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ESTUDO DE UM MODELO DE HABITAT DE INOVAÇÃO
PARA UBERLÂNDIA-MG
RELATÓRIO FINAL
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MODELO DE HABITAT DE INOVAÇÃO PARA UBERLÂNDIA-MG
Contratante
Instituto de Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Uberlândia – IDCTec
Contratada
Heger Consultoria Ltda.
Responsável Técnico – Administrador: Henrique Geraldo Rodrigues, CRA 24.537
Coordenação e Consultoria
Rosangela Maria Ribeiro Muniz
Coordenação de Apoio e Consultoria
Henrique Geraldo Rodrigues
Consultoria de Apoio
Michelle Carrijo
Valdemir Velani
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Sumário
1. Introdução, 4
2. Justificativa e Relevância, 4
3. Metodologia, 8
4. Histórico dos Projetos de Habitat de Inovação em Uberlândia, 13
As primeiras experiências, 13
O Projeto do PACTU – Parque Científico e Tecnológico de Uberlândia, 15
O IDCTec, 25A Agência Intelecto da UFU, 27
Os APL’s de Biotecnologia e de Tecnologia da Informação, 28
Algumas considerações sobre o histórico, 29
5. Resultados e Discussão, 32Modelos de habitats no Brasil: os vetores estratégicos, 32
Ambiente empresarial, 35
Ambiente institucional, 43
Ambiente político e marcos regulatórios, 55
Potencialidades e vocações do município, 57
Fontes de financiamento, 66
Ambiente de inovação: forças impulsionadoras e restritivas, 67
6 C l õ 69
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1. Introdução
O presente Estudo foi desenvolvido pela empresa Heger Consultoria, contratada
pelo Instituto de Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Uberlândia – IDCTec,
como atividade prevista em convênio assinado entre esta entidade e a Prefeitura
Municipal de Uberlândia, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e
Turismo.A idéia de realização do estudo surgiu no âmbito das discussões realizadas pelo
Conselho de Administração do IDCTec, o qual reúne seis instituições locais, sendo duas
de pesquisa e ensino superior (UFU e UNIMINAS), duas de representação empresarial
(ACIUB e FIEMG) e duas do poder público (Prefeitura Municipal e Secretaria de
Estado de Ciência e Tecnologia), além da participação do SEBRAE Minas. Desde 2001,estava sendo discutido o projeto de implantação de um parque científico e tecnológico
em Uberlândia – o PACTU –, e o IDCTec foi criado, em agosto de 2004, com o
objetivo de ser o gestor desse empreendimento. Com a posse, no início de 2005, do
novo Prefeito Municipal, o projeto passou a ser reavaliado.
Tendo em vista que nos últimos anos vem sendo desenvolvida uma série deações no sentido de fortalecer o sistema local de inovação, este Estudo tem por objetivo
propor um modelo de habitat de inovação adequado às necessidades e potencialidades
de Uberlândia. O Estudo reúne e articula informações e pesquisas já realizadas, analisa
dez modelos de habitats no Brasil e revela a visão dos diferentes agentes envolvidos –
instituições do setor público, universidades, empresas e instituições de representação
empresarial. Com base nessas informações, elabora uma proposta de um modelo que
possa ser adotado como referência pelas instituições parceiras e para as políticas
públicas locais.
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Pesquisa vêm elevando gradualmente o volume de seus recursos e estão bem próximas,
como é o caso da FAPEMIG, de alcançar pela primeira vez o percentual de aplicação de
1% do orçamento estadual. É relevante ainda o avanço observado no que se refere aos
marcos regulatórios, com a criação das Leis de Inovação e do Bem, bem como a
reestruturação do INPI e a adesão do Brasil a alguns tratados internacionais importantes.
Por outro lado, o País vem apresentando um adensamento consistente em sua
produção científica, subindo do 17º lugar em 2005 para o 15º em 2006 no ranking das
nações com maior número de artigos científicos publicados no exterior – segundo
informações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes), durante a 59ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência (SBPC) deste ano. O Brasil ultrapassou a Suécia e a Suíça no ranking, resultado
que só era aguardado para 2008. De acordo com os dados divulgados pela Capes, no
ano passado os pesquisadores brasileiros publicaram 16.872 artigos em importantes
revistas científicas no exterior. Esse resultado é apenas quatro vezes menor que a
Alemanha, segunda colocada no levantamento e que publica 8,1% do total mundial.
Ainda de acordo com a Capes, a tendência de correlação entre o Produto Interno
Bruto (PIB) do Brasil e a sua produção científica é a mesma em relação às nações mais
bem classificadas no ranking. Desde 2002, quando ocupava a 20ª posição, o país vem
quebrando os seus recordes. No último triênio, o crescimento foi de 33%, sendo que
somente a China tem um desempenho mais expressivo. A expectativa é de que, dentro
de dois anos, o país alcance a 14ª posição, ultrapassando a Rússia, que teve uma queda
de 17% nos dois últimos triênios, especialmente de 2006 para 2005.
Entretanto, as deficiências do sistema nacional de inovação são bem conhecidas.
Os especialistas insistem que ainda há um grande caminho a percorrer no que se refere
principalmente a um ambiente mais favorável aos negócios e à inovação. Os níveis de
proteção da propriedade intelectual especialmente as patentes ainda deixam o País
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secretário de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente da Paraíba, Jurandir Xavier, para
quem essa lacuna é uma das grandes dificuldades para promover a implantação dos
parques tecnológicos no país. A Paraíba é referência nacional hoje no desenvolvimento
de habitats de inovação. Xavier, que foi um dos debatedores do seminário “Parques
Tecnológicos Brasileiros: Concepção, experiências e políticas públicas”, realizado no
primeiro semestre de 2007 pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e
Informática da Câmara dos Deputados, também destaca como problema a falta de
interação entre os institutos de pesquisa e universidades e as empresas, e o fato de o
Estado não ter assumido um papel de intermediação.
São muitos os argumentos e dados que demonstram que os países que
apresentaram maiores índices de desenvolvimento sustentado passaram por um período
de fortes investimentos em educação e de criação de formatos organizacionais como os
habitats de inovação – sejam eles as incubadoras de empresas, os arranjos produtivos
locais, os parques ou pólos tecnológicos, as tecnópolis ou outras denominações.
Segundo afirma LUNARDI (1997):
“Estudos recentes apontam que os parques tecnológicos
constituem empreendimentos com presença garantida
neste milênio, enquanto instrumentos de política de
desenvolvimento regional, pois são lugares
especializados que possibilitam a rápida transformação
de conhecimentos em novos produtos, processos e
serviços requeridos pelo mercado mundial. As cidades
que apresentarem esse tipo de empreendimento terão
vantagens comparativas em relação às demais para se
inserirem no mercado mundial, desde que estabeleçam
estratégias operacionais realistas e consonantes com a
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ao fato de que
“[o] desenvolvimento científico e tecnológico constitui,
reconhecidamente, o pilar do desenvolvimento sócio-
econômico de um país. As experiências dos países
desenvolvidos demonstram que os avanços tecnológicos
alavancam o crescimento econômico, exercendo a inovação
tecnológica papel central neste processo.”
CASSIOLATO e LASTRES (1999, p.13) acrescentam:
“Entre os poucos consensos estabelecidos no intenso debate
que tenta entender o atual processo de globalização, encontra-
se o fato de que inovação e conhecimento são os principais
fatores que definem a competitividade e o desenvolvimento de
nações, regiões, setores, empresas e até indivíduos.”
Em todos os casos, os analistas apontam como base necessária a esse tipo de
desenvolvimento a presença de forte potencial de pesquisa, a existência de empresas
com disposição para inovar e um Estado que crie as adequadas condições regulatórias e
aplique recursos na área durante muitos anos. A interação entre as universidades/centros
de pesquisa e as empresas é outro fator crítico para o sucesso desse modelo,
principalmente nos países menos desenvolvidos, uma vez que os investimentos
necessários para a infra-estrutura de pesquisa são muito altos, e são poucas as empresas
que podem arcar com os custos de fazer pesquisa e desenvolvimento por conta própria.
Apesar de todas as dificuldades o sistema nacional de inovação brasileiro parece
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partir de 1984, com a implantação da ParqTec – Fundação Parque de Alta Tecnologia
de São Carlos. Na década de 90 e principalmente início dos anos 2000, o governo
federal disponibilizou vários editais de apoio à implantação de parques, através da
FINEP, agência financiadora de projetos do Ministério de Ciência e Tecnologia. Esses
recursos não estão sendo oferecidos nos últimos três anos através desses editais, mas
alguns governos estaduais e municipais continuam investindo nesses empreendimentos.
Em Minas Gerais, o atual governo mantém uma política de apoio a alguns
parques tecnológicos, mas condicionou o repasse de recursos do Estado ao investimento
por parte do Município – conforme anunciado pelos representantes da Secretaria
Estadual de Ciência e Tecnologia em eventos públicos. Uberlândia ainda não foi
beneficiada por recursos significativos do Estado, e a justificativa é justamente a de que
não tem havido investimento local que possa ser oferecido como contrapartida.
Nesse contexto, o presente Estudo é oportuno por apresentar um retrato mais fiel
possível das condições em que se encontram os diferentes agentes locais de
desenvolvimento, e, portanto, configurar o ambiente real e as diferentes forças que
jogam no sentido de impulsionar ou de restringir o desenvolvimento de um sistema
local de inovação e a criação de um habitat de inovação. E é relevante, pois elabora uma
proposta de modelo de habitat que possa ter aderência aos diferentes pontos de vista,
interesses e percepções institucionais, e que tenha viabilidade técnica e financeira para
ser implementado.
3. Metodologia
A metodologia foi desenvolvida em sintonia com os objetivos a serem
alcançados pelo estudo, ou seja, a análise de informações e pesquisas já realizadas e a
l b ã d d l d h bi d i ã d d à id d
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inovação em Lunardi (1997). Essas referências teóricas foram cruzadas com a análise
dos casos de sucesso de alguns habitats no Brasil, conforme se verá no capítulo
específico. Dessa forma, os autores chegaram a alguns vetores considerados estratégicos
para a construção bem sucedida de um empreendimento local pró-inovação. Outra
referência relevante utilizada é a metodologia de análise de ambiente, a partir da
identificação de forças impulsionadoras e restritivas presentes no cenário local – mais
especificamente no que se refere aos ambientes institucional, empresarial, político-
regulatório e financeiro.
O desenvolvimento da metodologia envolve as seguintes etapas:
Etapa 1
Levantamento de dados secundários, através de estudos e fontes relacionadas:
foram utilizados os estudos preliminares realizados tendo em vista o projeto
do PACTU – Parque Científico e Tecnológico de Uberlândia, financiados
com recursos da FAPEMIG, e obtidos junto à Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Econômico e Turismo, em especial o Estudo de
Viabilidade Técnica e Econômica (EVTEC) e o Estudo de Demanda
Potencial de Usuários, ambos elaborados pelo Centro de Apoio ao
Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília;
documentos do arquivo do IDCTec, tais como as atas das reuniões do
Conselho de Administração, incluindo a ata da assembléia de fundação;
ofícios enviados e recebidos; e o Plano de Negócios, construído em fevereiro
de 2006 pelas instituições participantes do Conselho de Administração.
Etapa 2
Estudo de casos de habitats de inovação no Brasil com o objetivo de realizar
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cidades de porte médio com parque industrial multi-temático, portanto,
foram excetuadas cidades sem parque industrial significativo (como Viçosa),
ou com parque industrial muito focado (Itajubá, por exemplo);
economias regionais com presença mais forte de agronegócios, biotecnologia
e tecnologia da informação (que estão entre as maiores vocações de
Uberlândia);
cidades das regiões Sul e Sudeste, com maior similaridade com a região do
Triângulo.
2) Perfil de produção de pesquisa similar: foram excetuados parques ligados a
grandes universidades particulares ou a grandes universidades públicas
(exemplos: UNICAMP, USP, UFRJ, PUC/RS ou PUC/RJ).
3) Parques multi-temáticos (com apenas algumas exceções, como Vale dos
Sinos) ou com perfil de modelos diferenciados de habitat de inovação.
O roteiro da pesquisa relacionada aos parques levou em consideração
informações sobre:
1) papel e denominação do habitat;
2) cidades envolvidas e região (porte, população e perfil da região);
3) programas desenvolvidos (incubação, clusters, centros de capacitação,
parque);
4) principais financiadores (investidores financeiros e não financeiros);
5) vocações (áreas de atuação);
6) cooperação com universidades/centros de pesquisa e se estão no mesmo
espaço físico;
7) número e perfil de empregos;
8) infra-estrutura e serviços oferecidos (área, tipo de cessão para empresas,
consultorias capacitação etc );
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SUL:
1) Parque Tecnológico do Vale dos Sinos – Associação de Desenvolvimento
Tecnológico do Vale - VALETEC (Campo Bom/RS);
2) Parque Tecnológico Agroindustrial do Oeste – PTAO (Cascavel/PR);
3) Pólo de Informática de São Leopoldo (São Leopoldo/RS);
4) Centro de Empreendedorismo e Parque Tecnológico de Canoas – CECan
(Canoas/RS );
5) Parque Tecnológico de Londrina e Londrina Tecnópole (Londrina/PR);
6) Pato Branco Tecnópole (Pato Branco/PR).
SUDESTE
7) Projeto Petrópolis Tecnópolis (Petrópolis/RJ);
8) São Carlos Science Park (São Carlos/SP);
9) Parque Tecnológico de Agronégocios, Biotecnologia Agropecuária,
Tecnologia e Gestão Ambiental de Lavras – Partec (Lavras/MG);
10) Parque Tecnológico de Ribeirão Preto (Ribeirão Preto/SP).
Etapa 3
Levantamento de dados primários, através de entrevistas estruturadas
(presenciais ou por e-mail) com representantes de instituições empresariais, do setor
público e do setor acadêmico.
No que se refere à pesquisa com as instituições, foram consideradas para a
amostra as instituições representativas dos agentes locais de desenvolvimento e
inovação: instituições científicas e tecnológicas – ICT’s, empresariais e do setor público
governamental. Para as ICT’s, os critérios específicos foram produção de pesquisa e/ou
existência de incubadoras e programas de empreendedorismo Por isso foram
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O questionário aplicado foi desenvolvido visando captar aspectos referentes à
importância do habitat de inovação para as instituições, a participação em projetos da
área, os investimentos realizados e os previstos para os próximos três anos, o melhor
modelo de habitat de inovação para a cidade, os resultados esperados e os elementos
considerados negativos, ou que têm dificultado a constituição desse espaço inovativo na
cidade. (Modelo do questionário em anexo)
Etapa 4
Levantamento de dados primários, através de entrevistas estruturadas (por
telefone ou por e-mail) com dirigentes de empresas de base tecnológica – EBT’s –
agrupadas em torno de Arranjos Produtivos Locais e Incubadoras de Base Tecnológica.
O levantamento teve por objetivo geral identificar as potencialidades e a
prontidão (consistência da demanda) das EBT’s por um habitat de inovação local. Nesse
sentido, o questionário aplicado visou captar aspectos referentes às áreas de atuação das
empresas, às expectativas e resultados esperados em torno de um habitat de inovação e
ao interesse das empresas em instalar-se fisicamente num habitat de inovação.
O critério para a definição da amostra levou em conta a seleção daquelas
empresas que, além de serem de base tecnológica, já estivessem inseridas num processo
mais formal de apoio à inovação, o que, conseqüentemente, as torna usuários potenciais
de um habitat de inovação. Assim, foram consideradas as empresas integrantes do
APL’s de Biotecnologia e de TI e as empresas incubadas no CIAEM. Ainda, foram
consideradas na amostra cinco empresas que não estão inseridas nos APL’s e/ou
incubadora, que foram mencionadas durante as entrevistas da etapa 3 – levantamento
junto aos representantes das instituições – como sendo potenciais usuárias de um habitat
de inovação local.
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Etapa 6
Consolidação dos dados levantados nas fases anteriores – elaboração de quadros
e tabelas, relatório com entrevistas e questionários.
Etapa 7
Análise dos resultados e discussão sobre os principais fatores impulsionadores
ou restritivos à criação de um habitat de inovação em Uberlândia.
Etapa final
Elaboração das conclusões, com a fundamentação da viabilidade de estruturação
do habitat, a proposição de um modelo de habitat – incluindo sua gestão – e as
principais diretrizes para o desenvolvimento das ações de estruturação do habitat de
inovação.
4. Histórico dos projetos de habitats de inovação em Uberlândia
4.1 As primeiras experiências
As primeiras discussões sobre habitats de inovação em Uberlândia foram
iniciadas na primeira metade dos anos 90. Sob a coordenação da Associação Comercial
e Industrial de Uberlândia – ACIUB, em parceria com a UFU e a Prefeitura
Municipal/Secretaria de Indústria de Comércio, foi desenvolvido o projeto Tecnópolis
de Uberlândia. Conforme registrado no documento “Tecnopólis de Uberlândia”
(ACIUB, 1995), as principais ações desenvolvidas, como decorrência do projeto, foram:
a assinatura, em janeiro de 1992, de convênio entre a ACIUB, a Prefeitura Municipal e a
UFU para a implantação da IEBT – Incubadora de Base Tecnológica; a realização, em
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Tecnópolis Uberlândia, foi criada em 1995 a Feira Ciência Viva, voltada para alunos
dos ensinos fundamental, médio e profissionalizante das redes pública e privada.
No entanto, a primeira incubadora de empresas de Uberlândia viria a ser
efetivamente criada em 1998, quando o núcleo local do Programa SOFTEX – o
TRISOFT – implementou a INETEC, uma incubadora voltada para o apoio a novas
empresas de software. A INETEC nasceu a partir de um Protocolo de Intenções
assinado entre diversas entidades: ACIUB, ASSESPRO, BDMG, FIEMG/IEL, UFU,
UNIT – Centro Universitário do Triângulo, Prefeitura Municipal, SEBRAE e Secretaria
Estadual de Ciência e Tecnologia. A INETEC, que hoje se encontra em fase de
reestruturação, graduou, ao longo de sete anos, 14 novas empresas, das quais oito
permanecem no mercado (índice de mortalidade de 40%). A página eletrônica do
TRISOFT registra esse histórico, e há documentos arquivados na sede da entidade.
Em 2001 houve a retomada das discussões sobre o sistema local de inovação,
com a criação da Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia. Por iniciativa da
Secretaria, foi formada uma Comissão, com a presença de representantes da ACIUB,
FIEMG, SEBRAE, TRISOFT, UFU, UNIMINAS e UNIUBE, para discutir e propor
projetos que fortalecessem o sistema local de inovação. A primeira proposta formatada
foi a de uma incubadora de empresas de base tecnológica, denominada de CIAEM –
Centro de Incubação de Atividades Empreendedoras. O projeto teve a aprovação da
Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia, que repassou R$ 60.000,00 para a
construção da obra. Além do apoio da Secretaria, a UFU disponibilizou a área física no
Campus Santa Mônica e a Prefeitura Municipal complementou os recursos para a obra,
aportando R$ 90.000,00.
A inauguração da incubadora aconteceu em abril de 2004 e, atualmente, a sua
gestão é feita em conjunto pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Econômico e Turismo e a UFU que mantém um de seus professores
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FAPEMIG, foi criado também o programa de pré-incubação, que tem capacidade para
apoiar dois projetos por semestre. Os dois primeiros estão em fase final de avaliação do
EVTEC – Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica. Desde sua criação, o CIAEM
vem sendo apoiado com recursos da FAPEMIG (dois projetos aprovados em edital),
SEBRAE (dois projetos aprovados) e BDMG (um projeto aprovado). A partir de 2005,
com a criação do Núcleo de Inovação Tecnológica da UFU, denominado de Agência
Intelecto, o CIAEM passou a manter parceria com este órgão no que diz respeito à
regulamentação do compartilhamento de laboratórios da instituição pelas empresas
incubadas, e outras questões relativas à propriedade intelectual e transferência de
tecnologia.
4.2 O Projeto do Parque Científico e Tecnológico de Uberlândia –
PACTU
A proposta do Parque Tecnológico – denominado então de Parque Científico e
Tecnológico de Uberlândia – o PACTU – foi elaborada em 2002 na Secretaria de
Ciência e Tecnologia, com o apoio da já citada Comissão inter-institucional, e
submetida a edital da FAPEMIG de apoio a estudos preliminares de Parques
Tecnológicos no Estado. Com a aprovação do projeto, a FAPEMIG disponibilizou em
2003 recursos da ordem de R$ 160.000,00 para a realização do estudo de viabilidade
técnica e econômica (EVTEC), o projeto arquitetônico e urbanístico, os relatórios de
impacto ambiental e de trânsito, e um estudo de demanda potencial.
A gestão dos recursos ficou a cargo da Secretaria Municipal de Ciência e
Tecnologia, que em janeiro de 2003 passou por reestruturação, sem, no entanto, chegar
a ser extinta. O primeiro dos estudos, o EVTEC, foi contratado ainda em 2003 para ser
realizado pelo Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico – CDT, órgão da
U i id d F d l d B íli
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(mais desenvolvidos ou em desenvolvimento, incluindo o Brasil). As nove categorias
destacadas pelos autores são:
1) Elementos estruturais: Composição da indústria local, investimentos
realizados, custos da infra-estrutura, acesso ao mercado, recursos naturais
preservados, globalização, existência de clusters, orientação para exportação da
produção;
2) Aspectos legais ou regulatórios: impostos, incentivos e créditos,
mecanismos de proteção da propriedade intelectual;
3) Cultura da inovação e do empreendedorismo: perfil dos empreendedores
locais e dos cursos oferecidos;
4) Programas de apoio ao empreendedorismo: incubadoras de empresas,
políticas governamentais, mecanismos de cooperação, empresas líderes em seus
segmentos;
5) Infra-estrutura para inovação: instituições de ensino e pesquisa com
potencial de pesquisa aplicada inovadora, centros de excelência, agências de
inovação públicas ou privadas, redes de negócios, parques tecnológicos;
6) Suporte financeiro: programas de fomento governamentais, capital de risco,
investimentos estrangeiros;
7) Mecanismos de disseminação da informação: associações industriais,
universidades, portais, banco de patentes;
8) Mecanismos de transferência de tecnologia: interação universidade-
empresa, clusters industriais, organizações de P&D, incubadoras de base
tecnológica;
9) Suporte para comercialização de tecnologias: programas governamentais,
incubadoras tecnológicas.
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educação acadêmica e tecnológica e investimentos públicos na criação de mecanismos
de interação universidades e empresas.
São citados os casos do Reino Unido ( Manchester Science Park e Cambridge
Technology Park), da Alemanha, do Japão e da França. A seguir, o estudo avalia a
experiência brasileira com incubadoras e parques tecnológicos, dando enfoque a
algumas barreiras ainda existentes para a consolidação de um Sistema Nacional de
Inovação no Brasil, “baseado na articulação institucional para suporte à pesquisa,
desenvolvimento e difusão de projetos; cooperação entre usuários e fornecedores de
conhecimento para desenvolver intermediação dos insumos (realimentar, com dados,
usuários e fornecedores); e aquisição de conhecimentos e habilidades pelos empregados
de uma organização”. As novas políticas públicas para inovação no Brasil são em
seguida referenciadas, com citações dos Grupos de Trabalho dos Fundos Setoriais e
menção à Lei de Inovação (que estava então em processo incipiente de discussão).
4.2.2 Conceitos de habitat de inovação
O estudo discute as diferenças entre alguns modelos existentes de habitats de
inovação, como os PCT’s (Parques Científicos e Tecnológicos), os PT’s (Parques
Tecnológicos), as Tecnópolis, os Pólos Tecnológicos, os Clusters e os APL’s. Todos os
conceitos citados, segundo o estudo, são formas diferentes de expressar mecanismos de
organização dos principais agentes de desenvolvimento e de fixação territorial local da
inovação e dos resultados deles decorrentes. Mas algumas diferenças básicas são
salientadas:
nos PCT’s é predominante a presença de instituições de ensino e pesquisa,
que nos pólos podem não estar presentes necessariamente;
os PT’s têm como foco principal médias e grandes extensões de terras para
aluguel ou venda para empreendimentos com atividades de
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espaço determinado, mas sim redes de integração e políticas de apoio
governamental (marco regulatório e fomento financeiro). (As tecnópolis são
mais comuns na França e no Japão, com a arte, a cultura, o lazer e o meio
ambiente imbricados no conceito.)
As experiências de habitats citadas pelo estudo são:
o Vale da Eletrônica em Santa Rita do Sapucaí/MG;
o TECNOPUC, Parque Tecnológico ligado à PUC-RS;
o Pólo Tecnológico da Grande Florianópolis.
Importante ressaltar que o estudo trabalhou desde o início com um conceito pré-
estabelecido de habitat de inovação, que estava assim descrito no projeto do PACTU:
“O PACTU é concebido como espaço físico estruturado de modo a desenvolver
um ambiente de inovação, que inclui meio ambiente preservado, universidades e/ou
centros de pesquisa, empresas limpas de base tecnológica, produtos e serviços que
agregam elevado conhecimento científico e tecnológico, e com gerência central com
capacidade para prover recursos e serviços.”
Este conceito de PCT foi por sua vez inspirado nos modelos mais adotados pela
IASP – International Association on Science Parks, de acordo com o qual os “PCT’s
são organizações gerenciadas por uma equipe de profissionais especializados, com o
objetivo de promover junto à comunidade a cultura da inovação, da competitividade
local, a partir da associação entre empresas e destas com universidades e/ou instituições
fortemente baseadas no conhecimento”. Ou, de acordo com o conceito disponibilizado
na página eletrônica desta Associação “Parque Tecnológico é um organismo
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MODELO DE HABITAT DE INOVAÇÃO PARA UBERLÂNDIA-MG
“O objetivo geral do PACTU será o apoio e a promoção do desenvolvimento
sócio-econômico e sustentável de Uberlândia e região do entorno, principalmente a
partir da valorização e integração das iniciativas de empreendedores locais.”
O estudo relaciona 14 instituições geradoras de conhecimento, entre as quais se
destacam a UFU, a UNIMINAS, a UNIUBE, o SEBRAE, o SENAC, a Escola FIEMG
de Formação Gerencial e o CETAL/SENAI.
O público-alvo do PACTU é composto por quatro categorias: pesquisadores,
alunos de graduação e de pós-graduação, empresários já existentes que queiram inovar
produtos e processos, e empreendedores locais que queiram criar EBT’s.
As vocações locais e o potencial de geração de novos negócios foram
identificados pelo estudo considerando o perfil das empresas existentes, a qualificação
da mão-de-obra e as pesquisas desenvolvidas nas instituições de ensino e pesquisa e
escolas técnicas. Assim, destacam-se os setores de: Biotecnologia, Automação,
Informática, Bioquímica, Mecânica, Agronegócio e Serviços Tecnológicos. Citam-se
ainda as empresas prestadoras de serviços correlatos e de menor intensidade
tecnológica, mas que atendam às necessidades das empresas inovadoras, como, por
exemplo, as de consultoria organizacional, assessoria tributária e contabilidade, e assim
por diante.
O estudo recomenda a atração de centros de pesquisa e desenvolvimento de
grandes empresas e de universidades ou instituições como EMBRAPA, que poderiam
instalar no Parque núcleos multisetoriais de pesquisa aplicada, com potencial de
interesse para as EBT’s e empresas incubadas. Outra indicação é a da necessidade de
instalação no Parque de uma incubadora empresarial multisetorial, e de um condomínio
empresarial para abrigar empresas residentes e atividades de suporte técnico e
operacional
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MODELO DE HABITAT DE INOVAÇÃO PARA UBERLÂNDIA-MG
Para a configuração urbanística e de infra-estrutura dos espaços individuais a
serem disponibilizados para as empresas e centros de pesquisa do PACTU, os
consultores aplicaram uma matriz para avaliar, num parâmetro de 0 a 10, os fatores
decisivos presentes para que fosse viável o investimento para a implantação no Parque.
O modelo de negócios do PACTU é visualizado em uma planilha que apresenta
quatro alternativas diferentes, e suas vantagens e desvantagens. Os modelos
apresentados são:
1) venda de terrenos associada com espaços para locação de prédios e salas;
2) construção e locação de todos os espaços do PACTU;
3) cessão em comodato do terreno para empresas privadas construírem os
prédios, com direito de uso por tempo determinado;
4) criação de um fundo imobiliário.
O estudo recomenda que, para facilitar o início do projeto, seja feita a venda ou a
cessão de terreno em comodato para as empresas que já à época tinham mais urgência
na definição do PACTU para a construção de suas sedes. Essas empresas tinham
representantes na Comissão de discussão do PACTU. São elas: a Sankhya, a Landix e a
Biogenetics. Elas pagariam, de qualquer forma, uma taxa de custos básicos para estarem
no parque, como retribuição ao fornecimento de uma série de serviços.
Como conclusão geral, o estudo afirmava que havia ambiente em Uberlândia
para a implantação do PACTU, considerando os seguintes fatores:
infra-estrutura tecnológica – serviços, logística e TIC;
instituições de ensino e pesquisa – massa crítica (188 linhas de pesquisa, só
na UFU);
políticas públicas favorecendo a inovação;
cultura de cooperação universidade empresa governo;
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inovação, absorção e transferência; criar acesso a equipamentos e outros itens de capital
fixo; e gerar emprego e renda.
O estudo também relacionava os fatores que representavam Oportunidades e
Ameaças para o PACTU:
Oportunidades:
Políticas do MCT e MDIC na promoção da inovação baseada na cooperação
universidade-empresa;
perfil dos empreendedores uberlandenses;
vantagens competitivas de Uberlândia;
vontade dos agentes locais em adotar novo modelo de desenvolvimento para
a região focado no conhecimento/tecnologia.
Ameaças:
insucesso ou descontinuidade das iniciativas;
ações isoladas;
não ampliação dos mecanismos de difusão do empreendedorismo;
se não houver visão de futuro e persistência.
4.2.3 A escolha da área para o PACTU
A equipe do CDT também apoiou a a Secretaria de Ciência e Tecnologia no
processo de seleção de uma área apropriada para a instalação do Parque Tecnológico.
No segundo semestre de 2003 e início de 2004, a Secretaria promoveu várias reuniões e
visitas às áreas disponíveis, com o objetivo de permitir a participação de todos os
setores na seleção da área: pesquisadores, empresários e instituições apoiadoras. Nesta
época, foi criado um grupo de discussão virtual, com a participação de 40 pessoas
envolvidas nos debates sobre o projeto do PACTU
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5) área de propriedade da UNIUBE, onde se pretendia construir o futuro
campus dessa universidade.
No processo de seleção da área, considerou-se como referência as oficinas
recém-realizadas para a rediscussão do Plano Diretor da cidade, que indicavam a Zona
Sul como a mais apropriada para receber um empreendimento desse tipo (educação e
tecnologia). Por esse critério inicial, seriam eliminadas as opções 2 e 3. No caso da área
da ACS, realizou-se uma reunião na sede da empresa, com a participação da equipe do
CDT e de técnicos da Secretaria de C&T, quando foi apresentado o projeto urbanístico
previsto para a área, que incluía um espaço destinado a empresas de base tecnológica,
no setor de telecomunicações. A opção desta área foi discutida, de qualquer forma, no
âmbito da Comissão que discutia a seleção do espaço para o PACTU, mas prevaleceu a
visão de que seria inadequado que o PACTU fosse instalado em uma área corporativa,
podendo gerar conflitos de interesses com potenciais usuários.
A opção 5 também foi analisada, mas a Comissão apontou como uma grande
dificuldade o fato de se tratar de uma área rural, que necessitava ainda de grande
investimento para sua urbanização. Restaram, assim, as opções 1 e 4.
Quanto à área pertencente à UFU, a Comissão ficou dividida, a princípio, pois se
considerava que havia uma grande vantagem em uma área vinculada à principal
universidade da região, e que poderia ser uma das âncoras do PACTU. Entretanto, o
principal fator a pesar contra sua escolha veio justamente da própria UFU, por meio da
sua Procuradoria Geral, que alertou fortemente para a complexidade jurídica de se
utilizar uma área da União para empreendimentos privados. Com isso, os empresários
locais interessados se mostraram temerosos quanto a esta alternativa.
Assim, a opção 4, além de ter sido a única a restar do processo de eliminação das
outras apresentava ainda algumas vantagens relevantes:
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relativa facilidade de negociação com a proprietária da área, a Gávea
Empreendimentos Imobiliários, que desde o início mostrou disposição de
realizar parceria com o poder público para viabilizar o empreendimento.
Com isso, a grande maioria da Comissão votou pela escolha desta área, mas
deixando como segunda opção o espaço disponibilizado pela UFU.
Depois de concluída a escolha da área, que foi registrada em atas das reuniões da
Comissão, a Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia iniciou o processo de
negociação com a empresa proprietária, a Gávea Empreendimentos. Depois de uma
série de reuniões, que envolveram os empresários interessados, os representantes da
Gávea, técnicos e assessores jurídicos da Prefeitura, chegou-se a um acordo, que foi
formalizado em um Protocolo de Intenções, assinado no final de 2004. O acordo previa
que a área seria doada ao Município, como “antecipação de área institucional”, ou seja,
a Gávea antecipava a doação de 5% de área institucional, que é obrigatória quando do
loteamento de uma área urbana, para ser destinada a equipamentos urbanos, como
praças, creches etc. A Prefeitura então optaria pela destinação da área ao PACTU,
considerando que: 1) se tratava de uma região de alto poder aquisitivo (incluindo
condomínios fechados), sem necessidade de equipamentos sociais; 2) já havia indicação
daquela zona para empreendimentos de tecnologia no Plano Diretor; e 3) a política
pública local de priorizar o desenvolvimento da inovação tecnológica, inclusive
aproveitando as oportunidades que os governos federal e estadual ofereciam naquele
momento.
Em 2004, começaram a ser elaborados os projetos arquitetônico e urbanístico,
encomendados da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFU; e os relatórios
ambientais, que ficaram a cargo do Instituto de Geografia da UFU. Todos esses estudos
foram realizados considerando a já mencionada área da Gávea Empreendimentos.
No final de 2004 estavam sendo iniciados os procedimentos para a segunda
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Apesar dessas mudanças, os estudos preliminares – em especial o
arquitetônico/urbanístico e o ambiental - foram concluídos em 2005. Em junho de 2005,
ata de reunião do Conselho de Administração do IDCTec registra que o representante da
Prefeitura informava que a nova Secretaria de Planejamento Urbano estava propondo
algumas alterações no projeto urbanístico. Foram então realizadas reuniões envolvendo
os técnicos da Prefeitura, os empresários interessados no PACTU e o grupo de
arquitetos da UFU responsáveis pela proposta original.
Nessa mesma ata, o representante da Prefeitura informou ainda que o Prefeito
estaria anunciando para a imprensa, no mesmo dia da reunião, a construção do
prolongamento da Avenida Nicomedes Alves dos Santos até o Anel Viário, garantindo,
assim, o início das obras de infra-estrutura no entorno do Parque Tecnológico. Nessa
primeira etapa, seria construída a primeira faixa, mas havia negociações com a Gávea
Empreendimentos no sentido de garantir a construção das duas pistas. A expectativa da
Prefeitura era de fazer o lançamento da pedra fundamental do Parque no início de 2006.
O CDT /UnB também foi responsável pela execução do segundo estudo, desta
vez destinado a delinear a potencial demanda entre empresas localizadas em Uberlândia,
e o realizado no início de 2004. A metodologia incluiu a pesquisa exploratória com base
no Perfil Econômico de Uberlândia – 2003 (da Secretaria Municipal de Indústria e
Comércio), do qual foi extraída uma amostra de 38 empresas. Levou-se em conta o tipo
de serviço oferecido, segmento empresarial e relevância na economia local, além da
relação direta com o perfil de empresas com potencial para serem apoiadas por parques
científicos e tecnológicos. De acordo com o cálculo apresentado, esse número de
empresas é igual a 11,17% das 187 empresas selecionadas para compor a população
total da pesquisa.
Nas entrevistas estruturadas realizadas com essas 38 empresas, apenas duas
foram categóricas em afirmar que não acreditam no sucesso do PACTU As outras 36
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um prédio de estilo centro comercial para a instalação de setores tradicionais
como papelaria/livraria, farmácia, bancos, restaurante, assessoria empresarial
e tributária etc.
Estas e outras informações desse estudo foram depois utilizadas pelos arquitetos
e engenheiros responsáveis pelo projeto arquitetônico e urbanístico do PACTU. A
conclusão do estudo foi a seguinte:
“Conclui-se finalmente que as áreas de atuação das empresas pesquisadas e
outras existentes em Uberlândia podem ser consideradas, em grande potencial, alvo do
PACTU, por suas características similares e outros empreendimentos apoiados por
PCT’s no Brasil e outros países – porte, atividade, setor de atuação de ponta, produtos
e serviços e por suas manifestações de interesse e necessidade de contar com estrutura
local que maximize seus resultados financeiros, tecnológicos e satisfação pessoal de
apoiar o desenvolvimento local.”
4.3 O IDCTec
O Instituto de Desenvolvimento Científico e Tecnológico foi criado em agosto
de 2004, como resultado de um ano de discussões entre as entidades parceiras no
projeto do PACTU: ACIUB, FIEMG, Prefeitura, SEBRAE, UFU, UNIMINAS e
UNIUBE. A assembléia de fundação, realizada no auditório da Prefeitura Municipal,
elegeu o conselho de administração, cuja presidência foi ocupada pelo representante da
FIEMG, Fábio Túlio Felippe, e a vice-presidência pelo representante da ACIUB, Paulo
Romes Junqueira. Na seqüência, foram nomeados os membros da Diretoria Executiva,
sendo que a Diretora Executiva nomeada, Rosangela Ribeiro, era então assessora da
Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia.
Como ficou registrado na ata dessa assembléia, a principal preocupação dos
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arquivadas na sala do TRISOFT, na sede da FIEMG. A ata de junho de 2005, por
exemplo, registra como foi a passagem da gestão anterior para a atual na Prefeitura.
“O representante da ACIUB relatou o encontro do grupo de empresários
ligados ao IDCT com o Prefeito Odelmo Leão Carneiro, a convite do secretário de
Desenvolvimento Econômico, Dílson Dalpiaz Dias. O Prefeito assegurou pessoalmente
o apoio da administração municipal ao PACTU, e solicitou que o grupo realize
esforços no sentido de agregar o setor de agronegócios para estimular a inovação e a
participação no Parque.”
Esta mesma ata registra que o IDCTec estava sendo convidado para exercer a
secretaria executiva do Arranjo Produtivo Local de Biotecnologia, então em fase inicial
de organização pelo SEBRAE. Também menciona o intuito de interação do IDCTec
com o Fórum de Competitividade, coordenado pela ACIUB, que também trataria de
temas relacionados à inovação. Essa interação, no entanto, acabou não se concretizando,
como relatado na ata de reunião do Conselho do IDCTec em setembro de 2006.
De fato, o IDCTec efetuou parceria com o SEBRAE em 2005 e 2006 para fazer
a gestão do APL de Biotecnologia em Uberlândia, articulando-se com instituições de
Uberaba, uma vez que o APL possuía empresas de quatro cidades da região:
Uberlândia, Uberaba, Patos de Minas e Araguari.
Em fevereiro de 2006, o Conselho do IDCTec construiu um Plano de Negócios,
que depois foi apresentado às principais instituições parceiras. A Missão da entidade, de
acordo com esse documento, é:
“Promover o desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação na região de
Uberlândia, por meio do estímulo à interação entre os centros de pesquisa, o meio
empresarial e outras instituições, com base nos princípios de ética, transparência,
respeito ao meio-ambiente e melhoria da qualidade de vida, de forma auto-
sustentável ”
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Os três eixos de atuação da entidade, de acordo com o Plano, eram:
1) Agência de Projetos e Desenvolvimento (incluindo atendimento a demandas
de empresas e a promoção da interação universidade-empresa);
2) promoção e criação de Habitats de Inovação;
3) apoio aos APL’s.
Para desenvolver suas operações nessas plataformas, a entidade precisaria de
uma infra-estrutura física e de pessoal. A estratégia indicada no Plano para obter essas
condições de operacionalidade era a de captar recursos junto aos parceiros e junto a
órgãos de fomento, além de prestar serviços de consultoria e assessoria. Essas metas,
entretanto, não foram atingidas, como se pode observar pelos registros das atas das
próximas reuniões do Conselho de Administração. Embora tenham sido realizadas
algumas visitas às instituições parceiras para apresentação do Plano, a captação de
recursos obtida proveio da UFU e da UNIMINAS, suficiente somente para o custeio das
despesas operacionais do IDCTec e de contrapartida ao SEBRAE, em relação ao
convênio para o APL de Biotecnologia. Ainda, através de um convênio feito entre o
IDCTec a Prefeitura – firmado em setembro de 2005 e efetivamente assinado em
novembro de 2006 –, foi feito o repasse de recursos, os quais foram destinados ao apoio
ao APL de Biotecnologia e para a realização do presente estudo.
4.4 A Agência Intelecto da UFU
No final de 2004, a UFU aprovou junto ao CNPq o projeto de criação de um
Núcleo de Inovação Tecnológica - NIT. A idéia do projeto nasceu no contexto das
discussões feitas pelo Conselho de Administração do IDCTec – conforme registrado em
ata, o qual, através de dois representantes, manteve contatos junto à Pró-Reitoria de
P i Pó G d ã tid d f ti i tâ i d it
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Desde o início de 2005, portanto, a UFU avançou bastante no que se refere à
proteção do conhecimento novo gerado em seus laboratórios, e no sentido de maior
interação com as empresas para o desenvolvimento de projetos cooperativos e a
transferência de tecnologias protegidas. No site da Agência não se encontram
informações sobre o número de patentes já depositadas ou possíveis contratos assinados
com empresas.
O Núcleo da UFU realizou dois seminários sobre Inovação e Desenvolvimento
Tecnológico – um em novembro de 2005, e outro em dezembro de 2006. O primeiro
evento foi realizado em parceria com o IDCTec e a FIEMG, com atividades no campus
da UFU e no auditório da FIEMG, incluindo uma mostra de pôsteres sobre pesquisas
científicas realizadas na universidade. Já para a realização da edição 2006 do seminário,
não houve a parceria entre UFU e o IDCTec e/ou a FIEMG.
Por fim, no final de 2006, a UFU indicou a Diretora da Agência Intelecto como
sua representante no Conselho de Administração do IDCTec.
4.5 Os APL’s de Biotecnologia e de Tecnologia da Informação
Em meados de 2005, o IDCTec e a FIEMG atuaram junto ao SEBRAE para
atrair recursos deste órgão para a criação do Arranjo Produtivo Local de Biotecnologia
no Triângulo Mineiro. Na verdade, a proposta original era criar o APL em Uberaba, mas
as gestões realizadas conseguiram que os recursos fossem divididos entre os dois
municípios, e o APL nasceu em co-gestão, com o apoio de uma rede de instituições de
Uberlândia e Uberaba. O IDCTec ficou responsável pela secretaria executiva
responsável pelas empresas dos municípios de Uberlândia e Araguari. A partir de 2007,
o SEBRAE assumiu a secretaria executiva.
O APL contava, em 2006, com 16 empresas, distribuídas nas cidades de
Ub lâ di Ub b A i P t d Mi E Ub lâ di i t ã
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SEBRAE, destinado à criação do APL de Tecnologia da Informação. O TRISOFT ficou
responsável pela gestão, juntamente com o SEBRAE. Em 2007, o APL conta com 15
empresas, todas de Uberlândia, que já receberam várias consultorias, tanto nas áreas de
gestão e planejamento estratégico, como técnicas (como as relacionadas è certificação
pelo MPS-Br).
4.6 Algumas considerações sobre o histórico
O relato histórico mais recente dos projetos relacionados ao sistema local de
inovação pode trazer algumas contribuições importantes para a análise à qual se propõe
esse estudo – de identificar forças impulsionadoras e restritivas nos ambientes
empresarial, institucional, científico e político do município.
Para fazer constatações a partir desse relato, serão utilizados como parâmetros os
registros do EVTEC do CDT/UnB (de 2004) e do Plano de Negócios do IDCTec (de
2006), considerando ainda que ambos são fundamentados em análises realizadas pelos
próprios agentes locais. Trata-se da análise de oportunidades e ameaças contidas nesses
dois documentos.
De acordo com o estudo do CDT/UnB:
Oportunidades:
políticas do MCT e MDIC na promoção da inovação baseada na cooperação
U/E;
perfil dos empreendedores uberlandenses;
vantagens competitivas de Uberlândia;
vontade dos agentes locais em adotar novo modelo de desenvolvimento para
a região focado no conhecimento/tecnologia.
A
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Oportunidades
significativo potencial instalado de conhecimento e pesquisa e de empresas e
instituições com potencial de desenvolver inovação;
políticas públicas de fomento em âmbito federal e estadual;
articulação entre os atores do sistema local de inovação.
Ameaças
existência de iniciativas concorrentes por verbas públicas e atração de
investimentos privados no Estado de Minas Gerais;
enfraquecimento do apoio do Governo do Estado.
O Plano do IDCTec também registrou os pontos fortes e fracos (considerando
aqueles mais internos do que externos):
Pontos Fortes:
engajamento de parceiros como FIEMG/IEL, UFU, Uniminas, Sebrae,
Trisoft, Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, BDMG e PMU,
traduzido em ações concretas;
desenvolvimento setorial da Tecnologia da Informação;
desenvolvimento do APL de Biotecnologia no Triângulo Mineiro com forte
rede de apoiadores institucionais;
existência das incubadoras INETEC e CIAEM;
realização de estudos preliminares para instalação do Parque Científico e
Tecnológico.
Pontos Fracos:
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agentes, seja em eventos públicos, seja por meio de atas de reuniões ou
ofícios enviados e recebidos, de que persistiu a vontade de adotar o modelo
de desenvolvimento baseado na inovação.
2) No que se refere às ameaças citadas nesse mesmo estudo, ressalte-se que a
primeira delas – “insucesso ou descontinuidade das iniciativas” – pode ser
observada a partir de 2005, a partir das dificuldades encontradas para a
concretização da destinação de uma área física para o Parque.
3) Já nas oportunidades contidas no Plano de Negócios do IDCTec, embora as
duas primeiras tenham sido mantidas, pode-se observar que a “articulação
entre os atores do sistema local de inovação” enfraqueceu a partir do
segundo semestre de 2006, o que pode ser observado a partir:
da não realização de reuniões do Conselho de Administração do IDCTec
a partir do final de 2006;
da descontinuidade na parceria entre Agência Intelecto e o IDCTec na
realização dos Seminários de Inovação, o que pode indicar o
distanciamento entre as duas instituições;
da não participação do IDCTec no âmbito do Fórum de Competitividade,
promovido pela ACIUB;
do afastamento do IDCTec no apoio ao APL de Biotecnologia a partir de
2007.
4) Os pontos fortes listados no Plano de Negócios foram mantidos, mas
observe-se que o primeiro deles não fala em interação ou integração entre os
parceiros, mas sim em engajamento – o que significa que os parceiros
poderiam estar engajados, mas com ações mais ou menos isoladas.
5) Ainda em relação aos pontos fortes mencionados no Plano de Negócios,
Outro fator então considerado forte a existência de duas incubadoras
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Ç
5. Resultados e Discussão
5.1 Modelos de habitats no Brasil: os vetores estratégicos
Antes de apresentar o estudo de casos de 10 habitats de inovação no Brasil, é
importante definir com maior precisão os conceitos mais utilizados nos modelos
organizacionais voltados para a inovação. Serão adotadas, aqui, as definições propostas
por Lunardi (1997), autora que considera uma hierarquia composta por quatro níveis,
em ordem decrescente: as tecnópolis podem incluir um ou mais pólos, que por sua vez
podem abrigar um ou mais parques, que possuem uma ou mais incubadora de
empresas. Evidente que não se trata de uma camisa-de-força, pois o planejamento de um
modelo adequado dependerá das potencialidades e demandas de cada região.
Tecnópolis: considera-se Tecnópole uma região cuja economia depende de
forma significativa de sua capacidade cientifica e tecnológica e que promove, mediante
a inovação, as condições necessárias à sua inserção competitiva na economia global. O
modelo da Tecnópolis é originário da França, onde se desenvolveu na década de 70.
Pólos Tecnológicos: conjunto de fatores que incluem empreendimentos
baseados na pesquisa universitária; indústria inovativa de alta tecnologia; atividades
nascentes substituindo declinantes; empreendimentos iniciantes baseados em
tecnologias e empreendimentos acadêmicos; gerência ativamente engajada na
transferência de tecnologia, na prestação de assessoria empresarial e na consolidação e
marketing das novas tecnologias. Os pólos podem ser classificados, quanto à estrutura
organizacional, como tendo uma estrutura informal ou formal. Na estrutura informal, as
empresas e as instituições de ensino e pesquisa estão dispersas pela cidade, com ações e
projetos cooperativos que proporcionam a interação entre esses agrupamentos. Na
estrutura formal, as empresas e instituições também estão dispersas, mas existe uma
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de tecnologia e promove ações voltadas ao aumento da capacitação das empresas e dos
demais empreendimentos que residem no local. Em geral, dentro do parque há áreas
para venda, locação, terrenos ou prédios com incubadoras, condomínios e prestadores
de serviços.
Os pólos e parques tecnológicos são modelos inspirados em experiências norte-
americanas, que vêm sofrendo algumas críticas nos últimos anos. Uma delas diz
respeito a um dos pressupostos básicos desse modelo, qual seja, a proximidade física
entre universidade e empresa para uma efetiva interação. Observa-se que as novas
tecnologias de informação e comunicação tornam menos imperiosa essa necessidade,
principalmente considerando os altos custos de investimentos para mudar ou adequar
instalações físicas e de equipamentos já existentes. Entretanto, mesmo alguns desses
críticos continuam a afirmar que os pólos e parques “permitem atingir escala que
justifica o investimento em infra-estrutura e serviços comuns, como telecomunicações,
centros de documentação, laboratórios e serviços logísticos” (MEDEIROS apud
LUNARDI).
Conforme já mencionado no capítulo sobre a Metodologia, o presente estudo
selecionou dez empreendimentos no Brasil, que foram estudados de modo a contribuir
para a proposta de um modelo adequado de habitat de inovação em Uberlândia.
São variadas as denominações dos habitats selecionados para este estudo:
Tecnópole (3), Pólo (1), Parque Tecnológico (6), Parque Tecnológico Agroindustrial
(1), Centro de Empreendedorismo (1). O mais comum é mesmo o de Parque
Tecnológico, que em alguns casos está associado a um programa mais abrangente de
incentivo à inovação – como, por exemplo, se observa em São Carlos e em Londrina.Nos dois municípios, registra-se a existência de um conjunto de ações estratégicas
baseadas na visão moderna de desenvolvimento como um processo complexo, sinônimo
de Inovação que envolve o setor produtivo as instituições as universidades o setor
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com população entre 50 mil e 70 mil, por se tratarem de regiões com aspectos similares
ao Triângulo Mineiro e a Uberlândia: Lavras/MG, Pato Branco/PR e Campo Bom/RS.
Dos dez empreendimentos estudados, apenas um, o de Petrópolis, não envolve
uma área física delimitada. No caso de Canoas (Centro de Empreendedorismo), a área
física está dividida em dois prédios condominiais, situados em locais diferentes. Em
Lavras e em Ribeirão Preto, a destinação da área ainda não foi formalizada. Nos seis
casos restantes, a área física está próxima ao campus da principal universidade, e foi
doada pela Prefeitura (6 cidades) e/ou pela própria universidade (1). Em um caso –
Cascavel/PR, a área foi adquirida pelo próprio órgão gestor do Parque.
Independente da existência ou não de área física delimitada, a grande maioria
dos municípios estudados passou por um período de grande articulação entre as
principais instituições participantes do sistema local de inovação. Estão presentes,
principalmente, a Prefeitura e o Governo do Estado, as universidades, as entidades de
representação empresarial (como federações estaduais e associações comerciais), bem
como agências de desenvolvimento regional. Os maiores investimentos vêm, em geral,
da Prefeitura, do Estado e da FINEP, mas também se encontra a participação da
universidade, com cessão de área física e de laboratórios. O Estado e a Prefeitura
desenvolvem, na grande maioria dos municípios estudados, uma série de programas e
projetos específicos, que incluem desde a criação de fundos de investimento, incentivos
fiscais, assinatura de convênios, entre outros.
Quanto ao modelo de gestão, observa-se que cinco dos empreendimentos em
estágio mais avançado são geridos por entidades de direito privado sem fins lucrativos:
ADETEC/Londrina, FUNDETEC/Cascavel, VALETEC/Campo Bom, PARQTEC/SãoCarlos e a de Ribeirão Preto. Petrópolis Tecnópolis é gerida por dois conselhos, um
gestor e outro estratégico, compostos por representantes das instituições parceiras. Em
apenas um caso registra se a gestão por uma empresa privada no caso de São
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exceção da USP, são instituições médias. Na maioria dos casos, os laboratórios das
universidades são disponibilizados para parcerias com empresas usuárias, independente
de a instituição estar situada dentro da área física do parque.
Outra característica presente em quase todos os modelos – com exceção apenas
de Lavras e Canoas, é a existência de pelo menos uma incubadora de empresas de base
tecnológica, esteja ela situada dentro do parque ou não. Além das incubadoras, os
modelos mais antigos também registram a instalação no parque de centros de pesquisa e
laboratórios, como é o caso do conjunto de laboratórios do Inmetro em Londrina ou de
alguns centros no Parqtec de São Carlos. É muito comum também a existência de
programas de capacitação direcionados às empresas usuárias do parque.
Quanto às principais vocações, a maioria dos habitats estudados é multi-
temática, com exceção de São Leopoldo, que é exclusivamente voltado à informática. A
TI é um segmento presente em nove dos dez empreendimentos pesquisados. Outras
áreas encontradas: biotecnologia (3), agroindústria (3), alimentos (3), química fina (2),
saúde (2), automação (2), ecotecnologias (2), telecomunicações (2) e eletrônica (1).
5.2 Ambiente empresarial
Foram enviados questionários a 26 empresas do município de Uberlândia,
consideradas de base tecnológica. Destas, 15 responderam ao questionário, cujos
resultados são apresentados a seguir, divididos em 03 blocos: caracterização das
empresas; adequação e planejamento de espaço físico; e demandas, expectativas e
resultados esperados de um habitat de inovação.
5.2.1 Caracterização das Empresas
Tabela 01: Área de atuação das empresasÁ
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Em relação às áreas de atuação das empresas entrevistadas, 08 (53%) atuam em TI,
(20%) em Biotecnologia, 03 (20%) em Automação e 02 (13%) em Nanotecnologia.
Duas empresas (13%) atuam noutras áreas.
Tabela 02: Se a empresa é incubadaResposta No de empresas % sobre o total
Sim 5 33%Não 10 67%Total 15 100%
Cinco empresas (33% do total) estão inseridas em uma Incubadora, que, no caso, trata-
se do CIAEM.
Tabela 03: Há quanto tempo está na incubadora Tempo No de empresas % sobre o total
Até 01 ano 1 20%Menos de 02 anos 1 20%Mais de 02 anos 3 60%Total 5 100%
Das cinco empresas incubadas, 02 (40%) estão incubadas há menos de 02 anos e as
outras 03 (60%) incubadas há mais de 02 anos.
Tabela 04: Estágio atual das empresas incubadas Estágios No de empresas % sobre o total
Tem patente depositada 2 40%Captação de investidores 1 20%Montagem do processo de produção 1 20%Já começou a produzir 1 20%Outro 1 20%Protótipo concluído 1
Total 6 (*) 100%(*) Algumas empresas selecionaram mais de um estágio. O percentual de participação é calculado sobre
o total de empresas incubadas (05) e não sobre a freqüência de respostas.
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Já em relação às empresas que não estão incubadas, 02 (20%) foram criadas há menos
de 05 anos, 04 (40%) há mais de 05 anos e as outras 04 (40%) há mais de 10 anos.
Tabela 06: Porte das empresas – por número de funcionários(não incubadas)
Portes No de empresas % sobre o total
Micro 4 40%Pequeno 5 50%Médio 0 0%
Grande 1 10%Total 10 100%
Ainda em relação às empresas que não são incubadas, 04 (40%) são microempresas, 05
(50%) empresas de pequeno porte e 01 (10%) é empresa de grande porte.
Tabela 07: Se a empresa conta com mestres e/ou doutores no
corpo técnicoResposta No de empresas % sobre o total
Sim 8 53%Não 7 47%Total 15 100%
De todas as empresas entrevistadas, 08 (53%) contam com mestres e/ou doutores no
corpo técnico; as 07 restantes (47%) não contam com mestres e/ou doutores no corpotécnico do negócio.
5.2.2 Adequação e planejamento de espaço físico
As questões apresentadas neste bloco visavam identificar o nível da demanda potencial,por parte das empresas, por infra-estrutura física e o interesse das empresas em instalar-
se fisicamente numa área delimitada, voltada para o habitat de inovação.
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Tabela 09: Se a atuais instalações da empresa são satisfatórias(empresas não incubadas)
Resposta No de empresas % sobre o total
Sim 5 50%Não 5 50%Total 10 100%
Das demais empresas (não incubadas), 05 (50%) não estão satisfeitas com as atuais
instalações físicas do negócio.
Tabela 10: Em relação às instalações físicas pretende:Opções No de empresas % sobre o total
Locar 10 67%Adquirir 5 33%Total 15 100%
Independentemente da adequação das instalações físicas atuais, todas as 15 empresas
pretendem investir em novas instalações oportunamente, seja locando ou adquirindo a
infra-estrutura necessária. Assim, 10 empresas (67%) pretendem locar novas instalações
e as 05 restantes (33%) pretendem adquirir o espaço e as instalações físicas.
Tabela 11: A empresa dispõe dos recursos para investir em
instalações adequadasResposta No de empresas % sobre o total
Não 10 67%Sim 5 33%Total 15 100%
Em relação aos recursos financeiros para investir em instalações físicas, seja locando ou
adquirindo, das 15 empresas, 05 (33%) informaram dispor dos recursos e as outras 10empresas (67%) informaram não dispor dos recursos necessários.
Tabela 12: Como a empresa pretende levantar os recursosnecessários à aquisição de instalações físicas próprias ou mais adequadas
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Dentre as fontes de financiamento previstas para a viabilização de instalações físicas
adequadas, 07 empresas pretendem fazer uso de financiamentos bancários (35% das
fontes mencionadas); 06 empresas pretendem gerar receitas próprias para investir (30%
das fontes mencionadas); 01 empresa buscará investidores (5% das fontes
mencionadas); e, 01 empresa espera obter apoio de parceiros, da Prefeitura Municipal e
da Universidade Federal/CIAEM.
Tabela 13: Se há interesse em instalar-se num Habitat de InovaçãoResposta No de empresas % sobre o total
Sim 14 93%Não 1 7%Total 15 100%
Já sobre a possibilidade de instalar-se fisicamente num habitat de inovação, 14 empresas
(93%), demonstraram interesse em tal cenário. Apenas 01 empresa não demonstrouinteresse.
Tabela 14: Em relação às instalações físicas num Habitat deInovação, optaria por
Opções No de empresas % sobre o total
Locar 9 60%
Adquirir 5 33%Não aplica 1 7%Total 15 100%
No âmbito de um habitat de inovação, 09 empresas (60%) optariam por locar as
instalações físicas e 05 (33%) optariam por adquirir as instalações físicas.
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5.2.3 Demandas, Expectativas e Resultados Esperados de um Habitat de
Inovação
Tabela 15: Que valores agregados são percebidos na eventual participação daempresa em um habitat de inovação
Conceitos ALTO MÉDIO BAIXO
Valores agregados
No deempresas
% sobre ototal
No deempresas
% sobre ototal
No deempresas
% sobre ototal
Facilidade de acesso a recursos parainvestimento em inovação 14 93% 0 0% 1 7%Ambiente de cooperação favorável àinovação 11 73% 4 27% 0 0%
Rede de contatos (networking) 10 67% 5 33% 0 0%
Acesso a melhores oportunidades de negócio 10 67% 5 33% 0 0%
Geração de empregos qualificados 10 67% 3 20% 2 13%
Facilidade de parcerias com universidades ecentros de pesquisa 9 60% 3 20% 3 20%
Políticas públicas favoráveis 9 60% 2 13% 4 27%Visibilidade e valorização da marca / marketing 8 53% 6 40% 1 7%
Os principais valores agregados percebidos pelas empresas ao participarem de um
habitat de inovação são a facilidade de acesso a recursos para investimento em inovação
(93% das empresas percebem como sendo um valor agregado alto) e o desenvolvimento
da rede de contato (73% das empresas percebem como sendo um valor agregado alto).
Posteriormente, na escala de importância atribuída, 67% das empresas percebem como
sendo um valor agregado alto outros três aspectos: o ambiente de cooperação favorável
à inovação, o acesso a melhores oportunidades de negócio e a geração de empregos
qualificados.
Ainda, 60% das empresas percebem como sendo um valor agregado a facilidade de
parcerias com universidades e centros de pesquisa, e o desenvolvimento de políticas
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Tabela 16: Que tipo de serviços e/ou benefícios a empresa esperareceber ao participar de um Habitat de Inovação
Serviços No de empresas % sobre o total
Espaço físico e localização adequadas 15 100%
Informações sobre editais de órgãos defomento para projetos de inovação 14 93%Incentivos fiscais 12 80%
Políticas municipais de incentivo 11 73%Serviços de marketing e divulgaçãopermanente 11 73%
Gerência responsável pela manutenção 10 67%
Instalações físicas compartilhadas 10 67%
Unidades individualizadas 9 60%
Projeto arquitetônico diferenciado 8 53%
Informações sobre eventos 8 53%Assessoria técnica 4 27%
Marketing 2 50%Vendas 2 50%
Design 1 25%
Importação/Exportação 1 25%
Editais 1 25%
Ferramentas de TI 1 25%
Quanto aos serviços mais demandados pelas empresas, no âmbito de um habitat de
inovação, destacam-se o espaço físico e instalações adequadas (100% das empresas); as
informações sobre editais de órgãos de fomento para projetos de inovação (destacado
por 93% das empresas); as políticas municipais de incentivo e os serviços de marketing
e divulgação permanentes (destacados por 67% das empresas); e unidades físicas
individualizadas (destacado por 60% das empresas).
O serviço com menos demanda por parte da empresas foi o de assessoria técnica
(destacado por apenas 04 empresas – 27%).
S í
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condomínio ou outro tipo de associação no âmbito de um habitat de inovação, inclusive
contribuindo com taxas de manutenção.
Tabela 18: Se a empresa sairia de Uberlândia caso houvesse aperspectiva de instalação em um habitat de inovação em outra cidade
Resposta No de empresas % sobre o total
Sim 9 60%Não 5 33%NR 1 7%
Total 15 100%
Por fim, questionadas se sairiam de Uberlândia caso houvesse a perspectiva de
instalação em um habitat de inovação noutra cidade, 09 empresas (60%) responderam
que sim.
5.2.4 ConclusõesA pesquisa realizada junto às empresas de base tecnológica traz um importante
indicador, o qual mostra que 93% das empresas levam em conta a possibilidade de se
instalarem fisicamente em um habitat de inovação. Como suporte a esse indicador, foi
verificado que todas as 15 empresas pretendem investir em novas instalações físicas
oportunamente, seja locando (67% das empresas) ou adquirindo (33% das empresas).Ressalta-se também o indicador que mostra que 100% das empresas
demonstraram que aceitariam contribuir com taxas de manutenção ao participarem de
um condomínio ou outro tipo de associação para um habitat de inovação.
Em relação às expectativas e resultados esperados de um habitat de inovação,
evidencia-se o claro entendimento por parte das empresas de uma das principais razõesde ser de um habitat de inovação (propiciar condições mais favoráveis para a promoção
da inovação), uma vez os valores agregados mais esperados foram a facilidade de
acesso a recursos para investimento em inovação e a criação de um ambiente de
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5.3 Ambiente institucional
Dentre as etapas do estudo está o levantamento de informações de relevância
junto a oito Instituições de Fomento e de Educação, potencialmente envolvidas no
Sistema Local de Inovação. São elas: IDCTec, ACIUB, Universidade Federal de
Uberlândia (UFU), Secretaria de Desenvolvimento Econômico/Prefeitura Municipal de
Uberlândia, FIEMG, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(SEBRAE), UNIMINAS e Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior de Minas Gerais (SECTES). A SECTES não respondeu ao questionário.
Como já mencionado no capítulo sobre a Metodologia, o questionário aplicado
às instituições foi desenvolvido visando captar aspectos referentes à importância do
habitat de inovação para as instituições, a participação em projetos da área, os
investimentos realizados e os previstos para os próximos três anos. Procurou-se ainda
identificar a percepção dos agentes quanto ao melhor modelo de habitat de inovação
para a cidade, os resultados esperados e os elementos considerados negativos, ou que
têm dificultado a constituição desse espaço inovativo na cidade.
5.3.1 Resultados encontradosACIUB
O entrevistado junto à Associação Comercial e Industrial de Uberlândia, foi o
Sr. Felipe Calixto Netto, membro da Diretoria Plena da Associação.
A ACIUB considera muito alto o nível de prioridade que a entidade atribui ao
apoio à inovação, por acreditar que a inovação pode levar à melhoria do nível doprofissional e do PIB da cidade. Em 1994, por exemplo, a ACIUB lançou o projeto de
estímulo à iniciação científica e tecnológica em parceria com o Ministério de Ciência e
T l i i d f i itá i i d f
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questões de limitação de recursos financeiros, não há investimentos realizados e/ou
previstos. A contribuição não-financeira, por sua vez, de acordo com a ACIUB, se
verifica através da atuação de três diretores no resgate do projeto do parque tecnológico
na cidade.
Em relação ao formato organizacional considerado apropriado para um habitat
de inovação em Uberlândia, a ACIUB considera o Parque Tecnológico, o qual se
caracteriza pela presença predominante de ICT’s, área física delimitada,
empreendimentos com atividades de P&D&I e médias e grandes empresas comatividades de manufatura/produção. Foi destacado que a proximidade entre os agentes
facilitaria o compartilhamento de projetos, de idéias, de recursos e informações,
propiciando um aprendizado coletivo e um maior desenvolvimento de todos os agentes.
Já em relação os resultados mais importantes para o município com a criação de
um habitat de inovação, foram destacados a promoção da cidade como pólo tecnológico,a geração de emprego e profissionais mais gabaritados, o estímulo à cooperação entre as
próprias empresas e entre empresas e instituições.
Por fim, sobre as condições ainda estão presentes ou que podem ser melhor
desenvolvidas tendo em vista a criação de um habitat de inovação no município, a
ACIUB considerou os seguintes aspectos: a ausência de uma liderança por parte dasempresas que se engaje na concretização final do projeto; a ausência do apoio tributário;
uma política fiscal mais adequada e competitiva; o excesso de burocracia; a falta de
interação e de troca de informações entre os agentes; a ausência de um suporte para
comercialização/marketing; e, o apoio a financiamentos.
IDCTec
O entrevistado junto ao Instituto de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
de Uberlândia foi o Sr Fábio Túlio Felippe Presidente do Conselho Administrativo da
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No que tange aos investimentos (financeiros e não-financeiros) – realizados nos
últimos três anos e previstos para os próximos três –, o IDCTec mencionou que, por
questões de limitação de recursos financeiros, não há investimentos realizados e/ou
previstos. Já no aspecto das contribuições não-financeiras, se verifica a atuação da
instituição como o canal que promove o encontro dos recursos, a convergência de
projetos compartilhados segundo as áreas de vocação da região, promovendo a interação
entre os agentes e buscando linhas de fomento. Ainda foi destacado o apoio voluntário
de seus membros, como, por exemplo, para a elaboração do Plano de Negócio dainstituição em 2006.
Em relação ao formato organizacional considerado apropriado para um habitat
de inovação em Uberlândia, o IDCTec considera que seja apropriado o modelo de
Parque Tecnológico, onde há presença predominante de ICT’s, área física delimitada,
empreendimentos com atividades de P&D&I e médias e grandes empresas atuando comatividades de manufatura/produção. Considera-se que este ambiente é o melhor para
fomentar as atividades de P&D e para o melhor aproveitamento dos recursos,
possibilitando o compartilhamento de recursos físicos, financeiros, laboratórios, cursos
etc., facilitando, assim, sobremaneira a interação entre os agentes e ampliando o poder
de competitividade das empresas.Já em relação os resultados mais importantes para o município com a criação de
um habitat de inovação, foram destacados a maior efetividade das empresas e da região,
com produtos e serviços mais competitivos para o mercado; o maior aproveitamento do
conhecimento gerado no meio acadêmico – ou seja, a transformação cada vez maior de
conhecimento em produto; a utilização da mão-de-obra formada na cidade,principalmente da mão-de-obra qualificada, a qual, em sua grande maioria não
permanece na região; a maior qualidade das ICT’s da região; e, a maior geração de
renda para a cidade
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Ainda, o IDCTec destacou que o segmento empresarial está demandando o
desenvolvimento de um habitat de inovação local e que, também, considera importante
o envolvimento das grandes empresas locais no projeto.
SEBRAE
Os entrevistados junto ao Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
foram a Sra. Luísa Silva Vidigal e o Sr. Fabiano Alves, Técnicos da entidade.
O SEBRAE considera alto o nível de prioridade que a entidade atribui ao apoioà inovação, uma vez que tal questão faz parte do atendimento da missão da instituição,
qual seja a de criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento sustentável das
empresas de pequeno porte. Assim, estimular o investimento das micro e pequenas
empresas em inovação é um dos mecanismos utilizados para gerar a sustentabilidade
dos pequenos negócios.No que tange aos investimentos (financeiros e não-financeiros) – realizados nos
últimos três anos e previstos para os próximos três –, o SEBRAE mencionou sua
participação em editais de inovação em parceria com a FINEP; o programa
SEBRAETEC, que visa, através de consultoria tecnológica, facilitar o acesso das
empresas de pequeno porte aos conhecimentos existentes no País; o programa SEBRAEde Incubadoras, que apóia ações de estímulo à implantação, desenvolvimento e
fortalecimento de incubadoras de empresas; o apoio aos APL’s de Tecnologia da
Informação e de Biotecnologia de Uberlândia. Todos os programas e ações envolvem a
aplicação de recursos financeiros, o que gerou, nos últimos três anos uma aplicação de
cerca de R$ 2 milhões na área. Não foram informados o investimentos previstos para ospróximos anos.
Em relação ao formato organizacional considerado apropriado para um habitat
de inovação em Uberlândia o SEBRAE considera como sendo a melhor alternativa o
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Sobre as condições que ainda não presentes ou que podem ser melhor
desenvolvidas tendo em vista a criação de um habitat de inovação no município, o
SEBRAE destaca: a importância de que haja uma convergência de interesses, com a
participação efetiva dos agentes; a definição clara do papel de cada um e o engajamento
no cumprimento das responsabilidades; o estabelecimento de relações de interação e
confiança entre as empresas, e entre as empresas e as instituições; e, a ausência de
investimentos financeiros. Foi destacada também a necessidade de estruturação do
IDCTec para que este atue ativamente, com equipe capacitada e em condições paracoordenar e desenvolver as ações necessárias, com o reconhecimento pelos demais
agentes envolvidos no sistema local de inovação.
Por fim, foi sugerida a criação de um fórum para debate, a partir as instituições
de apoio e as empresas possam discutir os resultados do presente estudo.
UFU
A entrevistada junto à Universidade Federal de Uberlândia foi a Sra. Sonia
Aparecida de Oliveira Goulart, Diretora da Agência Intelecto, órgão ligado à Pró-
Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação.
A UFU considera alto o nível de prioridade que a instituição atribui ao apoio àinovação, o que se justifica pela própria criação da Diretoria de Propriedade Intelectual
e Inovação, da qual a Agência Intelecto faz parte. Ainda, a Universidade é parceira de
uma incubadora de empresas de base tecnológica – CIAEM, a qual funciona nas
dependências físicas da Universidade. Dentre as outras políticas (programas, projetos e
incentivos) que a Universidade desenvolve, estão o programa de divulgação sistemáticada cultura de inovação na UFU e na comunidade e o apoio a projetos de P&D em
parceria com empresas.
Em relação ao formato organizacional considerado apropriado para um habitat
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de empresas, a qual representaria um passo inicial, para que posteriormente se evoluísse
para o formato de parque tecnológico.
Sobre as condições que ainda não presentes ou que podem ser melhordesenvolvidas tendo em vista a criação de um habitat de inovação no município, a UFU
destaca: a ausência de um consenso entre os agentes sobre qual o melhor formato de
habitat de inovação; a distância percebida entre os vários parceiros; a necessidade de
uma definição clara dos papéis dos agentes envolvidos e uma atuação mais efetiva; os
elevados custos de infra-estrutura; a falta de investimentos (falta de um grupo forte queinvista para o andamento do projeto); a carência de pessoal qualificado na área da
inovação; a valoração da tecnologia e proteção intelectual para difundir conhecimento,
aproximar o ambiente acadêmico do produtivo e comercializar tecnologia;
Sobre os aspectos legais ou regulatórios (impostos, incentivos e créditos,
mecanismos de proteção da propriedade intelectual), a UFU acredita que possam ajudar,mas não é o principal, pois o que realmente inexiste é o conhecimento por parte das
empresas dos apoios, programas e incentivos que existem e como utilizá-los.
Por fim, a UFU ressaltou a necessidade de um planejamento estratégico, pois a
concepção do habitat de inovação ainda não foi definida, não havendo clareza dos
conceitos e dos papéis de cada agente. Assim, inicialmente, deve-se definir os papéis decada agente, as estratégias, o funcionamento e a gestão. O formato do habitat será uma
conseqüência, dependendo de que agentes realmente estarão envolvidos, uma vez que o
desenvolvimento do projeto deverá estar calcado num grupo de pessoas, para que o
maior número possível de benefícios sejam alcançados.
No que tange aos investimentos (financeiros e não-financeiros) – realizados nosúltimos três anos e previstos para os próximos três, a UFU não informou valores.
UNIMINAS
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INETEC (incubadora de TI). Ainda, há um projeto para a criação da Incubaminas, uma
incubadora mista de empresas a ser localizada nas dependências da instituição e que
oferecerá linhas de financiamento para os projetos.No que tange aos investimentos (financeiros e não-financeiros) – realizados nos
últimos três anos e previstos para os próximos três, a UNIMINAS informou o valor
aproximado R$ 60.000,00 nos últimos três anos. Para os próximos três anos, a intenção
é manter os R$ 60.000,00, acrescidos do montante que será aplicado na construção da
infra-estrutura da Incubaminas e da INETEC/TRISOFT (é estimada a aplicação de maisde R$ 100.0000,00 para os próximos três anos em ativo imobilizado).
Em relação ao formato organizacional considerado apropriado para um habitat
de inovação em Uberlândia, a UNIMINAS considera o Parque Científico e
Tecnológico, o qual congregaria o espaço acadêmico e produtivo. Também considera
importante o espaço físico delimitado para a visibilidade da ação. No entanto, levandoem conta o contexto atual no município, talvez o melhor caminho seja partir da
existência atual das incubadoras e APL’s, para se estruturar gradualmente o habitat de
inovação, passando-se, inicialmente, pelas etapas de Tecnópolis, Pólo Tecnológico e
Parque Tecnológico, para que então se concretize o Parque Cientifico e Tecnológico.
Já em relação os resultados mais importantes para o município com a criação deum habitat de inovação, foram destacados: a maior geração de emprego e renda; a
elevação do ativo intelectual da comunidade; o desenvolvimento de pessoas mais
empreendedoras e com melhor formação. Acredita-se num efeito multiplicador, a partir
do qual a cidade torna-se mais atrativa, competitiva e diferenciada, favorecendo a
alavancagem de novos investimentos.Sobre as condições que ainda não presentes ou que podem ser melhor
desenvolvidas tendo em vista a criação de um habitat de inovação no município, a
UNIMINAS destaca a ausência de coordenação política e gestora: há recursos pessoas
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FIEMG
O entrevistado junto à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais foi o
Sr. Pedro Lacerda, Presidente da Regional Vale do Paranaíba da entidade.A FIEMG considera muito alto o nível de prioridade que a entidade atribui ao
apoio à inovação, tendo em vista que a indústria precisa sempre inovar, para manter-se
competitiva no mercado. Neste sentido, as principais políticas (programas, projetos e
incentivos) que a instituição desenvolve atualmente nessa área são: o apoio aos APL’s
de Biotecnologia e TI; e, o apoio aos setores moveleiro, do vestuário e da construçãocivil.
Em relação ao formato organizacional considerado apropriado para um habitat
de inovação em Uberlândia, a FIEMG mencionou não se identificar com alguma das
alternativas disponibilizadas no questionário. Acredita, no entanto, que é preciso uma
área física delimitada para o habitat de inovação, com presença forte de ICT’s, comincentivos municipais e estaduais e, também, as empresas que estiverem instaladas fora
da área precisam ter os mesmos incentivos que as que estão no espaço físico delimitado.
No que tange aos investimentos (financeiros e não-financeiros) – realizados nos
últimos três anos e previstos para os próximos três –, a FIEMG elencou: a captação de
duas bolsas FAPEMIG para desenvolver projetos de inovação para empresas locais; oespaço físico cedido para o IDCTec e o TRISOFT; e, a criação do Conselho Regional
de Desenvolvimento Tecnológico, o qual está ligado ao Conselho Estadual. Ainda, o
SENAI está investindo em novos laboratórios de análises, testes, pesquisa (como
energia eólica, solar e outras) e informática. A FIEMG estima que investe
aproximadamente R$ 500.000,00 anuais com mão-de-obra, instalações físicas eequipamentos, totalizando, assim, R$ 1.500.000,00 nos últimos três, que é também a
referência para os próximos três.
Já em relação os resultados mais importantes para o município com a criação de
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demonstração de interesse real por parte do poder público. Por fim, foi ressaltado que
um ponto característico da cidade e que influencia na dificultar a criação de um habitat
de inovação, encontra-se no fato de que, embora o município apresente um númeroconsideravelmente grande de instituições de ensino superior, isso ainda não foi
transformado em oportunidade para as empresas.
Prefeitura Municipal de Uberlândia
Os entrevistados junto à Prefeitura Municipal foram o Sr. Dílson Dalpiaz Dias,Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, e o Sr. Rafael Porto,
Assessor da Secretaria.
A Secretaria considera alto o nível de prioridade que é atribuído por ela ao apoio
à inovação, ressaltando que não o classifica como sendo “muito alto” uma vez que a
inovação é uma das razões de ser da Secretaria, dentre várias outras. Ressalte-se que doscinco projetos estruturantes da Secretaria, três estão relacionados ao desenvolvimento
de um habitat de inovação: micro e pequenas empresas, inovação tecnológica e, o
terceiro, APL’s e cadeia de valor.
Em relação ao formato organizacional considerado apropriado para um habitat
de inovação em Uberlândia, a Secretaria considera o modelo “incubadoras e APL’s,com programas locais de incentivo à inovação”. A Secretaria considera que a existência
que de incubadoras e APL’s no município representam um grande passo no sentido da
construção de um habitat de inovação e que, também, os programas não devem ser
apenas locais. Sobre o formato organizacional para o habitat de inovação, ressaltou
ainda que: deve ser incluída a presença de condomínios de empresas e ICT’s; não deveocorrer restrição para as empresas em função do porte das mesmas; e,
preferencialmente, deve-se ter uma empresa âncora para promover a atração dos demais
agentes Por fim a Secretaria ressaltou que não considera adequado que o projeto do
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S b di õ i d ã t d lh
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Sobre as condições que ainda não presentes ou que podem ser melhor
desenvolvidas tendo em vista a criação de um habitat de inovação no município, a
Secretaria destaca: a necessidade de haver governança; os fortes investimentosdemandados; a definição dos papéis e compromisso dos agentes com os mesmos; e, o
consenso no que tange ao modelo mais adequado de habitat de inovação para a cidade.
A Secretaria ainda destacou que na questão regulatória, principalmente, os
incentivos são muito limitados, sugerindo que a própria Secretaria/PMU trabalhe junto
ao Estado para criar um marco regulatório mais adequado.Quanto aos programas de apoio ao empreendedorismo e a infra-estrutura para
inovação, a Secretaria acredita que não seja um aspecto deficiente, já que no município
é possível encontrar, por exemplo, o Centro de Excelência Empresarial (CENEX),
focado essencialmente no desenvolvimento do empreendedorismo, várias instituições de
ensino superior com cursos dentro deste âmbito. Há incubadoras, redes de negócios eimportantes empresas com potencial para se tornarem âncoras.
Também vê que a dificuldade de criação de um habitat de inovação em
Uberlândia não está relacionada a problemas de suporte financeiro, pois há programas,
tais como os do BNDES e da FINEP. Entretanto, como todos os recursos reembolsáveis
não totalmente aplicados, percebe-se que faltam bons projetos e disciplina paraaperfeiçoamento e qualificação para que as idéias sejam aplicadas de maneira
sustentável.
Por fim, em relação os resultados mais importantes para o município com a
criação de um habitat de inovação, a Secretaria crê que haverá uma melhor distribuição
de renda na cidade, com a geração de empregos mais qualificados e com bens e serviçoscom maior valor agregado.
No que tange aos investimentos (financeiros e não-financeiros) – realizados nos
últimos três anos e previstos para os próximos três a Secretaria não informou valores
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dizer que se resumem fundamentalmente em apoio aos APL’s de Biotecnologia e TI e
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dizer que se resumem fundamentalmente em apoio aos APL s de Biotecnologia e TI e
às incubadoras de empresas, itens apontados por cinco das sete instituições (FIEMG,
IDCTec, PMU, SEBRAE e UFU). Outras políticas desenvolvidas pelas instituições,citadas foram: os editais de inovação SEBRAE em parceria com a FINEP; o programa
SEBRAETEC; a criação da Agência Intelecto; os esforços junto às lideranças políticas
para alavancagem de recursos; a aprovação de projetos; o desenvolvimento de projetos
interdisciplinares para a prática inovadora e empreendedora; e, a criação da
Incubaminas.Em relação ao montante financeiro investido através dos apoios concedidos, em
relação às instituições que informaram valores (FIEMG, SEBRAE e UNIMINAS),
constata-se que a aplicação está mais voltada para investimentos internos, em
detrimento dos externos, com exceção do SEBRAE. As demais instituições, ou não
possuem recursos financeiros para investimento ou não informaram valores.Estes resultados podem ser melhor observados no Quadro 01, a seguir:
Quadro 01: Investimentos realizados nos últimos três anos e programados para ospróximos três anos pelas Instituições, na área da inovação
Investimentos realizados nosúltimos três anos
Investimentos programadospara os próximos três anos
ACIUB não dispõe de recursos para investir
FIEMGR$ 1,5 milhão em infra-estrutura
internaprevisão é manter R$ 1,5
milhãoIDCTec não dispõe de recursos para investirPMU/Secretaria deDesenvolvimentoEconômico e Turismo
não informou valores não informou valores
SEBRAE R$ 2 milhões nos diversosprogramas não é possível prever
UFU não informou valores não informou valores
UNIMINAScerca de R$ 60.000,00 nos
manter os R$60.000,00, maisaproximadamente
R$ 100 000 00
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Quadro 02: Formato organizacional do habitat de inovação mais apropriado para
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Quadro 02: Formato organizacional do habitat de inovação mais apropriado paraUberlândia segundo a visão das Instituições
Parque
Científico eTecnológico
Parque
Tecnológico
Pólo
Tecnológico
Tecnópolis Incubadoras
e APL’s
ACIUB XFIEMG Não se identificou com nenhuma das alternativasIDCTec XPMU/Secretaria deDesenvolvimentoEconômico e
Turismo
X
SEBRAE XUFU XUNIMINAS X
Um fato importante a ser ressaltado é que todas as instituições entrevistadas
apresentaram dúvidas quanto ao melhor formato de habitat de inovação, cuja escolhafoi, na maior parte, acompanhada de ressalvas.
Tal situação é indicativa de uma possível falta de clareza quanto ao que se
considera melhor para o município com um todo – frente aos esforços que já foram
realizados e ao que ainda precisa ser feito –, bem como quanto aos conceitos e
premissas relacionados ao processo de desenvolvimento de um habitat de inovação.Ainda, se destaca a questão relacionada à área física delimitada para o habitat de
inovação, em relação à qual observa a ausência de consenso na visão das instituições.
Por fim, as principais questões levantadas pelas instituições que implicam na
dificuldade de construção de um habitat de inovação na cidade foram:
ausência de convergência de interesses; falta de interação, de relações de confiança entre as empresas, entre empresas
e instituições e entre as próprias instituições;
não há clara definição dos papéis e compromisso dos agentes com os
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fraca cultura da inovação;
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fraca cultura da inovação;
ausência de políticas públicas;
falta engajamento do poder político; excesso de burocracia e ausência de apoio tributário; e,
falta de um marco regulatório municipal e estadual mais apropriado.
5.4 Ambiente político e marcos regulatórios
O Brasil registrou nos últimos anos significativos avanços no que se refere ao
marco regulatório favorável à inovação tecnológica. Em nível federal, o maior destaque
é a criação de leis importantes, como a Lei de Inovação e a Lei do Bem. A primeira, que
entrou em vigor em dezembro de 2004, incentiva e regulamenta a cooperação entre as
chamadas ICT’s – instituições científicas e tecnológicas e as empresas para a geração deprodutos e processos inovadores. As ICT’s, entre as quais se incluem as universidades
públicas, são obrigadas a criar núcleos de inovação e de proteção da propriedade
intelectual, responsáveis pela transferência de tecnologia para o setor produtivo privado.
A lei permite e facilita o compartilhamento de laboratórios das ICT’s pelas empresas
nacionais, beneficiando especialmente as de micro e pequeno porte e as empresasincubadas. Também prevê a possibilidade de licença sem remuneração de pesquisadores
públicos para a criação de empresas de base tecnológica, o que acaba incentivando a
geração das chamadas spin off’s. As tecnologias inovadoras passíveis de proteção da
propriedade intelectual podem ser produzidas em cooperação entre as ICT’s e as
empresas, com possibilidade de co-titularidade das patentes e outras proteções legais.Com isso, a Lei de Inovação cria um ambiente favorável à cooperação para a inovação,
fortalecendo principalmente as pequenas empresas de base tecnológica que não dispõem
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Outro destaque a ser registrado refere-se ao Instituto Nacional de Propriedade
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Outro destaque a ser registrado refere se ao Instituto Nacional de Propriedade
Intelectual – INPI, que até aqui vinha representando um gargalo complicado no sistema
nacional de inovação, uma vez que não conseguia processar em tempo razoável aformalização das patentes, desenhos industriais e softwares ali depositados. Desde o ano
passado, entretanto, o INPI vem passando por um processo de reestruturação que inclui
desde a contratação de um número adequado de analistas qualificados, a criação de uma
academia apta a qualificar pessoal das ICT’s em propriedade intelectual e transferência
de tecnologia, e, finalmente, a adesão do Brasil a alguns tratados internacionais nestaárea.
A Lei de Inovação, com a conseqüente criação dos NIT’s (Núcleos de Inovação
Tecnológica) nas universidades públicas, e a reestruturação do INPI são fatores que já
vêm se refletindo em resultados concretos, principalmente no aumento sensível do
número de patentes brasileiras depositadas. Um exemplo disso é que duas das maioresdepositantes de patentes no Brasil são universidades públicas – a UNICAMP e a
UFMG, sendo que a UNICAMP está no topo como a instituição brasileira que mais
deposita patentes.
Se em nível federal observam-se esses avanços, também em Minas Gerais pode-
se identificar uma política de fortalecimento do sistema de inovação, seja com umprograma bem definido – o Programa de Modernização Tecnológica do Parque
Industrial Mineiro – seja com o aumento no volume de recursos aplicados pela
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado, a FAPEMIG. De acordo com a Secretaria
de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SECTES), responsável pelo
Programa, o objetivo do mesmo é “aliar a base do conhecimento das instituições deensino e pesquisa do estado com o setor empresarial, a fim de promover o
desenvolvimento sustentado, que aproveite as vantagens comparativas regionais e a
capacidade inovadora local promovendo a indução ao desenvolvimento tecnológico
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estado adota como critério para o apoio financeiro uma contrapartida de investimentos
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locais, feitos pela prefeitura, universidade e outros agentes.
Em nível local, Uberlândia não registra nenhum programa específico formalvoltado para a inovação tecnológica. A Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia
foi extinta em 2005, e as ações da área passaram a ser desenvolvidas pela Secretaria de
Desenvolvimento Econômico e Turismo. De acordo com o Secretário Municipal, em
entrevista realizada para este estudo, existem algumas ações como o convênio com a
UFU para a manutenção do CIAEM – incubadora de empresas de base tecnológicasituada num dos campi da UFU –, e o apoio aos APL’s de TI e de Biotecnologia e ao
IDCTec, por meio de convênio. Ainda de acordo com o Secretário, no aspecto
regulatório, os incentivos são muito limitados. E sugere que a Secretaria/PMU trabalhe
junto ao Estado para criar um marco regulatório mais adequado.
5.5 Potencialidades e vocações do município
5.5.1 Aspectos Econômicos
Uberlândia é considerada uma grande cidade média, com qualificação regional,
pois se destaca pela influência macro-regional que exerce, mantendo relações de todos
os tipos com as cidades e áreas rurais das regiões do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba
e Noroeste de Minas, noroeste de São Paulo e sudeste de Goiás.
Neste sentido, para efeito do mapeamento das potencialidades econômicas e das
vocações empresariais do município, considerar-se-á, também, a Microrregião de
Uberlândia, composta pelos municípios de Araguari, Araporã, Canápolis, Cascallho
Rico, Centralina, Indianópolis, Monte Alegre de Minas, Prata, Tupaciguara e
Uberlândia.
Na composição do Produto Interno Bruto – PIB de Uberlândia, o setor
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Em relação aos segmentos mais importantes de cada setor, com base nos níveis
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de produção local, geração de empregos formais e no número de empresas formais, é
apresentada a seguir a configuração identificada para a Microrregião de Uberlândia,conforme IEL (2005).
Setor Agropecuário
Apesar do PIB relativamente baixo (todas as demais Microrregiões que
compõem as Regiões do Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas possuem umPIB Agropecuário que varia de 15% a 40%, exceto Uberaba, cujo PIB é de 9,8%), o
setor Agropecuário, com seus elos em cadeias produtivas que perpassam os setores
Industrial e de Serviços, tem fundamental importância para o dinamismo da economia
local e regional.
O município de Uberlândia é o principal responsável pelo beneficiamento ecomércio da produção agrícola regional, o que faz com que a evolução recente da
produção agropecuária local se configure numa das bases da agroindústria local, cujas
principais atividades são descritas adiante.
1) Agroindústria do Abacaxi: a Microrregião de Uberlândia responde por
53,6% da produção de abacaxi de Minas Gerais, equivalente a 22,4% do total
do Brasil.
2) Agroindústria do Café: a Microrregião de Uberlândia – assim como as
demais microrregiões do Triângulo e Alto Paranaíba – está inserida numa
região conhecida pela produção do “Café do Cerrado”, diferenciado pela
qualidade e preço.
3) Agroindústria da Laranja: a Microrregião de Uberlândia foi responsável
por 17,1% da quantidade média colhida em Minas Gerais, que, no total da
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6) Agroindústria do Álcool e Açúcar: a produção de cana de açúcar em Minas
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Gerais (5,2% do País) está crescendo velozmente, principalmente nas
Microrregiões de Uberlândia, Uberaba e Frutal. Essas microrregiões doTriângulo Mineiro já respondem por 50% da produção de cana de açúcar de
Minas Gerais e vêm servindo de base para o intenso crescimento da indústria
sucro-alcooleira regional.
7) Agroindústria Avícola: a participação das regiões do Triângulo Mineiro,
Alto Paranaíba e Noroeste de Minas no rebanho de aves vem aumentandoem relação ao total no País, sendo que entre 1995 e 2003 a taxa de
crescimento do rebanho de aves, nessas regiões, foi de 47,2% –
significativamente superior à do Brasil (26,6%). A produção mineira elevou
sua participação, no País, de 8,9% para 9,4%, enquanto a participação dessas
regiões, em Minas Gerais, passou de 17% para 18,6%, cujos principaisprodutores estão nas Microrregiões de Uberlândia, Uberaba e Araxá.
8) Agroindústria da Bovinocultura: as regiões do Triângulo Mineiro, Alto
Paranaíba e Noroeste de Minas responderam, em 2003, por 36,2% da
importância quantitativa do rebanho bovino de Minas Gerais. Em relação a
Uberlândia, destaca-se a criação do Núcleo de Produtores de NovilhoPrecoce em 1998, a partir do que o gado bovino da região vem tendo
melhorias crescentes na qualidade da carne.
9) Agroindústria Suína: a participação das regiões do Triângulo Mineiro, Alto
Paranaíba e Noroeste de Minas no rebanho de suínos, no total do Brasil,
também vem aumentando, sendo que entre 1995 e 2003, a taxa decrescimento do rebanho de suínos nessas regiões foi significativamente alta –
77,5% (no Brasil houve uma regressão de -10,4% e Minas Gerais ficou
estagnada) Destaca se o crescimento do rebanho de suínos na Microrregião
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1) Metalurgia e Bens Mecânicos: geração de 1.270 empregos formais.
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2) Móveis e Artefatos de Madeira: o segmento gera 970 empregos formais.
3) Vestuário e Calçados: a Microrregião de Uberlândia gera cerca de 960empregos formais na indústria da confecção e cerca de 1.180 na indústria de
calçados.
4) Embalagens de Papel e Metálicas: geração de 260 empregos formais.
5) Fumo: uma das maiores fábricas de cigarros da Souza Cruz (e da América
Latina) está situada no município de Uberlândia, gerando cerca de 860empregos formais.
6) Aço Inoxidável: concentrado em Araguari, o segmento possui em torno de
40 indústrias, que produzem principalmente artigos de cutelaria, ferramentas
e máquinas e equipamentos para laticínios e frigoríficos (FIEMG, 2004).
Setor de Serviços
O setor de Serviços, que tem uma participação de 40,8% no PIB Total da
Microrregião de Uberlândia, possui 04 segmentos que se destacam na economia local,
os quais são descritos a seguir.
1) Telecomunicações: segmento representado principalmente pela Companhia
de Telecomunicações do Brasil Central, responsável pelo atendimento a
mais de um milhão de clientes em 350 localidades pelo Brasil; pela ACS,
considerada uma das mais modernas empresas de contact center da América
Latina e que possui 3.300 Posições de Atendimento; e, pela Engeset,especializada em convergência de soluções integradas em engenharia de
telecomunicações, presente nos países do Mercosul.
2) Comércio Atacadista Logística e Transporte Rodoviário de Cargas: o
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4) Turismo de Negócios: o município de Uberlândia possui a segunda maior
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rede hoteleira de Minas Gerais, além de completa e moderna infra-estrutura
para a realização de eventos.
5.5.2 Setores de Base Tecnológica
Dentre os segmentos que são considerados intensivos em tecnologia, destacam-
se os de biotecnologia e software, os quais encontram-se intimamente associados ao
desenvolvimento das agroindústrias e dos segmentos de serviços, em especial o deTelecomunicações e o de Comércio Atacadista.
No município de Uberlândia destaca-se a presença de grandes empresas voltadas
à biotecnologia: Monsanto (desenvolvimento de sementes), Syngenta (Estação
Experimental e Centro de P&D de Sementes), MDM – Maeda e Delta and Pine Land
(desenvolvimento de sementes), Granja Planalto (melhoramento genético avícola),Bayer Seeds, Souza Cruz e Cargill, além do já mencionado APL de Biotecnologia do
Triângulo e Alto Paranaíba, que conta com a participação de 05 empresas de pequeno
porte da Microrregião de Uberlândia.
As grandes empresas mencionadas, no entanto, têm os seus próprios meios de
desenvolvimento de pesquisas tecnológicas, o que caracteriza a situação atual de baixacooperação daquelas com as instituições de ensino e empresas locais (CDT, 2004).
Já em relação ao segmento de softwares, destaca-se, conforme também
mencionado anteriormente, o Arranjo Produtivo Local de Tecnologia da Informação, o
qual conta com 15 empresas de pequeno e médio porte do município de Uberlândia.
5.5.3 Universidade Federal de Uberlândia: Potencial para Inovação
Tecnológica e Interação
Em 2006 foi realizado um Estudo (MARTINS 2006) por alguns técnicos e
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Neste sentido, os resultados apresentados a seguir mostram aquelas áreas da
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Universidade que devem, necessariamente, ser levadas em conta no mapeamento das
vocações do habitat de inovação local, uma vez que tais áreas podem ser consideradascomo sendo as de maior prontidão para desenvolver processos de inovação tecnológica
em interação com o setor produtivo.
Dentre as principais linhas de pesquisa aplicada, com potencial de inovação e de
proteção da propriedade intelectual, foram mapeadas quatro grandes áreas, quais sejam:
Engenharias; Química; Biologia, Genética e Biotecnologia; e Ciências Agrárias.
1) Engenharia Mecânica: foram identificadas pesquisas em Usinagem,
Soldagem, Estampagem e Conformação Mecânica, e Controle de Sistemas
Mecânicos. Os projetos de P&D desenvolvidos incluem a geração de
patentes em parceria com diversas empresas de grande porte, tais como aPetrobrás, FIAT, White Martins, Acesita, Embraco, Multibrás e Metais
Villares.
2) Engenharia Elétrica: foram identificadas pesquisas em Engenharia
Biomédica e Automática, Núcleo de Eletrônica de Potência, Acionamentos
Elétricos, Máquinas Elétricas e Aterramento, Máquinas Elétricas Especiais, eTelecomunicações. Os projetos de P&D desenvolvidos incluem a geração de
produtos passíveis de patenteamento, em parceria com empresas como a
CEMIG, Sadia, Telemig, Eberly e WEG.
3) Engenharia Química: foram identificadas pesquisas em Modelagem,
Controle e Otimização de Processos, Processos Agroindustriais de Separaçãoe Catálise, Processos Industriais do Açúcar e do Álcool. Os projetos de P&D
desenvolvidos incluem produtos e processos com potencial de
patenteamento em parceria com empresas de grande porte inclusive locais
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Braspelco, Cargill, laboratórios farmacêuticos e fabricantes de defensivos
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agrícolas.
5) Biologia, Genética, Biotecnologia e Biomédicas: foram identificadaspesquisas em Genética Molecular Humana e Animal, Cardiogrupo, Biologia
Celular e Imunologia, Alergia e Imunologia Clínica, Biomecânica Aplicada
à Odontologia Restauradora, Bioquímica e Biologia Molecular. Os projetos
de P&D desenvolvidos incluem a geração de patentes, em parceria com
empresas como Biogenetics, Valée, Cia. Vale do Rio Doce, Novartis,empresas de biotecnologia, agroindústrias e indústria farmoquímica.
6) Ciências Agrárias: foram identificadas pesquisas em Fertilidade do Solo e
Nutrição de Plantas, Controle Biológico em Cultivos Protegidos, Uso de
Silício na Agricultura, Programa de Melhoramento de Soja, e,
Melhoramento Genético da Soja. Os projetos de P&D desenvolvidosincluem o registro de novas cultivares, em parceria com empresas como
Cargill, empresas produtoras de soja e Start Química.
5.5.4 A Inovação na Indústria de Uberlândia
O estudo mais próximo do mapeamento das características e práticas deinovação das empresas do município de Uberlândia é a pesquisa “Perfil da Indústria no
Município de Uberlândia – Minas Gerais” (UFU, 2004), realizada junto a 686 empresas
industriais, e que teve, dentre seus objetivos “apreender as principais características das
empresas industriais uberlandenses”.
Assim, no capítulo “Capacitação de pessoal e tecnologia utilizada”, o qual visa à“investigação de aspectos do funcionamento das empresas que denotam modernização
das instalações e adequação de produtos e processos de produção a padrões de
qualidade mais exigentes” são apresentados alguns indicadores relevantes para o
MODELO DE HABITAT DE INOVAÇÃO PARA UBERLÂNDIA-MG
internas, os laboratórios de pesquisa próprios representaram 12,8%, sendo que a fonte
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“funcionários da empresa” representou 68% do total das fontes internas.
Já em relação às modificações de processos de produção, 38,48% das empresasinformaram ter promovido alguma modificação. As principais mudanças foram
relacionadas à aquisição de novas ou melhores máquinas (40,15%) e à qualidade do
processo (13,26%) – que “diz respeito a alterações que as empresas indicaram ter
realizado, mas que, em geral, são específicas aos setores de atuação ou são genéricas”.
As principais fontes externas de informação para a modificação de processoforam: os fornecedores (31,46%) e os clientes (17,98%). As universidades e centros de
pesquisas representaram 8,62% das fontes de informações. Em relação às fontes
internas, os laboratórios de pesquisa próprios representaram 6,87%, sendo que a fonte
“funcionários da empresa” representou 66,41% do total das fontes internas.
Por fim, a pesquisa conclui que “há ainda um número significativo de empresasque não empreendeu esforços para modificar produtos e processos”. Ainda, supõe que
“esta situação decorra da presença significativa de micro e pequenas empresas de
setores tradicionais na estrutura industrial do município, dado que elas, em geral, não
suportam os investimentos necessários à realização das mudanças, mesmo quando
percebem o seu significado para a sobrevivência e crescimento das empresas”.
5.5.5 Conclusões
Em termos da vocação de um habitat de inovação em Uberlândia, pode-se
concluir que – de acordo com as características econômicas, empresariais e de pesquisa
apresentadas – terão mais êxito as políticas que priorizem, num primeiro momento, ossetores de base tecnológica que estão intimamente associados ao desenvolvimento das
principais atividades dos segmentos econômicos e ao potencial de pesquisa aplicada
identificado no âmbito da Universidade Federal
MODELO DE HABITAT DE INOVAÇÃO PARA UBERLÂNDIA-MG
Tal ambiente pode ser especialmente induzido através da criação de incentivos e
d i é i l ifi ó i di à d d d di i i
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de critérios classificatórios para o atendimento às demandas das empresas tradicionais
locais, uma vez que os processos, produtos e serviços inovadores gerados por taissetores de base tecnológica perpassam toda a cadeia produtiva daqueles segmentos e
atividades mais expressivos da economia da Microrregião de Uberlândia.
Com relação à produção de pesquisa, observa-se que, embora a Universidade
Federal apresente expressiva concentração de pesquisa aplicada na área das Engenharias
– em especial Mecânica e Elétrica –, muito do potencial inovador passível de absorçãopelo setor produtivo dificilmente poderia ser transferido para as empresas locais, uma
vez que as pesquisas aplicadas são, em sua maioria, voltadas a grandes empresas (já
citadas). Por outro lado, essas áreas representam uma oportunidade para a atração de
investimentos para a cidade e para a própria Universidade, seja através da implantação
de laboratórios em conjunto com grandes empresas ou empresas âncoras, seja por meiode projetos cooperativos aptos a captar recursos dos fundos governamentais.
Já na área de Computação e Engenharia de Software há possibilidades para uma
maior interação com o perfil das empresas situadas no município ou na microrregião. O
mesmo acontece com algumas áreas da Engenharia Química e das Ciências Agrárias,
que apresentam potencial para pesquisas relacionadas aos setores agroindustriais e comaquelas da grande área de Biologia e Bioquímica, com forte e diversificado potencial de
aplicação em Biotecnologia humana, vegetal e animal.
Assim, os setores de base tecnológica a serem enfocados pelo habitat de
inovação de Uberlândia são os de:
Automação;
Biotecnologia;
Nanotecnologia;
Tecnologias Ambientais ou Ecotecnologias;
MODELO DE HABITAT DE INOVAÇÃO PARA UBERLÂNDIA-MG
Fumo, por já estar consolidada) e os segmentos de serviços, com destaque para
C é i At di t L í ti T l i õ
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Comércio Atacadista, Logística e Telecomunicações.
Por fim, considera-se importante ressaltar que as vocações aqui apontadasencontram convergência com aqueles setores sugeridos nos estudos anteriores
conduzidos pelo CDT/UnB em 2003 e 2004. São eles: Biotecnologia, Automação,
Informática, Bioquímica, Mecânica, Agronegócio e Serviços Tecnológicos. Dessa
forma, ficam reforçadas as vocações de Biotecnologia, TIC, Automação e
Agronegócios, que estão presentes nos dois estudos.
5.6 Fontes de financiamento
O objetivo deste capítulo centrou-se no mapeamento de fontes de financiamento
específicas para a estruturação de parques tecnológicos, pólos e tecnópolis.Assim, em âmbito federal foi identificado o Fundo Verde-Amarelo,
operacionalizado pela FINEP, que se constitui num Programa de Estímulo à Interação
Universidade-Empresa para Apoio à Inovação. Tem como objetivo intensificar a
cooperação tecnológica entre universidades, centros de pesquisa e o setor produtivo em
geral, visando contribuir para a elevação dos investimentos em atividades de C&T noBrasil, além de apoiar ações e programas que reforcem e consolidem uma cultura
empreendedora e de investimento de risco no País.
Neste sentido, o Fundo Verde-Amarelo apóia, através de editais próprios,
propostas para elaboração de Planos de Investimento para Parques Tecnológicos ou
implantação dos mesmos. O último edital voltado para tal foi lançado em 2002,prevendo o investimento de R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais), originários do
Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FNDCT. Quanto ao
l t d dit i ã há i õ t l
MODELO DE HABITAT DE INOVAÇÃO PARA UBERLÂNDIA-MG
Também em âmbito estadual, através de parceria do Governo Estadual com a
FAPEMIG já foram apoiados estudos de viabilidade da implantação de parques
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FAPEMIG já foram apoiados estudos de viabilidade da implantação de parques
tecnológicos, através de edital específico, a partir do qual foram realizados os estudospara o PACTU, inclusive.
5.7 Ambiente da inovação: forças impulsionadoras e restritivas
Após a apresentação e discussão, no presente capítulo, de todos oslevantamentos realizados no âmbito deste Estudo, o presente tópico busca, finalmente,
mapear todos os fatores institucionais, empresariais, político-regulatórios e financeiros
que atuam, ou como forças que podem impulsionar ou como forças que restringem o
desenvolvimento de um habitat de inovação em Uberlândia. Tais forçam serão
enfaticamente levadas em conta na conclusão geral deste Estudo e, naturalmente, naproposição do modelo de habitat de inovação para Uberlândia e das principais ações
sugeridas.
Forças Impulsionadoras
Interesse das entidades representativas do segmento empresarial em queUberlândia abrigue um habitat de inovação;
Existência do IDCTec – Instituto de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico de Uberlândia, criado em torno do projeto PACTU e com o
envolvimento de diversas entidades parceiras: Prefeitura Municipal, FIEMG,
SEBRAE e ACIUB, UFU, UNIMINAS e UNIUBE; Existência de incubadora de base tecnológica – CIAEM, gerida
conjuntamente pela Universidade Federal e pela Prefeitura Municipal;
E i tê i d i b d d b t ló i f TI
MODELO DE HABITAT DE INOVAÇÃO PARA UBERLÂNDIA-MG
Estudos já realizados para a implantação do PACTU, os quais contribuem
para o amadurecimento do processo de viabilização do habitat de inovação
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para o amadurecimento do processo de viabilização do habitat de inovação
local; Significativo potencial instalado de conhecimento e pesquisa e de empresas
e instituições com potencial para desenvolver processos de inovação;
Aspectos econômicos microrregionais, que conferem a Uberlândia o
exercício de uma influência macro-regional, com a presença de diversos
segmentos consolidados e em expansão nos setores agroindustriais, deserviços e industriais;
Fortalecimento do sistema de inovação no estado de Minas, através de
programas específicos, com aumento no volume de recursos aplicados pela
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado – FAPEMIG; e, com apoio à
estruturação de habitats de inovação através do aporte de recursos parainvestimentos;
Existência de marco regulatório em nível nacional – Lei de Inovação e de
políticas de incentivo – Lei do Bem;
Investimentos crescentes pelo Governo Federal em C&T.
Forças Restritivas
Enfraquecimento recente da articulação entre os atores do sistema local de
inovação, com conseqüente descontinuidade nas ações do processo de
desenvolvimento do sistema local de inovação;
Ausência de uma visão convergente dos atores locais em relação ao melhor
processo de desenvolvimento do sistema local de inovação e ao seu modelo;
Ações isoladas de promoção do sistema local de inovação por parte dos
atores locais;
MODELO DE HABITAT DE INOVAÇÃO PARA UBERLÂNDIA-MG
Fragilidades recentes no processo de desenvolvimento da incubadora de base
tecnológica INETEC;
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tecnológica INETEC;
Enfraquecimento da atuação do IDCTec; Enfraquecimento do apoio do Governo do Estado à instalação de um parque
tecnológico em Uberlândia;
A ausência de previsão de retomada dos investimentos públicos em
estruturação de parques tecnológicos realizados através do Fundo Verde-
Amarelo/FINEP; Ausência de um plano nacional de desenvolvimento da competitividade
nacional nos seus aspectos industriais e econômicos.
6. Conclusões
O presente Estudo teve, até aqui, o objetivo de revelar um “retrato” do momento
atual do ambiente de inovação em Uberlândia, com o que ele tem de potencialidades e
limitações. O presente capítulo visa apresentar propostas que busquem a consolidação
dos aspectos positivos já existentes, e a superação e o avanço dos aspectos limitantes.Para isso, a proposta será estruturada em dois ciclos de tempo, com o objetivo de
melhor organizar as ações propostas e permitir uma visão estratégica e um processo
consistente e sustentado de construção do habitat de inovação. O modelo mais indicado
de habitat será, assim, projetado com base na realidade que se apresenta hoje, mas
também no que ela tem de potencial a ser explorado nos próximos anos.Os dois ciclos propostos são:
Primeiro ciclo, com duração de três anos, iniciado com a apresentação deste
E d ê i li ã d l j é i
MODELO DE HABITAT DE INOVAÇÃO PARA UBERLÂNDIA-MG
condomínio tecnológico, para atender à demanda já existente de empresas
locais;
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locais;
Segundo ciclo, precedido da realização de um segundo estudo, destinado adetalhar alguns aspectos do presente Estudo, entre eles as vocações
prioritárias a serem trabalhadas, seguido de outra rodada de planejamento
estratégico entre os agentes participantes do Fórum. O principal objetivo a
ser alcançado neste segundo ciclo será a criação de um Pólo Tecnológico
formal em Uberlândia.Maiores detalhes dessa proposta serão apresentados mais adiante. Antes, serão
alinhados os fatores que levaram a ela como o melhor caminho para que Uberlândia se
consolide como um habitat de inovação nos próximos anos.
Serão retomados, para efeito didático, os principais vetores estratégicos
necessários à construção de um habitat municipal de inovação – visto no capítulo sobremodelos no Brasil –, os quais serão cruzados com as forças impulsionadoras e
restritivas presentes em Uberlândia:
1) Visão convergente e articulação entre os atores locais
Em todos os casos estudados, essa condição foi alcançada, como pôde serobservado. Em Uberlândia, como ficou evidenciado no capítulo sobre o ambiente
institucional, isso ainda não aconteceu. O quadro sobre qual o melhor modelo de habitat
mostra tal situação, principalmente ao se levar em conta que se trata de um discurso
presente em quase todas as falas dos representantes das instituições. A convergência não
existe até porque o diálogo entre os agentes é, ainda, quase inexistente.
Embora já exista uma entidade cujo propósito (inclusive estatutário) seja fazer
essa articulação – no caso, o IDCTec –, esse objetivo não foi alcançado de fato, por falta
de sustentação institucional e financeira Eis porque na proposta que será aqui
MODELO DE HABITAT DE INOVAÇÃO PARA UBERLÂNDIA-MG
2) Investimentos públicos realizados principalmente pela Prefeitura,
Governo do Estado, Governo Federal e universidades
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,
O quadro apresentado em anexo com os modelos estudados mostra que asprincipais fontes de financiamento dos habitats – principalmente os parques
tecnológicos, que demandam maior volume de recursos – são originárias do setor
público. As prefeituras têm participado com área física e investimentos financeiros
diretos em infra-estrutura urbana adequada. As universidades participam em alguns
casos também com cessão da área e investimentos na implantação de laboratórios, alémda captação de recursos junto aos governos. Os governos estaduais estão presentes com
recursos financeiros diretos em praticamente todos os casos estudados. Já o Governo
Federal tem financiado os estudos preliminares para parques ou mesmo com recursos
para infra-estrutura, principalmente através da FINEP. Em um caso, o de Canoas/RS,
encontrou-se a presença de parceria com a iniciativa privada, mas se trata de um modelocondominial, e não de parque tecnológico.
No caso de Uberlândia, as entrevistas com os representantes do setor público e
das instituições evidenciaram que não há recursos previstos para a área nos próximos
anos e, mais, os investimentos já realizados até aqui foram principalmente voltados para
programas internos a cada instituição – casos do CIAEM e da INCUBAMINAS, ou, na
FIEMG, para infra-estrutura no SENAI. A única exceção é o SEBRAE, que tem
investido nos dois APL’s locais. Além disso, tanto a FINEP quanto a FAPEMIG
deixaram de lançar editais nos últimos anos que sejam especificamente voltados para
habitats de inovação. Já a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, que é o órgão do
Estado naturalmente parceiro nesses investimentos, não se posicionou quanto a isso, ao
não responder ao questionário, o que pode demonstrar, em princípio, um interesse muito
frágil nas iniciativas do município de Uberlândia.
A ausência de fontes de financiamento e de previsão de investimentos públicos é
MODELO DE HABITAT DE INOVAÇÃO PARA UBERLÂNDIA-MG
demonstrou que existe demanda, ou pelo menos interesse, de 15 empresas com
características tecnológicas. Como apontado no capítulo sobre ambiente empresarial,
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esses empreendedores necessitam de área física adequada, e acreditam que um habitatde inovação traria uma série de vantagens competitivas. Mostram-se dispostos a investir
em instalações físicas no habitat, seja através de locação, seja edificando; recorrendo a
financiamentos ou com recursos próprios.
São aspectos altamente positivos encontrados neste estudo, o quais, inclusive,
confirmam o que já havia sido revelado no relatório do CDT/UnB, em 2003. Aexistência dessa demanda, focada principalmente na área de Tecnologia da Informação
e Comunicação, será preponderante na indicação do presente Estudo para a
implementação rápida de pelo menos um condomínio tecnológico que possa atender a
essa demanda já colocada.
4) Produção de pesquisa com potencial inovador e transferência para o
setor produtivo privado (universidades)
A presença de pelo menos uma universidade com capacidade de produção de
pesquisa com potencial de aplicação pelo setor produtivo privado é outra constante em
todos os modelos selecionados. Junto com isso, observa-se a disposição desses centros
de pesquisa no sentido de abrir-se para uma interação mais sistemática com as empresas
e de transferir tecnologias inovadoras que possam agregar valor ao parque industrial
local. Além disso, essas universidades têm ainda como característica iniciativas de
incentivo ao empreendedorismo, seja através de programas de incubação de empresas,
seja por meio de cursos específicos nessa área. Os levantamentos já realizados pela
própria UFU, ou pelo menos uma pesquisa feita a partir das bases de dados do CNPq,
demonstram que esta instituição apresenta um potencial de pesquisa suficiente para
contribuir na sustentação necessária a um habitat de inovação As instituições privadas
MODELO DE HABITAT DE INOVAÇÃO PARA UBERLÂNDIA-MG
5) Incubadoras, APL’s e mecanismos de transferência de tecnologia
Esse é outro ponto favorável, uma vez que tanto a UFU como a UNIMINAS
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estão apostando em incubadoras. Mas é de se ressaltar o fato de que esses equipamentosestão situados dentro do campus, o que dificultaria a sua inserção em uma outra área
física, mesmo que fosse em um parque tecnológico.
Os APL’s, por sua vez, devem ser vistos com certa cautela. O de Biotecnologia,
por exemplo, conta hoje com apenas cinco empresas de Uberlândia, sendo três delas
incubadas, das quais nenhuma em estágio de produção. Já o de Tecnologia daInformação, com 15 empresas, apresenta maior consistência em termos de massa crítica
e mesmo do perfil das empresas participantes. Mesmo assim, são duas áreas que
chamam a atenção no momento em que os agentes locais forem analisar mais
detalhadamente as vocações prioritárias para um eventual habitat de inovação.
Quanto aos mecanismos de transferência de tecnologia, observou-se nos últimosdois anos um grande avanço por parte da UFU, com a criação da Agência Intelecto,
mecanismo de incentivo à proteção da propriedade intelectual gerada na instituição e de
promoção à transferência de tecnologias inovadoras para o setor produtivo privado. Na
proposta elaborada no presente Estudo, sugere-se não apenas o fortalecimento da
Agência no âmbito da UFU, como também, em especial, sua articulação com os demais
agentes, principalmente com o IDCTec, a ACIUB e a FIEMG, no sentido de facilitar e
dinamizar o processo de cooperação entre a universidade e as empresas locais. A
Agência pode ainda desempenhar um papel estratégico na tarefa essencial de disseminar
a cultura da inovação no ambiente do município.
6) Área física delimitada
A questão da área física delimitada está colocada apenas nos casos dos modelos
de parque tecnológico ou parque científico e tecnológico conforme visto no capítulo
MODELO DE HABITAT DE INOVAÇÃO PARA UBERLÂNDIA-MG
Prefeitura nem a universidade – que tradicionalmente são as instituições doadoras da
área – se dispuseram a essa iniciativa como prioridade. Este é outro fator que contribuiu
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muito para que a proposta aqui apresentada seja de um modelo diferente em relação aode parque tecnológico – portanto, sem área física delimitada.
7) Órgão coordenador ou gestor
Em seis dos dez casos analisados, observa-se a existência de um órgão
coordenador ou gestor do habitat, que também articula e integra as ações dos agenteslocais, e está formalmente constituído como entidade de direito privado sem fins
lucrativos, ou como um Conselho gestor (apenas o caso de Petrópolis). Essas entidades
têm ainda como característica integrar os vários parceiros e as próprias empresas
usuárias como associados, com poder de decisão. Esse perfil tem a grande vantagem de
manter uma certa estabilidade nas iniciativas dessa área, preservando-a das freqüentesmudanças de comando em instituições como Prefeituras e universidades. Em dois
outros casos, a própria universidade (Lavras) ou a Prefeitura (Pato Branco) se
incumbem do papel de gestor. Em apenas um dos modelos, o de São Leopoldo,
registrou-se a existência de uma empresa privada, a Polotec.
Em Uberlândia, já existe um órgão com o perfil semelhante aos já citados, e que
foi criado há já três anos para exercer esse papel. O IDCTec também congrega os
principais parceiros em seu conselho administrativo, e vem, de qualquer maneira,
empreendendo esforços no sentido de desenvolver o sistema local de inovação. Com
isso, justifica-se que, entre as ações incluídas na proposta aqui apresentada, que o
IDCTec seja de fato reconhecido pelos agentes locais como o órgão que possui o
potencial para articular e dinamizar as principais ações nessa área, até por seu caráter
suprapartidário e sem fins lucrativos.
MODELO DE HABITAT DE INOVAÇÃO PARA UBERLÂNDIA-MG
Uberlândia. Intimamente ligado a essa carência está o primeiro vetor aqui mencionado –
o da convergência de visão e articulação entre os agentes locais. Um programa formal
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como esse só tem condições de ser implantado se as instituições amadureceram,dialogaram, se articularam e juntaram forças. Por seu lado, a existência do programa,
incluindo ações sistemáticas e articuladas, com metas e objetivos bem claros, pode
contribuir decisivamente para esse amadurecimento e para a criação de um ambiente
favorável a um habitat de inovação.
Justifica-se ainda a implementação quase imediata de um programa desse tipotendo em vista alguns dos vetores estratégicos vistos acima, que demonstram a
maturidade e mesmo a urgência de uma iniciativa como essa. Quais sejam: a demanda
das empresas de base tecnológica; o potencial instalado de pesquisa aplicada inovadora;
a existência de duas incubadoras e dois APL’s; a disposição das instituições em
priorizar a inovação; a criação de um órgão coordenador há já três anos; a existência de
um escritório de propriedade intelectual e transferência de tecnologia no interior da
UFU. Daí porque se origine desse vetor a principal proposta emanada do presente
Estudo, como se verá adiante.
6.1 Proposta de um modelo de habitat de inovação para Uberlândia
A proposta aqui apresentada parte de uma visão realista e gradualista,
considerando que os sistemas de inovação envolvem processos complexos, e que é
preciso apresentar consistência nos principais vetores estratégicos para alcançar
resultados. Existem no Brasil alguns casos de empreendimentos em que se tentou
“queimar etapas”, com altos investimentos em infra-estrutura física, sem que antes
estivessem maduras as condições essenciais para a existência de um habitat de
inovação O resultado foi no mínimo a desmoralização das idéias associadas a parques
MODELO DE HABITAT DE INOVAÇÃO PARA UBERLÂNDIA-MG
Aqui, um parêntese para enfatizar a necessidade de clareza sobre essa definição,
uma vez que ela será essencial para o entendimento da proposta. Considerando um
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ponto de vista mais econômico, diz-se que os pólos são necessariamente setoriais, ouseja, relacionados a apenas uma vocação local. Por outro lado, há especialistas, como é
o caso de AUDY (2004), responsável pela criação de um modelo próprio de habitat de
inovação pela PUC do Rio Grande do Sul, em que o pólo tecnológico é visto de forma
mais flexível, como um ambiente em que são abrigados projetos conveniados com
empresas e organizações de pesquisa aplicada. No caso da PUC/RS, o Pólo inclui umparque dentro da universidade, a criação de uma agência de propriedade intelectual e
transferência de tecnologia, e mais um conjunto de ações. Na presente proposta,
portanto, tomar-se-á como base esse conceito mais flexível, que será melhor delineado
abaixo.
PRIMEIRO CICLO
Para alcançar esse objetivo final, o que se propõe aqui é a sistematização de
algumas ações em dois grandes planejamentos estratégicos, que envolvam todos os
agentes locais importantes, como os aqui mencionados. O primeiro plano seria
construído imediatamente, a partir dos elementos fornecidos por este estudo, e comações previstas para os próximos três anos. Considerando a ausência de fontes de
recursos expressivos neste horizonte de tempo, o principal objetivo deste planejamento
será a implementação de duas grandes iniciativas, para as quais o sistema local
apresenta uma demanda imediata:
1) A implementação de um Programa Municipal Pró-Inovação (que pode ser
“batizado” com um nome e marca com maior apelo publicitário), a ser
formalizado no máximo em um ano, seja com a assinatura de convênios
t i tit i õ j t i d ã
MODELO DE HABITAT DE INOVAÇÃO PARA UBERLÂNDIA-MG
O Programa Municipal Pró-Inovação deverá ser construído em torno dos
seguintes eixos:
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1) Gestão compartilhada, com papéis e atribuições bem definidas para cadaagente. Essa gestão deve ser feita preferencialmente com o suporte jurídico
do IDCTec, que para isso deve receber apoio institucional e financeiro que
permita a sustentação de uma equipe qualificada e apta a executar as ações
previstas.
2) Criação pela Prefeitura de um Fundo Municipal Pró-Inovação, seja pormeio de destinação de um percentual de ISS (como existe em São Leopoldo),
seja por outros meios considerados mais adequados por este órgão. O Fundo
pode ser substituído ou complementado com incentivos fiscais que se
reflitam nas legislações já existentes (Lei do Bem, Lei da Informática e Lei
da Inovação), assim como a Lei Rouanet serviu de base para as leis
municipais de apoio à cultura.
3) Criação de um núcleo de apoio a projetos, que pode ser operacionalizado
pelo próprio IDCTec ou pela Agência Intelecto (ou por ambos), com pessoal
qualificado para elaborar projetos, prestar assessoria às empresas e captar
recursos das fontes de fomento disponíveis no Estado e no Governo Federal.
Este núcleo pode inclusive elaborar o projeto do Pólo e começar a captar
recursos para este empreendimento.
4) Criação de um programa conjunto entre a Agência Intelecto, ACIUB,
FIEMG e SEBRAE para realizar ações sistemáticas e permanentes no
sentido de intensificar a interação entre a universidade e as empresas
locais. Esse programa pode incluir eventos regulares que reúnam empresas e
pesquisadores para prospectar possíveis projetos cooperativos de inovação.
A captação dos recursos para esses projetos pode ficar a cargo do núcleo já
MODELO DE HABITAT DE INOVAÇÃO PARA UBERLÂNDIA-MG
SEGUNDO CICLO
O sucesso desse Programa Municipal será decisivo para que a etapa seguinte
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seja viabilizada. O propósito é que o segundo ciclo seja iniciado no segundo semestrede 2010, com a realização prévia de um segundo estudo, que detalhará os principais
resultados obtidos com o Programa e com a eventual construção do “Condomínio
Tecnológico de TI”. Esse segundo estudo deverá também oferecer elementos que
possibilitem ao município prospectar a atração de novos investimentos, seja de grandes
laboratórios de pesquisa, seja de unidades de manufatura/produção de empresas âncoras.O segundo estudo também poderá prospectar outras vocações para outros
condomínios tecnológicos. Entretanto, o presente relatório já conta com elementos
suficientes para apontar como o segundo setor a ser priorizado o de Biotecnologia,
voltada para a saúde humana e/ou para a cadeia agroindustrial, aproveitando o
expressivo potencial do município nessas duas áreas, e a concentração de pesquisasrealizadas na UFU.
A mesma dinâmica realizada no momento presente – a apresentação dos
resultados do Estudo, seguida de um planejamento estratégico – poderá, portanto, se
repetir em três anos, desta vez com a perspectiva de planejar e buscar meios de
viabilizar a criação do Pólo Tecnológico de Uberlândia, entendido como o seguinte
modelo:
um conjunto dinâmico de iniciativas e projetos voltados ao incentivo à
inovação, formalizado em um programa municipal abrangente;
concentração e proximidade física das empresas de base tecnológica de
alguns setores relacionados às principais vocações e potencialidades do
município, primeiramente em condomínios tecnológicos bem estruturados,
com compartilhamento de facilidades e custos;
i tê i d i b d i h t d d d
MODELO DE HABITAT DE INOVAÇÃO PARA UBERLÂNDIA-MG
Esse modelo de habitat possui todas as condições para alcançar as principais
vantagens de um parque tecnológico segundo o conceito mais tradicional. Mas ele evita
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uma das principais dificuldades para a construção do parque, que é a escassez derecursos para os altos investimentos necessários e a ausência de uma área física
disponível. Pode-se afirmar que o Pólo, tal qual apontado no estudo do CDT/UnB,
poderá trazer vantagens para o município, como: geração de emprego qualificado e
renda; impulso para o agronegócio da região; revitalização da economia local; parcerias
consolidadas entre os agentes locais; parcerias privadas (nacionais e internacionais);
promoção da área de Turismo e Lazer; e, geração de mais impostos, pela via de
produtos de maior valor agregado. E, para os empreendedores locais: acesso
privilegiado a tecnologia; aumento das chances de sucesso; compartilhamento de
facilidades e custos; acesso a linhas de financiamento e fomento; assistência técnica e
gerencial; acesso a equipamentos e outros itens de capital fixo; viabilidade e presença
constante na mídia e no mercado; e, redução de custos operacionais e gerenciais.
Por fim, cabe ressaltar que as diretrizes aqui traçadas constituem-se num plano
de ação que visa a orientar os próximos passos. Naturalmente, o detalhamento das ações
somente será possível a partir da construção do Plano Estratégico, o qual, uma vez
elaborado em conjunto pelos agentes locais, atuará, também, como o meio de garantir
um maior compromisso de todos com a execução das ações previstas e com os
resultados esperados.
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Referências Bibliográficas
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Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste do Estado de Minas Gerais.
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– 2007.
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<http://www.uberlandia.mg.gov.br>.
SEBRAE Nacional. Disponível em <http://www.sebrae.com.br>.
SEBRAE-MG. Disponível em <http://www.sebraeminas.com.br>.
UNIMINAS. Disponível em <http://www.uniminas.br>.
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Anexos
1) Questionário aplicado na pesquisa com instituições.
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2) Questionário aplicado na pesquisa com empresas inseridas em APL’s.3) Questionário aplicado na pesquisa com empresas incubadas.
4) Quadro comparativo dos vetores estratégicos dos modelos de habitats no Brasil.
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Anexo 1: Questionário aplicado na pesquisa com instituições.
PESQUISA COM INSTITUIÇÕES
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Instituição entrevistada: _________________________________________________
Pessoa entrevistada: ____________________________________________________
Cargo na instituição: ____________________________________________________
Roteiro das entrevistas:
1) Qual o nível de prioridade a instituição atribui ao apoio à inovação, em especial aoshabitats de inovação, como APL's, parques tecnológicos e incubadoras?a) ( ) MUITO ALTAb) ( ) ALTA
c) ( ) MÉDIAd) ( ) BAIXA
Justificativa:____________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
2) Especifique o(s) formato(s) organizacional (is) que considera apropriado para umhabitat de inovação em Uberlândia:a) ( ) Parque Científico e Tecnológico: presença predominante de ICT's; área físicadelimitada; empreendimentos com atividades de P&D&I e micro e pequenas empresas
Conceitos Importantes:
HABITAT DE INOVAÇÃO: espaço habitado por empresas inovadoras bem como por instituições deensino, pesquisa, incubadoras, associações de classe, entidades de fomento, etc. O aspecto fundamentalneste habitat é a presença da atividade inovativa;
INOVAÇÃO: inovação tecnológica se define pela implementação de produtos ou processostecnologicamente novos ou substancialmente aprimorados (Manual de Oslo, 2004).
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Justificativa:____________________________________________________________
______________________________________________________________________
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______________________________________________________________________
3) Quais são as políticas (programas, projetos, incentivos, marco regulatório) que ainstituição desenvolve atualmente nessa área? (Especificar)______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
4) Quais são os investimentos (financeiros e não-financeiros) que a instituição já feznessa área nos últimos 3 anos e quais estão previstos para os próximos 3 anos?(Especificar em valores)
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
5) Quais são, na visão da instituição, os resultados mais importantes para o municípiocom a criação de um habitat de inovação no município?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
6) Quais condições ainda não estão presentes e ainda podem ser melhor desenvolvidas
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3) Cultura da inovação e do empreendedorismo (perfil dos empreendedores locais edos cursos oferecidos; grau de inserção da cultura da inovação nas universidades eempresas):
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5) Programas de apoio ao empreendedorismo/infra-estrutura para inovação (incubadoras de empresas, políticas governamentais, mecanismos de cooperação,empresas líderes em seus segmentos, instituições de ensino e pesquisa com potencial depesquisa aplicada inovadora, centros de excelência, agências de inovação públicas ou
privadas, redes de negócios, parques tecnológicos):
6) Suporte financeiro (programas de fomento governamentais, de capital de risco,atração de investimentos estrangeiros):
7) Mecanismos de disseminação da informação/mecanismos de transferência detecnologia (associações industriais, portais, banco de patentes, maior interaçãouniversidade-empresa, surgimento de clusters industriais, organizações de P&D,incubadoras de base tecnológica):
8) Suporte para comercialização de tecnologias (programas governamentais,incubadoras tecnológicas):
Anexo 2: Questionário aplicado na pesquisa com empresas inseridas em APL’s.
QUESTIONÁRIO: EMPRESAS/APL’s
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1. Perfil da empresa:Há quanto tempo a empresa foi criada:( ) Menos de 1 ano ( ) Menos de 5 anos ( ) Entre 5 e 10 anos ( ) Mais de 10anos
1.1 – Área de atuação:( ) Biotecnologia ( ) Nanotecnologia ( ) Tecnologia da Informação( ) Outra (especificar):
1.2 – Porte (por número de funcionários):( ) Micro-empresa ( ) Pequena ( ) Média ( ) Grande
1.3 – Capacitação técnica:Conta com mestres e doutores em seu corpo técnico? S ( ) N ( )
2. Demanda por um Habitat de Inovação:
2.1 – Está satisfeito com as atuais instalações da empresa? S ( ) N ( )
2.2 – A empresa dispõe dos recursos para investir em instalações adequadas? S ( ) N ()
2.2.1 – Em relação às instalações físicas, pretende: ( ) Locar ( ) Adquirir
2.2.2 – Como pretende levantar os recursos necessários à aquisição de instalaçõesfísicas próprias?RESPOSTA:
2.3 – Tem interesse em instalar-se num Habitat de Inovação? S ( ) N ( )
2.3.1 – Em relação às instalações físicas num Habitat de Inovação, optaria por:( ) Locar ( ) Adquirir
2.4 – Que valor agregado enxerga na sua eventual participação em um Habitat deInovação? Responder utilizando a seguinte pontuação para o nível de relevância de cada
( ) Visibilidade e valorização da marca / marketing( ) Outros (especificar):
2.5 – Aceitaria participar de um condomínio ou outro tipo de associação para um
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Habitat de Inovação, inclusive contribuindo com taxas de manutenção? S ( ) N ( )
2.6 – Que tipo de serviços e/ou benefícios espera receber ao participar de um Habitat deInovação?
( ) Espaço físico e localização adequadas( ) Gerência responsável pela manutenção
( ) Projeto arquitetônico diferenciado( ) Serviços de marketing e divulgação permanente( ) Informações sobre eventos( ) Informações sobre editais de órgãos de fomento para projetos de inovação
( ) Instalações físicas compartilhadas (salas de reuniões, auditório, laboratórios de
informática, internet, recepcionista)
( ) Unidades individualizadas( ) Incentivos fiscais( ) Assessoria técnica (especificar):( ) Políticas municipais de incentivo( ) Outros (especificar):
2.7 – Sairia de Uberlândia caso haja a perspectiva de instalação em um Habitat deInovação em outra cidade? S ( ) N ( )
3. Registre aqui suas observações e comentários diversos em relação a um Habitatde Inovação em Uberlândia:
Anexo 3: Questionário aplicado na pesquisa com empresas incubadas.
QUESTIONÁRIO: EMPRESAS INCUBADAS
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1. Perfil da empresa:1.1 – Há quanto tempo está na incubadora:( ) Menos de 1 ano ( ) Menos de 2 anos ( ) Mais de 2 anos
1.2 – Área de atuação:( ) Biotecnologia ( ) Nanotecnologia ( ) Tecnologia da Informação( ) Automação ( ) Outra (especificar):
1.3 – Estágio atual:( ) Já começou a produzir ( ) Captação de investidores( ) Montagem do processo de produção ( ) Tem patente depositada( ) Outro (especificar):
1.4 – Capacitação técnica:Conta com mestres e doutores em seu corpo técnico? S ( ) N ( )
2. Demanda por um Habitat de Inovação:
2.1 – Já planejou as instalações da empresa após a graduação? S ( ) N ( )
2.2 – A empresa dispõe dos recursos para investir em instalações adequadas após agraduação?S ( ) N ( )
2.2.1 – Em relação às instalações físicas, pretende: ( ) Locar ( ) Adquirir
2.2.2 – Como pretende levantar os recursos necessários à aquisição de instalaçõesfísicas próprias?RESPOSTA:
2.3 – Tem interesse em instalar-se num Habitat de Inovação? S ( ) N ( )2.3.1 – Em relação às instalações físicas num Habitat de Inovação, optaria por:( ) Locar ( ) Adquirir
( ) Geração de empregos qualificados( ) Acesso a melhores oportunidades de negócio( ) Visibilidade e valorização da marca / marketing( ) Outros (especificar):
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2.5 – Aceitaria participar de um condomínio ou outro tipo de associação para umHabitat de Inovação, inclusive contribuindo com taxas de manutenção? S ( ) N ( )
2.6 – Que tipo de serviços e/ou benefícios espera receber ao participar de um Habitat deInovação?
( ) Espaço físico e localização adequadas( ) Gerência responsável pela manutenção( ) Projeto arquitetônico diferenciado( ) Serviços de marketing e divulgação permanente( ) Informações sobre eventos( ) Informações sobre editais de órgãos de fomento para projetos de inovação
( ) Instalações físicas compartilhadas (salas de reuniões, auditório,
laboratórios de informática, internet, recepcionista)( ) Unidades individualizadas( ) Incentivos fiscais( ) Assessoria técnica (especificar):( ) Políticas municipais de incentivo( ) Outros (especificar):
2.7 – Sairia de Uberlândia caso haja a perspectiva de instalação em um Habitat deInovação em outra cidade? S ( ) N ( )
3. Registre aqui suas observações e comentários diversos em relação a um Habitatde Inovação em Uberlândia:
Anexo 4: Quadro comparativo dos vetores estratégicos dos modelos de habitats no Brasil.
Cidades →
Características ↓ São Leopoldo Pato Branco (PR) Canoas Cascavel Londrina
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DenominaçãoPólo de Informática de
São LeopoldoPato Branco Tecnópole
Centro deEmpreendedorismo eParque Tecnológico
Parque TecnológicoAgroindustrial do
Oeste
Londrina Tecnópolis eParque Tecnológico
População 209.611 67.558 329.174 395.000 496.000
Área Física?Sim, ao lado do
campusSim, junto ao Campus
2 prédios em locaisdistintos
Sim, próxima ao PortoAduaneiro
Sim
GestãoEmpresa POLOTEC –
Investimentos eNegócios
Estratégia da PrefeituraMunicipal (gestora)
para odesenvolvimento do
pólo tecnológico
Entidade de direitoprivado sem fins
lucrativos
FUNDETEC
Ent. direito privadosem fins lucrativos:ADETEC e empresa
pública: CODEL
Universidades UNISINOS UTFPR (antigo Cefet) Unilasalle UNIOESTE (estadual) UEL, UNOPAR
Incubadora/ condomínio Incubadora,condomínio e parque Sim, CETIS 2 condomínios 2 incubadoras 1 incubadora
Incentivos
Fundo Municipal paraDesenvolvimentoTecnológico em
Informática (FDTI)
Fiscais do Município
Aquisição de terrenos eequipamentos
Incentivos à criação,preservação e
ampliação de empresase pólos econômicos por
parte da Prefeitura
Doação da área eincentivos fiscais
Vocações Tecnologia daInformação
Tecnologia daInformação eComunicação
Alimentos,Ecotecnologias,Química Fina,Farmoquímica,Tecnologia daInformação eComunicação
Alimentos,Agropecuária,
Informática
Tecnologia daInformação,Alimentos,
Conhecimento, Saúde
Cidades →
Características ↓ São Leopoldo Pato Branco (PR) Canoas Cascavel Londrina
Ano de Criação 1999 2002 1996 2000
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Capacidade 21 empresas 35 empresas 20 empresasLotes de mil m2 numa
área de 100 mil m2
Capacitação
Escritório de Gestão eTecnologia (EGT), oNúcleo de Apoio àIndústria (NAI), a
Agência de Integração
e Desenvolvimento.
Olimpíada regional deempreendedorismo
Sim, para agroindústriaSim, cursospermanentes
Laboratórios CETIS e CEFET Inmetro
Financiamento
Prefeitura, Estado eUniversidade, ACIS,
Assespro, SoftsulExpansão: BNDES
Fundo do ParanáConselho Paranaense
de C&T
Governo do Estado eUniversidade
FINEP, Prefeitura,Inmetro, Estado
Doação da Área Prefeitura Prefeitura FUNDETEC Prefeitura
Cidades→
Características ↓ Campo Bom São Carlos (SP) Ribeirão Preto Lavras (MG) Petrópolis (RJ)
Denominação Parque Tecnológico do
Vale dos SinosParqTec Parque Tecnológico Partec Tecnópolis
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Vale dos Sinos
População 57.226 210.000 543.885 88.291 312.183
Área Física? Sim, a 5km do campus Sim, 164.000 m2 Sim Sim Não
Gestão
Entidade de direitoprivado sem fins
lucrativos:VALETEC
Entidade de direitoprivado sem fins
lucrativos
Entidade de direitoprivado sem fins
lucrativos
Pró-Reitoria dePesquisa da UFLA
Conselhos Gestor eEstratégico
Universidades Centro UniversitárioFEEVALE
USP e UFSCar USP UFLA UCP /Estácio de Sá
Incubadoras 4 incubadoras1 condomínio
Sim, ParqTec (2) eCedim (1)
SUPERA
3 incubadoras1 no Núcleo SerraSoft
1 Agente Softex1 UCP/Estácio de Sá
Incentivos
Fiscais do Município,convênio com Feevale,
cessão da área,marketing e rede de
relacionamentos
Redução do ISSPrograma Municipal de
apoio a ParquesTecnológicos
Municipais e Estaduais
Vocações
Agro-indústria,
Automação eInformática,Biotecnologia, Couro eCalçado, Design, Meio
Ambiente,Telecomunicações
Automação,Biomateriais,
Ecologia e Ciências
Ambientais, Informática,InstrumentaçãoEletrônica,
Mecânica de Precisão,Novos Materiais, Óptica,Química Fina, Serviços
Tecnológicos, Tecnologiada Informação
Saúde,Biotecnologia
Agropecuária e
Agroindústria,Engenharia de
Produtos e Processos,Softwares,Cultivares
Biotecnologia,Telecomunicação,
Desenvolvimento deSoftware
Cidades→
Características ↓ Campo Bom São Carlos (SP) Ribeirão Preto Lavras (MG) Petrópolis (RJ)
Ano de Criação 2002 1984
Protocolo de intenções
assinado em 2005 1999
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Ano de Criação 2002 1984 assinado em 2005 1999
Capacidade 50 empresas, 34 lotes 65
Capacitação Sim Business SchoolSim
UCP
Laboratórios Feevale Centro deModernizaçãoEmpresarial
Sim LNCC
Financiamento FINEP
Propostas definanciamento da
ABDI
Governos estadual e
municipal
Parceiros
Doação da ÁreaPrefeitura e
UniversidadePrefeitura Prefeitura