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Nunes CCapela
I. O surgimento do mito
O famoso julgamento de Páris trata‐se de um dos mais importantes, e certamente
mais conhecidos e tradicionais, contos da mitologia grega.
No fundo, traduz um “começo”, uma “iniciação” para a Guerra de Troia.1
Não há certezas quanto a alguns aspetos, mais detalhados, do que realmente se
passou neste julgamento, uma vez que, tratando‐se de um conto mitológico, os
mesmos variam consoante a fonte da informação.
Desde logo, na “Ilíada” há uma referência a este julgamento, tentando demonstrar que
o episódio que iria começar era familiar por parte do público.
Além desta, temos uma versão mais desenvolvida na “Cypria”, obra épica, de forma
mais dramática.
Escritores mais recentes contam a história de modo irónico e cético.
O surgimento deste mito remonta ao século VII A.C., em Olímpia, consistindo
essencialmente na seguinte cronologia de factos: Hermes tinha levado para
Alexandria, Páris, o filho de Príamo, para que este julgasse a beleza das deusas.
A expressão utlizada para demonstrar a “função” de Páris ficou para a história: “Aqui
Hermes, levando Páris a Alexandria, para que possa arbitrar sobre a beleza de Hera,
Atena e Afrodite”.
Uma das artes que favoreceu imenso este mito foi a pintura.
Diversos pintores viam neste mito a possibilidade de elaborarem pinturas de mulheres
nuas no renascimento.
Antes disto, e já no século VI A.C. faziam‐se as pinturas em vaso.
E assim com a literatura, a gravura, a pintura…
…se perpetuou a história.
II. A vida de Páris
Pouco antes de nascer, a sua mãe, rainha Hécuba, teve um sonho profético: daria à luz
uma “tocha” que incendiaria toda a cidade.
Houve quem aconselhasse a mulher a matar a criança, mas ela não o fez pois preferiu
simplesmente abandoná‐la após o nascimento.
Contudo, quem ficou encarregue de tal cruel tarefa preferiu, em vez de a cumprir,
recolher a criança e criá‐la de modo secreto.
1 A Guerra de Troia foi uma enorme conflito bélico entre gregos e troianos, que possivelmente terá ocorrido, estima‐se, entre 1330 A.C: e 1200 A.C.
Assim, anos depois, Páris tornou‐se pastor e protetor dos rebanhos no Monte Ida,
perto de Troia.
Daí surge o seu outro nome, “Alexandre”, como aquele que protege os homens.
Páris ficou “famoso” por vencer diversos jogos atléticos na cidade de Troia e foi, deste
modo, reconhecido, pela irmã Cassandra que tinha dons proféticos, e finalmente
aceite pelos seus pais: Príamo e Hécuba.
Essencialmente, durante as suas viagens ao monte Ida conheceu Enone, uma ninfa
filha do deus‐rio Cebren que tinha o dom da adivinhação.
Casaram e tiveram uma filha.
Um tempo depois, Heitor enviou Páris numa expedição à Grécia.
Enone disse‐lhe novamente que se fosse, apaixonar‐se‐ia por uma estrangeira e a
abandonaria a ela e ao filho, gerando mais tarde, uma guerra onde Páris ficaria
gravemente ferido.
Heleno, irmão gémeo de Cassandra, que também era vidente, previu que a viagem
resultaria numa catástrofe.
Foi durante sua estadia em Esparta que ele conheceu Helena, considerada a mulher
mais bela do mundo.
Mas vamos ao mito do julgamento de Páris
III. O julgamento de Páris
Conta‐nos este mito que, para comemorar o casamento de Peleu e Tétis, Zeus resolveu
oferecer um banquete em favor destes.
No entanto, Eris, deusa da discórdia, não foi convidada, uma vez que Zeus considerava
que faria da festa um momento desagradável.
Éris representa a discórdia, que divide deuses e os homens, em que a alegria dos
outros a entristece e a felicidade deles é para si dolorosa.
Esta deusa não gostou da situação pelo que chegou à festa com uma maçã de ouro do
Jardim das Hésperides2 e nessa maçã estava escrito “Para a mais bela”.
Depois, sucedeu que três deusas quiseram para si a maçã, especificamente, Hera,
Atena e Afrodite.
Havendo um “confronto”, um “litígio”, uma “contenda”, pediram estas a Zeus para
julgar qual delas merecia mais.
2 O jardim das Hésperides, na mitologia grega, foi considerado a “morada” de diversas ninfas. Estava situado nas margens do rio Oceando e era guardado sempre por um dragão.
Contudo, Zeus, talvez por considerar que não seria imparcial no modo de julgar a
causa, considerou que quem o faria seria Páris: um mortal de Troia.
Na mitologia Grega, Páris (conhecido como Alexandre também) era dos mais novos
filhos do rei Príamo de Troia.
Era então muito novo quando foi escolhido.
A escolha foi justificada dizendo‐se que Páris tinha já anteriormente demonstrado a
sua lealdade num concurso em que Ares tinha derrotado o touro premiado, e Páris
(pastor‐príncipe) sem hesitar, entregou o prémio ao deus.
Assim, acompanhadas por Hermes, como guia, as três deusas candidatas, foram ver
Páris sobre o Monte Ida.3
Cada uma das candidatas tentou subornar Páris com os seus poderes: Hera ofereceu‐
se desde logo para o fazer rei da Europa e da Ásia; Atena ofereceu‐lhe sabedoria e
habilidade na guerra e, por fim, Afrodite demonstrou‐se disponível para lhe oferecer a
mulher mais bonita do mundo: Helena de Esparta.
Helena era filha de Zeus e Leda.
Sendo considerada a mais bela, foi muito nova logo raptada pelo herói Teseu e levada
para Atenas onde foi resgatada.
Helena foi considerada filha de Zeus de modo a se assimilar uma divindade feminina
pré‐helénica a uma divindade masculina‐europeia.
Páris acabou por aceitar o último presente: o de Afrodite, atribuindo‐lhe a maçã.
Deste modo, recebeu Helena e os gregos ficaram especialmente insatisfeitos com a
situação.
Desde Eurípedes que o mito tem sido encarado como um confronto entre os subornos
oferecidos por cada deusa.
Pensa‐se que objetivamente quem era mais bonita era Hera e não Afrodite4.
Contudo, a deusa mais bonita era a deusa da ordem civil e das esposas traídas pelos
maridos.
Foi descrita como esposa ciumenta quanto a Zeus, que este não conseguia controlar.5
Hera tinha caraterísticas de fidelidade e castidade, sendo modesta, isto enquanto Páris
a observava para decidir a qual das três entregar a peça de fruta.
3 O monte Ida, conhecido também como Idha, Idi e Psilorítis, é a montanha mais alta da ilha de Creta, na Grécia. Localiza‐se na unidade regional de Retismo, considerando‐se sagrada, e nas suas encostas está a caverna onde Zeus teria nascido. 4 Deusa do amor, com o dom da paixão. 5De acordo com uma tradição sugerida por Alfred J. Van Windekens.
Afrodite conseguiu “vencer”, pois era a deusa da sexualidade e foi mais charmosa do
que ela e sensual, convencendo Páris que seria ela a mais bela.
Quanto a Atena, os gregos descreviam‐na como não tendo beleza alguma e dizendo
mesmo que se trata de um ser “assexuado” para demonstrar isso mesmo.
Era semelhante a um ser masculino no sentido em que superava as suas fragilidades
femininas para se tornar sábia e talentosa na guerra.
Assim, apesar de trivial, a decisão de Páris foi bastante importante para o
desenvolvimento da Guerra de Troia, tendo Atena6 participado diretamente no
conflito.
A escolha do herói apresenta um papel claramente metafórico, em que a este é
proposta uma escolha entre dons físicos e atributos mentais, altura em que Páris
parece favorecer o amor ou o sexo em detrimento da riqueza ou da sabedoria.
Helena foi levada para Troia, tornando‐se amante de Páris, e vítima da promessa de
Afrodite, o que originou então o mais famoso conflito da Grécia Clássica.
Na mitologia é frequente o tema da mulher causadora de infelicidade.
Tudo isto sucedeu porque Páris deixou então o seu rebanho e os pastos e foi para
Esparta, convencido absolutamente de que conquistaria o coração de Helena.Não
tendo qualquer consideração pela hospitalidade oferecida pelo marido desta, raptou‐
a, o que provocou a indignação geral de toda a população grega, que se juntaram para
o combater.
Deste modo, um exército bem constituído partiu em direção às muralhas de Troia, e os
confrontos por Helena duraram cerca de dez anos.
Nestes combates, Atena favoreceu os heróis Gregos.
Aparecia, diversas vezes e de diferentes modos, para os ajudar a alcançar a vitória
sobre os Troianos.
O que se passou foi então que a Guerra de Troia, de acordo com o mito, viria a ser
causada por um simples evento, “O julgamento de Páris”.
Muitas têm sido as obras de arte que figuram o julgamento de Páris.
Um dos julgamentos com consequências mais mortíferas!
Aqui ficam algumas dessas obras de arte.
6 Tal facto deveu‐se aos seus dotes físicos associados ao sexo masculino e à sua sabedoria.
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Infografia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Julgamento_de_P%C3%A1ris
http://mitologia.blogs.sapo.pt/52794.html
http://mitoshistoricos.blogspot.pt/2008/10/o‐julgamento‐de‐pris‐atena.html
https://viciodapoesia.com/2013/09/10/o‐julgamento‐de‐paris‐lenda‐e‐pintura/
https://prezi.com/ulzohlijoo_m/o‐julgamento‐de‐paris‐e‐um‐mito‐que‐teve‐origem‐
na‐antiga‐gr/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Helena_(mitologia)
http://oportugues.freehostia.com/espacomais/copiadeaclncomcorreccoes/p5.htm