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8/17/2019 Fichamento O Mundo de Ulisses
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Universidade Federal do Espírito Santo
Departamento de História - História Antiga
Profa. Dra. Érica
Aluno !at"eus Salom#o $uster
Atividade: Fichamento
FINLEY, M. I. O mundo de Ulisses. Lisboa: Presena, !"##,$.%&'!(%
%apítulo & Aedos e Heróis
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A hist)ria do decl*nio do homem +ora contada de muitasmaneiras. Uma verso talve- de oriem Iraniana, conta /uea humanidade $assou $or /uatro idades ' cada umare$resentada $or um metal ' /ue a+astaram cada ve- maisda 0ustia e da moralidade /ue os deuses haviam institu*do.Os metais escolhidos $ara simboli-ar as idades +oram: o
outro, a $rata, o bron-e ou o cobre, e $or 1m o +erro.Este mito di+undiu'se $ara o ocidente, at2 a 3r2cia. Foraencontrado $ela $rimeira ve- em Os trabalhos e os Dias, de4es*odo, mas com um novo elemento: uma nova idadeentre o bron-e e o +erro.
P'gina &)
No se sabe se 4es*odo trans+ormara 5...6 o mito oriental
das /uatro idades no mito reo das cinco idades 5...6.7uando o mito alcanou a 3r2cia, seu $ovo haviaestabelecido em seu $assado, uma idade her)ica: 5...6 7uetivesse e8istido uma idade de her)is, nenhum 3reo, nemantes nem de$ois, aluma ve- duvidou. 9abia'se tudodestes semi'deuses 5...6.
ada idade tinha uma durao de tr;s mil anos, e a
humanidade declinava numa medida de um /uarto.
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5...6 ertamente /ue h< her)is $or toda a $arte. E8istemsem$re homens a /uem chamam de her)is. Fen=meno
enanador, $or/ue o mesmo termo encobre realidadesmuito diversas. Num certo sentido, um her)i $rocurasem$re honra e l)ria, mas at2 mesmo isso $ode ocasionarerro, > +alta de uma de1nio mais $recisa o conte?do dahonra e do caminho /ue condu- a l)ria. 5...6
A idade 4om2rica dos her)is +ora uma 2$oca em /ue oshomens ultra$assavam as normas usuais /uanto a umru$o bem de1nido e estritamente delimitado de virtudes.
Na Odiss2ia, em $articular, a $alavra her)i assume umsentido di+erente no /ual 2 em$reado ho0e: her)i 2 umtermo en2rico /ue nomeia toda a aristocracia, e /ue at2mesmo $arece enlobar todos os homens livres.
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No e necess
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escreveu a Il*ada e a Odiss2ia. A 0usti1cativa se encontra noestilo e na linuaem dos dois $oemas, /ue encontramdi+*cil distino.
A maia, como notada $elo omano Pl*nio, 2 mais $resentena Odiss2ia. A Il*ada tamb2m $ossui intervenDes divinas,mas so de ordem menor.
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Na Il*ada, h< uma rande interveno de oriem divina. NaOdiss2ia, Atena uia Ulisses e Gel2maco $asso a $asso. 5...6a motivao dos deuses di+ere: na Il*ada, 2 de ordem
$essoal@ e8$rime as sim$atias e as anti$atias dasdivindades individuais em relao a este ou a/uele her)i@na Odiss2ia, o elemento $essoal +oi $arcialmentecom$letado, e de uma +orma rudimentar, $elas e8i;nciasda 0ustia. 5...6
A Il*ada cont2m maior ao dos her)is, en/uanto /ue aOdiss2ia com$orta dois temas di+erentes e distintos: anarrativa das viaens de Ulisses e a luta $elo $oder emtaca.
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As relaDes reas com o ocidente comearamrelativamente tarde, no antes de meados do s2culo CIIIa.., $rimeiro a t*tulo de ensaio, $ara tornar'se, no s2culoseuinte uma $enetrao e mirao massivas $ara a
9ic*lia. 5...6 a Odiss2ia reHecte este novo as$ecto da hist)riarea, /ue utili-a os materiais tradicionais mas orientando'os em direco ao ocidente. O /ue no sini1ca /ue se$ossa traar num ma$a as viaens de Ulisses no Pa*s daFantasiaJJ. Godas as tentativas $ara +a-;'lo 5...6 +alharam.5...6
A Odiss2ia abrane uma ama de atividades e relaDeshumanas@ 5...6 estrutura social, vida +amiliar, reale-a,
aristocracia, ente do $ovo, ban/uetes, aricultura e
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criao de $orcos . 5...6 O /ue no 2 $oss*vel saber e o /ueOdiss2ia no nos conta, so uma ?nica e mesma coisa,como $or e8em$lo a Polis, como orani-ao $ol*tica, /uese desenvolve neste $er*odo no mundo hel;nico. Em
4omero, sini1cava somente um luar +orti1cado, umacidade.
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Nos te8tos, cada $oema 2 divido em vinte e /uatro cantos,uma $ara cada letra rea do al+abeto. A e8tenso doscantos no obedece a uma m2trica reular. Foramcom$ostos $or uma mistura de dialetos, resultando numalinuaem liter
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B $rov
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Pode se tratar de um $arentesco real ou 1ct*cio, mas os4om2ridas tiveram autoridade sobre 4omero $or dois outr;s s2culos, e em certos as$ectos eram ca$a-es deintrodu-ir uma +alsa nota
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Um elo entre $oesia e ci;ncia divina encontra'se$ersoni1cado na 1ura de Or+eu. Para marcar a relaoentre os reos e 4omeros, os 3reos remontaram a sualinhaem, at2 de- eraDes, at2 Or+eu.
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5...6 ertamente o 0u*-o do historiador no $oderia re$ousarnem na crena na oriem divina dos $oemas nem na noo,outrora corrente, de /ue uma antiuidade su1cienteconstitu*a a melhor arantia de veracidade. 5...6 resta aohistoriador e8aminar o seu valor de testemunho a res$eitodo $assado. 4ouve aluma ve- na 3r2cia uma 2$oca em/ue os homens viveram como relatam os $oemas Kse nose tomar em conta intervenDes sobrenaturais nem/ualidades sobre'humanas E, em $rimeiro luar, houveuma uerra de Gr)ia
P'gina /
O mercador alemo, 4einrich 9chliemann, reali-ouescavaDes no solo da sia Menor, onde descobriu a cidadede Gr)ia. Em uma an
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es$eci1caDes do $oeta@ 2 im$oss*vel +a-er coincidir o localonde +oram encontradas as ru*nas e as es$eci1caDes do$oema.
5...6 Mais interessante do /ue o local de desa$arecimento dacidade, 2 o total desa$arecimento dos $r)$rios Groianos.Para comear, en/uanto nacionalidade eles a$arecem, naIl*ada, com$letamente des$rovidos de caracter*sticasde1nidas. 9o, em todos os as$ectos, to 3reos e her)icoscomo os seus advers
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A chave da con+uso 4om2rica reside na t2cnica do aedo. Amat2ria'$rima do $oema era constitu*da $ela massa de+)rmulas tradicionais /ue, atrav2s das eraDes de aedos,iam so+rendo sucessivas modi1caDes@ ora deliberadas, $or
ra-Des de ordem art*stica ou devido a consideraDes$ol*ticas mais $rosaicas, ora $or neli;ncia e indi+erena$ara com a e8actido hist)rica, $ara 0< no +alar dos errosinevit
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eor
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5...6 Ulisses reressa mesmo a tem$o, dis+arando de $obrevaabundo, Utili-ando toda a sua habilidade, bravura e um
$ouco de maia 2 bem sucedido na morte dos $retendentese, raas T interveno 1nal de Atena, no restabelecimentoda sua $osio como che+e da sua casa e rei de taca.
5...6 No estraneiro, a vida de Ulisses +oi uma lona s2rie delutas com +eiticeiras, iantes e nin+as, mas no seencontra trao disso na hist)ria de taca. Na ilha somoscon+rontados com uma sociedade inteiramente humana5...6. A Odiss2ia a$resenta ainda outras entes, habitantesda ilha, mas com uma +uno teatral ou como ti$oscomuns: o $or/ueiro Eumeu, a velha ama Euricleia, o aedoF;mio, os co$eiro an=nimos, os marinheiros e as servas, osservidores de toda a es$2cie. O $ensamento do $oeta 2evidente: no cam$o de batalha, como nesta luta $elo $oder/ue constitui o tema de taca, a$enas os aristocratasdesem$enham um $a$el.
Os $oemas 4om2ricos so marcados $ela rande distinosocial: acima esto os aristoi, /ue sini1ca os melhoresV, e$ossu*am a maior $arte das ri/ue-as e todo o $oder.Abai8o, todos os outros /ue no $ossuem termo t2cnico$ara de1nio. 5...6 A $r)$ria economia tornava im$oss*vel acriao de novas +ortunas e, $or isso mesmo, de novosnobres. O casamento veri1cava'se estritamente nos limitesde uma mesma classe, de maneira /ue esta outra $orta
$ara a $romoo social estava tamb2m hermeticamente+echada.
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Os escravos eram numerosos. Mais $recisamente, escravas.5...6 no havia ra-o aluma, de ordem econ=mica oumoral, $ara $ou$ar a vida dos homens a$)s a sua derrota.era eral, os her)is massacravam os homens e levavam
consio as mulheres, sem olhar > sua condio. 5...6
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Fora assim ao lono de toda a hist)ria 3rea: $essoas,bens, tudo dos vencidos $assava a $ertencer aosvencedores. 5...6 As escravas tinham o seu luar em casa,$ara a* lavar, coser, lim$ar, $re$arar os alimentos, $restar
servios. mas se eram 0ovens, tamb2m tinham luar nacama do senhor. 5...6
i-'se /ue Ulisses $ossuia, em n?meros arredondados,cin/uenta escravas. Aluns homens tamb2m se tornavamescravos, como o $or/ueiro Eumeu, de oriem nobre, masra$tado /uando ainda criana $ara o venderem comoescravo@ os escravos trabalhavam como as mulheres, mas
0amais como os dom2sticos ou serventes.P'gina (,
9obre a $o$ulao de taca, e8cetuando os escravos, eramlivres@ $or2m, o $oeta no di- $raticamente nada sobreestes. Aluns deveriam ser $astores, $ossuindo casa ebens. Outros desem$enhavam +unDes es$ec*1cas comocar$inteiros, +erreiros, aedos, m2dicos. 5...6 es$ondiam a
alumas necessidades essenciais /ue nem os senhoresnem a ente do seu s2/uito, $or +alta de es$eciali-ao,$odiam satis+a-er, e ocu$avam na hierar/uia social umestatuto interm2dio e um $ouco Hutuante. Os adivinhos eos m2dicos $odiam at2 ser nobres, mas os outros, ainda/ue $r)8imos da classe aristocrnobre-a, como o atesta o com$ortamento do aedo F;mio
com a maneira como 2 tratado. 5...6
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5...6 Embora nada nos se0a dito acerca de umaremunerao, disso no resulta necessariamente /ue cada+am*lia da comunidade $aasse ao +erreiro ou aos outrosdemiorgoi uma /uota anual $ara a sua subsist;ncia. B$oss*vel /ue eles +ossem $aos > tare+a, contanto /ue
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estivessem > dis$osio do $?blico, de todo o demos. Esta+uno bastava $ara 0usti1car o nome /ue os desina. 5...6
5...6 Go indis$ens soma de trabalho e+ectuado numa$ro$riedade era muito redu-ida. Para os trabalhos b volta do /ual avida se orani-ava, donde $rovinham no somente asatis+ao das necessidades materiais, incluindo aseurana, mas tamb2m as normas e os valores 2ticos, as
ocu$aDes, as obriaDes e as res$onsabilidades, osv*nculos sociais e as relaDes com os deuses. O oikos noera sim$lesmente a +am*lia@ com$reendia todas as $essoasda casa com os seus haveres@ da* resulta /ue a economiaKda +orma latini-ada, oecus, a arte de administrar um oikos5...6.
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5...6 O /ue sini1cava e8actamente, em termos deobriao costumeira ou leal e na $r)$ria vida +amiliar deum homem, ser um membro $ermanente mas livre do oikosde outrem, de modo nenhum 2 claro. 5...6 Estes homens noeram nem escravos nem servos, nem se encontravamobriados $or um v*nculo. onstitu*am uma es$2cie des2/uito, o+erecendo os seus servios em troca de um liarconveniente na unidade social de base, a casa. E nessa
/ualidade de membros duma casa, a$esar de tudo,
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encontravam al2m da seurana material, os valores e assatis+aDes $sicol)icas /ue andavam com essa situao.5...6
5...6 Em taca, um thes $odia ser mesmo natural da ilha eno um estraneiro. Mas no era membro de um oikos e,nesta medida, mesmo a sorte de um escravo era melhor. Oescravo, criatura humana mas /ue +a-ia $arte dos bens /ueconstitu*am o oikos, era um s*mbolo $er+eito da situao.4omero a$enas utili-a duas ve-es o termo /ue, mais tarde,se tornou cl
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reiDes +ronteirias $ara a* ocu$ar terras livres, mas narealidade $oucos homens em$reenderam uma o$erao toabsurda e arriscada sem a isso serem violentamenteconstranidos. 5...6
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5...6 A terra servia $rinci$almente $ara $astaens. 5...6
Godavia, o mundo de Ulisses era o da $astor*cia e no o da
lavoura Kcontrariamente ao mundo reo de 4omero e de
4es*odo, onde a aricultura se encontrava em $rimeiro
$lano. O solo reo 2 $obre, $edreoso e seco: a$enas se$ode cultivar %(W da su$er+*cie total. Por outro lado,
noutros tem$os, o+erecia, em determinadas reiDes,
e8celentes $astaens $ara os cavalos e o ado@
$raticamente, continua a ser, nos nossos dias, na sua maior
$arte bom $ara os animais de $e/ueno $orte, carneiros,
$orcos e cabras. 5...6
5...6 om os seus rebanhos e a sua +ora de trabalho, com a
abundXncia de $edras de construo e o barro $ara a
cerXmica, as randes casas /uase $odiam reali-ar o seu
ideal de com$leta auto'su1ci;ncia. 5...6 Mas havia uma
coisa /ue im$edia a com$leta auto'su1ci;ncia, uma
necessidade /ue nem se $odia su$rimir nem satis+a-er comsucedXneos: a necessidade de metal. E8istiam na 3r2cia,
a/ui ou ali, aluns 0a-ios, mas as $rinci$ais +ontes de
abastecimento encontravam'se no e8terior, na sia
ocidental e na Euro$a central.
5...6 O metal sini1cava +erramentas e armas, mas tamb2m
/ual/uer coisa di+erente, talve- to im$ortante. 5...6
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5...6 7uais/uer /ue +ossem a sua 1nalidade e oriem, o
metal $unha ao oikos um $roblema $articular, no /ue
res$eita a re$artio dos bens. Em rande $arte essa
re$artio era interna, o /ue no levantava /ual/uer
$roblema. 5...6 Os $rodutos acabados $rontos $ara
consumo eram centrali-ados e arma-enados, e distribu*dos
de$ois $or todo o dom*nio a $artir deste centro, $elo seu
che+e, no momento e nas $ro$orDes /ue ele 0ulava
a$ro$riadas. 5...6
P'gina )
5...6 Foi /uando a re$artio dos bens teve de ultra$assar as
+ronteiras do oikos /ue se reconheceu a necessidade da
criao de $rocessos novos. As uerras e as $ilhaens, /ue
no mundo de Ulisses se con+undiam, eram e8$ediDes
orani-adas, necessitando ami?de de uma associao de
+am*lias, $or ve-es mesmo de v
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os 3reos como contra os b
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5...6 se havia alum tabu nas trocas hom2ricas, era
certamente o lucro na troca. O $rinc*$io imut
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im$oss*vel: o oikos +ormava um bloco uno e indivis*vel. 5...6
Os thetas, $or sua ve-, estavam absolutamente e8clu*dos
do circuito comercial, $ois, nada tinham $ara trocar.
5...6 estam os no'aristocratas, $ossuidores de um maro
rebanho e $e/uenos cultivadores. Nas suas casas, a $en?ria
era cr=nica, $or ve-es total, em caso de m
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$arte, os thetas e os escravos /ue trabalhavam ao servio
de outrem e cu0os meios de subsist;ncia no $odiam
controlar. Os escravos, $elo menos, eram /uase sem$re
v*timas da m< sorte. Neste sentido, o thes era ainda mais
desa+ortunado: era voluntariamente /ue submetia o
controlo do seu $r)$rio trabalho a um contrato e, $ortanto,
a sua $r)$ria liberdade.
5...6 Gendo humani-ado os deuses, o aedo era
su1cientemente coerente $ara incluir o trabalho entre as
ocu$aDes celestes. 5...6
%apítulo / Domínio6 família e comunidade
P'gina *
5...6 O her)i constitui o assunto da $oesia 2$ica. O her)i 2um homem /ue tem a sua maneira $r)$ria de air: $ela sua
coraem e bravura $rosseue ob0ectivos bemdeterminados. 5...6 Godo o leitor da liada 1car<im$ressionado com o caracter da luta. e-enas de milharesde soldados, en+rentam'se, mas o $oeta a$enas tem olhos$ara A0
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5...6 Ou a vinana 2 e8ercida $ela v*tima e $elos seus
$r)8imos ou 2 nula. 5...6
5...6 Ao lono de toda a sua hist)ria, a $ro+undidade do
a$eo dos 3reos aos v*nculos +amiliares a1rma'se na sua
$ai8o $elas enealoias. E esse as$ecto nunca cheou a
mudar radicalmente. ontudo, o vocabul
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$alavras, a im$osio de uma su$erstrutura territorial aos
v*nculos de $arentesco. 5...6
5...6 No 2 $oss*vel descrever nem o in*cio nem os $rimeiros
tem$os da comunidade reo. Os 3reos /ue miraram
oriinariamente $ara as reiDes do MediterrXneo oriental
no eram caadores $rimitivos. Eram $astores /ue, $elo
/ue os sinais $arecem di-er, tamb2m conhecem a arte da
aricultura. A$arentemente $ossu*am uma orani-ao
tribal, modi1cada $or dis$osiDes ocasionais /uando de
deslocavam. 5...6
P'gina *)
5...6 Ainda muito liada > orani-ao +amiliar e de
$arentesco, a taca de Ulisses constitu*a menos claramente
uma comunidade c*vica, em com$arao com muitos
centros civili-ados de $er*odos anteriores. 9omos levados a
concluir /ue a destruio laramente atestada na 3r2cia
cerca de !%(('!!(( a.. 5...6, +osse ela causada $ela
invaso dos )rios re+erida $ela tradio ou $or /ual/uer
outra +ora, varreu rande $arte da estrutura $ol*tica
e8istente, substituindo'a $elo $rinc*$io do $arentesco. 5...6
5...6 As reras eram bastante sim$les. A assembl2ia era em
eral convocada $elo rei, seundo a sua vontade, sem aviso
$r2vio. 7uando os homens estavam +ora em cam$anha, a
assembl2ia $odia ter luar no cam$o de batalha $ara
discutir os $roblemas relativos a uerra. Nem em tem$o de
$a- nem em tem$o de uerra eram 18adas as datas de
reunio ou o n?mero de sessDes. Na aus;ncia de Ulisses,
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durante mais de vinte anos, taca nunca se reunira em
assembl2ia a$esar de outros terem a$arentemente o $oder
de a convocar, tivessem'no /uerido, como sucede a A/uiles
convocar em assembl2ia os A/ueus, no cam$o de batalha,
se bem /ue o comando $ertencesse a Aam2mnon e no a
ele. 5...6
P'gina **
5...6 4abitualmente a assembl2ia reunia'se de madruada.
5...6 A/uele /ue dese0ava tomar a $alavra levantava'se@ edurante todo o tem$o em /ue +alasse seurava o ce$tro,
$osto nas suas mos $elo arauto, verdadeira varinha
m
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a +a-er'se ouvir, sem /ue s) o rei teria $odido +a-er uma
convocao. Os nobres mais im$ortantes assistiam o rei
como um conselho de ancios mas, uma ve- mais, nada
obriava o rei a seuir a sua o$inio. 5...6
5...6 Entretanto, a Il*ada e a Odiss2ia com$ortam muitas
assembl2ias e discussDes, /ue de modo nenhum eram
sim$les com2dia. o $onto de vista $uramente dos direitos
+ormais, o rei tinha o $oder de tomar uma deciso s) e sem
consultar /uem /uer /ue +osse. Muitas ve-es aia assim.
Mas havia a themis ' o costume, a tradio, os h
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$er+eito disso consiste certamente na com$arao do rei
com o $ai Kno Olim$o, Seus tem o t*tulo de $ai dos
deuses JJ, o /ue 2, e+ectivamente, no caso de aluns
deles mas no de todos. e +acto, em muito das suas
+unDes ' na assembl2ia, $or e8em$lo, ou /uando da
o+erenda de sacri+*cios aos deuses ' o rei desem$enhava o
$a$el de $atriarca. 5...6
5...6 3overnar, en1m, 2 ter $oder, se0a sobre as coisas e os
homens, se0a con0untamente sobre os homens e os deuses.
5...6
P'gina +&
5...6 7uando Ulisses reressou no se veri1cou uma
recu$erao autom
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situao em /ue se $udesse es$erar levar uma lona vida
de aleria, de tran/uilidade e de $ra-eres. 5...6
P'gina +,
5...6 B ocioso imainar as circunstXncias /ue levaram Ulisses
ao trono em ve- de Laertes. asta di-er /ue bem antes de
se entrear e8clusivamente ao cuidado das suas vinhas
Laertes se tinha mostrado inca$a- de overnar $ela iphi,
$ela +ora. Assim, de uma maneira ou de outra, o $oder
$assou $ara seu 1lho. 5...6
P'gina +/
5...6 Nada em Pen2lo$e, nem a bele-a, nem o es$*rito, nem
a sabedoria 0usti1cavam, a t*tulo de triun+o $essoal, este
direito sem $recedentes, /ue ela nem se/uer tinha
reivindicado. 5...6
5...6 O $oeta no e8$lica $or/ue +oi dado a Pen2lo$e este
$oder@ de +acto, no /uadro /ue ele traa do seu
+undamento leal, no 2 su1cientemente claro nem
inteiramente coerente. En/uanto herdeiro de seu $ai,
Gel;maco dis$unha de uma certa autoridade, e Atena
indicou'lhe uma via $ara sair do im$asse em /ue seencontrava. 5...6
5...6 No in*cio do +estim durante o /ual Ulisses revelaria
bruscamente a sua identidade e massacraria os
$retendentes, Gel;maco +a- a um deles um re$aro /ue
sublinha de novo a sua autoridade, mas num sentido
di+erente. 5...6
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P'gina +(
5...6 Mas se Gel;maco tem o direito de orientar a me nesta
/uesto do casamento, se0a mandando'a de volta $ara casa
do $ai, se0a im$ondo'lhe Kou $roibindo'lhe escolher entre
os $retendentes, como e8$licar, de +acto ou de direito, a
s?bita cheada de Atena a Es$arta, durante a visita de
Gel;maco a Menelau, aconselhando'a /ue reresse
imediatamente 5...6
5...6 Galve- a situao de Pen2lo$e se tenha tornado tocon+usa, na lona $r2'hist)ria da Odiss2ia, /ue o seu
verdadeiro estatuto social e leal 0< no $ossa ser
restabelecido. Aluns estudiosos viram a* um con+uso
vest*io de um sistema matriarcal /ue, em sua o$inio,
$revalecesse entre os 3reos nos s2culos $recedentes.
P'gina +)
5...6 9e0a /ual +or a e8$licao /ue se $ossa dar deste
estranho $oder de deciso subitamente ad/uirido $or
Pen2lo$e, o +acto essencial 2 /ue todos os $obres /ue
dominam nas ilhas, em ul*/uio, 9amos e na arbori-ada
Sacinto, bem como os /ue im$eram na $edreosa tacaJJ
' numa $alavra, $raticamente toda aristocracia de taca e
arredores ' concordavam em /ue a casa de Ulisses +osse
destronada. e acordo com a rera, o seu sucessor tinha
tamb2m de tomar a sua mulher ou, como o criam, a vi?va.
5...6
P'gina +*
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5...6 A conselho de Atena, lorou'os ao $ermitir ao her)i
reressado, sem$re dis+arado de mendio, a$oderar'se do
rande arco /ue ninu2m al2m dele $odia esticar, e, com
ele, raas ao a$oio de Gel;maco e de dois escravos, Fil2cio
e Eumeu, massacrar os intrusos. Uma ve- mais, os
$ormenores da narrativa sublinham um elemento essencial
da vida de Ulisses: $ara recu$erar o seu trono o rei no
$odia contar seno com a mulher, o 1lho e os escravos
12is@ ou se0a, o $oder real era um $oder $essoal. 5...6
5...6 A des$eito do sil;ncio eral dos $oemas acerca do
+eitos da ente comum da 3r2cia, dis$De'se de um
testemunho directo. 7uase no 1m da assembl2ia convocada
$or Gel;maco, Mentor lamenta'se: Aora, na verdade,
estou aborrecido com o resto do $ovo Kdemos, $ois todos
v)s estais sentados em sil;ncio e no censurais nem +a-eis
$or re+rear esses $oucos $retendentes, /uando sois em
maior n?meroJJ. 5...6
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5...6 9em d?vida, Gel;maco +racassara no seu $ro0ecto de
mobili-ar a o$inio $?blica contra os $retendentes,
trans+ormando assim e+ectivamente uma /uesto $rivada
num assunto $?blico. 5...6
5...6 A neutralidade 2 um estado de es$*rito@ e todo a/uele
/ue entre em cena $ara lutar $elo $oder deve ter os olhos e
os ouvidos $ostos no $?blico, $ois a sua atitude $ode
mudar bruscamente, e $ode suceder /ue entre em massa
na arena $ara tomar $artido. 5...6
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5...6 A vinana de sanue 2 sem d?vida a $rova mais
dram sua
dis$osio $ela comunidade. Era a ?nica e8ce$o a rera
seundo o /ual todas as $ossessDes e a/uisiDes do rei e
+undiam no seu oikos $rivado. Na lista dos cr2ditos
reaisJJ inscrevia'se em seuida o sa/ue ' termo e8tensivo,
com$reendendo o ado, o metal, as cativas e toda e
/ual/uer outra ri/ue-a /ue $udesse a$ro$riar'se K+ora a
terra, /ue constitu*a e8ce$o, $ela sim$les ra-o de /ue
no se +a-ia a uerra $ara ad/uirir territ)rio. 5...6
5...6 E, al2m disso, havia os $resentes /ue constantemente
se dava e de /ue se +ala incessantemente. No se encontra
nos $oemas $alavra aluma im$licando a coaco ' como
ta8asJJ ou mesmo tributosJJ +eudais ' $ara
desinar as $restaDes do $ovo ao seu che+e 5...6.
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5...6 Por ve-es estas d
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$rocessava'se seundo reras estritas, e havia cateorias e
classes de1nidas de ob0ectos. 5...6
5...6 9e0a /ual +or a sini1cao a+ectiva /ue os $sic)loos
reconheam na troca de o+ertas, ela tinha +uncionalmente
luar, no casamento e nas acDes militares, como um acto
atrav2s do /ual se institu*am as relaDes de estatuto e
a/uilo a /ue n)s chamar*amos as obriaDes $ol*ticas. O
mundo de Ulisses estava dividido em numerosas
comunidades mais ou menos semelhantes a taca. Entre
cada uma e todas as outras, a relao normal era de
hostilidade, $or ve-es $assiva, uma es$2cie de tr2ua
armada, e $or ve-es ativa e belicosa. 5...6
5...6 Neste ambiente continuamente hostil, os her)is $odiam
$rocurar aliados@ o seu c)dio de honra no lhes e8iia /ue
en+rentassem so-inhos o mundo. Mas seu sistema socialno criava a $ossibilidade de concluir uma aliana entre
duas comunidades, en/uanto tais. Era necess
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5...6 Institucionalmente, eram os v*nculos de hos$italidade
/ue $ermitiam, sobretudo, redu-ir a tenso entre os dois
$)los. O com2rcio $oderia atenuar de maneira su$er1cial e
momentXnea os sentimentos de hostilidade, mas a sua
contribuio neste $lano no $odia ser duradoura. 5...6
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5...6 O v*nculo de hos$italidade era de uma outra nature-a e
relevava de uma conce$o inteiramente di+erente. O
indiv*duo /ue tinha um xenos numa terra estraneira ' e
toda a comunidade al2m da usa era solo estraneiro '
$ossu*a um substituto e+ectivo dos $arentes, um $rotector,
um re$resentante e um aliado. is$unha de um re+?io se
lhe +osse necess
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aristocr
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5...6 No 2 uma m< coisa ser reiJJ, di- um dos
$ersonaens da +