FACULDADE 7 DE SETEMBRO - FA7
CURSO GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL – HABILITAÇÃO EM JORNALISMO
PROJETO INTEGRAÇÃO TEMPORAL: UMA ANÁLISE DA COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL DA ETUFOR
PAULA ANDRADE DA COSTA E SILVA
FORTALEZA – 2010
PAULA ANDRADE DA COSTA E SILVA
PROJETO INTEGRAÇÃO TEMPORAL: UMA ANÁLISE DA COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL DA ETUFOR
Monografia apresentada à Faculdade 7 de Setembro como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Comunicação Social – Habilitação Jornalismo.
Orientador: Profa. Ana Paula Rabelo Silva, Mr.
FORTALEZA – 2010
PROJETO INTEGRAÇÃO TEMPORAL: UMA ANÁLISE DA COMUNICAÇÃO
INSTITUCIONAL DA ETUFOR Monografia apresentada à Faculdade 7 de Setembro como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Comunicação Social – Habilitação Jornalismo.
__________________________ Paula Andrade da Costa e Silva
Monografia aprovada em: ______ / ______ / ______
___________________________________ Profa. Ana Paula Rabelo Silva, Ms. (FA7)
1ºExaminador: ______________________________________ Prof. Ms. Erick Picanço Dias (FA7) 2ºExaminador: _______________________________________ Prof. Ms. Ismar Capistrano Costa Filho (FA7)
_________________________________________
Profa. Alessandra Marques Cavalcante da Fontoura, Ms. (FA7) Coordenadora do Curso
AGRADECIMENTO
Agradeço a minha família e em especial ao meu pai, Paulo Ricardo, pelo investimento
financeiro e por acreditar que a educação é o caminho correto para a construção do futuro.
A todos os professores pelo tempo, dedicação e conhecimento que foram essenciais
para minha formação acadêmica.
Em especial a minha orientadora Profa. Ana Paula Rabelo, que acreditou e incentivou
a escolha deste tema e com muita paciência e dedicação fez com que esse trabalho tomasse
forma e “corpo”.
A toda a equipe de funcionários da ETUFOR, principalmente meus queridos vizinhos
DIPLA, DIOPE e DICUT por esta sempre a disposição e com muita paciência para qualquer
dúvida ou pergunta.
Ao meu amor pelo apoio e noites em claro, que não me deixou desistir. Foi a voz doce
na minha cabeça que me fazia crer que eu era capaz e que iria dar tudo certo.
RESUMO
A presente pesquisa analisou o projeto de comunicação elaborado para o Projeto de Integração Temporal - PIT, focando na eficiência do cartaz como instrumento de divulgação das linhas integradas na cidade de Fortaleza no período de 2007 a 2009. Para tanto, foi necessário fazer uma análise da estrutura e das funções da assessoria de comunicação da ETUFOR e do Gabinete da prefeita, bem como a descrição do plano de comunicação criado para a divulgação do PIT. Em seguida foi realizado o levantamento do referencial teórico, seguido da pesquisa de campo para a elaboração deste estudo de caso, sendo utilizados como instrumentos: entrevistas, observação (clássica), questionários. Os dados proporcionaram a constatação de que o instrumento cartaz não pode ser considerado ineficaz no processo de socialização de informação entre usuários de transportes públicos, mas que a estratégia (quantidade, escolha de local, tempo, além do formato) aplicada foi equivocada, provocando não só o desconhecimento do projeto como o desapego a uma estratégia que é valorizada como positiva pela população investigada. O trabalho está dividido em três grandes blocos informacionais: a fundamentação teórica; a apresentação e análise de dados; e as considerações finais.
Palavras-chave: Assessoria de comunicação. Projeto de Integração Temporal. Plano de
Comunicação. Cartaz.
ABSTRACT
This research examined the communication project developed for the Temporal Integration Project - PIT, focusing on the efficiency of the poster as a tool for disseminating integrated lines in the city of Fortaleza in the period 2007 to 2009. It was thus necessary to analyze the structure and functions of the communications office of ETUFOR and the Office of Mayor, as well as a description of the communication plan created for the release of PIT. Then we present a survey of the theoretical framework, followed by field research in preparing this case study, being used as instruments: interviews, observation (classical) questionnaires. The data provided the evidence that the instrument poster can not be considered ineffective in the socialization process of information between users of public transport, but that the strategy (amount, site selection, time, and format) applied was wrong, causing no only ignorance of the project as the detachment of a strategy that is valued as positive by the population investigated. The work is divided into three major informational blocks: the theoretical basis, the presentation and analysis, and final considerations. Keywords: Office of Communication. Temporal Integration Project. Communication Plan. Poster.
SUMÁRIO
Agradecimento ........................................................................................................................... 4 Resumo ....................................................................................................................................... 5 Abstract ....................................................................................................................................... 6 Sumário ....................................................................................................................................... 7 Lista de Figuras, Tabelas, Gráficos e Quadros. .......................................................................... 8 Introdução ................................................................................................................................. 10 1. JORNALISMO E ASSESSORIA ..................................................................................... 12
1.1. Tipos, definições e funções. .......................................................................................... 13 1.2. A Assessoria de Governo .............................................................................................. 15
1.2.1. Coordenadoria de comunicação.............................................................................. 15 1.3. A Assessoria da Etufor/PMF ......................................................................................... 16
2. SOBRE O TRANSPORTE PÚBLICO ............................................................................. 18
2.1. A necessidade de integração do transporte público ....................................................... 18 2.2. O projeto Integração Temporal...................................................................................... 18
2.2.1. O que é isso? - Entendendo os conceitos da integração ......................................... 19 2.2.2. Construção do Projeto ............................................................................................ 20 2.2.3. Matriz da Integração e os terminais ........................................................................ 22 2.2.4. Estudantes e a integração ........................................................................................ 22 2.2.5. Passagem inteira e a integração .............................................................................. 23
2.3. Do Projeto para a implantação: Principais mudanças ................................................... 23 2.3.1. Etapa I ..................................................................................................................... 23 2.3.2. Etapa II ................................................................................................................... 24 2.3.3. Etapa III .................................................................................................................. 25 2.3.4. Etapa IV .................................................................................................................. 26
2.4. Principais mudanças: uma avaliação realizada pela ETUFOR ..................................... 26 2.5. Plano de Comunicação .................................................................................................. 27
3. PUBLICIDADE E JORNALISMO: ONDE SE ENCONTRAM? ................................. 30
3.1. A publicidade e a mensagem. ........................................................................................ 30 3.2. A mensagem jornalística ............................................................................................... 33
4. METODOLOGIA ............................................................................................................... 35
4.1. Delimitação do objeto .................................................................................................... 35 4.2. Metodologia utilizada .................................................................................................... 36 4.3. Dados coletados ............................................................................................................. 36
4.3.1 Perfil do público pesquisado ................................................................................... 36 4.4. Descrição do CORPUS .................................................................................................. 44
4.4.1. Apresentação do Cartaz .......................................................................................... 44 4.4.2. Analise do Cartaz ................................................................................................... 45
4.5. Apresentação e Interpretação dos dados ........................................................................ 50 4.5.1 Apresentação e análise de dados do cartaz .............................................................. 55
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 63 Referências bibliográficas ........................................................................................................ 64
LISTA DE FIGURAS, TABELAS, GRÁFICOS E QUADROS.
Figura 1: Mapa de distribuição espacial das linhas e dos bairros atingidos pela 1ª. Etapa do Projeto de Integração Temporal ............................................................................................... 24 Figura 2: Mapa de distribuição espacial das linhas e dos bairros atingidos pela 2ª. Etapa do Projeto de Integração Temporal ............................................................................................... 25 Figura 3: Mapa de distribuição espacial das linhas e dos bairros atingidos pela 3ª. Etapa do Projeto de Integração Temporal ............................................................................................... 25 Figura 4: Mapa de distribuição espacial das linhas e dos bairros atingidos pela 4ª. Etapa do Projeto de Integração Temporal ............................................................................................... 26 Figura 5: Panfleto da integração entregue a população ............................................................ 28
Figura 7: Logo da Integração Temporal ................................................................................... 29 Figura 6: Cartaz da Integração Temporal ................................................................................. 29 Figura 8: Anúncio Publicitário NET ........................................................................................ 31 Figura 9: Anúncio Publicitário Samsung.................................................................................. 32 Figura 10: Anúncio Publicitário Alpino fast ............................................................................ 32 Figura 11: Distribuição de bairros por terminal. ...................................................................... 38 Figura 12: Modelo do cartaz do PIT ......................................................................................... 46 Figura 13: Logo e slogan do PIT .............................................................................................. 47 Figura 14: Texto orientador ...................................................................................................... 47 Figura 15: Texto 2 .................................................................................................................... 48 Figura 16: Quadro branco ......................................................................................................... 49 Figura 17: Texto quadro branco ............................................................................................... 50
Tabela 1: Matriz de Integração ................................................................................................. 19
Tabela 2: Convenção do sentido das linhas para o projeto piloto (Fonte: Etufor/2010) ......... 20 Tabela 3: Gêneros Jornalísticos ............................................................................................... 33 Tabela 4: Gênero dos entrevistados .......................................................................................... 40 Tabela 5: Faixa de escolaridade dos entrevistados ................................................................... 40 Tabela 6: Faixa salarial dos entrevistados ................................................................................ 41 Tabela 7: Quantidade de ônibus utilizados pelos entrevistados ............................................... 42 Tabela 8: Quantidade de ônibus pago pelos entrevistados diariamente ................................... 43 Tabela 9: Entrevistados que conhecem o PIT .......................................................................... 50 Tabela 10:Entrevistados que conhecem o funcionamento do PIT ........................................... 51 Tabela 11: Percepção do Programa de Integração Temporal ................................................... 52 Tabela 12: Fonte de informação dos entrevistados .................................................................. 54 Tabela 13: Entrevistados que já haviam visualizado o cartaz .................................................. 55 Tabela 14: Local de visualização do cartaz .............................................................................. 56 Tabela 15: Cores do Cartaz ...................................................................................................... 57 Tabela 16: Logo do cartaz ........................................................................................................ 57 Tabela 17: Entendimento do “quadro branco” ......................................................................... 58 Tabela 18: O que deveria mudar no cartaz ............................................................................... 60
Gráfico 1: Percentual no número de entrevistados por terminal .............................................. 40 Gráfico 2: Percentual do gênero dos entrevistados .................................................................. 41
Gráfico 3: Percentual da faixa de escolaridade dos entrevistados ............................................ 42 Gráfico 4: Percentual da faixa salarial dos entrevistados ......................................................... 43 Gráfico 5: Percentual da quantidade de ônibus utilizados pelos entrevistados ........................ 44 Gráfico 6: Percentual da quantidade de ônibus pagos pelos entrevistados diariamente .......... 45 Gráfico 7: Percentual dos entrevistados que conhecem o Programa de Integração Temporal . 51 Gráfico 8: Percentual dos entrevistados que conhecem o funcionamento do Programa de Integração Temporal ................................................................................................................ 52 Gráfico 9: Percentual da percepção do PIT para os entrevistados ........................................... 53 Gráfico 10: Percentual da fonte de informação dos entrevistados ........................................... 54 Gráfico 11: Percentual dos entrevistados que já haviam visualizado o cartaz ......................... 55 Gráfico 12: Percentual sobre o local de visualização do cartaz ............................................... 56 Gráfico 13: Percentual sobre as cores do cartaz ....................................................................... 57 Gráfico 14: Percentual sobre a logo do cartaz .......................................................................... 58 Gráfico 15: Percentual sobre o entendimento do “quadro branco” .......................................... 59 Gráfico 16: Percentual do motivo do não entendimento do “quadro branco” .......................... 59 Gráfico 17: Percentual da opinião dos entrevistados sobre o que deveria ser modificado no cartaz ......................................................................................................................................... 61
Quadro 1: Organograma do modelo prototípico da assessoria (FENAJ, 2007) ....................... 14 Quadro 2 : Descrição da Coordenadoria da Prefeitura Municipal de Fortaleza ....................... 16 Quadro 3: Pirâmide invertida ................................................................................................... 33
INTRODUÇÃO
O sistema de transporte público da cidade de Fortaleza passou por uma mudança
significativa na sua estratégia de integração temporal. Antes integrada por sete terminais, na
segunda metade da década passada, amplia sua integração para uma malha muito mais
complexa que atende a todas as seis regionais, como veremos no segundo capítulo.
O processo de integração foi planejado pela assessoria de comunicação da ETUFOR,
órgão responsável pela gestão do transporte, da Prefeitura Municipal de Fortaleza. Todo o
planejamento da assessoria partiu de uma proposta anterior, construída coletivamente através
do Plano Diretor Participativo, realizado nesta cidade a partir 2007. Esse plano possibilitou
que diferentes grupos sociais refletissem sobre o território urbano - inclusive sobre a
mobilidade e fluxo – e também sobre como a relação entre privado e público poderia se
enredar da melhor maneira para os cidadãos fortalezenses.
A integração temporal é uma estratégia de mobilidade urbana utilizada nas maiores
cidades do mundo. Muitos estudos têm sido realizados na área de arquitetura e urbanismo,
mas pouco se tem elaborado sobre as estratégias comunicativas que podem vir a facilitar o
fluxo de informações e o acesso à comunicação pelo público externo.
Nos três anos de integração temporal, o único sistema de comunicação com maior
visibilidade foi a divulgação na mídia impressa, televisiva e radiofônica. Pois no período em
que saíram as matérias nos veículos de comunicação, houve um interesse da população em
conhecer o que é a integração e como ela funciona. No entanto, esta abordagem não aconteceu
de forma especifica, ou seja, não atingiu a população que realmente faria uso do sistema.
Algumas estratégias comunicativas foram criadas, mas temos conhecimento de que o
próprio órgão público faz uma avaliação negativa de seu alcance comunicativo.
A presente pesquisa visa descrever a comunicação institucional do Projeto de
Integração Temporal (PIT) da cidade de fortaleza, durante o período de julho de 2007 a julho
de 2009; além de analisar a eficiência de um modelo de cartaz utilizado por este projeto
(considerando, neste momento, as marcas das linguagens publicitária e jornalística), durante o
primeiro semestre de 2010.
A metodologia adotada será o estudo do caso com observação, entrevistas, aplicações
de questionários, pesquisas bibliográficas e documentais baseado no banco de dados da
ETUFOR e do Gabinete da Prefeitura.
O trabalho vai ser separado em quadro partes, sendo a primeira uma conceituação de
jornalismo e assessoria, e a caracterização dos tipos de assessorias, a segunda parte é uma
11
apresentação do Projeto Integração Temporal, na terceira etapa um estudo da linguagem
publicitária e jornalística e por ultimo na quarta parte do trabalho a metodologia e a analise
dos dados.
12
1. JORNALISMO E ASSESSORIA
Numa breve reflexão sobre o conceito de jornalismo, perpassamos por alguns
conceitos para apresentarmos aquele que mais nos parece acolhedor. Algo, contudo, parece
convergir entre tantos os traços dissonantes: é o jornalismo um retrato da realidade baseado na
verdade das coisas. “A legitimidade do discurso jornalístico se centra no fato dele se
referenciar na verdade. [...] O jornalismo é, então, uma reconstrução da realidade tendo como
ponto de partida a veracidade das informações”. (OLIVEIRA, 2005, s/p)
O jornalismo é uma profissão vivida diariamente em redações de jornais impressos,
TVs, rádios e internet onde estes são os principais meios de comunicação e tem que,
teoricamente, divulgar noticias mostrando a realidade da sociedade.
O jornalismo se funda por pressupostos deontológicos específicos, por uma estética discursiva particular e por métodos de construção do seu discurso também peculiares. São estes fundamentos que distinguem a atividade jornalística das demais produções midiáticas e constroem uma crítica teórica ao jornalismo. (OLIVEIRA, 2005, s/p)
Num outro viés da veracidade das informações estão às assessorias de comunicação ou
imprensa, estas não divulgam notícias de interesse público geral, mas conteúdos específicos
da empresa ou cliente que representem, sua atividade é basicamente cuidar da imagem e da
comunicação do representado com a mídia e o publico.
O papel do assessor pede que se vá além da simples divulgação da nota e de respostas às questões que são levantadas pela imprensa. É dever deste profissional expandir a divulgação dos horizontes internos da empresa na qual atua, dando legitimidade aos interesses mútuos, ultrapassando o simples papel de interlocutor. (DUARTE, 2006. p.220)
Por mais que essas suas áreas se assemelhem em algumas funções é importante que
notar que os receptores finais da mensagem são diferentes, pois para o jornalismo é o publico
(leitores, espectadores, ouvintes...) e para a assessoria é a imprensa, que então repassa ao
publico.
13
Jornalistas trabalham para que as perguntas que todo cidadão tem o direito de fazer sejam respondidas, enquanto assessores trabalham para que as mensagens que seus empregadores ou clientes gostariam de difundir sejam divulgadas. (BUCCI, 2010, s/p)
Jornalismo e assessoria não são inimigos e nenhum faz o trabalho do outro, são apenas
duas profissões com o objetivo de comunicar suas pautas, sendo questionamentos dos
cidadãos ou os interesses do seu cliente.
1.1. Tipos, definições e funções.
A assessoria pode ser divida em dois tipos que se complementam: assessoria de
imprensa e assessoria de comunicação. Estas são responsáveis pela imagem da empresa junto
a população, fazendo uso da imprensa como meio de divulgação dos seus interesses.
A Assessoria de Imprensa cuida única e exclusivamente da imagem de uma instituição
ou organização com os veículos de comunicação (a imprensa). Sendo uma mídia instantânea,
analisa o que é relevante ou não e envia informações jornalísticas para jornais, revistas,
programas de rádio, telejornais, no intuito de criar um vinculo de confiança com esses meios
de comunicação e melhorar a imagem desta organização com a população.
As assessorias de imprensa jamais trabalham com a atividade de natureza final da empresa. Ela é sempre uma área de trabalho que é um facilitador e um vendedor da imagem da empresa, mas não se encaixa na rotina de sua produção. (DUARTE, 2006, p. 229)
Para fazer esse papel a assessoria de imprensa tem que elaborar releases com
sugestões de pauta, manter um relacionamento com a mídia, principalmente com seus
editores, fazer o acompanhamento das entrevistas com as suas fontes, organizar coletivas,
editar todo o material jornalístico tal como jornais, revistas, webnews e vídeos, preparar
textos de apoio, ter e organizar um mailling com todas as mídias, clipar as noticias veiculadas
sobre a instituição, manter um arquivo jornalístico e participar dos processos de criação e
definição de estratégias de comunicação.
Já a assessoria de comunicação é uma extensão das atividades da assessoria de
imprensa, pois agora o assessor vai ser o gestor de comunicação, podendo criar projetos de
comunicação que não será direcionado somente para a imprensa mais para direcionar a
14
organização a estabelecer uma comunicação também com o seu publico. A assessoria de
comunicação pode ser formada por uma equipe com:
Um relações públicas, no qual as funções são basicamente as mesmas do assessor de
imprensa, cuidar da imagem da organização ou cliente.
Relações públicas é posicionar uma organização em direção a seus objetivos maiores, de maneira coerente e sistematicamente racional, à procura de resultados concretos estabelecidos com antecedência. (GUTIERREZ, 2002)
Um profissional com formação em publicidade e propaganda, que cuida da imagem
visual da empresa, pensa, planeja, coordena e administra a publicidade da empresa, através de
campanhas promocionais, peças publicitárias; tendo uma função importantíssima já que um
assessor não tem esse conhecimento.
Presidência
Assessoria de Comunicação
Publicidade e Propaganda
Assessoria de Imprensa
Relações Públicas
Quadro 1: Organograma do modelo prototípico da assessoria (FENAJ, 2007)
Esta equipe é formada por três profissionais responsáveis por criar um plano de
comunicação para estabelecer uma ligação com o publico interno e externo, fazer com que a
sociedade compreenda a função da organização, compor uma imagem que demonstre
comprometimento com a população, divulgar os valores e atividades da organização através
da criação de canais de comunicação, destacar o conteúdo de interesse publico e de interesse
jornalístico, criar um vinculo confiável com os meios de comunicação, avaliar o time de
comunicação visando melhoras positivas, divulgar resultados das ações desenvolvidas para a
imprensa e a população, e cultivar um relacionamento com as principais fontes de imprensa
para melhor atendimento da assessoria de comunicação da empresa.
Todas essas funções têm que ser desenvolvidas da melhor maneira possível para que a
assessoria de comunicação faça seu trabalho beneficiando o órgão na qual presta serviço.
15
1.2. A Assessoria de Governo
No governo, as assessorias podem estar ligadas a órgãos federais, estaduais e
municipais. O que muda na relação entre eles são: o tipo de instalações, o grau de experiência
dos assessores, o ritmo de trabalho em virtude do órgão e da sua exposição.
As assessorias de comunicação no governo são subordinadas a uma coordenação de
comunicação geral, que gerencia a socialização das informações técnicas de todos os órgãos.
Esta assessoria é responsável pela criação de um padrão estético de comunicação que interfere
tanto o setor de publicidade e propaganda quanto a assessoria de imprensa.
O nosso trabalho trata, especificamente, da assessoria de comunicação da Prefeitura
Municipal de Fortaleza. Abaixo descreveremos sua estrutura, distribuição de papéis e funções,
centrando a nossa atenção no núcleo do Gabinete da Prefeita e na assessoria da ETUFOR.
1.2.1. Coordenadoria de comunicação
Segundo Demétrio Andrade, chefe de comunicação de publicidade e jornalismo da
atual administração da prefeitura de Fortaleza, a coordenadoria de comunicação é responsável
pela imagem da gestão, sendo responsável junto a assessorias dos órgãos de toda a
comunicação da prefeitura. E esta é dividida em quatro partes:
• A coordenação de jornalismo, que corresponde à demanda de assessoria de imprensa,
ela cuida da imagem da gestão com a imprensa, jornais, TVs, rádios e internet.
Fazendo releases, clipping e o boletim da prefeitura que é encaminhado a todas as
mídias.
• A assessoria institucional, ela cuida da imagem da gestão no aspecto de logomarca,
cuida do site, da comunicação dos eventos da gestão. Faz uma padronização da
comunicação visual da gestão.
• A coordenação de publicidade que cuida dos vts, spots e outras inserções publicitárias
para a divulgação das ações da prefeitura de fortaleza, como campanhas educativas,
divulgação de eventos da cidade como o réveillon e etc.
• A coordenação de comunicação alternativa e popular que da atenção a demanda de
rádios, jornais, sites, TVs populares da comunidade. A gestão entende a importância
desses meios de comunicação e procura se relacionar com eles da melhor maneira
possível.
16
Coordenadoria de Comunicação da PMF
Coordenação de
jornalismo
Assessoria institucional Coordenação de
publicidade
Coordenação de
comunicação alternativa
e popular
Quadro 2 : Descrição da Coordenadoria da Prefeitura Municipal de Fortaleza
Segundo o coordenador, não são poucos os cuidados quanto à centralização das
informações e dos procedimentos. A linha de comunicação da prefeitura é traçada pela
coordenadoria de comunicação do Gabinete da prefeita que acompanha cada núcleo/assessor.
A coordenadoria tem alguns cuidados em relação à centralização das informações, centralização dos procedimentos (...) A gente tem muita clareza em relação as orientações que a gente da, em relação ao que é a Fortaleza Bela para cada assessor, cobra de cada assessor uma postura. (Informação verbal, entrevista com Demétrio Andrade no Gabinete da Prefeita, 12/11/2010)
Manter uma centralização das informações ou dos processos de comunicação pode ser
bom ou ruim. Bom, pois uma coordenadoria unifica as funções das assessorias, deixando o
seu trabalho dentro de um padrão de qualidade, excelência e principalmente de um padrão
visual. Porém manter alguns padrões tira a liberdade de uma assessoria especifica de um
órgão criar uma comunicação mais acessível ao seu publico alvo. Citando como exemplo o
transporte, o publico alvo da assessoria são os usuários, que podem não entender as
informação vindas de materiais de comunicação que sigam alguns padrões, pois estes foram
feitos com uma linguagem não direcionada para esse publico especifico e sim para um
publico geral. Assim por mais que o material seja produzido para o entendimento de todos, só
alguns iram compreender o que ele quer dizer.
1.3. A Assessoria da Etufor/PMF
A assessoria de comunicação da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza é um
eterno caso de gerenciamento de crise, pois a empresa é gestora do transporte publico da
cidade englobando: ônibus, complementar (topics), Táxi, Mototáxi e transporte escolar. Estes
modais sempre são alvos de infinitas reclamações da população, sendo o ônibus o principal.
17
A assessoria de comunicação da Etufor é composta por duas pessoas, a assessora de
comunicação e uma assistente. Que trabalham em horário comercial (8h ás 17h)
O serviço de transporte publico é pauta constantemente visada pelas mídias, que na
maioria das vezes tenta mostrar o seu lado negativo. Logo a equipe de assessoria busca
melhorar a visão do serviço para a mídia e consequentemente para a população, porem este é
um trabalho árduo, pois a grande parte da população é usuária de transporte publico e
vivenciam diariamente os problemas do sistema.
Para avaliar essas pautas vindas das mídias, é feito diariamente o clipping impresso
que consiste na leitura dos três principais jornais impressos da cidade (O Povo, Diário do
Nordeste e O Estado), e o clipping eletrônico, feito através de um software da AD2M que
grava todos os programas televisivos e radiofônicos que falaram sobre a Etufor. O clipping é
armazenado e colocado na intranet para que qualquer funcionário possa acompanhar as
noticias sobre a empresa.
Todos os dias é atualizado o jornal digital, uma forma de comunicação interna, que
fica hospedado como um pop-up na intranet da empresa, levando noticias de interesse dos
funcionários.
A assessoria esta sempre em contato com os outros setores da empresa, para manter
um fluxo maior de informação entre estes, e assim filtrar o que é ou não importante para
divulgar para a mídia.
Para divulgar as noticias, são feitos releases, que são divulgados no site da empresa e
enviado ao mailing. Caso seja uma noticia de muita importância, o release é primeiro
mandado para a coordenadoria de comunicação do Gabinete da Prefeita, para sair antes no
boletim da prefeitura que é enviado para todos os jornalistas e meios de comunicação da
cidade, depois que a noticia sai no boletim é que ela pode ser colocada no site da empresa.
A equipe acompanha todas as entrevistas da mídia com as suas fontes que
hierarquicamente são o presidente da empresa, a diretora técnica e depois os chefes de
divisão, dependendo da pauta.
No caso de ter que ser criado um plano de comunicação, este é pensado junto a
coordenadoria de comunicação da prefeitura e aplicado. No decorrer do tempo a assessoria
faz um acompanhamento da demanda anual de uso do novo serviço oferecido.
18
2. SOBRE O TRANSPORTE PÚBLICO
Fortaleza, uma capital com 2.505.552(IBGE 2009) de habitantes e 313,140km² de
área, seu Sistema de Transporte Público Coletivo de Passageiros (STPP/FOR) conta com 219
linhas de ônibus, uma frota de1.672 veículos (ônibus e microônibus) e também com os 7
terminais de integração(Papicu, Antonio Bezerra, Siqueira, Messejana, Lagoa, Conjunto
Ceará, e Parangaba), onde 158 linhas estão integradas e mais 2 terminais abertos( Praça da
Estação e Praça Coração de Jesus, na área central), hoje em media 1 milhão de pessoas usam
esse sistema pagando uma tarifa única (R$ 1,90 a inteira e R$0,80 a meia) além dos passes
livres para gratuidade (pessoas com deficiência e idosos com mais de 60 anos). Esse sistema
permite o deslocamento em toda a área urbana da cidade. O STPP/FOR também oferece
outros recursos aos usuários como a Tarifa Social aos domingos, onde a tarifa diminui para
R$ 1,20 a inteira e R$ 0,60 a meia.
Mesmo com todos esses recursos a cidade sofre com a falta de infra-estrutura nas vias
de acesso, e o aumento de carros domésticos, assim prejudicando o sistema de transporte
publico, o deixando mais lento e com maior número de usuário nos horários de pico ( 5h às 9h
da manhã e 17h às 21h da noite), logo uma linha que faz seu trajeto em horário normal em
40min, em horário de pico esse tempo sobe para 1h,1h e 30min, chagando até 2h.
2.1. A necessidade de integração do transporte público
A organização do serviço de transporte, como serviço público essencial, passa a ser
vista por este governo como uma prioridade para a redução das diferenças sociais, sendo
necessário criar igualdade de condições de igualdade na socialização das informações para
que as diferentes classes sociais da cidade possam fazer uso do mesmo sistema coletivo de
transporte.
2.2. O projeto Integração Temporal
O Sistema de Transporte Público Coletivo de Passageiros (STPP/FOR) conta com sete
terminais de integração, mas que não estão atendendo de forma satisfatória as demandas por
integração, estas que estão crescendo, e em muitos casos pelo pagamento de uma única tarifa.
Não podendo ser construído novos terminais, a Empresa de Transporte Urbano de
Fortaleza pensou no projeto piloto da integração temporal que visava utilizar uma tecnologia
19
já existente e disponível em toda a frota de transporte coletivo. Com o objetivo de melhorar o
sistema de transporte publico, utilizando uma tecnologia moderna e já testada e aprovada aqui
em fortaleza (como em outras capitais), permitindo que os usuários do transporte realizem
transbordos seguros ao longo das vias, sem pagamento de uma outra tarifa, eliminando os
percursos negativos, assim diminuindo o tempo de viagem do usuário.
2.2.1. O que é isso? - Entendendo os conceitos da integração
Mais o que é a integração temporal? Segundo o projeto piloto, integração temporal
pode ser definida como um processo pelo qual o usuário pode realizar viagens sequenciais,
em mais de uma linha de ônibus, pagando uma única tarifa, e utilizando um cartão com
créditos tarifários, para que possa ser debitado o valor da tarifa no momento da utilização.
Matriz da integração: é uma tabela com “m” linhas e “n” colunas onde estão dispostas
as informações das possíveis combinações permitidas pelo modelo da integração temporal,
levando em consideração os dois sentidos (ida e volta) de cada linha. O cruzamento de uma
linha e uma coluna indica uma integração concedida.
Linh
a 1
Linha 1 Linha 2
Linh
a 2
IdaIda
Origem
Destino
Ida
IdaVolta
Volta
Volta
Volta
Tabela 1: Matriz de Integração
Tempo de integração: é o tempo encontrado em minutos através da pesquisa de campo
que será utilizado como padrão para realizar as integrações concedidas pela matriz.
Viagem: Na integração temporal a “viagem” não esta no seu sentido fundamental
(viagem fechada), e sim é considerado cada sentido da linha em que esteja havendo
deslocamento. Logo a viagem da integração é que vale a duas viagens, ou seja, viagem de ida
e viagem de volta.
20
Tipo de Linha Ida Volta
Convencional Bairro – Centro Centro – Bairro
Alimentadora Bairro – Terminal Terminal – Bairro
Troncal Terminal – Centro Centro – Terminal
Complementar Primeiro nome da linha Último nome da linha
Circular É o primeiro número (1) É o segundo número (2) Tabela 2: Convenção do sentido das linhas para o projeto piloto (Fonte: Etufor/2010)
2.2.2. Construção do Projeto
Tudo começou com um estudo da necessidade dos moradores do bairro do Castelão,
que não tem nenhuma ligação com o bairro de Messejana, a não ser que passem pelo terminal
da Parangaba. Após este estudo, foi determinado um padrão de integração dessas linhas, para
estabelecer uma matriz. A partir da matriz da integração temporal, foi possível estabelecer as
varias possibilidades de integração entre as linhas.
Para montar o projeto piloto, foram escolhidas somente as linhas que fazendo o
atendimento direto às comunidades da área estudada. Estas foram classificadas da seguinte
maneira:
Linhas-origens: As linhas que ligam a área para centro e ao terminal da Parangaba.
Linhas intermediárias ou de apoio: São as linhas que não tem ligação direta com a
área, mais cobrem os eixos ao redor, que é onde está a maioria dos pontos de integração.
Estão são as linhas que vão possibilitar a integração entre as linhas-origens e as linhas
principais.
Linhas Principais: É a linha cuja função é dar o destino final da integração ao usuário.
(neste caso, o terminal de Messejana).
Após o reconhecimento das linhas que farão parte do projeto, teve-se que conhecer a
rota de cada uma delas para identificar os melhores pontos físicos para a realização da troca
das linhas, levando em consideração dois aspectos: o fácil acesso e a questão da segurança no
momento da realização do transbordo, mesmo o segundo aspecto sendo impossível de garantir
em alguns locais.
Uma pesquisa foi realizada em todas as linhas com o objetivo de comparar o
tempo de viajem totais de deslocamento de bairros, para o terminal da Parangaba e deste para
o terminal da Messejana.
21
A metodologia da pesquisa permitiu que de forma aleatória fossem pesquisadas
4 viagens por linha, distribuídas em 2 viagens em horário de pico (manhã e tarde) e 2 viagens
em horário de fora pico, o procedimento foi o mesmo indiferente do dia (úteis, sábados e
domingos).
A pesquisa levou em consideração as seguintes informações: hora de embarque
na linha de origem, hora de passagem pela catraca, hora de desembarque da linha de origem,
hora de embarque na segunda linha, hora de passagem pela catraca na segunda linha, e assim
por diante, de acordo com a quantidade de transferências possíveis de cada rota.
Após a pesquisa, foi possível determinar dois tipos de tempo padrão para a
integração, dependendo do qual modelo de integração seja escolhido. O primeiro modelo é o
tempo padrão fixo, usado em São Paulo, o segundo é o tempo padrão variável, usado em
Florianópolis. Na pesquisa os tempos foram descriminados para dias úteis, sábados e
domingos.
Foi feita uma analise nos dois tipos de tempo de integração, o estudo mostrou que caso
começa a correr quando o passageiro passa pelo validador (catraca) seria muito difícil manter
o controle, já que o usuário pode fazer até três integrações. Logo isso pode ocasionar um
problema operacional, pois o passageiro fica antes da catraca (congestionando o embarque)
ate um ponto antes de sua parada, assim aumentando seu tempo de integração.
Já o modelo de tempo variável expressa maior confiança, pois fica mais fácil de
monitorar. Por exemplo: o usuário só pode fazer ate três integrações, isto já limita, pois essas
concessões são fornecidas pela matriz da integração, e nesta estão as indicações de quais
linhas integram entre si e em que sentidos (ida e volta). O passageiro pode passar pela catraca
assim que entrar no ônibus, ou antes, de descer na sua parada, pois isso não ira influenciar no
tempo da integração.
No caso do Projeto piloto da integração temporal, foi adotado o tempo variável de 30’
(trinta minutos), variável porque ele se renova a cada nova integração.
Fórmula do tempo:
TRVA = (HIVA + DVA) – HCA -> TRVA1
1 Legendas: TRVA = Tempo restante da viagem anterior; HIVA = Hora inicio da viagem anterior; DVA =
Duração da viagem anterior: HCA = Hora da catraca anterior.
22
Exemplo:
Suponhamos que a viagem começou às 15h05min e que a sua duração é de 55 minutos
aproximadamente. Se um usuário embarcar às 15h35min, qual será o tempo restante da
viagem?
TRVA = 15:05 + 55 – 15:35
TRVA = 25
Tempo para a integração = 30’ + 25 = 55
2.2.3. Matriz da Integração e os terminais
Como já dito anteriormente a matriz da integração nada mais é do que as combinações
concedidas ao usuário, sempre lembrando os sentidos de deslocamento. No decorrer do
projeta da integração temporal o terminal tinha que estar na tabela da matriz, pois caso o
usuário viesse da uma linha alimentadora, passasse no terminal, pegando uma nova linha e
depois fazendo uma integração com outra linha, o usuário pagaria uma nova tarifa. Logo os
terminais foram considerados uma linha com todas as características das outras que já faziam
parte da matriz.
Nos terminais funcionariam dois validadores, da seguinte forma, o usuário que passa
pela bilheteria (catraca) para entrar no terminal, não tem nenhum problema, pois quando ele
passa o cartão no validador já é gravado o dia e a hora da passagem e debitado o valor da
tarifa. Porem para quem chega ao através das linhas alimentadoras, ou qualquer linha que faça
parte da matriz, vai ter que se dirigir até o segundo validador, onde é apenas gravado o dia e a
hora da passagem para que ele possa pegar outra linha dentro da matriz da integração.
2.2.4. Estudantes e a integração
Para que o estudante pudesse fazer a integração foi feito um cartão que debitava
somente meia-passagem. O estudante que tivesse interesse iria ate o Sindiônibus – Sindicato
das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará faria um cadastro e receberia
um cartão, este substituiria a carteira de estudante no transporte. Ao andar de ônibus o
estudante não apresentaria mais a carteira e sim o cartão com créditos, de onde seria debitada
a meia tarifa.
23
Caso o aluno não queira mais o beneficio, este vai a Etufor ou ao Sindiônibus para
fazer o processo de reparação, onde ele devolve o cartão e sua carteira de estudante é
revalidada para uso no transporte.
2.2.5. Passagem inteira e a integração
Os usuários que não possuem o vale transporte (vermelho ou cinza) e quiser fazer uso
do beneficio, também devem ir ao Sindiônibus e pedir o cartão cinza, o cartão é gratuito, mais
para que o usuário possa fazer uso pela primeira vez, terá que creditar o valor mínimo de vinte
tarifas. Este valor só terá que ser creditado quando o usuário adquirir o cartão, depois ele pode
fazer recarga de apenas uma tarifa ou maior valor que ele queira.
2.3. Do Projeto para a implantação: Principais mudanças
Pensar num processo de implementação de um programa tão complexo quanto este
não é uma tarefa fácil. Para que a ETUFOR executasse tal procedimento foram necessárias
quadro etapas:
2.3.1. Etapa I
Esta começou a funcionar em Fortaleza a partir de primeiro de julho de 2007.
Inicialmente foram contemplados sete bairros (Barroso II, Boa vista, Dias Macedo, Jardim
União, Passaré, Novo Barroso e Jardim Sumaré) na região de Messejana. Por uma demanda o
OP – Orçamento Participativo.
24
Figura 1: Mapa de distribuição espacial das linhas e dos bairros atingidos pela 1ª. Etapa do Projeto de
Integração Temporal
2.3.2. Etapa II
A partir do dia 30 de setembro de 2007, começou a ser implementado mais uma etapa
do Sistema, a primeira expansão do Projeto Piloto da Integração Temporal, na região de
Messejana. Beneficiando aqueles usuários que não tinham nenhuma linha com ligação direta
para o terminal da Messejana e Parangaba. A integração passou a abranger os ônibus que
circulam em mais 05 comunidades (José Walter, conjunto Arvoredo, Planalto Ayrton Senna,
Cidade Nova e Conjunto Marcos Freire), dentre outras adjacentes.
Linhas Complementares
Linhas Alimentadoras
Linhas Convencionais
Linhas Circulares
25
Figura 2: Mapa de distribuição espacial das linhas e dos bairros atingidos pela 2ª. Etapa do Projeto de
Integração Temporal
.
2.3.3. Etapa III
Nesta etapa do projeto, o destino da Integração Temporal é o Terminal Papicu. A
Etufor em 28 de outubro começou a implementação desta fase, beneficiando 31 comunidades
e envolvendo mais 500 ônibus no projeto.
Figura 3: Mapa de distribuição espacial das linhas e dos bairros atingidos pela 3ª. Etapa do Projeto de
Integração Temporal
Linhas Complementares
Linhas Alimentadoras
Linhas Convencionais
Linhas Circulares
Linhas Complementares
Linhas Alimentadoras
Linhas Convencionais
Linhas Circulares
26
2.3.4. Etapa IV
Diferentemente das etapas anteriores, quando os destinos da Integração Temporal
eram um terminal específico (Messejana, na 1ª e 2ª etapas e Papicu na 3ª), agora a Integração
tem destinos diferentes, que atendem a desejos de deslocamento próprios de cada
comunidade.
Foi implantada no dia 25 de novembro mais uma etapa da integração, que agora
também é permitida para os terminais do Antonio Bezerra, Siqueira e Parangaba assim
expandindo para quase toda a região metropolitana de Fortaleza. Agora os beneficiados são as
comunidades dos bairros Padre Andrade, Floresta, Aracape, Parque Santana, Veneza Tropical,
Serrinha e Antônio Bezerra.
Figura 4: Mapa de distribuição espacial das linhas e dos bairros atingidos pela 4ª. Etapa do Projeto de Integração Temporal
2.4. Principais mudanças: uma avaliação realizada pela ETUFOR
No decorrer das etapas, 1, 2 e 3 a Integração foi implantada dentro do padrão proposto
pelo projeto piloto, que dizia que o usuário podia fazer até 3 transbordos, nas vias da cidade.
A partir do final de novembro de 2007 que foi quando começou a ser implantada a 4ª etapa da
Linhas Complementares
Linhas Alimentadoras
Linhas Convencionais
Linhas Circulares
27
integração, isso mudou. Os usuários agora só tinham direito a fazer um transbordo nas vias,
ou seja ele só poderia fazer integração com um linhas e não três. Além do numero de
transbordo diminuir, a partir da mesma data o estudante já podia usar a sua carteira de
estudante pagando meia passagem para fazer a integração, pois a carteira já possuía a
tecnologia para ter créditos.
2.5. Plano de Comunicação
A comunicação para o Projeto da Integração Temporal aconteceu da seguinte forma:
Nas três primeiras etapas foram feitas visitas as comunidades beneficiadas por cada etapa pela
equipe da Etufor, esta formada por engenheiros da Divisão de Planejamento (Dipla) e pela
Assessoria de Comunicação (Ascom). Nas visitas eram explicadas a população o que era e
como funcionava a integração através de apresentações em powerpoint (ppt), também eram
entregues panfletos mostrando as linhas que faziam a integração de cada comunidade. A
imprensa ficou por conta da assessoria que divulgou todo o processo de implantação da
integração.
28
Figura 5: Panfleto da integração entregue a população
A partir da quarta etapa, quando a integração passou a abranger toda a cidade, o plano
de comunicação passou por uma mudança, pois a Coordenadoria de Comunicação da
Prefeitura de Fortaleza pegou a comunicação do projeto da integração temporal pra si, com
esse novo caminho, a coordenadoria junto a ETUFOR (Ascom e Dipla) e a agência de
propaganda Verve Comunicações, criaram uma logo, fizeram cartilhas explicativas sobre o
funcionamento da integração, também fizeram cartazes com as linhas de integração de cada
bairro/comunidade e para a internet fizeram um vídeo que também explicava o funcionamento
da integração. Com todo esse material e uma maior amplitude da integração, as cartilhas
foram entregues nos 7 terminais de integração, os cartazes colados nas linhas de ônibus
referente a comunidade dita no cartaz, e o vídeo foi postado no site da ETUFOR. A
divulgação para a imprensa agora foi feita pela coordenadoria de comunicação da PMF
juntamente com a assessoria da ETUFOR.
29
Figura 7: Logo da Integração Temporal
Figura 6: Cartaz da Integração Temporal
30
3. PUBLICIDADE E JORNALISMO: ONDE SE ENCONTRAM?
Há nuances das linguagens publicitárias e jornalísticas que apontam para o mesmo
comportamento textual. Um texto informativo, sendo da publicidade ou do jornalismo deverá
se ocupar das mesmas preocupações: dar todas as informações da forma mais clara e precisa
ao leitor.
O jornalismo utiliza técnicas para a construção da noticia e da reportagem, a
publicidade também tem suas estratégias. Objetivando compreendê-las faremos uma breve
descrição de ambas.
3.1. A publicidade e a mensagem.
No meio da publicidade a mensagem é emitida no conceito de um mundo perfeito, um
sonho, contrapondo a difícil realidade mostrada pelos jornais. Direta e indiretamente é
imposto a sociedade de consumo valores, ideais e mitos através dessas palavras, que detém o
poder de influência muito positiva ou muito negativa.
A mensagem publicitária é o braço direito da tecnologia moderna. É a mensagem de renovação, progresso, abundância, lazer e juventude, que cerca as inovações propiciadas pelo aparato tecnológico. (CARVALHO, 2002, pág.11)
Segundo Nelly de Carvalho a palavra na linguagem publicitária deixa de ter um
caráter informativo, passando a utilizar seu poder persuasivo, no intuito de colocar o receptor
ainda mais dentro da sociedade de consumo. “A função persuasiva na linguagem publicitária
consiste em tentar mudar a atitude do receptor.” Diz Nelly.
Para mudar essa atitude é feito uma pesquisa de mercado, levando em consideração
entre outras coisas, publico alvo e tipo de texto, para dar uma sensação, um sentimento de
falta sendo essa falta em qualquer campo da vida do receptor, amoroso, profissional, lazer,
perspectiva de futuro, criando assim a necessidade do produto ou serviço oferecido.
Mas o que é persuadir? Segundo Reboul (2000) “é levar alguém a crer em alguma
coisa” (p.15) o autor diz que persuadir e convencer se complementam, tendo como diferença
que convencer não é crer e sim compreender.
31
Um discurso que deseja convencer é dirigido à razão por meio de raciocínio lógico e provas objetivas, podendo atingir um auditório universal. O discurso que deseja persuadir tem um caráter mais ideológico, subjetivo e intemporal: busca atingir a vontade e o sentimento do interlocutor por meio de argumentos plausíveis ou verossímeis, visando obter a sua adesão, dirigindo-se assim mais para um auditório particular. (CARRASCOZA, 1999, p. 17)
Persuadir é uma arte, diariamente feita por publicitários que com seu discurso, curto e
direto fazem uma sociedade consumista querer, crer e desejar ainda mais o produto ou serviço
ali oferecido pelo panfleto, cartaz, outdoor, anuncio.
Figura 8: Anúncio Publicitário NET O uso do poder da palavra é vista em “Todo mundo quer esse controle”, que gera no
individuo uma sensação de impotência, pois se ele não tiver este controle, não poderá
controlar a TV (fazendo uma metáfora com outros quesitos da vida).
32
Figura 9: Anúncio Publicitário Samsung
A sentença “E seu vizinho sempre roxo de inveja” usa o poder da palavra, gerando no
receptor um sentimento de superioridade, onde ele comprando o produto, vai deixar o outro
com inveja, por não ter o produto.
A publicidade tem como principal função vender, oferecer produtos ou serviços a
alguém, como também convencer este alguém a um comportamento favorável ao consumo.
Porém para conseguir atingir seu objetivo, o texto publicitário precisa transmitir informações
sobre o produto ou serviço. “Assim, o texto publicitário é uma fonte informativa com ‘função
de agilizador de consumo’, seja de um produto, serviço ou idéia.” (GONZALES, 2003. p. 16).
Figura 10: Anúncio Publicitário Alpino fast
Mesmo fazendo o uso da palavra para o apelo da compra, neste anuncio o grau de informação
é maior, pois mostra ao individuo que agora aquele chocolate que ele gosta virou uma bebida,
engarrafada, que ele pode beber a qualquer momento e em qualquer lugar.
O texto ou linguagem publicitária nem sempre conseguem atingir o seu objetivo, mas
continua a fazer o uso da palavra persuavisa, provocando sentimentos e sensações no intuito
de fazer o publico crer em algo e para poder vender o produto ou serviço para a sociedade de
consumo.
33
3.2. A mensagem jornalística
Na sua natureza, o jornalismo tem duas categorias, informativo e opinativo. O
informativo segundo Marques é o jornalista “vigia” que registra os acontecimentos,
observando atentamente a realidade e para depois informar a sociedade. Já o jornalismo
opinativo “Além disso, reage diante das notícias, difundindo opiniões, seja as opiniões
próprias, seja as que lê, ouve ou vê”, diz Marques.
Os gêneros jornalísticos brasileiros segundo Luiz Beltrão se apresenta em 3 categorias:
Jornalismo Informativo Jornalismo Interpretativo Jornalismo Opinativo
Notícia Reportagem em profundidade Editorial
Reportagem Artigo
História de interesse humano Crônica
Informação pela imagem Opinião ilustrada
Opinião do leitor Tabela 3: Gêneros Jornalísticos
Beltrão separa os gêneros de acordo com a recepção do publico leitor: informar,
explicar e orientar. “Entendemos que não é o código em si que caracteriza um gênero
jornalístico e sim o conjunto das circunstâncias que determinam o relato que a instituição
jornalística difunde para o seu público” (MARQUES, 2003. p. 61)
Já vimos que a categoria informativa tem que relatar à sociedade a realidade que os
cerca, mas para passar essa verdade ao leitor, os jornalistas seguem uma hierarquização da
informação, uma estrutura muito conhecida e vista no mais popular gênero do jornalismo
informativo, a notícia. Para fazer essa ordenação de informações é usado o conceito da
pirâmide invertida.
A técnica da pirâmide invertida pode resumir-se em poucas palavras: a redação de uma notícia começa pelos dados mais importantes – a resposta às perguntas O quê, quem, onde, como, quando e por quê – seguido de informações complementares organizadas em blocos decrescentes de interesse. (CANAVILHAS, 2006, pág. 5)
34
Quadro 3: Pirâmide invertida
A técnica da pirâmide invertida também ajuda no entendimento da mensagem pelo
receptor, mas um conteúdo informativo não necessariamente precisa desta estrutura, podendo
apenas contar com um “lead” ou a identificação das respostas referentes às perguntas O quê,
quem, onde, como, quando e por quê.
“A comunicação jornalística é, por definição, referencial, isto é, fala de algo no
mundo, exterior, ao emissor, ao receptor e ao processo de comunicação.” (LAGE, 2006, pág.
51) Por isso a linguagem jornalística deve responder a essas perguntas de maneira clara, para que o
receptor consiga entender a mensagem que esta recebendo, caso não exista clareza, organização, e o
mais importante veracidade, causará um estranhamento por parte do individuo que recebe esta
mensagem. E este não é o objetivo de um texto jornalístico, pelo contrario, ele apenas quer informar a
população sobre os acontecimentos, com o máximo de verdade.
35
4. METODOLOGIA
Este trabalho teve uma metodologia que inclui pesquisa documental e estudo de caso,
sendo aplicado numa perspectiva participante.
O Estudo de Caso é um tipo de pesquisa que se preocupa em analisar poucos (ou um
único objeto) de pesquisa, para que haja o detalhamento desta análise. Segundo Gil (2009),
são características deste tipo de pesquisa:
a) explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente definidos; b) preservar o caráter unitário do objeto estudado; c) descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação; d) formular hipóteses ou desenvolver teorias; e e)explicar variáveis causais de determinado fenômeno em situações muito complexas que não possibilita a utilização de levantamentos e experimentos. (p.54)
A análise da comunicação se limita, como veremos a seguir ao estudo de um único
objeto numa situação real complexa de comunicação. O recorte realizado (referente a análise
de apenas três dos sete terminais) ocorreu devido a complexidade do sistema de transporte e
do sistema de comunicação criado para a integração dos transportes. Já, no momento da coleta
de dados, foi verificada a limitação do corpus e constatada a necessidade de um estudo
posterior considerando um número maior de informantes (pelo menos 100 informantes em
cada terminal). Reconhecemos as limitações de tempo e de recursos financeiros da presente
pesquisa.
4.1. Delimitação do objeto
Serão analisadas as estratégias comunicativas do projeto de integração temporal,
através do estudo de todos os cartazes de divulgação produzidos para a população de fortaleza
no período de julho de 2007 a julho de 2009, além do mapeamento de áreas de divulgação
deste material.
36
4.2. Metodologia utilizada
Estudo de caso com observação extensiva e intensiva direta, utilizando observação
simples (clássica), entrevistas e aplicação de questionários, além de pesquisa bibliográfica e
documental, tendo por base a documentação da ETUFOR e dados oferecidos pelo Gabinete da
Prefeita.
A pesquisa foi realizada em quatro etapas:
a) pesquisa bibliográfica;
b) pesquisa documental;
c) observação intensiva direta com aplicação de entrevista apenas em informantes do
gabinete e da ETUFOR;
d) observação extensiva direta com aplicação de questionários em três dos sete
terminais da cidade de Fortaleza, totalizando 60 informantes;
e) análise do ponto de vista de quem enuncia;
f) análise do ponto de vista do leitor/receptor;
4.3. Dados coletados
Foram coletados para a descrição do Projeto de Integração Temporal: mapas, Projeto
(Piloto) da Integração Temporal.
Para a caracterização do plano de comunicação foram utilizados: entrevistas, cartazes,
cartilhas.
As entrevistas foram realizadas de acordo com o tempo dos informantes. A primeira
informante respondeu às questões pessoalmente e o segundo, parte por telefone, parte por e-
mail.
Os questionários foram aplicados todos nas mesmas condições. Os usuários estavam
freqüentando os terminais em horário de pico, entre 17 e 20 horas.
4.3.1 Perfil do público pesquisado
Parte A – Entrevistas
37
Foram entrevistados dois assessores da PMF:
Infor. 1 – E.: KA, mulher, entre 30 e 40 anos, jornalista, com especialização em
transporte, naquele momento, chefe da assessoria de comunicação da ETUFOR.
Infor.2 – E.: DA, homem, entre 30 e 40 anos, jornalista e o atual chefe de
comunicação Publicitário e Jornalística da Cidade de Fortaleza.
Os nomes destes informantes – assim como todos os demais - serão substituídos por
suas iniciais por razões éticas.
Parte B - Observação
Foram observados três dos sete terminais de fortaleza, a partir de visitas e de análise de
dados oferecidos pela Etufor. A perspectiva da análise era, entre outros objetivos, compreender a
lógica do projeto de integração temporal e a sua relação com o plano de comunicação. Desta forma,
pesquisamos os mapas que apresentam os bairros atendidos pelos terminais analisados.
38
Figura 11: Distribuição de bairros por terminal.
O terminal do Papicu beneficia 27 bairros que são: Centro, Praia de Iracema, Meireles,
Aldeota, Joaquim Távora, José Bonifacio, Alto da Balança, Aerolândia, Manuel Dias Branco,
Lourdes, Papicu, Mucuripe, Varjota, Cais do Porto, Vicente Pinzon, Praia do Futuro I, Praia
do Futuro II, Edson Queiroz, Guararapes, Luciano Cavalcante, Dionísio Torres, Cidade 2000,
São João do Tauape e Jardim das Oliveiras.
O terminal da Parangaba beneficia 19 comunidades que são: Benfica, Parque Dois
Irmãos, Fátima, Jardim America, Damas, Itaperi, Aeroporto, Parreão, Serrinha, Itaoca, Vila
União, Dias Macedo, Montese, Dendê, Jardim Cearense, Maraponga, Parangaba, Couto
Fernandes e Bom Futuro.
O terminal do Siqueira atende a 12 bairros que são: Planalto Ayrton Senna,
Mondubim, Canindezinho, Bom Jardim, Parque São José, Vila Manuel Sátiro, Conjunto
Esperança, Parque Santa Rosa, Bom Sucesso, Vila Pery e Parque Presidente Vargas.
39
Visualizando os bairros atendidos pelos três terminais, podemos fazer uma distinção
das classes sociais que freqüentam cada terminal, deduzindo que o Papicu atende a uma área
mais nobre da cidade, Parangaba pode-se dizer que é equilibrado, já o Siqueira atende
comunidades mais carentes.
Constamos que o terminal do Siqueira tem um fluxo de comunicação mais relevante
que os demais usando, além dos quadros tradicionais, a farmácia popular. Esta estratégia
fortalece o processo de comunicação com os usuários que passam e param para ler com mais
calma os textos que lá estão.
A desvalorização dos espaços de divulgação de textos leva pelo que foi
observado, à desvalorização do próprio texto ali localizado.
Parte C – Questionários
Foram entrevistados 60 usuários de três terminais de Fortaleza (Papicu, Siqueira e
Parangaba), sendo 20 informantes em cada terminal. Os dados dos informantes serão
apresentados nos gráficos abaixo:
Alguns dos gráficos/tabelas não serão analisados individualmente, e sim com outro ou
outros que o completam.
Percentual no Número de Entrevistados por Terminal
33,33
33,33
33,33
Papicu
Siqueira
Parangaba
Gráfico 1: Percentual no número de entrevistados por terminal
40
Tabela 4: Gênero dos entrevistados
Percentual do Gênero dos Entrevistados
63,3
36,7
FemininoMasculino
Gráfico 2: Percentual do gênero dos entrevistados
Tabela 5: Faixa de escolaridade dos entrevistados
Sexo Papicu Siqueira Parangaba Total % Feminino 12 12 14 38 63,3%
Masculino 8 8 6 22 36,7%
Escolaridade Papicu Siqueira Parangaba Total % Nunca Estudou 1 2 1 4 6,7%
Ensino Fundamental I 1 3 0 4 6,7%
Ensino Fundamental II 5 4 4 13 21,7%
Ensino Médio 10 9 7 26 43,2%
Ensino Superior 3 2 8 13 21,7%
41
Percentual da Faixa de Escolaridade dos Entrevistados
6,7 6,7
21,7
43,2
21,7
NE
Ensino FundamentalIEnsino FundamentalII
Gráfico 3: Percentual da faixa de escolaridade dos entrevistados
Tabela 6: Faixa salarial dos entrevistados
Faixa Salarial Papicu Siqueira Parangaba Total % Estudante 4 4 10 18 30,0%
De 1 a 2 salários 16 15 8 39 65,0%
De 3 a 4 salários 0 1 1 2 3,3%
Mais de 5 salários 0 0 1 1 1,7%
42
Percentual da Faixa Salarial dos Entrevistados
30
65
3,3 1,7
Estudante
1 a 2 salários
3 a 4 salários
Gráfico 4: Percentual da faixa salarial dos entrevistados
Tabela 7: Quantidade de ônibus utilizados pelos entrevistados
Ônibus
Utilizados/Dia
Papicu Siqueira Parangaba
Total % 1 0 0 0 0 0%
2 8 3 5 16 26,7%
3 3 3 6 12 20,0%
4 8 12 6 26 43,3%
5 0 1 0 1 1,7%
6 1 1 3 5 8,3%
43
Tabela 8: Quantidade de ônibus pago pelos entrevistados diariamente
Ônibus
Pagos/Dia
Papicu Siqueira Parangaba
Total % 1 2 0 1 3 5,0%
2 17 14 9 40 66,6%
3 0 2 5 7 11,7%
4 1 4 2 7 11,7%
5 0 0 0 0 0,0%
6 0 0 3 3 5,0%
Percentual da Quantidade de ônibus Utilizados pelos Entrevistados
Diariamente
26,7
2043,3
1,7 8,32
3
4
5
6
Gráfico 5: Percentual da quantidade de ônibus utilizados pelos entrevistados
44
Percentual da Quantidade de ônibus Pagos pelos Entrevistados diariamente
5
66,6
11,7
11,7 0 5 123456
Gráfico 6: Percentual da quantidade de ônibus pagos pelos entrevistados diariamente
O uso de ônibus associado ao desconhecimento do projeto demonstra que há a
utilização inadequada dos terminais provocando para o usuário perca de tempo e para os
terminais superlotação desnecessária.
Total de questionários respondidos: 60
4.4. Descrição do CORPUS
O corpuz que será apresentado e analisado para a pesquisa é o cartaz da Integração
Temporal.
4.4.1. Apresentação do Cartaz
O cartaz foi impresso em formato A3, as cores usadas foram as mesmas da logo criada
para o projeto (branco e amarelo). Um fundo vinho, com efeito gradiente, texto em branco e
quadro de informações nas cores branca, laranja, mostarda e texto em preto.
As informações estão dentro de um quadro, em forma de tabela. Os trajetos
estão dispostos nessa tabela, juntamente com três ou mais itens que tem por objetivo orientar
45
a sua forma de utilização (essas informações variam de acordo com o conteúdo do quadro
branco) assim como lembrar sobre a validação da carteira de estudante com crédito nos
diversos terminais.
Inicialmente foram impressos três mil cartazes, para divulgação nos 7 terminais e nos
veículos das linhas que fazem integração. Os cartazes foram colocados na parte interna do
veiculo, no vidro atrás do motorista e ao lado do cobrador. Assim cada cartaz tinha
informações de 2, 3 ou mais linhas, estes iam para seus respectivos veículos.
4.4.2. Analise do Cartaz
Baseando-se nos conceitos já mostrados de linguagem publicitária e jornalística,
analisaremos o material utilizado para a divulgação do Projeto de Integração Temporal. O
cartaz dentro do projeto foi o que demonstrou mais eficácia pela sua quantidade e visibilidade,
mas porque os usuários do sistema de transporte publico de fortaleza, não entenderam a
mensagem emitida por ele?
Começaremos a analise a partir do esqueleto do cartaz:
46
Figura 12: Modelo do cartaz do PIT
Como vemos na fugura11, o cartaz está estruturado em quatro blocos informacionais:
a) a logo da integração, centralizada no topo;
b) o slogan do projeto “Viaje fácil. Com uma só passagem.”.
c) texto 1 - “Veja aqui [...]”
d) texto 2 – “Tabela de trajetos”
e) quadro branco com duas informações – a tabela e as orientações
f) A indicação do responsável – prefeitura de Fortaleza, com a apresentação de
seu telefone de contato.
47
Figura 13: Logo e slogan do PIT
A logo Integração é de fácil visualização e compreensão. Dado constatado também
pelo questionário (conferir abaixo).
O slogan “Viagem fácil. Com uma só passagem” é um texto de linguagem publicitária
que diz ao usuário que viajar de ônibus agora é simples, com a integração temporal é fácil e
ainda há uma economia, pois só se paga uma tarifa. A compreensão, contudo fica
comprometida porque a linguagem utilizada pelos publicitários não é a mesma daquela usada
pelos usuários. Para o fortalezense a utilização do transporte público não está associada à
idéia de “viagem”. Essa pequena diferença de vocabulário pode dificultar a relação entre
leitor e texto.
Após o slogan, o texto 1 de caráter informativo diz o que usuário irá encontrar/ler
naquele cartaz. Tem caráter orientador, descrevendo que as informações podem variar de
acordo com as linhas apresentadas no cartaz.
Figura 14: Texto orientador
Outro exemplo é “Veja aqui os ônibus que você pode pegar para ir da sua comunidade
até o terminal da Messejana, pagando uma só passagem”. Esse texto informativo já faz com
que o usuário entenda melhor o que o cartaz quer dizer, pois além da referencia a um terminal
de ônibus, ele usa palavras coloquiais usadas pela população que usa o transporte publico da
cidade.
O segundo texto, logo a baixo do primeiro, apresenta as informações que estão no
quadro branco, especificando a organização das informações.
48
Figura 15: Texto 2
Se a função deste texto era mostrar as pessoas como olhar para a tabela, não funcionou
(conferir dados do questionário), pois o usuário não relaciona esta informação ao quadro
branco, que é para o usuário a informação mais complicada.
A seguir, o quadro branco/tabela:
Figura 16: Quadro branco
O quadro branco ou a tabela de trajetos é a informação mais confusa do cartaz, pois
nesta tabela (números de linhas e colunas podem variar de acordo com a comunidade e o
49
terminal referido no cartaz). São colocadas na primeira coluna as comunidades, na segunda os
ônibus que cobrem o bairro, na terceira as linhas que podem fazer integração, e na quarta o
destino final, um terminal (podendo ter mais de um terminal). Sendo explicada dessa maneira
parece fácil, porém a disposição da informação não permite ao leitor a identificação imediata
dos dados nesta ordem de captação de informação, provocando ou uma grande perda de
tempo para a compreensão do texto ou a desistência da leitura do cartaz. A grande maioria dos
usuários não entende as informações existentes nas colunas da tabela, reconhecem o nome das
linhas ou dos bairros, mas não entendem pra que ou por que esses nomes estão ali.
Ainda no quadro brando, temos no fim três itens (podendo ser mais) com texto
informativo característico de cada tabela.
Figura 17: Texto quadro branco
Essas informações, porém, não são conclusivas, elas geram outras perguntas não
respondidas pelo cartaz. Têm a função de complementar a tabela, mas, além de não serem
conclusivas, geram a necessidade de informações prévias (conhecimento de assunto) sobre o
sistema de transporte e, especificamente, sobre o sistema de integração.
As perguntas fundamentais de uma notícia são: O quê? Quem? Como? Quando?
Onde? Por quê? O cartaz produzido para o PIT não consegue responder a todas as questões.
O quê é a integração temporal? A apresentação do projeto não é função deste cartaz e
não foi realizada de forma satisfatória por outros instrumentos de comunicação.
Quem pode utilizar? O usuário que tem vale transporte eletrônico ou carteira de
estudante com crédito para que o valor da tarifa possa ser debitado. A informação divulgada é
vaga e exige que o leitor faça inferências (ver dado na fig. 16)
Como usar? As informações ao fragmentadas. Cada terminal só recebe os cartazes das
integrações que levam a ele. A População não tem idéia de como o projeto funciona na sua
totalidade.
Quando? Em nenhum momento o texto cita a quantidade de tempo que o usuário tem
para a troca de transporte.
50
Onde? Esta é a única informação clara.
Por quê? Também não é função do cartaz falar da importância do projeto, por mais
relevante que seja a redução das tarifas para o usuário.
Apesar de ser informativo e de ter sido construído por publicitários e jornalistas (das
assessorias da Etufor e do Gabinete da Prefeita), este cartaz constituiu-se como um
instrumento ineficaz para a apresentação do projeto para a população usuária de transporte
público.
4.5. Apresentação e Interpretação dos dados
Tabela 9: Entrevistados que conhecem o PIT
Conhece o
PIT
Papicu Siqueira Parangaba
Total % Sim 13 12 11 36 60,0%
Não 7 8 9 24 40,0%
51
Percentual dos Entrevistados que Conhecem o Programa de Integração
Temporal
60
40SimNão
Gráfico 7: Percentual dos entrevistados que conhecem o Programa de Integração Temporal
Tabela 10:Entrevistados que conhecem o funcionamento do PIT
Conhece o
funcionamento
do PIT
Papicu Siqueira Parangaba
Total % Sim 4 0 6 10 16,5%
Não 1 5 0 6 10,0%
Em Parte 2 7 4 13 21,5%
Sem resposta 13 8 10 31 52,0%
52
Percentual dos Entrevistados que Conhecem o Funcionamento do programa de Integração Temporal
16,5
10
21,5
52 Sim
Não
Em parte
Sem resposta
Gráfico 8: Percentual dos entrevistados que conhecem o funcionamento do Programa de Integração Temporal
Tabela 11: Percepção do Programa de Integração Temporal
O que o PIT
Representa
Papicu Siqueira Parangaba
Total % Positivo 8 7 8 23 38,3%
Negativo 2 2 1 5 8,3%
Indiferente 1 3 2 6 10,0%
Sem resposta 9 8 9 26 43,3%
53
Percentual da Representatividade de Programa de Integração Temporal para
os Entrevistados
38,3
8,310
43,3
Positivo
Negativo
Gráfico 9: Percentual da percepção do PIT para os entrevistados
Como observamos nos gráficos anteriores apesar de 60% dos entrevistados terem
conhecimento da existência do Programa de Integração Temporal a grande maioria, 83,5%
não sabem como funciona o programa, bem como para a grande maioria dos entrevistados o
PIT não tem boa representatividade, visto que, 61,6% dos entrevistados emitiram opinião
negativa, indiferente ou não responderam.
54
Tabela 12: Fonte de informação dos entrevistados
Percentual da Fonte de Informação dos Entrevistados
27,1
11,4
0
5,81,414,32,8
1,4
35,8
Cartaz TV RádioJornal Mídia Familia/AmigosAdesivo ônibus Não lembra Sem resposta
Gráfico 10: Percentual da fonte de informação dos entrevistados
Fonte da
Informação
Papicu Siqueira Parangaba
Total % Cartaz 7 10 2 19 27,1
TV 3 0 5 8 11,4
Rádio 0 0 0 0
Jornal 1 0 3 4 5,8
Mídia 1 0 0 1 1,4
Outras pessoas
(amigos/familiares)
6 1 3
10 14,3
Sem resposta 8 8 9 25 35,8
Não lembra 0 0 1 1 1,4
Adesivo no ônibus 1 1 0 2 2,8
55
Dos informantes cientes do projeto, 27, 1% foram informados pelo cartaz, este foi o
dado mais relevante; seguido da informação a partir de familiares ou amigos (14,3%); a
terceira maior porcentagem foi a TV com 11,4%; os outros foram irrelevantes, o rádio, por
exemplo, não foi mencionado.
4.5.1 Apresentação e análise de dados do cartaz
Percentual dos Entrevistados que Já Haviam Visualizado o Cartaz
68,3
31,7
Sim
Não
Tabela 13: Entrevistados que já haviam visualizado o cartaz
Gráfico 11: Percentual dos entrevistados que já haviam visualizado o cartaz
Já visualizou
o Cartaz
Papicu Siqueira Parangaba
Total % Sim 11 15 15 41 68,3
Não 9 5 5 19 31,7
56
Tabela 14: Local de visualização do cartaz
Percentual sobre o Local de Visualização do Cartaz
40
23,3
50
31,7
Ônibus
Terminal
Ônibus/Terminal
Sem especificação
Sem resposta
Gráfico 12: Percentual sobre o local de visualização do cartaz
Confirmando os dados do gráficos anteriores, observamos que 68,3% dos
entrevistados cientes do Projeto Integração Temporal já visualizaram o cartaz em algum
momento dos 3 anos da implantação do projeto. Dos entrevistados que visualizaram os
cartazes, é importante observar que 40% foram vistos dentro dos ônibus, seguido dos
terminais com 23,3%. Levando em consideração que estes foram os principais pontos de
localização dos cartazes.
Local da
visualização do
Cartaz
Papicu Siqueira Parangaba
Total % Ônibus 6 9 9 24 40,0
Terminal 4 5 5 14 23,3
57
Tabela 15: Cores do Cartaz
Percentual sobre as Cores do Cartaz
10
38,3
20
31,7
Ótimo Bom
Ruim Sem resposta
Gráfico 13: Percentual sobre as cores do cartaz
Tabela 16: Logo do cartaz
Cores do Cartaz Papicu Siqueira Parangaba Total % Ótimo 3 0 3 6 10,0%
Bom 5 10 8 23 38,3%
Ruim 3 5 4 12 20,0%
Sem resposta 9 5 5 19 31,7%
Logo do Cartaz Papicu Siqueira Parangaba Total % Ótimo 4 1 3 8 13,3
Bom 5 12 10 27 45,0
Ruim 0 2 1 3 5,0
Sem resposta 11 5 6 22 36,7
58
Percentual sobre a Logo do Cartaz
13,3
455
36,7
Ótimo Bom
Ruim Sem resposta
Gráfico 14: Percentual sobre a logo do cartaz
Começando a analise visual do cartaz, percebemos que existiu um equilíbrio na
opinião dos entrevistados, no que diz respeito às cores e logo, visto que, 48,3% disseram que
as cores do cartaz são boas e ótimas e 51,7% emitiram uma opinião ruim ou não responderam.
O padrão se seguiu na analise da logo utilizada no cartaz, 58,3% demonstraram uma opinião
positiva e 41,7% negativa ou não opinaram.
Tabela 17: Entendimento do “quadro branco”
Você Entende o
“Quadro
Branco”?
Papicu Siqueira Parangaba
Total % Sim 2 0 6 8 13,3
Não
Falta Organização
Letra Pequena
Falta Clareza
Não entende nomes
6
1
5
1
0
14
1
4
6
3
7
0
0
0
1
27
2
9
7
4
45
9,1
40,9
31,8
18,2
Sem resposta 13 5 7 25 41,7
59
Percentual sobre o Entendimento do "Quadro Branco"
13,3
45
41,7
Sim Não Sem resposta
Gráfico 15: Percentual sobre o entendimento do “quadro branco”
Sendo esta uma das mais importantes informações da analise, observamos que 45% da
população entrevistada não entende o conteúdo informativo existente dentro do quadro
branco. E 41,7 dos usuários entrevistados não responderam a questão.
Percentual do motivo do não entendimento do "Quadro Branco"
9,1
40,931,8
18,2
Falta Organização Letra Pequena
Falta Clareza Não entende nomes
Gráfico 16: Percentual do motivo do não entendimento do “quadro branco”
60
Dos 22 entrevistados que não entendiam as informações do quadro branco e emitiram
opinião, sobre os motivos da falta de entendimento citaram que letra pequena - 40,5%, falta
de clareza – 31,8%, o não entendimento dos nomes – 18,2 e a falta de organização – 9,1%,
eram os principais motivos.
Tabela 18: O que deveria mudar no cartaz
O que deveria
mudar no Cartaz
Papicu Siqueira Parangaba
Total % Tamanho da Letra 5 5 4 14 16,3
Acrescentar Figuras 1 4 0 5 5,8
Indicadores do
Coluna
0 0 4
4 4,6
Melhor informação
sobre o
funcionamento
0 7 3
10 11,6
Cor 2 3 4 9 10,5
Acrescentar Horário 1 0 0 1 1,2
Indicação das Linhas
de ônibus
1 1 0
2 2,3
Aumentar Divulgação 2 2 0 4 4,6
Excesso de
informação
0 2 4
6 7,0
Aumentar o tamanho
do cartaz
1 0 1
2 2,3
Não respondeu 11 6 7 24 28,0
Tudo 0 2 1 3 3,5
Nada 1 0 1 2 2,3
61
Opinião dos Entrevistados sobre o que Deveria ser Modificado no Cartaz
16,3
5,8
4,6
11,6
10,5
1,22,3
4,672,3
28
3,5 2,3
Tamanho da letraAcrescentar figurasIndicadores de colunaMelhorar informação sobre o funcionamento do programaCorAcrescentar horáriosIndicação das linhas de ônibusAumentar divulgaçãoExcesso de informaçãoAumentar tamanho do cartazNão respondeuTudo Nada
Gráfico 17: Percentual da opinião dos entrevistados sobre o que deveria ser modificado no cartaz
Dentre as diversas opiniões do que deveria ser modificado no cartaz, e apesar de 28%
dos entrevistados não terem emitido resposta, percebemos entre as mais relevantes e que
confirmam o que vimos no gráfico anterior, são: tamanho da letra (16,3%), melhor
informação sobre o funcionamento do programa (11,6%) e as cores do cartaz (10,5%).
Outros dados importantes a serem comentados são que 5,8% dos
usuários acham que deveriam existir figuras para o entendimento da população analfabeta ou
62
com dificuldade de leitura. 7% falam que existe excesso de informação no quadro branco,
dificultando o entendimento.
Também no quadro branco, 4,6% dizem que faltam indicadores de coluna, para que se
possam entender as informações que lá constam.
63
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante os três meses de pesquisa - considerando o período de observação, entrevistas,
questionários e análise dos dados-, foi possível constatar que o Projeto de Integração
Temporal obteve sucesso em sua realização administrativa, mas não conseguiu realizar um
plano de comunicação eficiente para se fazer apresentar e se fazer entender.
A população, quando entende, valoriza o programa e divulga para outras pessoas,
como podemos verificar. O cartaz foi o instrumento mais visualizado pela população
pesquisada, seguido da comunicação boca a boca. Os cartazes precisam ser reelaborados
considerando as observações aqui já realizadas, principalmente a quantidade de publicação e a
localização da fixação (periodicidade).
Um fator tão importante quanto à localidade e a quantidade é a linguagem utilizada,
esta tem de ser mais coloquial, usando palavras, ou sentidos conhecidos pelos usuários de
transporte. Pois é esta linguagem que vai tornar mais claro o conteúdo do cartaz, assim
facilitando o entendimento por parte dos usuários.
Mesmo reconhecendo não ser uma tarefa desta pesquisa acadêmica, sugerimos a
criação de um espaço padronizado que valorize os textos de divulgação pública, ali colocados
com periodicidade. Este espaço precisa ser pensado tanto em terminais, quanto dentro dos
ônibus.
Sugerimos ainda que, se refeita a apresentação do projeto, venha em duas grandes
etapas:
a) apresentação do projeto (o que é e como funciona), com ênfase na sua importância;
b) descrição do uso das linhas de forma específica.
c) estudos posteriores merecem ser realizados para verificar quais outras estratégias de
comunicação são eficientes em terminais.
64
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DUARTE, Jorge. Assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia. Atlas, 2006 OLIVEIRA, Dennis. Fronteiras do jornalismo no espaço midiático: a real dimensão ideológica da informação jornalistica. UNESP, 2005 GONZALES, Lucilene. Linguagem publicitário: análise e produção. São Paulo: Arte & Ciência, 2003 GUTIERREZ, Waldyr. Relações Públicas: processo, funções, tecnologia e estratégias. São Paulo, Summus, 2002 CARVALHO, Nelly. Publicidade: a lingua da sedução. Ártica, 2002. LAGE, NILSON. Linguagem jornalística. Ártica, 2006. TORQUATO, Gaudêncio. Tratado de comunicação organizacional e político. Thonsom, 2004 MARQUES, José. Jornalismo Opinativo Gêneros opinativos no jornalismo brasileiro. Mantiqueira. 2003 BUCCI, Eugênio. Assessor de imprensa é jornalismo? Observatório Da Imprensa (2010). Disponível em www.observatoriodaimprensa.com.br FENAJ – Federação Nacional dos Jornalistas. Manual de assessoria de comunicação. (2007) CANAVILHAS, João. Webjornalismo: da pirâmide invertida à pirâmide deitada – UBI, 2006. Disponível em www.bocc.ubi.pt CARRASCOZA, João Anzanello. A Evolução do Texto Publicitário. 8° ed. São Paulo: Futura, 2007. REBOUL, Olivier. Introdução à retórica. São Paulo: Martins Fontes, 2000 ANTP . Associação nacional de transporte púbico. Sistema integrado de transportes de fortaleza: evolução e perspectivas. 2007. Disponíveis em: www.antp.org.br Artigo 172. NTU. Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano. Integração nos transportes públicos: uma análise dos sistemas integrados. 1999
65
VASCONCELOS, Maire Lucia. Integração temporal: nova opção para os usuários do sistema de transporte público de passageiros de fortaleza. UFC, 2009
ETUFOR – EMPRESA DE TRANSPORTE URBANO DE FORTALEZA. (2010) –
Bancos de Dados do Sistema Integrado de Transporte de Fortaleza. Fortaleza/Ceará
Internet:
- www.ibge.gov.br – acessado em 31/03/2010
- www.etufor.ce.gov.br – acessado em 31/03/2010
Entrevistas: - Demétrio Andrade, Chefe de Comunicação Publicitária e Jornalística da Prefeitura de Fortaleza. – Realizada em 12/11/2010 - Kerla Alencar, Ex Chefe de Comunicação da Assessoria de Comunicação da ETUFOR – Realizado em 20/08/2010