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FRANCINE ALLAGE
LUANA PALOMA DE MELO
INFILTRAÇÃO CERVICOAPICAL EM DENTES TRATADOS
ENDODONTICAMENTE - INFLUÊNCIA DE UM PLUGUE DE CIMENTO
PROVISÓRIO-ESTUDO MICROBIOLÓGICO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de cirurgião-dentista do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí. Orientador (a): Mabel Philipps Co-Orientadora: Maria Cristina Serra de Queiroz
Itajaí (SC) 2007
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AGRADECIMENTOS
Agradecemos inicialmente a Deus, por nos conceder o dom da vida, saúde, paz
e também preserverança e serenidade para vencer mais esta etapa e encarar os novos
desafios que estão por vir.
Aos nossos pais, que ao cumprirem o dever de ser pai e mãe nos educaram de
maneira tão nobre, nos dando carinho, atenção, apoio, segurança e que sempre
acreditaram em nossa capacidade, abdicando seus sonhos para realização dos nossos.
A vocês devemos a nossa formação humana e profissional. Enfim, a vocês que enchem
o peito de orgulho a cada sonho conquistado, nossa eterna gratidão!!!
À nossa orientadora Profa. Mabel Philipps, pela atenção dedicada para a
realização deste trabalho, transmissão de conhecimentos, paciência, carinho e respeito,
nossos maiores sentimentos de amizade e admiração.
Á nossa co-orientadora, Professora Maria Cristina S. de Queiroz, pelos
esclarecimentos e grande conhecimento sobre a microbiologia.
Ao nosso amigo e Prof. Osny Thadeu Schauffer por aceitar fazer parte da nossa
banca e ser acima de tudo exemplo para nossa formação profissional.
Ao setor de apoio à pesquisa do Curso de Odontologia, especialmente à Profa.
Elisabete Rabaldo Bottan, por sua paciência e suas valiosas considerações ao longo
deste trabalho se dedicando de maneira extraordinária para a conclusão deste trabalho
e também ao Professor Nivaldo pelo auxílio prestado sempre que precisamos.
À Tatiana, pela sua ajuda e grande disposição, nos acompanhando em toda
parte prática deste estudo, no laboratório de microbiologia
Aos funcionários, Flávio e Josué, que contribuíram para execução deste trabalho,
em especial ao Serginho, pela paciência, auxílio prestado e tempo dedicado a nos
ajudar durante todo este percurso e também ao Pacheco, pelo auxílio na aquisição dos
dentes.
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INFILTRAÇÃO CERVICOAPICAL EM DENTES TRATADOS ENDODONTICAMENTE - INFLUÊNCIA DE UM PLUGUE DE CIMENTO PROVISÓRIO-ESTUDO MICROBIOLÓGICO. Francine ALLAGE e Luana Paloma de MELO Orientadora: Mabel PHILIPPS Co-Orientadora: Maria Cristina Serra de QUEIROZ Defesa: Setembro de 2007 Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar a infiltração cervicoapical em dentes tratados endodonticamente, testando a eficiência de um plugue de cimento temporário (Cimpat) sobre a obturação. Para tanto, foram utilizados 33 corpos-de-prova divididos em quatro grupos, ou seja, Grupo I: 12 dentes obturados. Grupo II: além de obturados, protegidos com um tampão de 1mm de Cimpat. Grupo III: controle positivo. Grupo IV: controle negativo. A infiltração foi testada por meio da suspensão de Staphylococcus aureus na concentração de 1,5x 108 e saliva artificial, e foi detectada pela alteração de cor do meio seletivo que, na presença do Staphylococcus aureus, passa de rosado para amarelo. Estes foram observados diariamente por 90 dias. O grupo controle positivo demonstrou a passagem do microorganismo, através do forame apical, alterando a cor do meio. No grupo controle negativo a cor do meio permaneceu inalterada durante todo o período. O grupo que apresentou melhor resultado foi o grupo II, mostrando que o plugue de Cimpat diminui consideravelmente a infiltração marginal coronária. Palavras-chave: microinfiltração, materiais provisórios, tratamento endodôntico.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 05
2 REVISÃO DE LITERATURA....................................................................... 08
3 MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................... 34 3.1 Procedimento de pesquisa.................................................................... 34 3.2 Procedimento clínico ............................................................................ 35 3.3 Dispositivo para fixação dos dentes.................................................... 37 3.4 Análise Microbiológica.......................................................................... 38 3.5 Leitura dos resultados .......................................................................... 42
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS..................................................... 43
5 DISCUSSÃO............................................................................................... 44
6 CONCLUSÃO ............................................................................................. 54
1 INTRODUÇÃO
O tratamento dos sistemas de canais radiculares envolve a recuperação do
dente comprometido nos seus aspectos funcionais e estéticos. Para que isso ocorra
são realizadas manobras de limpeza, desinfecção e modelagem do sistema
endodôntico onde a sanificação e sua manutenção, são de extrema importância, pois,
com isso ocorre a eliminação de microorganismos levando à reparação dos tecidos
lesados. (PAIVA; ANTONIAZZI, 1993)
Por outro lado, a correta obturação do espaço endodôntico e a aprimorada
restauração do elemento dental, evitam a proliferação e recontaminação bacteriana,
pois, ao ocupar, de forma densa e hermética, o espaço criado pela modelagem,
inviabiliza a sobrevivência de microorganismos e evita a estagnação de líquidos,
oferecendo condições para que haja o reparo dos tecidos perirradiculares. (SOARES;
GOLDBERG, 2001; SALAZAR-SILVA et al., 2004)
Concluída a obturação, há necessidade de um perfeito selamento do canal
radicular, pois a possibilidade de infiltração no sentido cervicoapical é considerada um
dos fatores determinantes no fracasso do tratamento endodôntico. A recontaminação
do sistema de canal radicular pode ocorrer quando há exposição do material obturador
ao meio bucal, devido a situações como: cárie recorrente; fratura ou falha do material
restaurador; demora em realizar a restauração definitiva do dente com perda do
selamento marginal, do material temporário ou ainda durante os próprios procedimentos
restauradores. (KHAYAT et al., 2003)
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Todas estas situações proporcionam o contato direto da saliva com a obturação
do canal radicular, o que favorece a desintegração do cimento obturador, permitindo o
trânsito de bactérias através da obturação comprometendo, assim, o tratamento
endodôntico. Torabinejad et al. (1990) demonstraram que as bactérias ou seus
produtos podem atravessar toda uma boa obturação de canal em um prazo que varia
de 20 a 30 dias. E, Magura et al. (1991) ao evidenciarem a penetração de saliva através
de obturações endodônticas, em curtos períodos de tempo, sugeriram que canais
radiculares expostos à flora oral por um período de três meses ou mais sejam
retratados.
Na clínica de Endodontia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), concluída
a obturação do canal radicular, a restauração definitiva da coroa dental não é realizada
imediatamente. Observa-se, então, muitas vezes, que no retorno do paciente para o
acompanhamento clínico e radiográfico, ou seja, em torno de seis meses após o
tratamento endodôntico, a restauração definitiva ainda não foi realizada e que o
material utilizado provisoriamente no selamento coronal sofreu alterações, fraturas ou
perdas. Esta condição, de acordo com a literatura, pode levar o tratamento endodôntico
ao fracasso, em função da infiltração, no material obturador, poder atingir os tecidos
periapicais.
Diante de tais constatações, a disciplina tem proposto a proteção da obturação
endodôntica com uma camada de material restaurador provisório, previamente à
colocação do cimento de ionômero de vidro, que servirá como restaurador temporário
da coroa dental. Há comprovação de que este tipo de material possa proteger a
obturação do canal radicular de maneira eficiente, evitando que a infiltração
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cervicoapical invalide o tratamento endodôntico, tornando-se assim, uma importante
contribuição para o sucesso da terapia endodôntica.
Assim, a busca de dados que confirmem a efetividade deste material tem sido
objeto de investigação no curso de Odontologia da UNIVALI. Trabalho testando o
comportamento de corpos-de-prova com plugue de cimento provisório quanto à
infiltração de corantes, evidenciou um melhor desempenho da capacidade seladora do
plugue em relação aos grupos controles (SANSÃO; KNEBEL, 2006). No entanto,
utilizando bactérias, Nicolau e Meller (2006) não observaram diferença quando foi
utilizado o plugue. Apesar de utilizarem diferentes metodologias, estas pesquisas ainda
apontam a necessidade de se dar continuidade a esta linha de investigação, com vistas
a dirimir as dúvidas suscitadas.
Portanto, o objeto desta pesquisa vem ao encontro desta necessidade, ou seja,
estudar se a adaptação de um plugue de cimento provisório (Cimpat) sobre o material
obturador impede a infiltração no sentido cervicoapical, através de análise
microbiológica, identificando-se a presença, ou não, de bactérias através do material
obturador.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
De Deus (1982) afirmou que o tratamento e a obturação dos canais radiculares
em uma única sessão é um assunto que sempre mereceu polêmica e, às vezes,
incompreensão entre os profissionais da odontologia. Uma escola de pensamento ainda
considera melhor conduta a de se coadjuvar o preparo do canal radicular com um
curativo de demora para se completar o saneamento do canal e para dar repouso aos
tecidos periapicais inflamados, evitando exacerbações. Entretanto, aumentou-se
gradativamente a tendência e as indicações de se realizar o tratamento e a obturação
dos canais radiculares no mais curto prazo e com menor número de sessões de
trabalho. Isto se deve principalmente à introdução de novos equipamentos
especializados; à simplificação e introdução de novas técnicas de instrumentação do
canal radicular; à experiência acumulada já por profissionais competentes e
pesquisadores; aos fatores inerentes ao tempo disponível por parte do paciente e do
profissional.
Matloff et al. (1982) compararam a eficácia de vários métodos utilizados para
avaliar a microinfiltração marginal em canais radiculares obturados. Foram utilizados 63
dentes unirradiculares, os quais foram preparados e obturados. Estes foram divididos
em grupos de vinte dentes e expostos a soluções de azul de metileno, Cálcio 45,
Carbono 14, Iodo 125 por 48 horas. Foram então comparados os graus de infiltração.
Verificou-se que o azul de metileno infiltrou mais que alguns componentes encontrados
na saliva, o que sugere não ser esta uma escolha adequada.
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Leal et al. (1984) afirmaram que quando não se realiza o tratamento do sistema
de canais radiculares em uma mesma consulta, é indiscutível a necessidade do
emprego de um bom selador provisório entre sessões, pois somente assim estaremos
seguros quanto aos bons resultados que esperamos obter do preparo biomecânico e da
colocação de medicação intracanal.
Madison et al. (1987) compararam a microinfiltração coronária em dentes
tratados endodonticamente. Os dentes foram preparados biomecanicamente e para a
obturação utilizaram a técnica da condensação lateral e os cimentos AH26, Sealapex e
Roth`s. O grupo controle positivo foi obturado apenas com guta-percha. O controle
negativo foi obturado com cimento e guta-percha. Após a presa do material o acesso
coronário ficou exposto à saliva artificial por uma semana, sendo então imersos em tinta
Nanquin por 48 horas. A infiltração foi medida desde a junção esmalte/cemento até o
ponto máximo de penetração da tinta. Os resultados demonstraram que no controle
positivo houve penetração do corante em todo o comprimento do canal, enquanto no
controle negativo não houve penetração de corante. A infiltração foi significativamente
maior no grupo do cimento AH26, seguido pelos cimentos Sealapex e Roth’s que não
demonstraram diferença significativa entre si.
Swanson e Madison (1987) avaliaram o tempo necessário para ocorrer a
microinfiltração quando o material obturador era exposto aos fluidos bucais. Utilizaram
setenta dentes humanos que foram preparados e obturados através da técnica da
condensação lateral com o cimento Roth. Após 48 horas, o material obturador foi
exposto à saliva artificial por um período de 3 a 56 dias, em seguida os dentes foram
imersos em tinta Nanquin por 48 horas para evidenciar a infiltração. Os resultados
mostraram, por meio de medidas lineares, que todos os dentes expostos à saliva
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apresentaram infiltração ao longo da obturação que variou de 79 a 85 % do canal
radicular. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos expostos à
saliva nos diferentes períodos de tempo.
Rocha e Soares (1988) relataram que o número de sessões de um tratamento
endodôntico independe, muitas vezes, da vontade ou da capacidade profissional. É
compreensível e aceitável que inúmeros fatores, alguns controláveis, outros não,
possam influir decisivamente no número de atendimentos necessários à conclusão da
terapêutica endodôntica. Da mesma forma, não há dúvidas sobre a necessidade de um
selamento hermético da abertura coronária, entre as consultas para impedir a
contaminação da cavidade pulpar pela saliva e possibilitar, também, a efetiva ação da
medicação escolhida como curativo de demora.
Cruz Filho e Pécora (1990) afirmaram que o selamento provisório da cavidade de
acesso ao canal radicular tem o objetivo de evitar a sua contaminação, com fluidos,
materiais orgânicos e microorganismos da cavidade bucal e, além disso, evitar a
passagem do medicamento do interior do canal radicular para o meio bucal. Para
cumprir este objetivo o material selador provisório não deve apresentar alteração
dimensional e sim possuir alta resistência mecânica. Caso estas propriedades não
sejam preenchidas, o efeito da medicação no controle da inflamação e do contingente
microbiano do canal radicular estará prejudicado não permitindo a concretização do
objetivo esperado.
Torabinejad et al. (1990) determinaram o tempo necessário para a infiltração de
bactérias em canais radiculares obturados os quais foram expostos a dois tipos de
microorganismos. Foram usados 45 incisivos superiores, preparados e obturados com a
técnica de condensação lateral sendo que foram deixados no canal radicular 10mm de
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material obturador. Com exceção de 1mm ao redor do ápice toda a superfície da raiz foi
coberto com duas camadas de verniz de unha. Os dentes foram fixados dentro de um
recipiente de vidro de maneira que apenas 2mm da região apical ficasse exposta à
solução estéril de fenol com 3% de lactose. Trinta e três dentes formaram um grupo
experimental: 16 dentes no grupo I em caldo de Proteus vulgares e 17 dentes em
Staphylococcus epidermidis. Doze dentes formaram o grupo controle: 8 dentes como
controle positivo, cujo os canais foram obturados com um simples cone de guta-percha
simulando uma obturação defeituosa, sendo 4 dentes para cada tipo de bactéria.
Quatro dentes formaram o controle negativo, com obturação de guta-percha e
exposição à saliva artificial estéril. Os resultados mostraram que no grupo do Proteus
vulgaris o tempo necessário para que a bactéria chegasse ao ápice através dos 10mm
de material obturador variou entre 10 e 73 dias, cerca de 0,2mm por dia. Para o
Staphylococcus epidermidis o tempo esteve entre 15 e 51 dias, cerca de 0,4mm por dia.
No grupo controle positivo o tempo foi de 1 a 4 dias (exceto para uma amostra). No
grupo controle negativo não houve alteração de cor da solução de fenol após 90 dias.
Fidel et al. (1991) analisaram in vivo, o comportamento de alguns materiais
seladores provisórios, em dentes posteriores, relacionando-se com as condições da
cavidade endodôntica. Afirmaram que a cavidade endodôntica clássica, ou seja, com
todas as paredes é a melhor para evitar danos aos materiais seladores provisórios e
que esses danos aumentam progressivamente à medida que diminui o número de
paredes de uma cavidade. Como o comportamento dos materiais provisórios depende
do número de paredes da cavidade endodôntica, pensam, cada vez mais, em
tratamento endodôntico sempre que possível em uma única sessão.
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Holland et al. (1991) analisaram a infiltração após a obturação do canal de dentes
humanos com diferentes cimentos obturadores. Os cimentos estudados foram: óxido de
zinco e eugenol, Fill Canal, Rickert, AH26, Sealapex, CRCS, New B2, e um cimento
experimental. Com a finalidade de avaliar quantitativamente a infiltração marginal
ocorrida, 24 horas e 75 dias após a obturação, foram mergulhados em solução de azul
de metileno em ambiente com vácuo. Nos resultados observou-se que, de um modo
geral, as infiltrações marginais são mais proeminentes em um tempo mais longo. Além
disso, notou-se que os cimentos obturadores a base de hidróxido de cálcio e resina
epóxi evidenciaram, menor grau de infiltração marginal do que os cimentos a base de
óxido de zinco e eugenol.
Magura et al. (1991) avaliaram in vitro a infiltração coronária por meio de
penetração de saliva humana, utilizando dois métodos de análise: exame histológico e
penetração de corante. Utilizaram 160 dentes, obturados pela técnica da condensação
lateral e cimento Roth’s. As aberturas de acesso foram seladas com IRM e colocadas
em umificador por uma semana. Em seguida, 100 dentes tiveram as restaurações
provisórias removidas e, juntamente com os demais que permaneceram com as coroas
seladas, foram mantidos em saliva humana a 37ºC e 100% de umidade em períodos de
2, 7, 14, 28 e 90 dias. Os resultados mostraram que a penetração de saliva avaliada
pelo corte histológico foi significantemente menor quando comparada com a análise da
infiltração de corante. Quanto maior o tempo de exposição à saliva, maior era a
infiltração coronária. Ao final de três meses de imersão dos dentes em saliva, ocorreu
um aumento significante da infiltração marginal em todos os grupos, que permaneceram
ou não com cimento provisório, sem diferença estatística significante entre eles. Os
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autores enfatizaram que canais radiculares obturados, não restaurados definitivamente
no período de três meses, devem ser retratados.
Fachin e Silva (1993) fizeram uma avaliação da influência do preparo radicular
sobre o selamento apical (infiltração apical), comparando duas técnicas utilizadas em
endodontia, seriada e escalonada. A instrumentação seriada vem sendo modificada
pela instrumentação escalonada que proporciona um preparo cônico de apical a
cervical, alivia a curva cervical da entrada do canal e facilita a introdução de
instrumentos até o terço apical, favorecendo a chegada de mais cones acessórios no
terço apical, deixando a massa obturadora mais densa, diminuindo assim a infiltração
apical. A obturação deve ser hermética, preenchendo todos os nichos do canal
radicular, especialmente na porção apical, selando o forame e impedindo que fluidos ou
microorganismos ingressem ou saiam do canal comprometendo o sucesso da
endodontia. O presente estudo mostrou estreita relação entre a técnica de preparo do
canal e o grau de infiltração apical, confirmando que a técnica escalonada apresentou
menor grau de infiltração.
Kayat et al. (1993) monitoraram o tempo necessário para que as bactérias
presentes na saliva humana penetrassem em canais obturados. Os dentes foram
preparados e obturados sob duas condições: técnica da condensação lateral ou vertical
empregando o cimento Roth’s. O remanescente obturador possuía 10mm de extensão.
Montaram um dispositivo a fim de isolar o meio de cultura estéril da coroa dentária, local
onde se aplicava a saliva humana coletada diariamente. Assim, no momento que
ocorria a turvação do meio de cultura estéril, se estabelecia a infiltração através da
obturação. A média de dias para a infiltração ocorreu entre 8-48 dias para o grupo da
condensação lateral e 4-36 para a condensação vertical. Por estes dados, percebe-se a
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heterogeneidade dos resultados em um mesmo grupo. Provavelmente, a dificuldade na
obtenção de espécimes obturados exatamente iguais com a mesma quantidade de
cimento e mesma qualidade, implique na obtenção destes dados.
Wu e Wesselink (1993) através de um levantamento bibliográfico observaram a
variedade de corantes utilizados, e assim a característica individual em relação ao
tamanho da partícula, concentração e pH. Outra situação verificada foi a diversidade na
forma de aplicação dessas substâncias que inclui variação no tempo de imersão,
submissão dos espécimes a testes de estresse. Todos estes aspectos parecem
influenciar diretamente no comportamento dos corantes nos testes de microinfiltração.
Uma evidência científica deste fato é a diversidade nos resultados encontrados quando
se analisa o mesmo material. Dependendo do corante e da sua forma de aplicação,
obtêm-se muitas vezes resultados contraditórios.
Paula et al. (1994) descreveram que um dos pontos mais críticos do tratamento
endodôntico é a contaminação da totalidade ou de parte do sistema de canais
radiculares por infiltração, através do selamento provisório. Os autores realizaram um
estudo para avaliar o grau de infiltração de quatro tipos de seladores temporários e
observaram que o Cimpat obteve o resultado menos favorável, pois apresentou
infiltração exagerada, porém, na literatura, não foram encontrados, até o momento,
estudos relevantes em relação ao Cimpat.
Saunders e Saunders (1994) estudaram in vitro a microinfiltração coronária de
materiais restauradores temporários: Cavit G, Kalzinol e IRM. Os autores observaram
que todas as restaurações expostas à saliva artificial após um período de apenas três
dias, apresentaram infiltração coronária. Por este motivo, salientaram que a infiltração
cervical é fator importante que interfere com o sucesso do tratamento endodôntico,
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sendo essencial uma atenção maior para a prevenção da microinfiltração durante e
após a terapia endodôntica.
Ray e Trope (1995) correlacionaram a qualidade do selamento coronário com a
condição radiográfica periapical. Foram avaliados radiograficamente 1010 dentes
tratados endodonticamente e restaurados. Foi considerada a qualidade do tratamento
endodôntico, a qualidade das restaurações e a presença ou ausência de lesão
periapical. Do total, 61,07% dos dentes encontravam-se sem lesão apical. A presença
de um bom selamento coronário significou mais casos sem lesão apical (80%) quando
comparado com aqueles em que somente a obturação radicular foi considerada boa
(75,7%). E o efeito contrário também foi identificado, ou seja, restaurações inadequadas
resultaram em maiores casos de lesão apical (48,6%). Foi ressaltada a importância do
selamento coronário e radicular na manutenção da saúde da região periapical, pois
nessas ocasiões, 91,4% apresentavam-se sem alteração periapical.
Polo et al. (1996) relataram que, muitas vezes, faz-se necessária a colocação de
medicação intracanal, cuja adequada atuação depende de um bom selamento
coronário, evitando-se a troca de fluidos com o meio bucal, e, portanto, impedindo a
contaminação da cavidade endodôntica. Os autores avaliaram a capacidade de
vedamento cervical dos materiais restauradores temporários: IRM, Cimpat Branco e a
sua associação, e constataram que a capacidade de selamento do Cimpat Branco
mostrou-se satisfatória. Ao observarem os espécimes preenchidos com IRM notaram
infiltração em toda a extensão da interface dente/restauração; já o grupo com
selamento duplo houve a infiltração do corante na interface dente/IRM e na junção dos
dois materiais seladores.
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Malone e Donnelly (1997) avaliaram in vitro a contaminação, via coronária, em
toda a extensão, de canais radiculares obturados. Os autores utilizaram as bactérias
presentes na saliva humana, em canais obturados com cone único de guta-percha e
dois tipos de cimento: Super EBA e Ketac Endo. Após a obturação dos canais e
endurecimento do cimento obturador, os dentes tiveram seus materiais seladores
provisórios removidos e os canais foram expostos à saliva humana com a utilização de
um dispositivo similar ao de Khayat et al. (1993) durante 60 dias. Os resultados
mostraram que não houve penetração bacteriana através do forame apical para ambos
os cimentos testados durante o período de 60 dias.
Pinheiro et al. (1997) salientaram que a hermeticidade da cavidade pulpar entre
sessões ou após o procedimento endodôntico é de grande importância para obtenção
do sucesso do tratamento uma vez que a utilização de uma eficiente restauração
provisória deve ser capaz de evitar a contaminação do sistema de canais radiculares
por microorganismos e fluidos da cavidade bucal. Novos materiais seladores
temporários de melhor qualidade têm proporcionado um ganho de qualidade e maior
rapidez nas conclusões dos tratamentos odontológicos. Um material selador provisório
ideal deve possuir algumas propriedades como: facilidade de inserção e remoção, boa
resistência à abrasão e à compressão, adequado selamento da interface material
restaurador-dente, variação dimensional próxima àquela do elemento dentário,
compatibilidade com as drogas usadas, ser estético, ter rápido endurecimento, não
interferir na efetividade dos materiais seladores definitivos, possuir boa atividade
antibacteriana, insolubilidade em saliva e custo acessível.
Siqueira Júnior (1997) salientou que, quando um canal radicular é selado
coronariamente, pode ser recontaminado e reinfectado entre as sessões, por vários
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meios, entre eles: microinfiltração através do material selador temporário; degradação
ou fratura do material selador temporário, podendo ameaçar o sucesso da terapia
endodôntica.
Bonetti Filho et al. (1998) descreveram que é necessário utilizar materiais que
ofereçam excelente capacidade seladora e resistência capazes de suportar as forças
mastigatórias, atuando como barreira mecânica às infiltrações marginais.
Lucena (1998), em um estudo in vitro, avaliou o selamento no sentido
cervicoapical de canais radiculares obturados pela técnica da condensação lateral com
cones de guta-percha (foi escolhida devido as suas excelentes funções como
impermeabilidade, biocompatibilidade com os tecidos periapicais, boa estabilidade
dimensional, inalterabilidade da cor do dente e possibilidade de remoção do interior do
canal), sistema Ultrafil, e “obturadores” Thermafil. Com essa finalidade 68 dentes
tiveram suas coroas seccionadas e foram preparadas pela técnica escalonada e
utilizou-se o E.D.T.A. para auxiliar na remoção de detritos. A seguir, foram reunidos em
5 grupos experimentais, grupo controle positivo e negativo. Em todos os espécimes o
cimento obturador empregado foi o Fillcanal. Concluída a etapa de obturação todas as
cavidades de acesso, com exceção daquelas pertencentes ao grupo controle positivo,
foram seladas com Lumicon e ficaram a 37° C, em 100% de umidade, por 48 horas.
Decorrido este período o selamento foi removido, exceto nos dentes que faziam parte
do grupo controle negativo. A superfície radicular de todos os dentes, com exceção do
milímetro final, foi impermeabilizada. O selamento foi testado por meio da suspensão de
Staphylococcus aureus e saliva artificial, que ao serem colocados na parte externa do
dispositivo montado para a realização do experimento, entravam em contato com a
porção coronária da obturação. A chegada do microorganismo à região apical foi
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detectada pela alteração de cor do meio seletivo, no qual os ápices estavam imersos, e
que na presença do Staphylococcus aureus, passava de rosa para amarelo.
(CHAPMAN, 1945) Todos os dispositivos (corpos-de-prova) foram incubados a 37°, e
observados diariamente durante os 90 dias com a finalidade de detectar a presença do
microorganismo. Houve passagem do microorganismo ao longo dos canais radiculares,
em todas as obturações independentes da técnica utilizada. Os resultados revelaram
um percentual de 85,71%, 100% e 68,42% para a técnica da condensação lateral,
sistema Ultrafil e “obturadores” Thermafil, respectivamente.
Soluti et al. (1998) investigaram in vivo a infiltração marginal coronária e o tempo
necessário após exposição dos canais obturados ao meio bucal, por meio de análise
histológica dos tecidos periapicais. Quarenta caninos inferiores de gatos foram
utilizados, sendo que, dezesseis dentes receberam selamento coronário provisório após
o tratamento endodôntico e outros dezesseis ficaram expostos à cavidade bucal em um
período de 1 a 150 dias. Os animais foram sacrificados e os dentes removidos para
análise dos resultados. O exame histológico dos tecidos periapicais mostrou não haver
diferença estatística significante entre os dentes que permaneceram com os acessos
coronários selados e não selados, no período de 3 meses. Entretanto, após 5 meses de
experimento, houve diferença estatística significante na infiltração marginal coronária
entre os grupos com e sem o selamento provisório. Com base nos resultados obtidos,
os autores sugeriram que após 5 meses de exposição aos fluidos bucais os canais
radiculares obturados devem ser retratados.
Hizatugu et al. (1999) defendem o tratamento endodôntico em sessão única por
uma série de razões, dentre elas a de que o material selador provisório não é eficiente,
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permitindo a penetração de saliva e, conseqüentemente, de microorganismos, voltando
a contaminar o sistema de canais recém-limpos.
Siqueira Júnior et al. (1999) testaram a infiltração coronária em dois cimentos
obturadores a base de hidróxido de cálcio após exposição à saliva humana. Após o
preparo os dentes foram irrigados com o E.D.T.A. para remoção da smear layer, e
obturados pela técnica da condensação lateral utilizando guta percha e os seguintes
cimentos: Sealapex e Sealer 26. O remanescente obturador foi de 10mm. Após a
adaptação dos dentes no dispositivo e a exposição à saliva, foram analisados num
período de 60 dias. Trinta e cinco por cento dos espécimes do grupo Sealer 26 e 80%
dos canais obturados com Sealapex mostraram completa recontaminação em 60 dias.
O Sealer 26 apresentou uma infiltração significativamente menor que o Sealapex.
Fidel et al. (2000) afirmaram que a dificuldade de escolha de um cimento
provisório deve-se, principalmente, à ampla variedade de materiais passíveis de serem
utilizados como seladores, e também à seleção daquele que apresente as propriedades
tidas como ideais.
Siqueira Júnior et al. (2000) avaliaram in vitro a infiltração coronária de
microorganismos em canais obturados por três diferentes técnicas. Os dentes foram
expostos à saliva humana e avaliados por 60 dias. Os resultados mostraram que um
número significativo de dentes foram contaminados entre 30 e 60 dias e que não houve
nenhuma diferença significativa entre as técnicas testadas. Os autores relataram
também que os microorganismos podem invadir e colonizar o sistema de canais
radiculares obturados. No caso em que as células microbianas, seus subprodutos, ou
os dois, alcançarem os tecidos perirradiculares, eles podem induzir ou perpetuar uma
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patologia periapical, sendo esta uma importante causa do insucesso do tratamento
endodôntico.
Valera e Cia (2000) com o objetivo de minimizar a infiltração bacteriana,
realizaram estudos para verificar a capacidade impermeabilizante de três diferentes
tipos de materiais colocados sobre a superfície de obturações de canais radiculares.
Utilizaram sessenta dentes unirradiculares com canais retos. As coroas dentárias foram
removidas e o comprimento das raízes padronizadas e selecionadas de acordo com o
diâmetro de seus forames. A superfície externa das raízes foi impermeabilizada com
duas camadas de esmalte para unhas. A obturação foi executada pela técnica da
condensação lateral com cones de guta-percha e cimento obturador Sealer 26. As
raízes foram divididas em quatro grupos: Grupo 1: grupo controle, não foi utilizado
nenhum tipo de material impermeabilizante; Grupo 2: adesivo Super Bond; Grupo 3:
cimento de óxido de zinco e eugenol; Grupo 4: adesivo dentinário Prime & Bond. Foram
feitas avaliações das infiltrações marginais ocorridas via cervical, na interface
dente/material selador e obturador. Os resultados mostraram que obturações expostas
à saliva apresentaram as maiores médias de infiltrações. O Super Bond (G2)
apresentou a menor média de infiltração, seguido do Prime & Bond (G3), que permitiu
níveis de infiltrações pequenos. Portanto, o contato da saliva diretamente com o
material obturador aumenta significativamente as medidas das infiltrações. Sendo
assim, é necessária a proteção do remanescente das obturações e das paredes
dentinárias, após o corte do material obturador para colocação de pinos intracanais.
Almeida (2001) afirmou que em algumas situações, os canais radiculares já
obturados podem entrar em contato com irritantes da cavidade oral quando ocorre a
infiltração através do material restaurador temporário ou permanente; fratura ou perda
21
do material; quando há um atraso na realização da restauração permanente; fratura do
elemento dental, ou em casos de cárie recorrente onde há exposição do material
obturador. O autor realizou um estudo para avaliar, in vitro, a infiltração marginal
coronária de canais radiculares obturados. Os dentes foram divididos em 3 grupos; o
Grupo 1 com 10 dentes obturados com o cimento Sealer 26 e 10 dentes com cimento
do tipo Grossman, pela técnica de condensação lateral. No Grupo 2, os canais
radiculares receberam uma irrigação final com 15ml de solução de EDTA a 17%, e a
seguir tiveram seus canais obturados, de modo idêntico ao grupo 1. Grupo 3, os canais
radiculares receberam aplicação adicional de laser e, a seguir, obturaram-se os canais
radiculares conforme o grupo 1. Os resultados evidenciaram que o cimento Sealer 26
permitiu menor infiltração coronária que o cimento tipo Grossman, de modo
estatisticamente significante. A utilização do hipoclorito de sódio a 1% + EDTA a 17% e
hipoclorito de sódio a 1% + laser não apresentaram diferença estatisticamente
significante entre si, e propiciaram menor infiltração coronária que os canais irrigados
somente com a solução de hipoclorito de sódio a 1%.
Barroso et al. (2001) afirmaram que alguns materiais restauradores provisórios
tomam presa em contato com a umidade, e durante essa reação, a expansão de seu
volume inicial acontece contribuindo para uma melhor adaptação marginal e,
conseqüentemente, um selamento mais eficaz pode ser conseguido.
Dalçoquio et al. (2001) relataram que o selamento hermético dos canais
radiculares impede a passagem de líquidos oriundos dos tecidos perirradiculares ou da
cavidade bucal, que estagnados poderiam comprometer o sucesso da terapia
endodôntica.
22
Moreira et al. (2001) realizaram um estudo comparando alguns tipos de materiais
seladores temporários. Os dentes foram imersos em solução de azul de metileno a
0,5%, por 72 horas. Os resultados mostraram que as menores infiltrações ocorreram
com o Cimpat Blanc, seguido por Cavit R, Pulpo San e IRM.
Oliveira (2001) afirmou que a microinfiltração marginal ou infiltração depende
basicamente de dois fatores: a interface material/esmalte/dentina e as propriedades
físico-químicas dos materiais restauradores e ou obturadores. Estudos sobre a
infiltração marginal têm sido realizados, com base em três pontos de vista: infiltração
que ocorre com o uso de materiais seladores provisórios; infiltração marginal apical de
canais radiculares obturados, e estudos sobre infiltração marginal coronária. Os
procedimentos endodônticos exigem, quando realizados em várias sessões de
atendimento, a colocação de uma medicação como curativo entre sessões, quer para
proteger o complexo dentina/polpa, a polpa propriamente dita, quer para a desinfecção
dos canais radiculares contaminados. Essa medicação deve atuar no interior dos canais
radiculares com o objetivo de destruir ou diminuir a quantidade de microorganismos que
não foram destruídos durante a fase da biomecânica. Assim, para que a medicação
intracanal faça seu efeito, ela deve ficar contida no interior do canal radicular e não ser
contaminada pelos fluidos da cavidade bucal. Desse modo, após a sua colocação, o
dente deve receber um material selador provisório de modo a funcionar como isolante
entre o meio bucal e o canal radicular.
Pécora (2001) avaliou in vitro a infiltração marginal coronária de canais
radiculares obturados com observância dos seguintes fatores: efeito da remoção da
smear layer durante a instrumentação dos canais e a utilização de dois tipos de
cimentos obturadores. Seus resultados mostraram que a utilização de procedimentos
23
que removam a smear layer, como a associação de hipoclorito de sódio a 1% +
E.D.T.A. a 17% propiciam menos infiltração marginal coronária que os canais irrigados
somente com a solução de hipoclorito de sódio a 1%.
Dezan Junior et al. (2002) salientaram que a dificuldade que se tem em definir
com precisão o significado biológico dos resultados obtidos nos estudos de
microinfiltração ocorre devido ao maior peso molecular das endotoxinas bacterianas
com relação ao peso molecular do corante azul de metileno que é menor.
Ghisi e Pacheco (2002) afirmaram que o desempenho do material restaurador
temporário Cimpat pode ser explicado pela reação de presa do material, que está
relacionada à absorção da umidade natural presente na cavidade oral, pois ao absorver
umidade, sofre expansão tornando-se um fator positivo.
Zaia et al. (2002) avaliaram a capacidade seladora de quatro materiais colocados
no assoalho da câmara pulpar com a finalidade de impedir a microinfiltração coronária.
Foram usados cem molares inferiores humanos, preparados seguindo os
procedimentos da técnica híbrida. Os canais foram obturados com guta-percha pela
técnica de condensação lateral com cimento Endomethasone. O forame apical dos
dentes foi selado com resina epóxi e as raízes com duas camadas de esmalte de unha,
exceto a abertura coronal. A seguir os dentes foram imersos em tinta da Índia por cinco
dias. A maior profundidade da penetração do corante ao longo de cada canal foi medida
em milímetros, e estas medidas foram convertidas em percentagem. Os resultados
foram: Coltosol - 4,85%; IRM - 6,38%; Vidreon R - 32,2; Scotchbond – 54,35%; Controle
positivo – 62,07% . Os autores concluíram que nenhum dos materiais testados foi
capaz de evitar a microinfiltração em todas as amostras. O Vidreon R e o Scotchbond
demonstraram os piores resultados quando usados para impedir a microinfiltração
24
coronal. O IRM e o Coltosol foram significantemente melhores do que os outros em
impedir a microinfiltração.
Barbosa et al. (2003a) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar in vitro a
influência na infiltração marginal coronária, após o preparo para pino, de cimentos
obturadores de canal e de cimentos temporários colocados sobre o remanescente
obturador. Utilizaram cem dentes humanos uniradiculares retos e rizogênese completa.
Os dentes foram divididos, constituindo 8 grupos experimentais e 2 grupos controles.
Foram realizadas obturações pela técnica da condensação lateral com dois tipos de
cimento obturadores: Sealer 26 Modificado e Roth, utilizados em quatro dos grupos
experimentais. Os outros dois grupos experimentais não tiveram seus remanescentes
obturadores protegidos por nenhum tipo de material. No controle positivo, os canais não
foram obturados, permanecendo aberto no acesso coronário e no forame apical. No
controle negativo, os canais foram obturados, mas não preparados para pino. A
avaliação da infiltração foi analisada desde a porção coronária da obturação, ou do
plugue, até a porção de maior profundidade de penetração do corante. Os valores
médios foram os seguintes: o Lumicon foi o cimento que apresentou melhor resultado,
seguido do Coltosol e por último o Cavitec, sendo que este apresentou infiltração
semelhante aos que estavam sem plugue. O Sealer 26 modificado teve melhor
qualidade seladora que o Roth. Ocorreu infiltração total no grupo controle positivo e
nenhuma infiltração no controle negativo. Portanto, o tipo de cimento obturador de canal
pode influenciar significativamente no selamento marginal e um plugue de cimento
provisório protege o remanescente da obturação do canal, sendo eficaz no tratamento.
Barbosa et al. (2003b) preocupados que a infiltração no material obturador de
dentes com preparo para pino intracanal atinja os tecidos periapicais, preconizaram o
25
uso de um plugue de cimento provisório na proteção do remanescente do material
obturador. Justificaram que, ao tomarem presa em contato com a umidade, esses
materiais expandem o seu volume inicial, contribuindo assim para uma melhor
adaptação marginal e, conseqüentemente, um selamento mais eficaz do material
obturador. Entretanto, é importante uma eficiente obturação do canal radicular e, além
disso, utilizar um cimento com boas propriedades físicas e biológicas.
Carvalho et al. (2003) utilizando bactérias no teste de infiltração observaram que
os grupos em que o Cimpat estava presente, obtiveram os melhores resultados de
vedamento microbiano.
Gomes et al. (2003) realizaram um estudo in vitro para saber o tempo requerido
para a recontaminação dos canais obturados e medicados com hidróxido de cálcio,
clorexidina gel a 2% ou com uma combinação de ambos. O gel de Clorexidina a 2%, em
endodontia, foi proposto como um medicamento irrigante do canal radicular.
Demonstrou-se que o clorexidina tem efeitos inibitórios nas bactérias encontradas
geralmente em infecções endodonticas. A clorexidina tem atividade antimicrobiana para
os microorganismos Gram-positivos e Gram-negativos.
Ricucci e Bergenholtz (2003) analisaram os achados histológicos e
microbiológicos em dentes que tiveram seus canais obturados expostos à cárie e ao
meio ambiente oral por motivos de perda da restauração ou fraturas por um período
prolongado de tempo. Foram incluídos no estudo apenas dentes que foram
acompanhados por um período de três anos ou mais e que perderam suas
restaurações por um período de no mínimo três meses. Alguns canais obturados
encontravam-se sem a restauração há muito tempo. A maioria dos espécimes não
apresentou lesão óssea periapical que pudesse ser identificada radiograficamente e
26
lesões osteolíticas foram observadas em apenas cinco espécimes. Secções
longitudinais nos elementos revelaram presença abundante de bactérias na entrada dos
canais e nos túbulos dentinários, mas estas estavam ausentes nos terços médio e
apical de todos, exceto em dois espécimes. Células inflamatórias sugerindo a presença
de bactérias foram encontradas em sete de trinta e nove dentes examinados. Em todos
os outros espécimes não existiam células inflamatórias ou eram esparsas e associadas
à extrusão do material obturador. Sendo assim, os autores concluíram que canais
radiculares bem preparados e bem obturados resistem à penetração bacteriana mesmo
que permaneçam por longo tempo abertos e expostos à cavidade oral.
Carvalho et al. (2004) afirmaram que para a manutenção da sanificação entre
sessões do tratamento endodôntico, há necessidade do uso de um selamento
provisório, que tem como objetivo evitar a contaminação do canal radicular com fluidos,
materiais orgânicos e microorganismos da cavidade bucal e também evitar a passagem
da medicação intracanal para o meio externo. Para cumprir esse objetivo, o material
selador provisório não deve apresentar alteração dimensional e deve possuir alta
resistência mecânica. Ainda não foram reunidas, em um único material temporário,
todas as propriedades físicas necessárias para um bom selamento. Os autores
avaliaram qualitativamente a penetração do corante evidenciador azul de metileno em
dois diferentes materiais restauradores provisórios: Cimpat Rosa e Ionômero de Vidro.
Os resultados mostraram que a penetração do corante ocorreu em quase todas as
amostras, sendo que o material com melhores resultados para prevenir a infiltração foi o
Cimpat rosa.
Holland et al. (2004) avaliaram in vitro a infiltração marginal coronária, após
obturação do canal e preparo para pino empregando-se ou não um plugue protetor.
27
Cem dentes humanos unirradiculares tiveram seus canais preparados
biomecanicamente e obturados pela técnica da condensação lateral com cones de
guta-percha e os cimentos CRCS e Endofill. Após o preparo para pino os
remanescentes das obturações mediam 5mm e foram ou não protegidas por um
plugue de 1mm dos seguintes materiais restauradores provisórios: Cotosol, Super
Bonder, CRCS e Endofill. Os espécimes foram imersos em solução de azul de metileno
a 2% por 24 horas. As infiltrações foram mensuradas linearmente e a presença dos
plugues influenciou positivamente nos resultados.
Oliveira et al. (2004) avaliaram alguns novos produtos lançados no mercado com
adoção de ciclagem térmica e identificação da infiltração marginal por meio da
passagem de íons de níquel. Utilizaram para o estudo oitenta e três caninos
unirradiculares, que foram divididos em sete grupos: o grupo 1 selado com F2000®, o
grupo 2 com Dentalville®, o grupo 3 com Cavit W®, o grupo 4 com guta-percha mais
duas camadas de Super Bonder, o grupo 5 com Citodur®, o grupo 6 com Cimpat W®, e
o grupo 7 com Coltosol®. O controle negativo com seis dentes, foi selado com Cimpat
W® mais duas camadas de Super Bonder e o controle positivo também com seis
dentes, foram selados com cone de papel absorvente mais bolinha de algodão. Os
resultados mostraram que todos os cimentos provisórios testados permitiram infiltração
marginal na interface cimento/tecido dental, exceto quando se utilizou guta-percha
associada ao Super Bonder e Cimpat W® associado ao Super Bonder. A ordem
decrescente de infiltração dos cimentos provisórios, ou seja, dos que permitiram
maiores infiltrações de íons de níquel para as menores, até nenhuma foi a seguinte:
Cimpat W e Coltosol®; Coltosol® e F2000®; Cavit W®, Citodur® e Dentalville®;
Dentalville®, guta-percha associada ao Super Bonder e controle negativo.
28
Salazar-Silva et al. (2004) descreveram que a maior preocupação na terapia
endodôntica radica no combate a microorganismos pertencentes à flora endodôntica e
a recontaminação entre sessões. Especial importância tem sido dada às restaurações
coronárias, sejam provisórias ou definitivas, pois o seu uso inadequado pode contribuir
com o insucesso do tratamento endodôntico. Contrariamente, uma boa restauração
coronária está relacionada com a ausência da inflamação perirradicular. Para que o
selamento seja efetivo, é necessário o devido conhecimento das técnicas de
preenchimento bem como as propriedades físicas destes materiais. Nesse sentido,
diferentes materiais vêm sendo empregados, entre eles, o Cavit, Cimpat, Citodur,
Coltosol que mostraram melhor capacidade de vedamento, mas com pouca resistência
aos esforços mastigatórios. Portanto, sugere-se o selamento duplo como procedimento
de eleição para a prevenção da infiltração bacteriana.
Silva e Souza (2004) relataram que a guta-percha não possui aderência às
paredes do canal radicular, o que permite uma interface suscetível à infiltração
bacteriana e de fluidos teciduais. Sendo assim, deve ser associada aos cimentos
obturadores, pois é por meio da capacidade de vedação desse material, aderindo-se à
dentina e à guta-percha, que se obtém a obliteração desses espaços melhorando a
qualidade do selamento, reduzindo assim, a microinfiltração. Os autores avaliaram a
influência do uso do E.D.T.A. a 17%, entre outros métodos, sobre a infiltração
bacteriana em obturações radiculares de dentes bovinos. Concluíram que dentre os
grupos experimentais, o E.D.T.A. a 17% demonstrou menores índices de infiltração
bacteriana.
Vale et al. (2004) relataram que durante o tratamento endodôntico, muitas vezes
há necessidade da realização de outras sessões, devido, por exemplo, à inabilidade do
29
operador, dificuldades anatômicas, dentes com alto grau de inflamação e dentes com
necrose pulpar, implicando na colocação de um material selador provisório de uma
sessão para outra. Este material deve possuir como propriedades: evitar infiltração dos
fluidos bucais, suportar esforços mastigatórios, unir-se bem ao dente, não ser poroso,
resistir à abrasão e a compressão, ser de fácil colocação e remoção, ser compatível
com os medicamentos utilizados, ter boa aparência e propriedades antimicrobianas.
Vários materiais seladores já foram testados e aprovados, como, por exemplo, o Cimpat
rosa, e outros lançados recentemente tais como o Citodur Hard e Citodur Soft. O
objetivo deste estudo foi avaliar a capacidade seladora dos materiais provisórios
descritos acima. Os resultados mostraram que o melhor selador provisório foi o Citodur
Hard não umedecido, seguido do Cimpat rosa umedecido, no qual ocorreu discreta
contaminação.
Carvalho et al. (2005) observaram que a literatura indica vários materiais
restauradores temporários e sabe-se que existe diferentes grau de infiltração marginal
associados a eles. No entanto, percebe-se que há uma deficiência no que se refere à
avaliação do tempo de permanência dessa restauração, ora curto ora excessivamente
longo. Avaliaram a infiltração marginal, in vitro, em dentes submetidos a tratamento
endodôntico e que receberam restauração temporária em diversos períodos de tempo
(7, 14, 30 e 90 dias). Foram empregados 124 dentes humanos. Os canais foram
obturados com Endofill e cones de guta-percha sob condensação lateral. A
impermeabilização foi realizada com três camadas de esmalte para unha. Os dentes
foram distribuídos nos seguintes grupos: dois grupos como controle positivo e negativo
respectivamente. O grupo três composto de quarenta amostras, onde os dentes foram
impermeabilizados externamente, e a abertura coronária foi selada com material
30
Obturador Temporário Dentalville (Dentalville®). No grupo quatro, também com quarenta
amostras, a abertura coronária foi selada com IRM e no grupo cinco, a abertura
coronária foi selada com Vidrion R. Cada grupo foi dividido em um subgrupo A, B, C, D,
que respondeu ao número de dias a que a amostra ficou imersa em corante. Os
resultados mostraram que os maiores níveis de infiltração foram observados para o
IRM, mas com todos os materiais ocorreu infiltração. Portanto, o autor relatou que a
fase final imediata do tratamento endodôntico é a confecção de uma restauração
definitiva seguida de proservação.
Shipper et al. (2005) explicaram que, após a fase de controle microbiológico da
terapia endodôntica, a obturação do canal radicular é realizada para selar o sistema de
canais do ambiente externo. A obturação tem por função: impedir a sobrevivência da
maioria das bactérias; estagnar o fluxo do líquido derivado do tecido periapical para
alcançar as bactérias sobreviventes no sistema do canal radicular e atuar como uma
barreira, impedindo a reinfecção do canal radicular. Entretanto, os materiais e as
técnicas de obturação atuais falham em todas estas três exigências. Estudos in vitro
têm confirmado a alta infiltração de raízes obturadas com cimento e guta-percha, no
prazo de 30 dias usando técnicas laterais ou verticais de condensação. O selamento
coronário, após o tratamento do canal radicular, tem se mostrado crítico para a saúde
periapical.
Silva Neto (2005) salientou que o selamento tridimensional dos canais inclui o uso
da guta-percha associada a um cimento obturador. A guta-percha é escolhida devido às
suas reconhecidas propriedades físicas, mecânicas e biológicas: ao passo que o
cimento tem o intuito de garantir o selamento da obturação a longo prazo, além de se
31
aderir à dentina e preencher as discrepâncias entre a guta-percha e as paredes
dentinárias.
Fonseca et al. (2006) relataram que o preparo biomecânico dos canais radiculares
é uma etapa de extrema importância no tratamento endodôntico, sendo imprescindível
o uso de soluções irrigantes que, associadas aos instrumentos endodônticos, limpam,
desinfetam e modelam os canais radiculares, preparando-os para a obturação. A
clorexidina tem sido utilizada na endodontia como solução irrigante, medicamento
intracanal e incorporada na composição de cimentos endodônticos. O seu emprego se
justifica por sua excelente capacidade antimicrobiana, substantividade e
biocompatibilidade tecidual, sendo extremamente rápida na eliminação de
microorganismos.
Nicolau e Meller (2006) verificaram, através de análise microbiológica, a
influência de um plugue de cimento provisório sobre a obturação na infiltração
cervicoapical em dentes tratados endodonticamente. Foram utilizados 27 pré-molares
humanos inferiores preparados e obturados através da técnica da condensação lateral,
divididos em quatro grupos experimentais, dois com doze elementos cada, sendo que
um deles recebeu um plugue de 1mm de Cimpat sobre o remanescente obturador e o
outro não, e dois grupos controles, um positivo e outro negativo. A infiltração foi
detectada pela alteração de cor do meio seletivo que, na presença do Staphylococcus
aureus, passa de rosado para amarelo, sendo estes observados diariamente por 90
dias. No grupo controle negativo a cor do meio permaneceu inalterada durante todo o
período e no grupo controle positivo demonstrou a passagem do microorganismo,
através do forame apical, alterando a cor do meio. Em duas amostras (uma com e outra
sem plugue) houve mudança da cor do meio para amarelo. No elemento dental sem
32
plugue, a alteração de cor foi observada no 46º dia, enquanto no outro com plugue, foi
no 48º dia. Pode-se concluir que a colocação de um plugue de cimento provisório não
exerceu influência sobre a infiltração bacteriana no sentido cervicoapical.
Sansão e Knebel (2006) avaliaram a eficiência de um tampão de cimento
temporário em canais radiculares obturados, em diferentes tempos de imersão no
corante. Para tanto, foram utilizados 42 corpos-de-prova divididos em dois grupos de 21
dentes cada. No grupo controle, foi realizada somente a obturação do canal radicular e
no grupo experimental, alem da obturação, foi adaptado um tampão de Cimpat sobre o
material obturador. Os corpos-de-prova foram imersos em solução azul de metileno a
1%, por períodos de 7, 30 e 60 dias. O grupo que apresentou melhor resultado foi o
grupo experimental, mostrando que o tampão de cimento temporário diminui
consideravelmente a infiltração marginal coronária. Enquanto que, o grupo controle
apresentou aumento progressivo da infiltração marginal coronária de acordo com o
tempo.
Aguiar et al. (2007) avaliaram in vitro a capacidade de selamento de dois
cimentos endodônticos e sua influência no tempo de recontaminação bacteriana em
dentes tratados endodonticamente e expostos à saliva. Foi observado neste estudo que
nenhum dos cimentos inibiu completamente a infiltração de microorganismos durante os
120 dias de experimento. A contaminação do canal radicular pode ocorrer durante e
após a restauração dos dentes tratados endodonticamente, pois obturações
endodônticas seguidas por vedamentos coronários insatisfatórios ou ausentes,
permitem a penetração de bactérias e endotoxinas no sistema de canais radiculares e
também iniciam, ou perpetuam uma inflamação periapical. Devido a estes e outros
fatores, é que para o sucesso de tratamento endodôntico, é de fundamental importância
33
um selamento coronário visando minimizar os índices de percolação bacteriana e seus
subprodutos e, conseqüentemente, a sua recontaminação. Os dentes que perderam
suas restaurações provisórias ou definitivas há mais de dois meses necessitam de
retratamento endodôntico.
34
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Procedimento de pesquisa
Foram selecionados para este estudo trinta e dois pré-molares inferiores hígidos,
de comprimentos semelhantes, unirradiculares retos e com rizogênese completa,
cedidos pelo Banco de Dentes do Curso de Odontologia da UNIVALI.
Após o preparo biomecânico dos canais radiculares, os dentes foram divididos
aleatoriamente em quatro grupos.
GRUPO I - Composto por doze elementos dentais onde foi realizada apenas a
obturação do canal radicular.
GRUPO II - Contendo doze elementos dentais, onde além de obturados um
plugue de Cimpat (cimento provisório) foi adaptado sobre o material obturador.
GRUPO III - Dois elementos dentais que não tiveram o canal radicular obturado e
dois elementos onde os canais foram obturados com um simples cone de guta-percha
simulando uma obturação defeituosa (Controle positivo).
GRUPO IV - Quatro elementos dentais hígidos sem abertura coronária realizadas
(Controle negativo).
Após a obturação, os dentes foram adaptados a um dispositivo onde a infiltração
cervicoapical de bactérias foi observada diariamente durante um período de 90 dias.
35
3.2 Procedimento clínico
Foi realizada a abertura coronária convencional, através de irrigação abundante
com soro fisiológico. Para se determinar o comprimento do dente, uma lima tipo K # 10
foi introduzida, no canal radicular, até que sua ponta pudesse ser observada no forame
apical. Em seguida, foi realizado o esvaziamento do canal radicular até a lima K# 20
para padronizar o diâmetro do forame apical.
Com limas tipo K de números de 25 a 50, calibradas com 1mm a menos do que o
comprimento do dente, foi preparada a matriz apical e com subseqüentes recuos de
1mm a cada instrumento foi feito o escalonamento até o instrumento K# 80. Os terços
médio e cervical foram preparados com brocas de Gates-Glidden de número 2 até 4
com recuo progressivo de 1mm. Durante todo o preparo os canais foram irrigados com
soro fisiológico e clorexidina gel a 2% (manipulada na farmácia Visnature). Entre o uso
de cada lima, a patência do forame foi mantida com uma lima K#10.
Após o preparo, os canais radiculares foram irrigados com 5ml de ácido
etilenodiaminotetracético (EDTA) a 17% permanecendo por 3 minutos para remoção da
lama dentinária (smear layer) e então com 5ml de soro fisiológico. Após a secagem com
pontas de papel absorvente e travamento dos cones principais de guta-percha, as
obturações foram realizadas pela técnica da condensação lateral utilizando-se cones de
guta-percha e cimento de óxido de zinco e eugenol. Radiografias no sentido mesiodistal
e vestibulolingual foram realizadas para confirmação da boa qualidade das obturações.
36
Radiografia - Rx vestibulolingual e mesiodistal confirmando a qualidade das obturações de ambos os grupos.
Concluídas as obturações, foi feita a condensação vertical e com condensadores
endodônticos previamente aquecidos e calibrados foi removido o material obturador de
modo que o comprimento da obturação fosse padronizado em aproximadamente
12mm, usando como ponto de referência a superfície oclusal dos dentes.
Após, os dentes foram divididos em 2 grupos de 12 dentes cada e ainda um
grupo controle positivo com quatro elementos dentais, e um controle negativo também
com quatro elementos dentais. Sendo assim, no Grupo I o material obturador não
recebeu a proteção realizada com o cimento provisório Cimpat. No Grupo II o material
obturador foi protegido com uma camada de 1mm de espessura de cimento restaurador
37
provisório, ou seja, Cimpat. Para isso, um condensador endodôntico manual nº 3,
dotado de um stop de borracha devidamente posicionado, foi empregado para adaptar
e aplainar o plugue de cimento sobre o material obturador.
Os dentes foram novamente radiografados para a confirmação da adaptação do
Cimpat e da ausência de resíduos deste material nas paredes do canal radicular. Em
todos os dentes as cavidades de acesso foram preenchidas com bolinhas de algodão e
seladas provisoriamente com Cimpat.
Após esses procedimentos, todos os dentes permaneceram em câmara úmida a
37°C por 24 horas para presa inicial do cimento obturador e do cimento provisório.
Passado este período, os dentes ficaram expostos ao ar para secar e logo após 24
horas a superfície externa da raiz foi impermeabilizada com duas camadas de esmalte
de unha exceto no seu milímetro final. Após a impermeabilização, aguardou-se o
período de 2 horas para a secagem do esmalte.
3.3 Dispositivo para fixação dos dentes
O dispositivo utilizado para testar a infiltração bacteriana, através dos canais
radiculares obturados, foi similar ao descrito por Siqueira Júnior et al. (2000).
Foram utilizados 32 vidros com tampas de borracha, todos com capacidade para
10ml, 32 seringas de 3ml e 32 tampas plásticas coloridas (reaproveitadas das
embalagens de cones de guta-percha).
Cada dispositivo foi confeccionado com um vidro, uma tampa de borracha e uma
seringa de 3ml. As tampas de borracha receberam uma perfuração central de acordo
38
com o diâmetro da seringa, sendo esta realizada com uma fresa e peça de mão. Antes
da adaptação da coroa do dente em uma das extremidades da seringa, foi removida a
restauração provisória realizada com Cimpat e a bolinha de algodão. Em seguida, o
dente foi acoplado à seringa pela sua parte coronária com resina acrílica.
Fotografia 1 - Materiais para confecção do aparato.
Logo após, o conjunto tampa/seringa/dente e também as tampas plásticas
coloridas foram desinfetados com hipoclorito de sódio a 5% durante 30 minutos, lavado
pelo mesmo período com 300ml de água destilada estéril e seco com gaze estéril.
Todos os procedimentos foram realizados dentro da câmara de fluxo laminar.
3.4 Análise microbiológica
Os procedimentos adotados nesta fase da pesquisa foram baseados no trabalho
de Lucena (1998).
39
O microorganismo selecionado para ser colocado na câmara pulpar e entrar em
contato com a obturação do canal radicular foi o Staphylococcus aureus, ATCC 25923,
pertencente à bacterioteca NEWPROV.
Este microorganismo foi escolhido por ser facultativo de fácil cultivo e
identificação, e estar freqüentemente presente nas infecções endodônticas. (SIQUEIRA
JÚNIOR et al., 1997; ADIB et al., 2004; LORENZO, 2004)
O microorganismo foi cultivado por 48 horas em 15ml de BHI (Brain Heart
Infusion), anteriormente preparado e esterilizado conforme especificações do
fabricante.
Com o propósito de evidenciar a possível passagem do Staphylococcus aureus
através da obturação foi utilizado o ágar manitol salgado (meio seletivo para o
isolamento desta bactéria). Quando não inoculado, este meio tem a coloração rosada.
No entanto, quando ocorre à reprodução do microorganismo, haverá alteração da cor
para amarelo devido à fermentação do manitol.
Fotografia 2 - Corpos-de-prova: coloração original do meio e alteração de cor devido à infiltração.
40
Após o preparo do meio, 4ml do ágar manitol salgado foram colocados em cada
vidro com auxílio de uma pipeta graduada. Os vidros com o ágar foram autoclavados
por 20 minutos a 121ºC. O conjunto tampa/seringa/dente foi adaptado ao vidro de modo
que, no mínimo, 1mm da porção final da raiz permanecesse imersa neste meio e para
impermeabilizar e impedir o deslocamento do conjunto utilizou-se cianocrilato (super
bond), na interface seringa-borracha, visando também impedir a passagem de
microorganismos para o interior do vidro.
A superfície entre a seringa de 3ml e o dente, foi fixada com resina acrílica,
devido à necessidade de impedir que a suspensão bacteriana passasse por entre a
superfície interna da seringa e externa do dente, alcançando assim o meio seletivo.
Este conjunto tampa/seringa/dente/vidro foi denominado corpo-de-prova.
Fotografia 3 - Meio de cultura. Fotografia 4 - Corpo-de-prova.
41
Com auxílio de uma pipeta graduada, a câmara pulpar e a seringa de 3ml foram
preenchidas com 1ml da suspensão bacteriana (saliva artificial contaminada –
manipulada na farmácia Dehon, composta por água destilada, cloreto de potássio
0,625%, cloreto de sódio 0,865%, cloreto de magnésio 0,0558% e cloreto de cálcio
0,166%), a qual ajustada por comparação visual até atingir a concentração equivalente
a 0,5 da escala McFarland, que corresponde a aproximadamente 1,5x 108 UFC/ml.
Optou-se pela escala McFarland, com o objetivo de trabalhar com um padrão quanto à
densidade celular das suspensões utilizadas, o que facilitou a repetição das
observações.
Após isso, na extremidade externa da seringa, foram adaptadas as tampas
plásticas previamente desinfetadas. Durante os 90 dias do experimento os corpos-de-
prova permaneceram incubados em estufa bacteriológica a 37ºC.
Para manter-se viável, a suspensão bacteriana foi renovada a cada 7 dias. A
anterior era aspirada e em seguida uma nova suspensão era depositada na
extremidade do tubo. Estes procedimentos foram realizados com pipetas graduadas
tomando-se o cuidado de trocar a ponteira a cada corpo-de-prova.
Todos esses procedimentos foram realizados no interior da câmara de fluxo
laminar.
42
Fotografia 5 - Câmara pulpar e seringa sendo preenchidas com 1ml de suspensão bacteriana.
3.5 Leitura dos resultados
Os meios foram observados diariamente, por um período de 90 dias, com o
objetivo de perceber possíveis alterações de cor, que indicassem a passagem da
bactéria pelo forame apical do elemento dental. Os meios que apresentaram cor
amarela foram lidos como positivo, identificando a presença do microorganismo. Os
meios que mantiverem a cor rosada, ao final do experimento, foram considerados
negativos.
Os dados foram tabulados e, calculadas as freqüências absoluta e relativa, para
cada um dos grupos testados, segundo os tempos de avaliação (7,30 e 90 dias).
43
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
De acordo com os dados obtidos, verificou-se que o plugue de Cimpat influenciou
positivamente nos resultados, ao longo do tempo avaliado. Ao término dos 90 dias, no
grupo que não recebeu o plugue de Cimpat, ocorreu a alteração de cor dos meios de
cultura em 9, dos 12 corpos-de-prova, indicando que em 75% deles ocorreu a infiltração
bacteriana da coroa do dente até seu forame (Gráfico 1).
0,08,3
25,016,7
50,0
75,0
01020304050607080
7 dias 30 dias 90 dias
Infil
traç
ão (
%)
Com cimpat Sem cimpat
Gráfico 1: Distribuição da freqüência relativa dos corpos-de-prova que apresentaram infiltração cervicoapical, segundo os grupos testados e tempos de avaliação.
44
5 DISCUSSÃO
A obturação é uma etapa de fundamental importância para o sucesso do
tratamento endodôntico, realizada para selar o sistema de canais do ambiente externo,
pois ao ocupar de forma densa e hermética o espaço criado pela modelagem, impede a
passagem de líquidos oriundos dos tecidos perirradiculares ou da cavidade bucal, que
estagnados poderiam comprometer o sucesso da terapia endodôntica. (FACHIN;
SILVA, 1993; DALÇOQUIO et al., 2001; SOARES; GOLDBERG, 2001; SALAZAR-
SILVA et al., 2004; SHIPPER et al., 2005)
No entanto, concluída a obturação, há necessidade de um perfeito selamento do
canal radicular, pois a possibilidade de infiltração no sentido cervicoapical é
considerada um dos fatores determinantes no fracasso do tratamento endodôntico. A
contaminação do canal radicular pode ocorrer por fratura ou perda do material; quando
há atraso na realização da restauração permanente; fratura do elemento dental e, em
casos de cárie recorrente onde há exposição do material obturador ao meio bucal.
(KHAYAT et al., 1993) Obturações endodônticas seguidas por vedamentos coronários
insatisfatórios ou ausentes, permitem a penetração de bactérias e endotoxinas no
sistema de canais radiculares e também, iniciam ou perpetuam uma inflamação
periapical. (ALMEIDA, 2001; AGUIAR et al., 2007)
Portanto, é necessário um selamento efetivo tanto do acesso coronário à
cavidade pulpar quanto do sistema de canais radiculares, através de técnicas e
materiais que melhor desempenhem esta função. (NICOLAU; MELLER, 2006)
45
Entre as sessões de um tratamento endodôntico, uma restauração provisória é
realizada para selar a cavidade de acesso ao canal radicular. Um material selador
provisório ideal, seria aquele que além da hermeticidade às bactérias e aos líquidos
bucais, fosse de fácil aplicação, fácil manipulação, endurecimento rápido, suportasse as
forças da mastigação atuando como barreira mecânica às infiltrações marginais, fácil
remoção, baixo custo, compatibilidade com as drogas utilizadas, boa resistência à
abrasão e à compressão, tenha porosidade mínima, estabilidade dimensional e
estética. (PINHEIRO et al., 1997; BONETTI FILHO et al., 1998; FIDEL et al., 2000)
No entanto, os cimentos provisórios apresentam comportamentos diferenciados.
Segundo Fidel et al. (2000), a dificuldade de escolha de um cimento provisório deve-se,
principalmente, à ampla variedade de materiais passíveis de serem utilizados como
seladores, e também, à seleção daquele que apresente as propriedades tidas como
ideais.
Vários autores avaliaram a capacidade seladora de cimentos provisórios frente à
infiltração, quando identificaram que o Cimpat obteve melhores resultados dentre os
testados, evitando maior infiltração. (POLO et al., 1996; MOREIRA et al., 2001;
CAVALHO et al., 2003; CAVALHO et al., 2004; HOLLAND et al., 2004; OLIVEIRA et al.,
2004; SALAZAR-SILVA et al., 2004) Discordando apenas de Paula et al. (1994), que
relataram em seu estudo, que o Cimpat apresentou infiltração exagerada.
Baseados nestes estudos, autores como Valera e Cia 2000, Barbosa et al.
2003b; Holland et al. 2004; Sansão e Knebel 2006 têm proposto a adaptação de um
tampão de material restaurador provisório sobre o material obturador com a intenção de
proteger a obturação do canal radicular de possíveis infiltrações coronárias.
46
O desempenho do material restaurador provisório tipo Cimpat, pode ser
explicado, pois ao tomar presa em contato com a umidade, expande o seu volume
inicial, contribuindo para melhor adaptação marginal e, conseqüentemente, um
selamento mais eficaz do material obturador, reduzindo a infiltração. (BARROSO et al.,
2001; GHISI; PACHECO, 2002) Sendo assim, após sua adaptação sobre o material
obturador, foi colocado uma bolinha de algodão úmida em água destilada para que
houvesse a expansão do material, proporcionando melhor selamento.
Em relação à análise da metodologia experimental empregada neste estudo,
alguns fatores merecem ser abordados.
Foram utilizados dentes humanos hígidos, de comprimentos semelhantes,
unirradiculares retos e com rizogênese completa, a fim de obter respostas mais
confiáveis. A busca por estas características deu-se em função da necessidade de
estabelecer um padrão quanto à anatomia interna, tanto em relação ao calibre quanto à
forma do canal radicular, para que a quantidade de material obturador necessária para
o preenchimento do canal não fosse uma variável.
A técnica de preparo biomecânico empregada foi a coroa-ápice, pois de acordo
com Fachin e Silva (1993), esta técnica proporciona um preparo cônico de apical para
cervical, facilitando a introdução de instrumentos até o terço apical, favorecendo assim
a chegada de mais cones acessórios no terço apical, deixando a massa obturadora
mais densa, o que diminui a infiltração apical. Alguns autores, como Lucena, (1998),
Siqueira Júnior et al. (1999), Pécora, (2001), Zaia et al. (2002), Holland et al. (2004),
Nicolau e Meller (2006) também optaram por esta técnica em seus trabalhos.
47
De acordo com Soares e Goldberg (2001), a técnica de condensação lateral é a
mais utilizada universalmente, devido à sua simplicidade, baixo custo e ótima qualidade
final. De acordo com essa afirmação, optou-se pelo uso desta técnica.
O gel de clorexidina têm sido utilizado em endodontia como substância auxiliar no
preparo do canal radicular, medicamento intracanal e incorporada na composição de
cimentos endodônticos. O seu emprego neste trabalho se justifica por proporcionar uma
instrumentação mais fácil, substantividade, capacidade de limpeza e ação
antimicrobiana, sendo extremamente rápida na eliminação de microorganismos.
(GOMES et al., 2003; FONSECA et al., 2006)
A decisão pelo uso do Staphylococcus aureus concretizou-se por ser uma
bactéria de fácil cultivo e identificação. Siqueira Júnior et al. (1997), Lorenzo, (2004) e
Adib et al. (2004) afirmaram que esta espécie está freqüentemente presente em canais
radiculares infectados, além de estar associada a lesões periapicais persistentes. São
cocos Gram-positivos relativamente grandes (0,5 a 1,5µm), anaeróbios facultativos e já
isolados na boca. (LORENZO, 2004)
A escolha de um período de 90 dias para avaliação dos resultados baseou-se
nos trabalhos de Torabinejad et al. (1990); Magura et al. (1991) e Lucena (1998).
Com o objetivo de evitar que o Staphylococcus aureus ou que outros
microorganismos alcançassem o meio de cultura através de canais laterais, acessórios,
ou por fissuras radiculares, antecedendo à montagem dos corpos-de-prova, as
superfícies radiculares foram impermeabilizadas com uma dupla camada de esmalte de
unha com exceção do milímetro final. (PAULA et al., 1994; MALONE; DONNELLY,
1997; LUCENA, 1998; VALERA; CIA, 2000; MOREIRA et al., 2001; ZAIA et al., 2002)
48
Optou-se pelo esmalte de cor vermelha para facilitar a visualização e certificar-se
assim, de que toda a superfície radicular fosse devidamente coberta.
O meio de cultura utilizado foi o ágar manitol salgado, que além de possuir as
exigências nutritivas necessárias para o microrganismo, facilita a sua identificação após
sua passagem pelo forame apical. Este meio contém o fenol vermelho e quando o
Staphylococcus aureus ou seus produtos ácidos o alcançam, ocorre a mudança da sua
cor, de rosa para amarelo, devido à alteração de pH. Uma outra substância presente
nesse meio, o cloreto de sódio (7,5%) é o responsável pela alta seletividade, pois esta
concentração inibe o crescimento da grande maioria das bactérias, favorecendo o
crescimento do Staphylococcus aureus e assim, dispensando a realização de
subculturas para a identificação do microrganismo. (CHAPMAN, 1945) Esse fato
também impede a alteração dos resultados frente a uma contaminação acidental com
outra espécie bacteriana, pois este meio só muda a cor para amarelo na presença do
Staphylococcus aureus. (LORENZO, 2004)
Observou-se, que durante o experimento, houve uma ligeira alteração na
tonalidade do meio de cultura, onde se suspeitou da passagem de algum subproduto
bacteriano, como salientou também Lucena, (1998). No entanto, no grupo controle
negativo, no qual não foi adicionada a suspensão bacteriana, também ocorreu esta
mudança. Conclui-se, assim, que este é um comportamento próprio do meio com o
decorrer do tempo.
A renovação da suspensão bacteriana foi realizada de 7 em 7 dias, pois de
acordo com Lucena, (1998), este procedimento permite manter a viabilidade do
microorganismo.
49
O dispositivo utilizado neste estudo para fixação dos dentes foi semelhante ao
empregado por Siqueira Júnior et al. (2000). Nicolau e Meller (2006) utilizaram a mesma
metodologia com um aparato semelhante, baseado no estudo de Lucena (1998). No
entanto, os resultados foram contraditórios. Isto provavelmente ocorreu devido ao fato
que o reservatório da suspensão utilizado no presente estudo foi uma seringa de 3ml, o
que permitiu uma maior quantidade de saliva contaminada (1ml).
Os trabalhos sobre infiltração apresentam inúmeras variáveis metodológicas,
justificando divergências encontradas na literatura. Ao comparar o número de trabalhos
que utilizaram como marcador corante com uso de microorganismos observou-se
muitas vezes resultados contraditórios.
Para Wu e Wesselink (1993), este fato se justifica devido à diversidade na forma
de aplicação dessas substâncias que inclui variação no tempo de imersão, submissão
dos espécimes a testes de estresse. Outras variáveis também são apontadas, tais
como: pH da solução, uso do vácuo (SILVA; SOUZA, 2004), peso molecular do corante
azul de metileno que é menor do que o peso molecular das endotoxinas bacterianas.
(DEZAN JÚNIOR et al., 2002)
Por estas razões, Matloff et al. (1982) e Magura et al. (1991), compararam a
eficácia de diferentes métodos utilizados para avaliar a microinfiltração marginal em
canais radiculares obturados. Os resultados mostraram que a penetração de saliva
avaliada pelo corte histológico foi significantemente menor quando comparada com a
análise da infiltração de corante. No entanto, no trabalho de Sansão e Knebel (2006) no
tempo experimental até 60 dias, os resultados foram similares ao deste estudo
concordando com Swanson e Madison (1987), que não observaram diferenças
significantes entre estes métodos.
50
Segundo Nicolau e Meller (2006), outro fator que deve ser considerado, refere-se
à extensão do material obturador. Nos casos em que parte deste é removido para a
instalação de um retentor intra-radicular, o selamento do canal radicular pode ficar
comprometido devido a sua menor extensão, principalmente nas condições em que o
material obturador fica exposto ao ambiente bucal. Nesta investigação, ocorreu uma
completa penetração de bactérias, chegando até o ápice radicular, mesmo tendo uma
quantidade de remanescente do material obturador maior, entre 10 e 12mm, assim
como os trabalhos de Torabinejad et al., 1991; Kayat et al., 1993 e Siqueira Júnior et
al., 1999.
Valera e Cia (2000), Barbosa et al. (2003b) e Holland et al. (2004) preocupados
que a infiltração no material obturador, de dentes com preparo para pino intracanal,
atinja os tecidos periapicais, preconizaram o uso de um plugue de cimento provisório na
proteção do remanescente, pois o contato da saliva diretamente com o material
obturador aumenta significativamente as medidas das infiltrações. Sendo assim, é
necessária a proteção do remanescente após o corte do material obturador.
Por este motivo foi utilizado nesta pesquisa o tampão de Cimpat, pois, ao longo
do tempo avaliado, o grupo com plugue (Grupo II) sempre apresentou um
comportamento mais efetivo, quando comparado ao grupo sem o plugue (Grupo I). No
menor tempo (7 dias), no Grupo II, não ocorreu infiltração; no entanto, na medida em
que o intervalo de tempo foi aumentando, identificou-se infiltração, mas sempre em
taxas bem inferiores àquelas do grupo sem plugue. No tempo máximo (90 dias), a
infiltração no Grupo I foi de 75%, representando o triplo da infiltração que ocorreu no
Grupo II (25%).
51
Os resultados demonstrados pelos grupos controles comprovaram a eficiência da
metodologia empregada, pois todas as amostras do controle positivo apresentaram
crescimento microbiano sendo possível evidenciá-lo através da mudança de coloração
do meio de cultura. Já no controle negativo nenhuma amostra foi contaminada durante
o período do experimento.
Torabinejad et al. (1990) utilizaram duas espécimes bacterianas (S. epidermidis e
P. vulgaris), e observaram que houve penetração bacteriana em todas as amostras em
um de período de 90 dias. No entanto, neste estudo, em três das amostras não ocorreu
infiltração. Talvez o fato que possa ter limitado a penetração bacteriana destas
amostras deve-se, segundo Lorenzo (2004) ao diâmetro relativamente grande do
Staphylococcus aureus.
Em relação ao tempo necessário para que haja infiltração em toda extensão da
obturação, Lucena, (1998) revelou que a infiltração do Staphylococcus aureus foi
detectada em um período que variou de 59 a 90 dias. Torabinejad et al. (1990)
registraram que o P. vulgaris alcançou o forame em um tempo entre 10 e 73 dias,
enquanto os S. epidermidis, o tempo esteve entre 15 e 51 dias. Khayat et al. (1993)
verificaram que a média de infiltração para o grupo da condensação lateral, foi entre 8-
48 dias. Siqueira Júnior et al. (2000) mostraram que um número significativo de dentes,
foram contaminados entre 30 e 60 dias. Neste estudo o tempo variou de 3 a 53. Já nos
resultados de Malone e Donnelly (1997), não houve penetração bacteriana até a região
apical em nenhum dos grupos experimentais durante o período de 60 dias.
Provavelmente, as diferenças em relação a este tempo esteja na dificuldade em obter
espécimes obturados exatamente iguais, com a mesma quantidade de cimento e
mesma qualidade, o que implica na obtenção destes dados (KAYAT et al., 1993). Além
52
disso, o tipo de cimento obturador também pode influenciar significativamente no
selamento marginal de canais obturados. (SWANSON; MADISON, 1987; SIQUEIRA
JÚNIOR et al., 1999; BARBOSA et al., 2003b).
Portanto, permanece ainda a dúvida quanto ao retratamento, em relação ao
tempo que o canal radicular pode permanecer sem selamento coronário. De acordo
com Magura et al. (1991) este tempo seria menor que três meses, enquanto Soluti et al.
(1998) sugeriram até 5 meses.
Há de se considerar que clinicamente, a análise do padrão de qualidade da
obturação do canal radicular é realizada através de exame radiográfico, apenas numa
visão no sentido vestibulopalatal, limitando esta observação. Ricucci e Bergenholtz
(2003) observaram que canais radiculares bem preparados e bem obturados resistem à
penetração bacteriana mesmo que permaneçam por longo tempo abertos e expostos à
cavidade bucal. No entanto, neste estudo confirmou-se radiograficamente a qualidade
do preparo e obturação dos canais, tanto no sentido vestibulopalatal, quanto
mesiodistal e observou-se que mesmo assim ocorreu a infiltração de bactérias, o que
não confirma os resultados dos autores citados.
Além de uma eficiente obturação do canal radicular, é importante utilizar um
cimento com boas propriedades físicas e biológicas, apesar da ausência de um cimento
obturador, que reúna todos os requisitos considerados como ideais. (BARBOSA et al.,
2003a;b)
Os resultados obtidos nos trabalhos in vitro fornecem informações importantes;
entretanto, esses dados necessitam de cuidados ao extrapolar para avaliações in vivo,
pois existem questionamentos quanto à sua validade no que diz respeito à diversidade
de metodologias empregadas juntamente à ausência de variáveis encontradas in vivo,
53
apesar de tentarem simular as condições clínicas. Por outro lado, os trabalhos in vitro
permitem ainda a comparação de materiais e técnicas de forma mais padronizada
De acordo com Torabinejad et al. (1990) e Shipper et al. (2005) em um estudo in
vitro, onde avaliaram e compararam a capacidade seladora de diferentes materiais e
técnicas, não foi possível relacionar a infiltração dos estudos in vitro com os estudos in
vivo. Pois, segundo os autores, em um estudo in vitro, mesmo com a mínima passagem
de bactérias para o meio, ocorre uma multiplicação delas. Já em um estudo in vivo, nem
sempre ocorrerá essa multiplicação, pois a quantidade de microorganismos necessários
para causar a doença é desconhecida.
Os resultados do presente estudo, assim como outros na literatura (VALERA;
CIA, 2000; BARBOSA et al. 2003b; HOLLAND et al. 2004; SANSÃO; KNEBEL, 2006)
demonstraram que o tampão de Cimpat deve ser empregado, uma vez que se
confirmou que esta proteção do material obturador é capaz de diminuir a infiltração
cervicoapical mesmo com o decorrer do tempo.
54
6 CONCLUSÃO
Com base na proposição e metodologia aplicada neste estudo e nos resultados
obtidos, pode-se concluir que a colocação de um plugue de cimento provisório (Cimpat)
sobre o remanescente obturador, exerceu influência significativa no controle da
infiltração bacteriana no sentido cervicoapical.
55
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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE ODONTOLOGIA
FRANCINE ALLAGE
LUANA PALOMA DE MELO
INFILTRAÇÃO CERVICOAPICAL EM DENTES TRATADOS
ENDODONTICAMENTE - INFLUÊNCIA DE UM PLUGUE DE CIMENTO
PROVISÓRIO-ESTUDO MICROBIOLÓGICO.
Itajaí (SC) 2007