Julho de 2013
Projecto Amboim Estudo Sectorial – Café
IFE | Estudo Sectorial – Café 1
Índice
1. Enquadramento de trabalhos 2
2. Sumário executivo 4
3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector do café 10
1. Enquadramento competitivo macro 10
2. Diagnóstico do sector em Angola 30
3. Modelo de desenvolvimento do sector do café 45
4. Estudo de pré-viabilidade 60
5. Medidas de acção do IFE 101
A
B
C
D
E
1.
2.
3.
IFE | Estudo Sectorial – Café 2
Índice
1. Enquadramento de trabalhos
2. Sumário executivo
3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector do café
1.
2.
3.
IFE | Estudo Sectorial – Café 3
Enquadramento de trabalhos
O Instituto do Fomento Empresarial (IFE) é uma entidade pública constituída em 2011, actuando em plena articulação com todos os órgãos Ministeriais. O IFE tem
como missão implementar, regulamentar, supervisionar e controlar a implementação das políticas e estratégias de fomento empresarial.
Neste contexto e na sequência da elaboração do Programa de Apoio às Grandes Empresas e Clusters Empresariais de Outubro de 2012, o IFE propôs-se analisar
em detalhe o potencial de actuação no sector do Café.
Dessa análise resulta o presente documento, que será estruturado da seguinte forma:
Café
1. Enquadramento competitivo macro: Análise da distribuição da produção e consumo mundial de café; posicionamento de Angola em
relação ao resto do mundo actualmente e no passado; identificação das variedades existentes e evolução de preços mundiais; análise à
cadeia de valor e principais players; ambiente competitivo e tendências de mercado; potenciais indústrias associadas à produção de café.
2. Diagnóstico do sector em Angola: Análise dos volumes de importação e exportação; estado actual da produção e identificação de
produtores; apresentação de resultados do inquérito aos principais players do sector.
3. Modelos de desenvolvimento do sector do café: Análise dos modelos adoptados em vários países produtores de café, explorando as suas
principais características, vantagens e desvantagens.
4. Estudo de pré-viabilidade: Plano de negócios e análise de rentabilidade de investimentos-tipo na produção de café, considerando modelos
de desenvolvimento concentrado e fragmentado.
5. Medidas de acção do IFE: Identificação e análise de formas de actuação do IFE no sector.
1. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 4
Índice
1. Enquadramento de trabalhos
2. Sumário executivo
3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector do café
1.
2.
3.
IFE | Estudo Sectorial – Café 5
Sumário executivo (1/5)
CAFÉ
Fazendas agrícolas
Pequenos agricultores
-
50
100
150
200
250
'61 '64 '67 '70 '73 '76 '79 '82 '85 '88 '91 '94 '97
Mil ton.
Evolução da produção de café em Angola
Variedades de café
Produção e consumo mundial de café
Principais intervenientes no sector
• Angola foi nos anos ‟70 o terceiro
maior produtor de café do mundo,
tendo a sua produção reduzido
drasticamente com a Guerra.
• Nos anos „70 produziam-se 220-
250 mil toneladas de café
comercial em Angola, sendo a
produção actual estimada em 2 mil
toneladas.
• Existem dois tipos principais de
variedades de café comercializado
e consumido a nível mundial:
Robusta e Arábica.
• A variedade mais produzida em
Angola desde o início da produção
até aos dias de hoje é Robusta.
• Em África, tipicamente, os países
produzem mais Robusta, enquanto
na América Latina predomina
Arábica.
• As duas variedades têm diferenças
de sabor, métodos e regiões de
cultivo e consequentemente de
preço.
Pesos das variedades na produção
em Angola (anos ’70)
• O Brasil é desde o século XIX o
principal produtor mundial de café.
• A produção está geograficamente
distribuída pelas regiões
equatoriais e tropicais, estando o
consumo concentrado
maioritariamente na Europa, EUA,
e Brasil. Estas três regiões
representam cerca de 60% do
consumo mundial.
Principais regiões produtoras
Principais regiões consumidoras
Legenda
Exemplos Intervenientes Poder de
mercado
Embalagens
Aromas para bebidas
Máq. agr. e industr.
Máquinas de café
Fármacos
Porcelanas
Turismo n.a.
Moderado
Superficies comerciais
Horeca
Nestlé
DE Master Blenders
Kraft
Tchibo
Neumann Kaffee
Volcafe Ecom
Produtores
Intermediários
Torrefactores
Distribuidores
Sectores
complementares
Moderado
Elevado
Moderado/Elevado 96%
4%
Robusta Arábica
2. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 6
CAFÉ
O Café hoje em Angola
Angola importou cerca de 32 milhões de USD de extractos de café, chá, malte e preparações à base destes
produtos em 2011. Cerca de 80% deste valor tem origem em Portugal
As exportações de café, chá, mate e especiarias foram de cerca de 900 mil USD em 2012, sendo Portugal o
principal destino com 81% do valor. Este volume é muito pouco expressivo comparando com os níveis históricos
A estrutura de produção é dominada por pequenas plantações, sendo muito diferente dos anos ‟70 em que os
grandes produtores representavam 70% do total da produção.
As principais províncias de produção de café Robusta são:
Kwanza Sul
Kwanza Norte
Uíge
O planalto central de Angola é também indicado como propício para a produção de café Arábica, devido à
altitude e por ser uma região plana, no entanto a sua produção é relativamente residual.
Muitas das antigas fazendas foram reprivatizadas, mas têm actividade desconhecida.
Legenda:
Zonas de produção de Robusta
Zonas de produção de Arábica
As soluções dos produtores para o sector
Decorrente de entrevistas realizadas a alguns dos principais intervenientes do sector, as principais soluções
identificadas são:
Criação de laboratórios de análises de solos, de análise de qualidade do café e de cultura de tecidos;
Introdução de tecnologias avançadas na reprodução das melhores plantas (reprodução vegetativa - por estaca);
Certificação do café de Angola e variedades existentes;
Facilitação de financiamento à produção;
Facilitação na concessão de vistos de estrangeiros.
Número de respostas 4 4
3 3
2 2 2 2 2 2
3
Sumário executivo (2/5)
2. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 7
-8,6
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,5 1,3 1,3 1,4 1,4 1,4 1,4
5,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20
CAFÉ
Características dos principais modelos de desenvolvimento do sector do café
Fluxo de caixa para o accionista – grandes produtores
Unid: milhões de USD
Estudos de pré-viabilidade
• Existência de muitas pequenas explorações
• Dimensão média das explorações de cerca
de 1 a 2 ha
• As explorações têm um cariz muito familiar,
são os membros da família que trabalham na
exploração
• Associação de produtores em cooperativas
• Técnicas de produção rudimentares
• Produtividade reduzida
• Existência de várias grandes explorações
âncora
• Elevado nível de mecanização na produção
• Concentração da propriedade das produções
• Utilização predominante de trabalho
assalariado
• A dimensão das explorações é muitas vezes
superior a 1.000 ha
• Os mesmos grupos têm muitas vezes várias
explorações espalhadas por uma região
Modelo de
base
fragmentada
Fluxo de caixa para os accionistas – pequenos produtores + cooperativa
Unid: milhões de USD
Modelo de
base
concentrada
Da elaboração de um plano de negócios de uma unidade agrícola de produção
de café com 1.000 ha com financiamento a 50% por capitais próprios, resulta
um montante de investimento pelo accionista de cerca de USD 8,6 M e uma
rentabilidade esperada de 8,5% com um payback a 13 anos.
Da elaboração de um plano de negócios de 1.000 pequenos produtores de
café com 1 ha cada um, associados em cooperativa, com financiamento a 50%
por capitais próprios, resulta um montante de investimento pelos accionistas
de cerca de USD 8,2 M e uma rentabilidade esperada de 4,6% com um
payback a 16 anos.
-8,2
0,0 0,0 0,0 0,0 0,6 0,6 0,6 0,5 0,6 0,6 0,6 0,6
3,7
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Sumário executivo (3/5)
2. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 8
Tendo em conta as características do tecido produtivo, da economia Angolana actualmente e as principais necessidades dos agricultores de café, desenhou-se um
plano de acção no sector que envolve as seguintes medidas:
CAFÉ
Descrição das medidas
Desenvolvimento e disponibilização de estudos de
mercado e estudos estatísticos sobre café para
suporte ao investidor
Criação de estrutura estatística dependente do INE ou Ministério da Agricultura/INCA responsável pela
recolha, compilação e distribuição pública dos dados.
Criação de boletim estatístico com actualização periódica.
Desenvolvimento de técnicas de produção de café (parceria com INCA e faculdades)
Produção de regulamentação para declaração de dados estatísticos periódicos
1
Aproximação a traders internacionais de café e
torrefactores de referência, promovendo junto destes
a qualidade e potencialidades do produto Angolano
Roadshow junto dos principais intermediários internacionais promovendo atributos e medidas a ser
tomadas para aumento da produção de café em Angola.
Definição de um plano de marketing de promoção do café Angolano a nível internacional.
2
Desenvolvimento de centro de competência em café
para estudo laboratorial das condições de cultivo,
apoio ao produtor e disseminação de saber.
Contratação de técnicos estrangeiros altamente
qualificados
Criação de laboratórios de análises com técnicos qualificados, eventualmente em parceria com
empresas privadas internacionais.
Desburocratização de processos de importação de reagentes necessários à actividade dos
laboratórios.
Criação de cursos técnicos e pós-graduações de engenharia agrónoma com especialização em
cafeicultura em Angola.
3
Fomento das associações e cooperativas de
produtores como forma de dinamizar a produção de
pequenos produtores
Criação de uma associação nacional de cooperativas de produtores de café que congregue as
cooperativas todas do país e que sirva de fórum de discussão de políticas para o sector.
Atribuição de benefícios a cooperativas e aos seus associados, como por exemplo, equipamentos,
apoio técnico gratuito, acesso a matérias de consumo a preços privilegiados, disponibilização de
mudas de café de maior qualidade.
4
Angariação de investidores (nacionais ou
estrangeiros) para projectos em Angola, funcionando
como motores do desenvolvimento do sector
Criação de apresentação promocional para eventuais investidores com os seguintes temas: i)
apresentação de Angola; ii) indicadores económicos e crescimento; iii) medidas governamentais
recentes e impactos futuros; iv) sector agrícola de Angola; v) o sector do café; vi) business case de
produção de café.
Roadshow a principais players internacionias, convidando-os a comprar em Angola.
5
# Medidas propostas
Sumário executivo (4/5)
2. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 9
CAFÉ
Medidas propostas Descrição das medidas
Desenvolvimento de infra-estruturas (estradas de
acesso, portos, rede eléctrica, redes de
abastecimento de água, entre outros)
Apoio às iniciativas de desenvolvimento de infra-estruturas nas zonas rurais e de maior potencial de
crescimento. Controlo de desempenho de medidas de desenvolvimento de infra-estruturas básicas.
Revitalização das estradas que ligam as regiões produtoras como o Kwanza Norte e Uíge ao porto de
Luanda e as regiões produtoras do Kwanza Sul aos portos do Sumbe e Porto Amboim. Preparação destes
portos para a recepção de navios cargueiros de grande porte.
11
Programas de apoio aos produtores na redução da
volatilidade dos seus rendimentos
Disponibilização de seguros contra perdas por fenómenos naturais e extraordinários.
Subsidiação das perdas dos agricultores em caso de destruição das plantações por más condições
climatéricas ou por doença.
Apoio na aquisição de plantas para renovação de plantações destruídas em catástrofes naturais.
7
Disponibilização de terrenos a preços competitivos
(não especulativos) e com condições propícias ao
cultivo do café
Possibilidade de liberalização de transacções de terrenos agrícolas. Esta liberalização, eliminaria
especuladores e introduziria um desincentivo à não concretização dos projectos que seria o custo de
aquisição das fazendas.
Medição de produção e monitorização dos projectos de produção de café apresentados e introdução de
medidas de penalização a projectos não concretizados. Necessário actuar em parceria com Ministério da
Agricultura.
9
Programas de apoio ao investimento com subsidiação
do custo das plantas em projectos certificados
Criação de mecanismo de subsidiação ou financiamento bonificado do Estado para aquisição de plantas
com capacidade produtiva comprovada.
Certificação de variedades e produtores de plantas de qualidade.
Criação de estruturas técnicas de apoio à produção dos agricultores com técnicos especializados.
Atribuição de prémios anuais a produções com maior qualidade.
8
Incentivos fiscais e financeiros à actividade produtiva
de café
Redução ou isenção de impostos e taxas de exportação para projectos agrícolas no sector do café nos
primeiros anos de actividade.
Fixação de mecanismo de preço de referência que permita aos produtores garantir uma rentabilidade mínima.
Facilitação do acesso ao crédito pela via da criação de linhas de crédito bonificadas com taxas de juro mais
reduzidas.
10
#
Certificação de projectos e fiscalização da produção
de café em Angola, tendo em vista a qualificação da
oferta e como condição para obtenção de incentivos
públicos
Criação de estrutura de certificação de produtores com maior qualidade por variedade e método de cultivo
(ex. orgânico ou químico).
Atribuição de benefícios e incentivos à produção de projectos certificados (ex. subsídios e financiamentos
em condições melhores que as de mercado).
Monitorização com regularidade do cumprimento de requisitos para certificação e atribuição de prémios
anuais que distingam a qualidade.
6
Sumário executivo (5/5)
2. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 10
Índice
1. Enquadramento de trabalhos
2. Sumário executivo
3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector do café
1. Enquadramento competitivo macro
2. Diagnóstico do sector em Angola
3. Modelo de desenvolvimento do sector do café
4. Estudo de pré-viabilidade
5. Medidas de acção do IFE
A
B
C
D
E
1.
2.
3.
IFE | Estudo Sectorial – Café 11
Estudo sectorial dos cafés
Notas introdutórias
I Angola foi nos anos „70 o 3º maior produtor mundial de café, sendo o principal produto de
exportação, superior em valor de exportação às de petróleo e de diamantes. Angola tinha
uma quota de mercado de exportação mundial de café de 7,4% em 1969.
II A principal variedade de café produzida em Angola em mais de 2.000 fazendas que existiam
na década de ‟70 era Robusta.
III Assumindo a produção de 1968, Angola seria hoje o 4º maior produtor mundial de Robusta e
no total, o 9º maior produtor de café do mundo.
Produção histórica de café em Angola
-
50
100
150
200
250
'61 '64 '67 '70 '73 '76 '79 '82 '85 '88 '91 '94 '97
Mil ton.
Actualmente, a produção de café em Angola é residual, sendo a sua reactivação, uma
oportunidade para fomentar exportações e indústrias e serviços associados. IV
O Brasil é desde o século XIX o principal produtor mundial de café. Em termos de consumo
destacam-se as regiões da América do Norte, UE-27, Rússia e Brasil. V
Na cadeia de valor, o café é submetido a várias transformações que em cada fase resultam
em produtos com valor acrescentado face à fase anterior. VI
96%
4%
Robusta Arábica
Peso das variedades produzidas em Angola
em 1969
VII Não existe correlação significativa entre os preços de café e de petróleo, havendo
potencialmente ganhos de diversificação de risco na balança comercial pelo aumento da
produção e exportação de café.
VIII Os ciclos de produção de café duram geralmente entre 8 a 9 meses, sendo que nas primeiras
plantações, a produção em cruzeiro ocorre usualmente no 7º ano.
IX Existem diferentes graus de concentração e de poder de mercado ao longo da cadeia de
valor, sendo os pequenos produtores, devido à sua elevada fragmentação, geralmente uma
das partes mais frágeis.
O café Robusta foi e
continua a ser a
variedade de café com
maior peso na produção
em Angola.
Em determinadas
regiões, com condições
climatéricas adequadas
e altitudes superiores,
era cultivado o café
Arábica.
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 12
Existem duas variedades principais de café, havendo países mais especializados
numa variedade, sendo mais Arábica na América Latina e mais Robusta em África
• Período flor a fruto: 9 meses
• Cultivado a altitudes acima de
800m
• Aroma mais apreciado e
considerado de qualidade
superior
• Preços mais elevados
• Menor teor de cafeína
• Maioritariamente produzido na
América Latina (84%)
• Produção mundial (2011/2012):
4.899 mil toneladas
Arábica Robusta
• Período flor a fruto: 10-11 meses
• Cultivado a menores altitudes
• Aroma mais amargo do que o
café Arábica
• Usado comummente em cafés
instantâneos
• Preços mais baixos
• Maior teor de cafeína
• Maioritariamente produzido na
Ásia (61%)
• Produção mundial (2011/2012):
3.354 mil toneladas
Legenda
Robusta
Arábica
Misto
44%
11%7%5%
5%
5%5%
2%
2%
2%
12%
Brasil Colômbia EtiópiaMéxico Peru GuatemalaHonduras Nicarágua Costa RicaÍndia Outros
Distribuição da produção mundial de café
35%
24%
15%
6%
5%4%
2%
2% 1%
1%
5%
Vietname Brasil IndonésiaÍndia Uganda Costa MarfimMalásia Tailândia CamarõesMadagascar Outros
84%
10%
6%
0%
América Latina África Ásia Outros
61%
25%
14%
Ásia América Latina África
9
12
14
18
7 1
4
x # de países produtores
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 13
O Brasil destaca-se como o principal produtor de café do mundo consecutivamente
há mais de cem anos
Perfil de produção por país
%
Fonte: FAOStat; Countrystat; USDA
Top 10 produtores mundiais
Produção média 2006-2010; Mil Toneladas
TCMA 2006-2010; %
Rank 1
Produção 2.593
TCMA 3,1%
Rank 2
Produção 1.108
TCMA 4,8%
Rank 4
Produção 695
TCMA 1,9%
Rank 3
Produção 722
TCMA -6,6%
Rank 10
Produção 234
TCMA 3,6%
Rank 6
Produção 279
TCMA 4,7%
Rank 8
Produção 260
TCMA 1,0%
Rank 7
Produção 269
TCMA -0,6%
Rank 9
Produção 250
TCMA 3,9%
México
Guatemala
Honduras
Colômbia
Brasil
Peru
Etiópia
Índia
Índonésia
Vietname
>1 MT
[0,3MT:0,7MT]
<0,3MT
LEGENDA:
Rank 5
Produção 279
TCMA 3,2%
34%
14%9%
9%
4%
4%
4%
3%
3%
3% 13%
Brasil
Vietname
Colômbia
Indonésia
Índia
Etiópia
México
Peru
Guatemala
Honduras
Outros
Segmentação de Produção / Região (média)
%
Os 5 maiores produtores representam 70%
da produção mundial. Os 10 maiores
representam 87%.
Robusta Arábica
26%
97% 86%
68%
5%
100% 100% 100% 100%
95%
32% 14%
100%
74%
3%
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 14
A produção de café tem crescido nos últimos anos a um ritmo superior ao
verificado até finais dos anos 90, sendo expectável a manutenção dessa tendência
• A produção mundial de café cresceu a uma
taxa média anual de 1,3% de 1961 até
2013E.
• A maioria da produção é da variedade
Arábica, representando em 2013E, 59,5%
do total da produção mundial.
• O Brasil destaca-se por historicamente ter
sido recorrentemente o maior produtor de
café do mundo.
• Angola nas décadas de „60 e „70 alternava
entre o 3º e o 4º lugar no ranking de maiores
produtores mundiais de café.
• Assumindo o peso de café robusta de 1979
na produção mundial, em 1971, Angola teria
tido uma quota de mercado mundial de café
robusta de cerca de 21,3%
• A produção de café tem crescido nos últimos
anos a um ritmo significativamente superior
ao verificado até finais dos anos ‟90.
• Existem mais de 100 milhões de pessoas
que trabalham na produção e
processamento de café no mundo.
Fontes: FAO Stat; USDA; Tropical Commodity Coalition
-
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
Arabica Robusta Outros Indefinido
5.3 M ton
59,5%
3,6 M ton
40,4%
Países 1961
Brasil 49,2%
Colômbia 9,9%
Costa Marf. 4,1%
Angola 3,7%
Etiópia 2,8%
Países 1971
Brasil 32,3%
Colômbia 9,8%
Angola 5,0%
México 4,8%
Uganda 3,6%
5 m
aio
res
pro
duto
res
Países 2000
Brasil 27,8%
Vietname 11,7%
Colômbia 9,3%
Indonésia 8,1%
Costa Marf. 5,5%
Produção mundial de café Unid: milhares de toneladas; %
Países 2010
Brasil 37,7%
Vietname 14,3%
Indonésia 8,9%
Colômbia 6,7%
Índia 3,8%
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 15
Evolução de preços (sacos de 60kg) Unid: USD/saco
Fonte: Bloomberg
Estimativas Dados históricos
O café Arábica tem tendencialmente
preços superiores ao café Robusta.
O preço do café Arábica tem, no entanto,
uma maior variabilidade, tendo por isso a
produção de café Arábica um risco
acrescido.
O preço de café Arábica teve uma queda
significativa desde Abril de 2011.
A queda de preços foi motivada por
factores como uma menor procura devido
aos preços elevados e à quebra da
actividade económica mundial, assim
como a depreciação do real face ao dólar.
As estimativas de preços dadas por
analistas de investimentos e por contratos
forward transaccionados revelam uma
tendência de crescimento futura.
-
50
100
150
200
250
300
350
400
Arábica Robusta Futuros
É expectável um crescimento do preço do café nos próximos anos em paralelo ao
aumento da produção, com uma subida esperada de cerca de 15% nos próximos 2 anos
Principais factores que influenciam os
preços de café
Preços
Procura e
oferta
Meteorologia
Tipo de café
Factores políticos
e económicos Câmbios
Regulação
O café é a 2ª commodity
mais transaccionada no
mundo a seguir ao petróleo
!
Curva de
transacções
forward
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 16
Os tipos e qualidades dos grãos de café resultam em diferenças significativas de
preços
106
198
251
357
Cafés premium,
orgânicos e
certificados
Arábica lavado
Arábica seco
Robusta e arábica
de baixa
qualidade
198
278
357
423
152
238
304
390
+57%
+28%
+28%
+157%
Diferenciais de preços médios por tipo de café Unid: USD/saco
# Média do intervalo
Existem, em média, diferenças
significativas de preços no café com
base em:
i. Variedade da espécie de café -
Arábica ou Robusta
ii. Localização geográfica de origem -
Brasileiro, Vietnamita, Etíope, etc.
iii. Métodos de cultivo e de
processamento preliminar - seco ou
lavado, orgânico, certificado, etc.
O diferencial dos preços médios de café
entre os cafés robusta/arábica de baixa
qualidade e os cafés premium é de cerca
de 157%. Existe por isso uma
valorização significativa dos preços pela
qualidade dos grãos de café.
Fonte: DE Master Blenders
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 17
A evolução histórica de preços de café e petróleo indicam que poderão existir ganhos
de diversificação com o aumento da produção e exportação de café em Angola
Fonte: indexmundi
-30,00%
-20,00%
-10,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
Dez-8
2
Set-
83
Jun-8
4
Ma
r-8
5
Dez-8
5
Set-
86
Jun-8
7
Ma
r-8
8
Dez-8
8
Set-
89
Jun-9
0
Ma
r-9
1
Dez-9
1
Set-
92
Jun-9
3
Ma
r-9
4
Dez-9
4
Set-
95
Jun-9
6
Ma
r-9
7
Dez-9
7
Set-
98
Jun-9
9
Ma
r-0
0
Dez-0
0
Set-
01
Jun-0
2
Ma
r-0
3
Dez-0
3
Set-
04
Jun-0
5
Ma
r-0
6
Dez-0
6
Set-
07
Jun-0
8
Ma
r-0
9
Dez-0
9
Set-
10
Jun-1
1
Ma
r-1
2
Crude Oil Café Robusta
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
Nov-8
2
Set-
83
Jul-8
4
Ma
i-85
Ma
r-8
6
Jan-8
7
Nov-8
7
Set-
88
Jul-8
9
Ma
i-90
Ma
r-9
1
Jan-9
2
Nov-9
2
Set-
93
Jul-9
4
Ma
i-95
Ma
r-9
6
Jan-9
7
Nov-9
7
Set-
98
Jul-9
9
Ma
i-00
Ma
r-0
1
Jan-0
2
Nov-0
2
Set-
03
Jul-0
4
Ma
i-05
Ma
r-0
6
Jan-0
7
Nov-0
7
Set-
08
Jul-0
9
Ma
i-10
Ma
r-1
1
Jan-1
2
Nov-1
2Crude Oil Café Robusta
Evolução mensal de preços de petróleo vs. café robusta nos últimos 30 anos Unid: (% de crescimento)
Índice de evolução de preços de petróleo vs. café robusta nos últimos 30 anos Unid: (Índice: base=100 em Nov-1982)
0,075
Coeficiente de
correlação
0,0005
Covariância
Os preços de café e de petróleo não são
significativamente correlacionados nem variam
de forma semelhante. Geram-se assim
potencialmente ganhos de diversificação de
risco através do aumento da produção e
exportação de café.
Nos últimos trinta anos os preços de café
mantiveram-se relativamente estáveis, com
uma redução face aos preços que eram
praticados nos anos „80.
O petróleo, por outro lado, teve uma evolução
de preços relativamente estável até meados da
década de 2000, tendo-se verificado um
aumento geral de preços para o nível actual
(cerca de 3,5x os preços de 1982).
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 18
61%27%
12%
América Latina Ásia África
África detém uma quota de 12% da produção mundial de café e apenas um dos seus
países figura no top-10 mundial, a Etiópia
>100 mT
[100mT:10mT]
<10 mT
LEGENDA: Produtores africanos
Actualmente, os maiores produtores
africanos de café são a Etiópia, Uganda e
Costa do Marfim.
Angola é o 17º produtor em 21 países, com
uma produção anual actualmente marginal.
!
Produção mundial
Fonte: USDA
Unid: mil ton.
Etiópia
Rank 1
Produção 347
% Robusta 0%
Uganda
Rank 2
Produção 194
% Robusta 80%
Costa Marfim
Rank 3
Produção 113
% Robusta 100% Tanzânia
Rank 4
Produção 54
% Robusta 39%
Quénia
Rank 5
Produção 45
% Robusta 0%
Camarões
Rank 6
Produção 42
% Robusta 87%
Madagáscar
Rank 7
Produção 32
% Robusta 95%
Togo
Rank 8
Produção 26
% Robusta 100%
Guiné
Rank 9
Produção 22
% Robusta 100%
RD Congo
Rank 10
Produção 17
% Robusta 64%
Ruanda
Rank 11
Produção 16
% Robusta 0%
Zâmbia
Rank 16
Produção 2
% Robusta 0%
Burundi
Rank 12
Produção 14
% Robusta 0%
Serra Leoa
Rank 13
Produção 4
% Robusta 100%
Gana
Rank 14
Produção 3
% Robusta 100%
Nigéria
Rank 15
Produção 2
% Robusta 100%
Angola
Rank 17
Produção 2
% Robusta 100%
África Central
Rank 18
Produção 2
% Robusta 100%
Malaw i
Rank 19
Produção 2
% Robusta 0%
Zimbabw e
Rank 20
Produção 1
% Robusta 0%
Libéria
Rank 21
Produção 1
% Robusta 100%
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 19
Fonte: Countrystat; USDA
Segmentação de Consumo/ Região (média)
%
Top 10 consumidores mundiais
Produção média 2007-2011; Mil Toneladas
TCMA 2007-2011; %
>1 MT
[0,3MT:0,7MT]
<0,3MT
LEGENDA:
Etiópia
Rússia UE - 27
Brasil
Rank 1
Consumo 2.636
TCMA 1,1%
Rank 2
Consumo 1.358
TCMA 0,4%
Rank 3
Consumo 1.123
TCMA 3,6%
Rank 4
Consumo 411
TCMA -0,1%
Rank 10
Consumo 118
TCMA 6,5%
Suíça
Canadá
Rank 6
Consumo 186
TCMA 4,2%
Japão
Filipinas
Rank 8
Consumo 125
TCMA 13%Rank 9
Consumo 119
TCMA -1,9%
Argélia
Rank 5
Consumo 238
TCMA 2,2%
Rank 7
Consumo 160
TCMA 6,0%
31%
16%
13%5%
3%2%
2%2%1%
1%
24%
UE-27
EUA
Brasil
Japão
Rússia
Canadá
Etiópia
Filipinas
Argélia
Suíça
Outros
Os 5 maiores consumidores representam
68% do consumo mundial. Os 10 maiores
representam 76%.
O consumo de café está concentrado nos países mais desenvolvidos pelo seu poder
de compra, existindo também alguns padrões culturais que influenciam o seu
consumo
Consumo por país
Número de copos de café/dia/consumidor
8,3
7,0
6,2
5,2 5,04,5
4,1 4,0 3,9 3,8 3,63,3 3,3 3,1
2,8 2,7 2,6 2,5 2,5
FI NO SE DK BE NL DE GB FR BR IT GR AU PL HU CZ RU ES PT
Consumo mundial
estimado para 2013
8,5 milhões de
toneladas
Fonte: DE Masterblends Europa Central e do Norte
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 20
Fonte: USDA, Macquarie; DE Masterblends
Consumo mundial de café
Milhares de toneladas
Nos últimos anos o crescimento do consumo da variedade Robusta tem sido mais
significativo que da variedade Arábica
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013F
Arábica Robusta Indefinido
Evolução do consumo
• A variedade de café mais consumido tem sido o
café Arábica, tendo no entanto perdido relevância
face ao café Robusta.
• O café Arábica cresceu 1,1% entre 2006 e 2013F
enquanto o consumo de café Robusta cresceu a
uma taxa de crescimento média anual de 3,7%
no mesmo período.
• O crescimento dos Robustas é sustentado por ser
uma opção mais barata para a constituição de
misturas de café, sendo atractivos para mercados
emergentes e segmentos de população de
rendimentos mais baixos nos mercados
tradicionais. A crise económica mundial tem
também tido um papel no aumento da relevância
dos cafés Robusta.
• O tipo de café que tem tido maior crescimento de
consumo é o café premium e com crescimentos
de dois dígitos entre 2005 e 2010. Este é também
o tipo de café mais caro vendido ao consumidor
final.
TCMA: 2,3%
Evolução de consumo por categoria de café
Preços por
tipo de café€/kg
% de
mercado
% cresc. ('05-
'10)
Premium 6,7 11% +22%
Normal 5,2 83% +1%
Económico 4,4 6% -33%
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 21
Desde as primeiras plantações até à produção em cruzeiro, dependendo das
localizações, poderão demorar cerca de 7 anos
3 a 4 anos para obter os
primeiros frutos
3 a 4 anos entre os primeiros
frutos e a produção em
cruzeiro Produção em cruzeiro
3 a 4 anos 7 anos
Timeline de arranque de uma produção de café
As primeiras colheitas
são de menor qualidade
e menos produtivas,
sendo que demora cerca
de 7 anos até à
produção em cruzeiro.
Ciclos de cerca de 8 a 9
meses entre a floração e
a colheita dos frutos das
árvores.
Floração
Ciclo de plantação de café em actividade cruzeiro
Primeiros frutos Colheita
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 22
Café cereja
Secagem Lavagem
Grãos secos Grãos lavados
Café comercial
Transporte
internacional
Intermediário
Torrefação e
moagem
Café torrado Café
instantâneo
Horeca Distribuição
alimentar Indústria
Pro
du
ção
Ag
ríco
la
Inte
rmed
iári
os
T
orr
efa
ção
D
istr
ibu
ição
Fonte: “The coffee value chain” (Fitter and Kaplinsky, 2001).
Ao longo da cadeia de valor, o café é submetido a múltiplas transformações que
adicionam valor ao produto, sendo no final da cadeia que maior valor é gerado
• A produção de café cereja é realizada nas
fazendas agrícolas que, por sua vez, as submetem
a processos de lavagem ou secagem e
posteriormente de descasque, que resultam em
grãos verdes de café comercial que são ensacados
e comercializados a nível mundial.
• Nesta fase poderão existir grandes fazendas que
têm plantações e capacidade de transformação das
bagas em grãos verdes, ou alternativamente
pequenos produtores que recorrem a cooperativas
com capacidade de transformação das bagas.
• Geralmente, é na fase de grãos verdes (café
comercial) que o café é exportado dos países
produtores para os países consumidores, sendo
nesta fase de soft commodity que o café é mais
transaccionado.
• Posteriormente, o café é submetido ao processo de
exportação que poderá incluir um intermediário,
responsável por fazer chegar o café aos destinos
de torrefação e moagem.
• Devido ao prazo de validade relativamente curto e
à necessidade de ajustamento a preferências
locais, a torrefação do café em grão ocorre
geralmente no país consumidor. Por outro lado, o
café instantâneo, tendo um maior prazo de
validade, poderá ser produzido e embalado no país
produtor.
• Após a transformação e embalamento do café
instantâneo e dos grãos de café torrado, estes são
distribuídos em redes de distribuição alimentar, no
canal Horeca e em lojas especializadas.
Especialidades
Descasque
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 23
Existem alguns grandes produtores agrícolas mundiais especializados na
produção de soft commodities, como por exemplo os apresentados abaixo
Exemplos de grandes produtores agrícolas de “soft commodities”
• Um dos principais produtores de agro-pecuária, de alimentos e de energias renováveis na América do Sul. Tem actividade na
Argentina, Brasil e Uruguai. A Adecoagro foi criada no ano 2002 e assenta a sua produção em modelos de sustentabilidade
que a permitiram crescer, trabalhando em terras próprias e diversificando o risco através de produção de vários produtos
agrícolas.
• Produz cereais, oleaginosas, produtos lácteos, açúcar, etanol, café e algodão numa área total 283 mil hectares.
• Na sua actividade agrícola tem obtido margens brutas entre 40% e 60% e margens EBITDA entre 20% e 30% para receitas
da ordem dos $ 230 milhões.
• Empresa fundada em 1977, é uma produtora de commodities agrícolas focada na produção de algodão, soja e milho. Foi a
primeira empresa da área cotada na bolsa.
• Tem 14 unidades de produção e 280 mil hectares plantados repartindo-se em 150,9 mil de soja, 76,3 mil de algodão, 47,6 mil
de milho e 5,6 mil de outras culturas como café, trigo, milho semente e cana.
• Margem bruta de cerca de 30%-35% e margem EBITDA entre 17% e 25% para receitas de $ 745 milhões.
Custos de produçãoCultura
tradicional
Cultura
comercial
Sombra
<1200
Sombra
>1200Sol >1200
Unid: USD
Custos variáveis
Trabalho - Colheita ($/Quintal) 15 15 15 15 15
Custos fixos (por ha)
Pessoal 287 314 387 407 426
Inputs e materiais 266 286 388 408 466
Reparação e manutenção 21 32 33 33 56
Comercial e suporte 54 60 82 86 96
Investimento de plantaçãoCultura
tradicional
Cultura
comercial
Sombra
<1200
Sombra
>1200Sol >1200
Unid: USD/ha
Plantação de árvores ($1/arv) - 28 104 124 160
Manutenção de árvores ($0,8/arv) - 22 83 99 128
Poda ($0,5/arv) - 14 52 62 80
Certificação 140 47 20 10 10
Treino de trabalhadores 18 6 26 1 1
Fonte: Universidade do Kansas (1999) - relativo a produção de café em El Salvador
Valores indicativos de investimento e custos de produção de café
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 24
Existe uma grande concentração de intermediários de café em que apenas três
players movimentam volumes significativos da produção mundial
Principais intermediários no
mundo Descrição de actividade
Volume de
negócios Margem Bruta EBIT RL
Grupo de 46 empresas presentes
em 28 países e uma quota de
mercado de 10% da procura mundial
de café. Tem também produções de
café (7.444 hectares) em 3
fazendas.
Empresa participada da ED&F
(trader de commodities histórica)
com operações na América do
Norte, Europa, Japão, Austrália.
Tem uma rede de armazéns,
centrais de compras, processamento
e preparação de café,
Trader de café, cacau, algodão e
açúcar. Um dos três maiores
intermediários no mundo de café e
no top-5 de cacau e algodão.
Fonte: One Source
4.801
2.524
n.d.
n.d.
n.d.
10,9%
n.d.
2,3%
n.d.
n.d.
0,8%
n.d.
Unid: Milhões de USD
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 25
Vários grupos alimentares dominam o negócio da torrefacção e comercialização
de café no mundo com destaque para a Nestlé e Kraft Foods
Principais torrefatores no mundo Descrição de actividade Margem Bruta EBIT RL
n.d.
n.d.
36%
n.d.
57%
59%
n.d.
56%
35%
n.d.
n.d.
n.d.
12%
n.d.
5%
3%
24%
15%
7%
n.d.
n.d.
n.d.
10%
n.d.
2%
0%
n.d.
8%
n.d.
n.d.
Fonte: One Source
• Grupo de empresas do sector
alimentar. É o maior torrefactor de
café do mundo.
• Grupo de empresas do sector
alimentar. É o segundo maior
torrefactor de café do mundo.
• Empresa especializada em café do
Grupo Sara Lee.
• Empresa de retalho alimentar com
actividade de torrefacção de café.
• Empresa especializada na
torrefacção e distribuição de café.
• Empresa especializada na
torrefacção e distribuição de café.
• Empresa de retalho alimentar
americana com actividade de
torrefacção de café.
• Empresa com uma rede de cafés a
nível mundial e com actividade de
torrefacção.
• Grupo de empresas do sector
alimentar com actividade de
torrefacção.
• Empresa alemã com uma rede de
mais de 1.000 cafés sobretudo na
Europa Central.
Fonte: One Source; R&C das empresas. DE Master Blenders
Unid: Milhões de sacos; Milhões de USD
12 a
15
milh
ões d
e
saco
s
7
milh
ões
de s
aco
s
2 a
5 m
ilh
ões d
e s
aco
s
Vo
lum
es d
e t
orr
efa
cção
Média
11%
Média
5%
Média
48%
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 26
44 45 47 48 50
2627
2829
31
66
66
7
9094
97101
105
-
20
40
60
80
100
2006R 2007R 2008R 2009R 2010R 2011E 2012E 2013E 2014E 2015E
Café Chá Outras Indefinido
66,9%
13,6%
6,6%
12,9%
Retalho moderno Retalho tradicional Horeca Outros
As lojas de retalho moderno (supermercados e hipermercados) dominam a
distribuição de café mundial com cerca de 67% do mercado
Valor do mercado mundial de bebidas quentes
Milhares de milhões de USD
75
78 81
84 87
TCMA: 3,9%
TCMA: 3,7%
Fonte: Datamonitor - “Global Hot Drinks”, MarketLine Industry Profile, Fevereiro de 2012
Distribuição do mercado por canal de venda
Intervenientes na distribuição em Angola
Pastelarias Nilo
Kero
Horeca
Retalho tradicional
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 27
O ambiente competitivo é diverso ao longo da cadeia de valor, sendo os
pequenos produtores frágeis face às forças dos mercados internacionais
Pro
du
tore
s
ag
ríco
las
Inte
rmed
iári
os
T
orr
efa
cto
res
D
istr
ibu
ido
res
Ambiente competitivo Poder de
mercado
Margem bruta
média
Fonte: Datamonitor - “Global Hot Drinks”, MarketLine Industry Profile, Fevereiro de 2012
A produção mundial de café apresenta-se fragmentada por cerca de 25 milhões de produtores, a grande
maioria dos quais de micro, pequena ou média dimensão. Assim, apresentam-se estes como sujeitos às
oscilações de preços internacionais e à concentração verificada em termos dos seus clientes
(intermediários).
Moderado
Os supermercados e hipermercados representam cerca de 67% das vendas ao público. Desta forma,
têm um poder significativo sobre torrefactores. No canal Horeca, a marca e programas de fidelização
dos torrefactores apresentam-se como factores de retenção de cliente, minimizando o poder negocial
deste canal.
O mercado de torrefactores de café é fragmentado em termos globais, verificando-se a proeminência de
players de relevo em termos nacionais em paralelo a alguns players globais. Marca, dimensão (na
torrefacção) e valia da presença nos canais de distribuição (nomeadamente Horeca) constituem-se
como factores de diferenciação e barreiras à entrada de players.
Moderado
O número de intermediários, nomeadamente internacionais, é relativamente pequeno, desempenhando
estes um papel fundamental na ligação de produção e consumo. Três empresas destacam-se (Neumann
Kaffe Gruppe, Volcafe e Ecom Agroindustrial). Elevado
Moderado
Elevado
~10%
35% - 60%
30%-60%
n.d.
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 28
O aumento do rendimento disponível nas economias emergentes e uma crescente
sofisticação do consumo nos países tradicionalmente consumidores sustentam
perspectivas positivas para o crescimento da procura mundial
• Desenvolvimento de nichos de mercado assentes em cafés de alta qualidade
• Cultura dos blends, à semelhança do ocorrido com as castas vitivinícolas
• Diferenciação pela embalagem, pela comunicação e pela facilidade de utilização / aplicação
• Concorrência crescente de outras bebidas (chás, águas com sabor, bebidas energéticas,…)
• Crescentes aplicações dos cafés em outras bebidas e produtos alimentares
• Para produto standard, concorrência crescente no factor preço e maior utilização da variedade robusta
Me
rca
do
s t
rad
icio
na
is
(Eu
rop
a, E
UA
,…)
• Aumento do rendimento disponível para um número muito significativo da população, com consequente aumento do
consumo per capita de café
• Crescimento populacional
• Introdução / crescente aplicação do café nas dietas alimentares
• Maior utilização da variedade robusta (mais acessível)
Me
rca
do
s e
me
rge
nte
s
(Ch
ina
, In
dia
, R
ússia
., …
)
+
+
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 29
l
O crescimento da produção de café poderá contribuir para indústrias e serviços
paralelos ou complementares de valor acrescentado
Fármacos
Máquinas
agrícolas e
industriais
Máquinas
de café
Produção de
café
Embalagens
Aromas
para
bebidas
Turismo
Porcelanas
Exemplos de indústrias e serviços em que a produção de café poderá ter impacto directo positivo
Embalagens de plástico e vidro para café
Bebidas refrigerantes com
aromas elementos derivados do
café. Ex. Coca Cola, Redbull
Produção de produtos
farmacêuticos com elementos
derivados do café. Ex. cafeína
Produção de máquinas de café Maquinaria relacionada com a
produção e transformação do
café.
Produção de chávenas para
utilização doméstica e no canal
Horeca.
Turismo relacionado com
antigas produções. Turismo
rural e histórico.
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 30
Índice
1. Enquadramento de trabalhos
2. Sumário executivo
3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector do café
1. Enquadramento competitivo macro
2. Diagnóstico do sector em Angola
3. Modelo de desenvolvimento do sector do café
4. Estudo de pré-viabilidade
5. Medidas de acção do IFE
A
B
C
D
E
1.
2.
3.
IFE | Estudo Sectorial – Café 31
O café é uma cultura já secular em Angola com algumas variedades de qualidade
reconhecida internacionalmente
Enquadramento histórico
• A história do café em Angola confunde-se com a história das regiões onde é produzido, tendo-se tornado uma cultura que atravessou várias gerações de famílias,
ao longo de mais de 150 anos.
• Marcos históricos: em 1835 o café era já cultivado na região do Cazengo (Kwanza Norte); em 1890 iniciou-se o seu cultivo no Amboím (Kwanza Sul); em 1905 a
produção estendeu-se a Cabinda e no ano 1912 começou a ser cultivado na região do Uíge, expandindo-se rapidamente para toda a região de floresta do norte de
Angola.
• Inicialmente, o café era produzido de forma rudimentar por pequenos agricultores que o cultivavam e trocavam directamente em entrepostos comerciais no litoral
por outros bens necessários ao seu dia-a-dia. Apenas no século XX a produção começou a ser realizada de forma ordenada e com foco na produtividade.
• No pré-independência, a cultura de café era a principal fonte de receitas de exportação de Angola, estendendo-se a área de cultivo por cerca de 650 mil hectares.
Nesta altura, a produção atingiu cerca de 220 mil toneladas repartidas entre 2.000 grandes fazendas e cerca de 60 mil pequenos agricultores.
Regiões e variedades
• As principais variedades de café em Angola são:
• Robusta Amboim – Kwanza Sul
• Robusta Ambriz – Uíge
• Robusta Cazengo – Kwanza Norte
• Robusta Cabinda – Cabinda
• Arábica – Bié, Huambo, Huíla e Benguela
• Destas destaca-se a variedade Robusta Amboim cultivado em altitude, num clima húmido,
aproximando-se organolepticamente ao Arábica, sendo a sua qualidade reconhecida
internacionalmente.
• 95% do café produzido em Angola cresce sob sombra sem recurso a adubos minerais de
forma significativa.
99,5
81,8
50,4
34,6
3,3 2,2 1,9 1,6 0,7 0,8
0,6
0,7
0,50,5
0,3
0,2
0,3
0,20,3
Uíge KwanzaS
KwanzaN
Bengo Bié Benguela Cabinda Huambo Malanje Zaire
Produção histórica (ton) Produtividade média (ton/ha)
Produção histórica e produtividade das províncias
(picos de produção pré-independência)
Fonte: INCA
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 32
Existe um potencial significativo de aumento de produção de café tanto pelo aumento
de produtividade como da expansão de áreas de produção
Principais municípios de produção
Uíge
Uíge
Kitexe
Songo
Negage
Bungo
Kimbele
Damba
Kwanza Sul
Amboím
Libolo
Kilenda
Conda
Seles
Sumbe
Mucaba
M. Zombo
Puri
Buengas
S. Pombo
Cangola
Ebo
Quibala
Mussende
Cassongue
Waku Kungo
Kwanza Norte
Ambaca
Banga
Bolongongo
Cazengo
Golungo Alto
Bengo
Kibaxe
Nambuangongo
Bula Atumba
Pango Aluquém
Kiculungo
Gonguembo
S. Cajú
Mapa de produção actual em Angola
Fonte: INCA
• As principais regiões de produção de café historicamente localizam-se nas
províncias do Uíge, Kwanza Sul, Kwanza Norte e Bengo, existindo ainda outras
seis províncias com produção, no entanto a níveis significativamente inferiores.
• Adicionalmente, existem algumas regiões com produção de Arábica
espalhadas sobretudo pelo planalto central, e vastas áreas com potencial de
exploração futura sobretudo no centro e norte do país.
Brigadas técnicas
Estações experimentais
Arábica
Robusta
Zonas com potencial de exploração Le
gen
da
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 33
O café angolano é produzido sobretudo em explorações familiares que se
concentram nas regiões do Uíge, Kwanza-Sul e Kwanza-Norte
Estrutura produtiva do café angolano
Fonte: INCA
Preços dos vários tipos de café
Produção de café em Angola
Unid.: „000 ton.
A produção de café em Angola concentra-se nas regiões do Uíge, Kwanza-Norte e
Kwanza-Sul, que representam cerca de 75% da área cultivada com café e 74% dos
produtores. A grande maioria das explorações - 98% - são explorações familiares.
O preço por kg de café mabuba é cerca de 46% do preço da mesma
quantidade de café comercial. O café Arábica apresenta preços 35% a
45% superiores ao café robusta.
Preço actual de vários tipos de café
Unid.: AKZ/kg
A produção de café em Angola tem
vindo a aumentar ao longo dos últimos
10 anos. De acordo com o INCA, a
produção em 2012 ultrapassou as 10
mil ton. A FAO estima uma produção
de 2 mil ton. Existem players no
sector que sugerem que a produção
real deverá rondar as 2-3 mil ton.
Apesar das diferenças de estimativas,
existe um potencial de crescimento da
exploração de café no país
significativo.
Explorações
agrícolas
familiares
Explorações
agrícolas
empresariais
Explorações
agrícolas
familiares
Explorações
agrícolas
empresariais
ProdutoresÁrea
(ha)
Uíge 6.697 150 11.384 3.000 6.837 14.384 58%
Kuanza-Sul 6.643 272 11.293 5.440 6.915 16.733 67%
Kuanza-Norte 4.567 - 6.064 - 4.567 6.064 24%
Bengo 2.018 50 3.945 1.000 2.068 4.945 20%
Cabinda 1.530 - 2.601 - 1.530 2.601 10%
Bié 773 - 1.314 - 773 1.314 5%
Benguela 730 - 1.190 - 730 1.190 5%
Huambo 699 - 1.188 - 699 1.188 5%
Malange 390 - 530 - 390 530 2%
Huíla 370 - 490 - 370 490 2%
Total 24.417 472 39.999 9.440 24.879 49.439 100%
Nº de Cafeicultores Área com café(ha) Total
Províncias %Total
Tipo de café Mabuba Comercial
Café robusta Amboim 60,00 130,00
Café robusta Ambriz 55,00 120,00
Café robusta Cazengo 55,00 120,00
Café Robusta Cabinda - -
Café Arábica 80,00 175,00
4.000 4.125 4.5725.241
5.8956.982 7.050
9.220
10.758
13.21011.950
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012*
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 34
Existem alguns organismos dependentes do Estado com funções associadas ao café
com recursos técnicos e financeiros limitados
Instituições públicas associadas ao café
Instituto Nacional do Café de Angola
• O Instituto Nacional do Café de Angola é o percursor do antigo Instituto do Café de Angola, e é um organismo dependente do Ministério da Agricultura,
Desenvolvimento Rural e Pescas. É um órgão de coordenação técnica e económicas com competências para:
• Execução das políticas relacionadas com o café;
• Acompanhamento e controlo da actividade cafeeria, palmar e cacau;
• Fomento cafeícola desde a produção até à comercialização e exportação;
• Investigação e experimentação.
O INCA tem representação em todas as províncias produtoras através de brigadas técnicas que acompanham os trabalhos dos produtores e através de três
estações experimentais (Ganda –Arábica; Uíge – Robusta Ambriz e Cazengo; e Gabela – Robusta Amboim) com actividade de investigação e produção de
plantas.
Cafangol
• Empresa pública com actividade de compra de café comercial em todo o país, armazenagem, rebenefício, torrefação, distribuição e exportação de café
nas suas várias formas
Procafé
• Tem como actividade a comercialização de pequenos equipamentos agrícolas e bens de primeira necessidade aos agricultores de café, bem como a
comercialização de café no mercado interno.
Fundo de Desenvolvimento do Café
• Tem como objectivo principal o financiamento de projectos de desenvolvimento das actividades de produção, preparação, transporte, armazenagem
investigação científica e comercialização interna e externa do café. As suas receitas eram derivadas essencialmente de uma taxa fixa à exportação de
café e das doações internacionais. Como actualmente o volume de exportação de café não é expressivo, o fundo está quase inoperacional. Para 2013,
existem indicações na imprensa de que o Estado pretende atribuir um montante acima de 5 milhões de USD ao fundo.
Fontes: INCA; MINADER
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 35
Principais países de exportação por valor (K USD) Principais países de exportação por peso (ton)
Em termos de exportação, nos últimos anos registou-se um aumento substancial
para Portugal, destacando-se também os pesos de Espanha e a Coreia do Norte
Fonte: Serviço Nacional de Alfândegas
# Valor 2008 2009 2010 2011 2012 Média
Unid: K USD
1 Portugal 791 228 340 665 730 551
2 Espanha 140 154 104 330 115 169
3 Coreia do Norte - - - - 42 8
4 Cabo Verde 31 - - - - 6
5 África do Sul - - 18 1 - 4
6 Outros 6 197 38 1 9 50
Total 968 579 500 997 897 788
Taxa cresc. n.a. -40% -14% 99% -10% n.a
# Peso Líquido 2008 2009 2010 2011 2012 Média
Unid: toneladas
1 Portugal 260 116 170 306 351 241
2 Espanha 52 69 57 137 49 73
3 Coreia do Norte - - - - 17 3
4 Cabo Verde 16 - - - - 3
5 África do Sul - - 9 0 - 2
6 Outros 82 94 18 1 1 39
Total 410 279 255 444 418 361
Taxa cresc. n.a. -32% -9% 74% -6% n.a
-
100
200
300
400
500
600
700
800
900
2008 2009 2010 2011 2012
Portugal Espanha Coreia do Norte
Cabo Verde África do Sul Outros
-
50
100
150
200
250
300
350
400
2008 2009 2010 2011 2012
Portugal Espanha Coreia do Norte
Cabo Verde África do Sul Outros
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 36
Principais exportadores por valor (K USD) Principais exportadores por peso (ton)
Fonte: Serviço Nacional de Alfândegas
Os 5 principais exportadores representam cerca de 93% do total de exportação,
sendo a Angonabeiro o principal player
-
100
200
300
400
500
600
700
2008 2009 2010 2011 2012
Angonabeiro Griangol Cafangol
Jorana F. C. A Outros
-
50
100
150
200
250
300
350
2008 2009 2010 2011 2012
Angonabeiro Griangol Cafangol
Jorana F. C. A Outros
# Valor 2008 2009 2010 2011 2012 Média
Unid: K USD
1 Angonabeiro 436 201 216 511 627 398
2 Griangol 140 - 135 277 115 134
3 Cafangol 147 118 91 38 116 102
4 Jorana 5 233 - - - 48
5 F. C. A 72 27 34 115 29 55
6 Outros 169 0 24 55 9 51
Total 968 579 500 997 897 788
Taxa cresc. n.a. -40% -14% 99% -10% n.a
# Peso Líquido 2008 2009 2010 2011 2012 Média
Unid: toneladas
1 Angonabeiro 105 99 102 222 299 166
2 Griangol 52 - 70 105 49 55
3 Cafangol 68 66 50 16 51 50
4 Jorana 81 111 - - - 38
5 F. C. A 31 2 17 67 18 27
6 Outros 73 0 15 34 1 25
Total 410 279 255 444 418 361
Taxa cresc. n.a. -32% -9% 74% -6% n.a
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 37
1. Fazenda de Luís Coca
Comuna de Dinge, Cocango, Cabinda
2. Associação dos Produtores e Comercializadores de Café no Uíge
Fazenda Boa Entrada 15 km a Sul da cidade do Uíge
3. Fazenda Kinfuma
Aldeia Kawenda, Negage, Uíge
4. Fazenda Kimacua
Comunas de Muau e Bingo, Ambaca, Kwanza Norte
5. Comuna Cage-Mazumbo
12 associações de camponeses com fazendas, Nambuangongo,
Bengo
6. Fazenda Kissama Lumbu
Ngombe Ya Maquiama, 15 km noroeste de Pango Aluquém, Bengo
7. Fazenda de Macongo Pascoal
Golungo Alto, Kwanza Norte
8. Fazenda Quilombo
Ndalatando, Kwanza Norte
9. Fazenda Cabuta
25km a Norte de Calulo, Libolo, Kwanza Sul
10. Fazenda Luati
Libolo, Kwanza Sul
11. Associação Cooperativa de produtores de Café de Amboim
Sede da cooperativa de Assango o maior produtor de Amboim
12. Fazenda Tcisolla II
Aldeia Kachaca, Chipipa, Huambo
13. C.A.D.A
Vila da Boa Entrada, Amboim
14. Fazenda Mamarrosa
M´banza-Kongo, Zaire
15. Fazenda Margarido
Quicabo, Bengo
16. Fazenda Chinguar
Bié
Existe pouca informação pública sobre as localizações das fazendas de café no país,
no entanto identificaram-se as seguintes
1
2
3
4
5
7
8
9
10
11
11
12
13
14
15
16
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
Legenda
Moxico
Kuando
Kubango Cunene
Huíla
Lunda
Sul
Uíge Zaire
Huambo
Bié
K. Sul
Luanda
Cabinda
K.
Norte
Fazendas novas ANGOLA
6
Fazendas antigas com actividade
conhecida
Fazendas antigas sem actividade
conhecida Principais áreas produtoras
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 38
Adicionalmente, foram identificadas algumas fazendas que foram reprivatizadas no
passado, sendo no entanto a sua actividade incipiente ou desconhecida
As fazendas
nacionalizadas e
reprivatizadas no
passado encontram-se
na maioria dos casos
inactivas ou com
actividade muito
reduzida.
De acordo com o Instituto
Nacional de Café, cerca
de 50% das fazendas de
médio e grande porte
licenciadas e adjudicadas
para produção de café
estão inoperantes.
Existem ainda vastas
áreas identificadas e
comprovadas como
potencialmente aptas
para produção de café.
# Fazenda Localização Província
1 Santarem Bengo
2 Santo André K.Sul
3 Rio Gi la
4 Montes Hermínios Bengo
5 Limiana K.Sul
6 Boa Esperança-N'Hime
7 Antoave Uíge
8 Belo Horizonte K.Sul
9 Benvinda Ii E I i i Bengo
10 Adela ide Bengo
11 Monte Alegre K.Sul
12 Boa Vis ta
13 Sofia K.Sul
14 Paulo Jorge Bengo
15 Vale Formoso
16 Pumbassa i Uíge
17 Tentativa K.Sul
18 Santo António Bengo
19 &Miguel
20 Sagr K.Norte
21 Bengueje
22 Cahama K.Sul
23 Azevo
24 Boa Viagem
25 Belo Horizonte Bengo
Reprivatizações I
FAZENDAS CAFEICOLAS: Produtos Agrícolas/Café
# Fazenda Localização Província
26 Maria Fernanda
27 Novo Horizonte K.Sul
28 Tumba Samba
29 Império Bengo
30 Lus íadas K.Norte
31 Lufua
32 Rio Luaty K.Sul
33 Cabuta
34 Rio Bungo
35 Kingumba K.Sul
36 Cambui la
37 S.José
38 Lussamba
39 Luisa Maria Uíge
40 Sande Bengo
41 Maria El i sabeth K.Sul
42 Monte Alegre Bengo
43 Loo
44 Kibuba K.Sul
45 Alcanede Bengo
46 Maria Gracinda
47 Quixico 1
48 Sassa Ca lombo
49 Quixico 2
50 Benção
Reprivatizações II
FAZENDAS CAFEICOLAS: Produtos Agrícolas/Café
# Fazenda Localização Província
50 Benção
51 Mazumbo
52 Bom Jardim K.Norte
53 Maria Beatriz
54 Lunza
55 Santa Joana
56 Gumba K.Sul
57 S.B.M. Flor Uíge
58 Kibaba E Va le Do Loma Bengo
59 Vera Cruz
60 Kibuba K.Sul
61 Kiulo Bengo
62 Mutembo
63 Matos Vaz K.Norte
64 Rainha Santa Bengo
65 Kimakende K.Norte
66 Cafussa
67 Monte Alegre
68 Vis ta Alegre Bengo
69 Gimbo
70 Mondego
Reprivatizações III
FAZENDAS CAFEICOLAS: Produtos Agrícolas/Café
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 39
Moxico
Kuando
Kubango Cunene
Huíla
Lunda
Sul
Uíge Zaire
Huambo
Bié
K. Sul
Cabinda
K.
Norte
ANGOLA
Cabuta
Belo
Horizonte
INCA estação
experimental
INCA Kwanza
Sul
• As produções actualmente existentes têm
produtividades muito reduzidas (125kg/ha
vs. produtividade normal de 3.000kg/ha)
• Algumas das zonas historicamente de
grande produção encontram-se ocupadas e
de difícil recuperação (ex. CADA)
• Alguns projectos mais industrializados, e
com unidades hoteleiras associadas
começam a dar os primeiros passos de
recuperação das produções (Cabuta)
Cabuta
Na visita à província do Kwanza Sul foi possível verificar que existem já algumas
produções com actividade, no entanto a níveis muito reduzidos
Belo
Horiz
onte
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 40
As reuniões realizadas com entidades ligadas à produção de café permitiram recolher
informações sobre o estado actual do sector e caminhos de desenvolvimento (1/4)
• Devido à guerra, os cafezais ficaram sem tratamento e as plantações antigas, muitas vezes com 30 a 40 anos, não são
adubadas e têm falhas de plantas.
• Para recuperar as plantações é necessário realizarem-se investimentos e disponibilizar financiamento.
• Será necessário certificar as fazendas e apostar na maximização da produtividade das plantas.
• Foram obtidos dados de produtividade e de custos de produção das plantações e da indústria de torrefacção.
• Fazenda que nos anos ‟70 produzia café, sisal, pecuária e hortícolas.
• Antigamente era propriedade do Sr. João Nunes Barata que foi para o Brasil e é actualmente um dos maiores produtores de
café.
• O café produzido actualmente é 100% Robusta Amboim e é vendido para ser processado na Fazenda Cabuta.
• Devido à guerra, as plantações são antigas, não foram tratadas durante muitos anos e têm baixa produtividade.
• Uma das iniciativas para aumentar a produtividade seria a criação de um laboratório de cultura de tecidos em que fosse
realizada a reprodução vegetativa das melhores plantas. Para tal, será necessário ter técnicos especializados.
• Foram obtidos dados para produção de business plan de produção agrícola de café.
Fazenda Cabuta
Fazenda Belo
Horizonte
Estação
Experimental do
INCA no
Kwanza Sul
Entidade Principais notas de reuniões
Responsável do
INCA para o
Kwanza Sul
• O Estado terá um papel fundamental para desenvolvimento do sector através de criação de mecanismos de financiamento,
construção de estradas de acesso, criação de laboratórios de análises de solo, de análises de qualidade, criação de cursos
especializados na produção de café.
• O desenvolvimento do sector do café poderá trazer benefícios significativos à economia quer pelo aumento de rendimento das
populações e redução de desemprego quer pela fixação de populações rurais.
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 41
• O mercado angolano ainda tem várias dificuldades para qualquer investidor, como sendo:
• Dificuldades em encontrar pessoal qualificado.
• Adaptação de pessoal expatriado à vida rural é difícil.
• Existem dificuldades legais e custos de prospecção na aquisição de terrenos.
• Desburocratização de processos, procurar parcerias, facilitar atribuição de vistos serão fundamentais para o
desenvolvimento do tecido empresarial.
Agrolíder
Entidade Principais notas de reuniões
• O INCA tem responsabilidades de materializar as políticas do Governo para o café.
• As fazendas de café encontram-se em localizações de guerra onde a maioria das pessoas fugiram.
• Ainda não foi possível reactivar as fazendas de grande dimensão uma vez que faltam competências técnicas e investimento no
sector.
• Seria viável a criação de projectos turísticos associados à produção de café em fazendas cafeícolas.
• O café angolano ainda não é certificado.
• Actualmente a produção mundial encontra-se mais mecanizada e em zonas planas sem sombra.
• Dificilmente hoje em dia Angola poderá chegar ao 3º lugar na produção mundial de café, no entanto é possível chegar às 250
mil toneladas de produção dos anos ‟70.
• Os principais investimentos no desenvolvimento de uma plantação de café estão relacionados com os equipamentos,
fertilizantes e preparação dos solos (desmatar e normalizar o PH dos solos).
INCA - Sede
António Faceira
As reuniões realizadas com entidades ligadas à produção de café permitiram recolher
informações sobre o estado actual do sector e caminhos de desenvolvimento (2/4)
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 42
• Robusta de Angola é de muita qualidade e bastante apreciado.
• Nos mercados internacionais verifica-se uma crescente procura pelas variedades robusta, sendo efectivamente uma grande
oportunidade o desenvolvimento da produção de café em Angola.
• No passado, 50% das necessidades de café Robusta da Torrié vinham de Angola, no entanto actualmente praticamente não
tem expressão devido à baixa produção no país.
• A procura potencial de café Robusta de Angola para a Torrié seria de cerca de 400 a 500 toneladas. Actualmente o
abastecimento não chega a 20 toneladas por ano (5% do potencial).
• Actualmente o café robusta angolano é caro comparativamente com o café de outras localizações e chega ao importador com
pedras e lixos. Por vezes o café vem misturado (novo com velho).
• Os traders internacionais não trabalham com o café angolano devido à reduzida produção.
• A Torrié tem uma variedade de cápsulas de café para o mercado doméstico chamada Angola, que tem uma receptividade
excepcional em Portugal, sobretudo na região de Lisboa, possivelmente devido à população angolana residente ou da
população portuguesa com ligações a Angola.
• Actualmente a Torrié não tem uma presença expressiva em Angola (ao contrário de Cabo Verde onde têm uma posição
consolidada), devido à necessidade de criação de uma estrutura local, não tendo sido ainda encontrado o parceiro adequado.
• Reconhecem no entanto a atractividade do mercado de Angolano (Horeca e doméstico), dado o seu crescimento e hábitos de
consumo de café.
José Maria
Vieira
(Torrié)
Entidade Principais notas de reuniões
Foi igualmente realizada uma reunião com dois torrefactores que confirmaram as
potencialidades para o desenvolvimento de um cluster de café em Angola (3/4)
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 43
• Angonabeiro é o principal distribuidor de café torrado em Angola, operando com as marcas Delta e Ginga. É também o principal
comprador de café comercial em Angola.
• Segundo a Angonabeiro, da observação de mercado, a produção de café comercial em Angola deverá rondar as 3 mil toneladas
por ano, significativamente abaixo da produção oficial estimada pelo INCA.
• Hoje em dia, a mão-de-obra disponível é escassa e cara. O custo de mão-de-obra ronda os 500 AKZ por meio-dia de trabalho, o
que compara com custos laborais no Vietname de 1 USD por um dia inteiro.
• As empresas que realizam o rebeneficiamento do café em Angola são a Cafangol e a Rebecafe. Estas duas empresas utilizam
equipamentos obsoletos e com muitas falhas.
• Após 1975, registou-se uma quebra de conhecimento pelo abandono dos fazendeiros originais e mesmo dos respectivos
trabalhadores, devido à existência de guerra nas regiões de produção. Neste momento, a produtividade das plantas em Angola
é de cerca de 1Kg por planta que compara com 6 a 10Kg por planta no Brasil.
• Existem dois modelos que poderiam fazer sentido em Angola. O primeiro seria a aposta em grandes plantações, mecanizadas,
com fertilizantes e ao Sol, com produção em escala. O outro seria o de produção de café orgânico (sem recursos a fertilizantes)
que apresenta preços superiores, mas menor produtividade. Este modelo seria o mais apropriado para produções familiares de
menores dimensões e teria um efeito social significativo através da produção com rendimentos estáveis e ocupação das
populações do interior.
• Um modelo de desenvolvimento do sector misto, com pequenos agricultores e grandes fazendeiros que poderão servir de
agregadores de café, deverá ser aquele que melhor se adequa.
• A redução do número de intervenientes no café poderá facilitar a implementação de medidas de fomento, reduzindo os
processos burocráticos e incentivando a eficiência.
• A certificação do café biológico será importante para o desenvolvimento do sector no sentido de promover a produção de
qualidade e dar garantias aos compradores (inexistente à data).
Angonabeiro
Entidade Principais notas de reuniões
Foi igualmente realizada uma reunião com dois torrefactores que confirmaram as
potencialidades para o desenvolvimento de um cluster de café em Angola (4/4)
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 44
Abaixo apresenta-se um resumo das respostas quanto à actual situação do sector em
Angola e potenciais soluções
5
4
2 2 2 2
4
Tema Resultados
(nº de respostas) Principais pontos abordados
As principais razões para os níveis actuais de produção
identificadas pelas entidades contactadas estão relacionadas com:
Guerra nas regiões de produção e abandono dos proprietários
Plantas são bastante antigas (30-50 anos) e pouco produtivas
As acessibilidades às fazendas ainda são difíceis
Não existe certificação do café angolano e das suas variedades
Dificuldades no escoamento da produção
Falta de know-how técnico no país e dificuldades de
recrutamento
Foram ainda identificadas outras razões como a burocracia do
Ministério da Agricultura, dificuldades de obtenção de fertilizantes
com regularidade, métodos de cultivo ancestrais, preços baixos do
café e maior rentabilidade de outras culturas.
Principais razões
para a produção
reduzida em Angola
4 4
3 3
2 2 2 2 2 2
3
Formas de
desenvolver o
sector
(soluções)
As principais soluções identificadas para desenvolver o sector são:
Criação de laboratórios de análises de solos, de análise de
qualidade do café e de cultura de tecidos
Introdução de tecnologias avançadas na reprodução das
melhores plantas (reprodução vegetativa - por estaca)
Certificação do café de Angola e variedades existentes
Facilitação de financiamento à produção
Facilitação na concessão de vistos de estrangeiros
Desburocratização dos processos do Estado
Criação de cursos de formação agrícola especializada em café
Alteração de legislação das terras
Melhorar métodos de cultivo
Estabelecimento de parcerias com entidades com know-how
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 45
1. Enquadramento de trabalhos
2. Sumário executivo
3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector do café
a) Enquadramento competitivo macro
b) Diagnóstico do sector em Angola
c) Modelo de desenvolvimento do sector do café
a) Caracterização sumária dos modelos de desenvolvimento
b) Análise de benchmark de modelos de desenvolvimento
d) Estudo de pré-viabilidade
e) Medidas de acção do IFE
Índice
A
B
C
D
E
1.
2.
3.
IFE | Estudo Sectorial – Café 46
• Existência de muitas pequenas explorações
• Dimensão média das explorações de cerca de 1 a 2 ha
• As explorações têm um cariz muito familiar, sendo os membros
da família que trabalham na exploração
• Pode existir a mistura de culturas: os agricultores cultivam
juntamente com a cultura do café (rendimento) outras culturas de
subsistência no mesmo espaço
• Técnicas de produção rudimentares
• Reduzida utilização de fertilizantes e produtos químicos
• Mecanização inexistente ou quase inexistente
• Baixos níveis de qualificação dos produtores
• Utilização de mão-de-obra intensiva no período da colheita
• Maior exposição das plantas a pragas e doenças
• Inexistência de meios para a protecção das plantações
face a condições meteorológicas adversas
• Rede viária com elevada capilaridade
• Rede de transportes terrestres troncais (ferroviários ou
rodoviários) com ligação a portos
• Portos marítimos com capacidade de escoamento
• Rede de abastecimento de água e electricidade às regiões
produtoras e acesso aos agricultores
• Preparação dos solos nas regiões produtoras (em regiões
montanhosas será mais crítico)
• As vendas fazem-se a uma cooperativa, associação de
produtores ou a um intermediário privado
• O produto destinado à exportação será vendido pelas
cooperativas ou intermediários a exportadores
• As cooperativas têm um cariz regional, existindo normalmente
associações de cooperativas que representam os produtores a
nível nacional
• As organizações de produtores podem desenvolver a certificação
da qualidade do produto
O desenvolvimento do sector do café pode passar por dois tipos de modelos. O
Modelo de Base Fragmentada baseia-se na atomicidade dos produtores agrícolas que
desempenham apenas as funções primárias na cadeia de valor
Principais características: Método de produção
Canal de vendas e organização de produtores Infra-estruturas necessárias
Modelo de
Base
Fragmentada
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 47
O Modelo de Base Concentrada assenta num conjunto de explorações âncora de
grande dimensão em que a produção é feita de forma intensiva e com incorporação de
um maior número de elos da cadeia de valor
• Existência de várias grandes explorações âncora
• Elevado nível de mecanização na produção
• Utilização intensiva de fertilizantes e produtos químicos
• Concentração da propriedade das produções
• Utilização predominante de trabalho assalariado
• A dimensão das explorações é muitas vezes superior a 1.000 ha
• Os mesmos grupos têm muitas vezes várias explorações
espalhadas por uma região
• As grandes fazendas possuem técnicas de cultivo
tendencialmente mecanizadas (rega, adubação, tratamento de
pestes e doenças, colheita)
• Uma grande máquina de colheita chega a substituir 150 a 500
homens, aumentando a produtividade e reduzindo os custos
• Os produtores desenvolvem investigação na área do café
• O nível de formação dos produtores é elevado
• Utilização de técnicas de produção avançadas
• Rede viária de acesso às principais fazendas (as redes de
acesso às plantações são desenvolvidas pelos produtores)
• Rede de transportes terrestres troncais (ferroviários ou
rodoviários) com ligação a portos
• Portos marítimos com capacidade para receber navios cargueiros
• Rede de abastecimento de água e electricidade às regiões
produtoras com baixa capilaridade
• Preparação dos solos nas regiões produtoras (em regiões
montanhosas será mais crítico)
• Os grandes grupos privados produtores de café conseguem
negociar directamente com as empresas exportadoras ou
transformadoras
• Este tipo de produtores associam-se entre si com o objectivo de
discutir as políticas para o sector com o Estado
• Os grandes produtores servem frequentemente de intermediários
dos pequenos produtores, comprando-lhes a produção e
colocando-a nos canais de distribuição
Principais características: Método de produção
Canal de vendas e organização de produtores Infra-estruturas necessárias
Modelo de
Base
Concentrada
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 48
• Maior facilidade em obter ganhos de exportação pela
maior escala dos produtores
• Deverá ser necessário um número elevado de
produtores para haver um impacto real na balança
comercial pelas exportações
• Criação de empregos assalariados
• Menores necessidades de mão-de-obra
• Auto-emprego das populações
• Geração de rendimentos para as populações
mais pobres
• Fixação da população nas regiões produtoras
• Tendo em conta que as plantações demoram vários
anos a alcançar o pico de produção, será crítico que
sejam atribuídos incentivos no início das plantações
por forma a atrair um maior número de investimentos
• Dadas as limitações técnicas dos produtores,
dificuldades de obtenção de equipamentos, plantas
financiamento e fertilizantes, o Estado é obrigado a
ter um papel mais presente junto dos agricultores
e atribuir-lhes incentivos à produção
• Maior facilidade de colocação de café no mercado
internacional e de contacto com os intermediários
• Maior exigência de investimento inicial e de
capacidade de financiamento
• Produção fragmentada leva uma maior dificuldade na
colocação do produto no mercado internacional
• A maior dificuldade de coordenação e transformação
do café exige a existência de cooperativas
• Maior exigência de infra-estruturas públicas
• Facilita a instalação de tecnologias de irrigação,
fertilização e desinfestação
• Facilita o transporte da produção
• Economia de escala na utilização de factores de
produção
• Menores economias de escala
• Dificuldades no uso de tecnologias mecânicas
• Dificuldades de transporte da produção
Abaixo identificam-se qualitativamente os pontos fortes e fracos de cada um dos
modelos
Modelo de base fragmentada Modelo de base concentrada
Produtividade agrícola
Emprego e rendimento da população
Impacto na balança comercial
Relevância da subsidiação estatal
Facilidade de implementação
Legenda:
Fácil Difícil Intermédio
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 49
1. Enquadramento de trabalhos
2. Sumário executivo
3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector do café
a) Enquadramento competitivo macro
b) Diagnóstico do sector em Angola
c) Modelo de desenvolvimento do sector do café
a) Caracterização sumária dos modelos de desenvolvimento
b) Análise de benchmark de modelos de desenvolvimento
d) Estudo de pré-viabilidade
e) Medidas de acção do IFE
Índice
A
B
C
D
E
1.
2.
3.
IFE | Estudo Sectorial – Café 50
Modelos de desenvolvimento de base fragmentada (1/8)
Colômbia
História e importância do café: O café foi introduzido na Colômbia no período colonial pelos jesuítas. O café
tornou-se um dos principais produtos exportados pela Colômbia na segunda metade do século XIX. Hoje em dia, o
café colombiano é reconhecido pela sua qualidade em todo o mundo.
Modelo produtivo: Durante o século XIX, a produção de café estava muito concentrada em grandes explorações.
A descida do preço internacional do café combinada com a Guerra dos Mil Dias na transição do século XIX para o
século XX fizeram com que os grandes proprietários sofressem grandes dificuldades, acabando por levar ao seu
fim. Deu-se nesta altura uma enorme mudança no sistema produtivo colombiano, surgiram muitos pequenos
produtores de café, migrantes de várias zonas do país que ocuparam novos territórios nas zonas central e
ocidental do país. Em 1927, surge a Federación Nacional de Cafeteros de Colombia que ainda hoje representa
mais de 500 mil produtores de café e está na base de todo o sistema de produção, transformação e promoção do
café colombiano.
Papel do Estado: O Estado colombiano tem um papel muito activo na regulação e no desenvolvimento do sector
do café. O Acuerdo de Política Cafetera para os anos 2008 a 2011, estabelece várias medidas de apoio ao sector
acordadas entre o Estado e os produtores. Exemplos dessas medidas são, a garantia de um preço mínimo pago
aos agricultores por tonelada de café ou a concessão de apoios em fertilizantes aos agricultores que façam a
renovação das plantas. Existem várias medidas que têm como objectivo, apostar na produtividade, na
racionalização das áreas agrícolas, na investigação, na assistência técnica, na concessão de crédito, e
simultaneamente assegurar a protecção do preço pago aos agricultores.
• Produção (mil sacos): 9.000
• Produção (mil ton.): 540
• % Arábica: 100%
• % Robusta: 0%
• Exportação (mil sacos): 8.850 – 98%
da produção
• Área utilizada: 780 mil ha
• Yield: 692 kg / ha
• N.º de árvores: 3.970 milhões
• Densidade: 5.089 árvores / ha
• População total (milhões): 45
• N.º de produtores: mais de 550 mil
pequenos produtores
• Produtores (% da população): 1%
• Dimensão: 96% dos produtores têm
explorações com menos de 5 ha
• Preço para o agricultor:
• 2012: 758 USD / ton
• 2011: 1.089 USD / ton
• 2010: 821 USD / ton
COLÔMBIA
Fonte: USDA, FNCC, Ministério de Agricultura e
Desarrollo Rural
• Até ao final do século
XIX a produção era
dominada por grandes
produtores
• Existem mais de 500 mil produtores de café
• A Federación Nacional de Cafeteros de Colombia (FNCC) representa
quase a totalidade destes produtores
• A FNCC é responsável pela emissão de autorizações de exportação e
pela distribuição dos apoios do Estado ao sector
• Existe uma relação muito próxima entre os representantes dos
produtores e o Estado no desenvolvimento de políticas para o sector
• Os produtores estão organizados em cooperativas regionais que
fazem a intermediação na sua relação com a FNCC
(2012/2013)
Grandes Produtores Pequenos Produtores
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 51
Modelos de desenvolvimento de base fragmentada (2/8)
Costa do Marfim
História e importância do café: A cultura do café foi introduzida na Costa do Marfim pelos franceses. Após a
independência, a produção de café cresceu rapidamente, favorecida pelo proteccionismo dos governos das
décadas de 60 e 70 do século XX. A Costa do Marfim chegou a ser o terceiro maior produtor mundial de café.
Actualmente, a sua produção está significativamente abaixo dos níveis dessa altura.
Modelo produtivo: A produção de café na Costa do Marfim baseia-se em pequenas explorações agrícolas de
cariz familiar com pouca utilização de meios tecnológicos e químicos. A produtividade é muito baixa. Para este
facto também contribui a idade das plantas de café. Estas plantas perdem capacidade produtiva com a passagem
do tempo, a sua substituição não tem sido feita.
Papel do Estado: O Estado tem adoptado vários tipos de políticas ao longo das últimas décadas. Inicialmente
adoptou uma postura proteccionista, sendo que desde as décadas de 80 e 90 vinha liberalizando o sector da
produção de café. Nos últimos anos, tem-se verificado uma quebra substancial na produção devido à falta de
planeamento e de investimento e também às duas guerras civis que o país viveu no século XXI. Os conflitos
internos que as eleições de 2010 geraram no país foram prejudiciais à produção agrícola. O presidente deposto,
numa tentativa de se manter no poder tentou nacionalizar o sector da produção de café e cacau. O vencedor das
eleições impediu os portos de enviarem mercadoria para fora do país. A UE chegou a proibir as importações de
café e cacau da Costa do Marfim nessa altura. Esta situação levou a que houvesse meses em que o país não
exportou as suas principais fontes de rendimento.
• Produção (mil sacos): 1.800
• Produção (mil ton.): 108
• % Arábica: 0%
• % Robusta: 100%
• Exportação (mil sacos): 1.700 – 94%
da produção
• Área utilizada: n.d.
• Yield: os pequenos produtores
conseguem em média 400 kg / ha
• N.º de árvores: n.d.
• Densidade: n.d.
• População total (milhões): 22
• N.º de produtores: cerca de 440 mil
• Produtores (% da população): 2%
• Dimensão: As explorações têm
normalmente entre 1,5 e 5 ha
• Preço para o agricultor:
• 2012: 210 USD / ton
• 2011: 194 USD / ton
• 2010: 123 USD / ton
COSTA DO MARFIM
Fonte: USDA, Ministério da Agricultura da Costa
do Marfim
• Presença residual
• No passado a produção
e exportação de café era
totalmente controlada
pelo Estado
• A maior parte da produção é realizada por produtores tradicionais
• Existem cerca de 440 mil pequenos produtores
• Não existem apoios para estes produtores, as plantas estão a
envelhecer e a perder qualidade
• A produtividade deste tipo de produção é muito baixa
• A produção tem sido muito prejudicada pelas condições climáticas e
pelas condições políticas nos últimos anos
(2012/2013)
Grandes Produtores Pequenos Produtores
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 52
Modelos de desenvolvimento de base fragmentada (3/8)
Etiópia
História e importância do café: A Etiópia é considerada o berço do café. Foi o povo que habitava esta zona que
começou a utilizar na sua alimentação o café, que crescia de forma selvagem. O café é uma das principais
culturas agrícolas da Etiópia, representa mais de 25% das exportações do país, sendo que mais de 15 milhões de
pessoas dependem directa ou indirectamente desta actividade.
Modelo produtivo: Quase toda a produção é realizada por pequenos agricultores de forma artesanal, sem
recurso a pesticidas ou fertilizantes. Estes pequenos produtores encontram-se na maioria dos casos associados
em cooperativas que permitem que todos tenham acesso a uma série de serviços comuns como por exemplo:
controlo de qualidade, apoio técnico e administrativo e também instalações de processamento de café (secagem,
lavagem, etc.). A Oromia Coffee Farmers Cooperative Union é uma das organizações que congrega várias
cooperativas, contando com mais de 200 mil pequenos produtores de café. As uniões de cooperativas preocupam-
se em escoar o produto e transferir a maior parte do rendimento do café para os agricultores.
Papel do Estado: O Estado desenvolve iniciativas produtivas, detendo cerca de 25 mil hectares de plantações.
Para além disso, criou a Coffee and Tea Authority como forma de prestar um maior apoio aos agricultores e
fomentar o desenvolvimento da qualidade do café etíope. O governo desenhou um plano para 2010 – 2015 de
desenvolvimento da agricultura, o objectivo é o de exportar 600 mil ton. de café em 2015 (crescimento de 55%
face a produção actual).
• Produção (mil sacos): 6.450
• Produção (mil ton.): 387
• % Arábica: 100%
• % Robusta: 0%
• Exportação (mil sacos): 3.650 - 57% da
produção
• Área utilizada: 530 mil ha
• Yield: 730 kg / ha
• N.º de árvores: 1.325 milhões
• Densidade: 2.500 árvores / há
• População total (milhões): 94
• N.º de produtores: mais de 1 milhão de
pequenos produtores agrícolas
• Produtores (% da população): 1%
• Dimensão: a maioria das explorações
tem 1-2 ha
• Preço para o agricultor:
• 2012: 467 USD / ton
• 2011: 661 USD / ton
• 2010: 388 USD / ton
ETIÓPIA
• 5% a 10% da produção
• 5% da área cultivada
• O maior produtor
individual é o Estado
• Maior produtividade e
densidade
• Produção em grandes
plantações
• 90% a 95% da produção
• 95% da área cultivada
• Mais de 1 milhão de pequenos produtores agrícolas
• Organizados em cooperativas
• Baixa produtividade, baixa densidade de plantas
• Produção em pequenas hortas ou em sistema semi-florestal
(2012/2013)
Fonte: USDA, ICO
Grandes Produtores Pequenos Produtores
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 53
Modelos de desenvolvimento de base fragmentada (4/8)
Indonésia
História e importância do café: O café foi introduzido na Indonésia pelos holandeses na época colonial. Foram
os holandeses que dominaram a produção e comercialização do café Indonésio até à independência do país após
a II Guerra Mundial. Actualmente, a Indonésia é o terceiro maior produtor mundial de café.
Modelo produtivo: Após a independência, as explorações de café Indonésias foram nacionalizadas ou
abandonadas. Actualmente, mais de 90% do café é produzido por pequenos produtores com explorações que não
ultrapassam 1 ha. Estes pequenos produtores vendem o café a intermediários que o colocam no mercado
internacional. Existem ainda algumas explorações de média e grande dimensão, com 1.000 a 2.000 ha. que são
originárias do tempo colonial. A Indonésia tem condições naturais que permitem o cultivo de muitas variedades de
café diferentes. Apesar disso o café Robusta é o dominante.
Papel do Estado: Antes da independência da Indonésia, o Estado holandês desenvolveu várias infra-estruturas
como caminhos-de-ferro e portos que permitiam ligar as zonas produtoras de café aos mercados consumidores.
Após a independência, algumas grandes plantações foram nacionalizadas (e continuam a pertencer ao Estado até
hoje) e outras foram abandonadas. Actualmente, o Governo está empenhado no desenvolvimento de um sistema
de certificação do café indonésio. Um dos objectivos do Governo é incentivar a transição dos pequenos produtores
para a produção de café Arábica e apoiar a substituição das plantas mais antigas.
• Produção (mil sacos): 9.700
• Produção (mil ton.): 582
• % Arábica: 18%
• % Robusta: 82%
• Exportação (mil sacos): 8.100 – 84%
da produção
• Área utilizada: 1.170 mil ha
• Yield: 497 kg / ha
• N.º de árvores: 1.235 milhões
• Densidade: 1.056 árvores / ha
• População total (milhões): 248
• N.º de produtores: cerca de 2 milhões
• Produtores (% da população): 0,8%
• Dimensão: A dimensão média das
explorações é de 0,6 ha
• Preço para o agricultor:
• 2012: n.d.
• 2011: n.d.
• 2010: n.d.
INDONÉSIA
Fonte: USDA, ICO
• Existem algumas
plantações com mais de
1.000 ha que foram
deixadas pelos colonos
holandeses e são
actualmente detidas
pelo Estado ou por
privados
• As grandes plantações
ocupam cerca de 4% da
área total de produção
• Mais de 90% da produção é realizada por pequenos produtores
• O tamanho médio das explorações ronda 0,6 ha
• Cerca de 96% da área plantada é detida por pequenos produtores
• Existem quase 2 milhões de pequenos produtores de café na
Indonésia
• A produtividade é baixa pela aposta em café de menor valor e pela
perda de produtividade das plantas que têm envelhecido
(2012/2013)
Grandes Produtores Pequenos produtores
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 54
Modelos de desenvolvimento de base fragmentada (5/8)
México
História e importância do café: O México é o 7º maior produtor do mundo de café. Apesar disso, o México
possui um dos consumos internos de café mais baixos do mundo (cerca de 700 gramas per capita anuais). Nos
últimos anos, o México registou uma estagnação no seu volume de produção de café devido à falta de iniciativas
governamentais de apoio ao sector, à idade avançada das plantas de café, à falta de fertilização dos solos e ao
aumento dos custos com o pessoal nas plantações.
Modelo produtivo: A produção de café no México, é maioritariamente, feita por pequenos agricultores na sua
maioria de origem indígena que utilizam técnicas de cultivo ancestrais, cerca de 90% dos produtores têm
explorações com menos de 2 ha. Contudo, nem sempre foi assim, até meados do século XX o café era produzido
em grandes explorações detidas por europeus que empregavam mão-de-obra indígena. Antigamente, os
pequenos produtores vendiam a sua produção a intermediários e não tinham consciência do funcionamento do
mercado internacional de café, não aproveitando subidas nas cotações. Actualmente, estão mais organizados em
pequenas associações e existem algumas entidades regionais que promovem o desenvolvimento do sector.
Papel do Estado: O governo mexicano está a estudar um programa de plantio de variedades de café resistentes
ao fungo roya, que se espalhou pelas lavouras do Estado de Chiapas e destruiu muitas plantas. O governo do
México desenvolveu em 2010 estratégias de apoio à produção de café em 9 Estados do México com vista a
estimular a produção e apoiar financeiramente o sector. Os principais problemas apontados pelos produtores são
a idade avançada das plantas e a necessidade de maior acompanhamento técnico, o Estado orientou o seu plano
de acção para dar resposta a estes e outros problemas identificados.
• Produção (mil sacos): 4.100
• Produção (mil ton.): 246
• % Arábica: 95%
• % Robusta: 5%
• Exportação (mil sacos): 2350 - 57% da
produção
• Área utilizada: 780 mil ha
• Yield: 315 kg / ha
• N.º de árvores: 900 milhões
• Densidade: 1.153 árvores / ha
• População total (milhões): 117
• N.º de produtores: mais de 500 mil
produtores, a maioria são indígenas
• Produtores (% da população): 0,4%
• Dimensão: Cerca de 87% da área
cultivada está repartida em plantações
com menos de 10 ha.
• Preço para o agricultor: n.d.
MÉXICO
Fonte: USDA
(2012/2013)
• Até meados do século
XX a produção era
dominada por grandes
produtores europeus
• Actualmente as
explorações com mais
de 50 ha ocupam 7% da
área cultivada
• Existem mais de 500 mil produtores de café, a maioria de origem
indígena
• 70% das explorações têm menos de 1 ha e 20% têm entre 1 e 2 ha
• Existem várias associações locais de produtores e algumas
entidades regionais que congregam as vontades desses agentes
• O Estado tem desenvolvido pouco o sector nas últimas décadas mas
recentemente tem invertido essa política lançando planos de
resposta às necessidades dos pequenos produtores
Grandes Produtores Pequenos Produtores
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 55
Modelos de desenvolvimento de base fragmentada (6/8)
Peru
História e importância do café: O Peru ocupa actualmente o terceiro lugar como produtor de café na América do
Sul. A produção de café do Peru alcançou o recorde de 5,2 milhões de sacos em 2011, um aumento de 29% em
relação ao ano anterior. O Peru é o principal produtor mundial de café orgânico (sem recurso a químicos).
Modelo produtivo: A produção de café no Peru é feita maioritariamente por pequenos produtores, contudo,
destes, apenas cerca de 30% pertencem a alguma cooperativa ou associação de produtores. A Junta Nacional del
Café é a instituição que representa os produtores junto do Estado, apesar das cooperativas associadas apenas
representarem cerca de 40 mil produtores.
Indicações técnicas: Os rendimentos médios rondam os 900 kg/ha, podendo chegar a 2.300 kg/ha entre os
produtores mais eficientes. Os produtores de café replantam a cada 20 ou 30 anos devido ao alto custo de
substituição das plantas que ronda os 3.000 USD / ha. Os custos de manutenção das plantas representam cerca
de 800 USD / ha anualmente. O custo médio de produção é de cerca de 1,41 USD / kg, dos quais cerca de 80%
dizem respeito à força laboral. O café cresce à sombra, com uma densidade média de plantas de 2.000 plantas
por hectare. É escolhido a dedo e desidratado, dando-lhe um grande potencial para a segmentação dos mercados
de alta qualidade
Papel do Estado: Em 2012 a produção de café no Peru ficou abaixo da expectativa devido a um surto do fungo
roya. O fungo roya espalhou-se por cerca de 130 mil hectares de plantações de café no país. O governo peruano
tenta fornecer meios aos produtores para evitar a destruição causada por esta doença. O Plan Estratégico de la
Caficultura Nacional estabelece os princípios orientadores da política do governo no apoio ao sector.
• Produção (mil sacos): 4.800
• Produção (mil ton.): 288
• % Arábica: 100%
• % Robusta: 0%
• Exportação (mil sacos): 4.630 - 96% da
produção
• Área utilizada: 350 mil ha
• Yield: 822 kg / ha
• N.º de árvores: 545 milhões
• Densidade: 1.557 árvores / há
• População total (milhões): 30
• N.º de produtores: 150 mil produtores
• Produtores (% da população): 0,5%
• Dimensão: uma fazenda média tem
entre 2 e 3 hectares
• Preço para o agricultor: n.d.
PERU
Fonte: USDA
(2012/2013)
• Os grandes produtores
de café não têm uma
produção muito
expressiva no Peru
• Existem mais de 150 mil produtores de café de pequena dimensão
• A dimensão média das explorações está entre os 2 ha e os 3 ha
• Existem várias associações locais de produtores, contudo a maioria
dos produtores não se encontram associados
• A elevada fragmentação das terras é um dos principais problemas
apontados pelos produtores peruanos que não conseguem assim
utilizar eficientemente as tecnologias mecânicas existentes
Grandes Produtores Pequenos Produtores
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 56
Modelos de desenvolvimento de base fragmentada (7/8)
Uganda
História e importância do café: A variedade Robusta é endémica do Uganda, estando presente nos hábitos das
populações desde há vários séculos. A variedade Arábica foi trazida no início do século XX devido ao seu maior
valor de mercado. O café é a principal cultura agrícola do Uganda, representa entre 20% e 30% das exportações
do país e garante a subsistência de cerca de 3,5 milhões de famílias em todas as suas actividades relacionadas.
Modelo produtivo: Até ao início da década de 90, o governo controlava a produção de café no país. Nessa altura,
toda a produção foi privatizada e actualmente o modelo de produção de café no Uganda está assente numa base
de pequenos agricultores que cultivam áreas com dimensões reduzidas. Normalmente misturam o café com
outras culturas como a banana e o feijão que ajudam a garantir a subsistência das famílias. Fazem uma utilização
muito reduzida de fertilizantes e outros produtos químicos e sustentam-se essencialmente no trabalho dos
membros da família. A maior parte das plantas de café foi plantada há mais de 50 anos tendo actualmente baixa
produtividade. As doenças têm também contribuído bastante para a mortalidade das plantas no país.
Papel do Estado: Desde meados do século XX até 1991, a produção e o comércio de café eram totalmente
controladas pelo Estado. Desde 1991, altura em que se deu a liberalização desta actividade no país, o Estado
criou a Uganda Coffee Development Autority que tem vindo a acompanhar a actividade do sector, quer através da
criação de legislação, do controlo da qualidade, do desenvolvimento de políticas de apoio aos produtores, da
implementação do plano de replantação, entre outras actividades de promoção e divulgação do café ugandês. A
produção do café passou a ser totalmente realizada pelos privados.
• Produção (mil sacos): 3.200
• Produção (mil ton.): 192
• % Arábica: 30%
• % Robusta: 70%
• Exportação (mil sacos): 3.000 – 94%
da produção
• Área utilizada: 260 mil ha
• Yield: 738 kg / ha
• N.º de árvores: n.d.
• Densidade: n.d.
• População total (milhões): 36
• N.º de produtores: cerca de 500 mil
pequenos produtores
• Produtores (% da população): 1%
• Dimensão: 90% das explorações têm
entre 0,5 e 2,5 hectares
• Preço para o agricultor:
• 2012: 240 USD / ton (robustas)
377 USD / ton (outros suaves)
• 2011: n.d.
• 2010: n.d.
UGANDA
Fonte: USDA, ICO
• Existem alguns
produtores que estarão
actualmente a ganhar
maior dimensão
• Até há 20 anos toda a
produção era controlada
pelo Estado
• Existe maior
concentração ao nível
do processamento do
café
• Existem mais de 500 mil pequenos produtores
• A dimensão média das explorações é muito reduzida
• A idade média das plantas é elevada
• Os meios mecânicos e químicos são praticamente inexistentes ou de
fraca qualidade
• A produção apresenta grandes ineficiências
• Existem algumas organizações de produtores
• A cultura do café é misturada com outras culturas como a banana
(2011/2012 E)
Grandes Produtores Pequenos Produtores
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 57
Modelos de desenvolvimento de base fragmentada (8/8)
Vietname
História e importância do café: O café foi introduzido no Vietname pelos franceses em meados do século XIX.
Depois do arroz, o café é o produto agrícola mais exportado pelo Vietname em termos de valor. Em 1982, a área
cultivada era residual, tendo crescido até ao seu valor actual em apenas 20 anos. Actualmente, o Vietname é o
maior exportador mundial de café Robusta. Cerca de 2 milhões de pessoas dependem desta actividade no país.
Modelo produtivo: Até ao final dos anos 80, o Estado controlava a produção e transformação do café e
estruturava todo o apoio à rede de agricultores que trabalhava para as empresas estatais. Com a liberalização da
agricultura, os pequenos agricultores passaram a ter menos apoio estatal, tendo que ser desenvolvidas estruturas
de apoio privadas. Neste momento, ainda não existem muitas cooperativas de produtores, os movimentos de
associação ainda estão em fase embrionária, os pequenos produtores representam a grande maioria da produção,
mas têm fracas condições tecnológicas e de garantia do controlo de qualidade, um problema no café vietnamita.
Papel do Estado: O Ministério da Agricultura aprovou um plano de investimento de quase 2 mil milhões de USD
para que até 2020 o país desenvolva a produção de café com a qualidade exigida internacionalmente. A maior
parte do investimento será realizado no desenvolvimento das redes de transporte nas zonas produtoras de café,
bem como em projectos de irrigação dessas áreas. Para além disso, o governo tem planos para investir 750
milhões de USD no cultivo intensivo de cerca de 200 mil ha.
• Produção (mil sacos): 18.750
• Produção (mil ton.): 1.125
• % Arábica: 2%
• % Robusta: 98%
• Exportação (mil sacos): 18.375 - 98%
da produção
• Área utilizada: 536 mil ha
• Yield: 2.098 kg / ha
• N.º de árvores: 709 milhões
• Densidade: 1.323 árvores / há
• População total (milhões): 92
• N.º de produtores: cerca de 500 mil
pequenos produtores
• Produtores (% da população): 0,5%
• Dimensão: a maioria das explorações
têm cerca de 1 ha
• Preço para o agricultor:
• 2012: 401 USD / ton
• 2011: 448 USD / ton
• 2010: 305 USD / ton
VIETNAME
• Existem poucos
produtores de elevada
dimensão
• O Estado era
responsável pela
produção até aos anos
80
• 90% da produção é realizada de forma artesanal por pequenos
produtores
• Existem cerca de 500 mil pequenos produtores
• Uma exploração representativa deste sistema de produção tem 1 ha e
produz 2 ton.
• Existe um fraco movimento associativo, os agricultores têm pouco
poder negocial
(2009/2010)
Fonte: USDA, ICO
Grandes Produtores Pequenos Produtores
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 58
Modelos de desenvolvimento de base concentrada (1/2)
Angola – Início da década de „70
História e importância do café: O café começou a ser produzido em Angola no início do século XX. O grande
crescimento da produção dá-se apenas na década de 50 com a subida do preço do café nos mercados
internacionais. Em 1943, foram exportadas quase 19 mil toneladas, 30 anos depois em 1973 o nível de exportação
de café era já de 218 mil toneladas.
Modelo produtivo: A exploração do café em Angola foi feita intensivamente a partir da década de 50. Em Angola,
um problema crítico era a falta de terra adequada à cultura do café. O Estado incentivou a criação de grandes
fazendas onde se instalavam colonos vindos da Europa e operavam através do emprego de um número elevado
de trabalhadores, baseando-se a colheita e processamento do café em mão-de-obra que era na altura
relativamente barata.
Os baixos salários conduziram a que não se sentisse a necessidade de desenvolver tecnologicamente as
explorações. Um dos maiores exemplos de grandes explorações foi a CADA – Companhia Angolana de
Agricultura, que chegou a produzir cerca de 9 mil toneladas anuais e a ocupar uma área de 80 mil ha,
maioritariamente no kwanza-Sul
Papel do Estado: O Estado promoveu o desenvolvimento da produção de café atribuindo concessões a colonos
europeus, combinadas com uma política de incentivos à emigração para as colónias.
• Produção (mil sacos): 3.498
• Produção (mil ton.): 210
• % Europeia: 80%
• % Nativa: 20%
• Exportação (mil ton.): 218 ~ 100% da
produção
• Área utilizada: 525 mil ha
• Yield: 400 kg / há
• População total (milhões): 5,7
• N.º de produtores:
• 190 mil pessoas cultivavam o café:
• 60 mil eram indígenas cultivando
pequenas lavras;
• 130 mil eram trabalhadores das
plantações dos colonos europeus.
• Produtores (% da população): 3,3%
• Dimensão: as explorações dos
pequenos produtores tinham em média 3
ha
• Localização das explorações (% área
total utilizada):
• kwanza Norte: 34,7%
• Uíge: 30,7%
• kwanza Sul: 22,9%
• Bengo: 3,9%
• Outras: 7,8%
ANGOLA
(Início da década de „70)
Fonte: USDA, ICO
• Alguns pequenos
agricultores já
cultivavam o café antes
dos Portugueses o
fazerem
• A sua produção
representava apenas
20% do total
• 80% da produção era realizada em grandes fazendas exploradas por
colonos europeus
• Quase 70% da força de trabalho dedicada à produção de café estava
alocada nas grandes fazendas
• O processo de criação destas grandes explorações foi incentivado
pelo Estado Português através da expropriação de terrenos dos
nativos de um incentivo à imigração para Angola
Pequenos Produtores Grandes Produtores
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 59
História e importância do café: O Brasil é o maior produtor mundial de café. O Brasil é responsável por um terço
da produção mundial. A planta de café não é nativa das Américas, por isso o primeiro pé de café foi introduzido
artificialmente no país. O negócio do café começou a desenvolver-se de tal forma que se tornou a mais importante
fonte de receitas do Brasil e de divisas externas durante muitas décadas a partir de 1850.
O sucesso da lavoura caféeira em São Paulo, fez com que aquele Estado se tornasse um dos mais ricos do País.
Modelo produtivo: No Brasil existem vários modelos de produção, desde zonas onde predomina o cultivo familiar
(Espírito Santo) até regiões ocupadas por grandes fazendas com elevados níveis de incorporação tecnológica
(Minas Gerais). Apesar de existirem grandes fazendeiros individuais, a associação em cooperativas é uma
realidade. Existem várias cooperativas regionais e várias associações de cooperativas. A Cooxupé é a maior
cooperativa de café, conta com cerca de 12 mil produtores associados, exporta café para 50 países, é
responsável por cerca de 10% da produção de café no Brasil. Aquele que é apontado como o maior fazendeiro
individual do café do Brasil, João Faria da Silva, faz parte desta mesma cooperativa.
Papel do Estado: O Estado desenvolveu um plano de políticas estratégicas 2012-2014 que visam apoiar a
produção, exportação, comercialização do café, bem como os seus produtores. A Empresa Embrapa Café,
coordena o Consórcio Pesquisa Café, o qual tem como objectivo o desenvolvimento de tecnologias que
promovam sustentabilidade, competitividade, inovação e desenvolvimento tecnológico da cafeicultura brasileira.
O Estado criou o Conselho Nacional do Café (CNC) que reúne várias cooperativas de produtores e actua como
principal elo de ligação entre o Estado e os produtores na negociação de políticas sectoriais. O Funcafé é um
fundo criado pelo Estado em 1984 e que continua a servir a missão de financiar os produtores de café.
• Produção (mil sacos): 55.900
• Produção (mil ton.): 3.354
• % Arábica: 72%
• % Robusta: 28%
• Exportação (mil sacos): 33.000 - 58%
da produção
• Área utilizada: 2.398 mil ha
• Yield: 1.399 kg / ha
• N.º de árvores: 6.815 milhões
• Densidade: 2.842 árvores / ha
• População total (milhões): 194
• N.º de produtores: cerca de 287 mil
explorações
• Produtores (% da população): 0,1%
• Dimensão: n.d.
• Preço para o agricultor:
Robusta
• 2012: 474 USD / ton
• 2011: 479 USD / ton
• 2010: 337 USD / ton
Arábica
• 2012: 692 USD / ton
• 2011: 1.019 USD / ton
• 2010: 609 USD / ton
BRASIL
Fonte: USDA, ICO
• A agricultura familiar é
responsável por cerca
de 25% da produção de
café no Brasil
• Menor produtividade e
densidade
• Organizados em
cooperativas
• Existem várias empresas de grande dimensão
• Maior produtividade, elevada densidade
• Produção em grandes fazendas localizadas nas melhores zonas de
cultivo
• Utilização intensiva de meios mecânicos nas explorações de café
robusta
• Fazem parte das cooperativas de produtores
(2012/2013)
Modelos de desenvolvimento de base concentrada (2/2)
Brasil
Pequenos Produtores Grandes Produtores
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 60
1. Enquadramento de trabalhos
2. Sumário executivo
3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector do café
a) Enquadramento competitivo macro
b) Diagnóstico do sector em Angola
c) Modelo de desenvolvimento do sector do café
d) Estudo de pré-viabilidade
a) Modelo fragmentado
b) Modelo concentrado
c) Comparação dos modelos e análises de sensibilidade
e) Medidas de acção do IFE
Índice
A
B
C
D
E
1.
2.
3.
IFE | Estudo Sectorial – Café 61
O pequeno produtor está no princípio da cadeia de valor, o grande produtor internaliza
várias etapas da cadeia produtiva
Cultivo e colheita Rebeneficiamento Descasque
Ensacamento
Torrefação
Moagem
Embalamento
Lavagem
Secagem
Processo produtivo
Estado do grão
Café cereja
Café torrado
Café instantâneo
Especialidades
Café comercial
Grandes produtores
Pequenos produtores Intermediários /
Exportadores Indústria alimentar
Os pequenos produtores ocupam-se apenas da componente agrícola do processo produtivo. Após a colheita, entregam os grãos de café as
cooperativas que os transformam em café comercial, depois de passarem pelo processo de lavagem e secagem. É o café comercial que é vendido
aos intermediários e transaccionado como uma commodity nos mercados internacionais.
Quer as cooperativas quer os grandes produtores podem integrar a totalidade da cadeia de produção.
Café mabuba
Cooperativas de
produtores
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 62
O estudo de pré-viabilidade de pequenos produtores é efectuado para uma exploração
agrícola de café robusta, com uma área de plantação de 2 hectares, e para uma
cooperativa que complementa a actividade produtiva
Âmbito do estudo de pré-viabilidade
Para analisar a viabilidade de
implementação de um projecto de
produção agrícola de café,
configura-se essencial perceber
quais seriam, em particular para
Angola, os:
Requisitos de investimento;
Ciclos de produção;
Preços e produtividades
agrícolas;
Custos de operação;
Para tal foi recolhida informação
junto de produtores de café
actualmente em actividade, bem
como do Instituto Nacional do Café
e produtores agrícolas de outras
culturas e também outra informação
de mercados comparáveis.
Enquadramento
Kwanza Norte
• Golungo Alto
Uíge
Kwanza Sul
Calulo
Gabela
Conda
Cassongue
Mussende
Waku Kungo
Bié
Huambo
Legenda:
Zonas de produção de Robusta
Zonas de produção de Arábica
Exploração agrícola familiar
de café robusta, com uma
área de plantação de 2
hectares e produção
estimada em pico de 1,5
toneladas / hectare.
A produção terá como destino
principal os mercados
externos através da venda a
um intermediário, tendo sido
contemplados os actuais
preços de mercado.
Foi considerada a existência
de uma cooperativa de 1.000
pequenos produtores que
desenvolve as actividades
complementares que levam à
obtenção de café comercial.
Conceito Localização potencial
Cooperativa Peq. Produtor 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 63
Abaixo descrevem-se os pressupostos de receitas e custos adoptados no estudo de
pré-viabilidade para um pequeno produtor
Indicador Drivers Descrição
Receitas
Cu
sto
s o
pe
rac
ion
ais
Preparação de
solos
Adubação
Fungicidas e
insecticidas
Irrigação
Capina, poda,
colheita e
secagem
Valores de facturação anual decorrentes da actividade de venda de
café cereja à cooperativa.
Trabalhos de limpeza, abertura de covas e empalhamento dos
terrenos.
Custos com adubos e fertilizantes utilizados para melhorar a
produtividade das plantas de café.
Custo com produtos químicos para controlo de pragas, doenças e
insectos que podem atacar as plantações e prejudicar
substancialmente as suas produções.
Custos com o funcionamento de uma pequena bomba de água que
permita irrigar a plantação.
Custos com corte de capim e poda das plantas, com pessoal que
colhe manualmente o café cereja das árvores e que o coloca a
secar.
• Área de plantação
• Produtividade média por hectare
• Ciclo de produção
• Preço que permita à cooperativa funcionar
• Trabalho executado pelos membros da família (não
é considerado)
• N.º de sacos necessários por ha
• Frequência de adubação anual
• Custo dos fertilizantes por saco
• Custo de insecticidas e fungicidas
• Utilização de insecticidas e fungicidas por ano por
ha
• Gasto médio diário de gasóleo por ha
• Custo do gasóleo por litro
• Trabalho executado pelos membros da família (não
é considerado)
Na esfera do produtor individual
Peq. Produtor 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 64
Os pressupostos de investimento foram igualmente apurados junto dos produtores,
com base em actuais práticas de mercado
Terrenos
Instalações Custos com construção de instalações de apoio – armazém produto
acabado, armazém produtos químicos.
Custos de aquisição e infra-estruturação dos terrenos. • Custo global para aquisição e infra-estruturação
por hectare
• Custo por infra-estrutura
Equipamentos Custos com aquisição de equipamento de apoio às actividades
agrícolas e de secagem.
• Custo por equipamento
• Número de equipamentos
Plantação Custos com aquisição e plantação das árvores de café. • Custo por planta
• Número de plantas por hectare
Reposição Custos com reposição da capacidade instalada, quer em termos de
equipamentos quer em termos de plantação.
• Amortização económica dos equipamentos e
instalações
• Taxa de mortalidade das plantas
Inve
sti
me
nto
do
s p
rod
uto
res
Peq. Produtor
Indicador Drivers Descrição
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 65
0,2
0,8
1,5
3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 2,9 2,9 2,8
2,3
0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,9 0,9 0,9 0,9 1,1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20
Produção total (ton) Preço médio de venda de café mabuba
Em ano cruzeiro o projecto deverá proporcionar ao produtor uma produção de 3 ton
de café mabuba / ha, que serão vendidas a uma Cooperativa de produtores
Principais pressupostos
Preço médio de venda inicial de
0,73 USD/kg ou 44 USD/saco de
café mabuba. Este seria o preço
máximo a que a cooperativa
estaria disposta a comprar
assumindo que não terá fins
lucrativos.
Crescimento de preços em linha
com inflação de dólar
americano.
Considerou-se uma plantação
de 1 ha com um compasso de
1x2, resultando em 5 mil plantas
– uma planta em cada 2 m2.
Produtividade média crescente
até ano 6, atingindo o pico (3 ton
/ ha) neste ano e por um período
de 5 anos. A partir do ano 11,
quebra gradual da produção de
2,5% ao ano. Admite-se um
investimento anual de reposição
de plantas de 200 USD.
A produção está a ser
considerada em kg de café
mabuba na esfera do produtor.
Após a venda à Cooperativa o
café será descascado e perderá
50% do seu peso,
transformando-se em café
comercial.
Evolução da produção e preços
Unid: ton; USD/kg
Evolução da receitas
Unid: „000 USD
II II
Peq. Produtor
Receitas - equivalente em café comercial Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20
Unid: USD
Preço equivalente café comercial - - 1,5 1,5 1,6 1,6 1,6 1,7 1,7 1,7 1,8 1,8 1,8 2,1
Taxa de crescimento 0% 0% 4% 15% 30% 60% 60% 60% 60% 60% 59% 57% 56% 47%
Produção equivalente café comercial (kg) - - 100 375 750 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500 1.463 1.426 1.390 1.164
Taxa de crescimento n.a. 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%
Receitas totais - - 151 577 1.177 2.402 2.450 2.499 2.549 2.600 2.586 2.571 2.557 2.460
Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 283% 104% 104% 2% 2% 2% 2% -1% -1% -1% -1%
Receitas - pequeno produtor Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20
Unid: USD
Preço médio de venda de café mabuba - - 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,9 0,9 0,9 0,9 1,1
Taxa de crescimento n.a. 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%
Produção total café mabuba (kg) - - 200 750 1.500 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 2.925 2.852 2.781 2.329
Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 275% 100% 100% 0% 0% 0% 0% -3% -3% -3% -3%
Receitas totais - - 151 577 1.177 2.402 2.450 2.499 2.549 2.600 2.586 2.571 2.557 2.460
Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 283% 104% 104% 2% 2% 2% 2% -1% -1% -1% -1%
Indicadores operacionais
Área de plantação (ha) 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Produtividade média mabuba (kg/ha) - - 200 750 1.500 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 2.925 2.852 2.781 2.329
Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 275% 100% 100% 0% 0% 0% 0% -3% -3% -3% -3%
Número de plantas total 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000
Compasso (m 2 por planta) 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
Kg de café comercial por planta - - 0,04 0,15 0,30 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,59 0,57 0,56 0,47
0,2
0,6
1,2
2,4 2,4 2,5 2,5 2,6 2,6 2,6 2,6 2,5
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 66
Principais pressupostos
Adubação: custo com adubação
de solos 2 vezes por ano.
Fungicidas: utilização anual de 6
kg/ha de fungicidas por ano com
um custo de 11 USD/kg.
Insecticidas: utilização de 1,2
l/ha de insecticidas por ano com
um custo de 52 USD / litro.
Irrigação: utilização de bomba
de água a diesel com um
consumo médio de 0,2 l /ha/dia
de gasóleo, com um custo de
0,4 USD / l de gasóleo.
Preparação dos solos, capina,
poda, colheita e secagem:
trabalhos executados pelos
membros da família, não tendo
sido considerado o eventual
custo de oportunidade
subjacente.
Transporte, rebeneficiamento e
estrutura: custo suportado pela
cooperativa (incorporado no
preço de venda)
Os principais custos para uma
exploração familiar são os
custos com fertilizantes,
insecticidas, fungicidas e
gasóleo. A estrutura de custos
é estável ao longo do prazo de
exploração.
Evolução dos custos operacionais
Unid: „000 USD; % das receitas Repartição de custos operacionais (ano 1 vs. 20)
Ano 1 Ano 20
Os custos com adubos, produtos químicos e irrigação representam cerca de 20% das
receitas em cruzeiro, as actividades manuais serão da responsabilidade da família
Peq. Produtor
Custos operacionais Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20
Unid: USD
1. Adubação (310) (316) (322) (329) (335) (342) (349) (356) (363) (370) (377) (385) (393) (451)
% das receitas n.a. n.a. 213% 57% 28% 14% 14% 14% 14% 14% 15% 15% 15% 18%
Sacos por ha 3,6 3,6 3,6 3,6 3,6 3,6 3,6 3,6 3,6 3,6 3,6 3,6 3,6 3,6
Número de vezes por ano 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0
Custo de fertilizantes em saco 43,0 43,9 44,7 45,6 46,5 47,5 48,4 49,4 50,4 51,4 52,4 53,5 54,5 62,6
2. Fungicidas (66) (67) (69) (70) (71) (73) (74) (76) (77) (79) (80) (82) (84) (96)
% das receitas n.a. n.a. 46% 12% 6% 3% 3% 3% 3% 3% 3% 3% 3% 4%
Custo de fungicidas/kg 11,0 11,2 11,4 11,7 11,9 12,1 12,4 12,6 12,9 13,1 13,4 13,7 14,0 16,0
Utilização de fungicidas (kg/ha) 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0
3. Insecticidas (62) (64) (65) (66) (68) (69) (70) (72) (73) (75) (76) (78) (79) (91)
% das receitas n.a. n.a. 43% 11% 6% 3% 3% 3% 3% 3% 3% 3% 3% 4%
Custo de insecticidas/litro 52,0 53,0 54,1 55,2 56,3 57,4 58,6 59,7 60,9 62,1 63,4 64,7 65,9 75,8
Utilização de insecticidas (l/ha) 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2
4. Irrigação (29) (30) (30) (31) (32) (32) (33) (34) (34) (35) (36) (36) (37) (43)
% das receitas n.a. n.a. 20% 5% 3% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 2%
Custo gasóleo/litro 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,6
Utilização de gasóleo (l/ha/dia) 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2
Total de custos operacionais (467) (477) (486) (496) (506) (516) (526) (537) (547) (558) (570) (581) (593) (681)
% de receitas n.a. n.a. 322% 86% 43% 21% 21% 21% 21% 21% 22% 23% 23% 28%
Taxa de crescimento n.a. 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%
0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,6 0,6 0,6 0,6
0,786%
43%
21% 21% 21% 21% 21% 22% 23% 23%28%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20
Total de custos operacionais % das receitas
II
66%
14%
14%
6%
66%
14%
14%
6%
Adubação Fungicidas
Insecticidas Irrigação
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 67
O investimento em activos fixos necessário nos primeiros 3 anos é de,
aproximadamente 11,5 mil USD, ao qual acresce o investimento em fundo de maneio
Principais pressupostos
Os principais custos em activos
fixos estão relacionados com
plantações, tendo sido estimado
um investimento de cerca de 10
mil USD (5 mil plantas em 1 ha,
com um custo de 2 USD/planta).
Foi considerado que o terreno
seria obtido do Estado a custo
zero, correspondendo os custos
indicados com terrenos e
recursos naturais a custos de
infra-estruturas da fazenda (ex.
caminhos e sistemas de rega)
Foram estimados custos de
reposição dos equipamentos de
acordo com as suas
amortizações, ajustadas pelo
efeito de inflação.
Foi estimado um investimento
em fundo de maneio, associado
a stocks, recebimentos de
clientes e pagamentos a
fornecedores, pagamentos e
recebimentos do estado.
Estimou-se assim que o fundo
de maneio representaria cerca
de 30 dias de receitas
CAPEX e Investimento em Fundo de Maneio
Unid: milhões de USD
Pesos de investimentos em CAPEX nos
primeiros 3 anos
Peq. Produtor
CAPEX Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20
Unid: USD
Terrenos e recursos naturais (750) - - - - - - - - - - - - -
Edifícios e outras construções (350) - - - - - - - - - - - - -
Equipamento básico (250) - - - - - - - - - - - - -
Plantações (10.000) - - - - - - - - - - - - -
Novos investimentos (11.350) - - - - - - - - - - - - -
Investimento de reposição - (71) (87) (214) (242) (213) (223) (231) (235) (234) (239) (243) (246) (127)
Total de CAPEX (11.350) (71) (87) (214) (242) (213) (223) (231) (235) (234) (239) (243) (246) (127)
% de EBITDA n.a. n.a. n.a. 263% 36% 11% 12% 12% 12% 11% 12% 12% 13% 7%
Investimento em fundo de maneio Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20
Unid: USD
Fundo de maneio líquido (6) (6) 77 100 133 198 202 206 210 214 215 216 217 -% das receitas n.a. n.a. 51% 17% 11% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 0%
dias de receitas n.a. n.a. 185 63 41 30 30 30 30 30 30 31 31 -
Investimento em fundo de maneio 6 0 (83) (24) (33) (65) (4) (4) (4) (4) (1) (1) (1) 223% de EBITDA n.a. n.a. n.a. 29% 5% 3% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% -13%
(0,0) (0,0) 0,1 0,0 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 (0,2)
11,4
0,1 0,1 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20
Investimento em FM CAPEX
II
87%
3%3%
7%
Plantações Equipamento básico
Edifícios e outras construções Terrenos e recursos naturais
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 68
Notas
Considerou-se que o projecto
estaria sujeito a imposto
industrial a uma taxa de 20%.
O negócio de produção
agrícola de café apenas gerará
resultados líquidos positivos
a partir do 6º ano, altura em
que a produtividade das
plantas atingem níveis que
permitem rentabilizar a
operação.
O montante de investimento
em activos fixos inicial e a
estrutura de custos
operacionais é assim de
importância crítica para
rentabilizar o negócio a médio
prazo.
A plantação deverá gerar em ano cruzeiro um resultado operacional de 50% das
receitas e um resultado líquido superior a 25% das receitas
Peq. Produtor
Demonstração de resultados Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20
Unid: USD
Receitas - - 151 577 1.177 2.402 2.450 2.499 2.549 2.600 2.586 2.571 2.557 2.460Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 283% 104% 104% 2% 2% 2% 2% -1% -1% -1% -1%
Produção anual (kg) - - 200 750 1.500 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 2.925 2.852 2.781 2.329
Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 275% 100% 100% 0% 0% 0% 0% -3% -3% -3% -3%
Custos operacionais (467) (477) (486) (496) (506) (516) (526) (537) (547) (558) (570) (581) (593) (681)% das receitas n.a. n.a. 322% 86% 43% 21% 21% 21% 21% 21% 22% 23% 23% 28%
EBITDA (467) (477) (335) 81 672 1.886 1.924 1.962 2.001 2.042 2.016 1.990 1.965 1.780Margem EBITDA n.a. n.a. -222% 14% 57% 79% 79% 79% 79% 79% 78% 77% 77% 72%
Amortizações (736) (752) (772) (805) (781) (796) (809) (819) (823) (834) (844) (853) (862) (206)Plantações (667) (667) (667) (674) (681) (688) (696) (703) (711) (719) (727) (736) (744) (81)
Equipamento básico (63) (78) (98) (124) (93) (100) (106) (108) (104) (106) (108) (109) (109) (115)
Edifícios e outras construções (7) (7) (7) (7) (8) (8) (8) (8) (8) (8) (9) (9) (9) (10)
EBIT (1.203) (1.229) (1.108) (723) (109) 1.090 1.114 1.143 1.178 1.207 1.172 1.138 1.103 1.573Margem EBIT n.a. n.a. -734% -125% -9% 45% 45% 46% 46% 46% 45% 44% 43% 64%
Resultados financeiros - (258) (293) (329) (352) (342) (307) (272) (245) (203) (162) (120) (79) 44
EBT (1.203) (1.486) (1.401) (1.052) (462) 747 807 871 934 1.004 1.010 1.017 1.024 1.617Margem EBT n.a. n.a. -928% -182% -39% 31% 33% 35% 37% 39% 39% 40% 40% 66%
Impostos 241 297 280 210 92 (149) (161) (174) (187) (201) (202) (203) (205) (323)taxa de imposto efectiva 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20%
Resultado líquido (963) (1.189) (1.121) (842) (370) 598 646 697 747 803 808 814 819 1.294Margem líquida n.a. n.a. -743% -146% -31% 25% 26% 28% 29% 31% 31% 32% 32% 53%
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 69
Principais pressupostos
Considerou-se que o projecto
seria financiado a 50% com
recurso a dívida e 50% com
recurso de capitais próprios das
famílias. Adicionalmente admite-
se carência e juros nos
primeiros 4 anos. Considera-se
ainda que o financiamento tanto
por capital próprio como por
capitais alheios seja
concretizado no primeiro ano do
projecto.
Considerou-se um custo de
financiamento de 5% ao ano (all-
in), assumindo que haveria
recurso aos programas de
crédito bonificado para projectos
agrícolas actualmente existentes
em Angola. Considerou-se ainda
que do excesso de caixa de
cada ano poderia ser aplicado
no ano seguinte a uma taxa de
juro anual de 4%.
O reembolso da dívida contraída
ocorrerá ao longo de 10 anos
em prestações de capital anuais
constantes.
Admite-se que a empresa
distribuiria dividendos com
resultados líquidos positivos e
sempre por forma a permanecer
no mínimo com 100 USD em
disponibilidades.
O financiamento deverá ser repartido por capitais próprios e dívida em partes iguais,
admitindo-se no caso da dívida um reembolso em prestações de capital constante
Peq. Produtor
Cash flow Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20
Unid: USD
EBITDA (467) (477) (335) 81 672 1.886 1.924 1.962 2.001 2.042 2.016 1.990 1.965 1.780
Margem EBITDA n.a. n.a. -222% 14% 57% 79% 79% 79% 79% 79% 78% 77% 77% 72%
Amortizações (736) (752) (772) (805) (781) (796) (809) (819) (823) (834) (844) (853) (862) (206)
EBIT (1.203) (1.229) (1.108) (723) (109) 1.090 1.114 1.143 1.178 1.207 1.172 1.138 1.103 1.573
Margem EBIT n.a. n.a. -734% -125% -9% 45% 45% 46% 46% 46% 45% 44% 43% 64%
Imposto - - - - - - (56) (229) (236) (241) (234) (228) (221) (315)
taxa de imposto efectiva 0% 0% 0% 0% 0% 0% 5% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20%
NOPLAT (1.203) (1.229) (1.108) (723) (109) 1.090 1.058 914 943 966 938 910 882 1.259
Amortizações 736 752 772 805 781 796 809 819 823 834 844 853 862 206
Cash flow operacional (467) (477) (335) 81 672 1.886 1.867 1.734 1.766 1.800 1.782 1.763 1.744 1.465
CAPEX (11.350) (71) (87) (214) (242) (213) (223) (231) (235) (234) (239) (243) (246) (127)
Terreno (750) - - - - - - - - - - - - -
Plantações (10.000) - - (106) (108) (110) (113) (115) (117) (120) (122) (124) (127) -
Equipamento básico (250) (64) (80) (100) (126) (94) (102) (108) (110) (106) (108) (110) (111) (117)
Edifícios e outras construções (350) (7) (7) (7) (8) (8) (8) (8) (8) (8) (9) (9) (9) (10)
Investimento em fundo de maneio 6 0 (83) (24) (33) (65) (4) (4) (4) (4) (1) (1) (1) 223
Free cash flow (11.811) (547) (505) (156) 397 1.608 1.641 1.499 1.527 1.562 1.542 1.519 1.497 1.561
Desembolsos 7.161 358 376 395 - - - - - - - - - -
Juros - (258) (293) (329) (352) (342) (307) (272) (245) (203) (162) (120) (79) 44
Reembolsos - - - - (829) (829) (829) (829) (829) (829) (829) (829) (829) -
Tax-shield - - - - - - - (147) 49 41 32 24 16 (9)
Cash flow depois de financiamento (4.650) (447) (423) (91) (784) 437 504 252 502 571 583 594 605 1.596
Entrada de fundos accionistas 7.161 - - - - - - - - - - - - -
Dividendos - - - - - (598) (646) (616) (502) (571) (583) (594) (605) (2.686)
Cash flow do período 2.511 (447) (423) (91) (784) (161) (141) (364) - - - - - (1.090)
Saldo inicial de caixa - 2.511 2.064 1.641 1.551 766 605 464 100 100 100 100 100 1.090
Saldo final de caixa 2.511 2.064 1.641 1.551 766 605 464 100 100 100 100 100 100 -
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 70
-7,2
0,0 0,0 0,0 0,00,6 0,6 0,6 0,5 0,6 0,6 0,6 0,6
2,7
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20
-11,8
-0,5 -0,5 -0,2
0,4
1,6 1,6 1,5 1,5 1,6 1,5 1,5 1,5 1,6
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20
Com base nos pressupostos tomados, o investimento do accionista na plantação
deverá ascender a 7,2 k USD e a TIR por ele obtida para o seu investimento de 5,2%
Fluxo de caixa do projecto (Free cash flow)
Unid: „000 USD
Fluxo de caixa para o accionista
Unid: „000 USD
Rentabilidade operacional do projecto
Rentabilidade do accionista
II
II
Nota: Admite-se que o projecto não irá gerar qualquer cash flow para além do ano 20.
Peq. Produtor
Cash flow antes de financiamento Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
Unid: USD
Free cash flow to the firm (11.811) (547) (505) (156) 397 1.608 1.641 1.499 1.527 1.562
Cash flow antes de financiamento Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20
Unid: USD
Free cash flow to the firm 1.542 1.519 1.497 1.475 1.452 1.429 1.407 1.385 1.361 1.561
Fundos necessários 13.020
TIR 5,2%
Payback 14 anos
Cash flows do accionista Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
Unid: USD
Dividendos (7.161) - - - - 598 646 616 502 571
Cash flows do accionista Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20
Unid: USD
Dividendos 583 594 605 616 828 1.360 1.341 1.321 1.308 2.686
Fundos próprios a aportar 7.161
TIR 5,2%
Payback 16 anos
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 71
Realizaram-se análises de sensibilidade às variáveis críticas do negócio, como sendo
o preço do café e o preço das mudas (plantas)
Payback Taxa interna de rentabilidade
Pro
jec
to
Ac
cio
nis
ta
Peq. Produtor
14,0 0,58 0,65 0,73 0,80 0,87
1,60 15 14 12 11 11
1,80 16 14 13 12 11
2,00 17 15 14 13 12
2,20 18 16 14 13 12
2,40 19 17 15 14 13
Pre
ço
da
s
mu
da
s (
US
D)
Preço do café (USD/kg)
0 0,58 0,65 0,73 0,80 0,87
1,60 4% 5% 7% 8% 10%
1,80 3% 4% 6% 7% 9%
2,00 2% 4% 5% 7% 8%
2,20 1% 3% 4% 6% 7%
2,40 1% 2% 4% 5% 6%
Pre
ço
da
s
mu
da
s (
US
D)
Preço do café (USD/kg)
16 0,58 0,65 0,73 0,80 0,87
1,60 19 16 14 11 10
1,80 20 17 15 13 11
2,00 20 18 16 14 12
2,20 21 19 17 16 13
2,40 21 20 18 16 15
Pre
ço
da
s
mu
da
s (
US
D)
Preço do café (USD/kg)
20% 35% 50% 65% 80%
## 17 16 16 17 18
Financiamento por dívida
20% 35% 50% 65% 80%
0,1 5% 5% 5% 5% 6%
Financiamento por dívida
0 0,58 0,65 0,73 0,80 0,87
1,60 3% 5% 8% 10% 12%
1,80 2% 4% 6% 9% 10%
2,00 0% 3% 5% 7% 9%
2,20 -1% 2% 4% 6% 8%
2,40 -1% 1% 3% 5% 7%
Preço do café (USD/kg)
Pre
ço
da
s
mu
da
s (
US
D)
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 72
Abaixo descrevem-se os pressupostos de receitas e custos adoptados no estudo de
pré-viabilidade de uma cooperativa de produtores
Transporte
Rebeneficiamento
Estrutura
Custos com limpeza, calibração e ensacamento de café realizado
antes da exportação. Esta operação é geralmente realizada por
uma entidade terceirizada, junto ao porto de exportação.
Custos de salários de motoristas e combustível para fazer o
transporte do café entre a produção agrícola, a cooperativa e o
porto de exportação mais próximo.
• Número de motoristas necessários
• Salário mensal dos motoristas
• Total de Kms percorridos
• Consumo médio dos veículos
• Custo por saco de café
• Volume total de produção
Custos com pessoal da estrutura administrativa, operacional e
comercial da cooperativa:
• Director geral
• Engenheiro agrónomo
• Técnico médio de acompanhamento das produções
• Suporte administrativo.
• Salário mensal dos colaboradores
• Número de trabalhadores
• Número de meses de salário
Indicador Drivers Descrição
Na esfera da cooperativa de produtores
Receitas Valores de facturação anual decorrentes da actividade de venda de
café comercial, em grão.
• Produção entregue pelos produtores individuais
• Preços internacionais de café
Cu
sto
s o
pe
rac
ion
ais
Energia Gastos com a aquisição de combustível para alimentar gerador
eléctrico.
• Litros de gasóleo necessários
• Custo por litro de gasóleo
Cooperativa 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 73
De seguida apresenta-se os principais pressupostos de investimento para a
cooperativa de produtores
Inve
sti
me
nto
da c
oo
pera
tiva
Terrenos
Instalações Custos com construção de instalações de apoio – armazém produto
acabado, armazém para maquinaria, instalações administrativas.
Custos de aquisição e infra-estruturação dos terrenos de apoio à
actividade da cooperativa. • Custo global para aquisição e infra-estruturação
• Custo por instalação
Equipamentos Custos com aquisição de camiões para transporte, equipamento de
descasque e gerador de energia.
• Custo por equipamento
• Número de equipamentos
Reposição Custos com reposição da capacidade instalada, quer em termos de
maquinaria quer em termos de infra-estruturas.
• Amortização económica dos equipamentos e
instalações
Indicador Drivers Descrição
Cooperativa 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 74
0,2
0,8
1,6
3,3 3,4 3,4 3,5 3,6 3,6 3,5 3,53,4
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20
Em ano cruzeiro o projecto deverá proporcionar à Cooperativa uma produção de 1.500
ton de café comercial, gerando receitas de cerca de 3,5M USD
Principais pressupostos
Preço médio de venda inicial de
2 USD/kg ou 120 USD/saco. De
acordo com informação de
mercado.
Crescimento de preços em linha
com inflação de dólar
americano.
Considerou-se uma Cooperativa
constituída por 1.000 produtores
com explorações de 1 ha nas
mesmas condições que a
exploração descrita nos slides
anteriores.
Considerou-se que os 1.000
produtores venderão toda a sua
produção (mabuba) à
Cooperativa e que esta venderá
a totalidade dessa mesma
produção a um intermediário
que colocará o produto no
mercado internacional.
O café mabuba tem uma perda
de cerca de 50% do peso com o
descasque.
Evolução da produção e preços
Unid: ton; USD/kg Evolução da receitas
Unid: M USD
II II
Receitas Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20
Unid: '000 USD
Preço médio de venda de café comercial 2,0 2,0 2,1 2,1 2,2 2,2 2,3 2,3 2,3 2,4 2,4 2,5 2,5 2,9
Taxa de crescimento n.a. 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%
Quantidade café mabuba (ton) - - 200 750 1.500 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 2.925 2.852 2.781 2.329
Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 275% 100% 100% 0% 0% 0% 0% -3% -3% -3% -2%
Rácio transformação mabuba-comercial 50% 50% 50% 50% 50% 50% 50% 50% 50% 50% 50% 50% 50% 50%
Receitas totais - - 208 796 1.624 3.312 3.378 3.446 3.515 3.585 3.566 3.546 3.526 3.393
Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 283% 104% 104% 2% 2% 2% 2% -1% -1% -1% -1%
- -0,1
0,4
0,8
1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,4 1,4
1,2
2,0 2,0 2,1 2,1 2,2 2,2 2,3 2,3 2,3 2,4 2,4 2,5 2,52,9
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20
Café comercial (ton) Preço médio de venda de café comercial
Cooperativa 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 75
Os custos com a aquisição de café mabuba representam cerca de 73% das receitas da
Cooperativa, os custos com rebeneficiamento e estrutura representam cerca de 19%
Principais pressupostos
CMVMC: Foi definido um preço
de 0,73 USD/kg para a aquisição
de café mabuba aos produtores
para garantir uma margem que
permita à Cooperativa
desempenhar as suas funções.
Transporte: A Cooperativa fica
responsável pelo transporte de
café mabuba das plantações
para as suas instalações bem
como pelo transporte do café
comercial das suas instalações
até Luanda.
Energia: A Cooperativa utilizará
um gerador que funcionará a
metade da capacidade nos dias
em que não for utilizada a
máquina de descasque e a toda
a sua capacidade quando se
utilizar a máquina de descasque.
Rebeneficiamento: Limpeza,
tratamento e ensacamento
realizados em Luanda a um
preço de 20 USD/saco.
Estrutura: Pessoal de apoio e
coordenação das actividades da
Cooperativa.
Custos operacionais Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20
Unid: '000 USD
CMVMC - - (151) (577) (1.177) (2.402) (2.450) (2.499) (2.549) (2.600) (2.586) (2.571) (2.557) (2.460)
% das receitas n.a. n.a. 73% 73% 73% 73% 73% 73% 73% 73% 73% 73% 73% 73%
Preço médio de compra de café mabuba 0,7 0,7 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,9 0,9 0,9 0,9 1,1
Quantidade comprada (ton) - - 200 750 1.500 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 2.925 2.852 2.781 2.329
1. Transporte café mabuba - - (4) (5) (6) (12) (12) (12) (13) (13) (8) (8) (8) (9)
% das receitas n.a. n.a. 2% 1% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
Motoristas - - (4) (4) (4) (9) (9) (9) (9) (10) (5) (5) (5) (6)
Combustível - - (0) (1) (1) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3)
2. Energia (4) (4) (4) (4) (5) (5) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (7)
% das receitas n.a. n.a. 2% 1% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
Combustível (4) (4) (4) (4) (5) (5) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (7)
3. Transporte café comercial - - (5) (8) (17) (35) (35) (36) (37) (38) (38) (38) (39) (35)
% das receitas n.a. n.a. 3% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1%
Motoristas - - (4) (4) (9) (18) (18) (19) (19) (19) (20) (20) (20) (18)
Combustível - - (1) (4) (8) (17) (17) (18) (18) (18) (18) (18) (18) (17)
4. Rebeneficiamento - - (17) (66) (135) (276) (282) (287) (293) (299) (297) (295) (294) (283)
% das receitas n.a. n.a. 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8%
Custo por saco - realizado em Luanda (USD) 10 10 10 11 11 11 11 11 12 12 12 12 13 15
Estrutura (155) (169) (346) (353) (360) (367) (375) (382) (390) (397) (405) (414) (422) (485)
% das receitas n.a. n.a. 166% 44% 22% 11% 11% 11% 11% 11% 11% 12% 12% 14%
Engenheiro agrónomo (35) (36) (36) (37) (38) (39) (39) (40) (41) (42) (43) (44) (44) (51)
Técnicos agrícolas (22) (34) (58) (59) (61) (62) (63) (64) (66) (67) (68) (70) (71) (82)
Responsável fabril - - (36) (37) (38) (39) (39) (40) (41) (42) (43) (44) (44) (51)
Técnicos fabris/logistica - - (73) (74) (76) (77) (79) (80) (82) (84) (85) (87) (89) (102)
Responsável logística/expedição - - (29) (30) (30) (31) (32) (32) (33) (33) (34) (35) (36) (41)
Director geral (75) (77) (78) (80) (81) (83) (84) (86) (88) (90) (91) (93) (95) (109)
Serviços administrativos (22) (23) (35) (36) (36) (37) (38) (39) (39) (40) (41) (42) (43) (49)
Número de pessoas 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3
Salário mensal médio (USD) 800 816 832 849 866 883 901 919 937 956 975 995 1.015 1.165
Total de custos operacionais (158) (173) (528) (1.014) (1.700) (3.097) (3.159) (3.222) (3.287) (3.353) (3.340) (3.333) (3.326) (3.278)
% de receitas n.a. n.a. 181% 55% 32% 21% 21% 21% 21% 21% 21% 21% 22% 24%
Taxa de crescimento n.a. 9% 118% 16% 20% 33% 2% 2% 2% 2% 0% 1% 1% 1%
Cooperativa 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 76
(0,0) (0,0)
0,00,1 0,1
0,3
0,0 0,0 0,0 0,0
(0,0) (0,0) (0,0)
(0,6)
0,10,0
0,10,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Investimento em FM CAPEX
CAPEX Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20
Unid: '000 USD
Edifícios e outras construções (100) - - - - - - - - - - - - -
Equipamento básico (4) - (50) - - - - - - - - - - -
Equipamento de transporte - - (73) - (38) (39) - - - - - - - -
Novos investimentos (104) - (123) - (38) (39) - - - - - - - -
Investimento de reposição - (3) (3) (28) (33) (50) (71) (69) (80) (82) (80) (77) (79) (84)
Total de CAPEX (104) (3) (125) (28) (71) (89) (71) (69) (80) (82) (80) (77) (79) (84)
% de EBITDA n.a. n.a. n.a. n.a. n.a. 41% 32% 31% 35% 35% 36% 36% 39% 73%
O investimento em activos fixos necessário nos primeiros 3 anos é de,
aproximadamente 130 k USD, ao qual acresce o investimento em fundo de maneio
Principais pressupostos
Os principais custos em activos
fixos estão relacionados com a
construção de infra-estruturas
de apoio à Cooperativa e com a
aquisição de viaturas de
transporte. Foi considerado um
investimento de 50 mil USD num
armazém de 20 ton e um
investimento de 50 mil USD para
as infra-estruturas
administrativas e de suporte. As
viaturas de transporte são
adquiridas à medida que sejam
necessárias.
Foi considerada a aquisição de
uma máquina de descasque no
terceiro ano. A aquisição do
gerador ocorre no ano inicial.
Foram estimados custos de
reposição dos equipamentos de
acordo com as suas
amortizações, ajustadas pelo
efeito de inflação.
Foi estimado um investimento
em fundo de maneio, associado
a stocks, recebimentos de
clientes e pagamentos a
fornecedores, pagamentos e
recebimentos do estado.
Estimou-se assim que o fundo
de maneio representaria cerca
de 60 dias de receitas
CAPEX e Investimento em Fundo de Maneio
Unid: milhões de USD
Pesos de investimentos em CAPEX nos
primeiros 3 anos
II
Investimento em fundo de maneio Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20
Unid: '000 USD
Fundo de maneio líquido (0) (0) 34 132 270 551 562 574 585 597 594 590 587 -
% das receitas n.a. n.a. 9% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 0%
dias de receitas n.a. n.a. 60 61 61 61 61 61 61 61 61 61 61 -
Investimento em fundo de maneio 0 0 (35) (98) (138) (281) (11) (11) (11) (12) 3 3 3 568
% de EBITDA n.a. n.a. n.a. n.a. n.a. 131% 5% 5% 5% 5% -1% -2% -2% -496%
31%
24%
45%
Equipamento de transporte Equipamento básico
Edifícios e outras construções
Cooperativa 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 77
Notas
Considerou-se que o projecto
estaria sujeito a imposto
industrial à taxa de 20%.
A Cooperativa não terá como
objectivo a geração de lucro.
O eventual lucro gerado
reverterá a favor dos seus
associados.
A cooperativa deverá gerar um resultado operacional de 4% das receitas e um
resultado líquido próximo de 3% das receitas em ano cruzeiro.
Demonstração de resultados Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20
Unid: '000 USD
Receitas - - 208 796 1.624 3.312 3.378 3.446 3.515 3.585 3.566 3.546 3.526 3.393
Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 283% 104% 104% 2% 2% 2% 2% -1% -1% -1% -1%
Produção anual (ton) - - 200 750 1.500 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 2.925 2.852 2.781 2.329
Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 275% 100% 100% 0% 0% 0% 0% -3% -3% -3% -3%
CMVMC - - (151) (577) (1.177) (2.402) (2.450) (2.499) (2.549) (2.600) (2.586) (2.571) (2.557) (2.460)
% das receitas n.a. n.a. 73% 73% 73% 73% 73% 73% 73% 73% 73% 73% 73% 73%
Margem Bruta - - 57 219 446 910 929 947 966 985 980 975 969 933
Margem Bruta n.a. n.a. 27% 27% 27% 27% 27% 27% 27% 27% 27% 27% 27% 27%
Custos operacionais (158) (173) (377) (437) (523) (695) (709) (724) (738) (753) (755) (762) (769) (818)
% das receitas n.a. n.a. 181% 55% 32% 21% 21% 21% 21% 21% 21% 21% 22% 24%
EBITDA (158) (173) (320) (218) (77) 215 219 224 228 233 225 213 201 115
Margem EBITDA n.a. n.a. -154% -27% -5% 6% 6% 6% 6% 6% 6% 6% 6% 3%
Amortizações (3) (3) (27) (33) (49) (70) (67) (78) (80) (79) (75) (78) (78) (83)
Edifícios e outras construções (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (3) (3)
Equipamento básico (1) (1) (7) (8) (9) (10) (11) (13) (14) (15) (11) (11) (12) (13)
Equipamento de transporte - - (18) (23) (38) (58) (54) (63) (64) (61) (62) (64) (64) (67)
EBIT (161) (175) (347) (251) (126) 145 152 146 148 154 150 135 122 32
Margem EBIT n.a. n.a. -167% -32% -8% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 3% 1%
Resultados financeiros - 20 13 (6) (19) (30) (37) (32) (27) (22) (18) (13) (8) 16
EBT (161) (155) (333) (256) (144) 115 115 114 122 132 133 123 115 48
Margem EBT n.a. n.a. -160% -32% -9% 3% 3% 3% 3% 4% 4% 3% 3% 1%
Impostos 32 31 67 51 29 (23) (23) (23) (24) (26) (27) (25) (23) (10)
taxa de imposto efectiva 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20%
Resultado líquido (129) (124) (267) (205) (116) 92 92 91 97 106 106 98 92 38
Margem líquida n.a. n.a. -128% -26% -7% 3% 3% 3% 3% 3% 3% 3% 3% 1%
Cooperativa 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 78
O projecto deverá ser financiado por capitais próprios e dívida em partes iguais,
admitindo-se no caso da dívida um reembolso da mesma entre os anos 4 e 16
Principais pressupostos
Considerou-se que a
Cooperativa seria financiada a
50% com recurso a dívida e
50% com recurso de capitais
próprios dos cooperantes.
Adicionalmente admite-se
carência e juros nos primeiros 4
anos. Considera-se ainda que o
financiamento tanto por capital
próprio como de capitais alheios
seja concretizado no primeiro
ano do projecto.
Considerou-se um custo de
financiamento de 5% ao ano (all-
in), assumindo que haveria
recurso aos programas de
crédito bonificado para projectos
agrícolas actualmente existentes
em Angola. Considerou-se ainda
que do excesso de caixa de
cada ano poderia ser aplicado
no ano seguinte a uma taxa de
juro anual de 4%.
O reembolso da dívida contraída
ocorrerá entre o ano 4 e o ano
16, em prestações de capital
anuais constantes.
Admite-se que a Cooperativa
distribuiria dividendos com
resultados líquidos positivos e
sempre por forma a permanecer
no mínimo com 100.000 USD
em disponibilidades.
Cash flow Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20
Unid: '000 USD
EBITDA (158) (173) (320) (218) (77) 215 219 224 228 233 225 213 201 115
Margem EBITDA n.a. n.a. -154% -27% -5% 6% 6% 6% 6% 6% 6% 6% 6% 3%
Amortizações (3) (3) (27) (33) (49) (70) (67) (78) (80) (79) (75) (78) (78) (83)
EBIT (161) (175) (347) (251) (126) 145 152 146 148 154 150 135 122 32
Margem EBIT n.a. n.a. -167% -32% -8% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 3% 1%
Imposto - - - - - - - (4) (30) (31) (30) (27) (24) (6)
taxa de imposto efectiva 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 3% 20% 20% 20% 20% 20% 20%
NOPLAT (161) (175) (347) (251) (126) 145 152 142 119 123 120 108 98 25
Amortizações 3 3 27 33 49 70 67 78 80 79 75 78 78 83
Cash flow operacional (158) (173) (320) (218) (77) 215 219 220 198 202 195 186 176 108
CAPEX (104) (3) (125) (28) (71) (89) (71) (69) (80) (82) (80) (77) (79) (84)
Equipamento básico (4) (1) (51) (7) (8) (9) (10) (11) (13) (14) (16) (11) (12) (13)
Edifícios e outras construções (100) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (3) (3)
Equipamento de transporte - - (73) (19) (61) (78) (59) (55) (64) (65) (62) (63) (65) (68)
Investimento em fundo de maneio 0 0 (35) (98) (138) (281) (11) (11) (11) (12) 3 3 3 568
Free cash flow (262) (175) (480) (344) (286) (155) 137 140 107 109 118 113 100 593
Desembolsos 1.021 51 54 - - - - - - - - - - -
Juros - 20 13 (6) (19) (30) (37) (32) (27) (22) (18) (13) (8) 16
Reembolsos - - - (87) (87) (87) (87) (87) (87) (87) (87) (87) (87) -
Tax-shield - - - - - - - 4 5 4 4 3 2 (3)
Cash flow depois de financiamento 759 (104) (413) (436) (391) (272) 14 25 (0) 4 18 16 7 606
Entrada de fundos accionistas 1.021 - - - - - - - - - - - - -
Dividendos - - - - - - - - - - - - - (1.010)
Cash flow do período 1.780 (104) (413) (436) (391) (272) 14 25 (0) 4 18 16 7 (405)
Saldo inicial de caixa - 1.780 1.675 1.263 827 436 164 178 203 203 207 225 241 405
Saldo final de caixa 1.780 1.675 1.263 827 436 164 178 203 203 207 225 241 248 -
Cooperativa 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 79
-1,0
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
1,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
-0,3 -0,2
-0,5-0,3 -0,3
-0,2
0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1
0,6
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Com base nos pressupostos tomados, o investimento do associado na Cooperativa
deverá ascender a 1,0 M USD e a TIR por ele obtida para o seu investimento de 0,0%
Fluxo de caixa do projecto por associado (Free cash flow)
Unid: M USD
Fluxo de caixa para o associado
Unid: M USD
Rentabilidade operacional do projecto
Rentabilidade dos accionistas
II
II
Nota: Admite-se que o projecto não irá gerar qualquer cash flow para além do ano 20.
Cash flow antes de financiamento Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
Unid: '000 USD
Free cash flow to the firm (262) (175) (480) (344) (286) (155) 137 140 107 109
Cash flow antes de financiamento Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20
Unid: '000 USD
Free cash flow to the firm 118 113 100 89 79 68 61 50 39 593
Cash flows dos accionistas Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
Unid: '000 USD
Dividendos (1.021) - - - - - - - - -
Cash flows dos accionistas Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20
Unid: '000 USD
Dividendos - - - - - - - - - 1.010
Fundos necessários 1.701
TIR 0,5%
Payback 20 anos
Fundos próprios a aportar 1.021
TIR -0,1%
Payback 21 anos
Cooperativa 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 80
Realizaram-se análises de sensibilidade às variáveis críticas do negócio, como sendo
o preço do café e o preço das mudas (plantas)
Payback Taxa interna de rentabilidade
Pro
jec
to
Ac
cio
nis
ta
20 1,60 1,80 2,00 2,20 2,40
0,58 21 12 8 7 7
0,65 21 21 11 8 7
0,73 21 21 20 10 8
0,80 21 21 21 15 9
0,87 21 21 21 21 12
Preço do café (USD/kg)C
usto
do
ca
fé
(US
D)
0 1,60 1,80 2,00 2,20 2,40
0,58 #NUM! 10% 23% 33% 41%
0,65 #NUM! -8% 14% 26% 35%
0,73 #NUM! ##### 1% 17% 28%
0,80 #NUM! #NUM! ##### 6% 20%
0,87 #NUM! #NUM! #NUM! -14% 10%
Preço do café (USD/kg)
Cu
sto
do
ca
fé
(US
D)
21 1,60 1,80 2,00 2,20 2,40
0,58 21 20 20 20 20
0,65 21 21 20 20 20
0,73 21 21 21 20 20
0,80 21 21 21 20 20
0,87 21 21 21 21 20Cu
sto
do
ca
fé
(US
D)
Preço do café (USD/kg)
(0) 1,60 1,80 2,00 2,20 2,40
0,58 #NUM! 8% 14% 18% 20%
0,65 #NUM! #NUM! 10% 15% 19%
0,73 #NUM! #NUM! 0% 12% 16%
0,80 #NUM! #NUM! #NUM! 5% 13%
0,87 #NUM! #NUM! #NUM! #NUM! 8%Cu
sto
do
ca
fé
(US
D)
Preço do café (USD/kg)
20% 35% 50% 65% 80%
0,0 2% 1% 0% -3% #NUM!
Financiamento por dívida
20% 35% 50% 65% 80%
## 20 20 21 21 21
Financiamento por dívida
Cooperativa 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 81
-8,2
0,0 0,0 0,0 0,0 0,6 0,6 0,6 0,5 0,6 0,6 0,6 0,6
3,7
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Os 1.000 produtores individuais associados da Cooperativa terão de investir um total
de cerca de 8,2 M USD, sendo a TIR esperada para o investimento de 4,6%
Fluxo de caixa do projecto por associado (Free cash flow)
Unid: M USD Rentabilidade total dos 1.000 produtores associados
II
Nota: Admite-se que o projecto não irá gerar qualquer cash flow para além do ano 20.
Peq. Produtor
Cash flows do produtor associado Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
Unid: '000 USD
Dividendos (8.182) - - - - 598 646 616 502 571
Cash flows do produtor associado Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20
Unid: '000 USD
Dividendos 583 594 605 616 828 1.360 1.341 1.321 1.308 3.696
Fundos próprios a aportar 8.182
TIR 4,6%
Payback 17 anos
Cooperativa 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 82
O controlo das despesas de investimento, a sustentação na base do trabalho familiar e
o estabelecimento de relações comerciais duradouras são factores críticos para o
sucesso do projecto
Factores críticos do projecto
1. Optimização das despesas de investimento iniciais, as quais se apresentam bastante significativas, eventualmente através de incentivos públicos ao
investimento como por exemplo plantas
2. Apoio na base do trabalho familiar, permitindo gerar emprego para as populações de meios rurais
3. Existência de cooperativas com actividades de descasque, ensacamento e transporte nas regiões de maior densidade de produtores cafeícolas de
pequenas dimensões
4. Acesso a factores agrícolas com regularidade, em localizações próximas e com preços estáveis e competitivos
5. Apoio técnico especializado, por brigadas do INCA ou das cooperativas, para dotar as famílias de conhecimentos e técnicas agrícolas que permitam obter
as yields apresentadas
6. Estabelecimento de relações comerciais duradouras com intermediários, que permitam um escoamento da produção nos timings e níveis de preços
adequados e eliminar custos com transporte e rebeneficiamento
7. Acesso a soluções de financiamento flexíveis e competitivas
Peq. Produtor Cooperativa 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 83
1. Enquadramento de trabalhos
2. Sumário executivo
3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector do café
a) Enquadramento competitivo macro
b) Diagnóstico do sector em Angola
c) Modelo de desenvolvimento do sector do café
d) Estudo de pré-viabilidade
a) Modelo fragmentado
b) Modelo concentrado
c) Comparação dos modelos e análises de sensibilidade
e) Medidas de acção do IFE
Índice
A
B
C
D
E
1.
2.
3.
IFE | Estudo Sectorial – Café 84
O estudo de pré-viabilidade é efectuado para uma exploração agrícola de café robusta,
com uma área de plantação de 1.000 hectares, tendo sido usada a informação
recolhida nas reuniões realizadas
Âmbito do estudo de pré-viabilidade
Para analisar a viabilidade de
implementação de um projecto de
produção agrícola de café,
configura-se essencial perceber
quais seriam, em particular para
Angola, os:
Requisitos de investimento;
Ciclos de produção;
Preços e produtividades
agrícolas;
Custos de operação;
Para tal foi recolhida informação
junto de produtores de café
actualmente em actividade, bem
como do Instituto Nacional do Café
e produtores agrícolas de outras
culturas.
Enquadramento
Kwanza Norte
• Golungo Alto
Uíge
Kwanza Sul
Calulo
Gabela
Conda
Cassongue
Mussende
Waku Kungo
Bié
Huambo
Legenda:
Zonas de produção de Robusta
Zonas de produção de Arábica
Exploração agrícola de
café robusta, com uma
área de plantação de
1.000 hectares e
produção estimada em
pico de 3 toneladas /
hectare.
A produção terá como
destino principal os
mercados externos,
tendo sido contemplados
os actuais preços de
mercado.
Conceito Localização potencial
Grandes Prod. 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 85
Abaixo descrevem-se os pressupostos de receitas e custos adoptados no estudo de
pré-viabilidade (1/2) Indicador Drivers Descrição
Receitas
Cu
sto
s o
pe
rac
ion
ais
Preparação de
solos
Adubação
Fungicidas e
insecticidas
Capina e poda
Colheita
Valores de facturação anual decorrentes da actividade de venda de
café comercial, em grão.
Trabalhos de limpeza, abertura de covas e empalhamento dos
terrenos.
Custos com adubos e fertilizantes utilizados para melhorar a
produtividade das plantas de café.
Custo com produtos químicos para controlo de pragas, doenças e
insectos que podem atacar as plantações e prejudicar
substancialmente as suas produções.
Custos com corte de capim e poda das plantas, por forma a
potenciar a sua capacidade produtiva.
Custos com pessoal que colhe manualmente o café cereja das
árvores.
• Área de plantação
• Produtividade média por hectare
• Ciclo de produção
• Preços internacionais de café
• Número de horas por ha
• Frequência da operação
• Número de homens necessários por ha
• Salário por hora
• N.º de sacos necessários por ha
• Frequência de adubação anual
• Custo dos fertilizantes por saco
• Custo de insecticidas e fungicidas
• Utilização de insecticidas e fungicidas por ano por
ha
• Número de vezes por ano
• Número de homens por dia
• Número de homens por ha
• Salário por hora
• Volume de produção de café cereja
• Colheita média dos trabalhadores
• Salário dos trabalhadores por hora
• Número de horas de trabalho por dia
Grandes Prod. 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 86
Abaixo descrevem-se os pressupostos de receitas e custos adoptados no estudo de
pré-viabilidade (2/2)
Cu
sto
s o
pe
rac
ion
ais
Transporte
Rebeneficiamento
Estrutura
Custos com limpeza, calibração e ensacamento de café realizado
antes da exportação. Esta operação é geralmente realizada por
uma entidade terceirizada, junto ao porto de exportação.
Custos de salários de motoristas e combustível para fazer o
transporte do café entre a produção agrícola e o porto de
exportação mais próximo.
• Numero de motoristas necessários
• Salário mensal dos motoristas
• Total de Kms percorridos
• Consumo médio dos carros
• Custo por saco de café
• Volume total de produção
Custos com pessoal da estrutura administrativa, operacional e
comercial da fazenda:
Director geral
Engenheiro agrónomo
Técnico médio de acompanhamento das produções
Capataz
Suporte administrativos: colaboradores para trabalhos de registo
contabilístico, apoio à actividade comercial e à direcção geral da
fazenda.
• Salário mensal dos colaboradores
• Número de trabalhadores
• Número de meses de salário
Energia Custos com gasóleo para manter pelo menos um dos geradores a
funcionar em permanência e providenciar a totalidade do
abastecimento de energia necessário.
• N.º de litros de gasóleo necessários
• Custo por litro de gasóleo
Indicador Drivers Descrição
Grandes Prod.
Custos de aquisição e infra-estruturação dos terrenos. • Custo global para aquisição e infra-estruturação
por hectare Terrenos
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 87
Os pressupostos de investimento foram igualmente apurados junto dos produtores,
com base em actuais práticas de mercado
Inve
sti
me
nto
Instalações Custos com construção de instalações de apoio – armazém produto
acabado, armazém produtos químicos, armazém para maquinaria,
instalações administrativas.
• Custo por saco de café
• Volume total de produção
Equipamentos Custos com aquisição de tractores, camiões para transporte,
equipamento de descasque e secagem, bombas de água e
geradores.
• Custo por equipamento
• Número de equipamentos
Plantação Custos com aquisição e plantação das árvores de café. • Custo por planta
• Número de plantas por hectare
Reposição Custos com reposição da capacidade instalada, quer em termos de
maquinaria quer em termos de plantação.
• Amortização económica dos equipamentos e
instalações
• Taxa de mortalidade das plantas
Indicador Drivers Descrição
Grandes Prod. 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 88
0,2
0,8
1,6
3,3
5,6
6,9 7,0 7,2 7,1 7,1 7,16,8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20
- - 0,1
0,4
0,8
1,5
2,5
3,0 3,0 3,0 2,9 2,9 2,8
2,3
2,0 2,0 2,1 2,1 2,2 2,2 2,3 2,3 2,3 2,4 2,4 2,5 2,52,9
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20
Produção total (ton)
Preço médio de venda de café comercial
Em ano cruzeiro o projecto deverá proporcionar uma produção de 3 ton / ha, a qual
admitindo o actual nível de preços, gerará receitas de cerca de 6 k USD / ha
Principais pressupostos
Preço médio de venda inicial de
2 USD/kg ou 120 USD/saco
Crescimento de preços em linha
com inflação de dólar
americano.
Considerou-se uma plantação
de 1.000 ha com um compasso
de 1x2, resultando em 5 milhões
de plantas – uma planta em
cada 2 m2.
Produtividade média crescente
até ano 8, atingindo o pico (3 ton
/ ha) neste ano e por um período
de 3 anos. A partir do ano 11,
quebra gradual da produção de
2,5% ao ano. Admite-se um
investimento anual de reposição
de plantas de 200 k USD.
Evolução da produção e preços
Unid: mil ton; USD/kg Evolução da receitas
Unid: M USD
II II
Receitas Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20
Unid: '000 USD
Preço médio de venda de café comercial 2,0 2,0 2,1 2,1 2,2 2,2 2,3 2,3 2,3 2,4 2,4 2,5 2,5 2,9
Taxa de crescimento n.a. 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%
Produção total (ton) - - 100 375 750 1.500 2.500 3.000 3.000 3.000 2.925 2.852 2.781 2.329
Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 275% 100% 100% 67% 20% 0% 0% -3% -3% -3% -3%
Receitas totais - - 208 796 1.624 3.312 5.631 6.892 7.030 7.171 7.131 7.092 7.053 6.786
Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 283% 104% 104% 70% 22% 2% 2% -1% -1% -1% -1%
Indicadores operacionais
Área de plantação (ha) 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000
Produtividade média plantação (kg/ha) - - 100 375 750 1.500 2.500 3.000 3.000 3.000 2.925 2.852 2.781 2.329
Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 275% 100% 100% 67% 20% 0% 0% -3% -3% -3% -3%
Número de plantas total (milhares) 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000
Compasso (m 2 por planta) 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
Kg de café comercial por planta - - 0,02 0,08 0,15 0,30 0,50 0,60 0,60 0,60 0,59 0,57 0,56 0,47
Grandes Prod. 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 89
Os custos com adubos e produtos químicos representam cerca de 13% das receitas
enquanto os custos com colheita representarão 25%
Principais pressupostos
Preparação de solos: tratamento
de solos, mais intensa no
primeiro ano.
Adubação: custo com adubação
de solos 2 vezes por ano.
Fungicidas: utilização anual de
10 kg de fungicidas por ano com
um custo de 11 USD/kg.
Insecticidas: utilização de 2 l/ha
de insecticidas por ano com um
custo de 52 USD / litro.
Capina e poda: trabalhos de
capina e poda de 2 homens 4
vezes por ano. Os 2 homens
trabalham um ha em 2,5 horas.
Colheita: cada trabalhador colhe
80 kg de café cereja por dia com
um custo de 10 USD por dia. O
café cereja pesa cerca de 4
vezes o peso do café comercial.
Energia: custo com combustível
para garantir a utilização de 13
bombas de água de 50 m3/h, de
um gerador de 50 Kw (nos
primeiros anos a utilização do
gerador é mais reduzida por não
estar a alimentar as maquinas
de secagem e descasque) e os
restantes equipamentos de
apoio à estrutura.
Custos operacionais (1/2) Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20
Unid: '000 USD
1. Preparação dos solos (14) (7) (7) (7) (8) (8) (8) (8) (8) (8) (9) (9) (9) (10)
% das receitas n.a. n.a. 4% 1% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
Horas/ha 2,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
Vezes por ano 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0
Homens/ha 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4
Salários por hora 1,25 1,28 1,30 1,33 1,35 1,38 1,41 1,44 1,46 1,49 1,52 1,55 1,59 1,82
2.1. Adubação (516) (526) (537) (548) (559) (570) (581) (593) (605) (617) (629) (642) (654) (752)
% das receitas n.a. n.a. 258% 69% 34% 17% 10% 9% 9% 9% 9% 9% 9% 11%
Sacos por ha 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0
Número de vezes por ano 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0
Custo de fertilizantes em saco 43,0 43,9 44,7 45,6 46,5 47,5 48,4 49,4 50,4 51,4 52,4 53,5 54,5 62,6
2.2. Fungicidas (110) (112) (114) (117) (119) (121) (124) (126) (129) (131) (134) (137) (140) (160)
% das receitas n.a. n.a. 55% 15% 7% 4% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%
Custo de fungicidas/kg 11,0 11,2 11,4 11,7 11,9 12,1 12,4 12,6 12,9 13,1 13,4 13,7 14,0 16,0
Utilização de fungicidas (kg/ha) 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0
2.3. Insecticidas (104) (106) (108) (110) (113) (115) (117) (119) (122) (124) (127) (129) (132) (152)
% das receitas n.a. n.a. 52% 14% 7% 3% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%
Custo de insecticidas/litro 52,0 53,0 54,1 55,2 56,3 57,4 58,6 59,7 60,9 62,1 63,4 64,7 65,9 75,8
Utilização de insecticidas (l/ha) 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0
3. Capina e poda (25) (26) (26) (27) (27) (28) (28) (29) (29) (30) (30) (31) (32) (36)
% das receitas n.a. n.a. 13% 3% 2% 1% 1% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 1%
Número de vezes por ano 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0
Número de homens por dia 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0
Número de horas por ha 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5
Salários por hora 1,25 1,28 1,30 1,33 1,35 1,38 1,41 1,44 1,46 1,49 1,52 1,55 1,59 1,82
4. Colheita - - (52) (199) (406) (828) (1.408) (1.723) (1.757) (1.793) (1.783) (1.773) (1.763) (1.696)
% das receitas n.a. n.a. 25% 25% 25% 25% 25% 25% 25% 25% 25% 25% 25% 25%
Colheita média dos trabalhadores 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0
Colheita de café cereja (ton) - - 400 1.500 3.000 6.000 10.000 12.000 12.000 12.000 11.700 11.408 11.122 9.316
Horas/dia 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0
Salários por hora 1,25 1,28 1,30 1,33 1,35 1,38 1,41 1,44 1,46 1,49 1,52 1,55 1,59 1,82
5. Energia (17) (17) (20) (24) (24) (25) (25) (26) (26) (27) (27) (28) (28) (33)
% das receitas 0% 0% n.a. n.a. 10% 3% 1% 1% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
Bombas de água 11 11 11 12 12 12 12 13 13 13 13 14 14 16
Geradores 2 2 5 8 8 8 9 9 9 9 9 9 10 11
Restantes equipamentos 4 4 4 4 4 4 4 4 4 5 5 5 5 6
Subtotal de custos operacionais (786) (794) (865) (1.031) (1.255) (1.694) (2.291) (2.624) (2.676) (2.730) (2.739) (2.748) (2.758) (2.839)
Grandes Prod. 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 90
1,0 1,0 1,11,4
1,7
2,3
3,1
3,6 3,6 3,7 3,7 3,7 3,7 3,8
171%
103%
69%55% 52% 52% 52% 52% 52% 53% 56%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20
Total de custos operacionais % das receitas
Os principais custos em ano cruzeiro são a adubação dos solos, a colheita e o
rebeneficiamento do café
Principais pressupostos
Transporte: cálculo de custos
com salários de motoristas e
com combustíveis de
deslocações. Assumiu-se um
pico de 9 motoristas nos anos 8
a 10 para 5 carrinhas.
Rebeneficiamento: custos com
limpeza, calibração
ensacamento de café em
Luanda, estimado em 10 USD
por saco de 60kg. Este serviço é
terceirizado.
Estrutura - custos com:
Director Geral: 75 k USD /
ano
Engenheiro agrónomo: 35k
USD / ano
Técnicos médios: 7 técnicos
com custo de 11 k USD / ano
Capataz: 15 USD/dia
Funcionários administrativos:
4 funcionários com custo de
11 k USD / ano cada
No primeiro ano de actividade
os principais custos são de
adubação, de fungicidas e
insecticidas. Os principais
custos em ano cruzeiro são o
rebeneficiamento, a colheita e
a adubação dos solos.
Evolução dos custos operacionais
Unid: milhões de USD; % das receitas Repartição de custos operacionais (ano 1 vs. 20)
Ano 1 Ano 20
II
Custos operacionais (2/2) Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20
Unid: '000 USD
7. Transporte (motorista + combustível) - - (5) (13) (23) (42) (65) (82) (84) (85) (81) (82) (82) (81)
% das receitas n.a. n.a. 3% 2% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1%
Motoristas - - (4,2) (8,6) (13,1) (22,3) (31,8) (41,7) (42,6) (43,4) (39,4) (40,2) (41,0) (41,2)
Combustível - - (1,2) (4,7) (9,5) (19,4) (32,9) (40,3) (41,1) (42,0) (41,7) (41,5) (41,3) (39,7)
8. Rebeneficiamento - - (17) (66) (135) (276) (469) (574) (586) (598) (594) (591) (588) (565)
% das receitas n.a. n.a. 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8%
Custo por saco - realizado em Luanda 10,0 10,2 10,4 10,6 10,8 11,0 11,3 11,5 11,7 12,0 12,2 12,4 12,7 14,6
Estrutura (215) (220) (247) (252) (257) (262) (268) (273) (279) (284) (290) (296) (301) (346)
% das receitas n.a. n.a. 119% 32% 16% 8% 5% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 5%
Engenheiro agrónomo (35) (36) (36) (37) (38) (39) (39) (40) (41) (42) (43) (44) (44) (51)
Técnicos médios (78) (80) (82) (83) (85) (87) (88) (90) (92) (94) (96) (97) (99) (114)
Capataz (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (6) (6) (7)
Custo por dia 15,0 15,3 15,6 15,9 16,2 16,6 16,9 17,2 17,6 17,9 18,3 18,7 19,0 21,9
Número de dias 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300
Director Geral (75) (77) (78) (80) (81) (83) (84) (86) (88) (90) (91) (93) (95) (109)
Serviços administrativos (22) (23) (47) (48) (48) (49) (50) (51) (52) (54) (55) (56) (57) (65)
Número de pessoas 2,0 2,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0
Salário mensal médio 800 816 832 849 866 883 901 919 937 956 975 995 1.015 1.165
Subtotal de custos operacionais (215) (220) (270) (332) (415) (580) (802) (929) (948) (967) (965) (968) (971) (993)
Total de custos operacionais (1.001) (1.014) (1.135) (1.363) (1.670) (2.274) (3.093) (3.553) (3.625) (3.697) (3.704) (3.716) (3.729) (3.832)
% de receitas n.a. n.a. 546% 171% 103% 69% 55% 52% 52% 52% 52% 52% 53% 56%
Taxa de crescimento n.a. 1% 12% 20% 23% 36% 36% 15% 2% 2% 0% 0% 0% 0%
0% 0%
52%
1%
11%
10%0%
22%
2% 2%
Rebeneficiamento Colheita Adubação
Preparação dos solos Fungicidas Insecticidas
Transporte Estrutura Capina e poda
15%
44%
20%
0%
4%4%
2%
9%
1% 1%
Grandes Prod. 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 91
(0,1) (0,0)
0,1 0,1 0,20,3
0,4
0,2
0,0 0,0
(0,0) (0,0) (0,0)
0,0 0,1 0,2 0,2 0,2 0,2 0,3 0,3 0,2 0,3 0,3 0,30,1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20
Investimento em FM CAPEX
O investimento em activos fixos necessário nos primeiros 3 anos é de,
aproximadamente 11,4 M USD, ao qual acresce o investimento em fundo de maneio
Principais pressupostos
Os principais custos em activos
fixos estão relacionados com
plantações, tendo sido estimado
um investimento de cerca de 10
M USD (5 milhões de plantas
em 1000ha, com um custo de 2
USD/planta).
Foi considerado que o terreno
seria obtido do Estado a custo
zero, correspondendo os
terrenos e recursos naturais a
custos de infra-estruturas da
fazenda (ex. caminhos e
sistemas de rega)
O equipamento básico inclui
bombas de água, dois
geradores, tractores, máquinas
de secagem e descasque.
Foram estimados custos de
reposição das plantações e
custos de reposição dos
equipamentos de acordo com as
suas amortizações, ajustadas
pelo efeito de inflação.
Foi estimado um investimento
em fundo de maneio, associado
a stocks, recebimentos de
clientes e pagamentos a
fornecedores, pagamentos e
recebimentos do estado e
pessoal. Estimou-se assim que
o fundo de maneio representaria
cerca de 70 dias de receitas
CAPEX e Investimento em Fundo de Maneio
Unid: milhões de USD
11,3
Pesos de investimentos em CAPEX nos
primeiros 3 anos
II
CAPEX Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20
Unid: '000 USD
Terrenos e recursos naturais (750) - - - - - - - - - - - - -
Edifícios e outras construções (390) - - - - - - - - - - - - -
Equipamento básico (169) - (26) - - - - - - - - - - -
Equipamento de transporte - - (36) - (38) (39) (39) (40) - - - - - -
Plantações (10.000) - - - - - - - - - - - - -
Novos investimentos (11.309) - (62) - (38) (39) (39) (40) - - - - - -
Investimento de reposição - (30) (32) (154) (163) (182) (206) (225) (255) (249) (258) (260) (262) (145)
Total de CAPEX (11.309) (30) (95) (154) (201) (221) (245) (265) (255) (249) (258) (260) (262) (145)
% de EBITDA n.a. n.a. n.a. n.a. n.a. 21% 10% 8% 7% 7% 8% 8% 8% 5%
Investimento em fundo de maneio Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20
Unid: '000 USD
Fundo de maneio líquido (63) (64) 40 153 311 635 1.080 1.322 1.348 1.375 1.368 1.360 1.353 -% das receitas n.a. n.a. 19% 19% 19% 19% 19% 19% 19% 19% 19% 19% 19% 0%
dias de receitas n.a. n.a. 70 70 70 70 70 70 70 70 70 70 70 -
Investimento em fundo de maneio 63 1 (104) (113) (159) (324) (445) (242) (26) (27) 8 8 7 1.309% de EBITDA n.a. n.a. n.a. n.a. n.a. 31% 18% 7% 1% 1% 0% 0% 0% -44%
87%
0%
2% 4%7%
Plantações Equipamento de transporteEquipamento básico Edifícios e outras construçõesTerrenos e recursos naturais
Grandes Prod. 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 92
Em ano cruzeiro, o projecto deverá gerar um resultado operacional de 38% das
receitas e um resultado líquido superior a 25% das receitas
Notas
Considerou-se que o projecto
estaria sujeito a imposto
industrial à taxa de 20%.
O negócio de produção
agrícola de café apenas gerará
resultados líquidos positivos
a partir do 7º ano, altura em
que a produtividade das
plantas atingem níveis que
permitem rentabilizar a
operação.
O montante de investimento
em activos fixos inicial e a
estrutura de custos
operacionais é assim de
importância crítica para
rentabilizar o negócio a médio
prazo.
Demonstração de resultados Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20
Unid: '000 USD
Receitas - - 208 796 1.624 3.312 5.631 6.892 7.030 7.171 7.131 7.092 7.053 6.786Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 283% 104% 104% 70% 22% 2% 2% -1% -1% -1% -1%
Produção anual (ton) - - 100 375 750 1.500 2.500 3.000 3.000 3.000 2.925 2.852 2.781 2.329
Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 275% 100% 100% 67% 20% 0% 0% -3% -3% -3% -3%
Custos operacionais (1.001) (1.014) (1.135) (1.363) (1.670) (2.274) (3.093) (3.553) (3.625) (3.697) (3.704) (3.716) (3.729) (3.832)% das receitas n.a. n.a. 546% 171% 103% 69% 55% 52% 52% 52% 52% 52% 53% 56%
EBITDA (1.001) (1.014) (927) (567) (46) 1.038 2.538 3.339 3.405 3.474 3.427 3.376 3.324 2.954Margem EBITDA n.a. n.a. -446% -71% -3% 31% 45% 48% 48% 48% 48% 48% 47% 44%
Amortizações (696) (698) (714) (727) (751) (780) (804) (838) (838) (852) (860) (868) (880) (224)Plantações (667) (667) (667) (674) (681) (688) (696) (703) (711) (719) (727) (736) (744) (81)
Equipamento básico (21) (24) (30) (34) (38) (43) (49) (55) (41) (43) (42) (44) (45) (47)
Equipamento de transporte - - (9) (11) (24) (40) (50) (71) (77) (80) (81) (79) (81) (85)
Edifícios e outras construções (8) (8) (8) (8) (8) (9) (9) (9) (9) (9) (10) (10) (10) (11)
Ferramentas e utnsílios - - - - - - - - - - - - - -
EBIT (1.697) (1.712) (1.641) (1.295) (798) 258 1.734 2.500 2.568 2.621 2.567 2.507 2.443 2.730Margem EBIT n.a. n.a. -789% -163% -49% 8% 31% 36% 37% 37% 36% 35% 35% 40%
Resultados financeiros - (232) (287) (348) (400) (437) (424) (379) (326) (274) (222) (169) (117) 56
EBT (1.697) (1.944) (1.928) (1.642) (1.198) (179) 1.310 2.122 2.241 2.347 2.345 2.338 2.326 2.786Margem EBT n.a. n.a. -927% -206% -74% -5% 23% 31% 32% 33% 33% 33% 33% 41%
Impostos 339 389 386 328 240 36 (262) (424) (448) (469) (469) (468) (465) (557)taxa de imposto efectiva 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20%
Resultado líquido (1.357) (1.555) (1.542) (1.314) (958) (143) 1.048 1.697 1.793 1.878 1.876 1.870 1.861 2.229Margem líquida n.a. n.a. -741% -165% -59% -4% 19% 25% 26% 26% 26% 26% 26% 33%
Grandes Prod. 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 93
O projecto deverá ser financiado por capitais próprios e dívida em partes iguais,
admitindo-se no caso da dívida um reembolso da mesma entre os anos 6 e 15
Principais pressupostos
Considerou-se que o projecto
seria financiado a 50% com
recurso a dívida e 50% com
recurso de capitais próprios.
Adicionalmente admite-se
carência e juros nos primeiros 6
anos. Considera-se ainda que o
financiamento tanto por capital
próprio como de capitais alheios
seja concretizado no primeiro
ano do projecto.
Considerou-se um custo de
financiamento de 5% ao ano (all-
in), assumindo que haveria
recurso aos programas de
crédito bonificado para projectos
agrícolas actualmente existentes
em Angola. Considerou-se ainda
que do excesso de caixa de
cada ano poderia ser aplicado
no ano seguinte a uma taxa de
juro anual de 4%.
O reembolso da dívida contraída
ocorrerá entre o ano 6 e o ano
15, em prestações de capital
constante anual
Admite-se que a empresa
distribuiria dividendos com
resultados líquidos positivos e
sempre por forma a permanecer
pelo menos 1 M USD em
disponibilidades.
Cash flow Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20
Unid: '000 USD
EBITDA (1.001) (1.014) (927) (567) (46) 1.038 2.538 3.339 3.405 3.474 3.427 3.376 3.324 2.954
Margem EBITDA n.a. n.a. -446% -71% -3% 31% 45% 48% 48% 48% 48% 48% 47% 44%
Amortizações (696) (698) (714) (727) (751) (780) (804) (838) (838) (852) (860) (868) (880) (224)
EBIT (1.697) (1.712) (1.641) (1.295) (798) 258 1.734 2.500 2.568 2.621 2.567 2.507 2.443 2.730
Margem EBIT n.a. n.a. -789% -163% -49% 8% 31% 36% 37% 37% 36% 35% 35% 40%
Imposto - - - - - - - (428) (514) (524) (513) (501) (489) (546)
taxa de imposto efectiva 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 17% 20% 20% 20% 20% 20% 20%
NOPLAT (1.697) (1.712) (1.641) (1.295) (798) 258 1.734 2.072 2.054 2.097 2.053 2.006 1.955 2.184
Amortizações 696 698 714 727 751 780 804 838 838 852 860 868 880 224
Cash flow operacional (1.001) (1.014) (927) (567) (46) 1.038 2.538 2.910 2.892 2.949 2.914 2.874 2.835 2.408
CAPEX (11.309) (30) (95) (154) (201) (221) (245) (265) (255) (249) (258) (260) (262) (145)
Terreno (750) - - - - - - - - - - - - -
Plantações (10.000) - - (106) (108) (110) (113) (115) (117) (120) (122) (124) (127) -
Equipamento de transporte - - (36) (9) (50) (63) (80) (92) (72) (78) (82) (83) (80) (87)
Equipamento básico (169) (22) (50) (31) (35) (39) (44) (50) (56) (42) (44) (43) (45) (47)
Edifícios e outras construções (390) (8) (8) (8) (8) (9) (9) (9) (9) (9) (10) (10) (10) (11)
Investimento em fundo de maneio 63 1 (104) (113) (159) (324) (445) (242) (26) (27) 8 8 7 1.309
Free cash flow (12.247) (1.043) (1.126) (834) (406) 493 1.848 2.403 2.611 2.674 2.664 2.622 2.580 3.572
Desembolsos 8.611 431 452 475 498 - - - - - - - - -
Juros - (232) (287) (348) (400) (437) (424) (379) (326) (274) (222) (169) (117) 56
Reembolsos - - - - - (1.047) (1.047) (1.047) (1.047) (1.047) (1.047) (1.047) (1.047) -
Tax-shield - - - - - - - 279 65 55 44 34 23 (11)
Cash flow depois de financiamento (3.636) (844) (960) (708) (308) (990) 377 1.257 1.303 1.408 1.440 1.439 1.440 3.616
Entrada de fundos accionistas 8.611 - - - - - - - - - - - - -
Dividendos - - - - - - (542) (1.257) (1.303) (1.408) (1.440) (1.439) (1.440) (5.010)
Cash flow do período 4.974 (844) (960) (708) (308) (990) (165) - - - - - - (1.393)
Saldo inicial de caixa - 4.974 4.131 3.170 2.463 2.155 1.165 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.393
Saldo f inal de caixa 4.974 4.131 3.170 2.463 2.155 1.165 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 -
Grandes Prod. 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 94
-12,2
-1,0 -1,1 -0,8 -0,4
0,51,8 2,4 2,6 2,7 2,7 2,6 2,6
3,6
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20
Com base nos pressupostos tomados, o investimento do accionista deverá ascender a
8,6 M USD e a TIR por ele obtida para o seu investimento de 8,5%
Fluxo de caixa do projecto (Free cash flow)
Unid: milhões de USD
Fluxo de caixa para o accionista
Unid: milhões de USD
Rentabilidade operacional do projecto
Rentabilidade do accionista
II
II
Nota: Admite-se que o projecto não irá gerar qualquer cash flow para além do ano 20.
Cash flow antes de financiamento Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
Unid: '000 USD
Free cash flow to the firm (12.247) (1.043) (1.126) (834) (406) 493 1.848 2.403 2.611 2.674
Cash flow antes de financiamento Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20
Unid: '000 USD
Free cash flow to the firm 2.664 2.622 2.580 2.534 2.489 2.444 2.406 2.363 2.316 3.572
Cash flows do accionista Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
Unid: '000 USD
Dividendos (8.611) - - - - - 542 1.257 1.303 1.408
Cash flows do accionista Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20
Unid: '000 USD
Dividendos 1.440 1.439 1.440 1.436 1.433 2.377 2.341 2.300 2.265 5.010
Fundos necessários 15.655
TIR 11,5%
Payback 13 anos
Fundos próprios a aportar 8.611
TIR 8,5%
Payback 13 anos
-8,6
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,51,3 1,3 1,4 1,4 1,4 1,4
5,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20
Grandes Prod. 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 95
Realizaram-se análises de sensibilidade às variáveis críticas do negócio, como sendo
o preço do café, o preço das mudas (plantas) e o custo de rebeneficiamento
Payback Taxa interna de rentabilidade
Pro
jec
to
Ac
cio
nis
ta
13 1,60 1,80 2,00 2,20 2,40
1,60 17 14 12 11 10
1,80 17 14 12 11 10
2,00 18 15 13 11 11
2,20 19 15 13 12 11
2,40 20 16 13 12 11
Preço do café (USD/kg)
Pre
ço
da
s
mu
da
s (
US
D)
0 1,60 1,80 2,00 2,20 2,40
1,60 9% 11% 12% 14% 16%
1,80 9% 10% 12% 13% 15%
2,00 8% 10% 11% 13% 14%
2,20 8% 10% 11% 12% 14%
2,40 8% 9% 11% 12% 13%
Preço do café (USD/kg)
Pre
ço
da
s
mu
da
s (
US
D)
13 1,60 1,80 2,00 2,20 2,40
1,60 20 15 12 10 10
1,80 20 16 13 11 10
2,00 20 17 13 11 10
2,20 21 18 14 12 10
2,40 21 18 15 12 11
Preço do café (USD/kg)
Pre
ço
da
s
mu
da
s (
US
D)
0 1,60 1,80 2,00 2,20 2,40
1,60 2% 7% 10% 13% 16%
1,80 1% 6% 9% 12% 15%
2,00 0% 5% 8% 11% 14%
2,20 -1% 4% 8% 11% 13%
2,40 -2% 3% 7% 10% 12%
Preço do café (USD/kg)
Pre
ço
da
s
mu
da
s (
US
D)
20% 35% 50% 65% 80%
## 14 13 13 14 15
Financiamento por dívida
20% 35% 50% 65% 80%
0,1 7% 8% 8% 9% 11%
Financiamento por dívida
Grandes Prod. 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 96
O controlo das despesas de investimento, o emprego de avançadas técnicas agrícolas
e o estabelecimento de relações comerciais duradouras são factores críticos para o
sucesso do projecto
1. Optimização das despesas de investimento iniciais, as quais se apresentam bastante significativas, eventualmente através de incentivos públicos ao
investimento
2. Emprego das mais avançadas técnicas agrícolas, por forma a maximizar valor da produção (no binómio quantidade e qualidade produzida), antecipar
picos e atrasar quebra de produtividade e permitir optimizar custos com adubos, produtos químicos e colheita
3. Estabelecimento de relações comerciais duradouras com traders internacionais e torrefactores de referência, que permitam um escoamento da
produção nos timings e níveis de preços adequados
4. Implementação de soluções logísticas que assegurem fluxo de produto sem falhas e optimização de custos comerciais e com rebeneficiamento
5. Acesso a soluções de financiamento flexíveis e competitivas
Factores críticos do projecto
Grandes Prod. 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 97
1. Enquadramento de trabalhos
2. Sumário executivo
3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector do café
a) Enquadramento competitivo macro
b) Diagnóstico do sector em Angola
c) Modelo de desenvolvimento do sector do café
d) Estudo de pré-viabilidade
a) Modelo fragmentado
b) Modelo concentrado
c) Comparação dos modelos e análises de sensibilidade
e) Medidas de acção do IFE
Índice
A
B
C
D
E
1.
2.
3.
IFE | Estudo Sectorial – Café 98
Pequenos produtores+Coop Valores
M USD agregados
Volume de negócios (coop) 54,7
Preço médio (USD/kg) 2,5
Produção café com. (mil ton) 21,8
Custos com pessoal 8,1
EBITDA (coop+produtores) 30,2
margem EBITDA média 55%
Investimento por ha ('000 USD) 15,0
Impostos pagos 3,5
Fundos accion. Necessários (1) 8,2
Dividendos 15,2
Dividendos+pessoal (2) 23,3
Múltiplo de retorno (2)/(1) x 2,9
TIR 4,6%
Payback 17 anos
Duração de projecto 20 anos
Tipo de investimento Plantação de raiz
Modelo de colheita Manual
Produto final (agricutor) Café mabuba
Variedade de café Robusta
Área plantação (ha) 1.000
Produtividade (ton/ha) pico 1,5
Grandes produtores Valores
M USD agregados
Volume de negócios 102,2
Preço médio (USD/kg) 2,5
Produção (mil ton) 40,4
Custos com pessoal 32,1
EBITDA 42,2
margem EBITDA média 41%
Investimento por ha ('000 USD) 15,1
Impostos pagos 6,3
Fundos accion. necessários (1) 8,6
Dividendos 26,0
Dividendos+pessoal (2) 58,1
Múltiplo de retorno (2)/(1) x 6,7
TIR 8,5%
Payback 13 anos
Duração de projecto 20 anos
Tipo de investimento Plantação de raiz
Modelo de colheita Manual
Produto final (agricutor) Café comercial
Variedade de café Robusta
Área plantação (ha) 1.000
Produtividade (ton/ha) pico 3,0
Da comparação dos dois modelos de desenvolvimento resultam vantagens económicas
no modelo de grandes produtores e sociais no modelo de pequenos produtores
Grandes Prod.
Modelo concentrado
(1 produtor: 1000ha)
Modelo fragmentado
(1.000 produtores + cooperativa)
Cooperativa Peq. Produtor
Comparação de modelos
Modelo de grandes produções
Cadeia de valor mais integrada – um único
produtor tem capacidade de produzir café
comercial (descascado).
Maior rentabilidade accionista
Maior produtividade de plantações
Maiores necessidades de trabalhadores – devido
a maior produção por ha (caso de colheita
manual)
Menor necessidade de investimento total
Maior valor de impostos
Menor distribuição de rendimentos
Modelo de pequenos produtores
Necessidade de existência de cooperativas para
processar café comercial
Menor rentabilidade accionista
Menor produtividade de plantações
Menores necessidades de trabalhadores
(comparando modelos de colheita manual) devido
a menor produção por ha
Maior necessidade de investimento agregado
Menor valor de impostos
Maior distribuição de rendimentos entre
população
Modelo em que um grande produtor concentra
uma área de produção de 1.000 ha
Tendo em conta objectivos de desenvolvimento
económico e social, a implementação de um modelo
misto deverá ser o mais adequado
! Modelo de 1.000 produtores com áreas de
plantação individuais de 1 ha e uma
cooperativa com funções de descasque e
comercialização
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 99
Da análise de sensibilidade aos dois modelos, para obter níveis de rentabilidade
definidos, resultam os seguintes subsídios de fertilizantes e de plantas
1,536
1,626
1,716
1,86
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
1,5 1,6 1,7 1,8 1,9
1,131
1,222
1,314
1,45
-
5
10
15
20
25
30
35
40
45
1,1 1,2 1,3 1,4 1,5
1,139
1,328
1,517
1,77
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0,9 1,1 1,3 1,5 1,7
0,341
0,532
0,723
0,913
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0,1 0,3 0,5 0,7 0,9
Subsídio de mudas (USD/planta)
Subsídio de mudas (USD/planta) Subsídio de mudas (USD/planta)
Subsídio de mudas (USD/planta)
Subsíd
io d
e f
ert
ilizante
s (
US
D/k
g)
Subsíd
io d
e f
ert
ilizante
s (
US
D/k
g)
Subsíd
io d
e f
ert
ilizante
s (
US
D/k
g)
Subsíd
io d
e f
ert
ilizante
s (
US
D/k
g)
Modelo concentrado Modelo fragmentado (para 1000 produtores)
TIR
alvo:
20%
TIR
alvo:
15%
TIR
alvo:
20%
TIR
alvo:
15%
Nível de subsídio necessário
Grandes Prod. Cooperativa Peq. Produtor 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 100
Se apenas se subsidiasse o investimento nas plantas, o modelo concentrado
globalmente seria financeiramente menos exigente para o Estado
1,7
6,0
8,9
TIR 10%
TIR 15%
TIR 20%
Subsídio ao investimento
4,5
7,3
9,3
TIR 10%
TIR 15%
TIR 20%
Subsídio ao investimento
Modelo concentrado Modelo fragmentado
Unid: milhões de USD
Grandes Prod. Cooperativa Peq. Produtor 3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 101
Índice
1. Enquadramento de trabalhos
2. Sumário executivo
3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector do café
1. Enquadramento competitivo macro
2. Diagnóstico do sector em Angola
3. Modelo de desenvolvimento do sector do café
4. Estudo de pré-viabilidade
5. Medidas de acção do IFE
A
B
C
D
E
1.
2.
3.
IFE | Estudo Sectorial – Café 102
O sector público pode desempenhar um papel fundamental no arranque do cluster do
café em Angola, enquanto promotor de encontro de interesses e saber
Potenciais medidas de carácter público de fomento ao sector do café
(não exaustivo)
Programas de apoio ao
investimento com subsidiação
do custo das plantas em
projectos certificados
Disponibilização de terrenos a
preços competitivos (não
especulativos) e com
condições propícias ao cultivo
do café
Desenvolvimento de centro de
competência em café para
estudo laboratorial das
condições de cultivo, apoio ao
produtor e disseminação de
saber. Contratação de
técnicos estrangeiros
altamente qualificados;
Certificação de projectos e
fiscalização da produção de
café em Angola, tendo em
vista a qualificação da oferta e
como condição para obtenção
de incentivos públicos
Desenvolvimento e
disponibilização de estudos de
mercado e estudos
estatísticos sobre café para
suporte ao investidor
Aproximação a traders
internacionais de café e
torrefactores de referência,
promovendo junto destes a
qualidade e potencialidades
do produto Angolano
Desenvolvimento de infra-
estruturas (estradas de
acesso, portos, rede eléctrica,
redes de abastecimento de
água, entre outros).
Angariação de investidores
(nacionais ou estrangeiros)
para projectos em Angola,
funcionando como motores do
desenvolvimento do sector
Programas de apoio aos produtores na
redução da volatilidade dos seus
rendimentos
Fomento das associações e cooperativas
de produtores como forma de dinamizar a
produção de pequenos produtores
Incentivos fiscais e financeiros à
actividade produtiva de café
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 103
Foram posicionadas as medidas de acção identificadas tendo em conta as fases da
cadeia de valor sobre as quais actuarão ou terão maior impacto
Produção agrícola
de base
Torrefacção e
moagem Comercialização
Fas
es
• Produção de café cereja
• Lavagem e secagem
• Descasque
• Transporte (se aplicável)
Rebeneficiamento
e exportação
Transformação
em café
comercial
• Descasque
• Ensacamento
• Transporte para porto
• Limpeza e calibração de
grãos de café
• Acondicionamento e
expedição internacional
Me
did
as
• Torrefacção
• Moagem
• Blending de variedades
• Embalamento
• Especialidades
• Comercialização em
canais de consumo
(HORECA)
• Comercialização em
distribuição alimentar
• Distribuição para indústria
Programas de subsidiação do
custo das plantas
Disponibilização de terrenos a
preços competitivos
Desenvolvimento de centro de
competência em café
Certificação de projectos e fiscalização da produção
Desenvolvimento e disponibilização de estudos de mercado
Aproximação a traders internacionais de café e torrefactores de
referência
Desenvolvimento de infra-estruturas (estradas de acesso, portos, rede eléctrica, redes de abastecimento de água, entre outros).
Angariação de investidores (nacionais ou estrangeiros) para projectos em Angola
Incentivos fiscais e financeiros à actividade produtiva de café
Fomento das associações e
cooperativas de produtores
Cadeia
de v
alo
r
Elos de maior relevância para o sector nacional
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 104
Caracterização das medidas de fomento identificadas (1/4)
Desenvolvimento e disponibilização de estudos
de mercado e estudos estatísticos sobre café
para suporte ao investidor e potenciais
compradores internacionais.
Aproximação a traders internacionais de café e
torrefactores de referência, promovendo junto
destes a qualidade e potencialidades do
produto Angolano.
Desenvolvimento de centro de competência em
café para estudo laboratorial das condições de
cultivo, apoio ao produtor e disseminação de
saber. Contratação de técnicos estrangeiros
altamente qualificados.
Te
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acto
De
sc
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de m
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ida
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acto
s
esp
era
do
s
Co
ns
tra
ng
ime
nto
base
Reduzida informação sobre quem são os produtores,
localizações das produções, áreas de plantação,
volumes de produção, produtividade agrícola, volume de
negócios, número de trabalhadores, entre outros
aspectos.
Procura internacional de produto Angolano não satisfeita
por desconhecimento da oferta existente.
Criação de estrutura estatística dependente do INE ou
Ministério da Agricultura/INCA responsável pela
recolha, compilação e distribuição pública dos dados.
Criação de boletim estatístico com actualização
periódica.
Desenvolvimento de técnicas de produção de café
(parceria com INCA e faculdades)
Produção de regulamentação para declaração de dados
estatísticos periódicos
Tomada de decisão por parte dos investidores de forma
informada e por isso com menos risco, reduzindo a
rentabilidade requerida para investir e aumentando por
isso a probabilidade de investimento.
Melhoria na produtividade e qualidade de produção.
Criação de ambiente transparente e competitivo no
sector, propício para encontro entre oferta e procura.
Duração de projecto de implementação: ~1 ano
Primeiros impactos: ~12 a 18 meses
Desconhecimento e subsequente subvalorização do
café angolano junto dos principais intermediários
internacionais de café.
Oferta pouco expressiva em volumes de produção é
pouco atractiva para operação dos principais
intermediários mundiais em Angola.
Roadshow junto dos principais intermediários
internacionais promovendo atributos e medidas a ser
tomadas para aumento da produção de café em
Angola.
Definição de um plano de marketing de promoção do
café Angolano a nível internacional.
Aumento de valor percepcionado do café Angolano
pelos principais intervenientes mundiais.
Aumento da procura mundial de café Angolano.
Duração de projecto de implementação: ~1 ano
Primeiros impactos: ~1 a 2 anos
Inoperância e défice de laboratórios de: i) análises às
tipologias dos solos; ii) análise de qualidade e variedades
de café; iii) desenvolvimento de plantas por métodos de
reprodução vegetativa de forma a obter plantas de alto
rendimento.
Dificuldades de obtenção de reagentes necessários para
actividade dos laboratórios.
Défice de técnicos agrícolas qualificados na área de café.
Criação de laboratórios de análises com técnicos
qualificados, eventualmente em parceria com empresas
privadas internacionais.
Desburocratização de processos de importação de
reagentes necessários à actividade dos laboratórios.
Criação de cursos técnicos e pós-graduações de
engenharia agrónoma com especialização em
cafeicultura em Angola.
Impacto directo generalizado na agricultura pelo estudo e
determinação das mais adequadas práticas agronómicas
e por um uso mais eficiente dos solos, plantações e
fertilizantes. Deverá gerar um aumento significativo na
produtividade.
Criação know-how nacional especializado, a custos que
viabilizem as plantações e que tenham um impacto
sustentável.
Duração de projecto de implementação: ~1/2 anos.
Primeiros impactos: ~2/5 anos
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 105
Caracterização das medidas de fomento identificadas (2/4)
Programas de apoio aos produtores na redução
da volatilidade dos seus rendimentos.
Incentivos fiscais e financeiros à actividade
produtiva de café.
Angariação de investidores (nacionais ou
estrangeiros) para projectos em Angola,
funcionando como motores do desenvolvimento
do sector.
Incerteza quanto aos níveis de produção devido às
condições climatéricas e ao ataque de pragas e
doenças.
Instabilidade nos rendimentos dos pequenos
agricultores que dependem unicamente da colheita do
café.
O risco de destruição da produção inibe o investimento.
Disponibilização de seguros contra perdas por
fenómenos naturais e extraordinários.
Subsidiação das perdas dos agricultores em caso de
destruição das plantações por más condições
climatéricas ou por doença.
Apoio na aquisição de plantas para renovação de
plantações destruídas em catástrofes naturais.
Redução do risco do investimento para os produtores
deverá desbloquear projectos de investimento no sector.
Apoio em fase crítica pode evitar o abandono da cultura
do café após a destruição das colheitas, permitindo que
a produção possa retomar os níveis normais no ano
seguinte.
Duração de projecto de implementação: ~ 6/12 meses.
Primeiros impactos: ~2/5 anos
A actividade agrícola apresenta margens de
rentabilidade reduzidas, pelo que a taxação dos
rendimentos obtidos desincentiva de forma acentuada
a opção por este tipo de actividade.
A maioria dos produtores agrícolas têm poucos
recursos financeiros quer para investir quer para
manter as explorações agrícolas.
Redução ou isenção de impostos e taxas de
exportação para projectos agrícolas no sector do café
nos primeiros anos de actividade.
Fixação de mecanismo de preço de referência que
permita aos produtores garantir uma rentabilidade
mínima.
Facilitação do acesso ao crédito pela via da criação de
linhas de crédito bonificadas com taxas de juro mais
reduzidas.
Mais fundos disponíveis para serem aplicados na
produção de café.
Aumento dos níveis de investimento por parte dos
produtores.
Garantia de maior estabilidade dos rendimentos e de
um nível de vida mínimo para as populações rurais.
Melhoria do nível de rentabilidade das explorações.
Duração de projecto de implementação: ~1 ano.
Primeiros impactos: ~2/3 anos
Falta de promoção de Angola como um destino natural e
atractivo de investimento externo.
Desconhecimento de potencialidades ao nível agrícola
devido a falta de informação e estudos sobre a produção
de café em Angola.
Criação de apresentação promocional para eventuais
investidores com os seguintes temas: i) apresentação
de Angola; ii) indicadores económicos e crescimento;
iii) medidas governamentais recentes e impactos
futuros; iv) sector agrícola de Angola; v) o sector do
café; vi) business case de produção de café.
Roadshow a principais players internacionias,
convidando-os a comprar em Angola.
Aumento de investimento directo externo em áreas em que
tipicamente investidores externos não investem em Angola
(sector não petrolífero).
Colocar Angola no mapa do investimento global do café,
colocando o país como um destino de investimento atractivo.
Fomentar o interesse de investidores na área do café
trazendo para o país conhecimentos e capital actualmente
em défice.
Duração de projecto de implementação: ~1 ano.
Primeiros impactos: ~2/3 anos
Te
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De
sc
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base
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 106
Caracterização das medidas de fomento identificadas (3/4)
Certificação de projectos e fiscalização da
produção de café em Angola, tendo em vista a
qualificação da oferta e como condição para
obtenção de incentivos públicos.
Programas de apoio ao investimento com
subsidiação do custo das plantas em projectos
certificados.
Fomento das associações e cooperativas de
produtores como forma de dinamizar a
produção de pequenos produtores.
Não existe actualmente nenhum mecanismo de
certificação do café produzido em Angola.
O pouco café de Angola que é comercializado a nível
internacional muitas vezes chega ao destino com
impurezas e com qualidade não uniforme.
.
Criação de estrutura de certificação de produtores com
maior qualidade por variedade e método de cultivo (ex.
orgânico ou quimico).
Atribuição de benefícios e incentivos à produção de
projectos certificados (ex. subsídios e financiamentos
em condições melhores que as de mercado).
Monitorização com regularidade do cumprimento de
requisitos para certificação e atribuição de prémios
anuais que distingam a qualidade.
Aumento da qualidade média do café produzido.
Incentivo à produção de melhor qualidade,
desenvolvendo os métodos de cultivo.
Garantia de qualidade para o importador estrangeiro
aumentando a procura externa.
Duração de projecto de implementação: ~2 anos.
Primeiros impactos: ~5 a 7 anos
Oferta de plantas a custos reduzidos e com
produtividade elevada é escassa.
Não existe capacidade técnica nem meios de produção
de plantas de alta produtividade através do método de
reprodução vegetativa (por estaca).
Custo de importação de variedades estrangeiras é
elevado e de adaptabilidade ao meio ambiente de
Angola desconhecido (risco acrescido para o produtor).
Criação de mecanismo de subsidiação ou financiamento
bonificado do Estado para aquisição de plantas com
capacidade produtiva comprovada.
Certificação de variedades e produtores de plantas de
qualidade.
Criação de estruturas técnicas de apoio à produção dos
agricultores com técnicos especializados.
Atribuição de prémios anuais a produções com maior
qualidade.
Aumento de oferta de plantas de qualidade.
Garantia de qualidade e redução de risco de para os
produtores do desconhecimento da qualidade das
plantas.
Introdução de um mecanismo financeiro efectivo que
permita o revitalizar de plantações antigas e de fraco
desempenho.
Duração de projecto de implementação: ~1 ano.
Primeiros impactos: ~5 anos (impactos a partir de inicio
de produções)
Pouca actividade associativa entre os produtores de café
faz com que o seu poder negocial seja menor.
As associações de produtores existentes têm pequena
dimensão e recursos limitados.
Criação de uma associação nacional de cooperativas
de produtores de café que congregue as cooperativas
todas do país e que sirva de fórum de discussão de
políticas para o sector.
Atribuição de benefícios a cooperativas e aos seus
associados, como por exemplo, equipamentos, apoio
técnico gratuito, acesso a matérias de consumo a
preços privilegiados, disponibilização de mudas de café
de maior qualidade.
Desenvolvimento de associações de produtores que
concentrem actividades que os pequenos agricultores não
necessitam de desempenhar individualmente a custos mais
competitivos: descasque do café, funções administrativas,
concentração do processo de compras de materiais.
Aumento do poder negocial dos produtores junto da procura
internacional. Desenvolvimento integrado de políticas
estruturantes para o sector do café.
Duração de projecto de implementação: ~ 1 a 2 anos.
Primeiros impactos: ~3 a 5 anos
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De
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base
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 107
Caracterização das medidas de fomento identificadas (4/4)
Disponibilização de terrenos a preços
competitivos (não especulativos) e com
condições propícias ao cultivo do café
Desenvolvimento de infra-estruturas (estradas
de acesso, portos, rede eléctrica, redes de
abastecimento de água, entre outros).
No momento actual, com a legislação em vigor, as
fazendas agrícolas são atribuídas a custos reduzidos a
entidades com projectos agrícolas que muitas vezes
não são concretizados, sendo utilizados para outros
propósitos.
Possibilidade de liberalização de transacções de
terrenos agrícolas. Esta liberalização, eliminaria
especuladores e introduziria um desincentivo à não
concretização dos projectos que seria o custo de
aquisição das fazendas.
Medição de produção e monitorização dos projectos de
produção de café apresentados e introdução de
medidas de penalização a projectos não concretizados.
Necessário actuar em parceria com Ministério da
Agricultura.
Eliminação de movimentos especulativos sem impacto
real na economia e aumento da oferta disponível de
terrenos a pessoas ou entidades nacionais ou
estrangeiras que efectivamente queiram investir no seu
desenvolvimento e criar emprego.
Eliminação de barreiras à entrada de investidores.
Aumento de investimento directo externo com partilha
de know-how por parte dos melhores produtores.
Duração de projecto de implementação: ~2 anos.
Primeiros impactos: ~5 a 7 anos (a partir das primeiras
produções)
Infra-estruturas básicas em Angola são deficitárias, com
falta de estradas de acesso sobretudo às zonas rurais
onde se encontram as produções agrícolas.
A rede eléctrica pública é também ainda ineficaz uma vez
que tem falhas frequentes, o que leva à necessidade de
investimento em geradores com custos significativos.
A rede de distribuição de água, de recolha de resíduos e
saneamento é insuficiente.
Apoio às iniciativas de desenvolvimento de infra-
estruturas nas zonas rurais e de maior potencial de
crescimento. Controlo de desempenho de medidas de
desenvolvimento de infra-estruturas básicas.
Revitalização das estradas que ligam as regiões
produtoras como o Kwanza Norte e Uíge ao porto de
Luanda e as regiões produtoras do Kwanza Sul aos
portos do Sumbe e Porto Amboim. Preparação destes
portos para a recepção de navios cargueiros de grande
porte.
Redução de custos logísticos.
Redução de custos energéticos e aumento da
disponibilidade de energia pública, crucial para o
desenvolvimento económico.
Maior integração do território e desenvolvimento dos
canais de exportação.
Duração de projecto de implementação: ~5/10 anos.
Primeiros impactos: ~5/10 anos
Te
mp
o a
té
imp
acto
De
sc
riç
ão
de m
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ida
s
Imp
acto
s
esp
era
do
s
Co
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tra
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ime
nto
base
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 108
Plano de implementação (1/2)
# MesesPrecedê
ncia1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Plano de implementação de acções de Café
Estudos de mercado e estatísticos de café
1
Criação de "Observatório do Café" (em parceria com INCA, Min. Agricultura e SN Alfandegas) com o
objectivo de recolher e divulgar periodicamente informação económica e agronómica sobre cultura do café
para suporte a reflexão e tomada de decisão. Definição do modelo de negócio e estrutura organizacional
do Observatório do Café. 1 1 1
2
Início de actividade do Observatório do Café. Identificação e recolha de informação existente. Identificação
de necessidades de informação adicionais e de procedimentos para a sua recolha. Definição das
publicações a desenvolver (conteúdos, periodicidade, distribuição,…).
1
1 1
3 Desenvolvimento de base de dados de informação sobre café. 1 0 1 1
4 Recolha de informação e preenchimento de base de dados. 2 0 0 1 1
5 Desenvolvimento da primeira edição do boletim informativo sobre sector do café. 2 0 0 1 1 1 1
6 Preparação do boletim informativo e outros estudos sobre sector do café (recorrente). 5 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Aproximação a traders internacionais e torrefactores de referência
7Preparação de apresentação que promova café Angolano junto de traders internacionais e torrefactores
(compradores de café). 0 0 1 1
8 Agendamento de reuniões com principais traders internacionais a operar no café. 7 0 0 1 1
9Roadshow junto dos traders internacionais a operar no café para promoção do café Angolano e
identificação de interesse e dificuldades na operacionalização de fluxo de fornecimento.7
0 0 0 1 1 1 1
10Acompanhamento dos traders internacionais, com facilitação de contactos e comunicação de
desenvolvimentos relevantes no sector em Angola.9
0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Centro de competência de café
11Identificação e reunião com laboratórios agrícolas existentes e faculdades de agronomia para identificação
de competências e recursos materiais dedicados à cultura do café. 0 0 0 1 1 1
12Aproximação e convite a laboratórios / faculdades estrangeiras para estabelecimento de parcerias /
delegações em Angola, tendo em vista criação de centro de competência. 1
0 0 0 0 1 1
13Definição dos objectivos, âmbito de actividades, relacionamento com intervenientes no sector e modelo
organizacional do centro de competência em café.12
1 1 0
14 Criação de cursos técnicos sobre café em faculdades de agronomia seleccionadas 13 1 1 1
15 Início de actividade e formalização de parcerias com parceiros técnicos estrangeiros. 13 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1
Fomento de associações e cooperativas de produtores
15 Elaboração de plano de nacional desenvolvimento de cooperativas em parceria com INCA 3 1 1 1 1 1
16 Definição de incentivos e subsídios a atribuir na constituição de cooperativas 15 1 1 1
17 Aprovação de incentivos pelas entidades governamentais 16
18 Criação de equipa e estrutura de apoio à criação e acompanhamento de cooperativas 17 1 1 1
Angariação de investidores agrícolas em café
19Preparação de apresentação que promova café Angolano junto de potenciais investidores (nacionais e
internacionais). 0 0 0 1
20Agendamento de reuniões com potenciais investidores (nacionais e internacionais) para aferição de
interesse e condições para investimento.1
0 0 1 1
21Realização de reuniões com potenciais investidores e preparação de plano de negócios de suporte ao
investimento. 20
0 1 1
22Estabelecimento de parcerias para o investimento e criação das condições propícias para a realização dos
mesmos. 1 1 1 1 1 1
23 Realização dos investimentos. 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
3. CAFÉ
IFE | Estudo Sectorial – Café 109
Plano de implementação (2/2)
# MesesPrecedê
ncia1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Plano de implementação de acções de Café
Certificação de projectos
24
Preparação de business case para entidade certificadora no cultivo do café (identificação de procura
potencial, entendimento de valor acrescentado da certificação junto dos compradores, âmbito da
certificação, quantificação de recursos humanos e financeiros necessários para actividade e modelo de
receita, potenciais parceiros nacionais e internacionais, modelo de incentivos à produção e ao investimento
a produtores / investidores certificados, ...).
1
1 1 1 0 0 0 0 0 0
25Implementação de entidade certificadora (poderá ser o Observatório do Café), após validação interesse e
viabilidade económica. 2
1 1 1 0 0 0 0 0 0
26 Início da actividade de certificação. 25 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Apoio aos produtores na redução de volatilidade de rendimentos
27 Análise de evolução mensal e anual de produção de café em comparação com condições meteorologicas 25 1 1
28 Análise de benchmark de produtos financeiros existentes noutros países para agricultura 25 1 1
29 Estudo de modelo de seguros a serem disponibilizados aos agricultores e pricing 25 1 1 1
30 Elaboração de proposta de subsídio às seguradoras pela comercialização de seguros desta natureza 29 1
31 Contacto e estabelecimento de parceria com seguradoras seleccionadas 30 1 1 1
32 Aprovação de subsídio 30
33 Divulgação e início de comercialização de seguros bonificados a projectos certificados 32 1 1 1 1 1 1 1 1
Incentivos ao investimento e à produção
34Concretização de objectivos e conceptualização do modelo de incentivos ao investimento e à produção em
café. 1
1 1 0 0
35 Preparação e aprovação de modelo de incentivos ao sector do café pelos organismos governamentais
competentes. Dotação do organismo (Observatório do Café) dos necessários meios humanos e materiais.
34
1 1 0 0
36 Realização de acções de divulgação do modelo de incentivos para o sector. 35 1 1
37 Início do período de candidatura a incentivos ao investimento e produção. 35 1 1 1 1 1 1
38 Início da atribuição de incentivos ao investimento e à produção. 37 1 1 1 1 1 1 1 1
Disponibilização de terrenos a preços competitivos
39 Diagnóstico de problemas com a atribuição / necessidade de terrenos para cultivo do café. 1 1 1 0 0 0 0 0
40 Identificação de solução para necessidades de terrenos a custo competitivo. 39 1 1 0 0 0 0 0
41 Submissão de proposta a entidades governamentais e implementação de medidas. 40 0 1 1 1 0 0 0 0
42 Atribuição de terrenos em condições competitivas. (início) 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0
Atribuição de incentivos fiscais e financeiros à actividade produtiva de café
43 Definição de período de isenção de imposto industrial para projectos certificados 26 1
44 Definição e montagem de procedimento de acesso e aprovação de isenção fiscal 43 1 1
45 Aprovação de modelo de isenção fiscal por parte de entidades governamentais competentes 44
46 Definição de mecanismo dependente "Angola Investe" para produtores de café (+carência e +maturidade) 26 1 1 1 1
47 Aprovação e disponibilização de fundos para mecanismo financeiro 46 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Desenvolvimento de infra-estruturas
48 Identificação de infra-esturas mais necessárias no sector do café. 2 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0
49
Elaboração de relatório sobre infra-estruturas necessárias no sector do café, com respectiva quantificação
de investimento e estudo de modelo de financiamento. Apresentação de relatório junto das entidades
governamentais competentes. 48 1 1 1 0 0 0 0 0
50Aprovação do relatório e proposta de investimento. Cabimentação dos fundos necessários para
investimento. 49 1 1 1 0 0 0
51 Lançamento de concursos para construção das infra-estruturas (início). 50 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0
3. CAFÉ
Edifício 102 e 104
Rua Amílcar Cabral, 2º andar, Luanda – Angola
+244 222 021 105
www.ife.gov.ao