UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
PROCESSO PRODUTIVO DA ÁGUA DE COCO VERDE (Cocus
nucifera L.)
Maryllise do Prado Henrique
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Magna Angélica dos Santos Bezerra Sousa
Natal/RN
Junho/2017
1
MARYLLISE DO PRADO HENRIQUE
PROCESSO PRODUTIVO DA ÁGUA DE COCO VERDE (Cocus
nucifera L.)
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao departamento de Engenharia Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do grau de graduada, sob a orientação da Prof.ª Dr. ª Magna Angélica dos Santos Bezerra Sousa.
Natal/RN
Junho/2017
2
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar quero agradecer a Deus, pois foi ele que me deu saúde,
sabedoria, força e não me deixou desistir diante das dificuldades enfrentadas
durante esses cinco anos de curso.
Durante a faculdade muitos colegas fizeram parte da minha vida acadêmica e
se fizeram importantes para que eu possa conquistar essa vitoria, pois sozinhos
nada seriamos.
Aos meus pais Ailton Henrique da Silva e Rita de Cássia Queiroz do Prado
Henrique, meus exemplos de vida, toda a minha gratidão por terem sido e
continuarem sendo meu suporte, pois a eles devo a minha vida e a pessoa que me
tornei.
Ao meu irmão Guilherme Henrique do Prado, familiares e amigos o meu muito
obrigado por acreditarem em mim e torcerem pela minha vitoria.
Ao meu companheiro e namorado Micael Andrade Guimarães o meu amor e
gratidão por estar sempre ao meu lado nesses últimos 3 anos, por me entender até
mesmo quando eu não conseguia e que muito me ajudou a concluir esse trabalho e
conquistar o meu sonhado diploma.
Agradeço também a alguns excelentes professores que tive o prazer de
conhecer durante a graduação e que me passaram conhecimentos que espero levar
para a vida toda, mas principalmente a minha orientadora a professora Dr.ª Magna
Angelica que abraçou a minha ideia para esse trabalho e através das suas
disciplinas me mostrou uma área da engenharia química que me deixou encantada.
3
RESUMO
A água de coco é um produto que ocupa, a cada dia, maior fatia no mercado,
mas é comumente consumida in natura nas regiões próximas onde é cultivada. O
aumento da demanda, a necessidade de levar esse produto para regiões que não se
tem produção de coco verde, facilitar o transporte e diminuir a quantidade de lixo
acumulado nas cidades levou a industrialização da água de coco verde, uma
atividade viável e em crescimento. Neste trabalho será a apresentado o processo
produtivo da água de coco refrigerada e congelada. Um lay out para a indústria foi
criado para exemplificar como seria o processo de industrialização da água de coco.
Essa é uma indústria de pequeno porte, que produz 1.000 garrafas PET de 350 mL
por dia, e para suprir essa necessidade diária, seria necessário em média 1.400 kg
de fruto. A industrialização da água de coco resolve o problema da grande
quantidade de lixo na cidade, mas dentro das agroindústrias esse problema persiste
e algumas formas para reutilizar e/ou reciclar esses resíduos também serão
abordados nesse trabalho.
Palavras-chaves: Coqueiro, Cocus nucifera L., água de coco verde, resfriada,
congelada, resíduos de coco verde, fibra de coco, pó de coco.
4
ABSTRACT
Coconut water is a product that occupies, every day, largest market share, but
is commonly consumed in natura in the near regions where it is cultivated. The
increase in demand, the need to take this product to regions that do not have green
coconut production, facilitate transportation and reduce the amount of garbage
accumulated in cities has led to the industrialization of green coconut water, a viable
and growing activity. In this work will be presented the production process of
refrigerated and frozen coconut water. A lay out for the industry was created to
exemplify how the process of coconut water industrialization would be. This is a small
industry, which produces 1,000 PET bottles of 350 ml per day, and to meet this daily
requirement would require an average of 1,400 kg of fruit. The industrialization of
coconut water solves the problem of the large amount of waste in the city, but within
agroindustries this problem persists and some ways to reuse and / or recycle these
wastes will also be addressed in this work.
Key-words: Coconut, Cocus nucifera L., coconut water green, cooled, frozen,
residues of green coconut, coconut fiber, coconut powder.
5
LISTA DE FIGURAS
Figura 01: Corte esquemático de um coco verde e suas descrições.........................12
Figura 02: Coqueiro hibrido em produção..................................................................14
Figura 03: Fluxo das etapas envolvidas nos processos de conservação da água de
coco............................................................................................................................17
Figura 04: Fluxograma do processo...........................................................................18
Figura 05: Abertura e extração da água de coco verde.............................................21
Figura 06: Maquina extratora de água de coco verde................................................22
Figura 07: Planta da indústria de processamento da água de coco resfriada e
congelada...................................................................................................................26
Figura 08: Fluxograma do processamento da produção de fibra e pó dos resíduos de
coco verde..................................................................................................................29
Figura 09: fluxograma operacional da etapa de produção de substrato agrícola e
fibra de coco verde.....................................................................................................31
6
LISTA DE TABELAS
Tabela 01: Faixa de variação do volume de água, pH, acidez, sólidos solúveis totais
(°Brix), açúcares redutores e não redutores, da água de coco anão verde de seis
cultivares selecionados do 5° ao 12° mês de maturação...........................................13
Tabela 02: Faixa de variação do teor de minerais e vitamina C da água-de-coco
verde de seis cultivares selecionados do 5° ao 12° mês de maturação....................15
Tabela 03: Caracterização físico-química da água-de-coco anão verde com 7 meses
de idade......................................................................................................................15
Tabela 04: Valores médios das principais propriedades da fibra de coco verde.......29
7
Sumário
1. Introdução .................................................................................................................................... 8
2. Objetivo ....................................................................................................................................... 10
2.1. Objetivos específicos ...................................................................................................... 10
3. Referencial teórico: o coqueiro (Cocos nucifera L – Coco da Baía) e o seu fruto . 10
4. Descrição do Processo ........................................................................................................... 16
4.1.2. Recepção ........................................................................................................................ 19
4.1.3. Seleção ............................................................................................................................ 19
4.1.4. Lavagem.......................................................................................................................... 20
4.1.5. Abertura .......................................................................................................................... 21
4.1.6. Extração .......................................................................................................................... 22
4.1.7. Filtração .......................................................................................................................... 22
4.1.8. Embalagem .................................................................................................................... 23
4.1.9. Envase ............................................................................................................................. 23
4.1.10. Refrigeração .............................................................................................................. 23
4.1.11. Congelamento ........................................................................................................... 23
4.1.12. Estocagem.................................................................................................................. 24
5. LAY OUT ..................................................................................................................................... 24
6. Balanço de massa .................................................................................................................... 26
7. Tratamento de resíduos .......................................................................................................... 27
7.1. Obtenção do pó e da fibra da casca de coco verde ................................................ 28
7.2. Resíduos de coco verde como substrato orgânico ................................................ 30
7.3. Produtos derivados do pó e fibra da casca do coco verde .................................. 32
7.4. Conclusão e balanço de massa da obtenção do pó e da fibra da casca de
coco verde ...................................................................................................................................... 34
8. Conclusão .................................................................................................................................. 34
9. Referencias ................................................................................................................................ 35
8
1. Introdução
O coqueiro (Cocus nucifera L.) é uma palmeira amplamente cultivada no
Brasil, principalmente na região Nordeste. Conforme dados do SINDICOCO, 2011,
os plantios de coqueiros ocupam cerca de 270 mil hectares por todo o Brasil, de
acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Coco (ABRASCOCO) os
plantios no país são 70% da variedade gigante, 20% da variedade anão e 10% da
variedade hibrido. Cada variedade é destinada a uma produção distinta: os gigantes
para o uso culinário e, os anões, para a obtenção de água de coco (ARAGÃO,
2004).
O coqueiro é amplamente utilizado, pois todas as suas partes, como raiz,
caule, folha, inflorescência e o fruto, são utilizados de alguma forma para produzir
novos produtos para fins artesanais, alimentícios, nutricionais, agroindustriais,
medicinais, biotecnológicos, entre outros. Essa ampla utilização faz com que o
coqueiro ocupe uma posição de destaque na geração de renda de vários países e
como destaque na nutrição de várias comunidades (CUENCA, 1998; ARAGÃO1).
Do fruto do coco verde se é obtido uma grande variedade de produtos. Cerca
de 40% é destinado para a agroindústria e se obtém farinha, leite, creme in natura e
apenas cerca de 20% é utilizado para a comercialização da água, que é obtida in
natura diretamente do coco verde. A variedade coqueiro-anão ou híbrida é a que
produz um coco de melhor qualidade, maior doçura da água, maior quantidade
volumétrica, cerca de 300 a 600 mL dependendo da forma de cultivo e do período de
maturação e produz em média de 130 á 150 frutos/planta/ano (HOFFMANN, 2001;
ROSA; ABREU, 2000).
A água de coco se tornou uma bebida muito popular, porque, além de ser
nutritiva, refrescante e saborosa, é também rica em sais minerais e açucares,
apresenta baixos teores de carboidratos e gorduras, e sua composição
microbiológica é semelhante ao soro glicosado isotônico. Esse produto também é
utilizado para fins medicinais para prevenindo e tratando a desidratação, problemas
estomacais, verminoses e outros problemas de saúde (VAL, 1992; GONZALEZ,
1 Documento on-line, não datado.
9
1990; ARAGÃO; ISBERNER; CRUZ, 2002; LEITE et al., 2000; ROSA; ABREU,
2000; CABRAL; PENHA; MATTA, 2005).
A água de coco é uma bebida natural com inúmeras propriedades. Vem ganhando espaço no mercado nacional e internacional, devido à busca das pessoas por alimentos saudáveis. É um produto recente no mercado, mas que tem um potencial promissor, competindo com refrigerantes e as bebidas para esportistas (FROEHLICH, 2015).
A água de coco verde é comercializada e consumida tradicionalmente no
próprio fruto, mas como a água representa apenas cerca de 25% da amêndoa do
fruto, isso gera problemas de transporte, armazenamento, resíduos sólidos,
perecibilidade do produto e perda de até 20% do fruto. (RANIERI, 2000; SCHMIDT
et al., 2004; ARAGÃO, 2002).
Segundo Rosa e Abreu, 2000, a industrialização da água e aplicações de
processos como pasteurização, congelamento ou esterilização vai permitir que:
O produto seja consumido em locais fora da região produtora;
Diminui o peso e o volume do produto transportado;
Reduz custo de transporte;
Aumenta a vida de prateleira do produto;
Otimização do aproveitamento do fruto;
Geração de novos empregos;
Produto da linha de conveniência;
A industrialização da água de coco verde refrigerada tem por objetivo obter
um produto de alta qualidade e com vida de prateleira prolongada, mas conservando
suas características naturais (CABRAL; PENHA; MATTA, 2005; ROSA; ABREU,
2000).
De acordo com Rosa e Abreu (2000, p. 7) a água-de-coco envasada
deve ser obtida a partir de processo tecnológico adequado, preservando
tanto quanto possível suas características naturais. Em qualquer das formas
de conservação, deve-se otimizar o tempo de processo e minimizar a
exposição ao ar. [...] As etapas do processo devem ser rigorosamente
seguidas e monitoradas para garantir a qualidade sob o ponto de vista
sanitário, e de segurança do consumidor.
A água existente no interior do fruto se encontra estéril e pode continuar
assim por um longo período de tempo em temperatura ambiente desde que não haja
10
lesões no fruto que permita a entrada de microrganismos. Sua contaminação
também pode acontecer no momento da abertura do fruto devido a utensílios não
higienizados corretamente, recipiente e linhas de envase usados para resfriar a água
e, se for utilizado gelo no processo de resfriamento, esse também pode ser um meio
de contaminação. Além do momento da colheita e da abertura do fruto deve-se
também ter cuidados no local de armazenamento do fruto, pois contaminantes
podem ser adicionados à superfície do fruto e serem transferidos para o interior
durante o processo de abertura. A composição da água de coco e seu pH tornam o
meio favorável para a proliferação desses microrganismos e para alterações
bioquímicas quando em contato com o ar atmosférico, sendo uma das evidências a
coloração rosada da água. (LEITE et al., 2000; TOCCHINI, 1998; LEBER; FARIA,
2004; ROSA; ABREU, 2000; FROEHLICH, 2015).
2. Objetivo
Avaliar o processo produtivo da água de coco verde, desde da sua colheita
até o armazenamento, e sugerir uma proposta para solucionar o problema da grande
geração de resíduos sólidos proveniente da abertura do coco verde.
2.1. Objetivos específicos
- Estabelecer um processo para envase da água do coco verde;
- Desenvolver o fluxograma do processo de produção;
- Desenvolver o lay out das instalações;
- Estabelecer o balanço de massa para a produção do produto;
- Apresentar alternativas para o tratamento dos resíduos gerados no processo
de envase da água de coco;
3. Referencial teórico: o coqueiro (Cocos nucifera L – Coco da
Baía) e o seu fruto
O coqueiro é cultivado em cerca de 90 países, pertence à família Palmae no
gênero Cocos, seu nome cientifico é Cocos nucifera L./Coco da Baía e é
considerado uma palmeira. Essa espécie se desenvolve melhor em regiões de clima
tropical com temperatura média de 27ºC, porque em clima frio com temperaturas
11
inferiores a 15ºC prejudica a formação dos frutos (NOGUEIRA et al, 1997; ARAÚJO,
2011).
De acordo com Queiroz e Nóbrega (2006 apud ARAÚJO, 2011) “Existem
diversas variedades de coqueiros e seus frutos variam de cor, forma, tamanho,
dentre outros [...]”. Aragão, Isberner e Cruz (2001) complementam essa ideia,
afirmando que “[...] as mais importantes, no ponto de vista agronômico, sócio-
econômico e agroindustrial são: Typica (var. Gigante) e Nana (var. Anã). Os híbridos
dos coqueiros mais empregados atualmente são resultados dos cruzamentos entre
essas variedades”.
Variedade gigante: É uma variedade mais rústica, de rápido
crescimento, longa fase vegetativa, pode atingir até 30 metros de
altura, vive em torno de 90 anos e produz em média 60 a 80
frutos/planta/ano. Seus frutos devem ser utilizados apenas no uso
culinário in natura (ARAGÃO et al., 1999b; SIQUEIRA et al., 1998).
Variedade anã: Se originou da variedade gigante através de uma
mutação genética e atualmente é a variedade mais comercializada no
Brasil para água de coco. Produção precoce com auxilio de tecnologia,
iniciando em torno de 2 a 3 anos, produz em média 150 a 200
frutos/planta/ano, vive em torno de 30 a 40 anos e pode atingir até 12
metros de altura (RIBEIRO et al.,1999).
Variedade hibrida: Essa variedade é o resultado do cruzamento entre
as variedade gigante e anã. Assim como essa última possui produção
precoce com auxilio de tecnologia, iniciando em torno de 2 a 3 anos;
produz em média 150 frutos/planta/ano, vivendo em torno de 50 anos.
Tem como vantagem em relação a variedade anã a sua utilização nas
agroindústrias, culinária e para água de coco, melhor preço, frutos
maiores e com mais água e maior estabilidade de produção (ARAGÃO;
ISBERNER; CRUZ, 2001).
As partes que constituem o fruto estão representadas na figura 01.
12
Figura 01: Corte esquemático de um coco verde e suas descrições
1 – Exocarpo ou Epiderme
2 – Mesocarpo Fibroso
3 – Endocarpo
4 – Endosperma ou Albumén
Fonte: Arquivo pessoal
O coco verde também é constituído pelo liquido opalescente e embrião que
não é possível visualizar na figura 01, mas estão descritos, juntamente com as
outras partes, a seguir (FREMOND et al., 1969):
Exocarpo ou Epiderme: superfície externa lisa e cérea, cuja cor depende da
variedade e da maturidade da fruta;
Mesocarpo fibroso ou cairo: é a parte intermediária. Tem aparência palha,
geralmente, cor castanha;
Endocarpo ou cáscara: 5 mm de espessura, de coloração negra , muito duro
e apresenta três costuras longitudinais mais ou menos salientes separando
os três poros germinativos;
Albúmem, endosperma, amêndoa ou polpa: coloração branca brilhante com 1
ou 2 cm de espessura;
Líquido opalescente ou água de coco: ocupa cerca de 3/4 do volume da
cavidade central;
13
Embrião: semente germinativa, localizada no albúmem, abaixo de um dos
três poros germinativos;
Um coco comum e maduro pesa cerca de 1,0 a 1,5kg. A composição da água
de coco varia consideravelmente ao longo do período de amadurecimento do fruto.
A água já começa a se formar em torno de um mês e meio após a polinização, mas
só se encontra em idade ideal para colheita por volta dos seis a oito meses de
maturação, pois é nesse estagio que o fruto apresenta maior quantidade de água e
de concentração de açucares. Portanto para se obter uma água de coco de melhor
qualidade é necessário que a colheita seja feita no período correto e, para isso,
algumas características são observadas no fruto e na planta como: a mudança de
coloração dos frutos de verde escuro para um verde mais claro; os frutos se
encontram maiores; pode ser feita a analise sensorial de um dos frutos do cacho, a
contagem das folhas e dos cachos e controle sistemático do dia da abertura da
inflorescência (ARAGÃO; ISBERNEE; CRUZ, 2001).
A tabela 01 apresenta algumas variações físico-químicas durante os estágios
de maturação do coco anão verde.
Tabela 01: Faixa de variação do volume de água, pH, acidez, sólidos solúveis totais
(°Brix), açúcares redutores e não redutores, da água de coco anão verde de seis
cultivares selecionados do 5° ao 12° mês de maturação.
Mês Volume da água/fruto
(mL)
pH Acidez (mLde sol.
normal/100mL)
SST (ºBrix)
Açúcares redutores (g
de glicose/100mL)
Açúcares não redutores (g de
sacarose/100mL)
5º 125 a 247 4,7- 4,8 1,0 a 1,5 4,5 a 5,7 3,1 a 4,5 N.E a 0,5
6º 153 a 290 4,7- 4,8 1,0 a 1,5 3,4 a 8,9 2,2 a 3,6 N.E
7º 212 a 310 4,7- 4,9 0,8 a 1,2 5,2 a 8,9 1,9 a 5,5 N.E a 5,9
8º 140 a 246 4,7- 5,7 0,6 a 1,5 5,2 a 9,2 2,2 a 6,4 N.E a 2,5
9° 130 a 378 5,0- 6,7 0,4 a 0,9 4,0 a 8,5 1,7 a 6,3 N.E a 4,6
10º 95 a 206 5,0- 6,7 0,4 a 0,6 3,0 a 4,4 0,5 a 1,5 1,5 a 3,8
11º 102 a 195 4,7- 6,1 0,4 a 0,5 3,8 a 5,3 0,3 a 0,6 1,3 a 3,9
12º 54 a 152 5,5- 6,1 0,3 a 0,5 3,1 a 7,1 0,3 a 0,7 1,3 a 4,1
Fonte: adaptado de TAVARES et al., 1998. N.E = não encontrado
14
Como observado na tabela 01 e as características descritas de cada
variedade, são os coqueiros da variedade anão e hibrido as utilizados para a
produção de água de coco. Na figura 02 está representado um coqueiro hibrido em
produção.
Figura 02: Coqueiro hibrido em produção.
Fonte: Arquivo pessoal
15
Os estágios de maturação e a variedade do coco influenciam na composição
da água, sendo esse um produto com valores significantes de ácido ascórbico
(vitamina C) e vitaminas do complexo B, que podem ser verificados na tabela 02, de
acordo com Tavares et.al. (1998).
Tabela 2: Faixa de variação do teor de minerais e vitamina C da água-de-coco verde
de seis cultivares selecionados do 5° ao 12° mês de maturação.
Mês Fe (mg/100mL)
Ca (mg/100m
L)
K (mg/100mL) Mg (mg/100mL)
Na (mg/100mL)
P (mg/100mL)
Vitamina C (mg/100g)
5º 0,03 a 0,04 13 a 25 148 a 231 6,1 a 14 5,1 a 6,9 1,2 a 4,8 1,7 a 3,9 6º 0,03 a 0,05 9,9 a 16 102 a 192 8,3 a 14 8,7 a 12 4,6 a 7,9 19,7 a 94,3 7º 0,06 a 0,09 10 a 24 143 a 191 3,8 a 12 4,7 a 9 2,5 a 5,2 N.E 8º 0,04 a 0,07 12 a 25 189 a 248 3,7 a 11 5,8 a 17 4,1 a 7,5 1,8 a 4,8 9º 0,05 a 0,09 8,5 a 21 178 a 296 5,7 a 23 9,2 a 20 2 a 22 N.E a 3,4
10º 0,05 a 0,07 10 a 19 150 a 190 3,1 a 9,6 15 a 31 5,2 a 8,5 N.E a 1,7 11º 0,03 a 0,05 13 a 19 144 a 216 4,3 a 9,1 18 a 29 4,5 a 8,3 N.E a 1,7 12º 0,03 a 0,08 10 a 21 127 a 269 3 a 15 15 a 55 5,1 a 9,2 N.E
Fonte: TAVARES et al., 1998. N.E = não encontrado
A partir dos dados das tabelas 01 e 02 é possível perceber que o melhor
estagio para a colheita é quando o fruto se encontra entre o 6º e o 8° mês de
maturação.
A água de coco é popularmente utilizada como substituta da água, mas,
devido as suas características físico-químicas, pode ser usada para repor eletrólitos
em casos de desidratação e também como substituta a bebidas para esporte. A
tabela 03 apresenta um comparativo entre a água de coco e as bebidas para esporte
em relação à sua composição.
Tabela 03: Comparação entre a composição média das bebidas para o esporte
(isotônicos) e a água de coco.
Constituintes Isotônicos (mg/100mL)
Água de coco (mg/100mL)
Potássio 11,7 294 Sódio 41 25
Cloreto 39 118 Magnésio 7 10 Açúcares 6 5
Fonte: Agricultura.(2003).
Inúmeros micro-organismos e bactérias patogênicas diferentes como
Escherichia coli, Staphylococcus aureus,Salmonella, Bacillus cereus,Clostridium
botulinum podem contaminar a água de coco, seja durante o armazenamento,
16
abertura, resfriamento, envase e etc. Essa contaminação na água de coco resfriada
pode apresentar alguns indícios facilmente perceptíveis, como: odor e sabor
desagradável; turvação; coloração rosada e até produção de gás no interior da
embalagem. Mas, mesmo não apresentando essas características, a contaminação
pode estar presente e causar doenças, como a gastrenterites e vários outros
problemas de saúde publica (FROEHLICH, 2015).
Um sistema agroindustrial eficiente e adoção de medidas de higienização
visam prevenir possíveis contaminações durante o processo de água de coco. A
eficácia do sistema agroindustrial também esta relacionado à capacidade de atender
as necessidades do consumidor.
Sistema Agroindustrial do Coco verde é definido como a soma total
das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das
operações de produção nas unidades agrícolas, do armazenamento,
processamento e distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos a
partir deles (DAVIS; GOLDBERG, 1957 apud ARAUJO, 2011).
4. Descrição do Processo
Segundo Rosa e Abreu, 2000, existem diversas formas de se industrializar a
água de coco verde, mas todas com um objetivo em comum que é preservar tanto
quanto possível as características naturais. O processo produtivo da água de coco
pode ser visualizado na figura 03.
17
Figura 03: Fluxo das etapas envolvidas nos processos de conservação da
água de coco.
Fonte: Rosa e Abreu, 2000
4.1. Processo Produtivo Proposto
Para o desenvolvimento desse trabalho, optou-se por obter um produto sem
pasteurização, pois esse etapa do processo é o que dá maior prazo de validade,
mas altera o sabor e características físico-químicas do produto, dessa forma não
atendendo as expectativas do consumidor e deixa de ser um produto natural. O
processo adotado pode ser visualizado na figura 04 a seguir e apresenta dois
produtos distintos: o primeiro produto é a água de coco refrigerada a 5ºC e o
18
segundo produto é a água de coco congelada a -18ºC, ambos podem receber a
denominação de produto natural.
Figura 04: Fluxograma do processo
Fonte: Criado pela autora
19
4.1.1. Colheita
Para se obter um produto de alta qualidade, deve-se ter o cuidado com o
plantio, a escolha da variedade de coco a ser utilizada e o período da colheita, pois
desde o segundo mês de maturação do coco verde já é formado o liquido, porem só
se atinge o volume máximo e as características desejadas entre o sexto e o oitavo
mês de maturação.
No momento da colheita devem ser retirados frutos sadios, limpos, isentos de
parasitas, detritos animais ou vegetais e fragmento de substancias estranhas à sua
composição original. Os frutos devem ser retirados com cuidado do coqueiro, sem
que caiam em contato com o chão.
4.1.2. Recepção
A área reservada para a recepção dos cocos verdes, que podem chegar
soltos ou em cachos, deve estar sempre higienizada, fazendo a lavagem com água
e detergente e posteriormente, com solução clorada (100ppm de cloro livre).
Também é necessário retirar todos os resíduos indesejados que possam vir juntos
com o matéria prima.
Se necessário, os cocos podem ser mantidos estocados por um período de
até 15 dias em local ventilado e fresco (temperatura ambiente) e protegidos do sol e
do vento e se for sob refrigeração (12ºC), por até 30 dias.
4.1.3. Seleção
Durante essa etapa, os cocos serão selecionados manualmente e retirados
aqueles que possam vir a comprometer a qualidade do produto como cocos
excessivamente maduros ou verdes, de outra variedade e deteriorados. Após
selecionados e quantificados, uma amostra representativa é coletada para que
analises iniciais (volume de água na cavidade, Brix e pH) possam ser feitas para se
verificar a qualidade da matéria prima.
20
4.1.4. Lavagem
Essa etapa é muito importante pois a adequada sanitização dos frutos evita
contaminações pelas sujidades naturais presentes na superfície dos frutos e
garante a qualidade sanitária do produto final.
A etapa de lavagem é constituída por três operações: pré-lavagem,
sanificação e enxágue:
Pré-lavagem: sólidos grosseiros são retirados na pré-lavagem, usando água
potável de boa qualidade, contendo um teor de cloro ativo em torno de 0,5
ppm. Esta operação pode ser feita em lavador automático, do tipo rotativo,
provido de esteiras, aspersores, escovas e tanques de imersão, ou
manualmente, em tanques, que podem ser de aço inox, de fibra de vidro
revestida ou ainda construídos em alvenaria e revestidos com azulejo ou
resina epóxi.
Sanificação: o uso de soluções cloradas em faixas de 50 a 100 ppm de cloro
ativo são utilizados. As soluções usadas na sanificação devem ser formuladas
no tanque intermediário, onde os cocos devem ser submersos durante um
período de 15 a 20 minutos para reduzir a carga microbiana. Para tal, utiliza-
se hipoclorito de sódio, que é adquirido comercialmente na forma de líquido
com concentrações de 7 a 10%. Deve-se utilizar, portanto, de 25 a 50ml de
hipoclorito de sódio para cada 50 litros de água. É necessário que o pH da
solução seja corrigido, objetivando-se trabalhar com um pH em torno de 6,5 a
7,5, valor em que o cloro se torna mais eficaz como agente germicida. A
correção desta solução pode ser feita através da adição de um ácido (HCl) ou
uma base (NaOH), conforme o caso. A solução de lavagem deve ser trocada
com frequência, dependendo da quantidade de sujeira aderida aos cocos, já
que o poder germicida da solução diminui devido à sujeira e à evaporação do
cloro.
Enxágue: Após a sanificação, os cocos devem ser enxaguados com água
potável de boa qualidade, contendo um teor de cloro ativo em torno de 0,5
ppm. No caso do uso de tanques, recomenda-se que sejam dispostos de
forma enfileirada para proporcionar uma seqüência de pré-lavagem,
21
sanificação e enxágüe. A água de enxágüe deve ser trocada periodicamente
para eliminar o excesso de cloro arrastado do tanque anterior.
4.1.5. Abertura
Nessa etapa, os frutos devem chegar lavados e secos. A abertura é
considerada o ponto critico de processo, pois se o processo for lento pode ocorrer
reações indesejadas e comprometer a qualidade do produto. Portanto, deve-se
minimizar o tempo de exposição do liquido com o ar.
O coco é furado com o auxílio de um equipamento manual que pode ser uma
broca ou faca, sempre de aço inoxidável, como ilustrado na figura 05. Na etapa de
perfuração do coco, recomenda-se introduzir o instrumento na parte superior dos
frutos, onde está localizado o pedicelo (parte que sustenta o fruto no cacho). O furo
para retirada da água dos frutos deve ser bem largo, facilitando seu escoamento.
Com o aumento da produção deve-se mecanizar esse procedimento. A Embrapa
Agroindústria Tropical desenvolveu uma maquina extratora de água de coco verde
que está demonstrada na figura 06.
Figura 05: Abertura e extração da água de coco verde.
Fonte: Bleng soluções inteligentes, 2012.
22
Figura 06: Maquina extratora de água de coco verde
Fonte: Rosa e Abreu (2000)
4.1.6. Extração
Após a abertura, o coco deve ser vertido em uma calha ou coletor, dotado de
malha capaz de reter sólidos ou resíduos provenientes da etapa de abertura. Estes
sólidos são geralmente fragmentos da casca e apresentam uma proporção razoável
de componentes fenólicos, que funcionam como substrato à ação de enzimas do
tipo polifenoloxidases, que alteram a coloração da água de coco através de
processos oxidativos por elas catalisados. Estes fragmentos devem ser,
obrigatoriamente, retirados por peneiramento ou por uma filtração no momento da
extração da água. A água é recolhida e enviada para um tanque de estocagem
temporária.
4.1.7. Filtração
Fragmentos de cascas provenientes das etapas posteriores de abertura e
extração podem estar contidos no liquido e deve ser removidos para evitar que o
23
produto obtenha a cor rosada, escurecido ou modifique o sabor. Nessa etapa é
utilizado peneiras com malhas finas, abaixo de 0,3mm de abertura e 60 a 100
fios/cm² de aço inox ou materiais sintéticos. A água de coco filtrada é conduzida
para tanques (encamisado ou dotado de serpentina), de mesmo material dos filtros,
para efetuar o pré-resfriamento e minimizar os riscos de contaminação.
4.1.8. Embalagem
As embalagens são garrafas PET (polietileno-tereftalato) de 350 mL usadas
tanto para a água de coco refrigerada quanto para a água de coco congelada. Não
pode ser utilizada garrafas de material como PVC e Nylon, pois são incompatíveis
com o congelamento podendo sofrer rachaduras nas embalagens.
As embalagens antes de serem encaminhadas para a etapa de envase,
devem passar por um processo de ozonização para evitar contaminações.
4.1.9. Envase
A água de coco pré-resfriada é envasada em embalagens PET de 350 mL
com auxilio de uma dosadora e maquina de vedação.
4.1.10. Refrigeração
Para o resfriamento são utilizados câmaras frias a temperatura inferior a 5ºC,
a fim de preservar as características originais da água de coco e impedir o
crescimento microbiológico e alterações de coloração.
A validade da água de coco refrigerada em torno de 5ºC é de
aproximadamente 3 dias. Por esse motivo sua comercialização e consumo devem
ser feitos na região próxima à indústria e irá atender bares, hotéis e restaurantes da
região.
4.1.11. Congelamento
A etapa de congelamento deve ser realizada o mais rápido possível, para
preservar as características do produto.
24
O congelamento lento é uma alternativa, mas encadeia um problema
chamado de crio concentração. Por isso, realiza-se o congelamento com o uso de
soluções criogênicas, que irão promover um congelamento rápido (em torno de 30
minutos). Esse sistema com soluções criogênicas já é utilizado na fabricação de
picolés, atingindo temperaturas de até -30ºC. Esses sistemas são compostos por
uma unidade geradora de frio, com serpentina de evaporação submersa em uma
solução criogênica.
A água de coco congelada tem validade de 3 a 6 meses, possui a vantagem
de poder ser consumida em regiões distantes da indústria.
4.1.12. Estocagem
A estocagem acontece em câmeras frias. A água de coco refrigerada deve
ser mantida em temperaturas inferiores a 5ºC e a água de coco congelada a
temperaturas em torno de -20ºC. Para garantir a qualidade do produto sem que seja
necessária a formulação e/ou pasteurização não se pode quebrar a cadeia de frio
também durante o transporte e comercialização, pois o produto refrigerado possui
prazo de validade de apenas 3 dias e o congelado de 3 a 6 meses.
5. LAY OUT
As águas de cocos industrializadas seguem a Instrução Normativa nº 27, do
Ministério da Agricultura que estabelece os procedimentos mínimos de controle
higiênico-sanitário, padrões de identidade e características mínimas de qualidade
gerais para a água de coco.
“A adoção das boas práticas de fabricação (BPF) é a maneira mais viável
para se obter níveis adequados de segurança alimentar, contribuindo para a garantia
da qualidade do produto final."(CABRAL; PENHA; MATTA, 2005, p. 29).
Um programa de BPF vai desde a seleção da matéria prima e fornecedores,
qualidade da água utilizada na produção, especificações do produto, instalações,
treinamento de funcionários, higienização de instalações, maquinas e pessoal,
registros em formulários de todos os procedimentos e otimização do processo
(CABRAL; PENHA; MATTA, 2005).
25
As condições de higiene devem ser uma preocupação constante, para minimizar a contaminação com microrganismos que possam deteriorar o produto. Deve-se ficar atento à higiene pessoal e à saúde dos funcionários, bem como à limpeza e manutenção dos equipamentos e do ambiente de trabalho. A sala de processamento e todos os equipamentos e utensílios devem ser lavados e sanificados diariamente antes e após a sua utilização (ROSA; ABREU, 2000, p.19).
A unidade de processamento de água de coco verde necessita de:
Equipamentos básicos necessários: sistema de lavagem (tanques ou
lavadores rotativos), sistema de extração da água de cocos verdes,
envasadora semi-automática ou automática, sistema de congelamento, duas
câmaras frias para armazenamento, fechadora de garrafas, câmaras frias,
tanques em aço inoxidável e pequenos utensílios do tipo facas, baldes etc.
Instalações adequadas: com pisos, paredes, cobertura, pé-direito,
equipamentos e utensílios corretamente dimensionados, bem como pessoal
treinado para este tipo de atividade.
Laboratório contendo estrutura capaz de realizar análises de rotina ou o uso
de laboratórios terceirizados.
O lay out apresentado na figura 07 corresponde a planta da indústria de
processamento de água de coco resfriada e congelada para uma produção diária de
aproximadamente 1.000 garrafas pet de 350 ml.
A planta da indústria foi feita de modo a seguir a ordem das etapas envolvidas
no processo e dar maior mobilidade dentro da produção. É necessário ter duas
câmaras frias já que a água de coco refrigerada e a congelada devem ser
armazenadas em temperaturas diferentes, próximas a saída, para facilitar o
transporte e expedição. Um armazém também se é necessário para estocar a
matéria prima quando a entrada for maior que o utilizado pela produção.
Para suprir as necessidades da produção é necessário um quadro de
funcionários de cerca de 10 a 12 funcionários divididos nos setores de recepção e
seleção, lavagem, abertura e extração e processamento (envase, refrigeração e
congelamento).
26
Figura 07: Planta da indústria de processamento da água de coco resfriada e
congelada.
Fonte: Criado pela autora.
6. Balanço de massa
Para se obter um balanço de massa é necessário, primeiramente, se
conhecer o processo, suas entradas e saídas.
O processo de produção da água de coco já foi descrito anteriormente e suas
principais etapas são a extração, envase, resfriamento e congelamento. Mas, para o
balanço de massa, a etapa fundamental é a primeira, onde se é extraída a água.
Segundo Aragão (2000), a água de coco corresponde a cerca de 25% do total da
massa do fruto, sendo sua composição básica 93% de água, 5% de açúcares, além
de proteínas, vitaminas e sais minerais.
Considerando que durante todo o processo não se há perda de produto.
Então, para efeito de cálculo do balanço de massa, é considerado apenas a etapa
de extração, onde o liquido é separado do fruto.
Como de acordo com Aragão (2000) a água de coco é composta por 93% de
água, então pode-se considerar sua densidade igual a 1,0kg/L, portanto se obtém a
seguinte equação (1):
27
Onde:
mágua: massa da água de coco (quilogramas)
vágua: volume da água (litros)
Ainda de acordo com Aragão (2000) a água de coco corresponde a cerca de
25% do total da massa do fruto, portanto se obtém a equação (2):
(2)
Onde:
mfruto: massa do fruto
Considerando a produção diária da indústria de 1.000 garrafas pet de 350mL,
seria produzido 350L de água. Portanto de acordo com as equações (1) e (2) seria
necessário 1400kg de fruto para suprir a necessidade de produção diária.
7. Tratamento de resíduos
Como a água do coco verde representa apenas cerca de 25% da massa total
do fruto, uma grande quantidade de resíduos sólidos é produzida durante o
processamento. Esse pode ser considerado o grande problema nesse tipo de
indústria e até inviabilizar as atividades de processamento, pois o descarte desses
resíduos, comumente feito em aterros sanitários e lixões, gera um custo extra para
as indústrias com transporte e mão de obra devido a grande quantidade. A casca do
coco verde leva em torno de 8 a 12 anos para se degradar no meio ambiente.
Portanto, por todo esse tempo, esses resíduos ficam acumulados e se deixados a
céu aberto, causa problemas à saúde do ser humano e à infraestrutura urbana
(PASSOS, 2004; ROSA; ABREU, 2000).
Entende-se por resíduo toda e qualquer matéria que compõe o rejeito de um processo. Em uma agroindústria, tudo que não seja produto final pode ser considerado resíduo. Atualmente, muitos resíduos são tratados como sub-produtos, retornando ao ciclo de produção ou tornando-se insumo para outra atividade industrial (CIMM, 2010, p.1).
Algumas práticas devem ser adotadas para minimizar os efeitos da poluição e
da geração de resíduos ocasionados pela crescente utilização de recursos naturais
e intenso consumo de produtos naturais. Portanto, as empresas devem investir em
28
planejamento para se adaptarem às novas tendências globais, atenderem às
legislações e à preferência dos consumidores por produtos ambientalmente
“corretos”. E, desta forma, tornar o aproveitamento da casca do coco verde uma
atividade viável e lucrativa, não os enxergando apenas como lixo e despesa
(ROCHA et al., 2010; ROSA; ABREU, 2000).
Para o coco maduro ou seco existe várias alternativas viáveis para o
aproveitamento dos resíduos, como combustível para caldeiras, beneficiamento de
fibras, tapetes, estofamentos e capachos. Mas, para os resíduos do coco verde, as
alternativas são poucas e dificultadas pelo alto teor de umidade da sua casca, sendo
necessária uma etapa previa de secagem (ROSA; ABREU, 2000).
Na indústria, será utilizado o resíduo do coco verde como substrato orgânico
no cultivo de coqueiros, mas antes é necessário a etapa de obtenção do pó e da
fibra. O pó e a fibra da casca de coco verde é utilizado como matéria prima para
diversas industrias. Portanto, se a quantidade de pó e fibra produzidos for maior do
que a demanda necessária para produzir o substrato orgânico, esse excedente será
vendidos para as industrias que necessitam da fibra ou do pó como matéria prima.
7.1. Obtenção do pó e da fibra da casca de coco verde
Segundo Rosa (2004 apud ARAÚJO, 2011, p. 40), para se obter o pó e a fibra
da casca de coco verde é necessário um processo mecânico com auxílio de
equipamentos, conforme representado na figura 08. Com esse processo, obtém-se
um rendimento de aproximadamente 15% para o pó e de 7,5% para a fibra a partir
da matéria prima.
29
Figura 08: Fluxograma do processamento da produção de fibra e pó dos resíduos
de coco verde.
Fonte: Rosa (2004 apud ARAÚJO, 2011, p. 40)
Na primeira etapa a casca de coco é cortada e triturada e se obtém a casca
totalmente desfibrada. Na segunda etapa, a prensagem retira a parte liquida e os
sais contida nas fibras, pois a umidade da casca é em torno de 85% e a maior parte
dos sais está contida no liquido. A eficiência da etapa de prensagem é fundamental
para que a etapa de seleção seja eficiente também, onde ocorre a separação das
fibras do pó (ARAÚJO, 2011).
As propriedades das fibras de coco verde estão apresentadas na tabela 04 a
seguir.
Tabela 04: Valores médios das principais propriedades da fibra de coco verde.
Propriedades Valores
Ph 5,4
Condutividade elétrica 1,8 dS/m
Relação C/N 132
Densidade 70 g/L
Porosidade total 95,6%
Retenção de água 538 mL/L
30
Água facilmente assimilável 19,8%
Porcentagem de lignina 35 a 45%
Porcentagem de celulose 23 a 43%
Porcentagem de hemicelulose 3 a 12% Fonte: Modificado de Aragão et al (2005 apud ARAUJO, 2011, p.42).
7.2. Resíduos de coco verde como substrato orgânico
Um uso mais simples e que pode ser utilizado na própria agroindústria é a
utilização dos resíduos de coco verde como substrato orgânico ou cobertura morta
para cultivos agrícolas (ROSA; ABREU, 2000).
Segundo Abad e Nogueira (1998 apud MATTOS et al, p. 5) o termo
substrato agrícola se aplica a todo material sólido, natural ou sintético, bem
como residual ou ainda mineral ou orgânico, distinto do solo, que colocado
em um recipiente em forma pura ou em mistura permite o desenvolvimento
do sistema radicular, desempenhando, portanto, um papel de suporte para a
planta.
A figura 09 mostra o fluxograma operacional da etapa de produção de
substrato agrícola e fibra de coco verde.
Durante a etapa de secagem ocorre o desfibramento, onde as fibras longas
passam por secagem ao sol por cerca de 4 dias ou até atingirem 15-20% de
umidade, pois a umidade influencia no desempenho e no tamanho das partículas
finais (CARRIJO; LIZ; MAKISHIMA, 2002).
O LCCV mostrada na figura 09 como subproduto do processo é o liquido
gerado durante a prensagem do coco verde e sua composição é rica em
polifenólicos, açúcares e potássio. O LCCV pode ser usado como fonte de açúcar
em processos fermentativos e geração de biogás e como fertilizante por ser rico em
potássio (MATTOS et al)2.
2 Documento on-line, não datado.
31
Figura 09: fluxograma operacional da etapa de produção de substrato agrícola e
fibra de coco verde.
Fonte: MATTOS et al, p.17
3
Apenas o substrato produzido a partir das fibras de coco não possui nutriente
necessário para a produção de muda, por isso é recomendável a compostagem por
cerca de 90 dias fornecendo nutrientes necessários de acordo com a espécie que se
deseja produzir (CARRIJO; LIZ; MAKISHIMA, 2002).
De acordo com Carrijo, Liz e Makishima (2002) as boas propriedades
físicas da fibra de coco, a sua não reação com os nutrientes da adubação,
sua longa durabilidade sem alteração de suas características físicas, a
3 Documento on-line, não datado.
32
possibilidade de esterilização, a abundância da matéria prima que é
renovável e o baixo custo para o produtor faz da fibra de coco verde um
substrato dificilmente superável por outro tipo de substrato, mineral ou
orgânico no cultivo sem solo de hortaliças e flores.
O pó da casca de coco verde também é utilizado como substrato e possui
vantagens por ser um material biodegradável, renovável e muito leve (MATTOS et
al)4.
7.3. Produtos derivados do pó e fibra da casca do coco verde
De acordo com Senhoras (2004)5, “desperdícios ou subprodutos, antes
considerados desinteressantes para serem reaproveitados, são agora tidos como
fontes valiosas para reprocessamento e outras utilizações. ” Desta forma é possível
obter novos produtos e máximo aproveitamento do coco verde.
Alguns produtos originados do pó e fibra do coco verde estão listados a
seguir (SENHORAS, 2004; ARAÚJO, 2011; ROCHA et al, 2010):
Revestimento de bancos de carro: O uso de fibras vegetais como
reforço na fabricação de compósitos poliméricos;
Adubo de fibra de coco: Usado na cobertura de canteiros e vasos, 2 a
3 cm de cobertura sobre a terra;
Adubo de pó de coco: Um excelente condicionador orgânico do solo e
favorece o crescimento saudável das plantas;
Substrato da fibra de coco: É um composto de fibra e pó de coco e
permite a maior longevidade às plantas;
Limitador de canteiros: O limitador de canteiro de fibra de coco impede
que as raízes alastrem-se, facilita a manutenção e é flexível;
Porta panelas e apoio para pratos e copos;
Placa acústica: A placa acústica em fibra de coco em diferentes
densidades, para uso em forros de alvenaria, enchimento de paredes,
gesso, madeira e outras utilizações;
Artigos de jardinagem: Estacas e placas de fibra de coco, discos de
fibra de coco, vasos, vasos de parede, painéis e xaxins;
4 Documento on-line, não datado.
5 Documento on-line, não paginado.
33
Mantas e telas para proteção de solo;
Filtro industrial: Filtros e elementos filtrantes para os diferentes setores
das indústrias;
Bio telhado: Modulo biodegradável para o cultivo de plantas que irão
formar o telhado verde;
Banco revestido de fibra, embalagens para floricultura e palmilha;
Vassouras e cordas: Obtidas a partir de meadas de fibras que podem
ser mais curtas e de tamanhos diferentes;
Telhas;
Briquetes: Utilizado para geração de energia;
Produção de papel: “Utilizando-se como fonte de fibra celulósica a
casca de coco verde, a mescla de polpa permite a utilização de menos
quantidade de polpas extraídas de madeiras”[...] (SENHORAS, 2004)6;
Enriquecimento de alimentos para a alimentação humana:
Aproveitamento da casca de coco verde em processos fermentativos,
com a produção de enzimas;
Complementação alimentar animal: Enriquecimento da ração animal;
Matrizes poliméricas e construção civil;
Segundo Araújo (2011, p. 48) “o aproveitamento dos resíduos do coco
proporciona benefícios lucrativos a sociedade a ao meio ambiente, a partir do
momento que são fornecidos sub-produtos para os consumidores ampliando o ciclo
de vida do coco. ”
Como já observado os resíduos de coco verde gera uma serie de problemas,
mas através do tratamento desses resíduos as ameaças podem ser transformadas
em oportunidades, como por exemplo: a cada 125 cocos, economiza-se 1m³ de
espaço nos aterros sanitários e lixões, a reciclagem gera empregos e renda, a
utilização de produtos recicláveis gera menos custos para alguns tipos de industrias
e pode substituir alguns que não podem mais ser utilizados, como é o caso dos
xaxins (TAVARES, 2010; SENHORAS, 2004).
6 Documento on-line, não paginado.
34
7.4. Conclusão e balanço de massa da obtenção do pó e da
fibra da casca de coco verde
Como já mencionado anteriormente do processo de obtenção do pó e da fibra
da casca de coco verde, 15% é pó e 7,5% é fibra a partir da matéria prima. Para
uma produção diária de água de coco verde é consumido 1.400 kg de fruto que gera
1.050 kg de resíduos. Portanto, obtém-se diariamente 157,5 kg de pó e 78,75 kg de
fibra. Durante esse processo, não se obtém uma grande quantidade de produto
devido a grande umidade presente na casca de coco verde.
O aproveitamento dos resíduos do coco verde tem inúmeras vantagens e se
destaca no âmbito social, pois a sociedade está à procura de uma vida mais
saudável e apoia empresas que se preocupam com o meio ambiente, no âmbito
tecnológico incentiva a pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para o
aproveitamento dos resíduos, no âmbito econômico a indústria de coco verde está
em crescimento continuo e no âmbito ambiental ainda tem muito a ser feito para
diminuir a poluição e aumentar a reciclagem e/ou reuso dos resíduos gerados.
8. Conclusão
Após conhecer o que o mercado consumidor está procurando, que são
produtos saudáveis e naturais, foi observado que a água de coco verde se encaixa
nesses tipos de produtos, mas o consumo convencional in natura gera problemas de
acumulo de lixo nas cidades, transporte e armazenamento. Por esses motivos foi
desenvolvido um processo para o envase da água de coco que produz dois produtos
distintos que é a água de coco refrigerada e a água de coco congelada, o primeiro
com o prazo de validade de apenas 3 dias e o segundo com o prazo de validade
mais prolongado de 3 a 6 meses. Os produtos convencionais encontrados no
mercado são em geral pasteurizados, com prazo de validade de 15 a 30 dias, e não
recebem o titulo de produto natural, pois, esse processo, altera as características
físico-químicas do produto.
O fluxograma do processo de produção, o lay out das instalações e balanço
de massa do produto também foram desenvolvidos e representa toda a produção,
desde a entrada da matéria prima até o produto final.
35
A produção de substrato orgânico foi a alternativa encontrada para resolver o
problema da grande quantidade de resíduos gerados da produção, mas antes de se
produzir o substrato é necessário a etapa de obtenção do pó e da fibra da casca de
coco verde e a sua secagem. Como é grande a quantidade de resíduos produzidos
a produção de substrato não será capaz de eliminar todo o resíduo, então o pó e a
fibra obtidos podem ser vendidos para outras indústrias que utilizam esse material
como matéria prima.
A indústria de beneficiamento da água de coco verde pode ser considerada
uma indústria verde, se houver um projeto de gerenciamento de resíduos, de baixo
custo, mas de alta rentabilidade, pois é um produto que vem ocupando cada vez
mais espaço no mercado e que ainda não foi totalmente explorada o seu potencial
econômico.
9. Referencias
AGRICULTURA 21. Enfoques: Nueva bebida para el deporte: agua de coco. Revista da FAO. Disponível em:<www.fao.org/ag/esp/revista/9810/spot3.htm>. Acesso em: 24 de maio de 2017.
ARAGÃO, Menezes Wilson et al. Seleção de cultivares de coqueiro para diferentes ecossistemas do Brasil. In: Recursos genéticos e melhoramento de plantas para o nordeste brasileiro. EMBRAPA/CPATSA. 1999. Disponível em: <http://www.ceinfo.cnpat.embrapa.br/arquivos/artigo_2560.pdf>. Acesso em: 24 de Maio de 2017.
ARAGÃO, Wilson Menezes; ISBERNER, Ingrid Valerie.; CRUZ, Elizângela Mércia. de Oliveira. Água-de-coco. Aracaju: Enbrapa Tabuleiros Costeiros, 2001. 32p. (Embrapa Tabuleiros Costeiros. Documentos, 24). Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/370873/1/CPATCDOC.2401.pdf>. Acesso em: 23 de Abril de 2017. ARAGÃO, Wilson Menezes. A importância do coqueiro-anão verde. Disponível em: <
https://www.uov.com.br/cursos-online-cultivo-e-processamento-de-coco/artigos/a-importancia-do-coqueiro-anao-verde2 >. Acesso em: 24 de Maio de 2017. ARAGÃO, Wilson Menezes. O potencial do coqueiro híbrido para cocoicultura brasileira. Disponível em: <http://riomar.cpatc.embrapa.br /index.php?idapagina=artigos&artigo=1130>. Acesso em: 24 de Maio de 2017.
36
ARAUJO, Anna Cristina de. Analise swot do gerenciamento de resíduos do coco verde em duas agroindústrias do estado do Rio Grande do Norte. 2011. 98 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Centro de Tecnologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal. Disponível em: < http://www.repositorio.ufrn.br:8080/jspui/handle/123456789/15058>. Acesso em: 23 de Abril em 2017.
ARAÚJO, A. H.; FONTENELE, A. M. M.; MOTA, A. P. M.; DANTAS, F. F.; VERRUMA-BERNADI, M. R. Análise sensorial de água de coco in natura em comparação à pasteurizada. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS, 17., 2000, Fortaleza, 2000. Anais... Fortaleza: Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos. v. 1, p. 3-44.
BLENG SOLUÇÕES INTELIGENTES. Linha completa de envase de água de coco. 2012. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=SOZ41GbBfro>. Acesso em: 06 de junho de 2017.
BRASIL. Instrução Normativa nº 27 de 22 de julho de 2009. Estabelece os procedimentos mínimos de controle higiênico-sanitário, padrões de identidade e características mínimas de qualidade gerais para a água de coco. Diário Oficial da União de 23 de julho de 2009, Seção 1, p. 6. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas/pontofocal/..%5Cpontofocal%5Ctextos%5Cregulamentos%5CBRA_320_ADD_1.htm>. Acesso em: 24 de maio de 2017.
CABRAL, Lourdes Maria Corrêa; PENHA, Edmar das Mercês; MATTA, Virgínia Martins da. Água de coco verde refrigerada. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2005. Disponível em: <
http://livraria.sct.embrapa.br/liv_resumos/pdf/00076150.pdf>. Acesso em: 13 de Abril de 2017.
CARRIJO, Osmar Alves; LIZ, Ronaldo Setti de; MAKISHIMA, Nozomu. Fibra da casca do coco verde como substrato agrícola. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 20, n. 4, p. 533-535,dez. 2002. Disponível em: <
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/veiculos_de_comunicacao/HOB/VOL20N4/14486.PDF>. Acesso em: 10 de Maio de 2017.
CARVALHO, Joelia Marques de et al. Água de coco: Propriedades nutricionais, funcionais e processamento. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 27, n. 3, p. 437-452, jul./set. 2006. Disponível em: < http://saudepublica.bvs.br/pesquisa/resource/pt/lil-464848>. Acesso em: 23 de abril de 2017.
CIMM. Gerenciamento de Resíduos. Disponível: <http://www.cimm.com.br/portal/noticia/material_didatico/3665> Acesso em: 09 de maio de 2017.
37
CUENCA, M A. G. Importância econômica do coqueiro. In:FERREIRA, J. M. S.; WARWICK, D. R. N.; SIQUEIRA, L. A.(Ed.). A cultura do coqueiro no Brasil. 2.ed. Brasília: Embrapa - Serviço de Produção de Informação, 1998. p.17-56. Disponível em: <http://www.worldcat.org/title/importancia-economica-do-coqueiro/oclc/709653205>. Acesso em: 24 de maio de 2017.
ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J.. Transferência de calor e massa: uma abordagem prática. 4 ed. São Paulo: Editora Bookman. 2012.
DIAS, Reinaldo. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2007.
FELLOWS, P. J. Tecnologia do processamento de alimentos: princípios e prática. Tradução Florência Cladera Oliveira et al. 2 ed. Porto Alegra: Artmed, 2006, p. 602.
FROEHLICH, Ângela. Água de coco: Aspectos nutricionais, microbiológicos e de conservação. Revista Saúde e Pesquisa, Maringá, v. 8, n. 1, p. 175-181, jan./abr. 2015. Disponível em: <http://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/saudpesq/article/view/3831>. Acesso em: 23 de abril de 2017.
MATTOS, Adriano Lincoln Albuquerque et al. Beneficiamento da casca de coco verde. Embrapa. Disponível: <http://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/41358003/BENEFICIAMENTO_DA_CASCA_DE_COCO_VERDE.pdf?AWSAccessKeyId=AKIAIWOWYYGZ2Y53UL3A&Expires=1494450445&Signature=UztGKSvZeU2ym9ktF5x2gSxOZx8%3D&response-content-disposition=inline%3B%20filename%3DBENEFICIAMENTO_DA_CASCA_DE_COCO_VERDE.pdf> Acesso em 11 de maio de 2017.
PASSOS, Paulo Roberto de Assis. Destinação Sustentável de Cascas do Coco verde: obtenção de telhas e Chapas de partículas. Dissertação de Doutorado em Engenharia de Planejamento Energético. Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro, 2004. Disponível em: <
http://www.ppe.ufrj.br/ppe/production/tesis/ppassos.pdf>. Acesso em: 24 de Maio de 2017. PNUD. Educação Ambiental na Escola e na Comunidade. Brasília: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento/ONU, 1998. Disponível em: <
http://www.br.undp.org/>. Acesso em: 24 de Maio de 2017.
RIBEIRO, Francisco Elias et al. O coqueiro anão no Brasil. Aracaju: EMBRAPA/CPATC. 1999. 22p. (EMBRAPA/CPATC Documentos, 8). Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/44717/1/CPATC-DOCUMENTOS-8-O-COQUEIRO-ANAO-NO-BRASIL-FL-13162.pdf>. Acesso em: 24 de maio de 2017.
ROCHA, Fernanda Barreto de Almeida et al. Gestão de resíduos como ferramenta aplicada ao beneficiamento do coco verde. In: XXX Encontro Nacional de Engenharia de Produção. São Carlos, 2010. Disponível em: <
http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2010_TN_STO_121_788_17278.pdf>. Acesso em: 23 de Abril de 2017.
38
ROSA, Morsyleide de Freitas.; ABREU, Fernanto Antonio Pinto de. Água de coco: métodos de conservação. Fortaleza: Embrapa CNPAT/SEBRAE-CE, 2000. 40p. (Documentos 37). Disponível em: < http://www.ceinfo.cnpat.embrapa.br/arquivos/artigo_1906.pdf>. Acesso em: 23 de abril de 2017.
ROSA, Morsyleide de Freitas.; ABREU, Fernando Antonio Pinto. Processos convencionais de conservação de água de coco. In: ARAGÃO, W. M. (Ed.). Coco: pós-colheita. Brasília: Embrapa Informação Tecnologia, 2002. p. 42-53.
SCHMITD, Flávio Luís.; CASTRO, Maria Fernanda Penteado M. de; GUMERATO, Homero Ferracini; LEITÃO, Mauro Faber de Freitas. Boas práticas de fabricação e aplicação da análise de perigos e pontos críticos de controle no processamento de água de coco. Rev higiene Alimentar, v. 18, n. 121, p. 65-76, 2004. Disponível em: <
http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=390998&indexSearch=ID>. Acesso em 24 de maio de 2017. SENHORAS, Elói Martins. Oportunidades da Cadeia Agroindustrial do Coco Verde: do coco verde nada se perde, tudo se desfruta. Revista Urutágua, Maringá, n.5, 2004. Disponível: < http://www.urutagua.uem.br/005/22eco_senhoras.htm> Acesso em 11 de maio de 2017.
SOUSA, Carolina Reinaldo de. Avaliação de processo de produção de água de coco (Cocus nucifera) por ultrafiltração e envase asséptico em garrafas de vidro. Campinas, SP: [s.n.], 2006. Disponível em: <
http://repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/254558>. Acesso em: 11 de Abril de 2017.
TAVARES, M. F. F. Pós coco: Agregação de valor na cadeia produtiva do coco verde. Central de Casos. Disponível em:< http://www2.espm.br/sites/default/files/pos-coco_0.pdf> Acesso em 12 de maio de 2017. TAVARES, M.; CAMPOS, N.C.; NAGATO, L.A.F.; LAMARDO, L.C.A.; INOMATA, E.L.; CARVALHO, M.F.H.; ARAGÃO, W. M. Estudo da composição química da água de coco-anão verde em diferentes estágios de maturação. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS, 16., 1998, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: SBCTA, 1998. CD-ROM. Disponível em: <
http://bv.fapesp.br/pt/auxilios/62091/estudo-da-composicao-quimica-da-agua-de-coco-anao-verde-em-diferentes-estagios-de-maturacao/>. Acesso em: 24 de Maio de 2017. TEXEIRA, Ivandi Silva; TEIXEIRA, Regina Cleide Figueiredo; SOUZA, Ana Lúcia da Silva. O sistema produtivo da Amacoco – água de coco da Amazônia LTDA. II Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia – SEGeT’2005. Disponível em: < http://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos05/313_O%20sistema%20produtivo%20da%20AMACOCO.pdf>. Acesso em: 28 de Abril de 2017.
39