ANDRÉ HENRIQUE RIBEIRO
CRITÉRIOS UTILIZADOS POR CIRURGIÕES-DENTISTAS
NO PROCESSO DE SELEÇÃO DE CORES DE RESINAS
COMPOSTAS
Monografia apresentada no Centro de
Pesquisas Odontológicas São Leopoldo
Mandic, como requisito para obtenção do
titulo de Especialista em Dentística e
Estética.
CAMPINAS
2009ANDRÉ HENRIQUE RIBEIRO
CRITÉRIOS UTILIZADOS POR CIRURGIÕES-DENTISTAS
NO PROCESSO DE SELEÇÃO DE CORES DE RESINAS
COMPOSTAS
Monografia apresentada no Centro de
Pesquisas Odontológicas São Leopoldo
Mandic, como requisito para obtenção do
titulo de Especialista em Dentística e
Estética.
Orientadora: Profª. Drª. Roberta Tarkany
Basting
CAMPINAS
2009Apresentação da monografia em 03 /03 /2009 ao curso de Especialização em Dentística e Estética.
_____________________________________________Coordenadora: Profª. Drª. Roberta Tarkany Basting
_____________________________________________Orientadora: Profª. Drª. Roberta Tarkany Basting
Dedico este trabalho aos meus pais, Mirabel
e Luzia, que com dedicação e amor, sempre
fizeram de tudo para que eu e meus irmãos
pudéssemos estudar e trilharmos o caminho
do conhecimento.
Agradecimentos
Agradeço a Deus por ter me dado o dom do conhecimento para realizar este
trabalho.
Ao Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic, pelas horas em
salas de aula, laboratórios e clínicas.
À minha orientadora e colega Dra. Roberta, que não poupou esforços e
capacidade para revisar este trabalho que foi se tornando manual.
Ao corpo docente do Curso de Pós-Graduação em Dentística e Estética, pelo
apoio recebido.
À minha família, pela paciência em meio às normas e aos métodos científicos.
Aos cirurgiões-dentistas de Araguaína – TO, que gentilmente se propuseram
a participar deste trabalho com informações de suma importância.
Ao prefeito municipal de Piraquê, Sr. Olavo e a secretária de saúde de
Piraquê, Sra. Maria José pela compreensão e liberação no decorrer do curso e
finalização deste trabalho.
Ao Eduardo Marques pelo incentivo, colaboração, ajuda e apoio no decorrer
do curso e deste trabalho.
SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES......................................................................................8RESUMO...............................................................................................................101. INTRODUÇÃO...................................................................................................112. REVISÃO DA LITERATURA..............................................................................14 2.1. Resinas Compostas....................................................................................15 2.1.1 Classificação das Resinas Compostas..............................................17 2.2 Cor...............................................................................................................19 2.2.1. Dimensões da cor..............................................................................22 2.2.2. Seleção da cor...................................................................................25 2.2.3. Metodologia sugerida para seleção de cor........................................27 2.2.4. Reflexão.............................................................................................29 2.2.5. Metamerismo.....................................................................................29 2.2.6. Fluorescência....................................................................................30 2.3. Variações de percepção causadas pelo contraste.....................................30 2.3.1. Contraste de valor..............................................................................31 2.3.2. Contraste de matiz.............................................................................31 2.3.3. Contraste de croma...........................................................................32 2.3.4. Contraste de tamanho.......................................................................32 2.3.5. Contraste de posição.........................................................................32 2.3.6. Contraste de persistência visual........................................................32 2.4. Morfologia e propriedades ópticas dos dentes naturais..............................33 2.5. Propriedades ópticas e físicas das resinas compostas..............................36 2.6. Ambiente apropriado..................................................................................37 2.7. Escalas de cor............................................................................................39 2.8. Isolamento do campo operatório................................................................453. PROPOSIÇÃO...................................................................................................464. MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................475. RESULTADOS..................................................................................................506. DISCUSSÃO......................................................................................................647. CONCLUSÃO....................................................................................................77ABSTRACT............................................................................................................78REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................79ANEXOS................................................................................................................82
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1: Árvore da cor de Munsell....................................................................23
FIGURA 2: Comparando a cor do incisivo e do canino.........................................29
FIGURA 3: Corte sagital dos incisivos centrais superior e inferior........................35
QUADRO 1: Lâmpadas indicadas para uso odontológico.....................................39
FIGURA 4: Escala Vitapan Classical.....................................................................41
FIGURA 5: Escala Vitapan 3D Master...................................................................43
FIGURA 6: Escala Chromascop............................................................................44
FIGURA 7: Escala Duceram Plus Professional.....................................................44
TABELA 1: Tempo de exercício da profissão de Cirurgião-Dentista.....................50
GRÁFICO 1: Relação de profissionais com título de pós-graduação....................51
GRÁFICO 2: Resinas compostas mais utilizadas pelos Cirurgiões-Dentistas.......51
TABELA 2: Justificativas para a escolha das resinas compostas..........................52
GRÁFICO 3: Dificuldade no processo de seleção de cor......................................53
GRÁFICO 4: Utilização da Escala de Cor.............................................................54
GRÁFICO 5: Satisfação dos profissionais com as escalas de cor........................55
GRÁFICO 6: Seleção da cor em relação ao dente a ser analisado.......................56
GRÁFICO 7: Uso do isolamento absoluto nos procedimentos em Dentística..57
TABELA 3: Influência da iluminação no consultório na seleção de cor.................57
TABELA 4: Influência da luz do refletor na seleção de cor....................................58
GRÁFICO 8: Auxílio do paciente na seleção de cor..............................................59
GRÁFICO 9: Cor das resinas compostas em relação à cor dos dentes................60
GRÁFICO 10: Detalhe na face do paciente na seleção de cor..............................61
GRÁFICO 11: Satisfação dos profissionais com a cor das restaurações.............62
GRÁFICO 12: Método auxiliar de escolha da cor com a “vista cansada”..............62
GRÁFICO 13: Meio auxiliar na seleção da cor......................................................63
ANEXO 1: Certificado de Cumprimento de Princípios Éticos................................82
ANEXO 2: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).........................83
ANEXO 3: Questionário. 84
RESUMO
A procura pelo ideal de beleza tem aumentado nos últimos anos, alavancando
o desenvolvimento da Odontologia. Nos tempos atuais, onde se observa uma
demanda cada vez maior por trabalhos de alta complexidade biológica e funcional, o
componente estético dos sorrisos reconstruídos tornou-se uma exigência grande por
parte do cirurgião-dentista e pelo próprio paciente. A seleção das cores é um
trabalho complexo que envolve variáveis subjetivas e objetivas. Este trabalho teve
como objetivo avaliar os principais critérios que os cirurgiões-dentistas da cidade de
Araguaína – TO adotam no processo de seleção da cor das resinas compostas para
restaurações diretas e estéticas. Foi aplicado um questionário composto de 20
questões objetivas e subjetivas referente aos critérios utilizados para a seleção de
cor a um grupo de 80 cirurgiões-dentistas. Os participantes foram visitados em seus
consultórios e clínicas e convidados a participarem após o esclarecimento sobre o
que se tratava a pesquisa. Dos 48 questionários respondidos, verificou-se que
60,87% citaram a resina composta Charisma (Heraeus Kulzer) como o material mais
utilizado; 73,91% escolhem a resina composta devido a sua maior resistência na
cavidade bucal; 78,26% apresentam dificuldades na seleção de cor para resinas
compostas; a escala de cor continua sendo um dos meios para seleção da cor mais
utilizada (77,13%); 47% utilizam a iluminação natural sempre que possível na
seleção da cor; 38,10% pedem auxílio ao paciente nesse processo de seleção;
52,17% observam algum detalhe na face do paciente que possa facilitar na escolha
da cor e 100% ficam satisfeitos com a cor obtida nas restaurações realizadas. A
maioria dos profissionais envolvidos fica satisfeita com os trabalhos estéticos
realizados, utilizando escala de cor e dando importância a uma boa iluminação no
ambiente de trabalho.
Unitermos: Seleção de cor, Estética, Resinas Compostas.
1. INTRODUÇÃO
Um dos mais satisfatórios procedimentos clínicos na odontologia estética
restauradora é a confecção de restaurações que se igualam à forma, contorno e cor
natural dos elementos dentários ausentes, pois devolvem a qualidade estética e
funcional do sistema estomatognático (Freitas et al., 2008).
O aumento da expectativa de vida e a diminuição do índice de cáries
fizeram surgir uma procura por restaurações estéticas pouco invasivas com um
extenso uso de restaurações adesivas diretas com resinas compostas nos dentes
anteriores e posteriores. Assim, o componente estético dos sorrisos reconstruídos
tornou-se exigência por parte do cirurgião-dentista e pelo próprio paciente, sendo
inegável a necessidade de desenvolvimento das técnicas restauradoras e materiais
(Miyashita & Mello, 2006).
Na Odontologia, a Dentística desempenha o papel de recuperar estruturas
perdidas, quer seja por cárie ou por acidentes; recupera a cor modificada por
tratamentos ou materiais; pode reanatomizar dentes mal posicionados; fecha
espaços interdentários; completa tratamentos ortodônticos; refaz sorrisos
imperfeitos; produzindo saúde e gerando auto-estima. Com o conhecimento de
como a doença cárie se instala e se desenvolve, pode também a Dentística ser uma
especialidade voltada para a prevenção e para cuidar da saúde (Busato et al., 2004).
Segundo Hoeppner (2004), a recuperação estética de forma conservadora
de dentes e com alteração cromática tem sido possível graças ao surgimento e
evolução dos materiais restauradores adesivos, em especial aos sistemas adesivos
e às resinas compostas.
Apesar da disponibilidade de materiais de alta qualidade, só é possível
obter ótimos resultados com técnicas aprimoradas, conhecimento da anatomia
dental, entendimento do comportamento da luz e habilidade na manipulação e
seleção de cores. O profissional da Odontologia é um verdadeiro artista, que mistura
elementos como cor, proporção, composição e harmonia para se chegar ao natural,
saudável e estético, associando, assim, arte à ciência (Vieira, 2005).
Uma das maiores dificuldades encontradas pelos cirurgiões-dentistas ao
confeccionar suas restaurações é exatamente a escolha das cores das resinas
compostas. A cor é parte integrante de uma restauração, assim como a forma e a
textura. Segundo Busato (2002), verifica-se um problema multifatorial, que envolve a
idade do paciente, a área a ser restaurada, a translucidez ou opacidade do material,
e a precária fidelidade das escalas de cor.
Dentre as causas mais freqüentes de desarmonia estética dentária estão
as alterações cromáticas, conseqüências de pigmentações endógenas, exógenas ou
iatrogênicas (Roststein et al., 1996; Santos, 1996).
A definição da cor, relatada pela física, não tem o mesmo significado
quando aplicada à arte. O conhecimento das diferentes propriedades ópticas de
seus componentes deve ser compreendido pelo clínico. A cor de um dente natural é
determinada pela correlação entre esmalte e dentina, têm propriedades ópticas bem
diferentes, e pela luz quando da sua absorção, refração, transmissão e reflexão.
Assim como um objeto pode ser descrito em três dimensões (altura, largura e
espessura), também a cor, de acordo com o Sistema Tridimensional de Munsell
pode ser dividida em matiz, croma e valor (Lemberte et al., 2003; Baratieri, 2006).
Deve-se também considerar o policromatismo da estrutura dental, sendo
este perceptível nas transições entre os terços incisal, médio e cervical. Em geral, o
matiz é o mesmo nos três terços e o que geralmente varia conferindo o
policromatismo é o croma.
Segundo Gomes (1996), cada fabricante de resina composta apresenta a
sua própria escala de cor, o que, de certa forma, acaba por dificultar o profissional
na seleção da cor frente aos inúmeros materiais existentes, sendo que em dentes
posteriores, a seleção de cor é muito menos crítica do que em dentes anteriores.
Há a exigência cada vez maior por parte dos pacientes por restaurações
“imperceptíveis”, e o profissional dispõe de recursos e opções que mimetizam
perfeitamente a estrutura dental. Para tanto, deve sempre ter em mente que o dente
tem características de policromatismo e que as resinas compostas são
monocromáticas (Conceição et al., 2007). Assim, a adaptação óptica às diferentes
cores de resinas compostas requer prática clínica. Quanto mais se manipula o
material mais familiarizado fica-se com as cores disponíveis. Com o tempo e a
experiência, processo de seleção da cor será facilitado pela observação e pelos
resultados.
2. REVISÃO DA LITERATURA
Vive-se um momento de crescente solicitação por procedimentos
restauradores estéticos por parte dos clientes, inclusive em dentes posteriores. Para
entender esse fato, é necessária a observação da intensa divulgação na mídia, tanto
odontológica quanto geral, de diversas alternativas de tratamentos estéticos
atualmente disponíveis. Isso gera uma elevada expectativa de obtenção de
restaurações que contemplem uma adequada longevidade clínica, mas que possam
ser esteticamente agradáveis. Ainda que na região posterior da boca, que pode ser
observada em algumas situações de conversação e especialmente de alegria, a
aparência de equilíbrio estético com os dentes naturais é cada vez mais valorizada
pelos pacientes (Conceição, 2005).
Para obter sucesso funcional e uma aparência natural para as restaurações
diretas, o profissional precisa conhecer e interpretar a cor, associando à morfologia e
propriedades ópticas dos dentes naturais, compreender as propriedades das resinas
compostas, familiarizar-se com as técnicas de preparo dos dentes, respeitar os
protocolos dos adesivos dentinários e adotar uma técnica de reconstrução
incremental racional e eficiente (Lemberte et al., 2003). De acordo com Conceição et
al., (2007) o profissional terá a correta percepção de que a Odontologia estética é
uma ciência ou especialidade que deve estar a serviço da saúde.
Segundo Busato (2002), para atingir um senso estético apurado é necessário
“observar”. Assim, deve-se “observar” formas, tamanhos e cores dos objetos, de
pessoas e da natureza.
Um dos pioneiros em analisar e definir o problema da cor na ciência
odontológica e sua solução foi Clark, em 1931. Em sua pesquisa, o autor procurou
estabelecer e gravar especificações definitivas da cor dental, proporcionando desta
maneira anotações que podiam ser úteis em pesquisas futuras. Saleski, (1972), fez
alguns comentários sobre as diferenças de escolha das cores entre o dentista em
seu consultório e a mesma cor vista pelos olhos do técnico do laboratório (Lolato,
1998).
2.1 Resinas compostas
A utilização de resina composta para a reabilitação do sorriso, tanto para
dentes posteriores como para dentes anteriores, é uma prática cada vez mais
comum entre os cirurgiões-dentistas, entretanto, o sucesso clínico depende de uma
tríade inseparável, constituída por conhecimento técnico, dedicação durante o ato
operatório e determinação em alcançar o objetivo almejado e alguns desses três
requisitos podem fazer falta no dia-a-dia do consultório (Worschech, 2006).
A resina composta foi desenvolvida e patenteada por Bowen, em 1962, e é
constituída pela mistura de dois ou mais materiais diferentes quimicamente entre si.
Cada um desses constituintes contribui especificamente com a sua propriedade.
Dessa forma, o material resultante apresenta propriedades físicas superiores em
relação aos componentes individuais (Cardoso, 2002). As resinas compostas atuais
são muito melhores do que as desenvolvidas por Bowen, em 1962, embora sua
composição tenha variado pouco. Na década de 60, as resinas compostas já eram
constituídas por uma fase orgânica à BIS-GMA e UDMA, unida através do silano às
partículas inorgânicas de quartzo (Narciso et al., 2003).
A história das resinas compostas está intimamente ligada à sua composição e
forma de ativação. Um dos setores da Dentística que mais evoluíram no final da
década de 90 foi o sistema de ativação das resinas compostas, apresentando
procedimentos que podem interferir na velocidade da contração de polimerização
das resinas compostas (Narciso et al., 2003).
Segundo Narciso et al. (2003), a resina composta é formada por três
componentes principais: a matriz orgânica, partículas inorgânicas e o agente de
união. Entre os monômeros-base utilizados nos compósitos comerciais estão
incluídos o Bis-GMA e UDMA. De acordo com Cardoso (2002), o Bis-GMA é um
derivado da reação entre o bisfenol-A e o glicidilmetacrilato, e o uretano
dimetacrilato ou modificações destes monômeros.
Embora a fase orgânica tenha sido responsável pelas propriedades negativas
das resinas compostas, como contração de polimerização, sorção de água, alto
coeficiente e expansão térmica linear e desgaste, só recentemente ela vem sendo
modificada. O BIS-GMA tem quase meio século de existência e continua a ser usado
apesar de vários inconvenientes. Sua molécula apresenta um centro rígido pela
presença de dois anéis benzênicos ou aromáticos que impedem o livre movimento
dos dois grupos acrílicos existentes nas extremidades da cadeia. Essa rigidez tem
duas conseqüências: a resina é muito viscosa para ser utilizada, e requer um
comonômero, geralmente o trietilenoglicoldimetacrilado (TEG DMA) para ajustar a
viscosidade; a molécula fica incapaz de sofrer rotação e, portanto, participar
efetivamente durante a polimerização. Esses dois anéis (benzênicos e aromáticos)
não são encontrados no reino animal ou vegetal, levando a uma falta de
biocompatibilidade. Quanto maior a quantidade de monômeros livres, maior a
toxidez. É por esse motivo que os monômeros não devem entrar em contato com a
polpa. Geralmente, a escolha pela resina composta tem se baseado na excelente
qualidade e na igualdade das cores em relação à estrutura dental. Entretanto, tem
sido a potencialidade e concreta efetividade na união entre a resina composta e as
estruturas mineralizadas do dente, somadas à característica similar do seu módulo
de elasticidade e resiliência, as propriedades responsáveis pela possibilidade de,
além de restaurar o dente, também reforçar o tecido dental remanescente (Cardoso,
2002). De acordo com Worschech (2006), existem grandes vantagens em se
restaurar dentes posteriores e anteriores com resina composta e uma delas é a
possibilidade de se conservar tecido dentário sadio, durante a confecção do preparo
cavitário.
2.1.1 Classificação das resinas compostas
Devido ao grande tamanho das partículas de quartzo, com média de 12 um
apresentando até 50 um, as primeiras resinas compostas foram classificadas como
resinas compostas de macropartículas ou resinas compostas convencionais
tendo sido comercializadas nessa formulação até a década de 70. Como exemplos
comerciais dessas resinas compostas, podem citar o CONCISE (3M) e o ADAPTIC
(J&J). Como essas resinas de macropartículas não eram passíveis de um bom
polimento, na década de 70 foram desenvolvidas as resinas compostas de
micropartículas com tamanho médio de 0,04 um o que melhorou essa condição.
Nessas resinas, a fase inorgânica constitui-se apenas de partículas de dióxido de
silício (SiO2), também chamado de sílica pirolítica, que era de 70% em peso nas
resinas compostas convencionais, caiu para 40% em peso para as resinas
compostas de micropartículas fazendo com que outras propriedades piorassem tais
como: maior contração de polimerização, maior manchamento, maior sorção de
água, maior coeficiente de expansão térmica linear e maior translucidez. A
odontologia transformou a maior translucidez em uma vantagem, empregando a
resina composta de micropartícula associada a outros tipos de resinas compostas,
antigamente com as de macropartículas e atualmente com as micro-híbridas, para
obter os variados graus de opacidade e translucidez necessários à restauração de
um dente (Narciso et al., 2003).
Procurando melhorar as resinas compostas, surgiu uma nova classe
denominada resina composta ultrafina com tamanho médio variando de 1 a 5 um,
apresentando acima de 70% em peso de partículas inorgânicas. Com essa
modificação, melhorou-se a resistência à abrasão, a lisura e a opacidade em relação
às resinas compostas de macropartículas. Exemplos de resinas compostas
ultrafinas: PRISMA FILL (CAULK), ESTILUX (KULZER) etc. As resinas compostas
ultrafinas não são comercializadas atualmente (Narciso et al., 2003).
Na tentativa de aumentar ainda mais a quantidade de partículas inorgânicas,
na década de 80 foram desenvolvidas as resinas compostas híbridas que
misturavam micropartículas de SiO2 (0,04 um) com partículas de vidro de bário com
o tamanho variável entre5 a 14 um. Foram exemplos: MIRADAPT (J&J), VISIO
MOLAR RO (ESPE-PREMIER), PERTAC-HYBRID (ESPE-PREMIER, CLEARFIL
PHOTO POSTERIOR (KURARAY/J. MORITA) (Narciso et al., 2003).
Na década de 90, houve uma evolução para as resinas compostas micro-
híbridas onde são misturadas micropartículas de Si02 (0,04 um) com partículas de
vidro de bário ou de zircônia, com dimensões médio de 5 um, apresentando um
tamanho médio de 1 um ou menos. Essas resinas compostas representam o maior
contingente de marcas comerciais atuais. São as mais ecléticas, servindo para
qualquer tipo de restauração direta. Entretanto, o brilho obtido no polimento não dura
muito, sendo nesse quesito superadas pelas resinas compostas de micropartículas.
As resinas compostas micro-híbridas apresentam melhores propriedades de
refração, copiando melhor a cor do dente, apresentam maior resistência mecânica e
ótima radiopacidade. Como exemplos têm: POINT 4 (KERR), CONCEPT
(VIGODENT), FILL MAGIC (VIGODENT) e FILTEK Z100 (3M) (Narciso et al., 2003).
Para Narciso et al. (2003), as resinas compostas de baixa viscosidade ou de
alto escoamento são conhecidas como “Flowable Composites” e o marketing
popularizou-as como resinas compostas “Flow”. São resinas compostas de
microhíbridas com 37 a 60% em volume de partículas inorgânicas, são radiopacas,
geralmente contêm flúor em sua composição e são apresentadas em seringas com
agulhas para facilitar sua aplicação. Como desvantagens, apresentam menor
resistência à abrasão, maior contração de polimerização, baixa liberação de flúor,
são pegajosas e não há pesquisas clínicas suficientes para comprovar suas
qualidades.
Atualmente as resinas compostas se dividem em duas grandes categorias:
micro-híbridas e micropartículas. Cada uma delas possui características e
finalidades diferentes, o que faz com que essas duas categorias já permaneçam
muitos anos no mercado (Felippe, 2003).
As resinas translúcidas serviriam como um esmalte artificial e as resinas
opacas como uma dentina artificial (Baratieri et al., 1995; Hirata, 2001).
2.2 Cor
A compreensão e julgamento do paciente sobre a “qualidade” final do trabalho
invariavelmente recaem sobre a harmonia entre a forma, textura e cor, ou seja,
quesitos estéticos passíveis de sua análise. Nesse aspecto, a compreensão do tema
“cor” e sua aplicabilidade na odontologia tornam-se elementos de suma importância
na tarefa diária, seja no clínico ou do reabilitador oral em reconstruir sorrisos
(Miyashita & Fonseca, 2004).
Embora o olho humano seja muito eficiente em detectar pequenas diferenças
de uma mesma cor entre dois objetos, a determinação da cor do dente por meios
visuais é considerada altamente – subjetiva (Paul, 2004).
De acordo com Lemberte et al. (2003), as cores são o resultado de diferentes
comprimentos de ondas de energia luminosa, cujo espectro visível ao olho humano
está entre 390 a 800 nanômetros. O Espectro de Energia Eletromagnética é o
conjunto de ondas de vários comprimentos transmitidas pela energia radiante. A
definição de cor, relatada pela física, não tem o mesmo significado quando aplicada
à arte. Como sua composição não pode ser mensurada, o conhecimento das
diferentes propriedades ópticas de seus componentes deve ser compreendida pelo
clínico.
Não existe cor se não existir luz; logo, por definição, luz é o aspecto da
energia radiante que um observador humano constata pela sensação visual,
determinado pelo estímulo luminoso da retina ocular (Silva & Vieira, 1996).
Todas as formas e cores são percebidas através da reflexão ou emissão de
luzes que se projetam na retina do olho funcionando como canal de comunicação
com o cérebro, onde se inicia realmente o processo de percepção visual. É
importante se compreender que só é possível observar cores pela existência de luz
refletida nos objetos que alcança os olhos transmitindo sinais ao cérebro, o qual
inicia o processo de percepção das imagens. Dessa forma, é fundamental que
estudemos o fenômeno LUZ em suas propriedades básicas para a aplicação direta
no estudo de cores. (Miyashita & Fonseca, 2004).
A faixa do espectro eletromagnético varia entre aproximadamente 360-760
nm e esta radiação pode ser perfeitamente visível ao olho humano. A esta pequena
faixa denominamos LUZ. Nesta faixa, pode-se ainda observar as variações de cor
na luz de acordo com seu comprimento de onda, partindo de cores azuladas
referentes aos comprimentos de onda mais curtos de 400 nm, aos tons azulados de
comprimentos médios de 540 nm, até as cores mais avermelhadas de 700 nm com
comprimentos mais longos (Conceição et al., 2007; Miyashita & Fonseca, 2004).
Desta forma, pode se definir que as cores são nada mais que a percepção
dos vários comprimentos de onda gerados pela incidência da luz nos objetos, e a
variação desta percepção está diretamente ligada a fonte de iluminação utilizada.
Quanto mais presente na fonte de luz, todos os comprimentos de onda do espectro
eletromagnético, ou seja, de 360 a 780 nm, mais adequada será está fonte de
iluminação para seleção de cores em odontologia, pois haverá a possibilidade de
reflexão de todos os comprimentos de onda. Segundo Silva & Vieira (1996), a cor da
luz é determinada pelo seu comprimento de onda, sendo a luz violeta a de menor
comprimento de onda visível, situada entre 3800 A à 4800 A.
Quando se atravessa uma luz por um prisma de vidro, esta se decompõe em
todos os comprimentos de onda semelhante ao fenômeno do arco-íris, chama-se a
esta luz de espectro integral, completo ou ainda de luz branca. Desta forma pode-se
decompor a luz de espectro integral através de prismas, observando-se os vários
comprimentos de onda responsáveis pelas cores do arco-íris; as cores primárias do
sistema aditivo (cores originadas por adição de comprimentos de onda – luzes
verde, azul e vermelho), quando graduadas em maior ou menor intensidade, podem
gerar todas as cores do universo policromático, facilmente exemplificados no nosso
cotidiano nas telas de projeção de cinema ou mesmo nos monitores de TV e
computador. (Miyashita & Fonseca, 2004).
A cor dos dentes é determinada principalmente pela dentina e,
secundariamente, pelo esmalte. Concluíram também que a disposição dos
canalículos dentinários, bem como seu número e diâmetro, eram na dentina os
responsáveis pela disposição e absorção da luz que incidirá no dente e no esmalte;
os cristais de hidroxiapatita eram os responsáveis pela dispersão da luz. Quanto
menos poroso for o esmalte, maior a dureza o dente terá e menor será a dispersão
da luz, quanto mais o esmalte dispersar a luz, mais clara será a cor do dente. O
esmalte contribui, principalmente, para a dispersão da cor azul (Miyashita &
Fonseca, 2004). O dente natural é policromático, o que significa que várias
sensações de cor podem ser obtidas a partir da sua visualização. Isso se deve a sua
composição estrutural (esmalte, dentina e polpa) com característica óptica
diferentes. A sofisticação natural do esmalte e da dentina é difícil de ser imitada
(Felippe, 2003).
2.2.1 Dimensões da cor
Para transmitir a informação precisa sobre uma cor, é necessário, da mesma
forma, que se conheçam os valores de cada uma de suas dimensões. Cientistas
criaram varias formas de descrever as dimensões da cor e foram desenvolvidos
sistemas que associam estas dimensões.
O Sistema Tridimensional de Munsell da Ordem das Cores, conhecido como
Árvore da Cor, é baseado em uma escala de matiz, croma e valor, definindo a cor de
uma maneira tridimensional. Consiste em um tronco (a coluna do valor) com os
matizes organizados verticalmente em seqüência ao redor deste tronco, como as
páginas de um livro aberto. Esta árvore demonstra como as cores diferem e se
relacionam umas com as outras. As diferenças de matizes são organizadas ao redor
do eixo valor; as cores mais escuras na direção da base, e as mais claras na direção
do topo. As cores tornam-se gradualmente mais concentradas (saturadas) na
direção da periferia da árvore, e progressivamente menos intensas (croma inferior) à
medida que se aproximam do tronco central (Sproull & Preston, 2000; Baratieiri et
al., 2006; Lemberte et al., 2003) (FIG. 1).
FIGURA 1 – Árvore da Cor de Munsell
FONTE: Goldstein, 2000.
Faz-se necessário estabelecer os conceitos das três dimensões fundamentais
da cor: Matiz, Croma e Valor. MATIZ traduz o nome da cor e é determinado pelo
comprimento de onda refletido pelo dente. Em Odontologia, o matiz é classificado de
acordo com a escala Vita Lumin, mais comumente utilizada em quatro categorias de
acordo com a predominância das cores: A (vermelho-marrom), B (laranja-amarelo),
C (verde-cinza) e D (vermelho-cinza). CROMA traduz a variação de intensidade de
determinado matiz (cor). Do ponto de vista clínico, é fácil perceber uma diferença de
croma ou saturação de cor do terço cervical em direção ao terço médio, pois
geralmente o cervical apresenta maior croma devido à menor espessura de esmalte
e maior influência da dentina. VALOR ou luminosidade define quanto um dente se
aproxima do preto (baixo valor) ou do branco (alto valor). Em relação à prática
clínica, corresponde à quantidade de cinza sobre o matiz-croma do dente. Outra
opção que o profissional tem é uma escala de cores, Vita 3D, já disposta
preferencialmente pelo valor e depois matiz e croma. Numa escala de zero a 10,
tem-se o zero como uma cor com o valor totalmente preto e 10, uma cor com um
valor totalmente branco (Ramos Jr & Ortega, 2002; Busato, 2002; Volpato, 2005;
Conceição et al., 2007).
Segundo Freitas et al. (2008), para a seleção da cor é fundamental a
avaliação de quatro aspectos: matiz, croma (saturação), valor e translucidez.
Entretanto, entender essas três dimensões da cor é importante, mas não o
suficiente para realizar uma adequada seleção da cor em Odontologia. A cor do
dente é determinada pela relação entre esmalte, dentina, polpa e tecido gengival. A
polpa e a gengival. A polpa e a gengiva são consideradas efeitos secundários, e a
determinação de sua influência é muito complexa. Por sua vez, o esmalte e a
dentina são considerados efeitos primários para o estabelecimento da cor do dente,
e é possível estabelecer um protocolo clínico para identificar sua influência na
determinação da cor. Para a seleção da cor com o objetivo de realizar restaurações
estéticas, o profissional tem à sua disposição no mercado diferentes acessórios:
escalas de cor para porcelana (Vita Lumin ou 3D), lâmpadas com intensidade de luz
de 5.000 K que reproduzem a luz do dia ou espectrofotômetros, que é o método
mais empregado pelos profissionais, é extremamente limitado na obtenção de
informações ou detalhes que compõem a cor do dente, porque possibilita apenas a
identificação do matiz e croma, além de normalmente ser confeccionada com um
material diferente daquele que será empregado. As lâmpadas com intensidade de
luz específicas, embora possam auxiliar, não são imprescindíveis e não pode-se
esquecer que poucos profissionais trabalham com este acessórios. Os
espectrofotômetros disponíveis no mercado ainda não alcançaram um nível de
precisão que permita seu uso com total segurança e previsibilidade na tomada da
cor do dente. Devido a essas limitações, com freqüência os clínicos e os estudantes
se tornam muitas vezes reféns da idéia de que é impossível ter um método com
alguma previsibilidade para seleção da cor. Assim, é preciso desmistificar essa
etapa clínica da seleção da cor. Para tanto, é necessário desenvolver uma
capacidade de observação e identificação dos fatores que compõem a cor do dente
associada a um treinamento e conhecimento prévio dos fatores da dentina e,
principalmente, do esmalte, que influenciam a determinação da cor nas diferentes
regiões do dente. A adoção de um protocolo clínico específico para seleção da cor e
a anotação dos detalhes observados são fundamentais. Se for possível ainda aliar a
obtenção de fotografias digitais coloridas, em preto e branco e com luz polarizada, o
profissional poderá com maior facilidade identificar sobre matiz, croma e valor,
opalescência, fluorescência e caracterizações da dentina e do esmalte para
determinar a cor final do dente. Para confecção de restaurações diretas em resina
composta nos dentes anteriores, o profissional tem papel absolutamente decisivo na
seleção das cores e no controle da espessura de dentina, esmalte e caracterizações
internas empregando a técnica de “estratificação natural” para definir a cor da
restauração de modo integrado ao dente natural (Conceição et al., 2007).
2.2.2 Seleção da cor
Uma ênfase significativa tem sido dada à seleção da cor, sendo recomendado
que o profissional primeiramente eleja o valor para depois escolher o matiz e o
croma do compósito. Então, um pequeno incremento de compósito deve ser
posicionado junto à região cervical do dente que tem sua coloração determinada
predominantemente pela dentina, já que a espessura de esmalte é bastante
delgada, devendo ser polimerizado por aproximadamente 10 segundos. Isso porque
os compósitos normalmente alteram de cor após a fotopolimerização. Também é
interessante deixar a saliva recobrir essa área e observar o efeito de cor sem a
influência da luz do refletor. Caso essa etapa tenha sido realizada com êxito, o
passo seguinte será eleger a cor para o “esmalte artificial”, ou última camada de
compósito que será inserida na cavidade. Aqui o profissional deve concentrar sua
observação na região de ponta de cúspide e perceber se ela é mais translúcida ou
opaca e se tem maior ou menor valor. O mesmo procedimento de posicionamento e
fotopolimerização de pequeno incremento de compósito deve ser repetido para
favorecer uma correta seleção da cor. Essa etapa deve ser realizada de maneira
rápida, não ficando o profissional observando a cor do dente e do compósito por
mais do que alguns segundos para que não haja uma acomodação visual e maior
dificuldade de discernimento entre diferentes opções de cores de compósitos
(Conceição et al., 2005).
Uma seqüência lógica dispondo das diversas possibilidades de técnicas e
escolha do material restaurador é desejável, principalmente como forma de tornar
mais predizível o processo de reconstrução dos dentes (Hirata, 2001).
A falta de precisão comum na escolha da cor não deveria ser aceita como
normal (Volpato, 2005).
A dificuldade na seleção das cores é tão grande que Shigemi Isbikawa Nagai
e outros desenvolveram, de 1992 a 1994, um sistema de medição e comparação de
cores, por computador, para auxiliar aos clínicos na seleção do matiz e tonalidade
correta dos dentes e dos materiais restauradores. Basearam-se nas teorias de
Kubelka Munkie Saunderson’s para calcular os coeficientes de dispersão e absorção
da luz, usando um sistema de igualação de cores por computador (Sistema C.C.M. –
Computer Color Matching) (Silva & Vieira, 1996).
O paciente deve estar sentado evitando incidência de luz excessiva
perpendicular ao dente, o que pode induzir o clínico à seleção de cores mais claras
(croma mais fraco e valor mais alto) devido à alta reflexão de luz. Os dentes deverão
estar limpos e hidratados, ou seja, nunca se deve selecionar as cores com os dentes
isolados, pois com a desidratação eles apresentar-se-ão mais opacos e mais claros
(valor mais alto) (Lemberte et al., 2003).
Variações múltiplas de croma e matiz conferem ao dente o policromatismo,
notadamente perceptível nas transições entre os terços cervical, médio e incisal. Em
geral, o matiz é o mesmo nos três terços. O croma é que geralmente varia
conferindo o policromatismo (Lemberte et al., 2003).
Para assegurar uma seleção precisa de cores, as escalas utilizadas deveriam
ser fabricadas com o mesmo compósito na restauração final, como, por exemplo, no
Sistema Vitalescence, devendo estar molhada com água durante o processo de
seleção (Lemberte et al., 2003).
2.2.3 Metodologia sugerida para seleção de cor
O objetivo básico desta metodologia é de simplificação da tarefa de seleção
de cores priorizando o aspecto do valor do dente, sempre utilizando o recurso de
escalas reduzidas pela escolha de apenas uma das dimensões da cor por vez.
Alguns autores dividem a escala em ordem de valor, ou seja, das mais claras
para as mais escuras. Didaticamente, podem-se reunir as escalas de mesmos
números (ex: A2, B2, C2 e D2), pois tem valores aproximados (porém não iguais) de
luminosidade. O grau de valor parece ter a maior importância na seleção de cores
pela determinação do valor básico, independente da escolha do matiz.
1. Para seleção do valor não é necessária a escala na íntegra, bastando apenas um
dos matizes com todas as palhetas de valores (ex: A1; A2; A3; A3,5 e A4). É
importante destacar que a escolha em questão não se trata do Matiz (A), mas
sim do número equivalente ao seu valor (1; 2; 3; 3,5 ou 4). Observe que ao
simples fato de se reduzir o número de palhetas, facilita-se a seleção desta
dimensão da cor. (FIG. 2)
2. Uma vez escolhido o valor, pode-se partir para a escolha do matiz, porém com
um número substancialmente reduzido de palhetas para esta seleção, ou seja, no
máximo de quatro (no caso do valor 1, separar somente, A1, B1, C1 e D2).
3. Uma vez selecionada a cor mais abrangente do elemento, é importante mapear
as áreas que se diferenciam destacadamente da cor mais genérica, notadamente
as áreas cervicais e incisais.
4. As áreas de bordos incisais devem ser preferencialmente mapeadas quanto as
regiões de translucidez maio ou menor, delimitando a passagem entre o corpo do
dente e a área incisal.
5. Os bordos incisais devem ser delimitados por serem normalmente áreas mais
escuras comparadas ao terço médio das coroas, devido a menor espessura de
esmalte e maior quantidade de dentina nesta região. Em um grande percentual
de casos, não ocorre mudança no matiz, diminuindo-se apenas o valor na área
cervical em um ponto na escala (ex: corpo A1 e cervical A2) (Miyashita &
Fonseca, 2004).
FIGURA 2: Comparando a cor do incisivo e do canino
FONTE: Gomes, 2008.
2.2.4 Reflexão
As condições da superfície dental, sua constituição, textura e lisura, bem
como o ângulo de incidência da luz determinam o padrão de reflexão dos feixes de
luz incidente e podem modificar a percepção da tonalidade dos dentes. Sua
estrutura em camadas causa uma diferente reflexão e refração da luz pelos seus
planos e por suas profundidades. Se a luz é totalmente refletida, quer seja porque a
superfície do esmalte se apresenta altamente lisa e polida ou porque a luz incidente
está atingindo o objeto perpendicularmente, temos um registro de cor branca (todos
os comprimentos de luz refletidos de volta para os olhos), que não correspondem
com a cor real da estrutura dental. Muitas restaurações falham porque tem reflexão
superficial diferente do dente e não porque apresentam a cor errada (Araújo et al.,
2005; Miyashita & Mello, 2006).
2.2.5 Metamerismo
É um fenômeno no qual dois objetos parecem ter cores iguais em uma
determinada condição de iluminação e cores totalmente diferentes quando expostos
a outra fonte de luz. Isso acontece porque estes objetos podem ter curvas especiais
semelhantes em determinada condição de iluminação e distintas sob outra fonte de
luz. Este fenômeno óptico deve ser explicado para o paciente uma vez que a
odontologia ainda não dispõe de um material que apresente comportamento óptico
totalmente semelhante à estrutura dental sob todas as condições de iluminação
(Miyashita & Mello, 2006; Ferreira, 2002).
A importância do metamerismo está presente quando verificamos que a
maioria dos consultórios está equipada com lâmpadas fluorescentes, que diferem
significamente das incandescentes. (Busato, 2002)
Um dos recursos que pode ser utilizado para prever este fenômeno é realizar
a seleção de cor com amostras do material restaurador que se pretende utilizar, sob
várias condições de iluminação (luz fluorescente, luz incandescente e luz natural)
(Miyashita & Mello, 2006).
2.2.6 Fluorescência
É outra característica própria da estrutura dental, que passa a emitir luz visível
quando exposta a luz ultravioleta. A fluorescência é fundamental para minimizar as
variações de cor determinadas pelo metamerismo. Uma restauração realizada com
uma resina composta que não tenha componentes que simulem a fluorescência vai
ter seu resultado estético comprometido em várias situações de variação de
iluminação devido a maior ocorrência de metamerismo. Exemplos de resinas que
apresentam fluorescência, ou seja, menor possibilidade de metamerismo são: 4
Seasons (Ivoclar Vivadent), Tetri-Ceram (Ivoclar Vivadent), Vitalescence (Ultradent)
e Opallis (FGM) (Miyashita & Mello, 2006).
2.3 Variações de percepção causadas pelo contraste
Existem variações na percepção das cores que podem comprometer o
resultado estético de restaurações diretas e indiretas.
De acordo com Miyashita & Mello (2006), quando se observa um objeto, o
contraste com a cor do fundo sobre o qual o mesmo está posicionado pode interferir
na percepção da cor, criando assim uma ilusão óptica que compromete o correto
julgamento das tonalidades necessárias para a confecção de restaurações
esteticamente bem-sucedidas. Essa ilusão óptica ou erro de percepção é chamada
efeito contraste.
2.3.1 Contraste de valor
A cor da pele, os dentes adjacentes, a iluminação da sala, a situação de
saúde gengival e a presença de pigmentação melânica na gengiva são alguns dos
fatores que afetam e determinam o fenômeno de contraste de valor. A percepção de
uma tonalidade quando observada sobre dois fundos distintos, um mais claro e outro
mais escuro, a percepção dessa tonalidade será diferente quando observada sobre
cada um desses fundos. Para minimizar este fato, recomenda-se escolher cores
mais escuras para pacientes com gengivas e pele escuras e tons mais claros para
pacientes louros e com gengivas claras (Miyashita & Mello, 2006).
2.3.2 Contraste de matiz
Quando um dente é posicionado sobre um fundo colorido, tenderá a
evidenciar a cor complementar do fundo. Ou seja, se ele for posicionado sobre um
fundo laranja, parecerá azulado; se o fundo for amarelo, tenderá para o violeta.
Clinicamente, pode-se aumentar a capacidade de diferenciação das tonalidades
alaranjadas (cor predominante dos dentes) ao observar um cartão azul claro
instantes antes de proceder a seleção de cor (Miyashita & Mello, 2006).
2.3.3 Contraste de croma
Fundos com saturação próxima ao da estrutura dental vão dificultar a
percepção das diferenças. O uso de um cartão cinza claro como material de fundo
favorece o contraste e a diferenciação das várias tonalidades dos dentes (Miyashita
& Mello, 2006).
2.3.4 Contraste de tamanho
Este é um aspecto bastante relevante quando escolher cores para
restaurações em dentes anteriores. Um central sempre aparecerá mais claro que um
lateral devido ao contraste de tamanho, muito embora eles possam ter a mesma cor
(Miyashita & Mello, 2006).
2.3.5 Contraste de posição
Dentes lingualizados, girovertidos ou apinhados parecerão mais escuros que
os vertibularizados e alinhados. A posição e a presença de recessão gengival devem
ser consideradas e anotadas a fim de evitar erros devido ao contraste de posição
(Miyashita & Mello, 2006).
2.3.6 Contraste por persistência visual
Quanto mais se insiste em perceber a diferença de cor entre dois objetos,
mais dificuldade de realizar esta diferenciação haverá. Esse fenômeno de contraste
de persistência visual ocorre pela depleção de certos sensores presentes nos cones
o que resulta na impossibilidade temporária da percepção de determinadas cores.
Clinicamente, pode-se evitar este contraste fazendo comparações visuais rápidas e
descansando sua visão antes de proceder nova escolha de cor (Miyashita & Mello,
2006).
Além de todos os fenômenos ópticos, deve-se ainda levar em consideração
as condições físicas e emocionais do observador. Idade, cansaço, euforia, uso de
medicamentos entre outros aspectos interferem na percepção visual e no julgamento
pessoal sobre as tonalidades (Miyashita & Mello, 2006). O defeito da visão da cor
demonstrou ter relação com o envelhecimento, pois sabemos que, biologicamente,
há uma perda da capacidade visual com o avanço da idade, quando os níveis de
iluminação se tornam um fator importante (Mendes et al., 1998; Ormenese, 2006).
2.4 Morfologia e propriedades ópticas dos dentes naturais
A forma dos dentes naturais é definida tridimensionalmente pelo padrão
oclusal do paciente, ou seja, tanto a altura, quanto a largura e o comprimento dos
dentes envolvidos possibilitam ao paciente executar sua função mandibular. Na
definição da forma, o clínico pode observar na boca diversos referenciais para a
reconstrução das estruturas perdidas (Volpato, 2005).
A morfologia da dentina oferecendo opacidade e a do esmalte apresentando
translucidez, com suas diferenças de espessura, oferecerão ao dente um aspecto
policromático intenso, mais comumente visualizado em pacientes jovens e mais
discreto em pacientes idosos. Internamente, está a polpa, que é vermelha. Este
tecido tem pequena manifestação no ambiente externo e ocupa um espaço maior
nos dentes jovens, que se reduz com o envelhecimento. A polpa é considerada a
parte mais vital do dente. Por meio da atividade dentro da sua zona marginal, a
dentina se desenvolve durante a formação do dente e toda a sua vida útil (dentina
fisiológica secundária) (Touati et al., 2000; Ormenese, 2006).
Em um corte sagital com uma vista frontal de um dente anterior (FIG. 3), analisando
os terços cervical, médio e incisal, haverá (Araújo et al., 2005):
- Terço Cervical:
- Esmalte mais delgado e dentina espessa e mais opaca;
- Matiz geralmente é o mesmo que o do terço médio;
- Croma mais forte que o do terço médio;
- Valor mais baixo que o do terço médio.
- Terço Médio:
- Esmalte mais espesso e dentina mais delgada que o terço cervical;
- Translucidez intermediária;
- Matiz geralmente é o mesmo que o do terço cervical;
- Croma geralmente mais fraco que o do terço cervical;
- Valor mais alto que o do terço cervical.
- Terço Incisal:
- Esmalte mais espesso, com aparência violeta, azul ou cinza e dentina mais
delgada que nos terços médio e cervical;
- Alta translucidez;
- Matiz policromático;
- Croma da dentina mais fraco que o do terço cervical e médio;
- Valor mais baixo que o do terço cervical e médio em função da
transparência.
FIGURA 3: Corte sagital de incisivos centrais superior (A) e inferior (B),mostrando as características dos terços cervical, médio e
incisal.
FONTE: Hegenbarth, 1989.
O terço incisal é a área de maior complexidade óptica a ser reproduzida. Um
dente jovem e não desgastado pela função é praticamente formado apenas por
esmalte apresentando mais transparência e opalescência, permitindo a visualização
dos mamelos, enquanto que incisivos desgastados que apresentam dentina visível
na borda incisal tem menor caracterização e transparência incisal. O halo presente
na borda incisal é um fenômeno interno do esmalte observado quando a luz penetra
na incisal vestibular e sofre uma reflexão na superfície interna da face incisal lingual
retornando para vestibular e iluminando a borda incisal. Sua largura ou espessura é
influenciada pelo diâmetro dos prismas de esmalte, pela largura e inclinação da
borda incisal. (Lemberte et al., 2003).
É caracterizada por irregularidades na superfície do esmalte conferindo uma
textura mais acentuada e evidente em pacientes jovens. Dentes muito textualizados
permitem uma reflexão difusa, enquanto dentes com superfícies planas e lisas
permitem uma reflexão especular da luz, influenciando no brilho da superfície.
Enquanto o esmalte de um dente mais novo é pouco translúcido e a dentina muito
opaca, o de um dente mais velho se adelgaça e aumenta mais a translucidez,
podendo até mesmo ficar transparente (Touati et al., 2000; Lemberte et al., 2003).
2.5 Propriedades ópticas e físicas das resinas compostas
A contínua evolução da tecnologia de adesão criou materiais com maior
longevidade, que podem ser polidos até adquirirem uma aparência e porcelana
similar à do dente. Como as resinas compostas não têm cristais de hidroxiapatita,
primas de esmalte ou túbulos dentinários, uma ilusão de o como a luz é refletida,
refratada, transmitida e absorvida por essas microestruturas, deverá ser criada
durante a reconstrução do dente. A morfologia da dentina e do esmalte deverão ser
reproduzidas para se obter naturalidade na estrutura reconstruída (Lemberte et al.,
2003).
Segundo Lemberte et al. (2003), as resinas compostas deveriam ser
resistentes às fraturas e lascamento, com alta durabilidade nas áreas de contatos
oclusais, esculpibilidade, passíveis de polimento para que a restauração finalizada
tivesse a lisura e qualidade refletora do esmalte. Infelizmente ainda não foi
desenvolvida uma única resina composta que preencha todos estes requisitos sendo
necessário selecionar diferentes resinas para o “esmalte artificial” e para a “dentina
artificial”. Atualmente, os materiais disponíveis no mercado possuem variadas
propriedades físicas e ópticas, com vários matizes, croma, gruas de transparências,
opalescência e fluorescência, possibilitando ao clínico executar restaurações
altamente policromáticas.
As resinas híbridas ou microhíbridas contêm mais de um tipo de partícula de
carga e essa combinação faz com que essas resinas compostas apresentem
propriedades físicas melhores que as resinas microparticuladas. São consideradas
universais por apresentarem variados graus de opacidade e transparência,
resistência à abrasão e ao lascamento e capacidade de polimento inicial. As resinas
microparticuladas são os materiais mais estéticos indicados para substituir o esmalte
em restaurações Classe III, IV e V, fechamento de diastema e facetas diretas
(Lemberte et al., 2003).
As resinas compostas são monocromáticas, o que apresenta certa dificuldade
em obter excelência estética com uma única cor de resina composta. Para obter
melhor selamento marginal, melhor função e excelência em estética geralmente
recomenda-se o emprego de dois ou mais tipos de resinas compostas em uma
mesma restauração (Lemberte et al., 2003).
2.6 Ambiente Apropriado
Segundo Busato (2002), a fonte de iluminação da sala de trabalho também
influi no resultado estético de um trabalho. Para iniciar a etapa de métodos de
seleção de cores em Odontologia, por considerar sempre se tratar de uma tarefa de
média a alta complexidade, deve-se minimizar os fatores que possam dificultar ou
distorcer a percepção das cores, entre eles o ambiente utilizado para tal propósito
(Miyashita & Fonseca, 2004):
- Paredes de cores claras, preferencialmente branca: Devido à reflexão da
luz nos objetos ou paredes do ambiente. Cores fortes em paredes ou equipamentos
(cadeira odontológica) podem ser refletidas no paciente e influenciar na percepção
das cores reais dos dentes.
- Roupas de cores fortes do paciente devem ser cobertas com aventais
de cores claras ou brancas: Pelo mesmo motivo acima, deve-se cobrir não só o
paciente mas também remover batons de cores fortes que a paciente possa estar
usando. Não se deve subestimar a importância destes detalhes que certamente
quando somados a outros “pequenos deslizes” podem realmente comprometer o
resultado final.
- Iluminação natural: 3 horas após o amanhecer e pelo menos 3 horas antes
do anoitecer. Os raios solares, neste período, têm todos os comprimentos de onda
visíveis, e, portanto tornam-se uma referência de Luz para seleção de cores. Porém
nos horários ao raiar do dia ou ao final do dia (pôr do sol), percebe-se nitidamente
que a luz do Sol tem cores avermelhadas, pela simples filtragem dos comprimentos
de onda mais curtos (azuis e verdes) pela camada de atmosfera mais longa a ser
atravessada até alcançar a vista do observador. Na ausência de alguns
comprimentos de onda é fácil entender que uma luz deficiente causa distorções na
percepção visual das cores. Também deve-se evitar seleções de cor complexas em
dias nublados, pois certamente, as próprias nuvens filtrariam grande parte da Luz.
- Luzes auxiliares: Algumas vezes o profissional pode ter dificuldades para
seleção de cores, seja pelas condições climáticas desfavoráveis; pelos horários
disponíveis pelo paciente inadequados para seleção de cores; ou ainda por
ambientes clínicos sem janelas que não permitam o uso da luz solar. Nestas
ocasiões, uma alternativa importante são as luzes artificiais que realmente tenham
todos os comprimentos de onda uniformemente, e uma temperatura de cor entre
4500 e 5500 graus Kelvin, de acordo com padrão utilizado para luzes com maior
semelhança com a luz solar. Outro fator a ser observado nas lâmpadas artificiais é o
Índice de Distribuição de Cor (IDR) ou Índice de Reprodução 43 de Cor (IRC) que
deve estar entre 90 e 100. O IDC ou IRC é a unidade de medida usada para
determinar a qualidade de reprodução de uma fonte de luz padrão (Ormenese, 2006;
Miyashita & Fonseca, 2004).
Portanto, independentemente da marca ou qualidade prometida, esses dois
padrões irão garantir uma boa fonte de luz de equiparação de cor. As lâmpadas
fluorescentes mais comuns que se aproximam da fonte de luz ideal para uso
odontológico são listadas no Quadro 1:
QUADRO 1 – Lâmpadas indicadas para uso odontológico
Marca da cor IDC ou IDR Lâmpada Temperatura da cor
Sylvania do Brasil 85 Designer 5000 5000 K
Philips do Brasil 85 Série Super 85 5000 K
Philips do Brasil 90 Série Super 90 6500 K
General Eletric 90 Croma 50 5500 K
FONTE: Ormenese, 2006.
Mendes et al. (1998) sugerem que o refletor odontológico deve ser desligado
minutos antes da seleção de cor para evitar a interferência da luz halógena que,
como a incandescente, acentua o amarelo-laranja. Além disso, a luz projetada por
ele é excessiva, podendo provocar ofuscamento da visão. Com excesso de luz, o
olho humano não consegue distinguir nuanças delicadas de cor. Outras fontes de luz
artificiais como lâmpadas fluorescentes ou incandescentes não devem ser utilizadas
como referência única pra a seleção cromática, mas sim como fontes de
comparação às luzes ideais, procurando-se evitar metamerismos indesejáveis.
2.7 Escalas de Cor
Apesar de existirem várias escalas de cor no mercado odontológico,
certamente a mais utilizada para seleção e envio de informações sobre cor dental é
a escala Vita (Classical – Vident, Baldwin Park, CA), tendo sido adotada por diversos
fabricantes de resinas e cerâmicas como padrão de referência. Isso no levaria a
pensar que ser trata da escala mais completa do mercado, porém, na prática,
observa-se algumas limitações na seleção de cores com esta escala, sendo
bastante comum chegar a conclusão que a cor desejada não se encontra disponível
nas palhetas da mesma (Miyashita & Fonseca, 2004; Lemberte et al., 2003).
Inicialmente, deve-se conhecer esta escala e suas divisões em matizes,
valores e cromas, como pode ser observado na FIG. 4. Existem palhetas divididas
em letras A, B, C e D que correspondem aos diferentes matizes dessa escala. As
palhetas de letra A (amarelo-amarronzado), B (amarelo), C (cinza) e D (rosa -
acinzentado), que aparentemente com matizes bastante diferenciadas, são na
verdade bastante semelhantes, pois se tratam de subtonalidades do matiz principal
amarela. Dessa forma, as letras são ainda subdivididas em números de 1 a 4, que
basicamente vão se tornando mais escuras (diminuem o valor) a medida que
aumentam de 1,2 até 4. Entende-se então que a cor A1 é a palheta mais clara do
matiz amarelo-amarronzado, e o A4 é a cor mais escura ou de menor valor do matiz
A, o mesmo ocorrendo nos outros matizes B, C e D. Resumidamente, tem-se então
a diminuição de luminosidade (Valor) em todas os matizes, fato este que
aplicaremos nas metodologias de seleção de cores (Ormenese, 2006; Sekito Jr. et
al., 2004).
FIGURA 4: Escala Vitapan Classical
FONTE: Catálogo Vita
Alguns sistemas produzem suas próprias escalas, outros produzem suas
cerâmicas e resinas seguindo a referência da escala de um outro fabricante. Dentre
as escalas, a mais utilizada e seguida por diversos outros fabricantes de resinas e
cerâmicas é a Vitapan Classical (FIG. 4). Sua popularidade se deve à sua
facilidade de utilização (Ormenese, 2006).
Apesar de existirem várias escalas de cores no mercado odontológico, não
existe nenhuma que consiga reproduzir sem dificuldades as cores dos dentes
naturais. Para Mendes et al. (1998), dentre as falhas que afetam a possibilidade de
se conseguir uma boa seleção de cores usando-se uma escala, destacam-se:
- Escalas de cor de um mesmo fabricante podem variar e não são fabricadas com o
mesmo material usado pelo cirurgião-dentista (resina ou porcelana);
- Existem diferenças entre os diversos lotes de porcelana ou resina de um
fabricante, porque o controle é visual e não espectrofotométrico;
- As escalas de cor disponíveis atualmente oferecem uma variedade de cores
padrão, mas não cobrem toda a variação de cores dos dentes naturais;
- Vários dentes da escala têm o mesmo valor (ou brilho), apesar da diferença de
matizes, que pode gerar dificuldades na precisa avaliação da tonalidade;
- A transmissão de luz através da porcelana ou resina depende da espessura. Uma
escala de cores, que tem uma espessura de 4 mm, não deveria ser usada para
confecção de coroas que medem de 1,5 a 2,0 mm, ou em restaurações ainda menos
profundas (Ormenese, 2006).
No intuito de corrigir esta deficiência, foi lançada a escala Vitapan 3D-Master
(FIG. 5), onde suas subdivisões já se encontram separadas por valores. Nesta
escala, inicia-se a escolha pelos cinco níveis de valor em suas amostras centrais M.
Determina-se, então, a intensidade de cor (croma) entre 1 e 3 (1,0; 1,5; 2,0; 2,5 e
3,0) disponíveis nas amostras do grupo M. Por último, seleciona-se o matiz (L -
amarelado, R - avermelhado ou M - médio) (Freitas et al., 2008).
As vantagens desta nova escala, segundo o fabricante, são:
- Melhor distribuição das amostras dentro das variações de cores dos dentes
naturais existentes;
- Adequado espaçamento entre as amostras dentro do espectro de luz ocupado
pelos dentes naturais;
- Existência de cinco graduações de valor.
Sua maior limitação decorre do fato de que diversos fabricantes de produtos
odontológicos não a utilizam como padrão de cores no desenvolvimento de seus
produtos. Isso acontece, principalmente, no campo das resinas compostas diretas e
indiretas.
FIGURA 5: Escala Vitapan 3D-Master
FONTE: Catálogo Vita
A escala Chromascop (FIG. 6) é o padrão para os sistemas cerâmicos
Ivoclar/Vivadent e possui 20 amostras divididas em cinco grupos de “matizes”
predominantes, conforme a seguinte numeração: 100 (branco), 200 (amarelo), 300
(amarronzado), 400 (cinza) e 500 (marrom). Cada grupo possui quatro amostras
com variação de croma, com o número 10 correspondendo a um baixo croma e o
40, a um croma elevado.
Assim como a escala Vita, Chromascop possui desvantagens com relação à
sua forma de apresentação e, principalmente, por englobar os tons de branco e
cinza dentro da escala de matiz e não de valor (Ramos Jr & Ortega, 2002).
FIGURA 6: Escala Chromascop
FONTE: Catálogo Ivoclar / Vivadent
A Degussa Dental produz escalas especiais com o propósito de orientar os
técnicos sobre os múltiplos recursos de cores dos sistemas cerâmicos
(modificadores) na reprodução das cores dos dentes naturais. Encontradas para
aquisição independente ao sistema cerâmico, essas escalas oferecem uma forma
alternativa de apresentação e auxiliam os clínicos na distinção das várias
tonalidades de cores existentes num único dente (FIG. 7).
FIGURA 7: Escala Duceram Plus Professional
2.8 Isolamento do Campo Operatório
O uso do dique de borracha oferecerá ao clínico o melhor controle de
contaminação, umidade e contraste de cor, facilitando a visualização das massas de
resinas quando da reconstrução artística de um dente, entretanto, poderá haver
algumas dificuldades e inconvenientes como, por exemplo, o uso nos casos de
restaurações subgengivais, dificultando a visualização da relação do dente com os
adjacentes e com o tecido gengival. Com a desidratação os dentes ficam mais
brancos e opacos dificultando a visualização de nuances incisais e avaliação do
resultado imediato da restauração, pois ficará mais escuro que o dente até que este
se reidrate, o que acontecerá a partir de uma hora após a remoção do isolamento,
restabelecendo a harmonia cromática. É possível obter-se um campo adequado com
o uso de isolamento relativo associando aos roletes de algodão ou Dry Tips
(Mölnlucke Helth Care AB, Suécia) com abridores de boca, fios retratores nos sulcos
gengivais, para evitar contaminação da área a ser restaurada com o fluido gengival,
e sugadores de alta potência (Lemberte et al., 2003).
3. PROPOSIÇÃO
O propósito desse estudo, por meio da aplicação de um questionário aos
cirurgiões-dentistas da cidade de Araguaína - TO, foi avaliar os critérios que os
profissionais utilizam na execução do processo de seleção de cor para restaurações
adesivas diretas utilizando resinas compostas.
4. MATERIAIS E MÉTODOS
Aspectos éticos
Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
da Faculdade de Odontologia e Instituto de Pesquisas São Leopoldo Mandic, sob o
protocolo número 2008/0240 (Anexo 1).
Seleção da amostra
Foram selecionados 80 cirurgiões-dentistas de forma aleatória e por
conveniência da cidade de Araguaína, no norte do Estado do Tocantins. Segundo
dados do IBGE (2007), a cidade de Araguaína apresenta uma população de 115.759
habitantes e, de acordo com o Conselho Regional de Odontologia (CRO) - seção
Araguaína, o município consta registrado 242 profissionais cirurgiões-dentistas.
Portanto, a amostra inicial considerou a participação de 33,05% de cirurgiões-
dentistas da cidade.
Foram convidados os profissionais a responderem um questionário
mediante a assinatura de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
(Anexo 2) o qual todos os profissionais foram antecipadamente esclarecidos quanto
à finalidade, as explicações necessárias e sanções de dúvidas que por ventura
apareceram. Nenhum profissional foi obrigado a participar. Os entrevistados ficaram
isentos de qualquer responsabilidade e qualquer fator que possa denegrí-los em
honra, moral e âmbito profissional.
Os critérios utilizados para a inclusão na pesquisa foram:
i) cirurgiões-dentistas que atuassem em seus próprios consultórios, consultórios de
terceiros e/ou clínicas integradas de caráter privado, profissionais liberais e
autônomos, devidamente registrados no CRO-TO;
ii) que exercessem procedimentos da área de Dentística (restaurações adesivas
diretas estéticas utilizando como material de escolha as resinas compostas
fotopolimerizáveis), independente de terem ou não título de pós-graduação na área
especifica.
Os critérios de exclusão foram:
i) os profissionais que atuassem exclusivamente na rede pública de atendimento
como postos de atenção básicas de saúde, Programa de Saúde da Família (PSF) e
outros meios de prestação de serviços e remuneração governamental;
ii) os cirurgiões-dentistas que não atuassem em procedimentos de Dentística;
iii) os que não exerciam a Odontologia atualmente.
Aplicação do questionário
Para a aplicação do questionário, foi realizado um agendamento por meio
telefônico, adquiridos através da lista telefônica, cartões de visita e e-mails. Uma
visita aos consultórios odontológicos foi feita pelo pesquisador para que
apresentasse as explicações sobre o trabalho e, posteriormente, aplicação do
questionário.
Os questionários (Anexo 3) constavam de 20 perguntas objetivas com
possibilidade de respostas subjetivas de caráter facultativo em papel sulfite branco
A4, impresso por impressora a jato de tinta. Os mesmos foram aplicados e recolhidos
pessoalmente pelo pesquisador, sem nenhum intermédio de meios de entrega.
Análise descritiva estatística
Após o recolhimento dos questionários, os dados foram processados e
organizados em planilhas, tabelas e gráficos do programa Excel – Windows. A
análise estatística aplicada foi do tipo descritiva.
5. RESULTADOS
Dentre os 80 profissionais selecionados para participar da pesquisa, houve a
participação efetiva de 48 cirurgiões-dentistas da cidade de Araguaína (TO),
correspondendo a 60% da amostra inicial e a 19,83% do total de cirurgiões-dentistas
do município.
De acordo com os dados obtidos pela aplicação dos questionários, a Tabela 1
mostra que a maioria dos profissionais tem menos de 5 anos de formados na
Odontologia (60,87%) e uma minoria (8,69%) realizam trabalhos odontológicos a
mais de 21 anos, em sua grande parte jovens na profissão, dentre os que
responderam o questionário, como mostra a Tabela 1.
Tabela 1: Tempo de exercício da profissão de Cirurgião-Dentista:
TEMPO DE FORMAÇÃO Número de CD %Menos de 12 meses 6 13,04De 01 a 05 anos 23 47,83De 06 a 10 anos 6 13,04De 11 a 20 anos 8 17,40Mais de 21 anos 5 8,69Total 48 100
Quanto à titulação, independente de ser na área de Dentística e Estética,
observou que grande parte dos entrevistados apresentam algum título de pós-
graduação (Gráfico 1).
Gráfico 1: Relação de profissionais com título de pós-graduação.
Quanto à marca comercial de resina composta utilizada pelos cirurgiões-
dentistas, o Gráfico 2 mostra que a Charisma (Heraeus Kulzer) foi a que apresentou
maior aceitação por parte dos entrevistados, seguida pela Opallis (FGM), Natural
Flow (DFL), Filtek Z 250 (3M – ESPE) e TPH (Dentsply).
Gráfico 2: Resinas compostas mais utilizadas pelos Cirurgiões-Dentistas.
Após os entrevistados selecionarem as resinas compostas que mais utilizam,
foram questionados sobre a(s) principal(is) característica(s) e/ou propriedade(s)
da(s) resina(s) composta(s) que justifica(m) a escolha desse(s) material(is).
Constata-se pela Tabela 2 que 73,91% escolheram a propriedade “boa resistência
na cavidade bucal” como a melhor característica do material, seguida de 65,28%
que manifestaram a escolha pela “melhor lisura e brilho após o acabamento e
polimento da restauração”, 60,87% pela “melhor resiliência e manuseio nos
instrumentais”, 43,48% devido à “facilidade de encontrar a marca nas dentais”.
Apenas 8,69% colocaram o custo do material como fator importante para justificar a
escolha.
Tabela 2: Justificavas para a escolha das resinas compostas.
Características / Propriedades das Resinas Compostas %Melhor viscosidade. 39,13Melhor facilidade de seleção de cor. 27,74Melhor resiliência e manuseio nos instrumentais. 60,87Melhor lisura e brilho após o acabamento e polimento da restauração.
65,28
Facilidade pela disponibilidade nas “dentais”. 43,48Apresenta boa resistência na cavidade bucal. 73,91Custo relativamente baixo. 08,69
Ainda foi questionado se os voluntários apresentavam alguma dificuldade
durante o processo de seleção da cor da(s) resina(s) composta (s) para a confecção
das restaurações adesivas diretas. Verificou-se que a maioria (65,22%) dos
entrevistados apresentam alguma dificuldade na execução desse processo de
seleção adequada da cor das resinas compostas em determinados casos enquanto
que 27,74% mostraram que não apresentam dificuldades (Gráfico 3).
Gráfico 3: Dificuldade no processo de seleção de cor.
Dentre os cirurgiões-dentistas que participaram do levantamento de
informações, 43,5% deles utilizam alguma escala de cor, preferencialmente, bem
como algum outro meio auxiliar para facilitar a tarefa de escolher, selecionar e
finalizar a seleção da cor dos compósitos. Um grupo de 34,8% utilizam
preferencialmente e unicamente a escala de cor para a seleção adequada de cores.
Cerca de 13,0% dos profissionais informam não utilizarem nenhuma escala de cor e
8,7% não utilizam nenhuma escala de cor e sim um outro meio auxiliar para a
seleção de cor (Gráfico 4).
Gráfico 4: Utilização da Escala de Cor.
Foi levantado no questionário se os cirurgiões-dentistas estariam satisfeitos
com o auxílio que as escalas de cores proporcionam durante o processo de seleção
da cor das resinas compostas. Como demonstra no Gráfico 5, verificou-se que
dentre 60,87% concordam que as escalas existentes no mercado auxiliam os
profissionais no processo de seleção da cor, visto que no Gráfico 4, a maiorias deles
as utilizam rotineiramente. Uma porção de 13,04% não opinaram e correspondem ao
número de profissionais que no Gráfico 4 declaram não usarem nenhuma escala de
cor.
Gráfico 5: Satisfação dos profissionais com as escalas de cor.
No questionário foi perguntado sobre como os profissionais procedem na
seleção de cor das resinas compostas em relação ao dente a ser analisado. Foi
verificado que um pouco mais da metade (52,17%) mantêm o dente úmido, sendo
feita a seleção da cor antes do isolamento, 13,04% deles selecionam a cor antes do
isolamento, mas inicialmente com o dente úmido e depois com o dente seco, e
alguns profissionais selecionam a cor após o isolamento (Gráfico 6).
Gráfico 6: Seleção da cor em relação ao dente a ser analisado.
A - Dente úmido e antes do isolamento; B – Dente úmido e após o isolamento; C – Dente seco e antes do isolamento; D – Dente seco e após o isolamento; E – Dente úmido e depois dente seco antes do isolamento; F – Dente úmido e depois dente seco após o isolamento; G – Dente seco e depois dente úmido antes do isolamento; H – Dente seco e depois dente úmido após o isolamento; I – Análise do dente sem se preocupar com o isolamento; J – Não analiso o dente.
Sobre o uso do isolamento absoluto, os cirurgiões-dentistas foram
questionados sobre a realização desse procedimento para confecções de trabalhos
em Dentística. O Gráfico 7 ilustra os resultados obtidos, em que a maioria dos
profissionais (69,57%) não fazem o uso freqüente do isolamento absoluto e 30,43%
realizam esse procedimento nos trabalhos em Dentística.
Gráfico 7: Uso do isolamento absoluto nos procedimentos em Dentística.
Foi também verificado se os cirurgiões-dentistas dão importância à iluminação
do consultório no que se refere seleção da cor. Na Tabela 3, observa-se que 47%
deles reconhecem que a luz natural é importante para uma seleção de cor
satisfatória, 27% utilizam somente a iluminação artificial no local de trabalho e 26%
associam as duas iluminações artificial e natural. Todos os participantes informam
que uma iluminação adequada no local de trabalho é importante para a realização
desse processo, não havendo nenhum profissional que não se preocupe com a luz
ambiente.
Tabela 3: Influência da iluminação no consultório na seleção de cor.
Iluminação do Consultório %Auxílio da luz natural sempre que possível 47Auxílio da luz artificial apenas 27Associação das duas iluminações 26Não me preocupo com a luz ambiente 0
Dentre os profissionais, mais da metade (60,87%) utilizam a luz do refletor
não diretamente, mantendo-a ligada, mas com a incidência fora da área de trabalho,
e cerca de 30,43% não utilizam a luz do refletor, mantendo-o desligando nesse
momento de seleção da cor. De todos os profissionais, nenhum utiliza diretamente a
luz do refletor para selecionar a cor (Tabela 4).
Tabela 4: Influência da luz do refletor na seleção de cor.
Luz do Refletor %Luz do refletor ligada e com incidência direta sobre a área de trabalho
00,00
Luz do refletor ligada com incidência fora da área de trabalho 60,87Luz do refletor desligada 30,43Não opinaram 08,70
Nesse levantamento de informações, foi perguntado aos profissionais se os
mesmos pedem auxilio ao próprio paciente durante o processo de selecionar a cor
do compósito. No Gráfico 8, observa-se que 38,10% na maioria das vezes usam da
ajuda do paciente na seleção adequada da cor, 33,33% em poucos momentos
pedem auxilio, 9,52% sempre usam esse meio auxiliar de ajuda do paciente e
19,05% nunca tem como auxilio as informações do paciente para selecionar a cor
adequada.
Gráfico 8: Auxilio do paciente na seleção de cor.
Foi questionado aos odontólogos se os matizes das resinas compostas
satisfazem as suas necessidades ao que se refere à qualidade da restauração em
relação à cor dos dentes, e como se pode verificar no Gráfico 9, a maioria dos
profissionais (73,91%) se julgam satisfeitos com os trabalhos estéticos feitos em
resina composta.
Gráfico 9: Cor das resinas compostas em relação à cor dos dentes.
Foi questionado aos cirurgiões-dentistas se ao iniciarem o processo de
seleção da cor das resinas compostas, observam algum (ns) detalhe(s) na face do
paciente que possam ajudar ou comprometer a escolha correta da cor. Verificou-se
que 52,17% dos entrevistados não observam detalhes na face do paciente durante a
seleção de cor e 47,83% ficam atentos a pequenos detalhes que possam prejudicar
ou ajudar na seleção adequada da cor (Gráfico 10).
Gráfico 10: Detalhe na face do paciente na seleção de cor.
Em relação à cor das restaurações após a realização dos procedimentos
estéticos, foi perguntado aos odontólogos se ficam satisfeitos com as restaurações
feitas no que se refere à cor selecionada. Pelo Gráfico 11, constata-se que todos
(100%) dos entrevistados ficam satisfeitos na maioria das vezes com os trabalhos
estéticos realizados com a utilização de resina composta.
Gráfico 11: Satisfação dos profissionais com a cor das restaurações.
Foi questionado aos entrevistados se utilizam algum meio auxiliar na escolha
da cor da resina composta quando apresentam a “vista cansada”, obtendo-se os
seguintes resultados: 30,43% utilizam algum meio auxiliar para selecionar a cor e o
restante (69,57%) não utilizam nenhum meio (Gráfico 12).
Gráfico 12: Método auxiliar de escolha da cor com a “vista cansada”.
Como se pode ver no Gráfico 13, 69,56% dos profissionais realizam o
procedimento de polimerizar pequena quantidade de resina antes da restauração
como meio auxiliar para escolha da cor, enquanto que 30,44% que não realizam.
Gráfico 13: Meio auxiliar na seleção da cor.
6. DISCUSSÃO
Atualmente, o modelo de tratamento restaurador proposto tem sido centrado
na preservação e prevenção da estrutura dental e na opção por materiais
restauradores que apresentem potencialidade de união e propriedades físicas
similares às da estrutura dental, biocompatibilidade e qualidades estéticas (Pfeifer,
2004; Silva, 2004; Miyashita & Mello 2006; Conceição et al., 2007). Dentro deste
conceito, a Odontologia restauradora tem buscado reproduzir o desempenho natural
dos dentes íntegros. Entretanto, para o desenvolvimento deste modelo de
tratamento, é necessário entender principalmente a estrutura do dente natural no
seu aspecto biológico, morfológico e anatômico, além das características básicas e
procedimentos técnicos relativos à manipulação e à aplicação dos materiais
restauradores (Cardoso, 2002). A comunicação precisa da cor é um dos requisitos
mais importantes para o desenvolvimento da harmonia estética e do sucesso final
das restaurações, tornando a realização de reconstruções diretas e indiretas um
processo complexo devido à natureza tridimensional da cor (Volpato, 2005).
O profissional da Odontologia é um verdadeiro artista que mistura elementos
como cor, proporção, composição e harmonia para se chegar ao natural, saudável e
estético, associando, assim, arte à ciência (Vieira, 2005). Para alcançar aos seus
anseios e aos do paciente, no entanto, é necessário que o profissional esteja ciente
de suas capacidades e condições de fazer com que seus tratamentos (restaurações)
se “confundam” com as estruturas naturais do paciente e, conseqüentemente,
passem despercebidas para as pessoas em geral (Silva, 2004).
Durante a realização desse levantamento de informações sobre os critérios
que os cirurgiões-dentistas da cidade de Araguaína, no Estado do Tocantins,
utilizam no processo de seleção de cor para resinas compostas, verificou-se o
interesse de mais da metade dos profissionais envolvidos em participar dessa
pesquisa (60% da amostra inicial). O montante de participação dos profissionais
nessa pesquisa não foi total aos 80 profissionais visitados, pois dentre as várias
visitas aos consultórios e clínicas, alguns cirurgiões-dentistas não se encontravam
no local, alguns nem mesmo aos agendamentos prévios.
Por meio dos resultados obtidos, verificou-se que mais da metade dos
participantes têm até 5 anos de formados em Odontologia, o que demonstra uma
jovialidade em atuações em procedimentos odontológicos, em especial, Dentística,
sugerindo-se que sigam linhas filosóficas de tratamento que incluem a necessidade
de um comprometimento maior às regras básicas de realização dos procedimentos
adesivos, atenção no processo de seleção de cor para resinas compostas, escolha e
qualidade dos materiais dentários utilizados. Também evidenciou-se a preocupação
dos profissionais em se atualizarem nos conhecimento odontológicos, visto que
73,91% dos participantes apresentam algum título em pós-graduação em alguma
das áreas da Odontologia.
Bowen, em 1960, introduziu a resina composta como material restaurador,
revolucionando o campo da restauração de dentes anteriores, substituindo
rapidamente os silicatos e as resinas acrílicas (Busato et al., 2004). Foram criadas
para serem utilizadas como materiais restauradores de dentes anteriores; mas, o
uso impróprio em dentes posteriores permitiu o desenvolvimento de produtos
melhores (Narciso et al., 2003). Nos resultados sobre as resinas compostas mais
utilizadas pelos profissionais que participaram da pesquisa, verificou-se que a resina
composta Charisma (Heraeus Kulzer) foi o material mais citado pelos cirurgiões-
dentistas, seguida pela Opallis (FGM), Filtek Z 250 (3M – ESPE), Filtek Z 100 (3M –
ESPE). São resinas micro-hibridas, as quais representam o maior contingente de
marcas comerciais na atualidade, com grande aceitação tanto para restaurações em
dentes anteriores, como para posteriores diretas. São resinas que apresentam
melhores propriedades de refração, o que contribui para melhor compatibilidade de
cor do dente, melhor resistência mecânica e radiopacidade (Narciso et al., 2003). A
resina composta Natural Flow (DFL) obteve 47,83% de aceitação, sendo um material
caracterizado por sua baixa viscosidade e alto escoamento, sendo consideradas
resinas micro-híbridas radiopacas que geralmente apresentam flúor na sua
composição, mas apresentam baixa resistência à abrasão e alta contração de
polimerização (Narciso et al., 2003).
As primeiras resinas compostas foram classificadas como de macro partículas
ou convencionais. Como não eram passivas de um bom polimento, foram
substituídas pelas resinas compostas de microparticulas. Uma boa seleção de cor
deve considerar esses tipos de resinas compostas: micro-híbridas e micropartículas,
materiais de baixa translucidez e alta fluorescência para a dentina (com matiz/
croma saturados) e materiais de alta translucidez (pobres em matiz/ croma) e baixa
fluorescência para o esmalte (Felippe, 2003).
Dentre a(s) característica(s) e/ ou propriedade(s) que justifica(m) a escolha
das resinas compostas para as restaurações diretas, a alternativa “Apresenta boa
resistência na cavidade bucal” foi a mais citada (73,91% das respostas), o que
sugere uma atenção em relação à durabilidade e longevidade do material no meio
bucal. Com 65,28%, alguns profissionais salientaram que a “Melhor lisura e brilho
após o acabamento e polimento da restauração” têm uma importância relevante no
trabalho final que reflete uma adaptação da cor e do brilho em comparação ao dente
restaurado. As resinas micro-hibridas e de micropartículas apresentam essas
características (Narciso et al., 2003). Alguns destacaram que a “Melhor resiliência e
manuseio nos instrumentais” (60,87%), são um dos critérios para a escolha da
resina composta, visto que materiais mais pegajosos como as resinas de baixa
viscosidade, pelo seu alto escoamento, dificultam o manuseio, sendo
comercializados em seringas, facilitando a inserção e adaptação. Destacam-se as
resinas micro-hibridas pela boa resiliência. O critério “melhor viscosidade” com
39,13% foi uma das características citadas em grande parte dos participantes,
considerando-se que as resinas micro-híbridas e micropartículas apresentam boa
viscosidade e as resinas “Flow” baixa viscosidade (Narciso et al., 2003). Observou-
se que 43,48% das respostas citaram a alternativa “disponibilidade nas dentais”, não
havendo uma preocupação com a qualidade e o tipo de material a ser utilizado.
A maioria dos cirurgiões-dentistas apresentam alguma dificuldade em
selecionar adequadamente a cor para resinas compostas, dentre esses, 65,22%
apresentam dificuldades em determinado caso clínico e 13,04% alguma dificuldade
independente de algum caso clínico específico. Esses dados sugerem que esse
processo de seleção da cor é um trabalho minucioso com aspecto de médio a alta
complexidade, exigindo dos profissionais conhecimentos sobre cor e suas
dimensões, propriedades ópticas como a reflexão da luz, o comprimento de ondas,
situação das superfícies dos materiais e do dente (Conceição et al., 2007; Miyashita
& Fonseca, 2004). Uma parcela de profissionais (27,74%) responderam não terem
dificuldades em selecionar a cor ideal para as restaurações diretas. Isso sugere uma
adaptação dos profissionais aos materiais selecionados, a um adequado uso dos
meios para seleção da cor e conhecimento desse processo e uma satisfação com os
resultados obtidos. Segundo Conceição et al. (2007), a cor de um dente está
relacionada às estruturas mineralizadas como o esmalte e dentina (efeitos primários)
e tecidos moles como a polpa dental e tecido gengival (efeitos secundários). Faz-se
necessário que os profissionais desenvolvam uma boa capacidade em observar e
identificar os fatores que contribuem e compõem a cor do dente associando-se a um
treinamento e conhecimento da dentina e, principalmente, do esmalte, que são de
importância significativa na determinação da cor nas diferentes regiões do dente.
Quanto à utilização de escala de cor e outros meios auxiliares para a seleção
da cor de resinas compostas, a maioria dos participantes (43,5%) utilizam escala de
cor associado a um outro meio auxiliar para esse processo e outros 34,8% utilizam
somente a escala de cor. Esses dados demonstram uma cumplicidade com a
literatura científica odontológica, na qual fica evidenciada a grande utilização das
escalas, principalmente a Escala Vita Classical como referência, tanto para trabalhos
estéticos diretos, como indiretos (Miyashita & Fonseca, 2004; Lemberte et al., 2003).
Sua ampla utilização se deve à facilidade na compreensão dos seus constituintes:
matizes, cromas e valores distribuídos nas palhetas. No mercado odontológico,
existem várias escalas de cores, mas não existe nenhuma que consiga reproduzir
com facilidades as cores dos dentes naturais (Ormenese, 2006). Um grupo de
21,7% dos participantes informou que não utilizam nenhum escala de cor específica
existe no mercado. Esse número pode sugerir que parte dos profissionais não se
adaptaram as escalas de cor disponíveis, principalmente a Escala Vita Classical e
utilizam um outro meio para a seleção da cor que possa corresponder às
expectativas do profissional e paciente.
Sobre o aspecto da satisfação dos profissionais em relação às escalas
existentes no mercado, que mais de 60% dos envolvidos na pesquisa ficam
satisfeitos com a seleção da cor utilizando as escalas específicas, o que demonstra
uma certa fidelidade das escalas aos materiais restauradores, reproduzindo as cores
dos dentes e uma facilidades dos profissionais em manuseá-las. Mas isso não
significa que as escalas não apresentem algumas desvantagens com, por exemplo,
as escalas não são fabricadas com o mesmo material utilizado pelo cirurgião-
dentista. Esse é um dos aspectos que dificultam a total fidelidade das escalas às
cores dos dentes naturais (Ormenese, 2006; Ramos Jr & Ortega, 2002). Um grupo
de 26,09% dos que responderam ao questionário informaram que não ficam
satisfeitos com as escalas de cor frente à cor dos dentes. Isso mostra que dentre as
várias escalas existentes, sempre há dificuldades na seleção da cor e que as
escalas apresentam vantagens e desvantagens e o profissional tem que se
familiarizar com a escala que melhor adapta e, se possível, associar algum meio
para complementar essa escolha da cor. É sabido que grande parte dos
profissionais utiliza escala e outro meio auxiliar, que apresentam dificuldades na
seleção da cor e, após trabalhos estéticos diretos realizados, apresentam-se
satisfeitos.
Diante da importância de se trabalhar em um campo operatório livre de
contaminação, é recomendado o uso do isolamento absoluto com o dique de
borracha. O “pano de fundo” é de suma importância e deve-se utilizá-lo na cor azul
ou cinza neutro (Silva & Vieira, 1996). Irá favorecer uma adequada execução dos
preparos nos dentes, uso adequado dos sistemas adesivos, melhor inserção dos
materiais restauradores, controle da umidade e contraste da cor o que facilitará na
visualização da área objetivada (Lemberte et al., 2003). Verificou-se que 52,17% dos
envolvidos selecionam a cor da resina composta analisando o dente em umidade e
antes de realizar o isolamento do mesmo. Nenhum profissional que participou da
pesquisa analisa o dente úmido após o isolamento. Evidencia-se que mais da
metade dos envolvidos acreditam que a umidade do dente ajuda no processo de
selecionar a cor correta. O dente seco se torna um dente com certo grau de
desidratação, principalmente após isolamento. Com essa desidratação, os dentes
apresentam-se mais brancos e opacos, o que dificulta a correta visualização de
nuances incisais e avaliação do resultado imediato da restauração, em que a mesma
ficará mais escura até que o dente reidrate. Essa reidratação poderá levar cerca de
uma hora após a remoção do isolamento (Lemberte et al., 2003). Fica demonstrada
a importância de se analisar o dente a ser restaurado, apresentando-o com certo
grau de umidade e sempre escolher a cor ou as cores das resinas compostas antes
de realizar qualquer tipo de isolamento. Os profissionais na sua maioria explicitam
essa relevância. Os dentes devem estar devidamente limpos, sendo que o primeiro
procedimento deve consistir na realização de uma profilaxia (Gomes, 1996). A água
exerce um importante papel no resultado final da cor devido a sua influência na
reflexão da luz (Felippe, 2003), destacando-se que um grupo de 12,02% realiza a
escolha da cor após o isolamento dos dentes. Trata-se de uma discordância com a
realização da seleção da cor adequada tendo em vista a questão da desidratação do
dente que influencia na visualização correta da cor natural. Esse dado entra em
concordância com a não satisfação de alguns profissionais com a cor das
restaurações realizadas. A escolha da cor e o planejamento estético devem ser
sempre efetuados antes do isolamento absoluto (Baratieri et al., 1995; Miyashita &
Fonseca, 2004; Conceição et al., 2007).
Sobre o uso do isolamento absoluto, observou-se que 69,57% dos
participantes não realizam o isolamento absoluto nesses procedimentos e 30,43%
realizam. Esses dados elucidam que grande parte dos profissionais ainda não se
adaptaram ao uso do isolamento absoluto, que possam apresentar dificuldades na
execução do mesmo ou um despreparo para isolar. Vale salientar que o uso do
isolamento do campo operatório, sempre que possível, favorece significamente a
realização adequada de trabalhos em Dentística, o que ocasionará uma harmonia
cromática (Lemberte et al., 2003).
Observou-se que 47% dos odontólogos utilizam sempre que possível o auxílio
da luz natural no processo de seleção da cor. Outros 27% apenas utilizam a luz
artificial do consultório e 26% utilizam a associação das duas iluminações (natural e
artificial). Essas informações demonstram que os profissionais sabem da
importância de uma boa iluminação no consultório para realizar trabalhos estéticos e
que a luz natural é a mais indicada e satisfatória. Segundo Busato (2002), a fonte de
iluminação no local de trabalho influência no resultado estético em Odontologia. A
luz natural apresenta todos os comprimentos de ondas visíveis, portanto, adequados
para iluminar e facilitar a acuidade visual do profissional. É importante ressaltar que
em dias nublados e 3 horas após o raiar do sol e 3 horas antes do pôr-do-sol não
são dias nem horários adequados para realizar uma escolha de cor para resinas
compostas, visto que nesses horários há presença de alguns determinados
comprimentos de ondas. Sobre a iluminação artificial, os profissionais devem estar
cientes que ela não substitui a luz natural em qualidade, visto que não apresenta
todos os comprimentos de ondas visíveis, mas devem saber que na ausência ou da
pouca iluminação natural, devem utilizar uma iluminação artificial adequada que
possa apresentar os comprimentos de ondas uniformes e uma temperatura de cor
variando entre 4500 a 5500 graus Kelvin, semelhantes à luz natural (Ormenese,
2006; Miyashita & Fonseca, 2004). A luz artificial incandescente acentua a cor
amarelo-laranja e isso influencia na escolha da cor (Mendes et al., 1998). Em
relação à técnica de seleção de cor, é mais adequado executar esse processo sob
luz natural ou sob fonte de iluminação artificial adequada, com paciente sentado
evitando incidência de luz excessiva perpendicular ao dente, o que pode induzir ao
profissional à seleção de cores mais claras, devido à alta reflexão de luz (Baratieri et
al., 1995; Mondelli, 2002; Miyashita & Fonseca, 2004; Conceição et al., 2007).
Outra iluminação do consultório que pode influenciar na escolha adequada da
cor é a luz do refletor com incidência na área de trabalho. Observou-se que nenhum
dos entrevistados utilizam a luz do refletor com incidência direta sobre a área de
trabalho, mas 60,87% dos participantes utilizam a luz do refletor com incidência fora
da área de trabalho. Esses dados sugerem que os profissionais fazem o uso da luz
do refletor como meio auxiliar para melhor visualização da área de trabalho e que a
mesma pode alterar na seleção da cor correta, visto que a luz do refletor é uma
iluminação artificial, mas com qualidade superior a grande parte das iluminações dos
consultórios. Mendes et al. (1998) sugerem que o refletor odontológico deve ser
desligado minutos antes da seleção de cor para resinas compostas para evitar uma
interferência da luz halógena que acentuará a cor amarelo-laranja, como a luz
incandescente. Cerca de 30,43% dos odontólogos responderam que durante a
seleção da cor, a luz do refletor é desligada, sugerindo que os cirurgiões-dentistas
reconhecem as dificuldades de selecionar a cor diante da luz do refletor. Uma
parcela, 8,7% não opinaram sobre esse assunto, possivelmente devido a um
desconhecimento sobre o assunto ou mesmo dúvida sobre a influência das
iluminações do ambiente de trabalho nos trabalhos estéticos.
Sabe-se que o processo de seleção de cor envolve vários fatores, sendo que
as informações que o próprio paciente elucida são importantes por se tratar de
estética. A beleza é subjetiva e o belo pode ser diferente aos olhos de quem o vê.
Verificou-se que 38,10% dos entrevistados na maioria das vezes utilizam
informações que o paciente presta durante a seleção de cor. Outros 19,05% nunca
pedem auxilio ao paciente nesse momento e, 33,33% pedem auxílio na minoria das
vezes, sugerindo que em determinados momentos, diante de certas dificuldades em
selecionar a cor, o profissional pede ajuda ao paciente, que é questionado sobre a
cor ou as cores selecionadas. De acordo com Baratieri et al. (1995), caso o clínico
encontre dificuldades na seleção adequada das cores, poderá executar uma
restauração de diagnóstico (mock-up ou ensaio restaurador) para auxiliá-lo e
mostrar ao paciente o provável resultado a ser obtido.
Depois de realizada a restauração estética envolvendo resinas compostas,
tem-se o trabalho finalizado. O que deve apresentar satisfatoriamente semelhança
da restauração com o restante do dente está relacionado à cor, lisura e condições
da superfície para haver reflexão da luz semelhante à reflexão na superfície do
dente natural. Baseado nesse aspecto, 73,91% se julgam satisfeitos com os
resultados finais das restaurações, o que evidencia uma correta seleção de cor.
Verificou-se anteriormente que grande parte dos profissionais utiliza as escalas de
cor e outro meio auxiliar e estão satisfeitos com as escalas no que refere-se à cor
dos dentes. Outro grupo (26,09%) não se sente satisfeito com a cor da restauração,
o que pode sugerir dificuldades na seleção da cor, escolhendo erroneamente a cor
ideal, a não utilização dos meios auxiliares de seleção de cor como as escalas de
cor, a utilização de iluminação inadequada, qualidade e tipo dos materiais envolvidos
e até mesmo despreparo do próprio profissional para esse processo.
Como a iluminação do ambiente de trabalho influência na escolha da cor,
detalhes no paciente, principalmente na face, podem contribuir para facilitar na
escolha correta da cor. A face, entre as regiões do corpo, é a que mais identifica o
ser com o mundo. A maioria dos entrevistados (52,17%) responderam que não
observam aspectos na face do paciente que possa contribuir para ajudar na seleção
de cor, sugerindo que alguns profissionais estão preocupados simplesmente com os
dentes e não se atentam a fatores externos que possam facilitar ou dificultar a
escolha da cor, como por exemplo, a cor de pele. Sabe-se que pessoas de pele
escura apresentam um contraste maior com a cor dos dentes comparando com as
pessoas de pele clara. Deve-se atentar para aspectos como a presença de
manchamentos na pele, teor de hidratação ou desidratação da mesma. O restante
(47,83%) observa algum detalhe na face do paciente que possa contribuir nesse
processo e que possam ser considerados profissionais atentos a qualquer fator que
possa gerar certo grau de contraste com a cor dos dentes. Deve-se também
considerar a idade do paciente, o que irá restringir as opções de matizes, pois em
geral pessoas jovens têm dentes mais claros. Entretanto, isto não é regra geral
(Silva & Vieira, 1996).
Pode-se observar que todos os entrevistados ficam satisfeitos com as
restaurações realizadas no que se refere à cor selecionada. Esse dado sugere que
os profissionais estão preocupados em realizar trabalhos estéticos de qualidade e
isso significa envolvimento de princípios adequados para selecionar a cor, realização
dos protocolos de procedimentos, melhoria dos materiais restauradores desde que
respeitadas as suas limitações, principalmente com relação à seleção do caso e a
sensibilidade da técnica.
Outro fator que pode influenciar na escolha da cor diz respeito ao próprio
profissional, principalmente após horas de muito trabalho, prejudicando a acuidade
visual, o que determina a “vista cansada”. Ficou evidenciado que 69,57% dos
odontólogos não utilizam nenhum método auxiliar para seleção de cor, o que sugere
que esses profissionais continuam da mesma forma selecionando a cor, seja por
meio de escalas e outros meios convencionais de seleção. O restante (30,43%),
devido à alteração na acuidade visual, adotam algum método auxiliar para
selecionar a cor. Pode ser polimerização de uma pequena porção no dente. Sabe-se
que quando se observa por um determinado espaço de tempo a mesma cor, ocorre
uma acomodação visual e isso prejudica na escolha correta da cor, recomendando-
se olhar para um fundo neutro (cor azul ou cinza) por alguns segundos para
melhorar a acuidade visual (Gomes, 1996).
A maioria dos entrevistados (69,56%) utiliza como meio auxiliar a
polimerização de uma pequena porção de resina composta no dente para facilitar a
escolha da cor. É um meio adequado e mais fiel, pois se analisa a resina composta
pós-polimerização, o que leva a uma alteração da cor inicial da resina, havendo,
geralmente, um leve escurecimento da mesma. Após ter sido feita a identificação da
cor da resina composta a ser utilizada, aplica-se um pouco de resina composta
escolhida sobre a superfície dental e faz-se a fotoativação, mas sem a utilização de
condicionamento ácido nem sistema adesivo (Mondelli, 2002). Por isso que muitos
profissionais ficaram satisfeitos com os resultados estéticos finais no que diz
respeito à cor. O restante (30,44%) não utilizam esse meio auxiliar, podendo sugerir
um despreparo do profissional, falta de interesse ou até mesmo desconhecimento da
técnica.
De uma maneira geral, esse estudo apresentou alguns aspectos positivos
quanto aos procedimentos restauradores com resina composta, verificando-se que
os trabalhos estéticos diretos envolvendo resinas compostas conseguem atingir os
objetivos de satisfação dos profissionais com os trabalhos realizados; observou-se a
importância de uma adequada seleção de cor envolvendo uso de escala de cor e
algum meio auxiliar, de uma boa iluminação no ambiente de trabalho com luz natural
e auxílio do paciente na seleção da cor. Contudo, observou-se que a maioria dos
profissionais ainda apresenta dificuldades na seleção adequada da cor, visto a
insatisfação de alguns em relação à qualidade das escalas de cor, aos materiais
existentes no mercado e o uso de iluminação artificial no consultório exclusivamente,
bem como o não uso do isolamento absoluto na grande maioria dos trabalhos
estéticos diretos.
7. CONCLUSÃO
Esse trabalho realizado através de um levantamento de informações sobre os
critérios que os cirurgiões-dentistas da cidade de Araguaína, Tocantins, utilizam na
seleção de cor para resinas compostas, veio mostrar que grande parte dos
profissionais envolvidos na pesquisa realiza trabalhos estéticos com vários tipos de
resinas compostas, apresentando resultados satisfatórios no que diz respeito à cor
selecionada, as restaurações realizadas em comparação com o dente e a cor e o
trabalho estético final. A maioria dos profissionais apresenta dificuldades no
processo de seleção de cor para as resinas compostas, utilizando-se de escalas de
cor e outro meio auxiliar. Reconhecem a importância de uma boa iluminação no
ambiente de trabalho e que a mesma influência na seleção correta da cor. Os
profissionais sentem-se satisfeitos com os resultados estéticos diretos realizados.
Isso pode demonstrar que os cirurgiões-dentistas estão cada vez mais preocupados
em aprimorarem seus conhecimentos, a qualidade dos materiais restauradores
envolvidos e levar a construção de um sorriso agradável, que almeja harmonia facial
e cromática.
ABSTRACT
The search for the ideal beauty has increased in recent years, starting
development of the Esthetic Dentistry. In the current times, where it is observed a
demand for dental procedures of high biological and functional complexity, the
aesthetic component of the reconstructed smiles became a great requirement on the
part of the dentist and for the patient. The color selection is a complex work that
involves subjective and objective variables. This work had as objective to evaluate
the main criteria that the dentists of the city of Araguaína-TO adopt in the process of
color selection for resin composite direct restorations. A questionnaire composed of
20 objective and subjective questions referring to the criteria used for the color
selection to a group of 80 surgeon-dentists was applied. The participants had been
visited in its offices and clinics and inviteted to participate after approval of the
content of the research. From the 48 answered questionnaires, 60.87% had cited the
resin composite Charisma (Heraeus Kulzer) as the most used material; 73.91%
choose the resin composite due its higher resistance; 78.26% presented difficulties in
the color selection of resin composites; the color scale was the mosr used tool to
help dentists during color selection (77.13%); 47% use the natural illumination
whenever color selection; 38.10% ask for the patient help during color selection;
52.17% observe some detail in the face of the patient who may facilitate the choice of
the color and 100% are satisfied with the color achieved with final restorations. The
majority of the involved professionals is satisfied with the carried through aesthetic
procedures, using scale of color and giving importance to a good illumination in the
work environment.
Unitermos: Election of color, Aesthetic, Composed Resins
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ANEXO 1
Parecer de aprovação do projeto no Comitê de Ética em Pesquisa
ANEXO 2
FACULDADE DE ODONTOLOGIA SÃO LEOPOLDO MANDIC
Centro de Pesquisas Odontológicas Curso de Especialização em Dentística e Estética
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Estou estudando a respeito do processo de seleção de cores de resinas compostas, com o trabalho intitulado “Critérios utilizados por cirurgiões-dentistas da cidade de Araguaína-TO no processo de seleção de cores de Resinas Compostas”. Desejo com isso, ampliar meus conhecimentos em relação a esse assunto e fornecer maiores informações aos cirurgiões-dentistas sobre as principais características do referido processo de seleção adequada das cores, técnicas de seleção utilizadas, qualidade das escalas de cores, principais resinas compostas utilizadas e satisfação dos profissionais frente ao trabalho restaurador adesivo direto e estético.
Para que este trabalho possa ser realizado, necessito aplicar um questionário sobre o modo de seleção de cores para restaurações estéticas.
Este documento faz parte da documentação exigida pela legislação brasileira para a realização de uma pesquisa. A participação não é obrigatória.
Terminada a pesquisa, os resultados que são de minha inteira responsabilidade, estarão a sua disposição. Também estou à disposição para esclarecer qualquer dúvida sobre este trabalho, se necessário entre em contato comigo pelo telefone (0xx63) 9224 2547.
Fico desde já agradecido pela sua colaboração. Atenciosamente.
CD. André Henrique RibeiroCRO-TO: 936
Declaro que concordo em participar da pesquisa do CD. André Henrique Ribeiro, por livre e espontânea vontade, sem qualquer despesa da minha parte e sem qualquer tipo de pagamento por esta participação.Autorizo o uso de quaisquer informações por mim cedidas, para fins de produção de pesquisa, podendo os dados ser processados através de pesquisas e divulgados em eventos científicos, artigos científicos, produção de livros, rádio e TV, bem como por meio de veiculação virtual.
NOME________________________________________ RG_____________________
Assinatura ___________________________________________________
Araguaína, ____ de _______________ de 2008.
ANEXO 3
QUESTIONÁRIO
01 – Nome do entrevistado:___________________________________________________________________
Data de Nascimento: _____/ ______/_______Local de Nascimento:__________________________________________________Profissões que exerceu e/ou exerce: ___________________________________________________________________
02 – Há quanto tempo exerce a profissão de Cirurgião-Dentista?
( ) Menos de 12 meses;( ) De 01 a 05 anos;( ) De 06 a 10 anos;( ) De 11 a 20 anos;( ) Mais de 21 anos.
03 – Possui algum título de pós-graduação?
( ) Sim. ( ) Não. Se sim, qual (is):______________________________________________________________________________________________________________________________________
04 – Realiza procedimentos em Dentística como restaurações adesivas diretas com a utilização de compósitos (resinas compostas)?
( ) Sim. ( ) Não.
05 – Qual (is) resina (s) composta (s) que o (a) Sr. (a) utiliza para a confecção de restaurações adesivas diretas?
( ) Charisma (Heraeus Kulzer); ( ) Filtek Supreme (3M – ESPE);( ) Filtek Z 100 (3M – ESPE);( ) Filtek Z 250 (3M - ESPE);( ) Esthet X (Dentsply);( ) Fill Magic (Vigodent);( ) TPH (Dentsply);( ) Opallis (FGM);
( ) 4 Seasons (Ivoclar Vivadent);( ) Tetric Ceram (Ivoclar Vivadent);( ) Herculite (Kerr Dental);( ) Durafill VS (Heraeus Kulzer);( ) Natural Flow (DFL);( ) ICE (SDI).
Outra (s). Qual(is):
___________________________________________________________________
06 – Qual (is) a(s) principal (is) característica(s) e /ou propriedade(s) que esse(s) compósito(s) apresenta(m) para justificar a escolha?
( ) Melhor viscosidade;( ) Melhor facilidade de seleção de cor;( ) Melhor resiliência e manuseio nos instrumentais;( ) Melhor lisura e brilho após o acabamento e polimento da restauração;( ) Facilidade pela disponibilidade nas “dentais”;( ) Apresenta boa resistência na cavidade bucal;( ) Custo relativamente baixo;
Outra (as): ______________________________________________________________________________________________________________________________________
07 – Para a execução dos procedimentos em Dentística utilizando resinas compostas, é freqüente o uso de isolamento absoluto?
( ) Sim ( ) Não.Se não, porque?______________________________________________________________________________________________________________________________________
08 - Apresenta alguma(s) dificuldade(s) durante o processo de seleção da cor da(s) resina (s) composta (s) para a confecção das restaurações adesivas diretas?
( ) Sim. ( ) Não. ( ) Depende do caso clínico. Qual(is):__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
09 – Para a seleção adequada da cor da resina composta, utiliza:
( ) Apenas escala de cor. Qual (is): ___________________________________________________________________
( ) Escala de cor e outro meio auxiliar. Qual:___________________________________________________________________
( ) Não utiliza escala de cor. Por quê? ___________________________________________________________________
( ) Outro meio auxiliar apenas. Qual: ___________________________________________________________________
10 – As “escalas” para seleção adequada da cor das resinas compostas, existentes no mercado, auxiliam o profissional nesse minucioso processo para a escolha das cores?
( ) Sim. ( ) Não. Se não, por quê? ___________________________________________________________________
11 – Para a seleção da cor das resinas compostas, como o (a) Sr.(a) procede em relação ao dente a ser analisado?
( ) Dente úmido e antes do isolamento:( ) Dente úmido e após o isolamento;( ) Dente seco e antes do isolamento;( ) Dente seco e após o isolamento;( ) Primeiramente, o dente úmido e depois o dente seco e antes do
isolamento;( ) Primeiramente, o dente úmido e depois o dente seco e após o
isolamento;( ) Primeiramente, o dente seco e depois o dente úmido e antes do
isolamento;( ) Primeiramente, o dente seco e depois o dente úmido e após o
isolamento;( ) Analise do dente sem me preocupar com o isolamento;( ) Não analiso o dente.
12 – Para a seleção da cor das resinas compostas, como o (a) Sr.(a) procede em relação à luz ambiente do consultório?
( ) Auxílio da luz natural sempre que possível;( ) Auxílio da luz artificial apenas;
Qual? ( ) Incandescente ( ) Fluorescente ( ) Ambas.( ) Associação das duas iluminações;( ) Não me preocupo com a luz ambiente.
13 – Durante a realização de uma restauração utilizando resinas compostas, ao que se refere à luz do refletor, como o (a) Sr.(a) procede?
( ) Luz do refletor ligada com incidência direta sobre a área de trabalho;( ) Luz do refletor ligada com incidência fora da área de trabalho;( ) Desligo a luz do refletor.
14 – O (a) Sr.(a) pede auxílio ao paciente no processo de selecionar a cor do compósito?
( ) Sempre;( ) Na maioria das vezes;( ) Na minoria das vezes;( ) Nunca.
15 – Em sua opinião, as matizes (cores) das resinas compostas satisfazem as suas necessidades ao que se refere à qualidade da restauração em relação à cor dos dentes?
( ) Sim ( ) Não.Se não, por quê? ______________________________________________________________________________________________________________________________________
16 – Durante a confecção de uma restauração extensa em uma pessoa adulta, por exemplo: uma restauração em classe IV, em um incisivo central superior permanente, o (a) Sr. (a) utiliza:
( ) Um único tipo de compósito de matiz (cor) única;( ) Um único tipo de compósito com matizes (cores) diferentes;( ) Compósitos diferentes e matizes iguais;( ) Compósitos diferentes e matizes diferentes;( ) Compósitos iguais e matizes iguais;( ) Compósitos iguais e matizes diferentes.
17 – Para iniciar o processo de seleção da cor da (s) resina (s) composta (s) a ser (em) utilizado(s), observa algum (ns) detalhe (s) na face do paciente que possam ajudar ou comprometer a escolha correta da cor?
( ) Sim ( ) Não. Se sim, qual (is): ______________________________________________________________________________________________________________________________________
18- O (a) Sr.(a) como profissional odontológico, fica satisfeito com as restaurações realizadas no que se refere à cor:
( ) Sempre;( ) Na maioria das vezes;( ) Na minoria das vezes;( ) Nunca.
19 – O (a) Sr.(a) quando apresenta a “vista cansada” depois de um dia de muito trabalho, utiliza algum método auxiliar na escolha da cor da resina composta?
( ) Sim ( ) Não.Se sim, qual (is):___________________________________________________________________
20 – Durante a escolha da (s) cor (es) da (s) resina (s) composta (s), costuma polimerizar uma pequena porção de resina referente às cores escolhidas como meio auxiliar nesse processo de seleção da cor?
( ) Sim ( ) Não.