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ESTUDOS DA TRADIO ITACOATIARA NA
PARABA: SUBTRADIO ING?
Srie:
Arqueologia/Paleontologia. Vol. III.
Juvandi de Souza Santos
APOIO FINANCEIRO: PROPESQ/UEPB.
Campina Grande, Paraba,Fevereiro de 2015.
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Todos os direitos reservados aos autores. A reproduo noautorizada por escrito desta publicao, no todo ou em parte,
constitu violao de direitos autorais (Lei 9.610/98).
EDITORJuvandi de Souza Santos
REVISOProfa Lenise Melo Dantas
Pedagoga: Marinalda Sousa Santos
DIAGRAMAOAlisson Santos Costa
DIGITALIZAOJuvandi de Souza Santos
IMPRESSO E MONTAGEMCopias & Papis Grfica e Editora
IMAGEM DA CAPA E CRDITOItacoatiara do Ing Crdito: Juvandi de S. Santos
CONSELHO EDITORIAL (SPA)Antnio Clarindo B. de Souza UFCG
Carlos Alberto Azevedo IPHAEP/IHGPJuvandi de Souza Santos LABAP/UEPB
Zlia Maria Almeida UFPB/IHGPThomas Bruno Oliveira SPA
Mrcio Mendes UFCE
C331a SANTOS, Juvandi de Souza. Estudos da Tradio
Itacoatiara na Paraba: Subtradio Ing?
Campina Grande, Paraba. Cpias & Papis, 2014. 165 pgs.
Palavras-Chave: 1. Itacoatiara, Ing, Subtradio.I Ttulo.
21. ed. CDD-981ISBN: 978-85-912404-6-3
Foi feito o depsito legal na Biblioteca Nacional, conforme Decreton. 1.825, de dezembro de 1907.
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APOIO FINANCEIRO: PROPESQ/UEPB
Alunos bolsistas PIBIC/CNPq/UEPB que participaram do
projeto de pesquisa (primeira parte).
1. Dennis Mota Oliveira
2. Elnathan Monteiro
3. Felipe Caetano dos Santos
4. Marcelo Bezerra
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Paz a qualquer preo no paz.
Do filme: O CORPO
Direo: Jonas McCORD (2000).
Dedicatria
Para Dennis Mota Oliveira.
Filho do municpio do Ing, desbravador
contemporneo da regio e eterno guardio ezelador da Pedra do Ing.
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SUMRIO
APRESENTAO ........................................................................... 07
PREFCIO.......................................................................................... 09
1. INTRODUO ........................................................................... 13
1.1Histrico e localizao do municpio
do Ing ....................................................................................... 131.1.1 Apresentao do principal problema................. 13
1.1.2 Localizao a Itacoatiara do Ing e
da rea de estudo ............................................................. 21
1.2 Justificativa ............................................................................. 23
1.3 Aporte Terico ........................................................... 28
1.3.1 Breve introduo sobre o assunto ...................... 28
1.3.2 Tradies, estilos e subtradies rupestres:
conceitos bsicos .................................................. 43
1.3.3 Stios rupestres ..................................................... 49
1.3.4 Arqueologia na Paraba ...................................... 54
1.3.5 A Arqueologia no Brasil hoje .............................. 58
2. METODOLOGIA ........................................................................ 63
2.1 ETAPAS DO PROJETO: Identificao e
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descrio dos stios arqueolgicos da
Tradio Itacoatiara ........................................................... 63
2.2 Metodologia e discusso das aes
desenvolvidas ........................................................................ 64
2.2.1 Educao Patrimonial .................................................. 65
3. RESULTADOS ............................................................................ 69
3.1 Identificao dos stios na rea
localizados/trabalhados na rea de
pesquisa .................................................................................... 72
3.2 Caractersticas dos stios arqueolgicos
Identificados ........................................................................... 75
3.2.1As itacoatiaras trabalhadas ....................................... 78
4. DISCUSSO DOS RESULTADOS OBTIDOS
COM A PESQUISA ..................................................... 149
5. CONSIDERAES FINAIS .................................................... 157
6. DIFICULDADES ENCONTRADAS ..................................... 1607. OBSERVAES E RECOMENDAES ............................ 161
8. REFERNCIAS ........................................................................... 162
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APRESENTAO
O livro em questo apresenta como principais
objetivos o de realizar o levantamento, a identificao e a
catalogao dentro da rea polarizada pela Itacoatiara
(gravuras rupestre) do Ing, stios da Tradio Itacoatiara de
gravuras rupestres que apresentem as mesmas
caractersticas (ou no), de confeco dos petrglifos em
meia-cana, tendo como stio nuclear a Itacoatiara do Ing,
para compar-las as gravuras identificadas nesses stios as
do Ing e identificar uma provvel existncia de umasubtradio de arte rupestre de Itacoatiara para a regio do
estado da Paraba e adjacncias. Para tanto, realizamos
atividades de campo durante trs anos e j identificamos
mais de quarenta (40) itacoatiaras, sendo que, neste
trabalho, apenas apresentamos o estudo realizadosistematicamente em dezenove (19) stios, no que
conclumos, mesmo que de forma prematura e dado a
importncia da Itacoatiara do Ing como stio arqueolgico
de rara beleza e com caracterstica nica no Brasil, que
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existe, de fato, a partir deste importante stio, uma cultura
das itacoatiaras numa larga regio do que hoje o estado daParaba e circuvizinhanas, que denominamos de
Subtradio Ing. Finalmente, somos conscientes que
necessrio se faz a busca de mais stios com gravuras numa
rea maior do que a que trabalhamos nesta etapa primeira
do projeto que recebeu apoio financeiro do PROPESQ/UEPB,num raio de 45 Km a partir do stio nuclear), para que
possamos melhor consolidar nossa propositura. Paralelo as
atividades arqueolgicas foram desenvolvidas atividades de
Educao Patrimonial, objetivando salvaguardar para as
geraes presentes e futuras, o pouco que ainda resta dosstios arqueolgicos da regio, no que tambm sugerimos
que tais atividades sofram continuidade paralelamente as
atividades de pesquisas de novas ocorrncias de itacoatiaras
na Paraba.
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PREFCIO
A pedra do Ing um monumento de valorizao
internacional pela expressividade dos contornos, das
estruturas e do conjunto de painis com gravuras rupestres.
Na Arqueologia, valorizado como um dos maiores e mais
belos exemplos desse tipo de inscrio. Encontra-se
presente em livros didticos nacionais voltados para
educao bsica e ensino superior. Um local de visitas
tursticas e expedies acadmicas por pesquisadores dediversas reas: Arqueologia, Biologia, Artes, Histria,
Geografia etc..
Observa-se que historicamente h muita iluso e
fico nas especulaes sobre o significado dos smbolos
presentes no extenso painel. Em contraposio, a divulgaode interpretaes acadmicas sobre os significados das
gravuras tem sido aplicada aos visitantes, mudando o olhar
cristalizado do visitante. Portanto, explicaes equivocadas
so refletidas e, por vezes, deixadas de lado. No que o
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imaginrio popular esteja errado, mas que o indgena
construtor daquelas gravuras seja valorizado.Grande parte desse trabalho de mudana conceitual
fora aplicado durante dcadas por Juvandi de Souza Santos,
Dennis Mota e outros pesquisadores, que deixam o discurso
de lado e partem para campo em busca de identificar e
catalogar novos stios arqueolgicos e enriquecer ainda mais
o passado pr-histrico circunscrito no territrio paraibano.
Fazem o que lhes possvel com uma quantia
limitada de recursos, geralmente retiram do prprio bolso
para financiar essa Arqueologia herica aos moldes antigos
com a anlise rigorosa e sistemtica dos mtodos
arqueolgicos atuais. Esse livro e tantos outros do Prof.
Juvandi e seus colaboradores bolsistas do
PIBIC/CNPQ/UEPB so frutos dessa persistncia e luta
desses nobres pesquisadores em busca de reconhecimento e
valorizao, por exemplo, da Pedra do Ing, que geralmente
ignorada ou deixada em segundo plano pelo poder pblico.
Outra contribuio para o desenvolvimento dessa
regio est em um guia, morador do Ing, que se aperfeioou
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e atualmente um par acadmico, Dennis Mota, que junto s
interpretaes e atividades de extenso propostas pelospesquisadores acima citados, completa a ao de divulgar e
valorizar o monumento cotidianamente. Outro papel
indispensvel feito por ele a conservao da rea contra
vndalos e indivduos mal intencionados, geralmente em
busca de levar um pedao do patrimnio brasileiro paracasa.
Esse livro no paira somente na Pedra do Ing, ele
avana no sentido de registrar novos stios arqueolgicos
com gravuras rupestres. um livro indispensvel para quem
procura desbravar os stios arqueolgicos com gravuras na
Paraba. Um marco para no inventarem a roda, ou seja, no
gastarem dinheiro pblico registrando e catalogando
novamente os stios arqueolgicos de gravuras. Os captulos
finais deixam bem claro o que h de problemas para
conservao dos painis e sugestes para futuras pesquisas.
Sabe-se que o holofote sempre foi dado para Pedra do
Ing, mas ela e muitos outros painis so igualmente
relevantes para reconstruir o passado de indgenas pr-
histricos dotados de muita criatividade e comunicao.
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Que esse livro sirva como um manual obrigatrio
para pesquisadores e admiradores a fim de desbravar asinscries em rochas feitas por grupos humanos pretritos.
Allysson Allan de FariasBilogo - UEPBMestre em Arqueologia - CFCH/UFPEDoutorando em Gentica - IB/USPOrientador: Rui Srgio Sereni Murrieta.
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1. INTRODUO
1.1. Histrico e localizao do municpio do Ing
1.1.1. Apresentao do principal problema
Identificar dentro da rea de estudo polarizada pela
Itacoatiara do Ing, stios rupestres da Tradio Itacoatiaraque apresentem as mesmas caractersticas (ou no), de
confeco dos petrglifos em meia-cana, para compar-las
as do Ing e identificar a existncia de uma provvel
subtradio de arte rupestre de Itacoatiaras para a regio
que, prematuramente chamamos de SUBTRADIO ING.
O conjunto de inscrio parietal do Ing ocupa uma
rea aproximada de 250 m2, sobre uma massa gnissica
soerguida em meio ao curso do riacho Bacamarte, com
painis de inscries gravados na superfcie gnea, ora do
lajedo, ora em blocos soltos. O afloramento magmtico se
apresenta como obstculo para o riacho, no entanto, oferece
uma oportunidade de travessia em meio a uma abertura de
aproximadamente 7 metros de largura, por onde o riacho
segue emparedado. Este corredor que forma um pequeno
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canyon se estende por 15 metros, formado por paredes
erodidas mas em muitos casos polidas pela fora dasintempries que tem agido ali por milhares de anos e
inmeros caldeires que foram caprichosamente
trabalhados pelo efeito turbilhonar da correnteza e o
material dos enxurros. O que lhe d um curioso aspecto de
exguo boqueiro ruiniforme.
Ao final do corredor por onde o riacho Bacamarte
segue em tumultuosa corredeira (no perodo das
invernadas), forma-se uma depresso pouco profunda de
leito fluvial, em forma de enseada, abrandando o itinerrio
seguinte do riacho, que dali, segue sereno e meandreando,
por entre profunda ribanceira recortada no sedimento pelas
peridicas e impetuosas torrentes de inverno.
Durante o perodo invernoso a violncia do riacho
invade transbordante por parte do afloramento, buscando
maior capacidade de fluncia e, no vero, este tributrio do
rio Paraba relativamente seco, mas torna-se perene com
um pequeno filete de gua graas aos esgotos que so
despejados in natura em seu velho leito. Contudo, o
interior dos caldeires e o poo reservam guas estagnadas
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at prximo ao novo ciclo de chuvas (BRITO, 2008, pp. 14-
16).Para muitos, o stio arqueolgico Pedra do Ing
apenas o grande paredo gnissico em meio ao afloramento
rochoso do riacho Bacamarte, primoroso pela sua profuso,
capricho e complexidade grfica. Entretanto, toda a rea
pedregosa desta poro do riacho, bem como, a rea
proposta para estudo de prospeco, apresenta vestgios de
ao parietal, cujo levantamento primrio, no caso do Ing,
aponta 20 painis distintos:
O Painel Vertical do Ing encontra-se num opulento paredo
em eixo longitudinal, elevando-se proeminente em meio ao
outeiro. o mais famoso, vivaz e magnificente do conjunto
parietal, cuja maior parte dos registros encontram-se
profusos abaixo de uma linha filiforme horizontal de
incises capsulares (Fig. 1). Ocupa uma rea de 52 m2 em
parede a prumo direcionada para o Noroeste, e suas
inscries apresentam-se esmeras, com diversos sinais
ambguos, compondo um complexo e surpreendente
conjunto rupestre de sulcos largos, profundos e muito bem
polidos. Sua imponncia harmoniosa e expressiva
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tamanha, que se o historiador grego Herdoto o tivesse
visto, possivelmente, o incluiria entre as grandes Maravilhasdo Mundo Antigo.
Abaixo deste, sobre o piso ngreme e liso do lajedo,
encontra-se o Painel Inferior ocupando uma rea quadrada
de aproximadamente 2,5 m2. Sua composio faz lembrar
uma organizao estelar voltada para o firmamento (Fig.2).
Fig. 1 Painel vertical da Itacoatiara do Ing, Ing, Paraba, Brasil.
Crdito da imagem: J. A. Fonseca.
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Fig. 2 Composio de gravuras que representam astros, painel
horizontal da Itacoatiara do Ing, Ing, Paraba, Brasil.
Crdito da imagem: Coleo particular de Juvandi de Souza Santos.
Logo acima do painel vertical, est o painel superior,
decorando uma rea de 3,7 m2 no dorso convexo do
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monumento. Este, onde a pedra revestida de resduos
orgnicos, apresenta poucos smbolos dispersos, em grandespropores e capsulares filiformes (BRITO, 2008, pp. 16-18)
(Fig. 3).
Fig. 3 Painel superior existente no stio arqueolgico Itacoatiara do
Ing, Ing, Paraba, Brasil.
Crdito da imagem; Coleo particular de Juvandi de Souza Santos.
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Os registros grficos destes trs painis foram
executados em profundidade (meia cana) e se apresentammuito bem polidos no interior cncavo dos sulcos e, por
exibir maior requinte tcnico e estilstico, esto bem
circunscritos e geralmente objeto de segregao nos
diversos trabalhos sobre a Pedra do Ing. No entanto, nas
adjacncias deste conjunto principal, existem outrasinscries que so marginalizadas por no se apresentarem
to ntidas, conjuntas e bem elaboradas como as que
decoram e emolduram o monumento protagonista. Estes,
que so em nmero de dezessete (17), foram observadas por
Thomas Bruno Oliveira, que as denominou de inscriesmarginais (OLIVEIRA, 2006, pp, 6-7) (Fig. 4).
As inscries marginais se apresentam ora picotadas,
ora polidas e tambm apenas raspadas. Esto incisas em
pequenos painis no piso lajedo, no interior cncavo de
alguns caldeires na parede Norte do corredor, nas rochas
que formam a parede Sul do corredor, em pedras soltas no
leito do riacho e em afloramentos pouco abaixo do conjunto
rupestres que formam ilhas no riacho Bacamarte.
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Fig. 4 Figuras marginais aos painis principais existentes naItacoatiara do Ing (nos tanques), Ing, Paraba, Brasil.
Crdito da imagem: Coleo particular de Juvandi de Souza Santos
No se sabe por que estas inscries que circundam o
conjunto principal do Ing no se harmonizam na tcnica e
nem na composio plstica, embora devam receber omesmo interesse cientfico e serem avaliadas por exame
somtico. No entanto, essas observaes, tambm foram
feitas em outras Itacoatiaras da regio, como a do Amaragi,
no municpio de Lagoa Seca.
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Os estudos de pesquisadores como a arqueloga
Gabriela Martin, o historiador e arquelogo Juvandi de SouzaSantos, dentre outros, sugerem que a Pedra do Ing est
filiada a uma cultura grfica bem distinta e que, os
elementos para classificar esta cultura grfica, devem estar
distribudos numa rea ecolgica semelhante aquela
verificada na regio do riacho Bacamarte. Assim, nossopropsito, foi o de estudar uma rea circundante da Pedra
do Ing, num permetro de 180 km2, em busca de resgatar e
analisar tais indicativos culturais capazes de definir a
cultura das Itacoatiaras familiarizadas com a Pedra do Ing,
proporcionando ou no, nossa equipe, conjecturar aexistncia de uma subtradio de Itacoatiaras na Paraba
que aqui, de forma ainda embrionria, chamamos de
Subtradio Ing.
1.1.2. Localizao da Itacoatiara do Ing e da rea deestudo.
A partir das coordenadas geogrficas: Latitude Sul:
071726 e Longitude Oeste: 353631 onde se situa o
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conjunto rochoso da Pedra do Ing (FARIA, 1987, p. 24), o
campo de estudos abranger um crculo de 360, tendocomo epicentro o monumento da Pedra do Ing,
distanciando-se da mesma a 45 km. Totalizando 180 km2de
rea (Fig. 5). Englobando territrios dos municpios
paraibanos de: Ing, Mogeiro, Riacho do Bacamarte,
Itatuba, Fagundes, Queimadas, Caturit, Barra de Santana,Gado Bravo, Umbuzeiro, Natuba, Aroeiras, Salgado de So
Flix, Itabaiana, Juarez Tvora, Massaranduba, Campina
Grande, Serra Redonda, Puxinan, Lagoa Seca, Esperana,
Montadas, Areial, Remgio, Alagoa Nova, So Sebastio de
Lagoa de Roa, Alagoa Grande, Areia, Serraria, Arara, Piles,Borborema, Pilezinhos, Guarabira, Alagoinha, Araagi,
Pipirituba, Cuitegi, Mulungu, Cuit de Mamanguape, Mari,
Sap, Cruz do Esprito Santo, So Miguel de Taipu, Pilar,
Juripiranga, Pedras de Fogo, Itabaiana, So Jos dos Ramos,
Riacho do Poo, Gurinhm, Caldas Brando e Sobrado,totalizando cinqenta e trs (53) municpios iniciais.
Os municpios, segundo classificao do Atlas Escolar
da Paraba, elaborado pela Fundao Casa de Jos Amrico,
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abrangem territrios das Mesorregies Geogrficas da Zona
da Mata e Agreste da Paraba (RODRIGUES, 2000, p. 13).
1.2. Justificativa
Apesar do conjunto rupestre da Pedra do Ing ser umdos mais famosos e pesquisados no pas, at o presente no
existe um diagnstico oficial definitivo sobre esta cultura. O
historiador Vanderley de Brito, em longos anos de estudos
no interior do estado da Paraba, descobriu evidentes
analogias em diversas gravuras rupestres com a Pedra doIng, demonstrando que esse clebre conjunto rupestre
um elemento das demais inscries em pedra. Estando,
portanto, em uma mesma filiao cultural.
Entretanto, tambm observou-se que as Itacoatiaras
apresentam brandas modificaes grficas, tcnicas e
seletivas de acordo com as unidades ecolgicas, e essas
adaptaes podem indicar que esto relacionadas com
padres de subsistncia. Portanto, um estudo da distribuio
de diferentes tipos de stios, conforme zonas geogrficas,
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podem constituir uma preciosa pista que deve ser
examinada com muita cautela para uma classificao dasItacoatiaras e, possivelmente, fornecer preciosas
informaes acerca do (s) grupo (s) executor (es) da (s)
mesma (s).
Consideramos a Pedra do Ing dentro de uma
modalidade tcnica que obedece a uma seleo criteriosa, de
escolha de suporte rochoso e meio ecolgico para as
gravuras filiadas ao mesmo universo cultural da Pedra do
Ing. Para a Arqueologia estes grupos pr-histricos que
gravavam inscries em pedras, usavam recursos tcnicos e
operativos nas representaes pictricas que podem ser
interpretados como evoluo grfica ou diferenciaes
tnicas e cronolgicas. Na Paraba e, em outros Estados do
Brasil, segundo Martin (2005), apresentam-se de forma
geral, trs modalidades de variaes tcnicas para gravar
suportes rochosos, para as quais definiu os termos
denominativos de: meia-cana (baixo-relevo), picoteamento e
raspagem, que, via de regra, contempla regies geogrficas e
ecolgicas especficas.
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A Pedra do Ing se enquadra no estilo Meia-cana (baixo
relevo): esta tcnica de gravura est muito bemrepresentada nos painis verticais, superior e inferior da
Pedra do Ing. So sulcos profundos, atingindo at 8 mm, e
largos: h registros de outras Itacoatiaras na regio onde
desenvolvemos nossas pesquisas com sulcos semelhantes e
apresentam essa mesma profundidade, entre 8 e 5 mm. Ointerior cncavo muito bem polido e boleado. Geralmente,
as superfcies utilizadas para esta tcnica, so previamente
polidas por meios naturais ou antrpicos.
Este tipo tcnico apresenta-se na Paraba,
oportunamente, em regies amenas como o Brejo e o
Agreste Oriental e esto presentes s margens e leitos de
rios e riachos, geralmente, onde estes formam poos,
caldeires e corredeiras. Outra peculiaridade deste tipo de
stio apresentar inmeros outros painis e sinais sob
tcnica tosca, distribudos nas adjacncias de um conjunto
principal admirvel e profuso. A pesquisadora Alice Aguiar
tambm observou no stio Boi Branco, em Pernambuco, esta
peculiaridade. Santos (2007) observou tais tcnicas em
Itacoatiaras de vrios pontos da Paraba.
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Conjuntos de depresses perfeitamente capsulares e
smbolos complexos so a principal temtica deste modelogrfico. Registram-se sempre, lajes soltas coberta de sulcos
desordenados. Essas caractersticas foram intensamente
observadas nas itacoatiaras por ns trabalhadas com o
objetivo principal de traarmos o perfil estilstico da
tradio na Paraba e sugerir, a partir da, a existncia deuma subtradio.
A arqueloga Gabriela Martin, da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE), tambm defende a
perspectiva de que a Pedra do Ing possa se constituir em
algo nico e que, um levantamento dos stios pr-histricos
de Itacoatiaras da Paraba, circunvizinhas da Pedra do Ing,
deva ocorrer para que se possa falar de uma Subtradio
Ing de gravuras rupestres, cujas caractersticas, a priori,
seriam o posicionamento ao longo de cursos dgua, a forma
curva e complexa dos grafismos, pontos ou pequenas formas
circulares gravadas ordenadamente e, que, do a impresso
de linhas de contagens, denso preenchimento dos painis,
alm da tcnica de raspado e polido contnuo na elaborao
dos grafismos (MARTIN, 2005, p. 298).
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Em virtude destes apontamentos, nossa pretenso
tem sido a de um estudo num raio circular de 45 km, tendocomo epicentro a Itacoatiara do Ing, para o estudo da
cultura pr-histrica de gravuras rupestres no estilo
(Subtradio) Meia-cana.
Fig. 5 rea onde est sendo desenvolvido, inicialmente, o projeto de
pesquisa.
Fonte:Mapa da Paraba Wikipdia (2014).
O nosso principal objetivo ao realizarmos tal estudo,
consiste na realizao de prospeces, salvamentos,
escavaes, Educao Patrimonial e medidas de conteno
de destruio deste legado cultura compreendido na rea de
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estudo, bem como a busca por explicaes que comprovem a
existncia ou no, de uma subtradio de Itacoatiaradenominada por ns, de subtradio Ing de gravuras
rupestres, na Paraba, alm de geo-referenciarmos os stios
encontrados e, se possvel, traarmos o modus vivendi da
cultura humana das itacoatiaras.
1.3. Aporte terico
1.3.1. Breve introduo sobre o assunto
A arte rupestre uma forma de comunicao atravsde convenes, ou seja, um tipo de linguagem simblica
organizada; uma maneira de se relacionar com as pessoas
atravs do tempo. As representaes rupestres, refletem
aspectos simblicos das sociedades humanas que as
produziram. Entretanto, os significados reais das figuras,produzidas em outros perodos, acabam perdendo-se no
tempo.
Vialou (2000, p. 351) destaca que a arte rupestre
uma marca muito importante da originalidade simblica que
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se reflete e se define na extenso territorial em que ocorre.
Assim, as pinturas e gravuras, espelham a identidadecultural da sociedade que as fez, tratando-se de uma
expresso da conscincia simblica coletiva.
Na arte rupestre manifestam-se duas relaes
fundamentais entre os grupos humanos: a de um indivduo
(um intrprete do tempo e da cultura a que pertenceu) para
os outros membros da sociedade, e a de criar a prpria vida,
atravs de representaes relacionadas ao sexo (imagens
humanas e de animais) e ao crebro (concepo espacial
simblica e abstrao pura). Esses sistemas de
representao permitem estabelecer dentro das sociedades
humanas uma relao de significados.
Vialou (2000, p. 381) observa que as representaes
rupestres, por serem imveis e visveis, so fontes notveis
de simbolizao, pois, so testemunhos da escolha
relacionada s atividades individuais e/ ou coletivas,
distintas ou independentes, do cotidiano das populaes que
produziram essas representaes.
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A construo de smbolos grficos ocorre atravs da
elaborao de sistemas de significados, em uma dimensopsicanaltica. A representao no s um ato grfico, pois
cria uma relao nova, carregada de significados. Afinal,
como Vialou (2000, p. 381) ressalta, a escolha temtica
emana como manifestao da estruturao fsica e social
daqueles que as fizeram, e naqueles grupos e indivduos quereconhecem uma histria comum, resultante de uma
vivncia presente ou passada.
As representaes podem ser figurativas ou
geomtricas abstratas (sinais), e as trs grandes categorias
de representao da arte rupestre so as figuras humanas,
as de animais e os sinais. Os sinais, so representaes
geomtricas, no importando o significado. Existem sinais
elementares, como os pontos, traos, barras, e os sinais
elaborados, feitos a partir da reunio de um conjunto de
sinais simples. Os sinais elaborados repetem-se e podem
ajudar a definir culturas e territrios, juntamente com a
cronologia. Os motivos so representaes nicas,
emblemticas, que no se repetem, e assim, podem definir
um stio.
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A arte rupestre possibilitou tanto a marcao das
relaes objetivas entre homens e mulheres, quanto dasrelaes expressivas entre homens e animais. Existe uma
universalidade do comportamento simblico na arte pr-
histrica, apesar da diversidade cultural dos grupos
humanos ser infinita. O aspecto universal decorre que a
espcie humana possui uma mesma organizao cerebral, eisso, acaba levando a convergncias. Afinal, o crebro tem
possibilidades limitadas de criar figuras.
Atravs dos estudos destes registros deixados pelas
sociedades pr-histricas, possvel analisar vrios fatores
que elucidam como estes homens viviam. Amostras
retiradas das pinturas e anlise em laboratrio juntamente
com reas afins da Arqueologia, como a Arqueologia
Experimental, procuram desvendar quais misturas eram
utilizadas para formar os pigmentos utilizados no feitio dos
registros, e, com estas mesmas amostras podem ser
estimadas as dataes aproximadas da sua existncia nas
rochas, com o uso do carbono 14 e outros mtodos de
dataes radiomtricas (BASTOS, 2010).
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Outras pesquisas transcorrem na busca de uma
organizao destas fontes nicas, e procura-se por meiodestas, identificar, mapear e documentar o universo de
representao simblica e esttica do homem pr-histrico.
Segundo Andr Prous (1992, p. 509) e Beltro (1978,
p. 335), os stios arqueolgicos encontrados no Brasil e que
possuem gravuras e pinturas, no so descobertas de
merecimento apenas do sculo XX:
As figuraes rupestres so mencionadasdesde o sculo XVI: o governador da Paraba,Feliciano de Carvalho, encontrou em 1598 norio Araa gravuras rupestres cuja localizaoexata foi verificada recentemente. [...] na
mesma poca bandeiras paulistasencontravam a pedra dos Martirios em Gois.Poucos anos depois o Capuchino Francs YvesdEvreux reproduz o discurso de um pajindgena que provavelmente faz referncia agravuras do Maranho. Alguns painis foramreproduzidos por naturalistas do incio dosculo XIX (PROUS, 1992, p. 509).
No Brasil, obtm-se as primeiras informaes sobre
os registros rupestres nos relatos de Andr Thevet, um
francs da Ordem dos Franciscanos que, a convite de Nicolas
Durand, tambm um francs e que possua interesse em ter
uma colnia no Brasil, o acompanhou nessa expedio como
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seu relator. Em um texto elaborado por Maria da Conceio
de M. C. Beltro, consta um trecho do relato de Thevetquando chegou a Cabo Frio com os demais comendadores
franceses interessados em situar uma colnia:
(...) o morubixaba, que assim tratou a todos,conduziu os franceses at uma grande ecomprida pedra, de cerca de cinco ps, na qualse viam sinais feitos por golpes de vergasta,ou bastonetes, ao lado da impresso de doisps. Afirmam os silvcolas que esses sinaisforam feitos pelo maior de seus carabas, toreverenciado entre os ndios quanto o Maom entre os turcos - o qual lhes ensinou ouso do fogo e o do plantio das razes. Atento alimentavam-se os selvagensexclusivamente de ervas e caas. os silvcolas
guardavam esta pedra como um grande eprecioso tesouro (BELTRO, 1978, p. 351).
O acesso ao patrimnio cultural, atravs dos estudos
e pesquisas documentais, procura incansavelmente
responder aos questionamentos humanos sobre o passado,
visando principalmente, o conhecimento sobre nossasorigens. Os sinais que nos ficam de herana de um tempo em
que no vivenciamos, permitem o entendimento de ns
mesmos e de quais sociedades precedemos.
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O conjunto de escrituras rupestres da Pedra do Ing
um dos mais famosos e tambm um dos mais pesquisadosdo Brasil, mas, at o momento, no existe nenhum
diagnstico definitivo sobre essa cultura. Contudo, os
estudos do historiador Vanderley de Brito (2013) aponta
evidentes analogias em diversas gravuras rupestres com a
Pedra do Ing, demonstrando que esse celebre conjuntorupestre um elemento das demais inscries em pedra
estando em uma mesma filiao cultural. Entretanto,
tambm se observou que as Itacoatiaras apresentam
brandas modificaes grficas, tcnicas e seletivas de acordo
com as unidades ecolgicas, e essas adaptaes podemindicar que esto relacionadas com padres de subsistncia.
Portanto, um estudo da distribuio de diferentes tipos de
stios conforme as zonas geogrficas podem constituir uma
preciosa pista que deve ser examinada com muita cautela
para uma classificao das Itacoatiaras e, possivelmente,fornecer preciosas informaes acerca dos grupos
executores das mesmas.
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A arqueloga Gabriela Martin (1975) que tambm
defende a perspectiva que a Pedra do Ing possa seconstituir em algo nico e que um levantamento dos stios
pr-histricos de Itacoatiaras da Paraba, circunvizinhas da
Pedra do Ing, deva ocorrer para que se possa falar de uma
Subtradio Ing de gravuras rupestres.
Esses apontamentos foram de extrema importncia
para elaborao e desenvolvimento do nosso projeto. Com
isso, o nosso propsito foi o de d continuidade aos estudos
j iniciados no ano de 2010 que, sem dvida, contriburam
profundamente para nossas observaes conclusivas. Essas
pesquisas anteriores, at o momento, j fizeram o
levantamento e a catalogao de alguns stios arqueolgicos
da tradio Itacoatiara num raio de 45 km, tendo como
ponto central a Itacoatiara do Ing para o estudo da cultura
pr-histrica de gravuras rupestres no estilo (Subtradio)
Meia Cana. Contudo, importante frisar que nossas
pesquisas no se limitam apenas ao levantamento e a
catalogao dos stios arqueolgicos de gravuras rupestres,
mas a todos os testemunhos arqueolgicos, existentes na
rea de atuao determinada em nossas pesquisas e,
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especialmente, a atividade de Educao Patrimonial, como
forma de salvaguardar esse patrimnio para as geraesfuturas.
Porm, para termos um melhor desempenho em
nossas pesquisas preciso ter uma base terica bastante
abrangente e diversificada a respeito do assunto que
permeia a pesquisa, principalmente quando se envereda por
estudos to complexos como os de fronteiras estilsticas e
culturais (MARTIN, 2003). Com isso, nos primeiros meses de
trabalho nos deleitando sobre uma vasta bibliografia que
nos deu uma base segura para o desenvolvimento do
mesmo. Essas leituras foram de extrema importncia para
podermos entender como esses povos primitivos viviam e,
alm de tudo, para conhecermos a importncia das
inscries rupestres Itacoatiaras. Para entendermos essa
importncia foi de extrema necessidade a leitura do artigo
intitulado As Itacoatiaras e os megalitos do pesquisador
Luiz Candido,Pr-Histria II: Estudos para a Arqueologia da
Paraba. O mesmo, faz uma comparao dos maiores
monumentos arqueolgico da Europa com os monumentos
encontrados aqui na Paraba, chegando a se surpreender
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com tamanha beleza e importncia dos mesmos, destacando
no seu texto o seguinte comentrio:A grande surpresa, entretanto nos aguardavana Paraba. Para l nos dirigimos por duasocorrncias que at hoje, se contam entre osrefernciais mais singulares da Arte Rupestredo Pas. A Pedra do Retumba (GALDINO, 2006,p. 33).
Depois de ter feito um breve histrico sobre o
monumento e sua importncia o autor nos surpreende com
um segundo comentrio:
O segundo corresponde naturalmente aItacoatiara do Ing. O monumento havia se
tornado onipresente para mim no apenaspela sua representatividade, mas tambm emface da diuturna ateno que dedicava oamigo Jos Anthero Pereira Jnior, professorda cadeira de Etnografia e Lngua Tupi-Guarani, na Universidade de So Paulo egrande divulgador do Monumento fora daParaba. (GALDINO, 2006, p. 37).
Destaco essas duas falas do pesquisador, pois nelas,
vemos a tamanha importncia e dedicao da comunidade
acadmica por essas escrituras que ainda um enigma e que
tem muito para ser estudado.
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Outro artigo que faz parte do mesmo livro o do
historiador e pesquisador fundador da SPA (SociedadeParaibana de Arqueologia) Thomas Bruno Oliveira,
intitulado: Inscries Marginais: O caso da Pedra do Ing.
Considero este artigo de extrema importncia, pois o mesmo
se dedica no s ao painel central da Pedra do Ing, mas os
painis do entorno da mesma, colaborando, assim, para quepesquisadores iniciantes consigam ter um vasto
conhecimento de como essas inscries rupestres possam se
revelar em outros lugares. O autor destaca que, essas
inscries, que chama de inscries marginais, so
desprezadas nos estudos relacionados Pedra do Ing porno serem bem acabadas e to profundas quanto a do painel
principal.
Segundo o mesmo, esta segregao para esse tipo de
inscries rupestre h muito tempo vem sendo aplicada.
Afirmar que:
Est metodologia de segregao parainscries rupestres desde a muito vem sendoaplicada que visa estudar o universo grficode sociedades pr-histricas. Talvez porcomodidade ou dificuldade de encaix-las emmodelos de estudo. Essa tentativa de omisso,
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a nosso ver, tende a limitar a j delicadacompreenso contextual da pr-histria
(OLIVEIRA, 2006, p. 116).
A citao mostra a importncia dessas escrituras para
o desenvolvimento e o entendimento contextual da Pr-
Histria. O autor ainda enfatiza que:
A compreenso do cotidiano de sociedadesmortas se d com criteriosos processos deanlise contextual de todos os vestgios quede forma direta ou indiretamenteapresentam-se nos stios arqueolgicos(OLIVEIRA, 2006, p. 117).
Com essas citaes podemos perceber que, paraconseguirmos obter resultados em nossas pesquisas,
preciso que no desprezemos nenhum vestgio arqueolgico,
pois todos tm algo a dizer e ser de fundamental
importncia para compreenso dessas inscries que por
muito tempo ainda, sero um enigma para comunidadecientfica.
Diante de um trabalho de pesquisa to minucioso
quanto esse, no poderamos deixar de ter como referncia
duas obras que acreditamos ser de extrema importncia
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para o desenvolvimento das pesquisas, entre elas podemos
comear falando da clebre obra: Pr-Histria do Nordestedo Brasil, da Professora Gabriela Martin. Se pensarmos em
fazermos uma definio do Nordeste, mais do que definir
limites geogrficos. Essa definio cria na verdade,
subentendidos aspectos scio/histrico e porque no dizer,
polticos ou de convivncia social. Se partirmos da questode que toda sociedade humanitria tem a sua gnese
existencial e que existe uma relao de interao entre os
espaos naturais e os indivduos que os ocupam de
extrema importncia que, para entendermos esses aspectos
ou essas relaes entre espao natural e indivduos,conhecermos a Pr-Histria da nossa regio. Contudo, no
poderamos deixar de expressar que a obra Pr-histria do
Nordeste do Brasil, da Professora Gabriela Martin
essencial para podermos entender todas essa questes
expressas at agora neste texto e para termos umacompreenso do que foi a nossa Pr-Histria.
Outro trabalho de extrema importncia a obra:
Manual do Arquelogo (2010) do Professor Juvandi Santos
como o prprio ttulo diz, um guia prtico para estudantes
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aprendizes de Arqueologia; a mesma se dedica a explorar
minuciosamente as etapas do conhecimento arqueolgico esuas prticas. Na obra o autor comea fazendo uma pequena
introduo sobre o estudo da Arqueologia e o seu
desenvolvimento desde quando a mesma era vista como
uma mera disciplina auxiliar da Histria fornecedora de
dados, o conceito ou o pensamento atual da Arqueologiacomo cincia independente intimamente relacionada com a
Histria. No decorrer da obra, o autor trabalha tambm o
desenvolvimento da Arqueologia, cultura material,
abordando seus conceitos e explicaes, discutindo,
inclusive, a palavra cultura, alm de outras temticas comoArqueologia e as Cincias Sociais, as pesquisas arqueolgicas
e porque escavar o stio, passando por todas as etapas do
processo de escavao e tratamento dos materiais
arqueolgicos.
Para finalizar, no podemos esquecer da questo
esttica que a arte rupestre nos proporciona.
Aproximadamente 40 000 anos a.C foram feitas as primeiras
manifestaes artsticas: desenhos, pinturas e esculturas
desse mundo, desenvolvendo-se, assim, as primeiras obras
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de arte conhecidas da Histria da Arte (HACHETTE, 1930).
Nas cavernas que o homem ento habitava, foramencontradas numerosas manifestaes artsticas, sendo os
mais belos testemunhos daquele passado remoto as pinturas
rupestres do perodo glacial. Ainda hoje muitas delas nos
surpreendem com o seu brilho e o seu vigor nos paredes de
rochas, como as existentes em Lascoux II, na Dordonha,Frana (Fig. 6).
Fig. 6 Figuras rupestres da gruta de Lascoux II, Dordonha, Frana.
Crdito da imagem:Coleo particular de Juvandi de Souza Santos.
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Mesmo nos mais remotos estgios de seu
desenvolvimento cultural como caador/coletor nmade, ohomem fez considerveis progressos no plano mental e
muitas das bases que repousa civilizao atual devido as
suas realizaes artstico-culturais da Pr-Histria.
1.3.2. Tradies, estilos e subtradies rupestres:
conceitos bsicos
A comparao estilstica e temtica, possibilita-nos
fixar a cronologia dos vrios estgios de difuso da arterupestre, pois segundo Gabriela Martin:
Para Pessis e Guidon (1992), o estilo umaclasse mais particular decorrente da evoluode uma sub-tradio segundo as variaes datemtica que refletem as manifestaes
criativa de cada comunidade (MARTIN, 2005,p. 242).
Contudo, a citao nos deixa a entender que o estilo
resulta do conjunto de qualidades de cada evoluo artstica.
Sendo assim, o estilo qualifica determinada poca.
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Entretanto, para entendemos melhor esse processo
evolutivo de difuso da arte rupestre faremos um breveresumo desse perodo. Entre 9.000 e 8.000 a.C., termina a
ltima Era Glacial. A mudana de clima alterou radicalmente
as condies de vida humana. O calor, cada vez mais forte,
fez desaparecer as plancies ridas e as geladas, onde viviam
os rebanhos e as florestas comearam a recobri-las. Oscaadores quase reduzidos de novo a coletores de alimentos,
j estavam aptos para aprender a cultivar vegetais, processo
que teve incio no Oriente Mdio onde a grande presena de
vegetais tornava a regio favorvel descoberta da
agricultura. A passagem para a produo de alimentos e aagricultura na Europa, por volta do ano 2.000 a.C., e
perceber a influncia das culturas desenvolvidas no Oriente
Mdio em quase toda parte do globo. Da em diante, torna-se
necessrio considerar as culturas primitivas a luz de suas
relaes com as culturas amadurecidas.
Cerca de 6.000 a.C., um novo estilo de arte rupestre
surgiu nas proximidades no Mediterrneo Ocidental, como
resultado dos contatos dos caadores nmades com as
culturas avanadas do Oriente Mdio. Ao velho repertrio de
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figuras animais vieram juntar-se figuras humanas derivadas
das culturas contemporneas que devam sua especialelegncia quanto ao movimento aos prprios caadores.
Contudo, essas mudanas foram de fundamental
importncia para o desenvolvimento artstico do perodo
pr- histrico.
A primeira dificuldade em desenvolver ou abordar as
questes estticas na Pr-Histria brasileira, se encontra no
tema propriamente dito, pois dentro desta perspectiva
preciso evitar noes que se associam ao fenmeno artstico
contemporneo em que a produo intencional, a circulao
e o consumo de certos bens obedecem, podendo assim,
classific-las como objetos artsticos, artistas ou
colecionador de arte. Para Meneses:
Ao se referir arte e atividade artstica
das culturas que, das origens at o contatoregular com os europeus, no sculo XVI,habitaram o territrio hoje correspondente aoda Repblica Federativa do Brasil, comum aliteratura arqueolgica mencionar trscategoria privilegiada: as pinturas rupestres,os adornos e as formas e motivos decorativosde diversos tipos de artefatos (MENESES,1983, p. 190).
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Com isso, podemos entender que os relatos pr-
histricos brasileiros se limitam basicamente nessas trscategorias j que pelo fato de grande parte do pas, por sua
situao tropical, est sob o domnio de clima mido e
quente, torna muito difcil a preservao de material
orgnico: fibras, madeiras e pele. Dessa forma, o que
constitui o ncleo de nossa documentao arqueolgica, soobjetos de pedra e barro e em menor quantidade de ossos
(dentes) e conchas, alm, claro, dos testemunhos rupestres.
Podemos dizer que no h regio do territrio
brasileiro que no apresente em abundncia manifestaes
rupestres ou, podemos dizer, manifestaes artsticas do
perodo pr-histrico brasileiro, com exceo do Litoral. As
pinturas so mais frequentes do que as gravuras e ambas as
categorias podem encontrar-se associadas. As tentativas
para se mostrar maior antiguidade para uma ou outra
tcnica no so convincentes. As pinturas so obtidas com
pigmentos, na sua maioria de origem mineral (xido de
ferro, para o vermelho, a cor mais difundida),
secundariamente vegetal (urucum, genipapo e carvo). A
execuo se fazia com pincel de fibras ou dedo. As gravuras
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so produzidas por picoteamento ou frico e,
obrigatoriamente, sendo um processo mais demorado eexaustivo.
A resultante da arte pr-histrica hoje analisada a luz
da Arqueologia, resultou na criao dos conceitos bsicos
para definir o nosso objeto de estudo. Assim, buscamos as
seguintes definies:
A. O que uma tradio rupestre? caracterizada por
apresentar os horizontes culturais de um dado grupo
humano, ou seja, determinados traos capazes de
identificar aquele grupo tnico (SANTOS, 2007). ParaGabriela Martin (2005, p. 290) o termo tradio rupestre
significa um complexo scio-cultural em que
determinados grupos tnicos se desenvolveram.
B. O que uma subtradio rupestre? De acordo com
Gabriela Martin (2003, p. 4), uma subtradio de arte
rupestre pode ser caracterizada ... como o grupo
desvinculado de uma tradio e estabelecida noutra rea
geogrfica em condies ecolgicas diferentes que
implica a presena de elementos grficos novos....
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Dessa forma, os stios arqueolgicos de arte rupestre, da
tradio Itacoatiara, na Paraba, apresentam-se, desde osistema ecolgico onde esto inseridos, as suas
caractersticas tipolgicas, diferenas estilsticas que nos
norteia a afirmarmos a existncia de uma subtradio de
itacoatiaras na Paraba, a partir da Itacoatiara do Ing,
cone da arte rupestre no Brasil.
C. O que um estilo de arte rupestre (registro
rupestre)? a maneira particular de cada stio ou de
um conjunto de stios arqueolgicos de um nicho
ecolgico. Aqui no definimos ainda, se existe a partir da
Itacoatiara do Ing um estilo prprio que foi utilizado
para a confeco das gravuras rupestres daquele e dos
outros stios que pesquisamos. Com novas pesquisas
que, possivelmente, seremos ou no capazes de
afirmarmos a existncia de um estilo de gravuras
rupestre para a regio, j que o estilo o maior
detalhadamento possvel do conjunto de stios. So as
mincias dos stios.
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1.3.3. Stios Rupestres
Os stios rupestres sejam eles de pinturas, gravuras
ou associados (pintura+gravura), usados para se traar um
perfil de um grupo ou como referencial para busca de novas
tradies, subtradies e estilos, devem apresentar
caractersticas particulares, como exposto a seguir.
Justamente o que realizamos inicialmente em algumas
regies da Paraba distante 45 Km do stio referncia (base)
de nossas pesquisas, no caso, a Itacoatiara do Ing. Assim, o
conceito da Associao Brasileira de Arte Rupestre (ABAR)
sobre a questo em tela contundente e se encaixa no que
ora discutimos e trabalhamos:
Um stio de referncia deve ser o ponto departida; os registros rupestres de outros stiosda rea geogrfica de influncia sero acontinuao lgica da pesquisa e o estudo docontexto arqueolgico significar o
conhecimento do entorno fsico e social emque viveram os grupos humanos quehabitaram a rea. Assim, no se discrimina aarte parietal do seu contexto que deve serestudada arqueologicamente como mais umamanifestao da atividade humana (ABAR,2014, p. 2).
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A Arqueologia nos seus passos iniciais trabalhava em
grande medida a ideia de apenas descrever o que eraencontrado nos locais prospectados, sem, no entanto,
procurar explicar ou ao menos buscar algum tipo de
explicao, cabendo ento ao historiador a tarefa de
formular teorias explicativas, a partir dos dados coletados
pelo arquelogo.
Seguindo a lgica de todos os processos e coisas, a
Arqueologia tambm evoluiu passando de um modelo
descritivo, para um explicativo diacrnico, buscando sempre
chegar a capacidade de realizar snteses da Arqueologia de
determinada regio (com o objetivo de explicar a Histria
Antiga) (ZAMARA, apud SANTOS, 2010).
A Arqueologia vale-se essencialmente dos vestgios
deixados por povos pretritos sob as mais diversas formas,
onde a partir da anlise detalhada do material encontrado
pode-se formular determinada forma de entender e
conceber o passado. Entretanto, os vestgios arqueolgicos
no falam por si s, necessitam de questionamentos, de
serem colocados a prova (SANTOS 2010, p. 17).
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Os meios para que se possa pensar a vida de povos
distantes a muito da nossa sociedade so essencialmente acultura material: cermica, artefatos, utenslios, fogueiras,
urnas funerrias, ossos etc. H tambm, dentro dessa
perspectiva as pinturas e gravuras, testemunhos incontestes
da presena de povos passados.
Para que se possa entender de forma simples o que
um stio rupestre, seja ele de pintura ou de gravura, ou por
vezes as duas formas, faz-se necessrio entender as
diferenas entre eles:
A. Stio pintura (Pictglifo)
Nesses locais, geralmente cavidades naturais,
mataces etc., encontra-se dispostos em painis de
tamanhos variados, pinturas que mostram diferentes
aspectos do povo que os fez. As cores so simples, e a
diversidade delas relativamente pequena (vermelho,branco, cinza, marrom, amarelo), onde geralmente
predomina o vermelho. As figuras retratadas diferem quanto
forma. Em geral aparecem figuras Antropomorfas,
Zoomorfas e uma infinidade de pinturas indecifrveis, leia-
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se: no apresentam semelhana, ou fazem referncia a nada
que possamos fazer alguma relao.Essa diversidade de temas, recorrentes, isolados,
levou os arquelogos a dividirem-na em tradies, como a
Nordeste e a Agreste, que por sua vez podem ser
subdivididas em subtradies, dependendo da semelhana
que guardem entre si, como j visto anteriormente.
B. Stio gravura (Pectrglifo)
De maneira geral, podemos definir um stio
arqueolgico como sendo de gravura, que este, aocontrrio de um stio com pinturas, no foi feito utilizando
pigmento algum.
Stio gravura um local onde podemos ver traos da
passagem do homem primitivo atravs das marcas que
deixaram nas pedras. Essas marcas diferem quanto forma
como foram feitos, como tambm pelo material e tcnica
utilizada.
As formas conhecidas de gravuras em pedra so:
meia-cana (baixo relevo), picoteamento, raspagem, alto
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relevo, pedra de sino e as pseudo-inscries. Quanto
tcnica utilizada poderia ser o corte, a raspagem ou osimples picoteamento da pedra, as gravuras variam entre
polidas e no polidas. Os instrumentos utilizados para a
confeco dos desenhos so distintos e relacionam-se com o
tipo de pedra trabalhada e a disponibilidade material no
local, em geral, era feita com o auxlio de outra pedraarredondada ou pontiaguda, minrios de ferro, ossos etc.,
mas, sempre obedecendo um modelo operatrio em que a
pedra mais dura sempre riscar a mais mole, portanto, mais
fcil de ser moldada.
Um bom exemplo de gravuras so as Itacoatiaras. Esse
tipo de stio arqueolgico tem como caracterstica marcante
o fato de ser encontrado no leito dos rios, em caldeires,
lagoas etc., em diversos Estados do Brasil e em todo o
planeta. O mais famoso conjunto de inscries rupestres do
tipo Itacoatiara do Brasil, sem dvida, o da Pedra do Ing,
exuberante bloco trabalhado por povos pretritos, que ainda
hoje constitui uma verdadeira pedra no sapato dos
arquelogos devido a sua complexidade e da falta de
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conhecimento por parte de alguns que lhe atribuem autoria
extraterrestre (BRITO, 1993).
1.3.4. Arqueologia na Paraba
O estado da Paraba um dos nove Estados quecompem a regio do Nordeste brasileiro. A Paraba situa-se
entre os paralelos de 6 e 8 graus de Latitude Sul, e entre os
meridianos de 34 e 38 graus de Longitude Oeste, sendo
dessa forma includo completamente na chamada Zona
Tropical.
Esse Estado particularmente rico quando a questo
Arqueologia. As referncias a monumentos arqueolgicos
no territrio que hoje conhecemos por Paraba remontam a
um passado muito distante.
Um bom exemplo dessas referncias acerca da
existncia de stios arqueolgicos so os que foram feitos
por Carlos Frederico Hartt e por John C. Branner, onde j
chamam ateno para as gravuras prximas dos rios
(Itacoatiaras). O Instituto Arqueolgico, Histrico e
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Geogrfico de Pernambuco (IAHGP) tambm j fazia
referncias sobre a Arqueologia Paraibana no sculo XIX. Aopasso que haviam as citaes, haviam, tambm, as teorias
acerca da autoria das inscries: semitas, mongis,
ignorantes, pseudocientistas, que so atribudos Alfredo de
Carvalho e Angyone Costa.
Essa tendncia de teorizar de forma grotesca sobre
as inscries rupestres recorrente na Paraba, basta
pensarmos as Itacoatiaras do Ing, alvo de especulaes
tanto de populares quanto de pesquisadores que atribuem
as inscries a seres extraterrestres, sumerianos, gregos e
assim por diante. Outro monumento que tem referncias
ligadas a atividades extraterrestres a Muralha do Meio do
Mundo, situada do Cariri Paraibano, a muralha como
conhecida pelos populares, vista tambm por uflogos
como testemunho da presena extraterrestre (BRITO, 1993)
(Fig. 7).
As referncias no entanto, vo muito mais longe. Na
poca da colonizao holandesa no que hoje o Nordeste
brasileiro, j havia citaes acerca de inscries
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indecifrveis, ou como entendia o Padre Francisco
Menezes nas suas andanas entre 1799 e 1806, testemunhodos tesouros deixados pelos mesmos holandeses no
territrio da Paraba.
Fig. 7 Muralha do Meio do Mundo, expoente megaltico natural naregio caririzeira da Paraba.
Fonte: Muralha do Meio do Mundo (2014).
Estudos e estudiosos exploraram e ainda continuam
explorando, pesquisando, duvidando, preservando a
Arqueologia Paraibana. Temos desde aqueles que
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menosprezavam a capacidade intelectual dos nativos
(indgenas) paraibanos, chegando a imbeciliz-los einfantiliz-los, a exemplo do j citado Angyone Costa (1943)
e pessoas como Coriolano de Medeiros (1950), Anthero
Pereira Junior e Clvis Lima, viam as inscries como coisa
de gente grande, trabalho dispendioso demais para ser
relegado a simples brincadeira de criana. Sendo assim,esses estudos e teses foram levantados ainda nas dcadas de
50 e 60 do sculo XX.
Trazendo mais para a atualidade temos como
expoentes na pesquisa arqueolgica na Paraba nomes como
o da professora Ruth Trindade de Almeida (1979), que
atravs da Universidade Federal da Paraba proporcionou
em sua obra A Arte Rupestre nos Cariris Velhos, uma
excelente contribuio historiogrfica indispensvel para se
pensar a questo arqueolgica local. S para citar outros
autores e pesquisadores temos: Leon Clerot, Balduno Llis,
Gabriela Martin, Gilvan de Brito, Carlos A. Belarmino Alves,
Zilma Ferreira Pinto etc..
Por fim, temos o grupo encabeado pelos professores
Juvandi de Souza Santos, Dennis Mota Oliveira, Juliana Carla
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etc., que acompanhados de Thomas Bruno de Oliveira da
Sociedade Paraibana de Arqueologia (SPA) e Alysson Alan deFarias, Bilogo, vem desenvolvendo slida pesquisa e
publicaes de obras que de fundamental importncia para
o entendimento da dinmica de funcionamento da vida dos
nativos (indgenas) paraibanos e tambm, no menos
importante, o desenvolvimento da Historiografia a respeitodo tema ainda pouco explorado.
As pesquisas desse grupo abrangem um grande
nmero de stios e tradies arqueolgicas, sendo que o
principal foco das pesquisas tem sido a Pedra do Ing e as
inscries dos municpios fronteirios a ela e tambm as
inscries localizadas no chamado Cariri Velho Paraibano.
1.3.5. A Arqueologia no Brasil hoje
O Brasil um pas imenso, de proporo continental,
desse imenso territrio desde a Amaznia s Zonas
Costeiras, passando pelo centro do Pas h uma infinidade de
stios arqueolgicos que nem de longe puderam ser
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estudados em sua totalidade, em parte pela dificuldade
imposta pela prpria localizao dos stios, no leito dos rios,dentro das florestas, perdidos dentro das caatingas e,
aliado a isso, tem o fator antrpico agindo na contramo,
destruindo, danificando, prejudicando as pesquisas,
delegando pouca importncia a um assunto de extrema
importncia para o entendimento do nosso passado pr-colonial e tambm ps-colonial.
A Arqueologia Brasileira dos dias atuais, vem
expandindo seus campos de atuao, claro que o passado
pr-colonial ainda gera mais interesse por parte da maioria
dos pesquisadores, os stios rupestres, os sambaquis, os
cemitrios indgenas, at pela urgncia de serem estudados,
pois, como j foi dito, alvo da ao predatria de pessoas
que no conhecem e no lhe do o verdadeiro valor. Por
outro lado, novas formas, novos campos da Arqueologia tem
atrado muitos pesquisadores, s para citar alguns
exemplos: igrejas do perodo colonial, antigas misses,
cidades e mesmo casas do perodo colonial e do Imprio.
constituem campo para pesquisas com s mais diversas
finalidades (SANTOS, 2014).
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H tambm novssimos campos de atuao da
Arqueologia Brasileira que vem sendo preenchida pormuitos pesquisadores: a Arqueologia Subaqutica uma
delas. Esse ramo da Arqueologia preocupa-se em estudar
desde embarcaes naufragadas, recuperando parte da
Histria do Brasil da poca colonial, como tambm estudam
os sambaquis, que em consequncia do aumento do nveldas guas ficaram submersos. O trabalho do arquelogo hoje
em dia, vem se diversificando bastante. Por exemplo, toda
obra que se pretenda construir no Brasil e que mediante
laudo tcnico apresente algum risco de impacto ambiental
e/ou histrico, precisa, de acordo com a resoluo doConselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA, Resoluo
n 001 de 23/01/1986), ter o acompanhamento de
profissionais especializados, dentre eles o arquelogo: a
chamada Arqueologia de Salvamento ou de Contrato.
Podemos mencionar ainda como novo campo daArqueologia no Brasil, a Etnoarqueologia e a Arqueologia
Militar.
Apesar de todos os esforos de pesquisadores muitas
vezes ilustres annimos que destinam boa parte de suas
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vidas a uma pesquisa, ao salvamento de um monumento, a
criao de um parque, de uma unidade de conservao, aArqueologia ainda um campo que desperta pouco interesse
por parte da maioria dos brasileiros, em grande medida pela
cultura do prprio povo brasileiro de no dar muita
importncia a questo histrica e por tabela pr-histrica
e, tambm, pela pouca divulgao dos resultados daspesquisas, visto que no despertam o interesse das grandes
Editoras por no venderem bem, dessa forma, os estudos
arqueolgicos e suas empolgantes descobertas ficam muitas
vezes restritos a um pequeno nmero de pessoas ligadas as
Academias, intelectuais e pesquisadores estrangeiros.
No entanto, uma luz vem se colocando na frente de
nossos ilustres pesquisadores atravs do Governo Federal,
por meio das Universidades e de entidades como o CNPq,
Capes, PROPESQ etc., rgos de fomento s atividades de
pesquisa, no s no campo da Arqueologia. Temos tambm a
participao/financiamento por parte de empresas privadas
em algumas pesquisas, talvez em consequncia do mercado
por empresas com responsabilidade ambiental, e/ou
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socialmente engajadas com a preservao do patrimnio
histrico e pr-histrico.O campo arqueolgico brasileiro diversificado,
amplo e oferece oportunidade a quem se dispor a estud-lo,
visto que a nossa riqueza a esse respeito muito grande e
encontra-se ainda relativamente pouco explorada, ao passo
que urgente o estudo, a conscientizao e principalmente a
preservao dos achados, pois so eles que no presente ou
no futuro nos fornecero os meios de entender uma grande
parte do nosso passado.
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2. METODOLOGIA TRABALHADA NA PESQUISA
2.1. ETAPAS DO PROJETO: Identificao e descrio dosstios arqueolgicos da Tradio Itacoatiara
1 ETAPA:
Contato com as prefeituras locais para angariar
informaes acerca da existncia de stios
arqueolgicos nos respectivos municpios de
abrangncia do projeto;
2 ETAPA:
Sadas a campo. Em posse das informaes obtidos na
1 etapa, a equipe deslocava-se at as supostas reas
para realizar as devidas atividades cadastrais dos
stios, como: medies, plotagem, filmagens, estudo
do entorno, desenhos, fotografias, e atividades de
Educao Patrimonial;
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3 ETAPA:
Anlise dos materiais e as devidas atividades
comparativas entre as Itacoatiaras identificadas nos
municpios da rea de estudo e a Itacoatiara do Ing.
Ao final, foi elaborado um minucioso relatrio com os
resultados obtidos, sugerindo ou no a existncia de uma
subtradio de Itacoatiaras para a regio. O relatrio foi
encaminhado a PRPGP/UEPB, pois o referido projeto
recebeu apoio financeiro/institucional do PROPESQ/UEPB cota: 2011-2014.
2.2. Metodologia e discusso das aes desenvolvidas
A pesquisa de campo foi realizada, primeiramente, na
obteno de informaes sobre a existncia de stios
arqueolgicos, paleontolgicos e espeleolgicos na regio de
estudo, se utilizando de fontes bibliogrficas, arquivos
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municipais e entrevistas com moradores de reas rurais.
Estabelecido um roteiro de sondagens, fomos a campoutilizando motocicleta para identificar as supostas
ocorrncias e, quando se tratavam de ocorrncias verdicas,
realizavamos o levantamento atravs de medidas,
fotografias, plotagem, filmagens, estudo do entorno,
localizao por GPS e desenhos. Nossa pesquisa atendeuapenas as duas primeiras etapas previstas no projeto,
recolhimento de dados que ser fundamental para
enquadrar nos estudos posteriores de prospeces,
salvamentos, escavaes arqueolgicas (sondagens) destes
lugares.
2.2.1. Educao Patrimonial
A Educao Patrimonial e medidas de conteno dedestruio deste legado cultural compreendido na rea de
estudo foram realizadas mediante autorizao das escolas
ou professores responsveis pelas excurses escolares
Pedra do Ing. As palestras foram realizadas com aula
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expositiva e auxlio didtico, data show, rplicas de
instrumentos lticos pr-histricos (nas salas de aula) eestrutura de museu (nas aulas na Pedra do Ing). As
palestras sempre enfatizando a importncia dos stios
arqueolgicos e a necessidade de se preservar estes locais e
todos os estudantes envolvidos receberam cartilha
educativa (Fig. 8).
Fig. 8 Atividade de Educao Patrimonial durante as atividades depesquisas do projeto.
Crdito da imagem: Dennis Mota Oliveira.
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2.2.2. Caractersticas observadas nos stios
prospectados para as diversas comparaes e sugestes,ou no, de uma subtradio de Itacoatiara na Paraba.
1. Presena de capsulares;
2. Sulcos desordenados em painis;
3. Sulcos ordenados em painis;
4. Posicionamento dos painis e do bloco suporte em cursos
dgua ou prximos a eles;
5. Formas curvas das gravuras rupestres;
6. Pontos gravados ordenadamente, dando impresso de
linhas de contagens;
7. Pontos gravados desordenadamente;
8. Denso preenchimento dos painis;
9. Tcnicas observadas na confeco das gravuras rupestres:
picoteamento, raspagem e baixo relevo (meia cana) e
polimento;
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10. Semelhanas de grafismos com as do Ing (epicentro ou
stio referncia dos nossos estudos), no tocante a repetiode gravuras.
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3. RESULTADOS
No item localizar, identificar e registrar outros stios
arqueolgicos na rea prospectada e mapear as outras
detentoras de monumentos arqueolgicos da rea de estudo,
especialmente as Itacoatiaras, em atividades de prospeco
localizamos, identificamos e registramos dezenove (19)
ocorrncias da tradio Itacoatiara no entorno da rea de
estudo. Estando todas elas dentro dos padres estilsticos,
tcnicos e grficos presentes na Pedra do Ing. E como
exaurimos todas as informaes que nos foram dadas pelos
rgos municipais e setores civis, acreditamos que nosso
cadastramento alcanou o mximo de nmero possvel de
stios arqueolgicos na rea, especialmente os da tradio
Itacoatiara de arte rupestre, para realizarmos as devidas
anlises comparativas com os grafismos do Ing para,
subsidiarmos ou no, a existncia de uma subtradio de
Itacoatiaras para a regio;
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No item desenvolver atividades de Educao
Patrimonial nas escolas pblicas e comunidades rurais darea de estudo, visando estabilizar o atual processo de
destruio do patrimnio cultural no Estado e contribuir
para o conhecimento do processo de evoluo cultural dos
grupos pretritos que ocuparam os Sertes da Paraba,
realizamos trs palestras, sendo uma realizada no dia16/10/2011 na Escola Estadual Jos Rodrigues de Atade,
municpio de Itatuba, para os alunos do Ensino
Fundamental; a outra foi realizada no dia 18/10/2011, na
Escola Municipal Maurino Rodrigues de Andrade, municpio
de Itatuba, juntamente aos alunos do Ensino Fundamental; ea outra realizada no dia 30/10/2012 na Escola Estadual Jos
Rodrigues de Atade, municpio de Itatuba, para os alunos do
Ensino Fundamental. Aproveitando das atividades
desenvolvidas no Parque Arqueolgico Pedra do Ing,
estendemos a ao de Educao Patrimonial para asinmeras caravanas estudantis que frequentemente visitam
a Pedra do Ing (Fig. 9).
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Fig. 9 Estudantes que frequentam a Pedra do Ing.
Crdito da imagem: Dennis Mota Oliveira.
Durante esta atividade de Educao Patrimonial,
distribumos para os alunos participantes uma Cartilha
Educativa (SANTOS, 2011), gratuita, produzida pelo
Laboratrio de Arqueologia e Paleontologia da UEPB
(LABAP/UEPB).
Poucas pessoas tm noo da importncia dos stios
arqueolgicos como patrimnio da humanidade e, por isso,
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destroem ou desdenham de tais ocorrncias. Por isso, nossas
atividades de campo e de Educao Patrimonial vieram nosentido de alertar para a importncia destes lugares e da
preservao destes bens comuns. Cremos que, depois destas
nossas atividades, as comunidades estudantis do Ing e
regio, bem como os moradores das zonas rurais das
proximidades dos stios arqueolgicos estudados,adquiriram uma nova forma de ver estes lugares como
patrimnio a ser guardado e preservado para que estudos
venham possibilitar o conhecimento do processo de
evoluo cultural dos grupos pretritos que ocuparam os
Sertes da Paraba.
3.1. Identificao dos stios localizados/trabalhados na
rea de pesquisa
A Tabela 1 traz a localizao e os pormenores dos
stios arqueolgicos trabalhados nesta etapa do projeto de
pesquisa.
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Ord
em
Nome stio
Coordenadas
geogrficas dostio
Localidade/
municpio do stio Tipologia
01Poo doSapateiro
L.S. 0701935.4L.O. 3503369.2
Comunidade Acar,zona rural domunicpio deMogeiro
Gravura
02 LajesL.S. 0702047.8
L.O. 350
3923.9
Serra do Gentio,zona rural do
municpio deItatuba
Gravura
03 Batentes IL.S .0702071.9L.O. 3503910.2
Localidade Batente,zona rural domunicpio deItatuba
Gravura
04 Batentes IIL.S. 0702085.6L.O. 3503920.0
Localidade Batente,zona rural domunicpio de
Itatuba
Gravura
05Cachoeirinha
L.S. 0703354.3L.O. 3505623.4
Zona rural domunicpio deItatuba
Gravura
06CachoeiradoCaldeiro
L.S. 0700155.8L.O. 3504755.0
Riacho Ribeiro, zonarural do municpiode Esperana
Gravura
07
Itacoatiara
dosMacacos
L.S. 0702461.8
L.O. 3504976.2
Fazenda de JooBezerra, zona rural
do municpio deQueimadas
Gravura
08Pedra daTorre
L.S. 0701533.9L.O. 3504710.3
Fazenda Torre, zonarural do municpiode Riacho doBacamarte
Gravura ePintura
09Furnas doAmaragi
L.S. 0700767.0L.O. 3505623.4
Stio Amaragi, zonarural do municpiode Lagoa Seca
Gravura
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10 Mata LimpaL.S. 0602565.0L.O. 3502066.5
Stio rio do Campo,zona rural do
municpio de Areia
Gravura
11 Corta DedoL.S. 0700817.3L.O. 3601017.0
Zona rural domunicpio dePocinhos
Gravura
12Itacoatiarado Estreito
L.S. 0701653.6L.O. 3600110.3
Localidade estreito,zona rural domunicpio deCampina Grande
Gravura
13Pedra daViola I
L.S. 0605233.8L.O. 3502542.9
Stio Maciel, zona
rural do municpiode Guarabira
Gravura
14Pedra daViola II
L.S. 0605260.0L.O. 3602565.2
Stio Maciel, zonarural do municpiode Guarabira
Gravura
15Pedra daViola III
L.S. 0605369.0L.O. 3503818.8
Stio Maciel, zonarural do municpiode Guarabira
Gravura
16 Pedra daFurna I
L.S. 0600815.6L.O. 3501016.1
Stio Geraldo de
Cima, zona rural domunicpio deMatinhas
Gravura
17Pedra daFurna II
L.S. 0700814.6L.O. 3601001.4
Stio Geraldo deCima, zona rural domunicpio deMatinhas
Gravura ePintura
18Pedra daLua
L.S. 0701218.2L.O. 3503739.6
Povoado Ch dosPereiros, zona ruraldo municpio doIng
Gravura
19 Itacoatiarado Ing
L.S. 0701329.4L.O. 3503552.6
Zona rural domunicpio do Ing
(STIOREFERNCIA)
Gravura
Tabela 1- Stios arqueolgicos identificados e trabalhados durante as
atividades de pesquisas.
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OBS.: No decorrer das atividades identificamos treze (13)
stios com pinturas rupestres, alm dos dois (02)
referendados neste trabalho por apresentar, tambm,
gravura rupestre, foram identificadas e realizadas as devidas
atividades de tombamento junto ao IPHAN Nacional. No
entanto, no foram aqui apresentados por no ser meta
principal desta pesquisa. Foi identificado dois (02) locais de
ocorrncias paleontolgica, do tipo tanques com megafauna
Pleistocnica, ambos em elevado estado de degradao
antrpica.
3.2. Caractersticas dos stios arqueolgicos
identificados
Os dezenove (19) stios arqueolgicos identificados e
trabalhados esto localizados nos municpios do estado daParaba apresentados na Fig. 10, que se segue:
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Fig. 10 Localizao geogrfica dos stios arqueolgicos trabalhados na primeira fase da pesquisa.
Crdito da imagem: Thiago Santos.
Financiamento: PROPESQ/UEPB.
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LEGENDA:
Stios arqueolgicos identificados e analisados por municpios:
01. Poo do Sapateiro Mogeiro.
02. Lajes Itatuba.03. Batentes I - Itatuba.04. Batentes II - Itatuba.05. Cachoeirinha - Itatuba.06. Cachoeira do Caldeiro Esperana.07. Itacoatiara dos Macacos Queimadas.08. Pedra da Torre Riacho do
Bacamarte.09. Furna do Amaragi Lagoa Seca.
10. Mata Limpa Areia.
11. Corta Dedo Pocinhos.12. Itacoatiara do Estreito CampinaGrande.13. Pedra da Viola I Guarabira.14. Pedra da Viola II Guarabira.15. Pedra da Viola III Guarabira.16. Pedra da Furna I Matinhas.17. Pedra da Furna II Matinhas.18. Pedra da Lua Ing.
19. Itacoatiara do Ing Ing.
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3.2.1. As Itacoatiaras trabalhadas
01.STIO POO DO SAPATEIRO MOGEIRO
Fig. 11 Desenho esquemtico do stio Poo do Sapateiro, Mogeiro,Paraba, Brasil.
Crdito da imagem: Dennis Mota Oliveira.
O local prospectado encontra-se na divisa dos
municpios de Ing e Mogeiro, na localidade denominada
Acar, seguindo-se pela rodovia estadual PB-090, a cerca de
6 km da sede do municpio do Ing, existe uma localidade
conhecida como Gameleira, da, segue-se 2 km por estrada
de barro em condies razoveis, chega-se ento a um
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pequeno aglomerado de casas - Acar o qual dista do stio
cerca de 1 km, o percurso da sede municipal (Mogeiro) at ostio tem durao de 30 minutos.
Fig. 12 Gravuras rupestres do stio Poo do Sapateiro.
Crdito da imagem: Dennis Mota Oliveira.
O conjunto formado por lajedos provenientes de
eroses fluviais (caldeires), o painel principal tem 3 metros
de comprimento por 1,25 de altura, no apresenta sinais de
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depredao ou vandalismo, apenas sinais da presena de
populares locais, como resduos de produtosindustrializados no entorno do sitio (Fig. 12).
Com as cheias do rio Ing ocorridas nos meses de
julho/agosto de 2011, a visibilidade das gravuras ficou
parcialmente comprometida. No entanto, as principais
caractersticas do local puderam ser observadas: a laje
formada por eroso fluvial, o painel principal encontra-se na
posio vertical e no entorno h painis na horizontal, neles
encontra-se vrias figuras, todas feitas atravs de
picoteamento superficial.
O painel principal est voltado para o Sudoeste. Nele
observam-se caractersticas de polimento e colorao que o
distingue do resto da pedra, sinal claro de que foi trabalhado
antes de as gravuras serem feitas. De maneira geral o
conjunto (painel vertical e horizontal) apresenta figuras
antropomorfas e abstratas, alm de muitos capsulares.
Pelas caractersticas do sitio, a forma como foram
trabalhadas as gravuras, podemos relacion-lo com a Pedra
do Ing.
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02.STIO LAJES ITATUBA
Fig. 13 Desenho esquemtico do stio Lajes, Itatuba, Paraba,Brasil.
Crdito da imagem: Dennis Mota Oliveira.
O Stio Arqueolgico conhecido pelo nome de Lajes
fica na serra do Gentio, mas precisamente na propriedade do
Sr. Luciano Raposo. Apesar de est muito prximo da sede
do municpio de Ing, o local fica no extremo desse
municpio com o de Itatuba, sendo que, delimita os limites
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da propriedade, delimita, tambm, onde termina o municpio
de Ing e comea o de Itatuba.O local relativamente de fcil acesso, dista da sede
do municpio de Ing de 6 km, que devem ser percorridos
preferencialmente de motocicleta, devido s condies no
to boas das estradas naquele local. em consequncia
disso que o percurso feito da seguinte forma: 5 km atravs
de motocicleta, e uma pequena caminhada em meio mata
de 1 km, at chegar ao local das gravuras.
O sitio Arqueolgico Lajes fica margem do rio
Cairar (atual Surro). Trata-se de um lajedo em gnaisse em
meio o leito do riacho. No afloramento, forma-se um tanque
natural que retm gua durante todo o ano. O tanque, de
aproximadamente 100m, apresenta pouca profundidade
(BRITO, 2008). A Laje, local onde esto as principais
gravuras tem 100 m de comprimento por 50 de largura,
compreendendo uma rea de aproximadamente 1500m,
por ser um local muito bonito com o rio correndo
praticamente todo o ano. Esse stio bastante conhecido
pelos habitantes locais e pelas pessoas dos municpios
vizinhos que se deslocam at o local para a prtica de
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banhos no rio e tambm para o consumo de bebidas
alcolicas, o que talvez, explique os resduos encontrados nolocal, bem como, o vandalismo praticado prximo as
gravuras, onde foram entalhados nomes de pessoas e outros
smbolos.
A vegetao do local muito bem preservada,
destoando, inclusive, das paisagens vizinhas que em suamaioria apresentam uma vegetao rasteira, apresentando
grandes rvores que proporcionam uma bela interao com
as guas do rio Surro.
O bloco principal de gravuras apresentam diversos
motivos de inscries: muitos capsulares agrupados e
dispersos, zoomorfos, cosmognicos (representao de
astros, sis, estrelas). Porm, h um fator que dificulta a
visualizao de mais detalhes: a questo da luminosidade,