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12 Setembro · 2016
AMIGOS DA CANA
O maestro LandellMARCOS LANDELL CUIDA DA AFINAÇÃO E DA HARMONIA
DE UM DOS PRINCIPAIS PROGRAMAS DE PESQUISAS
COM CANA-DE-AÇÚCAR DO PAÍS, O DO IAC
Marcos Landell, pesquisador e garoto-propaganda da inovação no manejo varietal
Clivonei Roberto e Luciana Paiva
E ntre o inal da década de 1980 e iní-
cio dos anos de 1990, não era raro
um caminhão levando dezenas de
trabalhadores rurais estacionar à margem
da rodovia Antonio Duarte Nogueira, pró-
ximo à Fazenda Experimental de Ribeirão
Preto, para dar carona a Marcos Guimarães
de Andrade Landell, jovem pesquisador
do Instituto Agronômico (IAC), da Secreta-
ria de Agricultura e Abastecimento do Es-
tado de São Paulo.
Viajar na boleia do caminhão não era
problema para Landell. Apaixonado pelas
pesquisas, não media esforços para acom-
panhar de perto os experimentos com ca-
na-de-açúcar. Se as usinas eram o melhor
campo de aprendizado, então era para lá
que Landell se dirigia.
Era uma época em que a cultura ca-
navieira perdia em importância dentro do
IAC. Apesar da tradição do Instituto em
cana-de-açúcar, que vem desde o inal do
Século XIX, sua seção de cana havia sido
fechada em 1989, e apenas persistiam al-
gumas ações isoladas, tocadas em dife-
rentes pontos do estado. Em Ribeirão Pre-
to, além de não haver veículo próprio para
ir até os ensaios, Landell praticamente to-
cava sozinho na região alguns projetos em
cana.
Desde quando cursava Agronomia
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na Unesp (Universidade Estadual Paulista)
de Jaboticabal, onde também ingressou no
Mestrado em Produção Vegetal, Landell já
tinha uma clareza: queria ser pesquisador.
Seu sonho começa a virar realidade em
1981, quando passou no concurso para
pesquisador no IAC. No primeiro ano, de-
dicou-se mais a estudos na área de nutri-
ção, na sede da instituição, em Campinas.
Depois começou a participar de atividades
de melhoramento genético e em 1983 tor-
nou exclusivo dessa área.
Trabalhava na Seção de Cana-de
-açúcar. Um departamento que estava em
processo de esvaziamento, com muitos
pesquisadores se aposentando ou saindo.
Landell era dos poucos novos pesquisado-
res. “Havia certo desânimo no IAC em tra-
balhar com cana naquele momento. Ape-
sar de ser o boom do Proálcool, naquela
época a Copersucar e o Planalsucar eram
muito fortes. Tinham centenas de pesqui-
sadores, enquanto o IAC havia contratado
três novos pesquisadores para repor ou-A paixão pelas pesquisas com cana-de-açúcarfoi determinante em sua proissão
Participar de apresentações divulgando a importância do melhoramento genético e acompanhar o trabalho realizado por usinas e produtores é rotina para Landell
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tros três que haviam saído”, relembra.
Já conquistado pela cultura canaviei-
ra, Landell participou de um projeto cha-
mado Pró-Oeste, que visava expandir a
cultura no Oeste do estado. Conseguiu,
junto ao IAC, autorização para o doutora-
do, que fez em Jaboticabal, em Produção
Vegetal, mas com orientação em Melhora-
mento Genético de Cana-de-açúcar.
Em 1987 pediu transferência para a
unidade ribeirão-pretana do IAC. No en-
tanto, esse cenário no Instituto, de pou-
ca valorização à cultura canavieira, colo-
cou o jovem pesquisador em um dilema:
era apaixonado pelo mundo das pesqui-
sas, mas havia sido convidado para traba-
lhar na iniciativa privada, por um salário
tentador. O que fazer???
Para a sorte da canavicultura, Landell
colocou a paixão em primeiro lugar, optou
por continuar no IAC. Ainal, não poderia
abrir mão de seus ideais. Porém, se impôs
um desaio: “não iria me enterrar no fun-
cionalismo público e me acomodar na es-
tabilidade do cargo, iria desenvolver fer-
ramentas que izessem a diferença para o
setor.”
O renascimento
da cana no IAC
Um marco importante para o fortale-
cimento da cana-de-açúcar no IAC acon-
teceu em 1991, quando Landell e alguns
outros proissionais do setor sucroenergé-
tico passaram a realizar reuniões técnicas
em Ribeirão Preto. “Era na verdade um ha-
ppy hour, que fazíamos num bar que nem
existe mais chamado “Ao Leste do Éden”.
Momentos das reuniões do Grupo Fitotécnico nos anos de 1990
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Ali discutíamos sobre espaçamento, varie-
dades, modo de plantio, doenças, pragas,
ervas daninhas. Saíamos de lá com os bol-
sos cheios de anotações feitas em guar-
danapos.” Mas como as esposas dos par-
ticipantes não estavam gostando muito
dessas reuniões no barzinho, passaram a
se encontrar no antigo auditório do IAC
de Ribeirão Preto. Era o embrião do Gru-
po Fitotécnico.
“Esse grupo foi uma grande universi-
dade para mim e para muitos outros que
passaram por lá. Passávamos uma tarde
toda discutindo diferentes temas. Aprendi
a plantar cana, adubar, dicas diversas, de
quebra lombo, como fazer para não estra-
gar cana, aplicação de herbicida. E sempre
com reuniões bastante abertas.”
O Grupo foi inspirador para a cria-
ção do Programa Cana IAC, no modelo
que existe hoje. Mas antes disso, a cana-
de-açúcar começou a renascer no Institu-
to a partir de 1994, quando os trabalhos
com a cultura passaram por uma reorga-
nização dentro do Instituto. “Fizemos um
projeto e a proposta foi aceita. Novos pro-
issionais foram contratados, cada um em
uma linha diferente de atuação, mas todos
trabalhando em sintonia, com projetos ca-
sados entre si.”
Com a equipe fortalecida, as ações
foram redirecionadas. Os projetos antigos,
que não tinham relação com a deman-
da, foram encerrados. Um novo modelo
O IAC realiza aulas práticas e dias-de-campo para disseminar
conhecimento sobre manejo varietal
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de gestão foi adotado. Hoje, o Centro de
Cana tem 14 pesquisadores. Além disso, a
equipe também é formada por funcioná-
rios públicos, estagiários, pós-graduandos
e proissionais contratados. Um grupo que
cresceu muito nos últimos onze anos, sob
a batuta de Landell.
A valorização da cana-de-açúcar
pelo IAC, a dedicação da equipe e a par-
ceria com o setor sucroenergético, fo-
ram o combustível que Landell precisava
para transformar seu desaio em realida-
de: produzir ferramentas que contribu-
am para o desenvolvimento da agroindús-
tria canavieira. Assim, o Centro de Cana
IAC transformou-se em uma referência na
área de pesquisas canavieiras. Realiza tra-
balho multidisciplinar dentro do Progra-
ma Cana IAC que envolve melhoramento
genético, ciências do solo, caracterização
de ambientes de produção, itotecnia, ma-
nejo de pragas e doenças e estimativa de
produção.
O IAC conta com rede de experimen-
tação em 11 Estados brasileiros, com cerca
de 160 empresas conveniadas. O resultado
dos trabalhos engloba o desenvolvimento
de vinte variedades IAC — 19 para o se-
tor sucroalcooleiro e uma para ins forra-
geiros. O Programa gera também eicien-
tes pacotes tecnológicos, que têm levado
a competitividade da canavicultura paulis-
ta a outros Estados brasileiros e ao exte-
rior (México, países da América Central e
Continente Africano.
Landell está na coordenação do Pro-
Em 2012, Orlando Castro, do IAC, o pesquisador Landell, e o escritor Augusto Cury na comemoração dos 20 anos do Grupo Fitotécnico de Cana-de-açúcar
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Ensaios conduzidos com Cana-de-Açúcar pelo Programa Cana IAC em Veracruz, México
grama Cana do IAC desde 2005. No dia
a dia, cabe a ele manter o time ainado,
com projetos inter-relacionados e bem fo-
cados. Nesta orquestra de vários talen-
tos, nem sempre o maestro Landell toca
os instrumentos, mas cuida para que as
pesquisas e a motivação nunca saiam do
compasso.
Do espetáculo da
cana-gigante ao
sucesso do MPB
A inovação passou a
ser a marca do Programa
Cana IAC, com o desenvol-
vimento de variedades de
alta produtividade e a de-
fesa da evolução das prá-
ticas de cultivo canaviei-
ro. Disseminar o conceito
de que o setor deve sair do
lugar comum e abrir espa-
ço no plantel varietal para
essas variedades de alto
desempenho, passou a ser
o novo desaio de Landell
que, como um caixeiro-viajante, saiu e sai
pelo mundo da cana vendendo a ideia de
que é possível produzir mais e melhor. E
tudo começa pela adoção de variedades
mais produtivas.
Entre as novas variedades com
alto potencial biológico estão as: IA-
CSP91-1099, IACSP93-3046, IACSP94-2094
Visitantes se encantam
com as canas-gigantes do IAC
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Mais uma atração no Jardim Varietal do IAC em Ribeirão Preto: clones de cana-energia, outra linha de pesquisa do Instituto
e IACSP95-5000, lançadas em 2007. De
acordo com Landell, essas variedades as-
seguram o ganho de produtividade de
1,5% ao ano. Segundo o
pesquisador, é possível
obter aumentos de 10%
a 30%, se os produtores
souberem explorar bem o peril desses
materiais, associando-os ao ambiente de
produção adequado.
Dentre essas variedades, a IAC91-
1099 e a IACSP95-5000 são as que mais
se destacam pela elevada produtividade
e concentração de sacarose. Comparadas
a materiais bastante cultivados comercial-
mente, a produtividade da IACSP95-5000
foi superior em 17,7% e a da IAC91-1099
em 11%. Esses valores correspondem a
uma variação na produção de 120 a 90 to-
neladas/hectare e de 140 a 95 toneladas/
hectare, respectivamente.
No jardim varietal do Centro de
Cana, em Ribeirão Preto, sob as condições
ideais de cultivo, essas variedades alcan-
çam seis metros de altura e apresentam
produtividade superior a 300 toneladas
por hectare. As variedades de alto poten-
cial genético do IAC tornaram-se famosas
mundialmente ao serem divulgadas pelo
meio on-line e chamadas de cana-gigante.
Mas ser variedade famosa não bas-
ta, precisa chegar aos canaviais e fazer a
diferença. Para isso, era necessário que-
Landell apresenta a José Paulo Stupiello, presidente da Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil (STAB), o desempenho das variedades de alto poder genético em condições favoráveis de desenvolvimento
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brar a resistência do setor em adotar no-
vas variedades.
Aí o IAC inovou novamente, desen-
volveu o sistema inédito que mudou o
conceito de plantar cana-de-açúcar: o de
Mudas pré-brotadas (MPB) - a tecnologia
de multiplicação que contribui para a pro-
dução rápida de mudas, associando eleva-
do padrão de itossanidade, vigor e uni-
formidade de plantio. Além de reduzir a
quantidade de mudas que vai a campo.
Para o plantio de um hectare de cana, o
consumo de mudas cai de 18 a 20 tonela-
das, no plantio convencional, para 2 tone-
ladas no MPB.
O novo sistema mudou o concei-
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Ao lançar o sistema de muda pré-brotada, MPB, o IAC revoluciona o setor
O IAC promove cursos de produção de MPB e desenvolve parceria com associações de produtores para disseminar o sistema de muda pré-brotada
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to de multiplicação de mudas. Até então
era usado o método convencional, ado-
tado desde a chegada das primeiras ca-
nas ao Brasil, por volta de 1.530, em que
se abre o sulco e põe o colmo-semente
dentro. Com o MPB, passou-se a colocar a
planta. O sistema também incentiva a re-
tomada da formação de viveiros, e ao re-
duzir o tempo de utilização da cana-mu-
da, facilita a adoção de novas variedades
com maior potencial. O MPB também tem
um cunho social, pois é acessível do pe-
queno ao grande produtor.
O IAC iniciou em 2009 as pesqui-
sas de desenvolvimento do MPB, lança-
do oicialmente em 2012 e que já se tor-
nou um retumbante sucesso e mais um
exemplo de que Landell cumpre a pro-
messa de contribuir para fazer a diferen-
ça no setor.
Espírito empreendedor
e amante da MPB
Um dos diferenciais de Landell entre
os pesquisadores é seu dom de ser rela-
ções-públicas do Programa Cana e garoto
-propaganda das inovações. Ele conta que
esse seu lado empreendedor começou na
época de faculdade. Veio da necessidade
de contribuir com sua família para mantê
-lo estudando em Jaboticabal. Ao perceber
entre os alunos de faculdade demanda por
aulas de inglês, montou com um amigo de
república, um curso, isso em 1978. Saía à
noite para divulgar o curso e fazer matrícu-
la de quem estivesse interessado. Também
colava cartazes de propaganda nos postes
com cola de polvilho durante a madrugada
“Aquela escola me deu condição de con-
cluir a graduação e fazer o mestrado. Pude
estudar muito, porque tinha condições de
me manter. Não tinha muito tempo para
jogar bola, mas aquele esforço foi impor-
tante para o resto da vida.”
Nascido em Campinas, Landell che-
gou a Ribeirão aos três anos, quando seu
pai - um engenheiro da Cia. Mogiana de
Estradas de Ferro – foi transferido para
a cidade. Em 1991, casou-se com Adria-
na e têm três ilhos. O mais velho, Gabriel,
já é agrônomo e trabalha em uma multi-
nacional no Paraná. O segundo, Estevão,
faz faculdade de Agronomia em Jabotica-
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bal. Já o terceiro, João, ainda não resolveu
que carreira trilhar. “Ele me falou que pre-
tende fazer Agronomia, mas não imponho
nada”, fala o pai coruja.
Mas Landell não apenas inluenciou
indiretamente os ilhos na escolha da car-
reira. Como o pai, eles também são apai-
xonados por música. Os três tocam violão
e quando a família está reunida, a sala vira
um concerto improvisado. O gosto musi-
cal de Landell também veio de berço. Seus
pais e avós gostavam muito de música,
principalmente música brasileira. Sua mãe
tocava piano; e o pai, bandolim.
Aos dez anos, entrou no ginásio vo-
cacional, em Batatais, SP. Viajava todo dia
para ter aula em tempo integral. Um pe-
ríodo rico na sua formação. Foi quando
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O jovem músico Landell com seu violão de 12 cordas
Em 1990, aos 33 anos, participa de apresentações musicais em Ouro Preto, ao lado do músico Paulinho Brasília
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aprendeu a tocar violão e compôs suas
primeiras músicas. Landell tem cerca de
150 composições de sua autoria, sendo
que parte é de músicas cristãs.
Já participou de vários festivais, inclu-
sive colecionando alguns prêmios, como
de melhor letra com a canção “Vila Rica”.
Na sua trajetória de artista musical,
Landell compôs músicas românticas para a
esposa – como “Simplesmente Dri” e “Toda
e Qualquer Forma de Amor” -, cantigas de
ninar e desenvolveu um projeto de músi-
cas sobre animais brasileiros, como lobo-
guará, bicho-preguiça e urubu-rei. Foram
músicas que compôs para ensinar crianças,
de maneira lúdica, sobre alguns animais da
fauna brasileira. Ele mesmo fazia a pesqui-
sa sobre os bichos, compunha as letras e
as músicas, e se apresentava nas escolas.
A iniciativa foi muito bem-sucedida. Uma
das composições que fez mais sucesso foi
sobre o lobo-guará, que é bastante per-
seguido nas comunidades rurais porque
se acredita que ele come galinha nas fa-
zendas. “Mas isso não é verdade, ele come
principalmente frutas, diferente do lobo
americano que é carnívoro e agressivo.”
Na correria do dia a dia, acabou dei-
xando a música em segundo plano, até
1996, quando voltou a ter contato com um
grupo cristão. “É um grupo sem religião
especíica, que se reúne na casa dos mem-
bros para falar sobre Jesus Cristo. Quem
o conhece se sente incomodado com o
cristianismo de resultado e a teologia da
prosperidade, que empobrece muito a fé.
Existem valores que são eternos.” Desde
então, Landell retomou a composição de
letras e melodias de músicas cristãs.
Sua preocupação é sempre trans-
mitir o que tem de melhor para o outro.
Seja em casa, nas letras das músicas, ou no
Centro de Cana do IAC, “eu me sinto um
grande garçom, para as pessoas virem se
servir do que precisam”. No setor sucro-
energético, sua vocação é levar o melhor
conhecimento para quem está disposto a
aprender. “Não faço isso para agradar nin-
guém, mas por convicção. E como nossa
vida é um caminho, temos que ter respon-
sabilidade a cada passo.”
Hoje, ao olhar para trás, percebe que
“Vila Rica”, composta por Paulinho Brasília (música) e Marcos Landell (letra)
“Apenas te olhar”, por Marcos Landell e José Maria da Costa
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sua opção por continuar no IAC há mais
de 25 anos valeu muito. “Tenho grande
satisfação de ter construído alguma coi-
sa para a agricultura brasileira, para a ca-
navicultura em especial, ao lado de outras
pessoas dentro do IAC que também são
apaixonadas pelo que fazem.” Para ele, sua
principal contribuição no Instituto não foi
em criação de tecnologias, mas “semear”
nas pessoas mais novas o sentimento de
“servir”. A satisfação de oferecer conheci-
mento e tecnologias a todo um segmento.
“O foco da minha carreira, hoje, é en-
gajar pessoas a se comprometerem com
este setor. Se cada uma, dentro de sua
área, identiicar quais são os gargalos da
produção, quais os pontos em que te-
mos de dar saltos, independente da polí-
tica pública, já estará dando grande con-
tribuição.” Landell almeja ver o dia em que
a agroindústria canavieira consiga se sus-
tentar pela própria produtividade e eici-
ência. “Felizmente o tempo de concretizar
os nossos sonhos já chegou. Estamos no
momento de por em prática tecnologias
transversais, como MPB, manejo varietal,
novas variedades, e praticar a canavicul-
tura dentro de uma nova visão. E quando
tudo isso frutiicar, toda cadeia da cana-de
-açúcar será alavancada.”
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“Amor de meu amor”, por Marcos Landell e José Maria da Costa
Em novembro de 1974 aos 17 anos - a música
sempre fez parte da vida de Landell