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PLANO DIRETOR – UFRJ 2020

PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA CIDADE

UNIVERSITÁRIA

PROPOSTA PRELIMINAR PARA DISCUSSÃO DO CONSELHO

UNIVERSITÁRIO

Comitê Técnico do Plano Diretor Novembro/2008

I. Apresentação

1.1. Seguindo deliberação do Conselho Universitário, de 1º de setembro de 2008, a presente Proposta Preliminar para a Discussão, elaborada pelo Comitê Técnico do Plano Diretor (CTPD), instituído pela Portaria 2168 (18/08/2008, publicada no Boletim da UFRJ de 28/08/2008), constitui um primeiro passo no processo de elaboração da Proposta de Plano Diretor UFRJ 2020, a ser encaminhada, em março de 2009, ao debate das unidades, centros, colegiados superiores, entidades associativas, sindicatos e comunidade universitária em geral, bem como de órgãos governamentais e organizações da sociedade civil de nossa cidade e estado.

Ao submeter ao exame e discussão esta primeira tentativa de dar concretude às Diretrizes Gerais do Plano Diretor (Resolução 10/2008), caberia esclarecer e balizar alguns dos elementos que caracterizam esta Proposta Preliminar.

1.2. Em primeiro lugar, cabe registrar, e enfatizar, seu caráter preliminar. Foram dois meses e meio de intenso trabalho da parte dos integrantes do CTPD e de vários colegas que se engajaram no complexo trabalho de coleta e sistematização de informações, estudo de experiências similares, levantamento e análise de projetos e propostas de interesse do PDUFRJ 2020 já existentes na UFRJ, contatos com instituições governamentais e não governamentais relevantes para a definição de opções e possibilidades, debates em diferentes unidades e conselhos, entre outras inúmeras atividades. A grandiosidade de nossa Universidade, a complexidade de suas relações internas e com a cidade do Rio de Janeiro, os graves e variados problemas e carências estruturais que enfrentamos, a falta de uma cultura do planejamento de médio e longo prazos, a riqueza e ambição, mais que justificadas, das Diretrizes aprovadas pelo CONSUNI, tudo isso constitui um enorme desafio para cujo enfrentamento apenas começamos a nos qualificar.

Por todas estas razões, esta proposta preliminar, na verdade um primeiro esboço, somente ganha sentido se for transformada em objeto de críticas e discussões, sem as quais dificilmente conseguiremos fazer de nosso Plano Diretor UFRJ 2020 “expressão e projeção, no tempo e no espaço, de uma vontade coletiva, democraticamente construída, de fazer da UFRJ uma universidade contemporânea de seu próprio tempo, consciente dos desafios que lhe são lançados pelo desenvolvimento científico e tecnológico, assim como por uma sociedade que traz as marcas tanto da condição periférica à globalização quanto de perversas e inaceitáveis desigualdades e injustiças.” (Resolução 10/2008).

1.3. Em segundo lugar, é necessário explicitar e justificar algumas opções assumidas pela CTPD, para cumprir, no prazo estabelecido, a responsabilidade que lhe foi atribuída.

O Plano Diretor, conforme estabelecidos pelas Diretrizes, deve constituir um conjunto que articula o Plano de Desenvolvimento da Cidade Universitária (PDCIDUNI), o Plano de Ocupação e Uso da Praia Vermelha (POUPV) e o Plano de Ocupação e Uso das Unidades Isoladas (POUUI). Ora, como se verá a seguir, esta primeira proposta preliminar concentrou sua atenção no PDCIDUNI. Antes de mais nada, tal escolha decorreu da constatação de que não haveria tempo útil para elaborar propostas minimamente consistentes, mesmo que preliminares, para os três vetores. De outro lado, julgou-se que, pela sua dimensão e importância, o Plano de Desenvolvimento da Cidade Universitária constitui eixo estruturante e referência primeira para o conjunto do Plano Diretor da UFRJ. Finalmente, a CTPD considera que a discussão de propostas para a elaboração do POUPV e do POUUI deve ser iniciada simultaneamente à constituição dos grupos de trabalho específicos, que, conforme determinam as Diretrizes, deverão ter a “participação das unidades acadêmicas, órgãos suplementares e centros acadêmicos”1.

II. Diretrizes Gerais: Respeitar e Concretizar

2.1. Os trabalhos que orientaram a elaboração da presente Proposta Preliminar tiveram como fundamento e inspiração, a todo tempo, as Diretrizes para o Plano Diretor aprovadas pelo Consuni (Resolução 10/2008). Dentre as várias diretrizes, cabe enfatizar, pela sua relevância e caráter abrangente, as seguintes:

- Dupla dimensão da integração: integração interna da UFRJ e a integração da UFRJ com a cidade (e por extensão, ao Estado e ao país);

- Visão de conjunto dos espaços e edificações disponíveis: visão integrada do patrimônio fundiário e edificado da UFRJ, “preservando sua integridade e inalienabilidade” (Resolução CONSUNI n0 09/2007, XV.1);

- Horizonte de longo prazo: estratégias e definições para o horizonte 2020, com metas intermediárias para os anos de 2012 e 2016.

2.2. Além destas 3 diretrizes centrais, buscou-se contemplar na presente proposta preliminar de Plano de Desenvolvimento da Cidade Universitária o conjunto de orientações e diretrizes estabelecidos pelo CONSUNI (Resolução 10/2008), cabendo destacar as seguintes:

` - Destinar no Plano de Desenvolvimento da Cidade Universitária espaços e edificações para as atividades de ensino, pesquisa e extensão de todas as unidades da UFRJ;

- “Encaminhamento de propostas e soluções para questões como acesso, segurança, acessibilidade, densificação no Campus da Ilha da Cidade Universitária, usos universitários e usos urbanos de seus espaços e edificações, integração social, democratização do acesso com incorporação mais expressiva de estudantes de camadas populares”;

- “Garantir a inalienabilidade do patrimônio e planejar o uso das instalações não utilizadas”;

1 A CTPD recomenda a imediata constituição destes Grupos de Trabalho.

- Combinar “o conceito de integração de toda a Universidade com o de convergências acadêmico-administrativas parciais, estabelecendo, no plano da distribuição espacial, órbitas que se articulem em torno de um foco comum. Essas órbitas deverão levar em conta a realidade das instalações já implantadas, facilitar a integração que se busca e permitir a expansão, a curto, médio e longo prazos, das atividades” das unidades acadêmicas e órgãos suplementares aglutinados nos vários Centros;

- “Implantar a decisão constante do PRE, visando a “expansão das atividades acadêmicas de graduação, mediante instalações de uso compartilhado e comum a várias unidades (salas de aula, laboratórios, equipamentos, instalações administrativas, unidades de serviço e bibliotecas)” (Resolução CONSUNI n0 09/2007, XV.2);

- Prever “um Espaço de Integração, onde se localizará não só a administração central, mas o conjunto de instalações e equipamentos de forte conteúdo integrador bem como espaços e instalações para as entidades de representação da comunidade”;

- Prever “múltiplas centralidades em torno a centros de convivência que concentrem as novas edificações aumentem as densidades nessas órbitas, viabilizando uma distribuição racional dos entroncamentos de transporte público (estações) e outros equipamentos de uso coletivo”;

- Projetar na Cidade Universitária “as características e a imagem de uma universidade que aplica os conhecimentos que produz e que pratica os compromissos sociais e ambientais que defende”;

- Assegurar “condições adequadas de trabalho e atenção à qualidade de vida de professores, técnicos”;

- Assegurar “condições de acessibilidade em todas as dependências universitárias”;

- Assegurar “condições adequadas para as atividades de ensino e pesquisa noturnas tais como: regularidade e conforto dos transportes públicos, serviços universitários de apoio (bibliotecas, restaurantes etc.) em operação, segurança”;

- Afirmar nosso “compromisso com a integração entre a Universidade e as comunidades vizinhas, aí consideradas a Ilha do Governador, os bairros da Zona da Leopoldina e da Maré”;

- Afirmar nosso “compromisso com o conjunto da Cidade, através da abertura de espaços e equipamentos de uso compartilhado, primordialmente nas áreas da ciência, tecnologia”;

- Assumir de maneira plena nossa responsabilidade ambiental, seja pela “destinação de resíduos sólidos, reuso das águas, coleta seletiva, uso eficiente de energia, controle da emissão dos gases causadores do efeito estufa, qualidade da água e demais componentes do meio ambiente”, seja pela “preservação de áreas de mangue e da reserva de Mata Atlântica na área da antiga Ilha do Catalão, e da boa qualidade da Baía de Guanabara”. Esta diretriz se completa com a que estabeleceu a necessidade de pensar e abordar “a Ilha da Cidade Universitária em sua totalidade, como um conjunto de áreas verdes, áreas de beira-mar e beira-mangue de grande relevância para a Baía de Guanabara e para a Cidade como um todo, visando a preservação das áreas lindeiras da Baía”;

- “Desenvolver novo conceito de transporte interno e circulação no Campus”, estruturando “a rede de transporte interno e suas conexões externas a partir de centros de convivência que deverão contemplar usos e atividades compartilhados por diferentes segmentos da comunidade (docentes, técnicos-administrativos em educação, estudantes), bem como pelos demais segmentos da população permanente e flutuante do Campus da Ilha da Cidade Universitária”;

- Afirmar a prioridade do transporte ativo – cicloviário para os deslocamentos mais longos, pedestre para os deslocamentos mais curtos;

- Afirmar a prioridade do transporte público coletivo sobre o transporte motorizado individual, revendo ao mesmo tempo a “opção rodoviarista para o transporte coletivo” e buscando alternativas ferroviárias e hidroviárias;

- “Melhorar a infra-estrutura viária e o sistema de transportes para o Campus” e “elaborar um plano específico, a ser apresentado às autoridades competentes, de acesso e conexão da Ilha da Cidade Universitária, que preveja a superação dos problemas atuais e o atendimento das demandas projetadas”;

- Implantação do Parque da Orla “combinando a diretriz ambiental com a concepção do sistema integrado de transporte”;

III. Primeiras Aproximações: as perspectivas de expansão nos horizontes 20020. 2016 e 2012.

3.1. O esforço de planejamento de longo prazo tem como pressuposto um trabalho sistemático no sentido de produção, sistematização, crítica e análise de informações. Nesta direção, foram deflagrados 3 movimentos simultâneos, a saber:

- Coleta de informações disponíveis junto à Administração Central;

- Aplicação de questionário junto às unidades, centros e Administração Central, convidando o conjunto de nossa Universidade a se engajar no esforço do planejamento de médio e longo prazos;

- Desenvolvimento de estudos e pesquisas junto à comunidade universitária, usuários externos de serviços e equipamentos universitários, comunidades vizinhas às intalações universitárias2. O Laboratório de Diagnósticos de Opinião já concluiu uma primeira pesquisa – “Vida Universitária – Hábitos e Anseios” -, com amostra de 3.600 docentes, discentes e técnicos-adminstrativos3. Também estão previstas pesquisas com o pessoal dos centros de pesquisa instalados na Cidade Universitária, com as populações vizinhas das instalações universitárias.

3.2. Embora os tempos de retorno dos questionários das unidades tenham ultrapassado de muito os originalmente previstos, limitando a plena utilização das informações já nesta primeira proposta preliminar, os resultados da experiência foram notáveis. Em primeiro lugar, o conjunto das unidades, centros e órgãos da Administração Central aceitaram o convite para se pensarem e projetarem no longo prazo. Em segundo lugar, a maneira qualificada e rigorosa com que foram organizadas as informações e previsões não pode ser tomada senão como reafirmação do compromisso e confiança no processo

2 No desenho e execução destes estudos e pesquisas o CTPD vem contando com o inestinável, entusiástico e competente apoio do LaDO – Laboratório de Diagnóstico de Opinião. 3 Ver, em anexo, uma primeira apropriação desta pesquisa e seus resultados.

de planejamento de longo prazo deflagrado com a aprovação das Diretrizes para o Plano Diretor UFRN 2020 pela Consuni4.

Em terceiro lugar, foi possível constatar uma grande, e em certa medida inesperada, convergência entre, de um lado, as estimativas de expansão produzidas, de um lado, pelos colegiados superiores e Administração Central e, de outro lado, aquelas que resultam do somatório das projeções de unidades e centros5. Estes resultados iniciais confirmam que o projeto de expansão da UFRJ está solidamente enraizado nas unidades e departamentos, programas e grupos de pesquisa, ali onde a universidade se faz quotidianamente lugar de ensino, pesquisa e extensão.

3.3. Tão ou mais relevante, um primeiro exame das informações e projeções das unidades e centros sugere consistência na formulação das estimativas de infra-estrutura (áreas, equipamentos) e de expansão dos corpos docente e técnico-administrativo necessários, nos horizontes 2020, 2016 e 2012, para assegurar a expansão das atividades de ensino, pesquisa e extensão e, em particular, para o forte aumento do número de estudantes previsto. Sem que houvesse qualquer restrição ou constrangimento à livre formulação e quantificação das necessidades, houve grande seriedade e rigor na formulação das “demandas”, isto é, das projeções. Em alguns casos, a projeção de área edificada necessária chegou a ficar aquém das primeiras estimativas elaboradas pela própria CTPD. Ao contrário do que se chegou a temer inicialmente, unidades e centros não adotaram a lamentável, porém tradicional, postura de “pedir muito para conseguir o que é realmente necessário”. Se as demandas parecem razoáveis e realistas, nada há, por outro lado, que permita suspeitar que unidades e centros, por alguma razão, tenham abdicado da qualidade ou optado por um amesquinhamento das bases materiais e humanas de que dependerá nossa Universidade no futuro próximo.

Seja como for, apesar de sua relevância, trata-se ainda de uma primeira aproximação, a ser afinada, ampliada ou reduzida, conforme uma avaliação mais cuidadosa a ser feita pelas e com as unidades e ao monitoramento permanente de nossa expansão real.

3.4. As estimativas de expansão apontam, no Horizonte 2020, para uma UFRJ que terá duplicado seu corpo social. A Tabela 1 apresenta estes resultados preliminares. Estas estimativas deverão ser mais elaboradas, de modo a verificar a sua consistência, mas também com o objetivo de incorporar estimativas de evolução das demais instituições instaladas na Cidade Universitária, bem como dos usuários de nossos serviços.

Seja como for, é possível admitir que temos uma ordem de grandeza que deve orientar o processo de elaboração e discussão do Plano Diretor 2020 e, em particular, do Plano de Desenvolvimento da Cidade Universitária.

4 Esta é uma avaliação preliminar das informações prestadas pelas unidades. Um exame mais acurado certamente indicará desvios em relação à média no que diz respeito a algumas unidades e/ou a alguns tipos de informação. 5 A CTPD combinou metodologicamente procedimentos indutivos (a partir das unidades para construir a perspectiva global) e dedutivos (a partir de concepções gerais). A convergência das estimativas produzidas através da metodologia “de baixo para cima” (bottom – up) e de “cima para baixo” (top-down) deve ser bem-vinda, na medida em que sinaliza uma importante unidade de projetos no topo e na base da instituição.

Tabela I – Estimativas de Evolução do Corpo Social da UFRJ 2008/2020

Centro Ano Discentes Docentes Técn-Adm TOTAL

CCJE 2020 9.407 267 143 9.8172016 6.477 214 121 6.8122012 4.672 164 102 4.9382008 5.181 255 152 5.588

CCMN 2020 14.006 950 879 15.8352016 11.638 796 777 13.2112012 8.617 751 644 10.0122008 4.623 469 527 5.619

CCS 2020 23.679 2.360 8.303 34.3422016 21.884 2.132 7.837 31.8532012 18.901 1.977 7.382 28.2602008 8.774 1.185 5.106 15.065

CFCH 2020 10.571 701 379 11.6512016 8.711 606 343 9.6602012 9.616 650 356 10.6222008 6.785 420 302 7.507

CLA 2020 12.119 699 312 13.1302016 11.288 654 290 12.2322012 10.218 546 259 11.0232008 7.009 503 331 7.843

CT 2020 17.359 753 1.160 19.2722016 14.935 658 1.032 16.6252012 12.709 574 911 14.1942008 8.022 478 569 9.069

Adm. Central 2020 0 3 1.505 1.5082016 0 3 1.453 1.4562012 0 3 1.438 1.4412008 412 189 1.361 1.962

TOTAL 2020 76.570 5.733 12.681 94.9842016 66.222 5.063 11.853 83.1382012 55.117 4.665 11.092 70.8742008 34.021 3.499 8.348 45.868

Fonte: Universidade Federal do Rio de Janeiro. Plano Diretor 2020. Áreas e Infra-estruturas das unidades da UFRJ. Situação atual e projeções – 2008-2012. PR-3

IV. Partido Urbanístico-Ambiental

4.1. O diagnóstico da configuração atual da Cidade Universitária evidencia a inspiração direta das concepções modernistas prevalecentes nos anos 40 e 50, marcadamente rodoviaristas e funcionalistas, que acabaram produzindo um espaço desintegrado, em que se distribuem edificações em lotes generosos, com pouca ou nenhuma interconexão, separados por grandes espaços com função meramente paisagística/contemplativa. A ruptura com o paradigma original não pode desconhecer, porém, o ambiente construído, ponto de partida inescapável. As diretrizes desta ruptura, por seu lado, estão estabelecidas pelas Diretrizes do Plano Diretor, resumidas acima (seção II).

Densidade Responsabilidade

Ambiental

Prioridade TransporteAtivo e Transporte

Coletivo

Mobilidade e Accessibilidade

Universal

Flexibilidade e Monitoramento

Permanente

Inovacão e Experimentação Convergência,

Reunião

Segurança e Qualidade do Trabalho

Diversidade

Compartilhamento de Espaços e Usos

Humanização dos Espaços

Conectividade

4.2. Sobre a base do ambiente construído e das Diretrizes, a CTPD estabeleceu uma série de princípios, objetivos, idéias-força que conformam o Partido Urbanístico-Ambiental a ser adotado:

- Urbanização

- Criação de um ambiente urbano na Cidade Universitária

- Integração com a cidade

- Usos compartilhados Universidade-Cidade

- Equipamentos culturais

- Equipamentos esportivos e de lazer

- Comércio e serviços

- Pólo de Esporte e Lazer, Pólo Cultural, Espaço de encontros urbanos (exposições e feiras)

- Mobilidade e Acessibilidade Universal

- Acessibilidade à Cidade Universitária

- Mobilidade interna – circulação

- Espaços e equipamentos acessíveis a portadores de necessidades especiais

- Conectividade

- Nexos e conexões entre vários equipamentos e edificações

- Caminhos e trajetos agradáveis

- Redes informáticas, redes de comunicação

- Diversidade

- Diversidade de usos próximos

- Diversidade na tipologia construtiva, nos gabaritos

- Densidade

- Aumentar as densidades médias

- Diversidade densa

- Combinar espaços com diferentes densidades

- Áreas poucos densas – reservas ambiental e fundiária

- Convergência – Reunião – Integração

- Centros de convergência

- Espaços de integração e reunião

- Integração com a cidade

- Integração com a vizinhança da Ciduni

- Uso de espaços abertos para atividades coletivas

- Caminhos, trajetos

- Combinação de espaços amplos e espaços “íntimos” e acolhedores

- Transporte Ativo e Transporte Coletivo

- Prioridade do transporte coletivo

- Na circulação interna: deslocamentos pedestres e por ciclovia

- Compartilhamento dos espaços e usos

- Equipamentos acadêmicos de uso coletivo

- Bibliotecas, auditórios de grande porte, equipamentos especiais

- Outros equipamentos de uso coletivo

- Restaurantes, clubes, associações/sindicatos

- Espaços esportivos e de lazer

- Responsabilidade ambiental e energética

- Densidades - uso econômico das superfícies

- Conforto ambiental nas edificações

- Uso econômico e eficiente de energia

- Fontes alternativas de energia

- Energia solar – placas

- Usina de lixo

- Parque da Orla e preservação ambiental

- Redução de poluição atmosférica e emissões de gases efeito-estufa

- Gestão resíduos sólidos

- Inovação e experimentação

- Cidade Universitária vitrine da produção científica

- Mag Lev

- Usina de lixo

- Política ambiental

- Segurança e qualidade do trabalho

- Normas urbanísticas

- Riscos e prevenção

- Segurança pública

- Humanização dos espaços

- Diversidade tipológica

- Espaços amplos – Espaços “íntimos”

- Espaços acolhedores e conforto ambiental

- Arborização

- Paisagismo

- Circulação a pé e de bicicleta

- Planejamento como processo

- Flexibilidade

- Planejamento como processo permanente

- Gestão

- Mecanismos institucionais de monitoramento, revisão, ajuste, atualização

4.3. O PDCIDUNI deve expressar a combinação e sinergia destes princípios, objetivos e idéias-força. Esta combinação e sinergia se fazem presentes num conjunto de políticas, que se apresentam a seguir.

V. Política de Acessibilidade, Mobilidade e Transporte

5.1. Accessibilidade e mobilidade são os objetivos centrais de uma nova Política de Transporte, baseada na prioridade ao transporte ativo e ao transporte público coletivo, assim como na responsabilidade ambiental.

5.2. O Acesso à Cidade Universitária deverá privilegiar o transporte de massa sobre trilhos e hidroviário. As negociações iniciadas com o Governo do Estado foram conduzidas a bom termo, com o compromisso de implantação de linha férrea ligando a Ilha do Governador à Central do Brasil, com estações no Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, na Cidade Universitária e em Bonsucesso. Estará, assim, assegurada conexão com as redes de metrô trem, bem como ao conjunto das redes de transporte rodoviário, oferecendo acesso rápido à Ciduni de várias partes da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

5.4. Uma nova ponte ligando a Ciduni à Linha Vermelha, com saída após o entroncamento com a Linha Amarela, deverá contribuir no curto e médio prazos para desafogar o trânsito.

Os linhas de ônibus cujos trajetos tangenciam a Cidade Universitária continuarão constituindo, por um certo período, importante meio de acesso. O terminal rodoviário que também integra esta política de curto prazo, ainda e inevitavelmente tributária da predominância do transporte rodoviário, contribuirá para dar mais racionalidade e eficiência a este tipo de acesso.

5.5. O acesso por transporte público deverá ser complementado por linhas hidroviárias, ligando-nos a Universidade Federal Fluminense (Gragoatá) e Praça XV. Esta linha de integração universitária oferecerá também uma opção complementar àqueles que buscam nossa Universidade desde o outro lado da Baía de Guanabara e do Centro da Cidade.

5.5. Na Circulação Interna, a política aponta para a prioridade do transporte ativo nos deslocamentos de curta e média distância, e para o transporte coletivo.

O princípio do Transporte Ativo se impõe cada vez mais, mesmo em grandes cidades, como Paris, Montreal, Amsterdã e outras. Deslocamentos a pé, de bicicleta, de skate, patins e patinete se generalizam nas grandes metrópoles, com admiráveis impactos positivos tanto na qualidade da vida urbana quanto na saúde da população. Trata-se, pois, de assegurar na Ciduni, cuja topografia plana convida ao transporte ativo, as vias adequadas e sua proteção. Caminhos amenos e arborizados, mobiliário urbano e outros eventos urbanos ao longo dos trajetos, tudo isso contribui para tornar mais agradáveis estes deslocamentos.

5.6. Os grandes eixos de circulação serão progressivamente reservados ao meios coletivos e às vias de transporte ativo (ciclovias, calçadas). O transporte motorizado individual deverá ser canalizado para uma via periférica e os estacionamentos deverão ser devidamente redimensionados e relocalizados, banindo o domínio do automóvel individual sobre as vias de circulação e a ocupação de áreas nobres6.

5.7. Haverá que assegurar, no conjunto das edificações, serviços e equipamentos universitários, acessibilidade universal, garantindo os plenos direitos dos portadores de necessidades especiais.

5.8. Metas da Política de Acessibilidade, Mobilidade e Transporte nos Horizontes de Planejamento7 - 2012

- Terminal rodoviário

- Viaduto Linha Vermelha/Centro

- Mag-lev – trecho CT-CCS

- Ciclovias e bicicletas

- Redesenho e implantação do novo desenho dos eixos principais – ciclovias, calçadas, estacionamentos, construção de anel viário em torno das áreas universitárias .

- Redesenho e adequação das edificações e equipamentos já existentes, de modo a assegurar acessibilidade universal aos portadores de necessidades especiais.

- 2016

- Conexão ferrovia/Supervia – Central-Bonsucesso-Ciduni-Galeão-Ilha do Governador

- Expansão Mag-lev para toda a Ciduni

- Conexão Galeão-Santos Dumont passando pela Ciduni (?)

- Ligação hidroviária Hidroviária UFRJ-Praça XV-UFF

VI. Política de Centralidades e Integrações

6.1. Tomando como ponto de partida as edificações já implantadas, e tendo como objetivo a reversão de sua dispersão, que gerou um espaço fragmentado e sem conexões, identificaram-se três caminhos para reverter o quadro presente. implementação dos Centros de Convergência, a implantação da Área Central e a ênfase nas edificações e espaços de uso coletivo.

6.2. Os Centros de Convergência constituem uma unidade básica de planejamento, cujos atributos são: densidade, diversidade, convivência de usos e usuários, conectividade, ambiência urbana. Os Centros de Convergência funcionarão como uma espécie de bairro da Cidade Universitária. 6 Nos marcos da concepção rodoviarista que imperou nos anos 50 e 60, no contexto do qual o automóvel individual dominava a totalidade dos espaços, os estacionamentos abocanharam grandes superfícies em localizações nobres, como o comprovam os estacionamentos nas áreas frontais do CT, do CCMN e do CCS. 7 As metas para 2012 e 2016 são, por ora, meramente indicativas, devendo ser objeto de estudos mais detalhados.

Assim como os bons bairros urbanos, os Centros de Convergência se caracterizam pela oferta de um conjunto de atividades, serviços e comércio que lhes conferem alguma autonomia, afirmando, desta forma, uma certa multicentralidade (que pode ser lida também como descentralização) da Ciduni.

Por serem parte de uma cidade especial, que é universitária, estes bairros caracterizam-se por se articularem em torno às atividades-fins da universidade e a suas unidades de ensino, pesquisa e extensão.

6.3. Os Centros de Convergência devem integrar, assim, o que vem definido nas Diretrizes do Plano Diretor como:

- Superfícies e áreas construídas estritamente acadêmicas, destinadas às edificações e usos voltados às atividades de ensino, pesquisa, extensão, administrativas e de apoio, como: salas de aula, laboratórios, gabinetes, espaços e equipamentos administrativos, bibliotecas, instalações e infra-estrutura para novas tecnologias e inovações didático-pedagógicas, estúdios de TV e rádio, auditórios de pequeno porte, etc.;

- Superfícies e áreas construídas de apoio e de convivência acadêmicos, como: residência universitária, restaurantes, espaços e instalações para associações e sindicatos, espaços e instalações para formação e desenvolvimento de recursos humanos, outros espaços de convivência, auditórios de médio e grande porte;

6.4. A Área Central integra também a Política de Centralidades e Integrações, pois reunirá instalações e serviços que interessam o conjunto da Universidade: Administração Central, Centro de Ensino à Distância, Espaços e equipamentos para teleconferência, Rádio e TV Universitária, Centro de Formação de Técnicos-Administrativos, Colégio Universitário para Formação Cidadania (?), auditórios de grande porte (centro de convenções?), concha acústica (?), sedes das associações e sindicatos, memória da UFRJ, Prefeitura da Cidade Universitária, etc.

6.5. Parque da Orla, Clube Universitário, Equipamentos Esportivos completam a Política de Centralidades e Integrações, oferecendo outros tantos espaços e atividades que constituirão lugares possíveis de encontro ativo, em torno a atividades culturais, esportivas e de entretenimento. Também completam a integração Universidade-Cidade.

6.6. Metas da Política de Centralidades e Integrações nos Horizontes de Planejamento8

- 2012

- Centro de Convergência do CCS

- Restaurante universitário (2009)

- Bloco J

- Terminal rodoviário

- Reorganização comércio e serviços

- Centro de Convergência CT-CCMN

- Bibioteca Central CT

8 As metas para 2012 e 2016 são, por ora, meramente indicativas, devendo ser objeto de estudos mais detalhados.

- Residência universitária

- Blobo CT 2 / Novas salas de aula

- Pólo Químico

- Reorganização comércio e serviços

- Centro de Convergência CLA-CFCH-CCJE

- Colégio de Aplicação

- Faculdade de Educação

- Residência Universitária

- Espaço integrado das Bibliotecas IPPUR-FAU-EBA

- Sala de aula uso comum CCJE-CFCH

- Reorganização de comércio e serviços

- 2016

- Centro de Convergência CLA-CFCH-CCJE

- Residência universitária

- Restaurante universitário

- Comércio e serviços

- Prédio EBA

- Unidades do CFCH – IFCS, ESS, ECO (?)

- Unidades do CCJE – IE, FACC (?)

- Centro de Convergência CCS

-Demolição da Perna seca do HU e edificação de novas unidades de saúde

- Área Central

- Administração Central – Reitoria

- Associações/Sindicatos

- Complexo de auditórios de grande porte

- Centro de Ensino à Distância

- Centro de Formação de Técnicos-Administrativos

- Colégio Universitário para Formação Cidadania

- 2020

- Áreas de Convergência

- Expansão e conclusão

- Transferência de unidades para a Ciduni (?)

- Área Central

- Expansão e conclusão

VI. Política de Residência Universitária

7.1. Neste terreno, o primeiro passo é a superação da concepção segregadora e redutora do “alojamento” e do “alojado”, o que depende da adoção de uma política ampla de moradia e residência universitária.

A Política de Residência Universitária deverá fundar-se nos princípios seguintes:

- Residência para os diferentes segmentos da comunidade universitária;

- Integração dos edifícios residenciais no conjunto do tecido da Ciduni, nos diferentes Centros de Convergência;

- Integração, em cada edifício residencial, de moradores de diferentes tipos e segmentos da comunidade, de modo a evitar processos segregadores;

- Prioridade à moradia estudantil social.

7.2. Tendo como meta, no horizonte 2020, oferecer residência para 10% dos integrantes da comunidade universitária, a Política de Residência Universitária projeta multiplicar por pelo menos 5 a oferta de moradia estudantil social – das atuais 500 (2008) para pelo menos 2.500.

7.3. Os demais segmentos – docentes e técnicos-administrativos -, assim como estudantes graduandos e pós-graduandos que não façam jus a moradia social, também poderão acessar residências universitárias, compatíveis com suas necessidades e tamanho da família, mediante locação9.

7.4. Nos edifícios residenciais deveremos ter unidades de diferentes tipologias (apartamentos com sala, cozinha, área, e 1 a 4 quartos), para atender a diferentes tipos de demanda. A moradia social será única e padronizada, assegurando condições de vida digna, saudável e adequada à vida de um estudante universitário.

7.5. A integração de diferentes usuários – docentes, técnicos-administrativos, estudantes de graduação e pós -, que habitarão as unidades residenciais em diferentes condições (moradia social ou locação), expressa a preocupação em evitar a constituição de guetos sociais ou de categorias específicas, e em assegurar um espaço residencial característico de cidades e ambientes integrados, em que a coexistência da diferença é fator de riqueza de interações, aprendizado democrático e modo de evitar a constituição de espaços segregados e degradados habitados pelos mais pobres.

7.6. Os edifícios deverão contemplar espaços de uso coletivo como sala de televisão e vídeo, laboratórios, salas de estudo, salas de estar e equipamentos esportivos. Estes últimos equipamentos poderão estar integrados ao Centro de Convergência em que estiver localizado o edifício. Os primeiros e segundo andares deverão ser destinados ao pequeno comércio e serviços de bairro, assim como a restaurante universitário.

7.7. Metas da Política de Residência Universitária nos Horizontes de Planejamento

9 Desde 1964, as políticas habitacionais governamentais de moradia social priorizaram a “casa própria”. Mais recentemente, seguindo o exemplo de vários países, há forte tendência a adotar políticas de habitação social voltadas para a locação. Discute-se, no momento, no âmbito do Ministério das Cidades e da Caixa Econômica, a criação de linhas de financiamento especiais para moradia social por locação. Um pograma universitário nesta direção seria pioneiro.

- 201210

- 1.500 unidades residenciais, das quais 750 sociais.

- 2016

- 5.000 unidades residenciais, das quais 2000 sociais

- 2020

- 10.000 unidades residenciais, das quais 2.500 sociais

VIII . POLÍTICA DE ALIMENTAÇÃO 8.1. A Política de Alimentação deve concretizar a vontade de garantir efetivas oportunidades de formação integral ao conjunto dos estudantes, em particular aqueles oriundos de famílias de baixa e média renda. Oferecer uma alimentação de qualidade, equilibrada e accessível, como sabido, é da maior importância para favorecer a permanência dos estudantes no espaço universitário, dedicando-se integralmente aos estudos. É, igualmente, importante meio de combate à evasão.

8.2. Suplementarmente, os restaurantes universitários estarão atendendo a técnicos-administrativos e docentes.

8.3. Entende-se a necessidade de operar com diferentes restaurantes, implantados nos diferentes Centros de Convergência, restringindo a necessidade de deslocamento nos horários de refeições.

8.4. A Política de Alimentação completa-se com uma visão integrada do conjunto de serviços de alimentação permitidos, como podem ser restaurantes, lanchonetes e cafés, quiosques, etc. A política de permissões deverá atender aos objetivos de alcançar diversidade de oferta, qualidade nutricional e sanitária, preços razoáveis e horários de funcionamento compatíveis com os horários escolares (inclusive noturno).

Também se deveria estudar a pertinência e interesse de instalar, em acordo com o SENAC e apoio do Instituto Nutrição, um restaurante-escola, para formar pessoal qualificado11.

8.5. Metas da Política de Alimentação nos Horizontes de Planejamento

- 201212

- 8.200 refeições diárias

- Restaurante Letras (já em operação) - 800 refeições

- Restaurante CCS (2009) – 4.000 refeições

- Restaurante CT (2009) – 1.000 refeições

10 As metas para 2012 e 2016 são, por ora, meramente indicativas, devendo ser objeto de estudos mais detalhados. 11 O SENAC mantém, hoje, 4 restaurantes-escolas na cidade do Rio de Janeiro, voltados para a formação não apenas na área de gastronomia e nutrição, mas voltada também para a valorização de aspectos culturais e de expressão étnica que caracterizam a alimentação com fato social. A formação de pessoal graduado e técnico nas áreas de gastronomia e serviços de restauração atenderia a demanda do setor de restauração e hotelaria, que operam na indústria do turismo, de grande relevância na vida econômica da cidade.

12 As metas para 2012 e 2016 são, por ora, meramente indicativas, devendo ser objeto de estudos mais detalhados.

- Restaurante CCMN (2009) – 2. 400 refeições

- 2016

- 15.000 refeições

- Restaurante Centro de Convergência CLA-CCJE-CFCH

- 2020 - 30.000 refeições

IX. Política de Responsabilidade Ambiental e Energética

9.1. Preliminarmente, para efeitos do PDCIDUNI, define-se como Responsabilidade Ambiental e Energética o compromisso em assegurar que nossas práticas estejam permanentemente buscando

- uso responsável e econômico dos recursos materiais;

- economia e eficiência energéticas;

- busca de fontes alternativas de energia;

- recuperação, reciclagem, gestão e destinação adequada de resíduos sólidos;

- redução da poluição atmosférica e de emissões de gases de efeito-estufa;

- recuperação e preservação de biomas relevantes, expressivos da bacia da Baía da Guanabara;

- modos de vida saudáveis, implicando disseminação da prática de exercícios físicos e hábitos alimentares saudáveis (produtos orgânicos)

Alcançar estes objetivos no horizonte 2020 significa fazer da Ciduni, enquanto complexo urbano, um campo de experimentação e modelo da Responsabilidade Ambiental e Energética.

9.2. A ambiciosa proposta enunciada exige um entendimento de que a questão ambiental e energética atravessa e deve ser contemplada no conjunto do PDCIDUNI e em cada um dos projetos que o integrarão. Assinalam-se abaixo, de forma ainda preliminarmente ilustrativa, a multiplicidade de aspectos e dimensões a serem consideradas.

- Ambiente construído

- Criar espaços de trabalho e estudo ambientalmente confortáveis, que assegurem segurança e salubridade, com adequado controle dos riscos

- Promover a conservação, economia e eficiência energéticas

- Mobilidade e Transporte

- Desenvolver e implementar estratégias para reduzir uso de combustíveis fósseis, poluição atmosférica e emissões de carbono, favorecendo meios de transporte ambientalmente amigáveis, em particular o transporte ativo.

- Alimentação

- Promover, nos restaurantes universitários e demais serviços de permissionários, alimentação saudável e orgânica.

- Prática esportiva e modos de vida

- Oferecer equipamentos esportivos e espaços internos e externos que favoreçam o exercício físico

- Gestão ambiental dos recursos hídricos

- Dragagem e recuperação dos canais do Cunha e do Fundão

- Reabertura, onde possível, dos canais que separaram as ilhas originais que deram origem à ilha da Cidade Universitária, de modo a favorecer a circulação e qualidade das águas;

- Uso econômico e reciclagem da água

- Economia e eficiência energética

- Implantação da Usina de Lixo

- Implantação de placas solares

- Utilização de energia solar para alimentar o Mag-lev

- Redução das emissões

- Prioridade ao transporte coletivo

- Prioridade ao transporte sobre trilhos

- Ilha do Catalão

- Reserva ecológica do Catalão

- Gestão e Controle de riscos

- Segurança do trabalho

- Salubridade dos locais de trabalho e estudo

9.3. Uma Política de Responsabilidade Ambiental e Energética também terá impactos positivos do ponto de vista do orçamento da UFRJ, uma vez que as opções ambientalmente mais adequadas costumam ter efeitos financeiros positivos. Assim, por exemplo, estima-se que a implantação de uma usina térmica que queime lixo pode reduzir em até 50% nossas contas de energia. A implantação do Mag-lev deve pagar os investimentos em 4 a 5 anos, redundando numa economia de 3 a 4 milhões anuais dispendidos com os ônibus, desconfortáveis e poluidores, que hoje respondem pela circulação interna. Ambientes de trabalho adequados, ambientalmente confortáveis, podem contribuir para melhor desempenho no trabalho e no estudo.

9.4. Tendo em vista a necessidade de aprofundar e detalhar as bases, princípios, objetivos e modos de implementação da Política de Responsabilidade Ambiental, o CTPD decidiu criar um sub-comitê específico – Sub-Comitê Responsabilidade Ambiental e Energética - para, na próxima etapa, produzir uma proposta abrangente e consistente neste terreno.

X. Política de Serviços Urbanos e Espaços Comerciais

10.1. Com base nas estimativas de expansão das unidades, o PDCIDUNI projeta uma mudança profunda na escala da UFRJ e da Cidade Universitária. Nossa comunidade estará próxima de 100.000 pessoas, às quais cabe agregar os usuários de serviços universitários, o pessoal dos centros de pesquisa não universitários e os visitantes, cujo número deve aumentar expressivamente em razão da oferta crescente de equipamentos

compartilhados com a cidade. No horizonte 2020 está prevista uma população residente em torno de 20.00013.

A oferta de comércio e serviços deve atender quantitativamente e qualitativamente à demanda representada por esta população. Também será necessário distribuir a oferta no espaço, de modo a servir adequadamente à totalidade da malha da Ciduni.

10.2. Os serviços e comércios atualmente existentes na Cidade Universitária são manifestamente precários. Uma nova concepção de comércio e serviços deverá ser adotada, superando a pobre e tradicional política que se restringe a distribuir permissões.

Esta nova política estará ancorada em dois vetores.

10.3. Comércio e serviços “de bairro”, envolvendo pequeno comércio - papelarias, lanchonetes, padarias/pequenos armazéns gerais, barracas de frutas, serviços de fotocópia, livrarias-cafés, farmácias, etc – que atenderá à comunidade do Centro de Convergência, inclusive os moradores das Residências Universitárias;

Estas unidades de comércio e serviços deverão ocupar os pavimentos térreos ou mezaninos dos edifícios residenciais dos Centros de Convergência, como é comum em bairros urbanos de boa qualidade de vida de nossa cidade, como são Leblon, Ipanema, Laranjeiras, Tijuca, etc.14

10.4. Centro Comercial, que deverá prever áreas para teatro e cinemas, bem como instalações comerciais e serviços mais qualificados. Pela sua natureza, deverá ser localizado na Área Central, vizinho à Administração Central e ao novo Canal, servido pela estação da Supervia. Pesquisas mais finas junto à comunidade universitária e às populações vizinhas potencialmente usuárias deverão apurar e qualificar melhor as demandas e o potencial deste tipo de equipamento15.

O detalhamento do projeto deverá explorar as complementaridades deste Centro Comercial com o Ginásio Poliesportivo e demais equipamentos esportivos de uso compartilhado com a cidade.

XI. Cidade Universitária – Pólo de Esporte e Lazer

11.1. Pensar a Cidade Universitária como um Pólo de Esporte e Lazer implica em analisar o campus através de diferentes perspectivas:

- sua ocupação transitória por milhares de pessoas que ali permanecem, de segunda a sexta-feira durante todo o dia e parte da noite;

- pelos residentes das residências universitárias previstas para estudantes, servidores docentes e técnico-administrativos e moradores da Vila dos Funcionários;

13 A oferta de unidade residenciais prevê a moradia de 10.000 estudantes, docentes e técnicos-administrativos. Ora, como a maioria dos docentes e servidores técnicos-administrativos, assim como alguns estudantes, estarão morando com suas famílias, o número de 20.000 residentes parece conservador. Projeções mais finas deverão ser produzidas. 1414 A exploração dos resultados da pesquisa “Vida Universitária: Hábitos e Anseios” ajudará a desenvolver os programas de comércio e serviço dos Centros de Convergência. É possível supor a necessidade de adaptar os programas a cada Centro de Convergência, o que deverá ser feito a partir de processos de pesquisa e negociação com cada comunidade particular desses bairros universitários. 15 Como ilustração, vale registrar que metade dos entrevistados para a pesquisa “Vida Universitária: Hábitos e Anseios” manifestou vontade de que haja salas de cinema no espaço universitário. 40% e 36%, respectivamente referiram salas de teatro e salas para exposições de arte.

- pelos setores da população da cidade do Rio de Janeiro, em particular das vizinhanças da Ciduni, que poderão utilizar espaços, serviços e equipamentos de uso compartilhado.

Trata-se, portanto, do desafio de estabelecer políticas de esporte e lazer para a Cidade Universitária com um vasto leque de opções, que, de um lado, dizem respeito aos interesses culturais e hábitos de nossos usuários, de outro, contribuam para a integração social e para a adoção de práticas e modos de vida mais saudáveis16.

11.2. Isto significa conceber e projetar a Cidade Universitária também como um grande espaço, um grande e complexo equipamento múltiplo, apto a acolher, sediar, estimular e integrar ao quotidiano das práticas universitárias a prática do exercício físico e do lazer.

Em primeiro lugar, instalar, nos Centros de Convergência, em articulação com os edifícios residenciais, mas não apenas, quadras e equipamentos para a prática de diferentes esportes. A oferta destes equipamentos próximos aos centros de atividade e residência constitui a garantia de sua incorporação à vida quotidiana, sempre que se assegurem igualmente vestiários e banheiros adequados.

11.3. Ao mesmo tempo, há que reconhecer, identificar, explorar e desenvolver o extraordinário potencial existente para práticas de esporte e lazer que atendam à comunidade externa. Ao invés de um único e concentrado “quarteirão esportivo”, uma cidade esportiva, com quadras e esportistas por toda parte. É bom não esquecer que o estímulo ao transporte ativo – bicicleta, deslocamentos a pé – constitui ponto de sinergia entre a Política de Mobilidade e Transporte, a Política de Responsabilidade Ambiental e Energética e a Política de Esporte e Lazer.

11.4. A topografia plana, associada a um piso de qualidade, cuja manutenção será facilitada pela redução da circulação de automóveis e ônibus17, permitirá transformar a Ciduni, também, em espaço único no Rio de Janeiro para treinos e eventos de corrida e ciclismo graças à geografia com poucos aclives e declives, asfalto de qualidade e amplo espaço que, associado ao controle de veículos e a segurança, fariam da Cidade Universitária um local privilegiado.

11.5. Equipamentos esportivos especializados deverão ser projetados para abrigar, sob a égide da Escola de Educação Física e Desportos e com a participação da população do entorno, programas de iniciação esportiva e eventos esportivos regionais e nacionais. Outra importante iniciativa será a união de programas da UFRJ cujos estudos possam contribuir para a produção acadêmica, transdisciplinar, na área do esporte, visando a criação futura de um Instituto do Esporte;

11.6. Alguns equipamentos mais importantes, pela sua dimensão e custo, integram o proposta de Pólo de Esporte e Lazer.

- Esporte

16 Jofre Dumazedier sugere uma abordagem abrangente do lazer quando classifica as atividades do lazer de acordo com o que motiva o indivíduo ou grupo social a buscar uma atividade: interesses físicos (esportes, atividades físicas, atividades de aventura, caminhadas, etc.); interesses artísticos (museus, cinemas, teatros, centros culturais, cultura popular, etc.); interesses manuais (manipulação de objetos e produtos, hobbies em geral,etc.); interesses intelectuais (jogos intelectuais – xadrez, damas, gamão, etc – cursos, palestras, etc); e interesses sociais (atividades em grupo, festas, reuniões etc). 17 Percebe-se, aqui, uma outro efeito sinérgico articulando a Política de Mobilidade e Transporte, o princípio de Humanização da Ciduni e a Política do Pólo de Esporte e Lazer.

- Ginásio poliesportivo para 3.000 a 5.000 assistentes

- Pista de atletismo de nível olímpico

- Estádio Aquático

- Campo de futebol

- Lazer/Entretenimento

- Salas de teatro e cinema (no Centro Comercial, em conexão com o Ginásio Poliesportivo);

- Parque da Orla, que, além de área de interesse ambiental e jardim botânico, deverá constituir um grande espaço esportivo, de espairecimento, exposições e espetáculos ao ar livre (ou sob grandes tendas).

XII. Cidade Universitária – Pólo Cultural

12.1. Embora nem sempre devidamente conscientizada e explorada, nossa Cidade Universitária tem uma extraordinária vocação como pólo cultural e científico. Assumir esta vocação é reafirmar nosso compromisso com o conjunto da cidade, mas também com nossa missão de instituição educacional.

Neste terreno poderemos interagir com um conjunto de instituições científicas e culturais. Com um adequado Programa Cultural e Científico seremos capazes de nos articularmos com as redes de ensino fundamental e médio, colaborando para a formação continuada de seus professores e a iniciação científica e artística de seus alunos. A contribuição de nossa universidade para e Educação de 1º e 2º estará inscrita no espaço universitário e será parte tanto do nosso quotidiana quanto do quotidianos das escolas, professores e alunos das escolas de nossa cidade e estado.

12.2. Ao mesmo tempo, estaremos colocando a UFRJ no circuito cultural da cidade e fazendo da Ciduni um espaço que os estudantes de primeiro e segundo grau conheçam a universidade desde seus primeiros passos no sistema educacional, através de visitas guiadas a nossos museus, exposições, eventos culturais, etc.

12.3. Neste terreno, além dos teatros já mencionados, cabe refletir em particular acerca de organização de museus e exposições artísticas e científicas. Temos, na UFRJ, museus e acervos extraordinários – Museu Dom João VI, acervo da Escola Politécnica e da Faculdade de Medicina, do Instituto de Geociências. Um levantamento cuidadoso mostrará a extraordinária importância do patrimônio artístico e cultural do qual a cidade e os jovens pouco se beneficiam.

12.4. A política cultural deverá considerar outras instituições, e partir de propostas e experiências já em curso de implementação na UFRJ, como o Museu do Mar, o Museu de Geologia e outras. Também dever-se-iam examinar e explorar as colaborações possíveis com instituições nacionais sediadas no Rio de Janeiro, como a Academia Brasileira de Ciências (Museu da Ciência?), com a Academia Brasileira de Letras, Biblioteca Nacional (Museu do Livro?), etc.

12.5. A afirmação da Cidade Universitária como Pólo Cultural exige a concepção e implementação, no longo prazo, de uma política de museus e exposições. A CTPD não teve tempo e meios para aprofundar as discussões a este respeito, tendo decidido constituir um sub-comitê específico para este fim.

XIII. Cidade Universitária – Pólo de Exposições, Feiras e Encontros Urbanos

13.1. Complementando, por assim dizer, as iniciativas e projetos voltados para ampliar os espaços e equipamentos compartilhados com a cidade, essenciais para realizar a diretriz da integração Universidade-Cidade, a CTPD julgou pertinente a formulação de um programa específico para atividades que constituem momentos de polarização na vida urbana, mesmo que de grupos específicos. Feiras e encontros de colecionadores e aficcionados de filatelia, numismática, caixas de fósforos, aeromodelismo, revistas de quadrinhos e mil e um outros hobbies, constituem em todas as grandes cidades, espaços-tempos de rica sociabilidade. Podemos, e devemos, acolher e estimular este tipo de encontros, fazendo de nossa Cidade Universitária uma cidade de encontros.

13.2. Também, grupos teatrais e musicais amadores, cineastas e artistas de todo o tipo serão bem-vindos e poderão mostrar seu trabalho em nossa Cidade Universitária, pois ela também lhes pertence.

13.3. Uma ou várias grandes tendas, no Parque da Orla ou em outras localizações, poderão acolher nos fins-de-semana feiras de produtores orgânicos, artesãos ou outros grupos carentes de espaço e apoio. A Universidade afirma-se, destarte, como fomentadora da vida cultural, artística e da sociabilidade urbana.

XIV. Política de Segurança Pública

14.1. A Cidade Universitária conheceu, nos últimos anos, uma expressiva melhoria das condições gerais de segurança pública, tanto no que concerne à segurança patrimonial como à segurança das pessoas. Medidas preventivas bastante eficientes foram adotadas, e ainda estão em curso de adoção. E o que parece mais importante: isso foi alcançado sem que se aderisse a estratégias que apontavam, em determinado momento, para a transformação de nossa Cidade Universitária num campus de segurança máxima, cercado de muros e entulhado de vigilantes armados até os dentes. A recusa da estratégia do pânico e do terror mostrou-se acertada, e ela deve ser mantida.

14.2. Por outro lado, a projeção de expressivo crescimento da população, residente e não residente, alterará as condições gerais da vida na Ciduni e, em conseqüência, das condições gerais de segurança. Em primeiro lugar, reafirmamos a opção por uma Política de Segurança clara e firme, mas que rejeita processos que conduziriam à transformação da Cidade Universitária em algo que pudesse ser assimilado a um condomínio fechado.

A Política de Segurança escora-se no princípio fundamental de que níveis mais elevados de densidade e uso constituem, em si mesmos, elementos que aumentam o nível geral de segurança. Grandes espaços vazios, áreas ermas e pouco freqüentadas são o lugar da insegurança urbana por excelência. Assim, apostamos que, tanto nas atividades diurnas como noturnas, o aumento das densidades, a multiplicidade de usos e usuários, a ocupação mais intensa e permanente dos espaços, a implantação dos Centros de Convergência, tudo isso colabora para gerar um ambiente mais seguro.

14.3. Por outro lado, o aumento expressivo da população residente e dos fluxos, a criação de novos espaços de afluência (centro comercial, ginásio poli-esportivo, museus) e a expressiva atração de visitantes, exigirá a redefinição de alguns elementos da Política de Segurança.

Será necessário abrir, desde já, uma discussão com os órgãos responsáveis pela Segurança Pública e pelo patrimônio federal, para desenvolver estratégias e sistemas de segurança que venham atender às novas realidades com que estaremos lidando.

XV. Política de Infra-Estrutura Geral

15.1. As redes de infra-estrutura constituem espinha dorsal de que depende o adequado funcionamento de nossas atividades-fins, bem como das que se desdobram em apoio e em paralelo àquelas. Uma Política de Infra-Estrutura Geral deverá contemplar a expansão e melhoria das seguintes redes e sistemas:

- Sistemas de telefonia e telecomunicações;

- Sistema de iluminação Pública;

- Rede de energia, com implantação de sub-estação abaixadora e rede própria de distribuição18;

- Redes de transmissão de dados, fazendo da Ciduni uma área por conexões sem fio à Rede Mundial de Computadores;

- Redes de águas pluviais, água, esgoto;

- Sistema de segurança pública.

15.2. Haverá que consagrar uma atenção especial aos serviços industriais de apoio, que por suas dimensões e condições de operação (ruído, poluição, etc), ficarão à margem do princípio geral de integração e proximidade de atividades e usos. Um projeto específico, que partirá do que já existe, deverá ser desenvolvido, com ênfase na responsabilidade ambiental e economia de meios.

XVI. Mecanismos institucionais de monitoramento, gestão e revisão do Plano Diretor UFRJ 2020

16.1. A vida não pára enquanto estamos concebendo e implementando planos. Ao contrário, e cada vez de maneira mais acelerada, novos conhecimentos são gerados nos diversos campos da ciência, novas formas de manifestação artística emergem, novas necessidades surgem dos conflitos políticos e processos culturais que se desenrolam contraditoriamente na vida social. O processo de planejamento, ainda mais quando se trata de um Plano de Médio e Longo Prazos, não pode, pois, esgotar-se na concepção, elaboração e aprovação do plano.

Assim, o planejamento deve ser visto como processo permanente, que envolve incessante monitoramento e avaliação. Assim, periodicamente, e não apenas nos horizontes intermediários de 2012 e 2016, deveremos ter mecanismos e processo de acompanhamento, correção de rumos, introdução de novas políticas e diretrizes sempre que evidenciar necessário.

16.2. Numa universidade como a nossa, que apenas recentemente começa a adotar a prática do planejamento, ainda teremos que nos qualificar e habituar a este novo e relevante instrumento de ação política institucional. Em primeiro lugar, trata-se de

18 Atualmente, a Cidade Universitária é suprida de energia elétrica pela Subestação Fundão, da LIGHT, através de alimentadores 13,8kV aéreos e subterrâneos que atendem também a outros consumidores da concessionária. Por seu consumo expressivo, a UFRJ pode se habilitar como “consumidor livre”, beneficiando-se de tarifas muito mais favoráveis. Neste caso, receberemos carga em 138kV e, com uma estação rebaixadora, faremos uma distribuição através de rede própria em 13,8kV, com total independência da rede de distribuição em 13,8 kV da LIGHT já existente. Para tanto, será necessária a implantação de uma nova sub-estação, de propriedade da UFRJ, próxima da hoje existente, com dimensões e arranjo elétrico semelhantes.

afirmar claramente que planejar-se, projetar-se no futuro segundo concepções geradas endogenamente, embora em relação com o mundo extra-muros, constitui elemento fundamental de qualquer projeto de universidade autônoma.

16.3. Mais além de uma Pró-Reitoria de Desenvolvimento, deveremos conceber e criar mecanismos permanentes, e participativos, que assegurem, de um lado, a continuidade do Plano de Diretor, e, de outro, sua permanente correção e atualização.


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