Literatura
3º ano do Ensino Médio
Prof. Andréia Campos
BRASIL NO INÍCIO DO SÉCULO XX
CONTEXTO HISTÓRICO
Pós-republicano.
Positivista (o conhecimento científico é o
verdadeiro) e liberal.
Ascensão da burguesia Minas x São Paulo.
Crescimento industrial, urbanização e imigração.
Pressão por mudança política (profissionais
liberais, pequena classe média, o proletariado).
Dois “Brasis”
TRADICIONALISTA
e CONSERVADOR
Poder
INDUSTRIAL e
URBANO
Modernização
ARCAÍSMO
RURAL
REFINAMENTO
LITORÂNEO
VALORES
Há um desejo de redescoberta do Brasil – do Brasil
doente, pobre, ignorado e esquecido.
Explicitação do atraso - há uma tentativa de
reinterpretação social do atraso e da miséria.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO PRÉ-MODERNISMO NO BRASIL
Momento de transição e ruptura.
Rejeição à “Literatura sorriso da sociedade”.
Regionalismo.
Denúncia da realidade.
Mostra os marginalizados.
Novas formas de expressão.
Sincretismo literário.
Romances de Tese, ensaio, panfleto.
Forma tradicional x conteúdo inovador.
DENÚNCIA
PROTESTO
CRÍTICA
DOCUMENTO
PRINCIPAIS AUTORES
EUCLIDES DA CUNHA
Intérprete do Brasil
Guerra de Canudos
Sertão da Bahia
Denúncia / panfleto
Análise sociológica
Rebuscado
OBRA
Caráter científico
Tratado geofísico e social
do país
Divide-se em três partes:
Meio – a terra
Raça – o homem
Momento histórico – a luta
MONTEIRO LOBATO
Linguagem culta
Interior de SP
Miséria
Caboclo/ caipira
Jeca Tatu
Literatura infantil
OBRA
Fungo parasita, se alimenta
da seiva
Jeca Tatu
Vive à margem da cidade
grande e da História
Caricato – sempre de
cócoras
Regido pela “lei do menor
esforço”
LIMA BARRETO
Linguagem coloquial
Brasil – ufanista
Personagem popular
Subúrbio do RJ
Preconceito / militante
Bom humor / ironia
OBRA
Caricatura do patriota
ingênuo, ufanista em
confronto com bajuladores,
carreiristas.
Despimento da imagem
ingênua da pátria.
AUGUSTO DOS ANJOS
Linguagem culta
Poesia cientificista
Existencialismo
Angústia da vida
Morbidez - morte orgânica
Materialista
OBRA
Estranhamento
Considerado grosseiro pela
crítica e público
Palavras com forte carga
cientificista
Uma das obras mais lidas
entre os brasileiros
Versos Íntimos Augusto dos Anjos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Comparando o título com o
conteúdo do poema, ela soa
irônico porque sugere um
poema subjetivo, sentimental
e, na verdade, tem conteúdo
agressivo, quase grotesco.
Versos Íntimos Augusto dos Anjos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Do ponto de vista formal, o
texto se caracteriza como
um soneto clássico.
Esquema métrico e o
esquema rímico nele
presentes:
versos decassílabos e rimas
regulares
(ABBA; BAAB; CCD; CCD;
EED)
Versos Íntimos Augusto dos Anjos
Vês!/ Nin/guém/ a/ssis/tiu/ ao /for/mi/dá /vel
En / te / rro / de / tua / úl / ti / ma / qui / me / ra.
So / men / te a In / gra / ti / dão / - es / ta / pan / te / ra -
Foi / tua / com / pa / nhei / ra / in / se / pa / rá / vel!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Versos Íntimos Augusto dos Anjos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Desde a primeira estrofe,
percebe-se que o sujeito lírico
relaciona a vida social do
homem à vida dos animais
selvagens, por meio de
imagens que lembram o
estilo naturalista, em seu
determinismo cientificista e
em seu materialismo.
Versos Íntimos Augusto dos Anjos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Os versos que iniciam a
segunda e terceira estrofes
apresentam um tom de
conselho ou ordem, que é
reiterado no desfecho do
poema.
Determinismo: associação ao
Naturalismo
Versos Íntimos Augusto dos Anjos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
O tom conselho ou ordem da terceira estrofe introduz no poema, de forma inesperada,
um tom prosaico, de conversa cotidiana. O verso surpreende o leitor de forma irônica e
provocativa, fazendo lembrar o realismo psicológico de Machado de Assis.
Por meio da surpresa, da ironia e da provocação, o sujeito lírico quebra a expectativa do
leitor, como se o aconselhasse a se preparar para a afirmação cruel sobre o ser
humano que vem a seguir.
Versos Íntimos Augusto dos Anjos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
O vocabulário do poema
escandaliza o leitor
acostumado com a
poesia parnasiana,
incluindo expressões
que, do seu ponto de
vista, podem ser
consideradas “não
poéticas”. Isso por não
serem eruditas,
elegantes, amenas.
.
URUPÊS
OS SERTÕES
TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA
RELEITURA
A ação de ficar de cócoras, sentado sobre
os calcanhares simboliza a apatia de Jeca
Tatu.
Não se percebe uma simpatia do
narrador pela sua personagem.
Características pré-modernistas:
Enfoque crítico do país, chamando
atenção para alguns de seus tipos
marginalizados e ignorados ou idealizados
pelos estilos anteriores a esse período.
Linguagem simples.
O autor descreve a posição do
sertanejo. E logo em seguida
revela a adesão à sua
personagem.
Ainda que seja displicente, apático e humilde,
ele se torna ágil e forte diante das
dificuldades.
Características pré-modernistas: enfoque crítico do país, chamando atenção para alguns de seus
tipos marginalizados e ignorados ou idealizados pelos estilos anteriores a esse período.
Linguagem simples.
A caracterização do homem do
campo novamente é uma
denúncia do atraso em que vivem
as populações rurais de certas
regiões brasileiras.
Simpatia e adesão do narrador aos personagens e à
situação...
Considerando que uma das características modernas anunciadas pelos pré-modernistas, no plano
formal, é o uso de recursos da oralidade, o texto se aproxima dessas características ao apresentar
uma linguagem mais simples e coloquial.