Download - O modelo de ensino
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Implementação do modelo de
competências nos jogos de invasão
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Luís Manuel Soares Dias Bravo
Viseu, 2011
Luís Bravo
Relatório Final de Estágio Página 2
Índice
Introdução ......................................................................................................................... 3
1. Objectivo do Modelo de Intervenção ........................................................................... 5
2. Estratégias de Implementação ...................................................................................... 5
3. Objectivos Gerais do Futsal no Contexto do Desporto Escolar ................................... 6
4. Princípios Orientadores do Treino de Futsal ................................................................ 7
5. Caracterização da Modalidade de Futsal ...................................................................... 8
6. O modelo de competências nos jogos de invasão....................................................... 11
6.1 Desenho de uma época desportiva ................................................................................... 12
6.2 Recursos ............................................................................................................................ 13
6.3 Duração da época e formato da competição .................................................................... 14
6.4 Sistema de pontuação ....................................................................................................... 15
6.5 Evento Culminante ............................................................................................................ 16
6.6 As Formas Parciais de Jogo................................................................................................ 16
6.7 As Formas Básicas de Jogo ................................................................................................ 16
6.8 Avaliação das aprendizagens ............................................................................................ 21
Conclusão ....................................................................................................................... 23
Bibliografia ..................................................................................................................... 25
Introdução
Relatório Final de Estágio Página 3
Introdução
Ao longo do nosso percurso profissional fomos adaptando, de uma forma
prática, o nosso modelo de ensino do jogo de Futsal, ou seja, integrando tudo aquilo que
sabemos de forma a ensinar os jogos e desenvolver a aprendizagem pelos nossos alunos
de forma mais facilitada.
A frequência do ano curricular de Mestrado colocou-nos ao corrente desta
espiral de conhecimentos que as Ciências do Desporto tem vindo a registar nos últimos
anos, nomeadamente, na procura do melhor método de ensino nos jogos desportivos
colectivos.
Mas as mudanças no campo do ensino da Educação Física e no Desporto Escolar
não são fáceis, quer a nível académico, quer ao nível dos profissionais no terreno. Ou
seja, apesar dos avanços e novidades registados nos últimos anos na investigação da
metodologia de ensino dos jogos desportivos, não houve mudanças efectivas na
realidade em contexto escolar.
Poderemos afirmar que os nossos objectivos estão alicerçados na melhoria da
nossa intervenção na prática profissional, de modo a sermos mais eficazes, na prescrição
do exercício de treino, e na nossa intervenção, temos como referência o modelo
competências nos jogos de invasão na modalidade de Futsal.
A pertinência do nosso trabalho está ligada à possibilidade de aceder a
conhecimentos sobre os princípios tácticos que os jogadores aplicam no jogo, para que
essas informações sejam aproveitadas para trazer benefícios ao processo de ensino e de
treino e ainda para a competição.
Durante o desenvolvimento do modelo de treino, pretendemos valorizar a
componente táctica porque o conceito de táctica abrange todas as decisões tomadas
pelos jogadores numa partida, com e sem bola, na relação individual e colectiva, de
cooperação ou oposição.
O modelo de competências nos jogos de invasão inspira-se nas ideias do modelo
de ensino de jogos para a compreensão (Teaching Games for Understanding) e no
modelo de educação desportiva (Play Education).
Com a aplicação deste modelo pretendemos que os alunos melhorem, para além
do desenvolvimento de competências como jogador, aspecto que é prioritário, o
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Relatório Final de Estágio Página 4
desenvolvimento de competências no desempenho de papéis de apoio e coordenação da
prática desportiva, nomeadamente o papel de capitão, árbitro e de treinador.
O nosso desafio (centra-se agora no segundo momento) passa por aplicar um
modelo alternativo, congruente e sensível ao contexto do Desporto Escolar e que
envolva o aluno em tarefas de aprendizagem autênticas e com significado.
O último ponto diz respeito às referências bibliográficas.
O Modelo de Intervenção - Acção
Relatório Final de Estágio Página 5
O Modelo de Intervenção - Acção
1. Objectivo do Modelo de Intervenção
O objectivo do nosso estudo foi, num primeiro momento, identificar os
comportamentos tácticos desempenhados por jogadores masculinos de Futsal no escalão
de infantis (11 e 12 anos) no contexto do desporto escolar.
O segundo momento refere-se ao processo de ensino-aprendizagem, no qual os
nossos jogadores foram submetidos a um processo de treino composto por vinte sessões
com a duração de 65 minutos.
O terceiro momento é comparar a frequência de acções tácticas, no jogo de
futsal no escalão de infantis, que os jogadores obtiveram no ano anterior, com o início
desta época (após 20 sessões de treino) e, se for possível, fornecer a partir dos
resultados obtidos algumas orientações práticas para a abordagem dos princípios
tácticos em ambiente de treino com crianças e jovens.
O primeiro e terceiro pontos serão desenvolvidos no módulo de trabalho de
investigação.
O nosso desafio (centra-se agora no segundo momento) passa por aplicar um
modelo alternativo, congruente e sensível ao contexto do Desporto Escolar e que
envolva o aluno em tarefas de aprendizagem autênticas e com significado.
2. Estratégias de Implementação
A nossa área de intervenção é no treino da equipa de Futsal no escalão de
infantis masculinos do Desporto Escolar.
A nossa estratégia passa por implementar um modelo (pretendemos implementar
o modelo de competências nos jogos de invasão) de treino eficaz no aperfeiçoamento
dos princípios tácticos, que contribuem para a melhoria do jogo de Futsal.
Existem muitas vantagens na utilização do ensino baseado em modelos. A
selecção e utilização do modelo correcto pode prover o Professor de Educação Física
com várias vantagens:
a) O modelo dá um plano global e uma abordagem coerente para ensinar e
aprender.
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b) Um modelo clarifica as prioridades nos diferentes factores de treino ou
domínios de aprendizagem e das suas interacções.
c) Um modelo fornece uma ideia central para o ensino, no nosso caso, privilegiar
o ensino da táctica e princípios de jogo, pretendendo-se que os alunos aprendam dois
grupos de competências complementares a) competências como jogadores em jogos de
invasão modificados e b) competências em funções de apoio e coordenação.
d) Um modelo permite ao professor e aos alunos entenderem o que está a
acontecer e o que virá a seguir, criando rotinas que clarificam, aumentam o interesse e
facilitam a gestão dos alunos.
e) Um modelo fornece uma estrutura teórica unificada, apoia-se na investigação.
f) Um modelo facilita a tomada de decisão do professor dentro de uma estrutura
de trabalho conhecida.
3. Objectivos Gerais do Futsal no Contexto do Desporto Escolar
No caso específico do Futsal e no escalão de infantis, alguns alunos vão
contactar pela primeira vez com o treino e competição regular, com a finalidade de
poderem ser atingidos aqueles que consideramos os grandes objectivos do desporto
escolar:
1.Facilitar e estimular o acesso às diferentes práticas lúdico desportivas.
2.Ir ao encontro dos jovens em matéria de educação motora e desportiva.
3.Atrair e captar os jovens para a prática do futsal e motivá-los para o treino e
para o jogo regulares.
4.Garantir a aprendizagem correcta de todas as técnicas de base fundamentais no
futsal.
5.Contribuir, através da prática do futsal, para a sua formação, desenvolvendo
hábitos de prática de actividade física, criando e solidificando atitudes e
comportamentos adequados.
6.Proporcionar as primeiras experiências de jogo e a aquisição de uma maior
vivência desportiva.
7.Alcançar o rendimento máximo, dentro dos limites das suas possibilidades nas
competições de Futsal. O jovem está integrado numa equipa, num processo de treino e
consequentemente, deve exigir-se mais ambição, mais exigência e maior rigor em todo
o trabalho a desenvolver.
O Modelo de Intervenção - Acção
Relatório Final de Estágio Página 7
Sempre defendemos que o Desporto Escolar deve ter uma relação estreita e uma
grande articulação e complementaridade com o trabalho desenvolvido na disciplina de
Educação Física.
Podemos afirmar, seguramente, que o Desporto Escolar é um projecto e um
processo com características muito próprias e específicas, que temos de conhecer
profundamente para podermos ter uma intervenção concreta, ajustada e realista, tendo
como base o grupo de trabalho a formar e o trabalho a estruturar e a desenvolver.
Um grupo que deve ser sempre aberto, que a todo o momento pode integrar
novos praticantes, independentemente das suas capacidades e do seu nível técnico e
motor, implica:
- Uma constante reformulação do trabalho que se pretende desenvolver;
- Um ajustamento a novos princípios e formas de trabalho;
- A necessidade de variadas vezes se desenvolver um trabalho diferenciado, com
base na constituição do grupo;
- Um volume de trabalho substancialmente mais reduzido, em relação por
exemplo ao desporto federado.
4. Princípios Orientadores do Treino de Futsal
O treino dos jovens não deve seguir o modelo de treino das equipas adultas. A
finalidade não é fazer do aluno um jogador de Futsal, mas dar-lhe a possibilidade de se
afirmar, de criar gosto e prazer pela prática do Futsal, sem descurar o rigor e a exigência
do processo de treino.
O treino deve ser construído, não em função das exigências do futsal, mas tendo
como base o desenvolvimento multifactorial: físico, técnico, táctico, psicológico e
social.
O Futsal é das modalidades mais praticadas ao nível escolar, podendo constituir
um óptimo meio para a melhoria da qualidade de jogo e simultaneamente, favorecer o
recrutamento e captação de jovens para a modalidade, na interligação que se deseja,
entre o desporto escolar e o desporto federado.
O número de situações de aprendizagem em cada sessão de trabalho, não deve
ser muito extenso, de modo a que o aluno as conheça, identifique e saiba quais são os
seus grandes objectivos.
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Relatório Final de Estágio Página 8
Os exercícios iniciais, importantes e fundamentais para a aprendizagem, devem
continuar a ser desenvolvidos, de modo a que os alunos possam obter as aquisições
pretendidas aplicando-as em situações reais de jogo.
Adequar as situações de aprendizagem às capacidades dos alunos, procurando
aumentar e melhorar o tempo de tarefa, para que se possam atingir as modificações
comportamentais pretendidas.
Criar situações de aprendizagem dinâmicas e motivantes, como por exemplo,
torneios e campeonatos dentro do grupo de trabalho.
5. Caracterização da Modalidade de Futsal
O Futsal insere-se no universo dos jogos desportivos colectivos porque apresenta
características estruturais comuns às modalidades deste grupo (Garganta, 1997), a
existência de uma bola, pela posse da qual lutam as equipas; o espaço delimitado do
terreno de jogo, onde se desenvolve o confronto entre duas equipas que têm uma
actuação condicionada por um regulamento e se dispõem de uma forma particular, com
o objectivo de vencer o jogo.
Mas, dentro deste conjunto de desportos, entendemos que o Futsal pode ser
agrupado conjuntamente com outros desportos, que os nossos alunos praticam e
conhecem, como o Futebol, o Basquetebol e o Andebol, porque são desportos que:
a) No plano energético funcional fazem apelo a esforços intermitentes, mistos
alternados (anaeróbio – aeróbio), e que podem ser considerados actividades de
resistência em regime de velocidade, de força e de coordenação táctico-técnica
(Garganta, 1994).
b) No plano táctico técnico, implicam luta directa pela posse da bola, há invasão
do meio campo adversário e as trajectórias dominantes são de circulação da bola
(Garganta, 1994).
c) No plano regulamentar estão dependentes do factor tempo, isto é, o final de
cada jogo é determinado pelo atingir de um tempo.
Pelas razões apontadas o Futsal é um jogo de invasão que se caracteriza pela
participação simultânea de duas equipas num espaço comum e apresenta
particularidades que revelam o forte apelo à inteligência dos jogadores. As exigências
O Modelo de Intervenção - Acção
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impostas pelas regras e a complexidade das acções induzem os jogadores a uma
permanente atitude táctica para superarem a imprevisibilidade das situações de jogo.
Nos jogos de invasão, as interacções entre as equipas requerem uma constante e
ajustada atitude táctica dos jogadores, que decorre das situações de oposição e
cooperação e se manifesta pela organização espacial dos jogadores no campo de jogo
face às circunstâncias da partida (Greco, 2006).
A identificação do Futsal, enquanto modalidade própria, passa inevitavelmente
pela análise das características do seu regulamento, uma vez que este é o elemento
definidor, configurador e delimitador da modalidade.
Neste sentido, salientamos as seguintes características da modalidade de Futsal
adequado ao contexto do desporto escolar:
1. O contacto com a bola estabelece-se quase exclusivamente através dos
membros inferiores. Ao nível da relação com a bola o Futsal coloca problemas
particulares. O facto de ser jogado com os membros inferiores, fazendo apelo à
coordenação óculo - pedal (tal como no Futebol) e numa área reduzida (tal como no
Basquetebol ou no Andebol), coloca maiores dificuldades em termos de precisão e
tempo de execução dos gestos técnicos.
2. A área de jogo tem quarenta metros de comprimento por vinte de largura,
sendo cada equipa constituída por cinco jogadores em que um é guarda-redes. No
Futsal, a relação da área proporcional de jogo por jogador é de 80m2, enquanto que no
futebol a área proporcional vai entre 291m2 e 375m
2 por jogador, verificando-se por isso
maior restrição de espaço e consequentemente menos tempo para agir.
A proximidade dos adversários leva a que as acções tenham de se realizar de
forma rápida e inesperada, implicando uma forte solicitação dos processos cognitivos
para resolução dos problemas do jogo, pelo que automatismos e estratégias se assumam
como aspectos fundamentais no rendimento da equipa.
A estrutura do jogo obriga a que o jogador seja veloz do ponto de vista da
execução, exigindo o Futsal velocidade de realização ao jogador e velocidade de jogo à
equipa (Garganta, 1998).
O menor espaço de jogo e a densidade de jogadores comparativamente ao
futebol, reflecte-se num maior número de movimentos laterais, num maior número de
contactos com a bola, numa reduzida utilização do jogo de cabeça, de menos passes
longos e menor número de remates de média e longa distância (Allen et. al.). A elevada
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Relatório Final de Estágio Página 10
frequência de contactos com a bola pode ser uma possível explicação para a elevada
capacidade técnica que é reconhecida aos jogadores com formação no futsal.
3. O terreno de jogo não tem irregularidades ao nível do piso e o tamanho da
bola e o tipo de bola, são responsáveis pelo tipo de gestos técnicos ao nível da recepção
e condução da bola.
4. O tempo de jogo (é composto por 4 períodos de 10 minutos de tempo corrido).
A impossibilidade de pedidos de tempo, a inexistência de substituições até final do 2.º
período e a obrigatoriedade de todos os jogadores terem de jogar não permite aos
treinadores interferirem muito no jogo e tentar alterar o rumo do jogo em favor da sua
equipa e permite que a intensidade do jogo se mantenha sempre elevada.
5. A percentagem de êxito nas acções de ataque no Futsal é de 1 a 2%, enquanto
que em modalidades como o basquetebol, o Andebol e o Voleibol é de 50% (Garganta
& Pinto, 1995). No Futsal, embora pouco estudada, a percentagem de êxito das acções
ofensivas parece rondar os 4% (Silva Matos, 2002), o que significa que a probabilidade
de uma equipa mais fraca vencer uma mais forte, é maior no Futsal do que no
Basquetebol, Andebol e Voleibol, mas menor do que no Futebol (Souza, 2002).
6. A impossibilidade de devolver a bola ao guarda-redes depois de a ter passado,
sem que antes tenha sido tocada por um adversário ou ultrapassar a linha de meio
campo coloca dificuldades à equipa atacante no que respeita à manutenção da posse da
bola, numa zona perto da sua baliza.
7. A reposição de bola em jogo após esta ter saído pela linha final através de
lançamento de baliza por parte do guarda-redes permite acções de contra-ataque ou de
ataque rápido, pois o primeiro passe pode ser efectuado com grande precisão pelo
guarda - redes com a mão, para uma zona próxima da baliza adversária.
8. A inexistência da lei de fora de jogo facilita a profundidade do ataque e obriga
a uma atenção redobrada dos guarda-redes.
9. A regra dos quatro segundos na execução de lançamentos de baliza, pontapés
livres, de canto, ou de linha lateral, coloca pressão de tempo no jogador executante e
responsabiliza os seus companheiros sem bola pela criação de soluções de jogo.
10. A impossibilidade de carregar o adversário mesmo com o ombro e de
efectuar “carrinhos” deslizantes quando a bola está ou vai ser jogada pelo adversário
dificulta a acção das defesas nos confrontos individuais, favorecendo os processos
ofensivos.
O Modelo de Intervenção - Acção
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6. O modelo de competências nos jogos de invasão
O modelo de Competências nos Jogos de Invasão foi desenvolvido por Musch et
al. (2002).É um modelo híbrido, influenciado pelas ideias dos modelos de educação
desportiva e dos jogos para a compreensão. Com este modelo, pretende-se que os alunos
aprendam a participar com sucesso, não só através de formas modificadas de jogo, mas
também a desempenhar outros papéis de organização da prática desportiva.
O desenvolvimento de competências assenta na articulação metodológica de três
tipos de tarefas de abordagem do jogo: a) as formas básicas de jogo; b) as formas
parciais de jogo; c) as tarefas baseadas no jogo.
As formas básicas de jogo são versões modificadas do jogo formal, adaptadas ao
nível dos alunos. Os contextos de jogo modificados visam facilitar, consolidar e aplicar
aprendizagens específicas para atingir formas mais complexas do jogo, obedecendo a
princípios de continuidade, de gradualidade e de complexidade crescentes. É
fundamental que estas formas de jogo sejam reconhecidas pelos praticantes como jogos
verídicos, preservando a dualidade cooperação/oposição e o ritmo de jogo.
As formas parciais de jogo visam facilitar ou evidenciar, sem descontextualizar e
descaracterizar, determinadas partes do jogo. Também é fundamental que estas formas
de jogo sejam reconhecidas pelos praticantes como jogos autênticos, preservando a
dualidade cooperação/oposição e o ritmo de jogo. Diferem das formas básicas de jogo
na medida em que não se obrigam à regra da paridade entre a defesa e o ataque; é
permitida a modificação de superioridade ou inferioridade numérica; tem prioridade a
concentração num problema e respectiva solução.
As tarefas baseadas no jogo concentram-se no desenvolvimento dos meios
necessários para dar resposta às soluções dos problemas do jogo. As tarefas visam
restringir as possibilidades de escolha de soluções, levando o praticante a estabelecer
uma ponte que soluciona os problemas complexos de que necessita para o jogo.
Na abordagem de cada forma básica de jogo, o modelo adopta como estratégia,
partir do jogo, com base no conceito de época desportiva, explorando-o e tenta
solucionar os problemas do jogo a três níveis: primeiro dentro da forma básica de jogo
(relacionado com a progressão por etapas de aprendizagem); segundo relativo às
formas parciais de jogo (relacionado com os jogos condicionados, 1x1,2x2,3x3; 5x5) e
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em terceiro com as tarefas baseadas no jogo (relacionado com o papel dos jogadores
no jogo).
Relativamente às funções de coordenação, importa referir que visam
desenvolver nos praticantes capacidades de organizar a sua prática de uma forma
responsável e autónoma. Elevar as responsabilidades coordenativas, quer como jogador
(papéis como capitão de equipa e jogador suplente) quer como não jogador (arbitragem,
treinador, responsável pelo material são aprendizagens que requerem tomadas de
decisão importantes.
As equipas são organizadas assegurando-se a diversidade, heterogeneidade e
equilíbrio competitivo entre elas. A avaliação dos alunos realiza-se no contexto real e
incide sobre o desempenho dos papéis de coordenação e o desempenho nas formas
básicas de jogo. Os alunos são avaliados enquanto jogadores e enquanto participantes
em funções de apoio e coordenação.
6.1 Desenho de uma época desportiva
A sua estruturação é em forma de campeonato entre equipas, para que o jogo
esteja sempre presente em todas as sessões e passe a ser, ao mesmo tempo, um factor de
motivação e o melhor indicador da evolução e das limitações dos atletas.
A formação das equipas é feita pelo professor e tem em vista o estabelecimento
de grupos heterogéneos mas equilibrados entre si. Pretende-se a divisão dos praticantes
em grupos duradouros, para que no momento da competição dois grupos compitam
entre si e o terceiro seja a “equipa de serviço”, isto é, os seus elementos estarão
envolvidos em tarefas de organização, como árbitros, oficiais de mesa e estatística.
A constituição dos grupos e a escolha das equipas são decisões críticas para o
sucesso das aprendizagens. Parte-se do pressuposto de que nem todos os alunos de uma
equipa conseguem alcançar o mesmo nível de competência de jogo e preconiza-se que
os mais competentes (professor e colegas) ajudem os mais inexperientes.
Depois de constituir as equipas, a próxima tarefa passa por determinar o papel de
cada jogador dentro da sua equipa. Pretende-se que todos os alunos assumam sempre
um papel relevante dentro da sua equipa e a rotatividade das tarefas é obrigatória de
modo a que cada aluno desempenhe diferentes papéis. Alunos lesionados ou que não
O Modelo de Intervenção - Acção
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façam o treino por qualquer motivo, farão o papel de jornalistas, apresentando o texto
com total liberdade.
Campeonato 5 x 5
Equipa A Equipa B Equipa C
Funções Jogadores Funções Jogadores Funções Jogadores
G.R.
D.L.D.
D.L.E.
A.L.D.
A.L.E.
Árb.
Diogo Marques
Tiago Pais
André
Francisco Santos
Bernardo Lourenço
Nuno
G.R.
D.L.D.
D.L.E.
A.L.D.
A.L.E.
Árb.
Luís Carvalho
Pedro Barros
André Silva
Telmo Ferreira
Luís Rafael
Luís Covas
G.R.
D.L.D.
D.L.E.
A.L.D.
A.L.E.
Rafael
Leandro Correia
Gonçalo Ferreira
Rodrigo Abreu
Cristiano
Campeonato 3x3
Sub-Equipa 1 Sub-Equipa 2 Sub-Equipa 3 Sub-Equipa 4 Sub-Equipa 5 Sub-Equipa 6
Diogo
Tiago
André Filipe
Francisco
Bernardo
Nuno
Luís Carvalho
Pedro Barros
André Silva
Telmo
Luís Rafael
Luís Covas
Rafael
Leandro
Gonçalo
Rodrigo
Cristiano
6.2 Recursos
No planeamento da época importa saber quais as condições com que podemos
contar, o que implica inventariar o equipamento e os espaços disponíveis para o treino.
É importante organizar um dossiê com todos os documentos necessários para a
realização do torneio, fichas de registo de estatística, o modelo de compromisso de
atletas para com o grupo equipa e o modelo de conduta no treino, com vista a
estabelecer e conhecer as regras evitando situações de incumprimento.
O material necessário para o treino não é muito, mas o espaço de treino no
Pavilhão Desportivos é o factor mais determinante para o cumprimento do planeamento
da época.
Coletes Bolas Balizadores
10 10 10
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6.3 Duração da época e formato da competição
Pretendemos uma estrutura das sessões de treino adaptando o modelo, com vista
a uma coerente formação táctica do ensino do jogo de Futsal no escalão de infantis em
10 microciclos com 20 sessões de treino.
A época desportiva contará com uma parte (início da aula) de preparação para a
competição e a competição formalizada (final da aula, campeonato, 3x3 e 5x5). A
competição desenrola-se em forma de torneio, todos contra todos. Dois grupos
competem entre si e o terceiro grupo desempenha as tarefas de arbitragem e organização
da competição.
Na nossa aplicação do modelo, faremos dois torneios, um adequado às primeiras
formas básicas de jogo (jogo 3x3), de acordo com o nosso planeamento, termina por
volta da oitava sessão em que as regras do jogo são simplificadas. Realizaremos um
segundo torneio (jogo 5x5), em que as regras do jogo são mais rigorosas e mais
próximas da competição, adequado às segundas formas básicas de jogo em que a
componente táctica é mais valorizada de acordo com o nosso planeamento, termina na
vigésima segunda sessão.
Campeonato 3X3
Número da Sessão Número da Sessão Número da Sessão
3 1X2
3X4
Arbitragem:
Equipa 5
5 3X4
5X1
Arbitragem:
Equipa 2
7 1X5
2X3
Arbitragem:
Equipa 4
4 2X3
4X5
Arbitragem:
Equipa 5
6 4X5
1X2
Arbitragem:
Equipa 3
Sistemas tácticos de jogo
Número da Sessão Número da Sessão Número da Sessão
8 Sistema 2:2 10 Sistema 2:2 12 Sistema 3:1
9 Sistema 2:2 11 Sistema 3:1 13 Sistema 3:1
O Modelo de Intervenção - Acção
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Campeonato 5x5
Número da Sessão Número da Sessão
14 AXB
Arbitragem:
Equipa C
16 AXC
Arbitragem:
Equipa B
15 BXC
Arbitragem:
Equipa A
Sistemas tácticos de jogo
Número da Sessão Número da Sessão Número da Sessão
17 Sistema 2:2 19 Sistema 3:1 21 Sistema 2:2
18 Sistema 2:2 20 Sistema 3:1 22 Sistema 2:2
6.4 Sistema de pontuação
O sistema de pontuação, apara além de aferir o rendimento competitivo das
equipas, deve servir de feedback para fomento do trabalho cooperativo nos treinos
dedicados à aprendizagem e preparação das equipas para a competição. As pontuações
serão dadas segundo os resultados dos jogos, vitória 3 pontos, empate 1 ponto, derrota 0
pontos. Implementaremos um sistema complementar de pontos para o fair-play (1 ponto
por jogo) e nível de desempenho em tarefas coordenativas (1 ponto para uma boa
arbitragem, 1 ponto para ficha de registo estatístico bem preenchida, 1 ponto para um
bom texto de reportagem).
Equipas
Resultados dos Jogos Outras Funções Resultados
Vitória
3 pontos
Empate
1 ponto
Derrota
0 pontos
Fair-play
1 ponto
Arbitragem
1 ponto
Registos
1 ponto
Total de
Pontos
Equipa A
Equipa B
Equipa C
Sub-Equipa 1
Sub-Equipa 2
Sub-Equipa 3
Sub-Equipa 4
Sub-Equipa 5
Sub-Equipa 6
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6.5 Evento Culminante
O evento culminante deve constituir um ponto alto de carácter festivo. Vamos
implicar os alunos no processo de decisão e preparação, propondo um jogo com uma
equipa de uma escola próxima.
6.6 As Formas Parciais de Jogo
Vamos planear os nossos treinos de acordo com cinco etapas de formação que
consideramos pertinentes para jogarmos. Partimos do pressuposto de que criar rotinas
no treino facilita a compreensão do jogo (só temos 20 sessões de treino) e pretendemos
uma combinação de etapas coerente para proporcionar um maior conhecimento táctico.
O planeamento do microciclo de treinos processa-se em duas sessões de treino,
às segundas e quartas-feiras, tendo em conta que os nossos jogadores também treinam
no clube às terças e quintas-feiras, jogam ao sábado e não treinam no dia antes do jogo,
sexta-feira, e no dia depois do jogo, domingo.
O planeamento da nossa sessão de treino à segunda-feira, terá sempre do ponto
de vista fisiológico, uma intensidade baixa ou moderada, enquanto que na quarta-feira
os níveis de intensidade são superiores.
As Etapas 1 e 2 estão sempre associadas ao aquecimento e a uma componente
física e técnica do treino.
As Etapas 3 e 4 estão associadas a uma componente táctica estruturada com base
na aplicação dos princípios do jogo, em situações de jogos reduzidos, modificados por
exagero ou défice, cujo objectivo é que surjam mais situações do princípio a abordar.
A Etapa 5 será uma constante nas duas sessões de treino e é uma adaptação do
desenho de uma época desportiva no modelo de educação desportiva.
6.7 As Formas Básicas de Jogo
Vamos estruturar a nossa intervenção distinguindo duas formas básicas de jogo:
Na primeira forma de jogo temos como prioridade proporcionar um melhor
controlo do jogo melhorando os níveis técnicos de execução. Em situação de jogo
reduzido (3x3) os alunos menos dotados tecnicamente não têm grande controlo do jogo,
porque querem fazer tudo depressa, o que não lhes permite tomar as decisões correctas.
O Modelo de Intervenção - Acção
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Para ajudar os alunos a conseguir o controlo do jogo, recorreremos a formas
condicionadas mas facilitadoras do jogo, como o espaço, o tempo, as regras. Uma regra
facilitadora é uma recurso que o professor impõe com o propósito de aumentar as
oportunidades de ataque e/ou defesa de cada jogador.
Aos jogadores solicitamos preocupações de facilitar situações de ataque,
utilizando a posse de bola protegida, dando mais tempo ao atacante para tomar decisões
e manipulamos as preocupações defensivas, não permitindo o roubo de bola, ou não
podendo interceptar passes.
A tomada de consciência dos problemas do jogo e das formas de as resolver
ocorrerá num primeiro momento dentro da prática do jogo. Atendendo à nossa
experiência profissional, somos levados a definir alguns problemas que o jogo nos
coloca, como por exemplo:
I Mesociclo - Período de preparação prévia
8 sessões de treino (de 14 Setembro, até 8 de Outubro)
I forma básica de jogo
Campeonato no sistema de jogo 3X3
Problemas que o jogo nos coloca:
Os jogadores perdem a posse de bola com muita frequência e rapidamente.
Os jogadores criam poucas situações de finalização.
Os jogadores não tomam iniciativas individuais na direcção da baliza.
Os jogadores não escolhem o melhor posicionamento.
Os jogadores não se afastam (desmarcando-se) dos defensores directos.
Objectivos a atingir:
1. Treino Sócio
Estabelecer o espírito de companheirismo e de respeito mútuo
Formar o grupo-equipa
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2. Treino técnico
Melhorar as acções técnicas individuais
Trabalhar as acções técnicas colectivas
3. Treino táctico
Adquirir as noções básicas de ataque e defesa
Melhorar o posicionamento individual no terreno de jogo em função da equipa
4. Treino Físico
Trabalho racional, metódico e progressivo de todas qualidades físicas básicas:
resistência, força, velocidade, potência, flexibilidade e elasticidade,
coordenação equilíbrio e agilidade
5. Treino Teórico
Respeitar as adaptações das regras do jogo de futsal
Desempenho de outras funções: arbitragem, treinador, capitão
6. Treino Psicológico
Respeitar as rotinas do treino
Relativamente à organização do ataque, é importante fazer sentir ao aluno que a
forma como se coloca para receber a bola é facilitadora de decisões futuras que venha a
tomar para ajudar os colegas e a equipa. São aspectos críticos verificar se:
a)Mantêm a posse de bola: param após a recepção da bola; enquadram-se com a
baliza e mantêm contacto visual com os colegas;
b)Posicionam-se no ataque: ocupam espaços adequados, quer à direita, quer à
esquerda do portador da bola, quando atacam sem bola;
c)Desmarcam-se do seu defensor: com mudanças de velocidade ou direcção.
Relativamente à criação de oportunidades de finalização temos como por
preocupação criar situações de superioridade numérica, que conduzam os praticantes a
decidir pelo passe e desmarcação como forma de progressão da equipa e de criar espaço
para os seus colegas de equipa. São aspectos críticos verificar se:
a)Optar por passar sempre que a linha de passe estiver aberta;
b)Passar na direcção da corrida do jogador;
O Modelo de Intervenção - Acção
Relatório Final de Estágio Página 19
c)Tomar iniciativa individual, fintar ou conduzir a bola, aproveitando espaço
livre na direcção da baliza.
Relativamente aos objectivos relacionados com a finalização temos como
preocupação incentivar situações de remate. São aspectos críticos verificar se:
a)A decisão de rematar foi a melhor opção;
b)Onde podemos ter mais possibilidades de rematar com sucesso (perto da
baliza, de frente para a baliza, com pouca oposição).
Na segunda forma de jogo continuamos a propor a melhoria do desempenho em
jogo e temos como prioridade proporcionar um melhor controlo do jogo melhorando os
níveis técnicos tácticos de execução. Em situação de jogo (5x5) os alunos já
demonstram um avanço nas capacidades de análise, de tomada de decisão e o aumento
do reportório de habilidades técnicas necessárias para resolver os problemas impostos
com o jogo.
As competências de leitura do ambiente e a execução das habilidades dependem
do entendimento que se tem do jogo. Vemos e entendemos o jogo, sobretudo a partir
dos problemas, que se nos colocam.
II Mesociclo - Período de preparação base e pré
competição
20 sessões de treino (de 12 Outubro, até 16 de Dezembro)
II forma básica de jogo
Campeonato no sistema de jogo 5X5
Problemas que o jogo nos coloca:
1) Na fase de ataque,
Os jogadores criam poucos espaços (amplitude e profundidade)
Os jogadores não mantêm o equilíbrio espacial, oferecendo linhas de passe de
apoio;
Os jogadores têm dificuldades em construir o jogo para marcar golos.
Luís Bravo
Relatório Final de Estágio Página 20
2) Na fase de defesa,
Os jogadores não ocupam o espaço, para diminuir o tamanho relativo do campo;
Os jogadores movimentam-se pouco em direcção à bola (pressing)
Os jogadores não se movimentam em direcção à nossa baliza para a proteger.
3) Na fase de transição de posse de bola,
Os jogadores movimentam pouco o sentido do fluxo de jogo (passar do ataque à
defesa, e o contrário);
Os jogadores pressionam pouco o portador da bola para permitir a recuperação
defensiva;
Os jogadores não retiram a bola da zona de pressão.
Objectivos a atingir:
1. Treino Sócio
Procurar o companheirismo e o respeito mútuo através de uma liderança
democrática e participativa
Valorização dos conceitos de humildade, espírito de sacrifício, ética e lealdade
Insistir em projectos de filiação ao clube escolar
2. Treino técnico
Trabalho das acções técnicas individuais
Trabalho das acções técnicas colectivas
Trabalho com os guarda-redes
Incutir nos jogadores que uma técnica apurada com ambos os pés é uma garantia
de êxito no futuro
3. Treino táctico (formas básicas de jogo)
Objectivos relacionados com os princípios tácticos do jogo ofensivo;
Objectivos relacionados com os princípios tácticos do jogo defensivo;
Objectivos relacionados com a criação de oportunidades;
Objectivos relacionados com a finalização;
4. Treino Físico
O Modelo de Intervenção - Acção
Relatório Final de Estágio Página 21
Trabalho racional, metódico e progressivo de todas qualidades físicas básicas:
resistência, força, velocidade, potência, flexibilidade e elasticidade,
coordenação equilíbrio e agilidade
5. Treino Teórico
Conhecimento das regras do jogo de futsal
Respeito pela arbitragem
Desempenho de outras funções: arbitragem, treinador, capitão
6. Treino Psicológico
Melhorar a capacidade de decisão em situações adversas
6.8 Avaliação das aprendizagens
A evolução dos alunos no jogo será observada em todas as componentes do
treino: físico, técnico, táctico, sócio-afectivo e cognitivo incorporada no
desenvolvimento de competências nos papéis de jogadores, treinadores e árbitro. A
avaliação de competências como jogador será realizada através de registos do seu
desempenho no jogo, através de escalas de apreciação sobre o grau de execução dos
objectivos estabelecidos para as formas básicas de jogo e a sua aplicação nas formas
parciais de jogo.
I Nível – Característico da primeira forma básica de jogo Sempre Nem Sempre Raramente Nunca
1.Perseguem indiscriminadamente a bola, aglutinando-se em
torno dela.
2.Dificuldades na relação com a bola (controle, protecção,
condução).
3.Utilização sistemática da visão para olhar para a bola;
dificuldades para “ler” o jogo.
4.Imobilismo dos jogadores sem bola e abuso da comunicação
verbal
5.A circulação da bola não é voluntária.
6.Sucessão de acções isoladas e explosivas sobre a bola;
Luís Bravo
Relatório Final de Estágio Página 22
II Nível - Característico da transição da primeira para a
segunda forma básica de jogo
Sempre Nem Sempre Raramente Nunca
1.Ocupação criteriosa do espaço de jogo, embora pouco eficaz e
com pouca dinâmica.
2.Existência de blocos constituídos por jogadores estáticos que
trocam a bola entre si.
3.A visão vai sendo progressivamente libertada da bola para ler o
jogo.
4.Todo o encadeamento de acções necessita de uma paragem
(bola, jogador).
5.Pouca incidência ofensiva, largura e profundidade de jogo.
III Nível - Característico da forma evoluída da segunda
forma básica de jogo
Sempre Nem Sempre Raramente Nunca
1.Jogadores organizados em função de finalidades diferenciadas.
2.O portador da bola joga de cabeça levantada para ler o jogo.
3.Alternância do jogo em largura com o jogo em profundidade.
4.Acções encadeadas, organizadas em função da baliza.
5.Privigia-se a comunicação motora.
Conclusão
Relatório Final de Estágio Página 23
Conclusão
Ao longo dos anos temos verificado que o jogo tem sido compreendido e
ensinado de diferentes maneiras: umas assentam na aprendizagem dos elementos
técnicos e outras têm um cariz mais holístico, dando relevo à compreensão do jogo com
relevância para a tomada de decisão táctica.
Nenhuma destas perspectivas tem demonstrado supremacia, vantagens ou
ganhos muito acentuados das aprendizagens relativamente a outra, tendo-se verificado
na maioria dos estudos, resultados inconclusivos, e, em alguns casos, mesmo
contraditórios.
O saber jogar, ou seja, a prática qualificada dos jogos desportivos, exige elevada
complementaridade entre a técnica e a táctica. Um jogador qualificado terá de
compreender os eventos decorrentes no jogo para tomar boas decisões e,
simultaneamente, tem de possuir um vasto reportório técnico que só adquire
importância e autenticidade quando aplicado no contexto do jogo.
Podemos afirmar que não chega proporcionar ambientes de prática com
informação variada e específica no treino das habilidades técnicas nos jogos
desportivos, se o professor ou treinador adoptar estratégias instrucionais altamente
prescritivas.
A capacidade de analisar, interpretar, decidir e executar é potenciada quando o
treinador confere espaço de problematização ao praticante. Mais do que a prescrição,
interessa o questionamento. O questionamento assume-se como uma estratégia
instrucional potenciadora da procura de soluções em detrimento da sua prescrição.
Nos dias de hoje e atendendo ao movimento de reforma do sistema educativo em
geral, o aluno ocupa uma posição central ao ser considerado o construtor activo das suas
próprias aprendizagens, valorizando os processos cognitivos, a tomada de decisão e a
compreensão de situações-problema.
Este novo paradigma de aprendizagem traz aos professores novos papéis ao
centralizar o fundamental do processo de aprendizagem no aluno, nomeadamente na
interpretação da sua actividade cognitiva e motora, no sentido de criar a melhor
atmosfera de aprendizagem.
Luís Bravo
Relatório Final de Estágio Página 24
Na actualidade, é inegável a convergência de várias abordagens no ensino dos
jogos desportivos, sendo patente em todas elas a preocupação em colocar o aluno numa
posição de construtor activo das aprendizagens.
Ao professor compete a preparação das sessões de treinos, a supervisão e
monitorização das mesmas, exercendo o papel de moderador e facilitador das
aprendizagens e aos praticantes é atribuído o desenvolvimento das experiências de
aprendizagem.
Optámos pela implementação do modelo de desenvolvimento de competências
dos jogos de invasão porque se adaptam melhor ao treino no Desporto Escolar, que visa
desenvolver nos praticantes a capacidade para organizar a sua prática de uma forma
responsável e autónoma e elevar as responsabilidades coordenativas, quer como jogador
(papéis como capitão de equipa e jogador suplente) quer como não jogador (arbitragem,
treinador, responsável pelo material), pois são aprendizagens que requerem tomadas de
decisão importantes.
Bibliografia
Relatório Final de Estágio Página 25
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