Download - No Reino da Imaginação
Nota introdutória No âmbito do projeto de escrita criativa da
Biblioteca Escolar, intitulado “No Reino da
imaginação”, foram elaboradas várias histórias
coletivas com os alunos da E.B.1 de Olhos de
Água, durante os intervalos letivos, sob
orientação da assistente Paula Cunha.
Posteriormente, essas histórias foram
enviadas para a escola E.B. 2,3 Professora
Diamantina Negrão, onde foram realizadas a
ilustração e as gravações áudio.
As ilustrações foram feitas por alunos das
turmas 6ºC e 5ºA com a orientação,
dinamização e montagem da professora Dinah
Quintino, com apoio das professoras Elisabete
Bentes e Marta Bispo. As gravações áudio
foram preparadas por alunos do 5ºA, com
orientação e produção técnica da professora
Olga Cipriano.
Deste projeto resultaram três histórias
completas que se apresentam em seguida.
Ano Letivo 2011/2012
Ficha Técnica
Autores da história Alunos da E.B.1 de Olhos de Água:
Maria Santos (1ºA); Esmeralda Lopes (1ºB); Ana Rita
Jesus (4ºA); Beatriz Lourenço (4ºA); Daniela Santos
(4ºA); Laura Peters (4ºA); Mário Silva (4ºA); Marksim
Shibitko (4ºA); Soraia Jorge (4ºA); Bruna Duarte (4ºB);
Laura Uscatu (4ºB).
Ilustradores Turma 6º C da E.B.2,3 Professora Diamantina
Negrão,com agradecimento especial aos alunos
André Paiva, Tomás Araújo, Beatriz Cardoso, Maksym
Symonyshen, Caio Mendes, Rodrigo Henriques, Pedro
Gonçalves, Carolina Dias, Afonso Bentes, Tomás
Bento.
Vozes de gravação áudio: Narrador - Lucas Nunes (5.º A); Vicente - Joana Sousa
(5.º A); Gato - Libânia Martins (5.º A); Velha - Vasco
Guerreiro (5.º A); Serpente - Olga Cipriano (5ºA); Pai -
Raquek Sampaio (5.º A).
Data de edição: ano letivo 2011/2012
No tempo “em que as galinhas
tinham dentes”, existia um
cavaleiro chamado Vicente, muito
forte, bonito e valente, mas
tristonho porque perdeu o rasto do
seu pai.
Numa manhã de primavera,
perto do Rio Encantando, o
cavaleiro encontrou um gato muito
estranho. O gato era gordinho,
falava, vestia uma roupa muito
elegante e até tinha poderes
mágicos. Na altura, em que o
Vicente se aproximou ele estava a
usar a magia para pescar:
- Peixe-gato, peixe-cão, quero um
peixe na minha mão!
Em conversa com o gato
Bartolomeu, o cavaleiro descobriu
que ele era o presidente do
Planeta Mágico, um planeta muito
distante situado noutra galáxia.
O gato foi ali parar porque errou
um feitiço e agora não sabia como
regressar ao seu planeta. Para a
sua magia resultar precisava de
encontrar uma ferradura e uma flor
de monocotiledónea.
- A ferradura é fácil de arranjar,
mas essa flor... - disse o Vicente.
- Mas sem esses dois ingredientes
a minha poção não resulta -
explicou o Bartolomeu.
- Eu conheço uma velhinha muito
sábia que nos pode ajudar. Anda
daí, amigo Bartolomeu.
Montaram-se os dois no cavalo
do Vicente e puseram-se a
caminho. Andaram, andaram,
andaram, até que finalmente
chegaram a uma pequena e velha
casinha.
À porta estava uma velhinha a
regar as suas plantas.
Cumprimentaram-na e ela
convidou-os para um lanche.
A casa da velhinha parecia uma
biblioteca, tinha livros por todo o
lado.
Quando a questionaram sobre a
flor monocotiledónea, ela deu uma
risada e disse:
- Isso é uma orquídea.
Ela levantou-se calmamente
dirigiu-se a uma estante, tirou um
livro, soprou o pó que o cobria e
mostrou a capa e seu título “Flores
Raras”.
Nesse livro, existia um mapa
com a localização exata dessas
flores.
Descobriram que tinham de ir
até à montanha, subir ao seu
cume e entrar numa gruta. Eles
não perderam tempo e puseram-
se logo a caminho.
Quando chegaram finalmente, à
gruta, foi fácil encontrar as
orquídeas, mas quando iam colhê-
las apareceu uma serpente que os
travou.
A serpente era a guardiã das
flores e, para levarem uma, tinham
de responder corretamente a um
enigma.
- O que é que existe nas flores e
no mar, e do mar, os ingleses
comem com batatas fritas?
Pensaram, falaram um com o
outro e, de repente, o Vicente
lembrou-se de um familiar que
morava em Londres e que lhe
tinha falado no hábito dos ingleses
comerem “Fish and ships”,
prontamente, ele respondeu:
- Filete.
A serpente, apesar de não ter
gostado nada do facto de terem
respondido bem ao enigma,
permitiu que levassem a flor.
Os dois amigos regressaram
para perto do Rio Encantado e,
antes que Bartolomeu terminasse
a poção mágica e se fosse
embora, Vicente pediu-lhe ajuda
para encontrar o seu pai.
Bartolomeu disse umas palavras
mágicas:
- Prelim pim pim, mostra-me o pai
do Vicente, aqui!
Nessa altura, apareceu na água
do rio a imagem do pai do Vicente
perdido na floresta.
Bartolomeu usou novamente os
seus puderes e mostrou-lhe o
caminho que o levaria ao seu pai.
Depois, concluiu a poção,
agradeceu ao Vicente a sua ajuda e
a amizade, bebeu um pouco da
poção e desapareceu.
O Vicente não perdeu mais tempo
e foi procurar o seu pai.
Quando o viu ao longe, explodiu
de felicidade e correu para o
abraçar. Emocionado exclamou:
- Estava com tantas saudades!!!
Porque é que desapareceste?
- Vim caçar, mas entrei na floresta
por caminhos desconhecidos e
não consegui sair mais daqui.
Estou muito feliz por me teres
encontrado!
Regressaram a casa os dois e
foram felizes para sempre.
O Vicente percebeu o quanto é
importante ajudarmos quem
precisa de nós e a felicidade de
podermos retribuir essa ajuda um
dia mais tarde.
Ficha Técnica
Autores da história Alunos da E.B.1 de Olhos de Água: Ana Rita Jesus (4ºA); Beatriz Lourenço (4ºA); Daniela
Santos (4ºA); Laura Peters (4ºA); Soraia Jorge (4ºA);
Rosa Reis (4ºA); Ludmila Ramos (1ºB).
Ilustradores Turma 5ªA da E.B.2,3 Professora Diamantina Negrão,
com agradecimento especial aos alunos Edna
Carvalho, Vanessa Cavalcante, Ana Sobral, Lucas
Nunes e Soraia Cardoso.
Vozes de gravação áudio: Narrador - Laura Mendes (5ºA); Homer Ety - Maria
Elena Tolovici (5ºA); Génio - Edna Carvalho (5ºA).
Data de edição: ano letivo 2011/2012
Certo dia de primavera, um
extraterrestre, anão, com três
olhos, meio gordo e ligeiramente
bem humorado, veio de férias para
o Algarve.
O bicho era um agente secreto
que veio investigar um caso de
vários desaparecimentos e mortes.
O seu nome artístico era Homer
Ety e a sua missão era descobrir a
causa de tantas mortes.
Momentos depois da sua
chegada ao Algarve, decidiu ir à
esquadra de polícia para obter
mais informações, mas no
caminho tropeçou numa lâmpada
mágica e ouviu vozes vindas do
seu interior que diziam:
- Não vás ter com eles, eu sei o que
se passa, presenciei algumas mortes.
Mas não te preocupes porque não
sou eu o responsável por elas.
- Quem és tu, como sabes tudo isso?
- perguntou o ET.
- Eu sou um génio bom, chamo-me
Marmoriny. A minha lâmpada foi
encontrada por um gigante que vive
numa pobre choupana na floresta
sombria. Ele faz um remédio que
contém umas substâncias que têm
provocado a morte a todas essas
pessoas. Só estou aqui agora porque
o gigante depois de pedir dois, dos
três desejos que eu lhe podia
conceder, viu passar uma borboleta e
correu atrás dela, deixando-me cair
pelo caminho. Como me encontraste
posso conceder-te um desejo.
Depois de pensar durante um
tempo em tudo o que o génio lhe
tinha dito, Homer Ety disse:
- Quero um tapete voador, assim,
vai ser mais fácil encontrar o
gigante e desvendar todo este
mistério.
- Eu posso ajudar-te. Vamos
juntos, assim vai ser mais fácil!
E logo de seguida o génio fez
aparecer um tapete voador. O ET
concordou e ambos partiram em
busca do gigante.
Depois de algum tempo,
repararam que o céu estava
estranhamente diferente, muito
escuro, mas apenas numa zona, e
quando se aproximaram
perceberam que era sobre a
floresta sombria.
Logo à entrada da floresta,
existiam pegadas do gigante e,
seguindo essas pegadas,
facilmente encontraram a
choupana onde ele vivia.
O gigante encontrava-se em
casa a fazer os seus remédios e
foi fácil perceber que tudo não
passava de um grande mal
entendido. O gigante não tinha
intenção de fazer mal a ninguém,
desconhecia por completo que as
substâncias existentes numa
planta que ele usava para fazer os
remédios eram a causa daquelas
mortes, ele só queria ajudar as
pessoas.
Depois de Marmoriny e Homer
Ety lhe explicarem tudo o que se
estava a passar, o gigante ficou
muito triste, mas, os três pensaram
numa maneira de substituir aquela
planta por outra que não fizesse
mal.
Pesquisaram nos livros,
conversaram bastante e por fim
conseguiram resolver aquele
problema, o que os deixou muito
contentes.
Assim o gigante continuou a
ajudar muitas pessoas, o ET viu a
sua missão cumprida e o génio
voltou à sua lâmpada, e daqui a
100 anos vai poder realizar mais
três desejos.
Ficha Técnica
Autores da história Alunos da E.B.1 de Olhos de Água:
Ana Rita Jesus (4ºA); Luna Coelho (4ºA); Anaísa
Neves (4ºB); Ana Rita Baganha (4ºB); Catarina Santos
(4ºB); Lara Marjo (4ºB); Laura Usacatu (4º B); Carolina
Ferreira (2ºA) e Valentino Rodrigues (2ºB).
Ilustradores Alunos da E.B.1 de Olhos de Água:
Beatriz Lourenço (4ºA); Bruna Leote (4ºA); Daniela
Santos (4ºA); Luna Andraz (4ºA); Marksim Shibitko
(4ºA) e Soraia Jorge (4ºA).
Data de edição: ano letivo 2011/2012
Numa linda tarde de primavera,
chegou à nossa escola um menino
novo. Tinha a pele escura, o
cabelo muito encaracolado e uns
olhos castanhos muito grandes.
Chamava-se Yapoyo e tinha vindo
de uma aldeia africana. Era muito
simpático, mas tinha hábitos
diferentes dos nossos, usava
umas roupas estranhas, vinha
descalço para a escola e a sua
alimentação não era como a
nossa.
Havia na escola alguns meninos
que não gostavam nada do
Yapoyo e levavam o tempo toda a
gozar com ele, mas uma menina
chamada Mariana defendia-o
sempre.
Aos poucos, a amizade cresceu
e tornaram-se os melhores
amigos.
Agora Yapoyo já se vestia como
os seus colegas, já se tinha
habituado ao sabor dos alimentos
e já tinha alguns amigos, mas a
Mariana era especial.
Um dia Yapoyo ofereceu-lhe um
colar de missangas multicolor e
disse-lhe que na sua terra era
tradição todas as mulheres usarem
colares como aquele. Mariana
ficou muito feliz, o colar era muito
bonito e pediu a Yapoyo que lhe
contasse mais coisas sobre o seu
país.
Durante toda a tarde falaram
sobre África. O menino estava muito
contente e, quando chegou a casa,
pediu à sua mãe que no fim de
semana preparasse Shorba (sopa
feita de batata, ervilhas e lentilhas)
e asida (prato de legumes e grãos
misturados com especiarias), os
seus pratos favoritos, porque queria
convidar a sua amiga para almoçar.
Mariana aceitou e convite. E, no
sábado, foi ter a casa do Yapoyo. A
comida cheirava muito bem, mas
também sabia muito bem. Durante
a tarde divertiram-se muito, a jogar
awalé, um jogo que consiste em
fazer avançar sementes até aos 12
buracos de um bloco de madeira.
Mariana achou a cultura africana
muito interessante e divertida.
Na escola, pediu à professora
para fazerem um trabalho sobre o
continente africano, e ela
concordou.
No dia em que apresentaram os
trabalhos, Yapoyo ensinou os
colegas a fazerem bonecos de
terra barrenta e bolas feitas com
tomates bravos envolvidos em
erva, estavam todos muito alegres
e divertidos.
A partir desse dia começaram a
gostar mais de Yapoyo e
aprenderam a saber respeitar a
sua cultura.