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Migrações InternacionaisMigrações internacionais são movimentos de saída e chegada de pessoas entre países. É importante ressaltar que o termo migração internacional pode ser subdividido em emigração (refere-se a pessoas que saem do país) e imigração (refere-se a pessoas que entram no país).

Os impulsos migratórios são, geralmente, motivados por questões econômicas: de um lado, ligados a fatores de repulsão de emigrantes (crises econômicas, guerras, conflitos em geral, fome, etc.); e, de outro, a fatores de atração (oportunidades de emprego, sonhos de enriquecimento rápido, melhoria na qualidade de vida, etc.).

A título de exemplo, a Europa, em meados do século 19 e início do 20, passava por uma explosão demográfica (devido ao desenvolvimento de técnicas médico-sanitárias e o consequente aumento da natalidade) que, aliada à crise na produção agrícola e à fome (motivadas por sucessivas guerras), impulsionaram a saída de muitos europeus em direção a países do continente americano, movidos pelos sonhos do acesso à terra e do enriquecimento rápido.

Foi justamente com esses e outros tantos sonhos que, entre 1884 e 1933, quase 4 milhões de imigrantes desembarcaram no Brasil (alemães, espanhóis, portugueses, italianos, japoneses, turcos, sírios, entre outros), com destaque para os italianos, que somavam algo em torno de 1,5 milhão de pessoas.

Novos fluxos migratórios

Em meados do século 20, os fluxos migratórios internacionais conheceram uma inversão. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), existem cerca de 200 milhões de migrantes no mundo, sendo que 60% deles são pessoas que saíram de países subdesenvolvidos rumo a países desenvolvidos, tendo como principais destinos os Estados Unidos (35 milhões, em 2000), a Europa (56 milhões, em 2000) e o Japão (1,5 milhões, em 1998).

Porém, esse novo fluxo de imigração internacional, acirrado pelas desigualdades entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos, deve ser entendido a partir de dois momentos.

O primeiro deles ocorre entre a década de 50 e fins da de 70, quando alguns países da Europa, os Estados Unidos e o Japão estimulavam a imigração, a fim de conseguir mão-de-obra para ocupar as vagas de menor qualificação e baixa remuneração, desprezadas por suas populações locais. Os imigrantes, então, eram bem-vindos, mas controlados. Geralmente, na Europa, chegavam imigrantes vindos de suas colônias (ou ex-colônias); nos Estados Unidos, mexicanos eram convocados a trabalhar no campo através do "bracero program"; e, no Japão, os "dekasseguis" (trabalhadores brasileiros com ascendência japonesa) eram bem recebidos.

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Quanto ao segundo momento, da década de 80 em diante, a intensificação do processo de globalização e a ascensão do neoliberalismo trouxe maior pressão à abertura dos mercados e acelerou o desenvolvimento técnico-científico, o que possibilitou maior aceleração da produção e da circulação de mercadorias no mundo - e menor (ou diferenciada) participação do Estado nos assuntos ligados à economia.

Todos esses elementos acabaram permitindo às indústrias dos países ricos que elas migrassem pelo mundo, em busca de novos mercados e de mão-de-obra barata, gerando crescente desemprego e diferenças salariais entre os trabalhadores dos países desenvolvidos.

Desse período em diante, com exceção dos trabalhadores com alto grau de qualificação vindos de países mais pobres (a chamada "fuga de cérebros"), os trabalhadores com baixa qualificação já não seriam mais bem-vindos, pois passariam a disputar diretamente os postos de trabalho com parte da população local, gerando cada vez mais discriminação e preconceito.

Xenofobia

Diante do que vimos acima, a xenofobia (do grego, "xeno" = estrangeiro e "fobia" = medo), entendida como aversão ao imigrante, iria se tornar cada vez mais patente nos países desenvolvidos. Isso devido, basicamente, às diferenças sócio-culturais existentes entre pessoas de países diferentes e, principalmente, à relação tensa entre os trabalhadores dos países ricos e os estrangeiros, vindos de países mais pobres, que disputam os mesmos postos de trabalho.

A partir de então, os governos desses países ricos passaram a criar medidas legais e até mesmo barreiras físicas (muro na fronteira dos Estados Unidos com o México, muro na cidade de Celta, Espanha), de modo a dificultar cada vez mais a entrada de imigrantes.

Tais medidas, no entanto, só têm conseguido aumentar a migração ilegal. Acredita-se que entram em torno de 2,5 a 4 milhões de migrantes sem autorização nos países ricos. Nos Estados Unidos, estima-se que existam mais de 10 milhões de migrantes ilegais; na Europa, cerca de 6 milhões.

O grande desafio entre os países ricos e pobres, mais do que construir muros e elaborar leis que impeçam a entrada de migrantes, talvez seja a construção de um mundo mais justo e igualitário no século 21, pois, como dizia o geógrafo Milton Santos: "Apenas o acontecer próprio a um lugar não é indiferente ao acontecer próprio a um outro lugar, exatamente pelo fato de que qualquer que seja o acontecer é um produto do movimento da sociedade total".

A questão Síria

O fenômeno, que há muito tempo vem preocupando os países empenhados em controlar os fluxos migratórios, assumiu uma dimensão excepcional nos últimos dois anos. Depois que 280 mil pessoas

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entraram ilegalmente na União Europeia em 2014, 365 mil outras fizeram o mesmo nos oito primeiros meses de 2015.

Esse número vem sofrendo um crescimento exponencial principalmente devido à guerra na Síria. Os sírios de fato representavam sozinhos 27,9% dessas entradas em 2014 (ou seja, 79 mil pessoas), à frente dos eritreus (34.500 pessoas, ou 12,2%), dos afegãos e dos kosovares (22 mil pessoas de cada uma dessas nacionalidades, ou 7,8% cada). Assim, quase metade dos migrantes vieram da Síria, da Eritreia e do Afeganistão, todos países em guerra ou sob algum regime ditatorial.

Em 2015, os sírios representavam até o final de agosto 30,9% das chegadas "clandestinas" (ou seja, 87.500 pessoas), à frente dos afegãos (39 mil pessoas ou 13,8%) e dos kosovares e dos eritreus (24 mil pessoas para cada uma dessas nacionalidades, ou 8,5% cada).

Mas por que esses migrantes estão fugindo de seus países? Guerra, motivos econômicos (fuga da miséria em busca de uma vida melhor)... É extremamente difícil dissociar entre todos os migrantes os futuros "refugiados" (que tenham obtido esse status definido pela Convenção de Genebra de 1951) dos migrantes econômicos, que não necessariamente pedirão asilo.

Síria: uma guerra total

A terrível guerra civil que está em curso estourou em 2011, após manifestações de oposição ao regime. Os protestos contra o estado de emergência, que estava em vigor desde 1963 e proibia qualquer tipo de manifestação, foram reprimidos de forma brutal pelo exército de Bashar al-Assad. Mais de quatro anos depois, o conflito está mais do que estagnado. Ou melhor, os conflitos. Tanto entre o Exército, às vezes apoiado pelo Hezbollah libanês, e os rebeldes, como também entre os diferentes grupos rebeldes (os moderados do Exército Sírio Livre, ligados ao Conselho Nacional Sírio, os jihadistas do Estado Islâmico ou da Frente Al-Nusra ligada à Al-Qaeda), entre os curdos e o Estado Islâmico.

A guerra, que no início ainda poupava certas regiões, como a capital Damasco, agora é total. Ela causou a morte de mais de 240 mil pessoas e desalojou quase 12 milhões de pessoas – de um total de 23 milhões de habitantes, ou seja, mais da metade da população inicial. O país não tem mais uma atividade normal, está em situação humanitária e econômica catastrófica e há um número cada vez maior de pessoas que, após quatro anos de guerra, decidiram deixar o território.

A situação no país é tão catastrófica que a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) agora está concedendo automaticamente o status de "refugiado" a qualquer pessoa que esteja fugindo da Síria – sendo que normalmente esse é um processo individual - , independentemente de seu grupo étnico, de sua religião ou de suas opiniões políticas. 

As perigosas rotas de migração para entrada na Europa

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Rotas mapeadas

Anualmente milhares de pessoas – muitas delas fugindo de conflitos na África e no Oriente Médio – arriscam suas vidas cruzando o Deserto do Saara e o Mar Mediterrâneo em veículos e barcos precários para chegar à Europa.

Organizações não-governamentais estimam que aproximadamente 20 mil pessoas podem ter morrido tentando chegar à Europa nas últimas duas décadas.

Para ter um diagnóstico mais preciso do problema, a Frontex (agência europeia de fronteiras) e o Centro Internacional para Desenvolvimento de Políticas Migratórias produziram uma série de mapas que identificam as maiores rotas centros de concentração usados pelos migrantes na região.

Nos dois casos mais recentes, centenas de imigrantes ilegais morreram em dois naufrágios. No primeiro deles, ocorrido na quinta-feira, até 500 pessoas estavam em uma embarcação que afundou perto da Ilha de Malta, no Mediterrâneo.

A Organização Internacional de Imigração citou dois sobreviventes palestinos, que alegam que traficantes afundaram de propósito o barco após uma discussão a bordo. As autoridades maltesas ainda não comentaram o incidente.

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Image copyright GETTY Image caption Itália substitui Espanha como principal destino de imigrantes vindos da África

A maior parte dos migrantes que cruzam o Mediterrâneo a partir da Líbia e da Tunísia são originários da Eritrea e da Somália. Contudo, a guerra civil na Síria está elevando o número de sírios que também usam essa rota.

No último ano, intensificou-se ainda mais a saída de imigrantes a partir Líbia. Traficantes de pessoas estão se aproveitando do caos político no país, onde milícias rivais estão em conflito, tornando o país um importante ponto de partida em muitas destas viagens.

No último mês, foram registrados ao menos quatro naufrágios de barcos que partiram do país.

O número de usuários das várias rotas ao longo do Mediterrâneo tem fluxo e refluxo.

De 2008 a 2012, um grande número de migrantes cruzou o mar entre a Turquia e a Grécia pela chamada Rota do Mediterrâneo do Leste, segundo a Frontex. Para fazer frente a isso, a Grécia reforçou seus controles de fronteira com mais 1,8 mil policiais.

Mas a Frontex diz que a área continua problemática e aponta para "incertezas relacionadas à insustentabilidade dos esforços (gregos) e evidências de que os imigrantes aguardam na Turquia pelo fim da operação".

Na última década, a rota que passa pelo centro do Mediterrâneo tem experimentado picos periódicos no tráfego de imigrantes.

Dados da Acnur sugerem que cerca de 25 mil pessoas chegaram na Itália a partir do norte da África em 2005. Esse número diminuiu para cerca de 9,5 mil em 2009.

Porém em 2011 esse número voltou a crescer atingindo a marca de 61 imigrantes. A alta foi motivada pelo conflito da Líbia, que culminou com a queda do coronel Muammar Khadafi.

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No começo da década, a rota mais popular entre imigrantes ilegais era entre o oeste africano e a Espanha. Ela incluía territórios espanhóis no norte da África como Ceuta e Melilla e as Ilhas Canárias.

Aproximadamente 32 mil imigrantes teriam usado esse caminho em 2006, porém o número caiu para cerca de 5,4mil em 2011.

Questões Recentes (gabarito em negrito)(UEPA) Leia o texto para responder a questão.

“As pessoas tendem a fugir quando sentem que suas vidas e comunidades estão sob risco. Assim, uma grande movimentação de populações pode ser um sinal de alerta para a ameaça ou a concretização de um genocídio”.

United States Holocaust Memorial Museum, Washington, D.C. Os Refugiados Hoje. IN: http://www.ushmm.org/wlc/ptbr/ article.php. Acesso em 14/09/2013.

A partir da análise do Texto e a compreensão de como a globalização tem gerado transformações econômicas, políticas, sociais e culturais que alteram a dinâmica espacial das diferentes regiões do mundo contemporâneo, afirma-se que:

a) o sucesso moral quanto à ajuda aos judeus e a outros grupos étnicos e religiosos que já fugiam da perseguição nazista antes da Segunda Guerra e a necessidade de lidar com as muitas pessoas deslocadas, sem ter para onde retornar, após a Guerra, explicam a expansão dos campos de refugiados no atual contexto de globalização mundial.

b) a Convenção das Nações Unidas sobre o Estatuto dos Refugiados classifica a situação desse grupo como responsabilidade dos governos locais, daí as organizações dos direitos humanos serem desfavoráveis à determinação de políticas internacionais para resolver os problemas gerados pelos refugiados.

c)no contexto da globalização, refugiados são todas as pessoas que vivem em áreas

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periféricas de seus países e temem serem perseguidas por motivos étnicos, religiosos, de nacionalidade, de grupos sociais ou opiniões políticas e, por isso, temem valer-se da proteção de seu país de origem, necessitando da ajuda das organizações internacionais.

d) a quantidade e a magnitude das crises de refugiados em todo o mundo – assim como a expectativa por ajuda – geralmente são menores do que a capacidade da comunidade internacional em auxiliar, o que explica o crescente número de refugiados concentrados em diversos locais do espaço geográfico mundial.

e) sempre que as populações correm risco, existem aqueles que tentam fugir para países mais seguros, porém os problemas relativos às respostas adequadas quanto à proteção dos direitos dos refugiados, tais como lugares seguros para viver e o fornecimento de ajuda em momentos de grande desordem mundial, são sempre garantidos.

(IFG) Observe a figura a seguir.

Disponível em:< http://altamiroborges.blogspot.com.br/2013/10/o-naufragio-dos-imigrantes-na-europa.html>. Acesso em: 27 out. 2013.

Com base em seus conhecimentos relativos à temática apresentada na figura, é correto afirmar que:

a) a crise econômica e a instabilidade política na Europa têm promovido a emigração forçada de europeus para outros continentes.

b) apesar de os recentes naufrágios ocorridos próximo à Itália evidenciarem a grave

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situação em que vivem milhões de africanos, as medidas apontadas pela União Europeia são relativas ao aumento da fiscalização nas fronteiras.

c) há necessidade de erguer muros e aumentar a fiscalização em todas as fronteiras, a fim de evitar as levas de migrantes africanos, que aumentam a violência nas cidades europeias.

d) os imigrantes africanos, em geral, ocupam postos de trabalho bem remunerados, tirando empregos dos europeus e reforçando o sentimento xenofóbico.

e) após superarem os desastres resultantes de séculos de colonização europeia, os países da África continuam a receber ajuda econômica das grandes potências, não sendo justificável a imigração clandestina.

(FMJ) Passava das 22 horas de 17 de setembro quando Condé Karouno, de 18 anos, recebeu o sinal. Depois de três meses de espera e duas tentativas frustradas, uma massa humana de centenas de imigrantes, como ele, correu montanha abaixo, saltou as valas escavadas na areia e se jogou sobre as grades que demarcam a fronteira entre Nador, no Marrocos, e Melilla, enclave da Espanha no Norte da África.

(O Estado de S.Paulo, 03.11.2013.)

Para combater o acesso ilegal ao continente europeu, a Espanha e outros países têm reforçado a repressão com a construção de barreiras em suas fronteiras. A partir da notícia, é correto afirmar que

a) a intolerância aos imigrantes africanos é um sinal da inabilidade diplomática europeia, diferente do que ocorre, por exemplo, nas fronteiras sul-americanas.

b) os imigrantes africanos fogem da fome, da miséria e das guerras civis, sujeitando-se ao risco da travessia e da permanência ilegais em território europeu.

c) os fluxos oriundos da África são motivados pela busca de formação escolar sólida, deficitária nas regiões de fronteira e incentivada pelos países europeus.

d) as barreiras possuem caráter simbólico e temporário, financiadas pelo governo marroquino até a melhora concreta em seus índices de desenvolvimento humano.

e) o governo espanhol vê nas barreiras uma frente de investimentos no atual período de crise, ao ampliar postos de trabalho nas áreas de fronteira.

(UNITAU) Os Estados Unidos receberam, ao longo do século XIX e início do século XX, cerca de 45 milhões de imigrantes. Em relação às correntes imigratórias para os Estados Unidos, podemos afirmar que

a) ao longo do século XIX, entre os grupos imigratórios mais numerosos estão os mexicanos.

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b) ao longo do século XIX, entre os grupos imigratórios mais numerosos estão os ingleses, os escoceses, os irlandeses e os alemães.

c) na década de 1930, aumentou a imigração para os Estados Unidos, em consequência do forte crescimento econômico americano.

d) durante a primeira guerra mundial, a imigração Americana aumentou em consequência da entrada dos argentinos.

e) no início do século XX, quanto à imigração nos Estados Unidos entre os grupos mais numerosos está o dos brasileiros, em especial os mineiros de Juiz de Fora.

(CEFET-MG) .

O descompasso temporal com que se deu a transição demográfica no bloco dos países com economias desenvolvidas e que vem se dando no das economias em desenvolvimento, coloca no mundo contemporâneo uma situação pelo menos paradoxal. O primeiro bloco, que concentra os maiores PIBs do mundo, enfrenta sérias dificuldades quanto ao declínio populacional. Já o segundo bloco, com grandes contingentes de população em idade produtiva, enfrenta sérias dificuldades de trabalho e emprego.

BERQUÓ, Elza. Migrações internacionais – contribuições para políticas. Brasília: Co- missão Nacional de População e Desenvolvimento, 2001. (adaptado)

No contexto da dinâmica populacional recente, uma das estratégias praticadas pelos países desenvolvidos para a minimização dos efeitos do paradoxo identificado no texto é a(o)

a) concessão de vantagens trabalhistas para incentivar a natalidade.

b) transferência do processo produtivo para os países em desenvolvimento.

c) regularização dos imigrantes ilegais para seu ingresso na economia formal.

d) difusão generalizada de políticas para incentivo à migração de reposição.

e) criminalização da prática demissional para controle da concorrência entre trabalhadores.

(UERJ)

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A despeito das taxas de fecundidade apresentadas, a estabilidade demográfica, projetada para vários países desenvolvidos em 2050, baseia-se em fenômenos atuais, com destaque para:

a) redução da natalidade, estabelecida pela maior expectativa de vida

b) expansão da mortalidade, provocada pelo envelhecimento dos grupos etários

c) deslocamento populacional, condicionado pelas disparidades socioeconômicas

d) demanda por mão de obra qualificada, favorecida por políticas governamentais

(UFRN) “O Ministério da Justiça brasileira, entre 2009 e o primeiro semestre de 2011, regularizou a permanência no Brasil de 18.004 bolivianos. De acordo com as estatísticas, os bolivianos são a comunidade estrangeira que mais cresce em São Paulo, e a principal motivação para esse deslocamento é a busca por emprego”.

Disponível em http://bolivianosnobrasil.blogspot.com.br/2012/05/bolivianos-sao-comunidade-estrangeira.html. Acesso: 08 jul 2013.

Nesse contexto, o deslocamento feito pelos bolivianos

a) coloca-os na condição de imigrantes em território brasileiro.

b) corresponde a um processo de migração pendular.

c) classifica-os como emigrantes no espaço brasileiro.

d) configura um processo de migração sazonal.

(UFPE) O segundo maior fluxo imigratório para o Brasil foi representado pela imigração italiana. Considere esse tema na análise das afirmações seguintes.

0-0) O período de maior entrada desses imigrantes no Brasil está compreendido entre 1891 e 1900. Os principais Estados de fixação dos imigrantes foram: São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

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1-1) A escassez de mão de obra, sobretudo para a cafeicultura, representou um forte fator atrativo para essa imigração ao Brasil, sobretudo na Região Sudeste.

2-2) Após a Segunda Guerra Mundial, a migração italiana passou a se dirigir muito mais para os países europeus do que para países fora do seu continente. Esse fato implicou uma redução considerável do número de imigrantes italianos para o Brasil.

3-3) Os italianos, em decorrência de aspectos particulares da cultura da Itália, tiveram grandes dificuldades de integração na vida brasileira. Muitos desses imigrantes preferiram voltar ao país de origem, sobretudo na década de 1940.

4-4) A partir da década de 1920, ocorreu uma intensificação nos fluxos imigratórios italianos para o Brasil, em decorrência da rígida política natalista de caráter fascista adotada por Mussolini.

Resposta: V V V F F

(UFPE) Mudanças significativas ocorridas na economia do Brasil recentemente modificaram, de forma significativa, os fluxos migratórios internos no país. Sobre esse tema, considere as afirmações a seguir.

0-0) Por conta da considerável melhoria dos padrões sociais e em face da política de transferência de renda para as áreas interioranas do Nordeste, particularmente o Agreste e partes do Sertão, os fluxos migratórios se dirigem, mais intensamente, para essas regiões.

1-1) Os movimentos migratórios internos são uma expressão de cenários nos quais as histórias familiares se misturam aos fenômenos econômicos e sociais de uma cidade ou de uma região.

2-2) Os empregos que estão atraindo mais trabalhadores para a Região Norte concentram-se na produção de minerais metálicos, principalmente alumínio e ferro, e no extrativismo mineral.

3-3) A Região Centro-Oeste, que se encontra em franca expansão econômica, em face do agronegócio, está sendo a que mais atrai imigrantes de outras regiões do país.

4-4) Em decorrência da transformação da economia de outras regiões brasileiras, constata-se que uma onda de migração de retorno vem acontecendo para a Região Sudeste, sobretudo a partir da década de 1990, reordenando o processo de urbanização.

Resposta: F V V V F

(UESPI) "Naquela época não tinha maquinaria, meu pai trabalhava na enxada. Meu pai era de Módena, minha mãe era de Capri e ficaram muito tempo na roça. Depois a

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família veio morar nessa travessa da avenida Paulista; agora está tudo mudado, já não entendo nada dessas ruas". Esse trecho de um depoimento de um descendente de imigrante, transcrito na obra Memória e Sociedade, de Ecléa Bosi, constitui um documento importante para a análise.

a) do processo de crescimento urbano paulista no início do século atual, que desencadeou crises constantes entre fazendeiros de café e industriais.

b) da imigração europeia para o Brasil, organizada pelos fazendeiros de café nas primeiras décadas do século XX, baseada em contratos de trabalho conhecidos como "sistema de parceria".

c) da imigração italiana, caracterizada pela contratação de mão-de-obra estrangeira para a lavoura cafeeira, e do posterior processo de migração e de crescimento urbano de São Paulo.

d) do percurso migratório italiano promovido pelos governos italiano e paulista, que organizavam a transferência de trabalhadores rurais para o setor manufatureiro.

e) da crise na produção cafeeira da primeira década do século XX, que forçou os fazendeiros paulistas a desempregar milhares de imigrantes italianos, acelerando o processo de industrialização.

(UCB)

Fluxo imigratório para o Brasil – Período: 1850-1930

Período de maior entrada de imigrantes no Brasil, pois a cafeicultura (a partir de 1830, o Brasil passou a ser o maior produtor do mundo) propiciava uma maior necessidade de mão de obra. Outros fatores favoráveis foram: a Lei Eusébio de Queirós (1850) que proibiu o tráfico de escravos, a disponibilidade de o fazendeiro cobrir despesas do imigrante no seu primeiro ano de trabalho, o custeio pelo governo da viagem do migrante até 1889, a abolição da escravidão em 1888 e a unificação do reino das duas Sicílias na Itália que, devido à concorrência do norte industrial com o sul agrícola, fez da emigração a alternativa dos italianos em 1868.

Os italianos constituíram o maior grupo de imigrantes que chegou ao Brasil de uma única vez. No entanto, a condição subumana em que eles viviam nas fazendas de café, fez com que o número de imigrantes italianos que chegavam ao Brasil diminuísse rapidamente no início do século 20.

Em 1875, muitos eslavos (bielo-russos, russos, ucranianos e poloneses) trouxeram sua contribuição ao povoamento do País, fixando-se principalmente no Paraná. Diante disso, não se pode esquecer que nos séculos 19 e 20, dentro da questão da imigração, também havia outras motivações claramente racistas: “branquear o Brasil” para “civilizá -lo”.

Disponível em:< http://marcosbau.com.br/geobrasil-2/imigracao-e- migracao-no-

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brasil>. Acesso em: 21/10/2013, com adaptações.

A respeito do processo migratório para o Brasil, julgue os itens a seguir.

0. ( ) O segundo parágrafo do texto permite inferir que muitos italianos viviam sobre um regime de “escravidão branca” nas fazendas de café do Brasil.

1. ( ) Após a promulgação da Lei Eusébio de Queiroz, não houve mais entrada de negros africanos no Brasil, restando aos produtores agrícolas a contratação da mão de obra italiana.

2. ( )A colonização dos estados do sul do Brasil foi motivada pela necessidade de ocupar espaços vazios do território nacional e pela maior diversificação de produtos agrícolas e minerais na pauta de exportações do País.

3. ( ) A redução do fluxo migratório para o Brasil, a partir de 1930, tem uma relação direta com a lei de cotas de imigração, promulgada por Getúlio Vargas em 1934.

4. ( ) Atualmente, considerando o fluxo migratório internacional, o Brasil representa uma forte área de atração populacional. A economia dinâmica e a drástica redução das desigualdades sociais explicam esse fato.

V F F V F

(UNISINOS) Um dos fenômenos mais característicos da I República no Brasil é a imigração em massa. Entre 1881 e 1930, houve o ingresso de milhões de imigrantes no país. Os dois grupos mais representativos, em termos numéricos, durante esse período, foram

a) italianos e portugueses.

b) portugueses e espanhóis.

c) espanhóis e alemães.

d) alemães e japoneses.

e) italianos e alemães.

(UNICENTRO) Leia o texto a seguir.

Um fenômeno urbano, visto especialmente nas grandes cidades. Esse processo ocorre na medida em que milhões de pessoas que compõem o PEA (População Economicamente Ativa) deixam suas residências antes do horário comercial para chegar ao trabalho e, no final da tarde, ou do expediente, voltam para casa. Esse processo significa simples fluxos populacionais que não configuram propriamente

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como migração, isso porque não se trata de uma transferência definitiva e sim momentânea. Existem vários casos que se enquadram. Entre eles está o fluxo de boias-frias que residem geralmente na cidade e se deslocam até o campo onde desenvolvem suas atividades, de pessoas que moram em uma determinada cidade e trabalham em outra, além de viagens de final de semana, feriados e férias. Decorrente desse fenômeno, ocorre nos grandes centros urbanos a hora de rush, que são determinados horários do dia nos quais os trabalhadores se aglomeram no trajeto tanto para chegar ao trabalho como para regressar a casa. Outro tipo de fluxo é o commuting, pessoas que moram em um determinado país e se deslocam para outro para trabalhar ou procurar uma ocupação.

(Adaptado de: <http://www.brasilescola.com/geografia/migracao-pendular.htm>. Acesso em: 13 jul. 2013.)

Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o tipo de migração descrita no texto.

a) Êxodo rural.

b) Migração espontânea.

c) Migração pendular.

d) Migração inter-regional.

e) Migração intrarregional.

(UENP) De acordo com os fluxos migratórios no Brasil, assinale a alternativa correta.

a) Os fluxos migratórios do Nordeste para os grandes centros urbanos do Sudeste, sobretudo em direção ao estado de São Paulo, ocorreram a partir da década de 1970.

b) Os fluxos migratórios do Nordeste para a Amazônia, em direção a novas áreas

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agrícolas e garimpos, ocorreram a partir da década de 1980.

c) Os fluxos migratórios do Nordeste e sudeste para a região Centro Oeste ocorreram entre o final da década de 1970 e a de 1980, principalmente em razão da construção de Brasília.

d) Os fluxos migratórios dos estados do Sul, além de São Paulo e de Minas Gerais, para as regiões Centro Oeste e Norte, ocorreram especialmente a partir da década de 1960/70, graças à expansão das áreas de fronteira agrícola na região Centro Oeste e na Amazônia.

e) O fluxo contínuo e constante de nordestinos para o Sudeste e para a Amazônia ocorreu a partir da segunda metade do século XIX.

(UFPR) Observe a figura ao lado, cujas setas indicam movimentos migratórios ocorridos no Brasil. As direções das flechas indicam um movimento migratório ocorrido por fenômenos específicos de um momento histórico da ocupação do território brasileiro. A dinâmica migratória representada ocorreu:

a) em virtude do ciclo da borracha na Amazônia, que atraiu grandes contingentes populacionais das outras regiões brasileiras em direção ao Norte.

b) entre os anos 30 e 50 do século XX, em virtude da integração do Mercado interno e do desenvolvimento regional brasileiro.

c) nos anos 60 do século XX, em virtude da criação de Brasília e do êxodo rural, provocado pela revolução verde no Nordeste e Sul do Brasil.

d) em função da atração exercida pelos grandes projetos de mineração e

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industrialização, a exemplo de Carajás e da Zona Franca de Manaus.

e) após a década de 80 do século XX, em função da incorporação de novas fronteiras agrícolas e pecuárias nas regiões Centro-oeste e Norte do Brasil.


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