Estruturação de Seminários Acadêmicos
Resumo:
Percebe-se que apesar do seminário acadêmico, ter a função de proporcionar aos estudantes certas capacidades, tais como o contato com a pesquisa, sistematização de idéias e apresentação de determinados fatos, verifica-se que na maioria das vezes aspectos considerados determinantes ao andamento de um seminário são ignorados pelos alunos. Talvez, por falta de conhecimento dos próprios docentes, que julgam esse conhecimento como concebido entre os alunos, ou por uma interpretação ainda prematura a respeito da atividade do seminário.
Nesse sentido, O objetivo desse curso é apresentar quais os objetivos de um seminário acadêmico, demonstrar quais seus aspectos relevantes em relação a sua preparação e estruturação, passo a passo. Sugerir um modelo de seminário acadêmico que abrange o roteiro de preparação e apresentação considerado de nível elevado. Também instruir sobre aspectos importantes no uso de recursos de apresentação e por fim todas as circunstâncias consideradas relevantes para se obter uma ótima avaliação com a realização dessa atividade. Completando esse curso, certamente a preparação e apresentação de seu seminário acadêmico será muito bem sucedido.
1 CONCEITOS INICIAIS
Não há o que se discutir quando alguns autores afirmam que o objetivo do seminário
acadêmico é proporcionar o desenvolvimento da capacidade de pesquisa, sistematização dos
fatos, raciocínio e reflexão em torno de um tema/assunto. Ele possibilita ao estudante a
elaboração clara e objetiva de trabalhos científicos. São muitos os objetivos do Seminário
como técnica de ensino. Ele permite o desenvolvimento da habilidade de falar em público,
capacidade de análise e síntese e treinamento para eventuais provas orais. Além disso, o
Seminário permite a memorização das informações apresentadas, pois em função da intensa
carga emocional do exercício desta técnica, o cérebro primitivo abre totalmente as barreiras
que inibem a atenção (LAKATOS, 2005; MEDEIROS 2004; SEVERINO 2004)
O seminário pode ser em grupo ou individual. Geralmente os seminários acadêmicos
são em grupo. Nesse tipo de seminário, depois de escolhido o tema, o grupo se reúne, escolhe
o coordenador, o secretário e o relator e passa a executar o plano do seminário, cujas etapas
serão especificadas mais adiante. Independentemente da quantidade de pessoas responsáveis
pela apresentação do seminário, ele abrangerá toda a sala, incluindo o professor, que poderá
ter um papel mais dinâmico nas discussões e reflexões juntamente com os alunos da classe.
Ou poderá ter um papel mais passivo, atuando como mediador, colocando ordem às
perguntas, instigando aspectos mais importantes a serem explorados, ou inibindo assuntos
fora do contexto, em relação ao tema que está sendo apresentado. Quando o seminário é em
grupo, o mais comum em cursos de graduação, é realizada uma exposição do assunto e após a
apresentação, abre-se a oportunidade para os demais alunos da questionar e refletir a respeito
do assunto.
Entre os papéis assumidos pelos alunos em sala de aula, Lakatos e Marconi, 2005
apresentam uma aspecto interessante, porém, pouco utilizada é o da presença do
“comentador”. O comentador prepara o mesmo seminário (menos os aspectos para
apresentação) em relação ao tema que a equipe apresentadora vai expor. O papel do
comentador é de ser crítico e questionador com fundamentação em relação ao assunto. Ele
analisa antecipadamente o assunto a ser apresentado com o objetivo de produzir críticas
apropriadas à apresentação. Isso é realizado previamente da discussão e debate dos demais
participantes da classe. No entanto, não se pode negar que os alunos ao realizarem uma
atividade curricular, esperam ser recompensados com isso. E na maioria das vezes, essa
recompensa não é o engrandecimento do conhecimento adquirido, mas sim, aquela nota ou
conceito necessário para ser promovido no semestre ou ano da disciplina. Nesse sentido,
como ficaria a distribuição da avaliação entre aqueles que durante um ciclo de seminários
seriam comentadores e aqueles que não seriam?
Quando o seminário ocorre em equipes, porque não solicitar as demais equipes,
exceto aquela que é responsável pelo seminário do dia, uma resenha crítica a respeito do tema
a ser desenvolvido? Tomando como exemplo uma turma de quarenta alunos, o qual cada
equipe possui cinco alunos, obter-se-ia uma equipe apresentando o seminário e sete demais
equipes atuando como comentadoras. Acredita-se que seria elevado o nível de envolvimento
de toda a sala de aula com sete equipes atuando como comentadoras do que um aluno ou
equipe desenvolvendo essa função.
Se forem formados nove equipes por exemplo, recomenda-se o uso de quatro
bibliografias básicas para todas as equipes e um conjunto de bibliografias adicionais para a
equipe responsável pelo seminário. Esse processo pode ser mais bem visualizado por meio da
figura 1. A equipe responsável pelo seminário deverá abordar no mínimo as quatro
bibliografias ou referencias básica e demais indicada pelo professor. E cada uma das demais
equipes, em conjunto de duas, vão apresentar um resumo ou resenha crítica apenas de uma
bibliografia básica indicada.
Figura 1 - Sugestão de comentador
Dessa forma, ao final da exposição do tema pela equipe apresentadora, ao menos um
dos integrantes das demais equipes, presume-se o conhecimento o mínimo para
argumentações e discussões de forma focada.
Além do coordenador, que segundo Lakatos e Marconi, 2005 é o papel assumido pelo
professor que: sugere e distribui os temas a serem desenvolvidos; indica bibliografia inicial e
sugere complementares; determina a agenda de trabalho; estabelece a duração das sessões:
orienta as pesquisas; coordena a apresentação dos seminários, introduzindo o assunto geral e
sintetizando as conclusões globais com a participação ou não da classe e do grupo expositor,
de forma geral, na prática não existem componentes com funções específicas em um
seminário acadêmico, apresentado por um grupo de alunos. No entanto, não se pode negar
que os alunos quando realizam uma atividade curricular, esperam ser recompensados com
isso. E na maioria das vezes, essa recompensa significa para o aluno aquela nota ou conceito
necessário para ele ser promovido de ano ou semestre na disciplina, tendo em vista que a falta
de consciência por parte dos alunos do
O seminário não se reduz a uma aula apresentada por uma equipe e comentada pelo
professor. O seminário é um círculo de debates para o qual todos devem estar
suficientemente preparados. Por isso, exige-se que todos os participantes estudem o texto
com o rigor devido. Nesse sentido é importante que os demais alunos da sala tenham de
antemão, no mínimo, uma sinopose do assunto a ser tratado no seminário. A sinopse é um
texto breve dos resultados da revisão, claramente redigido e dirigido aos leitores não-
especialistas no assunto.
Como o seminário é um trabalho essencialmente coletivo, pressupõe empenho de
todos e não apenas do grupo responsável pelo encaminhamento dos trabalhos no dia do
seminário. Assim sendo, todos os participantes fazem um estudo do texto para poder exercer
efetiva participação nos debates do seminário.
Roteiro e Planejamento do Seminário
Andrade, 1999 acrescenta que a elaboração de um seminário acadêmico em grupo
compreende várias etapas, a serem planejadas e executadas. Assim sendo, tornam-se
indispensáveis reuniões, para que cada membro do grupo participe da definição do plano geral
e assuma a responsabilidade da parte que lhe cabe na consecução deste plano. O número de
reuniões depende da complexidade do tema e da profundidade e extensão de seu
enfoque. Contudo, de modo geral, para a elaboração de um seminário bastam quatro reuniões
de grupo.
Primeira Reunião
O primeiro assunto a ser tratado na primeira reunião é a constituição do grupo. O grupo, com
cinco ou seis componentes, no máximo, constitui-se, basicamente, de:
coordenador - encarregado de coordenar os trabalhos, definindo as etapas da pesquisa,
atribuindo tarefas aos demais membros do grupo e verificando o cumprimento delas;
Definição do tema e delimitação do assunto. Se o tema não foi sugerido pelo professor, o
grupo todo participa de sua escolha e delimitação. Cada componente do grupo apresenta sua
sugestão, que será analisada e discutida por todos. A decisão final deverá refletir um consenso
de todas as opiniões.
Como a finalidade do seminário é transmitir para os ouvintes conhecimentos sobre o assunto
pesquisado, os apresentadores devem se colocar na posição de um especialista no assunto em
foco. Isso quer dizer que ele devem demonstrar conhecer o tema mais do que os ouvintes,
pois é essa condição que lhe confere autoridade para discorrer sobre o assunto com
segurança.
Para conquistar a condição de especialista no assunto e ganhar respeito do público, a equipe
deve adotar os seguintes procedimentos:
1. Pesquisar em bibliotecas, na Internet, em livros, em jornais, em revistas especializadas, em
enciclopédias, em vídeos, etc., que poderão servir de fontes de informação sobre o tema.
2. Tomar notas, resumir ou reproduzir textos verbais e não verbais que possam ser úteis. Esse
trabalho tem em vista a produção de um roteiro próprio do apresentador e consiste em anotar
dados históricos ou estatísticos, citações, comparações, exemplos, etc.
3. Selecionar e organizar as informações, tendo em vista os passos da exposição:
• como introduzir, desenvolver e concluir a exposição;
• quais subtemas serão abordados no desenvolvimento;
• quais exemplos ou apoios (gráficos, dados estatísticos) serão utilizados para fundamentar a
exposição;
• que materiais e recursos audiovisuais (cartazes, apostilas, lousa, retroprojetor, datashow,
microfone, etc.) serão necessários.
Nesse planejamento, devem ser levadas em conta as características do público-alvo, como
faixa etária, tipo de interesse, expectativas e conhecimentos prévios em relação ao tema
abordado, etc. Convém planejar um encaminhamento interessante para a exposição, como,
por exemplo, intercalar o uso da voz com o uso de recursos audiovisuais.
Segunda Reunião
Os assuntos a serem tratados na segunda reunião são os seguintes:
1. apresentação das tarefas executadas ao coordenador;
1. avaliação do material coletado (é suficiente, quantitativa e qualitativamente?) ;
2. análise dos dados levantados e distribuição de tarefas (quem vai fichar o quê?);
3. planejamento para a reunião seguinte (prevendo-se o tempo suficiente para a execução das
tarefas).
Terceira Reunião
2. Apresentação dos fichamentos, para interpretação e discussão dos dados levantados;
3. Verbalização: cada membro fará a exposição oral do material coletado, para que todos
fiquem a par do conteúdo de toda a pesquisa bibliográfica. Em seguida, os dados serão
confrontados, discutidos os pontos de vista, expostos os argumentos que levarão às
conclusões;
4. O assunto será ordenado em partes (introdução, desenvolvimento e conclusão), dividido em
tópicos, com títulos e subtítulos;
5. Elaboração de um Roteiro do seminário, que servirá como esquema para a redação e para a
apresentação.
6. Selecionar e organizar as informações, tendo em vista os passos da exposição:
• como introduzir, desenvolver e concluir a exposição;
• quais subtemas serão abordados no desenvolvimento;
• quais exemplos ou apoios (gráficos, dados estatísticos) serão utilizados para fundamentar a
exposição;
• que materiais e recursos audiovisuais (cartazes, apostilas, lousa, retroprojetor, datashow,
microfone, etc.) serão necessários.
Nesse planejamento, devem ser levadas em conta as características do público-alvo, como
faixa etária, tipo de interesse, expectativas e conhecimentos prévios em relação ao tema
abordado, etc. Convém planejar um encaminhamento interessante para a exposição, como,
por exemplo, intercalar o uso da voz com o uso de recursos audiovisuais.
• Quarta Reunião
1. Redação do trabalho e das fichas-guia para a apresentação oral. Se for licitada a
apresentação escrita, faz-se a redação prévia das partes e depois a dação final, conforme as
normas já especificadas.
2. Organização do material de ilustração. Confecção de cartazes, transparências e outros
recursos didáticos que serão utilizados; folhetos e publicações que, eventualmente, serão
distribuídos na classe.
3. Revisão crítica do conteúdo; verificação do material de ilustração e do roteiro que será
distribuído, contendo um cabeçalho, sumário do trabalho, nomes dos componentes do grupo
e data da apresentação.
4. Redigir um roteiro que permita visualizar não apenas o conjunto das informações que serão
apresentadas, mas também a sequência em que isso vai ocorrer. Esse roteiro deve conter
algumas informações-chave que orientem o pensamento do apresentador durante a
exposição, indicações de recursos audiovisuais, se for o caso, textos de autoridades ou
especialistas que serão citados pelo apresentador, etc. Atenção: esse roteiro não deve ser lido
integralmente durante o seminário. Antes da exposição, ele serve para organizar as ideias do
apresentador; durante a exposição, serve de apoio para que o apresentador se lembre de
informações e tópicos básicos, além do andamento da apresentação
5. Critérios para a apresentação oral.
A exposição oral deverá ser “ensaiada” e cronometrada, para que o seminário seja bem
apresentado e não ultrapasse o tempo disponível.
Um membro apenas ou todos os membros do grupo podem participar da exposição oral. No
caso de todos os membros participarem da exposição, cada um “ensaiará” sua parte, tendo o
cuidado de não quebrar o encadeamento dos tópicos do Sumário. Referências à “parte de
fulano” devem ser evitadas; cada componente continuará a exposição do ponto em que seu
antecedente terminou, como se fosse mesma pessoa, para que a apresentação e a linha de
raciocínio do trabalho não sofram solução de continuidade. Após a apresentação, todos os
membros devem participar do debate, respondendo a questões levantadas e alimentando a
discussão do assunto. Observação: de maneira geral, o prazo concedido para a elaboração de
um seminário é de um mês; portanto, as reuniões deverão ser realizadas, em média, com o
intervalo de uma semana.
1.2 Apresentação do Seminário
Segundo Cereja e Magalhães, 2004 no decurso da apresentação de um seminário, ocorrências
não previstas podem surgir. Por exemplo, os demais membros da sala de aula não ter
conhecimento esperado do tema exposto; o equipamento de apoio audiovisual ou software
por ele utilizado não exercer suas funções; um ou mais dos integrantes do grupo, por uma
emergência precisar faltar a sessão ou aindau ficar nervoso e esquecer a suas narativa; Nesse
sentido cabe aos membros da equipe apresentadora estarem atentos a vários aspectos
simultaneamente e, de acordo com a necessidade, introduzir modificações e improvisar
soluções a fim de alcançar o melhor resultado possível. Nesse instante cabe ressaltar que em
relação a escolha dos temas de seminários acadêmicos, sugere-se que ele recaia sobre um
tópico de uma disciplina do curso, sobre assunto da atualidade e de interesse da classe ou de
cultura geral. Os assuntos sobre os quais não se encontra bibliografia acessível, os temas muito
abstratos ou controversos e os que não apresentam caráter científico devem ser evitados.
Cereja e Magalhães, 2004 relacionam alguns dos aspectos que devem ser observados durante
a apresentação de um seminário.
a) Sequência e andamento da exposição
1. Abertura: alguém (geralmente o professor) faz uma apresentação inicial breve e dá a palavra
ao apresentador. Faz isso com palavras como "Vocês agora vão assistir ao seminário preparado
por fulano..."
2. Tomada da palavra e cumprimentos: o apresentador deve, primeiramente, colocar-se à
frente da plateia, cumprimentá-la e tomar a palavra.
3. Apresentação do tema: o apresentador diz qual é o tema, fala da importância de abordá-lo
nos dias de hoje, esclarece o ponto de vista sob o qual irá abordá-lo e, no caso de se tratar de
um tema amplo, delimita-o, isto é, indica qual aspecto dele será enfocado. Por exemplo, se o
tema é a poluição do meio ambiente, a delimitação pode consistir em enfocar apenas a
poluição dos rios. Esse momento do seminário tem em vista despertar na plateia curiosidade
sobre o tema,
4. Exposição: o apresentador segue o roteiro traçado, expondo cada uma das partes, sem
atropelos. Ao término de cada uma, deve perguntar se alguém quer fazer alguma pergunta ou
se pode ir adiante. Na passagem de uma parte para a outra, deve dar a entender que não há
ruptura, e sim uma ampliação do tema. Para isso, deve fazer uso de certos recursos
linguísticos, com expressões como "Outro aspecto que vamos abordar...", "Se há esses
aspectos negativos, vamos ver agora os aspectos positivos...", etc.
5. Conclusão e encerramento: o apresentador retoma os principais pontos abordados,
fazendo uma síntese deles; se quiser, pode mencionar aspectos do tema que merecem ser
aprofundados em outro seminário; pode também deixar uma mensagem final, algo que
traduza o seu pensamento ou o pensamento do grupo ou de um autor especial. No final,
agradece a atenção do público e passa a palavra a outra pessoa.
6. Tempo: o apresentador deve estar atento ao tempo previsto e, de acordo com o
andamento do seminário, ser capaz de introduzir ou eliminar exemplos e aspectos
secundários, caso haja necessidade, a fim de se ajustar ao tempo estipulado.
b) Postura do apresentador
1. O apresentador deve preferencialmente falar em pé, com o roteiro nas mãos, olhando para
o fundo da sala. Sua presença deve expressar segurança e confiança.
2. A fala do apresentador deve ser alta, clara, bem articulada, com palavras bem
pronunciadas e variações de entonação, a fim de que a exposição não fique monótona.
3. Ao olhar para o roteiro, o apresentador deve fazê-lo de modo rápido e sutil, sem que seja
necessário interromper o fluxo da fala ou do pensamento. Além disso, ao olhar o roteiro, não
deve abaixar demasiadamente a cabeça, a fim de que a voz não se volte para o chão. O roteiro
deve ser rapidamente olhado, e não lido (a não ser no caso de leitura de uma citação), pois tal
procedimento geralmente torna a exposição enfadonha.
4. O apresentador nunca deve falar de costas para a plateia, mesmo que esteja escrevendo
na lousa ou trocando uma transparência no retroprojetor. Nessas situações, deve ficar de lado
e falar com a cabeça virada na direção do público, a fim de que sua voz seja ouvida por todos.
5. O apresentador deve se mostrar simpático ao público e receptivo a participações da
plateia. Não se deve ficar encostado em móveis ou paredes. O uso de roupas adequadas
também é indispensavel. A aparência da equipe é o primeiro item a ser percebido pelos
demais em sala de aula. Vestimentas propicias ao ambiente acadêmico demonstra seriedade e
profissionalismo por parte da equipe apresentadora.
c) Uso da linguagem
Nos seminários, predomina a variedade padrão da língua, embora possa haver maior ou
menor grau de formalismo, dependendo do grau de intimidade entre os interlocutores. Assim:
1. O apresentador deve evitar certos hábitos da linguagem oral, como a repetição constante
de expressões como "tipo", "né?", "tá?" e "ahnn...", pois elas prejudicam a fluência da
exposição.
2. O apresentador deve estar atento ao emprego de vocábulos e conceitos específicos da
área pesquisada e explicar ao público seu significado sempre que houver necessidade.
3. Durante a exposição, o apresentador deve fazer uso de expressões de reformulação, isto é,
aquelas que permitem explicar de outra forma uma palavra, um conceito, ou uma ideia
complexa. As mais comuns são: "isto é", "quer dizer", "por exemplo", "em outras palavras",
"vocês sabem o que é isso?". Deve também fazer uso de expressões que confiram
continuidade ao texto, como "além disso", "por outro lado", "outro aspecto", "apesar disso",
etc.
d) Apresentação de um seminário em grupo
Além das orientações dadas anteriormente, a exposição em grupo exige atenção quanto a
mais alguns aspectos específicos.
1. Cada integrante do grupo pode ficar responsável pela apresentação de uma das partes do
seminário. Entretanto, entre a exposição de um participante e a de outro deve haver coesão,
isto é, não pode haver contradição entre as exposições nem ser dada a impressão de que uma
fala é independente de outra. Cada exposição deve retomar o que já foi desenvolvido e
acrescentar, ampliar. Uma homogenidade entre a narrativa dos apresentadores da equipe é
esperado. Ou seja, é esperado que a narrativa entre os apresentadores da equipe , seja
proporcional. No entanto, é comum existir na equipe um ou outro aluno que que é mais
inibido e timido. Nesse sentido o seminário vem suprir esse aspecto, fazendo com que aquele
aluno mais inibido para falar em público enfrente o seus medos, minizando essa fobia. Até
mesmo porque, acredita-se que falar em público amparado por uma equipe seja mais fácil do
que sozinho. Porém, vai chegar um momento em que a equipe não estará mais presente. Cedo
ou tarde, por meio do trabalho de conclusão de curso, haverá uma banca de três professores
para avaliar os alunos. Nesse contexto o seminário pode ser considerado uma fase
preparatória para esse momento que causa tanto medo nos alunos.
2. O grupo todo deve se "especializar" no assunto em foco. Além de conferir maior segurança
às exposições individuais, isso permite também que todos respondam com tranquilidade a
qualquer pergunta feita pelo público.
3. Devem ser evitadas atitudes que desviem a atenção do apresentador, como conversas entre
os membros do grupo, conversas entre um membro do grupo e uma pessoa da plateia,
movimentos, ruídos ou brincadeiras que atrapalhem a exposição. Não há obrigatoriedade de
que todos fiquem em pé enquanto um dos integrantes do grupo faz sua apresentação.
4. Enquanto um dos apresentadores expõe, os outros podem contribuir manuseando os
equipamentos (transparências, vídeo), trocando cartazes, apagando a lousa ou simplesmente
ouvindo.
O uso de convidados
Alguns professores permitem o uso de convidados para auxiliar a equipe que está
apresentando o seminário. O convidadeo, geralmente é um especialista e possui experiência
prática em relação ao assunto que estará sendo abordado no seminário. No entanto, não é
qualquer tema que o uso de um convidado é possível, dado a amplitude do assunto. Por
exemplo,em um seminário relacionado a Primeira Gerra Mundial, provavelmente, será difícil
um convidado com experiência prática nesse tema. Se fosse a respeito de um fato histórico de
um tempo ainda mais remoto, seria impossível, ou ainda, a respeito de viagens a velocidade da
luz. Muito embora, existem temas que possibilitam o uso de um convidao especialista com
experiência empírica. Por exemplo, segurança da informação. Um gerente de TI poderia relatar
sobre a relevância do assunto e tentativas de invasão por hackers ao sistema de informações
que o mesmo presenciou e etc. Entre tais elementos, é preciso lembrar que o convidado
especialista é um elemento que auxilia o seminário com suas contribuições e não é o
responsável pela sua apresentação. Isso cabe a equipe incumbida da atividade.
1.2 Avaliação do Seminário
A um professor conhecedor do uso da atividade de seminários, presume-se também o
discernimento para avaliar a atividade adequadamente. Acredita-se que não se deve avaliar
apenas a equipe que está realizado o seminário do dia, mas também, as demais equipes
integrantes da sala de aula.
A equipe apresentadora do seminário sugere-se, os seguintes itens a serem
observados na avaliação:
Relatório do seminário Verificar se encontra-se nas normas da ABTN; Possui elementos pré-textuais e textuais (capa, folha de rosto, sumários, resumo, introdução, desenvolvimento, considerações/reflexões finais, referências).
Tempo de apresentação da sessão
Previamente o professor/coordenador estabeleceu o tempo de duração de cada apresentação. De forma geral, é que a sessão fique mais próxima do tempo estabelecido. Não fique desproporcionalmente aquém ou além do tempo estipulado pelo professor/coordenador.
Domínio do tema Espera-se que equipe apresentadora possua domínio do tema e não se restrinja ficar lendo parte dos textos pesquisados. Ler, presume-se que os demais alunos da sala saibam. A explicação é importante e não a leitura.
Clareza na apresentação
É interessante o uso de uma linha de raciocínio. Não se trata previamente de um termo para em seguida conceituá-lo.
Postura da equipe Vestimentas adequadas, em pé, não falar de costas para o público, etc.
Homogeneidade da equipe
Isso significa que espera-se que todos os membros da equipe apresentadora coloquem os resultados da pesquisa de forma proporcional. É comum existir
Como a proposta desse artigo também sugere em seminários, não o uso de um comentarista,
mas sim de grupo de comentaristas, por meio de confecção de prévia de resenhas críticas, o
uso de alguns critérios para avaliar as demais equipes e seus integrantes se faz necessário.
Nesse sentido, é importante que os demais alunos da sala permaneçam em formação de
equipe. Os critério sugeridos para avaliação dos demais alunos da sala são:
a) Comportamento;
b) Interesse/discussão positiva;
c) Quantidade de questionamentos coerentes;
d) Deverão apresentar um resumo do seminário na aula após apresentação (1 por
equipe);
e) Presença da equipe em sala.
ANDRADE, M. M. A elaboração de seminários. In: Introdução à metodologia do
trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. 4ª ed. São Paulo: Atlas,
1999.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia
científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos,
resenhas. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 20. Ed. rev. e
ampl. São Paulo: Cortez, 1996.
CEREJA, Willian Carlos; MAGALHÃES, Tereza Cochar.Português Linguagens.São Paulo:
Ed. Atual, 2004.
Um seminário tem como objetivo levar todos os participantes a uma reflexão sobre um
determinado tema. A partir de textos e considerações do grupo alcançaremos esse objetivo e,
para isso, é importante que haja quatro passos principais: o contato com o assunto, sua
compreensão, sua interpretação e a discussão da problemática gerada.