PROJETO INTEGRADOR
Contação de história: conexões com a cultura africana e afro-brasileira Conexão com: Língua Portuguesa.
Líder do desenvolvimento do projeto: professor de Arte.
A proposta do projeto integrador é unir as disciplinas em favor do conhecimento e da
valorização das culturas africana e afro-brasileira, privilegiando a prática da contação de
histórias atrelada às linguagens artísticas e literárias. Propõe-se o desenvolvimento de um
espaço físico na escola e uma biblioteca digital para compartilhar as histórias pesquisadas
e criadas pelos alunos.
Justificativa
A tradição oral é uma via essencial para o conhecimento e a preservação das culturas
africana e afro-brasileira, sendo a contação de histórias essencial para a manutenção e
difusão de ambas. Essa prática não se limita à pura e simples transmissão de saberes; ela
permeia todo um universo criativo capaz de aguçar a sensibilidade de quem tem
oportunidade de contar e apreciar histórias, no qual estão presentes a gestualidade e a
música, por exemplo. A contação de histórias estimula a curiosidade, a criatividade e a
imaginação, e favorece o estreitamento de laços sociais em diversos níveis — na escola, na
família e na comunidade —, propiciando o diálogo entre contextos e gerações diferentes de
maneira lúdica e prazerosa.
Este projeto busca formas de abordar diferentes legados da África com o intuito de
promover, especialmente, o diálogo entre culturas e o respeito à diversidade, processo que
demanda pesquisa, reflexão e esforços individuais e coletivos. Trata-se de uma excelente
oportunidade para ampliar, relacionar e explorar o repertório cultural dos alunos, e
evidenciar o diálogo interdisciplinar entre Arte e Língua Portuguesa, bem como a relação
dessas disciplinas com a contação de histórias.
Materia l disponibi l izado em licença aberta do t ipo Creat ive Commons – Atr ibuição não comercial(CC BY NC – 4.0 Internat ional). Permitida a criação de obra derivada com fins não comercia is ,desde que seja atr ibuído crédito autoral e as criações sejam l icenciadas sob os mesmos parâmetros.
Arte – 6º ano – 4º bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto Integrador: Arte e Língua Portuguesa
Nessa fase específica do Ensino Fundamental, é interessante ir mais a fundo no
mundo da contação de histórias com o qual muitos alunos tiveram contato na infância,
problematizando essa prática e incentivando-os a serem também criadores. O projeto
viabiliza o uso de tecnologias digitais e a exploração do processo de criação de livros e
animações. Assim, é possível conhecer e experienciar o trabalho de diversos profissionais,
como o escritor, o revisor, o ilustrador e o músico (criador de trilhas sonoras). O tema do
projeto permite variadas abordagens e percursos para a criação em ambas disciplinas,
conforme o contexto escolar no qual será desenvolvido e as escolhas de seus
protagonistas.
Objetivos
Desenvolver a capacidade de escuta, leitura, fala e escrita.
Valorizar a transmissão oral de conhecimentos nos âmbitos social, histórico, artístico e
literário.
Conhecer contos africanos e afro-brasileiros.
Apreciar e praticar a contação de histórias.
Estimular a criatividade, a sensibilidade e a consciência crítica na divulgação de
elementos da cultura de matriz africana.
Explorar linguagens das artes visuais na produção de livros.
Criar e aplicar recursos da sonoplastia na contação de histórias.
Compartilhar conhecimentos e divulgar as produções realizadas durante o projeto com a
comunidade.
Competências e habilidades
Competências desenvolvidas
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das
locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da
produção artístico-cultural.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a
cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e
aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de
indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e
potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
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Arte – 6º ano – 4º bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto Integrador: Arte e Língua Portuguesa
Habilidades relacionadas* Arte
(EF69AR03) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais
se integram às linguagens audiovisuais (cinema, animações, vídeos
etc.), gráficas (capas de livros, ilustrações de textos diversos etc.),
cenográficas, coreográficas, musicais etc.
(EF69AR05) Experimentar e analisar diferentes formas de expressão
artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura,
modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etc.).
(EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com
base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e
colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos
convencionais, alternativos e digitais.
(EF69AR23) Explorar e criar improvisações, composições, arranjos,
jingles, trilhas sonoras, entre outros, utilizando vozes, sons corporais
e/ou instrumentos acústicos ou eletrônicos, convencionais ou não
convencionais, expressando ideias musicais de maneira individual,
coletiva e colaborativa.
(EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da
vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.
(EF69AR32) Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações
processuais entre diversas linguagens artísticas.
(EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção
artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas
categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.).
(EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e
imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas
matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e
favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às
diferentes linguagens artísticas.
(EF69AR35) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos
digitais para acessar, apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas
e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.
Língua Portuguesa
(EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e
de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhecendo
nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as
identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o contexto
social e histórico de sua produção.
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(EF69LP49) Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de
literatura e por outras produções culturais do campo e receptivo a textos
que rompam com seu universo de expectativas, que representem um
desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas experiências
anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu
conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas orientações dadas
pelo professor.
(EF69LP51) Engajar-se ativamente nos processos de planejamento,
textualização, revisão/ edição e reescrita, tendo em vista as restrições
temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos e as
configurações da situação de produção – o leitor pretendido, o suporte, o
contexto de circulação do texto, as finalidades etc. – e considerando a
imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias ao texto literário.
(EF69LP52) Representar cenas ou textos dramáticos, considerando, na
caracterização dos personagens, os aspectos linguísticos e
paralinguísticos das falas (timbre e tom de voz, pausas e hesitações,
entonação e expressividade, variedades e registros linguísticos), os
gestos e os deslocamentos no espaço cênico, o figurino e a maquiagem
e elaborando as rubricas indicadas pelo autor por meio do cenário, da
trilha sonora e da exploração dos modos de interpretação.
* A ênfase nas habilidades aqui relacionadas varia de acordo com o tema e as atividades desenvolvidas noprojeto.
O que será desenvolvido
Os alunos vão refletir sobre a transmissão oral da cultura africana por meio de contos.
Serão estimulados a pesquisar em livros e na internet contos africanos e afro-brasileiros,
contextualizando-os e reconhecendo-os como patrimônio cultural. Desenvolverão
habilidades necessárias para a contação e a escrita de história, e, valendo-se de recursos
sonoros e procedimentos musicais, serão também estimulados a criar sonorização e trilhas
de acompanhamento para a história. Além disso, serão levados a explorar o universo da
criação, ilustração e animação de histórias.
Como produto final deste projeto integrador, visa-se à promoção de um espaço de
leitura e contação de histórias (aberto à comunidade) que valorize as culturas africana e
afro-brasileira, o qual será constituído pelas pesquisas e produções dos alunos (livros
ilustrados). Com esse espaço físico, propõe-se a criação de uma biblioteca digital — para
compartilhar as faixas de áudio das históricas contadas pela turma e as trilhas sonoras —
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ou mesmo de uma videoteca, no caso de produção de animações e registros audiovisuais
das histórias.
Materiais
Computador com acesso à internet e projetor.
Equipamento para gravação de áudio ou celular com esse recurso.
Impressora.
Câmera fotográfica.
Dicionário.
Folhas de papel sulfite tamanho A4.
Retalhos de tecido coloridos.
Fontes sonoras variadas (objetos do cotidiano).
Materiais recicláveis.
Fita adesiva.
Cartolina ou folha de papel tamanho A3.
Canetas coloridas ou outros riscadores.
Tesoura.
Fita crepe.
Etapas do projeto
Cronograma Tempo de produção do projeto: 5 semanas/2 aulas por semana.
Número de aulas sugeridas para o desenvolvimento das propostas: 10.
Aulas 1 e 2: Apresentação do projeto
Os passos iniciais são muito importantes para garantir que o projeto aconteça da
melhor maneira possível, contando com a participação interessada de todos os alunos que,
como sabemos, possuem perfis e trajetórias de vida diferentes, e, consequentemente,
partem de expectativas e experiências distintas. Portanto, o ideal é que a apresentação do
projeto soe como um convite atrativo para a turma se aventurar e aprender em conjunto.
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Tratar de tradição oral e ancestralidade remete às vivências familiares, às memórias
pessoais e íntimas. O esperado é que preconceitos sejam extintos e que o conhecimento
sobre si mesmo e o outro sejam ampliados, promovendo o respeito e a solidariedade. Por
isso, nessa aula inaugural, espera-se uma abordagem descontraída que permita aos alunos
embarcar sem receio nas situações de aprendizagem propostas ao longo das aulas.
Uma maneira de propiciar essa abordagem convidativa é criando um ambiente de
diálogo que toque nas recordações e nos conhecimentos pessoais. Para isso, seria
interessante sair da rotina da sala de aula e levar a turma para algum outro ambiente da
escola, algum espaço ao ar livre ou quadra, por exemplo. Ou, ainda, tornando a sala de aula
mais confortável, modificando a disposição das mesas e cadeiras, ou mesmo pensando
melhor na iluminação da sala. É importante que os alunos estejam confortáveis e possam
escutar uns aos outros.
O intuito dessa conversa, além de sensibilizar os alunos e torná-los receptivos para o
tema que será abordado, é proporcionar um diagnóstico dos conhecimentos prévios,
preferências, facilidades e dificuldades de cada um. A questão inicial é investigar qual a
experiência da turma com contação de histórias.
A intenção é que o diálogo flua da forma mais natural possível. A seguir, estão
algumas perguntas que podem direcionar a conversa:
Você se lembra da primeira história que escutou na vida? Qual história surge em primeiro
lugar na sua mente? Qual a história mais valiosa para você?
De onde vem essa história?
Quem lhe contou essa história?
Ela é curta ou longa?
Em que ocasião e ambiente a história foi contada?
Algo que você toca, ouve, vê ou algum cheiro que sente o leva a lembrar dessa história?
É possível encontrar essa história escrita em algum lugar?
Além da pessoa que contou e você, quem mais conhece essa história?
Você já contou essa história para alguém? Por quê?
Você considera importante preservar essa história? Por quê?
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Durante a conversa, possivelmente vão surgir histórias das mais variadas e
provenientes de contextos diversos, algumas íntimas e tristes, outras felizes e engraçadas.
É fundamental que todos prestem atenção no que os colegas têm a dizer. Se possível, peça
a cada aluno que compartilhe a sua história. Se ela for muito extensa, é possível resumir ou
ao menos dizer do que se trata. Contar uma história antes dos alunos. Assim, além de se
aproximar da turma, essa atitude vai inspirar e encorajar os alunos.
Alguns alunos podem se mostrar mais espontâneos que outros; por isso, procure
ajudar aqueles que por ventura demonstram algum tipo de dificuldade para se expressar,
valendo-se de perguntas como as que foram sugeridas anteriormente e reagindo com
empatia às falas dos alunos. É um momento propício para se emocionar e se divertir
coletivamente.
Depois que todos se pronunciaram, procurar refletir com a turma sobre a prática de
contar histórias. Dizer aos alunos que nas próximas aulas eles irão explorar mais o universo
da contação de histórias e que um dos propósitos do projeto é conhecer e compartilhar
conhecimentos sobre as culturas africanas e afro-brasileiras.
Não é incomum deparar-se com a opinião de que a contação de histórias se restringe
ao universo infantil, “é coisa de criança”. Ainda que sejam de extrema importância para as
crianças, pretende-se mostrar que contar histórias faz parte do desenvolvimento da
humanidade como um todo e que essa prática é de valor inestimável para muitas
sociedades, como os povos africanos e indígenas. Além do mais, graças à tradição oral
podemos ter informações sobre nossos ancestrais e entrar em contato com saberes
seculares.
Neste momento, é válido mencionar os griôs, indivíduos cuja tarefa é transmitir os
saberes de seu povo (conhecimentos históricos, canções, entre outros) pela tradição oral.
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Gilles Paire/Shutterstock.com
Reunião de griôs em Burkina Faso, África, 2007.
Aproveitar também para refletir sobre o respeito ao idoso em culturas tradicionais,
como as africanas e indígenas, e o lugar dos idosos em nossa sociedade. Perguntar aos
alunos o que nós podemos aprender com os tradicionais contadores de história africanos e
se eles consideram fácil exercer a tarefa dos griôs.
Gostaríamos de despertar o olhar dos alunos para o valor da tradição oral e o universo
artístico que ela engloba. Assim, durante essa reflexão, procurar investigar as habilidades
necessárias para um contador de histórias (por exemplo, entonação, gestualidade e
expressão fácil) e verificar quais recursos é possível utilizar.
Para animar a conversa e aumentar o repertório dos alunos, apresente-lhes uma
contação de história em que estejam presentes recursos musicais, cenário e figurino
personalizado, objetos, entre outros elementos. Demonstrar como no contexto da contação
de histórias um objeto pode representar vários elementos e mexer com a nossa
imaginação. Nas sugestões de materiais para a pesquisa dos alunos, há a indicação de
vídeos de contação de histórias, algumas com legenda e transmissão em Libras.
No momento de comentar a história, não deixar de abordar a importância de pensar
sobre a inclusão das pessoas com deficiência e como a produção final do projeto poderá
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ser contemplada por todos. Desse modo, cada fase do projeto poderá ser desenvolvida a
partir de princípios inclusivos.
O tema da próxima aula será contos africanos e afro-brasileiros com foco nas
conexões entre Brasil e África. Verificar com os alunos se conhecem algum conto de
origem africana. Em caso afirmativo, pedir que tragam por escrito na próxima aula, e, a
quem não conhece solicitar que pesquise um conto. Nas sugestões de materiais para a
pesquisa dos alunos há uma coletânea de contos africanos. Pedir que não se esqueçam de
trazer a referência da fonte de pesquisa.
É importante enfatizar aos alunos que, graças à tradição oral, histórias transmitidas de
geração a geração na África mantiveram-se vivas entre os africanos vindos para o Brasil no
contexto da escravidão. Assim, histórias foram registradas, modificadas e serviram de
inspiração para outras histórias. Podem-se pesquisar contos nos livros e na internet, mas
seria muito enriquecedor consultar pessoas que possuam esse legado: familiares, amigos,
conhecidos, líderes religiosos, moradores e frequentadores de quilombos, professores,
entre outros.
Sugestão de pesquisa
Pedir aos alunos que pesquisem mais informações sobre os griôs. Por exemplo, em
que regiões da África os griôs estão presentes, como são escolhidos e de que modo
interagem com a comunidade.
Combinar com a turma o prazo de entrega da pesquisa, o formato em que ela deverá
ser entregue (por exemplo, cartaz; gravação de áudio; folha de sulfite para compor uma
pasta ou livro; relatório digital no blogue da turma) e o que cada aluno ou grupo vai
pesquisar.
Recomenda-se que as pesquisas integrem o espaço de contação de histórias
(produção final do projeto) para divulgar a importância dos griôs. Independentemente do
formato escolhido para apresentar a pesquisa, é muito importante que o aluno componha o
próprio texto ou fala e não copie simplesmente as informações encontradas.
Outro ponto importante é a revisão da escrita dos trabalhos. Sugere-se que as
correções necessárias sejam apontadas antes da entrega da versão final. Com isso, os
alunos ficarão mais atentos para o processo de revisão de textos, o qual eles exercitarão
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mais adiante a partir da avaliação dos colegas e autoavaliação. Espera-se que essa atitude
seja incorporada pelos alunos e contribua para sua vida escolar como um todo.
Aula 3: Contos africanos e afro-brasileiros
Essa aula é dedicada à análise das pesquisas realizadas pelos alunos, exploração de
habilidades para a contação de histórias e planejamento da etapa de escrita dos livros que
vão compor o espaço de leitura e de contação de histórias (produção final).
O primeiro passo é conversar com a turma sobre a pesquisa dos contos africanos e
afro-brasileiros solicitada na aula anterior. Conferir que características os alunos notaram
nesse gênero literário e, se possível, anotá-las na lousa. Seria interessante fazer
comparações com outros gêneros, verificando por exemplo, se o conto é mais curto que
uma novela.
Como avaliação, cada aluno pode fazer uma ficha no caderno ou em uma folha à
parte (para entregar) contendo as principais informações do conto pesquisado, como o
seguinte modelo.
Nome do conto (se houver)Personagem principalPersonagens secundáriasNarrador (observador, personagem, onisciente)Enredo (o quê)Tempo (quando?)Espaço (onde?)ConflitoDesfecho
Essa análise permite a melhor compreensão do texto, portanto aguçará a
interpretação dos alunos colaborando com o desenvolvimento das demais propostas.
Talvez alguns alunos apresentem dificuldade para preencher alguns campos; procure
auxiliar a turma explanando e dando exemplos sobre cada item.
Também é possível utilizar um conto como referência no início da proposta, ou seja,
fazer a demonstração do preenchimento de uma ficha integralmente, ou, ainda, desenvolver
a proposta em conjunto com a turma, item a item, avançando para o próximo campo
quando todos conseguiram preencher o anterior.
Outros aspectos a serem observados sobre os contos africanos são: o caráter
ficcional, mencionando a forte presença de elementos do imaginário e da mitologia; o
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vocabulário e a presença da oralidade. Ao tratar dessas características, perguntar aos
alunos se encontraram palavras as quais desconhecem o significado e, por outro lado, se
notaram palavras comuns no Brasil.
É provável que haja estranhamento em relação aos contos escritos em português de
outros países. Ressaltar que a língua portuguesa é a língua oficial do Brasil, Portugal e
alguns países da África (Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau e
São Tomé e Príncipe).
No diálogo com a turma, procurar tratar das dificuldades de encontrar o tema
pesquisado. Perguntar aos alunos se eles tiveram facilidade para encontrar os contos
africanos e afro-brasileiros, seja em bibliotecas e livrarias, seja na internet ou consultando
pessoas diretamente. Este momento é propício para discutir a presença e a valorização das
culturas africanas e de matrizes africanas nos meios de comunicação, nas artes e na
literatura.
É pertinente perguntar de onde vêm os desenhos animados, livros e filmes mais
conhecidos entre as crianças, e quais são as razões para a desvalorização e falta de
conhecimento sobre a África, pois se estima que os alunos desenvolvam o projeto tendo
em vista as relações sociais, históricas e políticas relacionadas à visibilidade da cultura
africana e considerem a possibilidade de conhecer produções diferentes do seu mundo de
expectativas, eliminando possíveis preconceitos.
Jogo de improviso: Quem conta um conto aumenta um ponto
Para trabalhar os contos pesquisados pela turma e explorar habilidades necessárias
para a contação de histórias, propomos o jogo “Quem conta um conto aumenta um ponto”.
Para iniciar, é preciso selecionar um conto como referência. Começar o jogo para dar
o exemplo da entonação, dos gestos, da expressão facial e de outros recursos da contação.
Mostrar como a história torna-se mais dinâmica e divertida quando representamos os
personagens, falando mais grave ou agudo, imitando sons dos animais ou fazendo pausas
dramáticas etc.
Primeiro passo: formar uma roda.
Segundo passo: escolher um objeto (por exemplo, caneta, borracha, caderno) para utilizar
durante o jogo. O primeiro a jogar segura o objeto.
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Terceiro passo: o primeiro a jogar memoriza o início do conto escolhido e em seguida
conta essa parte da história para todos, utilizando o objeto para auxiliar na contação
(pode, por exemplo, segurar o objeto acima da boca para simular um bigode ou colocar na
cabeça simulando um chapéu). Terminada a fala, o jogador escolhe aleatoriamente uma
pessoa da roda e lhe entrega o objeto, sinalizando que passou a vez.
Quarto passo: a missão do próximo jogador é improvisar a continuação da história
utilizando também o objeto em mãos de maneira criativa. Terminada a fala, entrega-se o
objeto para outra pessoa, e assim sucessivamente até o desfecho da história.
O caráter do jogo é colaborativo, é importante que todos participem, inclusive,
interajam ajudando os colegas. Por exemplo, se o aluno está descrevendo uma
tempestade, os demais podem fazer o som do vento, dos trovões e da chuva.
Pode-se jogar a partir de um único conto até que todos tenham jogado, ou terminar
cada conto rapidamente, dando início a novas histórias.
“Quem conta um conto aumenta um ponto”: será que os alunos conhecem esse
ditado popular? Ele tem a ver com a modificação das informações que acontece na
transmissão oral. Aproveitar o assunto para conversar com a turma sobre o que acham de
registrar um conto através da escrita e produzir um livro de contos africanos ou inspirados
na tradição africana e/ou cultura afro-brasileira.
Para finalizar a aula, definir com os alunos o que farão até o próximo encontro: se vão
reescrever o conto que pesquisaram ou criar um conto inspirado na tradição africana, e se
farão isso individualmente ou em grupo. Esses textos serão a base para as demais
produções do projeto.
A aula seguinte será dedicada à revisão dos textos. Pedir para os alunos trazerem o
dicionário de língua portuguesa para a aula 4.
Aula 4: Revisão e reescrita
Conforme o combinado na aula anterior, nessa aula será feita a revisão dos textos dos
alunos, a princípio por eles mesmos e, por fim, pelo professor de Língua Portuguesa. É
importante que os alunos passem por esse processo de avaliação e correção dos textos.
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A ideia é de que um aluno ou grupo fique responsável por revisar o texto do outro.
Antes da escrita do texto final, recomenda-se que o autor do texto considere os
apontamentos dos colegas, troque ideias e realize uma autoavaliação, verificando se ainda
é necessário modificar o trabalho.
Sempre que escrevemos um texto, precisamos lê-lo muitas vezes e mesmo assim é
provável que contenha erros. Um assunto importante a ser tratado na aula é justamente o
trabalho do revisor. Se possível, apresente informações de como funciona a produção de
um livro, destacando o trabalho de preparação e revisão de textos em uma linguagem
compatível com a faixa etária dos alunos. Seria interessante até mesmo trazer um
depoimento de um profissional da área.
Antes de iniciar a revisão, é preciso orientar os alunos sobre os aspectos aos quais
eles precisam estar atentos, como: erros de acentuação, de pontuação, separação de
sílabas, erros ortográficos, entre outros.
Vale lembrar que, por serem textos provenientes da tradição oral, é comum preservar
na escrita o modo de falar, já que muitas vezes a originalidade e o sentido do texto ou
personagem são prejudicados quando perdem esse tipo de característica.
Destacamos que é fundamental dar um feedback para os alunos sobre as correções e
estimulá-los a sempre praticar a escrita.
Aulas 5 e 6: Ilustração e animação
Essas duas aulas foram reservadas para propostas voltadas à ilustração e à
animação de histórias alinhadas à produção final do projeto, que consiste no
desenvolvimento de um espaço físico na escola dedicado à leitura e contação de histórias e
também à criação e divulgação de produções digitais.
A aula anterior foi dedicada à produção dos textos que serão a base para o
desenvolvimento de um ou vários livros. Convidar os alunos para criar as ilustrações e
também um vídeo baseado em uma dessas histórias/contos.
Indicamos a animação de história com a técnica stop motion, a partir de fotografias
de bonecas tradicionais africanas, as chamadas bonecas abayomi. As ilustrações dos
Materia l disponibi l izado em licença aberta do t ipo Creat ive Commons – Atr ibuição não comercial(CC BY NC – 4.0 Internat ional). Permitida a criação de obra derivada com fins não comercia is ,desde que seja atr ibuído crédito autoral e as criações sejam l icenciadas sob os mesmos parâmetros.
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livros podem ser realizadas ainda dentro dessa proposta, utilizando as fotografias das
bonecas.
Contudo, considerar a possibilidade de trabalhar diversas técnicas, suportes e
materialidades. É possível criar, por exemplo, animações em stop motion utilizando
plastilina (massa de modelar) e fazer as ilustrações com aquarela, gravura, desenho, pintura
convencional ou digital. Combinar com a turma o que gostariam de fazer, avaliando se há
recursos disponíveis e tempo hábil para isso.
Considerar ainda como será a feita a capa dos livros, à mão ou pelo computador. Essa
proposta viabiliza a discussão sobre o conceito de artesanato versus arte e o valor dos
objetos feitos a mão.
Stop motion
Apresentar para a turma produções em stop motion, como os filmes O menino e o
mundo, Fuga das galinhas e Obax, animação presente nas sugestões de materiais para a
pesquisa dos alunos. Para observar o processo de criação das animações, seria
interessante apresentar-lhes o making-of.
Conversar com os alunos sobre os princípios da animação a partir da demonstração
de uma sequência de fotografias. Desse modo, os alunos poderão imaginar e planejar o
processo de animação.
zeffir/
Shutterstock.com
Sequência de animação de germinação.
Criação das bonecas abayomi
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O segundo passo é fazer as bonecas. É preciso que os alunos saibam o que estão
fazendo e por que estão fazendo. Por isso é importante que conheçam a origem das
bonecas, do que são feitas originalmente, para assim decidir como vão criar as próprias
bonecas. Nas sugestões de materiais para a pesquisa dos alunos, há a indicação de uma
matéria sobre as bonecas abayomi. Entretanto, é importante fazer as próprias pesquisas e
confrontar com as pesquisas da turma.
Nas produções em stop motion citadas anteriormente, chamar a atenção dos alunos
para processo de criação das animações, apresentando-lhes o making-of.
Alessandro Vecchi/Shutterstock.com
Bonecas abayomi.
Geralmente as bonecas são feitas com tecido preto, a partir de nós, sem utilização de
cola, adornadas com tecidos coloridos, e não possuem demarcação de olhos, boca e nariz.
Provavelmente as bonecas vão representar personagens humanos da história ou
divindades. Ainda é preciso pensar em animais e objetos que fazem parte da história, bem
como o cenário. Recomenda-se a elaboração de uma lista com todos os itens necessários
para a animação e ilustração. Preferencialmente, sugerir materiais recicláveis e recursos de
fácil acesso.
Em relação às ilustrações, comentar sobre o processo de diagramação dos livros, de
modo que os alunos organizem a disposição das imagens. Seja na produção física, seja na
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digital, orientá-los a inserir os créditos dos trabalhos, e referenciar devidamente os contos
utilizados quando não forem obras de domínio público.
Aulas 7 e 8: Criação e experimentação de recursos sonoros
Na contação de histórias, os alunos já foram instigados a utilizar a voz e o corpo para
produzir diversos sons. Agora, propomos a exploração da sonoplastia a partir de objetos do
cotidiano e a criação de instrumentos musicais africanos para compor trilhas sonoras para
as animações.
Há várias possiblidades de trabalhar com música no projeto. Estima-se que as
escolhas do professor e demais pessoas que compõem o projeto levem em consideração o
objetivo de estimular a criatividade, sensibilidade e consciência crítica na divulgação de
elementos da cultura de matriz africana. Portanto, tenha em vista a relação entre os griôs e
a música e o legado musical que o Brasil herdou da África, procure conversar com os
alunos sobre o assunto, verificando como esses elementos podem integrar a produção final
do projeto.
Criação de instrumentos musicais africanos
Que tal criar instrumentos musicais utilizando materiais alternativos e recicláveis?
Heon/Shutterstock.com
Bongô
Como inspiração, apresentamos o bongô. Hoje em dia encontramos bongôs feitos de
materiais diversos, como coco e metal. Este instrumento musical é do tipo membranofone
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e é composto por dois tambores, um maior e outro menor.
É possível criar um bongô com duas latas vazias e fita adesiva. Basta unir as latas
pela parte das cavidades, passando fita adesiva em volta delas.
Se uma lata for maior que a outra, estiver cheia ou tampada, o som do instrumento
será diferente. Da mesma forma, se no lugar da lata, utilizarmos potes de vidro ou plástico,
obteremos outros sons.
Criar com a turma várias versões do bongô e estudar a influência do tamanho e
material para a sonoridade de um instrumento. Além de bater com as mãos, experimentar
outras formas de tocar o instrumento, batendo com colheres de metal e palitos de madeira,
por exemplo.
Sugerimos que antes de criar, os alunos pesquisem sobre instrumentos africanos,
atentando-se para seu contexto de origem e características principais, bem como para o
uso desses instrumentos em diversos contextos (por exemplo. festejos populares, músicas
e clipes musicais, trilhas sonoras, concertos).
Na escolha dos instrumentos e composição de trilhas sonoras, é preciso levar em
consideração o enredo das animações. Sugerimos que os alunos trabalhem em cima de
roteiros das histórias, estabelecendo quais sons vão criar, quais cenas terão música, quais
fontes sonoras e recursos vão utilizar. Incentivá-los a aplicar os conhecimentos e
procedimentos trabalhados nas aulas de Arte. Na composição musical, por exemplo,
podem criar partituras.
Procurar ampliar o repertório da turma, mostrando-lhe como são criados os efeitos
sonoros de desenhos animados e filmes.
Unindo objetos do cotidiano e a criatividade, é possível criar muitos efeitos.
Experimente com os alunos!
Se não houver um gravador disponível, uma opção é usar a função gravador de um
celular para registrar os sons.
Aqui cabe uma reflexão: Será que estamos atentos para os sons à nossa volta? Como
reconhecemos algo ou alguém pelo som? É possível reconhecer uma pessoa através dos
sons? Para aguçar a percepção dos alunos, propomos o seguinte experimento:
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Pedir para todos fecharem os olhos e fazerem silêncio. Em seguida, escolher um
aluno para caminhar entre os demais. É possível acertar quem é essa pessoa pelo som de
seus sapatos, pela intensidade do caminhar (por exemplo, rápido, leve, forte, se arrastando),
objetos que portam (chaves, correntes, chaveiros). Se não é possível reconhecer
exatamente quem é, o que podemos concluir? Trata-se de alguém leve ou pesado? Que tipo
de calçado está usando? Se a pessoa assoviar vamos acertar quem ela é?
A partir dessa reflexão, podemos pensar em quais sons são mais significativos para
representar algo ou alguém, ou causar algum efeito desejado. Isso pode ajudar os alunos
em suas produções. Caso criem músicas para a trilha sonora dos vídeos, procurar incluí-las
no espaço digital (site da escola, blog, rede social) juntamente com os vídeos animados.
Dança
Como em muitas culturas, a dança africana possui uma forte relação com a música.
Diante da produção musical estudada e elaborada pela turma, procurar dialogar com essa
linguagem artística, embora não seja o foco do projeto. As histórias e as músicas também
podem desencadear danças (pequenas células coreográficas).
O próximo encontro será dedicado à elaboração da produção final. Novamente
sugerimos a elaboração de uma lista com itens necessários para a aula seguinte (o que já
estiver definido). Como material básico, selecionamos cartolina ou folha de papel A3, fita
crepe e riscadores para produção de cartaz. Considerar a possibilidade de criar móveis
reciclados, como bancos de garrafa PET, pufes e mesas de pneu, e estantes com caixotes.
Aula 9: Elaboração da produção final
Nesta aula os alunos serão convidados a elaborar o espaço de leitura e contação de
histórias na escola. É hora de planejar como as produções feitas ao longo das aulas vão
compor esse espaço. Conversar com a turma sobre os próximos passos do projeto. A
seguir estão algumas orientações.
Objetos
Que objetos vão compor o espaço? Faça uma lista dos objetos: livros, pesquisas,
bonecas abayomi, instrumentos musicais, caixa ou estante para guardar os livros, cadeiras
ou pufes etc. Seria interessante expor os registros fotográficos das etapas de
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desenvolvimento do projeto e incluir um caderno para que os visitantes assinem e deixem
um comentário para a turma. Além dos livros produzidos pelos alunos, enriqueceria
bastante o projeto acrescentar livros dentro da temática por meio de compra ou doação.
Verificar essa possibilidade com a equipe escolar.
Espaço: Em que lugar da escola ficará esse espaço? Ver com a equipe escolar um
local adequado (por exemplo, uma sala desocupada, a biblioteca da escola, o pátio). Isso
pode ser decidido também no início do projeto. Ainda há a possibilidade de montar uma
biblioteca móvel, providenciando uma caixa ou estante com rodas.
Nome: Qual o nome do espaço? Sugerimos a criação de um cartaz ou faixa de
identificação. Na criação do nome, considere a missão do projeto.
Usos do espaço: Como e quem utilizará o espaço? Considerar essas informações
para organizar o espaço. Haverá encontros bimestrais para contação de histórias com a
participação da comunidade? O espaço será utilizado durante o intervalo ou aulas de outras
turmas? Professores, alunos e equipe escolar podem conversar a respeito.
Inauguração
Haverá um evento de inauguração do espaço? O que será feito? Recomendamos a
realização de um sarau para apresentar o espaço para a escola e a comunidade. Nesse
evento, os alunos poderão apresentar as produções desenvolvidas no projeto: os livros, as
animações, músicas e danças. Considerar a possibilidade de alunos, professores,
familiares, artistas, entre outros, participarem de uma sessão de contação de histórias.
Divulgação
Onde e como o espaço será divulgado? Serão feitos convites ou cartazes? Não se
esquecer de acrescentar informações sobre os usos do espaço e a programação do evento,
se houver.
A última aula do projeto é dedicada à troca de experiências sobre o desenvolvimento
do projeto.
Aula 10: Considerações sobre o projeto
Esta aula é dedicada à troca de experiências sobre o desenvolvimento do projeto.
Conversar com a turma a respeito do que foi realizado.
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Caso as produções dos alunos ainda não tenham sido apresentadas devidamente
para toda a turma, aproveitar esse encontro para fruição e reflexão das mesmas.
Espera-se que os alunos dialoguem sobre o processo de criação das várias etapas,
comentando sobre suas inspirações e motivações. Perguntar-lhes sobre o que mais
gostaram, o que gostariam de repetir, o que fariam diferente etc.
Quem possui registros das aulas pode compartilhar com a turma, como fotografias,
áudios, desenhos, e, é claro, histórias para contar.
Caso os alunos apresentem dificuldade em dialogar, direcionar a conversa com
perguntas como:
Houve algum momento engraçado?
Você descobriu algo que nunca poderia imaginar?
Passou algum apuro no desenvolvimento das propostas?
Descobriu alguma habilidade pessoal durante o projeto?
Conheceu pessoas diferentes ou fez novas amizades?
Por fim, escutar os alunos sobre reparos ou melhorias necessárias que podem ser
aplicadas no espaço de leitura e contação de histórias, e como ampliar a temática em
temas futuros. Considerar também a possibilidade de ampliar e manter o espaço digital
sempre ativo.
Sugestões de materiais para a pesquisa dos alunos
MURAL ÁFRICA. Contos africanos. No Mural África é possível acessar e fazer download de
uma coletânea de contos africanos provenientes de diferentes fontes. Disponível em:
<http://muralafrica.paginas.ufsc.br/files/2011/11/CONTOS_AFRICANOS.pdf>. Acesso
em: 9 out. 2018.
FUNDAÇÃO EDUCAR DPASCHOAL. A página apresenta o projeto de contação de histórias
Além do encantamento e contém os links de acesso para as produções audiovisuais.
Alguns vídeos possuem legenda e a transmissão em Libras. Além das próprias
histórias narradas, seus criadores disponibilizam tutoriais para produzir figura e
outros recursos para a contação de histórias. Disponível em:
<http://www.educardpaschoal.org.br/noticia.php?id=77>. Acesso em: 9 out. 2018.
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Arte – 6º ano – 4º bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto Integrador: Arte e Língua Portuguesa
LIVROS ANIMADOS. O Livros animados é um programa, do Canal Futura, de incentivo à
leitura, que apresenta histórias misturando formatos documental e de animação. O
episódio 2 é Menino de argila – Obax, um conto africano animado. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=6neo8H5YTUw&t=28s>. Acesso em: 9 out.
2018.
OLIVEIRA, Kiusam de. Omo-oba: histórias de princesas. Belo Horizonte: Mazza, 2009. O
livro, de autoria de Kiusam de Oliveira e ilustrações de Josias Marinho, privilegia o
recontar de mitos africanos muito divulgados nas comunidades de tradição ketu.
TECMUNDO. A página apresenta um tutorial de como criar vídeos stop motion. Disponível
em: <https://www.tecmundo.com.br/video/12691-como-criar-videos-stop-
motion.htm>. Acesso em: 9 out. 2018.
GELEDES. A página apresenta uma matéria sobre a origem das bonecas abayomi.
Disponível em: <https://www.geledes.org.br/bonecas-abayomi-simbolo-de-
resistencia-tradicao-e-poder-feminino/>. Acesso em: 9 out. 2018.
Avaliação
Aula Proposta de avaliação
1 e 2
Avaliar a participação nas discussões propostas, percebendo se os alunos respeitam a vez de fala dos
demais colegas. É possível avaliar o conhecimento prévio dos alunos sobre contação de histórias e
tradição oral. Verificar se eles reconhecem as habilidades necessárias para contar histórias e se
quando contaram as próprias histórias apresentaram preocupação com aspectos como articulação,
entonação da voz, expressão facial e gestualidade, identificando que tipo de dificuldades possuem e
precisam ser trabalhadas com mais atenção ao longo das aulas.
3
Avaliar a participação dos alunos tanto nas pesquisas propostas como nas discussões levantadas.
Avaliar se os alunos conseguem identificar as principais características do gênero literário conto e
identificar em sua própria pesquisa elementos textuais no preenchimento da tabela. Observar a
participação no jogo, atentando-se para a capacidade de improvisação, interação em grupo e
desenvolvimento das habilidades de contação de histórias.
4
Avaliar se os alunos conseguem identificar os erros básicos das produções escritas, considerando o
contexto dos alunos e os conhecimentos da língua portuguesa esperados para o nível escolar no qual
se encontram. Observar como reagem às críticas dos colegas e do professor.
5 e 6Avaliar o entendimento dos alunos sobre o processo de ilustração e animação de histórias. Observar
como lidam com tecnologias digitais e se criam soluções criativas dentro de seu contexto.
7 e 8
Avaliar o engajamento dos alunos nas pesquisas e coletas de materiais. Observar como realizam o
planejamento das propostas, verificando se conseguem criar um roteiro organizado e fazem uso
adequado do vocabulário específico sobre música trabalhado nas aulas de Arte.
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9
Avaliar se os alunos participam ativamente das discussões propostas e respeitam a fala dos colegas.
Observar como lidam com problemas, se propõem soluções eficientes e criativas de acordo com os
objetivos do projeto.10 Avaliar a participação dos alunos, percebendo se respeitam os comentários dos demais.
Avaliação final
Apesar de a avaliação ser um processo constante, a etapa final do projeto é um
momento privilegiado de reflexão, tanto para o professor como para o aluno, que podem
comparar o antes e o depois do percurso.
Nas aulas inaugurais do projeto, propomos uma avaliação diagnóstica. Caso tenha
sido possível constatar a existência de dificuldades, como expressão verbal e corporal, falta
de conhecimento e preconceito em relação ao continente africano e cultura afro-brasileira,
é importante notar ao longo das aulas, durante as situações de aprendizagem, se esses
aspectos foram superados ou, ao menos, atenuados. Desse modo, é possível traçar outros
percursos e abordagens.
Na avaliação final, considerar o cumprimento dos objetivos gerais do projeto.
Sugerimos a criação de um relatório de avaliação pelo professor sobre cada um dos
objetivos. Para cada objetivo procure registrar quais foram as estratégias utilizadas, as
dificuldades que surgiram e o que foi bem-sucedido. É importante anotar, na sua opinião, as
razões por trás do sucesso e ao mesmo tempo do fracasso aparente em algumas
propostas, lembrando que há muitos fatores a serem considerados no processo avaliativo e
a abordagem do professor é uma delas, mas não a única. Além disso, esse relatório é um
instrumento de investigação, não visam a uma conclusão exata sobre o processo de
ensino-aprendizagem. Contudo, ele é imprescindível para a qualidade do trabalho docente.
Confrontar suas impressões com as considerações dos alunos sobre o que mais lhes
interessou, as dificuldades superadas ou que ainda precisam superar. Além das conversas
propostas nas próprias aulas, é possível solicitar que façam um relatório de autoavaliação
levando em conta o grau de participação e dedicação, proatividade e engajamento nas
propostas, resolução de problemas, trabalho em equipe e solidariedade. Uma forma de
realizar essa autoavaliação é por meio de um questionário com notas numéricas ou não, ou
ainda, uma redação sobre o desempenho no projeto.
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A questão que não pode faltar é: “O que aprendi sobre a culturas africanas e afro-
brasileiras?”. Essa interrogação também pode ser a inspiração para uma redação ou roda
de conversa com a turma. Além dos conhecimentos, notar se o evento contribuiu para a
melhora do relacionamento entre alunos, e entre alunos e professor.
Referência bibliográfica complementar
PRIETO, Benita (Org.). Contadores de histórias: exercícios para muitas vozes. Rio de
Janeiro: Prieto Produções Artísticas, 2011. Disponível em:
<https://issuu.com/prietoproducoes/docs/00livro_contadoresdehistorias>. Acesso
em: 9 out. 2018.
CULTURAS africanas e afro-brasileiras: entre o desconhecimento e o preconceito.
Disponível em: <https://tvescola.org.br/tve/video/salto-para-o-futuro-culturas-
africanas-e-afro-brasileiras-entre-o-desconhecimento-e-o-preconceito>. Acesso em: 9
out. 2018.
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