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Um novo sangue parece começar a correr na vida política de Macau. A conduta cada vez mais activa dos mais jovens sugere que as consciências estão mais despertas para o que se passa no quotidiano da RAEM. Algo que satisfaz deputados, docentes e académicos que, no entanto, dizem haver ainda um longo caminho a percorrer.

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2 reportagem

Fil ipa araú[email protected]

o s jovens querem saber mais sobre a política e querem ter um pa-pel activo e uma voz

audível. É o que defendem agentes activos entrevistados pelo HM. Éric sautedé, ex-docente da Universidade de Macau, explica que “ao contrário do que a maioria da sociedade de Macau pensa, os jovens do território interessam-se efectivamente pela sua política”. Para o académico, pensar que eles não querem saber é um erro. “Não é verdade, eles querem e isso nota-se.”

Parece que os jovens começam a acordar para a vida política de Macau e todas as suas questões inerentes. Deputados, políticos, docentes, académicos e activistas mostram--se contentes com esta postura activa, mas defendem que apesar do maior interesse há ainda um grande caminho a percorrer

Para o ex-docente de Ciência Política seria impensável não acre-ditar que os jovens querem saber, e principalmente fazer, mais política, tornando-se parte integrante da sociedade.

“Tendo eu dado aulas de Ciên-cia Política só poderia acreditar que os meus alunos têm interesse e querem participar na vida polí-tica. Não poderia acreditar noutra coisa”, argumenta.

Também o docente Ky Leung, do Instituto Politécnico de Macau, defende que “os jovens de Macau estão muito mais interessados na política da sua cidade”. O profes-sor diz-se um fiel acompanhante do interesse pelos jovens e aponta que, “apesar de ainda [haver] alguma timidez, os jovens já vão dando as suas opiniões”, princi-palmente através da internet, nas redes sociais. Ky considera que “há uma clara mudança no com-portamento da nova gerações” quando comparadas com as pas-sadas, principalmente depois da transferência da soberania para a China.

Prova disso podem ser as inúmeras associações políticas criadas por jovens. E os próprios intervenientes.

Jason Chao, um jovem activis-ta bastante presente nos últimos momentos mais conhecidos de actividade política de Macau, é

bém responsável do Grupo de Ci-dadãos pela Violência Doméstica como Crime Público, afirmou ao HM que “os jovens estão cada vez mais críticos politicamente e preparados para erguer as suas vozes e lutar pelas injustiças”, especialmente quando essas injustiças estão “directamente relacionadas com os seus próprios interesses”.

A também docente aponta que a sociedade, de forma geral, está habituada a que os jovens estejam focados apenas nas suas questões como estudantes e a pensar no seu futuro depois de terminarem os seus cursos. Contudo, diz, o que uma outra parte da sociedade consegue ver - e defende - é que “esta nova geração e as seguintes vão enfrentar várias dificuldades e desafios para conseguir ter uma vida decente e respeitosa vida em Macau”, ressalva, referindo--se às altas rendas praticadas, à inflação e aos salários pouco competitivos. “Tudo aquilo que

de facto está relacionado com política”, afirma.

Cecília Ho acredita que os jovens vão conquistar um lugar a longo prazo, mas que para já, a sua voz “não está representada nas decisões políticas do Governo”.

CresCer maisRepresentando a Associação Nova Juventude Dinâmica, Lei Kuok Keong, assinala que “apesar de alguma indiferença existente nos jovens”, a tendência dos últimos anos é de um ‘acordar’ para o meio político de Macau.

Apesar disso, e como afirma Cecilia Ho, mesmo com os novos movimentos, Macau continua lon-ge do que se pretende. “Os jovens de Macau são demasiado passivos relativamente aos assuntos políti-cos, e eu vejo isso até pelos meus alunos da área de Assistência social”, defende a docente, su-blinhando que “os estudantes de hoje em dia são educados para não se preocuparem com os assuntos sociais e políticos”.

Jason Chao concorda. O ac-tivista considera também que “o movimento político de Macau, quando comparado com Hong Kong fica muito aquém do que se pretende”.

Para Chao, os jovens da região vizinha estão muito “mais acorda-dos” para as questões políticas, ten-

De braços abertos Apesar de ainda existirem em baixo número, já são algumas as associações de jovens que começam a ganhar forma no cenário político de Macau. Exemplos disso são a Associação Novo Macau, que tem agora uma divisão entre os membros, mais jovens, e os deputados da AL, o Conselho da Juventude da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), a Tri-Decade Union, a Nova Juventude Chinesa e a Nova Juventude Dinâmica, entre outras. Issac Tong, da Tri-Decade Union, explica que se “tem sentido uma abertura com os novos secretários, do actual Governo”. sem descurar da importância dos jovens na política, o activista afirma que o Governo deve, e tem tido, alguma “mente aberta”, ou seja, disposição para receber “ideias frescas e actuais dos jovens”. “Precisamos de olhar para outros países, aqueles que renovam e apostam nos jovens para participar na vida política, Macau precisa disso, desta participação”, defende, sublinhando acreditar “num bom cenário futuro”, relativamente aos jovens. Da Nova Juventude Dinâmica, pela voz de Lei Kuok Keong, o sentimento é o mesmo. “Dá a sensação, pelo comportamento do novo Governo, que este está disposto a uma reforma, a uma participação de cada vez mais jovens, de ouvir as nossas opiniões”, conta, realçando que “não será, nem pode ser, uma reforma total porque há directrizes que devem ser respeitadas”.

Jovens estão cada vez mais organizados e activos politicamente

Eu quEro - E posso - falar

um deles e admite que “existe cada vez um maior número de jovens interessados a política”. Também

Isaac Tong, membro da Tri-De-cade Union, reforça esta tendência. Para o representante há “de facto cada vez mais jovens atentos”, algo indiscutível. “Macau sempre foi visto como uma região com política para velhos e feita por eles, mas agora isto já não corresponde à verdade”, argumenta.

Da mesma opinião é Rita san-tos, presidente da Comissão de Ju-ventude criada pela Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau, que argumenta que “no tempo da soberania portuguesa as pessoas não se sentiam muito à vontade para dar opiniões”. Algo que, agora, mudou.

“Agora é muito diferente, noto que toda a sociedade está muito mais atenta, sejam jovens ou não, reclamam e querem saber o que se passa em Macau”, conta.

Cecilia Ho, académica e tam-

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3 reportagemhoje macau segunda-feira 16.2.2015

Para jovens, sobre jovensDividida em 20 departamentos, a Comissão de Juventude da ATFPM, criada em 2012, originou, recentemente, um Secretariado Permanente e vem mostrar assim a sua vontade de fazer mais por Macau. “Desde as últimas eleições para a Assembleia Legislativa que vários jovens começaram a vir ter connosco e a querer participar. Nós íamos ajudando, mas decidimos agora, para facilitar a organização e estruturar os vários grupos criar este Secretariado que tem a sua própria autonomia”, esclarece Rita Santos. Este é um passo, diz a presidente, que mostra a vontade dos jovens de Macau, “e não só”, fazerem mais e perceberem. Contudo, Rita Santos assume que os mesmos ainda não estão preparados para assumirem um lugar no cenário político local, devido à sua falta de preparação. “É preciso que eles percebam, conheçam a realidade do território, é preciso que eles aprendam a fazer perguntas, a interrogarem-se, a perceberem que a parte social está sempre ligada à parte política. Sem saber o porquê das coisas não conseguem ser agente activos da política”, esclarece. O primeiro encontro da Comissão de Juventude com Chui Sai On já está agendado para o dia de hoje, sendo que também o deputado José Pereira Coutinho marcará presença.

“Os jovens estão cada vez mais críticos politicamente e preparados para erguer as suas vozes e lutar pelas injustiças”CeCilia Ho académica

Política onlineEm sintonia na forma de divulgação e aposta para estimular os jovens para o mundo da política, estão os docentes Cecilia Ho e Ky Leung, que acreditam que a internet é a melhor forma para tal. “Já encontrei vários grupos de jovens politicamente activos nas redes sociais. Ali os jovens mostram as suas opiniões, criam eventos, debatem temas. Tenho a certeza que esta é a forma do futuro”, afirma o académico do IPM. Para Cecilia Ho não há dúvida, as redes sociais são as forma mais rápida e eficaz para “espalhar a palavra sobre assuntos sociais” e também de “chamar a atenção para os jovens que tanto tempo passam na internet”. Apesar disso, defende a docente, uma reforma no sistema de educação é precisa, oferecendo a oportunidade aos jovens para participarem na vida social. “No que me diz respeito, irei sempre introduzir problemáticas sociais nas minhas aulas, irei encorajar os meus alunos a lerem publicações independentes, cultivando o seu espírito critico”, remata. A propagação de assuntos políticos através da internet é uma constante nas redes sociais em Macau, sendo que até a organização de protestos é feita, maioritariamente, através destas plataformas.

Jovens estão cada vez mais organizados e activos politicamente

eu quero - e posso - falar

do por isso uma maior disposição para organizar e fazer acontecer.

A rAiz dA questão As razões para o crescimento desta postura mais activa no mundo da política são variadas, dependendo da perspectiva de cada entrevis-tado. Defende a académica que a aposta no estímulo dos jovens para o mundo político deve começar na própria escola.

“Em nenhum ano escolar é oferecido, no seu plano curricular, a disciplina de Educação Cívica. Os estudantes são desencorajados

a participar em eventos políticos. O Governo age passivamente e de forma intencional para a não presença dos jovens nas actividades políticas. Os jovens são disciplinados a não se envolverem em questões sociais e políticas e aqueles que lutam e participam são vistos como os ‘pro-blemáticos’”, argumenta Cecilia Ho, rematando que tudo esta passividade, mantendo-se, trará problemas sérios ao futuro de Macau.

Da mesma opinião é Rita San-tos, que defende que, na altura da soberania portuguesa, “a escola era muito mais estimulante para os alunos”, ao passo que, tal como a representante considera, o ensino chinês “limita os estudantes”. “No meu tempo o professor

pedia-nos para debater temas, de forma livre. Tínhamos discussões sobre vários assuntos. Isso fazia com que houvesse estímulo ao pen-samento, que os meus colegas e eu nos questionássemos. Não foi em vão

“Macau semprefoi visto comouma região com política para velhose feita por eles,mas agora isto já não correspondeà verdade”isaaC Tong Membroda Tri-Decade union

“Dá a sensação,pelo comportamento do novo Governo, que este está disposto a uma reforma, auma participaçãode cada vez mais jovens, de ouviras nossas opiniões”lei KuoK Keong representante da associação nova Juventude Dinâmica

que desde pequena me envolvi na vida política e nas questões sociais. Fazia perguntas, queria saber. Agora, com o ensino chinês, o método mais usado é o de decorar, os jovens – e eu vejo isso nos grupos de trabalho da associação – não têm bases, falta--lhes o espírito de pergunta”, defende.

As dificuldades enfrentadas no dia a dia são, defende Rita Santos, uma forma de levar os jovens ao mundo político.

“Esta geração devido às faci-lidades recebidas numa economia como a de Macau, muito devido à indústria do Jogo, não percebe que há outras realidades. As facilidades camuflaram os problemas e afas-taram esta geração das questões sociais. Agora com os problemas de espaço, de tráfego, de habitação, de trabalho, os jovens começam a perguntar-se: então como resolvo isto? E é então aqui que começam a despertar”, remata.

Os mesmos motivos apresenta Lei Kuok Keong como prancha de lançamento para a nova postura da camada mais nova. “A habitação, os transportes e a inflação impul-sionaram este maior interesse, porque mexeu directamente com a confiança dos jovens no seu próprio futuro”, argumenta.

Tal como Cecília Ho e Rita Santos, também Éric Sautedé con-sidera que o interesse está portanto directamente relacionado com a formação e o ambiente escolar. Ainda assim, o académico consi-dera que as coisas estão melhores do que antes.

“Esta tendência [de maior in-teresse por parte dos jovens] está a crescer e vai crescendo cada vez mais especialmente devido à edu-cação que os jovens estão a receber, principalmente das universidades”, começa por argumentar, adiantan-do que devido a este conhecimento adquirido pelo ambiente escolar e curricular, os jovens começam a perceber, e muitas vezes a desco-brir, que é “importante para eles serem cidadãos responsáveis”.

Para o académico numa so-ciedade com uma economia tão focada para os negócios, e claro para o mundo do Jogo, não tem muito “para oferecer em termos de significado para a vida”.

“As pessoas, neste caso os jo-vens, comecem a ganhar vontade e estímulo para se tornarem activos com o objectivo de fazer a diferença noutras áreas”, daí também o maior interesse na participação.

Éric Sautedé não tem dúvidas “fazer parte da política traz um ou-tro significado à vida dos jovens”, sendo que saber o que se passa na sua própria sociedade pode ser algo muito benéfico para esta nova geração mais atenta.

Importante é referir que, todos os entrevistados afirmaram que a manifestação de Maio de 2014 contra o Regime de Garantias para os Titulares dos Principais Cargos - que reuniu entre cerca de 20 mil pessoas em frente às instalações da Assembleia Legislativa e originou outra manifestação de cerca de dez mil pessoas -, foi o momento mais visual deste acordar juvenil.

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4 hoje macau segunda-feira 16.2.2015Política

O Chefe do Executivo, Chui Sai On, vai deslocar-se, a 23 de Março, à

Assembleia Legislativa para apresen-tar as políticas do Governo para 2015. Mas, a apresentação daquelas que são as linhas mestras para as políticas a

traçar para este ano vai estender-se até Abril, quando o último Secretário for à AL apresentar o programa da sua tutela.

Assim, a 26 e 27 de Março, estará presente no hemiciclo Sónia Chan,

para o debate das LAG da área da Administração e Justiça, sendo que a 30 e 31 deste mês, é a vez de Lionel Leong se deslocar ao plenário para mostrar o que está preparado para a Economia e Finanças.

Já em Abril, nos dias 9 e 10, Wong Sio Chak sobe ao hemiciclo para apresentar as LAG para a Segurança, seguido de Alexis Tam, da área dos Assuntos Sociais e Cultura, a 13 e 14 de Abril. Depois, é a vez de Rai-mundo do Rosário, Secretário para os Transportes e Obras Públicas, a 16 e 17 de Abril.

Ainda em Março, mas no dia se-guinte à apresentação do relatório das LAG, no dia 24, o Chefe do Executivo regressa ao hemiciclo – como é habitual – para uma sessão plenária dedicada às questões dos deputados sobre as políticas anunciadas na véspera.

As LAG são tradicionalmente apresentadas anualmente em Novem-bro. Contudo, em ano de eleições do chefe do executivo – uma vez que a tomada de posse ocorre só em De-zembro – são adiadas para Março.

Março e Abril dedicados às Linhas de Acção Governativa

AndreiA SofiA [email protected]

o S dirigentes da Associação dos Aposentados, Reformados

e Pensionistas de Macau (APOMAC) reuniram-se na passada sexta-feira com o Chefe do Executivo no âmbi-to da recolha de opiniões para a elaboração das Linhas de Acção Governativa (LAG). Ao HM, Francisco Manhão, presidente, garantiu ter sido pedido um aumento das pensões de sobrevivência. Mas, ao invés de manter o aumento de 50 para 70%, a APOMAC elevou a fasquia e exigiu uma actualização para 80%.

“As pensões de so-brevivência não são ac-tualizadas há mais de 50 anos. O cálculo para estas pensões é apenas de 50% do vencimento do cônjuge. Pedimos para aumentar para 80%, porque Macau está a nadar em dinheiro e não há problemas de re-cursos económicos”, disse o presidente da APOMAC ao HM.

Francisco Manhão as-sume que a carestia do custo de vida tem tornado mais difícil a vida daqueles que já não trabalham. “É uma pensão que vem de longa data e muitos idosos ainda estão a receber uma magra pensão. Voltámos a carga e voltámos a pedir. Penso que este ano as

coisas vão correr bem para esta classe. Talvez 50%, naquela altura, fosse bom para as pessoas, mas desde aí que nunca houve uma evolução. O custo de vida e a inflação estão mais al-tas. Penso - e espero - que o Governo aceite a nossa opinião”, apontou.

Na lista de pedidos fei-tos ao Chefe do Executivo ficou ainda o aumento da pensão de reforma de três para quatro mil patacas, algo que já tinha sido exigido aquando do jantar do Ano Novo Chinês da instituição, organizado no passado dia 10.

Para Francisco Ma-nhão, este poderá ser o ano em que os mais velhos podem ter mais benefícios do Executivo. “O encon-tro foi muito positivo. O Chefe do Executivo não deu, naturalmente, uma resposta imediata, mas podemos sempre deduzir das suas palavras. O en-contro foi muito frutífero. Muito provavelmente esta classe, este ano, vai ter uma melhoria”, garantiu.

Mais pedidosOs dirigentes da APO-MAC discutiram ainda as questões do tráfego, da habitação e da saúde. “Mas falámos disso de uma

forma superficial, porque são questões que o Chefe do Executivo já conhece a fundo e penso que ele próprio deverá querer me-lhorar essas questões. Ele já mudou a sua equipa (de Secretários) por comple-to”, realçou o presidente da entidade.

O pedido de mais um piso na actual sede da APOMAC foi outro dos pontos da reunião. Trata-se de algo que há muito é pe-dido pelos seus dirigentes, que querem disponibilizar mais serviços de saúde aos utentes, mas que ainda não foi cumprido.

“Ficaríamos muito sa-tisfeitos se conseguísse-mos mais um piso. Tenho a máxima confiança no nos-so Chefe do Executivo”, disse Francisco Manhão.

Igual postura manteve Jorge Fão, presidente da mesa da assembleia-geral da APOMAC. Segundo um comunicado oficial, Fão, ex-deputado, refe-riu que “está de acordo com a linha orientadora do Chefe do Executivo”, sendo que “desde que o novo Executivo assumiu as pastas constatou que vários Secretários manifestaram coragem na maneira como encararam os problemas e apresentaram soluções”.

a respostade Chui sai onNo mesmo comunicado emitido após o encontro, é referido que o Chefe do Executivo assegurou que “o Governo vai continuar a prestar atenção à vida e regalias dos reformas e aposentados e também à associação, melhorando os seus serviços, bem como as instalações da sede”.

Chui Sai On referiu ainda que “a APOMAC mantém boas relações com o Governo”, pelo que o Chefe do Executivo “espera poder continuar com este apoio para poder aperfeiçoar as LAG”.

A equipa de Secretários também terá recebido re-cados neste sentido. “Chui Sai On referiu ainda que face ao desenvolvimento e às mudanças na sociedade solicitou aos principais titulares cargos deste Go-verno para reforçarem os contactos e as comunica-ções com os vários sectores da sociedade e estarem atentos às necessidades das associações cívicas, a fim de se poder melhorar o trabalho do Governo.”

LAG APOMAC vOltA A Pedir AuMentO dAs Pensões de sObrevivênCiA

O ano dos mais velhosNum encontro com o Chefe do Executivo no âmbito das LAG, os dirigentes da APOMAC pediram uma actualização das pensões de sobrevivência para 80%, mais do que os 70% exigidos até então. Francisco Manhão está confiante num melhor ano para os reformados

“As pensões de sobrevivência não são actualizadashá mais de 50 anos. O cálculo para estas pensões é apenas de 50% do vencimento do cônjuge. Pedimos para aumentar para 80%, porque Macau está a nadar em dinheiroe não há problemas de recursos económicos”FrAnciscO MAnhãO Presidente da APOMAc

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5 políticahoje macau segunda-feira 16.2.2015

O presidente da Associação de Constru-tores Civis e de Empresas de Fomento

Predial de Macau, Paul Tse, sugere que sejam criadas casas de pequena dimensão no mercado privado pensadas para os jovens, bem como habitação social. Estes empreendimentos, diz, funcionariam como “escadas de imóveis” no mercado.

Em declarações ao jornal Ou Mun, Paul Tse prevê que os construtores de imóveis “não vão introduzir os imóveis no mercado ou vendê-los com uma atitude positiva,

devido ao aumento dos preços, e também por causa da falha na oferta”. Por isso, o responsável considera que o Governo deve aproveitar as medidas para utilizar os terrenos desaproveitados em prol de mais habitação. “Primeiro, deve tornar os imó-veis classificados como escadas. Quando os jovens precisarem de arrendar aparta-mentos, deve haver uma oferta suficiente. Depois, quando acumularem dinheiro, poderão comprar essas casas. Mas actual-mente os construtores preferem construir fracções grandes, que não são adequadas para os jovens. Tanto no mercado privado, como em termos de habitação social, podem ser aumentados os apartamentos pequenos para as novas gerações”, explicou Paul Tse ao Ou Mun.

Citando experiências ocorridas no es-trangeiro, Paul Tse lembrou que há muitos países onde existe habitação social só para os jovens e que essa ideia “poderia ajudar os jovens a adquirir casas gradualmente”. O presidente da associação pede que o Ins-tituto da Habitação ou o Conselho para os Assuntos de Habitação Pública devem ter isso em consideração. Paul Tse pede ainda que o Governo ponha em prática medidas administrativas para que os construtores utilizarem os terrenos para a construção destas fracções de pequena dimensão.

Especialista sugere criação de casas sociais para os mais jovens

R EPrEsEnTAnTEs da Associação Co-mercial de Macau

(ACM) pediram ao Chefe do Executivo que sejam fei-tas revisões a diversas leis e que sejam implementadas medidas que favoreçam mais as pequenas e médias empresas.

De acordo com um comunicado enviado pelo Gabinete de Chui sai On, Ma Iao Lai, presidente da ACM, frisou a necessidade de se “fazer uma avaliação e rever” a Lei das relações do Trabalho e a revisão do regime de Previdência Central não Obrigatório. no que ao trabalho diz respeito, o responsável da Associação pediu ainda ao líder do Governo que imple-mente de forma “premente”

um regime de trabalho a tempo parcial, algo que não está ainda na lei e que tem vindo a ser pedido por várias associações do sector, bem como deputados.

segundo o comunicado, o Chefe do Executivo não adiantou novidades face a este trabalho, indicando apenas que “o Governo vai continuar a auscultar opiniões” junto da socie-dade, “de forma a atingir um consenso”.

Dos apoios O reforço no apoio às PME e o impacto da escassez de recursos humanos no desenvolvimento social e económico foram outros dos tópicos abordados por responsáveis da ACM, que pediram ao Chefe do

Executivo que coloque em prática a promessa de promover, junto das ope-radoras de Jogo, produtos made in Macau.

Aqui, a resposta coube ao secretário para a Eco-nomia e Finanças, Lionel Leong, ainda que este nada tenha adiantado. “O secre-tário disse estar a ser feito um esforço para reforçar os trabalhos nesta matéria.”

Quanto à intenção das PME reduzirem os pro-cessos de obtenção de licenças, Lionel Leong afirmou apenas que o Chefe do Executivo está atento à comunicação entre os secretários, de forma a permitir aos serviços in-terdepartamentais compe-tentes “pesquisarem sobre o assunto”. - J.F.

Trabalho associação comercial pede revisão da lei

Mais ajudas às PME

lei orgânica Discussão concluíDa, com forte oposição De pereira coutinho

Uma pequena incorrecçãoEstá concluída a discussão da proposta de revisão da Lei Orgânica da AL, mas José Pereira Coutinho não está de acordo com a condução de todo o processo.O deputado insiste que todos os membros do hemiciclo deviamter sido ouvidos

LeonoR Sá [email protected]

A discussão do texto de revisão da Lei Orgâ-nica da Assembleia Legislativa (AL) já foi

concluída, mas o deputado José Pereira Coutinho discorda dos moldes em que foi feita. Entre os deputados que analisaram a lei na especialidade, o consenso é geral,

no que diz respeito tanto ao con-teúdo da proposta, como a todo o processo de discussão.

na passada sexta-feira, o presi-dente da Comissão que discutia a revisão deste regime – Chan Chak Mo – referiu que um dos membros da AL se mostrou descontente com o desenrolar do processo, explican-do que este teria ainda dito que o projecto de alteração à lei deveria ter sido alvo de auscultação pelos

todas as iniciativas com origem na AL devem ser ouvidas e discutidas por todos os membros envolvi-dos, como se de uma empresa se tratasse.

peremptoriamente,caro presiDenteEm declarações ao HM, Pe-reira Coutinho considerou as declarações de Chan Chak Mo incorrectas.

restantes deputados e associações da Função Pública.

De acordo com as normas da AL, nenhuma das propostas de lei tem que ser discutida entre todos os membros do hemiciclo, mas apenas entre aqueles que fazem parte da comissão responsável. no entanto, José Pereira Coutinho mostrou-se descontente e argumenta que “não se podem misturar alhos com bu-galhos”. O deputado defende que

“não foi correcto quando disse que os meus projectos também não foram ouvidos pelos deputados”, começou por dizer. A explicação, diz, deve-se ao alegado facto de os projectos apresentados por Pereira Coutinho não terem “necessa-riamente que ser ouvidos pelos deputados”, tratando-se de uma “iniciativa legislativa ao abrigo da Lei Básica” e para a qual o depu-tado considera que só a população deve ser ouvida.

“no que toca à Lei Orgânica da AL, os deputados deviam ser ouvidos porque fazem parte da Assembleia, porque todas as iniciativas da AL têm que ser ouvidas por todos os deputados peremptoriamente”, frisa Pereira Coutinho ao HM.

no fundo, o deputado insiste na auscultação das opiniões de todos os membros do hemiciclo no caso de se tratar de uma proposta que parta do próprio órgão legislativo, como aqui acontece.

Chan Chak Mo defendeu-se das acusações de José Pereira Couti-nho, dizendo que foi necessário pa-rar a discussão. “Porque é que não foram ouvidos todos os deputados? Um membro da Comissão, também proponente do projecto, refilou a dizer que também nos projectos apresentados por aquele deputado não houve auscultação junto dos outros deputados”, referiu.

A presente proposta de lei pretende resolver a falta de re-cursos humanos de que a AL padece actualmente, ficando ainda definidos aumentos salariais para funcionários com disponibilidade total ou com tarefas como entregas no exterior.

“No que toca à Lei Orgânica da AL, os deputados deviam ser ouvidos porque fazem parte da Assembleia, porque todas as iniciativas da AL têm que ser ouvidas por todos os deputados peremptoriamente”pereira coUTinho deputado

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O Secretário para a Economia e Finan-ças, Lionel Leong,

afirmou que a queda contí-nua das receitas de Jogo se deve “a uma combinação de factores”, incluindo ex-ternos. O Secretário avança alguns pontos, se referir, contudo, a campanha anti--corrupção da China.

“Deve-se a uma com-binação de factores, no-meadamente à alteração da economia externa, à falta de capitais, à mudança da economia da sociedade em geral”, disse Lionel Leong, após uma reunião na As-sembleia Legislativa, citado num comunicado oficial.

“A economia e a indús-tria de Jogo são, muitas ve-zes, afectadas pelos factores externos, nomeadamente da China e de outros países e regiões quando estão a efectuar ajustamentos das suas políticas monetárias que, por sua vez, se reflec-tem no número de turistas

Jogo Quebra deriva de “combinação de factores”

De fora, sem amorSão factores externos, falta de capitais e umamudança geral na sociedade. É a justificaçãode Lionel Leong para a quebra nas receitas do Jogo

e vontade de consumo. Sendo a indústria de Jogo e turismo o foco principal do modelo económico de Macau, certamente sofrerá alguns impactos”, lê-se na mesma nota.

Nos factores referencia-dos não figura a campanha anti-corrupção lançada por Pequim, à qual tem sido atribuído, pelo menos parcial-mente, o declínio das receitas dos casinos por analistas, operadores e até mesmo pela imprensa oficial chinesa.

Em quEdaLionel Leong disse, na quarta-feira, prever uma queda das receitas de Jogo na ordem dos 40% em Fevereiro. Contudo, opera-dores contactados hoje pela agência Lusa manifestaram um maior pessimismo, aven-tando a possibilidade de a descida poder ser de 50%.

Relativamente ao pedido de cancelamento de licenças por parte dos promotores

de jogo VIP, Lionel Leong considerou normal, uma vez que “no passado também já se tinha verificado”, apon-tando que “o cancelamento de licença provavelmente tem ligação com a remode-lação ou encerramento de negócio” e ressalvando que “estas duas situações não têm que estar directamente indexadas”.

O responsável assegurou que o Governo vai continuar atento ao impacto negativo provocado pelo encerramen-to das salas VIP, prometendo reforçar o mecanismo de resposta e apoiar os traba-lhadores afectados.

Segundos dados da Di-recção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), até hoje, quatro salas VIP fo-ram encerradas ou remode-ladas, sendo que do universo de trabalhadores afectados, 50 pediram apoio, refere a mesma nota divulgada pelo Gabinete de Comunicação Social. - LuSa/Hm

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7sociedadehoje macau segunda-feira 16.2.2015

AndreiA SofiA [email protected]

a criminalidade praticada com recurso à internet e ao telefone continua a ser um dos crimes mais

praticados na RAEM, cujos valores sobem todos os anos. Esta realida-de foi revelada numa conferência de imprensa do Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, onde foi frisado que “o crime de extorsão por via de ameaças de divulgação de imagens íntimas na internet registou uma subida de 100%”.

Segundo os dados do Governo, no ano de 2014 a situação da cri-minalidade da burla por telefone e da extorsão por via de ameaças de divulgação de imagens íntimas na internet já era “grave”, sendo que o número de casos de burla por telefone foi de 282, uma subida de 161%, mais 174 casos face a 2013”.

Quanto aos crimes online, com recurso a imagens íntimas, registou-se um acréscimo de 30 casos do ano de 2013 para 60 do ano de 2014, o equivalente a uma subida de 100%. As vítimas deste tipo de extorsão são praticamente todas do sexo masculino, têm idades entre os 18 e 50 anos e profissões variadas, desde pes-soal docente a trabalhadores dos casinos e outros trabalhadores por turnos, conforme revelou Wong Sio Chak.

“Começámos a registar estes delitos em Julho de 2013 e em 2014 estes crimes subiram em flecha. Antigamente, se calhar já havia, mas as pessoas não se queixavam”, afirmou ainda Wong Sio Chak.

Crime online aumenta 100%. ViolênCia ligada ao Jogo preoCupa

As imagens que eu te dei

ilegAiS AumentAm 12,3%Em 2014 as autoridades detectaram 49,563 pessoas com excesso de permanência ou na qualidade de imigrantes ilegais, o que representa um aumento de 12,3%. 1409 pessoas oriundas do interior da China estava ilegais, 4428 tinham excesso de permanência em Macau, mas na qualidade de portadores de visto individual, enquanto que 40,833 pessoas estavam em excesso de permanência, mas na posse de outros documentos do interior da China. Os estrangeiros com excesso de permanência foram de 2893 pessoas.

Macau fechou o ano sem um único homicídio, mas a extorsão através da internet, com o envio de fotografias íntimas, registou um grande aumento. Wong Sio Chak pede ainda a atenção das autoridades sobre a criminalidade ligada ao sector do Jogo,já que o númerode crimes violentos aumentou emmais de 50%

60crimes online, com

recurso a imagens

íntimas, registados

em 2014

O Secretário para a Segurança assumiu que as autoridades “irão envidar todos os seus esforços, não só no reforço da aplicação de uma série de medidas de preven-ção e combate à criminalidade, mas também continuarão a fazer estudos sobre o desenvolvimento da situação de segurança e da ten-dência da criminalidade, a fim de

atingir o objectivo de precaver-se contra a eventualidade de qualquer incidente”.

Recorde-se que tem vindo a ser pedida uma lei que penalize os crimes ligados à informática, mas o Executivo ainda não deu sinais de que esta venha a ser apresentada.

O JOgO de sempreOs crimes ocorridos no sector do Jogo também geram preocupação do Governo, com os casos tam-bém a registarem um aumento. A

criminalidade violenta aumentou 8,4% no ano passado, com maior incidência nos casos de extorsão e sequestro, que subiram 50,7% e 46,7%, respectivamente, segundo os dados do Secretário para a Se-gurança. Aumento também para a agiotagem, com Wong Sio Chak a frisar o que já foi dito pela PSP: a queda das receitas do Jogo pode gerar mais concorrência entre os promotores dos casinos e causar mais crimes.

“Quanto ao aumento de crimes relacionados com o Jogo, para além de estar relacionado com o esforço e empenho da polícia na execução do seu trabalho, pode também ser relacionado com factores instáveis que surgiram na fase de ajustamento do sector do Jogo no segundo semestre”, referiu ainda o Secretário, citado num comunicado.

Perante essa situação, é ne-cessário que a polícia tome mais atenção a esse fenómeno e faça avaliações respeitantes aos im-pactos desfavoráveis que o mesmo pode causar à segurança local, acrescentou Wong Sio Chak.

O prOblema da drOgaEm relação ao consumo de es-tupefacientes, a situação não é de melhoria. “Não se pode ficar optimista perante a tendência desse tipo de criminalidade. Face às mudanças dos meios aplicados no tráfico de estupefacientes e do consumo oculto dos mesmos, a sociedade em geral tem que prestar maior atenção e aplicar medidas preventivas, além disso, a polícia também tem que dispor de mais recursos neste aspecto e cumprir, com maior dinamismo, o seu tra-balho de execução da lei”, apontou o Secretário.

Apesar do pessimismo, os dados mostram que o consumo de droga registou uma descida de 15,2%, sendo que a condução sob influência de álcool ou drogas registou uma quebra de 14,7% o ano passado.

Na área da delinquência juvenil, as autoridades registaram, em 2014, um total de 65 casos de infracções, o que se traduz num aumento de 14 casos ou de 27,5%. Um total de 91 menores participaram nos delitos.

O ano passado a criminalidade em Macau teve um aumento ligeiro de 2,4%, com especial foco para os “crimes contra bens patrimoniais” e “crimes contra as pessoas”. Con-tudo, crimes como roubo, furto ou fogo posto “registaram uma melhoria”.

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hoje macau segunda-feira 16.2.20158 sociedade

Site do GIT atacado por hacker O site do Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT) foi, segundo o que o gabinete informa em comunicado, atacado durante a noite de quinta-feira. Ao visitar a página, o utilizador era imediatamente reencaminhado para um site de “conteúdo obsceno”, informa o GIT. O caso foi denunciado à Polícia Judiciária, que por sua vez iniciou já uma investigação.

O Governo quer reabilitar a zona do pátio do Mungo para atrair

mais turistas, anuncia a Rádio Macau, citando uma decisão do Conselho de Planeamento Urbanístico (CPU), sobre um projecto para a Rua do Almirante Lacerda. A ideia, segundo a representante do Instituto Cultural, é manter as fachadas de 13 edifícios, com mais de cem anos.

De acordo com a rádio, as Obras Públicas vão também realizar outros trabalhos, segundo Lao Iong, chefe do Departamento de Planeamento Urbanístico das Obras Públicas e secretário-geral do CPU. “Vamos fazer uma melhoria na iluminação da via e tornar o ambiente do Pátio do Mungo num ambiente favorável e harmonioso para o turismo”, adiantou.

No âmbito do projecto em dis-cussão na sexta-feira para a Rua do Almirante Lacerda, foi ainda revelado que uma via que tinha pouco mais de um metro vai ser alargada para dois metros.

Na reunião foi ainda discutido um projecto para Rua do Guimarães e Rua Cinco de Outubro. A altura permitida era anteriormente de 25 metros, mas um parecer do Instituto Cultural limita agora a altura a cerca de 12 metros. Alguns dos membros do Conselho mostraram-se contra esta redução, alegando que é preciso ter em conta os direitos dos cidadãos e pedindo menos rigor na avaliação. Rui Leão, por sua vez, saiu em defesa do interesse público.

“É verdade que existem edifícios com maior altura, também é verdade que eles foram construídos numa altura em que não havia Lei do Património. Julgo que neste caso é muito claro a prioridade do interesse público sobre o interesse privado. Este edifício irá qualificar enormemente, se for bem projectado, o Largo do Pagode e as condicionantes do Instituto Cultural são estruturais e estruturantes para assegurar um projecto com qualidade”, defendeu Rui Leão, citado pela rádio.

Governo quer reabilitar Pátio do Mungo

De olho na gripeO director dos Serviços de Saúde de Macau, Lei Chin Ion, assegurou que as dez mil vacinas contra uma nova estirpe do vírus da gripe H3N2 encomendadas pelo governo vão estar disponíveis a partir de Abril. “As novas vacinas [contra o vírus H3N2] destinadas ao hemisfério sul só vão estar prontas para distribuição a partir de Abril”, disse Lei Chin Ion. “Neste momento não há casos graves” de infectados com H3N2 em Macau, sublinhou ainda o director dos Serviços de Saúde, ao garantir

não haver motivo para alarme. O mesmo responsável explicou que desde o início do ano, nas análises a 283 amostras de gripe foram registadas 19 casos do vírus influenza tipo A H3N2, e cinco vírus influenza tipo B em Macau. Segundo anunciaram na semana passada os Serviços de Saúde, as novas vacinas custaram 500 mil patacas e vão complementar as 107.000 vacinas já adquiridas para a gripe sazonal, 82.000 destas já administradas, que custaram aos cofres públicos seis milhões de patacas.

CanCro do Cólon GOvernO lAnçA exAmes PArA desPIsTAGem

Prevenir para remediarA Comissão de Prevenção e Controlo das Doenças Crónicas concorda com a elaboração de um projecto piloto para despistagem do cancro do cólon e que terá como participantes cidadãos trabalhadores entre os 50 e os 74 anos de idade

leonor Sá MachaDo*[email protected]

A Comissão de Preven-ção e Controlo das Doenças Crónicas aprovou a criação de

um programa piloto de exames para despistagem do cancro do cólon. O projecto tem em vista a participação de cerca de mil trabalhadores locais com ida-des entre os 50 e os 74 anos de idade e tem como objectivo o rastreio desta doença, de forma a diminuir a sua incidência no território.

“Este projecto piloto é um estudo científico de pequena escala destinado à avaliação a necessidade da despistagem do cancro colo-rectal e do qual o investimento necessário em recursos, obtendo dados através de amostragem científica para a investigação e análise, de modo a proporcionar a curto prazo fundamentos científicos que permitam ao Governo elaborar políticas adequadas”, revelam os Serviços de Saúde (SS) em comunicado.

Estão também aptos para participar as pessoas que te-nham historial desta doença na família, sendo a idade mínima para a inclusão no projecto de 40 anos. Segundo dados dos SS de 2012, foram descobertos 169 casos, o que se traduz numa taxa de incidência de quase 30% por cada cem mil pessoas.

De acordo com um comu-nicado dos SS, existem neste momento dois métodos de des-pistagem, sendo a endoscopia o mais eficaz e que permite mesmo a intervenção cirúrgica. Os SS asseguram ainda que Macau disponibiliza um serviço de tratamento médico de padrão internacional no que diz respeito a esta doença. “Os números revelam que os tratamentos disponíveis em Macau estão ao

nível internacional”, referiram os SS em comunicado.

Coração inquietoO colectivo debateu ainda ques-tões relativas a programas relati-vos a doenças cardiovasculares, diabetes e doenças respiratórias.

Um total de 10,8% da popu-lação que recorre aos serviços de saúde em Macau tem doenças cardiovasculares, disse ainda a secretária-geral da Comissão de Prevenção e Controlo das Doenças Crónicas, Chan Tan Mui, ao citar dados de 2012. Segundo Chan Tan Mui, a diabetes é a segunda maior doença crónica registada no territó-rio, afectando 3,4% da população que é seguida pelo médico.

Já o cancro vem em terceiro lugar nas doenças crónicas, afectando 1,4% da população.

Por tipos de cancro, o principal é o do pulmão, seguindo-se-lhe o do colo rectal.

Já o cancro da mama era em 2012 o terceiro tipo de cancro

com maior incidência entre os residentes de Macau.

Em quarto lugar nas doenças crónicas estão as relativas ao trato respiratório, com 1%. - * com Lusa

“Os números revelam que os tratamentos disponíveis em Macau estão ao nível internacional”ServiçoS de Saúde

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9 sociedadehoje macau segunda-feira 16.2.2015

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O novo limite do crédito aprovado às PME de Macau atingiu 25,4 mil

milhões de patacas no final de Dezem-bro, mais 55,8% em termos anuais e 9,4% face ao primeiro semestre. Dados divulgados pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM) indicam que, no final de Dezembro, o valor utilizado dos empréstimos foi na ordem dos 60 mil milhões de patacas, traduzindo uma subida de 48,4% face ao apurado no final do segundo semestre de 2013 e um aumento de 15,1% em relação ao final da primeira metade de 2014.

Em comparação com o final de Junho de 2014, os empréstimos concedidos a instituições financeiras não monetárias, restaurantes, hotéis e similares e comércio (grosso e a retalho) aumentaram, respec-tivamente, 143,1%, 10,4% e 8,9%. Já os

das PME do sector da electricidade, gás e água, educação e indústrias transforma-doras diminuíram 43%, 18% e 12,6%, respectivamente, informa a AMCM. A taxa de utilização, definida como a pro-porção do balanço relativo aos créditos em dívida cresceu 2,3 pontos percentuais desde os últimos seis meses para 66,7%.

No final de 2014, o balanço relativo aos empréstimos em dívida não pagas pelas PME diminuiu de 7,9% nos últimos seis meses para 131,1 milhões de patacas. Comparativamente ao ano anterior, o saldo diminuiu 9,2%. O rácio das dívidas não pagas, sendo o rácio da balança dos empréstimos não pagos para o total dos empréstimos concedidos às PME decres-ceu 0,05 pontos percentuais do final de Junho de 2014 e 0,14 pontos percentuais face ao ano anterior para 0,22%.

Novo crédito às PME subiu mais de 50%

DST estreia quatro novos roteiros turísticos A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) lança hoje quatro novos roteiros turísticos que deverão passar pela freguesia de Nossa Senhora de Fátima, de Santo António, pela Vila da Taipa e por Coloane. Os novos percursos vêm assim juntar-se aos quatros já existentes, dando assim mais oportunidades de passeio para os turistas locais.

Tabaco ImpOrTAçãO DeSCe 39% NOS úlTImOS TrêS ANOS

Menos fumo, menos dinheiro?Desde a entrada em vigor da lei que proíbe o fumo, vários sectorestêm sentidoas suas consequências.A importaçãocaiu e as receitas do Jogo também, cenário que seprevê manter-se

M ACAu registou uma queda de quase 40% na importação de cigarros, segundo

revelam dados da Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC). De acordo com o jornal Plataforma de Macau, a RAEM “comprou ao exterior 1,14 mi-lhões de quilos de cigarros” em 2014, ou seja, menos 725 mil do que em 2011, ano anterior à entrada em vigor do Regime de Prevenção e Controlo Tabagismo.

Mas o sector tabaqueiro mos-trou mais sinais de quebra. Tam-bém a importação de charutos e cigarrilhas sentiu os efeitos deste Regime e assinalou uma queda de 73%. Em 2011, a importação atingiu os 61 mil quilos e, quatro anos depois, este número desceu até aos 16 mil quilos. “Numa al-tura em que o Governo da região promete tolerância zero contra o fumo e o tabaco, a sobrevivência do negócio da importação poderá vir a passar por uma nova pro-vação: a subida da carga fiscal sobre o tabaco”, defende ainda publicação.

Jogo quebradoRecorde-se que o Governo vai banir na totalidade o fumo do casinos, decisão que, segundo defenderam alguns analis-tas, poderá fazer com que se sinta ainda mais quebras nas receitas do Jogo, como já se tem vindo a confirmar.

Números citados pelo website GGRASIA, e avançados pela analista Karen Tang, do Deutsche Bank, explicam que o fim do fumo nas salas de jogo de massas já originou uma quebra entre 10% a 15% nas receitas, que poderá repetir-se nas salas VIP.

Para Karen Tang, o impacto poderá ser maior para as opera-doras Galaxy e Wynn, que têm

uma maior exposição a esse segmento de mercado. Tam-

bém DS Kim e Daisy Lu, da JP Morgan Securi-

ties, prevêem uma quebra na ordem dos 10%.

Questionado pelo HM, no iní-cio deste mês, William Cheung, professor da universidade de Macau (uM) e especialista em mercados financeiros, concorda-va com os valores, mas falava de um impacto a curto prazo.

Também os bares, como anun-cia ainda o jornal Plataforma, têm sentido os efeitos da proibição do fumo e as suas consequências. “A lei afectou mesmo o nosso negócio em termos de vendas”, afirmou àquele jornal Mariel Merlan, empregado de mesa do bar After6, na Taipa. Desde a entrada em vigor da lei que proíbe o fumo nos bares, aquele estabelecimento perdeu vários clientes.

“As pessoas aparecem, per-guntam se podem fumar e quando dizemos que não, voltam a sair à procura de outro sítio para ir beber”, cita a publicação.

Recorde-se que, desde a entrada em vigor da lei, 24.799 pessoas foram acusadas de fumar em locais proibidos. - F.a.

1,14milhões de quilos

de cigarros comprados

ao exterior em 2014

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10 hoje macau segunda-feira 16.2.2015eventos

O RedentOR • Jo NesbøOslo. Noite gelada. Quem se deslocou ao centro para as últimas compras de Natal faz uma pausa numa movimentada praça para ouvir o concerto de rua do Exército de Salvação, mas um súbito estrépito cala a música e um homem cai no chão atingido por um tiro à queima-roupa. O inspetor Harry Hole e a sua equipa têm pouco a que se agarrar para iniciar a investigação: não têm qualquer suspeito, não encontraram a arma do crime e desconhecem as motivações do criminoso. Mas é quando o assassino percebe que atingiu o homem errado que Harry Hole se começa a deparar com enigmas perturbadores. Depois de um perspicaz trabalho de investigação a equipa concentra-se num suspeito. Ferido, sem dinheiro, com seis balas apenas no carregador e sem sítio para dormir numa gelada cidade nórdica, o assassino desespera, mas nada o demove do seu único propósito: eliminar o seu alvo.

À veNda Na Livraria Portuguesa Rua de S. dOmingOS 16-18 • tel: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • [email protected]

Rezem pOR mim • Julie schwietert Collazo, Lisa rogakA escolha do colégio de Cardeais surpreendeu o mundo e abriu três precedentes inesperados. Jorge Mario Bergoglio é o primeiro Papa oriundo da América Latina. É também o primeiro jesuíta a ser eleito para o mais alto cargo da Igreja Católica e o primeiro a escolher o nome “Francisco” em honra de S. Francisco de Assis, um exemplo máximo de humildade e abnegação. Rezem por Mim – Citações do Papa Francisco revela-nos o essencial do pensamento deste Papa extraordinário. De temas tão polémicos como a eutanásia, o aborto ou o casamento entre pessoas do mesmo sexo a conceitos fundamentais do Cristianismo como o amor, a família, a dignidade e a fé, este é um livro obrigatório para todos – religiosos ou não – os que desejam conhecer o homem que está a revolucionar a Igreja e a renovar a fé e a esperança um pouco por todo o mundo.

Museu das CoMuniCações anoda Luz CoM aCtividades para jovens

O conhecimento ajuda a pouparLeonor Sá [email protected]

o Museu das Co-municações vai organizar várias

iniciativas para estudantes locais que incluem apren-dizagem de telescópios, sensores de batimentos cardíacos, câmaras ‘pinho-le’ ou ainda caleidoscópios. O conjunto de actividades surge devido ao facto deste ser o Ano Internacional da Luz e das Tecnologias Ba-seadas na Luz (AIL2015), iniciativa global da ONU que serve para promover o desenvolvimento sustentá-vel através das tecnologias ópticas a nível global, assim oferecendo uma série de hipóteses ao gasto de re-cursos não renováveis. “O objectivo do AIL2015 é de demonstrar aos cidadãos de todo o mundo a importância da luz e das tecnologias óp-ticas nas suas vidas, no seu futuro, e no desenvolvimen-to da sociedade”, esclarece

o museu em comunicado. As iniciativas prolongam--se durante todo o ano e as escolas que pretendam fazer visitas até ao museu e parti-cipar nas actividades podem fazer a marcação online, no website da instituição. Já o lançamento destas ini-ciativas para o público em geral deverá ser anunciado brevemente no mesmo site. Estas deverão integrar oficinas de trabalho, a expo-sição interactivo ‘Optifone’ e o workshop para família ‘Colecção de Páscoa’, que tem lançamento marcado para dia 28 de Março.

Além disso, o museu conta ainda com a coope-ração de profissionais da Sociedade de Engenharia Biomédica para a organiza-ção do Seminário de Ciência e Tecnologia ‘Optogenéti-ca’, onde deverão participar estudantes e professores do ensino secundário para saber mais sobre desen-volvimento e aplicação de tecnologia óptica.

BienaL de veneza Obras e dOcumentáriO de miO Pang Fei rePresentam macau

três séries na cidade das gôndolas

É já no final deste mês que as 30 peças do artista local Mio Pang Fei, inseridas nas séries “Era Especial”, “Colecção Shuihu” e “Exploração do Neo- -Orientalismo”, vão começar a ser transportadas para Veneza para serem instaladas no pavilhãode Macau

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11 eventoshoje macau segunda-feira 16.2.2015

Rua de S. domingoS 16-18 • Tel: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • [email protected]

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CCM ‘Multiformas’procura artistas de Macau O projecto ‘Multiformas’ está de regresso no próximo ano e o Centro Cultural de Macau (CCM) está já à procura de artistas locais que queiram participar na produção. Em comunicado, o CCM volta a desafiar os artistas locais a submeter propostas de produções para esta série, com o objectivo de “incentivar a criatividade local, explorando novas possibilidades teatrais”. A série ‘Multiformas’ dá a oportunidade dos artistas mostrarem o seu talento e o CCM garante que o espaço para a apresentação da peça teatral não se vai limitar a um único local, estando disponíveis diversas opções que incluem o Pequeno Auditório do CCM, o novo espaço •ART e até espaços ao ar livre. O CCM abre inscrições até 31 de Março de 2015 e as produções artísticas seleccionadas serão apresentadas no CCM em Fevereiro de 2016. O convite está aberto a todos os artistas de Macau das mais diversas áreas e os boletins de inscrição podem ser obtidos no site do CCM.

Cultura Ponte 16 inaugura Museu3D em meados deste anoO hotel Ponte 16, situado na zona ribeirinha da península, vai inaugurar um museu a três dimensões já em meados deste ano e que conta com a colaboração de um museu homólogo em Hong Kong. O espaço será dividido por zonas com 150 fotografias especialmente colocadas para dar efeitos de três dimensões. “O Museu permite que os visitantes tenham uma nova experiência sensorial através de elementos a quatro dimensões como efeitos luminosos, sons analógicos e outros acessórios. O museu terá cerca de 1,8 quilómetros e espaços dedicados a várias épocas, como a Jurássica. Os visitantes vão ainda ter oportunidade de ver a Torre de Macau e as Ruínas de S. Paulo como nunca antes viram, bem como vistas cénicas de França. Uma das vantagens é a possibilidade de tirar fotografias e por isso mesmo os turistas vão poder dizer que deram a voltaao mundo.

AndreiA SofiA [email protected]

C hama-se arsenale, Campo della Tana, e fica na cidade de Veneza, em Itália. É

neste lugar que vai decorrer, entre Maio e Novembro, a “56ª Exposição de Arte Internacional – Bienal de Veneza 2015”, um dos mais importantes aconte-cimentos do mundo artístico a nível mundial.

Este ano cabe ao artista local Mio Pang Fei represen-tar a RAEM e os trabalhos seguem já no final deste mês para Veneza, a fim de serem instalados no Pavilhão de Macau. O público poderá ver um total de 30 obras, inseridas em três séries, intituladas “Era Especial”, “Colecção Shuihu” e “Exploração do Neo-Orientalismo”. Estes englobam trabalhos recentes e também pinturas que Mio Pang Fei realizou nas décadas de 60 e 70.

Na Bienal também será transmitido o documentário sobre o artista, da autoria de Pedro Cardeira e produção da Inner Harbour Films.

TRaçoS RevolucionáRioSNascido em Xangai na década de 30, Mio Pang Fei viveu no período da Revolução Cultu-ral, quando começou a dar os primeiros passos no mundo da pintura. Os trabalhos na Bienal de Veneza revelam os primeiros traços sob a égide desse período revolucionário, os quais estarão presentes na série “Era Especial”.

Segue-se a série “Shuihu”,

O público poderá ver um total de 30 obras, inseridas em três séries, intituladas “Era Especial”, “Colecção Shuihu” e “Exploração do Neo-Orientalismo”

Bienal de Veneza ObRAs e dOCuMenTáRiO de MiO PAng Fei RePResenTAM MACAu

Três séries na cidade das gôndolas

que inclui “uma instalação em grande escala”, “talvez a melhor interpretação dos prin-cípios do Neo-Orientalismo”. Shuihu é um romance clássico chinês que descreve “a rebe-lião dos camponeses em finais da Dinastia Song e que relata as proezas dos fora-da-lei que roubavam aos ricos para dar aos pobres”. Com base nesta matéria, Mio Pang Fei utilizou vários materiais e técnicas para celebrar esses heróis. “Trata-se de uma vívida repre-sentação, carregada de pro-funda compreensão cultural e é uma instalação que mostra a verdadeira essência do espírito nacionalista chinês”, pode ler-se num comunicado.

Na série “Exploração do Neo-Orientalismo” pode visualizar-se o documentário de Cardeira, que pretende precisamente lançar o debate sobre um termo que começou a surgir nos anos 80. “Para além da relevância histórica da uma passagem do antigo para o novo, o Neo-Orien-talismo constitui uma nova postura e olhar em relação à cultura oriental, respeitando-a e compreendendo-a.”

Ainda nesta fase o público poderá ver os trabalhos da série “pós-caligrafia”, “um género de pintura que pro-cura desconstruir a caligrafia tradicional”. Nestas obras, Mio Pang Fei “combina uma estética caligráfica chinesa com pintura abstracta, de-marcado claramente a obra do abstraccionismo ocidental”.

Por outro lado, avança ain-da a organização, utilizando materiais e técnicas típicas da cultura ocidental, Mio conse-gue criar uma ‘estética cali-gráfica’ impossível de obter através do tradicional pincel e papel de arroz, resultando assim numa expressão con-temporânea bem conseguida de “calorosa sensibilidade, cheia de força e velocidade”.

Page 12: Hoje Macau 16 FEV 2015 #3274

12 publicidade hoje macau segunda-feira 16.2.2015

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13Chinahoje macau segunda-feira 16.2.2015

O homem que chocou esta semana com o

seu carro contra o consu-lado norte-americano em Xangai, na China, ferindo um guarda, estava “confu-so mentalmente”, indicam as investigações policiais sábado divulgadas.

Em comunicado divul-gado pela imprensa chinesa, as autoridades de Xangai referiram que o homem parecia estar sob efeito de álcool e drogas.

“Durante o interrogató-rio o condutor mostrou-se mentalmente confuso e

incoerente”, referiram as forças de segurança.

O caso aconteceu na quinta-feira quando o veí-culo com matrícula de Zhangzhou, na província de Fujian, sudeste do país, seguia na rua do consu-lado e, de repente, virou de direcção e embateu na representação diplomática.

As autoridades detive-ram o condutor de 35 anos que ficou também ferido, mas sem gravidade.

Segundo as autoridades, o condutor, identificado como Liu Daojie, expli-

cou que tinha uma grande empresa e que sentiu que alguém o queria matar e, por isso, quis provocar agitação para atrair atenção.

As investigações da polícia permitiram locali-zar a mulher de Liu Daojie numa casa de hóspedes em Hangzhou, na província de Zhejiang, e a cerca de 170 quilómetros de Xangai.

A mulher explicou às au-toridades que o marido tem vivido nos últimos meses momentos de “alucinação”.

O agente ferido no em-bate está hospitalizado.

Xangai Confusão no consulado Norte-americano

U m dirigente chinês, res- ponsável de uma co-missão de planeamento familiar, defendeu que a

China devia abandonar a política do filho único e substituí-la pela imposição de todos os casais te-rem dois filhos, gerando críticas por parte da imprensa oficial.

mei Zhiqiang, director ad-junto da Comissão de Planea-mento Familiar da província de Shanxi, apresentou a reco-mendação esta semana como forma de solucionar o problema crescente do desequilibro de géneros no país.

“Devíamos garantir que as nossas políticas e sistema per-mitem aos nossos filhos ter dois filhos. Devem ter dois filhos”, disse mei, de acordo com o portal de notícias controlado pelo Governo sxrb.com.

O Global Times, jornal pró-ximo do Partido Comunista, pediu cautela em relação a novas propostas, alertando que uma política de dois filhos “não pode ser imposta aos pais chineses”.

“As intenções de mei para remodelar a demografia da China podem ser as melhores, mas o pedido de uma interven-ção administrativa directa para impor uma nova política sobre um assunto tão delicado deve ser revisto”, escreve Liu Zhun, num editorial.

Numa tentativa de controlar o crescimento da população, a China introduziu, nos anos 1970, uma série de polémicas políticas de planeamento fa-

miliar que limitaram a maioria dos casais a ter apenas um filho.

Estas regras resultaram em repressão a famílias com mais

de um filho, incluindo abortos forçados e esterilização, bem como pesadas multas.

Esta política também levou a um enorme desequilíbrio de géneros, alimentado pela pre-ferência das famílias em ter um rapaz.

Em 2014 nasceram na China 116 rapazes para cada 100 ra-parigas, enquanto o rácio total da população se ficou em 105 homens para 100 mulheres.

Dirigente propõe política Dos Dois filhos obrigatórios

Obrigações familiaresAs afirmações do líder de uma comissão de planeamento familiar em defesa do fim da política do filho único causaram algum mau estar junto do partido comunista chinês

Em 2014 nasceram na China 116 rapazes para cada 100 raparigas, enquanto o rácio total da população se ficou em 105 homens para 100 mulheres

Filho de Jackie Chan libertado após seismeses de prisãoo filho do actor Jackie chan foi sexta-feira libertado da prisão chinesa onde estava a cumprir uma pena de seis meses por crimes de droga, informaram os seus agentes. Jaycee chan, que tal como o pai trabalhou como actor e cantor, foi detido em agosto do ano passado e acusado de disponibilizar um espaço para outras pessoas consumirem drogas, depois de a polícia ter encontrado 100 gramas de marijuana na sua casa em pequim.o jovem já tinha passado cinco meses na prisão quando foi condenado, em Janeiro deste ano, depois de se declarar culpado do crime.

Comandante de barco condenado pela morte de 39 pessoaso comandante de um barco de hong Kong foi sábado considerado culpado pela morte de 39 pessoas numa colisão de ferry em 2012, o pior desastre marítimo da cidade nas últimas quatro décadas. o capitão lai sai-Ming, 56 anos, foi também condenado por uma acusação de pôr em perigo vidas no mar por um tribunal de hong Kong. será sentenciado esta segunda-feira.

Hong Kong Gripe já provocou 196 mortes este anopelo menos 15 pessoas morreram sábado em hong Kong, na china, devido a gripe, numa altura em que a antiga colónia britânica contabiliza já 196 mortes devido à doença. De acordo com responsáveis dos serviços de saúde de hong Kong, entre sexta-feira e sábado outras 16 pessoas foram internadas. nenhuma das vítimas mortais era menor de 18 anos. as autoridades explicaram ainda que na última semana o número de idosos admitidos nos hospitais diminuiu enquanto o de crianças abaixo dos 5 anos aumentou ligeiramente. o surto de gripe, da estirpe h3n2, começou a 02 de Janeiro e já levou ao internamento de mais de 280 pessoas. em 2014, na mesma época, o surto de gripe tinha levado ao internamento de 266 pessoas com 133 a não resistirem ao vírus.

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Procura-se designerPart-time

O Hoje Macau procura um designer para exerceras funções de paginador em regime de part-time de domingo

a quinta-feira, a partir das 19H30.ExigE-sE ExpEriência EM indesign E PHotosHoP.

resPosta Para este jornal através do telefone

2875 2401

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14 hoje macau segunda-feira 16.2.2015

harte

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Capítulo 1o traço Único do pincel

Na mais alta Antiguidade não exis-tiam regras; a Suprema Simplicidade ainda não se divisava.Assim que se divisa a Suprema Simplicidade, a regra estabelece-se.Em que se fundamenta a regra? A regra fundamenta-se no Traço Único do Pincel.3

O Traço Único do Pincel é a origem de todas as coisas, a raiz de todos os fenómenos; a sua função é manifes-ta para o espírito, e escondida no homem mas o vulgo ignora-o.É por si própria que se deve es-

tabelecer a regra do Traço Único do Pincel.O fundamento da regra do Traço Único do Pincel reside na au-sência de regras que engendra a Regra; e a Regra que assim se ob-tém abraça a multiplicidade das regras.A pintura emana do intelecto4; quer se trate da beleza dos mon-tes, rios, personagens e coisas, ou se trate da essência e do carácter dos pássaros, dos bichos, das er-vas e das árvores, ou se trate das medidas e proporções dos vivei-ros, dos pavilhões, dos edifícios e das esplanadas, não se poderá

penetrar as razões nem esgotar os aspectos variados, se no fim de contas não se possuir essa medida imensa do Traço Único do Pincel.

Nota: tradução a partir de Pierre ryckmans, traduction et commentaire de shitao, les propos sur la peinture du Moine Citrouille--amère , Plon, 2007, que inclui o texto original em chinês e com conhecimento das versões parciais de Osvald sirén, the Chinese on the art of painting,(7 capítulos), schocken Books, N.Y., Hong Kong, 1963; e de Victoria Contag, Chinese Masters of the 17th century (2 capítulos) lund Humphries Publishers, london, 1969.

1 - Pintor e calígrafo, de seu nome original Zhu ruoji, nascido na província de Guangxi em 1641.três anos depois uma nova dinastia reinaria na China. shitao era membro da família real da dinastia anterior e esse facto marcou a sua vida, incluindo a decisão de se fazer monge budista. terá morrido c. de 1719-1720.

2 - Os comentários sobre a pintura de shitao serão uma segunda versão do seu “manual” – Hua Pu, datado de1710 e terá sido escrito entre essa data e 1720. O título Huayulu faz referência a uma forma textual da literatura do budismo Chan, na qual os discípulos recolhem por escrito o que o mestre diz oralmente. O enigmático pseudónimo aqui usado por shitao pode ter algum esclarecimento num texto de Qu dajun, erudito da dinastia Qing, sobre as propriedades da abóbora amarga: “a que chamamos “abóbora cavalheiro” e tem um gosto extremamente amargo. Quando vai a cozinhar com outros alimentos estes não adquirem nenhum amargor; de modo que esta abóbora que conserva para si toda a sua amargura e não a comunica à sua volta,

apresenta verdadeiramente as qualidades de um cavalheiro.” Citado por ryckmans, pág. 194.

3 - Conceito fundamental e original de shitao. ao mesmo tempo refere-se ao simples primordial traço desenhado pelo pincel e ao Grande Princípio do daoísmo e como tal não pode ser definido pois então deixa de o ser. Veículo da expressão do “ritmo espiritual”, é o mesmo traço que está na origem do livro das Mutações e portanto o princípio da pura virtualidade que gera todas as mutações. assim o pintor não cria um mundo mas cria com o mundo.

4 - a palavra xin designa literalmente o coração mas este não tem o mesmo sentido que entre nós. ele é a origem de toda a actividade espiritual e intelectual, de todas as forças da consciência. assim o pintor distancia-se do artesão, não reproduz as aparências formais exteriores mas enfrenta um problema ético e filosófico: como exprimir a “alma” interior? Zhuang Zi Cap.Xiii): “ O que a mão produz responde ao que lhe dita o coração”.

Shitao1:Propósitos sobre a pintura do Monge Abóbora Amarga2

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15 artes, letras e ideiashoje macau segunda-feira 16.2.2015

Paulo Maia e CarMotradução e ilustração

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16 desporto hoje macau segunda-feira 16.2.2015

“É preciso jogar com o coração e deixar tudo em campo”Ismael Ortega Jogador do Chao Pak Kei

“O Sportingnunca desiste. Vamos trabalharaté ao fim sem jogara toalha ao chão”mayCKOl Jogador do sporting de macau

J V E D GM-GS P

1. Benfica 5 4 1 0 16-2 13

2. Ka I 5 4 0 1 15-4 12

3. Monte Carlo 5 4 0 1 9-3 12

4. Chao Pak Kei 5 3 1 1 17-5 10

5. Polícia 5 2 1 2 5-4 7

6. Sporting 5 1 3 1 10-4 6

7. Lai Chi 5 1 2 2 4-10 5

8. Casa de Portugal 5 1 0 4 4-19 3

9. Sub-23 5 0 1 4 2-8 1

10. Chuac Lun 5 0 1 4 4-25 11

CLASSIFICAÇÃO

RESULTADOS5.ª Jornada

Polícia, 2 – Sub-23, 0

Ka I, 5 – Lai Chi, 0

Sporting, 1 – Chao Pak Kei, 1

Benfica, 8 – Casa de Portugal, 0

Chuac Lun, 0 – Monte Carlo, 3

lIga de elIte Sporting empata com chao pak kei num jogo Sem hiStória

Promessas em águas de bacalhauO jogo mais importante da 5.ª jornada prometia mas não passou disso mesmo. Sporting e Chao Pak Kei, equipas intrometidas na luta pelo título do território, anularam-se num jogo esforçado mas desinteressante de se ver. Árbitro complicou

Gonçalo lobo [email protected]

A O início da tarde de sá- bado chuviscava em Macau. Talvez isso tenha afastado os es-

pectadores do Estádio da Univer-sidade de Ciências e Tecnologia (MUST). Isso ou as mini férias do Ano Novo Chinês que está à porta. Mas quem ali se deslocou deve estar hoje arrependido do que viu. Sporting e Chao Pak Kei, equipas com aspirações superiores, mostraram poucos argumentos para sequer almejarem ficar entre os três primeiros classificados e isso deu num empate insonso a uma bola.

Uma primeira parte sonolenta até ao minuto 30 foi o que se viu. O Sporting, sem poder contar com importantes opções devido a lesões, apresentou no seu onze uma novidade atacante. Mayckol, que representou o CPK o ano pas-sado e estava sem clube, reforçou os verde-e-brancos do território – lamentamos que a imprensa local não tenha sido informada do sucedido – e pode, agora, ser uma verdadeira aposta de ataque no plantel comandado por João Maria Pegado.

Nota-se que o brasileiro ainda está a apalpar o terreno e tem pou-cas rotinas com os colegas, mas mesmo assim sempre mostrou, ao longo do jogo, ser melhor opção que o colega de ataque Henrique, equivocado durante 84 (!) minu-tos. O jogador português nunca conseguiu interpretar o que lhe foi pedido pelo treinador leonino,

e prova disso foram as constantes chamadas de atenção vindas do banco durante todo o encontro. Ab-negado mas com reduzidos recur-sos táctico-técnicos, Henrique foi a peça menos esclarecida do xadrez montado para tentar surpreender o CPK, algo que aconteceu ao minuto 42 pelo pé de Lei Ka Man, a nosso ver o melhor jogador leonino na partida de ontem e que saiu tocado aos 60 minutos do segundo tempo.

Lei Ka Man, aliás, e a par do habitual Bruno Brito, foi o jogador

leonino que criou mais desequi-líbrios durante os primeiros 45 minutos. Do lado do CPK, Diego Patriota mostrou porque é um dos melhores médios ofensivos a ac-tuar em Macau e Bruno Figueiredo esteve longe daquilo que já provou conseguir fazer.

Ao intervalo, o Sporting, injus-tamente, colocava-se na liderança do marcador depois de uma pri-meira parte em que as melhores ocasiões de golo pertenceram ao CPK.

A JuStIçA no PLACArDSeria de esperar algumas mudanças em ambas as equipas mas apenas o treinador do CPK meteu no jogo Pedro Tong para o lugar do apa-gado Leung Chon In. João Maria Pegado acabou por apostar no mesmo onze – talvez porque estaria a ganhar – mesmo que o futebol praticado no primeiro tempo tenha sido paupérrimo.

Com a mesma toada, o Sporting tentava inventar jogadas de ataque mas o desamparado Maykol e o in-consequente Henrique não tinham arte e engenho para desfeitear a forte defesa comandada pelo au-toritário Ronald Cabrera.

O Chao Pak Kei começava a

carregar no acelerador e colheu frutos de maior empenho ao minuto 63 através de um golo marcado pelo brasileiro Diego Patriota, o jogador mais esclarecido da equipa azul. A jogada de ataque, bem ren-dilhada, deixou nas covas a defesa do Sporting com Edgar e Timba Éder a ver jogar o seu compatriota. Estava feita a igualdade no marca-dor, e diga-se, com a maior justiça pois nem uma nem outra equipa produziram até então futebol que justificasse primazia no marcador.

Até final, os jogadores começa-ram a dar mostra de algum cansaço com faltas desnecessárias merece-doras de cartão amarelo. Aliás, seis

das sete cartolinas amarelas foram mostradas na segunda metade do encontro.

Tempo ainda para a estreia do benjamim da equipa do Sporting de Macau, Ethan Lay. Aos 16 anos, a coqueluche australiana, mostrou alguns apontamentos interessantes, principalmente no um-contra-um, apesar da natural falta de frescura para jogar contra atletas mais fortes fisicamente.

roBESh A LEStEA equipa de arbitragem liderada pelo cingalês Robesh, a nosso ver o melhor árbitro a evoluir na Liga de Elite de Macau, deixou muito a desejar neste jogo. Se noutros jogos, as suas exibições roçaram quase o imaculado, desta vez o juiz teve questões de apreciação técnica que não foram as melho-res, deixando faltas por marcar ou cartões amarelos por mostrar. Bruno Brito, um exemplo dos jogadores mais castigados pelo adversário, pode queixar-se da fraca arbitragem. Contudo, ape-sar da fraca figura, a actuação do árbitro não teve influência no resultado final.

No final do jogo, o defesa do Chao Pak Kei Ismael Ortega falava mesmo em “empate com sabor a vitória” e que os jogadores tudo fizeram “para respeitar a institui-ção e o campeonato de Macau”. “É preciso jogar com o coração e deixar tudo em campo.”

O jogador azul reafirmou ainda intenções de fazer “melhor que o ano passado”. “O Chao Pak Kei está a formar uma família e está em crescendo. Os treinadores e dirigentes fazem todos os possíveis para deixar os jogadores contentes. É preciso ter fé no futuro.”

Do lado do Sporting de Macau, coube ao estreante Mayckol a con-versa com os jornalistas. Começou por afirmar estar “orgulhoso” por representar a equipa leonina e que o jogo “foi difícil”. “Sabíamos que iria ser um jogo complicado uma vez que o adversário também tem qualidade. Nem sempre tivemos felicidade em chegar perto do golo mas vamos continuar a trabalhar.”

À quinta jornada, a equipa de matriz portuguesa começa a ficar longe dos lugares cimeiros mas isso, pelo menos para já, não preocupa Mayckol. “O Sporting nunca desiste. Vamos trabalhar até ao fim sem jogar a toalha ao chão. Este campeonato está mais forte e mais equilibrado.”

Carlos Fernandes assina Pelo benFiCa e marCa três GolosO avançado madeirense Carlos Fernandes deixou o Tirsense e ingressou no Benfica de Macau. Aos 27 anos, o jogador português volta a Macau depois de ter representado a Casa de Portugal em 2013. Encontrava-se ao serviço da agremiação minhota depois de ter passado por clubes como Ribeira Brava, Fátima, Pampilhosa, Pontassolense, Vigor Mocidade e Febres. Fez a sua formação no Marítimo e no Nacional.

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• SábadoESpEctáculo dE Fogo dE ArtiFício E concErtoS Baía em frente à torre de Macau, a partir das 20h00Entrada livre

pArAdA dE cElEBrAção do Ano dA cABrAcentro de ciência de Macau – Avenida Sun Yat Sen –praça dos lagos Sai VanEntrada livre

• diariamenteExpoSição “Voz nA EScuridão”, dE ÓScAr BAlAjAdiA/ pApA oSMuBAl (Até 14/03)creative MacauEntrada livre

ExpoSição dE pinturA dE zhEn guo (Até 3/03)Fundação rui cunhaEntrada livre

ExpoSição dE ESculturAS do Ano dA cABrA (Até 01/03)Venetian, todo o dia Entrada livre

ExpoSição dE SândAlo VErMElho (Até 22/03)MgM MacauEntrada livre

ExpoSição dE dESign dE cArtAzES “V•x•xV:” (oBrAS dE 1999, 2004 E 2009) [Até 15/03]Museu da transferência da Soberania de Macau, 10h00 às 19h00Entrada livre

“SElF/unSElF” – ExpoSição dE trABAlhoS dE ArtiStAS holAndESES (Até 15/03)centro de design de MacauEntrada livre

iluStrAçõES pArA cAlEndário, dE guAn huinong (Até 10/05)Museu de Arte de Macau, das 10h às 19hEntrada livre

“BEYond thE SurFAcE” dE Mio pAng FEi (Até 01/03)Albergue ScM, das 12h às 20hEntrada livre

hoje macau segunda-feira 16.2.2015 (F)utilidades 17

tempo muito nublado min 16 max 20 hum 75-98% • euro 9.09 baht 0.24 yuan 1.28

wJoão Corvo fonte da inveja

AcontEcEu HojE 16 dE FEVErEiro

O que fazer esta semana?C i n e m acineteatro

Sala 1PenguinS of MadagaScar [a]Filme de: Eric darnell, Simon j. Smith14.15, 17.45

Sala 1Stand by Me doraeMon [a](FAlAdo EM cAntonêS)Filme de: takashi Yamazaki, ryuichi Yagi16.00, 21.30

Sala 1Stand by Me doraeMon [3d] [a](FAlAdo EM cAntonêS)19.30

Sala 2KingSMan: the Secret Service [c]Filme de: Matthew Vaughncom: colin Firth, Michael caine, Samuel l. jackson14.30, 16.45, 19.15, 21.30

Sala 3JuPiter aScending [b]Filme de: Andy Wachowski, lana Wachowski14.30, 16.45, 21.30

Sala 3JuPiter aScending [3d] [b]19.15

pEnguinS oF MAdAgAScAr

U m D i s C o H o j e

A verdadeira sabedoria desemboca na honestidade.

Protocolo de Quioto entra em vigor em 55 países• o dia 16 de Fevereiro assinala a entrada em vigor do protocolo de Quioto, em 2005, nos países que rubricaram o acordo. também a 16 de Fevereiro, mas em 2007, em Washington, iniciam-se as discussões que têm como objectivo criar um sucessor ou emenda ao protocolo, que termina em 2012.o protocolo de Quioto é um tratado internacional, que es-tabelece o compromisso de redução da emissão dos gases que agravam o efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global. Foi discutido entre diversos países em Quioto, no japão, em 1997. Em dezembro desse mesmo ano foi aberto para as assinaturas. Viria a ser ratificado em 15 de Março de 1999 e passou a vigorar a 16 de Fevereiro de 2005, em 55 países, depois de ratificado pela rússia (em 2004).Surgiu para combater o aquecimento global e as alterações climáticas – um dos grandes desafios da humanidade. o protocolo de Quioto expirou em 2012. no entanto, existe já o compromisso da onu e de alguns países, tendo em vista um novo acordo ou uma emenda no protocolo de Quioto, que estabelece novas metas, a serem cumpridas a partir de 2012.As discussões começaram, curiosamente, no mesmo dia: 16 de Fevereiro, mas em 2007, em Washington. chefes de estado do canadá, França, Alemanha, itália, japão, rússia, reino unido, EuA, Brasil, china, índia, México e áfrica do Sul estabeleceram um acordo de princípio sobre o futuro do protocolo de Quioto.A 16 de Fevereiro é também assinalada a assinatura, por Afonso iii de portugal e Afonso x de castela, da convenção de Badajoz. Este acordo, rubricado em 1267, define as fronteiras entre os reinos de portugal e leão. A soberania portuguesa do Algarve é assegurada com esta convenção.também a 16 de Fevereiro, no ano de 1832, charles darwin, a bordo do hMS Beagle, na sua volta ao mundo, visita os penedos de São pedro e São paulo.

“LHAsA”(LHAsA dE sELA, 2009)

só um artista muito completo consegue cantar em espa-nhol, inglês e francês. Lhasa de sela conseguia-o. assim como conseguia encantar qualquer ouvinte com as suas melodias carregadas de emoção e com influências da grande história de vida que a cantora carregava. Filha

de um educador e uma fotógrafa, Lhasa percorreu o mundo, muito fiel ao estilo nómada. num mundo diferente, a simpática cantora teria sobre-vivido à sua luta contra o cancro. não o conseguiu, mas brindou-nos, a nós, os privilegiados, com alguns trabalhos absolutamente apaixonantes. o álbum “Lhasa de sela”, de 2009, um ano antes da morte da artista, é um claro exemplo do seu brilhante trabalho. - Filipa Araújo

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18 publicidade hoje macau segunda-feira 16.2.2015

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong (estagiária); Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Agnes Lam; António Conceição Júnior; Arnaldo Gonçalves; David Chan; Fernando Eloy; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

19opiniãomacau v is to de hong kongDaviD Chan*

[email protected] • http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog

*Professor Associadono Instituto Politécnico de Macau

O caso coberto no dia 7 de Fevereiro deste ano pelo website “www.bbc.co.uk” é bem conhecido por todos. Ao julgar 23 casos de con-trabando de leite em pó para crianças verificados no dia seis do mesmo mês, o juíz Ng Wai Fong da “Fanling Magistrates Court” disse que

“o facto de os cidadãos chineses terem medo de usar o leite em pó produzido na China constitui um motivo de humilhação nacional para o país”.

Este caso, assim como aquele envolvendo ovos falsos, faz com que a maioria dos chineses tenham medo de comprar bens essenciais na China. Assim, não é de surpreender que muitos residentes do Continente venham a Macau e a Hong Kong para comprar os seus bens de uso diário.

De forma a poder visitar Macau e Hong Kong para compras, os cidadãos da China tomam par-tido de um benefício intitulado “Individual Visit Scheme”, que teve início no dia 28 de Julho de 2003 e que permite visitas a estas duas regiões administrativas especiais a título individual. Entretanto, em 2009 foi implementado um “multi-entry permit” (regime de entradas múl-tiplas) para residentes de Shenzhen, permitindo aos mesmos visitar Hong Kong durante sete dias contínuos por visita. Durante esta semana, os seus beneficiários podem entrar e sair da RAEHK o número de vezes que entenderem. No início, o “Individual Visit Scheme” funcionou muito bem e permitiu aos chineses do continente a aquisição de qualquer tipo de bens, apostando estes especialmente em artigos de luxo como ouro, relógios e propriedades. Mas entretanto a taxa de câmbio entre o yuan e o dólar de Hong Kong mudou, o que baixou a capacidade de compra dos visitantes oriundos da China. As-sim, mudou também o comportamento destes mesmos consumidores, que passaram então a optar por bens de necessidade diária como leite em pó, Ipad’s e medicamentos. Os cidadãos de Hong Kong devem este tipo de comportamento a uma atitude que “toma proveito dos preços mais baixos na RAEHK, com uma maior variedade e melhor qualidade de produtos e que permite ainda evitar impostos avultados quando regressam ao continente”.

O volume de vendas em Hong Kong tem sido bom, e a economia do território vizinho tem beneficiado deste consumo. O que leva então os residentes de Hong Kong a criticar este tipo de turismo? Vamos então analisar os protestos que tiveram lugar no domingo passado.

No dia 8 de Fevereiro, mais de 100 pessoas participaram num protesto que teve lugar num centro comercial de Tuen Mun, Hong Kong, contra a importação paralela de bens entre Hong Kong e a China e o crescente influxo de consu-midores do Continente. Durante a manifestação, a polícia prendeu vários participantes e teve mesmo de disparar gás pimenta para controlar a multidão.

Protesto contra importação paralelaO protesto teve origem em Tuen Mun e

deslocou-se de seguida para a paragem do autocarro B3X, que transporta passageiros de Tuen Mun até à fronteira com Shenzhen, o que faz com que a rota seja muito utilizada pelos mesmos indivíduos envolvidos na importação paralela de bens. Durante esse fim de semana, a fila de pessoas que esperavam pelos autocarros B3 e B3X contabilizava entre várias centenas e 1600 indivíduos, chegando os manifestantes a apelidar estes autocarros como “viaturas privadas para os importadores de bens paralelos”. Durante os distúrbios, os residentes da RAEHK gritaram palavras de ordem nestas mesmas paragens exi-gindo que os turistas do Continente voltassem para casa. De seguida, deslocaram-se a centros comerciais como a “V City” e o “The Trend Plaza Shopping Arcade Phase II”, onde mais de 100 pessoas invadiram as instalações gritando “devolvam-nos Tuen Mun”. Enquanto alguns dos manifestantes batiam nos caixotes de lixo

para fazer barulho, um casal envolveu-se numa rixa com alguns dos protestantes, obrigando então à intervenção da polícia. Os agentes da autoridade começaram por mostrar uma ban-deira vermelha para avisar os transeuntes a se afastarem do local e usaram então gás pimenta e bastões para controlar a multidão. Os incidentes acabaram por resultar em ferimentos ligeiros para um polícia e 13 residentes locais. Até ao dia 12 de Fevereiro, 10 manifestantes haviam já sido acusados e apresentados na “Tuen Mun Court”, tendo porém o julgamento sido adiado para Abril deste ano.

Estes autocarros B3 e B3X têm sempre sido

utilizados por residentes do Continente assim como por aqueles indivíduos envolvidos na importação paralela, que constituem na verdade dois grupos distintos. Porquê é que se tornaram então no alvo da ira dos manifestantes? Isto deve-se ao facto de algumas lojas organizarem pequenos grupos de pessoas para transportar bens para dentro e fora da RAEHK várias vezes ao dia. Depois destes indivíduos chegarem ao continente, procedem então ao descarregamento dos bens e regressam de seguida a Hong Kong para repetirem o processo. Mas alguns dos turistas do continente deslocam-se a esta cidade para comprarem bens em pessoa, sendo que muitas das pessoas observadas nesta zona com sacos de compras são oriundos da China. Assim, os residentes de Hong Kong confundem os dois grupos e pensam que estão todos envolvidos na importação paralela.

Os assuntos sociais aqui envolvidos são bas-tante claros. Devido à realidade do quotidiano na

China, muitas pessoas deslocam-se à RAEHK para a aquisição de bens. Devido ao enorme volume de negócios, os próprios residentes de Hong Kong são por vezes confrontados com a escassez de alguns produtos, o que afecta negativamente a própria cidade. Assim, uma mãe da RAEHK pode não conseguir comprar leite em pó para o seu próprio filho, ou os resi-dentes locais podem ter dificuldade em utilizar os transportes públicos ou mesmo em arrendar espaços comerciais nestas localidades devido à subida das rendas gerada pela procura. Tudo isto leva a uma crescente insatisfação por parte dos cidadãos de Hong Kong.

O “Individual Visit Scheme” foi criado para permitir que turistas do continente se deslocassem a Macau e a Hong Kong. Os visitantes podem adquirir pequenas quantidades de produtos, mas não devem comprar grandes quantidades para uso diário nem para revenda. Isto vai contra o propósito original do “Individual Visit Scheme”.

Ao mesmo tempo, alguns residentes do Continente, assim como indivíduos ligados à importação paralela de bens, entram e saem da RAEHK várias vezes ao dia com uma pequena quantidade de bens, que são declarados como destinados a consumo próprio de modo a evitar o pagamento de impostos. Mas como isto se repete várias vezes ao dia, estas pessoas acabam por acumular uma grande quantidade de bens, o que já não pode ser considerado como uso pessoal. Se eu, por exemplo, transportar 10 rolos de papel higiénico por viagem, posso declarar estes bens como destinados ao uso pessoal. Mas, se eu repetir este processo 10 vezes ao dia, acumulo 100 rolos por dia e isto envolve obviamente uma importação para fins lucrativos ou revenda. A aquisição de bens para uso pessoal é bem recebida e até pro-movida, mas a importação para fins comerciais deve acarretar o pagamento de tarifas ou taxas.

Actualmente, um indivíduo não tem de de-clarar os bens que transporta para fora de Hong Kong, a não ser que esteja a viajar por avião ou na posse de alguns artigos especiais. Mas, se quisermos acabar com estas transacções que envolvem uma pequena quantidade de produtos várias vezes ao dia, vamos ter então de mudar o procedimento para a declaração de bens e exigir a qualquer pessoa que abandone a RAEHK o preenchimento de uma declaração com a quanti-dade e o tipo de produtos na sua posse. Além disto, as autoridades de Hong Kong devem reconsiderar a implementação de uma taxa de saída. A cobran-ça de impostos é uma medida justa tanto para os vendedores como para os consumidores, assim como para todos aqueles indivíduos afectados por este tipo de comércio. Finalmente, existem aqueles que propõem a criação de um grande centro comercial junto à fronteira da RAEHK com a China. Isto seria muito conveniente para os turistas do continente que queiram proceder a compras em Hong Kong e reduziria também os conflictos com os residentes locais, sendo assim benéfica para ambas as partes. Mas como garantir a existência de quantidades suficientes de produtos? Isto já é outra questão.

Assim, temos de ter muito cuidado se pre-tendermos terminar o “Individual Visit Scheme”, pois isto acarretaria graves consequências eco-nómicas para a RAEHK.

No sábado passado celebramos o Dia de São Valentino, por isso aproveitamos aqui para dese-jar que todos os amantes continuem apaixonados. Ao mesmo tempo, e como estamos a chegar ao Ano Novo Chinês, desejamos também aos nossos leitores um feliz “Ano Novo Chinês”.

Temos de ter muito cuidado se pretendermos terminaro “Individual Visit Scheme”, pois isto acarretaria graves consequências económicas para a RAEHK

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hoje macau segunda-feira 16.2.2015

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cartoon por Stephff

hoje macau segunda-feira 16.2.2015

PoluiçãoQualidade do arestá pior desdehá 30 anosA qualidade do ar no território piorou nos últimos 30 anos, de acordo com os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG). Em comunicado, a entidade explica que a principal causa para a insalubridade e poluição são as partículas inaláveis finas em suspensão que pairam no ar. No entanto, é também assegurado que a qualidade do ar melhorou de 2013 para 2014, tendo-se mais de 86% dos dias tido qualidade do ar entre boa a moderada. Os SMG aproveitaram ainda para anunciar que estão, juntamente com a Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, a desenvolver um projecto de análise de ingredientes químicos presentes no ar, de forma a efectuar uma investigação científica e avançar com a monitorização regional do ar.

Boxe CombateMayweather/Pacquiaoem Las VegasOs pugilistas Floyd Mayweather, dos Estados Unidos, e Manny Pacquiao, das Filipinas, chegaram finalmente a acordo para a marcação de um combate de boxe em Las Vegas. Segundo o Telegraph, o duelo está marcado para 2 de Maio na MGM Grand Garden Arena. O prémio é o mais elevado da história: 250 milhões de dólares. Mayweather deverá receber 60% das receitas e Pacquiao 40%. É também o norte-americano que tem mais em jogo: um recorde de invencibilidade de 47 combates.

Coreia do NorteFestival “Arirang” volta a ser cancelado

O festival norte-coreano “Arirang”, famoso

pelas coreografias de mo-saicos usados pelos popu-lares, não vai realizar-se este ano pela segunda vez consecutiva, revelou ontem uma agência especializada em viagens ao país.

“Recebemos a confir-mação do nosso sócio em Pyongyang que o Arirang não vai realizar-se este ano. O evento, que foi or-ganizado pela última vez em 2013, foi cancelado por Pyongyang sem qualquer justificação”, anunciou o operador turístico Yong Pioneer Tours, com sede na China, na sua página na Internet.

Em 2015 tem lugar o 70.º aniversário do fim da ocupação japonesa da Coreia e da fundação do Partido dos Trabalhadores, pelo que se esperava a ce-lebração.

A primeira edição do Arirang aconteceu em 2002 para comemorar os 90.º aniversário do nascimento do fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung, e desde 2007 até 2013 foi realizado sem interrupções.

Na última edição de 2013, o festival foi inscrito no Livro de Recordes do Guiness como o “maior fes-tival de massas do mundo”.

O Arirang é famoso pe-los seus mosaicos humanos coordenados na perfeição e tem lugar no maior estádio do mundo, o Reungrado 1 de Maio, na capital da Coreia do Norte, que pode acolher até 150.000 espec-tadores.

O VI Governo Constitucional de Timor-Leste, liderado por Rui Maria Araújo e

formado por 38 elementos, toma posse segunda-feira numa cerimónia presidida pelo chefe de Estado, Taur Matan Ruak no Palácio de Lahane, nos arredores de Díli.

Com quatro ministros de Estado, três dos quais acumulam funções adicionais, o Governo conta com Xanana Gusmão que deixa o cargo de primeiro-ministro para assumir o de ministro do Planeamento e Investi-mento Estratégico, uma pasta crucial nos próximos anos.

Encarregue de comandar os des-tinos de Timor-Leste até às eleições de 2017 o Governo assume funções com uma ampla agenda de prioridades e preocupações sobre temas como a sobredimensão da função pública, a corrupção e o impacto da queda do preço do petróleo.

Na sua primeira entrevista depois de ser indigitado para o cargo, na semana passada, Rui Araújo disse à agência Lusa que o novo Governo marca “o início de uma operação de resgate do futuro que, até aqui tem vivido refém do passado”, marcando uma mudança geracional.

“No sentido de que é preciso pen-sar para a frente, é preciso respeitar a história do passado, mas é preciso trabalhar para construir o futuro”, afirmou,

“É uma iniciativa que dá o co-meço a uma transição da qual, nos próximos anos vamos começar a ver os resultados”, disse.

Prioridades totaisSobre o seu programa de Governo, Rui Araújo considera que “tudo é

VI GoVerno tImorense toma posse esta seGunda-feIra

Xanana com pasta estratégica

Uma das incógnitas é perceber até que ponto é que Xanana Gusmão, que outrora era timoneiro, se manterá agora apenas como ministro, deixando a RuiAraújo o comando real e efectivodo Governo

TERRORISMO EM COPENhAGA

prioridade” na complexa agenda de Timor-Leste, mas que é necessário realismo, já que o tempo até ao final da legislatura, apenas dois anos e meio, é pouco.

“A prioridade não deve ser dife-rente daquilo que foi traçado pelo V Governo. Terá que ser desenvolvida no âmbito do Plano Estratégico Na-cional”, disse.

“Mas o foco da governação vai ter que se centrar na melhoria da prestação de serviços e da qualidade das obras, em curso e que vão ser feitas”, afirmou.

Uma das incógnitas é perceber até que ponto é que Xanana Gusmão, que outrora era timoneiro, se manterá ago-ra apenas como ministro, deixando a Rui Araújo o comando real e efectivo do Governo.

Rui Araújo é o homem das fi-nanças públicas - pelo menos do seu conhecimento técnico, como o próprio Xanana Gusmão explicou na carta em que justificou aos partidos a escolha do seu sucessor -, mas o ainda

primeiro-ministro demissionário é o homem forte da política.

O próprio elenco governativo é de-monstrativo da mestria com que Xanana Gusmão conduziu as negociações para o que Rui Araújo definiu ontem como “um governo de unidade nacional”. Sem que formalmente o seja.

Na prática conseguiu manter no seio do executivo membros de todos os partidos com representação par-lamentar - o Orçamento de Estado já era aprovado há três anos com consenso - incluindo da que era, até aqui, a oposição da Fretilin.

A direcção do partido insiste que esta configuração não marca a entrada da Fretilin, que os convites aos elementos do partido que estão no Governo são individuais mas, para o exterior, é difícil conseguir que essa mensagem seja aceite por todos.

Até porque além do primeiro--ministro estão da Fretilin no Governo outros nomes sonantes.

Estanislau da Silva acumula o cargo de ministro de Estado Coorde-nador dos Assuntos Económicos com o de ministro da Agricultura e Pescas, hernâni Coelho assume o comando no Ministério dos Negócios Estrangeiros (onde substitui José Luis Guterres, que é líder da Frente Mudança, um dos três partidos que estava na coli-gação do Governo anterior) e Inácio Moreira, deputado, vai ocupar o cargo de vice-ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações.

No topo do VI Governo estão também o presidente do Partido Democrático (PD), Fernando La Sama de Araújo e Dionisio Babo, o secretário-geral do CNRT, partido que é presidido por Xanana Gus-mão. - Lusa


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