O cliente com Insuficiência Renal Crônica e a adesão ao
tratamento de hemodialise: revisão integrativa da literatura
Aline da Costa de Oliveira - Graduanda em Enfermagem
Unesulbahia Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia – [email protected]
Fernanda Pinto da Silva - Graduanda em Enfermagem
Unesulbahia Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia – [email protected]
Samira Silva Santos Soares, Orientadora, docente do curso de Enfermagem
Unesulbahia Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia – [email protected]
Resumo: Introdução: Com as mudanças demográficas e os maus hábitos de vida diária, crescem os índices de doenças crônicas em toda a população, dentre elas, a doença renal crônica, que já se
caracteriza como um problema de saúde pública, necessitando que os individuos se submetam a
sessões de hemodiálise para tratamento e sobrevida. Objetivo: Identificar a produção científica acerca das dificuldades que o paciente renal enfrenta na adesão ao tratamento hemodialítico. Método:
Revisão integrativa com vistas a responder a questão norteadora: Como o enfermeiro pode contribuir
para a maior adesão do paciente renal crônico à hemodiálise? Foram incluídos artigos em que os textos estivessem completos, de modo que o conteúdo pudesse ser lido na íntegra online; estudos publicados
na língua portuguesa; artigos publicados entre os anos de 2013 a 2017; e artigos que possuíam
afinidade com a questão norteadora da pesquisa. A pesquisa resultou em 10 estudos desenvolvidos no
Brasil, todos reconhecendo as várias dificuldades que os pacientes renais enfrentam na adesão ao tratamento hemodialítico. Conclusão: A revisão apresentou diversos fatores que influenciam na
adesão ao tratamento, como défict de conhecimento, distancia do local do tratamento de hemodiálise,
dificuldades financeiras, desgaste emocional e falta de apoio familiar, enfatiza também o papel fundamental do enfermeiro, que deve estar capacitado para intervenções com esses pacientes,
proporcionando assim uma melhor qualidade de vida, bem como servir de apoio psicológico e
emocional a estes indivíduos. Descritores: Hemodiálise, adesão ao tratamento, assistência de
enfermagem.
1. Introdução
As mudanças demográficas motivadas pela queda da fertilidade, redução da mortalidade
infantil, aumento da expectativa de vida, junto às modificações da qualidade da alimentação e
à redução de atividade física, levaram ao crescimento dos índices de doenças crônicas no
perfil da população global. Os fatores de risco para essas doenças incluem o consumo de
tabaco e álcool, sedentarismo e consumo insatisfatório de frutas e hortaliças (ROSO et al.,
2013).
Entre as doenças crônicas, o aumento de pessoas com doença renal crônica (DRC) vem
crescendo espantosamente, a nível mundial, atingindo números preocupantes de indivíduos
com falência renal (ROSO et al., 2013).
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A insuficiência renal é o estado no qual os rins perdem a capacidade de realizar as suas
funções básicas, podendo ser uma insuficiência renal aguda, quando ocorre súbita e rápida
perda da função renal, ou crônica quando ocorre uma perda lenta, progressiva e irreversível da
função dos rins (BRASIL, 2011).
Segundo Duarte (2009), os rins são órgãos pares com formato de grão de feijão, com
aproximadamente 12cm de comprimento, 6cm de largura e 3cm de espessura, estando
situados de cada lado da coluna vertebral, na região lombar, junto à parede posterior do
abdome . Desempenham duas funções indispensáveis no organismo: a eliminação de produtos
terminais do metabolismo humano, como ureia, creatinina e ácido úrico; e o controle da
concentração de água e dos constituintes dos líquidos, tais como sódio, potássio, cloro,
bicarbonato e fosfato. Essas funções ocorrem através dos mecanismos de filtração glomerular,
reabsorção tubular e excreção tubular (SILBERNAGL; DESPOPOULOS, 2009).
O paciente com IRC apresenta-se com as substâncias, que normalmente, são eliminadas na
urina acumuladas nos líquidos corporais em consequência da excreção renal comprometida,
levando a disfunções endócrinas e metabólicas, bem como a distúrbios hidroeletrolíticos e
ácido-básicos (RIBEIRO et al., 2008).
As taxas de incidência e prevalência da doença renal crônica crescem de forma acelerada no
Brasil, no ano de 2000, a estimativa de pacientes em terapia de substituição renal (TRS) foi de
42.695 e, em julho de 2012, alcançou a marca de 97.586 (PEREIRA et al., 2016).
Atualmente a doença renal crônica é considerada um problema de saúde pública em todo o
mundo, um estudo demonstra que cerca de 13% da população adulta nos Estados Unidos
apesentam algum grau de perda de função renal (BRASIL, 2014).
A IRC não contempla uma cura, entretanto se ocorre o diagnostico precoce e são aplicadas
condutas terapêuticas apropriadas, pode-se reduzir os custos e sofrimentos. O tratamento
definitivo indicado é o transplante renal, o qual é um processo demorado e, como alternativa
para se manter a vida, opta-se pelo tratamento dialítico contínuo (SBN, 2012).
Sendo a hemodiálise a principal forma de tratamento para pacientes com doença renal crônica
(DRC), estudos realizados têm demonstrado que o número de pacientes em terapia dialítica
teve um aumento significativo nos últimos oito anos (FRAZÃO et al., 2014).
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A hemodiálise é um tipo de tratamento substitutivo da função renal, utilizado para remover
líquidos e produtos do metabolismo do corpo quando os rins são incapazes de fazê-lo. Os
pacientes podem ser submetidos à diálise durante o resto de suas vidas ou até receberem um
transplante renal bem-sucedido (RAMOS et al., 2008).
O tratamento hemodialítico consiste em simular o processo fisiológico de filtração
glomerular, sendo baseado no mecanismo de difusão. Os pacientes são conectados a uma
máquina específica durante um período, podendo chegar a até 4 horas, em uma frequência
regular de três dias por semana (FRAZÃO et al., 2014).
É de extrema importância que o paciente tenha adesão ao tratamento e a todas as orientações
dadas associadas a hemodiálise. Para isso, ele deve aceitar e entender a doença como um todo,
tendo assim um efeito positivo na manutenção da saúde, qualidade de vida e sobrevida
(SGNAOLIN; FIGUEIREDO, 2012).
Assim, esse estudo tem como questionamento quais as dificuldades que o paciente encontra
na adesão ao tratamento de hemodiálise, cujas hipóteses levantadas foram: dificuldades
financeiras, déficit do nível de conhecimento sobre a patologia e o tratamento, distância do
local que se realiza a hemodiálise, desgaste emocional pela necessidade do procedimento
invasivo e demorado e a falta de apoio familiar.
Tem como objetivo geral a identificação na literatura das dificuldades que o paciente renal
enfrenta na adesão ao tratamento com hemodiálise, e como objetivos específicos: discorrer
sobre as dificuldades que o paciente renal enfrenta na adesão ao tratamento com hemodiálise,
evidenciar os fatores sociodemográficos de risco e proteção que auxiliarão na adesão dos
pacientes a uma terapêutica resolutiva, demonstrar a importância da educação em saúde aos
clientes, bem como evidenciar o papel do enfermeiro na sensibilização para a adesão ao
tratamento.
Justifica-se esse estudo pois o paciente que está sendo submetido a hemodiálise se depara com
diversos conflitos internos e externos que comprometem sua qualidade de vida, fazendo
necessário com que o profissional enfermeiro esteja presente nas sessões, realizando além da
coordenação da equipe, uma identificação das necessidades de cada paciente e uma educação
em saúde eficaz ao paciente e a sua família, sensibilizando para uma mudança de hábito e
consequentemente melhora na qualidade de vida (FRAZÃO et al., 2014.)
4
2. Referencial
2.1 Epidemiologia das Doenças Crônicas no Brasil
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) consistem em um dos maiores problemas de
saúde pública da atualidade, gerando um grande número de mortes prematuras, perda de
qualidade de vida, um alto grau de limitação e incapacidade para as atividades de vida diária,
além de consequências econômicas para os familiares, comunidades e a sociedade em geral.
Por ano, as DCNT correspondem por 36 milhões, ou 63%, das mortes, com ênfase para as
doenças do aparelho circulatório, diabetes, câncer e doença respiratória crônica (MALTA et
al., 2015).
Cerca de 45% da população relata ao menos uma doença crônica, sendo que as mulheres
apresentam mais DCNT que os homens. O diagnóstico médico de hipertensão arterial é
confirmado por uma a cada cinco pessoas adultas e sendo esta a patologia mais predominante
e frequente, está associada a desfechos mais graves, como doenças cardiovasculares (DCV)
fatais e não fatais, doenças cerebrovasculares e insuficiência renal (MALTA et al., 2015)
O diabetes mellitus também constitui um problema de saúde global, em 2010, com
prevalência estimada pela OMS, de 6,4% entre os adultos de 20 a 79 anos e um aumento
anual de 2,2%. Segundo a OMS, em 2008 o diabetes foi responsável por um milhão e
trezentos mil mortes e em torno de 4% das mortes prematuras (< 70 anos) (MALTA et al.,
2015).
É importante salientar estas doenças crônicas, pois segundo Higa et al., (2008) as principais
causas da IRC são a hipertensão arterial e o diabetes mellitus.
A Doença renal crônica acaba na doença renal crônica terminal (DRCT) ou estágio final da
doença renal, quando há perda evolutiva e irreversível da função dos rins, resultando em um
problema grave de saúde gerando um alto custo econômico e social, pois estes pacientes
necessitarão realizar terapia renal substitutiva na forma dialítica (hemodiálise e diálise
peritoneal) ou transplante para a manutenção de sua vida (MOURA et al., 2015)
2.2 A Insuficiência Renal Crônica e o Tratamento Hemodialítico
Os primeiros sintomas da IRC podem demorar anos para serem notados, demonstrando
grande capacidade adaptativa dos rins, o que permite que seres humanos se mantenham vivos
5
com apenas 10% da função renal. Quando a doença é instalada, ocorre um declínio das
funções bioquimicas e fisiológicas em todos os sistemas do organismo, secundária ao
acúmulo de catabólitos (toxinas urêmicas), alterações no equilíbrio hidroeletrolítico e ácido-
básico, hipovolemia, hipercalemia, acidose metabólica, hiperparatireoidismo,
hiperfosfatemia, anemia e distúrbio hormonal, retardo no crescimento, infertilidade, entre
outros (MACHADO; PINHATI, 2014).
O paciente com insuficiência renal crônica pode-se deparar em quatro estágios com grau de
lesão renal: a) reserva renal reduzida, onde ocorre uma taxa de filtração glomerular (TFG)
entre 35 a 50% do normal; b) insuficiência renal reduzida, com uma TGF entre 20 a 35% do
normal; c) falência renal, com TGF entre 20 e 25% do normal; e d) doença renal terminal,
com TGF abaixo de 20% do normal (MACHADO; PINHATI, 2014).
A hemodiálise consiste em um método de limpeza extracorpórea, o qual o sangue retirado por
meio de um acesso vascular (cateteres, shunts ou fístulas arteriovenosas), e colocado em
contato com uma solução de diálise por intermédio de um filtro especial que usa uma
membrana semipermeável sintética. Através desta membrana, acontecem trocas por difusão
(cerca de 90%), além de poder ocorrer filtração e trocas por convecção (DEUS et al., 2015).
O tratamento hemodiaítico consiste em um procedimento doloroso, monótono e limitado,
entretanto, necessário para a manutenção da vida, visto que faz a limpeza e purificação do
sangue, controle da pressão arterial, bem como ajuda a manter o equilíbrio de substâncias
químicas, como o sódio e o potássio (SANTOS et al., 2017).
Quando o paciente realiza esse tratamento, deve estar por três vezes nas semana em um
serviço especializado de nefrologia, durante um tempo que pode variar de três a cinco horas,
devendo se dedicar ao procedimento por um longo tempo, pois além das horas que fica na
máquina, muitas vezes é necessário mover-se longas distâncias até o hospital ou até a clínica
onde são realizadas as sessões (SANTOS et al., 2017).
Contemplando uma enfermidade que traz problemas fisicos e psicológicos ao paciente que a
vivencia, alterando completamente seu cotidiano de vida, além de representar um grande
problema social e econômico, fazendo com que haja mudanças que irão interferir no papel em
que o paciente exerce na sociedade (RUDNICKI, 2014).
Por mais que o tratamento fundamental para a doença renal crônica seja a hemodiálise, todo o
seu avanço tecnológico se torna ineficiente se o cliente não for acompanhado com atenção,
6
rspeito, fornecimento de informações adequadas e necessárias, bem como a empatia com a
dor e o sofrimento alheio por parte dos profissionais que o acompanham (SANTOS et al.,
2017).
2.3 Assistência de Enfermagem e Adesão dos Pacientes com Insuficiência Renal Crônica
ao Tratamento de Hemodiálise
Visto que a adesão ao tratamento de hemodiálise é bastante desgastante e os pacientes
possuem grandes deficuldades em manter e prosseguir com as diversas orientações dadas a
eles, é indispensavel a atuação do enfermeiro para promoção a saúde desta população
(MADEIRO et al., 2010).
Devendo a Enfermagem atuar com participações na realização das sessões dialíticas quando
essas forem indicadas, com previlegio de realizar ações durante os episódios de complicações
e na observação da progressão e resposta ao tratamento do cliente. Conscientizar os pacientes
sobre a importância da mudança no estilo de vida e comportamento, se faz de extrema
importância, sempre dando ênfase em suas restrições e atribuições no tratamento, consistindo
em uma estratégia de educação em saúde do enfermeiro para a prevenção de intercorrências
(SANCHO; TAVARES; LAGO, 2013).
Sendo o Enfermeiro um profissional embasado de conhecimentos científicos, deve utilizar de
seu papel de cuidador para a conscientização dos pacientes quanto as suas restrições e
atribuições no tratamento, criando um estímulo para mudanças de comportamento e
consequentemente prevenindo potenciais complicações, melhorando seu estilo de vida e por
conseguinte melhorando sua qualidade de vida (NOLETO et al., 2015). Sabendo que a
hemodiálise pode provocar repercurssões de várias intensidades na vida do paciente e seus
familiares, se torna fundamental a avaliação das condições físicas, emocionais e cognitivas
dos clientes, com a finalidade de realizar um plano de cuidados de enfermagem (LIMA et al.,
2010).
É necessário que o paciente conheca os fatores que envolvem a adesão ao tratamento com a
hemodiálise, que aceite e reconheça a importância do tratamento proposto, para que assim ele
possa prosseguir com as orientações dadas reduzindo as complicações da doença renal crônica
e melhorando suas condições clínicas, além de conferir uma maior autonomia na busca das
alternativas de superação das dificuldades possibilitando o indivíduo a se adaptar à nova
condição de saúde (MACIEL et al., 2015).
7
3. Procedimentos Metodológicos
Essa pesquisa foi realizada através de uma revisão integrativa da literatura brasileira e
objetivou reunir e sintetizar resultados de vários estudos publicados sobre as dificuldades que
os pacientes encontram para adesão ao tratamento hemodialítico bem como a atuação do
enfermeiro nesse contexto.
Para elaboração do trabalho, foi utilizado um protocolo da revisão integrativa executado com
as seguintes etapas. 1) identificação da questão norteadora da revisão, 2) definição dos
objetivo 3) estabelecimento das estratégia de busca (base de dados eletrônica, descritores e
cruzamentos), 4) seleção dos estudos (critérios de inclusão e exclusão), 5) estratégia para a
coleta e dados, 6) estratégia para a avaliação crítica dos estudos e síntese do estudo.
O levantamento dos artigos foi realizado em Julho de 2018, nas seguintes bases de dados:
Base de dados em Enfermagem (BDENF), Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciências da Saúde (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
(MEDLINE) através dos descritores em Ciência da Saúde (DeCs): Hemodiálise, Adesão ao
tratamento e Assistência de enfermagem.
Na seleção dos estudos, como critério de inclusão foram utilizadas as publicações em que: os
textos estivessem completos, de modo que o conteúdo pudesse ser lido na íntegra online;
estudos publicados na língua portuguesa; artigos publicados entre os anos de 2013 a 2017; e
artigos que possuíam afinidade com a questão norteadora da pesquisa. Como critérios de
exclusão estabeleceram-se: artigos não disponíveis; publicados em inglês, espanhol; revisões
da literatura e que fugiam do tema proposto.
Dessa forma o presente artigo visa responder a seguinte questão norteadora: Como o
enfermeiro pode contribuir para a maior adesão do paciente renal crônico à hemodiálise?
4. Resultados e discussões
Ao cruzar os descritores hemodiálise and adesão ao tratamento e hemodiálise and assitência
de enfermagem, foram encontrados 81 artigos, dos quais foram analisados 10 artigos que
atenderam aos critérios de inclusão previamente estabelecidos. A seguir, um panorama geral
dos artigos avaliados.
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Tabela 1: Quantitativo de estudos selecionados por base de dados
Base de dados Encontrados Não atenderam aos critérios
de inclusão
Selecionados para o trabalho
BDENF 29 27 2
LILACS 44 36 8
MEDLINE 8 8 0
Fonte: Dados da pesquisa, 2018.
Tabela 2: Panorama dos artigos avaliados
Título Ano Objetivos Resultados
A adesão de
indivíduos em terapia
hemodialítica.
2013 Analisar os indicadores de adesão
relacionados com o perfil
sociodemográfico de indivíduos
submetidos ao tratamento
hemodialítico.
Os indivíduos casados com idade
acima de 60 anos, analfabetos, ou
ensino fundamental incompleto, com
tempo de tratamento entre um a cinco
anos adotaram maior quantidade de indicadores de adesão; indivíduos com
renda superior a cinco salários mínimos
aderiram a menos indicadores.
A sala de espera
como espaço de
educação e promoção
de saúde à pessoa
com insuficiência
renal crônica em
hemodiálise.
Relatar experiência educativa em
sala de espera com pacientes
renais crônicos, descrevendo os
temas solicitados pelos pacientes,
à aderência desta abordagem
educativa na hemodiálise e o
envolvimento da equipe de
enfermagem como agente
promotora de educação em saúde.
O projeto sala de espera atingiu
pacientes e familiares, possibilitando
trocas de informações entre a tríade
pacientes/familiares/profissionais de
saúde Entretanto, para a concretização
deste projeto houve limitações
definidas pela própria instituição,
impactando esta realidade na
assistência de enfermagem em ato.
Avaliação psicológica
na aderência
terapêutica de
tratamento
hemodialítico.
Avaliar aderência terapêutica no
contexto do tratamento
hemodialítico auxiliada pela avaliação psicológica como
estratégia metodológica.
Observou-se uma aderência média de
55,97% (±18,37%) e uma associação
significativa (p < 0,05) com algumas escalas do IMEP. Assim, os pacientes
mais aderentes apresentaram-se mais
otimistas, buscando adaptar-se,
processando dados objetivos e
simbólicos, estabelecendo
relacionamentos gregários e flexíveis.
Estas características explicaram 37,9%
da variação da pressão arterial pré-
diálise. O IMEP discriminou diferentes
níveis de aderência, sendo que o uso de
diferentes indicadores mostrou-se
importante na avaliação da aderência. Os níveis de aderência observados
conformam-se ao registrado pela
literatura.
Sentimentos de
pessoas renais
crônicos e
interferências em
atividades sociais
Relacionar sentimentos
mencionados por pacientes renais
crônicos em hemodiálise
referentes a problemas de saúde
física e emocional e interferências
em atividades sociais.
Os resultados mostram que tanto a
doença crônica quanto o tratamento
dialítico, interferem na saúde física,
emocional e nas atividades sociais de
que participam, em graus variados.
9
Tabela 2: Panorama dos artigos avaliados – CONTINUAÇÃO 1
Título Ano Objetivos Resultados
Adesão ao tratamento
dietoterápico sob a
ótica dos pacientes
com doença renal
crônica em
hemodiálise.
2014
Identificar os determinantes da
adesão ao tratamento
dietoterápico dos pacientes com
Doença Renal Crônica, atendidos
no Serviço Especializado em
Hemodiálise de um hospital da
região metropolitana de Goiânia-Goiás.
Os resultados foram agrupados em
categorias: a) dietoterapia em
hemodiálise – Todos os entrevistados
referiram dificuldades de seguir a
restrição quantitativa e qualitativa da
alimentação, principalmente de
líquidos; b) tempo de hemodiálise – Ao longo dos anos, a maioria dos
entrevistados voltou a consumir
alimentos sem restrições; c) fatores
psicossociais – As respostas
emocionais e sociais foram
representações de ameaças à saúde em
virtude do tratamento dietoterápico e
dialítico.
Tornando-se
proficiente: o
saber/fazer do
enfermeiro de
hemodiálise
Genesis de Souza Barbosa e
Glaucia Valente Valadares.
Da análise emergiu o fenômeno
"Tornando-se proficiente: o saber/fazer
do enfermeiro de hemodiálise", que se
forma a partir da junção das categorias:
"(Re) Estabelecendo seu modo de fazer
em hemodiálise" e "Dominando o cenário tecnológico".
Adesão ao tratamento hemodialítico:
percepção dos
pacientes renais
crônicos.
2015
Identificar fatores que interferem na adesão ao tratamento
hemodialítico na percepção dos
pacientes renais crônicos
Os principais fatores que influenciaram na adesão foram: dificuldade de
transporte, déficit de conhecimento
sobre a doença, limitações do
tratamento, transtornos vivenciados nas
sessões de hemodiálise, controle das
taxas pelos exames laboratoriais, fé,
máquina de hemodiálise e suporte
social.
Fatores associados à
qualidade de vida de
Pacientes renais
crônicos em hemodiálise.
2016
Identificar fatores
sociodemográficos e clínicos
associados à qualidade de vida
relacionada à saúde de pacientes renais crônicos em hemodiálise.
Os fatores sociodemográficos e
clínicos associados à melhor QVRS
encontrados foram: sexo masculino,
menor idade, etnia negra, parceiro fixo, maior escolaridade, praticante de
religião, altos níveis séricos de
albumina e de hematócrito. O cotidiano da mulher
em hemodiálise. Compreender o cotidiano da
mulher em hemodiálise.
A análise compreensiva desvelou 3
unidades de significado: ser portadora
de doença renal crônica e enfrentar a
hemodiálise, a hemodiálise e suas
reações, o cotidiano da mulher em
tratamento por hemodiálise Foram
percebidos sentimentos de medo e
rejeição. Todavia, a religião e a família
se mostraram importantes na aceitação
e esperança durante o tratamento.
10
Tabela 2: Panorama dos artigos avaliados - CONTINUAÇÃO 2
Fonte: Dados da pesquisa, 2018.
Dentre os artigos incluídos na revisão integrativa, em relação ao ano de publicação, 04 foram
publicados em 2013, 02 em 2014, 01 em 2015, 02 em 2016 e 01 em 2017. Em relação ao tipo
de delineamento de pesquisa dos artigos avaliados, foi evidenciado que: 05 constituem de
estudos quantitativos e 05 de estudos qualitativos.
Os estudos selecionados evidenciaram que vários aspectos influenciam na manutenção a
adesão e qualidade de vida dos pacientes com insuficiência renal que são submetidos à
hemodiálise. Partindo do ponto dos fatores sociodemográficos, foi revelado em um estudo
realizado por Fukushima et al., (2016) que os fatores sociodemográficos e clínicos associados
à melhor qualidade de vida relacionada a saúde encontrados foram: sexo masculino, menor
idade, etnia negra, parceiro fixo, maior escolaridade, praticante de religião, altos níveis séricos
de albumina e de hematócrito.
Foi identificado que os homens mostraram melhor qualidade de vida no quesito saúde
comparado as mulheres, mostrando-se mais positivos em relação aos problemas, função
sexual, dor, saúde geral, função emocional, energia/fadiga, e componente mental. Já as
mulheres obtiveram um melhor entendimento da qualidade de vida em relação a saúde no
aspecto de qualidade de interação social.
Em relação à idade, foi observado que os participantes com idade menos avançada tiveram
agravos à qualidade de vida em relação a saúde, com diferenças decisivos nas compreensões
da função cognitiva, funcionamento físico, e componente físico. Quanto ao estado conjugal, a
função sexual foi o aspecto em que os respondentes sem parceiro fixo tiveram melhor
Título Ano Objetivos Resultados
Qualidade de vida de
pacientes com
insuficiência renal em
tratamento
hemodialítico.
2017
Avaliar a qualidade de vida de
pessoas com Insuficiência Renal Crônica em tratamento
hemodialítico por meio do
instrumento KDQOL-SF™1.3.
Houve predomínio de mulheres 33
(50,8%). As dimensões do KDQOL-SF™1.3 com menores escores foram:
função emocional (41,54), função
física (29,62), sobrecarga da doença
renal (53,56) e papel profissional
(33,08). Maiores escores foram: função
social (87,12), dor (74,23), estímulo da
equipe de diálise (90,58) e função
cognitiva (87,38). A qualidade de vida
dos pacientes apresenta-se
comprometida em diversos aspectos
avaliados pelo KDQOL-SF™1.3.
11
entendimento que os com parceiro fixo (FUKUSHIMA et al., 2016). Diferente de outro
estudo, realizado por Beuter et al., (2013) onde evidenciou que grande parte dos indivíduos
casados tiveram mais de dois indicadores de adesão ao tratamento hemodialítico.
Quanto à escolaridade, os indivíduos com grau mais elevados de escolaridade tiveram melhor
qualidade de vida em relação a saúde que os respondentes que tinham até o ensino
fundamental incompleto (FUKUSHIMA et al., 2016). Entretanto em outro estudo realizado
por Beuter et al., (2013) identificou-se que os clientes analfabetos ou com ensino fundamental
incompleto tiveram mais indicadores de adesão ao tratamento hemodialítico que os indivíduos
com níveis mais altos de escolaridade, bem como os indivíduos com renda superior a cinco
salários mínimos aderiram a menos indicadores.
O estudo de Beuter et al., (2013) mostra que as condições socioeconômicas não são fatores
determinantes de adesão, pois os indivíduos desta pesquisa que possuíam renda mais elevada
não influenciaram para uma maior quantidade de indicadores de adesão. Porém, acredita-se
que algumas particularidade são relevante: como baixo nível socioeconômico, baixo nível
educacional, desemprego, falta de rede efetiva de suporte social, longa distância do local de
tratamento, custo da medicação, desestrutura familiar, cultura e crenças sobre a doença e o
tratamento.
Em relação à religião, os indivíduos que fazem parte de alguma religião tiveram melhor
qualidade de vida em relação a saúde em comparação com os que não pertence nenhuma
religião, com controle na qualidade da interação social (FUKUSHIMA et al., 2016).
Já ao tempo de tratamento o estudo demonstra que quanto mais tempo de tratamento, os
indicadores de adesão são menos adotados pelos clientes, sabendo que um tratamento como a
hemodiálise não é de fácil aderência, pois o mesmo traz restrições e modificações no
cotidiano, interferindo na liberdade do cliente (BEUTER et al., 2013).
Ainda em relação ao tempo, sobre a dietoterapia na hemodiálise, que deve ser seguida com
toda cautela, todos os participantes relataram ter recebido orientações para reduzir o consumo
de determinados alimentos e líquidos no inicio da hemodiálise, entretanto todos sentiram
dificuldades em segui-las, principalmente em relação a quantidade e qualidade, aderindo
parcialmente as orientações, e com o passar do tempo a maioria dos entrevistados voltaram a
consumir os alimentos sem restrições impostas pelo tratamento e ate mesmo sem reduzir a
quantidade imposta de alimentos ingeridos (SILVA; BUENO, 2014).
12
Sobre os fatores que interferem na adesão ao tratamento hemodialítico, Maciel et al (2015),
expõe os seguintes fatores: dificuldade de transporte, déficit de conhecimento sobre a doença,
limitações do tratamento e transtornos vivenciados nas sessões de hemodiálise.
O transporte para o centro de hemodiálise foi uma dificuldade encontrada, pois os pacientes
possuem dificuldades financeiras para arcar com essa despesa já que o município nem sempre
disponibiliza um veículo, com isso, o transporte interfere nas faltas e atraso na hemodiálise
(MACIEL et al., 2015).
Outra dificuldade foi em relação ao conhecimento do pacientes sobre sua patologia
restringindo-se apenas as causas implícitas e uma compreensão básica sobre a doença,
ocasionando um maior índice de abandono ao tratamento (MACIEL et al., 2015).
As frequentes sessões da hemodiálise e a mudança no estilo de vida, como às restrições
exigidas pelo tratamento no que se refere à dieta e à ingesta hídrica, são vistos pelos clientes
negativamente na terapia, pois exige uma mudança radical desestabilizando sua vida e de
outras pessoas. Os transtornos vivenciados na hemodiálise também são fatores que deixa o
paciente insatisfeito com o tratamento, apesar da máquina ser considerada importante para sua
vida ela também e vista como algo que os tomam reféns dela e de um tratamento obrigatório e
doloroso (MACIEL et al., 2015).
Ainda sobre os fatores que interferem no tratamento hemodialítico, em um estudo realizado
por Silva et al., (2017), foi evidenciado que a qualidade de vida relacionada à saúde destes
pacientes encontra-se comprometida em diversas dimensões avaliadas, tanto em suas funções
físicas, emocionais, sociais, bem estar emocional, energia/fadiga, e saúde geral, bem como o
estudo de Mayer et al., (2013).
Na dimensão sobrecarga da doença renal, foi visto que os pacientes renais crônicos, além de
enfrentar problemas físicos e psicológicos advindos da patologia, gastando bastante tempo
envolvidos com as sessões de hemodiálise e com os cuidados domiciliares necessários,
possuiam um sentimento de empecilho para seus familiares (SILVA et al., 2017)
Outra questão importante evidenciada na pesquisa foi o baixo escore relacionado ao papel
profissional, demonstrando um grande problema relacionado à situação profissional, na qual a
maior parte dos pacientes com IRC não possuem condições de trabalhar devido a grande
carga pelo tratamento hemodialítico (SILVA et al., 2017).
13
Em outro estudo realizado por Martins, Alchieri (2013), onde buscou avaliar respostas
comportamentais da aderência terapêutica ao tratamento hemodialítico, aos resultados, na
autoavaliação dos pacientes, 65% avaliaram positivamente sua aderencia, enquanto 35%
relataram uma aderência menos efetiva. Ao investigar a relação entre a adesão ao tratamento e
os estilos de personalidade, foi visto que aqueles entrevistados mais aderentes possuiam uma
maior extroversão, comunicabilidade e firmeza, apresentando-se mais otimistas, buscando a
adaptação, com relacionamentos em grupos e flexiveis, características que os fazem ter um
relacionamento mais saudável e forte em sua rede de apoio social.
Em um estudo realizado por Silva, Bueno (2014), em relação aos fatores psicossociais, os
entrevistados sentiam sensações de medo, angustia e fragilidade durante a terapia dialítica,
sensação de privação de liberdade e limitações em seu dia a dia, que o atrapalham de sair,
viajar, socializar.
Ainda sobre os sentimentos os quais passam estes pacientes, um estudo realizado por
Salimena et al., (2016), onde buscou compreender o cotidiano da mulher em hemodiálise,
foram percebidos sentimentos de medo, insegurança, desespero e rejeição, principalmente no
inicio do tratamento, pois o diagnóstico da doença renal crônica abala muito os indivíduos e
seus familiares, com uma probabilidade de atingir o convívio social da pessoa e provocar
agravos físicos e emocionais. Além de precisar acostumar com a ideia da suspensão de suas
atividades profissionais, com a convicção de que não existe cura, e com as modificações
evidentes em sua rotina, já que um grande período do seu tempo será no hospital.
A restrição em relação ao trabalho pode causar graves problemas sociais e psicológicos se a
limitação estiver ligada a sentimentos de incapacidade, inutilidade e ociosidade. Outra
preocupação que aparece é o medo de ser um fardo para seus familiares no que desrespeite a
questão financeira, além de ter suas viagens e passeios limitados por causa do compromisso
impostos pela hemodiálise, o que também acarreta um agravo no quadro psicológico e
redução da sua qualidade de vida (SALIMENA et al., 2016).
Analisando o papel do enfermeiro para com estes clientes, em um estudo realizado por
Barbosa, Valadares, (2014) em que buscou descrever atitudes e práticas de enfermeiros de
hemodiálise na trajetória percorrida na especialidade, destaca-se a importancia do pensamento
crítico em relação a interação com o cenário, profissionais e clientela, bem como a
14
especialização realizada pelos enfermeiros, buscando focalizar o cliente, antes de tudo, como
um ser sistêmico.
O conhecimento prático que proporciona ao enfermeiro realizar suas atividades assistenciais
de forma produtiva, associada às vivências e, a partir delas, às interações que presidem a
importância conferido à essa prática, contribuindo para que o profissional atue de forma
segura, em relação a compreensão das demandas do cenário e dos pacientes em hemodiálise
(BARBOSA; VALADARES, 2014).
Já em relação ao "Dominando o cenário tecnológico" o enfermeiro já é adaptado ao cenário e
preparado para atender as imposições nela contidas. Quando o enfermeiro domina os
equipamentos, pode atuar com maior desempenho em suas atividades no que se refere a um
cuidado resolutivo em relação às demandas dos pacientes sob sua assistência (BARBOSA;
VALADARES, 2014).
Além do pensamento crítico e um conhecimento prático, se faz de grande importancia
atividades de educação em saúde a esse publico, buscando a conscientização e participação
dos mesmos na sua terapêutica e qualidade de vida. Assim, em um estudo realizado or Silva et
al., (2013), foram desenvolvidas atividades de educação em saúde por academicos do curso
de enfermagem e nutrição com pacientes com DRC e seus acompanhantes presentes. Foram
abordados 3 temáticas: cuidados com a fístula artério-venosa; controle do ganho de peso
interdialítico; cuidados com o cateter de duplo lúmem; controle de potássio; bem como
lavagem das mãos e da fístula.
As atividades se mostraram de grande enriquecimento para todos presentes
(profissionais/acadêmicos/publico alvo), interagindo uns com os outros e trocando
experiencias, além de permitir o desenvolvimento de habilidades que possibilitaram lidar com
seus valores, medos, angustias ao cuidar do proximo, fortalecendo sua capacidade em cuidar
do priximo com um olhar mais humanizado, desenvolvendo assim habilidades relacionadas a
comunicação e interação onde a assistência ao paciente com IRC em hemodiálise vai além das
máquinas e das atividades administrativas (SILVA et al., 2013).
A sala de espera possibilitou a troca de conhecimentos, reconhecimento da realidade
sociocultural, como também crenças e a expressão dos sentimentos dos participantes, o que
pode proporcionar aos integrantes um sentimento de coesão e segurança, podendo a
enfermagem desenvolver uma sensação de bem estar, esperança, aquisição de confiança,
15
melhor adaptação à doença, liberdade e autonomia aos pacientes para realizar escolhas sábias
e que beneficiem uma melhoria da qualidade de vida como resultado (SILVA et al., 2013).
Contudo, após análise dos estudos selecionados pode se concluir que diversos fatores podem
interferir na terapia do paciente hemodialítico, desde os déficits de conhecimento sobre a
doença, limitações do tratamento, bem como transtornos biopsicossocias, precisando que os
profissionais Enfermeiros estejam preparados para lidar com esta clientela, intervindo
positivamente na situação biopsicossocial do cliente e o ajudando a melhorar a sua qualidade
de vida.
5. Considerações finais
A revisão integrativa realizada respondeu aos objetivos propostos, apresentando os fatores
que influenciam na adesão ao tratamento de pacientes em hemodiálise, bem como o papel do
enfermeiro nessa questão.
Das hipóteses relacionadas na pesquisa, apenas a falta de apoio familiar não foi diretamente
citada, porém foi visto a importância do suporte familiar, bem como o medo e o sentimento de
impecilho dos pacientes com as familias.
A revisão apresentou como fatores que influenciam na adesão ao tratamento o déficit de
conhecimento sobre a patologia e o tratamento, distância do local que se realiza a
hemodiálise, dificuldades financeiras, transtornos vivenciados nas sessões de hemodiálise,
desgaste emocional pela necessidade do procedimento invasivo e demorado e a falta de apoio
familiar.
Com relação ao papel do enfermeiro, este deve estudar os fatores individuais de cada paciente
para que os cuidados sejam adequados em cada caso. Dessa forma sua intervenção será mais
resolutiva.
Os cuidados de enfermagem devem abranger não só o cuidado físico, como também o
psicológico e espiritual do paciente, visto que estes passam por um turbilhão de sentimentos
(SANTOS; ROCHA; BERARDINELLI, 2011).
O enfermeiro possui um papel fundamental, porque, apesar de a educação do cliente com
DRC ser um compromisso de toda a equipe de saúde, esse profissional é o componente da
equipe que atua de modo mais constante e mais próximo desses pacientes. Portanto, ele deve
16
estar capacitado para identificar as necessidades dos clientes e intervir de forma eficaz
(SANTOS; ROCHA; BERARDINELLI, 2011).
Santos, Rocha, Berardinelli (2011), ainda afirma que é o enfermeiro que, através do cuidado
de enfermagem, planeja intervenções educativas junto aos clientes, de acordo com a avaliação
que realiza de cada um, visando ajudá-los a reaprender a viver com a nova realidade e a
sobreviver com a doença renal crônica.
Conclui–se, neste trabalho, que é imprescindível a orientação de enfermagem para a qualidade
de vida desses pacientes, em termos de bem-estar físico, emocional/intelectual e espiritual.
Acredita-se que a presente pesquisa possa contribuir consideravelmente para a construção de
novos conhecimentos, pois analisa e evidencia as diferentes esferas que podem interferir na
qualidade de vida dos indivíduos, podendo assim auxiliar os profissionais da saúde, servindo
como instrumento em uma prática assistencial que realmente enxerge as várias dimensões do
cuidado a pacientes com insuficiência renal submetidos à hemodiálise.
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