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O concerto desta noite faz parte das comemorações do Centenário da Faculdade de Medicina da UFMG. Um momento especial para os convidados que poderão apreciar uma das maio-res criações artística do século xx, Carmina Burana, de Carl Orff. Assim como essa obra, a

Faculdade teve grande destaque, no cenário acadêmico-científico nacional, ao longo do século passa-do.

Criada em 5 de março de 1911, a Faculdade de Medicina da UFMG foi uma das primeiras escolas de medicina do país e a que mais formou médicos nos últimos cem anos no Brasil.

Mas a marca maior da Faculdade de Medicina são os avanços na saúde que ela proporcionou para o Brasil como o Instituto do Radium, primeiro da América Latina, e o primeiro CTI do país e tantos outros que você, nosso convidado, conhece.

Agradecemos a cada um que contribuiu para que fosse possível comemorar uma data tão importante de maneira tão especial.

Tenha um bom espetáculo!

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A cantata Carmina Burana (1937) de Carl Orff (1895-1982) se tornou extrema-mente popular, sendo uma das obras do

repertório erudito do século XX mais apresenta-das em concerto. Seu sucesso se deve principal-mente ao seu efeito majestoso e imponente, fruto da intensa força rítmica e coloridos de orquestra-ção.

No concerto de hoje apresentaremos a versão elaborada pelo próprio compositor em 1956, para dois pianos, coro, solistas vocais e percus-são. É interessante notar que a redução para dois pianos reforça ainda mais a impetuosidade rítmica da obra, sem abandonar a evocação das nuanças timbrísticas, exigindo grande maturida-de musical e técnica dos pianistas. Além disso, a escrita de Orff requer solistas com características vocais muito particulares, pois ao mesmo tempo em que abusa dos extremos de tessitura, explora ao máximo a capacidade dramática e expressiva do cantor, que se traduz também numa grande habilidade para variações timbrísticas.

Por outro lado, o compositor opta por uma linguagem musical simples, de fácil assimilação, que fala diretamente ao público. Evita as com-plexidades de linguagem da música do século XX e o uso de procedimentos elaborados como o contraponto, longas melodias e desenvolvimento temático. Prefere um discurso simples e direto: harmonias baseadas em tríades maiores e meno-res, escrita harmônica em bloco, muita utilização de terças, tríades e uníssono no coro (cujo efeito, devemos notar, gera uma massa sonora com uma força tremenda), uma estruturação formal sim-ples que nos remete à forma da canção estrófica, utilização de ritmos simples e propulsores, osti-natos e pedais.

Originalmente composta como um balé, refletin-do a inclinação do compositor de apresentar um “espetáculo teatral completo”, a obra foi mais frequentemente executada em forma de concer-to, sem cenário ou encenação.

A escolha poética traduz uma essência humana

primitiva, latente em todos nós e, a força rítmi-ca da música, ao se misturar ao latim medieval, alemão e francês antigo, reforça a idéia de primi-tivismo.

O texto é uma alegoria à vida humana e relata nossa impotência frente às constantes flutuações da roda da fortuna que controla o destino à sua mercê. A repetição do primeiro movimento ao final da obra não é reflexo de um mero proce-dimento composicional em busca de unidade, mas, simboliza o eterno girar da roda. O amor e a natureza humana são descritos de forma hedo-nista e os sentimentos representados ultrapassam o idílico, o que, ao invés de vulgarizar o discurso, o universaliza.

Orff selecionou os textos a partir de mais de duzentos poemas encontrados num monastério em Benediktbeuern, Bavária. Seus autores eram na sua maioria monges e menestréis desgarrados, os “goliardos”, cujas obras revelam uma postura extremamente crítica e satírica. Os poemas são repletos de referências aos clássicos da antiguida-de, demonstrando a erudição dos autores. Orff explicita esta erudição e também a formação sacra dos mesmos ao utilizar-se de contornos melódicos de entoações litúrgicas, como é o caso de Ego sum abbas, onde o protagonista procla-ma que a única seita que pretende seguir é a de Décio, o patrono dos apostadores.

A narrativa de Carmina Burana ou “Canções da Bavária Medieval”, é organizada em um prólogo, cuja temática principal é a roda da fortuna, segui-do de três partes. A primeira celebra o renascer da primavera: Flora (deusa das flores), seu aman-te Zéfiro (suave vento oeste) e Febo (Apolo, deus sol) preconizam a chegada das delícias do amor “Veris laeta facies”. Na segunda “In taberna”, os cantos goliardescos são utilizados em homena-gem a Baco. A terceira celebra o amor (Venus) e a volúpia e finalmente concluiu com a repetição do coro inicial “O Fortuna” onde nossa sorte é novamente lançada aos caprichos do destino.

Maestrina Iara Fricke Matte

Notas do Programa

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Professora de regência da Escola de Música da UFMG desde 1997 e coordenadora do Programa Núcleo de Música Coral da

UFMG. Sua formação é centrada na regência coral: graduou-se em regência pela UNICAMP, onde estudou sob a orientação de Henrique Gregori. Enquanto em Campinas, participou do Coral Latex, um coro cênico experimental que influenciou uma geração de músicos, atores e dançarinos. Obteve seu título de mestre em regência coral na University of Minnesota - USA em 1996, tendo estudado com Thomas Lancaster and Kathy Romey. Doutora em Regência Coral pela Indiana University, onde se especializou em Música Antiga e História da Música, tendo como principais orientadores Jan Harrington, John Poole, Paul Elliot e Massimo Ossi.

Durante sua carreira vem se dedicando intensa-mente ao estudo e à performance de obras do pe-ríodo barroco. Foi regente convidada da Camerata Antiqua de Curitiba e atuou em alguns importan-tes festivais brasileiros de Música Antiga, entre eles o Festival de Juiz de Fora. Princi-palmente com Coro de Câmara da EMUFMG, apresen-tou-se em diversos palcos apresentando obras de Monteverdi, Buxtheude, J. S. Bach, Handel, Haydn, Vivaldi, Brahms, Schubert, Dvorak, Fauré, Duruflé, Debussy, Stravinsky, Britten, Beethoven, entre outros. Tem especial interesse no estudo da música antiga e na relação entre música e socieda-de na atualidade. Coordena, desde o início deste ano, a Série Fermata, uma série anual de concer-tos de obras para coro e orquestra, romovida pela PROEX e pela Escola de Música da UFMG.

Iara Regina Fricke MatteMaestrina

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Fernanda Oharasoprano

Fernanda Ohara é soprano lírico coloratu-ra e tem 29 anos e iniciou os estudos de música aos 5 anos de idade com seus pais.

Graduou- se em canto lírico sob orientação dos professores Ricardo Tuttmann, Patrícia Peres e Marcos Menescal pelo Conservatório Brasileiro de Música - Centro Universitário do Rio de Janei-ro onde cursou, também, regência e piano.

Interpretou a 8° Sinfonia de Gustav Mahler , Missa Solemnis, 9° Sinfonia e Choral a Fantasia de Beethoven, no Theatro Municipal e no projeto Acquarius regido pelo Maestro Isaac Karabtchevsky na cidade do Rio de Janeiro. Atuou, também, como Rainha da Noite da Ópera “A Flauta Mágica” de Mozart em Ribeirão Preto e em Belo Horizonte.

Dedica- se ao repertório sinfônico onde inter-pretou as seguintes obras: Magnificat de J.S.Bach, Paixão segundo São João de J.S.Bach, Exultate Jubilate ,Vesperais Solemnis, Messias de Haendel, Gloria de Vivaldi e Bachianas Brasileiras n°5.

Como solista de Ópera interpretou: Don Pasquale, Ópera Lakmè de Léo Delibes, Rigoletto e Barbeiro de Sevilha de Rossini.

Considerada a melhor intérprete de música de Câmara Brasileira no concurso Lorenzo Fernan-dez, realizado pelo Conservatório Brasileiro de Música - RJ. Selecionada pelo “Concurso Ópera Canadá” para a turnê operística em Toronto, Canadá, e Europa, realizada pelo tenor e maestro Antonio Lotti e Maestro Dwight Bennet (Itália/Brasil).

Recentemente venceu o 1° concurso Jovens Solistas da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais organizado pelo Palácio das Artes sob direção do Maestro Roberto Tibiriçá.

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Formado por importantes centros musicais europeus, o tenor gaúcho tem se firmado como um dos mais atuantes e versáteis

jovens cantores brasileiros.

Dentre suas últimas realizações em 2010 cons-tam Romeo et Juliette no TMRJ, Andrea Chenier em BH, Il Combattimento di Tancredi e Clorinda e Il Maestro di Musica em Vitória e A Viúva Alegre em SP. Em 2009, Stabat Mater de Rossini e O Barbeiro de Sevilha com o TMRJ, Carmen em Curitiba, A Menina das Nuvens em BH, O Barbeiro de Sevilha no Teatro São Pedro em SP, a estréia mundial de Dulcinéia e Trancoso em Recife, além de seu debut na Itália com a Petite Messe Solennelle de Rossini e o Magnificat de Bach.

Acumula experiência em óperas como I Pagliacci, Der Schauspieldirektor, Bastien und Bastienne e A Viúva Alegre em Porto Alegre, La Fille du Règiment e Ariadne auf Naxos no TMSP, La Cenerentola em Belém, além de Ariadne auf Naxos, Maria Golovin e Turandot em Manaus.

Desenvolve ainda ampla atividade como recita-lista e solista em oratórios e programas sinfôni-cos como O Messias de Händel, A Criação e As Estações de Haydn, Réquiem e Missa da Coroação de Mozart, Messa di Gloria de Puccini e Die Erste Walpurgisnacht e Lobgesang de Mendelssohn com as principais orquestras brasileiras.

Flávio Leitetenor

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Graduado em Composição, Regência e em Musicologia Histórica Brasileira pela UFMG e professor na mesma

Escola desde 1991. Estudou canto com Jefferson Jersey, Monique Zanetti, Eládio Perez-González e Eliane Fajioli. Cantor Baixo-barítono, foi solista nas seguintes obras: Óperas: La Traviatta, Oberto, Falstaff (Verdi), Fidelio (Beethoven), Anna Bolena (Donizetti), Guarani, Maria Tudor (Gomes), Carmen (Bizet), La Descense d´Orpheé aux Enfers (Charpentier), Il Combattimento di Tancredi i Clorinda (Monteverdi) e outras. Obras Sinfônicas: Nona Sinfonia (Beethoven), Paixão Segundo São João (Bach), Magnificat (C.P.E. Bach), Come Ye Sons of Art ( Purcell), A Criação (Haydn), Te Deum (Charpentier), Les Noces (Stravinsky), Requiem (Duruflé), Carmina Burana (Orff).

Eduardo de Carvalho Ribeiro

Barítono

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João Gabriel Fonseca é médico e músico, doutor em Medicina pela UFMG, professor da Faculdade de Medicina e da Escola de

Música da UFMG. Na música, atua como pianis-ta e professor de História do Pensamento Musi-cal, de Neuropsicologia da Música e de Técnica Pianística. Como médico, é membro do corpo clínico do Serviço de Clínica Médica do Hospi-tal das Clínicas da UFMG e membro da equipe do SOMMOS – Centro de Promoção da Saúde, instituição dedicada à promoção de saúde e ao controle do estresse.

Pianista, Correpetidor, Coralista e Professor de Piano, Percepção Musical e Aprecia-ção na Escola de Música da Universidade

Federal de Minas Gerais.

Intensa atividade como camerista. Solista em vá-rios concertos com orquestra, entre eles: Concer-to N.º 1 para piano de Brahms, Concerto N.º 12 de Mozart, Concerto Imperador de Beethoven. Atualmente, dirige o grupo Nossa Ópera, formado por alunos e ex-alunos da UFMG. Este grupo estreou com a ópera Le Decantatrice Villane de Valentino Fioravanti com grande repercussão.

João Gabriel Marques Fonseca

Adalmário Pacheco

pianistas

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Programa

Carl Orff (1895-1982)

Carmina Burana

Fortuna Imperatrix Mundi

1. O Fortuna2. Fortune plango vulnera

I. Primo vere

3. Veris leta facies 4. Omnia sol temperat5. Ecce gratum

Uf dem anger

6. Tanz7. Floret silva nobilis 8. Chramer, gip die varwe mir 9. Reie

Swaz hie gat umbeChume, chum geselle minSwaz hie gat umbe

10. Were diu werlt alle min

II. In Taberna

11. Estuans interius12. Olim lacus colueram 13. Ego sum abbas 14. In taberna quando sumus

III. Cour d’amours

15. Amor volat undique 16. Dies, nox et omnia17. Stetit puella18. Circa mea pectora19. Si puer cum puellula20. Veni, veni, venias 21. In truitina22. Tempus est iocundum 23. Dulcissime

Blanziflor et Helena

24. Ave formosissima

Fortuna Imperatrix Mundi

25. O Fortuna

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regênciaMaestrina Iara Fricke Matte

solistasSoprano – Fernanda Ohara

Tenor – Flávio Leite

Barítono – Eduardo Ribeiro

pianosI: João Gabriel Marques

II: Adalmário Pacheco

percussãoSaulo Giovannini - chefe de naipe

Frederico Selva

Breno Bragança

Felipe Bastos

Rafael Mello

tíMpanoJosé Henrique Viana

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Coro de Câmara da Escola de Música da UFMGMaestrina: Iara Fricke Matte

Regente Assistente: Aline Vianna Meireles

Preparadora Vocal Assistente: Luciana Coelho

Pianista correpetidor: Hélcio Vaz

sopranosCátia Neris **

Luciana Coelho **

Nívea Raf **

Talita Cotta **

Valquíria Gomes **

tenoresGustavo Eda **

Gustavo Roscoe **

Leonardo Bittencourt **

Luiz Felipe

Marcelo Minal **

Marcos Lima

Marcos Eloi

Rodrigo Estevão

contraltos

Aline Vianna Meireles **

Cecília Soares

Gilvane Melo **

Dorinha Lage **

Tiágene Malaquias

Virgínia J. Barreto **

BaixosArthur Vinicius **

Dani Magalhães **

Dudu Barretto

Eduardo Teixeira

Élcio Amorim

Gabriel Zorzo

Hélcio Vaz

Lucas Ferrari **

Victor César **

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Coro Carmina*

Maestrina: Iara Fricke Matte

sopranosConceição Nicolau **

Érica Mendes

Fabíola Protzner **

Isabel Carmônia

Letícia Bertelli **

Ligia Ishitani

Melina Peixoto

tenoresAndré Luis Felipe **

Antônio de Pádua Antoniol

Ernane Dias

Marcelo Torres Salomão

Rubens Justo do Carmo **

Warley Machado **

Welington Nascimento

contraltosAline Araújo **

Carolina Rennó **

Enancy Gomes

Deolinda Ribeiro

Júnia Jaber

Maria Célia de Oliveira

Maria Inêz Lucas Machado

Vanessa Piló

BaixosAndré Fernando

Francisco Bois

Giancarlos de Souza

Iuri Michailovsky Gomes **

Lincoln Andrade

Pedro Lucas Viana ***Coro

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Coral Dom Silvério(Sete Lagoas)Maestro: Samuel Ferreira

sopranosAlvaro Menezes

Argeu Henrique

Bruno Machado

Carlos Mardem

César Adonay

Eduardo Senhorini

Gabriel Aves

Humberto Costa

João Pedro

Josué Oliveira

Júlio Teixeira

contraltosLucas Teixeira

Luciano Lopes

Paulo Henrique

Renato Senhorini

Thalles Augusto

Vinicius Abreu

Vitor Lucas

Vitor Moreira

Yuri Machado

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Carmina BuranaTradução de Mário Willmersdorf Jr.

Fortuna iMperatrix Mundi

1. o FortunaO Fortuna, velut Lunastatu variabilis,semper crescis aut decrescis;vita detestabilis nunc obdurat et tunc curatludo mentis aciem,egestatem, potestatem dissolvit ut glaciem.

Sors immanis et inanis, rota tu volubilis, status malus, vana salus semper dissolubilis, obumbrata et velata michi quoque niteris;nunc per ludum dorsum nudum fero tui sceleris.

Sors salutis et virtutismichi nunc contraria,est affectus et defectus semper in angaria.Hac in hora sine mora corde pulsum tangite;quod per sortem sternit fortem, mecum omnes plangite!

1. Ó FortunaÓ Fortuna, és como a Luamutável,sempre aumentas e diminuis;a detestável vida ora escurece e ora clareiapor brincadeira a mente;miséria, poder, ela os funde como gelo.

Sorte monstruosa e vazia,tu – roda volúvel – és má, vã é a felicidadesempre dissolúvel,nebulosa e velada também a mim contagias;agora por brincadeira o dorso nuentrego à tua perversidade.

A sorte na saúde e virtudeagora é contráriadá e tiramantendo sempre escravizado.Nesta hora sem demoratange a corda vibrante;porque a sorte abate o forte,chorais todos comigo!

2. Fortune plango vulnera(Seria LXXVII – fol. 48b)

Fortune plango vulnerastillantibus ocellis,quod sua michi munerasubtrahit rebellis,Verum est, quod legiturfronte capillata,sed plerumque sequitur

2.Choro as Feridas da Fortuna

Choro as feridas da Fortunacom os olhos rútilos;pois que o que me deuela perversamente me toma.O que se lê é verdade:esta bela cabeleira,quando se quer tomar,

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3.veris leta FaciesVeris leta faciesmundo propinatur,hiemalis aciesvicta iam fugatur.In vestiu varioFlora principatur,nemorum dulcisonoque cantu celebratur. Ah!

Flore fusus gremio Phebus novo morerisum dat, hoc varioiam stipate flore.Zephyrus nectareospirans in odore,certatim pro braviocurramus in amore. Ah!

3. a alegre FaCe da primaveraA alegre face da primaveravolta-se para o mundo,o rigoroso invernojá foge vencido. Com sua colorida vestimentaFlora preside,docemente a florestaem cantos a celebra. Ah! Estendido no regaço de Flora,Febo mais uma vezsorri, agora cobertode flores multicores.Zéfiro respiraSeu suave odor,Corramos a concorrerAo prêmio do amor. Ah!

i priMo vere(AmAtoriA. PortAtoriA. LusoriA –

101 – extr. – foL. 57)

occasio calvata.

In fortune soliosederam elatus,propsperitatis varioflore coronatus;quicquid enim floruifelix et beatus,nunc a summo corruigloria privatus.

Fortune rota volvitur:descendo minoratus;alter in altum tollitur;nimis exaltatusrex sedet in vertice –caveat ruinam!nam sub axe legimusHecubam reginam.

calva se mostra. No trono da Fortunasentava-me no alto,coroado por multicoresflores da prosperidade;mas por mais próspero que eu tenha sido,feliz e abençoado,do pináculo agora despenquei,privado da glória. A roda da fortuna girou:desço aviltado;um outro foi guindado ao alto;desmesuradamente exaltadoo rei senta-se no vértice precavenha-se contra a ruína!porque no eixo se lêrainha Hécuba.

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Cytharizat cantico dulcis Philomena,flore rident vario prata iam serena,salit cetus aviumsilve per amena,chorus promit virginumiam gaudia milena. Ah!

Faz soar sua liraO doce rouxinol,já riem as clareiras floridas,luminosas saem os pássaros em revoadados bosques encantadores,e o coro das donzelasanuncia delícias mil. Ah!

4. oMMia sol teMperat(AmAtoriA. PortAtoriA. LusoriA – 99 – foL. 56b)Omina Sol temperatpurus et subtilis,novo mundo reseratfaciem Aprilis;ad Amorem properatanimus heriliset iocundis imperatdeus puerilis. Rerum tanta novitasin solemni vereet veris auctoritasiubet nos gaudere;vias prebet solitas,et in tuo verefides est et probitastuum retinere.

Ama me fideliter!Fidem meam nota:de corde totaliterEe ex mente todaSum presentialiterAbsens in remota.Quisquis amat taliter,volvitur in rota.

Absens in remota.Quisquis amat taliter,volvitur in rota.

4. o sol a tudo esquenta

O sol a tudo esquenta,Puro e suave,Novamente revela ao mundoa face de Abril;para o amor e impelidaa alma do homeme jovial impera o deus-menino. Toda essa renovação na gloriosa estaçãoe por ordem da primaveraleva-nos a rejubilar;abre-te os caminhos conhecidos,e em tua renovaçãoé justo e corretoque desfrutes do que é teu.

Ama-me fielmente!Vê como seu fiel:com todo meu coraçãoe com toda a minha estou contigo mesmo quando distante.Quem quer que ame assim,gira a roda.

Quem quer que ame assim,gira a roda.

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5. ecce gratuMEcce gratum et optatumVer reducit gaudia:purpuratum floret pratum,Sol serenat omnia.Iam iam cedant tristia!Estas redit,nunc receditHyemis sevitia. Ah!

Iam liquescitet decrescitgrando nix et cetera;bruma fugit,et iam sugitVer estatis ubera;illi mens est misera,qui nec vivit,nec lascivitsub estatis dextera. Ah! Gloriantur et letanturin melle dulcedinisqui conantur,ut utanturpremio cupidinissimus jussu cypridisglorianteset letantespares esse paridis. Ah!

5. eis a Cara primaveraEis a cara e desejadaprimavera que trás de volta a alegria:flores púrpuras cobrem os prados,o sol a tudo ilumina.Já se dissipam as tristezas!Retorna o verão,agora fogemos rigores do inverno. Ah!

Já se liquefazeme desaparecem o gelo, neve, etc.a bruma foge,e a primavera sugao seio do verão;e de lamentar-seaquele que não vivenem se entregaa doce lei do verão. Ah! Que provem glória e felicidadedoce como o mel,aqueles que ousamaspirarao prêmio de Cupido;sob o comando de Vênusglorifiquemose rejubilemo-nosa exemplo de pares. Ah!

6. tanz 6. dança

uF deM anguer

7. Floret silva noBilisFloret silva nobilisfloribus et foliis.Ubi est antiquusmeus amicus? Ah!Inc equitavit!

7.Cobre-se a nobre FlorestaCobre-se a nobre florestade flores e de folhas.Onde está meu antigo amor? Ah!Ele cavalgou para longe!

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8. chraMer, gip der varwe MirChramer, gip der varwe mir,die min wengel roete,da mit ich die jungen manan ir dank der minnenliebe noete.

Seht mich an,jungen man!Lat mich iu gevallen!

Minnet, tugentlische man,minnecliche frouen!minne tuot iu hoch gemuotunde lat iuch in hohen eren schouwen

Seht mich an, usw.

Wol dir werlt, daz du bistalso freudenriche!ich will dir sin undertandurch din liebe immer sischerlische

Seht mich an, usw.

8. merCador, dá-me as CoresMercador, dá-me as cores,para avermelhar minhas faces,de modo que eu possa fazer os jovens me amarem irresistivelmente.

Olhem para mim,rapazes!deixem-me seduzí-los!

Bons homens, amemas mulheres carentes de amor!o amor enobrecera seus espíritos e lhes trará honra.

Olhem para min, etc.

Salve, mundo, tão rico de alegrias!Se-te-ei obedientepelos prazeres que me permites.

Olhem para mim, etc.

Eia quis me amabit? Ah!

Floret silva undique.nah mime gesellen ist mir we.Gruonet der walt allenthalben,wa ist min geselle alse lange? Ah!der ist geriten hinnem,o wi, wer sol mich minnen? Ah!

Oh, quem irá me amar? Ah!

A floresta floresce em toda parte,estou ansiando por meu amor.As florestas verdejam em toda parte, por que meu amado demora tanto? Ah!Ele cavalgou para longe.Oh, quem ira me amar? Ah!

swaz hie gat uMBe(AmAtoriA. PortAtoriA. LusoriA 129A – foL.67b)Swaz hie gat umbe,daz sint alles megede,die wellent ana manalle disen summer gan. Ah! Sla!

9. reie

aquelas que ali giram em ronda

Aquelas que ali giram em ronda,são todas donzelas,elas querem passar sem um homemtodo o verão. Ah! Sla!

9. dança

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10. were diu werlt alle Min

(AmAtoriA. PortAtoriA. LusoriA 108A – foL. 60)Were diu werlt alle minvon deme mere unze an den Rin,des wolt ih mih darben,daz diu chunegin von Engellantlege an minen armen. Hei!

chuMe, chuM, geselle Min

(AmAtoriA. PortAtoriA. LusoriA 136A)Chume, chum, geselle min,ih enbite harte din,ih enbite harte din,chum, chum, geselle min.

Suzer rosenvarwer munt,chum und mache mich gesubt,chum und mache mich gesunt,suzer rosenvarwer munt.

Swaz hie gat umbe, usw.

10. se todo mundo Fosse meu

Se todo mundo fosse meu,do mar até o Reno,eu a ele renunciariase a rainha da Inglaterrativesse em meus braços. Hei!

vem, vem, meu amor

Vem, vem, meu amor,eu suspiro por ti,eu suspiro por ti,vem, vem, meu amor.

Doces lábios rosados,venham e façam-me sadia,venham e façam-me sadia,doces lábios rosados.

Aquelas que giram em ronda, etc.

11. estuans interius

(seria clxxii – Fol. 84)Estuans interiusira vehementiin amaritudineloquor mee menti:factus de materia,cinis elementi,simi.lis sum folio,de quo ludunt venti.

Cum sit enim propriumviro sapienti

11. queimando por dentro

Queimando por dentrocom veemente ira,na amargura,falei para mim mesmo:feito de matéria,da cinza dos elementos,sou como a folha com quem brincam os ventos.

Se é este o caminhodo homem sábio,

ii in taBerna

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supra petram poneresedem fundamenti,stultus ego comparorfluyvio labenti,sub eodem tramitenunquam permanenti.

Feror ego velutisine nauta navis,ut per vias aerisvaga fertus avis;non me tenent vincula,non me tenet clavis,quero mihi similes,et adjungor pravis.

Mihi cordis gravitasRes videtur gravis;Iocus est amabilisDulciorque favis;Quicquid Venus imperat,Labor est suavis,Que nunquam in cordibusHabitat ignavis.

Via lata gradiorMore iuventutis,Implicor et vitiisImmermor virtutis,Voluptatis avidusMagis qaum salutis,Mortuus in animaCuram gero cutis.

construir sobre a pedraas fundações da casa,então sou um louco comparávelao rio que corre,e que em seu cursonunca se altera.

Sou levado como um navio sem piloto,como através do arum pássaro a deriva;nenhum vínculo me prende,nenhuma chave me aprisiona,busco meus semelhantes,e me junto aos insensatos.

Meu coração pesado é um fardo para mim;o divertir-se é agradávele mais doce que o favo do mel;onde quer que Vênus impere,o trabalho é suave,ela nunca habitaem corações indolentes.

Meu caminho é amplocomo o quer minha juventude,entrego-me aos meus víciosesquecido das virtudes,mais ávido de volúpiasque de salvação,morta minh´almasó minha pele me importa.

12. oliM lacus colueraM

(AmAtoriA. PortAtoriA. LusoriA 92 – foL.53b)Olim lacus colueram,olim pulcher extiteram,dum cignus ego fueram.Miser, miser!modo nigeret ustus fortiter!

12. um dia morei no lago

Um dia morei no lago,um dia fui belo,quando eu era um cisne.Ai de mim, ai de mim!Agora negroe completamente assado!

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13. ego suM aBBas

(AmAtoriA. PortAtoriA. LusoriA 196 – foL.97b)Ego sum abbas Cucaniensis,et consilium meum est cum bibulis,et in secta Decii voluntas mea est,

et qui mane me quesierit in taberna,

post vesperam nudus egredietur,et sic denudatus veste clamabit:

Wafna! Wafna!quid fecisti sors turpissima?nostre vite gaudiaabstulisti omnia!Haha!

13. sou o abade

Sou o abade cucaniense,meu concílio é com os bebedores,e quero pertencer a seita de Décio,*

e quem me procurar de manhã na taberna,

a noite será deixado nu,e assim despojado de suas vestes gritará:

Ai de mim! Ai de mim!que fizestes, execrável sorte?nos tomastes da vidatodos os prazeres!Haha!

* Décio: santo fictício, patrono dos jogadores de dados.

14. in taBerna quando suMus

(AmAtoriA. PotAtoriA. LusoriA 177– foL.88b)In taberna quando sumus,non curamus quid sit humus,sed ad ludum properamus,cui semper insudamus.Quid agatur in taberna,ubi nummus est pincerna,hoc est opus ut queratur,sic quid loquar,audiatur.

Quidam ludunt, quidam bibunt,quidam indiscretevivunt.Sed in ludo Qui morantur,ex his quidam denudantur,

14. quando estamos na taberna

Quando estamos na taberna,não pensamos na morte,corremos a jogar,o que nos faz sempre suar.O que se passa na taberna,onde o dinheiro é hospedeiro,podeis querer saber,escutai pois o que eu digo.

Uns jogam, uns bebem,uns vivem licenciosamente.Mas dos que jogam,uns ficam em pelo,

Girat, regirat garcifer;me rogus urit fortiter:propinat me nunc dapifer.Miser, miser! Etc.

Nunc in scutella iaceo,et volitare nequeo,dentes fredentes video: Miser, miser! Etc.

Gira e gira o assador;estou queimando completamente na pira: o garção agora me serve.Ai de mim, ai de mim! Etc.

Agora repouso em um prato,e não posso mais voar,vejo dentes rangendo:

Ai de mim, ai de mim! Etc.

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quidam ibi vestiuntur,quidam saccis induuntur.Ibi nullus timet mortem,sed pro Baccho mittunt sortem:

Primo pro nummata viniex hac bibunt libertini;semel bibunt pro captivis,post hec bibunt ter pro vivis,quater pro Christianis cunctis,quinquies pro fidelibus defunctis,sexies pro sororibus vanis,septies pro militibus silvanis,

Octies pro fratribus perversis,novies pro monachis dispersis,decies pro navigantibus,undecies pro discordantibus,duodecies pro penitentibus,tredecies pro iter agentibus.Tam pro papa quam pro regebibunt omnes sine lege.

Bibit hera, bibit herus,bibit miles, bibit clerus,bibit ille, bibit illa,bibit servus cum ancilla,bibit velox, bibit piger,bibit albus, bibit niger,bibit constans, bibit vagus,bibit rudis, bibit magus,

Bibit pauper et egrotus,bibit exul et ignotusbibit puer, bibit canus,bibit presul et decanus,bibit soror,bibit frater,bibit anus, bibit mater,bibit iste, bibit ille,bibunt centum, bibunt mille.

Parum sexcente nummatedurant, cum immoderatebibunt omnes sine meta.Quamvis bibant mente leta,sic nos rodunt omnes gentes,et sic erimus egentes.Qui nos confundanturet cum iustis non scribantur.

uns ganham aqui suas roupas,uns se vestem com sacos.Aqui ninguém teme a morte,mas todos jogam por Baco:

Primeiro ao mercador de vinhoé que bebem os libertinos;uma vez aos prisioneiros,depois bebem três vezes aos vivos,quatro a todos os cristãos,cinco aos fieis defuntos,seis às irmãs perdidas,sete aos guardas florestais,

Oito aos irmãos desgarrados,nove aos monges errantes,dez aos navegantes,onze aos brigões,doze aos penitentes,treze aos viajantes.Tanto ao Papa quanto ao rei,bebem todos sem lei.

Bebe a amante, bebe o senhor,bebe o soldado, bebe o padre,bebe ele, bebe ela,bebe o servo com a serva,bebe o esperto, bebe o preguiçoso,bebe o branco, bebe o negro,bebe o sedentário, bebe o nômade,bebe o estúpido, bebe o douto,

Bebem o pobre e o doente,bebem o estrangeiro e o desconhecido,bebe a criança, bebe o velho,bebem o prelado e o diácono,bebe a irmã, bebe o irmão,bebe a anciã, bebe a mãe,bebe este, bebe aquele,bebem cem, bebem mil.

Seiscentas moedas não são suficientes,se todos bebem imoderadamentesem freio.Bebam quanto for, o espírito alegre,todo mundo nos denigre,e assim ficamos desprovidos.Que sejam confundidos os que nos difamame sejam seus nomes riscados do livro dos justos.

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15. aMor volat undique

(AmAtoriA. PotAtoriA. LusoriA, extr.60 – foL.36b)Amor volat undiquecaptus est libidine.Iuvenes, iuvenculeconiunguntur merito.Siqua sine socio,caret omni gaudio;tenet noctis infimasub intimocordis in custodia;fit res amarissima.

15. o amor voa por toda parte

O amor voa por toda parte,prisioneiro do desejo.Rapazes, raparigasunem-se como devem.Se a jovem não tem parceiro,desaparece-lhe toda a alegria;ela matem a noite escuraescondidaem seu coração:é uma sorte muito amarga.

iii cour daMours

16. dies, nox et oMnia

(AmAtoriA. PotAtoriA. LusoriA, extr. 81 – foL.49b)Dies nox et omniamihi sunt contraria.virginum colloquia me fay planszer,oy suvenz suspirer,plu me fay temer.

O soldales, ludite,vos quis scitis dicite,mihi mesto parcite,grand ey dolur,attamen consuliteper voster honur.

Tua pulchra faciesme fay planszer milies,pectus habet glacies.A remender,Statim vivus fierem per un baser.

16. dia, noite e tudo

Dia, noite e tudome são contrários,e tagarelice das virgensme faz chorar,e com freqüência suspirar,e mais me faz temer.

O amigos, estais brincando,não sabeis o que dizeis,a mim, infeliz, poupai,grande e minha dor,aconselhai-me por fimpor vossa honra.

Teu belo rostome faz versar mil prantos,tens o coração de gelo.Como remédio,serei ressuscitadopor um beijo.

17. stetit puella

(AmAtoriA. PotAtoriA. LusoriA, extr.138 – foL.70)Stetit puellarufa tunica;si quis eam tetigit,tunica crepuit.Eia!

17. era uma menina

Era uma menina com uma túnica vermelha;se alguém tocasse nela,a túnica farfalhava.Eia!

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18. circa Mea pectora

(AmAtoriA. PotAtoriA. LusoriA, extr.141 – foL.71)Circa mea pectoramulta sunt suspirade tua pulchritudine,que me ledunt misere. Ah!Mandaliet,mandaliet,min gesellechomet niet.

Tui lucent oculisicut solis radii,sicut splendor filgurislucem donat tenebris. Ah!

Mandaliet, etc.

Vellet deus,vellent dii,Quod mente proposui:Ut eius virgineaReserassem vincula. Ah!

Mandaliet, etc.

18. em meu peito

Em meu peitoestão muitos suspirospor tua beleza,que me faz voluptuoso. Ah!Mandaliet,mandaliet,meu amornão vem.

Teus olhos brilham como raios de sol,como o esplendor do raioque ilumina as trevas. Ah!

Mandaliet, etc.

Queira Deus, queiram os deuses,aplacar meu desejo:que eu possa romperas cadeias da sua virgindade. Ah!

Mandaliet, etc.

Stetis puella tamquam rosula:facies splenduitos ieus floruit.Eia!

Era uma meninacomo uma rosinha;sua face resplandeciae tinha os lábios em flor.Eia!

19.si puer cuM puellula

(AmAtoriA. PotAtoriA. LusoriA, 144 – foL.71b)Si puer cum puellulamormoratur in cellula,felix coniunctio.Amore sucrescente,pariter e medioavulso procul tedio,fit ludus ineffabilismembris, lacertis,labilis.

19. se um menino Com uma menina

Se um menino com uma meninase encontrarem em um quarto,o casamento e feliz.O amor avulta,e entre elesa vergonha e posta de lado,e tem inicio um jogo inefávelem seus membros, braços e lábios.

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20. veni,veni, venias(AmAtoriA. PotAtoriA. LusoriA, 136 – foL.69b)Veni,veni, venias,Ne me mori facias.Hyrca, hyrce, nazaza, trillirivos!

Pulchra tibi facies,Oculorum acies,Capillorum series,A quam clara species!

Rosa rubicundior,Lilio candidior,Omnibus formosior,Semper in te glorior!

20. vem, vem, o vem

Vem, vem, o vem,não me facas morrer,hyrca, hyrce, nazaza, trillirivos!

Teu belo rosto,teus olhos brilhantes,teu cabelo trancado,que gloriosa criatura!

Mais rubra que a rosa,mais branca que o lírio,mais bela que qualquer outra,sempre em ti glorificarei!

21. in trutina(AmAtoriA. PotAtoriA. LusoriA, extr.43 – foL.27)In trutina mentis dubiafluctuant contrarialascivus amor et pudicitia.

Sed eligo quod video,collum iugo prebeo;ad iugum tamen suave transeo

21. na balança

Na balança os sentimentos oscilamum contra o outro;amor lascivo e pudor.

Mas escolho o que vejo,e coloco meu pescoço sob o jugo;ao jogo suave todavia me submeto.

22. teMpus est iocunduM(AmAtoriA. PotAtoriA. LusoriA, extr.140 – foL.70b)Tempus est iocundum,o virgines,modo congaudete,vos iuvenes!Oh, oh, oh!totus floreo!iam amore virginali totus ardeo!novus, novus amor est, quod pereo!

Mea me fonfortatpromissio,mea me deportatnegatio.Oh,oh, oh! Etc.

Tempore brumalivir patiens,

22. o tempo é de alegria

O tempo é de alegria,Ó virgens,vinde divertir-vos,ó rapazes!Oh, oh, oh!floresço inteiro!ardo todo de um amor virginal!novo, novo amor é o que me faz perecer!

Minha promessa me conforta,minha recusame desola.Oh, oh, oh! etc.

No tempo das brumaso homem é paciente,

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23. dulcissiMe

(AmAtoriA. PotAtoriA. LusoriA, extrA.43 – foL.27)Dulcissime! Ah!Totam tibi subdo me!

23. amor querido

Amor querido! Ah!Me entrego toda a ti!

animo vernalilasciviens.Oh, oh,oh! Etc.

Mea mecum luditvirginitas,mea me detruditsimplicitas.Oh,oh, oh! Etc.

Veni, domicella,cum gaudio,veni, veni, pulchra,iam pereo!Oh, oh, oh! Etc.

o sopro da primaverao torna lascivo.Oh, oh, oh! Etc.

Minha virgindadebrinca comigominha simplicidademe preserva.Oh, oh, oh! Etc.

Vem amante,com alegria,vem, vem, linda,estou morrendo!Oh, oh, oh! etc

24. ave, ForMosissiMa

(AmAtoriA. PotAtoriA. LusoriA, extr.50 – foL.31b)Ave, formosissima,gemma pretiosa,ave, decus virginum,virgo gloriosa,ave, mundi luminar,ave, mundi rosa,Blanziflor et Helena,Venus generosa!

25. o FortunaNo. 1 rep.

24. salve, Formosíssima

Salve formosíssima,jóia preciosa,salve, orgulho das virgens,virgem gloriosa,salve, luz do mundo,salve, rosa do mundoBlanchefleur e Helena,generosa Vênus!

25. Ó FortunaNo. 1 repete

BlanziFlor et helena*

Fortuna iMperatrix Mundi

* H

eroín

a de

um

a sa

ga

popula

r m

edie

val

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agradeciMentos:Diretor da Faculdade de Medicina da UFMG - Professor Francisco José Penna

Diretor da Escola de Música da UFMG - Professor Maurício Freire Garcia

Professora da Escola de Música da UFMG - Celina Szrvinsk

expediente:Programa produzido pela Assessoria de Comunicação da Faculdade de Medicina da UFMG. Diagramação: Ana Cláudia Ferreira. Campanha Cantata Carmina Burana, criação: Ana Cláudia Ferreira, Ana Lúcia Chagas e Luiz Lagares. Supervisão: Gilberto Boaventura, Iara Fricke e João Gabriel Marques.

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