normais) RMSSD (raiz quadrada da
meacutedia do quadrado das diferenccedilas entre os intervalos RR normais adjacentes)
NN50 (nuacutemero dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de duraccedilatildeo maior que
50ms) e pNN50 (porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de
duraccedilatildeo maior que 50ms)
33 ANAacuteLISE FRACTAL DA VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Para anaacutelise das propriedades fractais da frequecircncia cardiacuteaca o meacutetodo DFA
foi aplicado agrave seacuterie temporal dos intervalos RR O procedimento para o caacutelculo do
DFA foi composto das seguintes etapas
Inicialmente a seacuterie RR obtida experimentalmente eacute integrada usando-se a
expressatildeo
k
i
aveRRiRRkY1
])([)(
Em que Y(k) eacute o k-eacutesimo termo da seacuterie integrada (k = 1 2 N) RR(i) eacute o i-
eacutesimo valor dos intervalos RR e RRave eacute a meacutedia dos intervalos RR da seacuterie
original de comprimento N ou seja
N
i
iRRN
RRave1
)(1
23
Em seguida a seacuterie temporal integrada eacute dividida em intervalos de
comprimento igual a n com n = 1 2 N Em cada um desses intervalos eacute
calculada a tendecircncia local da seacuterie por uma reta de miacutenimos quadrados ajustada
aos dados Denotamos a coordenada y dessa reta por Yn(k) Em seguida
destendenciamos a seacuterie integrada Y(k) subtraindo a tendecircncia local Yn(k) em
cada intervalo Para um dado intervalo de tamanho n o tamanho caracteriacutestico da
flutuaccedilatildeo para a seacuterie integrada e destendenciada eacute calculado por
N
KkYnkYNnF
1
2)]()([1)(
Esse procedimento foi repetido para todos os intervalos de tamanho n
obtendo-se uma relaccedilatildeo entre a meacutedia das flutuaccedilotildees F(n) e o tamanho dos
intervalos n Se essa relaccedilatildeo for linear em um graacutefico log-log isso indica a existecircncia
de uma lei exponencial em escala de acordo com a foacutermula
nnF )( em que
α eacute o expoente de escala que pode ser calculado por regressatildeo linear em um
graacutefico log-log Foram calculados o expoentes fractais de curto prazo (alfa-1)
correspondente ao periacuteodo de 4 a 11 batimentos o expoente de longo prazo (alfa-2)
que corresponde a periacuteodos longos acima de 11 batimentos e a relaccedilatildeo entre eles
(alfa-1alfa-2)
34 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES GEOMEacuteTRICOS DE VARIABILIDADE DA
FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Foram analisados os seguintes iacutendices geomeacutetricos RRtri TINN e plot de
Poincareacute (SD1 SD2 relaccedilatildeo SD1SD2)
24
O RRtri foi calculado a partir da construccedilatildeo do histograma de densidade dos
intervalos RR normais e obtido pela divisatildeo da integral do histograma (isto eacute o
nuacutemero total de intervalos RR) pelo maacuteximo da distribuiccedilatildeo de densidade (frequecircncia
modal dos intervalos RR) mensurado em uma escala discreta com caixas de 78125
ms (1128 segundos) (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF
CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND
ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
O TINN consiste na largura da linha de base da distribuiccedilatildeo medida como a
base de um triacircngulo aproximando a distribuiccedilatildeo de todos os intervalos RR sendo
que a diferenccedila dos miacutenimos quadrados foi utilizada para determinaccedilatildeo do triacircngulo
(TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE
NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Para a construccedilatildeo do plot de Poincareacute cada intervalo RR foi representado em
funccedilatildeo do intervalo anterior (proacuteximo intervalo) e para a anaacutelise quantitativa do plot
de Poincareacute foram calculados os seguintes iacutendices SD1 (desvio-padratildeo da
variabilidade instantacircnea batimento a batimento) SD2 (desvio-padratildeo em longo
prazo dos intervalos R-R contiacutenuos) e a relaccedilatildeo SD1SD2
A anaacutelise qualitativa (visual) do plot de Poincareacute foi feita por meio da anaacutelise
das figuras formadas pelo atrator do plot as quais foram descritas
1) Figura na qual um aumento na dispersatildeo dos intervalos RR batimento
a batimento eacute observado com aumento nos intervalos RR caracteriacutestica de um plot
normal
2) Figura com pequena dispersatildeo global batimento a batimento e sem
aumento da dispersatildeo dos intervalos RR em longo prazo
25
35 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Inicialmente foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de
Shapiro-Wilk Para realizar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foi aplicado o teste de
correlaccedilatildeo de Pearson para distribuiccedilotildees parameacutetricas enquanto para distribuiccedilotildees
natildeo-parameacutetricas foi aplicado o teste de correlaccedilatildeo de Spearman Valores de
correlaccedilatildeo forte foram considerados para r gt 05 correlaccedilatildeo moderada foi
considerada para valores de r entre 03 e 049 (03 gt r gt 049) e correlaccedilatildeo fraca
para valores de r lt 03 Diferenccedilas nesses testes foram consideradas
estatisticamente significantes quando o valor de p foi menor que 005 O programa
estatiacutestico utilizado foi o Software GraphPad StatMate version 200 for Windows
GraphPad Software San Diego California USA
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
REFEREcircNCIAS
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
14
acuacutesticas (152) e avaliaccedilatildeo do ambiente e da organizaccedilatildeo do trabalho (apenas
149)
Em estudos amplos acerca das relaccedilotildees entre sauacutede e trabalho docente
(JARDIM BARRETO e ASSUNCcedilAtildeO 2007 GIANNINI 2010) observa-se que os
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica geralmente satildeo excluiacutedos por apresentarem uma
demanda maior e diferenciada do uso vocal em relaccedilatildeo aos professores de outras
disciplinas bem como por suas aulas apresentarem caracteriacutesticas de ensino
bastante diferenciadas das atividades docentes tradicionais
Cabe destacar que um levantamento acerca da produccedilatildeo fonoaudioloacutegica em
voz do professor entre 2005 e 2007 (DRAGONE et al 2008) evidenciou que
estudos especiacuteficos com professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica correspondem a somente
14 das produccedilotildees na aacuterea
Outro aspecto merece destaque a maioria das pesquisas fonoaudioloacutegicas
envolvendo profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica estaacute voltada ao professor que atua em
ambiente de academia particular Haacute poucas pesquisas com professores de
educaccedilatildeo fiacutesica escolar e dentre elas encontram-se aquelas relativas aos
professores do Ensino Fundamental (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al 2007
MEDEIROS e ALVES 2008) do Ensino Meacutedio (STEFFANI VIECELLI e GRASEL
2011) e do Ensino Superior (SERVILHA et al 1995 GRILLO e FUGOWSKI 2010)
Haacute portanto um segmento da categoria docente ainda fora do foco de atenccedilatildeo
das pesquisas fonoaudioloacutegicas os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escolas
puacuteblicas de Ensino Fundamental
Aleacutem dos problemas vocais a populaccedilatildeo em questatildeo pode tambeacutem estar
sujeita ao desenvolvimento de problemas ventilatoacuterios uma vez que se conhece a
relaccedilatildeo entre a fonaccedilatildeo e a ventilaccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006)
15
Nesse contexto a ventilaccedilatildeo estaacute relacionada agrave regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca e uma das formas de avaliaacute-la de modo natildeo invasivo em humanos eacute pela
anaacutelise da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca (VFC) termo convencionalmente
aceito para descrever as oscilaccedilotildees nos intervalos entre batimentos cardiacuteacos
consecutivos (intervalos RR) que estatildeo relacionadas agraves influecircncias do sistema
nervoso autocircnomo (SNA) sobre o noacutedulo sinusal Trata-se de uma teacutecnica natildeo
invasiva cuja anaacutelise pode ser realizada utilizando-se meacutetodos lineares no domiacutenio
do tempo e da frequecircncia e natildeo lineares no domiacutenio do caos (TASK FORCE OF
THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN
SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Os meacutetodos do domiacutenio de tempo usam teacutecnicas matematicamente simples
para mensurar a variabilidade presente nos intervalos R-R por meio de caacutelculos de
sua meacutedia e das variaccedilotildees do desvio padratildeo da frequecircncia cardiacuteaca ao longo do
tempo enquanto os meacutetodos do domiacutenio da frequecircncia utilizam a anaacutelise espectral
que permite decompor a variaccedilatildeo da frequecircncia cardiacuteaca em um determinado tempo
em seus componentes oscilatoacuterios fundamentais ou seja a seacuterie temporal eacute
decomposta em diferentes componentes de frequecircncia (GAMELIN et al 2006)
Na anaacutelise natildeo linear a abordagem da teoria do caos considera sistemas
dinacircmicos determiniacutesticos regidos por equaccedilotildees natildeo lineares e sensiacuteveis agraves
condiccedilotildees iniciais Essa forma de anaacutelise pode refletir mais adequadamente as
alteraccedilotildees na modulaccedilatildeo autonocircmica dos sistemas bioloacutegicos pois existem
evidecircncias de que os mecanismos envolvidos na regulaccedilatildeo cardiovascular
provavelmente interagem entre si de modo natildeo linear (VANDERLEI et al 2009)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos ndash iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular dos intervalos RR
16
(TINN) e plot de Poincareacute ndash os quais permitem apresentar os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e usar aproximaccedilotildees para delas derivar as medidas de VFC
(VANDERLEI et al 2009)
Mudanccedilas nos padrotildees da VFC podem ser indicadores sensiacuteveis e antecipados
de que pode haver comprometimentos na sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica A alta VFC eacute sinal de boa adaptaccedilatildeo o que caracteriza um indiviacuteduo
saudaacutevel com mecanismos autonocircmicos eficientes Inversamente a baixa VFC eacute
frequentemente um apontador de mau funcionamento fisioloacutegico no indiviacuteduo ou
seja haacute uma adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA necessitando de
investigaccedilotildees adicionais de modo a encontrar um diagnoacutestico especiacutefico (PUMPRLA
et al 2002)
Assim justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo pois satildeo escassos os trabalhos
que retratam os distuacuterbios vocais associados agraves condiccedilotildees de trabalho e a
associaccedilatildeo entre a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca e o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar
Faz-se necessaacuterio desenvolver estudos que possibilitem conhecer e identificar
especificidades do uso da voz sauacutede vocal e condiccedilotildees de organizaccedilatildeo do trabalho
do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica em escolas puacuteblicas a fim de subsidiar accedilotildees de
promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede vocal e melhor desempenho profissional
2 OBJETIVO
Verificar a associaccedilatildeo entre as condiccedilotildees de trabalho distuacuterbios vocais e a
modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
17
3 MEacuteTODO
31 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta por 46 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do
municiacutepio de Mariacutelia situado na regiatildeo centro oeste paulista e conta com 35 escolas
estaduais e 19 escolas municipais de ensino fundamental Todos os procedimentos
realizados foram aprovados pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de
Filosofia e Ciecircncias da UNESP sob os pareceres de Nordm 03542011 e Nordm 05852012
(anexos 81 e 82)
Os requisitos de inclusatildeo dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica foram os
seguintes estar em exerciacutecio e atuando em escolas de ensino fundamental da rede
municipal ou estadual Um dos criteacuterios de exclusatildeo foi estar lecionando em caraacuteter
substitutivo (professor eventual) Tambeacutem foram excluiacutedos sujeitos que relataram
distuacuterbios cardiorrespiratoacuterios
A pesquisadora realizou contato inicial com a Diretoria de Ensino e com a
Secretaria Municipal de Ensino de Mariacutelia (anexos 83 e 84) por meio do qual
obteve autorizaccedilatildeo para adentrar agraves escolas e apresentar a pesquisa agrave direccedilatildeo eou
agrave coordenaccedilatildeo pedagoacutegica Apoacutes obtenccedilatildeo da autorizaccedilatildeo a pesquisadora buscou
obter informaccedilotildees quanto ao sexo e faixa etaacuteria dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
da escola conhecer o espaccedilo destinado agraves suas atividades de ensino como sala de
aula ginaacutesios eou quadras (abertas ou fechadas cobertas ou natildeo) tipo de piso
(terra areia grama cimento madeira ou outro) piscinas ar condicionado
existecircncia de eco ou acuacutestica inadequada exposiccedilatildeo a vento sol chuva ou poeira
presenccedila de bebedouros e banheiros proacuteximos ao local das atividades Foi feito o
registro fotograacutefico das instalaccedilotildees em que ocorrem as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica
com cacircmera digital da Samsung modelo Digimax NV30 81 MP bem como o
18
levantamento da grade horaacuteria
Na mesma oportunidade a pesquisadora solicitou o agendamento de uma
reuniatildeo com os docentes de Educaccedilatildeo Fiacutesica no HTPC (Horaacuterio de Trabalho e
Planejamento Coletivo) ocasiatildeo em que se efetuou o convite agrave participaccedilatildeo
expondo os objetivos e a metodologia da pesquisa bem como a apresentaccedilatildeo do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ndash TECLE (anexo 85)
Os sujeitos receberam todas as informaccedilotildees pertinentes ao projeto aos
objetivos da pesquisa explicaccedilatildeo sobre os procedimentos que seriam utilizados
temporalidade riscos (se houvesse) resguardo da privacidade consentimento sobre
a sua participaccedilatildeo na pesquisa e o uso dos dados para fins cientiacuteficos e foram
convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido confirmando a
anuecircncia
Aqueles que aceitaram participar foram convidados a responder aos
questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale
(JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) Os professores tambeacutem participaram
da avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) e anaacutelise da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca realizados na proacutepria escola
O questionaacuterio Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) ndash anexo 86
- eacute adequado para caracterizar as condiccedilotildees de trabalho na escola e perfil vocal de
professores sendo de faacutecil compreensatildeo e preenchimento aleacutem de poder ser
utilizado em sua totalidade ou em partes conforme o interesse em avaliar questotildees
sociodemograacuteficas do ambiente e organizaccedilatildeo do trabalho docente relativas agrave voz
(sintomas sensaccedilotildees condiccedilotildees de uso da voz no trabalho) e aspectos gerais de
sauacutede haacutebitos de vida e antecedentes familiares (FERREIRA et al 2003 e 2007) As
variaacuteveis foram analisadas em duas categorias natildeo (nunca e raramente) e sim (agraves
19
vezes sempre) o caacutelculo de nuacutemero e frequecircncia de sintomas vocais foi feito
considerando-se sem sintoma (nunca e raramente) e com sintoma (agraves vezes e
sempre)
O instrumento Job Stress Scale (JSS) - anexo 87 - avalia as dimensotildees de
demanda controle e apoio no trabalho referentes agraves fontes de estresse no ambiente
psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da interaccedilatildeo dessas dimensotildees Foi
empregada a versatildeo resumida do instrumento adaptada para o portuguecircs (ALVES
et al 2004) a qual conta com 17 questotildees em trecircs dimensotildees demanda (questotildees
de a ateacute e) controle (questotildees de f ateacute k) e apoio (questotildees de l ateacute q) O caacutelculo
dos escores de cada dimensatildeo foi obtido pela somatoacuteria da pontuaccedilatildeo de cada
escore sendo demanda de 5 a 20 pontos (maior demanda pior situaccedilatildeo) controle
de 6 a 24 pontos (maior controle melhor situaccedilatildeo) e apoio de 6 a 24 pontos (maior
apoio melhor situaccedilatildeo) Este instrumento fora empregado em estudo com
professores de escolas municipais de Satildeo Paulo (GIANNINI 2010) que evidenciou
associaccedilatildeo estatiacutestica entre distuacuterbio de voz e a categoria de alto desgaste da
interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho
O questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) - anexo 88 - eacute um
instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e adequado para
quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo vocal Possui 30
questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional (questotildees
135681112161922) orgacircnico (241013141718202126) e emocional
(791523242527282930) O caacutelculo do escore eacute feito por somatoacuteria de todas as
questotildees ou das questotildees de cada domiacutenio de maneira que o escore geral varia de
0 a 120 pontos e o de cada domiacutenio de 0 a 40 sendo que quanto maior a
pontuaccedilatildeo mais intensa eacute a desvantagem vocal percebida Foi utilizada a versatildeo
20
brasileira validada por Behlau Santos e Oliveira (2011) Os escores para vozes
saudaacuteveis e disfocircnicas respectivamente satildeo escore total 35 e 474 emocional 07
e 131 funcional 17 e 126 orgacircnico 11 e 217 (BEHLAU et al 2009)
A prevalecircncia de alteraccedilotildees vocais foi obtida a partir da avaliaccedilatildeo vocal
fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva vocal) A gravaccedilatildeo foi realizada na
proacutepria escola em uma sala silenciosa sendo a captaccedilatildeo realizada por meio de
gravador Marantz modelo PMD660 e microfone de cabeccedila SENNHEISER modelo
E855 posicionado em um acircngulo de 45ordm a 90ordm da boca mantendo-se distacircncia em
torno de 5 cm (BEHLAU 2001) Na gravaccedilatildeo foram solicitadas trecircs emissotildees da
vogal sustentada ldquoardquo tanto para a anaacutelise perceptivo-auditiva quanto para a
mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
A mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) eacute amplamente descrita na
literatura cientiacutefica e tem apresentado grande ecircxito no que diz respeito agrave detecccedilatildeo
de alteraccedilotildees em niacutevel gloacutetico e respiratoacuterio Suas medidas de normalidade giram
em torno de 16 a 18 segundos Para falantes do portuguecircs do Brasil (experiecircncia
com falantes da cidade de Satildeo Paulo) considera-se uma meacutedia de 20 segundos
para os homens e 14 segundos para as mulheres (PINHO 2003)
A anaacutelise perceptivo-auditiva foi feita por 3 fonoaudioacutelogas experientes na aacuterea
de voz e com anaacutelise de confiabilidade dos julgamentos 10 vozes do total das 46
foram sorteadas e reinseridas na amostra totalizando 56 vozes para a anaacutelise
perceptivo-auditiva A avaliaccedilatildeo se valeu do instrumento escala numeacuterica GRBASI
em que G = grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R = rugosidade B = soprosidade A =
astenia S = tensatildeo e I = instabilidade Apoacutes a escuta de cada voz cada
fonoaudioacuteloga anotou no protocolo um valor de 0 a 3 (grau 0 ndash ausente grau 1 ndash
21
discreto grau 2 ndash moderado e grau 3 ndash intenso) para cada item referente agrave escala
GRBASI (HIRANO 1981 BEHLAU 2001)
Para anaacutelise dos iacutendices de variabilidade da frequumlecircncia cardiacuteaca foi utilizado o
cardiofrequenciacutemetro (Polar RS800CX) que conteacutem um computador de treino
(semelhante a um reloacutegio) que exibe e grava a frequecircncia cardiacuteaca e uma tira
elaacutestica onde eacute conectado o transmissor que envia o sinal da frequecircncia cardiacuteaca
para o aparelho em questatildeo
Os professores foram orientados a ter uma boa noite de sono evitar atividade
fiacutesica antes da avaliaccedilatildeo natildeo ingerir cafeacute ou bebidas que estimulassem a frequecircncia
cardiacuteaca A pesquisadora pediu que durante a avaliaccedilatildeo o professor ficasse em
repouso sem fechar os olhos falar ou cruzar as pernas a fim de evitar alguma
interferecircncia
32 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES LINEARES DE VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA
CARDIacuteACA
Foi registrado batimento a batimento durante todo o protocolo experimental
que teve duraccedilatildeo de 10 minutos com uma taxa de amostragem de 1000 Hz Do
periacuteodo de maior estabilidade do sinal foi selecionado um intervalo de cinco
minutos e somente as seacuteries com mais de 256 intervalos RR foram utilizadas para
anaacutelise (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) Nessas seacuteries foram realizadas filtragens digital e manual para eliminaccedilatildeo de
batimentos ectoacutepicos prematuros e artefatos e somente aquelas com mais de 95
de batimentos sinusais foram incluiacutedas no estudo (VANDERLEI et al 2009)
22
Para anaacutelise da VFC no domiacutenio da frequecircncia utilizamos os componentes
espectrais de baixa frequecircncia (LF 004-015 Hz) e alta frequecircncia (HF 015-040
Hz) em ms2 e unidades normalizadas A anaacutelise espectral foi calculada usando o
algoritmo da Transformada Raacutepida de Fourier
Jaacute a anaacutelise no domiacutenio do tempo foi realizada por meio dos iacutendices SDNN
(desvio-padratildeo da meacutedia dos intervalos RR normais) RMSSD (raiz quadrada da
meacutedia do quadrado das diferenccedilas entre os intervalos RR normais adjacentes)
NN50 (nuacutemero dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de duraccedilatildeo maior que
50ms) e pNN50 (porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de
duraccedilatildeo maior que 50ms)
33 ANAacuteLISE FRACTAL DA VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Para anaacutelise das propriedades fractais da frequecircncia cardiacuteaca o meacutetodo DFA
foi aplicado agrave seacuterie temporal dos intervalos RR O procedimento para o caacutelculo do
DFA foi composto das seguintes etapas
Inicialmente a seacuterie RR obtida experimentalmente eacute integrada usando-se a
expressatildeo
k
i
aveRRiRRkY1
])([)(
Em que Y(k) eacute o k-eacutesimo termo da seacuterie integrada (k = 1 2 N) RR(i) eacute o i-
eacutesimo valor dos intervalos RR e RRave eacute a meacutedia dos intervalos RR da seacuterie
original de comprimento N ou seja
N
i
iRRN
RRave1
)(1
23
Em seguida a seacuterie temporal integrada eacute dividida em intervalos de
comprimento igual a n com n = 1 2 N Em cada um desses intervalos eacute
calculada a tendecircncia local da seacuterie por uma reta de miacutenimos quadrados ajustada
aos dados Denotamos a coordenada y dessa reta por Yn(k) Em seguida
destendenciamos a seacuterie integrada Y(k) subtraindo a tendecircncia local Yn(k) em
cada intervalo Para um dado intervalo de tamanho n o tamanho caracteriacutestico da
flutuaccedilatildeo para a seacuterie integrada e destendenciada eacute calculado por
N
KkYnkYNnF
1
2)]()([1)(
Esse procedimento foi repetido para todos os intervalos de tamanho n
obtendo-se uma relaccedilatildeo entre a meacutedia das flutuaccedilotildees F(n) e o tamanho dos
intervalos n Se essa relaccedilatildeo for linear em um graacutefico log-log isso indica a existecircncia
de uma lei exponencial em escala de acordo com a foacutermula
nnF )( em que
α eacute o expoente de escala que pode ser calculado por regressatildeo linear em um
graacutefico log-log Foram calculados o expoentes fractais de curto prazo (alfa-1)
correspondente ao periacuteodo de 4 a 11 batimentos o expoente de longo prazo (alfa-2)
que corresponde a periacuteodos longos acima de 11 batimentos e a relaccedilatildeo entre eles
(alfa-1alfa-2)
34 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES GEOMEacuteTRICOS DE VARIABILIDADE DA
FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Foram analisados os seguintes iacutendices geomeacutetricos RRtri TINN e plot de
Poincareacute (SD1 SD2 relaccedilatildeo SD1SD2)
24
O RRtri foi calculado a partir da construccedilatildeo do histograma de densidade dos
intervalos RR normais e obtido pela divisatildeo da integral do histograma (isto eacute o
nuacutemero total de intervalos RR) pelo maacuteximo da distribuiccedilatildeo de densidade (frequecircncia
modal dos intervalos RR) mensurado em uma escala discreta com caixas de 78125
ms (1128 segundos) (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF
CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND
ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
O TINN consiste na largura da linha de base da distribuiccedilatildeo medida como a
base de um triacircngulo aproximando a distribuiccedilatildeo de todos os intervalos RR sendo
que a diferenccedila dos miacutenimos quadrados foi utilizada para determinaccedilatildeo do triacircngulo
(TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE
NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Para a construccedilatildeo do plot de Poincareacute cada intervalo RR foi representado em
funccedilatildeo do intervalo anterior (proacuteximo intervalo) e para a anaacutelise quantitativa do plot
de Poincareacute foram calculados os seguintes iacutendices SD1 (desvio-padratildeo da
variabilidade instantacircnea batimento a batimento) SD2 (desvio-padratildeo em longo
prazo dos intervalos R-R contiacutenuos) e a relaccedilatildeo SD1SD2
A anaacutelise qualitativa (visual) do plot de Poincareacute foi feita por meio da anaacutelise
das figuras formadas pelo atrator do plot as quais foram descritas
1) Figura na qual um aumento na dispersatildeo dos intervalos RR batimento
a batimento eacute observado com aumento nos intervalos RR caracteriacutestica de um plot
normal
2) Figura com pequena dispersatildeo global batimento a batimento e sem
aumento da dispersatildeo dos intervalos RR em longo prazo
25
35 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Inicialmente foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de
Shapiro-Wilk Para realizar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foi aplicado o teste de
correlaccedilatildeo de Pearson para distribuiccedilotildees parameacutetricas enquanto para distribuiccedilotildees
natildeo-parameacutetricas foi aplicado o teste de correlaccedilatildeo de Spearman Valores de
correlaccedilatildeo forte foram considerados para r gt 05 correlaccedilatildeo moderada foi
considerada para valores de r entre 03 e 049 (03 gt r gt 049) e correlaccedilatildeo fraca
para valores de r lt 03 Diferenccedilas nesses testes foram consideradas
estatisticamente significantes quando o valor de p foi menor que 005 O programa
estatiacutestico utilizado foi o Software GraphPad StatMate version 200 for Windows
GraphPad Software San Diego California USA
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
15
Nesse contexto a ventilaccedilatildeo estaacute relacionada agrave regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca e uma das formas de avaliaacute-la de modo natildeo invasivo em humanos eacute pela
anaacutelise da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca (VFC) termo convencionalmente
aceito para descrever as oscilaccedilotildees nos intervalos entre batimentos cardiacuteacos
consecutivos (intervalos RR) que estatildeo relacionadas agraves influecircncias do sistema
nervoso autocircnomo (SNA) sobre o noacutedulo sinusal Trata-se de uma teacutecnica natildeo
invasiva cuja anaacutelise pode ser realizada utilizando-se meacutetodos lineares no domiacutenio
do tempo e da frequecircncia e natildeo lineares no domiacutenio do caos (TASK FORCE OF
THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN
SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Os meacutetodos do domiacutenio de tempo usam teacutecnicas matematicamente simples
para mensurar a variabilidade presente nos intervalos R-R por meio de caacutelculos de
sua meacutedia e das variaccedilotildees do desvio padratildeo da frequecircncia cardiacuteaca ao longo do
tempo enquanto os meacutetodos do domiacutenio da frequecircncia utilizam a anaacutelise espectral
que permite decompor a variaccedilatildeo da frequecircncia cardiacuteaca em um determinado tempo
em seus componentes oscilatoacuterios fundamentais ou seja a seacuterie temporal eacute
decomposta em diferentes componentes de frequecircncia (GAMELIN et al 2006)
Na anaacutelise natildeo linear a abordagem da teoria do caos considera sistemas
dinacircmicos determiniacutesticos regidos por equaccedilotildees natildeo lineares e sensiacuteveis agraves
condiccedilotildees iniciais Essa forma de anaacutelise pode refletir mais adequadamente as
alteraccedilotildees na modulaccedilatildeo autonocircmica dos sistemas bioloacutegicos pois existem
evidecircncias de que os mecanismos envolvidos na regulaccedilatildeo cardiovascular
provavelmente interagem entre si de modo natildeo linear (VANDERLEI et al 2009)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos ndash iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular dos intervalos RR
16
(TINN) e plot de Poincareacute ndash os quais permitem apresentar os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e usar aproximaccedilotildees para delas derivar as medidas de VFC
(VANDERLEI et al 2009)
Mudanccedilas nos padrotildees da VFC podem ser indicadores sensiacuteveis e antecipados
de que pode haver comprometimentos na sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica A alta VFC eacute sinal de boa adaptaccedilatildeo o que caracteriza um indiviacuteduo
saudaacutevel com mecanismos autonocircmicos eficientes Inversamente a baixa VFC eacute
frequentemente um apontador de mau funcionamento fisioloacutegico no indiviacuteduo ou
seja haacute uma adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA necessitando de
investigaccedilotildees adicionais de modo a encontrar um diagnoacutestico especiacutefico (PUMPRLA
et al 2002)
Assim justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo pois satildeo escassos os trabalhos
que retratam os distuacuterbios vocais associados agraves condiccedilotildees de trabalho e a
associaccedilatildeo entre a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca e o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar
Faz-se necessaacuterio desenvolver estudos que possibilitem conhecer e identificar
especificidades do uso da voz sauacutede vocal e condiccedilotildees de organizaccedilatildeo do trabalho
do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica em escolas puacuteblicas a fim de subsidiar accedilotildees de
promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede vocal e melhor desempenho profissional
2 OBJETIVO
Verificar a associaccedilatildeo entre as condiccedilotildees de trabalho distuacuterbios vocais e a
modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
17
3 MEacuteTODO
31 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta por 46 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do
municiacutepio de Mariacutelia situado na regiatildeo centro oeste paulista e conta com 35 escolas
estaduais e 19 escolas municipais de ensino fundamental Todos os procedimentos
realizados foram aprovados pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de
Filosofia e Ciecircncias da UNESP sob os pareceres de Nordm 03542011 e Nordm 05852012
(anexos 81 e 82)
Os requisitos de inclusatildeo dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica foram os
seguintes estar em exerciacutecio e atuando em escolas de ensino fundamental da rede
municipal ou estadual Um dos criteacuterios de exclusatildeo foi estar lecionando em caraacuteter
substitutivo (professor eventual) Tambeacutem foram excluiacutedos sujeitos que relataram
distuacuterbios cardiorrespiratoacuterios
A pesquisadora realizou contato inicial com a Diretoria de Ensino e com a
Secretaria Municipal de Ensino de Mariacutelia (anexos 83 e 84) por meio do qual
obteve autorizaccedilatildeo para adentrar agraves escolas e apresentar a pesquisa agrave direccedilatildeo eou
agrave coordenaccedilatildeo pedagoacutegica Apoacutes obtenccedilatildeo da autorizaccedilatildeo a pesquisadora buscou
obter informaccedilotildees quanto ao sexo e faixa etaacuteria dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
da escola conhecer o espaccedilo destinado agraves suas atividades de ensino como sala de
aula ginaacutesios eou quadras (abertas ou fechadas cobertas ou natildeo) tipo de piso
(terra areia grama cimento madeira ou outro) piscinas ar condicionado
existecircncia de eco ou acuacutestica inadequada exposiccedilatildeo a vento sol chuva ou poeira
presenccedila de bebedouros e banheiros proacuteximos ao local das atividades Foi feito o
registro fotograacutefico das instalaccedilotildees em que ocorrem as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica
com cacircmera digital da Samsung modelo Digimax NV30 81 MP bem como o
18
levantamento da grade horaacuteria
Na mesma oportunidade a pesquisadora solicitou o agendamento de uma
reuniatildeo com os docentes de Educaccedilatildeo Fiacutesica no HTPC (Horaacuterio de Trabalho e
Planejamento Coletivo) ocasiatildeo em que se efetuou o convite agrave participaccedilatildeo
expondo os objetivos e a metodologia da pesquisa bem como a apresentaccedilatildeo do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ndash TECLE (anexo 85)
Os sujeitos receberam todas as informaccedilotildees pertinentes ao projeto aos
objetivos da pesquisa explicaccedilatildeo sobre os procedimentos que seriam utilizados
temporalidade riscos (se houvesse) resguardo da privacidade consentimento sobre
a sua participaccedilatildeo na pesquisa e o uso dos dados para fins cientiacuteficos e foram
convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido confirmando a
anuecircncia
Aqueles que aceitaram participar foram convidados a responder aos
questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale
(JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) Os professores tambeacutem participaram
da avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) e anaacutelise da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca realizados na proacutepria escola
O questionaacuterio Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) ndash anexo 86
- eacute adequado para caracterizar as condiccedilotildees de trabalho na escola e perfil vocal de
professores sendo de faacutecil compreensatildeo e preenchimento aleacutem de poder ser
utilizado em sua totalidade ou em partes conforme o interesse em avaliar questotildees
sociodemograacuteficas do ambiente e organizaccedilatildeo do trabalho docente relativas agrave voz
(sintomas sensaccedilotildees condiccedilotildees de uso da voz no trabalho) e aspectos gerais de
sauacutede haacutebitos de vida e antecedentes familiares (FERREIRA et al 2003 e 2007) As
variaacuteveis foram analisadas em duas categorias natildeo (nunca e raramente) e sim (agraves
19
vezes sempre) o caacutelculo de nuacutemero e frequecircncia de sintomas vocais foi feito
considerando-se sem sintoma (nunca e raramente) e com sintoma (agraves vezes e
sempre)
O instrumento Job Stress Scale (JSS) - anexo 87 - avalia as dimensotildees de
demanda controle e apoio no trabalho referentes agraves fontes de estresse no ambiente
psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da interaccedilatildeo dessas dimensotildees Foi
empregada a versatildeo resumida do instrumento adaptada para o portuguecircs (ALVES
et al 2004) a qual conta com 17 questotildees em trecircs dimensotildees demanda (questotildees
de a ateacute e) controle (questotildees de f ateacute k) e apoio (questotildees de l ateacute q) O caacutelculo
dos escores de cada dimensatildeo foi obtido pela somatoacuteria da pontuaccedilatildeo de cada
escore sendo demanda de 5 a 20 pontos (maior demanda pior situaccedilatildeo) controle
de 6 a 24 pontos (maior controle melhor situaccedilatildeo) e apoio de 6 a 24 pontos (maior
apoio melhor situaccedilatildeo) Este instrumento fora empregado em estudo com
professores de escolas municipais de Satildeo Paulo (GIANNINI 2010) que evidenciou
associaccedilatildeo estatiacutestica entre distuacuterbio de voz e a categoria de alto desgaste da
interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho
O questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) - anexo 88 - eacute um
instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e adequado para
quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo vocal Possui 30
questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional (questotildees
135681112161922) orgacircnico (241013141718202126) e emocional
(791523242527282930) O caacutelculo do escore eacute feito por somatoacuteria de todas as
questotildees ou das questotildees de cada domiacutenio de maneira que o escore geral varia de
0 a 120 pontos e o de cada domiacutenio de 0 a 40 sendo que quanto maior a
pontuaccedilatildeo mais intensa eacute a desvantagem vocal percebida Foi utilizada a versatildeo
20
brasileira validada por Behlau Santos e Oliveira (2011) Os escores para vozes
saudaacuteveis e disfocircnicas respectivamente satildeo escore total 35 e 474 emocional 07
e 131 funcional 17 e 126 orgacircnico 11 e 217 (BEHLAU et al 2009)
A prevalecircncia de alteraccedilotildees vocais foi obtida a partir da avaliaccedilatildeo vocal
fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva vocal) A gravaccedilatildeo foi realizada na
proacutepria escola em uma sala silenciosa sendo a captaccedilatildeo realizada por meio de
gravador Marantz modelo PMD660 e microfone de cabeccedila SENNHEISER modelo
E855 posicionado em um acircngulo de 45ordm a 90ordm da boca mantendo-se distacircncia em
torno de 5 cm (BEHLAU 2001) Na gravaccedilatildeo foram solicitadas trecircs emissotildees da
vogal sustentada ldquoardquo tanto para a anaacutelise perceptivo-auditiva quanto para a
mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
A mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) eacute amplamente descrita na
literatura cientiacutefica e tem apresentado grande ecircxito no que diz respeito agrave detecccedilatildeo
de alteraccedilotildees em niacutevel gloacutetico e respiratoacuterio Suas medidas de normalidade giram
em torno de 16 a 18 segundos Para falantes do portuguecircs do Brasil (experiecircncia
com falantes da cidade de Satildeo Paulo) considera-se uma meacutedia de 20 segundos
para os homens e 14 segundos para as mulheres (PINHO 2003)
A anaacutelise perceptivo-auditiva foi feita por 3 fonoaudioacutelogas experientes na aacuterea
de voz e com anaacutelise de confiabilidade dos julgamentos 10 vozes do total das 46
foram sorteadas e reinseridas na amostra totalizando 56 vozes para a anaacutelise
perceptivo-auditiva A avaliaccedilatildeo se valeu do instrumento escala numeacuterica GRBASI
em que G = grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R = rugosidade B = soprosidade A =
astenia S = tensatildeo e I = instabilidade Apoacutes a escuta de cada voz cada
fonoaudioacuteloga anotou no protocolo um valor de 0 a 3 (grau 0 ndash ausente grau 1 ndash
21
discreto grau 2 ndash moderado e grau 3 ndash intenso) para cada item referente agrave escala
GRBASI (HIRANO 1981 BEHLAU 2001)
Para anaacutelise dos iacutendices de variabilidade da frequumlecircncia cardiacuteaca foi utilizado o
cardiofrequenciacutemetro (Polar RS800CX) que conteacutem um computador de treino
(semelhante a um reloacutegio) que exibe e grava a frequecircncia cardiacuteaca e uma tira
elaacutestica onde eacute conectado o transmissor que envia o sinal da frequecircncia cardiacuteaca
para o aparelho em questatildeo
Os professores foram orientados a ter uma boa noite de sono evitar atividade
fiacutesica antes da avaliaccedilatildeo natildeo ingerir cafeacute ou bebidas que estimulassem a frequecircncia
cardiacuteaca A pesquisadora pediu que durante a avaliaccedilatildeo o professor ficasse em
repouso sem fechar os olhos falar ou cruzar as pernas a fim de evitar alguma
interferecircncia
32 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES LINEARES DE VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA
CARDIacuteACA
Foi registrado batimento a batimento durante todo o protocolo experimental
que teve duraccedilatildeo de 10 minutos com uma taxa de amostragem de 1000 Hz Do
periacuteodo de maior estabilidade do sinal foi selecionado um intervalo de cinco
minutos e somente as seacuteries com mais de 256 intervalos RR foram utilizadas para
anaacutelise (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) Nessas seacuteries foram realizadas filtragens digital e manual para eliminaccedilatildeo de
batimentos ectoacutepicos prematuros e artefatos e somente aquelas com mais de 95
de batimentos sinusais foram incluiacutedas no estudo (VANDERLEI et al 2009)
22
Para anaacutelise da VFC no domiacutenio da frequecircncia utilizamos os componentes
espectrais de baixa frequecircncia (LF 004-015 Hz) e alta frequecircncia (HF 015-040
Hz) em ms2 e unidades normalizadas A anaacutelise espectral foi calculada usando o
algoritmo da Transformada Raacutepida de Fourier
Jaacute a anaacutelise no domiacutenio do tempo foi realizada por meio dos iacutendices SDNN
(desvio-padratildeo da meacutedia dos intervalos RR normais) RMSSD (raiz quadrada da
meacutedia do quadrado das diferenccedilas entre os intervalos RR normais adjacentes)
NN50 (nuacutemero dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de duraccedilatildeo maior que
50ms) e pNN50 (porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de
duraccedilatildeo maior que 50ms)
33 ANAacuteLISE FRACTAL DA VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Para anaacutelise das propriedades fractais da frequecircncia cardiacuteaca o meacutetodo DFA
foi aplicado agrave seacuterie temporal dos intervalos RR O procedimento para o caacutelculo do
DFA foi composto das seguintes etapas
Inicialmente a seacuterie RR obtida experimentalmente eacute integrada usando-se a
expressatildeo
k
i
aveRRiRRkY1
])([)(
Em que Y(k) eacute o k-eacutesimo termo da seacuterie integrada (k = 1 2 N) RR(i) eacute o i-
eacutesimo valor dos intervalos RR e RRave eacute a meacutedia dos intervalos RR da seacuterie
original de comprimento N ou seja
N
i
iRRN
RRave1
)(1
23
Em seguida a seacuterie temporal integrada eacute dividida em intervalos de
comprimento igual a n com n = 1 2 N Em cada um desses intervalos eacute
calculada a tendecircncia local da seacuterie por uma reta de miacutenimos quadrados ajustada
aos dados Denotamos a coordenada y dessa reta por Yn(k) Em seguida
destendenciamos a seacuterie integrada Y(k) subtraindo a tendecircncia local Yn(k) em
cada intervalo Para um dado intervalo de tamanho n o tamanho caracteriacutestico da
flutuaccedilatildeo para a seacuterie integrada e destendenciada eacute calculado por
N
KkYnkYNnF
1
2)]()([1)(
Esse procedimento foi repetido para todos os intervalos de tamanho n
obtendo-se uma relaccedilatildeo entre a meacutedia das flutuaccedilotildees F(n) e o tamanho dos
intervalos n Se essa relaccedilatildeo for linear em um graacutefico log-log isso indica a existecircncia
de uma lei exponencial em escala de acordo com a foacutermula
nnF )( em que
α eacute o expoente de escala que pode ser calculado por regressatildeo linear em um
graacutefico log-log Foram calculados o expoentes fractais de curto prazo (alfa-1)
correspondente ao periacuteodo de 4 a 11 batimentos o expoente de longo prazo (alfa-2)
que corresponde a periacuteodos longos acima de 11 batimentos e a relaccedilatildeo entre eles
(alfa-1alfa-2)
34 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES GEOMEacuteTRICOS DE VARIABILIDADE DA
FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Foram analisados os seguintes iacutendices geomeacutetricos RRtri TINN e plot de
Poincareacute (SD1 SD2 relaccedilatildeo SD1SD2)
24
O RRtri foi calculado a partir da construccedilatildeo do histograma de densidade dos
intervalos RR normais e obtido pela divisatildeo da integral do histograma (isto eacute o
nuacutemero total de intervalos RR) pelo maacuteximo da distribuiccedilatildeo de densidade (frequecircncia
modal dos intervalos RR) mensurado em uma escala discreta com caixas de 78125
ms (1128 segundos) (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF
CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND
ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
O TINN consiste na largura da linha de base da distribuiccedilatildeo medida como a
base de um triacircngulo aproximando a distribuiccedilatildeo de todos os intervalos RR sendo
que a diferenccedila dos miacutenimos quadrados foi utilizada para determinaccedilatildeo do triacircngulo
(TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE
NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Para a construccedilatildeo do plot de Poincareacute cada intervalo RR foi representado em
funccedilatildeo do intervalo anterior (proacuteximo intervalo) e para a anaacutelise quantitativa do plot
de Poincareacute foram calculados os seguintes iacutendices SD1 (desvio-padratildeo da
variabilidade instantacircnea batimento a batimento) SD2 (desvio-padratildeo em longo
prazo dos intervalos R-R contiacutenuos) e a relaccedilatildeo SD1SD2
A anaacutelise qualitativa (visual) do plot de Poincareacute foi feita por meio da anaacutelise
das figuras formadas pelo atrator do plot as quais foram descritas
1) Figura na qual um aumento na dispersatildeo dos intervalos RR batimento
a batimento eacute observado com aumento nos intervalos RR caracteriacutestica de um plot
normal
2) Figura com pequena dispersatildeo global batimento a batimento e sem
aumento da dispersatildeo dos intervalos RR em longo prazo
25
35 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Inicialmente foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de
Shapiro-Wilk Para realizar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foi aplicado o teste de
correlaccedilatildeo de Pearson para distribuiccedilotildees parameacutetricas enquanto para distribuiccedilotildees
natildeo-parameacutetricas foi aplicado o teste de correlaccedilatildeo de Spearman Valores de
correlaccedilatildeo forte foram considerados para r gt 05 correlaccedilatildeo moderada foi
considerada para valores de r entre 03 e 049 (03 gt r gt 049) e correlaccedilatildeo fraca
para valores de r lt 03 Diferenccedilas nesses testes foram consideradas
estatisticamente significantes quando o valor de p foi menor que 005 O programa
estatiacutestico utilizado foi o Software GraphPad StatMate version 200 for Windows
GraphPad Software San Diego California USA
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
16
(TINN) e plot de Poincareacute ndash os quais permitem apresentar os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e usar aproximaccedilotildees para delas derivar as medidas de VFC
(VANDERLEI et al 2009)
Mudanccedilas nos padrotildees da VFC podem ser indicadores sensiacuteveis e antecipados
de que pode haver comprometimentos na sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica A alta VFC eacute sinal de boa adaptaccedilatildeo o que caracteriza um indiviacuteduo
saudaacutevel com mecanismos autonocircmicos eficientes Inversamente a baixa VFC eacute
frequentemente um apontador de mau funcionamento fisioloacutegico no indiviacuteduo ou
seja haacute uma adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA necessitando de
investigaccedilotildees adicionais de modo a encontrar um diagnoacutestico especiacutefico (PUMPRLA
et al 2002)
Assim justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo pois satildeo escassos os trabalhos
que retratam os distuacuterbios vocais associados agraves condiccedilotildees de trabalho e a
associaccedilatildeo entre a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca e o tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar
Faz-se necessaacuterio desenvolver estudos que possibilitem conhecer e identificar
especificidades do uso da voz sauacutede vocal e condiccedilotildees de organizaccedilatildeo do trabalho
do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica em escolas puacuteblicas a fim de subsidiar accedilotildees de
promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede vocal e melhor desempenho profissional
2 OBJETIVO
Verificar a associaccedilatildeo entre as condiccedilotildees de trabalho distuacuterbios vocais e a
modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
17
3 MEacuteTODO
31 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta por 46 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do
municiacutepio de Mariacutelia situado na regiatildeo centro oeste paulista e conta com 35 escolas
estaduais e 19 escolas municipais de ensino fundamental Todos os procedimentos
realizados foram aprovados pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de
Filosofia e Ciecircncias da UNESP sob os pareceres de Nordm 03542011 e Nordm 05852012
(anexos 81 e 82)
Os requisitos de inclusatildeo dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica foram os
seguintes estar em exerciacutecio e atuando em escolas de ensino fundamental da rede
municipal ou estadual Um dos criteacuterios de exclusatildeo foi estar lecionando em caraacuteter
substitutivo (professor eventual) Tambeacutem foram excluiacutedos sujeitos que relataram
distuacuterbios cardiorrespiratoacuterios
A pesquisadora realizou contato inicial com a Diretoria de Ensino e com a
Secretaria Municipal de Ensino de Mariacutelia (anexos 83 e 84) por meio do qual
obteve autorizaccedilatildeo para adentrar agraves escolas e apresentar a pesquisa agrave direccedilatildeo eou
agrave coordenaccedilatildeo pedagoacutegica Apoacutes obtenccedilatildeo da autorizaccedilatildeo a pesquisadora buscou
obter informaccedilotildees quanto ao sexo e faixa etaacuteria dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
da escola conhecer o espaccedilo destinado agraves suas atividades de ensino como sala de
aula ginaacutesios eou quadras (abertas ou fechadas cobertas ou natildeo) tipo de piso
(terra areia grama cimento madeira ou outro) piscinas ar condicionado
existecircncia de eco ou acuacutestica inadequada exposiccedilatildeo a vento sol chuva ou poeira
presenccedila de bebedouros e banheiros proacuteximos ao local das atividades Foi feito o
registro fotograacutefico das instalaccedilotildees em que ocorrem as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica
com cacircmera digital da Samsung modelo Digimax NV30 81 MP bem como o
18
levantamento da grade horaacuteria
Na mesma oportunidade a pesquisadora solicitou o agendamento de uma
reuniatildeo com os docentes de Educaccedilatildeo Fiacutesica no HTPC (Horaacuterio de Trabalho e
Planejamento Coletivo) ocasiatildeo em que se efetuou o convite agrave participaccedilatildeo
expondo os objetivos e a metodologia da pesquisa bem como a apresentaccedilatildeo do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ndash TECLE (anexo 85)
Os sujeitos receberam todas as informaccedilotildees pertinentes ao projeto aos
objetivos da pesquisa explicaccedilatildeo sobre os procedimentos que seriam utilizados
temporalidade riscos (se houvesse) resguardo da privacidade consentimento sobre
a sua participaccedilatildeo na pesquisa e o uso dos dados para fins cientiacuteficos e foram
convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido confirmando a
anuecircncia
Aqueles que aceitaram participar foram convidados a responder aos
questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale
(JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) Os professores tambeacutem participaram
da avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) e anaacutelise da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca realizados na proacutepria escola
O questionaacuterio Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) ndash anexo 86
- eacute adequado para caracterizar as condiccedilotildees de trabalho na escola e perfil vocal de
professores sendo de faacutecil compreensatildeo e preenchimento aleacutem de poder ser
utilizado em sua totalidade ou em partes conforme o interesse em avaliar questotildees
sociodemograacuteficas do ambiente e organizaccedilatildeo do trabalho docente relativas agrave voz
(sintomas sensaccedilotildees condiccedilotildees de uso da voz no trabalho) e aspectos gerais de
sauacutede haacutebitos de vida e antecedentes familiares (FERREIRA et al 2003 e 2007) As
variaacuteveis foram analisadas em duas categorias natildeo (nunca e raramente) e sim (agraves
19
vezes sempre) o caacutelculo de nuacutemero e frequecircncia de sintomas vocais foi feito
considerando-se sem sintoma (nunca e raramente) e com sintoma (agraves vezes e
sempre)
O instrumento Job Stress Scale (JSS) - anexo 87 - avalia as dimensotildees de
demanda controle e apoio no trabalho referentes agraves fontes de estresse no ambiente
psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da interaccedilatildeo dessas dimensotildees Foi
empregada a versatildeo resumida do instrumento adaptada para o portuguecircs (ALVES
et al 2004) a qual conta com 17 questotildees em trecircs dimensotildees demanda (questotildees
de a ateacute e) controle (questotildees de f ateacute k) e apoio (questotildees de l ateacute q) O caacutelculo
dos escores de cada dimensatildeo foi obtido pela somatoacuteria da pontuaccedilatildeo de cada
escore sendo demanda de 5 a 20 pontos (maior demanda pior situaccedilatildeo) controle
de 6 a 24 pontos (maior controle melhor situaccedilatildeo) e apoio de 6 a 24 pontos (maior
apoio melhor situaccedilatildeo) Este instrumento fora empregado em estudo com
professores de escolas municipais de Satildeo Paulo (GIANNINI 2010) que evidenciou
associaccedilatildeo estatiacutestica entre distuacuterbio de voz e a categoria de alto desgaste da
interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho
O questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) - anexo 88 - eacute um
instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e adequado para
quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo vocal Possui 30
questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional (questotildees
135681112161922) orgacircnico (241013141718202126) e emocional
(791523242527282930) O caacutelculo do escore eacute feito por somatoacuteria de todas as
questotildees ou das questotildees de cada domiacutenio de maneira que o escore geral varia de
0 a 120 pontos e o de cada domiacutenio de 0 a 40 sendo que quanto maior a
pontuaccedilatildeo mais intensa eacute a desvantagem vocal percebida Foi utilizada a versatildeo
20
brasileira validada por Behlau Santos e Oliveira (2011) Os escores para vozes
saudaacuteveis e disfocircnicas respectivamente satildeo escore total 35 e 474 emocional 07
e 131 funcional 17 e 126 orgacircnico 11 e 217 (BEHLAU et al 2009)
A prevalecircncia de alteraccedilotildees vocais foi obtida a partir da avaliaccedilatildeo vocal
fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva vocal) A gravaccedilatildeo foi realizada na
proacutepria escola em uma sala silenciosa sendo a captaccedilatildeo realizada por meio de
gravador Marantz modelo PMD660 e microfone de cabeccedila SENNHEISER modelo
E855 posicionado em um acircngulo de 45ordm a 90ordm da boca mantendo-se distacircncia em
torno de 5 cm (BEHLAU 2001) Na gravaccedilatildeo foram solicitadas trecircs emissotildees da
vogal sustentada ldquoardquo tanto para a anaacutelise perceptivo-auditiva quanto para a
mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
A mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) eacute amplamente descrita na
literatura cientiacutefica e tem apresentado grande ecircxito no que diz respeito agrave detecccedilatildeo
de alteraccedilotildees em niacutevel gloacutetico e respiratoacuterio Suas medidas de normalidade giram
em torno de 16 a 18 segundos Para falantes do portuguecircs do Brasil (experiecircncia
com falantes da cidade de Satildeo Paulo) considera-se uma meacutedia de 20 segundos
para os homens e 14 segundos para as mulheres (PINHO 2003)
A anaacutelise perceptivo-auditiva foi feita por 3 fonoaudioacutelogas experientes na aacuterea
de voz e com anaacutelise de confiabilidade dos julgamentos 10 vozes do total das 46
foram sorteadas e reinseridas na amostra totalizando 56 vozes para a anaacutelise
perceptivo-auditiva A avaliaccedilatildeo se valeu do instrumento escala numeacuterica GRBASI
em que G = grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R = rugosidade B = soprosidade A =
astenia S = tensatildeo e I = instabilidade Apoacutes a escuta de cada voz cada
fonoaudioacuteloga anotou no protocolo um valor de 0 a 3 (grau 0 ndash ausente grau 1 ndash
21
discreto grau 2 ndash moderado e grau 3 ndash intenso) para cada item referente agrave escala
GRBASI (HIRANO 1981 BEHLAU 2001)
Para anaacutelise dos iacutendices de variabilidade da frequumlecircncia cardiacuteaca foi utilizado o
cardiofrequenciacutemetro (Polar RS800CX) que conteacutem um computador de treino
(semelhante a um reloacutegio) que exibe e grava a frequecircncia cardiacuteaca e uma tira
elaacutestica onde eacute conectado o transmissor que envia o sinal da frequecircncia cardiacuteaca
para o aparelho em questatildeo
Os professores foram orientados a ter uma boa noite de sono evitar atividade
fiacutesica antes da avaliaccedilatildeo natildeo ingerir cafeacute ou bebidas que estimulassem a frequecircncia
cardiacuteaca A pesquisadora pediu que durante a avaliaccedilatildeo o professor ficasse em
repouso sem fechar os olhos falar ou cruzar as pernas a fim de evitar alguma
interferecircncia
32 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES LINEARES DE VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA
CARDIacuteACA
Foi registrado batimento a batimento durante todo o protocolo experimental
que teve duraccedilatildeo de 10 minutos com uma taxa de amostragem de 1000 Hz Do
periacuteodo de maior estabilidade do sinal foi selecionado um intervalo de cinco
minutos e somente as seacuteries com mais de 256 intervalos RR foram utilizadas para
anaacutelise (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) Nessas seacuteries foram realizadas filtragens digital e manual para eliminaccedilatildeo de
batimentos ectoacutepicos prematuros e artefatos e somente aquelas com mais de 95
de batimentos sinusais foram incluiacutedas no estudo (VANDERLEI et al 2009)
22
Para anaacutelise da VFC no domiacutenio da frequecircncia utilizamos os componentes
espectrais de baixa frequecircncia (LF 004-015 Hz) e alta frequecircncia (HF 015-040
Hz) em ms2 e unidades normalizadas A anaacutelise espectral foi calculada usando o
algoritmo da Transformada Raacutepida de Fourier
Jaacute a anaacutelise no domiacutenio do tempo foi realizada por meio dos iacutendices SDNN
(desvio-padratildeo da meacutedia dos intervalos RR normais) RMSSD (raiz quadrada da
meacutedia do quadrado das diferenccedilas entre os intervalos RR normais adjacentes)
NN50 (nuacutemero dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de duraccedilatildeo maior que
50ms) e pNN50 (porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de
duraccedilatildeo maior que 50ms)
33 ANAacuteLISE FRACTAL DA VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Para anaacutelise das propriedades fractais da frequecircncia cardiacuteaca o meacutetodo DFA
foi aplicado agrave seacuterie temporal dos intervalos RR O procedimento para o caacutelculo do
DFA foi composto das seguintes etapas
Inicialmente a seacuterie RR obtida experimentalmente eacute integrada usando-se a
expressatildeo
k
i
aveRRiRRkY1
])([)(
Em que Y(k) eacute o k-eacutesimo termo da seacuterie integrada (k = 1 2 N) RR(i) eacute o i-
eacutesimo valor dos intervalos RR e RRave eacute a meacutedia dos intervalos RR da seacuterie
original de comprimento N ou seja
N
i
iRRN
RRave1
)(1
23
Em seguida a seacuterie temporal integrada eacute dividida em intervalos de
comprimento igual a n com n = 1 2 N Em cada um desses intervalos eacute
calculada a tendecircncia local da seacuterie por uma reta de miacutenimos quadrados ajustada
aos dados Denotamos a coordenada y dessa reta por Yn(k) Em seguida
destendenciamos a seacuterie integrada Y(k) subtraindo a tendecircncia local Yn(k) em
cada intervalo Para um dado intervalo de tamanho n o tamanho caracteriacutestico da
flutuaccedilatildeo para a seacuterie integrada e destendenciada eacute calculado por
N
KkYnkYNnF
1
2)]()([1)(
Esse procedimento foi repetido para todos os intervalos de tamanho n
obtendo-se uma relaccedilatildeo entre a meacutedia das flutuaccedilotildees F(n) e o tamanho dos
intervalos n Se essa relaccedilatildeo for linear em um graacutefico log-log isso indica a existecircncia
de uma lei exponencial em escala de acordo com a foacutermula
nnF )( em que
α eacute o expoente de escala que pode ser calculado por regressatildeo linear em um
graacutefico log-log Foram calculados o expoentes fractais de curto prazo (alfa-1)
correspondente ao periacuteodo de 4 a 11 batimentos o expoente de longo prazo (alfa-2)
que corresponde a periacuteodos longos acima de 11 batimentos e a relaccedilatildeo entre eles
(alfa-1alfa-2)
34 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES GEOMEacuteTRICOS DE VARIABILIDADE DA
FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Foram analisados os seguintes iacutendices geomeacutetricos RRtri TINN e plot de
Poincareacute (SD1 SD2 relaccedilatildeo SD1SD2)
24
O RRtri foi calculado a partir da construccedilatildeo do histograma de densidade dos
intervalos RR normais e obtido pela divisatildeo da integral do histograma (isto eacute o
nuacutemero total de intervalos RR) pelo maacuteximo da distribuiccedilatildeo de densidade (frequecircncia
modal dos intervalos RR) mensurado em uma escala discreta com caixas de 78125
ms (1128 segundos) (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF
CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND
ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
O TINN consiste na largura da linha de base da distribuiccedilatildeo medida como a
base de um triacircngulo aproximando a distribuiccedilatildeo de todos os intervalos RR sendo
que a diferenccedila dos miacutenimos quadrados foi utilizada para determinaccedilatildeo do triacircngulo
(TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE
NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Para a construccedilatildeo do plot de Poincareacute cada intervalo RR foi representado em
funccedilatildeo do intervalo anterior (proacuteximo intervalo) e para a anaacutelise quantitativa do plot
de Poincareacute foram calculados os seguintes iacutendices SD1 (desvio-padratildeo da
variabilidade instantacircnea batimento a batimento) SD2 (desvio-padratildeo em longo
prazo dos intervalos R-R contiacutenuos) e a relaccedilatildeo SD1SD2
A anaacutelise qualitativa (visual) do plot de Poincareacute foi feita por meio da anaacutelise
das figuras formadas pelo atrator do plot as quais foram descritas
1) Figura na qual um aumento na dispersatildeo dos intervalos RR batimento
a batimento eacute observado com aumento nos intervalos RR caracteriacutestica de um plot
normal
2) Figura com pequena dispersatildeo global batimento a batimento e sem
aumento da dispersatildeo dos intervalos RR em longo prazo
25
35 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Inicialmente foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de
Shapiro-Wilk Para realizar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foi aplicado o teste de
correlaccedilatildeo de Pearson para distribuiccedilotildees parameacutetricas enquanto para distribuiccedilotildees
natildeo-parameacutetricas foi aplicado o teste de correlaccedilatildeo de Spearman Valores de
correlaccedilatildeo forte foram considerados para r gt 05 correlaccedilatildeo moderada foi
considerada para valores de r entre 03 e 049 (03 gt r gt 049) e correlaccedilatildeo fraca
para valores de r lt 03 Diferenccedilas nesses testes foram consideradas
estatisticamente significantes quando o valor de p foi menor que 005 O programa
estatiacutestico utilizado foi o Software GraphPad StatMate version 200 for Windows
GraphPad Software San Diego California USA
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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httpwwwcevfonocom2010monografia_selectphpcid=273
YAMASAKI R LEAtildeO SHS MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R
Anaacutelise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas Escala analoacutegica visual
Rev SBFa 2007 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa
YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
17
3 MEacuteTODO
31 Populaccedilatildeo do estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta por 46 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do
municiacutepio de Mariacutelia situado na regiatildeo centro oeste paulista e conta com 35 escolas
estaduais e 19 escolas municipais de ensino fundamental Todos os procedimentos
realizados foram aprovados pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade de
Filosofia e Ciecircncias da UNESP sob os pareceres de Nordm 03542011 e Nordm 05852012
(anexos 81 e 82)
Os requisitos de inclusatildeo dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica foram os
seguintes estar em exerciacutecio e atuando em escolas de ensino fundamental da rede
municipal ou estadual Um dos criteacuterios de exclusatildeo foi estar lecionando em caraacuteter
substitutivo (professor eventual) Tambeacutem foram excluiacutedos sujeitos que relataram
distuacuterbios cardiorrespiratoacuterios
A pesquisadora realizou contato inicial com a Diretoria de Ensino e com a
Secretaria Municipal de Ensino de Mariacutelia (anexos 83 e 84) por meio do qual
obteve autorizaccedilatildeo para adentrar agraves escolas e apresentar a pesquisa agrave direccedilatildeo eou
agrave coordenaccedilatildeo pedagoacutegica Apoacutes obtenccedilatildeo da autorizaccedilatildeo a pesquisadora buscou
obter informaccedilotildees quanto ao sexo e faixa etaacuteria dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
da escola conhecer o espaccedilo destinado agraves suas atividades de ensino como sala de
aula ginaacutesios eou quadras (abertas ou fechadas cobertas ou natildeo) tipo de piso
(terra areia grama cimento madeira ou outro) piscinas ar condicionado
existecircncia de eco ou acuacutestica inadequada exposiccedilatildeo a vento sol chuva ou poeira
presenccedila de bebedouros e banheiros proacuteximos ao local das atividades Foi feito o
registro fotograacutefico das instalaccedilotildees em que ocorrem as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica
com cacircmera digital da Samsung modelo Digimax NV30 81 MP bem como o
18
levantamento da grade horaacuteria
Na mesma oportunidade a pesquisadora solicitou o agendamento de uma
reuniatildeo com os docentes de Educaccedilatildeo Fiacutesica no HTPC (Horaacuterio de Trabalho e
Planejamento Coletivo) ocasiatildeo em que se efetuou o convite agrave participaccedilatildeo
expondo os objetivos e a metodologia da pesquisa bem como a apresentaccedilatildeo do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ndash TECLE (anexo 85)
Os sujeitos receberam todas as informaccedilotildees pertinentes ao projeto aos
objetivos da pesquisa explicaccedilatildeo sobre os procedimentos que seriam utilizados
temporalidade riscos (se houvesse) resguardo da privacidade consentimento sobre
a sua participaccedilatildeo na pesquisa e o uso dos dados para fins cientiacuteficos e foram
convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido confirmando a
anuecircncia
Aqueles que aceitaram participar foram convidados a responder aos
questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale
(JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) Os professores tambeacutem participaram
da avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) e anaacutelise da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca realizados na proacutepria escola
O questionaacuterio Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) ndash anexo 86
- eacute adequado para caracterizar as condiccedilotildees de trabalho na escola e perfil vocal de
professores sendo de faacutecil compreensatildeo e preenchimento aleacutem de poder ser
utilizado em sua totalidade ou em partes conforme o interesse em avaliar questotildees
sociodemograacuteficas do ambiente e organizaccedilatildeo do trabalho docente relativas agrave voz
(sintomas sensaccedilotildees condiccedilotildees de uso da voz no trabalho) e aspectos gerais de
sauacutede haacutebitos de vida e antecedentes familiares (FERREIRA et al 2003 e 2007) As
variaacuteveis foram analisadas em duas categorias natildeo (nunca e raramente) e sim (agraves
19
vezes sempre) o caacutelculo de nuacutemero e frequecircncia de sintomas vocais foi feito
considerando-se sem sintoma (nunca e raramente) e com sintoma (agraves vezes e
sempre)
O instrumento Job Stress Scale (JSS) - anexo 87 - avalia as dimensotildees de
demanda controle e apoio no trabalho referentes agraves fontes de estresse no ambiente
psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da interaccedilatildeo dessas dimensotildees Foi
empregada a versatildeo resumida do instrumento adaptada para o portuguecircs (ALVES
et al 2004) a qual conta com 17 questotildees em trecircs dimensotildees demanda (questotildees
de a ateacute e) controle (questotildees de f ateacute k) e apoio (questotildees de l ateacute q) O caacutelculo
dos escores de cada dimensatildeo foi obtido pela somatoacuteria da pontuaccedilatildeo de cada
escore sendo demanda de 5 a 20 pontos (maior demanda pior situaccedilatildeo) controle
de 6 a 24 pontos (maior controle melhor situaccedilatildeo) e apoio de 6 a 24 pontos (maior
apoio melhor situaccedilatildeo) Este instrumento fora empregado em estudo com
professores de escolas municipais de Satildeo Paulo (GIANNINI 2010) que evidenciou
associaccedilatildeo estatiacutestica entre distuacuterbio de voz e a categoria de alto desgaste da
interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho
O questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) - anexo 88 - eacute um
instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e adequado para
quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo vocal Possui 30
questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional (questotildees
135681112161922) orgacircnico (241013141718202126) e emocional
(791523242527282930) O caacutelculo do escore eacute feito por somatoacuteria de todas as
questotildees ou das questotildees de cada domiacutenio de maneira que o escore geral varia de
0 a 120 pontos e o de cada domiacutenio de 0 a 40 sendo que quanto maior a
pontuaccedilatildeo mais intensa eacute a desvantagem vocal percebida Foi utilizada a versatildeo
20
brasileira validada por Behlau Santos e Oliveira (2011) Os escores para vozes
saudaacuteveis e disfocircnicas respectivamente satildeo escore total 35 e 474 emocional 07
e 131 funcional 17 e 126 orgacircnico 11 e 217 (BEHLAU et al 2009)
A prevalecircncia de alteraccedilotildees vocais foi obtida a partir da avaliaccedilatildeo vocal
fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva vocal) A gravaccedilatildeo foi realizada na
proacutepria escola em uma sala silenciosa sendo a captaccedilatildeo realizada por meio de
gravador Marantz modelo PMD660 e microfone de cabeccedila SENNHEISER modelo
E855 posicionado em um acircngulo de 45ordm a 90ordm da boca mantendo-se distacircncia em
torno de 5 cm (BEHLAU 2001) Na gravaccedilatildeo foram solicitadas trecircs emissotildees da
vogal sustentada ldquoardquo tanto para a anaacutelise perceptivo-auditiva quanto para a
mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
A mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) eacute amplamente descrita na
literatura cientiacutefica e tem apresentado grande ecircxito no que diz respeito agrave detecccedilatildeo
de alteraccedilotildees em niacutevel gloacutetico e respiratoacuterio Suas medidas de normalidade giram
em torno de 16 a 18 segundos Para falantes do portuguecircs do Brasil (experiecircncia
com falantes da cidade de Satildeo Paulo) considera-se uma meacutedia de 20 segundos
para os homens e 14 segundos para as mulheres (PINHO 2003)
A anaacutelise perceptivo-auditiva foi feita por 3 fonoaudioacutelogas experientes na aacuterea
de voz e com anaacutelise de confiabilidade dos julgamentos 10 vozes do total das 46
foram sorteadas e reinseridas na amostra totalizando 56 vozes para a anaacutelise
perceptivo-auditiva A avaliaccedilatildeo se valeu do instrumento escala numeacuterica GRBASI
em que G = grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R = rugosidade B = soprosidade A =
astenia S = tensatildeo e I = instabilidade Apoacutes a escuta de cada voz cada
fonoaudioacuteloga anotou no protocolo um valor de 0 a 3 (grau 0 ndash ausente grau 1 ndash
21
discreto grau 2 ndash moderado e grau 3 ndash intenso) para cada item referente agrave escala
GRBASI (HIRANO 1981 BEHLAU 2001)
Para anaacutelise dos iacutendices de variabilidade da frequumlecircncia cardiacuteaca foi utilizado o
cardiofrequenciacutemetro (Polar RS800CX) que conteacutem um computador de treino
(semelhante a um reloacutegio) que exibe e grava a frequecircncia cardiacuteaca e uma tira
elaacutestica onde eacute conectado o transmissor que envia o sinal da frequecircncia cardiacuteaca
para o aparelho em questatildeo
Os professores foram orientados a ter uma boa noite de sono evitar atividade
fiacutesica antes da avaliaccedilatildeo natildeo ingerir cafeacute ou bebidas que estimulassem a frequecircncia
cardiacuteaca A pesquisadora pediu que durante a avaliaccedilatildeo o professor ficasse em
repouso sem fechar os olhos falar ou cruzar as pernas a fim de evitar alguma
interferecircncia
32 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES LINEARES DE VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA
CARDIacuteACA
Foi registrado batimento a batimento durante todo o protocolo experimental
que teve duraccedilatildeo de 10 minutos com uma taxa de amostragem de 1000 Hz Do
periacuteodo de maior estabilidade do sinal foi selecionado um intervalo de cinco
minutos e somente as seacuteries com mais de 256 intervalos RR foram utilizadas para
anaacutelise (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) Nessas seacuteries foram realizadas filtragens digital e manual para eliminaccedilatildeo de
batimentos ectoacutepicos prematuros e artefatos e somente aquelas com mais de 95
de batimentos sinusais foram incluiacutedas no estudo (VANDERLEI et al 2009)
22
Para anaacutelise da VFC no domiacutenio da frequecircncia utilizamos os componentes
espectrais de baixa frequecircncia (LF 004-015 Hz) e alta frequecircncia (HF 015-040
Hz) em ms2 e unidades normalizadas A anaacutelise espectral foi calculada usando o
algoritmo da Transformada Raacutepida de Fourier
Jaacute a anaacutelise no domiacutenio do tempo foi realizada por meio dos iacutendices SDNN
(desvio-padratildeo da meacutedia dos intervalos RR normais) RMSSD (raiz quadrada da
meacutedia do quadrado das diferenccedilas entre os intervalos RR normais adjacentes)
NN50 (nuacutemero dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de duraccedilatildeo maior que
50ms) e pNN50 (porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de
duraccedilatildeo maior que 50ms)
33 ANAacuteLISE FRACTAL DA VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Para anaacutelise das propriedades fractais da frequecircncia cardiacuteaca o meacutetodo DFA
foi aplicado agrave seacuterie temporal dos intervalos RR O procedimento para o caacutelculo do
DFA foi composto das seguintes etapas
Inicialmente a seacuterie RR obtida experimentalmente eacute integrada usando-se a
expressatildeo
k
i
aveRRiRRkY1
])([)(
Em que Y(k) eacute o k-eacutesimo termo da seacuterie integrada (k = 1 2 N) RR(i) eacute o i-
eacutesimo valor dos intervalos RR e RRave eacute a meacutedia dos intervalos RR da seacuterie
original de comprimento N ou seja
N
i
iRRN
RRave1
)(1
23
Em seguida a seacuterie temporal integrada eacute dividida em intervalos de
comprimento igual a n com n = 1 2 N Em cada um desses intervalos eacute
calculada a tendecircncia local da seacuterie por uma reta de miacutenimos quadrados ajustada
aos dados Denotamos a coordenada y dessa reta por Yn(k) Em seguida
destendenciamos a seacuterie integrada Y(k) subtraindo a tendecircncia local Yn(k) em
cada intervalo Para um dado intervalo de tamanho n o tamanho caracteriacutestico da
flutuaccedilatildeo para a seacuterie integrada e destendenciada eacute calculado por
N
KkYnkYNnF
1
2)]()([1)(
Esse procedimento foi repetido para todos os intervalos de tamanho n
obtendo-se uma relaccedilatildeo entre a meacutedia das flutuaccedilotildees F(n) e o tamanho dos
intervalos n Se essa relaccedilatildeo for linear em um graacutefico log-log isso indica a existecircncia
de uma lei exponencial em escala de acordo com a foacutermula
nnF )( em que
α eacute o expoente de escala que pode ser calculado por regressatildeo linear em um
graacutefico log-log Foram calculados o expoentes fractais de curto prazo (alfa-1)
correspondente ao periacuteodo de 4 a 11 batimentos o expoente de longo prazo (alfa-2)
que corresponde a periacuteodos longos acima de 11 batimentos e a relaccedilatildeo entre eles
(alfa-1alfa-2)
34 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES GEOMEacuteTRICOS DE VARIABILIDADE DA
FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Foram analisados os seguintes iacutendices geomeacutetricos RRtri TINN e plot de
Poincareacute (SD1 SD2 relaccedilatildeo SD1SD2)
24
O RRtri foi calculado a partir da construccedilatildeo do histograma de densidade dos
intervalos RR normais e obtido pela divisatildeo da integral do histograma (isto eacute o
nuacutemero total de intervalos RR) pelo maacuteximo da distribuiccedilatildeo de densidade (frequecircncia
modal dos intervalos RR) mensurado em uma escala discreta com caixas de 78125
ms (1128 segundos) (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF
CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND
ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
O TINN consiste na largura da linha de base da distribuiccedilatildeo medida como a
base de um triacircngulo aproximando a distribuiccedilatildeo de todos os intervalos RR sendo
que a diferenccedila dos miacutenimos quadrados foi utilizada para determinaccedilatildeo do triacircngulo
(TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE
NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Para a construccedilatildeo do plot de Poincareacute cada intervalo RR foi representado em
funccedilatildeo do intervalo anterior (proacuteximo intervalo) e para a anaacutelise quantitativa do plot
de Poincareacute foram calculados os seguintes iacutendices SD1 (desvio-padratildeo da
variabilidade instantacircnea batimento a batimento) SD2 (desvio-padratildeo em longo
prazo dos intervalos R-R contiacutenuos) e a relaccedilatildeo SD1SD2
A anaacutelise qualitativa (visual) do plot de Poincareacute foi feita por meio da anaacutelise
das figuras formadas pelo atrator do plot as quais foram descritas
1) Figura na qual um aumento na dispersatildeo dos intervalos RR batimento
a batimento eacute observado com aumento nos intervalos RR caracteriacutestica de um plot
normal
2) Figura com pequena dispersatildeo global batimento a batimento e sem
aumento da dispersatildeo dos intervalos RR em longo prazo
25
35 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Inicialmente foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de
Shapiro-Wilk Para realizar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foi aplicado o teste de
correlaccedilatildeo de Pearson para distribuiccedilotildees parameacutetricas enquanto para distribuiccedilotildees
natildeo-parameacutetricas foi aplicado o teste de correlaccedilatildeo de Spearman Valores de
correlaccedilatildeo forte foram considerados para r gt 05 correlaccedilatildeo moderada foi
considerada para valores de r entre 03 e 049 (03 gt r gt 049) e correlaccedilatildeo fraca
para valores de r lt 03 Diferenccedilas nesses testes foram consideradas
estatisticamente significantes quando o valor de p foi menor que 005 O programa
estatiacutestico utilizado foi o Software GraphPad StatMate version 200 for Windows
GraphPad Software San Diego California USA
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
18
levantamento da grade horaacuteria
Na mesma oportunidade a pesquisadora solicitou o agendamento de uma
reuniatildeo com os docentes de Educaccedilatildeo Fiacutesica no HTPC (Horaacuterio de Trabalho e
Planejamento Coletivo) ocasiatildeo em que se efetuou o convite agrave participaccedilatildeo
expondo os objetivos e a metodologia da pesquisa bem como a apresentaccedilatildeo do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ndash TECLE (anexo 85)
Os sujeitos receberam todas as informaccedilotildees pertinentes ao projeto aos
objetivos da pesquisa explicaccedilatildeo sobre os procedimentos que seriam utilizados
temporalidade riscos (se houvesse) resguardo da privacidade consentimento sobre
a sua participaccedilatildeo na pesquisa e o uso dos dados para fins cientiacuteficos e foram
convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido confirmando a
anuecircncia
Aqueles que aceitaram participar foram convidados a responder aos
questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) Job Stress Scale
(JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) Os professores tambeacutem participaram
da avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) e anaacutelise da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca realizados na proacutepria escola
O questionaacuterio Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P) ndash anexo 86
- eacute adequado para caracterizar as condiccedilotildees de trabalho na escola e perfil vocal de
professores sendo de faacutecil compreensatildeo e preenchimento aleacutem de poder ser
utilizado em sua totalidade ou em partes conforme o interesse em avaliar questotildees
sociodemograacuteficas do ambiente e organizaccedilatildeo do trabalho docente relativas agrave voz
(sintomas sensaccedilotildees condiccedilotildees de uso da voz no trabalho) e aspectos gerais de
sauacutede haacutebitos de vida e antecedentes familiares (FERREIRA et al 2003 e 2007) As
variaacuteveis foram analisadas em duas categorias natildeo (nunca e raramente) e sim (agraves
19
vezes sempre) o caacutelculo de nuacutemero e frequecircncia de sintomas vocais foi feito
considerando-se sem sintoma (nunca e raramente) e com sintoma (agraves vezes e
sempre)
O instrumento Job Stress Scale (JSS) - anexo 87 - avalia as dimensotildees de
demanda controle e apoio no trabalho referentes agraves fontes de estresse no ambiente
psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da interaccedilatildeo dessas dimensotildees Foi
empregada a versatildeo resumida do instrumento adaptada para o portuguecircs (ALVES
et al 2004) a qual conta com 17 questotildees em trecircs dimensotildees demanda (questotildees
de a ateacute e) controle (questotildees de f ateacute k) e apoio (questotildees de l ateacute q) O caacutelculo
dos escores de cada dimensatildeo foi obtido pela somatoacuteria da pontuaccedilatildeo de cada
escore sendo demanda de 5 a 20 pontos (maior demanda pior situaccedilatildeo) controle
de 6 a 24 pontos (maior controle melhor situaccedilatildeo) e apoio de 6 a 24 pontos (maior
apoio melhor situaccedilatildeo) Este instrumento fora empregado em estudo com
professores de escolas municipais de Satildeo Paulo (GIANNINI 2010) que evidenciou
associaccedilatildeo estatiacutestica entre distuacuterbio de voz e a categoria de alto desgaste da
interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho
O questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) - anexo 88 - eacute um
instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e adequado para
quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo vocal Possui 30
questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional (questotildees
135681112161922) orgacircnico (241013141718202126) e emocional
(791523242527282930) O caacutelculo do escore eacute feito por somatoacuteria de todas as
questotildees ou das questotildees de cada domiacutenio de maneira que o escore geral varia de
0 a 120 pontos e o de cada domiacutenio de 0 a 40 sendo que quanto maior a
pontuaccedilatildeo mais intensa eacute a desvantagem vocal percebida Foi utilizada a versatildeo
20
brasileira validada por Behlau Santos e Oliveira (2011) Os escores para vozes
saudaacuteveis e disfocircnicas respectivamente satildeo escore total 35 e 474 emocional 07
e 131 funcional 17 e 126 orgacircnico 11 e 217 (BEHLAU et al 2009)
A prevalecircncia de alteraccedilotildees vocais foi obtida a partir da avaliaccedilatildeo vocal
fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva vocal) A gravaccedilatildeo foi realizada na
proacutepria escola em uma sala silenciosa sendo a captaccedilatildeo realizada por meio de
gravador Marantz modelo PMD660 e microfone de cabeccedila SENNHEISER modelo
E855 posicionado em um acircngulo de 45ordm a 90ordm da boca mantendo-se distacircncia em
torno de 5 cm (BEHLAU 2001) Na gravaccedilatildeo foram solicitadas trecircs emissotildees da
vogal sustentada ldquoardquo tanto para a anaacutelise perceptivo-auditiva quanto para a
mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
A mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) eacute amplamente descrita na
literatura cientiacutefica e tem apresentado grande ecircxito no que diz respeito agrave detecccedilatildeo
de alteraccedilotildees em niacutevel gloacutetico e respiratoacuterio Suas medidas de normalidade giram
em torno de 16 a 18 segundos Para falantes do portuguecircs do Brasil (experiecircncia
com falantes da cidade de Satildeo Paulo) considera-se uma meacutedia de 20 segundos
para os homens e 14 segundos para as mulheres (PINHO 2003)
A anaacutelise perceptivo-auditiva foi feita por 3 fonoaudioacutelogas experientes na aacuterea
de voz e com anaacutelise de confiabilidade dos julgamentos 10 vozes do total das 46
foram sorteadas e reinseridas na amostra totalizando 56 vozes para a anaacutelise
perceptivo-auditiva A avaliaccedilatildeo se valeu do instrumento escala numeacuterica GRBASI
em que G = grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R = rugosidade B = soprosidade A =
astenia S = tensatildeo e I = instabilidade Apoacutes a escuta de cada voz cada
fonoaudioacuteloga anotou no protocolo um valor de 0 a 3 (grau 0 ndash ausente grau 1 ndash
21
discreto grau 2 ndash moderado e grau 3 ndash intenso) para cada item referente agrave escala
GRBASI (HIRANO 1981 BEHLAU 2001)
Para anaacutelise dos iacutendices de variabilidade da frequumlecircncia cardiacuteaca foi utilizado o
cardiofrequenciacutemetro (Polar RS800CX) que conteacutem um computador de treino
(semelhante a um reloacutegio) que exibe e grava a frequecircncia cardiacuteaca e uma tira
elaacutestica onde eacute conectado o transmissor que envia o sinal da frequecircncia cardiacuteaca
para o aparelho em questatildeo
Os professores foram orientados a ter uma boa noite de sono evitar atividade
fiacutesica antes da avaliaccedilatildeo natildeo ingerir cafeacute ou bebidas que estimulassem a frequecircncia
cardiacuteaca A pesquisadora pediu que durante a avaliaccedilatildeo o professor ficasse em
repouso sem fechar os olhos falar ou cruzar as pernas a fim de evitar alguma
interferecircncia
32 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES LINEARES DE VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA
CARDIacuteACA
Foi registrado batimento a batimento durante todo o protocolo experimental
que teve duraccedilatildeo de 10 minutos com uma taxa de amostragem de 1000 Hz Do
periacuteodo de maior estabilidade do sinal foi selecionado um intervalo de cinco
minutos e somente as seacuteries com mais de 256 intervalos RR foram utilizadas para
anaacutelise (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) Nessas seacuteries foram realizadas filtragens digital e manual para eliminaccedilatildeo de
batimentos ectoacutepicos prematuros e artefatos e somente aquelas com mais de 95
de batimentos sinusais foram incluiacutedas no estudo (VANDERLEI et al 2009)
22
Para anaacutelise da VFC no domiacutenio da frequecircncia utilizamos os componentes
espectrais de baixa frequecircncia (LF 004-015 Hz) e alta frequecircncia (HF 015-040
Hz) em ms2 e unidades normalizadas A anaacutelise espectral foi calculada usando o
algoritmo da Transformada Raacutepida de Fourier
Jaacute a anaacutelise no domiacutenio do tempo foi realizada por meio dos iacutendices SDNN
(desvio-padratildeo da meacutedia dos intervalos RR normais) RMSSD (raiz quadrada da
meacutedia do quadrado das diferenccedilas entre os intervalos RR normais adjacentes)
NN50 (nuacutemero dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de duraccedilatildeo maior que
50ms) e pNN50 (porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de
duraccedilatildeo maior que 50ms)
33 ANAacuteLISE FRACTAL DA VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Para anaacutelise das propriedades fractais da frequecircncia cardiacuteaca o meacutetodo DFA
foi aplicado agrave seacuterie temporal dos intervalos RR O procedimento para o caacutelculo do
DFA foi composto das seguintes etapas
Inicialmente a seacuterie RR obtida experimentalmente eacute integrada usando-se a
expressatildeo
k
i
aveRRiRRkY1
])([)(
Em que Y(k) eacute o k-eacutesimo termo da seacuterie integrada (k = 1 2 N) RR(i) eacute o i-
eacutesimo valor dos intervalos RR e RRave eacute a meacutedia dos intervalos RR da seacuterie
original de comprimento N ou seja
N
i
iRRN
RRave1
)(1
23
Em seguida a seacuterie temporal integrada eacute dividida em intervalos de
comprimento igual a n com n = 1 2 N Em cada um desses intervalos eacute
calculada a tendecircncia local da seacuterie por uma reta de miacutenimos quadrados ajustada
aos dados Denotamos a coordenada y dessa reta por Yn(k) Em seguida
destendenciamos a seacuterie integrada Y(k) subtraindo a tendecircncia local Yn(k) em
cada intervalo Para um dado intervalo de tamanho n o tamanho caracteriacutestico da
flutuaccedilatildeo para a seacuterie integrada e destendenciada eacute calculado por
N
KkYnkYNnF
1
2)]()([1)(
Esse procedimento foi repetido para todos os intervalos de tamanho n
obtendo-se uma relaccedilatildeo entre a meacutedia das flutuaccedilotildees F(n) e o tamanho dos
intervalos n Se essa relaccedilatildeo for linear em um graacutefico log-log isso indica a existecircncia
de uma lei exponencial em escala de acordo com a foacutermula
nnF )( em que
α eacute o expoente de escala que pode ser calculado por regressatildeo linear em um
graacutefico log-log Foram calculados o expoentes fractais de curto prazo (alfa-1)
correspondente ao periacuteodo de 4 a 11 batimentos o expoente de longo prazo (alfa-2)
que corresponde a periacuteodos longos acima de 11 batimentos e a relaccedilatildeo entre eles
(alfa-1alfa-2)
34 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES GEOMEacuteTRICOS DE VARIABILIDADE DA
FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Foram analisados os seguintes iacutendices geomeacutetricos RRtri TINN e plot de
Poincareacute (SD1 SD2 relaccedilatildeo SD1SD2)
24
O RRtri foi calculado a partir da construccedilatildeo do histograma de densidade dos
intervalos RR normais e obtido pela divisatildeo da integral do histograma (isto eacute o
nuacutemero total de intervalos RR) pelo maacuteximo da distribuiccedilatildeo de densidade (frequecircncia
modal dos intervalos RR) mensurado em uma escala discreta com caixas de 78125
ms (1128 segundos) (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF
CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND
ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
O TINN consiste na largura da linha de base da distribuiccedilatildeo medida como a
base de um triacircngulo aproximando a distribuiccedilatildeo de todos os intervalos RR sendo
que a diferenccedila dos miacutenimos quadrados foi utilizada para determinaccedilatildeo do triacircngulo
(TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE
NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Para a construccedilatildeo do plot de Poincareacute cada intervalo RR foi representado em
funccedilatildeo do intervalo anterior (proacuteximo intervalo) e para a anaacutelise quantitativa do plot
de Poincareacute foram calculados os seguintes iacutendices SD1 (desvio-padratildeo da
variabilidade instantacircnea batimento a batimento) SD2 (desvio-padratildeo em longo
prazo dos intervalos R-R contiacutenuos) e a relaccedilatildeo SD1SD2
A anaacutelise qualitativa (visual) do plot de Poincareacute foi feita por meio da anaacutelise
das figuras formadas pelo atrator do plot as quais foram descritas
1) Figura na qual um aumento na dispersatildeo dos intervalos RR batimento
a batimento eacute observado com aumento nos intervalos RR caracteriacutestica de um plot
normal
2) Figura com pequena dispersatildeo global batimento a batimento e sem
aumento da dispersatildeo dos intervalos RR em longo prazo
25
35 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Inicialmente foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de
Shapiro-Wilk Para realizar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foi aplicado o teste de
correlaccedilatildeo de Pearson para distribuiccedilotildees parameacutetricas enquanto para distribuiccedilotildees
natildeo-parameacutetricas foi aplicado o teste de correlaccedilatildeo de Spearman Valores de
correlaccedilatildeo forte foram considerados para r gt 05 correlaccedilatildeo moderada foi
considerada para valores de r entre 03 e 049 (03 gt r gt 049) e correlaccedilatildeo fraca
para valores de r lt 03 Diferenccedilas nesses testes foram consideradas
estatisticamente significantes quando o valor de p foi menor que 005 O programa
estatiacutestico utilizado foi o Software GraphPad StatMate version 200 for Windows
GraphPad Software San Diego California USA
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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Anaacutelise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas Escala analoacutegica visual
Rev SBFa 2007 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
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YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
19
vezes sempre) o caacutelculo de nuacutemero e frequecircncia de sintomas vocais foi feito
considerando-se sem sintoma (nunca e raramente) e com sintoma (agraves vezes e
sempre)
O instrumento Job Stress Scale (JSS) - anexo 87 - avalia as dimensotildees de
demanda controle e apoio no trabalho referentes agraves fontes de estresse no ambiente
psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da interaccedilatildeo dessas dimensotildees Foi
empregada a versatildeo resumida do instrumento adaptada para o portuguecircs (ALVES
et al 2004) a qual conta com 17 questotildees em trecircs dimensotildees demanda (questotildees
de a ateacute e) controle (questotildees de f ateacute k) e apoio (questotildees de l ateacute q) O caacutelculo
dos escores de cada dimensatildeo foi obtido pela somatoacuteria da pontuaccedilatildeo de cada
escore sendo demanda de 5 a 20 pontos (maior demanda pior situaccedilatildeo) controle
de 6 a 24 pontos (maior controle melhor situaccedilatildeo) e apoio de 6 a 24 pontos (maior
apoio melhor situaccedilatildeo) Este instrumento fora empregado em estudo com
professores de escolas municipais de Satildeo Paulo (GIANNINI 2010) que evidenciou
associaccedilatildeo estatiacutestica entre distuacuterbio de voz e a categoria de alto desgaste da
interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho
O questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) - anexo 88 - eacute um
instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e adequado para
quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo vocal Possui 30
questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional (questotildees
135681112161922) orgacircnico (241013141718202126) e emocional
(791523242527282930) O caacutelculo do escore eacute feito por somatoacuteria de todas as
questotildees ou das questotildees de cada domiacutenio de maneira que o escore geral varia de
0 a 120 pontos e o de cada domiacutenio de 0 a 40 sendo que quanto maior a
pontuaccedilatildeo mais intensa eacute a desvantagem vocal percebida Foi utilizada a versatildeo
20
brasileira validada por Behlau Santos e Oliveira (2011) Os escores para vozes
saudaacuteveis e disfocircnicas respectivamente satildeo escore total 35 e 474 emocional 07
e 131 funcional 17 e 126 orgacircnico 11 e 217 (BEHLAU et al 2009)
A prevalecircncia de alteraccedilotildees vocais foi obtida a partir da avaliaccedilatildeo vocal
fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva vocal) A gravaccedilatildeo foi realizada na
proacutepria escola em uma sala silenciosa sendo a captaccedilatildeo realizada por meio de
gravador Marantz modelo PMD660 e microfone de cabeccedila SENNHEISER modelo
E855 posicionado em um acircngulo de 45ordm a 90ordm da boca mantendo-se distacircncia em
torno de 5 cm (BEHLAU 2001) Na gravaccedilatildeo foram solicitadas trecircs emissotildees da
vogal sustentada ldquoardquo tanto para a anaacutelise perceptivo-auditiva quanto para a
mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
A mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) eacute amplamente descrita na
literatura cientiacutefica e tem apresentado grande ecircxito no que diz respeito agrave detecccedilatildeo
de alteraccedilotildees em niacutevel gloacutetico e respiratoacuterio Suas medidas de normalidade giram
em torno de 16 a 18 segundos Para falantes do portuguecircs do Brasil (experiecircncia
com falantes da cidade de Satildeo Paulo) considera-se uma meacutedia de 20 segundos
para os homens e 14 segundos para as mulheres (PINHO 2003)
A anaacutelise perceptivo-auditiva foi feita por 3 fonoaudioacutelogas experientes na aacuterea
de voz e com anaacutelise de confiabilidade dos julgamentos 10 vozes do total das 46
foram sorteadas e reinseridas na amostra totalizando 56 vozes para a anaacutelise
perceptivo-auditiva A avaliaccedilatildeo se valeu do instrumento escala numeacuterica GRBASI
em que G = grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R = rugosidade B = soprosidade A =
astenia S = tensatildeo e I = instabilidade Apoacutes a escuta de cada voz cada
fonoaudioacuteloga anotou no protocolo um valor de 0 a 3 (grau 0 ndash ausente grau 1 ndash
21
discreto grau 2 ndash moderado e grau 3 ndash intenso) para cada item referente agrave escala
GRBASI (HIRANO 1981 BEHLAU 2001)
Para anaacutelise dos iacutendices de variabilidade da frequumlecircncia cardiacuteaca foi utilizado o
cardiofrequenciacutemetro (Polar RS800CX) que conteacutem um computador de treino
(semelhante a um reloacutegio) que exibe e grava a frequecircncia cardiacuteaca e uma tira
elaacutestica onde eacute conectado o transmissor que envia o sinal da frequecircncia cardiacuteaca
para o aparelho em questatildeo
Os professores foram orientados a ter uma boa noite de sono evitar atividade
fiacutesica antes da avaliaccedilatildeo natildeo ingerir cafeacute ou bebidas que estimulassem a frequecircncia
cardiacuteaca A pesquisadora pediu que durante a avaliaccedilatildeo o professor ficasse em
repouso sem fechar os olhos falar ou cruzar as pernas a fim de evitar alguma
interferecircncia
32 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES LINEARES DE VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA
CARDIacuteACA
Foi registrado batimento a batimento durante todo o protocolo experimental
que teve duraccedilatildeo de 10 minutos com uma taxa de amostragem de 1000 Hz Do
periacuteodo de maior estabilidade do sinal foi selecionado um intervalo de cinco
minutos e somente as seacuteries com mais de 256 intervalos RR foram utilizadas para
anaacutelise (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) Nessas seacuteries foram realizadas filtragens digital e manual para eliminaccedilatildeo de
batimentos ectoacutepicos prematuros e artefatos e somente aquelas com mais de 95
de batimentos sinusais foram incluiacutedas no estudo (VANDERLEI et al 2009)
22
Para anaacutelise da VFC no domiacutenio da frequecircncia utilizamos os componentes
espectrais de baixa frequecircncia (LF 004-015 Hz) e alta frequecircncia (HF 015-040
Hz) em ms2 e unidades normalizadas A anaacutelise espectral foi calculada usando o
algoritmo da Transformada Raacutepida de Fourier
Jaacute a anaacutelise no domiacutenio do tempo foi realizada por meio dos iacutendices SDNN
(desvio-padratildeo da meacutedia dos intervalos RR normais) RMSSD (raiz quadrada da
meacutedia do quadrado das diferenccedilas entre os intervalos RR normais adjacentes)
NN50 (nuacutemero dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de duraccedilatildeo maior que
50ms) e pNN50 (porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de
duraccedilatildeo maior que 50ms)
33 ANAacuteLISE FRACTAL DA VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Para anaacutelise das propriedades fractais da frequecircncia cardiacuteaca o meacutetodo DFA
foi aplicado agrave seacuterie temporal dos intervalos RR O procedimento para o caacutelculo do
DFA foi composto das seguintes etapas
Inicialmente a seacuterie RR obtida experimentalmente eacute integrada usando-se a
expressatildeo
k
i
aveRRiRRkY1
])([)(
Em que Y(k) eacute o k-eacutesimo termo da seacuterie integrada (k = 1 2 N) RR(i) eacute o i-
eacutesimo valor dos intervalos RR e RRave eacute a meacutedia dos intervalos RR da seacuterie
original de comprimento N ou seja
N
i
iRRN
RRave1
)(1
23
Em seguida a seacuterie temporal integrada eacute dividida em intervalos de
comprimento igual a n com n = 1 2 N Em cada um desses intervalos eacute
calculada a tendecircncia local da seacuterie por uma reta de miacutenimos quadrados ajustada
aos dados Denotamos a coordenada y dessa reta por Yn(k) Em seguida
destendenciamos a seacuterie integrada Y(k) subtraindo a tendecircncia local Yn(k) em
cada intervalo Para um dado intervalo de tamanho n o tamanho caracteriacutestico da
flutuaccedilatildeo para a seacuterie integrada e destendenciada eacute calculado por
N
KkYnkYNnF
1
2)]()([1)(
Esse procedimento foi repetido para todos os intervalos de tamanho n
obtendo-se uma relaccedilatildeo entre a meacutedia das flutuaccedilotildees F(n) e o tamanho dos
intervalos n Se essa relaccedilatildeo for linear em um graacutefico log-log isso indica a existecircncia
de uma lei exponencial em escala de acordo com a foacutermula
nnF )( em que
α eacute o expoente de escala que pode ser calculado por regressatildeo linear em um
graacutefico log-log Foram calculados o expoentes fractais de curto prazo (alfa-1)
correspondente ao periacuteodo de 4 a 11 batimentos o expoente de longo prazo (alfa-2)
que corresponde a periacuteodos longos acima de 11 batimentos e a relaccedilatildeo entre eles
(alfa-1alfa-2)
34 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES GEOMEacuteTRICOS DE VARIABILIDADE DA
FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Foram analisados os seguintes iacutendices geomeacutetricos RRtri TINN e plot de
Poincareacute (SD1 SD2 relaccedilatildeo SD1SD2)
24
O RRtri foi calculado a partir da construccedilatildeo do histograma de densidade dos
intervalos RR normais e obtido pela divisatildeo da integral do histograma (isto eacute o
nuacutemero total de intervalos RR) pelo maacuteximo da distribuiccedilatildeo de densidade (frequecircncia
modal dos intervalos RR) mensurado em uma escala discreta com caixas de 78125
ms (1128 segundos) (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF
CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND
ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
O TINN consiste na largura da linha de base da distribuiccedilatildeo medida como a
base de um triacircngulo aproximando a distribuiccedilatildeo de todos os intervalos RR sendo
que a diferenccedila dos miacutenimos quadrados foi utilizada para determinaccedilatildeo do triacircngulo
(TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE
NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Para a construccedilatildeo do plot de Poincareacute cada intervalo RR foi representado em
funccedilatildeo do intervalo anterior (proacuteximo intervalo) e para a anaacutelise quantitativa do plot
de Poincareacute foram calculados os seguintes iacutendices SD1 (desvio-padratildeo da
variabilidade instantacircnea batimento a batimento) SD2 (desvio-padratildeo em longo
prazo dos intervalos R-R contiacutenuos) e a relaccedilatildeo SD1SD2
A anaacutelise qualitativa (visual) do plot de Poincareacute foi feita por meio da anaacutelise
das figuras formadas pelo atrator do plot as quais foram descritas
1) Figura na qual um aumento na dispersatildeo dos intervalos RR batimento
a batimento eacute observado com aumento nos intervalos RR caracteriacutestica de um plot
normal
2) Figura com pequena dispersatildeo global batimento a batimento e sem
aumento da dispersatildeo dos intervalos RR em longo prazo
25
35 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Inicialmente foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de
Shapiro-Wilk Para realizar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foi aplicado o teste de
correlaccedilatildeo de Pearson para distribuiccedilotildees parameacutetricas enquanto para distribuiccedilotildees
natildeo-parameacutetricas foi aplicado o teste de correlaccedilatildeo de Spearman Valores de
correlaccedilatildeo forte foram considerados para r gt 05 correlaccedilatildeo moderada foi
considerada para valores de r entre 03 e 049 (03 gt r gt 049) e correlaccedilatildeo fraca
para valores de r lt 03 Diferenccedilas nesses testes foram consideradas
estatisticamente significantes quando o valor de p foi menor que 005 O programa
estatiacutestico utilizado foi o Software GraphPad StatMate version 200 for Windows
GraphPad Software San Diego California USA
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
20
brasileira validada por Behlau Santos e Oliveira (2011) Os escores para vozes
saudaacuteveis e disfocircnicas respectivamente satildeo escore total 35 e 474 emocional 07
e 131 funcional 17 e 126 orgacircnico 11 e 217 (BEHLAU et al 2009)
A prevalecircncia de alteraccedilotildees vocais foi obtida a partir da avaliaccedilatildeo vocal
fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva vocal) A gravaccedilatildeo foi realizada na
proacutepria escola em uma sala silenciosa sendo a captaccedilatildeo realizada por meio de
gravador Marantz modelo PMD660 e microfone de cabeccedila SENNHEISER modelo
E855 posicionado em um acircngulo de 45ordm a 90ordm da boca mantendo-se distacircncia em
torno de 5 cm (BEHLAU 2001) Na gravaccedilatildeo foram solicitadas trecircs emissotildees da
vogal sustentada ldquoardquo tanto para a anaacutelise perceptivo-auditiva quanto para a
mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
A mensuraccedilatildeo do tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo (TMF) eacute amplamente descrita na
literatura cientiacutefica e tem apresentado grande ecircxito no que diz respeito agrave detecccedilatildeo
de alteraccedilotildees em niacutevel gloacutetico e respiratoacuterio Suas medidas de normalidade giram
em torno de 16 a 18 segundos Para falantes do portuguecircs do Brasil (experiecircncia
com falantes da cidade de Satildeo Paulo) considera-se uma meacutedia de 20 segundos
para os homens e 14 segundos para as mulheres (PINHO 2003)
A anaacutelise perceptivo-auditiva foi feita por 3 fonoaudioacutelogas experientes na aacuterea
de voz e com anaacutelise de confiabilidade dos julgamentos 10 vozes do total das 46
foram sorteadas e reinseridas na amostra totalizando 56 vozes para a anaacutelise
perceptivo-auditiva A avaliaccedilatildeo se valeu do instrumento escala numeacuterica GRBASI
em que G = grau de alteraccedilatildeo da voz ouvida R = rugosidade B = soprosidade A =
astenia S = tensatildeo e I = instabilidade Apoacutes a escuta de cada voz cada
fonoaudioacuteloga anotou no protocolo um valor de 0 a 3 (grau 0 ndash ausente grau 1 ndash
21
discreto grau 2 ndash moderado e grau 3 ndash intenso) para cada item referente agrave escala
GRBASI (HIRANO 1981 BEHLAU 2001)
Para anaacutelise dos iacutendices de variabilidade da frequumlecircncia cardiacuteaca foi utilizado o
cardiofrequenciacutemetro (Polar RS800CX) que conteacutem um computador de treino
(semelhante a um reloacutegio) que exibe e grava a frequecircncia cardiacuteaca e uma tira
elaacutestica onde eacute conectado o transmissor que envia o sinal da frequecircncia cardiacuteaca
para o aparelho em questatildeo
Os professores foram orientados a ter uma boa noite de sono evitar atividade
fiacutesica antes da avaliaccedilatildeo natildeo ingerir cafeacute ou bebidas que estimulassem a frequecircncia
cardiacuteaca A pesquisadora pediu que durante a avaliaccedilatildeo o professor ficasse em
repouso sem fechar os olhos falar ou cruzar as pernas a fim de evitar alguma
interferecircncia
32 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES LINEARES DE VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA
CARDIacuteACA
Foi registrado batimento a batimento durante todo o protocolo experimental
que teve duraccedilatildeo de 10 minutos com uma taxa de amostragem de 1000 Hz Do
periacuteodo de maior estabilidade do sinal foi selecionado um intervalo de cinco
minutos e somente as seacuteries com mais de 256 intervalos RR foram utilizadas para
anaacutelise (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) Nessas seacuteries foram realizadas filtragens digital e manual para eliminaccedilatildeo de
batimentos ectoacutepicos prematuros e artefatos e somente aquelas com mais de 95
de batimentos sinusais foram incluiacutedas no estudo (VANDERLEI et al 2009)
22
Para anaacutelise da VFC no domiacutenio da frequecircncia utilizamos os componentes
espectrais de baixa frequecircncia (LF 004-015 Hz) e alta frequecircncia (HF 015-040
Hz) em ms2 e unidades normalizadas A anaacutelise espectral foi calculada usando o
algoritmo da Transformada Raacutepida de Fourier
Jaacute a anaacutelise no domiacutenio do tempo foi realizada por meio dos iacutendices SDNN
(desvio-padratildeo da meacutedia dos intervalos RR normais) RMSSD (raiz quadrada da
meacutedia do quadrado das diferenccedilas entre os intervalos RR normais adjacentes)
NN50 (nuacutemero dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de duraccedilatildeo maior que
50ms) e pNN50 (porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de
duraccedilatildeo maior que 50ms)
33 ANAacuteLISE FRACTAL DA VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Para anaacutelise das propriedades fractais da frequecircncia cardiacuteaca o meacutetodo DFA
foi aplicado agrave seacuterie temporal dos intervalos RR O procedimento para o caacutelculo do
DFA foi composto das seguintes etapas
Inicialmente a seacuterie RR obtida experimentalmente eacute integrada usando-se a
expressatildeo
k
i
aveRRiRRkY1
])([)(
Em que Y(k) eacute o k-eacutesimo termo da seacuterie integrada (k = 1 2 N) RR(i) eacute o i-
eacutesimo valor dos intervalos RR e RRave eacute a meacutedia dos intervalos RR da seacuterie
original de comprimento N ou seja
N
i
iRRN
RRave1
)(1
23
Em seguida a seacuterie temporal integrada eacute dividida em intervalos de
comprimento igual a n com n = 1 2 N Em cada um desses intervalos eacute
calculada a tendecircncia local da seacuterie por uma reta de miacutenimos quadrados ajustada
aos dados Denotamos a coordenada y dessa reta por Yn(k) Em seguida
destendenciamos a seacuterie integrada Y(k) subtraindo a tendecircncia local Yn(k) em
cada intervalo Para um dado intervalo de tamanho n o tamanho caracteriacutestico da
flutuaccedilatildeo para a seacuterie integrada e destendenciada eacute calculado por
N
KkYnkYNnF
1
2)]()([1)(
Esse procedimento foi repetido para todos os intervalos de tamanho n
obtendo-se uma relaccedilatildeo entre a meacutedia das flutuaccedilotildees F(n) e o tamanho dos
intervalos n Se essa relaccedilatildeo for linear em um graacutefico log-log isso indica a existecircncia
de uma lei exponencial em escala de acordo com a foacutermula
nnF )( em que
α eacute o expoente de escala que pode ser calculado por regressatildeo linear em um
graacutefico log-log Foram calculados o expoentes fractais de curto prazo (alfa-1)
correspondente ao periacuteodo de 4 a 11 batimentos o expoente de longo prazo (alfa-2)
que corresponde a periacuteodos longos acima de 11 batimentos e a relaccedilatildeo entre eles
(alfa-1alfa-2)
34 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES GEOMEacuteTRICOS DE VARIABILIDADE DA
FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Foram analisados os seguintes iacutendices geomeacutetricos RRtri TINN e plot de
Poincareacute (SD1 SD2 relaccedilatildeo SD1SD2)
24
O RRtri foi calculado a partir da construccedilatildeo do histograma de densidade dos
intervalos RR normais e obtido pela divisatildeo da integral do histograma (isto eacute o
nuacutemero total de intervalos RR) pelo maacuteximo da distribuiccedilatildeo de densidade (frequecircncia
modal dos intervalos RR) mensurado em uma escala discreta com caixas de 78125
ms (1128 segundos) (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF
CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND
ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
O TINN consiste na largura da linha de base da distribuiccedilatildeo medida como a
base de um triacircngulo aproximando a distribuiccedilatildeo de todos os intervalos RR sendo
que a diferenccedila dos miacutenimos quadrados foi utilizada para determinaccedilatildeo do triacircngulo
(TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE
NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Para a construccedilatildeo do plot de Poincareacute cada intervalo RR foi representado em
funccedilatildeo do intervalo anterior (proacuteximo intervalo) e para a anaacutelise quantitativa do plot
de Poincareacute foram calculados os seguintes iacutendices SD1 (desvio-padratildeo da
variabilidade instantacircnea batimento a batimento) SD2 (desvio-padratildeo em longo
prazo dos intervalos R-R contiacutenuos) e a relaccedilatildeo SD1SD2
A anaacutelise qualitativa (visual) do plot de Poincareacute foi feita por meio da anaacutelise
das figuras formadas pelo atrator do plot as quais foram descritas
1) Figura na qual um aumento na dispersatildeo dos intervalos RR batimento
a batimento eacute observado com aumento nos intervalos RR caracteriacutestica de um plot
normal
2) Figura com pequena dispersatildeo global batimento a batimento e sem
aumento da dispersatildeo dos intervalos RR em longo prazo
25
35 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Inicialmente foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de
Shapiro-Wilk Para realizar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foi aplicado o teste de
correlaccedilatildeo de Pearson para distribuiccedilotildees parameacutetricas enquanto para distribuiccedilotildees
natildeo-parameacutetricas foi aplicado o teste de correlaccedilatildeo de Spearman Valores de
correlaccedilatildeo forte foram considerados para r gt 05 correlaccedilatildeo moderada foi
considerada para valores de r entre 03 e 049 (03 gt r gt 049) e correlaccedilatildeo fraca
para valores de r lt 03 Diferenccedilas nesses testes foram consideradas
estatisticamente significantes quando o valor de p foi menor que 005 O programa
estatiacutestico utilizado foi o Software GraphPad StatMate version 200 for Windows
GraphPad Software San Diego California USA
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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professores de educaccedilatildeo fiacutesica um estudo na rede municipal de ensino de Porto
Alegre Rev bras Educ Fiacutes Esp 2005 19(3)209-22
SENtildeARIS GONZAacuteLEZ B NUacuteNtildeEZ BATALLA F CORTE SANTOS P SUAacuteREZ NIETO C Factors predicting Voice Handicap Index Acta Otorrinolaringol Esp 2006 Feb57(2)101-8 SERVILHA EAM LEAL ROF HIDAKA MTU Riscos ocupacionais na legislaccedilatildeo trabalhista brasileira destaque para aqueles relativos agrave sauacutede e voz do professor Rev Soc Bras Fonoaudiol 201015(4)505-13 SILVA CB Identificaccedilatildeo vocal dos professores de academia de ginaacutestica a partir dos sinais e sintomas Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2010anais_selectphpop=PTampcid=3371amptid=1
65
SILVA CG GONCcedilALVES VSB MENESES VGM COSTA ALCN SILVA LB Percepccedilatildeo dos profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica acerca da presenccedila do ruiacutedo durante o seu desempenho vocal nas academias de Joatildeo Pessoa (PB) Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa SILVA EM TAVARES PB FIGUEREDO FL CRUZ JS Comparaccedilatildeo do perfil de participaccedilatildeo de atividades vocais em professores que utilizam a voz em sala de aula e em academia Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2010anais_selectphpop=PTampcid=3074amptid=3 SIMOtildeES M O profissional de educaccedilatildeo fiacutesica e o uso da voz uma contribuiccedilatildeo da Fonoaudiologia Rev Bras Atividade Fiacutesica e Sauacutede 2000 5(1) 71-80 SIMOtildeES M A voz do professor ndash histoacuterico da produccedilatildeo cientiacutefica de fonoaudioacutelogos brasileiros sobre o uso da voz nessa categoria profissional II In Ferreira LP Oliveira SM Voz profissional produccedilatildeo cientiacutefica da fonoaudiologia brasileira [CD-ROM] Satildeo Paulo SBFa 2005 SOUZA RG ROSIN FB Sinais e sintomas vocais e avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva
e acuacutestica dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica comparaccedilatildeo entre o iniacutecio e teacutermino
da aula Rev SBFa 2009 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011]
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STEFFANI JA VIECELI VCB GRASEL CE Sauacutede vocal e niacutevel de atividade fiacutesica
dos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica Revista Digital efdeportescom [perioacutedico na internet]
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66
VANUCCI M Relaccedilatildeo entre auto-avaliaccedilatildeo vocal escores do protocolo QVV e
desvios vocais em professores de educaccedilatildeo fiacutesica [monografia de especializaccedilatildeo]
Centro de Estudos da Voz 2005 Disponiacutevel em
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YAMASAKI R LEAtildeO SHS MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R
Anaacutelise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas Escala analoacutegica visual
Rev SBFa 2007 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa
YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
21
discreto grau 2 ndash moderado e grau 3 ndash intenso) para cada item referente agrave escala
GRBASI (HIRANO 1981 BEHLAU 2001)
Para anaacutelise dos iacutendices de variabilidade da frequumlecircncia cardiacuteaca foi utilizado o
cardiofrequenciacutemetro (Polar RS800CX) que conteacutem um computador de treino
(semelhante a um reloacutegio) que exibe e grava a frequecircncia cardiacuteaca e uma tira
elaacutestica onde eacute conectado o transmissor que envia o sinal da frequecircncia cardiacuteaca
para o aparelho em questatildeo
Os professores foram orientados a ter uma boa noite de sono evitar atividade
fiacutesica antes da avaliaccedilatildeo natildeo ingerir cafeacute ou bebidas que estimulassem a frequecircncia
cardiacuteaca A pesquisadora pediu que durante a avaliaccedilatildeo o professor ficasse em
repouso sem fechar os olhos falar ou cruzar as pernas a fim de evitar alguma
interferecircncia
32 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES LINEARES DE VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA
CARDIacuteACA
Foi registrado batimento a batimento durante todo o protocolo experimental
que teve duraccedilatildeo de 10 minutos com uma taxa de amostragem de 1000 Hz Do
periacuteodo de maior estabilidade do sinal foi selecionado um intervalo de cinco
minutos e somente as seacuteries com mais de 256 intervalos RR foram utilizadas para
anaacutelise (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) Nessas seacuteries foram realizadas filtragens digital e manual para eliminaccedilatildeo de
batimentos ectoacutepicos prematuros e artefatos e somente aquelas com mais de 95
de batimentos sinusais foram incluiacutedas no estudo (VANDERLEI et al 2009)
22
Para anaacutelise da VFC no domiacutenio da frequecircncia utilizamos os componentes
espectrais de baixa frequecircncia (LF 004-015 Hz) e alta frequecircncia (HF 015-040
Hz) em ms2 e unidades normalizadas A anaacutelise espectral foi calculada usando o
algoritmo da Transformada Raacutepida de Fourier
Jaacute a anaacutelise no domiacutenio do tempo foi realizada por meio dos iacutendices SDNN
(desvio-padratildeo da meacutedia dos intervalos RR normais) RMSSD (raiz quadrada da
meacutedia do quadrado das diferenccedilas entre os intervalos RR normais adjacentes)
NN50 (nuacutemero dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de duraccedilatildeo maior que
50ms) e pNN50 (porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de
duraccedilatildeo maior que 50ms)
33 ANAacuteLISE FRACTAL DA VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Para anaacutelise das propriedades fractais da frequecircncia cardiacuteaca o meacutetodo DFA
foi aplicado agrave seacuterie temporal dos intervalos RR O procedimento para o caacutelculo do
DFA foi composto das seguintes etapas
Inicialmente a seacuterie RR obtida experimentalmente eacute integrada usando-se a
expressatildeo
k
i
aveRRiRRkY1
])([)(
Em que Y(k) eacute o k-eacutesimo termo da seacuterie integrada (k = 1 2 N) RR(i) eacute o i-
eacutesimo valor dos intervalos RR e RRave eacute a meacutedia dos intervalos RR da seacuterie
original de comprimento N ou seja
N
i
iRRN
RRave1
)(1
23
Em seguida a seacuterie temporal integrada eacute dividida em intervalos de
comprimento igual a n com n = 1 2 N Em cada um desses intervalos eacute
calculada a tendecircncia local da seacuterie por uma reta de miacutenimos quadrados ajustada
aos dados Denotamos a coordenada y dessa reta por Yn(k) Em seguida
destendenciamos a seacuterie integrada Y(k) subtraindo a tendecircncia local Yn(k) em
cada intervalo Para um dado intervalo de tamanho n o tamanho caracteriacutestico da
flutuaccedilatildeo para a seacuterie integrada e destendenciada eacute calculado por
N
KkYnkYNnF
1
2)]()([1)(
Esse procedimento foi repetido para todos os intervalos de tamanho n
obtendo-se uma relaccedilatildeo entre a meacutedia das flutuaccedilotildees F(n) e o tamanho dos
intervalos n Se essa relaccedilatildeo for linear em um graacutefico log-log isso indica a existecircncia
de uma lei exponencial em escala de acordo com a foacutermula
nnF )( em que
α eacute o expoente de escala que pode ser calculado por regressatildeo linear em um
graacutefico log-log Foram calculados o expoentes fractais de curto prazo (alfa-1)
correspondente ao periacuteodo de 4 a 11 batimentos o expoente de longo prazo (alfa-2)
que corresponde a periacuteodos longos acima de 11 batimentos e a relaccedilatildeo entre eles
(alfa-1alfa-2)
34 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES GEOMEacuteTRICOS DE VARIABILIDADE DA
FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Foram analisados os seguintes iacutendices geomeacutetricos RRtri TINN e plot de
Poincareacute (SD1 SD2 relaccedilatildeo SD1SD2)
24
O RRtri foi calculado a partir da construccedilatildeo do histograma de densidade dos
intervalos RR normais e obtido pela divisatildeo da integral do histograma (isto eacute o
nuacutemero total de intervalos RR) pelo maacuteximo da distribuiccedilatildeo de densidade (frequecircncia
modal dos intervalos RR) mensurado em uma escala discreta com caixas de 78125
ms (1128 segundos) (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF
CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND
ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
O TINN consiste na largura da linha de base da distribuiccedilatildeo medida como a
base de um triacircngulo aproximando a distribuiccedilatildeo de todos os intervalos RR sendo
que a diferenccedila dos miacutenimos quadrados foi utilizada para determinaccedilatildeo do triacircngulo
(TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE
NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Para a construccedilatildeo do plot de Poincareacute cada intervalo RR foi representado em
funccedilatildeo do intervalo anterior (proacuteximo intervalo) e para a anaacutelise quantitativa do plot
de Poincareacute foram calculados os seguintes iacutendices SD1 (desvio-padratildeo da
variabilidade instantacircnea batimento a batimento) SD2 (desvio-padratildeo em longo
prazo dos intervalos R-R contiacutenuos) e a relaccedilatildeo SD1SD2
A anaacutelise qualitativa (visual) do plot de Poincareacute foi feita por meio da anaacutelise
das figuras formadas pelo atrator do plot as quais foram descritas
1) Figura na qual um aumento na dispersatildeo dos intervalos RR batimento
a batimento eacute observado com aumento nos intervalos RR caracteriacutestica de um plot
normal
2) Figura com pequena dispersatildeo global batimento a batimento e sem
aumento da dispersatildeo dos intervalos RR em longo prazo
25
35 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Inicialmente foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de
Shapiro-Wilk Para realizar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foi aplicado o teste de
correlaccedilatildeo de Pearson para distribuiccedilotildees parameacutetricas enquanto para distribuiccedilotildees
natildeo-parameacutetricas foi aplicado o teste de correlaccedilatildeo de Spearman Valores de
correlaccedilatildeo forte foram considerados para r gt 05 correlaccedilatildeo moderada foi
considerada para valores de r entre 03 e 049 (03 gt r gt 049) e correlaccedilatildeo fraca
para valores de r lt 03 Diferenccedilas nesses testes foram consideradas
estatisticamente significantes quando o valor de p foi menor que 005 O programa
estatiacutestico utilizado foi o Software GraphPad StatMate version 200 for Windows
GraphPad Software San Diego California USA
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
REFEREcircNCIAS
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2011 25(3) 354-359
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
22
Para anaacutelise da VFC no domiacutenio da frequecircncia utilizamos os componentes
espectrais de baixa frequecircncia (LF 004-015 Hz) e alta frequecircncia (HF 015-040
Hz) em ms2 e unidades normalizadas A anaacutelise espectral foi calculada usando o
algoritmo da Transformada Raacutepida de Fourier
Jaacute a anaacutelise no domiacutenio do tempo foi realizada por meio dos iacutendices SDNN
(desvio-padratildeo da meacutedia dos intervalos RR normais) RMSSD (raiz quadrada da
meacutedia do quadrado das diferenccedilas entre os intervalos RR normais adjacentes)
NN50 (nuacutemero dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de duraccedilatildeo maior que
50ms) e pNN50 (porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferenccedila de
duraccedilatildeo maior que 50ms)
33 ANAacuteLISE FRACTAL DA VARIABILIDADE DA FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Para anaacutelise das propriedades fractais da frequecircncia cardiacuteaca o meacutetodo DFA
foi aplicado agrave seacuterie temporal dos intervalos RR O procedimento para o caacutelculo do
DFA foi composto das seguintes etapas
Inicialmente a seacuterie RR obtida experimentalmente eacute integrada usando-se a
expressatildeo
k
i
aveRRiRRkY1
])([)(
Em que Y(k) eacute o k-eacutesimo termo da seacuterie integrada (k = 1 2 N) RR(i) eacute o i-
eacutesimo valor dos intervalos RR e RRave eacute a meacutedia dos intervalos RR da seacuterie
original de comprimento N ou seja
N
i
iRRN
RRave1
)(1
23
Em seguida a seacuterie temporal integrada eacute dividida em intervalos de
comprimento igual a n com n = 1 2 N Em cada um desses intervalos eacute
calculada a tendecircncia local da seacuterie por uma reta de miacutenimos quadrados ajustada
aos dados Denotamos a coordenada y dessa reta por Yn(k) Em seguida
destendenciamos a seacuterie integrada Y(k) subtraindo a tendecircncia local Yn(k) em
cada intervalo Para um dado intervalo de tamanho n o tamanho caracteriacutestico da
flutuaccedilatildeo para a seacuterie integrada e destendenciada eacute calculado por
N
KkYnkYNnF
1
2)]()([1)(
Esse procedimento foi repetido para todos os intervalos de tamanho n
obtendo-se uma relaccedilatildeo entre a meacutedia das flutuaccedilotildees F(n) e o tamanho dos
intervalos n Se essa relaccedilatildeo for linear em um graacutefico log-log isso indica a existecircncia
de uma lei exponencial em escala de acordo com a foacutermula
nnF )( em que
α eacute o expoente de escala que pode ser calculado por regressatildeo linear em um
graacutefico log-log Foram calculados o expoentes fractais de curto prazo (alfa-1)
correspondente ao periacuteodo de 4 a 11 batimentos o expoente de longo prazo (alfa-2)
que corresponde a periacuteodos longos acima de 11 batimentos e a relaccedilatildeo entre eles
(alfa-1alfa-2)
34 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES GEOMEacuteTRICOS DE VARIABILIDADE DA
FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Foram analisados os seguintes iacutendices geomeacutetricos RRtri TINN e plot de
Poincareacute (SD1 SD2 relaccedilatildeo SD1SD2)
24
O RRtri foi calculado a partir da construccedilatildeo do histograma de densidade dos
intervalos RR normais e obtido pela divisatildeo da integral do histograma (isto eacute o
nuacutemero total de intervalos RR) pelo maacuteximo da distribuiccedilatildeo de densidade (frequecircncia
modal dos intervalos RR) mensurado em uma escala discreta com caixas de 78125
ms (1128 segundos) (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF
CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND
ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
O TINN consiste na largura da linha de base da distribuiccedilatildeo medida como a
base de um triacircngulo aproximando a distribuiccedilatildeo de todos os intervalos RR sendo
que a diferenccedila dos miacutenimos quadrados foi utilizada para determinaccedilatildeo do triacircngulo
(TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE
NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Para a construccedilatildeo do plot de Poincareacute cada intervalo RR foi representado em
funccedilatildeo do intervalo anterior (proacuteximo intervalo) e para a anaacutelise quantitativa do plot
de Poincareacute foram calculados os seguintes iacutendices SD1 (desvio-padratildeo da
variabilidade instantacircnea batimento a batimento) SD2 (desvio-padratildeo em longo
prazo dos intervalos R-R contiacutenuos) e a relaccedilatildeo SD1SD2
A anaacutelise qualitativa (visual) do plot de Poincareacute foi feita por meio da anaacutelise
das figuras formadas pelo atrator do plot as quais foram descritas
1) Figura na qual um aumento na dispersatildeo dos intervalos RR batimento
a batimento eacute observado com aumento nos intervalos RR caracteriacutestica de um plot
normal
2) Figura com pequena dispersatildeo global batimento a batimento e sem
aumento da dispersatildeo dos intervalos RR em longo prazo
25
35 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Inicialmente foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de
Shapiro-Wilk Para realizar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foi aplicado o teste de
correlaccedilatildeo de Pearson para distribuiccedilotildees parameacutetricas enquanto para distribuiccedilotildees
natildeo-parameacutetricas foi aplicado o teste de correlaccedilatildeo de Spearman Valores de
correlaccedilatildeo forte foram considerados para r gt 05 correlaccedilatildeo moderada foi
considerada para valores de r entre 03 e 049 (03 gt r gt 049) e correlaccedilatildeo fraca
para valores de r lt 03 Diferenccedilas nesses testes foram consideradas
estatisticamente significantes quando o valor de p foi menor que 005 O programa
estatiacutestico utilizado foi o Software GraphPad StatMate version 200 for Windows
GraphPad Software San Diego California USA
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
23
Em seguida a seacuterie temporal integrada eacute dividida em intervalos de
comprimento igual a n com n = 1 2 N Em cada um desses intervalos eacute
calculada a tendecircncia local da seacuterie por uma reta de miacutenimos quadrados ajustada
aos dados Denotamos a coordenada y dessa reta por Yn(k) Em seguida
destendenciamos a seacuterie integrada Y(k) subtraindo a tendecircncia local Yn(k) em
cada intervalo Para um dado intervalo de tamanho n o tamanho caracteriacutestico da
flutuaccedilatildeo para a seacuterie integrada e destendenciada eacute calculado por
N
KkYnkYNnF
1
2)]()([1)(
Esse procedimento foi repetido para todos os intervalos de tamanho n
obtendo-se uma relaccedilatildeo entre a meacutedia das flutuaccedilotildees F(n) e o tamanho dos
intervalos n Se essa relaccedilatildeo for linear em um graacutefico log-log isso indica a existecircncia
de uma lei exponencial em escala de acordo com a foacutermula
nnF )( em que
α eacute o expoente de escala que pode ser calculado por regressatildeo linear em um
graacutefico log-log Foram calculados o expoentes fractais de curto prazo (alfa-1)
correspondente ao periacuteodo de 4 a 11 batimentos o expoente de longo prazo (alfa-2)
que corresponde a periacuteodos longos acima de 11 batimentos e a relaccedilatildeo entre eles
(alfa-1alfa-2)
34 ANAacuteLISE DOS IacuteNDICES GEOMEacuteTRICOS DE VARIABILIDADE DA
FREQUEcircNCIA CARDIacuteACA
Foram analisados os seguintes iacutendices geomeacutetricos RRtri TINN e plot de
Poincareacute (SD1 SD2 relaccedilatildeo SD1SD2)
24
O RRtri foi calculado a partir da construccedilatildeo do histograma de densidade dos
intervalos RR normais e obtido pela divisatildeo da integral do histograma (isto eacute o
nuacutemero total de intervalos RR) pelo maacuteximo da distribuiccedilatildeo de densidade (frequecircncia
modal dos intervalos RR) mensurado em uma escala discreta com caixas de 78125
ms (1128 segundos) (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF
CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND
ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
O TINN consiste na largura da linha de base da distribuiccedilatildeo medida como a
base de um triacircngulo aproximando a distribuiccedilatildeo de todos os intervalos RR sendo
que a diferenccedila dos miacutenimos quadrados foi utilizada para determinaccedilatildeo do triacircngulo
(TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE
NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Para a construccedilatildeo do plot de Poincareacute cada intervalo RR foi representado em
funccedilatildeo do intervalo anterior (proacuteximo intervalo) e para a anaacutelise quantitativa do plot
de Poincareacute foram calculados os seguintes iacutendices SD1 (desvio-padratildeo da
variabilidade instantacircnea batimento a batimento) SD2 (desvio-padratildeo em longo
prazo dos intervalos R-R contiacutenuos) e a relaccedilatildeo SD1SD2
A anaacutelise qualitativa (visual) do plot de Poincareacute foi feita por meio da anaacutelise
das figuras formadas pelo atrator do plot as quais foram descritas
1) Figura na qual um aumento na dispersatildeo dos intervalos RR batimento
a batimento eacute observado com aumento nos intervalos RR caracteriacutestica de um plot
normal
2) Figura com pequena dispersatildeo global batimento a batimento e sem
aumento da dispersatildeo dos intervalos RR em longo prazo
25
35 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Inicialmente foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de
Shapiro-Wilk Para realizar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foi aplicado o teste de
correlaccedilatildeo de Pearson para distribuiccedilotildees parameacutetricas enquanto para distribuiccedilotildees
natildeo-parameacutetricas foi aplicado o teste de correlaccedilatildeo de Spearman Valores de
correlaccedilatildeo forte foram considerados para r gt 05 correlaccedilatildeo moderada foi
considerada para valores de r entre 03 e 049 (03 gt r gt 049) e correlaccedilatildeo fraca
para valores de r lt 03 Diferenccedilas nesses testes foram consideradas
estatisticamente significantes quando o valor de p foi menor que 005 O programa
estatiacutestico utilizado foi o Software GraphPad StatMate version 200 for Windows
GraphPad Software San Diego California USA
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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[acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwefdeportescomefd155saude-vocal-
dos-profissionais-de-educacao-fisicahtm
TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY Heart rate variability standards of measurement physiological interpretation and clinical use Circulation 1996 93(5)1043-1065 THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS ndash AIS What is Stress Effects of Stress Disponiacutevel em httpwwwstressorg Acesso em 02012013 TROUT J MCCOLL D Vocal health for Physical Educators JOPERD 2007 78(8) 12-14 50 VANDERLEI L C Basic notions of heart rate variability and its clinical applicability Rev Bras Cir Cardiovasc 2009 24(2)205-217
66
VANUCCI M Relaccedilatildeo entre auto-avaliaccedilatildeo vocal escores do protocolo QVV e
desvios vocais em professores de educaccedilatildeo fiacutesica [monografia de especializaccedilatildeo]
Centro de Estudos da Voz 2005 Disponiacutevel em
httpwwwcevfonocom2010monografia_selectphpcid=273
YAMASAKI R LEAtildeO SHS MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R
Anaacutelise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas Escala analoacutegica visual
Rev SBFa 2007 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa
YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
24
O RRtri foi calculado a partir da construccedilatildeo do histograma de densidade dos
intervalos RR normais e obtido pela divisatildeo da integral do histograma (isto eacute o
nuacutemero total de intervalos RR) pelo maacuteximo da distribuiccedilatildeo de densidade (frequecircncia
modal dos intervalos RR) mensurado em uma escala discreta com caixas de 78125
ms (1128 segundos) (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF
CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND
ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
O TINN consiste na largura da linha de base da distribuiccedilatildeo medida como a
base de um triacircngulo aproximando a distribuiccedilatildeo de todos os intervalos RR sendo
que a diferenccedila dos miacutenimos quadrados foi utilizada para determinaccedilatildeo do triacircngulo
(TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE
NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
Para a construccedilatildeo do plot de Poincareacute cada intervalo RR foi representado em
funccedilatildeo do intervalo anterior (proacuteximo intervalo) e para a anaacutelise quantitativa do plot
de Poincareacute foram calculados os seguintes iacutendices SD1 (desvio-padratildeo da
variabilidade instantacircnea batimento a batimento) SD2 (desvio-padratildeo em longo
prazo dos intervalos R-R contiacutenuos) e a relaccedilatildeo SD1SD2
A anaacutelise qualitativa (visual) do plot de Poincareacute foi feita por meio da anaacutelise
das figuras formadas pelo atrator do plot as quais foram descritas
1) Figura na qual um aumento na dispersatildeo dos intervalos RR batimento
a batimento eacute observado com aumento nos intervalos RR caracteriacutestica de um plot
normal
2) Figura com pequena dispersatildeo global batimento a batimento e sem
aumento da dispersatildeo dos intervalos RR em longo prazo
25
35 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Inicialmente foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de
Shapiro-Wilk Para realizar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foi aplicado o teste de
correlaccedilatildeo de Pearson para distribuiccedilotildees parameacutetricas enquanto para distribuiccedilotildees
natildeo-parameacutetricas foi aplicado o teste de correlaccedilatildeo de Spearman Valores de
correlaccedilatildeo forte foram considerados para r gt 05 correlaccedilatildeo moderada foi
considerada para valores de r entre 03 e 049 (03 gt r gt 049) e correlaccedilatildeo fraca
para valores de r lt 03 Diferenccedilas nesses testes foram consideradas
estatisticamente significantes quando o valor de p foi menor que 005 O programa
estatiacutestico utilizado foi o Software GraphPad StatMate version 200 for Windows
GraphPad Software San Diego California USA
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
25
35 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Inicialmente foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de
Shapiro-Wilk Para realizar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foi aplicado o teste de
correlaccedilatildeo de Pearson para distribuiccedilotildees parameacutetricas enquanto para distribuiccedilotildees
natildeo-parameacutetricas foi aplicado o teste de correlaccedilatildeo de Spearman Valores de
correlaccedilatildeo forte foram considerados para r gt 05 correlaccedilatildeo moderada foi
considerada para valores de r entre 03 e 049 (03 gt r gt 049) e correlaccedilatildeo fraca
para valores de r lt 03 Diferenccedilas nesses testes foram consideradas
estatisticamente significantes quando o valor de p foi menor que 005 O programa
estatiacutestico utilizado foi o Software GraphPad StatMate version 200 for Windows
GraphPad Software San Diego California USA
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
26
4 RESULTADOS
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos
professores quanto ao sexo idade aspectos vocais e sintomas foram organizados
na tabela 1 Nota-se que os resultados do protocolo Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do
Professor (CPV-P) apontaram que grande parte dos professores (38) tem jornada
semanal de trabalho de 31 a 40 horas atuam em meacutedia em duas escolas satildeo
professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica haacute pelo menos 16 anos (tempo miacutenimo lt 1 ano e
maacuteximo de 39 anos) e 37 dos professores trabalham em outro local aleacutem da
escola
Grande parte auto referiu ter alteraccedilotildees vocais e a queixa ocorre em geral haacute
mais de 4 anos Quando questionados sobre o que teria acarretado essa alteraccedilatildeo
vocal os professores relataram o uso intensivo da voz e em segundo lugar o
estresse (Tabela 1)
Embora grande parte dos professores apresente queixas vocais nota-se que
satildeo poucos os que realizam algum tipo de tratamento sendo o uso de medicamento
o mais frequente
Os sintomas vocais mais relatados foram rouquidatildeo garganta seca falha na
voz esforccedilo ao falar pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na garganta
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
REFEREcircNCIAS
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
27
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) idade (meacutedia) aspectos vocais e sintomas
Variaacutevel Categoria (Aspectos vocais sintomas)
Sexo Masculino Feminino
N N
21 25
46 54
Idade Meacutedia Meacutedia
44 anos 42 anos
Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N
() () () ()
Alteraccedilatildeo
na voz
7 14 7 18
33 67 28 72
Haacute quanto tempo tem alteraccedilatildeo vocal
0 a 5 meses 20 1 24 1
95 5 96 4
6 a 11 meses 19 2 23 2
90 10 92 8
1 a 2 anos 19 2 22 3
90 10 88 12
3 a 4 anos 18 3 23 2
86 14 92 8
+ de 4 anos 15 6 13 12
71 29 52 48
O que causou a alteraccedilatildeo vocal
Uso intensivo
da voz
8 13 10 15
38 62 40 60
Infecccedilatildeo
respiratoacuteria
18 3 19 6
86 14 76 24
Alergia 19 2 20 5
90 10 80 20
Gripe
constante
20 1 24 1
95 5 96 4
Estresse 14 7 13 12
67 33 52 48
Natildeo sabe 20 1 23 2
95 5 92 8
Exposiccedilatildeo ao
barulho
16 5 14 11
76 24 56 44
Natildeo houve
causa
aparente
21 0 24 1
100 0 96 4
Exposiccedilatildeo ao
frio
16 5 17 8
76 24 68 32
Outros 20 1 21 4
95 5 84 16
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
REFEREcircNCIAS
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
28
Realiza
tratamento
19 2 19 6
90 10 76 24
Que tipo de tratamento foi esse
Terapia
fonoaudioloacutegica
20 1 23 2
95 5 92 8
Uso de
medicamentos
19 2 21 4
90 10 84 16
Cirurgia 21 0 24 1
100 0 96 4
Outros 21 0 23 2
100 0 92 8
Sintomas
Rouquidatildeo 9 12 10 15
43 57 40 60
Perda da
voz
19 2 19 6
90 10 76 24
Falha na
voz
13 8 11 14
62 38 44 56
Falta de ar
ao falar
21 0 18 7
100 0 72 28
Voz fina 19 2 22 3
90 10 88 12
Voz grossa 20 1 17 8
95 5 68 32
Variando
finagrossa
15 6 19 6
71 29 76 24
Voz fraca 14 7 17 8
67 33 68 32
Esforccedilo ao
falar
12 9 12 13
57 43 48 52
Cansaccedilo ao
falar
13 8 13 12
62 38 52 48
Garganta
seca
8 13 2 23
38 62 8 92
Pigarro 17 4 8 17
81 19 32 68
Bola na
garganta
21 0 17 8
100 0 92 8
Areia na
garganta
18 3 24 1
86 14 96 4
Ardor na
garganta
15 6 11 14
71 29 44 56
Secreccedilatildeo
catarro na
garganta
16 5 12 13
76 24 48 52
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
REFEREcircNCIAS
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
29
Dor ao
falar
18 3 17 8
86 14 68 32
Dor ao
engolir
18 3 16 9
86 14 64 36
Dificuldade
para engolir
19 2 19 6
90 10 76 24
Tosse seca 16 5 16 9
76 24 64 36
Tosse com
catarro
19 2 18 7
90 10 72 28
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
30
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e haacutebitos vocais
Variaacutevel Categoria (Haacutebitos vocais)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () () Gritar 5 16 5 20 24 76 20 80 Falar muito 3 18 0 25 14 86 0 100 Falar em lugar aberto
0 21 0 25
0 100 0 100 Falar realizando atividades fiacutesicas
1 20 3 22
5 95 12 88 Falar carregando peso
14 7 11 14
67 33 44 56 Bebe aacutegua durante o uso da voz
10 11 8 17
48 52 32 68 Poupa a voz quando estaacute sem alunos
6 15 5 20
29 71 20 80 Recebeu orientaccedilotildees sobre cuidados vocais
19 2 22 3
90 10 88 12 Estaacute satisfeito com a voz
2 19 6 19
10 90 24 76
Faltou ao trabalho por alteraccedilotildees vocais
21 0 23 2
100 0 92 8 Jaacute tirou licenccedila meacutedica
12 9 12 13
57 43 48 52 Realiza outras atividades que exige o uso da voz
11 10 15 10
52 48 60 40
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
31
As informaccedilotildees referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto ao sexo e haacutebitos vocais estatildeo dispostas na tabela 2 Verifica-se que os
professores apresentam haacutebitos como gritar falar muito falar em lugar aberto falar
realizando atividades fiacutesicas e falar carregando peso
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e estilo de vida
Variaacutevel Categoria (Estilo de Vida)
Sexo Masculino Feminino N N 21 25 46 54
Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
Atividades de lazer
4 17 5 20
19 81 20 80 Fuma 19 2 22 3 90 10 88 12 Ingere bebida alcooacutelica
16 5 18 7
76 24 72 28 Alimenta em horaacuterios regulares
2 19 9 16
10 90 36 64 Evita algum alimento
12 9 11 14
57 43 44 56 Ao abrir a boca ou mastigar nota Estalos 17 4 15 10 81 19 60 40 Sensaccedilatildeo de areia
20 1 24 1
95 5 96 4 Desvio de queixo
19 2 18 7
90 10 72 28 dificuldade ao abrir a boca
21 0 18 7
100 0 72 28 Dificuldade ao morder o alimento
20 1 20 5
95 5 80 20 Quanto ao sono Acorda durante a noite
15 6 9 16
71 29 36 64 Acorda descansado
2 19 7 18
10 90 28 72
Alteraccedilatildeo de voz na famiacutelia
18 3 21 4
86 14 84 16
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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Anaacutelise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas Escala analoacutegica visual
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YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
32
A tabela 3 apresenta os resultados referentes agrave distribuiccedilatildeo numeacuterica e
percentual dos professores quanto ao sexo e ao estilo de vida Nota-se que satildeo
poucos os professores que apresentam haacutebitos como fumar ou ingerir bebidas
alcooacutelicas
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M-Masculino F- Feminino) e ambiente escolar Variaacutevel Categoria (Ambiente escolar)
Sexo Masculino Feminino Total (masc e
fem)
Natildeo Sim Natildeo Sim Natildeo Sim
N N N N N N
() () () () () ()
A escola eacute
ruidosa
2 19 4 21 6 40
10 90 16 84 13 87
O ruiacutedo eacute forte 5 16 7 18 12 34
24 76 28 72 26 74
O ruiacutedo eacute
desagradaacutevel
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
De onde vem o ruiacutedo
Paacutetio da escola 8 13 11 14 19 27
38 62 44 56 41 59
Obras na escola 18 3 21 4 39 7
86 14 84 16 85 15
Aparelho de
somTV
19 2 21 4 40 6
90 10 84 16 87 13
Da proacutepria sala 12 9 10 15 22 24
57 43 40 60 48 52
Da rua 14 7 17 8 31 15
67 33 68 32 77 33
De outras salas 14 7 15 10 29 17
67 33 60 40 63 37
Da voz das
pessoas
13 8 15 10 28 18
62 38 60 40 61 39
Outros 19 2 24 1 43 3
90 10 96 4 94 6
A acuacutestica da
sala eacute
satisfatoacuteria
9 12 4 21 13 33
43 57 16 84 28 72
A sala tem eco 11 10 21 4 32 14
52 48 84 16 70 30
Haacute poeira no
local
2 19 5 20 7 39
10 90 20 80 15 85
Haacute fumaccedila no
local
15 6 12 13 27 19
71 29 48 52 59 41
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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Centro de Estudos da Voz 2005 Disponiacutevel em
httpwwwcevfonocom2010monografia_selectphpcid=273
YAMASAKI R LEAtildeO SHS MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R
Anaacutelise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas Escala analoacutegica visual
Rev SBFa 2007 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa
YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
33
A temperatura
eacute agradaacutevel
4 17 4 21 8 38
19 81 16 84 17 83
Haacute umidade no
Local
14
7
17
8
31
15
67 33 68 32 67 33
Tem
iluminaccedilatildeo
adequada
2 19 1 24 3 43
10 90 4 96 7 93
A limpeza eacute
satisfatoacuteria
3 18 0 25 3 43
14 86 0 100 7 93
Higiene
adequada nos
banheiros
1 20 0 25 1 45
5 95 0 100 2 98
Os produtos
de limpeza
causam
irritaccedilatildeo
19 2 18 7 37 9
90 10 72 28 80 20
O tamanho da
sala eacute
adequada
ao nordm de
alunos
3 18 5 20 8 38
14 86 20 80 17 83
Os moacuteveis satildeo
adequados agrave
sua estatura
2 19 7 18 9 37
10 90 28 72 20 80
Existe local
adequado de
descanso dos
professores
6 15 12 13 18 28
29 71 48 52 39 61
A descriccedilatildeo do ambiente escolar estaacute exposta na tabela 4 Nota-se que grande
parte do ruiacutedo eacute advindo do paacutetio da escola de obras e da proacutepria sala
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
34
Tabela 5 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores quanto ao sexo (M- Masculino F- Feminino) e agrave organizaccedilatildeo do trabalho
Variaacutevel Categoria (Organizaccedilatildeo de Trabalho)
Sexo Masculino Feminino Natildeo Sim Natildeo Sim N N N N () () () ()
O ambiente de trabalho eacute calmo
6 15 7 18
29 71 28 72 Tem bom relacionamento com os colegas
0
21
0
25
0 100 0 100 Com a direccedilatildeo 0 21 0 20 0 100 0 100 Com os alunos 1 20 1 24 5 95 4 96 Com os pais 1 20 0 25 5 95 0 100 Tem liberdade para planejar realizar as atividades
0 21 1 24
0 100 4 96 Haacute supervisatildeo constante
3 18 4 21
14 86 16 84 O ritmo de trabalho eacute estressante
4 17 3 22
19 81 12 88 Haacute material de trabalho adequado
5 16 7 18
24 76 28 72 Haacute material de trabalho suficiente
6 15 13 12
29 71 52 48 O trabalho eacute monoacutetono
15 6 14 11
71 29 56 44 O trabalho eacute repetitivo
13 8 10 15
62
38 40 60
Tem tempo para realizar as atividades na escola
1 20 5 20
5 95 20 80 Leva trabalho para casa
5 16 3 22
24 76 12 88 Em caso de necessidade tem facilidade para se ausentar da sala
10 11 7 18
48 52 28 72
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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professores de educaccedilatildeo fiacutesica um estudo na rede municipal de ensino de Porto
Alegre Rev bras Educ Fiacutes Esp 2005 19(3)209-22
SENtildeARIS GONZAacuteLEZ B NUacuteNtildeEZ BATALLA F CORTE SANTOS P SUAacuteREZ NIETO C Factors predicting Voice Handicap Index Acta Otorrinolaringol Esp 2006 Feb57(2)101-8 SERVILHA EAM LEAL ROF HIDAKA MTU Riscos ocupacionais na legislaccedilatildeo trabalhista brasileira destaque para aqueles relativos agrave sauacutede e voz do professor Rev Soc Bras Fonoaudiol 201015(4)505-13 SILVA CB Identificaccedilatildeo vocal dos professores de academia de ginaacutestica a partir dos sinais e sintomas Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2010anais_selectphpop=PTampcid=3371amptid=1
65
SILVA CG GONCcedilALVES VSB MENESES VGM COSTA ALCN SILVA LB Percepccedilatildeo dos profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica acerca da presenccedila do ruiacutedo durante o seu desempenho vocal nas academias de Joatildeo Pessoa (PB) Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa SILVA EM TAVARES PB FIGUEREDO FL CRUZ JS Comparaccedilatildeo do perfil de participaccedilatildeo de atividades vocais em professores que utilizam a voz em sala de aula e em academia Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2010anais_selectphpop=PTampcid=3074amptid=3 SIMOtildeES M O profissional de educaccedilatildeo fiacutesica e o uso da voz uma contribuiccedilatildeo da Fonoaudiologia Rev Bras Atividade Fiacutesica e Sauacutede 2000 5(1) 71-80 SIMOtildeES M A voz do professor ndash histoacuterico da produccedilatildeo cientiacutefica de fonoaudioacutelogos brasileiros sobre o uso da voz nessa categoria profissional II In Ferreira LP Oliveira SM Voz profissional produccedilatildeo cientiacutefica da fonoaudiologia brasileira [CD-ROM] Satildeo Paulo SBFa 2005 SOUZA RG ROSIN FB Sinais e sintomas vocais e avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva
e acuacutestica dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica comparaccedilatildeo entre o iniacutecio e teacutermino
da aula Rev SBFa 2009 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011]
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STEFFANI JA VIECELI VCB GRASEL CE Sauacutede vocal e niacutevel de atividade fiacutesica
dos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica Revista Digital efdeportescom [perioacutedico na internet]
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66
VANUCCI M Relaccedilatildeo entre auto-avaliaccedilatildeo vocal escores do protocolo QVV e
desvios vocais em professores de educaccedilatildeo fiacutesica [monografia de especializaccedilatildeo]
Centro de Estudos da Voz 2005 Disponiacutevel em
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YAMASAKI R LEAtildeO SHS MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R
Anaacutelise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas Escala analoacutegica visual
Rev SBFa 2007 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa
YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
35
Realiza esforccedilo fiacutesico intenso
12 9 6 19
57 43 24 76 Carrega peso com frequecircncia
14 7 9 16
67 33 36 64 Haacute comprometi- mento dos funcionaacuterios com a manutenccedilatildeo e organizaccedilatildeo
1 20 4 21
5 95 16 84 Tem satisfaccedilatildeo no desempenho da funccedilatildeo
0
21
1
24
0 100 4 96 Haacute estresse no trabalho
3 18 2 23
14 86 8 92 Fatores do trabalho interferem na sauacutede
5 16 9 16
24 76 36 64
Situaccedilotildees de violecircncia que podem ocorrer na escola Depredaccedilotildees 13 8 18 7 62 38 72 28 Roubo de objetos pessoais
11 10 17 8
52 48 68 32 Roubo de material da escola
16 5 18 7
76 24 72 28 Ameaccedila ao professor
15 6 17 8
71 29 68 32 Intervenccedilatildeo da poliacutecia
12 9 13 12
57 43 52 48 Manifestaccedilatildeo de racismo
16 5 17 8
76 24 68 32 Indisciplina em sala de aula
4 17 0 25
19 81 0 100 Brigas 7 14 7 18 33 67 28 72 Agressotildees 13 8 10 15 62 38 40 60 Tiros 21 0 25 0 100 0 100 0 Insultos 5 16 7 18 24
76 28 72
Violecircncia agrave porta da escola
14 7 14 11
67 33 56 44 Violecircncia contra os funcionaacuterios
21 0 15 10
100 0 60 40
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
36
Problemas com drogas
16 5 14 11
76 24 56 44 Pichaccedilotildees 13 8 15 10 38 62 60 40
Na tabela 5 observa-se a distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual dos professores
quanto agrave organizaccedilatildeo do trabalho Nota-se que o ritmo de trabalho eacute considerado
estressante e que a realizaccedilatildeo de esforccedilo fiacutesico intenso foi relatada por grande parte
dos professores
Em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees de violecircncia ocorridas na escola a indisciplina em
sala de aula foi a mais citada
Tabela 6 Meacutedia do Iacutendice de Desvantagem Vocal dos sujeitos em cada subescala
do protocolo
IDV Escores
Emocional 328
Funcional 463
Orgacircnico 891
Total 1682
Em relaccedilatildeo aos achados do questionaacuterio Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV)
observa-se na tabela 6 que a meacutedia dos escores de cada domiacutenio natildeo eacute
significativa pois todas estatildeo abaixo de 40 pontos o que ilustra que os professores
natildeo se consideram em desvantagem vocal Entretanto o domiacutenio orgacircnico sobressai
aos demais mostrando que tem maior impacto sob a vida dos participantes
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY Heart rate variability standards of measurement physiological interpretation and clinical use Circulation 1996 93(5)1043-1065 THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS ndash AIS What is Stress Effects of Stress Disponiacutevel em httpwwwstressorg Acesso em 02012013 TROUT J MCCOLL D Vocal health for Physical Educators JOPERD 2007 78(8) 12-14 50 VANDERLEI L C Basic notions of heart rate variability and its clinical applicability Rev Bras Cir Cardiovasc 2009 24(2)205-217
66
VANUCCI M Relaccedilatildeo entre auto-avaliaccedilatildeo vocal escores do protocolo QVV e
desvios vocais em professores de educaccedilatildeo fiacutesica [monografia de especializaccedilatildeo]
Centro de Estudos da Voz 2005 Disponiacutevel em
httpwwwcevfonocom2010monografia_selectphpcid=273
YAMASAKI R LEAtildeO SHS MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R
Anaacutelise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas Escala analoacutegica visual
Rev SBFa 2007 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa
YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
37
Tabela 7 Escores totais dos participantes por subescala do protocolo IDV Escores totais por subescala
Emocional Funcional Orgacircnico Total
151 213 410 774
A tabela 7 tambeacutem mostra que o domiacutenio orgacircnico se destaca em relaccedilatildeo ao
domiacutenio funcional e emocional
Tabela 8 Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
Itens do protocolo de Iacutendice de Desvantagem Vocal somatoacuteria de respostas dos sujeitos
F1 As pessoas tecircm dificuldade em me ouvir por causa da minha voz
38
O2 Fico sem ar quando falo
32
F3 As pessoas tecircm dificuldade de me entender em lugares barulhentos
66
O4 Minha voz varia ao longo do dia
76
F5 Minha famiacutelia tem dificuldade de me ouvir quando os chamo de um outro cocircmodo da casa
29
F6 Uso menos o telefone do que eu gostaria
21
E7 Fico tenso quando falo com os outros por causa da minha voz
14
F8 Tenho tendecircncia a evitar grupos de pessoas por causa da minha voz
03
E9 As pessoas parecem se irritar com a minha voz
28
O10 As pessoas perguntam O que vocecirc tem na voz
14
F11 Falo menos com amigos vizinhos e parentes por causa da minha voz
06
F12 As pessoas pedem para eu repetir o que falo quando conversamos pessoalmente
30
O13 Minha voz parece rouca e seca
53
O14 Sinto que tenho que fazer forccedila para minha voz sair
42
E15 Acho que as pessoas natildeo entendem o meu problema de voz
13
F16 Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal
06
O17 Natildeo consigo prever quando minha voz vai sair clara
27
O18 Tento mudar minha voz para que ela saia diferente
29
F19 Eu me sinto excluiacutedo das conversas por causa da minha voz
04
O20 Faccedilo muito esforccedilo para falar
29
O21 Minha voz eacute pior no final do dia
68
F22 Meu problema de voz me causa prejuiacutezos econocircmicos
10
E23 Meu problema de voz me chateia
27
E24 Fiquei menos expansivo por causa do meu problema de voz
13
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
38
E25 Minha voz faz com que eu me sinta em desvantagem
14
O26 Minha voz falha no meio da fala
40
E27 Fico irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
20
E28 Fico constrangido quando as pessoas me pedem para repetir o que falei
13
E29 Minha voz me faz sentir incompetente
08
E30 Tenho vergonha do meu problema de voz
01
E= emocional F= funcional O= orgacircnico
A tabela 8 nos mostra a soma das respostas dos sujeitos referentes a cada
questatildeo do IDV Foram destacadas as questotildees mais pontuadas dentro de cada
domiacutenio
Tabela 9 Somatoacuteria das respostas dos sujeitos referentes aos domiacutenios demanda controle e apoio
Somatoacuteria das respostas dos sujeitos em cada domiacutenio
Professores Demanda Controle Apoio
P 1 15 20 18
P 2 15 21 23
P 3 14 21 23
P 4 11 20 23
P 5 17 22 20
P 6 17 18 19
P 7 14 18 18
P 8 16 17 17
P 9 11 20 23
P 10 18 19 18
P 11 15 15 16
P 12 13 20 23
P 13 10 21 20
P 14 18 14 13
P 15 12 16 21
P 16 15 20 17
P 17 17 16 22
P 18 13 21 23
P 19 18 18 23
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
39
P 20 10 21 19
P 21 17 17 15
P 22 12 19 21
P 23 14 17 16
P 24 14 17 19
P 25 11 16 18
P 26 17 13 18
P 27 11 19 23
P 28 11 20 15
P 29 14 21 23
P 30 13 22 21
P 31 17 17 16
P 32 14 20 18
P 33 12 17 15
P 34 15 18 21
P 35 9 19 21
P 36 11 21 23
P 37 16 20 17
P 38 8 20 18
P 39 17 21 18
P 40 10 21 21
P 41 12 20 19
P 42 15 19 17
P 43 11 23 21
P 44 13 21 23
P 45 12 19 24
P 46 13 19 21
P = Professor
A somatoacuteria dos domiacutenios demanda controle e apoio do Protocolo Job
Estress Scale estaacute disposta na tabela 9 na qual podemos observar que a populaccedilatildeo
investigada apesar de ter uma demanda de trabalho consideraacutevel e exigente
recebe apoio adequado dos demais funcionaacuterios da escola como diretores
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
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86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
40
coordenadores e colegas de trabalho a tabela tambeacutem mostra que os professores
tecircm controle adequado perante as situaccedilotildees de trabalho
Tabela 10 Valores de meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI
Paracircmetros Meacutedia
Grau 29
Rugosidade 24
Soprosidade 15
Astenia 06
Tensatildeo 09
Instabilidade 23
Em relaccedilatildeo agrave anaacutelise perceptivo-auditiva a tabela 10 mostra os valores de
meacutedia dos 6 paracircmetros da escala GRBASI (G= grau de alteraccedilatildeo vocal R=
rugosidade B= soprosidade A= astenia S= tensatildeo I= instabilidade) O resultado
mostra que os professores apresentam um desvio vocal global entre moderado e
intenso pois a meacutedia foi de 29 Os paracircmetros de instabilidade e rugosidade
apresentam alteraccedilatildeo moderada Os demais aspectos da escala apresentam
discreta alteraccedilatildeo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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SILVA CG GONCcedilALVES VSB MENESES VGM COSTA ALCN SILVA LB Percepccedilatildeo dos profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica acerca da presenccedila do ruiacutedo durante o seu desempenho vocal nas academias de Joatildeo Pessoa (PB) Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa SILVA EM TAVARES PB FIGUEREDO FL CRUZ JS Comparaccedilatildeo do perfil de participaccedilatildeo de atividades vocais em professores que utilizam a voz em sala de aula e em academia Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2010anais_selectphpop=PTampcid=3074amptid=3 SIMOtildeES M O profissional de educaccedilatildeo fiacutesica e o uso da voz uma contribuiccedilatildeo da Fonoaudiologia Rev Bras Atividade Fiacutesica e Sauacutede 2000 5(1) 71-80 SIMOtildeES M A voz do professor ndash histoacuterico da produccedilatildeo cientiacutefica de fonoaudioacutelogos brasileiros sobre o uso da voz nessa categoria profissional II In Ferreira LP Oliveira SM Voz profissional produccedilatildeo cientiacutefica da fonoaudiologia brasileira [CD-ROM] Satildeo Paulo SBFa 2005 SOUZA RG ROSIN FB Sinais e sintomas vocais e avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva
e acuacutestica dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica comparaccedilatildeo entre o iniacutecio e teacutermino
da aula Rev SBFa 2009 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011]
Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalanais2009anais_selectphpop=buscaresultadoampcid=2
043amptid=1
STEFFANI JA VIECELI VCB GRASEL CE Sauacutede vocal e niacutevel de atividade fiacutesica
dos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica Revista Digital efdeportescom [perioacutedico na internet]
[acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwefdeportescomefd155saude-vocal-
dos-profissionais-de-educacao-fisicahtm
TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY Heart rate variability standards of measurement physiological interpretation and clinical use Circulation 1996 93(5)1043-1065 THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS ndash AIS What is Stress Effects of Stress Disponiacutevel em httpwwwstressorg Acesso em 02012013 TROUT J MCCOLL D Vocal health for Physical Educators JOPERD 2007 78(8) 12-14 50 VANDERLEI L C Basic notions of heart rate variability and its clinical applicability Rev Bras Cir Cardiovasc 2009 24(2)205-217
66
VANUCCI M Relaccedilatildeo entre auto-avaliaccedilatildeo vocal escores do protocolo QVV e
desvios vocais em professores de educaccedilatildeo fiacutesica [monografia de especializaccedilatildeo]
Centro de Estudos da Voz 2005 Disponiacutevel em
httpwwwcevfonocom2010monografia_selectphpcid=273
YAMASAKI R LEAtildeO SHS MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R
Anaacutelise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas Escala analoacutegica visual
Rev SBFa 2007 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa
YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
41
Tabela 11 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
Mean RR 012 06
Mean HR -009 068
SDNN -026 028
RMSSD 004 085
NN50 -033 004
pNN50 -037 0039
A mensuraccedilatildeo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca foi realizada com
apenas 23 professores devido agrave questatildeo de tempo O procedimento em questatildeo foi
inserido quando a pesquisa jaacute estava em andamento portanto natildeo foi possiacutevel
realizaacute-lo com toda a populaccedilatildeo do estudo Quanto ao tempo maacuteximo de fonaccedilatildeo
(TMF) este apresentou a meacutedia de 108 segundos nessa populaccedilatildeo de 23
professores
A tabela 11 apresenta fraca correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio
do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca no que diz respeito aos iacutendices
NN50 e pNN50 Por outro lado natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Mean RR
Mean HR SDNN e RMSSD
Tabela 12 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Iacutendice r p
LF (ms2) -015 053
LF (nu) 017 047
HF (ms2) -044 004
HF (nu) -032 004
LFHF 033 004
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
42
Em relaccedilatildeo ao TMF e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca observa-se na tabela 12 fraca correlaccedilatildeo entre os iacutendices
HF (ms2) HF (nu) e LFHF e ausecircncia de correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) e LF
(nu)
Tabela 13 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
SD1 006 077
SD2 -010 066
SD1SD2 -035 004
RRTri -033 004
TINN -033 004
Jaacute a correlaccedilatildeo entre o TMF e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca foi fraca nos iacutendices SD1SD2 RRTri eTINN e ausente nos
iacutendices SD2 eSD1 (Tabela 13)
Tabela 14 Correlaccedilatildeo entre o TMF e os exponentes frctais da variabilidade
da frequecircncia cardiacuteaca
Iacutendice r p
Alfa-1 008 072
Alfa-2 -008 073
Alfa-1Alfa-2 012 060
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
43
Entre o TMF e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e Alfa-1 (Tabela 14)
Tabela 15 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR -001 096 -025 028 -030 020
Mean HR 002 093 025 028 033 016
SDNN 017 047 -021 037 009 070
RMSSD 030 021 -030 020 -017 048
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio do tempo da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca houve fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2
(funcional) e os iacutendices pNN50 e NN50 Jaacute os iacutendices RMSSD SDNN Mean HR e
Mean RR natildeo tiveram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do IDV (Tabela 15)
Tabela 16 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) 005 083 -020 039 0048 084
LF (nu) -020 039 0047 084 -003 087
HF (ms2) 030 004
-034 0044
002 092
HF (nu) 023 032 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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Anaacutelise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas Escala analoacutegica visual
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YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
44
Em relaccedilatildeo aos domiacutenios do IDV e aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 1
(Emocional) e o iacutendice HF (ms2) e fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (Funcional) e o
iacutendice HF (ms2) No entanto natildeo houve correlaccedilatildeo entre os iacutendices LF (ms2) LF
(nu) HF (nu) e LFHF com os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV (Tabela 16)
Tabela 17 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 012 061 -026 026 005 081
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 005 082 -020 040 -014 056
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN 014 055 -015 053 024 031
Natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV e os iacutendices
geomeacutetricos da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca TINN RRTri SD1SD2 SD2 e
SD1 (Tabela 17)
Tabela 18 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do IDV e os exponentes fractais da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 012 059 020 039 014 054
Alfa-1Alfa-2
-007 075 000 099 -006 079
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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Anaacutelise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas Escala analoacutegica visual
Rev SBFa 2007 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
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YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
45
Tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo entre os domiacutenios 1 2 e 3 do IDV com os
exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Alfa-1Alfa-2 Alfa-2 e
Alfa-1 (Tabela 18)
Tabela 19 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Mean RR 003 087 -025 028 -036 0041
Mean HR -002 092 025 028 038 0042
SDNN 011 063 -021 037 007 076
RMSSD 020 040 -030 0036 -018 043
NN50 013 057 -053 001 -004 086
pNN50 010 067 -053 001 -005 082
No que diz respeito agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do
domiacutenio do tempo da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca
correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 2 (controle) e os iacutendices RMSSD NN50 e pNN50
Observou-se tambeacutem fraca correlaccedilatildeo entre o domiacutenio 3 (apoio) e os iacutendices Mean
RR e Mean HR Jaacute o iacutendice SDNN natildeo apresentou nenhuma correlaccedilatildeo com os
domiacutenios do JSS (Tabela 19)
Tabela 20 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
LF (ms2) -011 063 -020 039 012 060
LF (nu) -023 033 004 084 001 096
HF (ms2) 030 0049 -034 014 002 092
HF (nu) 025 028 -003 089 001 094
LFHF -021 038 004 087 -003 089
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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e acuacutestica dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica comparaccedilatildeo entre o iniacutecio e teacutermino
da aula Rev SBFa 2009 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011]
Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalanais2009anais_selectphpop=buscaresultadoampcid=2
043amptid=1
STEFFANI JA VIECELI VCB GRASEL CE Sauacutede vocal e niacutevel de atividade fiacutesica
dos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica Revista Digital efdeportescom [perioacutedico na internet]
[acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwefdeportescomefd155saude-vocal-
dos-profissionais-de-educacao-fisicahtm
TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY Heart rate variability standards of measurement physiological interpretation and clinical use Circulation 1996 93(5)1043-1065 THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS ndash AIS What is Stress Effects of Stress Disponiacutevel em httpwwwstressorg Acesso em 02012013 TROUT J MCCOLL D Vocal health for Physical Educators JOPERD 2007 78(8) 12-14 50 VANDERLEI L C Basic notions of heart rate variability and its clinical applicability Rev Bras Cir Cardiovasc 2009 24(2)205-217
66
VANUCCI M Relaccedilatildeo entre auto-avaliaccedilatildeo vocal escores do protocolo QVV e
desvios vocais em professores de educaccedilatildeo fiacutesica [monografia de especializaccedilatildeo]
Centro de Estudos da Voz 2005 Disponiacutevel em
httpwwwcevfonocom2010monografia_selectphpcid=273
YAMASAKI R LEAtildeO SHS MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R
Anaacutelise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas Escala analoacutegica visual
Rev SBFa 2007 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa
YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
46
Em relaccedilatildeo agrave correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices do domiacutenio da
frequecircncia da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca observou-se fraca correlaccedilatildeo
entre o iacutendice HF (ms2) e o domiacutenio 1 (demanda) Jaacute os demais iacutendices LF (ms2)
LF (nu) HF (nu) e LFHF natildeo apresentaram correlaccedilatildeo com os domiacutenios do JSS
(Tabela 20)
Tabela 21 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da
variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
SD1 011 063 -026 026 -005 082
SD2 015 052 -015 052 013 057
SD1SD2 003 088 -020 040 -012 059
RRTri 014 054 -027 025 008 073
TINN -000 099 -015 053 021 037
Entre os domiacutenios do JSS e os iacutendices geomeacutetricos da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 21)
Tabela 22 Correlaccedilatildeo entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da frequecircncia cardiacuteaca
Domiacutenio 1 Domiacutenio 2 Domiacutenio 3
Iacutendice r p r p r p
Alfa-1 -005 080 011 062 005 081
Alfa-2 020 039 020 039 001 095
Alfa-1Alfa-2 -011 063 000 099 001 095
Entre os domiacutenios do JSS e os exponentes fractais da variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca tambeacutem natildeo houve correlaccedilatildeo (Tabela 22)
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
47
5 Discussatildeo
Em relaccedilatildeo aos sintomas os mais referidos foram rouquidatildeo falha na voz
esforccedilo ao falar garganta seca pigarro ardor na garganta e secreccedilatildeocatarro na
garganta No que diz respeito aos haacutebitos os professores relataram gritar falar
muito falar em lugar aberto falar carregando peso e falar realizando atividades
fiacutesicas haacutebitos esses elencados no estudo de Ferreira e Caporossi (2011) como
sendo fatores de risco para os distuacuterbios vocais
Aleacutem dos haacutebitos inadequados parte dos professores relatou atuar em mais
de uma escola em academias (pesonal trainer) faculdades (docenteensino
superior) treinador desportivo ou palestrante chegando a cumprir carga horaacuteria
semanal superior a 31 horas
No que diz respeito agrave hidrataccedilatildeo grande parte dos professores alegou ingerir
aacutegua durante as aulas no entanto em sua maioria nunca relataram terem recebido
orientaccedilotildees quanto aos cuidados vocais Isso mostra a importacircncia da instruccedilatildeo
quanto ao melhor uso da voz durante as tarefas de trabalho desde sua formaccedilatildeo
profissional
Apesar das queixas e sintomas vocais os professores referiram satisfaccedilatildeo
com sua voz isso pode sugerir que natildeo tenham paracircmetros para uma auto-
percepccedilatildeo vocal adequada ou que natildeo estatildeo atentos ao seu problema vocal Isso
fica evidente quando se nota que satildeo poucos os professores que procuram
tratamento quando sua voz estaacute alterada e quando procuram esse tratamento por
vezes eacute medicamentoso Tal achado nos leva a pensar em automedicaccedilatildeo uma vez
que a busca por profissional especializado quando estavam com a voz alterada foi
muito baixa
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
REFEREcircNCIAS
ALVES MGM CHOR D FAERSTEIN E LOPES CS WERNECK GL Versatildeo resumida da Job Stress Scale Adaptaccedilatildeo para o portuguecircs Revista de Sauacutede Puacuteblica 2004 38(2)164-71 ARAUacuteJO TM CARVALHO FM Condiccedilotildees de trabalho docente e sauacutede na Bahia estudos epidemioloacutegicos Educ Soc 2009 30(107) 427-449 Disponiacutevel em httpwwwcedesunicampbr BANDEIRA MPA CRUZ MG PAZ MS Avaliaccedilatildeo da qualidade vocal dos educadores de academias particulares de ginaacutestica da cidade de Teresina PI BRASIL Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa BEHLAU M Voz ndash O livro do especialista Rio de Janeiro Revinter 2001 BEHLAU M FEIJOacute D MADAZIO G REHDER MIC AZEVEDO R FERREIRA AE Voz Profissional aspectos gerais e atuaccedilatildeo fonoaudioloacutegica In BEHLAU M (org) Voz O livro do Especialista Vol II Rio de Janeiro Revinter 2005 p 287-407 BEHLAU M OLIVEIRA G SANTOS LMA RICARTE A Validaccedilatildeo no Brasil de protocoacutelos de auto-avaliaccedilatildeo do impacto de uma disfonia Proacute-Fono 2009 21(4) 326-32 BEHLAU M SANTOS LMA OLIVEIRA G Cross-Cultural Adaptation and
Validation of the Voice Handicap Index Into Brazilian Portuguese Journal of Voice
2011 25(3) 354-359
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
48
Jaacute o estilo de vida dos professores eacute condizente com a sauacutede vocal e geral
adequada (SIMOtildeES 2000) pois dentre os haacutebitos diaacuterios estatildeo atividades de
lazer natildeo fumar natildeo ingerir bebida alcooacutelica e evitar alguns tipos de alimentos Isso
pode sugerir que apesar das queixas vocais e sintomas o estilo de vida desses
professores tem amenizado o impacto de seu trabalho em sua sauacutede vocal
No que diz respeito ao sono as mulheres foram as que mais relataram
acordar durante a noite No entanto os professores em geral quase sempre
acordam descansados e a meacutedia de sono referida tem sido de seis a sete horas por
noite As queixas estomatognaacuteticas ao comer ou mastigar (estalos sensaccedilatildeo de
areia desvio de queixo dificuldade ao abrir a boca e dificuldade ao morder o
alimento) foram pouco significativas
Em relaccedilatildeo ao ambiente escolar nota-se que eacute considerado calmo por grande
parte dos professores ainda que o ritmo de trabalho seja estressante Isso deve
ocorrer pois embora muitas tarefas tenham que ser cumpridas em pouco tempo o
relacionamento adequado com os colegas de trabalho com a direccedilatildeo da escola e
em parte com os alunos e seus pais ameniza o impacto do ritmo acelerado
Outros fatores que podem colaborar para um ambiente de trabalho calmo eacute a
liberdade que os professores tecircm para desenvolver suas atividades e a supervisatildeo
recebida constantemente Em relaccedilatildeo ao material escolar os professores alegam ter
material adequado poreacutem nem sempre suficiente
O ritmo de trabalho natildeo eacute considerado monoacutetono pelos professores o que
concorda com o relato de o trabalho ser estressante Os professores dizem que
apesar de terem tempo suficiente para realizar suas atividades na escola quase
sempre levam trabalho para casa o que indica uma demanda de trabalho
sobrecarregada
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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SENtildeARIS GONZAacuteLEZ B NUacuteNtildeEZ BATALLA F CORTE SANTOS P SUAacuteREZ NIETO C Factors predicting Voice Handicap Index Acta Otorrinolaringol Esp 2006 Feb57(2)101-8 SERVILHA EAM LEAL ROF HIDAKA MTU Riscos ocupacionais na legislaccedilatildeo trabalhista brasileira destaque para aqueles relativos agrave sauacutede e voz do professor Rev Soc Bras Fonoaudiol 201015(4)505-13 SILVA CB Identificaccedilatildeo vocal dos professores de academia de ginaacutestica a partir dos sinais e sintomas Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2010anais_selectphpop=PTampcid=3371amptid=1
65
SILVA CG GONCcedilALVES VSB MENESES VGM COSTA ALCN SILVA LB Percepccedilatildeo dos profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica acerca da presenccedila do ruiacutedo durante o seu desempenho vocal nas academias de Joatildeo Pessoa (PB) Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa SILVA EM TAVARES PB FIGUEREDO FL CRUZ JS Comparaccedilatildeo do perfil de participaccedilatildeo de atividades vocais em professores que utilizam a voz em sala de aula e em academia Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2010anais_selectphpop=PTampcid=3074amptid=3 SIMOtildeES M O profissional de educaccedilatildeo fiacutesica e o uso da voz uma contribuiccedilatildeo da Fonoaudiologia Rev Bras Atividade Fiacutesica e Sauacutede 2000 5(1) 71-80 SIMOtildeES M A voz do professor ndash histoacuterico da produccedilatildeo cientiacutefica de fonoaudioacutelogos brasileiros sobre o uso da voz nessa categoria profissional II In Ferreira LP Oliveira SM Voz profissional produccedilatildeo cientiacutefica da fonoaudiologia brasileira [CD-ROM] Satildeo Paulo SBFa 2005 SOUZA RG ROSIN FB Sinais e sintomas vocais e avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva
e acuacutestica dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica comparaccedilatildeo entre o iniacutecio e teacutermino
da aula Rev SBFa 2009 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011]
Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalanais2009anais_selectphpop=buscaresultadoampcid=2
043amptid=1
STEFFANI JA VIECELI VCB GRASEL CE Sauacutede vocal e niacutevel de atividade fiacutesica
dos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica Revista Digital efdeportescom [perioacutedico na internet]
[acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwefdeportescomefd155saude-vocal-
dos-profissionais-de-educacao-fisicahtm
TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY Heart rate variability standards of measurement physiological interpretation and clinical use Circulation 1996 93(5)1043-1065 THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS ndash AIS What is Stress Effects of Stress Disponiacutevel em httpwwwstressorg Acesso em 02012013 TROUT J MCCOLL D Vocal health for Physical Educators JOPERD 2007 78(8) 12-14 50 VANDERLEI L C Basic notions of heart rate variability and its clinical applicability Rev Bras Cir Cardiovasc 2009 24(2)205-217
66
VANUCCI M Relaccedilatildeo entre auto-avaliaccedilatildeo vocal escores do protocolo QVV e
desvios vocais em professores de educaccedilatildeo fiacutesica [monografia de especializaccedilatildeo]
Centro de Estudos da Voz 2005 Disponiacutevel em
httpwwwcevfonocom2010monografia_selectphpcid=273
YAMASAKI R LEAtildeO SHS MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R
Anaacutelise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas Escala analoacutegica visual
Rev SBFa 2007 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa
YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
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8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
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86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
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79
80
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87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
49
Em relaccedilatildeo aos fatores desencadeantes das alteraccedilotildees vocais nota-se que
os fatores ambientais e estressantes fiacutesicos predominam em relaccedilatildeo aos fatores
geneacuteticos jaacute que foram poucos os casos citados de alteraccedilotildees vocais na famiacutelia
Quanto ao questionaacuterio que avaliou o iacutendice de desvantagem vocal (IDV) na
populaccedilatildeo fica evidente que o domiacutenio orgacircnico apresenta maior desvantagem em
relaccedilatildeo aos domiacutenios funcionais e emocionais Tal achado denota que a
desvantagem estaacute diretamente relacionada ao uso intensivo da voz questatildeo
elencada como sendo um dos principais fatores desencadeantes da alteraccedilatildeo vocal
na populaccedilatildeo estudada Sob um olhar minucioso percebe-se que as questotildees mais
citadas no domiacutenio orgacircnico do IDV (ldquominha voz eacute pior no final do diardquo ldquosinto que
tenho que fazer forccedila para minha voz sairrdquo ldquominha voz parece rouca e secardquo) tratam
de aspectos referentes agrave percepccedilatildeo de mudanccedilas que ocorrem na voz do professor
ao longo do dia achado que corrobora o estudo de Puccini e Servilha (2010)
Embora o domiacutenio funcional tenha ficado em segundo plano os professores
relataram que as pessoas tecircm dificuldade em compreender sua voz em lugares
barulhentos Uma das queixas mais citadas pelos professores no CPV-P eacute a de que
a escola eacute ruidosa sendo esse ruiacutedo por vezes forte e desagradaacutevel Para se fazer
compreender eacute necessaacuterio que o professor eleve o volume de voz Se essa estiver
alterada e se for produzida inadequadamente tal feito natildeo melhoraraacute a
psicodinacircmica vocal A competiccedilatildeo sonora eacute um empecilho para a inteligibilidade da
fala do professor e esses por vezes acabam cometendo abuso vocal sem perceber
O domiacutenio emocional parece natildeo interferir diretamente na vida dos
professores pois parecem ter um controle adequado durante as situaccedilotildees
emocionais que possam estar relacionadas ao seu problema de voz Apesar de
menos expressivos podem ser destacados os seguintes depoimentos ldquoAs pessoas
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
50
parecem se irritar com a minha vozrdquo ldquoMeu problema de voz me chateiardquo ldquoFico
irritado quando as pessoas me pedem para repetir o que faleirdquo Isso gera um
sentimento negativo ao professor diante da incompreensatildeo das pessoas perante o
seu problema de voz e isso pode refletir em seu desempenho profissional (PUCCINI
e SERVILHA 2010)
A Escala de Estresse no Trabalho (Job Stress Scale) eacute composta por 15
questotildees que satildeo divididas nos domiacutenios demanda controle e apoio Durante a
anaacutelise dos achados do questionaacuterio observou-se que o domiacutenio demanda recebeu
pontuaccedilatildeo consideraacutevel sendo que quanto maior a pontuaccedilatildeo pior eacute a situaccedilatildeo Tal
achado combina com os encontrados no questionaacuterio CPV-P no qual os professores
se queixam de ter que levar trabalho para casa e considerarem o ritmo de trabalho
estressante Estudos nos mostram que o estresse eacute apontado como causador de
sintomas e problemas vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica (SERVILHA et al
1995 BENEVIDES-PEREIRA 2002 SANTINI e MOLINA NETO 2005 MOREIRA et
al 2008 e 2009) e outros estudos evidenciam associaccedilotildees entre distuacuterbio de voz e
alto desgaste da interaccedilatildeo demandacontrole de estresse no trabalho docente
(GIANNINI 2010)
Em relaccedilatildeo ao domiacutenio controle nota-se que esse se apresenta adequado
pois os professores reagem positivamente perante as situaccedilotildees diversas de trabalho
e relatam receber o apoio necessaacuterio para o melhor exerciacutecio da profissatildeo
Diferentemente da auto percepccedilatildeo vocal dos professores os achados da
anaacutelise perceptivo-auditiva da vogal sustentada ldquoardquo sugerem que a populaccedilatildeo
estudada eacute uma forte candidata a alteraccedilotildees vocais
Nota-se que o grau de alteraccedilatildeo vocal global e os paracircmetros de rugosidade e
instabilidade ficaram pontuados entre moderados e intensos Tal achado corrobora
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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Jataiacute(GO) Anais IV Congresso Centro-Oeste de Ciecircncias do Esporte Disponiacutevel
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65
SILVA CG GONCcedilALVES VSB MENESES VGM COSTA ALCN SILVA LB Percepccedilatildeo dos profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica acerca da presenccedila do ruiacutedo durante o seu desempenho vocal nas academias de Joatildeo Pessoa (PB) Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa SILVA EM TAVARES PB FIGUEREDO FL CRUZ JS Comparaccedilatildeo do perfil de participaccedilatildeo de atividades vocais em professores que utilizam a voz em sala de aula e em academia Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2010anais_selectphpop=PTampcid=3074amptid=3 SIMOtildeES M O profissional de educaccedilatildeo fiacutesica e o uso da voz uma contribuiccedilatildeo da Fonoaudiologia Rev Bras Atividade Fiacutesica e Sauacutede 2000 5(1) 71-80 SIMOtildeES M A voz do professor ndash histoacuterico da produccedilatildeo cientiacutefica de fonoaudioacutelogos brasileiros sobre o uso da voz nessa categoria profissional II In Ferreira LP Oliveira SM Voz profissional produccedilatildeo cientiacutefica da fonoaudiologia brasileira [CD-ROM] Satildeo Paulo SBFa 2005 SOUZA RG ROSIN FB Sinais e sintomas vocais e avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva
e acuacutestica dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica comparaccedilatildeo entre o iniacutecio e teacutermino
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YAMASAKI R LEAtildeO SHS MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R
Anaacutelise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas Escala analoacutegica visual
Rev SBFa 2007 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
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YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
51
outros estudos nos quais a rouquidatildeo foi considerada o sintoma mais comum na
populaccedilatildeo docente (SIMOtildeES 2000) Jaacute os paracircmetros de soprosidade astenia e
tensatildeo receberam pontuaccedilatildeo leve poreacutem podem se agravar se a alteraccedilatildeo vocal
global perdurar
Quanto agrave relaccedilatildeo das alteraccedilotildees de voz e a variabilidade da frequecircncia
cardiacuteaca (VFC) eacute importante reforccedilar que o Sistema nervoso autocircnomo (SNA) eacute
responsaacutevel pela manutenccedilatildeo da VFC a qual descreve as oscilaccedilotildees no intervalo
entre os batimentos cardiacuteacos consecutivos (VANDERLEI et al 2009) A fim de
investigar a associaccedilatildeo entre o TMF e os resultados dos protocolos JSS e IDV foi
mensurada por meio do cardiofrequenciacutemetro (Polar) a frequecircncia cardiacuteaca dos
professores em situaccedilatildeo de repouso
A literatura indica que mudanccedilas nos padrotildees da VFC indicam
comprometimento da sauacutede do indiviacuteduo ou seja uma baixa VFC nos mostra uma
adaptaccedilatildeo anormal e insuficiente do SNA aleacutem de uma baixa atividade
parassimpaacutetica (VANDERLEI et al 2009) Tais informaccedilotildees nos levam a considerar
que haacute influecircncia dos fatores estressantes fiacutesicos e ambientais sobre os achados do
estudo
De acordo com os dados apresentados pelos questionaacuterios e demais
procedimentos realizados no estudo quanto aos iacutendices lineares do domiacutenio do
tempo foi observada correlaccedilatildeo negativa moderada do NN50 com o tempo maacuteximo
de fonaccedilatildeo (TMF) O NN50 indica o nuacutemero total dos intervalos RR adjacentes com
diferenccedila de duraccedilatildeo maior que 50ms Esse iacutendice representa a atividade do
sistema nervoso parassimpaacutetico sobre o coraccedilatildeo (VANDERLEI et al 2009) Tal
achado sugere que quanto maior o TMF menor a atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo Satildeo escassos os estudos na literatura que mostram alguma relaccedilatildeo entre o
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
52
sistema nervoso parassimpaacutetico e a regulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca Um trabalho
recente (PARK e BEHLAU 2011) mostrou que indiviacuteduos que apresentam quadro de
disfonia comportamental eram propiacutecios agrave maior ocorrecircncia de distuacuterbios do SNA Eacute
possiacutevel que os professores tenham apresentado um esforccedilo excessivo durante o
teste do TMF devido agraves queixas relatadas pelos proacuteprios professores
Em relaccedilatildeo aos iacutendices do domiacutenio da frequecircncia foi relatada correlaccedilatildeo fraca
negativa do iacutendice HF tanto em unidades absolutas como em unidades
normalizadas e correlaccedilatildeo moderada positiva da razatildeo LFHF com o TMF O iacutendice
HF corresponde agrave atividade parassimpaacutetica sobre o coraccedilatildeo enquanto a razatildeo
LFHF representa o balanccedilo simpato-vagal (VANDERLEI et al 2009) Dando suporte
aos achados da associaccedilatildeo do TMF com os iacutendices do domiacutenio do tempo esses
dados sugerem que sujeitos com maior TMF apresentam maior atividade simpaacutetica e
menor atividade do sistema nervoso parassimpaacutetico Outro fator que pode sustentar
esses resultados eacute a hipoacutetese de que o estresse tem numerosas consequecircncias
fiacutesicas e que o sistema nervoso autocircnomo pode alterar as secreccedilotildees orais e as
pregas vocais o ritmo cardiacuteaco e a produccedilatildeo de aacutecido gaacutestrico (DEMMINK-
GEERTMAN e DEJONCKERE 2008)
Dentre os meacutetodos utilizados para anaacutelise da VFC encontram-se os meacutetodos
geomeacutetricos - iacutendice triangular (RRtri) interpolaccedilatildeo triangular de histograma de
intervalos NN (TINN) e plot de Poincareacute - os quais convertem os intervalos RR em
padrotildees geomeacutetricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades
geomeacutetricas ou graacuteficas do padratildeo resultante (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996)
53
Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
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Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
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86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
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87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
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88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
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89 Aceite do Artigo
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Foi observada correlaccedilatildeo fraca negativa entre os dois iacutendices geomeacutetricos da
VFC e o TMF O RRtri e o TINN satildeo calculados a partir da construccedilatildeo de um
histograma de densidade dos intervalos RR normais que conteacutem no eixo x o
comprimento dos intervalos RR e no eixo y a frequecircncia com que eles ocorrem A
uniatildeo dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um
triacircngulo do qual satildeo extraiacutedos esses iacutendices (TASK FORCE OF THE EUROPEAN
SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING
AND ELECTROPHYSIOLOGY 1996) Os dois iacutendices representam a variabilidade
global da frequecircncia cardiacuteaca Os achados sugerem que sujeitos com maior
labilidade da frequecircncia cardiacuteaca apresentam menor TMF
Considerando que os iacutendices parassimpaacuteticos sofrem bastante influecircncia da
ventilaccedilatildeo (TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND
THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY
1996) era esperado que houvesse correlaccedilatildeo positiva entre os iacutendices
parassimpaacuteticos do domiacutenio do tempo e da frequecircncia com o TMF Entretanto essa
correlaccedilatildeo foi negativa sugerindo que sujeitos com maior TMF ou seja maior
capacidade de expiraccedilatildeo (SENtildeARIS et al 2006) apresentam menor atividade
parassimpaacutetica e menor VFC
Tendo em vista que os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica relataram diversas
queixas referentes ao uso da voz devido ao uso rotineiro e excessivo necessaacuterio
para o trabalho desses profissionais eacute levantada a hipoacutetese de que o TMF tenha
sido um teste estressante e portanto ocasionasse sobrecarga na regulaccedilatildeo
autonocircmica cardiacuteaca
Foi realizada tambeacutem a correlaccedilatildeo dos domiacutenios do questionaacuterio IDV com os
iacutendices lineares geomeacutetricos e exponentes fractais da VFC Em relaccedilatildeo aos iacutendices
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lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
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Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
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Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
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Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
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Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
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diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
54
lineares do domiacutenio do tempo houve correlaccedilatildeo moderada negativa entre o domiacutenio
2 do IDV e os iacutendices NN50 e pNN50 Entretanto natildeo houve associaccedilatildeo com os
domiacutenios 1 e 3 Jaacute o iacutendice HF em unidades normalizadas apresentou associaccedilatildeo
fraca negativa com os domiacutenios 1 e 2 do IDV
O IDV atende aos preceitos de qualidade vocal no que tange ao
acompanhamento cliacutenico acerca de sujeitos com queixas de voz (BEHLAU et al
2009) Eacute um instrumento que avalia problemas vocais validado para o Brasil e
adequado para quantificar a percepccedilatildeo dos sujeitos em relaccedilatildeo agrave sua alteraccedilatildeo
vocal Possui 30 questotildees 10 referentes a cada domiacutenio funcional orgacircnico e
emocional A associaccedilatildeo negativa moderada dos iacutendices 1 e 2 do IDV com os
iacutendices lineares do domiacutenio do tempo (NN50 e pNN50) e da frequecircncia (HF em
unidades absolutas e normalizadas) corrobora os achados referentes agrave associaccedilatildeo
desses mesmos iacutendices que correspondem agrave atividade parassimpaacutetica sobre o
coraccedilatildeo com o TMF Sabendo-se da influecircncia que a ventilaccedilatildeo tem sobre os
iacutendices parassimpaacuteticos da regulaccedilatildeo cardiacuteaca era esperada associaccedilatildeo entre os
iacutendices parassimpaacuteticos da VFC e o TMF e domiacutenios do IDV A associaccedilatildeo negativa
entre as duas variaacuteveis conforme mencionada anteriormente sugere que as queixas
de voz relatadas pelos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica sejam um fator importante
nessa relaccedilatildeo estatiacutestica Possivelmente o estresse ocasionado por essas queixas
leve ao aumento da predisposiccedilatildeo do desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares
nessa populaccedilatildeo
O JSS avalia as dimensotildees de demanda controle e apoio referentes agraves fontes
de estresse no ambiente psicossocial do trabalho e o desgaste resultante da
interaccedilatildeo dessas dimensotildees (GIANNINI 2010) Foi observado que o iacutendice HF em
unidades absolutas apresentou associaccedilatildeo fraca positiva com o domiacutenio 1 do JSS
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
55
Assim quanto maior a pontuaccedilatildeo na demanda maior a atividade parassimpaacutetica
sobre o coraccedilatildeo e maior a VFC
Um importante fator a ser considerado no estudo eacute o uso por alguns
professores de determinados medicamentos para depressatildeo enxaqueca e controle
de pressatildeo arterial Como tais medicamentos influenciam a regulaccedilatildeo autonocircmica
cardiacuteaca eacute justificaacutevel a associaccedilatildeo negativa dos iacutendices parassimpaacuteticos da VFC
com os domiacutenios do IDV JSS e TMF
O estresse eacute considerado um fenocircmeno subjetivo O que causa fadiga em uma
pessoa pode ser agradaacutevel ou ter pouco efeito sobre outra Assim cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente Na sociedade poacutes-moderna isso tem se
transformado em um problema comum de sauacutede Tornou-se uma epidemia global e
afeta 90 da populaccedilatildeo mundial (THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS) Nota-
se que o estresse mental pode afetar o sistema cardiovascular uma vez que seus
efeitos acabam por refletir na atividade sistema nervoso autocircnomo (LOURES 2002)
Sabe-se que os contextos de trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
apresentam vaacuterios fatores de risco agrave sauacutede geral e vocal (SIMOtildeES 2000) uma vez
que satildeo submetidos a uma demanda vocal especiacutefica associada a movimentos
fiacutesicos e vocalizaccedilatildeo continuada em intensidade elevada e gritos (TROUT e
MCCOLL 2007 MEDEIROS e ALVES 2008 PAOLIELLO et al 2008)
Nas situaccedilotildees de aula eacute necessaacuterio que o professor faccedila uso da voz de
comando a fim de influenciar na disciplina do aluno no niacutevel de compreensatildeo e
entendimento ao executar as atividades propostas pelo professor Como nem
sempre a sala estaacute disciplinada o uso exacerbado da voz e por vezes o estresse
acabam ocorrendo (PEDROZA PRADO e MACEDO 2010)
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
56
Simotildees (2000) apresenta um estudo teoacuterico abordando a temaacutetica do uso da
voz por profissionais da Educaccedilatildeo Fiacutesica na perspectiva da Fonoaudiologia
indicando a necessidade de desenvolvimento da atenccedilatildeo aos sintomas vocais aos
riscos vocais no ambiente de trabalho de orientaccedilatildeo quanto ao uso adequado da
voz de realizaccedilatildeo de accedilotildees de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees vocais e auditivas bem
como de formaccedilatildeo de ambientes de trabalho saudaacuteveis
A higiene vocal a hidrataccedilatildeo (ingestatildeo de 8 a 10 copos de aacutegua por dia) e o
repouso adequado satildeo aspectos essenciais para manutenccedilatildeo da sauacutede vocal do
educador fiacutesico Haacutebitos vocais inadequados como gritar sem suporte respiratoacuterio
emprego de posturas inadequadas durante a fonaccedilatildeo falar em ambientes ruidosos
eou abertos dentre outros satildeo prejudiciais agrave sauacutede vocal
Quanto aos fatores de risco vocal destaca-se falar em ambientes ruidosos
competir com ruiacutedos de fundo falar em ambientes abertos e com acuacutestica
inadequada falar em excesso e em intensidade elevada gritar falar
concomitantemente agrave praacutetica de exerciacutecios e atividades fiacutesicas exposiccedilatildeo a
mudanccedilas bruscas de temperatura dentre outros (SIMOtildeES 2000)
A relaccedilatildeo entre exerciacutecios fiacutesicos praacutetica de esportes e problemas vocais foi
estabelecida por Domanico (1997) em um estudo de revisatildeo bibliograacutefica que
aponta que determinados exerciacutecios fiacutesicos e esportes quando realizados
concomitantemente agrave vocalizaccedilatildeo podem ser prejudiciais agrave sauacutede vocal (ex
aeroacutebica basquete corrida ginaacutestica futebol musculaccedilatildeo tecircnis e vocirclei) de maneira
que deve ser evitada a vocalizaccedilatildeo durante sua execuccedilatildeo Jaacute a praacutetica de esportes
ao ar livre e sob baixas temperaturas pode comprometer as vias aeacutereas superiores
(DOMANICO 1997)
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
57
Steffani Viecelli e Grasel (2011) avaliaram a qualidade vocal e o impacto da
voz na qualidade de vida de 20 professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do ensino
fundamental e meacutedio de trecircs municiacutepios da regiatildeo sul do paiacutes e relacionaram os
resultados com o niacutevel de atividade fiacutesica dos sujeitos Houve correlaccedilatildeo direta
quanto ao niacutevel de atividade fiacutesica e qualidade vocal Os professores natildeo percebiam
a importacircncia da voz como instrumento de trabalho admitiam os problemas em seu
uso mas natildeo os relacionavam ao trabalho O estudo indica a importacircncia de se
fomentar a reflexatildeo em torno da relaccedilatildeo entre voz e trabalho docente
Alguns autores consideram ser necessaacuterio treinamento vocal durante a
formaccedilatildeo do educador fiacutesico com foco na importacircncia da voz e da prevenccedilatildeo de
problemas e alteraccedilotildees vocais (GRACIOLLI et al 2002) Outros recomendam o
aprofundamento das pesquisas a partir do enfoque nas condiccedilotildees de trabalho e
sauacutede do trabalhador (FARIAS e NOEL 2004)
O ambiente escolar eacute detentor em grande parte dos fatores ambientais e
estressantes fiacutesicos responsaacuteveis pelo desencadeamento dos distuacuterbios vocais em
professores Dentre eles o ruiacutedo forte e desagradaacutevel advindo do paacutetio da escola e
da proacutepria sala de aula relatado pelos professores Nota-se que as escolas puacuteblicas
em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que prejudica a sauacutede de
professores funcionaacuterios e alunos Poeira umidade fumaccedila limpeza inadequada
falta de iluminaccedilatildeo temperatura desagradaacutevel entre outros satildeo fatores que estatildeo
presentes no ambiente escolar
O processo de ensino eacute prejudicado quando o professor conta com salas
pequenas em relaccedilatildeo ao nuacutemero de alunos moacuteveis inadequados agrave sua estatura e
ausecircncia de local adequado para o descanso na escola (BOTH e NASCIMENTO
2009)
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
58
Segundo Behlau et al (2005) os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica e instrutores
de modalidades fiacutesicas realizam vocalizaccedilatildeo continuada e em intensidade elevada
gerando riscos agrave sauacutede vocal devido agraves condiccedilotildees de trabalho que podem envolver
ambientes externos amplos e inadequados ginaacutesios sem amplificaccedilatildeo salas com
acuacutestica inadequada e muito ruiacutedo ambiental competitivo aleacutem da praacutetica
generalizada de dar instruccedilotildees em intensidade elevada e por meio de gritos
Trout e Mccoll (2007) consideram os educadores fiacutesicos como ldquoatletas vocaisrdquo
uma vez que a voz desses profissionais precisa estar sempre em perfeitas
condiccedilotildees para um desempenho que envolve projeccedilatildeo vocal em ambientes amplos
e com eco como quadras e ginaacutesios junto a jogadores pulando eou correndo ou
fornecimento de instruccedilotildees em campo e ambientes abertos bem como em
ambientes ruidosos de piscinas junto a nadadores submersos ou com ruiacutedo de
muacutesica aleacutem da direccedilatildeo dos jogos perante torcidas barulhentas Assim os autores
defendem a abordagem de temas como trauma vocal higiene vocal e estrateacutegias
pedagoacutegicas a fim de prevenir alteraccedilotildees (TROUT e MCCOLL 2007)
Ao se constatar a elevada porcentagem de professores que referem que os
fatores e condiccedilotildees do trabalho docente interferem na sauacutede vocal e geral satildeo
confirmados os achados de outros estudos (NASCIMENTO 2003 FENSKE et al
2007 MEDEIROS e ALVES 2008) nos quais ficou evidente o alto risco de disfonia
na populaccedilatildeo docente bem como a ocorrecircncia de comportamentos e haacutebitos vocais
negativos agrave sauacutede vocal como competiccedilatildeo sonora gritos falas muito altas e falar
enquanto se faz exerciacutecios
Jaacute a averiguaccedilatildeo de disfunccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca na cliacutenica vocal pode
fornecer informaccedilotildees importantes para aperfeiccediloar o atendimento a pacientes com
disfunccedilotildees vocais As variaacuteveis com maiores distuacuterbios e que se relacionem
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
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67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
59
diretamente com a voz devem ser endereccediladas ao fonoaudioloacutegico e seu progresso
deve ser acompanhado com o desenvolvimento da terapia
6 Conclusatildeo
Os professores avaliados neste estudo apresentaram um perfil vocal
preocupante com sintomas e haacutebitos vocais correspondentes agraves caracteriacutesticas de
seus respectivos trabalhos cujas condiccedilotildees podem ser responsaacuteveis pelo
desencadeamento dos distuacuterbios vocais Em relaccedilatildeo agrave ergonomia nota-se que as
escolas puacuteblicas em geral contam com uma estrutura precaacuteria e insalubre que
prejudica a sauacutede de professores funcionaacuterios e alunos No que diz respeito agrave
associaccedilatildeo negativa entre esses fatores e a modulaccedilatildeo autonocircmica cardiacuteaca pode-
se sugerir que o estresse gerado pode vir a desencadear problemas
cardiovasculares na populaccedilatildeo de professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica
60
REFEREcircNCIAS
ALVES MGM CHOR D FAERSTEIN E LOPES CS WERNECK GL Versatildeo resumida da Job Stress Scale Adaptaccedilatildeo para o portuguecircs Revista de Sauacutede Puacuteblica 2004 38(2)164-71 ARAUacuteJO TM CARVALHO FM Condiccedilotildees de trabalho docente e sauacutede na Bahia estudos epidemioloacutegicos Educ Soc 2009 30(107) 427-449 Disponiacutevel em httpwwwcedesunicampbr BANDEIRA MPA CRUZ MG PAZ MS Avaliaccedilatildeo da qualidade vocal dos educadores de academias particulares de ginaacutestica da cidade de Teresina PI BRASIL Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa BEHLAU M Voz ndash O livro do especialista Rio de Janeiro Revinter 2001 BEHLAU M FEIJOacute D MADAZIO G REHDER MIC AZEVEDO R FERREIRA AE Voz Profissional aspectos gerais e atuaccedilatildeo fonoaudioloacutegica In BEHLAU M (org) Voz O livro do Especialista Vol II Rio de Janeiro Revinter 2005 p 287-407 BEHLAU M OLIVEIRA G SANTOS LMA RICARTE A Validaccedilatildeo no Brasil de protocoacutelos de auto-avaliaccedilatildeo do impacto de uma disfonia Proacute-Fono 2009 21(4) 326-32 BEHLAU M SANTOS LMA OLIVEIRA G Cross-Cultural Adaptation and
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8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
60
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PAOLIELLO M OLIVEIRA BFV LOPES JL AZEVEDO LL ASSUNCcedilAtildeO
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64
PARK K BEHLAU M Signs and symptoms of autonomic dysfunction in dysphonic
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65
SILVA CG GONCcedilALVES VSB MENESES VGM COSTA ALCN SILVA LB Percepccedilatildeo dos profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica acerca da presenccedila do ruiacutedo durante o seu desempenho vocal nas academias de Joatildeo Pessoa (PB) Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa SILVA EM TAVARES PB FIGUEREDO FL CRUZ JS Comparaccedilatildeo do perfil de participaccedilatildeo de atividades vocais em professores que utilizam a voz em sala de aula e em academia Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2010anais_selectphpop=PTampcid=3074amptid=3 SIMOtildeES M O profissional de educaccedilatildeo fiacutesica e o uso da voz uma contribuiccedilatildeo da Fonoaudiologia Rev Bras Atividade Fiacutesica e Sauacutede 2000 5(1) 71-80 SIMOtildeES M A voz do professor ndash histoacuterico da produccedilatildeo cientiacutefica de fonoaudioacutelogos brasileiros sobre o uso da voz nessa categoria profissional II In Ferreira LP Oliveira SM Voz profissional produccedilatildeo cientiacutefica da fonoaudiologia brasileira [CD-ROM] Satildeo Paulo SBFa 2005 SOUZA RG ROSIN FB Sinais e sintomas vocais e avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva
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da aula Rev SBFa 2009 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011]
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STEFFANI JA VIECELI VCB GRASEL CE Sauacutede vocal e niacutevel de atividade fiacutesica
dos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica Revista Digital efdeportescom [perioacutedico na internet]
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66
VANUCCI M Relaccedilatildeo entre auto-avaliaccedilatildeo vocal escores do protocolo QVV e
desvios vocais em professores de educaccedilatildeo fiacutesica [monografia de especializaccedilatildeo]
Centro de Estudos da Voz 2005 Disponiacutevel em
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YAMASAKI R LEAtildeO SHS MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R
Anaacutelise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas Escala analoacutegica visual
Rev SBFa 2007 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa
YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
61
DOMANICO CT Quais os tipos de exerciacutecios fiacutesicos que podem causar prejuiacutezos agrave voz Revista Cefac 1997 [perioacutedico na Internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwcefacbrlibraryteses3fd3934b271cb76bf17bf0973252ba80pdf DRAGONE ML Ocorrencia de disfonia em professores fatores relacionados agrave voz profissional Satildeo Paulo 1996 [Monografia ndash Especializaccedilatildeo ndash Centro de Estudos da Voz] DRAGONE ML BEHLAU M A fonoaudiologia brasileira e a voz do professor olhares cientiacuteficos no decorrer do tempo Fonoaudiologia Brasil 20064(2)6-9 DRAGONE ML FERREIRA LP ZENARI MS GIANNINI SP A voz do professor In Oliveira IB Almeida AA Raiacuteze T Voz profissional ndash produccedilatildeo cientiacutefica da fonoaudidologia brasileira [CD-ROM] 3a ed Rev Soc Bras Fonoaudiol 2008 Supl DRAGONE MLS FERREIRA LP GIANNINI SPP SIMOtildeES-ZENARI M VIEIRA VP BEHLAU M Voz do professor uma revisatildeo de 15 anos de contribuiccedilatildeo fonoaudioloacutegica Rev Soc Bras Fonoaudiol 201015(2)289-96 FARIA JCP O comprometimento da voz em professores de educaccedilatildeo fiacutesica trabalhando em academias de ginaacutestica um enfoque da medicina do trabalho Niteroacutei UFF 2006 FARIAS E NOEL KO Anaacutelise Preliminar da Sauacutede Vocal de Profissionais de Ed Fiacutesica como Fator inerente agrave sua atuaccedilatildeo em academias 2004 [perioacutedico na Internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwedvaldodefariascomsaudevocalpdf FEITOSA LSC RODRIGUES AMS Sauacutede e qualidade de vida na percepccedilatildeo dos Professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica das Escolas Estaduais da Zona Sul de Teresina-Pi Universidade Federal do Piaui 2010 [perioacutedico na Internet] [acesso em 30 jun 2011] Disp em httpwwwufpibrsubsiteFilesppgedarquivosfilesVIencontro2010GT16GT_16_06_2010pdf FENSKE SG DUGNANI K MORENO SAacuteS R PIZZANI L COSTA MPR ALMEIDA MA Incidecircncia de alteraccedilotildees vocais em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica 2007 IV Congresso Brasileiro Multidisciplinar de Educaccedilatildeo Especial Disponiacutevel em httpwwwpsiquiatriainfantilcombrcongressosuel2007290htm FERREIRA LP GIANNINI SPP FIGUEIRA S SILVA EH KARMANN DF SOUZA TMT Condiccedilotildees de produccedilatildeo vocal de professores da prefeitura do municiacutepio de Satildeo Paulo Dist Comum 200314(2)275-307 FERREIRA LP GIANNINI SPP LATORRE MRDO ZENARI MS Distuacuterbio de voz relacionado ao trabalho proposta de um instrumento para avaliaccedilatildeo de professores Distuacuterb Comum 2007 19(1)127-136
62
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fiacutesica [monografia de especializaccedilatildeo] Centro de Estudos da Voz 2003 Disponiacutevel
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NEVES A RODRIGUES G SOBRAL F Avaliaccedilatildeo subjetiva do stress
profissional resultados de um inqueacuterito preliminar em professores de Educaccedilatildeo
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KM Expressatildeo e comunicaccedilatildeo oral a interferecircncia da inserccedilatildeo da Fonoaudiologia
na grade curricular do curso de educaccedilatildeo fiacutesica para a conscientizaccedilatildeo dos
estudantes quanto agrave sauacutede vocal Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso
em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalanais2008anais_selectphpop=buscaresultadoampcid=3
37amptid=3
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PARK K BEHLAU M Signs and symptoms of autonomic dysfunction in dysphonic
individuals Jornal da Sociedade Brasileira de Fonoaudiolia 2011 23(2)164-9
PEDROZA PS PRADO APA MACEDO KMF A voz de comando na turma de
educaccedilatildeo fiacutesica nas series iniciais de uma escola municipal infantil do municiacutepio de
Jataiacute(GO) Anais IV Congresso Centro-Oeste de Ciecircncias do Esporte Disponiacutevel
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professores de educaccedilatildeo fiacutesica um estudo na rede municipal de ensino de Porto
Alegre Rev bras Educ Fiacutes Esp 2005 19(3)209-22
SENtildeARIS GONZAacuteLEZ B NUacuteNtildeEZ BATALLA F CORTE SANTOS P SUAacuteREZ NIETO C Factors predicting Voice Handicap Index Acta Otorrinolaringol Esp 2006 Feb57(2)101-8 SERVILHA EAM LEAL ROF HIDAKA MTU Riscos ocupacionais na legislaccedilatildeo trabalhista brasileira destaque para aqueles relativos agrave sauacutede e voz do professor Rev Soc Bras Fonoaudiol 201015(4)505-13 SILVA CB Identificaccedilatildeo vocal dos professores de academia de ginaacutestica a partir dos sinais e sintomas Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2010anais_selectphpop=PTampcid=3371amptid=1
65
SILVA CG GONCcedilALVES VSB MENESES VGM COSTA ALCN SILVA LB Percepccedilatildeo dos profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica acerca da presenccedila do ruiacutedo durante o seu desempenho vocal nas academias de Joatildeo Pessoa (PB) Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa SILVA EM TAVARES PB FIGUEREDO FL CRUZ JS Comparaccedilatildeo do perfil de participaccedilatildeo de atividades vocais em professores que utilizam a voz em sala de aula e em academia Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2010anais_selectphpop=PTampcid=3074amptid=3 SIMOtildeES M O profissional de educaccedilatildeo fiacutesica e o uso da voz uma contribuiccedilatildeo da Fonoaudiologia Rev Bras Atividade Fiacutesica e Sauacutede 2000 5(1) 71-80 SIMOtildeES M A voz do professor ndash histoacuterico da produccedilatildeo cientiacutefica de fonoaudioacutelogos brasileiros sobre o uso da voz nessa categoria profissional II In Ferreira LP Oliveira SM Voz profissional produccedilatildeo cientiacutefica da fonoaudiologia brasileira [CD-ROM] Satildeo Paulo SBFa 2005 SOUZA RG ROSIN FB Sinais e sintomas vocais e avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva
e acuacutestica dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica comparaccedilatildeo entre o iniacutecio e teacutermino
da aula Rev SBFa 2009 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011]
Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalanais2009anais_selectphpop=buscaresultadoampcid=2
043amptid=1
STEFFANI JA VIECELI VCB GRASEL CE Sauacutede vocal e niacutevel de atividade fiacutesica
dos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica Revista Digital efdeportescom [perioacutedico na internet]
[acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwefdeportescomefd155saude-vocal-
dos-profissionais-de-educacao-fisicahtm
TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY Heart rate variability standards of measurement physiological interpretation and clinical use Circulation 1996 93(5)1043-1065 THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS ndash AIS What is Stress Effects of Stress Disponiacutevel em httpwwwstressorg Acesso em 02012013 TROUT J MCCOLL D Vocal health for Physical Educators JOPERD 2007 78(8) 12-14 50 VANDERLEI L C Basic notions of heart rate variability and its clinical applicability Rev Bras Cir Cardiovasc 2009 24(2)205-217
66
VANUCCI M Relaccedilatildeo entre auto-avaliaccedilatildeo vocal escores do protocolo QVV e
desvios vocais em professores de educaccedilatildeo fiacutesica [monografia de especializaccedilatildeo]
Centro de Estudos da Voz 2005 Disponiacutevel em
httpwwwcevfonocom2010monografia_selectphpcid=273
YAMASAKI R LEAtildeO SHS MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R
Anaacutelise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas Escala analoacutegica visual
Rev SBFa 2007 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa
YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
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86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
62
FERREIRA LP SERVILHA EAM MASSON MLV REINALDI MBFM Poliacuteticas puacuteblicas e voz do professor caracterizaccedilatildeo das leis brasileiras Rev Soc Bras Fonoaudiol 200914(1)1-7 GAMELIN F X Validity of the polar S810 heart rate monitor to measure R-R intervals at rest Med Sci Sports Exerc 200638(5)887-93 GIANNINI SPP Distuacuterbio de voz relacionado ao trabalho docente um estudo caso-controle [Tese de doutorado] Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2010 GRACIOLLI LS PAIXAtildeO DX CONTO J BITENCOURT RF Reflexotildees ergonocircmicas sobre a voz de professores de academia de ginaacutestica XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produccedilatildeo 2002 [perioacutedico na Internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwabeproorgbrbibliotecaENEGEP2002_TR40_1117pdf GRILLO EU FUGOWSKI J Voice characteristics of female physical education student teachers J Voice 2010 25(3)149-57
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httpwwwsbfaorgbrportalanais2008anais_selectphpop=buscaresultadoampcid=3
630amptid=1
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722amptid=1
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MACHADO PG HAMMES MH CIELO CA RODRIGUES AL Os haacutebitos posturais e o comportamento vocal de profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica na modalidade de hidroginaacutestica Revista CEFAC [perioacutedico na Internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrcefac2010nahead107-09pdf MECSEF Secretaria de Educaccedilatildeo Fundamental Paracircmetros curriculares nacionais Educaccedilatildeo fiacutesica Secretaria de Educaccedilatildeo Fundamental Brasiacutelia 1997 [perioacutedico na Internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpportalmecgovbrsebarquivospdflivro07pdf MEDEIROS AM ALVES EMSB Disfonia em professores de educaccedilatildeo fiacutesica
escolar Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011]
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NEVES A RODRIGUES G SOBRAL F Avaliaccedilatildeo subjetiva do stress
profissional resultados de um inqueacuterito preliminar em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica Boletim da Sociedade Portuguesa de Educaccedilatildeo Fiacutesica Lisboa n 78 p27-
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PAOLIELLO M OLIVEIRA BFV LOPES JL AZEVEDO LL ASSUNCcedilAtildeO
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wFile25611200
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professores de educaccedilatildeo fiacutesica um estudo na rede municipal de ensino de Porto
Alegre Rev bras Educ Fiacutes Esp 2005 19(3)209-22
SENtildeARIS GONZAacuteLEZ B NUacuteNtildeEZ BATALLA F CORTE SANTOS P SUAacuteREZ NIETO C Factors predicting Voice Handicap Index Acta Otorrinolaringol Esp 2006 Feb57(2)101-8 SERVILHA EAM LEAL ROF HIDAKA MTU Riscos ocupacionais na legislaccedilatildeo trabalhista brasileira destaque para aqueles relativos agrave sauacutede e voz do professor Rev Soc Bras Fonoaudiol 201015(4)505-13 SILVA CB Identificaccedilatildeo vocal dos professores de academia de ginaacutestica a partir dos sinais e sintomas Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2010anais_selectphpop=PTampcid=3371amptid=1
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SILVA CG GONCcedilALVES VSB MENESES VGM COSTA ALCN SILVA LB Percepccedilatildeo dos profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica acerca da presenccedila do ruiacutedo durante o seu desempenho vocal nas academias de Joatildeo Pessoa (PB) Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa SILVA EM TAVARES PB FIGUEREDO FL CRUZ JS Comparaccedilatildeo do perfil de participaccedilatildeo de atividades vocais em professores que utilizam a voz em sala de aula e em academia Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2010anais_selectphpop=PTampcid=3074amptid=3 SIMOtildeES M O profissional de educaccedilatildeo fiacutesica e o uso da voz uma contribuiccedilatildeo da Fonoaudiologia Rev Bras Atividade Fiacutesica e Sauacutede 2000 5(1) 71-80 SIMOtildeES M A voz do professor ndash histoacuterico da produccedilatildeo cientiacutefica de fonoaudioacutelogos brasileiros sobre o uso da voz nessa categoria profissional II In Ferreira LP Oliveira SM Voz profissional produccedilatildeo cientiacutefica da fonoaudiologia brasileira [CD-ROM] Satildeo Paulo SBFa 2005 SOUZA RG ROSIN FB Sinais e sintomas vocais e avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva
e acuacutestica dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica comparaccedilatildeo entre o iniacutecio e teacutermino
da aula Rev SBFa 2009 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011]
Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalanais2009anais_selectphpop=buscaresultadoampcid=2
043amptid=1
STEFFANI JA VIECELI VCB GRASEL CE Sauacutede vocal e niacutevel de atividade fiacutesica
dos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica Revista Digital efdeportescom [perioacutedico na internet]
[acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwefdeportescomefd155saude-vocal-
dos-profissionais-de-educacao-fisicahtm
TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY Heart rate variability standards of measurement physiological interpretation and clinical use Circulation 1996 93(5)1043-1065 THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS ndash AIS What is Stress Effects of Stress Disponiacutevel em httpwwwstressorg Acesso em 02012013 TROUT J MCCOLL D Vocal health for Physical Educators JOPERD 2007 78(8) 12-14 50 VANDERLEI L C Basic notions of heart rate variability and its clinical applicability Rev Bras Cir Cardiovasc 2009 24(2)205-217
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VANUCCI M Relaccedilatildeo entre auto-avaliaccedilatildeo vocal escores do protocolo QVV e
desvios vocais em professores de educaccedilatildeo fiacutesica [monografia de especializaccedilatildeo]
Centro de Estudos da Voz 2005 Disponiacutevel em
httpwwwcevfonocom2010monografia_selectphpcid=273
YAMASAKI R LEAtildeO SHS MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R
Anaacutelise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas Escala analoacutegica visual
Rev SBFa 2007 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa
YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
63
MACHADO PG HAMMES MH CIELO CA RODRIGUES AL Os haacutebitos posturais e o comportamento vocal de profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica na modalidade de hidroginaacutestica Revista CEFAC [perioacutedico na Internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrcefac2010nahead107-09pdf MECSEF Secretaria de Educaccedilatildeo Fundamental Paracircmetros curriculares nacionais Educaccedilatildeo fiacutesica Secretaria de Educaccedilatildeo Fundamental Brasiacutelia 1997 [perioacutedico na Internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpportalmecgovbrsebarquivospdflivro07pdf MEDEIROS AM ALVES EMSB Disfonia em professores de educaccedilatildeo fiacutesica
escolar Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011]
Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalanais2008anais_selectphpop=buscaresultadoampcid=1
310amptid=2
MILANO F PALMA A ASSIS M Sauacutede e trabalho dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica que atuam com ciclismo indoor Efdeportes 2007 12(109) Disponiacutevel em httpwwwefdeportescom MOREIRA HR COLLET C FARIAS GO NASCIMENTO JV Siacutendrome de Burnout em professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica um estudo de casos Revista Digital - Buenos Aires 2008 13(123) Disponiacutevel em httpwwwefdeportescom MOREIRA HR FARIAS GO BOTH J NASCIMENTO JV Qualidade de vida no trabalho e siacutendrome de burnout em professores de educaccedilatildeo fiacutesica do Estado do Rio Grande Do Sul Brasil Revista Brasileira de Atividade Fiacutesica amp Sauacutede 2009 14(2)115-122 NASCIMENTO SRLG Caracterizaccedilatildeo do uso da voz do professor de educaccedilatildeo
fiacutesica [monografia de especializaccedilatildeo] Centro de Estudos da Voz 2003 Disponiacutevel
em httpwwwcevfonocom2010monografia_selectphpcid=172
NEVES A RODRIGUES G SOBRAL F Avaliaccedilatildeo subjetiva do stress
profissional resultados de um inqueacuterito preliminar em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica Boletim da Sociedade Portuguesa de Educaccedilatildeo Fiacutesica Lisboa n 78 p27-
34 1993
PAOLIELLO M OLIVEIRA BFV LOPES JL AZEVEDO LL ASSUNCcedilAtildeO
KM Expressatildeo e comunicaccedilatildeo oral a interferecircncia da inserccedilatildeo da Fonoaudiologia
na grade curricular do curso de educaccedilatildeo fiacutesica para a conscientizaccedilatildeo dos
estudantes quanto agrave sauacutede vocal Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso
em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalanais2008anais_selectphpop=buscaresultadoampcid=3
37amptid=3
64
PARK K BEHLAU M Signs and symptoms of autonomic dysfunction in dysphonic
individuals Jornal da Sociedade Brasileira de Fonoaudiolia 2011 23(2)164-9
PEDROZA PS PRADO APA MACEDO KMF A voz de comando na turma de
educaccedilatildeo fiacutesica nas series iniciais de uma escola municipal infantil do municiacutepio de
Jataiacute(GO) Anais IV Congresso Centro-Oeste de Ciecircncias do Esporte Disponiacutevel
emhttpwwwrbceonlineorgbrcongressosindexphp4concoce4concocepapervie
wFile25611200
PINHO SMR Fundamentos em fonoaudiologia tratando os distuacuterbios da voz 1
Ed Rio de Janeiro 2003 Guanabara Koogan p 24-9 2003
PUCCINI F R S SERVILHA E A M Voz e Qualidade de Vida Avaliaccedilatildeo da Desvantagem Vocal em Professores 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 26 jan 2013] Disponiacutevel em httpwwwpuc-campinasedubrwebsistportalpesquisaicpic2010resumos2010924_185248_502028297_reslC3A1vpdf PUMPRLA J HOWORKA K GROVES D CHESTER M NOLAN J Functional assessment of heart rate variability physiological basis and practical applications Int J Cardiol 200284(1)1-14 REINHARDT V BEHLAU M Anaacutelise do perfil vocal de professores de body combat [monografia de especializaccedilatildeo] Centro de Estudos da Voz 2008 Disponiacutevel em httpwwwcevfonocom2010monografia_selectphpcid=217 SANTINI J MOLINA NETO V A siacutendrome do esgotamento profissional em
professores de educaccedilatildeo fiacutesica um estudo na rede municipal de ensino de Porto
Alegre Rev bras Educ Fiacutes Esp 2005 19(3)209-22
SENtildeARIS GONZAacuteLEZ B NUacuteNtildeEZ BATALLA F CORTE SANTOS P SUAacuteREZ NIETO C Factors predicting Voice Handicap Index Acta Otorrinolaringol Esp 2006 Feb57(2)101-8 SERVILHA EAM LEAL ROF HIDAKA MTU Riscos ocupacionais na legislaccedilatildeo trabalhista brasileira destaque para aqueles relativos agrave sauacutede e voz do professor Rev Soc Bras Fonoaudiol 201015(4)505-13 SILVA CB Identificaccedilatildeo vocal dos professores de academia de ginaacutestica a partir dos sinais e sintomas Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2010anais_selectphpop=PTampcid=3371amptid=1
65
SILVA CG GONCcedilALVES VSB MENESES VGM COSTA ALCN SILVA LB Percepccedilatildeo dos profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica acerca da presenccedila do ruiacutedo durante o seu desempenho vocal nas academias de Joatildeo Pessoa (PB) Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa SILVA EM TAVARES PB FIGUEREDO FL CRUZ JS Comparaccedilatildeo do perfil de participaccedilatildeo de atividades vocais em professores que utilizam a voz em sala de aula e em academia Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2010anais_selectphpop=PTampcid=3074amptid=3 SIMOtildeES M O profissional de educaccedilatildeo fiacutesica e o uso da voz uma contribuiccedilatildeo da Fonoaudiologia Rev Bras Atividade Fiacutesica e Sauacutede 2000 5(1) 71-80 SIMOtildeES M A voz do professor ndash histoacuterico da produccedilatildeo cientiacutefica de fonoaudioacutelogos brasileiros sobre o uso da voz nessa categoria profissional II In Ferreira LP Oliveira SM Voz profissional produccedilatildeo cientiacutefica da fonoaudiologia brasileira [CD-ROM] Satildeo Paulo SBFa 2005 SOUZA RG ROSIN FB Sinais e sintomas vocais e avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva
e acuacutestica dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica comparaccedilatildeo entre o iniacutecio e teacutermino
da aula Rev SBFa 2009 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011]
Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalanais2009anais_selectphpop=buscaresultadoampcid=2
043amptid=1
STEFFANI JA VIECELI VCB GRASEL CE Sauacutede vocal e niacutevel de atividade fiacutesica
dos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica Revista Digital efdeportescom [perioacutedico na internet]
[acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwefdeportescomefd155saude-vocal-
dos-profissionais-de-educacao-fisicahtm
TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY Heart rate variability standards of measurement physiological interpretation and clinical use Circulation 1996 93(5)1043-1065 THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS ndash AIS What is Stress Effects of Stress Disponiacutevel em httpwwwstressorg Acesso em 02012013 TROUT J MCCOLL D Vocal health for Physical Educators JOPERD 2007 78(8) 12-14 50 VANDERLEI L C Basic notions of heart rate variability and its clinical applicability Rev Bras Cir Cardiovasc 2009 24(2)205-217
66
VANUCCI M Relaccedilatildeo entre auto-avaliaccedilatildeo vocal escores do protocolo QVV e
desvios vocais em professores de educaccedilatildeo fiacutesica [monografia de especializaccedilatildeo]
Centro de Estudos da Voz 2005 Disponiacutevel em
httpwwwcevfonocom2010monografia_selectphpcid=273
YAMASAKI R LEAtildeO SHS MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R
Anaacutelise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas Escala analoacutegica visual
Rev SBFa 2007 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa
YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
64
PARK K BEHLAU M Signs and symptoms of autonomic dysfunction in dysphonic
individuals Jornal da Sociedade Brasileira de Fonoaudiolia 2011 23(2)164-9
PEDROZA PS PRADO APA MACEDO KMF A voz de comando na turma de
educaccedilatildeo fiacutesica nas series iniciais de uma escola municipal infantil do municiacutepio de
Jataiacute(GO) Anais IV Congresso Centro-Oeste de Ciecircncias do Esporte Disponiacutevel
emhttpwwwrbceonlineorgbrcongressosindexphp4concoce4concocepapervie
wFile25611200
PINHO SMR Fundamentos em fonoaudiologia tratando os distuacuterbios da voz 1
Ed Rio de Janeiro 2003 Guanabara Koogan p 24-9 2003
PUCCINI F R S SERVILHA E A M Voz e Qualidade de Vida Avaliaccedilatildeo da Desvantagem Vocal em Professores 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 26 jan 2013] Disponiacutevel em httpwwwpuc-campinasedubrwebsistportalpesquisaicpic2010resumos2010924_185248_502028297_reslC3A1vpdf PUMPRLA J HOWORKA K GROVES D CHESTER M NOLAN J Functional assessment of heart rate variability physiological basis and practical applications Int J Cardiol 200284(1)1-14 REINHARDT V BEHLAU M Anaacutelise do perfil vocal de professores de body combat [monografia de especializaccedilatildeo] Centro de Estudos da Voz 2008 Disponiacutevel em httpwwwcevfonocom2010monografia_selectphpcid=217 SANTINI J MOLINA NETO V A siacutendrome do esgotamento profissional em
professores de educaccedilatildeo fiacutesica um estudo na rede municipal de ensino de Porto
Alegre Rev bras Educ Fiacutes Esp 2005 19(3)209-22
SENtildeARIS GONZAacuteLEZ B NUacuteNtildeEZ BATALLA F CORTE SANTOS P SUAacuteREZ NIETO C Factors predicting Voice Handicap Index Acta Otorrinolaringol Esp 2006 Feb57(2)101-8 SERVILHA EAM LEAL ROF HIDAKA MTU Riscos ocupacionais na legislaccedilatildeo trabalhista brasileira destaque para aqueles relativos agrave sauacutede e voz do professor Rev Soc Bras Fonoaudiol 201015(4)505-13 SILVA CB Identificaccedilatildeo vocal dos professores de academia de ginaacutestica a partir dos sinais e sintomas Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2010anais_selectphpop=PTampcid=3371amptid=1
65
SILVA CG GONCcedilALVES VSB MENESES VGM COSTA ALCN SILVA LB Percepccedilatildeo dos profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica acerca da presenccedila do ruiacutedo durante o seu desempenho vocal nas academias de Joatildeo Pessoa (PB) Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa SILVA EM TAVARES PB FIGUEREDO FL CRUZ JS Comparaccedilatildeo do perfil de participaccedilatildeo de atividades vocais em professores que utilizam a voz em sala de aula e em academia Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2010anais_selectphpop=PTampcid=3074amptid=3 SIMOtildeES M O profissional de educaccedilatildeo fiacutesica e o uso da voz uma contribuiccedilatildeo da Fonoaudiologia Rev Bras Atividade Fiacutesica e Sauacutede 2000 5(1) 71-80 SIMOtildeES M A voz do professor ndash histoacuterico da produccedilatildeo cientiacutefica de fonoaudioacutelogos brasileiros sobre o uso da voz nessa categoria profissional II In Ferreira LP Oliveira SM Voz profissional produccedilatildeo cientiacutefica da fonoaudiologia brasileira [CD-ROM] Satildeo Paulo SBFa 2005 SOUZA RG ROSIN FB Sinais e sintomas vocais e avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva
e acuacutestica dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica comparaccedilatildeo entre o iniacutecio e teacutermino
da aula Rev SBFa 2009 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011]
Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalanais2009anais_selectphpop=buscaresultadoampcid=2
043amptid=1
STEFFANI JA VIECELI VCB GRASEL CE Sauacutede vocal e niacutevel de atividade fiacutesica
dos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica Revista Digital efdeportescom [perioacutedico na internet]
[acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwefdeportescomefd155saude-vocal-
dos-profissionais-de-educacao-fisicahtm
TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY Heart rate variability standards of measurement physiological interpretation and clinical use Circulation 1996 93(5)1043-1065 THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS ndash AIS What is Stress Effects of Stress Disponiacutevel em httpwwwstressorg Acesso em 02012013 TROUT J MCCOLL D Vocal health for Physical Educators JOPERD 2007 78(8) 12-14 50 VANDERLEI L C Basic notions of heart rate variability and its clinical applicability Rev Bras Cir Cardiovasc 2009 24(2)205-217
66
VANUCCI M Relaccedilatildeo entre auto-avaliaccedilatildeo vocal escores do protocolo QVV e
desvios vocais em professores de educaccedilatildeo fiacutesica [monografia de especializaccedilatildeo]
Centro de Estudos da Voz 2005 Disponiacutevel em
httpwwwcevfonocom2010monografia_selectphpcid=273
YAMASAKI R LEAtildeO SHS MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R
Anaacutelise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas Escala analoacutegica visual
Rev SBFa 2007 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa
YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
65
SILVA CG GONCcedilALVES VSB MENESES VGM COSTA ALCN SILVA LB Percepccedilatildeo dos profissionais de educaccedilatildeo fiacutesica acerca da presenccedila do ruiacutedo durante o seu desempenho vocal nas academias de Joatildeo Pessoa (PB) Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa SILVA EM TAVARES PB FIGUEREDO FL CRUZ JS Comparaccedilatildeo do perfil de participaccedilatildeo de atividades vocais em professores que utilizam a voz em sala de aula e em academia Rev SBFa 2010 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2010anais_selectphpop=PTampcid=3074amptid=3 SIMOtildeES M O profissional de educaccedilatildeo fiacutesica e o uso da voz uma contribuiccedilatildeo da Fonoaudiologia Rev Bras Atividade Fiacutesica e Sauacutede 2000 5(1) 71-80 SIMOtildeES M A voz do professor ndash histoacuterico da produccedilatildeo cientiacutefica de fonoaudioacutelogos brasileiros sobre o uso da voz nessa categoria profissional II In Ferreira LP Oliveira SM Voz profissional produccedilatildeo cientiacutefica da fonoaudiologia brasileira [CD-ROM] Satildeo Paulo SBFa 2005 SOUZA RG ROSIN FB Sinais e sintomas vocais e avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva
e acuacutestica dos professores de educaccedilatildeo fiacutesica comparaccedilatildeo entre o iniacutecio e teacutermino
da aula Rev SBFa 2009 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011]
Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalanais2009anais_selectphpop=buscaresultadoampcid=2
043amptid=1
STEFFANI JA VIECELI VCB GRASEL CE Sauacutede vocal e niacutevel de atividade fiacutesica
dos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica Revista Digital efdeportescom [perioacutedico na internet]
[acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwefdeportescomefd155saude-vocal-
dos-profissionais-de-educacao-fisicahtm
TASK FORCE OF THE EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY AND THE NORTH AMERICAN SOCIETY OF PACING AND ELECTROPHYSIOLOGY Heart rate variability standards of measurement physiological interpretation and clinical use Circulation 1996 93(5)1043-1065 THE AMERICAN INSTITUTE OF STRESS ndash AIS What is Stress Effects of Stress Disponiacutevel em httpwwwstressorg Acesso em 02012013 TROUT J MCCOLL D Vocal health for Physical Educators JOPERD 2007 78(8) 12-14 50 VANDERLEI L C Basic notions of heart rate variability and its clinical applicability Rev Bras Cir Cardiovasc 2009 24(2)205-217
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VANUCCI M Relaccedilatildeo entre auto-avaliaccedilatildeo vocal escores do protocolo QVV e
desvios vocais em professores de educaccedilatildeo fiacutesica [monografia de especializaccedilatildeo]
Centro de Estudos da Voz 2005 Disponiacutevel em
httpwwwcevfonocom2010monografia_selectphpcid=273
YAMASAKI R LEAtildeO SHS MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R
Anaacutelise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas Escala analoacutegica visual
Rev SBFa 2007 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa
YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
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8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
66
VANUCCI M Relaccedilatildeo entre auto-avaliaccedilatildeo vocal escores do protocolo QVV e
desvios vocais em professores de educaccedilatildeo fiacutesica [monografia de especializaccedilatildeo]
Centro de Estudos da Voz 2005 Disponiacutevel em
httpwwwcevfonocom2010monografia_selectphpcid=273
YAMASAKI R LEAtildeO SHS MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R
Anaacutelise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas Escala analoacutegica visual
Rev SBFa 2007 [perioacutedico na internet] [acesso em 30 jun 2011] Disponiacutevel em
httpwwwsbfaorgbrportalsuplementorsbfa
YAMASAKI R LEAtildeO S MADAZIO G PADOVANI M AZEVEDO R BEHLAU M Correspondecircncia entre escala analoacutegico-visual e a escala numeacuterica na avaliaccedilatildeo perceptivo-auditiva de vozes Rev SBFa 2008 [perioacutedico na internet] [acesso 30 jun 2011] Disponiacutevel em httpwwwsbfaorgbrportalanais2008resumosR1080-2pdf
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
67
8 ANEXOS 81 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
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78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
68
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
69
82 Parecer do Comitecirc de Eacutetica
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
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ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
70
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
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ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
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Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
71
83 Autorizaccedilatildeo da Secretaria Municipal da Educaccedilatildeo de Mariacutelia
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
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ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
72
84 Autorizaccedilatildeo da Diretoria de Ensino de Mariacutelia
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
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ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
73
85 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TECLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TECLE)
O presente termo (TECLE) refere-se agrave pesquisa ldquoDISTUacuteRBIOS VOCAIS ESTRESSE E
CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO E ASSOCIACcedilAtildeO ENTRE O TEMPO MAacuteXIMO DE FONACcedilAtildeO
E A REGULACcedilAtildeO AUTONOcircMICA CARDIacuteACA EM PROFESSORES DE
EDUCACcedilAtildeO FIacuteSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PUacuteBLICAS DE MARIacuteLIA
(SP)rdquo desenvolvida pela aluna Denise de Souza Cunha junto ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Strictu-Sensu Mestrado Acadecircmico em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista
Juacutelio de Mesquita Filho - UNESPMariacutelia sob orientaccedilatildeo do Prof Dr Vitor Engraacutecea Valenti
A pesquisa tem por objetivo investigar os distuacuterbios vocais e estresse no trabalho e a
associaccedilatildeo entre as alteraccedilotildees vocais e a VFC professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica do Ensino
Fundamental de escolas puacuteblicas de Mariacutelia (SP)
Seratildeo sujeitos da pesquisa os professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica da rede puacuteblica de
Ensino Fundamental (municipal ou estadual) de Mariacutelia em exerciacutecio e atuando na funccedilatildeo
Os sujeitos responderatildeo os questionaacuterios Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal- Professor
(CPV-P) Job Stress Scale (JSS) e Iacutendice de Desvantagem Vocal (IDV) e participaratildeo de
gravaccedilatildeo da voz para avaliaccedilatildeo vocal fonoaudioloacutegica (anaacutelise perceptivo-auditiva) A
anaacutelise perceptivo-auditiva se valeraacute do instrumento escala numeacuterica GRBASI A gravaccedilatildeo
seraacute realizada na proacutepria escola sendo que para a gravaccedilatildeo seraacute solicitada a produccedilatildeo de
vogal sustentada contagem de nuacutemeros de 1 a 20 e fala espontacircnea em resposta agrave
pergunta ldquoO que eacute ser professorrdquo As queixas e sintomas vocais seratildeo encontrados por
meio da combinaccedilatildeo dos resultados de GRBASI + IDV + CPV-P A variabilidade da
frequecircncia cardiacuteaca seraacute mensurada por meio do cardiofrequencimetro Polar
Seraacute feita anaacutelise descritiva das respostas a fim de identificar variaacuteveis de interesse
Os dados seratildeo submetidos a avaliaccedilotildees estatiacutesticas que contemplaratildeo descriccedilotildees e
anaacutelises conforme as necessidades
Busca-se verificar a prevalecircncia de distuacuterbios de voz em professores de Educaccedilatildeo
Fiacutesica de Ensino Fundamental de escolas puacuteblicas e se estes estatildeo ou natildeo associados com
o fato de ser professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica
Aqueles sujeitos que forem identificados com alteraccedilotildees vocais seratildeo orientados a
buscar atendimento fonoaudioloacutegico eou encaminhados para o Centro de Estudos da
Educaccedilatildeo e da Sauacutede (CEES) UNESPMariacutelia
A pesquisa oferece benefiacutecios diretos aos sujeitos possibilitando a eles um maior
conhecimento de sua proacutepria voz bem como refletir sobre ela e os aspectos que interferem
na sauacutede vocal especialmente os relacionados agraves condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho
docente
Para a Fonoaudiologia o estudo iraacute trazer conhecimentos acerca das condiccedilotildees de
trabalho e sauacutede dos professores de Educaccedilatildeo Fiacutesica escolar subsidiando futuros trabalhos
de promoccedilatildeo da sauacutede na escola Espera-se avanccedilar na compreensatildeo dos aspectos das
condiccedilotildees e organizaccedilatildeo do trabalho do professor de Educaccedilatildeo Fiacutesica de escola puacuteblica em
sua relaccedilatildeo com a vozsauacutede vocal de maneira a subsidiar accedilotildees fonoaudioloacutegicas de
promoccedilatildeo da sauacutede junto a este segmento do quadro docente
74
Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
75
86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
76
77
78
79
80
81
87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
83
89 Aceite do Artigo
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Esta pesquisa natildeo oferece riscos ou prejuiacutezos de qualquer ordem desconfortos ou
danos fiacutesico ou morais nem despesas aos sujeitos envolvidos pois a pesquisadora se
deslocaraacute ateacute a escola dos participantes para coleta de dados em horaacuterio combinado e
agendado previamente com os sujeitos evitando qualquer transtorno para os mesmos
A participaccedilatildeo nesta pesquisa eacute voluntaacuteria e total e completamente isenta de
qualquer bocircnus financeiro
A pesquisadora garante que os nomes seratildeo fictiacutecios mantendo o sigilo que assegura
a privacidade de dados confidenciais e preserva a identidade dos envolvidos
Os resultados da pesquisa serviratildeo para fins acadecircmicos e cientiacuteficos aqui incluiacutedas
publicaccedilotildees e participaccedilotildees em congressos e eventos cientiacuteficos dentro dos limites da
eacutetica e do proceder cientiacutefico iacutentegro e idocircneo e declaro que autorizo a utilizaccedilatildeo dos
registros referentes agrave entrevistas questionaacuterios registros vocais e depoimentos por mim
fornecidos
Em qualquer momento poderei fazer perguntas sobre os procedimentos adotados
ficando a pesquisadora comprometida a responder qualquer duacutevida que surja antes durante
ou apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa Fica garantida a liberdade de me recusar a participar ou
retirar o consentimento em qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem
prejuiacutezo ao meu cuidado conforme resoluccedilatildeo MSCNSCONEP nordm 19696 de 10101996
Contatos com a pesquisadora Denise de Souza Cunha E-mail
denisescunhayahoocombr Telefone (14) 34135336 ou (14) 97658501
Por meio deste TECLE
eu____________________________________________________________
RG________________ data de nascimento ______________
endereccedilo_______________________________________________________ declaro estar
ciente expressar e afirmar o meu consentimento para a minha participaccedilatildeo na pesquisa
acima referida
_________________________________
Assinatura
Mariacutelia_______________2012
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86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
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87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
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89 Aceite do Artigo
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86 Questionaacuterio ndash Condiccedilatildeo de Produccedilatildeo Vocal do Professor (CPV-P)
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87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
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89 Aceite do Artigo
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77
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87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
82
88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
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89 Aceite do Artigo
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87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
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88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
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89 Aceite do Artigo
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87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
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88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
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89 Aceite do Artigo
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87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
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88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
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87 Questionaacuterio ndash Job Stress Scale (JSS)
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89 Aceite do Artigo
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88 Questionaacuterio ndash Iacutendice de Desvantagem Vocal
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