MetaObjetiv
os Ao fi nal desta aula, o aluno deverá estar apto para:
• compreender as etapas que compõem a fase de preparação para a pesquisa;
• elaborar um plano de pesquisa individual ou em dupla, visando à produção do projeto de pesquisa.
• Apresentar as etapas que compõem a fase de preparação para a pesquisa, enfatizando a importância fundamental do planejamento para a consecução de um trabalho científi co de qualidade.
• Orientar sistematicamente na elaboração de um plano de pesquisa, seguindo o passo a passo para sua produção.
2 aula
PREPARANDO A INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA: O PAPEL DO PLANO DA PESQUISA
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AULA 2PREPARANDO A INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA: O
PAPEL DO PLANO DA PESQUISA
1 INTRODUÇÃO
Na aula anterior, discutimos sobre todo o processo da
pesquisa, dividindo-a em três fases principais: a preparação,
a execução e a divulgação. Pretendeu-se, naquela aula,
apresentar as principais ferramentas textuais utilizadas em
cada uma dessas fases, visando orientar melhor o futuro
pesquisador na consecução de uma investigação científi ca.
Nesta e na próxima aula, iremos nos ater à fase de
preparação da pesquisa, trabalhando, nesta aula, com a
elaboração de um plano inicial, que servirá como auxiliar ao
projeto de pesquisa. A estrutura textual e a normatização do
projeto de pesquisa será o tópico da próxima aula.
Dividiremos o capítulo 2 desta aula em cada uma
das etapas da fase de preparação: a) tema; b) revisão da
literatura; c) problema; d) hipótese(s); e) objetivo (s);
f) metodologia; g) justifi cativa; h) cronograma; i) orçamento.
No capítulo 3, seguindo cada uma dessas etapas, orientaremos
o trabalho do aluno, permitindo-lhe a elaboração de um plano
de pesquisa individual ou em dupla, que servirá como base
para a elaboração, na próxima aula, do projeto de pesquisa.
No capítulo conclusivo, retomaremos as questões tratadas e
daremos encaminhamentos para as aulas posteriores.
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Pesquisa Aplicada ao ensino de Letras
96 Módulo 2 I Volume 1 EAD
Preparando a investigação científi ca: o papel do plano da pesquisa
2 CONHECENDO OS PASSOS PARA A ELABORAÇÃO DE UMA PESQUISA POSSÍVEL
Como já dissemos na aula anterior, o projeto de uma
pesquisa nasce sempre de uma ideia inicialmente vaga que se vai
traduzindo, progressivamente, em unidades bem delimitadas e
vai tomando formatos cada vez mais objetivos, à proporção que
se avançam as etapas de preparação. Seguir sistematicamente
essas etapas é um ponto de partida fundamental para se
construir um plano de pesquisa, facilitando, posteriormente, a
redação do projeto de pesquisa. Todavia, é importante frisar que
as etapas que apresentaremos a seguir não representam uma
obrigatoriedade, nem precisam necessariamente ser seguidas
na ordem em que se apresentam; embora, para efeito didático,
iremos concebê-las aqui como etapas sucessivas, pois, muitas
vezes, é assim que elas costumam ocorrer.
2.1 Tema
O primeiro passo consiste na escolha de um tema.
Tenhamos em mente um estudante do curso de Letras
Vernáculas. Imaginamos que esse estudante, ao chegar aqui,
já tenha identifi cado a sua área de interesse em pesquisa -
no caso da formação em Letras, ele costuma identifi car-se de
início ou com a área da Literatura ou da Linguística.
Partiremos do princípio de que a área de interesse desse
estudante é a Linguística. Como já vimos na terceira aula
da primeira unidade, há uma diversidade de disciplinas que
abordam diferentes aspectos da linguagem. Faremos de conta
que o interesse desse estudante é a Aquisição da Escrita. Dentro
dessa área, sua curiosidade está voltada para a compreensão
da relação entre a oralidade e a escrita, mais especifi camente, a
interferência da língua falada sobre a aprendizagem da escrita.
Pronto, já temos defi nido o tema de interesse desse
estudante, que pode ser assim descrito:
Tema: infl uência da língua falada sobre a aprendizagem
da escrita.
FIGURA 1UAB/UESC
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É evidente que nem sempre se chega a um tema com
tamanha facilidade como se mostra no exemplo. A defi nição
do tema, às vezes, vai-se delineando lentamente, ao longo
dos estudos; além disso, o estudante pode ainda identifi car-
se, de início, com uma determinada área e, depois, mudar seu
foco de interesse. Entretanto, suponhamos que, neste caso, o
estudante já tenha segurança do tema a que deseja dedicar-
se em sua pesquisa. É necessário, ainda, neste ponto, estar
atento ao fato de que:
Neste processo de seleção e escolha do tema, deve o pesquisador levar em consideração suas limitações, tanto em termos de conhecimento sobre o assunto, evitando entrada naqueles que não digam respeito à sua área de formação e atuação, quanto à sua disponibilidade de tempo e à quantidade de atividades que a temática exigirá durante a execução [...] (MICHALISZYN; TOMASINI. 2007, p. 111).
2.2 Revisão da literatura
Identifi cado o tema, é necessário que esse estudante
realize leituras que abordem tal questão ou questões correlatas,
visando:
a) adquirir ou ampliar seus conhecimentos sobre o tema
escolhido;
b) identifi car aspectos ainda não esclarecidos pela
ciência;
c) escolher uma linha teórica ou tipo de abordagem com
o qual o estudante se identifi que.
A indicação de bibliografi a pode ser feita por um
profi ssional mais experiente ou pode ser buscada pelo próprio
estudante. No primeiro caso, sugere-se que o estudante procure
um professor que trabalhe com o seu tema de interesse (esse
professor, a depender do andamento do trabalho, pode tornar-
se seu orientador de pesquisa), para buscar essas informações.
Há muitas maneiras de ter acesso a esses profi ssionais, uma
delas é a busca do currículo dos professores que compõem
o corpo docente do curso no site do CNPq, através do sítio
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98 Módulo 2 I Volume 1 EAD
Preparando a investigação científi ca: o papel do plano da pesquisa
denominado Plataforma Lattes (ver http://lattes.cnpq.br/).
No segundo caso, o estudante pode fazer uma varredura na
Internet, selecionando sites seguros, para buscar artigos
produzidos sobre aquele tema ou fazer uma busca na biblioteca
a ele acessível.
Sugere-se que as leituras feitas sejam registradas
em forma de fi chamento, mantendo sempre a referência
bibliográfi ca consultada (cujos dados fundamentais são:
autor(es), título da obra, local de publicação, data de publicação,
páginas inicial e fi nal quando necessário).
2.3 Problema
A revisão de literatura é uma etapa que não tem início
e fi m determinado; na verdade, ela costuma percorrer toda a
pesquisa em todas as suas fases. Entretanto, nesta fase, saber
a hora de dar um intervalo à revisão da literatura e retomar o
processo de preparação é uma questão de disciplina, para que
se mantenha em mente o foco de interesse e se possa efetivar,
posteriormente, a redação do projeto.
De posse de algumas leituras sobre o tema e obtida uma
compreensão genérica do estado da arte da temática escolhida,
é hora de identifi car um problema de pesquisa. Adota-se essa
terminologia tendo em vista que a função primordial de uma
pesquisa é que ela forneça saídas para problemas existenciais;
no caso da área escolhida pelo suposto estudante do nosso
exemplo, caberá a ele fornecer respostas científi cas a problemas
que envolvam a relação entre a língua falada e a língua escrita.
Dessa forma, retomando o tema de pesquisa - infl uência
da língua falada sobre a aprendizagem da escrita - sugere-se
que o estudante transforme esse tema em uma pergunta que
represente o problema identifi cado. Assim, como uma primeira
tentativa, sugerimos a pergunta: A língua falada pelo sujeito
infl uencia na sua aprendizagem da escrita?
Mas essa pergunta está por demais genérica. Quem seria
esse sujeito: um adulto ainda não alfabetizado ou uma criança?
Como se pode avaliar a infl uência dessa língua falada, já que
ela possui uma série de aspectos a serem estudados? Portanto,
que aspecto da língua falada se quer estudar: a fala regional,
Plataforma Lattes: esta plataforma consiste numa ferramenta,
disponível do site do Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científi co e
Tecnológico – CNPq, em que se podem obter informações sobre a formação e produção científi ca dos pesquisadores
brasileiros nela cadastrados.
Fichamento: inicialmente concebido
para ser registrado numa fi cha manual,
daí a origem do termo, o fi chamento é um instrumento
amplamente utilizado no ambiente
universitário para registrar dados sobre os textos lidos pelo estudante. Devem
constar, nessa fi cha, informações sobre:
resumo do assunto e sua abordagem; dados bibliográfi cos; data da leitura entre outras, a critério do aluno e/ou
do professor.
Referência bibliográfi ca: consiste no registro de dados de uma obra consultada.
No interior de um texto, geralmente constitui-se como último item, no
qual se devem registrar apenas as obras que
foram citadas naquele texto. O formato
da referência deve obedecer às normas da ABNT, conforme
veremos na próxima aula.
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o dialeto social do sujeito, o estilo de fala? E que aspecto
da língua escrita se quer investigar: a produção textual, a
construção de frases, a concordância, a ortografi a? Além disso,
não haveria situações específi cas em que essa infl uência ocorre
e outras em que não ocorre? Por exemplo, se a palavra for
pronunciada do mesmo jeito tanto pelas crianças falantes do
dialeto + padrão quanto pelas falantes do dialeto - padrão,
provavelmente não se observariam diferenças signifi cativas
de desempenho. Se isso acontecer, fi cará provado que não
há uma diferença de capacidade entre esses dois grupos de
falantes (que representam provavelmente classes econômicas
diferenciadas), mas, sim, a diferença estaria no fato de uma
fala estar mais representada pela escrita do que a outra.
Pressupondo que o estudante, após as leituras feitas na
revisão de literatura, comece a deduzir sobre os pontos em
que a oralidade e a escrita tenham relação, supomos que ele,
atendendo a essas perguntas acima, elabore, fi nalmente, um
problema bem delimitado e de possível verifi cação, o qual fi cará
com a seguinte formulação:
Problema: O dialeto social falado pela criança (+ padrão
ou - padrão) infl uencia na sua aprendizagem da ortografi a
da Língua Portuguesa, a depender da relação entre a palavra
falada e a sua representação escrita?
Agora temos um problema específi co a investigar e
podemos perceber, logo de início, que há muitas maneiras de
levar a cabo uma pesquisa para responder a essa pergunta.
No momento de discussão da metodologia, iremos discutir as
metodologias possíveis e a defi nição da metodologia que será
adotada.
2.4 Hipótese(s)
Para transformar o problema em algo cientifi camente
manipulável, sugere-se a identifi cação de pontos específi cos
de observação e a transformação desse problema em produtos
observáveis, que possibilitem a verifi cação pela experiência.
Uma das formas de obter esse fi m é através da conversão do
problema em hipótese(s).
SAIBA MAIS
+ padrão / - padrão: costuma-se denominar como dialeto padrão aquele cuja pronúncia, considerada culta, é vista pela comunidade como a ideal, a mais aceita como padrão de correção. Aqui, concebendo que nenhum dialeto é ideal, ou seja, vendo-o numa visão contínua, iremos usar o termo + padrão ao dialeto que mais se aproxima do chamado padrão culto da língua, ao passo que denominaremos - padrão o dialeto que mais se distancia desse padrão culto.
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Preparando a investigação científi ca: o papel do plano da pesquisa
As hipóteses constituem-se em enunciados afi rmativos
a respeito do problema identifi cado, que são elaborados
pelo investigador como um princípio operacional que deverá,
posteriormente, ser confi rmado ou refutado, a partir dos dados
obtidos e da análise feita. Segundo Marconi e Lakatos (2009),
pode-se considerar a hipótese
Como um enunciado geral de relações entre variáveis (fatos, fenômenos):a) formulado como solução provisória para
determinado problema;b) apresentando caráter ou explicativo ou preditivo;c) compatível com o conhecimento científi co
(coerência externa) e revelando consistência lógica (coerência interna);
d) sendo passível de verifi cação empírica em suas conseqüências (p. 139, grifos das autoras).
2.4.1 Elaboração da(s) hipótese(s)
Entendida o que é uma hipótese, passamos agora
para a transformação do problema de pesquisa, elaborado
anteriormente, em hipótese de trabalho. No caso do problema
identifi cado pelo nosso suposto estudante, partiremos do
princípio de que, após a revisão de literatura, já haja, por
parte dele, alguma suposição de como funciona a relação entre
escrita e oralidade. Então converteremos a pergunta “O dialeto
social falado pela criança (+ padrão ou – padrão) infl uencia
na sua aprendizagem da ortografi a da Língua Portuguesa?” na
seguinte hipótese geral:
Hipótese geral: O dialeto social falado pela criança
infl uencia signifi cativamente na sua aprendizagem
da ortografi a da Língua Portuguesa, a depender da
relação entre a palavra falada e a sua representação
escrita.
2.4.2 Variáveis
Podemos observar, a partir da proposição da hipótese
geral, que existem diferentes aspectos envolvendo esse objeto
de estudo:
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a) o dialeto social do sujeito (criança);
b) a aprendizagem da escrita, mais especifi camente, da
ortografi a do português;
c) relação entre pronúncia e representação escrita da
palavra.
Aos aspectos apontados denominamos as variáveis
desta pesquisa, e as relações entre essas variáveis constituem
o seu objeto de investigação. Marconi e Lakatos (2009)
dividem em três as relações possíveis entre as variáveis: a)
relação simétrica: quando as variáveis encontram-se lado a
lado em relação a um determinado conceito, ou seja, elas não
exercem infl uência uma sobre a outra; b) relação recíproca:
quando ambas exercem infl uência em relação à outra, não
sendo possível defi nir qual delas é determinante; seria o caso
da chamada correlação; c) relação assimétrica: quando uma é
considerada como causadora ou infl uenciadora da outra.
Essas relações é que permitem a Lakatos e Marconi
(2009) classifi car as variáveis nos seguintes tipos: a) variável
dependente; b) variável independente: c) variável moderadora
e de controle; d) variável fator de teste; e) variável extrínseca e
componente; e) variável interveniente; f) variável de supressão
e de distorção.
No caso em apreço, estão envolvidos três tipos de
variáveis: dependente, independente e moderadora. A variável
dependente constitui-se naquele fenômeno que sofre infl uência
ou é determinado por outro fenômeno, a variável independente.
A variável independente é aquela que infl uencia, prevê ou
determina a ocorrência de outra variável, a dependente. Por
outro lado, a variável moderadora pode ser descrita como fator
secundário que possibilita a infl uência da variável independente
sobre a dependente. No caso das variáveis envolvidas na
pesquisa do nosso suposto estudante, teríamos:
Variável independente (X): o dialeto social do sujeito
(criança);
Variável dependente (Y): a aprendizagem da escrita,
mais especifi camente, da ortografi a do português.
Variável moderadora (M): relação entre pronúncia e
representação escrita da palavra.
ATENÇÃO
Tipos de variáveis: concentraremo-nos aqui apenas nas variáveis que constituem o objeto de pesquisa do nosso suposto estudante; por isso, para ampliar seu conhecimento, sugerimos a leitura do texto de Marconi e Lakatos (2009), referida ao fi nal desta aula, que traz uma exposição bastante clara e rica em exemplifi cações so-bre cada uma dessas variáveis.
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102 Módulo 2 I Volume 1 EAD
Preparando a investigação científi ca: o papel do plano da pesquisa
Poderíamos ainda incluir, na análise, uma variável
antecedente, demonstrando que essa relação entre a variável
independente e a dependente ocorre, antes, porque a própria
escrita a ser aprendida pela criança caracteriza-se como a
representação de uma língua padrão ideal, que não representa
concretamente nenhum desses dialetos (estigmatizado e
prestigiado), mas cuja pronúncia mais aproximada seria a do
grupo de prestígio. Mas a inclusão de mais esta variável levaria
a uma necessidade de ampliação de tempo e de análise, por
isso, acrescentá-la ou não é uma questão de relação custo
benefício; entretanto, é importante ressaltar que a inclusão
dessa variável aumenta o grau de confi ança nos resultados,
embora não se possa afi rmar como certeza, pois “a certeza
em [ciências sociais] só ocorreria se todas as prováveis
variáveis extrínsecas fossem controladas - o que é impossível.
Dessa forma [...], trabalhamos com graus de confi ança [...]”
(MARCONI; LAKATOS, 2009, p. 222).
Identifi cadas as variáveis que compõem o objeto de
pesquisa do nosso suposto estudante, percebemos que será
necessário verifi car alguns aspectos específi cos que envolvem
essas variáveis. Para isso, proporemos hipóteses específi cas que
servirão como fundamento para confi rmar ou refutar a hipótese
geral. Assim, sugerimos as seguintes hipóteses específi cas:
Hipóteses específi cas:
• hipótese 1: quando a palavra escrita envolve
pronúncia diferenciada (+pro) entre os falantes
do dialeto estigmatizado (G1) e os falantes do
dialeto de prestígio (G2), o desempenho do G1 é
signifi cativamente menor do que o desempenho do
G2.
• hipótese 2: quando a palavra escrita não envolve
pronúncia diferenciada (-pro) entre os falantes do
dialeto estigmatizado (G1) e os falantes do dialeto
de prestígio (G2), a diferença de desempenho
entre os dois grupos não é signifi cativa.
Como se pôde notar, as hipóteses específi cas permitem
operacionalizar melhor a observação, tornando a hipótese
geral verifi cável. Quando sugerimos diferenciar palavras cujas
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pronúncias são diferentes (entre os dois grupos) das palavras
cujas pronúncias são iguais (nos dois grupos), permitimos
operacionalizar a variável independente - o dialeto social do
sujeito - e controlar a variável moderadora - relação entre
a pronúncia e a representação escrita. Quando propomos
comparar o desempenho dos dois grupos de falas diferentes,
possibilitamos operacionalizar a variável dependente - a
aprendizagem da escrita, mais especifi camente, da ortografi a
do português.
2.5 Objetivo(s)
Uma vez que já está delimitado o objeto de pesquisa
do nosso suposto estudante, estando também elaboradas
as hipóteses de trabalho, já é possível defi nir, com clareza,
qual o objetivo do trabalho. Podemos elaborar objetivos que
correspondam às perguntas: o quê? Como? Ou para quê?
Os objetivos que correspondem à pergunta o quê são
denominados aqui como objetivos cognitivos, pois pretendem
responder àquilo que se quer conhecer, qual o objeto de
pesquisa - geralmente constituem o objetivo geral. Os
objetivos operacionais correspondem à resposta ao como se
pretende chegar ao conhecimento: abrangendo quais aspectos,
envolvendo quais variáveis? - compõem, comumente, os
objetivos específi cos. Por fi m, os objetivos fi nais dizem
respeito ao que se pretende fazer com os resultados: qual a
sua abrangência, quais as suas possíveis aplicações, onde se
pretende chegar? Nem sempre todos esses objetivos precisam
estar explícitos no projeto de uma pesquisa, além de que
eles não encerram a questão, podendo haver muitos outros
tipos numa pesquisa. Sugerimos esses apenas para ilustrar a
existência de uma diversidade de objetivos a que uma pesquisa
pode pretender atingir.
Uma das formas simples de elaborar um objetivo é
transformar a proposição afi rmativa (fl exionada no presente
do indicativo, em enunciado hipotético) numa proposição
infi nitiva (iniciada por um verbo no infi nitivo). Vejamos como
fi cariam as hipóteses elaboradas pelo nosso suposto estudante/
pesquisador:
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Pesquisa Aplicada ao ensino de Letras
104 Módulo 2 I Volume 1 EAD
Preparando a investigação científi ca: o papel do plano da pesquisa
Hipótese geral (proposição afi rmativa):
o dialeto social falado pela criança infl uencia
signifi cativamente na sua aprendizagem da ortografi a
da língua portuguesa, a depender da relação entre a
palavra falada e a sua representação escrita.
Objetivo geral (proposição infi nitiva): avaliar
a possível infl uência do dialeto social falado pela
criança sobre seu desempenho em ortografi a durante
a aprendizagem da escrita em Língua Portuguesa.
Hipóteses específi cas/objetivos específi cos:
• Hipótese 1 (proposição afi rmativa): quando a
palavra escrita envolve pronúncia diferenciada
(+pro) entre os falantes do dialeto estigmatizado
(G1) e os falantes do dialeto de prestígio (G2), o
desempenho do G1 é signifi cativamente menor do
que o desempenho do G2.
• Objetivo específi co 1 (proposição infi nitiva):
comparar o desempenho do G1 com o G2, quanto
à escrita de palavras cuja pronúncia seja diferente
entre esses dois grupos.
• Hipótese 2: quando a palavra escrita não envolve
pronúncia diferenciada (-pro) entre os falantes do
dialeto estigmatizado (G1) e os falantes do dialeto
de prestígio (G2), a diferença de desempenho
entre os dois grupos não é signifi cativa.
• Objetivo específi co 2 (proposição infi nitiva):
comparar o desempenho do G1 com o G2, quanto
à escrita de palavras cuja pronúncia seja a mesma
para os dois grupos.
Observe que esses objetivos específi cos também
podem ser caracterizados como objetivos operacionais, pois
demonstram como será feita a investigação da hipótese geral
(através da comparação entre os dois grupos).
2.6 Metodologia
Partindo do problema específi co a investigar, podemos
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perceber que haveria muitas maneiras de levar a cabo uma
pesquisa para responder ao problema identifi cado. Poderia
ser feita uma pesquisa bibliográfi ca, investigando uma
diversidade de trabalhos científi cos que abordem a questão
e buscando respostas possíveis a essa questão; ou se propor
um estudo de caso, acompanhando crianças usuárias do
dialeto social estigmatizado (- padrão), ao longo
do processo de alfabetização dessas crianças. Entretanto,
estamos supondo que nosso estudante decidiu fazer um estudo
comparativo, elegendo um grupo de crianças falantes do
dialeto estigmatizado (- padrão) e outro grupo, de crianças
falantes do dialeto prestigiado (+ padrão), para estabelecer
a comparação.
Neste momento, será necessário decidir como levaremos
a cabo esta investigação. Assim:
a) quanto ao tipo de pesquisa, deve-se responder,
por exemplo, as seguintes questões: qual o tipo
de pesquisa que será empreendido? E os critérios
de avaliação, serão quantitativos, qualitativos ou
ambos? Quais recursos serão necessários? Entre
outras.
b) quanto aos informantes, é necessário responder
aos questionamentos: quais e quantos serão os
informantes (aí é recomendável fazer um equilíbrio
entre a quantidade estatisticamente necessária e
as possibilidades de tempo e disponibilidade do
pesquisador)? Como e onde obter acesso a esses
informantes? A maneira como serão selecionados os
informantes e aplicados os testes de coleta de dados
corresponde aos critérios éticos e formais? Quais os
critérios de seleção? Entre outros.
c) quanto à coleta e sistematização de dados, pode-
se responder as questões: quais instrumentos serão
necessários à coleta de dados? Qual o tempo e o
período disponibilizado para esta coleta? Como se
procederá para fazer o levantamento, catalogação e
sistematização dos dados? Entre outras.
d) quanto à divulgação dos resultados, sugere-se
responder: como se pretende divulgar os resultados?
Qual o público para o qual os resultados serão
UM CONSELHO
Pesquisa bibliográ-fi ca, estudo de caso: sugerimos retomar a aula 3 da unidade 1, caso o estudante deseje mais informações sobre uma pesquisa bibliográfi ca e um estudo de caso.
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Pesquisa Aplicada ao ensino de Letras
106 Módulo 2 I Volume 1 EAD
Preparando a investigação científi ca: o papel do plano da pesquisa
apresentados? Quais as áreas a que se pretende
aplicar os resultados? Entre outros.
O capítulo de metodologia, por defi nir sobre todos
os aspectos que envolvem sua execução, costuma ser um
dos mais longos do projeto de pesquisa, por isso, não será
possível apresentar um exemplo aqui como foi feito nos demais
capítulos. Entretanto, as perguntas antes elaboradas têm o
poder de fornecer uma ideia do teor deste capítulo.
2.7 Justifi cativa
Com todas essas informações sistematizadas, o nosso
estudante encontra-se em perfeitas condições para defender
a importância da sua pesquisa, para isso, ele deve atentar
para os seguintes aspectos: qual a contribuição teórica que
seu trabalho trará? Qual a viabilidade do trabalho: há tempo
e recurso necessário para a realização desta pesquisa? Qual a
aplicabilidade dos seus resultados: seus resultados podem ser
aplicados a quais áreas do conhecimento? Entre outras.
No momento da redação do projeto de pesquisa, a
justifi cativa costuma fi gurar logo depois da revisão de literatura
ou da defi nição do problema; entretanto, optamos por colocá-
lo, aqui, nesta ordem, por acreditar que só mesmo depois
de defi nir as hipóteses, objetivos e metodologia é possível
ter elementos sufi cientes para que se possa justifi car pela
necessidade e viabilidade duma pesquisa, aspectos a serem
apresentados na parte da justifi cativa.
No caso da pesquisa do nosso suposto estudante, ele
poderia usar as seguintes justifi cativas:
a) contribuição teórica: caso não haja pesquisas
que tenham investigado tal questão, ou a tenha
investigado, mas, utilizando outra metodologia, ele
pode alegar que a pesquisa trará contribuição ao
conhecimento de como a criança se utiliza da língua
falada para aprender a escrita, ou mostrar outra
perspectiva sobre o tema;
b) viabilidade: ele pode alegar que a pesquisa é
viável tendo em vista a disponibilidade integral
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do pesquisador, o baixo dispêndio, uma vez que o
material a ser utilizado encontra-se à disposição dos
estudantes gratuitamente, além disso, o campo de
investigação é a própria escola onde o pesquisador
leciona (suponha-se) entre outros;
c) aplicabilidade: o proponente da pesquisa pode
defender que os resultados serão facilmente
aplicáveis, através de cursos e ofi cinas a serem
oferecidos aos professores de crianças, ou da
elaboração de material didático tendo em vista os
resultados esperados entre outros.
2.8 Cronograma
Neste momento, cabe ao estudante/pesquisador,
juntamente com seu orientador (caso o estudante já o tenha),
defi nir sobre o período e tempo disponibilizado para a pesquisa.
Deve-se equilibrar aqui o período ideal de tempo com a duração
do curso, ou da bolsa de pesquisa entre outros, atentando para
que não se perca tempo com aquilo que pode ser realizado
num curto período, nem se desenvolva apressadamente aquilo
que merece ser feito de forma criteriosa e com dedicação
acentuada.
O cronograma deverá expor, com clareza, através de
quadro/calendário, o período e o tempo empreendido em todas
as fases da pesquisa, possibilitando uma visualização rápida e
objetiva do seu andamento.
2.9 Orçamento
O orçamento não se constitui elemento obrigatório, mas
é recomendável - principalmente quando a pesquisa envolve
fi nanciamento de recursos materiais ou humanos - que se
faça uma projeção dos gastos de uma investigação. Quando
a pesquisa está vinculada a alguma instituição universitária,
geralmente há um quadro padrão, um modelo de orçamento, que
deve ser usado pelo proponente da pesquisa, na confi guração
do seu projeto.
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Preparando a investigação científi ca: o papel do plano da pesquisa
2.10 Resultados esperados
Este capítulo também não é obrigatório, isso porque nem
sempre é possível prever os resultados de uma investigação.
Entretanto, no caso em que já possa ter alguma previsão de
resultados, sugere-se incorporar esse item, visto que ele permite
fazer alguma projeção dos desdobramentos da pesquisa.
3 CONSTRUINDO UM PLANO DE PESQUISA
Neste momento,
queremos redirecionar
o foco do nosso texto
adotando não mais a fi gura
de um suposto estudante
como o proponente de uma
pesquisa. Baseando-nos nas
fases antes explicitadas, iremos nos
dirigir diretamente a cada estudante,
orientando-o na elaboração de um plano de
trabalho, através do preenchimento das fi chas, a
ser depois ampliado durante a elaboração do seu projeto
de pesquisa.
3.1 Identifi cando o tema e selecionando a bibliografi a
Você deverá decidir antes sobre qual área, no interior do
estudo da linguagem, você quer se dedicar. Este é um plano
provisório, portanto, fi que à vontade quanto à escolha, porque
você poderá mudar de ideia ao longo do percurso. Decidida
a área, pense num tema, num aspecto sobre o qual você
tenha curiosidade ou que o intrigue. Tenha cuidado também
para pensar em algo com qual você sinta prazer e facilidade.
Temos curiosidades sobre muitas coisas, mas, daí a nos
debruçarmos sobre essas coisas para estudá-las, há um longo
Fichas: estamos apresentando algumas fi chas que devem
ser preenchidas para posterior reutilização.
Caso o espaço das mesmas seja
insufi ciente, o estudante pode utilizar outro
espaço complementar.
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caminho; por isso, se você escolher algo que ache difícil demais
e não prazeroso, a tendência será desistir diante da primeira
difi culdade.
Agora, procure informações sobre trabalhos feitos sobre
este tema, lançando mão das sugestões antes apresentadas
ou de outras alternativas que você encontrar (buscar a ajuda
do tutor é uma delas). É necessário você estar atento para a
extensão dos textos que vai selecionar, bem como, a linguagem
utilizada, tendo em vista o tempo de que você dispõe para
as leituras. Selecione, no mínimo, três textos, o máximo
dependerá da sua disponibilidade. Para fazer uma pré-seleção
dos textos, observe, inicialmente, a quantidade de páginas, o
índice ou o resumo (se houver). Depois faça suas leituras. Feito
isso, preencha a fi cha que segue:
Defi nição do tema e seleção da bibliografi a
Tema: __________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Bibliografi a pré-selecionada:
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
AATIVIDADETIVIDADE
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3.2 Elaborando problema, hipóteses e variáveis
Agora você deverá, tal qual fi zemos anteriormente,
especifi car seu tema elaborando um problema de pesquisa.
Depois transforme o problema em hipótese(s) e identifi que as
variáveis que constituem a(s) hipótese(s). Salientamos, mais
uma vez, que este é um exercício, uma espécie de treino para
elaboração de um projeto de pesquisa; por isso, não encare o
que será defi nido por você como algo defi nitivo. Além disso,
existem outras maneiras de compor um projeto, esta é uma
dentre as maneiras possíveis. Feito essas ressalvas, sugerimos
que você preencha a próxima fi cha.
AATIVIDADETIVIDADE
Defi nição do problema, hipóteses e variáveis
Problema: _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Hipótese(s):__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Variáveis:____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
______________________________________________________________
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3.3 Estabelecendo objetivo(s) e metodologia
Chegou a hora de você defi nir com clareza o que pretende
com esta pesquisa e como pretende realizá-la. Para tal, escreva,
na fi cha abaixo, os objetivos da sua pesquisa (dividindo-os em
gerais e específi cos, se possível). Depois exponha, em poucas
palavras, qual a metodologia que será empregada, observando
os seguintes itens: 1) tipo de pesquisa; 2) fontes de informação;
3) métodos, técnicas e instrumentos a serem utilizados; 4)
forma de divulgação; 5) aplicações possíveis.
AATIVIDADETIVIDADE
Estabelecimento do(s) objetivo(s) e escolha da metodologia
Objetivos: _______________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Metodologia: ____________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
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3.4 Sugerindo cronograma e prevendo orçamento
Pense em como viabilizar o projeto, qual o local, em
quanto tempo, entre outras informações. Pense também nos
investimentos que se farão necessários. Abaixo, apresentamos
o cronograma padrão da PROPP/UESC e o orçamento padrão.
Utilize-os ou adapte-os tendo em vista as suas necessidades.
* Havendo necessidade, podem-se adicionar outros quadros com os demais anos; ou se pode elaborar outro cronograma que atenda melhor à proposta do estudante.
AATIVIDADETIVIDADE
Proposição de cronograma e orçamento
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
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ORÇAMENTO RESUMIDO RECURSOS FINANCEIROS POR TRIMESTRE - PROGRAMAÇÃO FÍSICA
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Preparando a investigação científi ca: o papel do plano da pesquisa
REF
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CIA
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3.5 Previsão de resultados
Caso seja possível prever algum resultado, inclua este
item no seu plano de trabalho e descreva em poucas palavras
os resultados previstos.
Agora, com todas essas informações preenchidas, você
encontra-se de posse de um plano de trabalho para pesquisa e,
com base nele e nas informações fornecidas na próxima aula,
a respeito da redação do projeto de pesquisa, você poderá
elaborar seu projeto de pesquisa individual.
4 CONCLUSÃO
O foco desta nossa aula foi a apresentação de todas as
etapas que compõem o fase de planejamento de uma pesquisa.
O trabalho culminou com a construção individual de um plano
de pesquisa, que servirá como guia para a elaboração do projeto
de pesquisa, ferramenta utilizada como documento formal, para
a proposição e planejamento de um trabalho investigativo.
Assim, na próxima aula, dando continuidade ao que foi
aqui iniciado, iremos tratar dos aspectos textuais formais que
envolvem a estrutura e redação do projeto de pesquisa, visando
orientar o aluno na elaboração de seu projeto individual dentro
das normas vigentes.
LEITURA RECOMENDADA
Castro, A. A. Projeto de pesquisa. In: Castro A. A, editor. Planejamento da pesquisa. São
Paulo: AAC; 2001. Disponível em: <http://www.evidencias.com/planejamento/pdf/lv4_02_
projeto.pdf> Acesso em: 16 nov. 2009.
REFERÊNCIAS
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Científi ca. 5. ed. S. Paulo: Atlas, 2009.
MICHALISZYN, Mário Sérgio; TOMASINI, Ricardo. Pesquisa: orientações e normas para elaboração de projetos, monografi as e artigos científi cos. Petrópolis: Vozes, 2007.
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Suas anotações
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