Download - EVANGELHO SEGUNDO JOÃO
O EVANGELHO SEGUNDO
JOÃO
Profº Marcio Candido
CAPÍTULO VI
O Evangelho de João
O Evangelho de Jesus Cristo segundo João é o
mais conhecido, é o livro mais amado do mundo.
Essa obra tem induzido muitas pessoas a
seguirem Cristo, tem inspirado mais crentes a
servirem ao Senhor do que qualquer outra obra
através dos séculos.
Se considerarmos Lucas "a mais bela obra
literária do mundo", João é ainda mais elevada,
mais sublime. Ao passo que as suas histórias
cativam as crianças, suas lições
são insondáveis aos filósofos.
O quarto livro do Novo Testamento, o quarto
evangelho. O contraste entre João e os outros
três evangelhos, os Sinóticos, é mesmo evidente
por uma leitura superficial. Foi escrito
originalmente em grego, língua conhecida em
todo o mundo.
O quarto evangelho não registra qualquer
parábola, menciona somente oito milagres dos
quais apenas dois são relatados nos outros
evangelhos.
O Evangelho de João é o Evangelho do Filho de Deus.
O AUTOR DO QUARTO EVANGELHO
O quarto evangelho foi escrito pelo apóstolo
João (Jo 21:24). Os críticos do Novo
Testamento, tem posto dúvidas sobre o autor,
mas no mesmo plano de erudição se tem
sustentado....
...que o escritor deste livro foi o apóstolo João,
que como Pedro e Tiago, era um dos três
valentes e mais ilustres do Filho de Davi (Mc
3:37; Mt 17:1; 26:27 confrontar com lColl:10a47).
Seu pai, Zebedeu, um pescador com seus filhos
no Mar da Galileia, parece homem abastado;
possuía, talvez, casa em Betsaida e tinha servos
(Mc 1:20).
Salomé, a mãe de João (Mt 27:56; Mc 15:40 e
16: 1) foi uma das mulheres que acompanhavam
Cristo e Seus discípulos e O serviam com suas
fazendas (Mc 15:40,41).
Foi esta mesma mulher, santa e querida, que
com outras, na manhã da ressurreição, levou
aromas para embalsamar o corpo de Cristo (Mc
16:1). João era, sem dúvida, no início, um
discípulo de João Batista.
Depois foi escolhido
para ser um dos doze
apóstolos (Mtl0:2).
Aquele que conhece os corações dos homens,
deu a João e seu irmão, Tiago, o nome de Filhos
do Trovão (Mc 3:17). Foram assim chamados,
talvez, por causa do poder com que testificavam
do Cristo; o Trovão, entre os hebreus, dignifica a
voz de Deus. João foi conhecido como aquele
que Jesus amava
(Jo 13:23; 19:26;
20:2; 21:7,20).
Foi a ele que o Mestre confiou o cuidado de Sua
querida mãe antes de morrer (Jo 19:26,27).
Foi um dos discípulos que perseveraram
unanimemente em Jerusalém em oração e
súplicas (At 1:13,14).
Foi com os outros no dia de
Pentecostes, batizado
no espírito Santo (At 2:4).
Continuava em constante companhia de Pedro
(At 3:4; 4:13; 8:14,17). A história da Igreja
concorda que João residia em Éfeso, de onde
dirigia a obra das Igrejas. Foi de lá banido para
solitária ilha de Patmos
"por causa da Palavra
de Deus, e pelo
testemunho de Jesus
Cristo" (Ap 1:9).
Era o mais jovem dos apóstolos do Senhor.
Sobreviveu a todos os outros por muitos anos,
sendo o único deles que não morreu mártir.
A DATA DO LIVRO DE JOÃO
João escreveu seu evangelho, provavelmente,
nos anos 85 a 90 D.C., quando todo o Novo
Testamento estava completo. De maneira
extraordinária, seu evangelho leva todos os
quatro Evangelhos ao maior grau de glória e de
ilustração prática.
Sua primeira epístola é o ponto culminante das
epístolas. O Apocalipse é o selo e o apogeu de
toda a Bíblia. João, com meio século de
experiência, como pastor e evangelista, depois
da crucificação, ficou melhor preparado para
escrever sua obra
acerca do Mestre.
Suas palavras nos abrasam ainda mais, se nos
lembrarmos do que ele tinha experimentado
quando escreveu. Reclinara a cabeça no seio do
Mestre e compartilhava intimamente os
sentimentos de Seu coração amoroso. Foi ele
que seguiu o Senhor ao Seu julgamento, quando
todos os outros
discípulos tinham fugido
(18:15).
Foi o único que ficou ao pé da cruz para receber
a mensagem do Salvador antes de expirar.
Presenciou a ascensão. Foi um dos cento e
vinte discípulos maravilhosamente batizados no
Espírito Santo, no glorioso
derramamento de
Pentecostes.
Acolheu a mãe do Senhor em casa, até ela
morrer. Viu a dispensação judaica findar e a
destruição da cidade santa. E não foi muito
depois dele escrever esse evangelho que lhe
foram concedidas as
visões vibrantes e
preciosíssimas do
Apocalipse.
Verdadeiramente, se estudarmos, lembrados do
que João tinha visto, do que sentia no coração
quando escrevia, desfrutaremos muitas vezes
mais das bênçãos e do gozo do Espírito Santo.
TEMA
O Evangelho de João é um acervo de
testemunhos para provar que Jesus é o Cristo, o
Filho do Deus Vivo. Foi escrito por João em
resposta a um apelo da Igreja - que já possuía
os outros Evangelhos - para ter as verdades
mais profundas.
Foi escrito com a finalidade de
promover a vida espiritual da Igreja.
Contém a substância da pregação
de João à Igreja, são as verdades espirituais
que ele havia recebido do Senhor. O propósito
de João neste Evangelho é apresentar Cristo a
todos os cristãos como o Verbo encarnado de
Deus.
JOÃO E OS SINÓTICOS
Sinóticos quer dizer: o que dá uma vista geral de
tudo ou da parte principal. Os Evangelhos
Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) são assim
chamados porque nos fornecem uma vista geral,
ou um resumo, da vida de Cristo. Esses livros
narram a vida de Cristo no mesmo esboço geral.
Cada um dos três salienta Seu ministério na
Galileia e conta resumidamente a Sua obra na
Judéia e na Peréia. O Evangelho de João, ao
contrário, dá ênfase ao que fez na Judéia e na
Peréia, e abrevia seu relato do que fez na
Galiléia. Os pontos de contrastes principais,
entre João e os Sinóticos, são:
Sinóticos: João:Todos escritos antes de 70
D.C. Escrito cerca de 90 D.C..
Salientam biografias Salienta doutrinaRelata muitas parábolas Não relata nenhuma
parábola Narram 23 milagres Narra apenas 8 milagresEnfatizam discursos
públicos Enfatiza entrevistas ocultas
Contam o que Jesus fez Conta porque fezUm panorama de Jesus
servindo Uma radiografia da Sua
pessoa
Os Evangelhos Sinóticos, falando em termos
gerais, contém uma mensagem evangélica para
os homens espirituais, eram evangelhos
missionários.
Depois de terem sido estabelecidas as Igrejas,
por meio das obras dos apóstolos, veio uma
petição dos cristãos em todas as partes que se
lhes desse uma declaração das verdades mais
profundas do Evangelho. Para satisfazer esse
pedido, João escreveu o seu Evangelho.
É evidente que este Evangelho foi,
primeiramente, escrito para os cristãos pelos
seguintes fatos:
1 - As doutrinas que contém, concernentes a
alguns dos temas mais profundos do Evangelho -
a preexistência de Cristo, Sua encarnação, Sua
revelação ao Pai, a pessoa e a obra do Espírito
Santo - indicam que foi
escrito para um povo espiritual.
2 - O escritor presume que aqueles aos quais
escreve, estão familiarizados com os outros três
Evangelhos, porque omite a maioria dos
acontecimentos bem
conhecidos da vida
do nosso
Senhor, exceto
naturalmente, aqueles que se relacionam com a
paixão e a ressurreição, sem os quais, nenhum
Evangelho poderia ser completo.
O VERSÍCULO CHAVE DO LIVROPara se desfrutar as riquezas de qualquer livro da
Bíblia é necessário possuir, primeiramente a chave
do livro. As vezes a chave está na fechadura da
porta da frente, como no livro de Atos, esperando
que abramos a porta para entrar. A chave do livro
de João está bem no fundo:
"Estes, porém, foram escritos para que creias
que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para
que, crendo, tenhais vida em seu nome" (Jo
20:31).
Não é, todavia, somente no fim do livro de João
que se encontra o propósito da obra. No primeiro
capítulo está registrado que "Deus nunca foi visto
por alguém.
O Filho unigénito que está no seio do Pai, esse
o fez conhecer" (versículo 18). O alvo, portanto,
dos sublimes "retratos" do filho unigénito, que se
encontram no livro de João, é para que os
homens conheçam o Pai do Filho Unigénito,
Deus.
No Fragmento Muratoriano consta como o
apóstolo João escreveu seu Evangelho
"solicitando pelos bispos e colaboradores" e
somente depois de um tempo de jejum e oração.
Não ambicionava lugar entre os literatos de
renome, mas antes um lugar para Cristo no
coração dos homens.
Escrevia não para divertir os homens, mas para
levá-los a convicção, assim como Lucas escrevera
para levá-los a confirmação. (Lc 1:3 e 4). Queria
que ficássemos convictos do oficio divino e da
natureza divina de Jesus.
"Estes foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus”
AS DIVISÕES DO LIVRO
As divisões do livro propostas por vários
exegetas pouco diferem uma das outras.
Apresentamos a título de ilustração a proposta
pelo Dr. C. I. Scofield DD.
Há sete divisões naturais neste Evangelho:
I - O prólogo: Jesus o Cristo, é o verbo eterno
que se fez carne (1: 1 a 14)
II - O testemunho de João Batista (1:15a 34)
III - O ministério público de Cristo (1:35 a 12:50)
IV - O ministério privado de Cristo a favor dos
Seus (13:1a 17:26)
V - O sacrifício de Cristo (18:1 a 19:42)
VI - A manifestação de Cristo ressuscitado (20:1 a
31)
VII - Epílogo: Cristo o Senhor da vida e do serviço
(21:1 a 25)
CONTEÚDO LITERÁRIOI - O prefácio (l:l al8)
II - A revelação de Cristo ao mundo, por meio
das Suas reivindicações (1:19 a 6:71)
III - Rejeição das reivindicações (7:1 a 12:50)
IV - A manifestação de Cristo a Seus discípulos
(cap. 13 a 17)
V - A humilhação e glorificação de Cristo
(capítulos 18 a 21)
PREFÁCIO (1:1-18)
1 - A manifestação de
Cristo na eternidade (1:1
a 5)
2 - A manifestação de
Cristo no tempo (1:6a 18)
Os sinóticos começam sua história, registrando
a origem terrestre de Cristo. Mateus e Lucas
registram o Seu nascimento Virginal. João toma
em consideração que os cristãos em todas as
partes estão...
...familiarizados com esses fatos e omitindo o
registro da Sua origem terrestre, descreve a Sua
origem celeste. Embora João não dê um relato
direto do nascimento virginal de Cristo, refere-se
indiretamente ao mesmo no versículo 14.
Notem o nome pelo qual João se refere a Cristo:
“o Verbo”. Cristo é chamado Verbo, porque
como nossas palavras são a expressão de
nossos pensamentos e caráter, assim Cristo foi
a expressão do pensamento de Deus para nós,
de Seu caráter, sim, da Sua própria essência.
II - A MANIFESTAÇÃO DE CRISTO AO
MUNDO (l:19 a 6:71)
1 - O testemunho de João Batista (1:19 a
34). João Batista inteirou-se da divindade de
Jesus, pelo batismo com o Espírito Santo
(1:33);
2 - O testemunho dos primeiros discípulos (1:35
a 51). Natanael foi convencido pela prova de
Sua onisciência (1:48 e49);
3 - O primeiro milagre e a purificação do templo
(capítulo 2). Seus discípulos se convenceram de
Sua divindade quando em seu primeiro milagre
transformou a água em vinho (2:11);
Pela purificação do templo e operação de muitos
milagres (não registrados) muitos judeus O
reconheceram como divino (2:23).
4 - Entrevista com Nicodemos, como divino (3:1
a 21). Jesus revela-se a Nicodemos como divino
(3:13-16);
5 - O testemunho de João a seus discípulos
(3:22 a 36). Os quatro testemunhos notáveis de
João Batista;
6 - O ministério de Jesus em Samaria (4:1 a 43).
Jesus revela-se como divino à mulher
samaritana (4:26); Os samaritanos aceitam-nO
como divino (4:41 e 42).
7 - A cura do Filho do oficial do rei (4:43 a 54). O
oficial convenceu-se da divindade de Jesus ao
verificar que Sua Palavra era tão eficaz quanto a
sua presença (4:53);
8 - A cura do homem paralítico, seguido por um
discurso (capítulo 5). Oposição por que chamou
a Deus de SeuPai(5:17el8);
9 - Alimentando a multidão; discurso sobre o
Pão da Vida (capítulo 6). Muitos se
convenceram de Sua divindade pelo milagre dos
pães (6:14).
NOTAR: (6:35; 8:12 a 58; 10:9 a 11; 11:25; 14:6;
15:1). Jesus declara ser a revelação completa
do grande "EU SOU" do Velho Testamento.
-ehyeh-asher - " אהיה אשר אהיה ehyeh"
João como os demais evangelistas, menciona o
ministério de João Batista. Sendo que João
Batista estava atraindo grandes multidões pelo
seu ministério e estava ministrando um rito, que
era novo para a religião judaica, isto é, o
batismo - as autoridades judaicas sentiram que
era do seu dever investigar
as declarações desse
novo pregador.
Enviaram um comissão para interrogá-lo acerca
de sua identidade e autoridade. Humildemente
confessa que ele não passa "da voz do que
clama no deserto" (1:23); que a sua missão é
igual a dos engenheiros
daquele tempo da visita
de um rei oriental;...
a saber: a preparação dos caminhos ante ele
(1:23); que seu batismo era unicamente
simbólico e típico do batismo que seria
administrado pelo Messias (1:26 e 27,33).
No dia seguinte, João, como um verdadeiro
ministro do evangelho, dirigiu a atenção dos
seus ouvintes para Jesus, em vez de atraí-los
para si mesmo, dizendo: "Eis o cordeiro de Deus
que tira o pecado do mundo". Em seguida,
revela um dos seus motivos de batizar o Senhor;
a saber, para ter uma revelação da Sua
divindade (1:30-34).
Não há inveja em João Batista. No dia seguinte,
repete a sua mensagem e ensina os seus
seguidores a seguirem a Jesus. Um daqueles
que ouviu a mensagem foi André, o irmão de
Pedro. O outro cujo nome não foi mencionado
pode ter sido o autor do Evangelho, João.
André demonstra a realidade da sua experiência
espiritual conduzindo seu irmão Pedro ao
Messias. Jesus, vendo nesta última pessoa
aquele que estava destinado a tornar-se a
primeira pedra viva da sua Igreja, dá-lhe o nome
profético de Cefas (1:42), Jesus chama em
seguida a Felipe, que com entusiasmo testifica a
Natanael que encontrou o Messias, Jesus de
Nazaré.
Natanael quase não pode acreditar que o
Messias havia vindo de Nazaré, aldeia
desprezada da Galileia, mas é logo convencido
por meio do conhecimento sobrenatural de
Jesus que Ele realmente é o Rei de Israel.
Um casamento em Caná dá a Jesus a
oportunidade de manifestar o Seu poder. A Sua
assistência a tal Cerimônia prova a Sua
disposição de ter relações com o povo e de
santificar tais reuniões por Sua presença.
Neste caso a alegria do casamento estava em
perigo e o dono da festa ameaçado de passar
um vexame, tendo-se esgotado o vinho. Maria
conhecendo os poderes milagrosos de Seu Filho
e desejando, com o seu orgulho natural de mãe,
que Ele os manifestasse, informa-O de que não
havia mais vinho, sugerindo por
tal informação, indiretamente,
que Ele o suprisse.
Jesus ternamente lembra-lhe que embora tenha
sido sujeito a ela até o tempo do princípio do
Seu ministério, as suas relações agora são
outras (2:4). Agora Ele é guiado por Seu Pai
Celestial, o qual determina todos os
acontecimentos de Sua vida.
Os judeus tinham permitido que o espírito de
comercialismo violasse a santidade dos recintos
do templo, pois espalhados pelo átrio dos
gentios, havia vendedores de animais para o
sacrifício e cambistas de dinheiro.
Tal profanação da casa de
Seu Pai, faz com que Jesus
expulsasse do templo esses
negociantes. Sendo que
somente um profeta ou o
próprio Messias podia
purificar o templo. Os chefes
pediram ao Senhor que
provasse a Sua autoridade
por um sinal.
Ele lhes dá o sinal da Sua morte e ressurreição.
Mais tarde, as Suas palavras referentes a esse
sinal foram a base de uma acusação falsa (Mt
26:61).
Os milagres de Jesus tinham atraído muitos
seguidores (2:23), mas Jesus não confiava
numa fé que se baseasse meramente em sinais.
Um daqueles que foi impressionado por Seus
milagres era um dos principais
entre os judeus, chamado
Nicodemos.
Começou a sua conversação com Jesus
reconhecendo que Ele era um Mestre enviado
por Deus. Jesus ignorou os elogios e,
inesperadamente, diz a Nicodemos que era
necessário nascer de novo.
Parece que Nicodemos estava convencido de
que o reino de Deus, proclamado por Jesus,
estava prestes a ser inaugurado e, portanto, quis
UNIR-SE a esse reino. Jesus por conseguinte,
lhe explica que a única maneira de entrar neste
reino é ser NASCIDO nele. Nicodemos que era
da opinião judaica comum, pensava que o reino
viria com grande demonstração exterior.
Jesus mostra-lhe que ele vem pela operação
misteriosa do Espírito no coração (3:8).
Nicodemos achava, como os judeus em geral,
que o reino seria inaugurado pela aparição
gloriosa do Messias.
Jesus lhe explica que
devia ser inaugurado
pela morte do Messias
(3:14).
Os discípulos de João Batista, vendo que as
multidões o abandonavam para reunir-se com
Jesus, queixam-se junto ao seu mestre (3:25 e
26). João responde que isto corresponde
exatamente ao plano de Deus.
Ele é unicamente o amigo do esposo, quer dizer,
aquele que, segundo o costume judaico, pede a
mão da moça e prepara as bodas. A sua missão é
a de conduzir o esposo (o MESSIAS) à noiva (a
nação judaica) (3:29); feito isto, a sua missão esta
terminada (3:30).
O capítulo 4 registra a entrevista de Jesus com a
mulher de Samaria. O Dr. Torrey apresenta um
contraste interessante entre ela e Nicodemos:
SAMARITANA NICODEMOSUma mulher Um homemUma samaritana Um judeuUma prostituta Um Mestre de
IsraelVeio ao meio dia Veio de noiteConfessou a Jesus imediatamente
Um discípulo secreto
Trouxe uma cidade inteira a Cristo
Trouxe (?) a CristoUma necessidade comum - O Espírito Santo (João 3:5; 4:14): "Não há diferença".
1ª parte
O capítulo 5 registra o princípio dos conflitos de
Jesus com os judeus concernente aos Seus
direitos divinos. Censuram-No por ter curado um
homem no dia de sábado. Ele defende-se
afirmando que Deus, Seu Pai, está associando a
Ele na obra de curar no sábado (5:17).
Por essa razão, e porque Ele não fez nada
independente do Pai (versículo 9), foi
perfeitamente autorizado a curar no sábado a
humanidade doente. Em seguida, Jesus reclama
alguns direitos surpreendentes.
Afirma ser Ele quem ressuscita os mortos
(versículos 21); que tem honra igual à do Pai
(versículo 23); que é Juiz de todos os homens
(versículos 22 a 27). Como testemunhas de
Seus direitos Ele aponta João Batista (versículo
33), as Suas obras (versículo 36) ao Pai
(versículo 37) às Escrituras (versículo 39) e a
Moisés (versículo 46).
A alimentação da multidão registrada no capítulo
6 marca o ponto máximo da popularidade de
Cristo. O povo está tão convencido de ser Ele o
profeta, pelo qual esperavam por tanto tempo,
que procuram fazê-Lo rei. Mas Jesus recusa
essa honra porque não veio para reinar, mas
sim para morrer (versículos 25 a 65).
Jesus dá o golpe mortal na Sua popularidade,
porque, ao passo que eles crêem que a sua
salvação se efetuará por um Messias glorioso,
Ele ensina que seria efetuada pela morte do
Messias. Antes de tudo, Ele censura-os por
buscarem o alimento natural em vez do
espiritual (versículos 26 e 27).
Ao lhe perguntarem que deviam fazer para
obterem este alimento, Ele respondeu que
deviam crer n'Ele (versículos 28 e 29). O povo
logo lhe pede um sinal para poder crer n'Ele
(versículo 30) e mencionam o fato de Moisés ter-
lhes dado o mana do céu (versículo 31).
Nosso Senhor responde que o maná era
simplesmente um símbolo dele mesmo, o
verdadeiro mana (versículos 32, 33, 35) e que
como Israel rejeitou o maná terrestre, assim
rejeitou também o celestial (versículo 36).
Mas embora a nação, em geral, O tenha
rejeitado, há um remanescente fiel que vira a Ele
(versículo 37), e esse remanescente Ele não
lançara fora, porque é a vontade do Pai dar-lhe
vida eterna (versículos 38 a 40). Os judeus
murmuram ao ver que o Filho de um carpinteiro
declarava ter vindo do céu (versículo 42).
Jesus lhes diz que uma revelação divina é
necessária para convencê-los da Sua divindade
(versículos 44 e 45). Logo em seguida declara-
lhes como podem obter a vida eterna: comendo
a Sua carne e bebendo o Seu sangue, isto é,
crendo n'Ele como a expiação dos seus
pecados. Os judeus não compreendem essa
linguagem figurada, tornam-na literal (versículos
52 a 60).
Jesus então lhes diz que as Sua palavras não
devem ser tomadas literalmente, mas de modo
espiritual (versículo 63). Notem o resultado
desse discurso: um exame nos discípulos de
Jesus (vers. 60 a 71).
III - REJEIÇÃO DAS REIVINDICAÇÕES DE CRISTO -(cap.7:lal2:50) 1 - Jesus na Festa dos Tabernáculos (capítulo 7) 2-A mulher adúltera (8:1 a 11)3 - Discursos sobre a luz do mundo e a liberdade espiritual (8:12 a 59)
4 - A cura de um cego de nascença (capítulo 9) 5-0 discurso do bom Pastor (10:1 a 21)- Jesus na festa da dedicação (10:22 a 42)-Aressurreição de Lázaro (11:1a 46)-8 - Arej eição final de Cristo pela nação (11:47 a 12:50)
Os irmãos de Jesus pedem-lhe que assista à
Festa dos Tabernáculos e manifeste as Sua
obras ante o povo, porque eles raciocinam que
se de fato Ele é o Messias, deve fazer uma
proclamação pública de Seus direitos em vez de
permanecer numa aldeia insignificante da
Galileia (7:1a 5).
Até então eles não criam que Ele era de fato o
que pretendia ser, mas o tempo veio em que
creram (Atos 1:14). Jesus responde que a hora
em que Ele tem que ir a Jerusalém, não chegou
ainda. Mais tarde Ele foi à festa, em oculto
(7:10), para poder evitar as caravanas de
peregrinos galileus que O reconheceriam e
talvez fariam uma demonstração pública.
Quando Jesus começou a ensinar no templo, o
povo admirou-se de Suas pregações, porque
eles sabiam que ele não tinha freqüentado as
escolas de teologia (7:15).
Jesus explicou que o Seu ensino vinha
diretamente de Deus (versículo 16) e se alguém
estivesse realmente disposto a fazer a vontade
de Deus, verificará o Seu ensino como
verdadeiro. Depois defendeu a Sua sinceridade,
demonstrando que não buscava a sua própria
glória (versículo 18).
Olhando o coração deles, vê o ódio para com Ele e acusa-os de violarem a Lei de Moisés (versículo 19).Em seguida defende o ato da cura de um homem no dia de sábado (versículos 21a 24; comparar capítulo 5).
Ao ouvirem Jesus falar tão ousadamente, alguns do povo pensam que possivelmente os chefes O aceitaram como o Cristo (versículo. 26).Outros não podem crer que seja o Messias porque conhecem o lugar de Sua residência e Seus pais (versículo 27).Jesus reconhece que sabem estas coisas, mas replica que ignoram o fato de que foi enviado por Deus (versículo 28).
Alguns recordando os milagres de Jesus,
inclinam-se a crer que é o Messias (versículo
31). Os fariseus, ao ouvirem isto, mandam que
os oficiais O prendam (versículo 32). Agora
Jesus lhes diz que o seu desejo de livrar-se
d'Ele logo será cumprido (versículo 33).;
mas que virá o tempo em que buscarão um
libertador e não encontrarão nenhum (versículo
34). Durante a Festa dos Tabernáculos era
costume dos sacerdotes irem ao tanque de Siloé
e tirar água num cântaro de ouro, cantando ao
mesmo tempo Isaías 12.
A água então era derramada sobre o altar. Isso
era considerado como uma comemoração da
água dada no deserto e era o simbólico
derramamento do Espírito Santo sobre Israel no
futuro.
Provavelmente, foi nesse ponto que Jesus Se
proclamou como a Fonte das águas vivas, a
rocha ferida da qual o mundo inteiro pode beber
(versículos 37 a 39). Ao ouvirem isto, muitos
reconheceram que Ele era o Messias (versículo
40), mas outros objetaram que Ele não o podia
ser por ter vindo da Galileia.
Os oficiais do templo, impressionados e
intimidados por Suas palavras majestosas, não
O prenderam ( versículo 46). Os fariseus
censuram-no dizendo que nenhum dos
principais acreditou nele, mais somente o povo
ignorante (versículos 47 a 50).
Neste ponto Nicodemos defende o Senhor, e logo os fariseus afirmam colericamente que segundo as Escrituras nenhum profeta viria da Galileia (7:52). Isto não era certo, porque Jonas e Elias eram daquela região.Os escribas e fariseus trazem à presença de Jesus uma mulher apanhada em adultério e perguntam-Lhe se não deveria ser castigada com a pena imposta pela Lei de Moisés. Era uma tentativa para por o Senhor num dilema.
O Se Ele ordenasse que a mulher fosse liberta,
isso seria uma contradição da Sua declaração
de que não tinha vindo para destruir, mais sim
para cumprir a Lei de Moisés (Mt 5:17). Se
dissesse que a mulher deveria ser apedrejada
de acordo com a Lei, poderia ser considerado
uma contradição de Sua declaração que não
tinha vindo para julgar, mas, sim, para salvar os
pecadores.
Nosso Senhor resolve a questão transferindo o
caso para a corte da consciência. Nessa corte,
seus inquiridores descobrem que "todos
pecaram e estão destituídos da glória de Deus".
Jesus proclama-Se em seguida a Luz do Mundo
- um direito verdadeiramente divino (8:12). Os
fariseus objetam de que o Seu próprio
testemunho não prova a verdade de Suas
pretensões (versículo 13).
Jesus responde que Ele pode dar testemunho
de si mesmo, porque tem um conhecimento
perfeito da Sua origem e natureza divinas
(versículo 14). Refere-se em seguida ao
testemunho de Seu Pai (versículo 18); Isto é,
aos milagres pelos quais Deus confirmou a
palavra de Seu Filho. Jesus então acusa os
fariseus de ignorância acerca do Pai (versículo
19).
Apesar de O rejeitarem, o dia virá quando
buscarão um Messias (versículo 21) e não O
encontrarão. Diz-lhes que, depois de Sua
crucificação e ressurreição, quando o Espírito
será derramado e obras poderosas realizadas
em Seu nome, então eles terão provas em
abundância da Sua divindade (versículo 28).
Essas declarações fizeram com que muitos do
povo cressem n'Ele (8:30), mas Jesus, vendo a
fraqueza da sua fé, exorta-os a continuarem em
Sua instrução que os libertará completamente
do pecado (versículos 31 e 32).
Alguns dos discípulos escandalizaram-se com
isso, porque como judeus consideravam-se
homens livres (versículo 33). Jesus explica que
a servidão à qual se referiu, é a servidão do
pecado (versículos 34 a 37).
O Ele lhes mostra que não são somente de
Abraão, porque não executam as obras de
Abraão, isto é, obras da fé (versículos 37 a 40).
Prova a falsidade da pretensão de serem filhos
de Deus (vers. 42).
Diz-lhes que a sua repugnância à verdade e o
ódio em seus corações mostram que são filhos
do diabo (versículo 44). Desafia-os a convence-
Lo do pecado ou então crerem em Seus direitos
(versículo 46).
Em conseqüência da Sua promessa de isenção
da morte espiritual para aqueles que crêem
n'Ele, é acusado de exaltar-se sobre Abraão
(versículo 53). Jesus responde que Abraão
previu a Sua vinda (versículo 56). Esta
declaração surpreende os judeus que não
podem compreender como Ele e Abraão
poderiam se conhecer (versículo 57).
Jesus afirma então a Sua preexistência
(versículo 58). Os judeus entendem que isto é
uma pretensão dc igualar-sc à Divindade e
procuram apedrejá-Lo como um blasfemador
(versículo 59).
A cura de um cego por Jesus num sábado
ocasiona novamente o ódio dos chefes. Depois
de uma tentativa de provarem que Jesus era um
pecador, foram confundidos pelos argumentos
de um pobre homem sem instrução, que foi
curado (capítulo 9).
Provavelmente, para mostrar o contraste entre
os falsos pastores que expulsam o homem da
sinagoga e os pastores verdadeiros, Jesus
pronuncia o discurso registrado em 10:1 a 21
(leia Ezequiel capítulo 34).
Nos versículos 1 e2 refere-se aos verdadeiros
pastores que entram no redil por meio d'Ele
mesmo, que é a porta, referindo-se àqueles que
tem uma vocação divina.
Nos versículos 8, 9, 12, Jesus refere-se
evidentemente aos messias e profetas falsos,
que enganaram o povo e causaram a sua
destruição.
Na Festa da Dedicação, os judeus perguntaram
a Jesus se Ele era o Cristo (8: 23 e 24). Jesus
responde que as Suas obras e palavras provam
que Ele é o Cristo (versículo 25), mas que eles
não tinham crido, porque não pertenciam ao Seu
rebanho; não obedeceram 'a voz do Pastor
Divino (versículos 26 e 27). Jesus descreve em
seguida a segurança das Suas ovelhas, e
termina com uma declaração de ser Ele um com
Deus (versículo 30).
Os judeus procuram apedrejá-Lo por dizer que
era igual a Deus. Jesus justifica o Seu direito de
chamar-se Filho de Deus por meio de uma
citação do Velho Testamento. Ele afirma que
naqueles dias os príncipes e juizes às vezes
eram chamados deuses (10:34 e 35; SI 82: 6).
Assim, pois, se juizes injustos, representantes
temporários de Deus, foram chamados deuses,
por que Ele, o Juiz justo e eterno, não podia ser
chamado Filho de Deus ? (versículo 36). Ele diz
que eles não precisam crer n'Ele se as Suas
obras não fossem divinas (versículos 37 e 38).
A sensação causada pela ressurreição de
Lázaro (capítulo 11) reúne os sacerdotes e
fariseus num concílio com o propósito de
determinar a morte de Jesus (11:47). Caifás
deseja libertar-se de Jesus por razões políticas.
Argumenta que se for permitido a Jesus
continuar o Seu ministério, a Sua popularidade
causará um tumulto popular que despertará as
suspeitas dos romanos e resultará na perda do
poder e ofício dos regentes e em calamidade
para a nação.
Assim, sendo, ele argumenta: é melhor que um
só homem sofra, em lugar de uma nação inteira
(versículos 49 e 50). Isto é o que ele quer dizer
por suas palavras, no versículo 50, mas Deus
lhe conferiu o significado de profecia da morte
expiatória do Messias (versículos 51 e 52).
O capítulo 12, registra dois acontecimentos mencionados pelos outros Evangelistas:
A Unção de Jesus e a Entrada triunfal.
Durante a Festa da Páscoa, uma petição de alguns gentios que desejam vê-Lo (12:21), evoca uma profecia da Sua morte, que traria a salvação ao mundo gentílico (24).
Depois Ele marca o caminho que os Seus
discípulos deviam seguir: o da abnegação e até
da morte (versículos 25 e 26). Embora a idéia de
uma morte vergonhosa Lhe seria extremamente
repulsiva, Ele não recua (versículo 27). Anuncia
que a Sua morte será o juízo do mundo e a
derrota de satanás (versículo 31), o meio de
atrair a humanidade enferma do pecado
(versículo 32).
O capítulo 12:37 a 41, registra cm geral o
resultado geral do ministério de Cristo a Israel:
rejeição da luz, seguida por cegueira espiritual
da sua parte. Os últimos versículos deste
capítulo contém o último apelo de Jesus à
nação.
IV-AMANIFESTAÇÃO DE CRISTO AOS SEUS DISCÍPULOS(capítulos 13 a 17)1- Discursos de despedida (13 a 17)2 - A oração intercessora (capítulo 17)O capítulo 13:1 a 17 contém o exemplo supremo da humildade de Cristo. Com pleno conhecimento da Sua divindade (versículo 3), humilha-se amais servil das tarefas, a de lavar os pés de Seus discípulos.
O motivo deste ato é explicado por Ele
(versículos 13 a 17); foi feito em grande parte
como exemplo aos Seus seguidores para que se
humilhassem e servissem uns aos outros. Eles
necessitavam dessa lição (vide Lucas 22:24).
Há muitos motivos para duvidar que o Senhor
tivesse a intenção de estabelecer uma cerimônia
literal de lavar os pés, especialmente sendo
costume daquele tempo que o hospedeiro
munisse de água e toalha um servo para lavar
os pés de seus hospedes, visto que usavam
sandálias abertas e os pés naturalmente se
sujavam nas caminhadas pelas ruas e estradas
poeirentas.
Parece haver aqui um símbolo muito mais
profundo, sendo que Cristo fez tudo inteiramente
em vista da sua Cruz e Sua função subsequente
como nosso Sumo Sacerdote e Advogado à
destra do Pai. "Sabendo Jesus que já era
chegada a sua hora de passar deste mundo
para o Pai (versículo 1)....
e sabendo que ele tinha depositado em Suas
mãos todas as coisas, e que havia saído de
Deus e ia para Deus, levantou-se da ceia, tirou
os vestidos e, tomando uma toalha, cingiu-se
(versículo 3 e 4).
O contexto aqui, então mostra claramente que o
que Ele fez era um símbolo da Sua futura obra
Redentora e Sacerdotal. Cremos que aqui
estabelecia, simbolicamente, Seu ministério de
conservar limpos os pés de Seus santos. "Se
alguém pecar, temos um advogado para com o
Pai, Jesus Cristo, o Justo" (I João 2:1).
Ele diz a Pedro: "O que Eu faço, não o sabes agora, mas entender-lo-ás mais tarde".Pedro com certeza compreendeu que Cristo ia lavar-lhe os pés literalmente, mas o Senhor indica que o significado deste ato só compreenderia mais tarde, na sua experiência.
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