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A Influência das Tecnologias na Educação
A influência das Tecnologias na Educação
José Manuel Moran¹
Orientador: Prof. Gilmar Lucas²
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo ressaltar a influência de diversos tipos
de tecnologias e domínio de certas informações, as ações do professor na sala de
aula e o uso que ele faz dos suportes tecnológicos que se encontram a sua
disposição e a forma de exploração da tecnologia disponível para garantir a melhor
aprendizagem do aluno. A velocidade com que novos equipamentos e mecanismos
se desenvolvem e interferem em espaços como a escola,faz com que as crianças
mudem suas formas de construir e desenvolver os modos de agir e pensar diante da
sociedade.
Palavras-chave
Tecnologia, Domínio Educacional, Informação e Desenvolvimento
ABSTRACT
The present work aims to highlight the influence of different types of
technologies and domain of certain information, the actions of the teacher in the
classroom and the use he makes of the technological supports that are at his
disposal and the way of exploiting the technology Available to ensure the best
student learning. The speed with which new equipment and mechanisms develop
and interfere in spaces such as the school, which sees children changing their ways
of building and developing ways of acting and thinking before society.
KEY WORDS
Technology, Educational Domain, Information and Development
¹José Manuel Moran É professor de novas Tecnologias na USP e possui
mestrado e Doutorado na USP
²Gilmar Lucas É professor universitário na Universidade Cruzeiro do Sul.
CampusVirtualUniversidadeCruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br
1. INTRODUÇÃO: O Ensino de Qualidade nos dias de Hoje
Nos dias atuais a tecnologia se tornou ferramenta essencial na educação dos
alunos. Com ela a facilitação e a velocidade da informação se tornaram altamente
necessárias em nosso cotidiano.
O professor hoje tem que competir com a tecnologia e usa-lá a seu favor ao
mesmo tempo. A sala de aula tornou-se um desafio constante, com aulas mais
dinâmicas, menos giz e lousa e muito mais informação virtual.
O maior desafio hoje “é caminhar para um ensino e uma educação de qualidade
que integre todas as dimensões do ser humano (MORAN, 2012). Segundo o autor, é
importante existir um ensino inovador e com a integração das novas tecnologias ao
espaço educacional.
Assim, à escola cabe não apenas o papel de conhecer os aspectos relevantes
que as tecnologias exercem sobre os educandos, mas entender que é também parte
formadora e transformadora da sociedade, e que em uma relação dialética, torna-se
um contexto mais amplo, um reflexo desse contexto social. Diante disso MORAN
(2000) enfatiza:
Ensinar com as novas mídias será uma revolução se mudarmossimultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantemdistantes professore e alunos. Caso contrário, conseguiremos dar um verniz de modernidade semmexer no essencial.A internet é um novo meio decomunicação, ainda incipiente, mas que pode nos ajudar a rever, ampliar e amodificar muitas das formas atuais de ensinar e de aprender (MORAN, 2000 p. 71)
O também autor Jesus Martin Barbero, em seu livro Comunicação na Educação
(2014) faz uma crítica na principal incapacidade da escola alterar sua relação com a
produção e aqusição do conhecimento. De acordo com o mesmo, o modelo
educacional da escola é vertical e de forma autoritária na relação professor-aluno,
sendo linear no aprendizado. Ha também uma impossibilidade que se abra ao
enriquecimento com novas linguagens dos meios de comunicação, sem que haja
uma nova postura pela parte educacional.
É perceptível a resistência por parte da escola ao se abrir para o
desenvolvimento tecnológico dentro de sala de aula, já que muitas delas não
recebem incentivos governamentais para esse trabalho desenvolvido. É importante
que haja professores capacitados, mas também recursos tecnológicos disponíveis
para o desenvolvimento dessas aulas.
O HOMEM E A TECNOLOGIA
Desde o início dos tempos, o domínio de determinados tipos de tecnologias,
assim como o domínio de certas informações, distinguem os seres humanos. Na
Idade da Pedra, os homens (que eram frágeis fisicamente diante dos outros animais
e das manifestações da natureza) conseguiram garantir a sobrevivência da espécie
e sua supremacia, pela engenhosidade e astúcia com que dominavam o uso de
elementos da natureza. A ação de grupos “armados” foi bem-sucedida e isso
desencadeou novos sentimentos e ambições em nossos ancestrais. Novas
tecnologias foram sendo criadas não mais para a defesa, mas para o ataque e a
dominação. Um momento revolucionário deve ter ocorrido quando alguns grupos
primitivos deixaram de lado os machados de madeira e pedra e passaram a utilizar
lanças de metal, para guerrear.
As grandes potências preocupavam-se em manter e ampliar seus poderes
políticos e econômicos e gastam grande parte de seus orçamentos na pesquisa de
inovações que garantam a manutenção dessa supremacia. A guerra fria, iniciada
logo após a Segunda Guerra Mundial e que durante 50 anos dividiu o mundo em
dois grandes blocos de poder; impulsionou a ciência e a tecnologia de forma jamais
vista na história da humanidade.
Muitos equipamentos, serviços e processos foram descobertos durante a
tensão que existiu entre os Estados Unidos e a União Soviética pela
ameaça, de ambos os lados, de ações bélicas, sobretudo com o uso da
bomba atômica. A corrida espacial, resultante do avanço científico
proporcionado por essa tensão, trouxe inúmeras inovações: o isopor, o
forno micro-ondas, o relógio digital e o computador (KENSKI, 2007 , p. 63).
A concepção de guerra e as relações de poder que envolvem conhecimento e
inovações tecnológicas ampliaram-se tremendamente na atualidade. Com o fim da
Guerra Fria, o colapso do socialismo e o início da era tecnológica, no início dos anos
1990, o mundo começou a sentir a crescente hegemonia do pensamento neoliberal.
A globalização da economia e das finanças redefine o mundo e cria uma nova
divisão social, no qual o mundo rico e desenvolvido é o espaço em que as mais
novas tecnologias e seus desdobramentos na economia, na cultura e na sociedade
predominam.
A educação também é um mecanismo de articulação das relações entre
poder, conhecimento e tecnologias e exerce grande influência em relação aos
conhecimentos e ao uso das tecnologias que farão a mediação entre educadores,
educandos e os conteúdos a serem aprendidos, representando na sociedade, um
espaço de formação não apenas das gerações jovens, mas de todas as pessoas.
Por sua vez, as ações do professor na sala de aula e no uso que ele faz dos
suportes tecnológicos que se encontram à sua disposição são novamente definidas
as relações entre o conhecimento a ser ensinado, o poder do professor e a forma de
exploração das tecnologias disponíveis para garantir melhor aprendizagem pelos
alunos.
Segundo MORAN (2000), a evolução tecnológica não se restringe apenas
aos novos usos de determinados equipamentos e produtos; ela modifica
comportamentos. A ampliação e a banalização do uso de determinada tecnologia
impõem-se à cultura existente e transformam não apenas o comportamento
individual, mas o de todo o grupo social. Atualmente, o surgimento de um novo tipo
de sociedade tecnológica é determinado principalmente pelos avanços das
tecnologias digitais de comunicação e informação e pela microeletrônica.
O conceito de novas tecnologias é variável e contextual, já que em muitos
casos, confunde-se com o conceito e inovação. Com a rapidez do desenvolvimento
tecnológico, ficou difícil estabelecer o limite de tempo que devemos considerar para
designar como “novos” os conhecimentos, instrumentos e procedimentos que vão
aparecendo. Quando se fala em novas tecnologias hoje, estamos referindo-nos,
principalmente, aos processos e produtos relacionados com os conhecimentos
provenientes da eletrônica, da microeletrônica e das telecomunicações.
Para viabilizar a comunicação entre os seus semelhantes, o homem criou um
tipo especial de tecnologia, a “tecnologia de inteligência”, como é chamada por
alguns autores. Essa tecnologia é imaterial, ou seja, ela não existe como máquina,
mas como linguagem. Para que essa linguagem pudesse ser utilizada em diferentes
tempos e espaços, foram desenvolvidos inúmeros processos e produtos.
Para KENSKI (2007), o processo de produção industrial da informação trouxe
uma nova realidade para o uso das tecnologias da inteligência; surgiram profissões
que têm como foco de a ação a comunicação de informações e o oferecimento de
entretenimento. Novos meios de comunicação (mídias, derivado do inglês, mas
media ou, em português, meios de comunicação de massa) ampliam o acesso a
notícias e informações para todas as pessoas. Jornais, revistas, rádio, cinema, vídeo
etc. são suportes midiáticos populares, com imensa penetração social; o uso de
desses meios compreendem tecnologias específicas de informação e comunicação,
as TICs.
O avanço tecnológico das últimas décadas garantiu novas maneiras de uso
da TICs para a produção e propagação de informações, a interação e a
comunicação em tempo real, ou seja, no momento em que ocorre o fato. Surgiram
então, as novas tecnologias de informação e comunicação, as TICs. Nessa
categoria é possível ainda considerar a televisão e, mais recentemente, as redes
digitais, a internet, sendo que, cada uma tem suas especificidades e se expressa por
meio das linguagens: oral, escrita e digital.
Na escola, professores e alunos usam preferencialmente a linguagem oral
como recurso para interagir, ensinar e verificar a aprendizagem. A voz do professor,
a televisão, o vídeo e outros tipos de “equipamentos narrativos” assumem o papel de
“contadores de histórias” e os alunos de seus “ouvintes”. A informação é transmitida,
por meio de longas narrativas orais. A sociedade oral, de todos os tempos, aposta
na memorização, na repetição e na continuidade.
Quando os homens deixaram de ser nômades e passaram a ocupar de
maneira mais permanente um determinado espaço, praticando a agricultura, surge a
criação e o uso da escrita, como tecnologia de comunicação. A partir da escrita, se
dá a autonomia da informação, sem a necessidade da presença física do autor ou
narrador para que o fato ocorrido fosse comunicado. A análise do escrito era
realizada baseada na compreensão de quem se lê. Essa separação entre tempos e
espaços de escrita e leitura gera versões e interpretações diferenciadas para o
mesmo tempo.
A tecnologia da escrita, interiorizada como comportamento humano, interage
com o pensamento, libertando-o da obrigatoriedade de memorização permanente,
tornando-se assim, instrumento para ampliação da memória e para a comunicação.
Em seu uso social, como tecnologia de informação e comunicação, os fatos da vida
cotidiana são contados em biografias, diários, agendas, textos e redações. Como
tecnologia, auxilia o pensamento, possibilita ao homem a exposição de suas ideias,
deixando-o mais livre, ampliando sua capacidade de reflexão e apreensão da
realidade.
A linguagem digital é simples, baseada em códigos binários, por meio dos
quais é possível informar, comunicar, interagir e aprender; articula-se com as
tecnologias eletrônicas de informação e comunicação, englobando aspectos da
oralidade e da escrita em novos contextos. Se expressa em múltiplas TICs, impõe
mudanças radicais nas formas de acesso à informação, à cultura e ao
entretenimento, criando uma nova cultura e outra realidade informacional.
Grandes mudanças foram causadas pela convergência das tecnologias de
informação e de comunicação para a configuração de uma nova tecnologia, a digital,
possibilitando representar e processar qualquer tipo de informação. Nos ambientes
digitais encontram-se a computação (a informática e suas aplicações), as
comunicações (transmissão e recepção de dados, imagens, sons etc.) e os mais
variados tipos, formas e suportes em que estão disponíveis conteúdos (livros, filmes,
fotos, músicas e textos). Essas novas tecnologias digitais ampliaram de maneira
considerável a velocidade e a potência da capacidade de registrar, estocar e
representar a informação escrita, sonora e visual. O avanço das tecnologias digitais
define novos poderes com base nas condições e na velocidade às informações
disponíveis nas redes.
As novas tecnologias de informação e de comunicação não são apenas
suportes tecnológicos, elas têm suas próprias lógicas, suas linguagens e formas
particulares de comunicar-se com capacidades perceptivas, emocionais, cognitivas,
intuitivas e comunicativas das pessoas.
TECNOLOGIA, SOCIEDADE E ESCOLA
Vivemos um tempo de constantes mudanças. Os avanços da tecnologia na
atualidade permitem ao ser humano restabelecer sua relação com o mundo e com
outro. Desde os mais primórdios dos tempos o homem buscou criar e implantar
ferramentas que facilitassem e consumassem sua sobrevivência na Terra. Tendo em
vista a principal função de transpor as necessidades promovendo o conforto e uma
nova forma para o enfrentamento dos obstáculos que se interpõe à vida como um
todo, a comunicação tem atualmente se apresentado como uma das maiores
impactadas pelos avanços tecnológicos.
Abre-se um grande debate na atualidade sobre como a evolução nas
tecnologias da comunicação tem influenciado o desenvolvimento dos indivíduos e da
sociedade. Muitos estudiosos como Vygotsky, referem-se à formação do indivíduo
como uma relação dialética entre o sujeito e a sociedade a seu redor - ou seja, o
homem modifica o ambiente e o ambiente modifica o homem. Dessa forma, todo o
universo da vida de um indivíduo, gira em torno do contexto histórico e social em
que este se insere.
Atualmente, pessoas são tomadas por uma gama de tarefas e eventos (tanto
nas esferas pessoais, profissionais, e até mesmo em suas relações com o estudo),
que para as quais a execução se faz através de um mecanismo tecnológico
elaborado para esse fim. Tomando como exemplo o telefone, grande invenção
tecnológica que permite a comunicação de pessoas em localidades distantes, e que
atualmente cumpre uma função muito maior do que a idealizada pelo seu criador.
Assim como outras tecnologias, este foi desenvolvido visando facilitar a
comunicação entre os seres humanos, e hoje é concebido como uma ferramenta
multitarefas, indispensável no cotidiano de milhões de pessoas. No entanto, ao
passo que estas tecnologias se desenvolvem e se aprimoram, as formas como os
seres humanos usufruem de seus benefícios, também promovem uma mudança em
como este se relaciona com o mundo, com o conhecimento e com o outro, gerando,
por consequência, mudanças em aspectos relevantes para sua formação e para seu
desenvolvimento pessoal e social.
Não obstante das influências que as novas tecnologias da informação têm
sobre a sociedade, encontramos um público ativo e cada vez mais integrado às
constantes mudanças que tais avanços impõem. Jovens e crianças, por já
nascerem em um mundo onde o uso dessas novas tecnologias se firmaram como
parte do cotidiano, são ávidos consumidores de seus produtos, o que implica em
grande parte, no rompimento de valores, padrões comportamentais e nas interações
sociais e familiares. É muito frequente o relato de pais e educadores que observam
o uso demasiadamente excessivo dos aparelhos tecnológicos por essas crianças.
Segundo MORAN (2000), as crianças e os adolescentes vivem ao mesmo
tempo dois mundos: o real, e o digital. Este último, segundo o autor, torna-se mais
atrativo devido à oportunidade da autoafirmação de sua autonomia, e também pela
possibilidade de criar nele uma imagem de si, que não transpassa seus medos e
anseios reais. Ao passo que, o uso das tecnologias permite a ampliação da
perspectiva do mundo que os cerca, ele também impõe novos desafios e problemas
aos profissionais que atuam diretamente com esse público.
Presenciamos uma nova revolução nos padrões comportamentais humanos,
ocasionada pela intenso desenvolvimento e uso das tecnologias de comunicação,
que chega até a escola. A velocidade com que novos equipamentos e mecanismo
são desenvolvidos, interferem nos comportamentos sociais e dos relacionamentos
entre pessoas, o que por sua vez, interferem também em espaços sociais, como a
escola, que vê suas crianças mudando a forma como constroem e desenvolvem os
modos de ser, agir e pensar. Há inúmeros aspectos a se considerar nesse contexto,
quer seja eles positivos ou negativos. Segundo a autora Maria Luiza Beloni (2005):
O impacto do avanço tecnológico (entendido como um processo social) sobre processos e instituições sociais (educação, comunicação, trabalho, lazer, relações pessoais e familiares, cultura, imaginário e identidades, etc.) tem sido muito forte embora percebido de modos diversos e estudados a partir de diferentes abordagens (BELONI 2005 p.78)
Percebe-se, ainda que o volume progressivo de informações gerado por essas tecnologias traz transformações substanciais principalmente ao processo de aquisição do conhecimento. Mas, a facilidade com que se obtém uma informação hoje, é de longe mais concreta que em outras épocas da história. No entanto, o acesso amplo e facilitado não garante com que a informação se transforme em conhecimento útil, relevante para vida do indivíduo. Em geral, temos uma grande gama de informação e de recursos para acessá-la, mas em uma sociedade que carece cada vez mais de discernimento para poder usá-lo. O que, segundo Marchessou (1997) pontua é que há:
[...] excesso nas mídias, onde as performances tecnológicas e o consumo de informação submergem, “anestesiam” a capacidade de análise dessa informação e de reflexão tanto individual quanto social. Saturação e superabundância ameaçam o navegador da internet que, como certas pesquisas mostram, não tira partido das riquezas de informação pertinente, não estando formado para ir diretamente ao essencial. (MARCHESSOU 1997, p. 15)
As influências das novas tecnologias no comportamento das crianças é um
fato inegável, principalmente na escola. Em face do que se presencia atualmente no
âmbito escolar, o educando de hoje, tem um amplo acesso à informação, manipula
diferentes ferramentas tecnológicas com agilidade e desenvoltura, mas pode-se com
isso afirmar que tal fato caracteriza a potencialização do uso das habilidades
superiores mais complexas. Observando tais aspectos, e tendo em vista que grande
parte do público alvo da escola já possui um intenso contato direto ou indireto com
as novas tecnologias, desde sua mais tenra idade, Moran (2009) coloca que, “tudo
que fizermos para inovar na educação nos tempos de hoje será pouco”, pois muitas
vezes essa mesma clientela domina essas novas ferramentas tecnológicas mesmo
antes de saberem ler e escrever. Assim como também constata Moran (2000):
O número de crianças que tem acesso ao computador e a internet vem crescendo, e a faixa etária também vem se ampliando. Antes mais acessada pelos jovens, hoje, vem sendo utilizada de forma crescente por crianças de 6 a 11 anos. Estas crianças já nasceram ligadas as tecnologias digitais: com meios de 2 anos já têm acesso a fotos tiradas em câmeras digitais ou ao celular dos pais; aos 4 anos, já manipulam o mouse, olhando diretamente para a tela do computador; gostam de jogos, de movimento e cores; depois desta idade, já identificam os ícones e sabem o que clicar na tela, antes mesmo de aprender a ler e a escrever. (MORAN 2000 p. 10)
O autor Jose Manuel Moran (2000), que defende um ensino inovador com a
integração das novas tecnologias ao espaço educacional, identifica que o maior
desafio hoje “é caminhar para um ensino e uma educação de qualidade que integre
todas as dimensões do ser humano” (p. 15). Assim, à escola cabe não só apenas o
papel de conhecer os aspectos relevantes que as tecnologias exercem sobre seus
educandos, mas entender que também é parte formadora e transformadora da
sociedade, e que em uma relação dialética, torna-se em um contexto mais amplo um
reflexo desse contexto social. Diante disso o Moran (2000) enfatiza:
Ensinar com as novas mídias será uma revolução se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantem distantes professore e alunos. Caso contrário, conseguiremos dar um verniz de modernidade, sem mexer no essencial. A internet é um novo meio de comunicação, ainda incipiente, mas que pode nos ajudar a rever, ampliar e a modificar muitas das formas atuais de ensinar e de aprender (MORAN 2000 p. 71).
O papel da escola frente às novas tecnologias vem sendo cada vez mais
questionado, principalmente quanto às praticas e posturas pedagógicas. A
incorporação das novas tecnologias ao contexto escolar é essencial para a formação
das novas gerações que buscam uma nova forma para se comunicar e interagir em
um mundo cada vez mais globalizado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nos dias atuais usamos as novas tecnologias para quase tudo em nossas
vidas. A maior parte das crianças tem seus tabletes, celulares, computadores,
internet. Temos acessibilidade a qualquer coisa em um “click”. Com isso a maioria
das crianças passa boa parte de seu tempo tendo um contato maior às novas
tecnologias, estão deixando para trás velhos hábitos, como brincadeiras infantis,
roda de conversa, pesquisa em livros e enciclopédias, entre outros.
As novas tecnologias vieram para facilitar e pode ser uma experiência
positiva, desde que os pais coloquem restrições, mas na maioria dos casos isso não
acontece. Onde crianças passam parte de seu tempo em blogs, bate-papo, jogos e
até mesmo em sites inapropriados a idade. Falta de estrutura para utilização de tais
recursos acabam tornando-os inúteis e mal utilizados. Com a facilidade que as
novas tecnologias nos proporcionam, as aulas no quadro e a simples memorização
de conteúdos se tornaram nada atraentes aos estudantes.
As exigências e oportunidades relacionadas às tecnologias hoje são enormes
para todos os países. Para lidar com isso, é essencial pensar em meios de
desenvolver nas escolas as habilidades que as crianças precisarão para enfrentar o
século XXI, como pensamento crítico, capacidade para resolver problemas e tomar
decisões, boa comunicação e disposição para o trabalho colaborativo.
Diante de tanto avanço a escola está se adaptando as novas tecnologias, as
mesmas estão sendo englobadas cada vez mais pelos atores do processo ensino
aprendizagem como uma grande aliada e facilitadora. A escola precisa adaptar-se
as novas demandas tecnológicas da sociedade, resgatar o seu papel educativo e
formativo, observando o contexto atual de sua clientela. Estamos diante de um novo
século, com uma nova sociedade, a sociedade da informação, com novo formato de
receber e transmitir informação. Para o uso educacional, interessa particularmente a
produção colaborativa de conhecimento, em que alunos e professores estejam
juntos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BELLONI, Maria Luiza. O que é Mídia-Educação. 2. Ed. Campinas, São Paulo: Autores Associados, 2005. (Coleção polemica do nosso tempo, 78)
MARCHESSOU, François. Estratégias, Contextos, Instrumentos,
Fórmulas: a contribuição da tecnologia ao ensino aberto e à distancia.
Revista Tecnologia Educacional
MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias
e mediação pedagógica. Campinas, SP: Papirus, 2000
BARBERO, Jesús Martin: A COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO. Editora Contexto. São Paulo, 2014
KENSKI, Vani Moreira. Educação e Tecnologias. O novo ritmo da Informação. Campinas, Papiruas, 2007.