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“FAZENDO ARTE ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL,

COM TEATRO, DANÇA E ARTESANATO”:

Projeto Educativo e Cultural

Refletindo e Trabalhando a Educação Ambiental com Educadores

Autora: Fernanda da Silveira Souza E-mail: [email protected]

Co-autoras: Annaelise Fritz Machado: [email protected]

Valéria Viera Marques Garcia e-mail: [email protected]

O mundo atualmente vive num processo extremamente acelerado e competitivo. Vivemos

numa sociedade em que a mídia nos leva a consumir cada vez mais. Todos os dias são

colocados novos produtos no mercado criando novas necessidades de consumo. E, quanto

mais se fabricam mais se consome, mais recursos naturais e enérgicos são utilizados e o

volume do lixo enviado aos aterros cresce cada vez mais. Na educação, torna-se necessária

uma reestruturação progressiva das culturas que ao longo da história, investiram em processos

que implicaram no empobrecimento do aumento dos recursos e das fontes básicas da vida.

Nesse sentido, a educação ambiental é apresentada como um instrumento de minimização e/

ou de solução dos problemas ocasionados pelo lixo.

Para tratar os problemas referentes a produção de lixo devemos refletir sobre a estrutura do

consumo, sobre os indivíduos movidos pelos estímulos originários da cultura que todos

preservam e reproduzem se preparando ao longo da vida para consumir, competir e atingir o

progresso.

O uso da reutilização do lixo seco em atividades educativas não é somente para fazer

economia. Ao usar o lixo, devemos ter em mente: o valor do trabalho com as mãos, a

consciência de fazer para aprender, o estudo de nossa realidade, a criatividade, a criticidade e

a reflexão sobre o material que está sendo trabalhado. Usar o lixo seco como atividade

educativa deve ser uma maneira de transformar aquilo que nos incomoda em algo que

contribua para transformar a nossa realidade.

O Projeto Educativo e Cultural “FAZENDO ARTE ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO

AMBIENTAL, COM TEATRO, DANÇA E ARTESANATO” é mediador entre os

responsáveis pela educação escolar/cultural, onde é exibido, entre os seus participantes,

através de uma programação elaborada dinamicamente dentro dos PCN’s: ARTE e MEIO

AMBIENTE, e dos objetivos que os educadores buscam alcançar em seus alunos.

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A oficina tem como objetivos propiciar á comunidade escolar reflexões a respeito da

problemática do lixo; capacitar multiplicadores para implementação de ações que visem a

gestão integrada de resíduos; buscar multiplicadores para processo de

educação/conscientização da população sobre a importância da redução, reutilização e

reciclagem de resíduos; sensibilizar os educadores sobre a importância da educação

ambiental; desenvolver hábitos de respeito e preservação do meio ambiente; conhecer

algumas possibilidades para a confecção de materiais lúdicos/pedagógicos; permitir aos

educandos fazer uma avaliação a respeito da necessidade de se pensar na qualidade de vida e

das relações em grupos sociais; dar vida a um momento permitindo que se transformem

sentidos das atividades escolares em algo prazerosos; realizar atividades práticas que permita

ao aluno ser agente transformador e preservador do meio ambiente; adquirir habilidades para

trabalhar com sucatas.

Dentre as atividades práticas encontram-se atividades que permitem conhecer a si próprio

para a valorização do outro como a atividade Mapeando o corpo, na qual os participantes

reconhecem o próprio corpo a partir do corpo do outro e fazem uma reflexão sobre seus

valores intrínsecos. Com a atividade denominada Algo em comum, objetiva-se que os

educadores possam ampliar seus conhecimentos sobre como agem os animais, refletindo

sobre eles e o que podem ter em comum se comparado com o meio no qual vivemos, fazendo

uma associação do que ocorre no meio ambiente (mundo animal) e no ambiente educacional

enfatizando as problemáticas de inclusão e exclusão. Construindo brinquedos pedagógicos

com sucatas, possibilita que os educadores reutilizem materiais que seriam destinados ao lixo

e possam exercitar sua criatividade e troca de conhecimentos. Outras atividades como

Incêndio na Floresta e História continuada exercitam a memória, atenção, coordenação

motora, criatividade e agilidade, fatores que devem ser trabalhados constantemente com os

educandos para auxiliar seu desenvolvimento. O Teatro com brinquedos de sucata, propicia o

exercício da criatividade elaborando textos, assim como, reutilizando sucatas, além de

exercitar o cooperativismo e interação com o grupo. História em cena visa trabalhar com

conscientização de preservação do meio ambiente, a criatividade, entrosamento e capacidade

de criação e improvisação.

Se o educando brinca, sonha, canta, inventa – pode trabalhar arte cênica; pois o teatro para o

educando compreende a extravasão dos sentidos mais urgentes e das fantasias mais gritantes.

Teatro desinibe, eleva, cria, transforma. Teatro em forma de brincadeira, faz das horas

passadas na escola, momentos alegres de refugio e extravasão. E paralelamente a esta relação

intuitiva – emocional, vão sendo trabalhadas, a coordenação motora fina e grossa, todo o

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esquema corporal, gradativamente o equilíbrio físico e psicológico, desinibição,

autoconfiança, criatividade e liberação da agressividade e tensão.

Sabemos que os PCN’s se prestam a orientar o planejamento escolar e as ações de

reorganizações do currículo, destinando a formar os alunos em cidadãos dos novos tempos.

Tendo como fonte os PCN’s:

• “Educação Ambiental”, nos mostra que para os educadores adquirirem consciência

sobre as questões ambientais será necessário se envolverem em um aprendizado

constante, desenvolvendo valores, atitudes e posturas éticas. Os educadores não devem

esquecer de mostrar aos alunos as diferenças entre um ambiente em equilíbrio e

degradados. “É importante que eles percebam que constatar algum mal não é motivo de

desanimo, mas de mobilização da escola e da comunidade para sua solução”. (pg. 25 –

Revista Nova Escola/ Edição Especial)

• “Arte”: DANÇA, permite experimentar o próprio corpo e testar os seus limites,

desenvolvendo a compreensão da sua capacidade de movimento. “... um bom momento

para que os alunos exercitem toda a sua criatividade”. (pg. 65 – Revista Nova Escola/

Edição especial).

TEATRO, que vêem orientar os educadores a incentivar o teatro, a dança e a música na

escola, confirmamos a importância deste, pois, “...proporciona experiências que contribuem

para o crescimento integrado da criança sob vários aspectos. No plano individual,

desenvolve a capacidade expressiva e artística. No coletivo, exercita o senso de cooperação,

o diálogo, o respeito mútuo, a reflexão, e torna as crianças mais flexíveis para aceitar as

diferenças. Os PCN, também, orientam os professores a incentivar essa atividade. Com a

educação teatral, a garotada se relaciona, fala, ouve, observa e atua, ou seja, pratica

liberdade e solidariedade enquanto se diverte”. (pg. 66 – Revista Nova Escola / Edição

especial).

Podemos perceber que as atividades de educação ambiental devem ser consideradas no

âmbito do aprimoramento de sua cidadania, levando a conscientização, de direitos e deveres

com relação ao ambiente, sendo um trabalho lúdico, criativo e participativo, levando aos

educandos à construção de cidadãos participativos, mostrar que a reciclagem traz inúmeros

benefícios para a sociedade, reduzindo o volume do lixo enviando aos aterros sanitários e

ajudando a manter a cidade limpa, além de promover economia de matéria prima.

Sabemos que a Educação Ambiental deve ser um processo contínuo, pois trabalha,

principalmente em relação aos resíduos sólidos, a mudança de hábitos e comportamento do

indivíduo.

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Acreditamos que para a nossa sobrevivência dependemos da conscientização de todos os seres

humanos à respeito da necessidade de descobrirmos a melhor maneira de VIVER, tanto

individualmente quanto coletivamente, mas em harmonia com a NATUREZA. Assim,

podemos perceber que um dos fatores que contribuirão para a busca de um MUNDO melhor é

a conscientização ecológica, ou seja, trabalhar harmoniosamente a Educação Ambiental.

“NOSSO OBJETIVO NA ESCOLA NÃO É TER UM ALUNO-ATOR, UM ALUNO-

PINTOR OU UM ALUNO-COMPOSITOR, MAS SIM DAR OPORTUNIDADES A

CADA UM DE DESCOBRIR O MUNDO, A SI PRÓPRIO E A IMPORTÂNCIA DA

ARTE NA VIDA HUMANA”.

(Olga Reverbel

“A parcela de cada um pode garantir

qualidade de vida para todos os SERES VIVOS,

desta e das futuras gerações”

Fernanda da Silveira Souza

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BIBLIOGRAFIA

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REVISTA NOVA ESCOLA – Ed especial. P. 65, 2005.

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ANEXO:

Logotipo utilizado pelos projetos e oficina relacionados com a Educação Ambiental da autora Fernanda da Silveira Souza. Desenho adaptado por Fernanda da Silveira Souza.


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