Instrumento para a recomposição inflacionária e
ganho real para salários de servidores públicos
Estudo caso: Proposta campanha salarial 2009 / SINDISERV
Produção: Iplan
Três momentos distintos das
reivindicações econômicas
sindicais contemporâneas
Período de inflação alta / hiperinflação
Objetivo = evitar a perda inflacionária sobre o poder de compra dos salários, ou seja, recompor a inflação (gatilho, trimestralidade...)
Em termos de ganho = zero.
Primeiros anos da estabilidade econômica
A recomposição inflacionária (100% do INPC) passa a ser a regra para o reajuste dos salários.
Algumas categorias iniciam reivindicações visando ampliar o poder de compra, ou seja, buscando o ganho real.
Bancários denunciam os lucros exorbitantes dos
bancos.
Crescimento real do salário mínimoCom o sucesso da política de
recuperação do poder de compra do salário mínimo nacional, em um cenário de crescimento econômico no Brasil, as categorias buscam o ganho real subsidiando os pedidos no desempenho do segmento / setor.
Salário Mínimo US$ 100,00 = R$ 190,70
U$ comercial venda em 21/07/09 = R$ 1,907
Política de reajuste do salário mínimo
Evolução nominal do Salário Mínimo
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
350,00
400,00
450,00
500,00
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Série1 465,00 415,00 380,00 350,00 300,00 260,00 240,00 200,00 180,00 151,00 136,00 130,00
fev/09 mar/08 abr/07 abril-06 maio-05 maio-04 abril-03 abril-02 abril-01 abril-00 maio-99 maio-98
Cálculo de crescimento real do Salário Mínimo no período entre 1998 e 2009
Índice de inflação: INPC / IBGE Acumulado no período: A variação do índice INPC (IBGE)
para o período de 01/05/1998 a 31/01/2009 é 104,6507%. Ou: ((104,6507/100)+1) = 2,046507
Cálculo: Valor em 02/2009 = R$ 465,00 Valor em 05/1998 = R$ 130,00 Crescimento = 465 / 130 = 257,7% ou ((257,7/100)+1) =
3,577 Ganho real = 3,577 / 2,046507 = 1,7 -1 x 100 = 74,8%
Evolução acumulada nominal e real do Salário Mínimo
16,2
38,5 53,8
84,6
100,0
130,8
169,2192,3
219,2
257,7
4,6
19,1
20,6 22,023,5 33,7
51,158,8 65,2 74,8
6,10,70,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Nominal Real (deflacionado)
*A inflação foi apurada pelo INPC / IBGE
A comparação dos pisos normativos com o Salário Mínimo
Os trabalhadores estão comparando o salário que recebem com o salário Mínimo Nacional. Salvo exceções, o espanto é a tônica!
2,39 2,372,48
2,23 2,18 2,21 2,14
1,891,73 1,70 1,65 1,54
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Padrão 1 – Servidores municipais Caxias
Algumas perguntas:
Os padrões estão perdendo poder de compra?
O padrão 1 será igual a um salário mínimo?
Uma vez eu ganhava quase 2,5 salários mínimos, hoje ganho 1,5. Estou perdendo dinheiro?
O que está acontecendo?
Políticas de recomposição diferenciadas
Padrões salariais: Inflação =
trimestralidade (IGPM / FGV; IPC / FIPE e IPC / IEPE / UFRGS)
Aumento do poder de compra = negociação ano / ano. Sem parâmetro.
Salário Mínimo : Inflação: INPC / IBGE
Aumento do poder Aumento do poder de compra: PIB de 2 de compra: PIB de 2 anos anteriores a anos anteriores a data base.data base.
Comparativo de evolução do ganho real
5,20
74,78
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Crescimento Real
Padrão 1 Salário Mínimo Nacional
Evolução nominal do padrão 1
200,00
300,00
400,00
500,00
600,00
700,00
800,00
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Evolução Nominal 717,66 683,49 645,55 604,55 566,15 555,98 530,89 435,00 401,61 374,38 321,73 310,50
fev/09 mar/08 abr/07 abril-06 maio-05 maio-04 abril-03 abril-02 abril-01 abril-00 maio-99 maio-98
Comportamento acumulado nominal e real do Padrão 1, na data de reajuste do Salário Mínimo
*A inflação foi apurada pelo método da trimestralidade
40,10
70,9879,06 82,33
94,70
107,91
120,13
131,13
-0,336,66 6,66 6,79 6,59 5,90
-1,094,51 7,45 7,39 5,26
29,3420,57
3,62
-20,00
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
140,00
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Nominal Real
Comparativo de evolução dos valores nominais
3,6220,57
29,3440,10
70,9879,06 82,33
94,70107,92
120,14131,13130,77
169,23
192,31
219,23
257,69
4,62
16,15 38,4653,85
84,62100,00
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Padrão 1 Salário Mínimo
O padrão 1 perdeu poder de compra?
Período Padrão 1 Cesto
fev/09 717,66 692,38
mar/08 683,52 643,61
abr/07 645,59 580,57
abril-06 604,55 549,59
maio-05 566,15 568,25
maio-04 555,98 548,62
abril-03 530,89 537,66
abril-02 435,00 414,78
abril-01 401,61 379,87
abril-00 374,38 346,49
maio-99 321,73 323,45
maio-98 310,50 314,70
A comparação do valor do padrão 1 com o cesto básico do IEPE / UFRGS permite a análise do comportamento do poder de compra.
Cesto básico: alimentação, higiene, educação, lazer, entre outros.
O padrão 1 perdeu poder de compra?
Não. No período houve a recomposição inflacionária, com ganho real (5,26%). Em relação ao cesto básico do IEPE UFRGS o valor é, praticamente, o
mesmo, com variação pouco relevante (+0,05).
0,99 0,991,08 1,06 1,05 0,99 1,01 1,00
1,10 1,11 1,06 1,04
0,00
1,00
2,00
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
A prefeitura pode conceder ganho real?
Evolução da RCL Evolução das DLP Comportamento do índice de
comprometimento face ao limite estabelecido pela L.R.F.
Período: 2002 a 2008.
Evolução da RCL (2002/2008)
*A inflação foi apurada pelo método da Trimestralidade
130,47
60,15
43,9118,37
33,71
53,58
70,68
95,79
9,27 13,62
26,2836,35
47,02
8,33
17,68
21,62 25,1833,18
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
140,00
2003 2004 2005 2006 2007 2008
Nominal Real Inflação
Evolução da DLP
43,62
65,63 66,63
112,26
32,3225,12
47,4933,60
17,78
18,1013,528,73
43,91
33,18
25,18
21,6217,68
8,330,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
2002 2003 2004 2005 2006 2007
Nominal Real Inflação
O índice de comprometimento da Receita com a folha
44,84 44,80 41,93 43,5138,21 41,37
44,62
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Alternativa para aplicação da política do salário mínimo Alternativa – o ganho real de 2007 apurado a
partir da RCL. Os nºs: RCL 2007 – R$ 587.411.778,53 RCL 2006 – R$ 512.055.967,87 Crescimento nominal = 14,72% Inflação 2007 = IGPM (7,75%) + IPC / FIPE
(4,37)+ IPC / IEPE (7,05) = 6,39% Crescimento real
= 14,72 / 6,39 = 7,83%
Ensaios de comprometimento LRF
Crescimento real % DLPprojeção
DLP RCL % LRF
Salário Mínimo (1998 / 2008) 66,04 285.539 474.111 691.449 68,57
RCL (2002 a 2008) 46,02 285.539 416.942 691.449691.449 60,30
Crescimento Real da RCL 2007 (base 2008) 7,83 285.539 307.883 691.449691.449 44,53
Crescimento Real da RCL 2007 (base 2009) 7,83 285.539 332.426332.426 726.021726.021 45,79
RCL = Projeção com: RCL = Projeção com: inflação 5%inflação 5% DLP = Projeção com: DLP = Projeção com:
inflação (5%) + Ganho real (7,83%) + Recomposição 2008 inflação (5%) + Ganho real (7,83%) + Recomposição 2008 (2,84%)(2,84%)
O cenário econômico considerado nas projeções A RCL foi projetada
considerando um cenário onde não haveria crescimento real. Em relação a série histórica, seria uma exceção.
Para isso ocorrer, precisará haver um cenário econômico recessivo.
Algumas considerações
A proposta deslocou o eixo da negociação para o ganho real. Recomposição inflacionária não se discute mais, ou seja, sem perdas.
A discussão econômica está centrada em um exercício encerrado e em dados oficiais. Logo, não há como negar o desempenho.
O sindicato, ao dispor de uma proposta fundamentada no desempenho da Administração Pública sai da estratégia defensiva e amadora do “queremos tanto”.
Algumas considerações Os ensaios matemáticos permitem
identificar índices que respeitem a L.R.F.
A política de atrelar o ganho real ao crescimento da RCL torna a proposta responsável e madura. Se não houver crescimento real da receita, não haverá ganho real para a categoria.
Os formatos e itens considerados na produção blindam a proposta de ataques perante a opinião pública.
O acompanhamento contínuo do desempenho financeiro da administração pública permite identificar os reais efeitos da crise e possibilita contra argumentos a “choros” como a crise.
Três grandes desafios Aprimorar a proposta
(considerar a possibilidade de reivindicar parte do ganho real, a partir da consideração do crescimento das demandas sociais).
Como transformar em política permanente?
Convencimento e mobilização da categoria.
www.iplancaxias.com.br