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PREFEITURA MUNICIPAL DE FORTALEZA
PLANO MUNICIPAL DE CAMINHABILIDADE DE FORTALEZA
CADERNO TCNICO DE BOAS PRTICAS PARA CALADAS DE FORTALEZA
2018
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PREFEITO MUNICIPAL DE FORTALEZA
Roberto Cludio Rodrigues Bezerra
SECRETRIA MUNICIPAL DE URBANISMO E MEIO AMBIENTE
Maria gueda Pontes Caminha Muniz
SECRETRIO EXECUTIVO DE URBANISMO E MEIO AMBIENTE
Adolfo Csar Silveira Viana
SECRETRIO MUNICIPAL DE CONSERVAO E SERVIOS PBLICOS
Joo de Aguiar Pupo
SECRETRIA MUNICIPAL DE INFRAESTRUTURA
Ana Manuela Marinho Nogueira
SUPERINTENDENTE DA AGNCIA DE FISCALIZAO DE FORTALEZA
Jlio Fernandes Santos
SUPERINTENDENTE DO INSTITUTO DE PLANEJANAMENTO DE FORTALEZA
Eudoro Walter de Santana
SUPERINTENDENTE DA AUTARQUIA DE URBANISMO E PAISAGISMO DE FORTALEZA
Rgis Rafael Tavares da Silva
COORDENAO DO PLANO MUNICIPAL DE CAMINHABILIDADE DE FORTALEZA
Maria Edilene Silva Oliveira
SUB-COORDENAO TCNICA DO PLANO MUNICIPAL DE CAMINHABILIDADE DE FORTALEZA
Felipe Saraiva Leo Vitoriano
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EQUIPE TCNICA
Beatriz Rodrigues Andrade
Cssia Liliane Alves Cavalcante
Felipe Saraiva Leo Vitoriano
Jairo Alves Diniz Neto
Jessica Ferreira Rocha
Maria Edilene S. Oliveira
Mariana Carvalho Gomes
Ticiana Gadelha Ponte
COLABORADORES
Abner Augusto Ramos Macedo A. de Souza - Direitos Urbanos
Aila Pequeno Holanda Porto - Coordenadoria Estadual de Pessoas com Deficincia
Ana Elisa Pinheiro Campelo - Instituto de Planejamento de Fortaleza (IPLANFOR)
Ana Julia Lima Oliveira Autarquia de Urbanismo e Paisagismo (URBFOR)
Davi Garcia Lopes Pinto Universidade Federal Cear (UFC)
Eduardo Pompeo Martins National Association of City Transportation Officials (NACTO)
Grsica Vasconcelos Goes Instituto de Planejamento de Fortaleza (IPLANFOR)
Gislana Maria do Socorro monte do Vale - Coordenadoria Estadual de Pessoas com Deficincia
Iara Silvia Rodrigues de Oliveira - Instituto de Planejamento de Fortaleza (IPLANFOR)
Larissa de Miranda Menescal - Instituto de Planejamento de Fortaleza (IPLANFOR)
Manoel Marcelino da Silva - Sociedade Civil
Mariana Carvalho Gomes - Secretaria Municipal de Conservao e Servios Pblicos (SCSP)
Mariana Lima Castelo Branco Verosa Agencia de Fiscalizao de Fortaleza (AGEFIS)
Rayana Barbosa Vasconcelos Direitos Urbanos
Sueli Nogueira Rodrigues Secretaria Municipal de Infraestrutura (SEINF)
Zilsa Maria Pinto Santiago Universidade Federal do Cear
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LISTA DE FIGURAS E QUADROS
Figura 1.
Figura 2.
Figura 3.
Figura 4.
Figura 5.
Figura 6.
Exemplo de interrupo e bloqueio na acessibilidade na Rua Quintino Cunha, bairro Benfica
Exemplo de escadaria impossibilitando a acessibilidade na Av. Santos Dumont.....................
Exemplo de pavimentao imprpria e sem manuteno na Av. Joo Pessoa, bairro Damas.
Exemplo de pavimentao escorregadia - Av. Joo Pessoa, bairro Damas..............................
Exemplo de calada padro......................................................................................................
Posicionamento de rvores no passeio para caladas com larguras entre 1,50m e 1,80m.....
Posicionamento de rvores no passeio para caladas com larguras superiores a 1,80m........
Calada Verde...........................................................................................................................
Tipologia bsica do modelo de vala tcnica..............................................................................
Rebaixamentos de caladas Vista superior............................................................................
Rebaixamento de caladas com larguras mnimas...................................................................
Reduo do percurso de travessia Vista superior..................................................................
Faixa elevada para travessia Vista superior...........................................................................
Rebaixamento de caladas estreitas Perspectivas isomtrica...............................................
Exemplo de situao fora do padro........................................................................................
Ladrilho hidrulico....................................................................................................................
Corte camadas da seo Execuo Ladrilho...........................................................................
Blocos intertravados................................................................................................................
Concreto pr-moldado e intertravado......................................................................................
Concreto permevel.................................................................................................................
Concreto moldado in loco.........................................................................................................
Piso drenante............................................................................................................................
08
09
10
10
12
14
Figura 7.
Figura 8.
Figura 9.
15
15
16
Figura 10.
Figura 11.
Figura 12.
Figura 13.
Figura 14.
Figura 15.
Figura 16.
Figura 17.
Figura 18.
Figura 19.
Figura 20.
Figura 21.
Figura 22.
16
17
18
19
19
20
21
21
22
23
23
23
23
Quadro 1.
Quadro 2.
Quadro 3.
Quadro 4.
Dimenses das vias de circulao......................................................................................
Dimensionamento da faixa livre pela capacidade de pedestres.........................................
Dimenses das vias de circulao......................................................................................
Rampas de declividade......................................................................................................
10
12
13
17
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SUMRIO
1.
2.1
2.2
2.3
2.4
2.5
2.6
CONTEXTUALIZAO.................................................................................................................................................
CONCEITO..................................................................................................................................................................
Segurana viria........................................................................................................................................................
Segurana pblica......................................................................................................................................................
Atividade econmica.................................................................................................................................................
Sade pblica............................................................................................................................................................
Meio de deslocamento..............................................................................................................................................
06
06
06
07
07
07
07
3.
3.1
3.2
DESAFIOS DE IMPLEMENTAO.................................................................................................................................
Espao livre e desimpedido........................................................................................................................................
Superfcies niveladas e no escorregadias..................................................................................................................
08
08
09
4. DIMENSIONAMENTO................................................................................................................................................. 10
4.1
4.2
4.3
4.4
4.5
4.6
4.6.1
4.6.2
4.7
4.7.1
4.7.2
4.7.3
4.8
4.9
4.10
4.10.1
4.10.2
4.10.3
4.11
Dimenses mnimas por classificao viria...............................................................................................................
Faixa de servio.........................................................................................................................................................
Faixa livre..................................................................................................................................................................
Dimensionamento de faixa livre................................................................................................................................
Faixa de acesso..........................................................................................................................................................
Declividade e Inclinao das caladas........................................................................................................................
Inclinao transversal.................................................................................................................................................
Inclinao longitudinal...............................................................................................................................................
Arborizao...............................................................................................................................................................
Posicionamento de rvores no passeio........................................................................................................................
Para passeios com medidas superiores 1,80m..........................................................................................................
Caladas verdes..........................................................................................................................................................
Fiao subterrnea....................................................................................................................................................
Acessibilidade nas caladas........................................................................................................................................
Travessias seguras.....................................................................................................................................................
Alargamento de calada.............................................................................................................................................
Faixa Elevada.............................................................................................................................................................
Rebaixamento total da largura da calada..................................................................................................................
Situaes fora do padro...........................................................................................................................................
11
11
11
11
12
13
13
13
13
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14
15
16
16
18
18
19
19
20
5. MATERIAIS E REVESTIMENTOS PARA CALADAS........................................................................................................ 20
5.1
5.2
5.3
5.4
6.
Ladrilho hidrulico.....................................................................................................................................................
Bloco Intertravado.....................................................................................................................................................
Concreto moldado in-loco..........................................................................................................................................
Piso drenante............................................................................................................................................................
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS..................................................................................................................................
20
22
22
23
23
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1. CONTEXTUALIZAO
Todo cidado tem o direito de caminhar com segurana, independente da sua condio fsica, temporria ou
permanente, atendendo idosos, gestantes, crianas e deficientes. A Poltica Nacional de Mobilidade Urbana destaca
os princpios e objetivos que promovem acessibilidade universal, segurana, equidade e eficincia nos
deslocamentos das pessoas, priorizando os modos no motorizados sobre os motorizados. Tais medidas embasam
uma importante investida para as cidades brasileiras, que garantir a estrutura adequada para os deslocamentos a
p, tendo em vista que este modo de transporte , em grande parte, o modo como os cidados se deslocam
principalmente nos bairros perifricos, nos quais os pedestres precisam percorrer distncias significativas para se
conectar rede de transporte pblico. Portanto, pelo papel que representam, as caladas podem ser entendidas
como elementos essenciais para o bom funcionamento de uma cidade. A baixa qualidade das caladas, conferindo
ausncia de conectividade, arborizao, sinalizao, dimensionamentos inadequados, superfcie e drenagem
ineficientes, atribui severas limitaes segurana e mobilidade dos pedestres.
Este caderno o primeiro produto do Plano Municipal de Caminhabilidade de Fortaleza, que se divide em
trs etapas: o Caderno Tcnico de Boas Prticas de Caladas, o Projeto Piloto de Caminhabilidade e o Plano
Municipal de Caminhabilidade de Fortaleza. Com isso, este produto tem como objetivo trazer os padres tcnicos
do Municpio de Fortaleza para a construo, reforma e manuteno de caladas acessveis, seguindo a legislao
municipal vigente, as normas tcnicas brasileiras e as recomendaes de desenho universal.
2. CONCEITO
2.1 Segurana viria
Com o rpido crescimento das cidades contemporneas, houve uma exacerbada expanso e as ruas foram
gradativamente estruturadas para apoiar o uso do automvel. A infraestrutura que ao longo dos anos foi pensada
prioritariamente para os carros, trouxe algumas problemticas na locomoo do pedestre e na sua segurana. As
caladas, que so os espaos da via pblica destinados ao fluxo de pessoas, muitas vezes no oferecem condies
mnimas de circulao, onde frequentemente so encontrados obstculos, buracos, passeios estreitos e feitos de
materiais inapropriados acessibilidade e s intempries, e que muitas vezes so a causa de graves acidentes. Essa
atual conjuntura de ruas oferece deslocamentos inseguros e ineficazes para as pessoas. Inserir o conceito de
Desenho universal tem sido denominado como o paradigma do projeto no sculo XXI (Ostroff, 2001; Preiser, 2006),
portanto, o desenho urbano atua como protagonista de solues efetivas no combate a essa problemtica. Atravs
dele, podemos garantir a segurana e a prioridade ao pedestre. O incentivo caminhada resulta em ambientes
mais seguros, pois ao desestimular o uso do automvel, minimiza-se o risco de acidentes moderando o fluxo e
diminuindo a velocidade dos percursos (GEHL, 2010).
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2.2 Segurana pblica
Planejar espaos pblicos pensados para os pedestres motiva viagens curtas a p para realizar atividades
dirias do cotidiano, oferecendo uma experincia cmoda e atrativa para o espao. Quando as atenes so
voltadas para as ruas e caladas, ocorrem transformaes urbanas e os espaos deixam de ser locais apenas de
passagem e transformam-se em cenrio de encontros. H uma maior insero junto comunidade e ao seu
entorno, gerando a sensao de pertencimento. Mais pessoas significam mais olhares para a comunidade, gerando
uma sensao mais confortvel de segurana, retomando o equilbrio e a vitalidade dos locais (GEHL, 2010).
2.3 Atividade econmica
Do ponto de vista econmico, uma cidade onde mais pessoas circulam e permanecem mais tempo no espao
pblico, so cidades em que o comrcio local est visualmente acessvel e diretamente no contato das pessoas. Isso
faz com que elas sejam seduzidas a comprar e utilizar os servios prestados. Bons espaos pblicos convidam
caminhada e geram uma experincia direta dos usurios para com os comrcios, pois a partir da rua, os pedestres
conseguem enxergar o interior dos estabelecimentos e sentem-se atrados ao consumo (GEHL, 2010).
2.4 Sade pblica
O andar a p a forma mais limpa, para o meio ambiente, de locomoo. O estmulo caminhada promove
mais sade. Mais trfego de pessoas significa um desencorajamento ao trfego de carros, o que gradativamente
diminui o ndice de poluentes e a emisso de gases prejudiciais camada de oznio. A poluio gerada pelos
automveis prejudica a qualidade do ar e est diretamente ligada s doenas respiratrias, alergias, doenas
cardiovasculares e leses degenerativas, afetando principalmente crianas e idosos (Canado et al. 2006). A longa
exposio aos rudos provocados pelo intenso trfego de motores so fatores que prejudicam a audio, causam
problemas cardiovasculares, hormonais e estresse (Maciel et al., 2009). A caminhada gera o efeito inverso, atuando
como atividade fsica natural do dia-a-dia que auxilia o funcionamento do sistema respiratrio, da circulao
sangunea e um excelente aliado preveno da obesidade.
2.5 Meio de deslocamento
A caminhabilidade fundamental quando se trata do transporte de pessoas nas cidades, uma vez que toda
viagem, em algum trecho do percurso, necessitar do andar a p para se completar. Os deslocamentos a p se
realizam no incio e no final de todas as modalidades de transporte, assim como na conexo entre elas (NZTA, 2009;
VTPI, 2013). As viagens a p representam uma parcela importante do total de viagens urbanas: de acordo com
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dados de quinze cidades da Amrica Latina, mais de 28% das viagens se realizam a p e de bicicleta (CAF, 2010).
Apesar de sua importncia, o planejamento urbano e de transportes, tradicionalmente, no consideram o
deslocamento a p como modal ou, quando muito, consideram-no como um meio complementar, desconsiderando
sua importncia como modo de transporte urbano (NZTA, 2009). Esse cenrio contribuiu para que a caminhada
ficasse, historicamente, em segundo plano na mobilidade urbana, por conseguinte, as pesquisas de mobilidade
urbana, em sua grande maioria, no consideram a caminhada, ou consideram apenas as viagens a p com mais de
10 ou 15 minutos (VTPI, 2013). Hoje o grande desafio a medio e gerao de indicadores efetivos de
caminhabilidade, capazes de permitir a comparao entre cidades, bairros e quarteires para o Planejamento
integrado do caminhar nas cidades.
3. DESAFIOS DE IMPLEMENTAO
3.1 Espao livre e desimpedido
A maneira mais confortvel para que se possa caminhar trafegar por caminhos sem barreiras urbansticas.
Pessoas com deficincia e/ou mobilidade reduzida (idosos, crianas, lactantes, pessoas com carrinhos de beb,
pessoas com crianas de colo e obesos) so forados a vencer diariamente esses obstculos, o que torna o trajeto
difcil e descontente. (GEHL, 2010)
Interrupes nas caladas para auxiliar a entrada de automveis so exemplos comuns realidade de
Fortaleza que dificultam o percurso a p e impedem a acessibilidade, como pode ser observado na Figura 1.
Figura 1. Exemplo de interrupo e bloqueio na acessibilidade na Rua Quintino Cunha , no bairro Benfica.
Fonte: Prefeitura Municipal de Fortaleza (2018).
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O caminho natural a ser percorrido linear e contnuo. Degraus e escadas atuam como barreiras fsicas e
psicolgicas. Da perspectiva fsica, o sobe e desce de degraus requer um maior esforo fsico, e modifica o ritmo da
caminhada, que passa a ser o de uma escalada, diferente da caminhada linear que mais confortvel, pois feita
no mesmo nvel (Figura 2). Por esse motivo, os degraus so vistos como obstculos a serem evitados sempre que
possvel. Em situaes em que for imprescindvel o uso dos degraus, estes devem possuir dimenses confortveis e
serem bem locados a fim de que no haja interrupes nem virem obstculos no caminho. A melhor opo, quando
possvel, escolher utilizar rampas ao invs de escadas e degraus, pois as rampas no se tornam um obstculo
visvel nem tampouco fsico, quando h um nivelamento da calada para manter o ritmo da caminhada. (GEHL,
2010)
Figura 2. Exemplo de escadaria impossibilitando a acessibilidade na Av. Santos Dumont.
Fonte: Arquivo Prefeitura Municipal de Fortaleza (2018).
3.2 Superfcies niveladas e no escorregadia.
A qualidade da pavimentao essencial para garantir o trnsito seguro dos pedestres. Um revestimento
liso, com m qualidade, ou mesmo a falta dele, pode ser responsvel por acidentes e pela dificuldade de trfego de
pessoas com a mobilidade reduzida, usurios de cadeira de rodas, idosos e crianas. Paraleleppedos e pedras
naturais tornam os passeios irregulares, e muitas vezes, quando no fixados corretamente, ou mesmo pela
intensidade de uso, as pedras tendem a soltar formando enormes crateras que podem ocasionar acidentes.
Materiais lisos como cermicas e porcelanatos no possuem nas suas superfcies atrito suficiente para frear uma
criana correndo, ou mesmo quando chove, a gua faz com que essas superfcies fiquem mais escorregadias,
portando no so materiais adequados para revestimento de caladas. (GEHL, 2010)
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Figura 3. Exemplo de pavimentao imprpria e sem manuteno na Av. Joo Pessoa, bairro Damas
Fonte: Arquivo Prefeitura Municipal de Fortaleza (2018).
Figura 4. Exemplo de piso escorregadio na Av. Joo Pessoa, bairro Damas
Fonte: Arquivo Prefeitura Municipal de Fortaleza (2018).
4. DIMENSIONAMENTO
4.1 Dimenses segundo a legislao municipal
Segundo o artigo 170 da Lei n 062/2009 (Plano Diretor Participativo de Fortaleza), o sistema virio
corresponde infraestrutura de circulao e de estacionamentos pblicos, sendo constitudo pelas vias e
logradouros que compem a malha por onde circulam veculos, pessoas e animais. Com isso, compreende-se o
sistema virio como a pista de rolamento, a calada, o acostamento e o canteiro central.
Segundo a Lei n 236/2017 (Lei de Parcelamento, Uso e Ocupao do Solo), a calada a parte da via,
segregada da circulao de veculos, reservada para o trnsito de pedestres. Para novos loteamentos, as larguras
totais mnimas das caladas devem seguir os parmetros estabelecidos pelo Anexo 3.2, da Lei n 236/2017 (Lei de
Parcelamento, Uso e Ocupao do Solo), extradas no Quadro 1.
Quadro 1. Dimenses das vias de circulao.
CARACTERSTICAS
VIAS PARA CIRCULAO DE VECULOS VIAS PARA
CIRCULAO DE PEDESTRES
EXPRESSA ARTERIAL COLETORA LOCAL
Seo normal (1)
Seo reduzida (1)
Seo normal (1)
Seo reduzida (1)
Seo normal (1)
Seo reduzida (1)
Seo normal (2)
Seo reduzida (2)
Largura mnima (m)
60,00 45,00 34,00 30 24,00 18,00 14,00 11,00
Caixa carrovel mnima (m)
37,80 33,00 21,00 19 16,00 12,00 9,00 7,00
Calada mnima (m) (de cada lado da via)
5,00 3,00 4,00 3,5 3,25 3,00 2,50 2,0
Canteiro central mnimo (m)
9,00 4,00 5,00 4,00 1,50 - - -
Declividade mxima (m)
6% 6% 8% 10% 10% 15% 15% 15% 15% ou escada
Declividade mnima (m)
0,5% 0,5% 0,5% 0,5% 0,5% 0,5% 0,5% 0,5% 0,5%
Fonte: Anexo 3.2 Dimenses das vias de circulao (FORTALEZA, 2017).
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Para as reas j ocupadas e com o parcelamento do solo j consolidadas, podero ser executadas
intervenes em vias locais com padro inferior aos definidos na tabela acima, mediante os estudos de
urbanizao, como rege o artigo 242 da Lei n 236/2017 (Lei de Parcelamento, Uso e Ocupao do Solo).
4.2 Faixa de servio
Faixa adjacente ao meio-fio destinada instalao de servios pblicos (postes de iluminao, sinalizao,
hidrante), de mobilirio urbano, de vegetao, de tampas de inspeo e ao rebaixo da guia para acesso de veculos
e travessia de pedestres (BRASIL, 2017). A largura mnima para a faixa de servios deve ser de 0,70 m (ABNT, 2015,
p.74). Nas caladas onde sero plantadas rvores, a faixa de servio dever ser calculada a partir dos parmetros de
dimensionamento do MANUAL DE ARBORIZAO de Fortaleza que esto disponveis no item Arborizao deste
manual. A faixa de servio no dever ser executada prximo s esquinas, pois a presena de postes de iluminao,
postes de sinalizao, mobilirios urbanos e afins podem interferir na travessia e circulao dos pedestres.
4.3 Faixa livre
Reservada exclusivamente ao trnsito de pedestre deve ser contnua e desimpedida de qualquer obstculo
ou interferncia. A largura da faixa livre recomendvel de no mnimo 1,50m (BRASIL, 2017), aceitando a reduo
para 1,20m nas seguintes excees:
Onde a largura total da calada menor ou igual a 2,10 m. (FORTALEZA, 2013).
Em caladas com largura entre 2,10 m e 2,30 m, respeitando os dimensionamentos previstos no item
Arborizao deste manual.
A declividade do perfil da calada ser no mximo de 3%, do alinhamento do meio-fio (ABNT, 2015; BRASIL,
2017). Recomenda-se o uso de materiais de textura e cores diferenciados para destacar visualmente a faixa livre
das demais faixas. (BRASIL, 2017).
4.4 Dimensionamento de faixa livre Para reas onde esperado um grande fluxo de pedestres (espaos pblicos e de uso pblico. Ex: Plos
Geradores de Viagens), recomenda-se dimensionar a faixa livre a partir do fluxo mximo de pedestres por hora
esperado para a calada, segundo o Quadro 2, fornecida pelo Ministrio das Cidades:
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Quadro 2. Dimensionamento da faixa livre pela capacidade de pedestres.
Largura mnima da faixa livre (m) Capacidade* (pedestres por hora)
1,50 800
2,00 1600
2,50 2400
3,00 3200
4,00 4000
Fonte: (BRASIL, 2017. p. 13) *Considerar fluxo de pedestres nos dois sentidos da calada.
4.5 Faixa de acesso
A faixa de acesso (ou transio) localiza-se entre a faixa livre e ao acesso ao lote. Eventualmente poder ser
usada para alocar elementos e mobilirios temporrios como anncios de publicidade, mesas, cadeiras, entre
outros (BRASIL, 2017). A implementao da faixa opcional. A largura da faixa de servio, onde tambm possvel
instalar determinados mobilirios urbanos e fazer arborizao dependendo das dimenses do local, dever ser
especificada em projeto, possibilitando que os usurios possam diferenci-la da faixa livre. Os elementos e
mobilirios temporrios a serem colocados na faixa de acesso no podero interferir no trnsito de pedestres na
faixa livre nem dificultar o acesso aos lotes e edificaes (ver figura 5).
Figura 5: Exemplo de calada padro.
Fonte: Elaborado por Prefeitura Municipal de Fortaleza, com base nas informaes da ABNT (2015) e BRASIL (2017).
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4.6 Declividade e Inclinao das caladas
A declividade das vias devero seguir as orientaes da Lei n 236/2017 (Lei de Parcelamento, Uso e Ocupao do
Solo) vigentes representadas no Quadro 2 e devem seguir os parmetros estabelecidos pelo Anexo 3.2, da Lei n
236/2017 (Lei de Parcelamento, Uso e Ocupao do Solo), extradas no Quadro 2.
Quadro 3. Dimenses das vias de circulao.
CARACTERSTICAS
VIAS PARA CIRCULAO DE VECULOS VIAS PARA
CIRCULAO DE PEDESTRES
EXPRESSA ARTERIAL COLETORA LOCAL
Seo normal (1)
Seo reduzida (1)
Seo normal (1)
Seo reduzida (1)
Seo normal (1)
Seo reduzida (1)
Seo normal (2)
Seo reduzida (2)
Largura mnima (m)
60,00 45,00 34,00 30 24,00 18,00 14,00 11,00
Caixa carrovel mnima (m)
37,80 33,00 21,00 19 16,00 12,00 9,00 7,00
Calada mnima (m) (de cada lado da via)
5,00 3,00 4,00 3,5 3,25 3,00 2,50 2,0
Canteiro central mnimo (m)
9,00 4,00 5,00 4,00 1,50 - - -
Declividade mxima (m)
6% 6% 8% 10% 10% 15% 15% 15% 15% ou escada
Declividade mnima (m)
0,5% 0,5% 0,5% 0,5% 0,5% 0,5% 0,5% 0,5% 0,5%
Fonte: Anexo 3.2 Dimenses das vias de circulao (FORTALEZA, 2017).
4.6.1 Inclinao transversal
A inclinao transversal da faixa livre das caladas ou das vias exclusivas de pedestres no pode ser superior
a 3%. Eventuais ajustes de soleira devem ser executados sempre dentro dos lotes ou, em caladas existentes com
mais de 2,00m de largura, podem ser executados nas faixas de acesso. (NBR 9050:2015).
4.6.2 Inclinao longitudinal
A inclinao longitudinal da faixa livre (passeio) das caladas ou das vias exclusivas de pedestres deve sempre
acompanhar a inclinao das vias lindeiras.
4.7 Arborizao
O plantio de rvores nas caladas extremamente recomendado em Fortaleza, pois as rvores ajudam no
deslocamento a p das pessoas, criando passeios sombreados e agradveis para caminhar. As rvores devem ser
implantadas nas faixas de servios das caladas de modo que no interfiram na circulao dos pedestres, e devero
obedecer um mnimo de 5m de distncia das esquinas para no interferir na visibilidade da interseo. O plantio
de rvores dever seguir os parmetros estabelecidos pelo Manual de Arborizao de Fortaleza, considerando a
largura da calada, o porte da rvore e as dimenses mnimas para o plantio, que esto ilustrados a seguir.
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4.7.1 Posicionamento de rvores no passeio
- Em passeios com largura inferior a 1,50m no recomendvel o plantio de rvores.
- Para passeios com medidas entre 1,50m e inferior a 1,80m.
- Clculo: Distncia do meio fio ao eixo da rvore a largura do passeio menos 1,20m da faixa livre dividido por 2.
Exemplo: Largura 1,50m - 1,20m = 0,30m /2 = 0,15m.
- Em passeios com largura igual ou superior a 1,50m e inferior a 2,00m, recomenda-se apenas o plantio de rvores
de pequeno porte.
- Distncia mnima de 5 metros para rvores de pequeno porte.
- Altura mxima de 5m para rvores de pequeno porte
Figura 6: Posicionamento de rvores no passeio para caladas com larguras entre 1,50m e 1,80m.
Fonte: Elaborado com base nas informaes do Manual de Arborizao da Prefeitura Municipal de Fortaleza.
4.7.2 Para passeios com medidas superiores 1,80m
- Para passeios com largura superior 1,80m ser admitida a distncia do meio fio at o eixo da rvore.
- A distncia ser o raio do tronco vezes 1,5, no podendo a medida ser inferior a 30cm. (d=1,5 x R)
- Para passeios com largura de at 2,00m, recomenda-se apenas o plantio de rvores de pequeno porte.
- Distncia mnima de 5 metros para rvores de pequeno porte.
- Altura mxima de 5m para rvores de pequeno porte.
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Figura 7: Posicionamento de rvores no passeio para caladas com larguras superiores a 1,80m.
Fonte: Elaborado com base nas informaes do Manual de Arborizao da Prefeitura Municipal de Fortaleza.
4.7.3 Caladas verdes
- Largura mnima do passeio: 2,10m
- Largura mnima do passeio livre: 1,20m
- rea da cova: 50x50cm
- Distncia mnima do meio fio ao incio da cova: 40cm
- Poder ser utilizado espcies de pequeno ou mdio porte
- Espaamento mnimo recomendados entre espcies de pequeno porte: 5m
- Espaamento mnimo recomendados entre espcies de mdio porte: 8m
Figura 8: Calada Verde.
Fonte: Elaborado com base nas informaes do Manual de
Arborizao da Prefeitura Municipal de Fortaleza.
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4.8 Fiao subterrnea
Quando forem executadas obras de fiao subterrnea, recomenda-se que as galerias sejam executadas
debaixo da calada, sem interferir nas reas da faixa de servio onde sero plantadas rvores. Apenas as caixas de
inspeo da fiao devero ser localizadas na faixa de servio (ver figura 9).
Figura 9: Tipologia bsica do modelo de vala tcnica
Fonte: DA SILVA, A.; TANIGUCHI, C.; DE MEDEIROS, G, 2018 - Adaptado.
4.9 Acessibilidade nas caladas
A acessibilidade das caladas dever seguir o disposto nas normas especficas da Associao Brasileira de
Normas Tcnicas ABNT, particularmente a NBR 9050:2015. Os rebaixamentos de caladas devem ser construdos
na direo do fluxo da travessia de pedestres. A inclinao deve ser constante e no superior a 8,33% (1:12) no
sentido longitudinal da rampa central e na rampa das abas laterais. A largura mnima do rebaixamento de 1,50 m.
O rebaixamento no pode diminuir a faixa livre de circulao, de no mnimo 1,20 m, da calada (ABNT, 2015).
Figura 10. Rebaixamentos de caladas Vista superior
Fonte: ABNT, 2015. p. 80
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Quadro 4. Rampas de declividade.
Rampas de declividade de 8,33% (1:12) Rampas de declividade de 5% (1:20)
Altura do meio-fio (m) Comprimento da rampa
(m) Altura do meio-fio (m)
Comprimento da rampa (m)
0,10 1,20 0,10 2,00
0,11 1,32 0,11 2,20
0,12 1,44 0,12 2,40
0,13 1,56 0,13 2,60
0,14 1,68 0,14 2,80
0,15 1,80 0,15 3,00
0,16 1,92 0,16 3,20
0,17 2,04 0,17 3,40
0,18 2,16 0,18 3,60
0,19 2,28 0,19 3,80
0,20 2,40 0,20 4,00
Fonte: Prefeitura Municipal de Fortaleza (2018).
Em situaes onde o passeio no comporte as medidas necessrias para o rebaixamento da calada para a
travessia da rua pelo usurio de cadeira de rodas, a quina da calada dever ser totalmente rebaixada ao nvel da
via, onde haver o rebaixamento total da largura do passeio (Figura 11). A inclinao mxima dever ser de 8,33%
(ABNT, 2015). A largura mnima do passeio no sentido transversal dever ser de 1,50m e 1,20m no sentido
longitudinal. Dever conter sinalizao ttil e visual de alerta e sinalizao ttil e visual direcional (ABNT, 2015).
Figura 11. Rebaixamento de caladas com larguras mnimas
Fonte: Elaborado por Prefeitura Municipal de Fortaleza, com base nas informaes da ABNT NBR 9050:2015.
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4.10 Travessias seguras
Para maior segurana de travessia em locais com calcadas estreitas existem 3 opes de geometria :
Alargamento de calada conforme mostrado na ABNT figura 6.12.7.1
Faixa elevada
Rebaixamento total da largura da calada, com largura mnima de 1,50 m (rampa tipo 2)
4.10.1 Alargamento de calada
Para reduo do percurso da travessia, recomendado o alargamento da calada, em ambos os lados ou
no, sobre o leito carrovel. Esta configurao proporciona conforto e segurana e pode ser aplicada tanto para
faixa elevada como para rebaixamento de calada, prximo das esquinas ou no meio de quadra (ABNT, 2015).
Figura 12. Reduo do percurso de travessia Vista superior
Fonte: ABNT, 2015. p. 78
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4.10.2 Faixa Elevada
Figura 13. Faixa elevada para travessia Vista superior
Fonte: ABNT, 2015. p. 79
4.10.3 Rebaixamento total da largura da calada
Em calada estreita, onde a largura do passeio no for suficiente para acomodar o rebaixamento e a faixa
livre com largura de no mnimo 1,20 m, poder ser feito o rebaixamento total da largura da calada, com largura
mnima de 1,50 m e com rampas laterais com inclinao mxima de 8,33 % (1:12), conforme Figura 14. (ABNT,
2015).
Figura 14. Rebaixamento de caladas estreitas Perspectiva Isomtrica
Fonte: ABNT, 2015. p. 81
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4.11 Situaes fora do padro
Nas situaes em que a faixa livre do passeio no consiga atingir o mnimo de 1,20m para o trfego de
pedestres, recomenda-se que sejam feitas pinturas no asfalto (Figura 14) a fim de ampliar o passeio e garantir a
preferncia do pedestre, seguindo especificaes do Cdigo de Trnsito Brasileiro. Esses casos devero contar com
o parecer pblico. Intervenes deste tipo somente podero ser executadas por rgo competente.
Figura 15. Exemplo de situao fora do padro.
Fonte: Movimento Conviva, So Paulo (2018).
5. MATERIAIS E REVESTIMENTOS PARA CALADAS
Os revestimentos a serem utilizados na qualificao das caladas devem ser regulares, firmes, estveis e
antiderrapantes sob qualquer condio. As faixas livres, onde circulam os pedestres, e as faixas de acesso, devem
ser executados com materiais uniformes e contnuos, como concreto moldado in loco, ladrilho hidrulico, blocos
intertravados, entre outros revestimentos antiderrapantes (BRASIL, 2017), conforme ilustrados nas figuras 16 a 22.
Novos materiais de construo e tecnologias que surgiro no futuro tambm sero permitidos, mesmo que
no estejam especificados neste caderno, desde sigam os mesmos princpios de durabilidade, estabilidade,
aderncia e continuidade necessrios para garantir a acessibilidade de calada.
5.1 Ladrilho Hidrulico
Placa de concreto de alta resistncia ao desgaste, que poder conter superfcie com textura lisa ou em
relevo, colorida ou no. Suas formas padres so retangulares e quadradas, porm poder possuir qualquer outra
forma geomtrica. O ladrilho possui alta resistncia a zonas de trfego intenso aliando caractersticas
antiderrapantes e de alta resistncia abraso, tornando-o indicado para caladas, passeios pblicos, praas,
garagens, estacionamentos, rampas para automveis, ambientes internos, bordas de piscina e etc., oferecendo
segurana para as pessoas mesmo quando molhados. A espessura da placa trfego de pedestres dever ser maior
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que 20mm, e o caimento de no mnimo 2%. Em reas de trfego de pedestre o contra piso de concreto dever ter
resistncia de 15MPa. Em reas de circulao de veculos leve, como entrada e sada de carros, o concreto dever
ter resistncia de no mnimo 20MPa, armado com tela de ao CA 60 de 4,2mm e malha 100x100mm. necessrio
deixar juntas entre as peas com espessuras de 1mm a 2mm para o correto rejuntamento das peas com cimento
puro ou nata especial (ABNT, 2013; WRI, 2017).
Figura 16. Ladrilho hidrulico
Fonte: WRI Brasil. 8 Princpios da Calada
Para o correto assentamento das peas de ladrilho hidrulico, necessrio compactar o solo existente ou
proveniente de emprstimo (troca de solo) em camadas de 15cm que constituir o subleito, construir uma sub-
base com material granular compactado aps a finalizao do subleito com espessura mnima de 5cm. Aps isso,
inicia-se o processo de construo do contrapiso que servir de base para o assentamento do ladrilho. No caso de
trfego de pedestres, ser constituda de concreto no estrutural, e no caso de entradas de veculos, concreto
estrutural com armadura. A espessura mnima deve ser de 10cm. Aps o contrapiso, dever ser apoiada uma
camada de argamassa colante ou argamassa convencional elaborada na obra, para, por fim firmar o revestimento
(ABNT, 2013; WRI, 2017).
Figura 17: Corte camadas da seo Execuo Ladrilho Hidrulico
Fonte: Manual de Ladrilho Hidrulico Passeio Pblico
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A Associao Brasileira de Normas Tcnicas regulamenta a especificao, o assentamento, formatos e
dimenses do ladrilho hidrulico nas normas:
- NBR 9457:2013 Ladrilho Hidrulico - Especificao
- NBR 9458:1986 Assentamento de Ladrilho Hidrulico
- NBR 9459:1986 Ladrilho Hidrulico Formatos e Dimenses
5.2 Bloco Intertravado
A pavimentao intertravada composta por peas modulares pr-fabricadas de concreto que so
assentadas sobre camada de areia e travadas entre si por conteno lateral. A calada de pavimento intertravado
possui superfcies com caractersticas antiderrapantes, proporcionando segurana ao pedestre mesmo em
condies de piso molhado. As peas de concreto com pigmentao clara retm uma menor absoro de calor,
proporcionando um melhor conforto trmico das caladas. As peas de concreto conferem alta resistncia e
durabilidade composio da calada. Os blocos intertravados tambm podem ser fabricados com uma ampla
variedade de cores e texturas, dando uma maior gama de possibilidades na paginao do piso. Ambientes externos
devem levar em considerao os aspectos de uso, tais como: abraso, trfego de pedestres, usurios de cadeiras de
rodas e intempries (BRASIL, 2017; WRI, 2017).
Figura 18. Blocos Intertravados
Fonte: Arquivo Prefeitura Municipal de Fortaleza (2018).
5.3 Concreto moldado in-loco
O concreto um material de alta versatilidade, durabilidade e de baixo custo. Pisos de concreto moldado in-
loco so executados durante a obra e espalhados por meio de vibrao diretamente no local. O piso pode passar
por uma srie de tratamentos superficiais, dando-o uma srie de acabamentos. Recomenda-se uma espessura de
piso mnima de 7 cm para a faixa livre, com resistncia mnima de 20 Mpa e espessura mnima de 12cm para acesso
de veculos. necessria a execuo de juntas de dilatao em intervalos de 1,20m a 1,50m. Dependendo da
composio do concreto utilizado, possvel conferir ao material certo grau de permeabilidade, para isso
recomenda-se consultar um profissional especializado (WRI, 2017).
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Figura 19. Concreto pr-moldado e intertravado
Fonte: WRI Brasil. 8 Princpios da Calada
Figura 20. Concreto permevel
Fonte: Solues para a Cidade
Figura 21. Concreto moldado in loco
Fonte: ITDP-Street Design Manual
5.4 Piso drenante
Pisos drenantes so placas pr-moldadas para acabamento de pisos externos. Graas grande variedade de
fabricantes e produtos no mercado, recomenda-se consultar as especificaes tcnicas fornecidas pelos fabricantes
a fim de verificar se o produto est adequado s normativas tcnicas vigentes e consultar os procedimentos para
assentamento do piso.
Figura 22. Piso Drenante
Fonte: Constron, 2018.
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6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 9457: Ladrilhos Hidrulicos para Pavimentao Especificao e Mtodos de Ensaio. Rio de Janeiro, 2013. BRASIL. Secretaria nacional de mobilidade urbana. Ministrio das Cidades. Caderno tcnico para projetos de mobilidade urbana Transporte Ativo. 2017. CANADO, J. E. D; BRAGA, A.; PEREIRA, L. A. A.; ARBEX, M. A.; SALDIVA, P. H. N. e SANTOS, U. P. (2006). Repercusses Clnicas da Exposio Poluio Atmosfrica. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 32, suppl. 2., pp. 5-11, So Paulo. DA SILVA, A.; TANIGUCHI, C.; DE MEDEIROS, G; Cidades Inteligentes e sustentveis: diretrizes para implantao do sistema infravia em municpios brasileiros. In: Congresso Tcnico Cientfico Da Engenharia E Da Agronomia. 2018. FORTALEZA. Prefeitura municipal de Fortaleza. Cdigo de Obras e Posturas do Municpio de Fortaleza. Lei Ordinria N5530, de 17 de Dezembro de 1981. FORTALEZA. Prefeitura Municipal de Fortaleza. Manual de Arborizao Procedimentos tcnicos para Plantio, Transplantio, Poda e Corte. 2013. FORTALEZA. Prefeitura Municipal de Fortaleza. Parcelamento, Uso e Ocupao do Solo. Regulamentao Plano Diretor de Fortaleza. Lei Complementar N236, de 11 de Agosto de 2017. FORTALEZA. Prefeitura Municipal de Fortaleza. Plano Diretor Participativo de Fortaleza. Lei Complementar N062, de 02 de Fevereiro de 2009. GEHL, Jan. Cidade Para Pessoas. 3 edio. So Paulo: Perspectiva, 2010. GLOBAL DESIGNING CITIES INITIATIVE. National Association of City Transportation Officials. Global Street Design Guide. New York: 2016. INSTITUTE FOR TRANSPORTATION AND DEVELOPMENT POLICY. Pedestrians First, Tools For a Walkable City. 1st ed. New York: ITDP, 2018. Institute For Transportation and Development Policy-ITDP. ndice de Caminhabilidade - Ferramenta. ITDP Brasil, 2016. MONTENEGRO, NADJA G.S.D.; SANTIAGO, Z.M.P.; E SOUSA, V.C. Guia de Acessibilidade: Espao Pblico e Edificaes. 1 ed. Fortaleza: SEINFRA-CE, 2009. NBR 9050:2015 - Acessibilidade a edificaes, mobilirio, espaos e equipamentos urbanos Regulamentao NEW ZEALAND. New Zealand Transport Agency NZTA. Pedestrian planning and design guide. Wellington: 2009. NEW YORK CITY. Department of Transportation. Street Design Manual. New York, 2015 OSTROFF, Elaine; PREISER, Wolfgang. Universal design handbook. McGraw-Hill Inc. US, 2001 RODRIGUES, A. R. P., FLREZ, J. , FRENKEL, D. B. AND PORTUGAL, L. S. (2014) Indicadores do desenho urbano e sua
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http://www.vtpi.org/nmt-tdm.pdfhttp://movimentoconviva.com.br/rua-da-zona-sul-de-sp-ganha-faixas-verdes-para-pedestres/http://movimentoconviva.com.br/rua-da-zona-sul-de-sp-ganha-faixas-verdes-para-pedestres/