Mestrado em Enfermagem Área de
Especialização de Pessoa em Situação Crítica
Relatório de Estágio
Continuidade de Cuidados à Pessoa Adulta Vítima
de Paragem Cardiorrespiratória: intervenção de
enfermagem especializada
Nelson Filipe Faria dos Santos
Lisboa
2016
Mestrado em Enfermagem Área de
Especialização de Pessoa em Situação Crítica
Relatório de Estágio
Continuidade de Cuidados à Pessoa Adulta Vítima
de Paragem Cardiorrespiratória: intervenção de
enfermagem especializada
Nelson Filipe Faria dos Santos
Orientadora: Prof. Maria Cândida Durão
Lisboa
2016
Não contempla as correções resultantes da discussão pública.
“Professional nurses will continue to find meaning in their technological caring
competencies and to express intentional and authentic presence in order to know the
other as a whole person.”
(Locsin, 2005, p.82)
DEDICATÓRIA
Ao André, por todos os teus sorrisos, cambalhotas e novas brincadeiras que me
renovaram de energia e me permitiram concluir este trabalho.
À Sofia, minha esposa e melhor amiga, pelo apoio incondicional ao longo deste
percurso, sem o qual estas páginas nunca teriam sido redigidas.
AGRADECIMENTOS
Aos familiares e amigos que me ajudaram a superar mais uma etapa.
Aos profissionais de saúde que me ajudaram neste percurso, em especial aos
orientadores dos ensinos clínicos.
À Sr.ª Enf.ª Inês Costa, que apesar das adversidades dos contextos, me fez
continuar a acreditar que a mudança está em nós, em cada momento.
À Sr.ª Enf.ª Aguiar Camara por toda a ajuda e colaboração.
À Sr.ª Enf.ª Zita Simões, pela referência que é de competência, rigor e
profissionalismo.
À Sr.ª Prof. Cândida Durão que me permitiu ser hoje mais enfermeiro.
Aos meus pais, pelo apoio e motivação de sempre na construção de mais um
degrau desta escada, que também é vossa.
RESUMO
O número de pessoas vítimas de paragem cardiorrespiratória súbita está a
aumentar. Alguns países desenvolveram estratégias que permitiram otimizar a
resposta imediata a estas pessoas em contexto pré-hospitalar. Contudo, a taxa de
sobrevivência permanece reduzida. É necessário estudar como podemos melhorar a
prestação de cuidados às pessoas vítimas de paragem cardiorrespiratória, para
melhorar a taxa de sobrevivência, sendo a qualidade dos cuidados pós paragem
cardiorrespiratória, fulcral para o outcome destas pessoas. Na continuidade de
cuidados à pessoa adulta vítima de paragem cardiorrespiratória, importa que na
prestação de cuidados de enfermagem especializados, tenhamos o conhecimento e
a competência para atuar na prevenção e resolução de complicações que
comprometam as funções vitais da pessoa, e que sejamos capazes de otimizar a
deteção de problemas, a satisfação da pessoa, melhorando o seu outcome. Esta
temática, constituiu o fio condutor para o percurso de aquisição de competências
tendo por base o modelo de Dreyfus para a aquisição e desenvolvimento de
competências, o qual nos remete para a importância da experiência prática
conjugada com o domínio das capacidades, numa perspetiva dinâmica e evolutiva
visando a qualidade dos cuidados prestados (P. Benner, 2001). Para tal, desenvolvi
o percurso de estágio em contexto de urgência e de cuidados intensivos, realizando
atividades que me permitiram alcançar os objetivos do curso de mestrado em
enfermagem na área de especialização da pessoa em situação crítica (Escola
Superior de Enfermagem de Lisboa, 2010).
Palavras-chave: Pessoa em situação crítica, paragem cardiorrespiratória, cuidados
pós-reanimação, recuperação de circulação espontânea, neuroproteção,
enfermagem.
ABSTRACT
The number of victims of sudden cardiac arrest is increasing. Some countries
have developed strategies that allow optimizing the immediate response in the pre-
hospital setting. However, the survival rate remains low. So it is important to study
how we can improve the care of victims of cardiac arrest with spontaneous circulation
recovery to improve the survival rate, and the quality of post-cardiac arrest care,
central to the outcome of these people. The continuity of care of these patients,
implies that in order to provide skilled nursing care, we have the knowledge and
competence to act in the prevention and resolution of complications that compromise
vital functions of the person, and are able to optimize the detection of problems,
increase the satisfaction of the people, and improve their outcome. This theme was
the core topic for the skills’ acquisition based on the Dreyfus model for the acquisition
and development of skills, which brings us the importance of practical experience
combined with the area of capabilities, in a dynamic perspective and evolutionary
aiming at the quality of care (P. Benner, 2001). To this end, I developed my
internship with the emergency stage path and intensive care, carrying out several
activities that allowed me to achieve the master's course objectives in nursing in the
area of expertise of the person in critical condition (Escola Superior de Enfermagem
de Lisboa, 2010).
Keywords: Person in critical condition, cardiac arrest, post-resuscitation care,
recovery of spontaneous circulation, neuroprotection, nursing.
LISTA DE SIGLAS
°C – Graus Celsius
AHA – American Heart Association
ATCN – Advanced Trauma Care for Nurses
BFO – Broncofibroscopia
BIS – Bispectral Index
CMEEPSC – Curso de Mestrando em Enfermagem Área de Especialização à
Pessoa em Situação Crítica
cmH2O – Centímetros de Água
CVC – Cateter Venoso Central
DGS – Direção-Geral de Saúde
EC – Ensino Clínico
EEG – Eletroencefalograma
EEMI – Equipa de Emergência Médica Interna
ERC – European Resuscitation Council
ESEL – Escola Superior de Enfermagem de Lisboa
ETCO2 – End Tidal Carbon Dioxide
FDM – Fundamental Disaster Management
FiO2 – Fração inspirada de oxigénio
HT – Hipotermia Terapêutica
IH – Intra-hospitalar
INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica
mmHg – Milímetros de Mercúrio
OE – Ordem dos Enfermeiros
PaCO2 – Pressão Parcial de Dióxido de Carbono
PAI – Pneumonia Associada à Intubação
PCR – Paragem Cardiorrespiratória
PEEP – Positive End-expiratory Pressure
PH – Pré-hospitalar
PPC – Pressão de Perfusão Cerebral
PSC – Pessoa em Situação Crítica
PVC – Pressão Venosa Central
RCE – Recuperação de Circulação Espontânea
SAV – Suporte Avançado de Vida
SBV – Suporte Básico de Vida
SI – Sistema Informático
SIV – Suporte Imediato de Vida
SpO2 – Saturação Periférica de Oxigénio
SU – Serviço de Urgência
TAM – Tensão Arterial Média
TAS – Tensão Arterial Sistólica
TOF – Train of Four
UC – Unidade Curricular
UCI – Unidade de Cuidados Intensivos
Vc – Volume Corrente
ÍNDICE
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 28
1.XCUIDADOS DE ENFERMAGEM ESPECIALIZADOS À PESSOA
ADULTA EM SITUAÇÃO CRÍTICA VÍTIMA DE PCR .......................................... 34
2. PERCURSO DE ESTÁGIO ................................................................................... 46
2.1. Ensino Clínico em Serviço de Urgência ......................................................... 49
2.2. Ensino Clínico em Unidade de Cuidados Intensivos ...................................... 64
2.3. Revisão Integrativa da Literatura ................................................................... 73
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 76
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 80
APÊNDICES
Apêndice I – Cronograma do 3.º Semestre do 5.º CMEEPSC
Apêndice II – Objetivos Específicos para Estágio no SU
Apêndice III – Objetivos Específicos para Estágio na UCI
Apêndice IV – Relatório de Formação Realizada no EC de SU
Apêndice V – Instrução de Trabalho para Teste Diário do Monitor Desfibrilhador
Zoll Série M
Apêndice VI – Instrução de Trabalho para Teste Mensal do Monitor
Desfibrilhador Zoll Série
Apêndice VII - Instrução de Trabalho para Teste do Ventilador de Transporte
Oxylog2000
Apêndice VIII - Procedimento de Monitorização Hemodinâmica Minimamente
Invasiva
Apêndice IX - Folha de Registos de Enfermagem Pós-PCR
Apêndice X - Grelha de Observação da Prática de Cuidados de Enfermagem
para a Prevenção da PAI
Apêndice XI – Procedimento para Prevenção da PAI
Apêndice XII – Protocolo de Pesquisa de Revisão Integrativa da Literatura
ANEXOS
Anexo I – Congresso Resuscitation 2015
Anexo II – Certificado do Curso Advanced Trauma Care for Nurses
Anexo III – Certificado do Curso Fundamental Disaster Management
Anexo IV – Programa do Curso Fundamental Disaster Management
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Post Cardiac Arrest Care ......................................................................... 39
Figura 2 - Prevenção da Pneumonia Associada à Intubação: cuidados de
enfermagem ............................................................................................. 67
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Neuroproteção: objetivos terapêuticos pós-PCR ............................ 45
Página | 28
INTRODUÇÃO
No âmbito da unidade curricular (UC) de Estágio com relatório inserida no 5.º
Curso de mestrado em enfermagem na área de especialização de Pessoa em
Situação Crítica (CMEEPSC), da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa (ESEL),
surge o presente relatório de estágio que pretende descrever e refletir sobre o
percurso de aquisição e desenvolvimento de competências realizado.
A aquisição e desenvolvimento de competências tiveram em atenção os
objetivos do CMEEPSC (Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, 2010), as
competências comuns do enfermeiro especialista e as competências específicas do
enfermeiro especialista em pessoa em situação crítica (PSC) da Ordem dos
Enfermeiros (OE) (Ordem dos Enfermeiros, 2010a, 2010b) e as competências do
segundo ciclo de estudos dos descritores de Dublin (Direção-Geral do Ensino
Superior, 2008), tendo em conta a temática do meu projeto.
Como fio condutor do percurso de aquisição de competências centrei-me na
Continuidade de Cuidados à Pessoa Adulta Vítima de Paragem
Cardiorrespiratória (PCR): intervenção de enfermagem especializada, tendo por
base o modelo de Dreyfus para a aquisição e desenvolvimento de competências, o
qual nos remete para a importância da experiência prática conjugada com o domínio
das capacidades, numa perspetiva dinâmica e evolutiva visando a qualidade dos
cuidados prestados (P. Benner, 2001).
As situações de doença cardiovascular são responsáveis por 40% da
mortalidade das pessoas com idade inferior a 75 anos e 60% dos adultos com
cardiopatia isquémica sofrem PCR súbita (American Heart Association, 2013;
European Resuscitation Council, 2011), estando a incidência da PCR a aumentar
(Atwood, Eisenberg, Herlitz, & Rea, 2005; Gupta et al. 2014). Assim, para que a
resposta às situações de PCR seja mais eficiente, alguns países têm desenvolvido
Página | 29
esforços disponibilizando recursos humanos e tecnológicos na comunidade para a
prestação de cuidados às pessoas vítimas de PCR. Em Portugal o protocolo de
colaboração entre o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e a Direção
Geral de Educação, bem como a criação do programa nacional de desfibrilhação
automática externa, são exemplos desse desenvolvimento (Direção-Geral da Saúde,
2014; Instituto Nacional de Emergência Médica, 2009, 2015b). Ao mesmo tempo o
acesso à formação em emergência médica tem beneficiado do número crescente de
entidades formativas acreditadas pelo INEM (Instituto Nacional de Emergência
Médica, n.d.) que ministram cursos de Suporte Básico de Vida (SBV), Suporte
Imediato de Vida (SIV) e Suporte Avançado devida (SAV) (Instituto Nacional de
Emergência Médica, 2015a, 2015c).
Contudo, a taxa de sobrevivência pós-PCR à alta hospitalar permanece
reduzida, sendo na Europa de 10,7% (European Resuscitation Council, 2011). Em
Portugal, das 24028 PCR registadas em ambiente PH entre 2007 e 2012, apenas
302 (1,25%) pessoas sobreviveram (Ramos, Ascenção, & Oliveira, 2013). Os dados
anteriores apontam para que a taxa de sobrevivência é aproximadamente de 1% o
que nos obriga a refletir sobre a qualidade dos cuidados prestados no nosso país.
Se por um lado o foco de atenção e desenvolvimento têm sido relativos aos
três primeiros elos da cadeia de sobrevivência (Koster et al., 2010), importa entender
como podemos contribuir enquanto enfermeiros, para a melhoria da taxa de
sobrevivência destas pessoas em Portugal e no mundo melhorando também a
atuação no quarto elo da cadeia de sobrevivência – SAV e cuidados pós-
reanimação.
A qualidade dos cuidados pós-PCR é fulcral para o melhor outcome das
pessoas, uma vez que após recuperação de circulação espontânea (RCE) a maioria
morre nas primeiras 24 horas (C. D. Deakin et al., 2010; Laurent et al., 2002;
Negovsky, 2012; Stub et al., 2015). Segundo Deakin et al. (2010) apenas 25-26%
das vítimas de PCR com RCE admitidas em cuidados intensivos sobrevivem, pelo
que é de extrema importância compreendermos, concretamente, quais os cuidados
Página | 30
pós-PCR que contribuem para a sobrevivência e melhoria da qualidade de vida
destas pessoas.
Na publicação das Guidelines 2010 de reanimação (C. D. Deakin et al., 2010;
Peberdy et al., 2010), foi dado enfoque aos cuidados pós-PCR, de tal modo que
estes são representados pelo último elo das cadeias de sobrevivência da American
Heart Association (AHA) e do European Resuscitation Council (ERC). Acredito que
se as intervenções se centrarem nas manobras de SAV, estaremos apenas a focar-
nos na recuperação do ritmo cardíaco, quando o objetivo deve ser centrado na
pessoa e na sua recuperação com a melhor qualidade de vida possível, pelo que é
tão importante a qualidade das intervenções de SBV e SAV, quanto as intervenções
na prestação de cuidados pós-PCR.
Assim, o meu percurso de aquisição e desenvolvimento de competências
decorreu mediante a prestação de cuidados de enfermagem especializados à PSC,
em contexto de serviço de urgência (SU) e de unidade de cuidados intensivos (UCI),
centrando-me na prestação de cuidados às pessoas adultas vítimas de PCR.
Na prestação de cuidados a pessoas vítimas de PCR, também as suas
pessoas significativas carecem de intervenções especializadas de enfermagem.
Decorrente do processo de cuidados pós-PCR, principalmente devido às medidas de
controlo de temperatura e pela sedação, existe um período de 72 horas de standby
em que todas as expectativas relativamente ao prognóstico da pessoa vítima de
PCR ficam suspensas (Sousa, 2014). Importa neste período identificar as
necessidades das pessoas significativas e definir intervenções de enfermagem que
promovam a melhor compreensão possível da família relativamente aos cuidados
em curso e às alterações temporárias que os mesmos provocam – como a sensação
de frio no momento do contacto físico entre a pessoa submetida a hipotermia e a
pessoa significativa (Carvalho, 2013; Sousa, 2014). Atendendo à prestação de
cuidados de enfermagem especializados centrados nas pessoas significativas, e de
acordo com as competências comuns do enfermeiro especialista e as específicas do
enfermeiro especialista em PSC definidas pela OE (Ordem dos Enfermeiros, 2010a,
Página | 31
2010b), também aqui o enfermeiro especialista em PSC tem funções
preponderantes.
Deste modo, entendo que o processo de cuidar compreende intervenções que
se centram para além da pessoa doente, e visam igualmente as pessoas
significativas e os profissionais de saúde – Nursing as Caring (Boykin, Bulfin,
Schoenhofer, Baldwin, & McCarthy, 2005; Boykin & Schoenhofer, 2013). Atualmente,
a prestação de cuidados de enfermagem especializados à PSC, implica o recurso à
tecnologia para garantir uma prática segura e eficiente. Na prestação de cuidados à
pessoa vítima de PCR, a tecnologia em muito tem contribuído para melhorar o
outcome, sendo atualmente indispensável uma vez que nos permite assegurar a
prestação de cuidados com a maior qualidade possível (Morrison et al., 2013;
Neumar et al., 2008a; Stub et al., 2015).
A tecnologia deve ser um recurso para melhor conhecer a pessoa cuidada,
por forma a individualizar a prestação de cuidados, constituindo-se como um meio
para a prestação de cuidados e não como um fim em si mesmo. A teoria
Technological Competency as Caring in Nursing pressupõe o recurso à tecnologia
como um meio para os enfermeiros conhecerem melhor a pessoa de quem cuidam,
realçando o foco das intervenções de enfermagem (Locsin, 2001, 2005, 2013). O
recurso à tecnologia não pretende conhecer a parte lesada em monitorização ou em
tratamento mas, procura conhecer a pessoa enquanto ser humano singular, com as
particularidades que o caraterizam e que estão em constante mudança (Locsin,
2005).
Ao longo deste percurso procurei desenvolver perícia na prestação de
cuidados de enfermagem à pessoa adulta vítima de PCR, tendo em conta todo o
triângulo terapêutico. Segundo Benner (2001), o enfermeiro perito analisa
globalmente a situação, tendo em conta a pessoa como um todo e define
intervenções objetivas tendo em conta as necessidades específicas da pessoa e das
pessoas significativas.
Página | 32
Assim, como objetivos gerais defini:
Desenvolver competências de enfermagem especializada na prestação
de cuidados à PSC em contexto de urgência e de cuidados intensivos;
Aprofundar competências de enfermagem especializada na continuidade
de cuidados à pessoa adulta vítima de PCR.
Este relatório encontra-se dividido em dois capítulos, dos quais o primeiro
clarifica o conceito de PSC, cuidados pós-PCR, neuroproteção e cuidados
especializados de enfermagem à pessoa adulta vítima de PCR no status pós-PCR; o
segundo capítulo explicita o percurso e as estratégias de aquisição e
desenvolvimento de competências ao longo da UC Estágio com relatório. Este
trabalho rege-se pelas normas de elaboração de trabalhos da ESEL (Godinho,
2016), estando a referenciação bibliográfica conforme a norma da American
Psychological Association 6th Edition.
Palavras-chave: Pessoa em situação crítica, paragem cardiorrespiratória, cuidados
pós-reanimação, recuperação de circulação espontânea, neuroproteção,
enfermagem.
Página | 34
1. CUIDADOS DE ENFERMAGEM ESPECIALIZADOS À PESSOA
ADULTA EM SITUAÇÃO CRÍTICA VÍTIMA DE PCR
A PSC vivência uma complexidade de processos que colocam a sua vida em
risco. Esse risco associado à disfunção ou eminência de disfunção de órgão(s), faz
com que esta necessite de meios de monitorização, vigilância e terapêutica
avançados (Ordem dos Enfermeiros, 2010b, 2015; Ordem dos Médicos e Sociedade
Portuguesa de Cuidados Intensivos, 2008). Assim, a PSC deve ser cuidada em
serviços hospitalares dotados dos recursos humanos e tecnológicos que permitam a
melhor resposta em tempo útil, por forma a assegurar a qualidade dos cuidados e a
acessibilidade aos mesmos (Comissão Regional do Doente Crítico, 2009; Direção-
Geral da Saúde, 2003; Urden, Stacy, & Lough, 2008).
Na prestação de cuidados de enfermagem à PSC, importa cuidar da pessoa e
das pessoas significativas, ainda que nos vários momentos do cuidar possa ser
necessário adequar as intervenções de acordo com as prioridades imediatas
(Schriver, Talmadge, Chuong, & Hedges, 2003). Enquanto enfermeiro, entendo que
a prestação de cuidados deve ser realizada tendo em conta a singularidade da
pessoa, das pessoas significativas e dos profissionais de saúde envolvidos. A teoria
Nursing as Caring (Boykin & Schoenhofer, 2013) pressupõe que todas as pessoas
são cuidadores, e que estas cuidam em virtude da sua humanidade em cada
momento, tendo em conta a pessoa como um todo nesse momento. Assim, na
continuidade de cuidados às pessoas vítimas de PCR, entendo que na prestação de
cuidados de enfermagem, importa estar atento às necessidades individuais da
pessoa e das pessoas significativas, mesmo em situações in extremis. Quando
apenas temos em conta os diagnósticos médicos prestamos cuidados à parte lesada
– Modelo biomédico – e não à pessoa (Boykin & Schoenhofer, 2000). Importa por
isso, compreender a pessoa como um ser global e complexo, onde todas as
interações com o ambiente influenciam o seu estado de saúde-doença.
Página | 35
Assim, para definir o processo de enfermagem, adoto um modelo de
pensamento complexo em enfermagem, dando resposta às alterações
fisiopatológicas, tendo em conta a influência do ambiente, respondendo às
necessidades dos vários intervenientes do triângulo terapêutico, priorizando-as, sem
suprir nenhuma das partes constituintes do todo (P. Benner, 2001b; Hesbeen, 2000).
A priorização das necessidades imediatas poderá realizar-se pela
metodologia de avaliação ABCD – airway, breathing, circulation, disability (Frost &
Wise, 2007; McLean & Zimmerman, 2007; Sedlak, 2011). Esta avaliação permite
corrigir rapidamente as alterações no estado de saúde da pessoa que acarretam
risco para a sua vida, pelo que enquanto enfermeiro considero-a válida e bastante
útil no que respeita à avaliação primária da PSC.
Contudo, é também indissociável a necessidade de aferir sobre as
necessidades individuais da pessoa bem como das pessoas significativas. Ainda
que, altamente focado na dinâmica fisiopatológica da PSC, também as
contingências ambientais e/ou socioeconómicas que possam influenciar o bem-estar
dessas pessoas, como a reestruturação familiar e adoção de novos papeis no
núcleo familiar, as sensações experienciadas pela pessoa como o frio e/ou calor, a
ansiedade, a tristeza, o medo e o cansaço, são outros dos focos das intervenções
de enfermagem que permitem o cuidar complexo individualizado e centrado na
pessoa que necessita de contatar com ambientes tecnológicos (Bleich, 2011).
Enquanto enfermeiro, na prestação de cuidados à PSC, o recurso à
tecnologia é imperativo, importa saber utilizar esses recursos para melhor conhecer
a pessoa de quem cuido - Technological Competency as Caring in Nursing (Locsin,
2013) –, é portanto necessário ter domínio sobre os equipamentos utilizados na
prestação de cuidados por forma a otimizar o processo de enfermagem (Tunlind,
Granström, & Engström, 2015). O recurso à tecnologia na prestação de cuidados
aumentou a segurança e a qualidade dos cuidados prestados, possibilitando a
deteção precoce de sinais de alerta e complicações, prevenindo-as e/ou atuando
sobre as mesmas (P. Benner, 2001). É assim necessário desenvolver perícia na
prestação de cuidados à pessoa adulta vítima de PCR, através da análise global da
Página | 36
situação, tendo em conta a singularidade da pessoa, perspetivando-a como um todo
e definindo intervenções objetivas.
As pessoas que sofrem PCR súbita em contexto pré-hospitalar (PH), a causa
da PCR é maioritariamente de etiologia cardíaca (American Heart Association, 2011;
European Resuscitation Council, 2011; J. P. Nolan et al., 2010). Por cada minuto
que uma pessoa em PCR não recebe manobras de SBV a probabilidade desta obter
RCE decresce 1-10% (European Resuscitation Council, 2011; Morrison et al., 2013),
pelo que considero fundamental a massificação da formação em SBV a todos os
intervenientes do sistema integrado de emergência médica (Instituto Nacional de
Emergência Médica, 2013). As pessoas vítimas de PCR em contexto PH têm
beneficiado do aumento das entidades formativas certificadas para ministrarem
cursos de reanimação, do número de pessoas formadas em SBV e do aumento do
número de desfibrilhadores automáticos externos disponíveis na comunidade
inseridos no programa nacional de desfibrilhação automática externa (Instituto
Nacional de Emergência Médica, 2015c).
Se por um lado o número de pessoas vítimas de PCR súbita tem aumentado
(Gupta et al., 2014), também os recursos humanos e tecnológicos estão em
constante desenvolvimento e cada vez mais próximos da comunidade. Importa no
entanto desenvolver as competências técnicas para a execução de SBV e SAV de
qualidade, sendo que para além da realização de cursos certificados é cada vez
mais notória a importância do treino regular por meio de simulação, em equipa
multidisciplinar e em contexto de trabalho (Donoghue & Nishisaki, 2015;
Rakshasbhuvankar & Patole, 2015; Sullivan et al., 2015).
Ao mesmo tempo, as pessoas vítimas de PCR em contexto intra-hospitalar
(IH) apresentam sinais de deterioração precoce como hipotensão e hipoxia em cerca
de 80% das situações (European Resuscitation Council, 2011). Enquanto
enfermeiro, é necessário desenvolver as competências e estratégias necessárias
para a deteção em tempo útil dos sinais de alerta e de deterioração do status das
pessoas, antecipando e/ou prevenindo a PCR. A monitorização de sinais vitais e a
sua estratificação em níveis de risco, constituem uma mais-valia para a prevenção
Página | 37
da PCR (Resuscitation Council (UK), 2008, 2010), existindo escalas que estratificam
o risco das pessoas internadas e definem diferentes níveis de intervenção,
contribuindo para a redução das situações de PCR em contexto IH (Chatwood &
Osborne, 2010).
A taxa de sobrevivência às situações de PCR tem vindo a aumentar (Cone &
Middleton, 2015; Daya et al., 2015) sendo de 10,7% na Europa (European
Resuscitation Council, 2011) e em Portugal a taxa de RCE em contexto PH é de
6,21% (Instituto Nacional de Emergência Médica, 2014). Relativamente às situações
de PCR em contexto IH não foi possível aceder a dados, contudo acredito que a
prestação de cuidados poderá ser melhorada.
A grande maioria das pessoas vítimas de PCR são admitidas no SU, onde se
procura alcançar a RCE e/ou a estabilização hemodinâmica da pessoa, sendo este o
contexto de eleição para a ressuscitação primária e priorização das intervenções
com o intuito de cessar o risco de vida eminente (Sedlak, 2011). Por sua vez a UCI
assegura a continuidade dos cuidados às pessoas em risco de vida (Urden et al.,
2008). Desta forma na atuação inicial é fundamental a qualidade técnica das
compressões torácicas, a eficácia da ventilação e o cumprimento das
recomendações internacionais para se alcançar a RCE. Contudo pretende-se que a
pessoa recupere com a melhor qualidade de vida possível, pelo que também a
qualidade dos cuidados pós-PCR em todas as suas fases – immediate, early,
intermediate, recovery, rehabilitation (Neumar et al., 2008a) –, tem influência direta
no status neurológico destas pessoas.
Em 2005 nas Guidelines de reanimação do ERC foi atribuído destaque aos
cuidados pós-PCR, em 2010 a AHA definiu o primeiro algoritmo para a atuação
imediata no status pós-PCR com o intuito de uniformizar a prestação de cuidados e
potenciar a sobrevivência das vítimas tendo em conta o melhor outcome possível, já
em 2015 o ERC definiu algoritmos para a atuação imediata, para a avaliação
diagnóstica e para a otimização da recuperação (American Heart Association, 2011,
2013b; C. D. Deakin et al., 2010; European Resuscitation Council, 2005, 2011; J. P.
Nolan et al., 2015; Peberdy et al., 2010). A recuperação da pessoa em status pós-
Página | 38
PCR é beneficiada pela implementação e aplicação de protocolos de prestação de
cuidados pós-PCR por equipas multidisciplinares, tanto no que respeita às
intervenções que visam a melhoria da condição de saúde da pessoa como no que
respeita à avaliação do prognóstico (J. P. Nolan et al., 2008).
No que respeita à continuidade de cuidados à pessoa adulta vítima de PCR,
importa que na prestação de cuidados de enfermagem especializados, detenhamos
o conhecimento e a competência para atuarmos na resolução de complicações que
comprometam a manutenção das funções vitais da pessoa (Ordem dos Enfermeiros,
2009, 2012). A continuidade de cuidados otimiza a deteção precoce de problemas, a
satisfação da pessoa, reduz custos associados aos cuidados de saúde e por último
melhora o outcome das pessoas (Rosser & Schultz, 2007; Siow, Wypij, Berry,
Hickey, & Curley, 2013). Define-se pela prestação de cuidados centrados na
singularidade da pessoa ao longo do tempo – passado, presente e futuro –, e é
assegurada por três dimensões: continuidade informacional – relacionada com a
passagem eficiente da informação e do conhecimento relativo à pessoa,
assegurando a ligação entre as várias intervenções e adequando-as à pessoa;
gestão da continuidade – garante o planeamento adequado da prestação de
cuidados de saúde pela equipa multidisciplinar em tempo útil; continuidade relacional
ou interpessoal – relativa à relação terapêutica entre o profissional de saúde e a
pessoa tendo em conta o passado, o presente e o futuro da mesma na prestação de
cuidados (College and Association of Registered Nurses of Alberta, 2008).
Pelo anterior, na garantia da continuidade de cuidados de enfermagem, não
basta cumprir a indicação terapêutica, mas conhecer as alterações, manifestações e
particularidades da pessoa e das pessoas significativas de quem cuidamos, a cada
intervenção de enfermagem praticada. É por isso necessário estabelecer uma
comunicação eficaz dentro da equipa multidisciplinar, assegurando a partilha e
transmissão da informação e do conhecimento relacionado com a pessoa cuidada,
quer através dos registos de enfermagem, quer pelas passagens de turno onde o
enfermeiro dá visibilidade às particularidades da pessoa e das pessoas significativas
(Have, Nap, & Tulleken, 2013; Scovell, 2010; Siow et al., 2013).
Página | 39
Relativamente à prestação de cuidados de enfermagem à PSC vítima de PCR
em status pós-PCR, importa compreender as alterações fisiopatológicas decorrentes
do post-cardiac arrest syndrome por forma a antecipar e prevenir as suas
complicações. O post-cardiac arrest syndrome, será tanto mais evidente quanto mais
prolongada for a PCR, e engloba quatro dimensões: lesão neurológica, disfunção
cardíaca, isquemia sistémica e causa precipitante da PCR (Callaway, Donnino, Fink,
Geocadin, Golan, Kern, Leary, Meurer, et al., 2015; Neumar et al., 2008b; J. P.
Nolan et al., 2015).
Na prestação de cuidados à PSC vítima de PCR, existe uma série de
intervenções e procedimentos a serem realizados de acordo com as prioridades e as
Guidelines, por forma a alcançar a RCE. Estes cuidados pretendem-se de qualidade
e rápidos, visando a recuperação da função cardíaca, assegurando uma pressão de
perfusão cerebral (PPC) adequada para minimizar as lesões neurológicas causadas
pela isquemia transitória durante a PCR. Após a PCR e com a RCE, é necessário
instituir cuidados que visem a prevenção da lesão secundária à PCR – Figura 1 –, os
quais implicam o recurso a tecnologia altamente sofisticada por forma a garantir a
segurança da pessoa e a qualidade desses cuidados, centrando-se estes na:
proteção da via aérea, normoventilação, estabilização hemodinâmica,
neuroproteção, controlo metabólico e resolução da causa da PCR (Callaway,
Donnino, Fink, Geocadin, Golan, Kern, Leary, Meurer, et al., 2015; Navarro-Vargas &
Díaz, 2014; J. P. Nolan et al., 2015; Stub et al., 2015).
Figura 1 - Post Cardiac Arrest Care
Fonte: http://www.slideshare.net/sunny_8162/postcardiac-arrest-care
Página | 40
A monitorização da ventilação é preponderante para o outcome neurológico
da pessoa em status pós-PCR. Importa evitar a hiperventilação e a hipocapnia, dado
que estas promovem vasoconstrição cerebral e consequentemente a diminuição da
PPC (Hommers, 2010; Pilcher et al., 2012). Também a hiperoxia é prejudicial à
pessoa em pós-PCR, pelo que deverá ser titulado o aporte de oxigénio logo que seja
possível monitorizar o end tidal carbon dioxide (ETCO2), a pressão parcial de dióxido
de carbono (PaCO2) e/ou saturação periférica de oxigénio (SpO2) (Institute of
Medicine of the National Academies, 2015; Pilcher et al., 2012). É recomendado que
se promova a normoventilação – volume corrente (Vc) 6-8ml/kg, positive end-
expiratory pressure (PEEP) 4-8 cmH2O –, com titulação de fração inspirada de
oxigénio (FiO2) de acordo com os objetivos terapêuticos – ETCO2 35-40mmHg,
PaCO2 40-45mmHg, SpO2 94-98% (J. P. Benner, Burt, Powers, & Brady, 2015; J. P.
Nolan et al., 2015). As intervenções de enfermagem na promoção da
normoventilação e oxigenação no status pós-PCR, focam-se em monitorizar o
padrão respiratório da pessoa, auscultar os sons respiratórios e avaliar a
necessidade de aspiração de secreções brônquicas, bem como monitorizar a
oxigenação e ventilação através da SpO2, PaCO2, ETCO2 e dos parâmetros
ventilatórios. Para a realizar estas intervenções é necessário domínio sobre as
técnicas de ventilação mecânica invasiva, auscultação pulmonar e de monitorização
da oximetria periférica, análise gasimétrica e capnografia (Costa, Santos, & Silva,
2014).
Durante a PCR, apesar das manobras de reanimação, há diminuição da PPC,
levando à instalação de um período de isquemia cerebral transitória e
consequentemente à lesão neurológica. No status pós-PCR é mandatório que a
PPC seja otimizada por forma a garantir uma adequada vascularização cerebral,
para tal é necessário que se restabeleça a volemia da pessoa e que se atinjam os
targets terapêuticos que permitam uma PPC adequada – tensão arterial médica
(TAM) >65mmHg, tensão arterial sistólica (TAS) >90mmHg, pressão venosa central
(PVC) 8-12mmHg, débito urinário >1ml/kg/h (J. P. Benner et al., 2015; Callaway,
Donnino, Fink, Geocadin, Golan, Kern, Leary, Meurer, et al., 2015; Mathiesen,
Página | 41
McPherson, Ordway, & Smith, 2015; J. P. Nolan et al., 2015). É por isso, imperativa
a manutenção de uma PPC que minimize as lesões decorrentes da isquemia
cerebral e limite novos episódios transitórios de isquemia, sendo função do
enfermeiro instituir medidas de monitorização eletrocardiográfica e hemodinâmica –
PVC, TAM, TAS, balanço hídrico, débito urinário e perdas insensíveis, níveis iónicos,
hemoglobina e hematócrito (Costa et al., 2014). Também a monitorização de sinais
vitais e do balanço hídrico concretamente do débito urinário são foco das
intervenções de enfermagem. O enfermeiro identifica as alterações
eletrocardiográficas decorrentes das alterações iónicas, dos processos de controlo
de temperatura ou da recorrência da situação de PCR, assim é importante ter
competência na leitura e interpretação de traçados cardíacos. A terapêutica
medicamentosa é múltipla e com aspetos particulares de preparação e
administração, podendo levar a graves efeitos secundários, pelo que, o enfermeiro
deve conhecer todos os fármacos que administra, bem como a respetiva
farmacodinâmica e farmacocinética.
Em 2005, foi pela primeira vez publicada a recomendação de hipotermia
terapêutica (HT) nas Guidelines de reanimação (Nolan, Nolan, Basket, & Basket,
2005). Já em 2010 a neuroproteção no status pós-PCR relacionou-se com
protocolos de HT definidos para atuação imediata após RCE, com o objetivo de
induzir na pessoa uma temperatura central de 32-34ºC por um período de 12-24
horas (Intensive Care Society, 2008; Peberdy et al., 2010). Contudo, nos últimos
anos, alguns estudos têm demonstrado que a neuroproteção é igualmente
alcançada quando assegurada a normotermia, não havendo vantagem relativamente
à HT (Dragancea et al., 2015; Maria et al., 2015; Nielsen et al., 2013; Sawyer & Kurz,
2015).
Atualmente, é preconizado o controlo de temperatura – 32-36ºC (Callaway,
Donnino, Fink, Geocadin, Golan, Kern, Leary, Meurer, et al., 2015; Kowalik et al.,
2014; Nielsen et al., 2013; J. P. Nolan et al., 2015) – como a intervenção e
procedimento de referência no que respeita à neuroproteção, uma vez que não se
verifica diferença no outcome neurológico entre as pessoas submetidas a HT e as
Página | 42
submetidas a controlo de temperatura (Callaway, Donnino, Fink, Geocadin, Golan,
Kern, Leary, Meurer, et al., 2015; Nielsen et al., 2013; J. P. Nolan et al., 2015).
O controlo de temperatura mantém-se de alta complexidade pela dificuldade
na sua instituição, manutenção e reversão de modo controlado. Ainda assim, e nas
situações em que se opte pela indução da hipotermia, esta deverá ocorrer 6-12
horas após RCE (John P Benner, Burt, Powers, & Brady, 2015). A indução da
hipotermia poderá realizar-se pela administração de fluidoterapia cristaloide
isotónica a 4ºC, pela aplicação de sacos de gelo ou de fatos/mantas térmicas, bem
como pelo recurso a circuitos extra corporais (John P Benner et al., 2015;
Castelblanco, 2011; Doshi et al., 2015; Heffner, Pearson, Nussbaum, & Jones, 2012;
Kowalik et al., 2014; Mathiesen et al., 2015; J. P. Nolan et al., 2015; North Wales
Critical Care Network, 2011). Durante a indução da hipotermia, o enfermeiro faz a
gestão dos protocolos de indução da temperatura, respeitando os tempos
preconizados para a técnica, tendo em conta a segurança da pessoa. O enfermeiro
deve ainda estar atento aos sinais de alerta que evidenciem complicações
decorrentes do procedimento de indução de hipotermia, nomeadamente alterações
eletrocardiográficas e hemodinâmicas, coloração e temperatura da pele, presença
de shivering, alterações hidroeletrolíticas, de ácido base e coagulação (Costa et al.,
2014). No que respeita à manutenção da hipotermia, esta poderá ser realizada por
sistemas vasculares, fatos/mantas térmicas e/ou sacos de gelo. O período de
reaquecimento, deve ser igualmente progressivo – 0,1-0,5ºC/h (John P Benner et al.,
2015; Callaway, Donnino, Fink, Geocadin, Golan, Kern, Leary, Meurer, et al., 2015;
Kowalik et al., 2014; Mathiesen et al., 2015; J. P. Nolan et al., 2015; North Wales
Critical Care Network, 2011), sendo o enfermeiro responsável pela gestão dos
protocolos de reaquecimento, bem como pela identificação de sinais de alerta de
complicações. Na pessoa em cuidados pós-PCR, quer seja submetida a controlo de
temperatura ou a HT, deve ter monitorização da temperatura central, sendo a via
esofágica a preferencial (John P Benner et al., 2015; Callaway, Donnino, Fink,
Geocadin, Golan, Kern, Leary, Meurer, et al., 2015; Kowalik et al., 2014; Martín-
Hernández et al., 2010; Mathiesen et al., 2015; J. P. Nolan et al., 2015; North Wales
Critical Care Network, 2011). Ainda relacionado com o controlo de temperatura,
Página | 43
opte-se ou não pela indução de HT, é consensual a necessidade de prevenir a
hipertermia por um período de até 72 horas pós-PCR, por estar associada ao
aumento da taxa de mortalidade (J. P. Benner et al., 2015; John P Benner et al.,
2015; Gebhardt et al., 2013; J. P. Nolan et al., 2015; North Wales Critical Care
Network, 2011).
A grande maioria das pessoas em status pós-PCR encontra-se em coma e/ou
com necessidade de suporte ventilatório, pelo que se torna necessário iniciar
sedação e/ou analgesia, devendo recorrer-se a fármacos de curta duração (Heffner
et al., 2012; Martín-Hernández et al., 2010; J. P. Nolan et al., 2015). Nas pessoas
sedadas, é necessário avaliar a eficácia da terapêutica sedativa administrada, para
tal o enfermeiro recorre às escalas recomendadas – Ramsay ou Richmond (Martín-
Hernández et al., 2010).
Nas situações em que a pessoa apresente shivering, deve recorrer-se à
curarização pontual da pessoa, sendo necessário que o enfermeiro monitorize o
nível de curarização recorrendo ao train of four (TOF) que deve ser de 1/4-2/4. A
avaliação da sedação nas pessoas sob curarização deve realizar-se através do
Bispectral Index (BIS), devendo este situar-se entre 40-60 – nível de sedação
adequada (Mathiesen et al., 2015; J. P. Nolan et al., 2015; North Wales Critical Care
Network, 2011).
Também a atividade epilética, constitui um fator que influência o outcome
neurológico das pessoas em status pós-PCR, pelo aumento do metabolismo e
consequente aumento do consumo de oxigénio, sendo importante a sua deteção e
tratamento precoce. Nas pessoas com alteração do estado de consciência poderá
ser difícil a deteção de atividade convulsiva, neste sentido deve recorrer-se ao
eletroencefalograma (EEG) contínuo para deteção de alterações nas ondas de
traçado eletroencefalográfico, por forma a detetar atividade epilética (Callaway,
Donnino, Fink, Geocadin, Golan, Kern, Leary, Meurer, et al., 2015; Martín-
Hernández et al., 2010; J. P. Nolan et al., 2015; North Wales Critical Care Network,
2011). Enquanto enfermeiro, importa dominar a tecnologia de monitorização de EEG
Página | 44
bem como conseguir interpretar as alterações nas respetivas ondas
eletroencefalográficas, reconhecendo potenciais focos de lesão cerebral.
Igualmente importante é o controlo glicémico, uma vez que tanto a
hiperglicemia como a hipoglicemia estão associadas a mau prognóstico neurológico
(Intensive Care Society, 2008; Neumar et al., 2008b), sendo necessária especial
atenção ao controlo glicémico quando instituídas medidas de controlo de
temperatura. Durante o procedimento de HT, o metabolismo da pessoa diminui,
diminuindo também a sensibilidade à insulina, sendo a hiperglicemia de difícil
controlo; contrariamente, durante o reaquecimento, o metabolismo aumenta
progressivamente, bem como a sensibilidade à insulina, existindo assim risco de
hipoglicemia (Intensive Care Society, 2008). Deve monitorizar-se a glicemia para
valores inferiores a 180mg/dl, evitando sempre episódios de hipoglicemia (J. P.
Benner et al., 2015; Heffner et al., 2012; Martín-Hernández et al., 2010; Mathiesen et
al., 2015; J. P. Nolan et al., 2015; North Wales Critical Care Network, 2011). É
portanto necessário que o enfermeiro monitorize a glicemia da pessoa vítima de
PCR em status pós-PCR, por forma a prevenir a hipoglicemia mas também a evitar o
estado hiperglicémico, e proceda à gestão e monitorização dos protocolos de
administração de insulina para a PSC (Costa et al., 2014).
No que respeita à prestação de cuidados às pessoas significativas, da pessoa
vítima de PCR, e as atuais recomendações para a prestação de cuidados pós-PCR,
compreendo que existe um período de standby em que estas aguardam o términus
das medidas de controlo de temperatura, até à definição do prognóstico. Durante
este período a família carece de atenção e de explicação no que respeita à perceção
das alterações físicas da pessoa – nomeadamente da temperatura corporal –, bem
como relativas à preparação para o momento da formulação do prognóstico (Sousa,
2014). O suporte emocional às pessoas significativas, tendo em conta as alterações
na sua dinâmica familiar, carece de intervenções singulares de forma a capacitar
para a tomada de decisão. O enfermeiro deve proporcionar apoio terapêutico às
pessoas significativas, transmitir confiança relativamente à prestação de cuidados e
Página | 45
à equipa de saúde, e informar relativamente ao status e prognóstico da pessoa em
pós-PCR (López-Messa & Andrés-Dellano, 2010; Prachar et al., 2010).
A prestação de cuidados à PSC vítima de PCR, visando a prevenção da lesão
neurológica, envolve uma grande complexidade de fatores que não podem ser
dissociados, desde a normoventilação, à estabilidade hemodinâmica e ao controlo
metabólico, de acordo com os respetivos targets terapêuticos – Tabela 1. É portanto
necessária competência para a gestão de protocolos terapêuticos complexos (P.
Benner, 2001), a qual advém da experiencia prática na prestação de cuidados
especializados de enfermagem à PSC vítima de PCR com RCE, associada ao
domínio da fisiopatologia do post-cardiac arrest syndrome e ao domínio da
tecnologia disponível para melhor cuidar e conhecer a pessoa. É ainda necessário
ter a capacidade de aferir sobre as necessidades das pessoas significativas, uma
vez que também estas estão numa situação de fragilidade e necessitam de cuidados
de enfermagem.
Neste sentido, o desenvolvimento do conhecimento e das competências de
enfermagem especializada, são da máxima importância no que respeita à prestação
de cuidados à pessoa adulta vítima de PCR, por contribuírem para otimizar a sua
sobrevivência e qualidade de vida.
Tabela 1 - Neuroproteção: objetivos terapêuticos pós-PCR
Ventilação e
Oxigenação Circulação Metabolismo
Vc 6-8ml/kg;
PEEP 4-8 cmH2O;
SpO2 94-98%;
PaCO2 40-45mmHg;
ETCO2 35-40mmHg.
TAM >65mmHg;
TAS >90mmHg;
PVC 8-12mmHg;
Débito urinário 1ml/kg/h.
Temperatura central 32-36ºC;
Prevenir hipertermia até 72h;
BIS 40-60;
TOF 1/4-2/4;
Glicémia <180mg/dl;
Prevenir hipoglicemia.
Página | 46
2. PERCURSO DE ESTÁGIO
Para o percurso de aquisição e desenvolvimento das competências definidas
pela ESEL para o CMEEPSC (Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, 2010),
das competências do segundo ciclo de estudos dos Descritores de Dublin (Direção-
Geral do Ensino Superior, 2008; Joint Quality Initiative, 2004), bem como para as
competências comuns e as específicas do enfermeiro especialista e especialista em
PSC da OE (Ordem dos Enfermeiros, 2010a, 2010b), foi elaborado um projeto de
estágio a ser aplicado ao longo do terceiro semestre do referido curso.
Assim, este capítulo explana a atividade desenvolvida, os fatores que
contribuíram para o desenvolvimento e aquisição de competências, bem como as
dificuldades encontradas e as estratégias utilizadas com o intuito de as colmatar.
Encontra-se dividido em três subcapítulos que se referem aos momentos em que
desenvolvi esse projeto – ensino clínico (EC) em SU, EC em UCI e Revisão
Integrativa da Literatura.
No início do meu percurso profissional, por me encontrar rodeado de
profissionais experientes, supus que a atuação em situações de PCR estaria
assegurada, contudo verifiquei que existia espaço para melhoria na atuação. Desde
então frequentei cursos de SBV, SIV e SAV. Em 2010, no decorrer de um curso de
SAV, fui identificado como potencial instrutor e iniciei atividade como tal em 2011,
em cursos SBV e SAV. Desde então que tento, constantemente, aprofundar
conhecimentos na área. Importa referir que apesar de ser instrutor de SAV, a minha
experiencia profissional com pessoas vítimas de PCR é reduzida. Por desenvolver a
minha atividade profissional numa UCI, o número de situações de PCR súbitas é
reduzido e segundo Benner (2001), o desenvolvimento do enfermeiro decorre do
saber-fazer, pelo que é necessário complementar o conhecimento científico com a
prática clínica.
Página | 47
Por forma a desenvolver perícia na prestação de cuidados de enfermagem
especializados, tendo por base o modelo de Dreyfus para a aquisição de
competências, optei por desenvolver a temática da Continuidade de Cuidados à
Pessoa Adulta Vítima de Paragem Cardiorrespiratória, por considerar que as
situações PCR são cada vez mais complexas na sua atuação, havendo necessidade
de uma prática de enfermagem refletida e fundamentada, nos contextos do PH e do
IH, e concretamente no que respeita aos cuidados pós-ressuscitação.
Conforme já referir, defini como objetivos gerais para o Estágio com relatório:
Desenvolver competências de enfermagem especializadas na prestação de
cuidados à PSC em contexto de urgência e de cuidados intensivos;
Aprofundar competências de enfermagem especializadas à PSC na
continuidade de cuidados à pessoa adulta vítima de PCR.
Para o percurso de aquisição e desenvolvimento de competências optei por
realizar os EC nos contextos de SU e de UCI. Considerei fundamental a minha
passagem por um SU, uma vez que não detinha qualquer experiência neste
contexto, ao mesmo tempo que, considero ter sido benéfico conhecer outra
realidade de UCI, esta com práticas protocoladas relativamente à prestação de
cuidados pós-PCR.
Para a escolha dos campos de estágio, foi fundamental a realização de
entrevistas informais a enfermeiros e médicos peritos na área da reanimação, de
várias instituições hospitalares. Desse trabalho resultou a opção pelos contextos de
SU e de UCI de um hospital polivalente e de referência da área metropolitana de
Lisboa.
A escolha do contexto de SU relacionou-se com o facto de ao longo do meu
percurso profissional apenas ter desempenhado funções em ambiente de cuidados
intensivos e em hemodiálise, pelo que era imperativo o desenvolvimento e aquisição
de competências neste contexto. Por outro lado, tive oportunidade de adquirir e
desenvolver competências ao contactar com novas realidades, como a triagem de
Manchester, via verde acidente vascular cerebral, sépsis e coronária, na prestação
Página | 48
de cuidados a pessoas vítimas de trauma e na gestão de prioridades. Por todos os
motivos anteriores, foi o EC onde permaneci por um maior período de tempo, num
total de 11 semanas - Apêndice I.
Por outro lado, e atendendo ao tema que me propus aprofundar, entendi ser
pertinente desenvolver competências na prestação de cuidados de enfermagem
especializados às pessoas vítimas de PCR em status pós-PCR, numa UCI com
grande experiência na prestação de cuidados de enfermagem especializados nestas
situações, por enfermeiros especialistas e/ou peritos. No contexto de EC escolhido
existe um protocolo específico de atuação para o status pós-PCR que engloba os
vários fatores que contribuem para minimizar a lesão secundária à PCR,
contribuindo assim para o meu desenvolvimento. Também por ser uma UCI
polivalente, permitiu a prestação de cuidados a pessoas com perturbações do
Sistema nervoso central – neurocirúrgico e situações de trauma –, uma nova
realidade para mim. Neste EC permaneci durante 6 semanas - Apêndice I.
Assim, para o primeiro objetivo geral defini como objetivos específicos:
Conhecer a dinâmica organizacional do SU e da UCI;
Intervir operacionalizando o processo de enfermagem tendo em conta a
responsabilidade profissional, ética e legal;
Contribuir para a melhoria da qualidade dos cuidados prestados;
Gerir a prestação de cuidados à PSC;
Dinamizar a resposta em situações de catástrofe ou emergência multi-
vítima;
Promover a prevenção do controlo de infeção na prestação de cuidados.
Para o segundo objetivo geral, defini como objetivos específicos:
Desenvolver competências especializadas em enfermagem na prevenção,
identificação e atuação de situações de PCR;
Desenvolver competências especializadas em enfermagem na prevenção
da lesão secundária à PCR no status pós-PCR, mais concretamente
relacionadas com a neuroproteção;
Página | 49
Desenvolver competências especializadas em enfermagem na prestação
de cuidados às pessoas significativas da pessoa vítima de PCR;
Desenvolver competências especializadas em enfermagem às pessoas
adultas vítimas de PCR em status pós-PCR, na promoção da saúde, na
prevenção de complicações e na organização dos cuidados de
enfermagem.
Para atingir os objetivos propostos, defini ainda as atividades e os indicadores
de resultado para cada EC - Apêndice II e III.
2.1. Ensino Clínico em Serviço de Urgência
O EC em SU decorreu no período de 5 de Outubro 2015 a 4 de Janeiro de
2016. Neste contexto procurei desenvolver competências na prestação de cuidados
à PSC e sua às pessoas significativas, integrando a equipa multidisciplinar do
serviço.
Ao iniciar o meu percurso, e por forma a otimizar a minha aprendizagem e
colaboração – e posterior prestação – nos cuidados, procurei conhecer a dinâmica
organizacional do SU bem como a sua estrutura física. Para tal, em muito contribuiu
a visita guiada realizada no primeiro dia de estágio, com uma das enfermeiras
responsáveis do SU. Esta visita permitiu conhecer o espaço físico do SU, bem como
a tipologia de pessoas afetas a cada setor. Contudo, pela grande dimensão do
serviço e pelo facto de alguns setores não serem contíguos ao SU, senti alguma
dificuldade inicial no encaminhamento das pessoas para os setores que lhes
correspondiam. Para otimizar o processo de integração no serviço foi importante
conhecer os fluxos de doentes preconizados pelo serviço, desde a porta de entrada
até ao serviço de internamento. Para tal, contribuiu a realização de pelo menos um
turno em cada setor do SU e a transferência de doentes para os serviços de
internamento da instituição. Uma das estratégias que colmatou esta dificuldade, foi a
possibilidade de acompanhar os pares nos momentos de articulação entre os vários
setores do SU e outros serviços da instituição hospitalar.
Página | 50
Igualmente importante foi a realização de turnos ao longo das 24 horas do dia,
permitindo conhecer as alterações na afluência de pessoas ao SU e a consequente
alteração das necessidades de recursos humanos. Apesar do SU ser um serviço em
constante atividade, foi importante conhecer as dinâmicas relativas à prestação de
cuidados de enfermagem nos três turnos.
A realização de dois turnos no setor da triagem foi uma excelente
oportunidade para compreender a sua função e complexidade. A triagem é muito
mais do que seguir um determinado fluxograma, entendo que a experiência
profissional, o conhecimento científico do enfermeiro e a sua avaliação clínica em
função das questões que coloca, influenciam diretamente a pessoa que recorre ao
SU, bem como a dinâmica do mesmo, uma vez que “a teoria oferece o que pode ser
formalizado, mas a prática é sempre mais complexa e apresenta muito mais
realidades do que as que se podem aprender pela teoria” (P. Benner, 2001, p.61).
Também o contacto com os protocolos de via verde coronária, sépsis e
acidente vascular cerebral, contribuíram para uma melhor compreensão do circuito
realizado pelas pessoas que recorrem ao SU. Ao mesmo tempo, permitiram-me
desenvolver e aprofundar conhecimentos relativamente a cada uma destas
situações, deixando-me mais atento para as necessidades imediatas de cada
pessoa por forma a otimizar a prestação de cuidados e assim o outcome.
Outro fator facilitador da minha integração na equipa de enfermagem e
posteriormente na equipa multidisciplinar, foi a enfermeira orientadora do EC. Pela
sua disponibilidade em me acompanhar constantemente, por me apresentar aos
profissionais do serviço como seu par, facilitou o diálogo com os profissionais do
contexto clínico e assim proporcionou um maior número de oportunidades de
partilha de experiências profissionais e consequentemente o meu desenvolvimento
de competências. A grande mais-valia desta parceria ocorreu durante os momentos
de debriefing que realizamos a dois ou com a restante equipa em praticamente
todas as situações e sempre no final de cada turno. A reflexão permitiu perspetivar
Página | 51
cada situação com a distância suficiente para melhor as compreender e gerar
aprendizagens que motivaram alterações comportamentais nos turnos seguintes.
Importa realçar a realização de uma ação de formação relacionada com as
alterações às Guidelines 2015 do ERC. Esta formação surgiu a pedido do próprio
serviço por intermédio da enfermeira orientadora, por se relacionar com a minha
temática de projeto e por ter participado no Resuscitation 2015 – Anexo I. Realizei
10 sessões de formação, de 30 minutos cada, para um máximo de 12 pessoas por
sessão, onde abordei questões como a monitorização da qualidade da reanimação
cardiorrespiratória, a utilização de gadgets em reanimação, novos algoritmos do
ERC para a hipercaliémia e PCR associada a trauma, reanimação em circunstâncias
especiais, síndrome coronário agudo e cuidados pós-PCR. Participaram nas 10
sessões de formação 65 enfermeiros do SU (n=112), 3 enfermeiros externos ao SU,
1 enfermeiro supervisor e 1 médico da equipa fixa do SU. Esta oportunidade de
partilha de conhecimento em momento formativo formal, contribuiu para a minha
integração uma vez que fez com que os profissionais reconhecessem em mim um
profissional com competência que poderia contribuir de algum modo para o SU.
Terminadas as sessões de formação, foi possível colaborar com o SU no
processo de aquisição de um cardiopulmonary resuscitation feedback device
(Corporation, Regulation, & Systems, 2015). Este dispositivo permite otimizar a
eficácia das compressões torácicas, pelo feedback sonoro e em tempo real que
emite, permitindo ao operador corrigir a sua intervenção instantaneamente e
consequentemente otimiza a PPC durante a reanimação, contribuindo para um
melhor outcome da pessoa vítima de PCR (Bydžovský, n.d.; Callaway, Donnino,
Fink, Geocadin, Golan, Kern, Leary, Donnino, et al., 2015; Talikowska, Tohira, &
Finn, 2015). Este equipamento permite ainda aferir estatisticamente sobre a eficácia
das manobras realizadas, mediante gravação num cartão de memória interno, das
características técnicas das manobras realizadas, permitindo assim identificarem-se
lacunas na técnica das compressões torácicas – ritmo, profundidade e recoil – ou no
cumprimento dos tempos preconizados em SAV para pausa nas compressões,
identificando objetivamente os pontos que devem ser melhorados.
Página | 52
Com a sessão de formação, foi ainda possível rever os conceitos que
relacionam a capnografia de onda com a qualidade da reanimação e o prognóstico
da pessoa em PCR. Tal facto contribuiu para que nas salas de emergência e trauma
fossem colocadas sondas de capnografia para serem utilizadas sempre que se
realizassem manobras de SAV. Até ao final do estágio, vivi duas situações de PCR
em ambas foi utilizada esta tecnologia como método para aferir sobre a qualidade da
reanimação e numa das situações, constituiu um instrumento de suporte para a
tomada de decisão de suspensão de manobras conforme o estado da arte, fazendo
mais uma vez uso da tecnologia para melhor cuidar (Callaway, Donnino, Fink,
Geocadin, Golan, Kern, Leary, Donnino, et al., 2015; Link et al., 2015; Locsin, 2013).
A participação no Resuscitation 2015, congresso do ERC, em Praga, na
República Checa, de 29 a 31 de outubro de 2015, permitiu assistir às conferências
de discussão e análise dos estudos científicos que levaram à tomada de decisão
pelo ERC para a definição das recomendações na prestação de cuidados à pessoa
vítima de PCR com RCE (Benger, 2015; Cariou, 2015; C. Deakin, 2015; Friberg,
2015; Grasner, 2015; J. Nolan, 2015; Sandroni, 2015; Soar, 2015; Sunde, 2015).
Neste sentido, considero que através da formação realizada relativamente à
atualização das Guidelines do ERC, contribuí para a aprendizagem dos profissionais
que assistiram à mesma. Os resultados das sessões de formação foram divulgados
através do relatório da formação elaborado posteriormente, tendo por base o
tratamento dos dados relativos à avaliação da satisfação da formação – Apêndice
IV. Seria igualmente pertinente avaliar a eficácia da formação no que respeita à
introdução de mudança na prestação de cuidados de enfermagem às pessoas
vítimas de PCR com RCE, para tal seria necessário o registo de enfermagem na
folha de cuidados pós-PCR e o seu arquivo para que fosse possível realizar um
tratamento estatístico das intervenções realizadas posteriormente.
A integração com a equipa médica foi mais morosa, pelo elevado número de
profissionais presentes no SU e pela dificuldade inicial em colaborar com os
mesmos. As situações relacionadas com vítimas de trauma, foram exemplos claros
Página | 53
desta dificuldade, em que pelo número de médicos das diferentes especialidades
presentes na sala de trauma, não compreendi quem era o líder da equipa e da
tomada de decisão relativamente à priorização de intervenções, o que fez com que
me afastasse, nos turnos iniciais, por forma a tentar compreender a dinâmica de
trabalho. Posteriormente, em reflexão com a orientadora do EC sobre as várias
situações, compreendi como a equipa multidisciplinar se articula e de que modo os
enfermeiros da sala de trauma se organizam e definem as intervenções prioritárias,
tendo em conta as inúmeras e simultâneas solicitações. Nas últimas semanas de
estágio, consegui – com a supervisão da enfermeira orientadora – assumir a sala de
reanimação e trauma para a receção dos doentes, priorizando as intervenções de
enfermagem a realizar em colaboração com a equipa médica, cujo líder é sempre o
anestesista ou o médico chefe de equipa do SU.
Também a realização do curso Advanced Trauma Care for Nurses (ATCN) –
Anexo II –, contribuiu para que me sentisse mais competente e logo mais confiante,
nestes setores do SU, mais concretamente na prestação de cuidados de
enfermagem às pessoas vítimas de trauma.
A minha adaptação ao sistema informático (SI) foi uma das grandes barreiras
com que me deparei, uma vez que nunca trabalhei com nenhum SI na prestação de
cuidados de saúde. Em organizações que detêm os processos clínicos em suporte
digital, é indispensável que cada profissional tenha a capacidade e competência
para aceder à informação necessária para melhor cuidar da pessoa. É também
através do SI que é possível aceder ao histórico de informação da pessoa, sendo
por vezes facilitador na definição do processo de enfermagem presente. Recordo-
me de aceder ao processo clínico de uma pessoa idosa e compreender pelas notas
de enfermagem com cerca de um mês, que essa pessoa residia sozinha, sem apoio
social, com graves carências económicas. Foi assim possível estabelecer de
imediato contacto com o serviço de assistência social da instituição, por forma a
agilizar medidas de apoio e suporte à pessoa carenciada.
Página | 54
Além do processo clínico, nesta instituição o SI é a ferramenta utilizada para
praticamente todas as interações entre os profissionais – para contacto entre
profissionais da instituição, pedido de eletrocardiograma a realizar pelo técnico de
cardiopneumologia, ativação da equipa dos serviços de limpeza, ativação da equipa
de transportes secundários, ativação do técnico de radiologia, ativação de protocolos
de via verde. Compreendo assim, que o SI é também um instrumento que permite
conhecer a pessoa no seu todo, constituindo um instrumento indispensável para a
prestação de cuidados de qualidade e em segurança no SU, reforçando Locsin
(2013), que vê na tecnologia uma ferramenta para melhor cuidar.
Ao longo do EC guiei a minha conduta tendo em conta do Código
Deontológico e o Regulamento do Exercício Profissional dos Enfermeiros (Ordem
dos Enfermeiros, 2009, 2012a). Contudo, houve uma situação que marcou o período
de estágio e que considero ter contribuído para o desenvolvimento das minhas
competências.
O SU pressupõem-se um serviço de atendimento urgente e/ou emergente
para tratamento de situações agudas, que colocam a vida da pessoa em risco. Ainda
assim, assistimos cada vez mais a pessoas com situações de doença crónica
agudizada, que recorrem ao SU já em estado terminal. Num dos turnos realizados,
entrou na sala de reanimação uma senhora com neoplasia do colón em fase
terminal, já institucionalizada num lar e totalmente depende nas atividades de vida. A
dispneia era evidente, a senhora foi internada na sala de observações do SU. Em
discussão com a enfermeira orientadora, questionei a possibilidade de proporcionar
alguma privacidade à pessoa doente e à sua filha naqueles últimos momentos
juntas. Refletimos sobre o direito de permanência de um familiar no SU durante o
período noturno uma vez que era o seu desejo, discutimos o direito à privacidade, à
humanização dos cuidados e ao respeito pelo doente terminal (Ordem dos
Enfermeiros, 2005). Por fim, optamos pelo recurso ao quarto de isolamento do SU,
por não estar a ser utilizado naquele momento, que por ser um quarto individual
garantia a privacidade, o conforto e a paz que as pessoas necessitavam. Foi
possível aferir as necessidades de cuidados da pessoa significativa e mobilizar
Página | 55
recursos para intervir sobre as mesmas, as quais predominantemente se
relacionavam com a necessidade de garantir a ausência de dor e desconforto. Foi
colocado nesse quarto um cadeirão para permitir algum conforto à pessoa
significativa, que naquele momento me pareceu necessitar de um maior número de
intervenções de enfermagem do que a pessoa em estado terminal. É nesta
perspetiva do cuidar, em que todos cuidamos e somos cuidados, que desenvolvo a
minha prática, objetivando as necessidades individuais da pessoa e das pessoas
significativas, definindo estratégias que permitam responder às mesmas, tendo em
conta a pessoa e as pessoas significativas como um todo – Nursing as Caring
(Boykin & Schoenhofer, 2013).
A gestão da prestação de cuidados à PSC, foi outra grande aprendizagem no
decorrer do EC. Na minha prática profissional, trabalho com um rácio de 1
enfermeiro para cada 2 pessoas internadas, contudo ao chegar ao SU deparei-me
com uma nova realidade, por vezes demasiado complexa para a preparação prévia
que tinha e para o modo como trabalho no meu contexto profissional. É imperativo
que no SU seja capaz de identificar rapidamente a intervenção prioritária para cada
pessoa, mas antes disso devo identificar entre as várias pessoas quais as que
carecem de cuidados em primeiro lugar.
A grande dificuldade na gestão da prestação de cuidados verificou-se no setor
do balcão, onde o número de pessoas doentes e pessoas significativas excede em
muito os recursos humanos disponíveis, e onde o espaço físico bem como os
recursos tecnológicos existentes se verificaram aquém das necessidades efetivas.
Muitas vezes pensei que aquele setor tinha todas as características para ser definido
com um incidente multi-vítima (Lennquist, 2012). Senti que a minha capacidade para
a gestão das prioridades era inexistente, o que não é desejável quando nos
encontramos num percurso do segundo ciclo de estudos com o intuito de obter
também o título de enfermeiro especialista. Esta dificuldade foi colmatada mediante
a realização de um jornal de aprendizagem relacionado com a gestão de prioridades
e com a transmissão da informação nos momentos de passagem de turno entre
enfermeiros. Esse jornal de aprendizagem permitiu espaço para reflexão à distância,
Página | 56
de forma fundamentada, mediante pesquisa de bibliográfica que respondesse às
questões que me preocuparam, tendo em conta o ciclo reflexivo de Gibbs (Jasper,
2003). Também o diálogo com outros enfermeiros, nomeadamente com enfermeiros
chefes de equipa do SU e com a enfermeira orientadora do EC em muito
contribuíram para o desenvolvimento de estratégias que permitiram ultrapassar esta
dificuldade.
Da produção do referido jornal de aprendizagem, aprofundei conhecimentos
relativos à ferramenta de comunicação SBAR – situation, background, assessment,
recomendation (De Meester, Verspuy, Monsieurs, & Van Bogaert, 2013) –, a qual
permite identificar rapidamente a preocupação por parte dos profissionais de saúde
(Situation), referir o motivo de admissão no serviço e resumir as intervenções já
realizadas (Background), transmitir os sinais vitais e/ou as alterações identificadas
na avaliação secundária (Assessment), e por último transmitir o processo de
enfermagem e as intervenções pendentes (Recomendation).
Também o recurso ao acrónimo SAMPLE – signs and symptoms, allergy,
medications, past medical history, last meal, events (Sinz & Navarro, 2013) –,
permite identificar rapidamente a sintomatologia da pessoa, alergias, medicação
habitual ou instituída, antecedentes pessoais, hora da última refeição e o que
despoletou a situação de doença atual assim como as intervenções realizadas e
planeadas.
Ambas as estratégias de comunicação e avaliação, facilitaram a minha
intervenção ao longo do EC, bem como a minha capacidade de gestão de
prioridades e de definição do processo de enfermagem para cada pessoa tendo em
conta o tempo útil definido e a disponibilidade de recursos em cada momento.
Considero ainda que esta reflexão, permitiu modificar comportamentos no meu
contexto profissional, mais concretamente no que respeita à passagem de turno de
enfermagem à cabeceira de cada pessoa internada – como é preconizado no meu
contexto profissional –, e no que respeita à passagem de turno entre enfermeiros
chefes de equipa. A utilização da ferramenta de comunicação SBAR permitiu
Página | 57
objetivar a informação útil e necessária das passagens de turnos, proporcionando
uma visão clara e objetiva do plano para o turno seguinte bem como do processo de
enfermagem de cada pessoa. Ao mesmo tempo o recurso ao acrónimo SAMPLE,
permitiu sintetizar o status atual cada pessoa internada, permitindo uma discussão e
planeamento dos cuidados de enfermagem tendo por base apenas informação
indispensável no momento da admissão.
Ao longo do período do EC foi-me possível colaborar em procedimentos life-
saving como a identificação e descompressão emergente de um pneumotórax
hipertensivo com posterior tratamento definitivo, a realização de uma cardioversão
elétrica em situações de taquicardia supraventricular com sinais de instabilidade, a
abordagem à vítima de poli-trauma com choque hipovolémico, bem como a
participação em situações de PCR com a realização de manobras de SAV. Contudo
será importante dizer, que estas atividades se tornaram mais difíceis nos setores de
balcão e de sala de observações, pela limitação de recursos existentes nesses
locais e pela limitação do espaço físico.
Assim, considero que a prestação de cuidados de enfermagem especializados
à PSC é tanto mais complexa e importante quanto menores forem os recursos
existentes. Tal facto é compreendido se nos remetermos para um espaço limitado
com inúmeras pessoas, onde apenas a observação clínica e o exame objetivo são
indicadores do estado da pessoa, ao invés as salas de reanimação e trauma
dispõem de equipamentos que permitem a monitorização das pessoas e o suporte
de órgãos. Assim, a realização de turnos no setor de triagem, balcão e sala de
observações contribuíram para a otimização da minha capacidade de resposta na
prestação de cuidados de enfermagem especializados à PSC, uma vez que
considero que as salas de emergência e trauma são idênticas ao meu contexto
profissional – pelos recursos humanos e tecnológicos disponíveis em função da
capacidade de alocação de pessoas doentes.
Noutro domínio, não só as contingências do espaço físico mas também a
dinâmica e complexidade do SU dificultam em muito o cumprimento dos princípios
Página | 58
de controlo da infeção durante a realização de procedimentos invasivos, também o
rácio de enfermeiro/doente cria espaço para o incumprimento das medidas da
prevenção da infeção tendo em conta o tempo disponível para responder às
solicitações dos vários intervenientes do SU. Contudo, foi junto das pessoas
submetidas a ventilação mecânica invasiva que considero ter contribuído mais para
a prevenção da infeção na prestação de cuidados à PSC, concretamente na
prevenção da pneumonia associada à intubação (PAI).
A prevenção da PAI começa no momento em que à pessoa é colocada uma
via aérea artificial, que condiciona as barreiras fisiológicas que impedem os
microrganismos de migrarem para a via aérea inferior (Koenig & Truwit, 2006). O SU
é um serviço que tem durante pouco tempo pessoas submetidas a ventilação
mecânica invasiva, o que faz com que os seus profissionais tenham pouco contacto
com esta realidade e por isso maior dificuldade em assegurar todos os cuidados
associados à prevenção da PAI. Considerei que por trabalhar em cuidados
intensivos, e lidar diariamente com esta questão, poderia contribuir de algum modo
para a prevenção da PAI no SU. Realizei por isso formação informal aos enfermeiros
do SU sempre que se encontravam com um pessoa com via aérea avançada e/ou
submetida a ventilação mecânica invasiva, onde expliquei os cuidados inerentes ao
posicionamento da pessoa, à aspiração de secreções, à manutenção do tubo
traqueal e dos circuitos ventilatórios, bem como às questões relacionadas com a
higiene oral conforme as recomendações da Direção-Geral de Saúde (DGS)
(Direção-Geral da Saúde, 2015a).
Apesar das dificuldades, relacionadas com a inexistência de um dispositivo
que permitisse avaliar a pressão do cuff do tubo traqueal e da inexistência de
solução oral de clorohexidina para a higiene oral, conforme recomendação da DGS,
senti que houve alteração na prestação de cuidados de enfermagem pelos
enfermeiros da equipa em que fui integrado, mais especificamente no que concerne
à elevação da cabeceira a 30º, à manutenção dos circuitos ventilatórios e à
execução da técnica de aspiração de secreções brônquicas por tubo traqueal
conforme as recomendações nacionais (Direção-Geral da Saúde, 2015a).
Página | 59
Uma dificuldade sentida na prestação de cuidados relacionada com a infeção
nosocomial foi o facto de não ser possível assegurar a higienização das mãos nos 5
momentos da prestação de cuidados (Direção-Geral da Saúde, 2010a). Esta
situação relaciona-se com a estrutura física do serviço que não permite a existência
de dispositivos de desinfeção junto das pessoas doentes, por outro lado e noutras
situações relacionou-se com questões de gestão de prioridades onde a atuação e
tratamento imediato se sobrepôs às intervenções que visam a prevenção de
complicações (Ordem dos Enfermeiros, 2010a, 2010b, 2011). Contudo é função do
enfermeiro atuar na prevenção da infeção nosocomial, pelo que considero que
medidas simples como a divulgação de cartazes de sensibilização e a colocação de
dispositivos que permitam a higienização das mãos com recurso a soluções aquosas
de base alcoólica, permitiriam colmatar esta situação contribuindo para a melhoria
da qualidade dos cuidados prestados e para a segurança das pessoas – estas
medidas foram discutidas com a enfermeira orientadora do EC. Como já referi,
importa que enquanto enfermeiros sejamos proactivos na prevenção da infeção
nosocomial, além do cumprimento das normas, deveremos estar atentos às práticas
e refletir sobre as mesmas, procurando soluções adequadas à realidade do nosso
contexto.
No SU, com a elevada afluência de pessoas doentes, surge um ainda maior
número de pessoas significativas, também estas com necessidade de serem
cuidadas. Este contexto é rico em situações cuja intervenção de enfermagem passa
pela comunicação com as pessoas significativas, uma vez que estas procuram
respostas para os anseios relativamente aos seus familiares. Enquanto enfermeiro,
importa definir e implementar um processo de enfermagem adequado às
necessidades das pessoas e suas pessoas significativas, contudo em determinados
setores do SU é praticamente impossível fazê-lo – como no setor do balcão. Assim,
foi importante a discussão com os enfermeiros do SU, sobre a pertinência da
existência de um enfermeiro exclusivamente dedicado à transmissão de informação
às pessoas significativas. A grande maioria dos profissionais considera que esta é
uma necessidade efetiva do serviço e que a presença de um enfermeiro dedicado à
Página | 60
comunicação com as pessoas significativas poderia reduzir o número de pessoas
dentro do circuito de doentes; contudo pela carga de trabalho que consideram
excessiva, esse enfermeiro seria rapidamente absorvido pelo setor que tivesse
maior carga de trabalho.
No que respeita à prestação de cuidados de enfermagem especializados
diretamente relacionados com a temática do meu projeto, importa referir que apesar
de não ter contactado com nenhuma pessoa em status pós-PCR, foi possível
participar na realização de manobras de SAV bem como em situações peri-paragem
atuando na deteção precoce dos sinais de instabilidade e na prevenção da
ocorrência de eventos que comprometessem a vida.
Ao longo da prestação de cuidados, foi-me possível partilhar conhecimentos
com os vários elementos da equipa multidisciplinar do SU, sobre as mais diversas
temáticas. A partilha de conhecimento é o caminho que nos permite enquanto
equipa multidisciplinar desenvolver competências e melhorar as práticas, é também
na prática clínica que é possível adquirir e aprofundar conhecimento (Papp,
Markkanen, & von Bonsdorff, 2003).
Gostaria ainda de referir que durante uma das situações de PCR que
experienciei no SU tive oportunidade de contribuir para a integração de um
enfermeiro recém-licenciado, que naquele turno estava escalado na sala de
emergência. O enfermeiro nunca tinha assistido a uma PCR com manobras de SAV,
pelo que recorri ao facto de estar no posto do carro de urgência com as funções de
preparação e administração de terapêuticas químicas e elétricas, para explicar quais
as prioridades em cada momento, bem como para explicar a organização do carro
de urgência que se encontra normalizado conforme recomendação da DGS (2011).
Esta situação foi bastante estimulante para mim, e considero que a oportunidade de
desenvolver aprendizagens profissionais foi conseguida, uma vez que na maioria
das situações será difícil ter alguém totalmente disponível para acompanhar um
profissional em integração numa situação de SAV, pelo que considero que este
enfermeiro poderá ter beneficiado desse momento para a sua integração no SU.
Página | 61
Também o debriefing realizado após uma das situações de PCR permitiu
otimizar o desenvolvimento das minhas competências e o da equipa presente. O
debriefing é um método de discussão e análise das situações vividas, que permite a
compreensão das decisões tomadas durante um determinado evento. Em situações
de reanimação, esta é uma estratégia de desenvolvimento de competências e
construção de equipa, onde são identificadas as dificuldades sentidas pela equipa e
por cada um dos seus elementos (American Heart Association, 2013c; Mellick &
Adams, 2009).
Após a situação de reanimação vivida, e por ter sido uma reanimação com
cerca de 100 minutos, onde foi administrado fibrinolítico para reversão do enfarte
agudo do miocárdio que motivou a PCR, foi importante esclarecer a equipa sobre a
tomada de decisão desde o momento do diagnóstico da causa potencialmente
reversível até ao tratamento da mesma. Ao mesmo tempo, pareceu-me importante
discutir as prioridades em reanimação e a estrutura de uma equipa de SAV tendo
em conta o contexto em causa.
No que ao tratamento da PCR respeita, verificou-se grande disponibilidade
dos profissionais em esclarecer todos os momentos que motivaram a tomada de
decisão bem como a fundamentação que preconiza a manutenção de manobras de
SAV 60 a 90 minutos após administração do fibrinolítico (Wyllie et al., 2015). Por
outro lado, quando tentei discutir as questões relacionadas com a importância de
existir uma estrutura bem definida com recursos humanos com funções específicas e
em número adequado, verificou-se um afastamento por parte de alguns profissionais
que não enfermeiros. Sabemos no entanto que a existência de equipas com funções
bem definidas para cada elemento aumenta a probabilidade de sucesso pela
redução do erro durante as manobras (Meaney et al., 2013; Mellick & Adams, 2009).
Enquanto enfermeiro e enquanto mestrando, considero que devemos
trabalhar em prol da melhoria da qualidade dos cuidados prestados, existindo maior
responsabilidade individual nas áreas de especialidade e competência de cada um.
Assim, importa desenvolver programas de melhoria contínua da qualidade em saúde
Página | 62
por serem instrumentos que visam responder às necessidades dos cuidados
prestados, tendo em conta a produção científica contemporânea, aperfeiçoando
instrumentos de trabalho e procedimentos, otimizando resultados que em última
análise são o outcome final das pessoas que recorrem aos serviços de saúde (Dias,
2014) – Apêndices V, VI, VII, VIII.
Assim, tendo em conta a temática do meu projeto de estágio, optei por
realizar uma folha de registos de enfermagem para as pessoas vítimas de PCR com
RCE – Apêndice IX. Esta folha foi estruturada tendo em conta o algoritmo de
atuação para o status pós-PCR definido pelo ERC (Nolan et al., 2015) e em vigor na
instituição do EC, constituindo-se um instrumento orientador para a prestação de
cuidados uma vez que específica os objetivos para cada item sujeito a intervenção.
A criação deste instrumento revelou-se pertinente para o serviço, dado que
apesar de este ter um protocolo de atuação para cuidados pós-PCR, o mesmo não é
conhecido pela maioria dos profissionais. Para além de ser um guia orientador para
a prestação de cuidados e de constituir um indicador da qualidade de cuidados
prestados, este instrumento poderá ser útil na identificação de lacunas na prestação
de cuidados de saúde, pela análise dos dados registados, o que permitirá realizar
uma aferição sobre as necessidades formativas dos profissionais e/ou alteração nos
procedimentos realizados, dando continuidade ao ciclo de melhoria contínua da
qualidade.
Importa referir que este instrumento foi construído em parceria com a
enfermeira orientadora do EC, e melhorado posteriormente de acordo com as
sugestões dos enfermeiros e médicos do SU. A utilização em situação real deste
instrumento não foi possível durante todo o período do EC, por não ter presenciado
nenhuma situação de PCR com RCE. Contudo, o instrumento ficou disponível no
serviço em suporte digital para impressão em papel, para que os profissionais o
possam utilizar sempre que se deparem com uma situação de pós-PCR. Foi
realizada formação formal e informal para o preenchimento do mesmo aos
profissionais presentes durante a formação que realizei no EC relativamente às
Página | 63
alterações das guidelines e durante os turnos em que estive nas salas de
emergência e trauma. Foi ainda solicitada a implementação deste instrumento no
sistema de registos informático, contudo por constrangimentos financeiros não foi
possível fazê-lo.
Durante o EC foi ainda possível tomar conhecimento do plano de contingência
definido para o pico da gripe, bem como do circuito de doentes no SU e da
adequação dos recursos humanos e materiais para situações de emergência e
catástrofe. Foi-me ainda apresentado o procedimento de atuação no SU em caso de
catástrofe e/ou multivítimas, bem como as zonas da instituição a serem utilizadas
nessas situações. Nas situações de exceção é imperativo que exista um sistema de
comunicação eficaz (Gifford & Gougelet, 2009), onde os profissionais de saúde
serão responsáveis pelo tratamento das vítimas. Para tal, devemos estar
familiarizados com os procedimentos internos das nossas instituições bem como ter
conhecimento das organizações nacionais que têm responsabilidade para nestas
situações.
Por forma a melhorar as competências de atuação em situação de multi-
vítima e/ou catástrofe, optei por realizar o curso Fundamental Disaster Management
(FDM) da Society of Critical Care Medicine a 8 de Maio de 2015 – Anexo III. Este
curso aborda questões como comunicação em catástrofe, identificação da causa do
evento, tratamento imediato, agentes biológicos químicos e radioativos, triagem e
transporte em catástrofe e/ou multivítima – Anexo IV. Foi sem dúvida uma mais-valia
para a aquisição de competências, uma vez que os conteúdos abordados não estão
contemplados na UC de Urgência Emergência e Catástrofe do CMEEPSC, nem nos
planos de contingência a que tive acesso no SU.
Página | 64
2.2. Ensino Clínico em Unidade de Cuidados Intensivos
As UCI são serviços que asseguram nas 24 horas do dia a responsabilidade
integral pelas pessoas com disfunção e/ou falência de órgão(s) nelas internadas,
tendo capacidade de monitorização, avaliação, diagnóstico e intervenção –
tratamento ou suporte – sobre as mesmas (Direção-Geral da Saúde, 2003).
Neste sentido importa conhecer os recursos tecnológicos existentes no
contexto e qual a capacidade do serviço para utilizar esses recursos. Para tal foi
importante a visita guiada realizada no primeiro dia do EC, com o enfermeiro
orientador. A UCI do EC, tem uma estrutura física que dificultou a minha perceção
do serviço, por ser constituída por vários espaços fechados com capacidade para
duas camas de cuidados intensivos. Por não ser uma UCI em open space, a
visualização direta de todas as pessoas internadas é impossível de se realizar de
um único ponto, o que faz com que em situações de urgência ou emergência haja
necessidade dos profissionais de saúde se ausentarem da sua sala e deixarem as
pessoas sem vigilância por um determinado período de tempo (Roosmalen, 2010).
Considero assim pertinente a existência de dispositivos de telemetria que
permitissem aceder aos dispositivos de monitorização em todas as salas da UCI. A
UCI tem ainda uma sala de cuidados intermédios, na qual se encontram pessoas
que necessitam de menor nível de vigilância e suporte de funções vitais. Esta sala
permite agilizar transferências e consequentemente vagas na UCI, possibilitando a
entrada de PSC mais rapidamente.
Na UCI o nível de intervenção não é alterado de acordo com o período do dia
em que nos encontramos, tal facto foi comprovado pela realização de turnos ao
longo das 24 horas do dia, onde me foi possível constatar e colaborar na prestação
de cuidados nos vários momentos. Recordo a realização de um decúbito ventral
pelas 4:00 horas de uma madrugada após avaliação radiológica torácica e de
avaliação gasimetrica de uma pessoa; a colocação de um acesso venoso central às
3:00 da madrugada por necessidade de iniciar a administração de um antibiótico em
perfusão contínua por não existirem lúmens disponíveis no acesso vascular pré-
Página | 65
existente; a realização de exames complementares de diagnóstico fora da UCI a
qualquer hora do dia.
Foi ainda possível compreender a atividade que a UCI desta instituição
desenvolve em colaboração com o restante hospital na prestação de cuidados a
pessoas não internadas na UCI. Esta atividade decorre das seguintes formas:
Equipa de Emergência Médica Interna (EEMI) – a EEMI assegura a
prestação de cuidados às áreas clínicas e não clínicas da instituição, é
constituída por um médico e um enfermeiro que quando ativados, se
deslocam para o local do incidente e realizam a primeira avaliação e
estabilização da pessoa, procedendo à sua transferência para outro serviço
sempre que necessário. De acordo com a DGS (2010), estas equipas são
apenas para assistência a pessoas internadas, contudo muitas das
ativações são para espaços não clínicos, motivadas por traumas minor. Por
outro lado, nas ativações da EEMI para áreas clínicas, e por esta ser
constituída por um médico e um enfermeiro de UCI, é por vezes possível
realizar a transferência imediata para o serviço, caso se justifique, o que
permite garantir a continuidade de cuidados à pessoa, assegurando uma
intervenção o mais precoce possível. A EEMI está dotada de um monitor
desfibrilhador bifásico, com duas malas médicas – uma com material e
terapêutica para vítimas adultas e outra para vítimas pediátricas –, existe
ainda a mala de via aérea e uma bala de oxigénio.
Sala de hemodiálise – a UCI assegura ainda a realização de hemodiálise
ou de ultrafiltração a pessoas internadas na instituição, quer por situação
de urgência ou por impossibilidade de se deslocarem à instituição onde se
realiza a modalidade terapêutica. Nestes casos a prescrição é assegurada
pelo médico da UCI e a realização e vigilância pelo enfermeiro da UCI.
Sala de pace transvenoso – nesta sala existe possibilidade da equipa da
UCI proceder à colocação de um electroestimulador, sempre que não seja
possível o transporte da pessoa para a instituição com sala de
hemodinâmica. A sala está dotada de um intensificador de imagem, que é
Página | 66
utilizado com apoio da radiologia. Após colocação do dispositivo em
segurança a pessoa é transferida para o serviço de origem.
Broncofibroscópio (BFO) – a UCI dispõem de um BFO que é por vezes
emprestado a outros serviços sempre que estes o requisitem. Por vezes, e
em situações de urgência como seja o caso de uma entubação traqueal
numa via aérea difícil, a equipa da UCI dá também apoio na técnica com
recurso ao BFO.
Importa referir que para assegurar as atividades descritas, existe em
permanência um enfermeiro que não está na prestação de cuidados diretos. Nos
turnos de tarde e noite, o enfermeiro chefe de equipa, para além da supervisão dos
cuidados prestados assegura essas intervenções, e nos turnos da manhã é por
norma um ou dois dos enfermeiros em horário fixo. A realização de turnos ao longo
das 24 horas do dia, permitiu colaborar em todas as atividades anteriormente
descritas.
Pelo facto de o meu orientador do EC ser um dos enfermeiros responsáveis
da UCI e ter horário fixo, foi necessário realizar turnos de tarde e noite com outros
enfermeiros. Este facto que inicialmente pareceu ser facilitador da integração na
equipa, por me permitir contactar com vários elementos, verificou-se constrangedor
da integração. Na verdade, pelo facto de os outros enfermeiros não me conhecerem,
em muitas das situações não me foi dada autonomia para intervir junto das pessoas
internadas. A falta de confiança demonstrada é compreensível por não me
conhecerem tendo em conta a responsabilidade de cada profissional para com
aqueles a quem presta cuidados no seu turno. Contudo, ao longo dos turnos foi
possível realizar partilha de conhecimentos tendo em conta a prestação de cuidados
em cada momento, o que facilitou a minha integração permitindo a minha
participação e prestação na prestação de cuidados de forma crescente.
Um fator que contribuiu para a integração na equipa foi o facto de o
enfermeiro orientador do EC me ter permitido acompanhar um grupo de trabalho
relacionado com o controlo de infeção, constituído por médicos e enfermeiros da
Página | 67
UCI. Participei em duas reuniões do grupo e foi-me permitido partilhar a minha
experiência profissional, o que facilitou desde logo a minha integração nesse grupo
de trabalho. O grupo encontrava-se a desenvolver estratégias relacionadas com o
projeto STOP Infeção da Fundação Calouste Gulbenkian (2014), trabalhando
algumas ferramentas que visavam a mudança de práticas no que respeita à
prevenção da PAI e à infeção associada à inserção de cateter venoso central (CVC).
Nessas reuniões debati com o grupo as recomendações em estudo da DGS (2015a,
2015b) e colaborei na construção de um instrumento para análise diagnóstica da
situação relativamente à prestação de cuidados relacionados com a PAI no contexto
do EC – Apêndice X. Também ao longo dos turnos, foi possível partilhar com os
enfermeiros as intervenções autónomas de enfermagem que contribuem para a
redução da PAI (Direção-Geral da Saúde, 2015a; Matos & Sobral, 2010) motivando
a alteração na prestação de cuidados de enfermagem, em alguns profissionais,
beneficiando a pessoa internada – Figura 2. Essa reunião foi ainda o ponto de
partida para a realização de um procedimento no meu contexto profissional, onde
desde então foram implementadas algumas alterações no que respeita à prestação
de cuidados relacionados com a prevenção da PAI – Apêndice XI.
Figura 2 - Prevenção da Pneumonia Associada à Intubação: cuidados de enfermagem
PREVENÇÃO DA PAI
Higienização das Mãos
(5 momentos)
Elevação da Cabeceira:
300-450
Higiene Oral com Clorohexidina 0,2%:
3xdia
Pressão Cuff de Via Aérea Avançada:
20-30 cmH2O
Página | 68
No que respeita à temática do meu projeto e sabendo que a maioria das
situações de PCR em UCI são expectáveis, foi possível discutir a importância da
monitorização contínua das pessoas internadas. Esta permite antecipar as situações
de PCR e acima de tudo preveni-las. Ao contrário de outros contextos clínicos, na
UCI trabalha-se com frequência com pessoas em situação de peri-paragem mas de
um modo controlado e seguro, não permitindo que a PCR se concretize.
Possivelmente as situações de PCR súbitas em UCI ocorrem durante ou
imediatamente após a admissão das pessoas na UCI, ou são iatrogénicas a
intervenções e/ou procedimentos. Assim, importa que o enfermeiro conheça as
complicações possíveis da cada técnicas e/ou procedimento, por forma a monitorizar
os seus sinais de alerta e atuar em tempo útil.
No EC deparei-me apenas com duas pessoas vítimas de PCR em status pós-
PCR. Numa dessas situações apenas foi possível acompanhar a prestação de
cuidados após 72 horas de RCE e portanto na fase de avaliação de prognóstico. Foi
assim possível colaborar na avaliação neurológica da pessoa, através da realização
de exames complementares de diagnóstico como os potenciais evocados, a
tomografia axial computorizada de crânio, a ressonância magnética de crânio e o
EEG. Contudo, na segunda situação colaborei na manutenção da HT e na fase de
reaquecimento da pessoa em status pós-PCR de acordo com o protocolo de HT do
EC. Considero que o processo de manutenção da temperatura não é complexo,
contudo durante o reaquecimento é necessário que o enfermeiro compreenda as
alterações fisiológicas decorrentes do aumento da temperatura e as relacione com a
informação obtida por meio dos recursos tecnológicos de monitorização, por forma a
antecipar problemas e prevenir complicações – Technological Competency as
Caring (Locsin, 2013).
A leitura e discussão do protocolo de HT do contexto de EC, com o enfermeiro
orientador e com o enfermeiro responsável pelo protocolo de HT do EC permitiu-me
observar que as intervenções preconizadas estão de acordo com as descritas na
literatura, por forma a assegurar o melhor outcome neurológico possível das
pessoas vítimas de PCR. Apesar deste serviço ainda preconizar a realização de HT
Página | 69
no status pós-PCR, os responsáveis pelo projeto estão a trabalhar no sentido de
atualizar o protocolo àquelas que são as recomendações internacionais atuais –
target temperature management (Dragancea et al., 2015; European Resuscitation
Council, 2013; Nielsen et al., 2013; J. P. Nolan et al., 2015). Neste sentido
disponibilizei-me para colaborar nessa atualização, tendo facultado desde logo a
bibliografia científica de que dispunha, contudo até à conclusão do EC não se
realizou nenhuma reunião de trabalho entre os responsáveis do projeto.
No que respeita à prestação de cuidados de enfermagem à pessoa adulta
vítima de PCR com RCE, participei ativamente nas diferentes componentes da
neuroproteção (J. P. Nolan et al., 2015), através da:
Sedação – a gestão da sedação foi realizada através da escala de
Richmond (Barr et al., 2013). No meu contexto profissional, recorro à
escala de Ramsay (Barr et al., 2013), para avaliar a sedação, pelo que tive
necessidade de desenvolver conhecimentos relativamente à aplicação e
interpretação da escala em vigor no EC.
Controlo de Atividade Epilética – no EC contactei com um EEG contínuo
conectado ao monitor de cabeceira, este equipamento permite a
monitorização da atividade elétrica cerebral mediante a colocação de cinco
elétrodos na região frontoparietal da pessoa, gerando assim dois traçados
eletroencefalográficos que permitem identificar atividade convulsiva. A
monitorização do EEG contínuo é realizada pelo enfermeiro responsável
pela pessoa em status pós-PCR, verificando a existência de alterações
grosseiras nos traçados do EEG.
Perfusão Cerebral – importa que o enfermeiro monitorize a tensão arterial
de forma contínua, e procure ajustar as medidas terapêuticas prescritas
para os targets recomendados, protocolados ou prescritos. Ao longo do EC
tive oportunidade de contactar com equipamentos de monitorização
hemodinâmica invasiva adequado os protocolos terapêuticos aos dados
obtidos e interpretados por esses equipamentos.
Página | 70
Glicemia – o enfermeiro executa a gestão da glicemia da pessoa em status
pós-PCR mediante a aplicação de protocolos de administração de insulina,
tendo em conta que a variação da curva de glicemia é diretamente
influenciada pela dinâmica da curva de temperatura central (Cueni-Villoz et
al., 2011; Forni et al., 2010; Niemann, Youngquist, & Rosborough, 2011).
Temperatura – o controlo de temperatura é sem dúvida a intervenção mais
utilizada e de forma mais protocolada no EC. O protocolo do EC preconiza
a HT, com recurso à infusão de fluidoterapia a 4ºC e à aplicação de uma
manta térmica que controla a temperatura corporal de forma externa,
permitindo a descida, manutenção e o reaquecimento controlados. Este
equipamento apesar de ser fácil na sua manipulação, requer bastante
treino e experiência no que diz respeito ao controlo de temperatura. As
oscilações na temperatura central da pessoa requerem contínuas
alterações e ajustes na temperatura programada do equipamento, e por
vezes alterações minor na programação provocam alterações bruscas e
major na temperatura central da pessoa.
Ao longo do EC não realizei nenhuma sessão de formação, nem houve
nenhum momento formal de partilha de conhecimento. Contudo ao longo dos turnos
atuei sempre com o intuito de partilhar conhecimento, alertando para algumas
intervenções de enfermagem menos corretas que observei, com a expectativa de
alterar comportamentos ou de pelo menos alertar para determinadas situações.
Algumas das situações que considero terem sido geradoras de conhecimento para
os profissionais com quem estava nesses momentos foram:
Discussão sobre a manipulação e posicionamento de uma drenagem
ventricular externa, relacionando a pressão intracraniana, a PPC e a TAM.
Existiam dúvidas relativamente ao correto posicionamento do ponto de
queda da drenagem ventricular externa em relação ao trago. Se nos
remetermos para a lei de Monro-Kellie (American College of Surgeons
Comitte on Trauma, 2012) e para a localização da drenagem ventricular
Página | 71
externa compreendemos que caso o ponto de queda seja posicionado a
nível do trago, a drenagem de líquido cefalorraquidiano será constante.
Discussão sobre prevenção e controlo de infeção nosocomial, tendo em
conta a estrutura física da UCI do contexto clínico.
A gestão da sedo-analgesia e de anti hipertensores, numa situação de
hipertensão intracraniana, numa pessoa com um hematoma frontoparietal
esquerdo em fase aguda, no momento da prestação de cuidados de
higiene.
Discussão sobre as recomendações para a manutenção dos sistemas de
administração de terapêutica em cateter venoso central.
Foi para mim, igualmente importante desenvolver competências no que
respeita às técnicas de substituição renal com recurso à anti coagulação por citrato,
por ser uma técnica que estava, à altura do EC, em implementação no meu contexto
profissional, tendo facilitado a minha aprendizagem e domínio da técnica, otimizando
as minhas competências.
Também no que respeita à prestação de cuidados de enfermagem à PSC em
decúbito ventral, foi possível desenvolver competências técnicas e científicas, tanto
pela prestação de cuidados a pessoas nesta situação, como pela reflexão e
discussão das práticas.
A administração de terapêutica em perfusão contínua, como a antibioterapia e
a maioria dos iões, foi uma nova realidade para mim. Este procedimento é vantajoso
relativamente à administração de terapêutica intermitente, uma vez que permite um
maior controlo e constância sobre os níveis séricos de cada fármaco e por sua vez
maior segurança na administração dos mesmos (Johns Hopkins Hospital
Antimicrobial Stewardship Program, 2010; Van Herendael et al., 2012).
Por último, mas não menos importante, foi a aprendizagem que realizei
relativamente à gestão dos recursos humanos, mais concretamente relativamente à
sua motivação e às técnicas utilizadas para formação dos profissionais. Para esta
aprendizagem, contribuiu o facto de o meu orientador de estágio estar em horário
Página | 72
fixo, sem doentes atribuídos, exercendo funções como dinamizador dos vários
grupos de trabalho existentes na UCI e de monitorização da qualidade dos cuidados
prestados. Essas funções permitem monitorizar o desenvolvimento de trabalhos e
procedimentos de acordo com o estado da arte mas também, supervisionar a
prestação de cuidados por cada enfermeiro do serviço. Assim, é-lhe possível dar
feedback imediato das observações que faz ou dos indicadores que monitoriza,
introduzindo medidas corretivas sempre que necessário, promovendo o
desenvolvimento da equipa de enfermagem e da equipa multidisciplinar, garantindo
a melhoria contínua da qualidade dos cuidados prestados.
Ao longo do meu estágio na UCI guiei a minha conduta tendo em conta do
Código Deontológico e o Regulamento do Exercício Profissional dos Enfermeiros
(Ordem dos Enfermeiros, 2009, 2012a). Realço uma situação em que um conhecido
de uma pessoa internada, entrou na sala e perguntou informações sobre o estado
da pessoa. Esta pessoa não tinha qualquer relação afetiva com a pessoa internada,
era apenas conhecido, amigo de um amigo. Sabemos que em UCI as visitas são por
norma restritas, tanto no número de pessoas autorizadas a visitar a pessoa, como
no período de tempo em que a visita é possível. Contudo, não é possível que o
enfermeiro controle a entrada de pessoas na UCI. Pelo que é da responsabilidade
do enfermeiro assegurar-se da identificação da pessoa que realiza a visita, não da
sua relação de parentesco, mas da relação afetiva que a visita tem para com a
pessoa internada, de forma a conseguir dar as informações possíveis tem em conta
o direito à privacidade e a obrigatoriedade de sigilo profissional. É por isso
importante que o enfermeiro realize o acolhimento às pessoas significativas, e
identifique as pessoas que irão receber as informações clínicas mais relevantes e
pormenorizadas, e que possam eventualmente participar na tomada de decisão.
Página | 73
2.3. Revisão Integrativa da Literatura
Por não ter experiencia na prestação de cuidados especializados às pessoas
em status pós-PCR, era imperativo deter os conceitos e as recomendações
internacionais mais recentes de forma a otimizar a minha intervenção na prestação
de cuidados especializados de enfermagem, pelo que a realização deste trabalho foi
fundamental.
Nos últimos anos, e conforme definido pelas Guidelines de reanimação,
preconizou-se a HT como gold standard para a neuroproteção no status pós-PCR
(C. D. Deakin et al., 2010; Peberdy et al., 2010). Mais recentemente foram
publicados estudos de grande relevo que refutam a necessidade da HT após RCE
sem prejuízo para a pessoa, optando-se pelo controlo de temperatura e pela
normotermia (Dragancea et al., 2015; European Resuscitation Council, 2013;
Nielsen et al., 2013).
O facto de as novas Guidelines terem sido publicadas em outubro de 2015,
permitiu que tivesse disponível a literatura e consensos internacionais mais
recentes. A leitura dos conteúdos específicos para SAV e cuidados pós-PCR,
permitiram a minha rápida atualização de conhecimentos científicos e acesso à
fundamentação das recomendações internacionais, o que em última análise
contribuiu para identificar as intervenções que minimizam a lesão neurológica
decorrente da situação de PCR (Link et al., 2015; J. P. Nolan et al., 2015). A
realização da revisão integrativa da literatura pretendeu identificar as intervenções
de enfermagem que contribuem para minimizar a lesão neurológica decorrente da
situação de PCR. A principal dificuldade nesta atividade, relacionou-se com o fato de
não ter encontrado artigos científicos fidedignos, que identificassem o contributo dos
cuidados de enfermagem para minimizar a lesão neurológica no status pós-PCR.
Contudo, após várias reformulações do processo de pesquisa – Anexo V –, e com a
colaboração da minha orientadora de mestrado, Sr.ª Prof. Cândida Durão, concluí o
trabalho.
Página | 74
A neuroproteção nas pessoas adultas vítimas de PCR em status pós-PCR
requer um combinado número de intervenções que pela sua complexidade carecem
de intervenção especializadas de enfermagem. Apesar da grande maioria das
intervenções serem interdependentes, a prevenção de complicações e a instituição
de algumas medidas de controlo de temperatura constituem uma série de
intervenções autónomas de enfermagem. Para que as pessoas em status pós-PCR
tenham o melhor outcome neurológico possível é necessário que se combinem
inúmeras intervenções que visam objetivos relacionados com a ventilação, a
hemodinâmica, o controlo de temperatura, a sedação e curarização, o controlo da
atividade epilética e o controlo glicémico.
No que se refere à ventilação concluímos que a normoventilação, prevenindo a
hiperóxia e garantindo a normocapnia são os objetivos primordiais. Relativamente à
hemodinâmica, a perfusão de órgão como garante da adequada PPC, implica a
manutenção de TAM através da administração e gestão de fármacos, tendo em
conta a sua eficácia. O controlo de temperatura, assume grande importância no que
respeita à neuroproteção, substituindo a recomendação para indução de HT. No
processo de controlo de temperatura, com ou sem indução de hipotermia, é
necessário adequar o nível de sedo-analgesia e identificar a presença de shivering
devendo este ser colmatado com recurso à curarização pontual. Assim para além
das intervenções relativas à manutenção e controlo de temperatura, importa que o
enfermeiro execute a gestão da terapêutica sedativa, analgésica e curarizante de
acordo com as necessidades da pessoa. Também o controlo metabólico tem
influência direta no outcome das pessoas em status pós-PCR, sendo necessário
garantir o aporte nutricional e calórico adequado, bem como a monitorização da
glicemia de forma sistemática, prevenindo episódios de hipoglicemia.
No que respeita à literatura encontrada, consideramos necessário
desenvolverem-se estudos onde seja demonstrada a importância das intervenções
de enfermagem para o sucesso do outcome das pessoas adultas vítimas de PCR.
Este foi sem dúvida o fator de maior dificuldade para a produção da revisão
integrativa da literatura.
Página | 76
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente relatório explana o percurso de aquisição e desenvolvimento de
competências ao longo do 5.º CMEEPSC tendo como foco os objetivos definidos
para o mesmo (Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, 2010), as competências
comuns do enfermeiro especialista e as competências específicas do enfermeiro
especialista em PSC (Ordem dos Enfermeiros, 2010a, 2010b) e as competências do
segundo ciclo de estudos dos descritores de Dublin (Direção-Geral do Ensino
Superior, 2008).
A temática da Continuidade de Cuidados à Pessoa Adulta Vítima de
Paragem Cardiorrespiratória permitiu-me estruturar e orientar de forma coerente o
percurso de aquisição e desenvolvimento de competências, bem como desenvolver
competências técnico-científicas na área dos cuidados pós-PCR, uma vez que no
meu contexto profissional não existe uma prestação de cuidados objetivamente
direcionada para o status pós-PCR. Apesar da enorme relevância da temática para a
prestação de cuidados de qualidade a pessoas vítimas de PCR, esta carece de
maior desenvolvimento dado que a grande limitação se relacionou com a escassa
bibliografia disponível que associa a prática da enfermagem aos cuidados pós-PCR.
Ao longo do percurso nos EC pautei a minha presença e intervenção tendo
em conta a responsabilidade profissional, ética e legal, de acordo com o Código
Deontológico e o Regulamento do Exercício Profissional dos Enfermeiros (Ordem
dos Enfermeiros, 2009, 2012a).
A elaboração de instrumentos de trabalho, bem como os momentos
formativos – formais e informais –, permitiram sensibilizar e modificar a atuação dos
profissionais na prestação de cuidados, contribuindo assim para a melhoria contínua
da qualidade.
Página | 77
No que se refere à gestão da prestação de cuidados à pessoa a vivenciar
processos complexos de doença crítica e/ou falência orgânica, considero ter
desenvolvido competências previamente adquiridas, mas também adquirido outras.
Tal só foi possível pela participação na prática clínica atuando sobre todo o triângulo
terapêutico – pessoa, pessoas significativas e profissionais de saúde. Também a
participação em atividades extracurriculares contribuiu para a aquisição e
desenvolvimento das minhas competências neste domínio.
Mais concretamente, no que respeita à temática do projeto, importa referir que
aproveitei cada situação relacionada com a prestação de cuidados a pessoas
vítimas de PCR nos EC, tendo cada uma contribuído inequivocamente para o saber-
fazer e para o desenvolvimento de competências de enfermagem especializadas na
prevenção, identificação e atuação de situações de PCR, na prevenção da lesão
secundária à PCR, na promoção da saúde e prevenção de complicações no status
pós-PCR bem como na intervenção sobre as pessoas significativas das pessoas
vítimas de PCR.
Para me capacitar para dinamizar a resposta em situações de catástrofe ou
emergências multivítima, contribuiu a realização do curso FDM, bem como a tomada
de conhecimento e participação em planos de contingência nos EC. Também, ao
aprofundar o conhecimento sobre ferramentas de comunicação para situações de
emergência, e aplicando-as na prática clínica, foi possível desenvolver esta
competência.
No que respeita à prevenção e controlo de infeção na prestação de cuidados,
assegurei o cumprimento das boas práticas neste domínio. Considero ainda ter
otimizado este domínio tanto nos EC como no meu contexto profissional, pela
participação ativa em grupos de trabalho, pela construção de novas ferramentas de
trabalho e pela formação informal que realizei.
A incessante procura por novos conhecimentos nas diversas temáticas, bem
como a preocupação constante na sua transmissão e aplicação, constituem prova
Página | 78
da ter atuado no domínio das aprendizagens profissionais ao longo dos EC bem
como no meu contexto profissional.
Das dificuldades vividas ao longo deste percurso, considero que, apesar do
período de permanência nos EC ser adequado, o número de oportunidades para
experienciar a prestação de cuidados a pessoas vítimas de PCR foi diminuta. O
prolongamento do EC num contexto de UCI de Neurocríticos, poderia,
eventualmente, proporcionar experiências no domínio das intervenções de
enfermagem que visam a prevenção da lesão neurológica – que não sendo
exclusivamente realizadas, nesse contexto clínico, a pessoas vítimas de PCR,
permitiriam uma transposição do conhecimento e da prática clínica.
Também a inexistência de estudos científicos que relacionem as intervenções
de enfermagem com a melhoria do outcome das pessoas vítimas de PCR, dificultou
o meu percurso, concretamente no que respeitou à conclusão da revisão integrativa
da literatura. Esta dificuldade foi colmatada, pela discussão com profissionais peritos
e pela transposição das intervenções de enfermagem que se relacionam com os
objetivos terapêuticos definidos para o status pós-PCR nas guidelines. Pretendo
futuramente proceder à publicação e apresentação deste trabalho.
Teria sido igualmente importante, avaliar a eficácia da introdução da folha de
registos de enfermagem para o status pós-PCR no EC em SU, da capnografia em
forma de onda e do cardiopulmonary resuscitation feedback device, no que respeita
à mudança de práticas e consequentemente ao outcome das pessoas vítimas de
PCR. Do mesmo modo, para o EC em UCI e no meu contexto profissional, teria sido
importante avaliar a eficácia das alterações de procedimentos no que respeita à
prevenção da PAI, contudo a limitação temporal não o permitiu. Assim, como
projetos futuros pretendo desenvolver esforços para aferir sobre cada ferramenta de
trabalho que elaborei ao longo dos EC.
Também como projetos futuros, no domínio da temática do projeto, pretendo
desenvolver um trabalho de investigação que permita aferir sobre a eficácia do treino
de equipas por meio de simulação, no que respeita ao outcome das pessoas em
Página | 79
serviço de internamento vítimas de PCR. Para tal, pretendo realizar um estudo
retrospetivo, analisando a taxa de RCE e o tempo entre a deteção da PCR e o início
das manobras de SBV e SAV, comparando períodos temporais anteriores e
posteriores à formação. O projeto de formação, elaborado por um grupo de trabalho
que lidero, já está implementado desde 2011 no meu contexto profissional, tendo em
2013 sido adaptado à realidade de alguns serviços de internamento e aplicado pela
primeira vez nesses contextos em 2014.
Pretendo ainda realizar no meu contexto profissional uma formação
relacionada com a prestação de cuidados pós-PCR em colaboração com a equipa
médica, por forma a implementar posteriormente um protocolo de atuação. Pretendo
ainda que a folha de registos de enfermagem pós-PCR por mim elaborada neste
CMEEPSC, seja implementada no meu contexto profissional. O objetivo prende-se
com a necessidade de uniformizar as práticas, tendo em conta o estado da arte,
visando a melhoria do outcome das pessoas internadas vítimas de PCR.
Pelo anterior, acredito que ter sido possível a aquisição e desenvolvimento de
competências relativamente à prestação de cuidados de enfermagem especializados
à PSC, mais concretamente na continuidade de cuidados à pessoa adulta vítima de
PCR.
Página | 80
BIBLIOGRAFIA
American College of Surgeons Comitte on Trauma. (2012). Advanced Trauma Life
Support (Ninth Edit.). Chicago, Unitade States of America: American College of
Surgeons.
American Heart Association. (2011). Advanced Cardiac Life Support: Provider
Manual (First Amer.). American Heart Association.
American Heart Association. (2013a). Chapter 1 - Introduction. In ACLS for
Experienced Providers (First Amer., pp. 1–12). American Heart Association.
American Heart Association. (2013b). Chapter 13 - Post-Cardiac Arrest Care. In E.
Sinz & K. Navarro (Eds.), ACLS for Experienced Providers (First Amer., pp. 259–
278). American Heart Association.
American Heart Association. (2013c). Resuscitation Quality Improvement TM.
Atwood, C., Eisenberg, M. S., Herlitz, J., & Rea, T. D. (2005). Incidence of EMS-
treated out-of-hospital cardiac arrest in Europe. Resuscitation, 67(1), 75–80.
doi:10.1016/j.resuscitation.2005.03.021
Barr, J., Fraser, G. L., Puntillo, K., Ely, E. W., G??linas, C., Dasta, J. F., … Jaeschke,
R. (2013). Clinical practice guidelines for the management of pain, agitation, and
delirium in adult patients in the intensive care unit: Executive summary.
American Journal of Health-System Pharmacy, 70(1), 53–58.
doi:10.1097/CCM.0b013e3182783b72
Benger, J. (2015). A and B management during CPR and immediately after ROSC.
In Resuscitation 2015. Prague.
Benner, J. P., Burt, D. R., Powers, J. E., & Brady, W. J. (2015). Optimizing Post
Resuscitation Care in the Emergency Department : Addressing Post
Resuscitation Syndrome With a Structured Early Goal Directed Approach.
Consultant, 55(2), 82–87.
Benner, J. P., Burt, D. R., Powers, J. E., & Brady, W. J. (2015). Optimizing Post
Resuscitation Care in the Emergency Department: Key Interventions for
Página | 81
Reversing the Pathophysiological Manifestations of Post Resuscitation
Syndrome. Consultant, 55(3), 164–170.
Benner, P. (2001). De Iniciado a Perito: Excelência e Poder na Prática Clínica de
Enferamgem. Coimbra: Quarteto Editora.
Bleich, M. (2011). Providing Nursing Care in a Complex Health Care Environment. In
Intergovernmental Panel on Climate Change (Ed.), Nursing, Caring, and
Complexity Science: For Human-Environment Well-Being (pp. 253–262). New
York: Springer Publihing Company.
Boykin, A., Bulfin, S., Schoenhofer, S. O., Baldwin, J., & McCarthy, D. (2005). Living
Caring in Practice: The Transformative Power of the Theory of Nursing as
Caring. International Journal for Human Caring, 9(3), 15–19.
Boykin, A., & Schoenhofer, S. O. (2000). Invest in yorself: Is There Really Time to
Care? Nursing Forum, 35, 36–38. doi:DOI: 10.1111/j.1744-6198.2000.tb01230.x
Boykin, A., & Schoenhofer, S. O. (2013). Nursing as Caring - A Model for
Transforming Practice. Jones and Bartlett.
Bydžovský, J. (n.d.). Influence of feedback devices on CPR provided by nurses. In
Resuscitation 2015 (p. 3). Prague.
Callaway, C. W., Donnino, M. W., Fink, E. L., Geocadin, R. G., Golan, E., Kern, K. B.,
… Donnino, M. W. (2015). Part 6: Alternative Techniques and Ancillary Devices
for Cardiopulmonary Resuscitation. Circulation, 132(18 suppl 2), S526–S542.
doi:10.1161/CIR.0000000000000269
Callaway, C. W., Donnino, M. W., Fink, E. L., Geocadin, R. G., Golan, E., Kern, K. B.,
… Zimmerman, J. L. (2015). Part 8: Post–Cardiac Arrest Care. Circulation,
132(18 suppl 2), S465–S482. doi:10.1161/CIR.0000000000000262
Canário, R. (2007). Aprendizagens e quotidianos profissionais.
Cariou, A. (2015). PCI after return of spontaneous circulation. In Resuscitation 2015.
Prague.
Carvalho, C. S. P. (2013). Relatório de estágio. Instituto de Ciências da Saúde da
Universidade Católica Portuguesa.
Castelblanco, F. (2011). Effects of Early Initiation of Induced Therapeutic
Hypothermia. Gardner-Webb University School of Nursing.
Chatwood, A. K., & Osborne, M. (2010). The impact of an integrated resuscitation
Página | 82
and critical care training programme on cardiac arrest rates and survival after
cardiac arrest. Resuscitation, 81(2), S96.
doi:10.1016/j.resuscitation.2010.09.393
College and Association of Registered Nurses of Alberta. (2008). Registered Nurse
Roles that Facilitate Continuity of Care.
Comissão Regional do Doente Crítico. (2009). Um ano de reflexão e mudança!
Porto: ARS Norte.
Cone, D. C., & Middleton, P. M. (2015). Are out-of-hospital cardiac arrest survival
rates improving? Resuscitation, 94–95. doi:10.1016/j.resuscitation.2015.03.011
Corporation, M., Regulation, I. P., & Systems, A. C. (2015). ZOLL ResQCPR TM
System Receives Premarket Approval from the FDA. Journal of Emergency
Medical Services, (January).
Costa, T., Santos, C., & Silva, R. (2014). Correlation between the post-cardiac arrest
care algorithm and the nursing interventions classification (NIC). Revista de
Pesquisa: Cuidado É Fundamental Online, 6(1), 241–248. doi:10.9789/2175-
5361.2014v6n1p241
Cueni-Villoz, N., Devigili, A., Delodder, F., Cianferoni, S., Feihl, F., Rossetti, A. O., …
Oddo, M. (2011). Increased blood glucose variability during therapeutic
hypothermia and outcome after cardiac arrest*. Critical Care Medicine, 39(10),
2225–2231. doi:10.1097/CCM.0b013e31822572c9
Daya, M. R., Schmicker, R. H., Zive, D. M., Rea, T. D., Nichol, G., Buick, J. E., …
Wang, H. (2015). Out-of-hospital cardiac arrest survival improving over time:
Results from the Resuscitation Outcomes Consortium (ROC). Resuscitation.
doi:10.1016/j.resuscitation.2015.02.003
De Meester, K., Verspuy, M., Monsieurs, K. G., & Van Bogaert, P. (2013). SBAR
improves nurse-physician communication and reduces unexpected death: A pre
and post intervention study. Resuscitation, 84(9), 1192–1196.
doi:10.1016/j.resuscitation.2013.03.016
Deakin, C. (2015). Advanced Life Support Guidelines. In Resuscitation 2015. Prague.
Deakin, C. D., Nolan, J. P., Soar, J., Sunde, K., Koster, R. W., Smith, G. B., &
Perkins, G. D. (2010). European Resuscitation Council Guidelines for
Resuscitation 2010 Section 4. Adult advanced life support. Resuscitation,
Página | 83
81(10), 1305–1352. doi:10.1016/j.resuscitation.2010.08.017
Dias, L. J. (2014). Sistema de Melhoria Contínua da Qualidade dos Cuidados de
Enfermagem: um modelo construtivo no Hospital Prof. Doutor Fernando da
Fonseca, EPE. Revista Clínica Hospital Professor Dr. Fernando Fonseca, 2(1),
39–40.
Direção-Geral da Saúde. (2003). Cuidados Intensivos: Recomendações para o seu
desenvolvimento. Direção Geral da Saúde. Lisboa.
Direção-Geral da Saúde. (2010a). Circular Normativa no 13/DQS/DSD Orientação de
Boa Prática para a Higiene das Mãos nas Unidades de Saúde.
Direção-Geral da Saúde. (2010b). Criação e Implementação de um Equipa de
Emergência Médica Intra-hospitalar (EEMI) (No. Circular Normativa No
15/DQS/DQCO).
Direção-Geral da Saúde. (2011). Organização do material de emergência nos
serviços e unidade de Saúde.
Direção-Geral da Saúde. (2014). Programa Nacional de Saúde Escolar.
Direção-Geral da Saúde. (2015a). “Feixe de de Intervenções” de Prevenção de
Pneumonia Associada à Intubação (Vol. Número 021).
Direção-Geral da Saúde. (2015b). “Feixe de Intervenções” da Prevenção de Infecção
Relacionada com Cateter Venoso Central (Vol. 022/2015).
Direção-Geral do Ensino Superior. (2008). DESCRITORES DUBLIN. Retrieved April
20, 2015, from
http://www.dges.mctes.pt/DGES/pt/Estudantes/Processo+de+Bolonha/Objectivo
s/Descritores+Dublin/
Donoghue, A., & Nishisaki, A. (2015). High-fidelity in simulation education: Only a
part of the answer. Resuscitation, 92–93.
doi:10.1016/j.resuscitation.2015.05.004
Doshi, P., Patel, K., Banuelos, R., Darger, B., Baker, S., Chambers, K. A., … Gates,
K. (2015). Effect of Therapeutic Hypothermia on Survival to Hospital Discharge
in Out-of-hospital Cardiac Arrest Secondary to Nonshockable Rhythms.
Academic Emergency Medicine. doi:10.1111/acem.12847
Dragancea, I., Horn, J., Kuiper, M., Friberg, H., Ullén, S., Wetterslev, J., … Cronberg,
T. (2015). Neurological prognostication after cardiac arrest and targeted
Página | 84
temperature management 33°C versus 36°C: Results from a randomised
controlled clinical trial. Resuscitation, 1–7.
doi:10.1016/j.resuscitation.2015.04.013
Escola Superior de Enfermagem de Lisboa. (2010). Objectivos e competências do
CMEPSC. Retrieved January 4, 2015, from
http://www.esel.pt/NR/rdonlyres/64523D0E-CBA6-4C1F-B38C-
65E531525C4C/0/Objectivosecompetenciasportal.pdf
European Resuscitation Council. (2005). Part 4: Advanced life support.
Resuscitation, 67(2-3), 213–247. doi:10.1016/j.resuscitation.2005.09.018
European Resuscitation Council. (2011). Advanced Life Support: Recomendations
ERC 2010. (A. Lockey, J. Ballance, H. Domanovits, D. Gabbott, C. Gwinnutt, C.
Lott, … J. Soar, Eds.) (Edition 1.). European Resuscitation Council.
European Resuscitation Council. (2013). ERC Statement on targeted temperature
management. Therapeutic hypothermia following cardiac arrest : recent studies
on targeted temperature management.
Forni, a, Chesnick, M., Szumita, P., Anger, K., Avery, K., & Scirica, B. (2010).
Evaluation of glucose management during induced hypothermia at a tertiary
academic medical center. Critical Care Medicine, Conference, A243.
doi:10.1016/j.resuscitation.2015.01.002
Friberg, H. (2015). Natural TTM: hibernation. In Resuscitation 2015. Prague.
Frost, P., & Wise, M. P. (2007). Recognition and early management of the critically ill
ward patient. British Journal of Hospital Medicine (London, England : 2005),
68(10), M180–M183.
Fundação Calouste Gulbenkian. (2014). STOP infeção hospitalar! - Um desafio
Gulbenkian.
Gebhardt, K., Guyette, F. X., Doshi, A. a., Callaway, C. W., Rittenberger, J. C.,
Dezfulian, C., … Frisch, A. (2013). Prevalence and effect of fever on outcome
following resuscitation from cardiac arrest. Resuscitation, 84(8), 1062–1067.
doi:10.1016/j.resuscitation.2013.03.038
Gifford, A., & Gougelet, R. (2009). Intensive Care Unit Microcosm Within Disaster
Medical Response. In J. Geiling & S. M. Burns (Eds.), Fundamental Disaster
Management (Third., pp. 2–1 – 2–14). Society of Critical Care Medicine.
Página | 85
Godinho, N. (2016). Guia Orientador Para a Elaboração de Trabalhos Escritos,
Referências Bibliográficas e Citações. Lisboa: ESEL. Retrieved June 8, 2016,
from http://www.esel.pt/NR/rdonlyres/2390CB9F-DF53-4FD6-A8A6-
D4852662734F/0/GuiaOrientadorvs2016.pdf
Grasner, J.-T. (2015). EuReCa One. In Resuscitation 2015. Prague.
Gupta, P., Tang, X., Gall, C. M., Lauer, C., Rice, T. B., & Wetzel, R. C. (2014).
Epidemiology and outcomes of in-hospital cardiac arrest in critically ill children
across hospitals of varied center volume: A multi-center analysis. Resuscitation,
85(11), 1473–1479. doi:10.1016/j.resuscitation.2014.07.016
Have, E. C. M. Ten, Nap, R. E., & Tulleken, J. E. (2013). Well-performed
interdisciplinary rounds as a strategy to increase quality of care in the intensive
care unit.
Heffner, A. C., Pearson, D. a., Nussbaum, M. L., & Jones, A. E. (2012).
Regionalization of post-cardiac arrest care: Implementation of a cardiac
resuscitation center. American Heart Journal, 164(4), 493–501.e2.
doi:10.1016/j.ahj.2012.06.014
Hesbeen, W. (2000). CUIDAR NO HOSPITAL: Enquadrar os Cuidados De
Enfermagem Numa Perspectiva de Cuidar. Loures: Lusociência - Ediçoes
Técnicas e Científicas, Lda.
Hommers, C. (2010). Oxygen therapy post-cardiac arrest: The “Goldilocks” principle?
Resuscitation, 81(12), 1605–1606. doi:10.1016/j.resuscitation.2010.10.003
Instituto Nacional de Emergência Médica. (n.d.). Acreditação de Entidades.
Retrieved March 21, 2015, from
http://www.inem.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=40708
Instituto Nacional de Emergência Médica. (2009). Programa Nacional de
Desfibrilhação Automática Externa.
Instituto Nacional de Emergência Médica. (2013). Sistema Integrado de Emergência
Médica (1a Edição.).
Instituto Nacional de Emergência Médica. (2014). Registo Nacional de Paragem
Cardio-respiratória Pré-Hospitalar. Retrieved January 1, 2015, from
http://extranet.inem.pt/pcr/
Instituto Nacional de Emergência Médica. (2015a). ENTIDADES FORMATIVAS
Página | 86
ACREDITADAS. Retrieved January 1, 2015, from
http://www.inem.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=40708
Instituto Nacional de Emergência Médica. (2015b). Portugal vai ter ensino de
Suporte Básico de Vida nas Escolas : INEM e DGE assinam protocolo.
Retrieved Januray 3, 2015, from
http://www.inem.pt/Download.aspx?file=7JlnqN6pwQR2hAGGc5lP/vzJOht6lgBp
+0wgIbqW18tDinOxpyqoh7rIFNrTwxW22K2gFCDfL9EEnUxWLuF5Mg==&name
=Portugal+vai+ter+ensino+de+Suporte+B?sico+de+Vida+nas+Escolas:+INEM+
e+DGE+assinam+protocolo.
Instituto Nacional de Emergência Médica. (2015c). Relatório de Atividades e Contas:
Instituto Nacional de Emergência Médica 2014.
Institute of Medicine of the National Academies. (2015). Strategies to Improve
Cardiac Arrest Survival: A Time to Act. (R. Graham, M. A. McCoy, & A. M.
Schultz, Eds.). Washington, DC: The National Academy of Sciences.
Intensive Care Society. (2008). The Intensive Care Society A Guide for Critical Care
Settings Standards for the Management of Patients After Cardiac Arrest.
Jasper, M. (2003). Beginning_Reflective_Practice_Gibbs.pdf. Foundation in Nursinfg
and Health Care. Cheltenham: Nelson Thornes Ltd.
Johns Hopkins Hospital Antimicrobial Stewardship Program. (2010). Continuous
Infusion of Antibiotics. Clinical Infectious Diseases.
Joint Quality Initiative. (2004). Shared “Dublin” descriptors for the Bachelor´s,
Master´s and Doctoral awards. Dublin.
Koenig, S. M., & Truwit, J. D. (2006). Ventilator-associated pneumonia: Diagnosis,
treatment, and prevention. Clinical Microbiology Reviews, 19(4), 637–657.
doi:10.1128/CMR.00051-05
Koster, R. W., Baubin, M. A., Bossaert, L. L., Caballero, A., Cassan, P., Castrén, M.,
… Sandroni, C. (2010). European Resuscitation Council Guidelines for
Resuscitation 2010 Section2. Adult basic life support and use of automated
external defibrillators. Resuscitation, 81, 1277–1292.
Kowalik, R., Szczerba, E., Ko Towski, U., Grabowski, M., Chojnacka, K., Golecki, W.,
… Opolski, G. (2014). Cardiac arrest survivors treated with or without mild
therapeutic hypothermia: performance status and quality of life assessment.
Página | 87
Scandinavian Journal of Trauma, Resuscitation and Emergency Medicine, 22(1),
76. doi:10.1186/s13049-014-0076-9
Laurent, I., Monchi, M., Chiche, J. D., Joly, L. M., Spaulding, C., Bourgeois, B., …
Dhainaut, J. F. (2002). Reversible myocardial dysfunction in survivors of out-of-
hospital cardiac arrest. Journal of the American College of Cardiology, 40(12),
2110–2116. doi:10.1016/S0735-1097(02)02594-9
Lennquist, S. (2012). Major Incidents: Definitions and Demands on the Health-Care
System. In S. Lennquist (Ed.), Medical Response to Major Incidents and
Disasters (pp. 1–7). Berlin, Heidelberg: Springer Berlin Heidelberg.
doi:10.1007/978-3-642-21895-8
Link, M. S., Berkow, L. C., Kudenchuk, P. J., Halperin, H. R., Hess, E. P., Moitra, V.
K., … Donnino, M. W. (2015). Part 7: Adult Advanced Cardiovascular Life
Support. Circulation, 132(18 suppl 2), S444–S464.
doi:10.1161/CIR.0000000000000261
Locsin, R. C. (2001). Rozzano Locsin’s Technological Competency as Caring in
Nursing. In M. C. Smith & M. E. Parker (Eds.), Nursing Theories and Nursing
Practice (4th ed., pp. 449 – 460). Philadelphia: F. A. Davis Company.
Locsin, R. C. (2005). Technological competency as caring in nursing: A model for
practice. Indianapolis: Sigma Theta Tau International.
Locsin, R. C. (2013). Technological Competency as Caring in Nursing: Maintaining
Humanity in a High-Tech World of Nursing. Jorunal of Nursing and Halth
Sciences, 7(1), 1–6.
López-Messa, J. B., & Andrés-Dellano, J. M. (2010). Therapeutic hypothermia after
cardiac arrest. Revista Espanola de Cardiologia, 63(1), 124–125; author reply
125.
Maria, V., Giuseppe, S., Yuda, S., Raquel, R.-G., Iole, B., & Paolo, P. (2015). Effects
of in-hospital low targeted temperature after out of hospital cardiac arrest: A
systematic review with meta-analysis of randomized clinical trials. Resuscitation,
91, 8–18. doi:10.1016/j.resuscitation.2015.02.038
Martín-Hernández, H., López-Messa, J. B., Pérez-Vela, J. L., Molina-Latorre, R.,
Cárdenas-Cruz, A., Lesmes-Serrano, A., … Herrero-Ansola, y P. (2010).
Manejo del síndrome posparada cardíaca. Medicina Intensiva, 34(2), 107–126.
Página | 88
doi:10.1016/j.medin.2009.09.001
Mathiesen, C., McPherson, D., Ordway, C., & Smith, M. (2015). Caring for Patients
Treated With Therapeutic Hypothermia. Critical Care Nurse, 35(5), e1–e12.
doi:10.4037/ccn2015168
Matos, A., & Sobral, a. (2010). Como eu, Enfermeiro, faço Prevenção da Pneumonia
Associada à Ventilação Mecânica. Rev Port Med Int, 17(1), 61–5.
McLean, B., & Zimmerman, J. L. (Eds.). (2007). Fundamental Critical Care Support
(4th editio.). Mount Prospect, IL 60056: Society of Critical Care Medicine.
Meaney, P. a., Bobrow, B. J., Mancini, M. E., Christenson, J., De Caen, A. R., Bhanji,
F., … Leary, M. (2013). Cardiopulmonary resuscitation quality: Improving cardiac
resuscitation outcomes both inside and outside the hospital: A consensus
statement from the American heart association. Circulation, 128(4), 417–435.
doi:10.1161/CIR.0b013e31829d8654
Mellick, L. B., & Adams, B. D. (2009). Resuscitation Team Organization for
Emergency Departments: A Conceptual Review and Discussion. The Open
Emergency Medicine Journal, 2(1), 18–27. doi:10.2174/1876542400902010018
Morrison, L. J., Neumar, R. W., Zimmerman, J. L., Link, M. S., Newby, L. K.,
McMullan, P. W., … Edelson, D. P. (2013). Strategies for improving survival after
in-hospital cardiac arrest in the United States: 2013 consensus
recommendations: A consensus statement from the American heart association.
Circulation, 127(14), 1538–1563. doi:10.1161/CIR.0b013e31828b2770
Navarro-Vargas, J. R., & Díaz, J. L. (2014). Síndrome posparo cardiaco. Revista
Colombiana de Anestesiología, 42(2), 107–113. doi:10.1016/j.rca.2014.01.001
Negovsky, V. a. (2012). Reprint of: The second step in resuscitation-the treatment of
the post-resuscitation disease. Resuscitation, 83(10), 1187–1190.
doi:10.1016/j.resuscitation.2012.07.023
Neumar, R. W., Nolan, J. P., Adrie, C., Aibiki, M., Berg, R. A., Bottiger, B. W., …
Vanden Hoek, T. (2008a). Post-Cardiac Arrest Syndrome: Epidemiology,
Pathophysiology, Treatment, and Prognostication A Consensus Statement From
the International Liaison Committee on Resuscitation (American Heart
Association, Australian and New Zealand Council on Resuscitation, E.
Circulation, 118(23), 2452–2483. doi:10.1161/CIRCULATIONAHA.108.190652
Página | 89
Neumar, R. W., Nolan, J. P., Adrie, C., Aibiki, M., Berg, R. A., Bottiger, B. W., …
Vanden Hoek, T. (2008b). Post-Cardiac Arrest Syndrome: Epidemiology,
Pathophysiology, Treatment, and Prognostication A Consensus Statement From
the International Liaison Committee on Resuscitation (American Heart
Association, Australian and New Zealand Council on Resuscitation, E.
Circulation, 118(23), 2452–2483. doi:10.1161/CIRCULATIONAHA.108.190652
Nielsen, N., Wetterslev, J., Cronberg, T., Erlinge, D., Gasche, Y., Hassager, C., …
Friberg, H. (2013). Supplementary Appendix: Targeted temperature
management at 33°C versus 36°C after cardiac arrest. The New England
Journal of Medicine, 369(23), 2197–206. doi:10.1056/NEJMoa1310519
Niemann, J. T., Youngquist, S., & Rosborough, J. P. (2011). Does early
postresuscitation stress hyperglycemia affect 72-hour neurologic outcome?
Preliminary observations in the Swine model. Prehospital Emergency Care :
Official Journal of the National Association of EMS Physicians and the National
Association of State EMS Directors, 15(3), 405–409.
doi:10.3109/10903127.2011.569847
Nolan, Nolan, J., Basket, P., & Basket, P. (2005). ERC Guidelines for Resuscitation
2005. Resuscitation, 1–3. doi:10.1016/j.resuscitation.2005.10.001
Nolan, J. (2015). Oxygenation and ventilation targets. In Resuscitation 2015. Prague.
Nolan, J. P., Neumar, R. W., Adrie, C., Aibiki, M., Berg, R. a., Böttiger, B. W., …
Hoek, T. Vanden. (2008). Post-cardiac arrest syndrome: Epidemiology,
pathophysiology, treatment, and prognostication. Resuscitation, 79(3), 350–379.
doi:10.1016/j.resuscitation.2008.09.017
Nolan, J. P., Soar, J., Cariou, A., Cronberg, T., Moulaert, V. R. M., Deakin, C. D., …
Sandroni, C. (2015). European Resuscitation Council and European Society of
Intensive Care Medicine Guidelines for Post-resuscitation Care 2015.
Resuscitation, 95, 202–222. doi:10.1016/j.resuscitation.2015.07.018
Nolan, J. P., Soar, J., Zideman, D. a., Biarent, D., Bossaert, L. L., Deakin, C., …
Böttiger, B. (2010). European Resuscitation Council Guidelines for Resuscitation
2010 Section 1. Executive summary. Resuscitation, 81(10), 1219–1276.
doi:10.1016/j.resuscitation.2010.08.021
North Wales Critical Care Network. (2011). Post Cardiac Arrest Care Bundle (for
Página | 90
Critical Care Patients ).
Okokok. (2001). De iniciado a perito.
Ordem dos Enfermeiros. (2005). Código Deontológico do Enfermeiro: dos
comentários à análises dos casos.
Ordem dos Enfermeiros. (2009). Código deontológico. Lei N.o 111/2009 de 16 de
Setembro.
Ordem dos Enfermeiros. (2010a). Regulamento das Competências Comuns do
Enfermeiro Especialista.
Ordem dos Enfermeiros. (2010b). Regulamento das Competências Específicas Do
Enfermeiro Especialista Em Enfermagem Em Pessoa em Situação Crítica.
Lisboa: Ordem dos Enfermeiros.
Ordem dos Enfermeiros. Regulamento do Perfil de Competencias do Enfermeiro de
Cuidados Gerais (2011).
Ordem dos Enfermeiros. Regulamento do Exercício Profissional dos Enfermeiros
(2012).
Ordem dos Enfermeiros. (2012b). REPE e Estatuto da Ordem dos Enfermeiros.
Vasa.
Ordem dos Enfermeiros. Regulamento dos Padrões de Qualidade dos Cuidados
Especializados em Enfermagem em Pessoa em Situação Crítica (2015). Díário
da República, 2.a série - N.o 123 - 26 de junho de 2015.
Ordem dos Médicos e Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos. (2008).
Transporte de Doentes Críticos.
Papp, I., Markkanen, M., & von Bonsdorff, M. (2003). Clinical environment as a
learning environment: Student nurses’ perceptions concerning clinical learning
experiences. Nurse Education Today, 23(4), 262–268. doi:10.1016/S0260-
6917(02)00185-5
Peberdy, M. A., Callaway, C. W., Neumar, R. W., Geocadin, R. G., Zimmerman, J. L.,
Donnino, M., … Kronick, S. L. (2010). Part 9: Post-cardiac arrest care: 2010
American Heart Association Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and
Emergency Cardiovascular Care. Circulation, 122(SUPPL. 3), 768–786.
doi:10.1161/CIRCULATIONAHA.110.971002
Pilcher, J., Weatherall, M., Shirtcliffe, P., Bellomo, R., Young, P., & Beasley, R.
Página | 91
(2012). The effect of hyperoxia following cardiac arrest - A systematic review and
meta-analysis of animal trials. Resuscitation, 83(4), 417–422.
doi:10.1016/j.resuscitation.2011.12.021
Prachar, T. L., Mahanes, D., Arceneaux, A., Moss, B. L., Jones, S., Conaway, M., &
Burns, S. M. (2010). Recognizing the needs of family members of neuroscience
patients in an intensive care setting. The Journal of Neuroscience Nursing :
Journal of the American Association of Neuroscience Nurses, 42, 274–279.
doi:10.1097/JNN.0b013e3181ecafbf
Rakshasbhuvankar, a. a., & Patole, S. K. (2015). Reply to: “Benefits of simulation
based training manuscript.” Resuscitation, (March), 9572.
doi:10.1016/j.resuscitation.2015.03.004
Ramos, R., Ascenção, C., & Oliveira, M. S. de. (2013). Five years of out of hospital
cardiac arrest registry (OHCAR) in Portugal. Resuscitation, 84, S54.
doi:10.1016/j.resuscitation.2013.08.139
Resuscitation Council (UK). (2008). Cardiopulmonary Resuscitation: standards for
clinical practice and training. London.
Resuscitation Council (UK). (2010). Prevention of cardiac arrest and decisions about
cardiopulmonary resuscitation.
Roosmalen, M. van. (2010). ICU Environment Desing TU/e, Arup and UMCG:
Improved ICU Design. Eindhoven University of Technology.
Rosser, W., & Schultz, K. (2007). Promoting continuity of care should be integral to
any health care system. Cmaj, 177(11), 1385–1386. doi:10.1503/cmaj.071303
Sandroni, C. (2015). Prognostication. In Resuscitation 2015. Prague.
Sawyer, K. N., & Kurz, M. C. (2015). If there is a “time to target temperature paradox”
in post-cardiac arrest care, would we know? Resuscitation, 88, A3–A4.
doi:10.1016/j.resuscitation.2014.12.011
Schriver, J. a, Talmadge, R., Chuong, R., & Hedges, J. R. (2003). Emergency
nursing: historical, current, and future roles. Academic Emergency Medicine :
Official Journal of the Society for Academic Emergency Medicine, 10, 798–804.
Scovell, S. (2010). Role of the nurse-to-nurse handover in patient care. Nursing
Standard : Official Newspaper of the Royal College of Nursing, 24(20), 35–39.
doi:10.7748/ns2010.01.24.20.35.c7453
Página | 92
Sedlak, S. K. (2011). Avaliação do Doente. In Lusocieência (Ed.), Enfermagem de
Urgência: da teoria à prática (6a ed., pp. 125–139). Loures.
Sinz, E., & Navarro, K. (Eds.). (2013). The Expanded Systematic Approach. In ACLS
for Experienced Providers (1st Editio., pp. 13–23). American Heart Association.
Siow, E., Wypij, D., Berry, P., Hickey, P., & Curley, M. a Q. (2013). The effect of
continuity in nursing care on patient outcomes in the pediatric intensive care unit.
The Journal of Nursing Administration, 43(7-8), 394–402.
doi:10.1097/NNA.0b013e31829d61e5
Soar, J. (2015). Consensus On Science & Treatment Recommendations. In
Resuscitation 2015. Prague.
Sousa, H. E. A. de. (2014). Hipoterma Terapêutica na Sala de Emerggência: uma
intervenção pós-PCR. Retrieved March 4, 2015, from
http://repositorio.ipvc.pt/bitstream/123456789/1260/1/Hugo_Sousa.pdf.
Stub, D., Schmicker, R. H., Anderson, M. L., Callaway, C. W., Daya, M. R., Sayre, M.
R., … Nichol, G. (2015). Association between hospital post-resuscitative
performance and clinical outcomes after out-of-hospital cardiac arrest.
Resuscitation, 92, 45–52. doi:10.1016/j.resuscitation.2015.04.015
Sullivan, N. J., Duval-Arnould, J., Twilley, M., Smith, S. P., Aksamit, D., Boone-
Guercio, P., … Hunt, E. a. (2015). Simulation exercise to improve retention of
cardiopulmonary resuscitation priorities for in-hospital cardiac arrests: A
randomized controlled trial. Resuscitation, 86, 6–13.
doi:10.1016/j.resuscitation.2014.10.021
Sunde, K. (2015). Post Resuscitation’ goal-directed therapy. In Resuscitation 2015.
Prague.
Talikowska, M., Tohira, H., & Finn, J. (2015). Cardiopulmonary resuscitation quality
and patient survival outcome in cardiac arrest: A systematic review and meta-
analysis. Resuscitation, 96, 66–77. doi:10.1016/j.resuscitation.2015.07.036
Tunlind, A., Granström, J., & Engström, Å. (2015). Nursing care in a high-
technological environment: Experiences of critical care nurses. Intensive and
Critical Care Nursing, 31(2), 116–123. doi:10.1016/j.iccn.2014.07.005
Urden, L. D., Stacy, K. M., & Lough, M. E. (2008). Theleen’s ENFERMAGEM DE
CUIDADOS INTENSIVOS - Diagnóstico e Intervenção. (Lusodidacta, Ed.) (5a
Página | 93
ed.). Loures.
Van Herendael, B., Jeurissen, A., Tulkens, P. M., Vlieghe, E., Verbrugghe, W.,
Jorens, P. G., & Ieven, M. (2012). Continuous infusion of antibiotics in the
critically ill: The new holy grail for beta-lactams and vancomycin? Annals of
Intensive Care, 2(1), 22. doi:10.1186/2110-5820-2-22
Wyllie, J., Bruinenberg, J., Roehr, C. C., Rüdiger, M., Trevisanuto, D., & Urlesberger,
B. (2015). European Resuscitation Council Guidelines for Resuscitation 2015.
Resuscitation, 95, 249–263. doi:10.1016/j.resuscitation.2015.07.029
CRONOGRAMA DO 3.º SEMESTRE DO 5.º CMEEPSC DA ESEL
ANOS 2015 2016
MESES Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro
DIAS 28 5 12 19 26 2 9 16 23 30 7 14 18 1 4 11 18 25 1 8 15 22 29
2 9 16 23 30 6 13 20 27 4* 11 17 30 3 8 15 22 29 5 12 19 26 4
Abertura do 3.º Semestre na ESEL
FÉ
RIA
S D
E N
AT
AL
Ensino Clinico em SU
Ensino Clínico em UCI
Elaboração do Relatório de Estágio
Apresentação do Relatório de Estágio
OBJETIVO 1: Conhecer a dinâmica organizacional do contexto
Atividades a Desenvolver Indicadores de Resultado
Realizar visita guiada ao SU;
Conhecer a estrutura física do serviço;
Conhecer a dinâmica do SU;
Consultar normas do SU;
Consultar protocolos do SU;
Desenvolver relação empática e profissional com os membros da equipa
multidisciplinar;
Conhecer protocolos e normas do serviço;
Estabelece relação empática e profissional com a equipa
multidisciplinar;
Demonstra integração na equipa multidisciplinar.
OBJETIVO 2: Identificar as intervenções que minimizam a lesão neurológica secundária à PCR.
Atividades a Desenvolver Indicadores de Resultado
Realizar uma Revisão Integrativa da Literatura – Apêndice V; Produção de um artigo relacionado com as intervenções de
enfermagem especializadas que minimizam a lesão neurológica
decorrente da PCR.
Realizar um documento reflexivo relativo à prestação de cuidados à pessoa
adulta vítima de PCR tendo em conta a neuroproteção.
Produz documento reflexivo sobre as práticas vividas e observadas.
OBJETIVO 3: Intervir operacionalizando o processo de enfermagem tendo em conta a responsabilidade profissional, ética e legal.
Atividades a Desenvolver Indicadores de Resultado
Tomar decisões tendo em conta os princípios éticos, o código deontológico
da Ordem dos Enfermeiros;
Garante o cumprimento dos princípios deontológicos e ético-legais no
processo de tomada de decisão;
Promover a proteção dos direitos humanos; Assegura a confidencialidade e segurança dos dados recolhidos em
contexto profissional;
Garante a privacidade da pessoa alvo de cuidados;
Promove o respeito da pessoa à autodeterminação no âmbito dos
cuidados especializados e de saúde.
Gerir as práticas profissionais garantindo a segurança da PSC
Decide tendo em conta o conhecimento científico atual, a experiencia
profissional e a prática refletida;
Contribui para a tomada de decisão da equipa em que se insere;
Assume iniciativa no processo de tomada de decisão;
Promove uma cultura de práticas seguras;
Identifica práticas de risco.
OBJETIVO 4: Contribuir para a melhoria da qualidade dos cuidados prestados.
Atividades a Desenvolver Indicadores de Resultado
Participar em projetos institucionais na área da melhoria da qualidade;
Colabora em atividades na área da melhoria da qualidade;
Comunica os resultados das atividades institucionais na área da
qualidade.
Partilhar por meio de ações de sensibilização – formais e/ou informais –
diretivas e conhecimentos de melhoria da qualidade;
Detém conhecimentos avançados sobre diretivas para a melhoria da
qualidade;
Promove a incorporação dos conhecimentos na área da qualidade na
prestação de cuidados.
Avaliar a qualidade dos cuidados de enfermagem mediante criação de uma
folha de registo de enfermagem para os cuidados imediatos pós-RCE;
Aplica instrumentos de avaliação de resultado.
Promover um ambiente terapêutico seguro; Envolve a família e outros no sentido de assegurar as necessidades
culturais e espirituais dos mesmos;
OBJETIVO 5: Gerir a prestação de cuidados à PSC.
Atividades a Desenvolver Indicadores de Resultado
Otimizar o processo de cuidados ao nível da tomada de decisão; Contribui com informação e conhecimento para a tomada de decisão;
Reconhece quando referenciar para outros profissionais de saúde;
Supervisionar as tarefas delegadas, garantindo a segurança e a qualidade dos
cuidados;
Utiliza o método demonstrativa para a delegação de tarefas;
Monitoriza a prestação de tarefas delegadas;
OBJETIVO 6: Desenvolver aprendizagens profissionais.
Atividades a Desenvolver Indicadores de Resultado
Promover a aprendizagem da equipa multidisciplinar; Promove a aprendizagem formal e/ou informal da equipa
multidisciplinar;
Reconhece necessidades formativas;
Avalia e divulga o impacto da formação.
Prestar cuidados de enfermagem especializados à pessoa adulta vítima de
PCR tendo em conta o estado de arte.
Demonstra conhecimentos e aplica-os na prestação de cuidados.
OBJETIVO 7: Prestar cuidados de enfermagem especializados à PSC.
Atividades a Desenvolver Indicadores de Resultado
Prestar cuidados à PSC em situação emergente e antecipar a instabilidade
hemodinâmica;
Identifica os focos de instabilidade;
Atua de imediato na resolução dos focos de instabilidade;
Antecipa e previne situações de peri-paragem cardiorrespiratória
Detém competências técnicas e científicas de SAV;
Assistir as pessoas significativas da PSC nas perturbações emocionais; Facilita o processo de gestão da ansiedade, medo e de dignificação da
morte.
Comunicar com as pessoas significativas da PSC; Promove a comunicação com as pessoas significativas, contribuindo
para a compreensão do status PSC.
Desenvolver relação terapêutica com as pessoas significativas da pessoa
adulta vítima de PCR.
Promove a relação terapêutica com as pessoas significativas.
OBJETIVO 8: Dinamizar a resposta a situações de catástrofe ou emergência multi-vítima.
Atividades a Desenvolver Indicadores de Resultado
Consultar o plano de emergência e catástrofe do serviço; Conhece o plano de emergência e catástrofe do serviço;
Planear a resposta concreta em situações de emergência multi-vítima ou
catástrofe.
Sistematiza as ações a desenvolver em situação de catástrofe ou
emergência.
OBJETIVO 9: Promover a prevenção e controlo da infeção na prestação de cuidados à PSC, tendo em conta a complexidade da atuação e a
necessidade de resposta em tempo útil.
Atividades a Desenvolver Indicadores de Resultado
Promover a prevenção da infeção na prestação de cuidados à PSC. Define estratégias a implementar no serviço visando a prevenção e
controlo da infeção.
OBJETIVO 1: Conhecer a dinâmica organizacional da UCI.
Atividades a Desenvolver Indicadores de Resultado
Realizar visita guiada à UUM;
Conhecer a estrutura física do serviço;
Compreender a dinâmica da UUM;
Consultar normas da UUM;
Consultar protocolos da UUM;
Estabelecer relação empática e profissional com os membros da equipa
multidisciplinar;
Conhecer protocolos e normas do serviço;
Estabelece relação empática e profissional com a equipa
multidisciplinar;
Demonstra integração na equipa multidisciplinar;
OBJETIVO 2: Identificar as intervenções que minimizam a lesão neurológica secundária à PCR.
Atividades a Desenvolver Indicadores de Resultado
Consultar as normas, procedimentos e protocolos da UUM relativas à
prestação de cuidados às pessoas adultas vítimas de PCR com RCE;
Conhecer as intervenções de enfermagem especializadas protocoladas
que promoveu a neuroproteção.
OBJETIVO 3: Intervir operacionalizando o processo de enfermagem tendo em conta a responsabilidade profissional, ética e legal.
Atividades a Desenvolver Indicadores de Resultado
Tomar decisões tendo em conta os princípios éticos, o código deontológico
da Ordem dos Enfermeiros;
Garante o cumprimento dos princípios deontológicos e ético-legais no
processo de tomada de decisão;
Promover a proteção dos direitos humanos; Assegura a confidencialidade e segurança dos dados recolhidos em
contexto profissional;
Garante a privacidade da pessoa alvo de cuidados;
Promove o respeito da pessoa à autodeterminação no âmbito dos
cuidados especializados e de saúde.
Promove o respeito pelos valores, costumes, as crenças espirituais e as
práticas específicas dos indivíduos e grupos;
Mantém um processo efetivo de cuidado quanto confrontado com
valores diferente.
Gerir as práticas profissionais assegurando a segurança da pessoa adulta
vítima de PCR.
Decide tendo em conta o conhecimento científico atual, a experiencia
profissional e a prática refletida;
Contribui para a tomada de decisão da equipa em que se insere;
Assume iniciativa no processo de tomada de decisão;
Promove uma cultura de práticas seguras;
Identifica práticas de risco.
OBJETIVO 4: Contribuir para a melhoria da qualidade dos cuidados prestados.
Atividades a Desenvolver Indicadores de Resultado
Participar em projetos institucionais na área da melhoria da qualidade; Colabora em atividades na área da melhoria da qualidade;
Partilhar por meio de ações de sensibilização – formais e/ou informais –
diretivas e conhecimentos de melhoria da qualidade;
Detém conhecimentos avançados sobre diretivas para a melhoria da
qualidade;
Promove a incorporação dos conhecimentos na área da qualidade na
prestação de cuidados.
Promover um ambiente terapêutico seguro; Envolve a família e outros no sentido de assegurar as necessidades
culturais e espirituais dos mesmos;
OBJETIVO 5: Gerir a prestação de cuidados à pessoa adulta vítima de PCR
Atividades a Desenvolver Indicadores de Resultado
Otimizar o processo de cuidados ao nível da tomada de decisão; Contribui com informação e conhecimento para a tomada de decisão;
Reconhece quando referenciar para outros profissionais de saúde;
OBJETIVO 6: Desenvolver aprendizagens profissionais.
Atividades a Desenvolver Indicadores de Resultado
Promover a aprendizagem da equipa multidisciplinar; Promove a aprendizagem formal e/ou informal da equipa
multidisciplinar;
Avalia e divulga o impacto da formação.
Prestar cuidados de enfermagem especializados à pessoa adulta vítima de
PCR tendo em conta o estado de arte.
Demonstra conhecimentos e aplica-os na prestação de cuidados.
OBJETIVO 7: Desenvolver competências especializadas em enfermagem na prevenção, identificação e atuação de situações de PCR.
Atividades a Desenvolver Indicadores de Resultado
Prestar cuidados à PSC em situação emergente e antecipar a instabilidade
hemodinâmica;
Identifica os focos de instabilidade;
Atua de imediato na resolução dos focos de instabilidade;
Antecipa e previne situações de peri-paragem cardiorrespiratória
Detém competências técnicas e científicas de SAV;
Gerir a administração de protocolos terapêuticos complexos relacionados
com a continuidade de cuidados à pessoa adulta vítima de PCR;
Identifica as complicações decorrentes das intervenções que visam a
minimização da lesão secundárias à PCR – neurológica e cardíaca;
Implementa cuidados de enfermagem especializados adequados às
necessidades e complicações;
Monitoriza e avalia a resposta aos problemas identificados.
Gerir a dor e o bem-estar da pessoa em status pós-PCR com RCE; Monitoriza o status neurológica;
Monitoriza a dor recorrendo às aos instrumentos adequados à pessoa
alvo de cuidados;
Recorre a medidas não farmacológicas para o alívio da dor;
Assistir as pessoas significativas da pessoa adulta vítima de PCR nas
perturbações emocionais;
Facilita o processo de gestão da ansiedade, medo e de dignificação da
morte.
Comunicar com as pessoas significativas da pessoa adulta vítima de PCR; Promove a comunicação com as pessoas significativas, contribuindo
para a compreensão do status da pessoa adulta vítima de PCR.
Desenvolver relação terapêutica com as pessoas significativas da pessoa
adulta vítima de PCR.
Promove a relação terapêutica com as pessoas significativas.
OBJETIVO 8: Promover a prevenção e controlo da infeção na prestação de cuidados à PSC, tendo em conta a complexidade da atuação e a
necessidade de resposta em tempo útil.
Atividades a Desenvolver Indicadores de Resultado
Promove a prevenção da infeção na prestação de cuidados à PSC. Define estratégias a implementar no serviço visando a prevenção e
controlo da infeção.
PLANO DE SESSÃO DA FORMAÇÃO
IDENTIFICAÇÃO DA AÇÃO DE FORMAÇÃO
Tema: Guidelines 2015 do European Resuscitation Council;
Destinatários: Enfermeiros do Serviço de Urgência do Hospital de São José (até 12 pessoas por
sessão);
Tempo Previsto: 30 minutos por cada sessão (2 sessões por dia planeado);
Data: 9, 10, 12, 16 e 18 de Novembro;
Horário: 1ª sessão das 10h30’ às 11h00’, 2ª sessão das 11h00’ às 11h30’ (o horário poderá sofrer
alterações de acordo com a decisão do Enf. Chefe de equipa presente no turno em que está
planeada a formação);
Local da Sessão: Sala de Pausa de Enfermagem do Serviço de Urgência Do Hospital de São
José;
Formador: Nelson Santos (Mestrando do 5.º CMEEPSC da ESEL)
OBJETIVO GERAL
Apresentar as principais alterações das Guidelines 2015 do European Resuscitation Council
de Reanimação da Pessoa Adulta;
Apresentar a folha de registos de enfermagem de Cuidados Pós-paragem Cardiorrespiratória,
em fase de construção
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Reconhecer a importância dos gadgets em Reanimação;
Descrever os métodos e técnicas para monitorização da qualidade da reanimação
cardiopulmonar;
Descrever o algoritmo de tratamento para as situações de hipercaliémia;
Descrever o algoritmo de paragem cardiorrespiratória associada a situações de trauma;
Descrever as técnicas de reanimação em circunstâncias especiais;
Descrever o algoritmo de cuidados pós recuperação de circulação espontânea;
Operacionalizar a folha de registos de enfermagem de Cuidados Pós-paragem
Cardiorrespiratória.
PRÉ-REQUISITOS
Conhecer as Guidelines 2010 do European Resuscitation Council de Reanimação da Pessoa
Adulta vítima de paragem cardiorrespiratória;
RECURSOS PEDAGÓGICOS
1 Computador;
1 Programa informático Adobe Acrobat ou PowerPoint;
1 Apresentação em formato Adobe Acrobat ou PowerPoint;
1 Televisor LCD com entrada HDMI;
12 Folha de registos de enfermagem de cuidados pós paragem cardiorrespiratória;
12 Folhas de Avaliação da Formação.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Suporte Básico de Vida Adulto:
o CPR feedback devices during resuscitation;
Suporte Avançado de Vida Adulto:
o monitorização da reanimação cardiorrespiratória;
o hipercaliémia
o síndrome coronário agudo;
o trauma;
o circunstâncias especiais – obesos e decúbito ventral;
Recuperação de Circulação Espontânea:
o tratamento imediato - targets;
Folha de Registos de Cuidados Pós Paragem Cardiorrespiratória:
o folha de registos de enfermagem de cuidados pós paragem cardiorrespiratória.
METODOLOGIA
Método ativo, expositivo e interrogativo.
AVALIAÇÃO
Diagnóstica: Questão inicial;
Formativa: Discussão.
CONTEÚDOS MÉTODOS RECURSOS AVALIAÇÃO TEMPO
INTRODUÇÃO
Apresentação
Validação de Pré-
requisitos
Apresentação dos
objetivos gerais e
específicos.
Expositivo
Interrogativo
Expositivo
Computador;
Apresentação e
Programa
informático Adobe
Acrobat ou
PowerPoint;
Televisor LCD com
entrada HDMI;
Diagnóstica:
Estão os
formandos
familiarizados
com as
Guidelines 2010
do ERC?
Conhecem as
alterações 2015?
3’
DESENVOLVIMENTO
Suporte Básico de Vida
Adulto:
CPR feedback devices;
Suporte Avançado de
Vida Adulto:
monitorização da
reanimação
cardiorrespiratória;
hipercaliémia;
trauma;
circunstâncias
especiais – obesos e
decúbito ventral;
Recuperação de
Circulação Espontânea:
tratamento imediato -
targets;
Folha de Registos de
Cuidados Pós Paragem
Cardiorrespiratória.
Expositivo
Computador;
Apresentação e
Programa
informático Adobe
Acrobat ou
PowerPoint;
Televisor LCD com
entrada HDMI;
12 folhas de
registos de
enfermagem de
cuidados pós-
paragem
cardiorrespiratória
1
7’
CONCLUSÃO
Esclarecimento de
questões;
Síntese da formação;
Ativo
Expositivo
Computador;
Apresentação e
Programa
informático Adobe
Acrobat ou
PowerPoint;
Televisor LCD com
entrada HDMI;
Folhas de avaliação
da formação.
Formativa: Qual
a importância
dos feedback
devices e da
capnografia em
reanimação?
Qual a
abordagem em
situações de
PCR por
hipercaliémia e
trauma? Quais
as prioridades
nos cuidados
pós recuperação
1
0’
Preenchimento da folha
de avaliação da
formação.
Ativo
de circulação
espontânea?
QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DA FORMAÇÃO:
Guidelines 2015 do European Resuscitation Council
Avaliação da Formação 1 - 5
Contributo para o seu desenvolvimento profissional
Utilidade para o desempenho das suas funções
Aptidão para aplicar o que aprendeu
Grau de realização dos objetivos propostos
Clareza na comunicação do formador
Resposta às perguntas colocadas
Folha de Registos de Cuidados Pós PCR Sim/Não
Considera pertinente a introdução de uma folha de registos de enfermagem
de cuidados pós paragem cardiorrespiratória?
Considera essa folha uma mais-valia para a qualidade de cuidados prestados
às pessoas vítimas de paragem cardiorrespiratória?
Obrigado,
Nelson Santos
Aluno do 5º CMEEPSC ESEL
CONCLUSÃO DA FORMAÇÃO:
Considero que a formação decorreu com sucesso, e sem intercorrências significativas que
afetassem a concretização dos objetivos definidos. Seria pertinente alargar as sessões a outros
profissionais de saúde nomeadamente a médicos, para que também estes pudessem atualizar-
se e conhecer as alterações nas Guidelines 2015 do ERC.
Para alguns dos formandos, teria sido importante realizar uma revisão dos algoritmos
de Suporte Avançado de Vida (SAV), contudo e para tal, seria necessário aumentar o tempo
de formação – o que possivelmente ira fazer com que a afluência de formandos diminuísse.
No entanto não excluo a possibilidade de realizar uma ou mais sessões de esclarecimento e/ou
revisão relativamente aos algoritmos de SAV para os profissionais que considerem
necessário.
Concluo que as sessões de formação de curta duração, por serem mais incisivas e
objetivas, acabam por ser uma excelente opção no que respeita à atualização de profissionais
de saúde já com grande competência e diferenciação. Poderá no entanto, ste tipo de formação
ser insuficiente para aqueles que estão num nível de iniciado (P. Benner, 2001), por não se
realizar uma revisão mais abrangente de todos os conceitos e recomendações.
Por último mas não menos importante, importa realçar a formação em contexto de
trabalho. Durante o turno, junto das pessoas em situação de doença aguda, especificamente
em PCR ou em status pós RCE, também nesses momentos deve ser realizada formação de
pares e/ou da equipa multidisciplinar. Considerando a aprendizagem informal como
predominantemente experiencial e dependente do contexto, de acordo com Canário (2007), no
processo de aquisição de conhecimentos pelo meio experiencial o indivíduo adquire não só a
competência do saber-fazer, mas também do saber e do saber ser. Será por isso importante,
em cada situação real, realizar um pequeno debriefing com a equipa, por forma a
esclarecermos a linha de pensamento utilizada, discutirmos os motivos da tomada de decisão
e analisarmos como poderíamos melhorar a nossa atuação.
Acredito que a mensagem relativa aos gadgets em reanimação, aos cuidados e
intervenções na hipercaliémia, a atenção à hiperóxia no síndrome coronário, a especificidade
da atuação nas PCR por trauma em vítimas obesas e nas vítimas em decúbito ventral, bem
como os targets em cuidados pós RCE foram retidos pelos formandos.
MONITORIZAÇÃO DE INTERVENÇÕES PARA A PREVENÇÃO DA PAI
Data: ___ / ____ / ___ | Turno: ________
Auditor:
Para cada unidade assinale com o X as intervenções realizadas
U1 U2 U3 U4 U5 U6 U7 U8 U9 U10
É efetuada revisão, redução e, se possível, a
paragem diária da sedação, maximizando a
titulação para o nível mínimo adequado
É efetuada discussão e avaliação diária da
possibilidade de desmame ventilatório e/ou
extubação
É mantida a cabeceira do leito em ângulo ≥
30º
É realizada higiene oral com gluconato de
cloro-hexidina a 0,2%, pelo menos 3 vezes
por dia
A pressão do balão do tubo endotraqueal é
mantida entre 20 e 30 cmH2O
TOTAL
ÍNDICE DE CUMPRIMENTO
Índice de Cumprimento:
PROTOCOLO DE REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Título da Revisão:
Intervenções de enfermagem que minimizam a lesão neurológica decorrente da paragem
cardiorrespiratória (PCR).
Revisor:
Nelson Filipe Faria dos Santos1
Professora Maria Cândida Durão2
Instituição onde é conduzida a revisão:
Escola Superior de Enfermagem de Lisboa
Questão de Revisão:
Quais as intervenções de enfermagem pós-PCR que minimizam a lesão neurológica das PSC?
P – Pessoa vítima de PCR
I – intervenções de enfermagem
[C]
O- minimizam a lesão neurológica
Objetivo
Identificar quais as intervenções de enfermagem pós PCR que minimizam a lesão neurológica
decorrente da PCR à pessoa adulta.
Enquadramento Teórico
As situações de PCR súbitas que ocorrem em contexto pré hospitalar são de etiologia cardíaca (AHA,
2011; ERC, 2011; J. P. Nolan et al., 2010). Pelo contrário, a PCR intra hospitalar é previsível em
cerca de 80% das situações (ERC, 2011). Sabemos ainda que cerca de 60% das PCR intra
hospitalares têm etiologia cardíaca e que 20% são de etiologia respiratória (Bergum et al., 2015).
Se por um lado as situações de PCR estão em crescente (Atwood et al., 2005; Gupta et al., 2014),
também os recursos humanos e tecnológicos estão em constante desenvolvimento e cada vez mais
próximos dos locais das PCR. Importa no entanto desenvolver as competências técnicas para a
execução de SBV e SAV de qualidade, sendo que para além da realização de cursos certificados é
cada vez mais notória a importância do treino frequente (Donoghue & Nishisaki, 2015;
Rakshasbhuvankar & Patole, 2015; Sullivan et al., 2015).
Sabemos ainda que a taxa de sobrevivência à PCR tem aumentado (Cone & Middleton, 2015; Daya
et al., 2015) sendo de 10,7% na Europa (ERC, 2011) e em Portugal de 1,25% entre 2007 e 2012
(Ramos et al., 2013), contudo a taxa de RCE no pré hospitalar em Portugal no ano de 2014 foi de
6,21% (INEM, 2014).
A discrepância entre as taxas de sobrevivência da Europa e de Portugal, carecem de uma reflexão
profunda sobre os cuidados prestados às vítimas de PCR com RCE. Há duas décadas atrás
Negovsky & Gurvitch (1995) definiram um novo conceito para o status pós PCR a post-resuscitation
disease, e reconhecem nesta um importante fator para o prognóstico das vítimas de PCR com RCE.
Laurent et al. (2002) remetem-nos para a importância da disfunção cardíaca como fator preditivo da
mortalidade das vítimas em status pós RCE.
Em 2005 nas Guidelines de reanimação do ERC foi dada atenção aos cuidados pós PCR (J. Nolan et
al., 2005), de igual modo em 2010 nas publicação das atuais Guidelines o ERC dedica em exclusivo
um capitulo à temática no seu manual de SAV (Deakin et al., 2010; ERC, 2011), Ao mesmo tempo, a
AHA publicou nas suas Guidelines um algoritmo de atuação para o status pós RCE (AHA, 2011,
2013b; Peberdy et al., 2010), com o intuito de uniformizar a prestação de cuidados e potenciar a
sobrevivência das vítimas tendo em conta o melhor outcome possível.
Posto o anterior, e tendo em conta a dimensão da complexidade dos problemas que envolvem a
pessoa vítima de PCR órgão(s), e pela necessidade de meios avançados de vigilância, monitorização
e terapêutica, pelo risco de vida em que incorrem, entendo que estas são PSC (Frost & Wise, 2007;
Ordem dos Enfermeiros, 2010b; Ordem dos Médicos e Sociedade Portuguesa de Cuidados
Intensivos, 2008).
Os cuidados de enfermagem são portanto, fulcrais na continuidade de cuidados à vítima de PCR.
Cabe ao enfermeiro a monitorização e manutenção dos cuidados, visando a prevenção da doença, a
promoção da saúde, e assegurando a maior qualidade de vida possível para a pessoa (Ordem dos
Enfermeiros, 2015).A complexidade da vigilância e dos cuidados a serem prestados a estas pessoas
carecem de recursos humanos adequados e tecnológicos que permitam assegurar as funções vitais
em falência, os quais de concentram nas UCI (Comissão Regional do Doente Crítico, 2009; Kress &
Hall, 2005).
Não obstante do anterior, a prestação de cuidados de saúde pressupõem a recuperação da situação
de doença com a melhor qualidade de vida possível. Desta forma e quando nos remetemos para
pessoa vítima de PCR compreendemos que a atuação inicial no que respeita à execução de
manobras de reanimação cardiopulmonar é fundamental, à qualidade técnica das compressões
torácicas, à eficácia da ventilação e ao cumprimento das Guidelines são fatores fundamentais para
atingirmos a RCE – não esquecendo o tempo de inicio de manobras tendo em conta o momento do
colapso. Contudo pretende-se que a pessoa recupere com a melhor qualidade de vida possível, pelo
que também a qualidade dos cuidados pós RCE tem grande influência no status neurológico.
Os cuidados pós RCE visam diminuir a lesão secundária à PCR – post cardiac arrest syndrome (AHA,
2013b; Navarro-Vargas & Díaz, 2014), pelo que é fundamental a instituição de medidas de
ressuscitação e neuroprotecção imediatas - proteção da via aérea, ventilação adequada, estabilidade
hemodinâmica e suporte e neuroprotecção (AHA, 2011; Intensive Care Society, 2008; Peberdy et al.,
2010), sem esquecer a identificação e resolução da causa da PCR, uma vez que em conjunto irão
influencia o outcome final (Stub et al., 2015).Desde 2010 que a neuroprotecção está intimamente
relacionada com a hipotermia no status pós RCE, existindo protocolos de atuação definidos para
atuação imediata após RCE (Intensive Care Society, 2008; Peberdy et al., 2010).
Neste sentido, importa compreender de que modo as intervenções especializadas de enfermagem
podem contribuir para a minimização da lesão neurológica decorrente da PCR. Noss últimos anos
alguns estudos têm demonstrado que a neuroprotecção é igualmente conseguida quando assegurada
a normotermia (Dragancea et al., 2015; Maria et al., 2015; Sawyer & Kurz, 2015). Ao mesmo tempo,
também o controlo de glicémia capilar e da atividade epilética são determinantes para a proteção
neurológica destas pessoas (Dragancea et al., 2015; Jacobs et al., 2004; Padkin, 2009; Sandroni &
Nolan, 2015), pelo que devem ser alvo da atenção dos profissionais de saúde, nomeadamente dos
enfermeiros na gestão da prestação de cuidados de enfermagem especializados
Pertinência do estudo
Os cuidados de enfermagem são fulcrais na continuidade de cuidados à vítima de PCR. Nos
cuidados pós RCE cabe ao enfermeiro a monitorização e manutenção dos cuidados, visando a
prevenção de complicações, a promoção da saúde, e assegurando a maior qualidade de vida
possível para a pessoa.
O desenvolvimento do conhecimento e das competências de enfermagem especializadas, são de
máxima importância no que respeita à prestação de cuidados especializados à pessoa adulta vítima
de PCR, de tal modo que irão beneficiar estas pessoas no sentido de potenciar a sua sobrevivência
com a melhor qualidade de vida possível.
Critérios de inclusão:
Tipo de Participantes:
Esta revisão incluirá todos os estudos com pessoas vítimas de PCR com RCE de qualquer faixa
etária.
Tipo de Intervenção:
Esta revisão incluirá todos os estudos cujas intervenções visem a neuroprotecção.
Tipo de Resultados:
Esta revisão incluirá todos os estudos cujos resultados contribuam para a minimização da lesão
neurológica.
Tipos de Estudo:
Esta revisão incluirá todos os tipos de estudos e/ou trabalhos relacionados com a minimização da
lesão neurológica, de língua portuguesa e/ou inglesa.
Critérios de exclusão:
Serão excluídos todos os estudos e/ou trabalhos anteriores a 2010 por este ser o ano de publicação
das Guidelines atuais relativas à reanimação cardiorrespiratória.
Estratégia de Pesquisa
A pesquisa tem como objetivo encontrar artigos publicados nas bases de dados MEDLINE with Full
Text, CINAHL Plus with Full Text e RESUSCITATION.
Inicialmente são introduzidos nas bases de dados, os termos de pesquisa em linguagem natural, para
a identificação dos termos indexados de cada uma das bases de dados.
As palavras-chave consideradas inicialmente são:
População (P) Intervenção (I) Contexto [C] Outcome (O)
Cardiac-arrest
Critical ill
Cadiopulmonary
resuscitation
Intervention
Nurse
Nursing Care
Post-resuscitation
Resuscitation
Neurological
Neuroprognosti
Neuroprotection
Método de Revisão e colheita de dados
Após obtenção de resultados pelo cruzamento das palavras-chave/descritores específicos serão
eliminados os artigos repetidos e aqueles que não se encontrem em língua portuguesa ou inglesa,
através da leitura dos títulos e abstract.
De seguida será realizada uma leitura integral, para verificação da sua relevância e adequação, tendo
em conta os critérios de inclusão e exclusão.
Síntese e apresentação de resultados
Para apresentação dos resultados da RIL será elaborado uma tabela de caracterização dos estudos
onde constem os seguintes dados:
Estudo: autor(es), ano, título, tipo;
Participantes: número da amostra, faixa etária ou idade,
Intervenção: descrição da intervenção em análise;
Resultados: principais achados relativos à neuroprotecção das vítimas de PCR;
Conclusões e limitações.
Conflito de Interesses
Os revisores referem não existir conflitos de interesses.
Bibliografia
AHA. (2011). Advanced Cardiac Life Support: Provider Manual (First Amer.). American Heart
Association.
AHA. (2013a). Chapter 1 - Introduction. In ACLS for Experienced Providers (First Amer., pp. 1–12).
American Heart Association.
AHA. (2013b). Chapter 13 - Post-Cardiac Arrest Care. In E. Sinz & K. Navarro (Eds.), ACLS for
Experienced Providers (First Amer., pp. 259–278). American Heart Association.
Atwood, C., Eisenberg, M. S., Herlitz, J., & Rea, T. D. (2005). Incidence of EMS-treated out-of-hospital
cardiac arrest in Europe. Resuscitation, 67(1), 75–80. doi:10.1016/j.resuscitation.2005.03.021
Benner, P. (2001). De Iniciado a Perito: Excelência e Poder na Prática Clínica de Enferamgem.
Coimbra: Quarteto Editora.
Bergum, D., Nordseth, T., Mjølstad, O. C., Skogvoll, E., & Haugen, B. O. (2015). Causes of in-hospital
cardiac arrest – Incidences and rate of recognition. Resuscitation, 87, 63–68.
doi:10.1016/j.resuscitation.2014.11.007
Boykin, A., Bulfin, S., Schoenhofer, S. O., Baldwin, J., & McCarthy, D. (2005). Living Caring in
Practice: The Transformative Power of the Theory of Nursing as Caring. International Journal for
Human Caring, 9(3), 15–19.
Boykin, A., & Schoenhofer, S. O. (2000). Invest in yorself: Is There Really Time to Care? Nursing
Forum, 35, 36–38. doi:DOI: 10.1111/j.1744-6198.2000.tb01230.x
Boykin, A., & Schoenhofer, S. O. (2013). Nursing as Caring - A Model for Transforming Practice.
Jones and Bartlett.
Carvalho, C. S. P. (2013). Relatório de estágio.
Chatwood, A. K., & Osborne, M. (2010). The impact of an integrated resuscitation and critical care
training programme on cardiac arrest rates and survival after cardiac arrest. Resuscitation, 81(2),
S96. doi:10.1016/j.resuscitation.2010.09.393
College and Association of Registered Nurses of Alberta. (2008). Registered Nurse Roles that
Facilitate Continuity of Care. Retrieved January 1, 2015, from http://nurses.ab.ca/Carna-
Admin/Uploads/RN_roles_that_facilitate_continuity_of_care.pdf
Comissão Regional do Doente Crítico. (2009). Um ano de reflexão e mudança!
Cone, D. C., & Middleton, P. M. (2015). Are out-of-hospital cardiac arrest survival rates improving?
Resuscitation, 94–95. doi:10.1016/j.resuscitation.2015.03.011
Daya, M. R., Schmicker, R. H., Zive, D. M., Rea, T. D., Nichol, G., Buick, J. E., … Wang, H. (2015).
Out-of-hospital cardiac arrest survival improving over time: Results from the Resuscitation
Outcomes Consortium (ROC). Resuscitation. doi:10.1016/j.resuscitation.2015.02.003
Deakin, C. D., Nolan, J. P., Soar, J., Sunde, K., Koster, R. W., Smith, G. B., & Perkins, G. D. (2010).
European Resuscitation Council Guidelines for Resuscitation 2010 Section 4. Adult advanced life
support. Resuscitation, 81(10), 1305–1352. doi:10.1016/j.resuscitation.2010.08.017
DGES. (2008). DESCRITORES DUBLIN. Retrieved April 27, 2015, from
http://www.dges.mctes.pt/DGES/pt/Estudantes/Processo+de+Bolonha/Objectivos/Descritores+D
ublin/
Direção-Geral da Saúde. (2014). Programa Nacional de Saúde Escolar.
Direcção-Geral da Saúde. (2003). Cuidados Intensivos: Recomendações para o seu
desenvolvimento. Direcção Geral da Saúde. Lisboa.
Donoghue, A., & Nishisaki, A. (2015). High-fidelity in simulation education: Only a part of the answer.
Resuscitation, 92–93. doi:10.1016/j.resuscitation.2015.05.004
Dragancea, I., Horn, J., Kuiper, M., Friberg, H., Ullén, S., Wetterslev, J., … Cronberg, T. (2015).
Neurological prognostication after cardiac arrest and targeted temperature management 33°C
versus 36°C: Results from a randomised controlled clinical trial. Resuscitation, 1–7.
doi:10.1016/j.resuscitation.2015.04.013
ERC. (2011). Advanced Life Support - Recomendations ERC 2010. (A. Lockey, J. Ballance, H.
Domanovits, D. Gabbott, C. Gwinnutt, C. Lott, … J. Soar, Eds.) (Edition 1.). European
Resuscitation Council.
ESEL. (2010). Objectivos e competências do CMEPSC. Retrieved from
http://www.esel.pt/NR/rdonlyres/64523D0E-CBA6-4C1F-B38C-
65E531525C4C/0/Objectivosecompetenciasportal.pdf
Frost, P., & Wise, M. P. (2007). Recognition and early management of the critically ill ward patient.
British Journal of Hospital Medicine (London, England : 2005), 68(10), M180–M183.
Gupta, P., Tang, X., Gall, C. M., Lauer, C., Rice, T. B., & Wetzel, R. C. (2014). Epidemiology and
outcomes of in-hospital cardiac arrest in critically ill children across hospitals of varied center
volume: A multi-center analysis. Resuscitation, 85(11), 1473–1479.
doi:10.1016/j.resuscitation.2014.07.016
Have, E. C. M. Ten, Nap, R. E., & Tulleken, J. E. (2013). Well-performed interdisciplinary rounds as a
strategy to increase quality of care in the intensive care unit. Retrieved January 1, 2015, from
http://www.oapublishinglondon.com/images/article/pdf/1399036996.pdf
Hesbeen, W. (2000). CUIDAR NO HOSPITAL: Enquadrar os Cuidados De Enfermagem Numa
Perspectiva de Cuidar. Loures: Lusociência - Ediçoes Técnicas e Científicas, Lda.
INEM. (2009). Programa Nacional de Desfibrilhação Automática Externa.
INEM. (2014). Registo Nacional de Paragem Cardio-respiratória Pré-Hospitalar. Retrieved from
http://extranet.inem.pt/pcr/
INEM. (2015a). ENTIDADES FORMATIVAS ACREDITADAS. Retrieved January 1, 2015, from
http://www.inem.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=40708
INEM. (2015b). Portugal vai ter ensino de Suporte Básico de Vida nas Escolas : INEM e DGE assinam
protocolo. Retrieved from
http://www.inem.pt/Download.aspx?file=7JlnqN6pwQR2hAGGc5lP/vzJOht6lgBp+0wgIbqW18tDi
nOxpyqoh7rIFNrTwxW22K2gFCDfL9EEnUxWLuF5Mg==&name=Portugal+vai+ter+ensino+de+
Suporte+B�sico+de+Vida+nas+Escolas:+INEM+e+DGE+assinam+protocolo.
INEM. (2015c). Relatório de Atividades e Contas: Instituto Nacional de Emergência Médica 2014.
Intensive Care Society. (2008). The Intensive Care Society A Guide for Critical Care Settings
Standards for the Management of Patients After Cardiac Arrest.
Jacobs, I., Nadkarni, V., Bahr, J., Berg, R. a., Billi, J. E., Bossaert, L., … Zideman, D. (2004). Cardiac
arrest and cardiopulmonary resuscitation outcome reports: update and simplification of the
Utstein templates for resuscitation registries. Resuscitation, 63(3), 233–249.
doi:10.1016/j.resuscitation.2004.09.008
Joint Quality Initiative. (2004). Shared “Dublin” descriptors for the Bachelor´s, Master´s and Doctoral
awards. Dublin.
Koster, R. W., Baubin, M. A., Bossaert, L. L., Caballero, A., Cassan, P., Castrén, M., … Sandroni, C.
(2010). European Resuscitation Council Guidelines for Resuscitation 2010 Section2. Adult basic
life support and use of automated external defibrillators. Resuscitation, 81, 1277–1292.
Kress, J. P., & Hall, J. B. (2005). Principles of Critical Care Medicine. In Harrison’s - Principles of
Internal Medicine (16th ed., pp. 1581–1588). doi:10.1036/0071402357
Laurent, I., Monchi, M., Chiche, J. D., Joly, L. M., Spaulding, C., Bourgeois, B., … Dhainaut, J. F.
(2002). Reversible myocardial dysfunction in survivors of out-of-hospital cardiac arrest. Journal
of the American College of Cardiology, 40(12), 2110–2116. doi:10.1016/S0735-1097(02)02594-9
Locsin, R. C. (2001). Rozzano Locsin’s Technological Competency as Caring in Nursing. In M. C.
Smith & M. E. Parker (Eds.), Nursing Theories and Nursing Practice (4th ed., pp. 449 – 460).
Philadelphia: F. A. Davis Company. Retrieved from http://elib.fk.uwks.ac.id/asset/archieve/e-
book/KEPERAWATAN/Nursing Theories and Nursing Practice.pdf
Locsin, R. C. (2005). Technological competency as caring in nursing: A model for practice.
Indianapolis: Sigma Theta Tau International.
Locsin, R. C. (2013). Technological Competency as Caring in Nursing: Maintaining Humanity in a
High-Tech World of Nursing. Jorunal of Nursing and Halth Sciences, 7(1), 1–6.
López-Messa, J. B., & Andrés-Dellano, J. M. (2010). Therapeutic hypothermia after cardiac arrest.
Revista Espanola de Cardiologia, 63(1), 124–125; author reply 125.
Maria, V., Giuseppe, S., Yuda, S., Raquel, R.-G., Iole, B., & Paolo, P. (2015). Effects of in-hospital low
targeted temperature after out of hospital cardiac arrest: A systematic review with meta-analysis
of randomized clinical trials. Resuscitation, 91, 8–18. doi:10.1016/j.resuscitation.2015.02.038
McCance, T. V., McKenna, H. P., & Boore, J. R. P. (1999). Caring: Theoretical perspectives of
relevance to nursing. Journal of Advanced Nursing, 30(6), 1388–1395. doi:10.1046/j.1365-
2648.1999.01214.x
Navarro-Vargas, J. R., & Díaz, J. L. (2014). Síndrome posparo cardiaco. Revista Colombiana de
Anestesiología, 42(2), 107–113. doi:10.1016/j.rca.2014.01.001
Negovsky, V. a. (2012). Reprint of: The second step in resuscitation-the treatment of the post-
resuscitation disease. Resuscitation, 83(10), 1187–1190. doi:10.1016/j.resuscitation.2012.07.023
Negovsky, V. a., & Gurvitch, A. M. (1995). Post-resuscitation disease - a new nosological entity. Its
reality and significance. Resuscitation, 30(1), 23–27. doi:10.1016/0300-9572(95)00861-M
Nolan, J., Nolan, J., Basket, P., & Basket, P. (2005). ERC Guidelines for Resuscitation 2005.
Resuscitation, 1–3. doi:10.1016/j.resuscitation.2005.10.001
Nolan, J. P., Soar, J., Zideman, D. a., Biarent, D., Bossaert, L. L., Deakin, C., … Böttiger, B. (2010).
European Resuscitation Council Guidelines for Resuscitation 2010 Section 1. Executive
summary. Resuscitation, 81(10), 1219–1276. doi:10.1016/j.resuscitation.2010.08.021
Ordem dos Enfermeiros. (2009). Código deontológico. Lei N.o 111/2009 de 16 de Setembro. Retrieved
from http://www.ordemenfermeiros.pt/legislacao/documents/legislacaooe/codigodeontologico.pdf
Ordem dos Enfermeiros. (2010a). Regulamento das Competências Comuns do Enfermeiro
Especialista. Retrieved January 1, 2015, from
http://www.ordemenfermeiros.pt/legislacao/Documents/LegislacaoOE/Regulamento_competenci
as_comuns_enfermeiro.pdf
Ordem dos Enfermeiros. (2010b). Regulamento das Competências Específicas Do Enfermeiro
Especialista Em Enfermagem Em Pessoa em Situação Crítica. Lisboa: Ordem dos Enfermeiros.
Ordem dos Enfermeiros. (2012). REPE e Estatuto da Ordem dos Enfermeiros. Vasa. Retrieved from
www.ordemenfermeiros.pt
Ordem dos Enfermeiros. Regulamento dos Padrões de Qualidade dos Cuidados Especializados em
Enfermagem em Pessoa em Situação Crítica (2015). Díário da República, 2.a série - N.
o 123 - 26
de junho de 2015.
Ordem dos Médicos e Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos. (2008). Transporte de Doentes
Críticos. Retrieved from http://www.spci.pt/Docs/GuiaTransporte/9764_miolo.pdf
Padkin, A. (2009). Glucose control after cardiac arrest. Resuscitation, 80(6), 611–612.
doi:10.1016/j.resuscitation.2009.04.019
Peberdy, M. A., Callaway, C. W., Neumar, R. W., Geocadin, R. G., Zimmerman, J. L., Donnino, M., …
Kronick, S. L. (2010). Part 9: Post-cardiac arrest care: 2010 American Heart Association
Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care. Circulation,
122(SUPPL. 3), 768–786. doi:10.1161/CIRCULATIONAHA.110.971002
Peberdy, M. A., & Ornato, J. P. (2005). Post-resuscitation care: Is it the missing link in the Chain of
Survival? Resuscitation, 64(2), 135–137. doi:10.1016/j.resuscitation.2004.09.015
Prachar, T. L., Mahanes, D., Arceneaux, A., Moss, B. L., Jones, S., Conaway, M., & Burns, S. M.
(2010). Recognizing the needs of family members of neuroscience patients in an intensive care
setting. The Journal of Neuroscience Nursing : Journal of the American Association of
Neuroscience Nurses, 42, 274–279. doi:10.1097/JNN.0b013e3181ecafbf
Rakshasbhuvankar, a. a., & Patole, S. K. (2015). Reply to: “Benefits of simulation based training
manuscript.” Resuscitation, (March), 9572. doi:10.1016/j.resuscitation.2015.03.004
Ramos, R., Ascenção, C., & Oliveira, M. S. de. (2013). Five years of out of hospital cardiac arrest
registry (OHCAR) in Portugal. Resuscitation, 84, S54. doi:10.1016/j.resuscitation.2013.08.139
Resuscitation Council (UK). (2008). CARDIOPULMONARY RESUSCITATION STANDARDS FOR
CLINICAL AND TRAINING CARDIOPULMONARY RESUSCITATION STANDARDS FOR
CLINICAL PRACTICE AND TRAINING.
Resuscitation Council (UK). (2010). Prevention of cardiac arrest and decisions about cardiopulmonary
resuscitation.
Rhoades, C., Holleran, R., Carpenter, L., & Colin, G. (2011). Tratamento de Doentes em Estado
Crítico, na Urgência. (Lusocieência, Ed.)Enfermagem de Urgência: da teoria à prática (6a ed.).
Loures.
Rosser, W., & Schultz, K. (2007). Promoting continuity of care should be integral to any health care
system. Cmaj, 177(11), 1385–1386. doi:10.1503/cmaj.071303
Sandroni, C., & Nolan, J. P. (2015). Neuroprognostication after cardiac arrest in Europe: New timings
and standards. Resuscitation, 90, A4–A5. doi:10.1016/j.resuscitation.2015.02.020
Saultz, J. W. (2003). Defining and measuring interpersonal continuity of care. Ann Fam Med, 1(3),
134–143. doi:10.1370/afm.23
Sawyer, K. N., & Kurz, M. C. (2015). If there is a “time to target temperature paradox” in post-cardiac
arrest care, would we know? Resuscitation, 88, A3–A4. doi:10.1016/j.resuscitation.2014.12.011
Schriver, J. a, Talmadge, R., Chuong, R., & Hedges, J. R. (2003). Emergency nursing: historical,
current, and future roles. Academic Emergency Medicine : Official Journal of the Society for
Academic Emergency Medicine, 10, 798–804.
Scovell, S. (2010). Role of the nurse-to-nurse handover in patient care. Nursing Standard : Official
Newspaper of the Royal College of Nursing, 24(20), 35–39.
doi:10.7748/ns2010.01.24.20.35.c7453
Siow, E., Wypij, D., Berry, P., Hickey, P., & Curley, M. a Q. (2013). The effect of continuity in nursing
care on patient outcomes in the pediatric intensive care unit. The Journal of Nursing
Administration, 43(7-8), 394–402. doi:10.1097/NNA.0b013e31829d61e5
Sousa, H. E. A. de. (2014). HIPOTERMIA TERAPÊUTICA NA SALA DE EMERGÊNCIA: Uma
intervenção pós-PCR. Retrieved from
http://repositorio.ipvc.pt/bitstream/123456789/1260/1/Hugo_Sousa.pdf.
Stub, D., Schmicker, R. H., Anderson, M. L., Callaway, C. W., Daya, M. R., Sayre, M. R., … Nichol, G.
(2015). Association between hospital post-resuscitative performance and clinical outcomes after
out-of-hospital cardiac arrest. Resuscitation, 1–8. doi:10.1016/j.resuscitation.2015.04.015
Sullivan, N. J., Duval-Arnould, J., Twilley, M., Smith, S. P., Aksamit, D., Boone-Guercio, P., … Hunt, E.
a. (2015). Simulation exercise to improve retention of cardiopulmonary resuscitation priorities for
in-hospital cardiac arrests: A randomized controlled trial. Resuscitation, 86, 6–13.
doi:10.1016/j.resuscitation.2014.10.021
Tunlind, A., Granström, J., & Engström, Å. (2015). Nursing care in a high-technological environment:
Experiences of critical care nurses. Intensive and Critical Care Nursing, 31(2), 116–123.
doi:10.1016/j.iccn.2014.07.005
Urden, L. D., Stacy, K. M., & Lough, M. E. (2008). Theleen’s ENFERMAGEM DE CUIDADOS
INTENSIVOS - Diagnóstico e Intervenção. (Lusodidacta, Ed.) (5a ed.). Loures.