I Seminário de Educação Museal da Rede de Museus e
Espaços de Ciências e Cultura:
Caderno de Resumos
Belo Horizonte, abril de 2017
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO
REDE DE MUSEUS E ESPAÇOS DE CIÊNCIAS E CULTURA DA UFMG
COORDENAÇÃO DA REDE DE MUSEUS E ESPAÇOS DE CIÊNCIAS E CULTURA DA UFMG
Letícia Julião
Paulo Sabino
COMISSÃO ORGANIZADORA DO EVENTO
Flávia Santos Faria
Jezulino Lúcio Mendes Braga
Marcus Marciano Gonçalves da Silveira
REALIZAÇÃO
Grupo de Trabalho de Ações Educativas do Núcleo Integrador da Rede de Museus
Grupo de Estudos MEIO – Museus, Educação, Imagens e Oralidade
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Sumário
Mesa 1: Balanços e Perspectivas 4
Mesa 2: Práticas Inclusivas 5
Mesa 3: Subsídios para Ações Educativas - Estudos de Público e de Acervo 7
Mesa 4 - Mediação: Formação e Práticas 8
Mesa 5 - Mediação: Formação e Práticas 10
Mesa 6 – Mediação: Formação e Práticas 12
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Mesa 1: Balanços e Perspectivas
Ações educativas e o potencial do Cemef
Maria Cristina Rosa
Carlos Vagner Gomes Dias
Este trabalho apresenta reflexões e resultados obtidos em ações educativas desenvolvidas pelo Centro
de Memória da Educação Física, do Esporte e do Lazer (Cemef) da Universidade Federal de Minas
Gerais, nos anos de 2015 e 2016, realizadas para alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio de
Belo Horizonte, mediante a participação em dois circuitos: o Circuito das Vocações (um projeto da Rede
de Museus e Espaços de Ciências e Cultura da UFMG que contou também com a participação do Centro
de Memória da Farmácia, Centro de Memória da Odontologia e Museu de Ciências Morfológicas); e o
Circuito de Museus (um projeto da Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte, coordenado
pela Gerência de Educação Integral, Direitos Humanos e Cidadania, especificamente do Circuito Esporte,
Lazer e Memória, que contou também com a participação do Museu Brasileiro do Futebol e do Centro
de Memória do Minas Tênis Clube). As duas experiências, realizadas a partir da visitação à exposição
“Formas de Medir os Corpos”, tiveram níveis diferentes de desenvolvimento e realização, mas
confirmaram o potencial do Cemef para o desenvolvimento de ações educativas, para além das ações já
desenvolvidas no local, possibilitando ampliar a divulgação do seu acervo, o público circulante bem
como se afirmar como um espaço pedagógico para diferentes públicos. A interação e o interesse dos
visitantes com a produção científica da área de Educação Física possibilitou conhecer e reconhecer
histórias dos corpos, da Educação Física, dos esportes e do lazer, que têm o discurso científico como
principal argumento. As ações, que abrangeram diferentes etapas, como definição do tema, pesquisa no
acervo do Cemef, planejamento e montagem da exposição, capacitação da equipe, mediação dos alunos
e avaliação do trabalho, também foram um importante espaço de formação para professores e bolsistas
envolvidos nos projetos.
Ação Educativa Museu Casa Padre Toledo
Jackson Jardel dos Santos
Renato Agostini, Caroline Marques da Silva, Luana Rodrigues de Souza, Ester de Paula Stefani,
Fernanda de Carvalho Oliveira, Ruan Augusto da Silva, Bruno Salomão Marioto Resende, Elis
Agostini dos Santos Monteiro, Flávia Rodrigues Borges, João Pedro Escam
O Museu Casa Padre Toledo realiza um contínuo processo educativo, através da mediação de caráter
informativo e técnico junto aos visitantes, no intuito de qualificar sua experiência bem como de
desmistificar o arraigado imaginário popular sobre a casa e seus moradores. Este processo educacional
também é uma demanda das escolas nas visitas monitoradas ao museu. Para atender a essas demandas,
o Museu Casa Padre Toledo conta com monitores graduandos da UFSJ, que é parceira institucional da
UFMG neste projeto. A equipe de bolsistas possui caráter interdisciplinar, reunindo alunos de variados
campos do saber, como história, artes aplicadas, teatro, arquitetura, comunicação e letras, sendo assim
capaz de construir uma mediação rica em abordagens. As atividades educativas do Museu Casa Padre
Toledo também estão em consonância com o projeto UFMG Itinerante, do Campus Cultural UFMG em
Tiradentes, e contribuem para a descentralização da oferta cultural na cidade. São promovidas oficinas e
intervenções que incluem diferentes linguagens artísticas, com participação da comunidade, tendo
como foco memória e patrimônio artístico-cultural. As atividades nos bairros de Tiradentes e destinadas
aos seus moradores são incluídas também na programação da Semana de Museus e da Primavera dos
Museus (IBRAM). A metodologia envolve desde a pesquisa do tema a ser trabalhado pelos mediadores
até a aplicação da atividade, voltando o olhar para todas as etapas do processo. Estas etapas incluem a
organização do espaço, o acolhimento das crianças, a temática a ser focalizada em cada grupo, a
observação da reação do público diante da atividade realizada, e, por meio de registros, a avaliação dos
resultados e possíveis alterações, aperfeiçoamentos e desdobramentos. Os resultados da aplicação
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desta metodologia desenvolvem atividades que levam os participantes à reflexão, descoberta e atitude
favorável a respeito da importância e valorização do nosso Patrimônio Cultural.
As ações educativas do Programa de Educação Ambiental e Patrimonial do Museu de
História Natural e Jardim Botânico da UFMG
Roberta Brianna Nunes dos Santos
Flávia Santos Faria e Roberta Brianna
O Programa Educação Ambiental e Patrimonial do MHNJB (PEAP) aborda as temáticas da bio e da
geodiversidade e o acervo cultural do MHNJB que compreende as heranças e os testemunhos históricos
e pré-históricos da vida e do homem. Aborda também a percepção ambiental e a saúde humana. Várias
atividades são realizadas com o objetivo de proporcionar experiências de fruição do patrimônio natural
e das coleções do MHNJB, além de oportunidades de apropriação do conhecimento científico sobre a
história natural do planeta e, em particular, do território de Minas Gerais. Os bolsistas envolvidos no
programa são o público-alvo do projeto denominado “Formação de mediadores de ações educativas”,
que possibilita a formação continuada e reflexões sobre a prática pedagógica dos bolsistas envolvidos
nas visitas mediadas. Os projetos “Visitas Mediadas no MHNJB”, “Trilha Jardim Botânico” e “Trilha da
Cartografia Histórica” possibilitam o atendimento ao público agendado e espontâneo do MHNJB por
meio de trilhas interpretativas; o projeto “O Jardim Botânico vai à escola” desenvolve ações educativas
envolvendo os professores e estudantes das escolas do entorno do MHNJB. Outra linha de ação destina-
se à formação de professores e pedagogos, a partir da oferta de cursos e oficinas destinadas a esse
público. Os eventos visam à formação de público para o Museu, como a “Colônia de Férias no Museu” e
o “Lua Cheia no Museu”, bem como aqueles eventos que tem por intuito permitir a participação do
MHNJB nas atividades anualmente propostas pelo Instituto Brasileiro de Museus/IBRAM e por outros
agentes, instituições científicas e culturais da sociedade, que trabalham com a divulgação da ciência, da
cultura e de atividades museais, além das demandas da UFMG. Esta ação de extensão também contribui
para o cumprimento da missão institucional do MHNJB, no que concerne a formação de pessoal e
função social do museu, além de cumprir com as diretrizes da extensão universitária.
Mesa 2: Práticas Inclusivas
Inclusão de Jovens do Sócioeducativo da Grande Belo Horizonte: a morte resgatando a vida
Alexandre Guilherme de Miranda Azevedo Meneses
Ana Luisa Moreira Silva, Italo Cassimiro Costa, Ethel Mizrahy Cuperschmid, José Lucas
Magalhães Aleixo, Letícia Alves Martins, Sarah Campos Cardoso, Sarah Saggioro de Carvalho,
José Fernando de Carvalho Pires
Desde outubro de 2015 o Centro de Memória da Medicina, juntamente com os alunos do Diretório
Acadêmico Alfredo Balena e os responsáveis pelo Horto Medicinal Frei Veloso, da Faculdade de
Medicina da UFMG se organizaram para receber turmas de jovens de Unidades Socioeducativas do
Estado de Minas Gerais num processo de reintegração social, através de visitação do espaço museal,
horto medicinal e sala de anatomia da Instituição. A união de equipes evidenciou o potencial desta ação
extensionista e o público sofreu transformações reais que foram externalizadas na ocasião. Houve
ressignificação de conceitos como vida, morte e escolhas responsáveis.
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As Práticas Educativas Inclusivas no Espaço do Conhecimento UFMG
Kátia Ariane da Silva
Silvania Souza do Nascimento (Orientadora)
Esta pesquisa se propôs a investigar as ações realizadas no ambiente não formal de ensino, em especial
as atividades realizadas pelos mediadores do Espaço do Conhecimento da UFMG. Na atualidade os
espaços culturais apresentam um rico potencial discursivo, além de se apresentar como um local aberto
para receber vários tipos de públicos, independente de suas necessidades especiais. Com isso, surgiu a
necessidade de identificar, “O potencial inclusivo das atividades realizadas no Espaço do Conhecimento
UFMG". Os objetivos desta pesquisa se referem ao desenvolvimento em colaboração com os
mediadores de ações que enriqueçam as práticas educativas acessíveis da Instituição. Também é
intenção identificar os pontos positivos e negativos da Instituição, no que se refere a essas práticas
acessíveis realizadas. Este estudo adotou uma abordagem metodológica a partir das concepções da
pesquisa-ação e pesquisa documental, seguida da aplicação de um questionário, a fim de compreender
as percepções dos mediadores sobre as atividades inclusivas realizadas pelo setor educativo. Os dados
coletados foram analisados a partir da perspectiva das pesquisas descritivas e da análise de conteúdo.
Os resultados parciais desta pesquisa demonstram que o Espaço do Conhecimento, desenvolve ações
educativas específicas para pessoas com deficiência utilizando recursos multissensoriais, intérprete de
LIBRAS e materiais confeccionados em Braille para facilitar a autonomia dos sujeitos durante a visitação.
Neste sentido, podemos destacar que o Espaço do Conhecimento UFMG realiza ações educativas
inclusivas, promove a formação continuada dos mediadores que atuam no espaço e produz ações
formativas e inclusivas para a sociedade de modo a incluir as pessoas com deficiência nos espaços
culturais em duas frentes: nas questões espaciais e cognitivas, a última ao adaptar o conteúdo das
exposições e atividades para os sujeitos de forma singular.
Pensar o museu como espaço socioeducativo: projeto de inclusão socioeducativa e cultural
de jovens em conflito com a lei
Walter Rebuite dos Santos Junior
Maria Luiza Bocc, Cristiane de Almeida Barbosa, Marília de Fátima Siqueira de Oliveira, Camila
Dutra Moreira de Miranda, Lucas Felipe Almeida Athayde, Alessandra Abrão Resende
As medidas socioeducativas (MSE) são sanções com finalidade educativa, visando à reinserção familiar e
social do adolescente autor de ato infracional. Medidas de meio aberto, como os programas Liberdade
Assistida (LA) e Prestação de Serviços Comunitários (PSC), têm diminuído a reincidência do ato
infracional, mas apresentam dificuldades na reinserção do jovem na sociedade e mercado de trabalho.
O objetivo do projeto é oferecer o Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG como espaço
socioeducativo aos jovens, desenvolvendo ações voltadas para a promoção e valorização do patrimônio
natural-histórico-cultural, como visitas mediadas a espaços expositivos, oficinas e outras atividades
educativas nas áreas de visitação e reserva florestal. A proposta tem sido construída coletivamente com
a Gerência de MSE da Prefeitura de Belo Horizonte, técnicos e adolescentes dos programas PSC e LA das
Regionais parceiras, inicialmente num formato de projeto piloto, envolvendo as regionais Centro-Sul,
Leste e Nordeste. Para isso, foram realizados encontros de formação com 21 técnicos no Museu e nas
Regionais e posterior apresentação da proposta aos adolescentes. Até o momento foram realizadas três
visitas ao museu, com a participação de 21 adolescentes. Os roteiros consideraram escolhas dos jovens,
compreendendo a trilha interpretativa do Jardim Botânico, oficina Plantar e atividade “Enduro a pé no
Museu: trilhando o Conhecimento”. De modo geral, os jovens se mostraram muito entusiasmados com
as atividades. Ao final de cada visita, foi feita uma avaliação com os adolescentes, em que a maioria
manifestou interesse em voltar ao museu e sugeriu exposições para os próximos roteiros. Os técnicos
também avaliaram positivamente as visitas, a partir de observações do comportamento dos
adolescentes nas atividades e, posteriormente, nos atendimentos individuais. Por meio desta ação, o
MHNJB pretende contribuir para reinserção social e fortalecimento dos laços do jovem com a sociedade.
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Mesa 3: Subsídios para Ações Educativas - Estudos de Público e de
Acervo
Pesquisa de público na Estação Ecológica da UFMG: Conhecendo seu público escolar
Flavia Maria Skau de Souza
Sem outros autores
O trabalho apresenta estudos de reconhecimento de seus visitantes, a partir de um estudo de usuários
que objetiva identificar e caracterizar os interesses, as necessidades e os hábitos de uso da informação.
É fundamental perceber que estudos relacionados ao público de museus e espaços de ciências se
tornam necessários, visto que atualmente estes se encontram na centralidade da vocação institucional
dos mesmos. Com o objetivo de analisar a percepção ambiental e hábitos de cultura dos alunos, foi
coletado informações sobre projetos, feiras e eventos desenvolvidos nas escolas; a aplicação de
questionário semiestruturado com perguntas relacionadas ao meio ambiente e aos hábitos de cultura.
Neste contexto foram analisados 70 questionários de alunos da rede pública e particular de ensino da
cidade de Belo Horizonte de diversas regiões, cursando o ensino fundamental e com faixa etária de 8 a
13 anos. Com os resultados obtidos em relação às perguntas a cerca do meio ambiente verificou-se que
a maioria dos alunos distinguem o ambiente natural do ambiente que o homem constrói e que
problemas ambientais são relacionados à falta de água, esgoto e lixo na rua e a responsabilidade quanto
estes problemas estão relacionados a toda a sociedade; quanto ao acesso em espaços de lazer gratuitos
é maior pelos alunos do ensino público em relação ao ensino particular.
O Cemef/UFMG e o processo de organização dos acervos arquivísticos
ANDERTON TAYNAN ROCHA FONSECA
MEILY ASSBÚ LINHALES
Vinculado a Rede de Museus e Espaços de Ciências e Cultura da UFMG, o Centro de Memória da
Educação Física, do Esporte e do Lazer (Cemef/UFMG), possui características de arquivo, museu e
biblioteca e coloca-se como espaço de pesquisa, ensino e extensão universitária, aberto à comunidade
de estudantes, professores e pesquisadores. No Cemef/UFMG objetiva-se recuperar, preservar e
divulgar a história e a memória da Escola de Educação Física, onde está sediado, e também a história da
Educação Física, do Esporte e do Lazer em Belo Horizonte. Para a realização de tais objetivos organiza
diferentes frentes de trabalho. Nessa comunicação priorizamos o processo de constituição e
desenvolvimento de sua Política de Acervo, instituída a partir de 2014. Desde então, o trabalho com os
arquivos e as coleções do Cemef/UFMG tem direcionado o tratamento arquivístico (processos de
organização física e intelectual) para os seguintes conjuntos: Arquivos Institucionais, Arquivos Pessoais
de Professores, Coleção de Documentos Avulsos. Em parceria com a Rede de Museus, o projeto de
extensão “Partilhando Memórias: recepção, organização e disponibilização dos acervos do Cemef/
UFMG” e realizado desde 2013, prioriza atualmente os documentos pertencentes aos Arquivos Pessoais.
As ações incluem: higienização, elaboração dos quadros de arranjo, classificação e descrição dos
documentos e finalização dos instrumentos de consulta. O trabalho com os acervos, além de qualificar a
disponibilidade dos mesmos para os pesquisadores e consulentes, contribui na realização das demais
ações do Cemef/UFMG tais como eventos, exposições e seminários que proporcionam o contato com a
memória da Escola de Educação Física, assim como, fomentam o interesse da comunidade universitária
para os estudos na área. Tais ações realizadas pelo Cemef/UFMG possibilitam à preservação da
memória, assim como qualificam, sobremaneira, os conhecimentos científicos e investigações em curso,
além de potencializar novas pesquisas.
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Os Olhares do Público Espontâneo: subsídios para avaliar as ações do MHNJB
Fernando Elias Campos Barboza
Júlia Cristina Alves de Oliveira, Nilzilene Imaculada Lucindo
Uma das ações tradicionais do MHNJB é a visita mediada que busca apresentar o acervo ao público.
Anualmente, é realizada a contagem do público escolar e espontâneo e a avaliação da visita pelos
responsáveis dos escolares, contudo, não há uma avaliação destinada ao público espontâneo.
Percebendo essa lacuna foi instituída uma pesquisa com vistas a traçar o perfil desse público e
evidenciar seus olhares sobre a visita e a instituição. Sabemos que os museus dependem de público e
que é preciso conhecer as expectativas desse para melhor atendê-las. Não obstante, a avaliação é uma
fonte relevante que fornece um indicativo do trabalho realizado. Os dados apresentados foram
coletados por meio de entrevista, aplicada aos finais de semana, durante dois meses em 2016,
totalizando uma amostra de 72 respondentes. Esses dados permitiram identificar o perfil e explicitar os
olhares do público espontâneo acerca da instituição. O visitante espontâneo do MHNJB é constituído,
em sua maioria, por homens de cor branca, mas há indícios de um equilíbrio quanto ao gênero. Esse
público origina-se da capital mineira, tem idade entre 41 a 50 anos e escolaridade de ensino médio.
Existe um equilíbrio entre o número de visitantes que já conheciam o museu e aqueles que o visitavam
pela primeira vez. A maior parte tomou conhecimento da instituição por dica de familiares, amigos e
conhecidos e por terem visitado o museu na infância. O lazer é o principal motivo da visita e o espaço
expositivo mais visitado é a Paleontologia. Dos entrevistados, 98,6% demonstraram interesse em
retornar à instituição e 100% disseram que indicariam o MHNJB para outras pessoas.Conhecer o olhar
do público que freqüenta o MHNJB contribui para avaliar seu programa de extensão, os serviços
prestados, bem como para ressignificar as práticas desenvolvidas na instituição e propor novas ações
que possibilitem maior aproveitamento do acervo, a inserção de novos públicos e a divulgação do
conhecimento científico para a sociedade.
Mesa 4 - Mediação: Formação e Práticas
O lúdico em ações educativas no Centro de Memória da Farmácia
João Lucas Dorigueto de Oliveira
Gerson Antônio Pianetti, Lucinéia Maria Bicalho
O CEMEFAR desenvolve atividades voltadas para a recepção de estudantes de escolas de Belo
Horizonte, apresentando as possibilidades de formação e de atuação do farmacêutico. Destaca-se neste
trabalho a “Trilha da Farmácia”, um jogo de tabuleiro no qual os jogadores se deslocam por uma trilha,
descobrindo sobre a profissão farmacêutica, sua história e a participação da UFMG em sua construção.
O jogo possui um tabuleiro, dado, peões e cartas com informações, curiosidades e perguntas relativas à
Farmácia, bem como instruções de avanço, recuo ou permanência, de acordo com seu conteúdo. Seu
desenvolvimento levou em conta três aspectos a serem divulgados: a história da profissão, a formação
oferecida pela UFMG, e a atuação profissional. Sua elaboração teve início em 2014, juntamente com
outras atividades, e seu desenvolvimento contou com a contribuição dos bolsistas do Cemefar, nas
áreas de Farmácia, Museologia, História, Letras, e Biblioteconomia. Para tanto, foram feitas pesquisas
sobre os assuntos abordados nas cartas. Dentre os desafios encontrados para o desenvolvimento desse
tipo de atividade, destaca-se a produção de textos com informações claras, concisas e interessantes,
sem que se prejudique a qualidade da informação. Outro desafio foi a elaboração de uma dinâmica de
jogo que permitisse sua rápida execução, tendo em vista que o tempo das visitas, que faziam parte do
Circuito das Vocações, era de aproximadamente 30 minutos, nos quais também se incluíam outras
atividades. Até chegar à versão final, o jogo foi bastante revisto, alterando-se os textos das cartas e
excluindo-se outras. Foram também revistos o percurso e as instruções de avanço ou retrocesso, após
algumas partidas-teste. Após a produção final do jogo e sua execução durante as visitas, em geral, a
recepção foi positiva. Observaram-se diversas reações, como deslumbramento com as informações,
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dificuldade de alguns em ler e compreender os textos e, em poucos casos, indiferença em relação à
atividade.
Experiências de percursos temáticos no Espaço do Conhecimento UFMG
Wellington Luiz Silva
Paula Nuryele de Andrade, Jonathan Philippe Fernandes Barbosa dos Santos, Luiza Nobel Maia,
Bárbara Freitas Paglioto
O Espaço do Conhecimento UFMG privilegia uma diversa representação sobre a ciência, o conhecer e a
produção humana de saberes. Diante deste espectro amplo, recortes temáticos se colocam como um
desafio na mediação entre público e exposições/atividades. A ideia não é engessar as experiências
dentro do museu e sim apresentar uma linha que permita diferentes ramificações dentro da temática
proposta. Ao longo do último ano, desenvolvemos três percursos temáticos, partindo de distintas
motivações. “Marcações do Tempo”: uma proposta de programação especial de fim de ano voltada aos
visitantes espontâneos. “Território Negro para a Infância”: resposta a uma demanda apresentada pela
SMED/PBH sobre a possibilidade de se trabalhar as relações étnico-raciais com a primeira infância. “As
histórias que correm com as águas”: uma proposta de integração entre a exposição de longa duração
“Demasiado Humano” e a exposição temporária “Á Margem”, voltada tanto ao público escolar quanto
espontâneo. A partir destas experiências, foi possível avaliar o rico potencial dos percursos temáticos
para i) favorecer a interdisplinaridade, conectando diversas áreas de estudo dos mediadores; ii) integrar
diferentes setores e atividades (Planetário, exposições, oficinas) e fugir da mediação como algo
repetitivo e monótono; iii) lançar mão de recursos pedagógicos diversos (histórias, imagens, músicas,
intervenções teatrais); iv) instigar o aprofundamento de debates e trocas de experiências com os
visitantes, a partir de articulações de sentidos que partem do singular para o geral; v) permitir, no caso
das visitas escolares, que a visita não gere uma sensação de incompletude, mesmo quando não seja
possível percorrer toda exposição; e vi) facilitar a adaptação à temporalidade, linguagem e ludicidade
próprias da primeira infância. Os resultados positivos se materializam com uma premiação na Semana
de Extensão e incentivam a elaboração de novos percursos como o “Aldeias”, atualmente em
desenvolvimento.
A formação de mediadores no Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG
Flávia Santos Faria
Cláudia Regina de Castro
O projeto Formação de Mediadores de Ações Educativas do MHNJB integra uma das ações do Programa
de Educação Ambiental e Patrimonial do MHNJB (PEAP) e tem como objetivos proporcionar formação
continuada e reflexões sobre a prática pedagógica dos bolsistas envolvidos nas visitas mediadas,
contribuindo também para a formação profissional para atuar em museus, jardins botânicos e outros
espaços de educação não-formal. O processo de formação passou por transformações ao longo da
história do PEAP. No início do programa (1984), as visitas mediadas eram desenvolvidas por professores
da Rede Municipal, que tinham parte de sua carga horária destinada ao atendimento de escolares no
MHNJB, e os alunos de graduação (monitores) acompanhavam estas visitas ao mesmo tempo em que
recebiam uma formação, o que permitia o atendimento do público espontâneo aos finais de semana por
estes alunos. Em outro momento (1992-1999) a formação era pouco sistematizada ficando a cargo dos
próprios bolsistas de extensão. Posteriormente implantou-se um Curso de Formação Continuada de
Monitores (2000-2003), de periodicidade semestral, no qual havia uma formação introdutória seguida
de encontros semanais ao longo do semestre. Nesses encontros eram realizadas reflexões sobre as
novas tendências da educação e o papel sociocultural dos museus na sociedade e formação profissional.
A partir de 2011, a formação passou a ser integralizada na carga horária dos bolsistas, sendo esse
processo considerado parte indissociável da atividade dos mesmos. Várias estratégias são utilizadas para
desenvolvimento das formações, como encontros semanais da equipe, saídas de campo, visitas a outras
instituições, palestras e discussão sobre procedimentos e atitudes relacionados à atividade de
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mediação. Ao longo do tempo observa-se a institucionalização do processo de formação o que
demonstra a responsabilidade do MHNJB na formação destes profissionais e na qualificação para o
atendimento ao público.
Educação Patrimonial aplicada à Conservação-Restauração de Artefatos Cerâmicos
Arqueológicos
Amanda Luzia da Silva
Maria Lúcia Coimbra Scalabrini, Alexandre Oliveira Costa, Enio José Tembe, Ana Carolina Mota
Montalvão, Yacy-Ara Froner Gonçalves
Por meio da Arqueologia, ciência responsável pelo estudo do passado a partir de vestígios materiais, é
possível compreender o contexto de atividades humanas comuns em determinados tempo e espaço,
proporcionando informações essenciais para a construção do conhecimento histórico. Para manutenção
desta memória histórica, os vestígios materiais estudados, denominados artefatos arqueológicos,
devem apresentar uma integridade física tal que possibilite o seu estudo, o que pode ser conseguido
mediante a preservação e a conservação dos artefatos. Com o objetivo de instruir crianças, por meio da
Educação Patrimonial, sobre a importância da conservação de bens arqueológicos, o Laboratório de
Arqueometria e Preservação em Arqueologia (LAPA) do Museu de História Natural e Jardim Botânico da
UFMG desenvolveu uma ação educativa denominada “Primeiros Passos na Conservação de Bens
Arqueológicos”. A realização da ação educativa consistiu na simulação de uma escavação arqueológica,
onde as crianças procuraram, dentro de caixas de areia, fragmentos de cerâmica (pratos cerâmicos
ilustrados) os quais foram limpos com pincel, medidos com régua e desenhados em folha de papel,
simulando um procedimento de identificação de peças em um trabalho de campo. Em seguida, as
crianças simularam o trabalho do conservador-restaurador de reconstituição da peça, realizando a
montagem do “quebra-cabeça” seguida pela encolagem dos fragmentos. Ao final, foi realizada uma
entrevista rápida com algumas crianças, acerca dos conteúdos aprendidos com a atividade.
Considerando as respostas das crianças, que disseram terem aprendido sobre o trabalho do arqueólogo
e sobre a importância de preservar bens arqueológicos a fim de deixarem registros do passado para
gerações futuras, concluímos que foi possível alcançar nosso objetivo de contribuir, de forma lúdica e
interativa, na formação cidadã e no saber científico das crianças participantes.
Mesa 5 - Mediação: Formação e Práticas
Contações de histórias: prática para promover a tolerância
Paula Nuryele de Andrade
Bárbara Freitas Paglioto, Luiza Nobel Maia, Jonathan Philippe Fernandes Barboza Dos Santos ,
Wellington Luiz Silva
As cosmogonias buscam apresentar diferentes visões sobre a criação do mundo e da vida pela ótica de
diversas culturas espalhadas pelo globo. No módulo dedicado às cosmogonias na exposição “Demasiado
Humano”, no Espaço do Conhecimento UFMG, estão presentes as cosmogonias grega, judaico-cristã,
yorubá, maxacali e maia, todas de grande influência na formação cultural brasileira. A partir deste
conjunto, é possível tratar variadas dimensões educativas muito caras ao debate sociocultural e
imprescindíveis à reflexão sobre a nossa realidade e à construção de um senso de cidadania. Debates
sobre a diversidade de crenças e culturas ou sobre como diferentes formas de opressão e discriminação
(como machismo, racismo e outros) atingiram tamanha proporção em nossa sociedade, encontram um
espaço propício para sua abordagem nesse módulo da exposição. Inspira questionamentos acerca da
formação da nossa cultura, de como ela é produto de um processo sincrético que, ainda assim, gera um
apagamento e esquecimento dos inúmeros povos que contribuíram para a formação da identidade
brasileira. Enquanto um espaço formador e difusor da cultura, entendemos ser extremamente
importante que o Espaço do Conhecimento UFMG leve à sociedade esse debate muito presente na
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academia e o torne acessível para toda e qualquer idade. Assim, diversas ações, como as "contações"de
histórias nas cosmogonias, enaltecem a importância dessas formas de conhecimento e de
relacionamento com a realidade buscando debater e desconstruir algumas premissas já naturalizadas e
difundir a ideia de que na cultura nada é dado, tudo é socialmente construído. Estas são algumas das
principais formas de levar ao público tudo que estudamos e discutimos enquanto equipe educativa
atuante no museu.
Vagalume mirim: o claro e o escuro no ritmo da vida
Láuren Machado Drumond de Souza
José Henrique Bueno; Graciela Frucchi; Luciana Boaventura; Gleydes Gambogi Parreira
Aprender, estudar, observar e interagir são operações diárias que podem ser prejudicadas por
dificuldades de memorização, fadiga e déficit de atenção. Pesquisas revelam que estas manifestações,
cada vez mais detectadas nos dias atuais, estão muitas vezes associadas ao nosso "desrespeito" com o
relógio biológico (ritmo circadiano), um sistema cerebral de percepção do tempo que regula o
metabolismo corporal, durante um ciclo de 24 horas. Diante disto, o conhecimento sobre quais períodos
do ciclo são ideais para realizar atividades como estudar, alimentar, exercitar e dormir são fundamentais
para otimizar o aproveitamento do dia. Neste sentido, o Museu de Ciências Morfológicas (MCM) criou o
projeto "Vagalume Mirim", que reuniu atividades com o objetivo de proporcionar a "vivência" de um
ciclo circadiano. Foram realizadas 4 oficinas com grupos de 35 estudantes entre 11 e 15 anos. Após uma
breve introdução sobre o tema, os alunos foram “batizados” como "Luminous", o vagalume-mascote,
estando assim credenciados para participar da oficina. A oficina incluiu gincanas e teatros com o uso de
objetos interativos como animais, relógios, alimentos, bebidas, itens sonoros e luminosos, e moléculas
hormonais, de tal forma que eles pudessem, através de experiências lúdicas, aprender sobre seu
metabolismo corporal. Os resultados nos mostraram que, na faixa etária estudada, o conhecimento
sobre ciclo circadiano é escasso, uma vez que a atenção e o investimento voltados para esta área são
ainda incipientes. Entretanto, chamou nossa atenção que o interesse e a participação dos alunos
durante as oficinas foram ótimos indicativos de que essa situação tem todo o potencial para melhorar.
Ao final do evento houve uma breve cerimônia de entrega da declaração certificando-os como
"Luminous" - os mais recentes Cientistas Mirins do MCM, que com sua bioluminescência serão os
"portadores" iluminando consciências sobre a importância do respeito à saúde e do cuidado com o
próprio corpo.
O museu como campo de formação e atuação do Pedagogo
Nilzilene Imaculada Lucindo
Em 2014 houve um aumento na procura do MHNJB por licenciandos de Pedagogia, o que culminou, em
2015, na implementação do Encontro de Formação de Pedagogos – “O Pedagogo no Museu”. Essa ação
de extensão tem por objetivo geral ampliar o conhecimento dos licenciandos e pedagogos sobre as
ações educativas do MHNJB e como objetivos específicos busca expandir o conhecimento sobre os
museus; apresentar o MHNJB como um possível locus de atuação do pedagogo; diversificar as
atividades científico-culturais das quais os alunos devem participar; proporcionar aos pedagogos
conhecimento sobre as potencialidades do MHNJB visando auxiliá-los na proposição de atividades junto
aos docentes; estimular a produção do conhecimento sobre a atuação do pedagogo no museu. Para
alcançar o último objetivo específico foi desenvolvida uma pesquisa que permitiu identificar o conceito
de museu que os licenciandos possuem (antes e após) a experiência vivenciada; se o museu é um
espaço educativo e de atuação do pedagogo; as atribuições do pedagogo no museu e se essa ação é
relevante para o processo formativo dos licenciandos. Os resultados, com base na percepção de 117
licenciandos, indicaram que o conceito de museu que eles detêm está relacionado a um espaço que
retrata o passado e a história e guarda e expõe objetos antigos, mas após a experiência vivenciada esse
conceito foi extrapolado. Para 99,1% deles o museu é um espaço educativo e de atuação do pedagogo,
sendo suas atribuições o desenvolvimento de projetos; a formação e coordenação de mediadores; o
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planejamento, organização e avaliação das atividades educativas; elaboração de roteiros para as visitas,
dentre outras. Participar desse encontro representou para os licenciandos “ampliar sua visão sobre o
campo de atuação do pedagogo; adquirir conhecimento; compreender a relevância dos museus e as
possibilidades que esses oferecem; oportunizar troca de experiências e aprendizado; perceber a relação
teoria e prática; ampliar o conceito de museu”.
A experiência e o fazer na Trilha Jardim Botânico do Programa de Educação Ambiental e
Patrimonial do MHNJB
Cristiane de Almeida Barbosa
Walter Rebuite Santos Junior, Bráulio S. M. Leão Silva, Flávia Santos Faria, Jacqueline G.
Rodrigues, Alessandra Abrão Resende, João Renato Stehmann
Na atualidade a experiência tem sido negligenciada devido à falta de tempo, excesso de atividades,
informações e opiniões que induzem a uma falsa ilusão de conhecimento e privam as pessoas do
aprendizado por meio deste processo. Acreditamos na capacidade de formação e transformação da
experiência, no poder de tornar as crianças observadoras, atentas dos seus próprios lugares no espaço,
com a esperança de que desenvolvam o sentimento de que pertencem a um lugar específico e,
portanto, cuidem desse lugar. Essa expectativa surge da necessidade em tornar o mundo um lugar
interessante e vibrante para as pessoas, em especial às crianças, cada vez mais expostas a
equipamentos eletrônicos, que inibem seu contato com o mundo real. A Trilha Jardim Botânico integra
um dos roteiros das visitas mediadas ao MHNJB e tem como objetivos principais mediar o contato do
público espontâneo e agendado com elementos da fauna e da flora do jardim botânico, bem como
sensibilizá-los para a importância de conservar a natureza. As ações direcionam-se principalmente ao
público agendado, escolas da educação básica e grupos comunitários, acompanhados por um educador
que realiza a visita por meio da mediação dialógica, numa troca de conhecimentos com os visitantes.
Com abordagem menos conteudista, mais lúdica e sensorial, privilegia-se os interesses dos sujeitos em
relação ao patrimônio natural do MHNJB, tornando a visita mais significativa, privilegiando a experiência
dos mesmos por meio de oficinas, dinâmicas e jogos lúdicos. Em 2016, a Trilha JB e demais espaços do
JB receberam cerca de 6.000 visitantes agendados. Cerca de 90% dos grupos agendados para a Trilha JB
solicitaram a inclusão de alguma oficina em seus roteiros: oficina plantar, cartão ecológico, a vida em
uma gota d’água, mini jardim e papel reciclado, evidenciando o reconhecimento da relevância do
aprendizado pela experimentação.
Mesa 6 – Mediação: Formação e Práticas
O Circuito de Vocações Científicas no Centro de Memória da Odontologia: relato de uma
experiência de mediação
Laura Fraga Nunes
Maria Inês Barreiros Senna, Rita de Cássia Marques, Eliot Niveo Santos Horta
O Centro de Memória da Odontologia (CMO), em 2016, reinaugurou a exposição permanente buscando
ampliar a sua visibilidade junto ao público interno e externo. O Circuito de Vocações Científicas da Rede
de Museus da UFMG se consistiu numa importante estratégia com a visitação de estudantes do ensino
médio da rede pública. A missão do Circuito de Vocações Científicas é despertar o interesse desses
jovens estudantes a uma possível escolha de carreira por meio de visitas guiadas pelos distintos espaços
das unidades acadêmicas. Na Faculdade de Odontologia, o roteiro se iniciou pela exposição
permanente, iniciada com visita sob mediação pela bolsista de extensão com um breve relato dos
primórdios da profissão de Cirurgião Dentista, a sua evolução até os dias atuais e a história da fundação
da Escola Livre de Odontologia (1907). Os espaços de Diretório Acadêmico e das Clínicas também foram
visitados pelos estudantes, com o intuito de mostrar o dia-a-dia dos acadêmicos do curso de
Odontologia. As formas de ingresso como paciente ou como estudante da UFMG também foram
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discutidas, uma vez que a maior parte dos estudantes não tinha conhecimento que a Universidade
Pública é gratuita e é direito de todos e que a Faculdade de Odontologia é conveniada ao SUS. Ao final
da visita guiada foram distribuídos brindes de higiene oral como um estímulo à manutenção da saúde
bucal. Neste sentido, ressalta-se a importância da mediação proporcionada pela bolsista de extensão,
como uma terceira pessoa que estabelece o contato do público com o patrimônio cultural, produzindo
uma relação de apropriação entre os estudantes, os objetos, a história e as informações sobre o curso
de Odontologia e a Universidade.
Educação Infantil: novos sujeitos transformando práticas
Luiza Nobel Maia
Bárbara Freitas Paglioto, Jonathan Philippe Fernandes Barboza Dos Santos, Paula Nuryele de
Andrade, Wellington Luiz Silva
O Espaço do Conhecimento UFMG apresenta em sua exposição de longa duração, “Demasiado
Humano”, aspectos da origem do universo, das sociedades e da construção cultural que a humanidade
engendrou. O público visitante sempre foi diverso, mas o atendimento específico às UMEIS (Unidades
Municipais de Educação Infantil), a princípio se resumia à Semana da Educação Infantil em agosto. A
partir de uma parceria com a SMED/PBH no ano de 2016, esse atendimento se ampliou, passando a
ocorrer uma sexta-feira por mês, nos turnos da manhã e tarde. A partir dessa parceria, houve uma
transformação nas nossas reflexões acerca do processo de acolhimento e mediação para esse público. O
primeiro passo foi entender essas crianças de 03 a 05 anos como sujeitos de direitos como o acesso à
cidade, ao bem público e, especialmente, aos espaços de cultura, entendidos também enquanto
espaços de formação. A presença da educação infantil nos levou a uma busca por práticas de mediação
que se aproximassem desse universo. Nessa busca, foi de grande importância a nossa participação no
Fórum Permanente de Mediação Cultural para Crianças. A partir destes embasamentos, a equipe
educativa do Espaço do Conhecimento UFMG tem elaborado percursos voltados aos visitantes da
primeira infância, sendo que um deles, “Território Negro para a Infância” acabou premiado na semana
de extensão da UFMG. Através da prática e da reflexão sobre as atividades que vem sendo
desenvolvidas, o trabalho com a educação infantil está se consolidando na nossa rotina. Inserindo
brincadeiras e músicas, mas sobretudo buscando desenvolver uma temporalidade própria para a visita
dessa faixa etária, a mediação tem se aprimorado. É fundamental compreender que toda essa
transformação se deu graças à presença desses sujeitos e suas respostas a cada proposta
experimentada. Não nos sentimos prontos, mas estamos construindo juntos. Hoje, a necessidade de se
considerar esse público em cada nova intervenção ou exposições temporárias.
O Jardim Botânico vai à Escola: integração MHNJB/UFMG e escolas de Belo Horizonte
Marília de Fátima Siqueira de Oliveira
Maria Luiza Bocc, Alessandra A. Resende, Flávia S. Faria, Paulina M. M. Barbosa, Rosy Mary dos
Santos Isaias, Clemens Peter Schlindwein.
O projeto O Jardim Botânico vai à Escola (JBVAE) integra o Programa de Educação Ambiental e
Patrimonial do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG (MHNJB) desde 2012. Originado
na Rede Brasileira de Jardins Botânicos e adaptado às peculiaridades do MHNJB, desenvolve um
trabalho diferenciado com a comunidade escolar vizinha. Seu objetivo é estabelecer um processo
educativo com esta comunidade por meio de ações de educação ambiental e patrimonial, para divulgar
o papel dos jardins botânicos na promoção da sustentabilidade socioambiental e promover um
sentimento de apropriação dos participantes, estimulando um uso mais efetivo e intenso do MHNJB
como espaço de lazer e cultura. A equipe realiza encontros formativos com professores e alunos na
escola e no museu, visando apresentar o potencial educativo da reserva florestal e exposições. São
disponibilizados diversos materiais lúdicos/informativos, que oferecem suporte para o docente facilitar
a aprendizagem dos alunos. São elaborados e executados coletivamente subprojetos a partir das
demandas do professor para trabalhar a educação ambiental relacionando os conteúdos ministrados
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com atividades desenvolvidas no MHNJB, utilizando-o como uma extensão da sala de aula. A avaliação
das ações é processual, concluída ao final de cada etapa do projeto, realizada pela escola e equipe do
JBVAE. Desde sua implantação, o projeto já atendeu cerca de 4.000 pessoas, entre professores, alunos e
familiares, atuando em parceria com 8 escolas de Belo Horizonte e instituições afins, desde Educação
Infantil até o Ensino Médio, produzindo subprojetos relevantes como Pequenos Autores: Seu Juca vai se
Mudar, premiado como melhor trabalho de Ensino Fundamental na 17ª UFMG Jovem, e Enduro a pé no
MHNJB: trilhando o conhecimento. Com este projeto contribuímos para agregar qualidade ao Ensino
nas escolas, para a valorização e formação do docente e para o envolvimento da comunidade escolar
com questões do MHNJB.