UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB
BACHARELADO EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
RAFAEL NUNES BEZERRA DIAS
CONTROLE RESIDENCIAL
Um estudo sobre a implantação de um sistema economicamente inclusivo
JOÃO PESSOA – PB
2019
RAFAEL NUNES BEZERRA DIAS
CONTROLE RESIDENCIAL
Um estudo sobre a implantação de um sistema economicamente inclusivo
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Ciência da Computação pela Universidade Federal da Paraíba.
Orientador: Prof. Dr. Hamilton Soares da Silva.
JOÃO PESSOA – PB
2019
RAFAEL NUNES BEZERRA DIAS
CONTROLE RESIDENCIAL
Um estudo sobre a implantação de um sistema economicamente inclusivo
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para a obtenção do título
de Bacharel em Ciência da Computação pela Universidade Federal da Paraíba.
Orientador: Prof. Dr. Hamilton Soares da Silva.
Aprovado em: João Pessoa/PB, _______/_______/_______.
COMISSÃO EXAMINADORA
________________________________________
Prof. Dr. Hamilton Soares da Silva
(Orientador – Universidade Federal da Paraíba - UFPB)
________________________________________
Prof. Dr. José Antônio Gomes de Lima
(Membro 1 – Universidade Federal da Paraíba - UFPB)
________________________________________
Prof. Dr. Ewerton Monteiro Salvador
(Membro 2 – Universidade Federal da Paraíba - UFPB)
Dedico este trabalho aos que vieram antes, aos que permanecem e aos que virão depois.
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer à minha família que, não apenas durante esta formação
como também em toda a minha trajetória, foi a base de apoio para alcançar os meus
objetivos pessoais e acadêmicos. Dando ênfase às mulheres, que sempre foram as
que tinham o poder de fazer as coisas acontecerem.
Também gostaria de agradecer a todas as pessoas e lugares que tive a
oportunidade de conhecer no decorrer desta formação, desde as amizades até às
paixões da vida, em especial à Laryssa Barbosa por ter sido minha maior companheira
por boa parte desse caminho.
Academicamente, agradeço à Universidade Federal da Paraíba pelo ambiente
e o aprendizado repassado durante os últimos anos, bem como aos professores que
conseguiram desempenhar o seu papel com maestria, onde, dentre eles, devo um
agradecimento especial ao professor Hamilton Soares pela oportunidade e disposição
para orientação deste trabalho.
Agradeço também à Gabriel Fleig, não só pela dupla dinâmica durante o curso
como também pela maioria das correções e os questionamentos abusivos sobre o
presente trabalho, assim como agradeço à Itallo Alexsander, Kelvin Willians e Rafael
Duarte por formarem o esquadrão de última hora para tradução do resumo e,
consequentemente, a escrita do abstract deste trabalho.
Óbvio que não poderia deixar de agradecer a todos os leitores que, porventura,
utilizem deste trabalho na construção dos seus conhecimentos, contribuindo com a
ciência e transformando o mundo em um lugar melhor.
E, antes que me esqueça, gostaria de agradecer a todos os meus amigos que
contribuíram direta ou indiretamente com o meu crescimento pessoal e acadêmico
nesta caminhada, em especial àqueles que se enquadram em uma escala de Valfredo
à Vicente, seja lá o que isso signifique. E mais especial ainda àqueles com quem já
tive a honra ou ainda terei de comparecerem aos meus churrascos, inclusive em 2029.
E por último, e com toda certeza mais importante, agradeço à minha mãe, Maria
Edvone, e à minha avó, Ana Lúcia, que seriam os meus primeiros agradecimentos se
não tivessem me feito passar uma madrugada inteira buscando as palavras certas
para descrevê-las sem sucesso, e que se não fossem por elas eu não teria a
oportunidade de agradecer a mais ninguém. Obrigado a todos!
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo analisar um sistema de Controle Residencial proposto pelo autor, que busca o melhor custo-benefício possível no contexto domiciliar brasileiro, tentando encontrar uma solução na área da Automação Residencial. Para isso, foi feita uma análise de viabilidade do sistema proposto por meio de pesquisa de mercado, indicadores de renda familiar, e outros trabalhos de pesquisa científica elaborados no meio acadêmico, para que, ao final, se pudesse fazer um mapeamento da parcela da população brasileira que está em uma situação favorável à implantação do sistema. Com a conclusão dessa análise, a modularização do sistema de Controle Residencial se mostrou uma solução apropriada para contribuir com a inclusão das classes menos favorecidas da sociedade na faixa de viabilidade de implantação. A partir disso, foi elaborado um protótipo para demonstração do sistema proposto, que inclui três tipos de módulos de controle de aparelhos domésticos, e uma aplicação Android para controle desses módulos através de um smartphone. Este protótipo contém módulos de controle Chaveado (Liga/Desliga), módulo de controle Dimmer, e módulo de controle Infravermelho. Estes módulos podem ser usados em conjunto com aparelhos suportados. Palavras-chave: Controle Residencial. Sistema Embarcado. Automação Residencial. Análise de Viabilidade. Modularização de Sistema.
ABSTRACT
This undergraduate thesis aims to analyse a Residential Control system proposed by the author, aimed at achieving a cost-effective solution in the context of the brazilian household in Residential Automation. In order to do that, a viability analysis of the proposed system was performed through market research, brazilian household income indicators, and other scientific research works elaborated in the academic environment to, finally, allow the mapping of brazilians that can afford this system. After the analysis, the modularization of the residential control system showed itself as an appropriate solution to help include society’s less favored classes in the viability range. Based on that, a prototype was developed to demonstrate how the proposed system works, that includes three types of control modules for domestic appliances, and an Android application to control these modules using a smartphone. This prototype contains a on/off control switch modules, a Dimmer control module, and an Infrared control module. These can be used in conjunction with supported devices.
Keywords: Residential Controlling. Embedded System. Residential Automation. Viability Analysis. System Modularization.
LISTA DE SIGLAS
ABEP - Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa
API - Application Programming Interface (Interface de Programação de Aplicações)
BPS - Bits Per Second (Bits Por Segundo)
DAO - Data Access Object (Objeto de Acesso a Dados)
DIAC - Diode for Alternating Current (Diodo para Corrente Alternada)
GII - Global Innovation Index (Índice Global de Inovação)
GND - Graduated Neutral Density Filter (Filtro Graduado de Densidade Neutra)
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDE - Integrated Development Environment (Ambiente de Desenvolvimento Integrado)
IFPB - Instituto Federal da Paraíba
I/O - Input/Output (Entrada/Saída)
LED - Light Emitting Diode (Diodo emissor de luz)
MVC - Model-View-Controller (Modelo-Vista-Controlador)
PWM - Pulse Width Modulation (Modulação de Largura de Pulso)
RMS - Root Mean Square (Valor Quadrático Médio)
SO - Sistema Operacional
SQL - Structured Query Language (Linguagem de Consulta Estruturada)
TCC - Trabalho de Conclusão de Curso
TRIAC - Triode for Alternating Current (Triodo para Corrente Alternada)
TV - Televisão
USB - Universal Serial Bus (Barramento Serial Universal)
LISTA DE SÍMBOLOS
Hz - Hertz
Ω - Ohm
% - Percentual
R$ - Reais
V - Volt
W - Watt
LISTA DE IMAGENS
Figura 1 - Exemplos de placas com microcontroladores .......................................... 26
Figura 2 - Diferença entre as placas do Arduino Uno (acima) e Mega (abaixo) ........ 27
Figura 3 - Abstração na composição do Arduino Mega por um Arduino Uno. .......... 28
Figura 4 - Estrutura física do Arduino Uno ............................................................... 29
Figura 5 - Detalhes da IDE do Arduino ..................................................................... 30
Figura 6 - Módulo Bluetooth HC-06 .......................................................................... 31
Figura 7 - Conexão entre o Arduino e o Módulo Bluetooth ....................................... 32
Figura 8 - Símbolo da plataforma Android ................................................................ 33
Figura 9 - Visualização da IDE Android Studio ......................................................... 35
Figura 10 - Simbologia do componente resistor ....................................................... 36
Figura 11 - Simbologia do componente diodo .......................................................... 36
Figura 12 - Simbologia do componente LED ............................................................ 37
Figura 13 - Simbologia do componente transistor .................................................... 38
Figura 14 - Simbologia do componente relé ............................................................. 39
Figura 15 - Simbologia do componente TRIAC ........................................................ 40
Figura 16 - Simbologia do acoplador óptico 4N25 .................................................... 41
Figura 17 - Simbologia do acoplador óptico MOC3011 ............................................ 42
Figura 18 - Número médio de pessoas nos arranjos residentes em domicílios
particulares 2005/2015 ............................................................................................. 59
Figura 19 - Planta baixa de residência padrão para 3 moradores ............................ 61
Figura 20 - Diagrama Arquitetural do Sistema de Controle Residencial ................... 69
Figura 21 - Esquemático do circuito Chaveado (Liga/Desliga) ................................. 75
Figura 22 - Esquemático do circuito Dimmer ............................................................ 77
Figura 23 - Exemplos de disparos do TRIAC em diferentes momentos ................... 78
Figura 24 - Programação do Dimmer no microcontrolador do Arduino ..................... 78
Figura 25 - Identificação de passagem por zero....................................................... 80
Figura 26 - Esquemático do circuito Infravermelho .................................................. 82
Figura 27 - Estrutura de padrão MVC ...................................................................... 84
Figura 28 - Tela principal da aplicação ..................................................................... 85
Figura 29 - Tela para criação de botões de controle ................................................ 86
Figura 30 - Simulação de Tela Principal após criação dos botões de controle ......... 87
Figura 31 - Tela para edição de botão de controle ................................................... 88
Figura 32 - Tela para conexão bluetooth .................................................................. 89
Figura 33 - Esquemático do protótipo elaborado em 2015 ..................................... 100
Figura 34 - Imagem frontal do protótipo ................................................................. 102
Figura 35 - Imagem traseira do protótipo ............................................................... 103
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Alcance e potência de cada classe de bluetooth ..................................... 33
Tabela 2 - Preço médio de mercado de cada placa com microcontrolador .............. 46
Tabela 3 - Custo-Benefício de cada placa com microcontrolador ............................. 47
Tabela 4 - Preço médio de mercado de cada módulo de conexão ........................... 48
Tabela 5 - Preço médio de mercado de cada componente do Circuito Chaveado ... 50
Tabela 6 - Custo médio estimado de um Circuito Chaveado .................................... 51
Tabela 7 - Preço médio de mercado de cada componente do Circuito de Disparo .. 52
Tabela 8 - Preço médio de mercado de cada componente do Circuito de Detecção
de Passagem por Zero ............................................................................................. 53
Tabela 9 - Custo médio estimado de um Circuito Dimmer ....................................... 54
Tabela 10 - Preço médio de mercado de cada componente do Circuito Infravermelho
................................................................................................................................. 55
Tabela 11 - Custo médio estimado de um Circuito Infravermelho ............................ 56
Tabela 12 - Distribuição das classes de renda brasileira em 2016 ........................... 57
Tabela 13 - Renda média domiciliar em 2016 .......................................................... 58
Tabela 14 - Estimativa da quantidade de circuitos de controle na residência ........... 63
Tabela 15 - Estimativa de custo total de implantação do sistema ............................ 64
Tabela 16 - Informações repassadas da aplicação para o sistema embarcado ....... 73
Tabela 17 - Rendimento domiciliar per capita por estado, em reais ......................... 99
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 17
1.1 Contextualização .......................................................................................... 17
1.2 Problema ....................................................................................................... 19
1.3 Justificativa ................................................................................................... 20
1.4 Objetivos ....................................................................................................... 22
1.4.1 Objetivos gerais ........................................................................................ 22
1.4.2 Objetivos específicos ................................................................................ 22
1.5 Metodologia ................................................................................................... 22
1.5.1 Tipo de pesquisa ...................................................................................... 22
1.6 Estrutura do Trabalho................................................................................... 24
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 25
2.1 Sistema embarcado ...................................................................................... 25
2.1.1 Microcontroladores ................................................................................... 25
2.1.2 Módulos de conexão ................................................................................. 30
2.2 Plataforma Android ....................................................................................... 33
2.3 Componentes eletrônicos ............................................................................ 35
2.3.1 Resistor .................................................................................................... 36
2.3.2 Diodo ........................................................................................................ 36
2.3.3 LED .......................................................................................................... 37
2.3.4 Transistor ................................................................................................. 38
2.3.5 Relé .......................................................................................................... 39
2.3.6 TRIAC ....................................................................................................... 39
2.3.7 Acopladores ópticos ................................................................................. 41
2.4 Isolamento elétrico ....................................................................................... 42
3 ANÁLISE DE VIABILIDADE ................................................................................. 44
3.1 Metodologia da análise ................................................................................. 44
3.2 Seleção de componentes visando baixo custo .......................................... 45
3.2.1 Microcontroladores ................................................................................... 45
3.2.2 Módulos de conexão ................................................................................. 48
3.2.3 Circuitos de controle residencial ............................................................... 49
3.3 Indicadores de renda média familiar ........................................................... 56
3.4 Estimativa de custo total da implantação ................................................... 59
3.4.1 Arranjo domiciliar padrão .......................................................................... 59
3.4.2 Modelagem de residência padrão ............................................................. 60
3.4.3 Estimativa de quantidade de circuitos de controle .................................... 62
3.4.4 Custo total de implantação estimado ........................................................ 63
3.5 Conclusão da análise ................................................................................... 65
4 PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO ......................................................................... 68
4.1 Funcionamento do projeto ........................................................................... 69
4.1.1 Diagrama arquitetural ............................................................................... 69
4.1.2 Recursos de software utilizados ............................................................... 70
4.2 Sistema embarcado ...................................................................................... 72
4.3 Módulos de controle ..................................................................................... 74
4.3.1 Módulo Chaveado (Liga/Desliga) .............................................................. 74
4.3.2 Módulo Controlador de potência (Dimmer) ............................................... 76
4.3.3 Módulo Infravermelho ............................................................................... 81
4.4 A aplicação Android ..................................................................................... 82
4.4.1 Padrões utilizado ...................................................................................... 83
4.4.2 Funcionamento da aplicação .................................................................... 85
5 RESULTADOS ..................................................................................................... 90
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 91
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 93
ANEXOS .................................................................................................................. 98
ANEXO A ............................................................................................................. 99
ANEXO B ........................................................................................................... 100
APÊNDICES .......................................................................................................... 101
APÊNDICE A...................................................................................................... 102
APÊNDICE B...................................................................................................... 103
17
1 INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
O ser humano possui uma capacidade bastante efetiva em encontrar
alternativas para resolver os seus problemas, sejam eles da natureza que forem, basta
a necessidade existir para que toda uma comunidade pensante, por meio da interação
entre os seus variados modos de vida, consigam encontrar um conjunto de soluções
para estes problemas, contribuindo, assim, para o desenvolvimento da sociedade
(ALMEIDA; ALVES, 2017). Foi com essa habilidade que muitas tecnologias surgiram
com o passar dos tempos, e uma delas foi o surgimento dos computadores.
O surgimento dos computadores em geral possibilitou a automação de tarefas
de forma extremamente rápida em comparação ao desempenho alcançado pelos
próprios seres humanos, o que acelerou ainda mais os avanços tecnológicos e sociais
em todos os locais por onde se disseminou (BENEVIDES; MORAIS; FERNANDES,
2017, p. 1). Não durou muito tempo até que todos esses avanços tivessem impacto
no setor industrial e na produção em massa, o que impulsionou a Automação
Industrial, que, segundo Silevira e Lima (2003, p.1), já existia desde o século XVIII
com a invenção da máquina a vapor na Inglaterra. Mas, com a utilização dos
computadores, principalmente quando se fala em aplicações na área da robótica,
permitiu a elevação da Automação Industrial à um novo patamar de desenvolvimento
(REDEL; HOUNSELL, 2004, p. 396).
Para Silevira e Lima (2003, p.2):
Uma boa definição para automação é um conjunto de técnicas destinadas a tornar automáticas a realização de tarefas, substituindo o gasto de bio-energia humana, com esforço muscular e mental, por elementos eletromecânicos computáveis.
O que demonstra que a automação, quando praticada no meio industrial,
permitiria melhorar a qualidade no trabalho, pois o esforço necessário para
manipulação das máquinas em procedimentos repetitivos diminuiria, e principalmente,
a eficiência na entrega de resultados precisos para os cliente aumentariam, visto que,
como as tarefas seriam executadas automaticamente e com menor presença da
18
manipulação humana, o fator de falha humana, causada em muitos casos por conta
da fadiga e da inerência humana ao erro, diminuiria.
Seguindo a definição proposta por Silevira e Lima (2003) sobre a automação,
Júnior, Chagas e Fernandes (2003, p.1) vão mais além ao afirmar que:
O processo de automação não atinge apenas a produção em si, substituindo o trabalho braçal por robôs e máquinas computadorizadas, mas também propicia enormes ganhos de produtividade ao integrar tarefas distintas com a elaboração de projetos, o gerenciamento administrativo e a produção.
Ou seja, além da melhoria alcançada com a diminuição do esforço físico e
mental dos trabalhadores, os ganhos com a produtividade seriam amplificados pois
os resultados gerados na produção seriam obtidos com a velocidade e precisão das
máquinas e sistemas computadorizados, de forma ininterrupta e integrada, e o esforço
intelectual poderia ser redirecionado para áreas que requerem um maior nível de
complexidade lógica, como por exemplo, as áreas de gerência.
Não demorou até que a sociedade sentisse a necessidade de trazer as
soluções obtidas na Automação Industrial para dentro de seus lares, o que
caracterizou o surgimento da Automação Residencial. Segundo a definição de
Muratori e Bó (2011, p. 70), a Automação Residencial é:
o conjunto de serviços proporcionados por sistemas tecnológicos integrados como o melhor meio de satisfazer as necessidades básicas de segurança, comunicação, gestão energética e conforto de uma habitação.
Então, a principal finalidade da Automação Residencial é satisfazer as
necessidades básicas dos habitantes do ambiente automatizado, desta forma,
diferente da Automação Industrial que visava melhorias em eficiência, maior
produtibilidade, menos gastos com força de trabalho, e a segurança, a Automação
Residencial se preocupa com gestão energética do ambiente, para que os
proprietários economizem capital em suas contas de energia, por exemplo, em
segurança, para que o ato de estar presente no local de aplicação possua algum grau
de confiabilidade, e conforto pessoal, além de outras causas mais importantes do que
19
apenas comodidade, como é o caso da autonomia de portadores de deficiência e da
população idosa, onde pode-se fornecer um ambiente que facilite um pouco mais a
independência pessoal para estes casos especiais.
1.2 Problema
A Automação Residencial, só no Brasil, já é um assunto estudado há pelo
menos 10 anos, como pode se observar nos trabalhos acadêmicos de Canato (2007)
e Neto (2009), e apesar disso ainda não possui uma solução amplamente adotada,
seja pela falta de critérios na padronização das formas de controle, que não permitem
uma convergência entre a infinidade de dispositivos com protocolos e funcionamentos
diferentes, ou até pela falta de uma tecnologia que permita a criação de controles
residenciais de baixo custo, o que tornaria essa tecnologia economicamente viável.
Conforme as pesquisas elaboradas anualmente pelo Índice Global de Inovação
(GII)1 citado pela revista Exame2, no ano de 2017, o Brasil foi classificado como a 69ª
posição do ranking que avalia o nível de inovação de um total de 140 países, ficando
“atrás de todas as grandes economias emergentes, como China, Turquia, México,
Índia e África do Sul” (Exame, 2017). Com isso, pode-se constatar que, no Brasil, o
potencial de inovação é relativamente baixo, impossibilitando, assim, a integração de
novas tecnologias no território nacional com a rapidez necessária, ficando geralmente
à cargo de países de primeiro mundo, principalmente na Europa, a função de viabilizar
as tecnologias e só depois de consolidadas minimamente no seu mercado interno é
que tais tecnologias ingressam no território brasileiro. O mesmo fenômeno é
visivelmente aparente em relação à implantação dos sistemas de Controle
Residencial, o que pode corroborar com o avanço lento nesse sentido em relação a
outros países de primeiro mundo.
1 Disponível em: <https://www.globalinnovationindex.org/userfiles/file/reportpdf/GII%202017%20Portuguese%20translation_WEB.pdf> 2 Disponível em: <https://exame.abril.com.br/revista-exame/novas-tecnologias-brasil-corre-o-risco-de-
se-tornar-irrelevante/>
20
1.3 Justificativa
A Automação Residencial, em seus primeiros estágios, poderia ser até
considerada como um artefato que traria comodidade, bem-estar e inclusive
luxuosidade na vida de seus usuários. No entanto, com o passar do tempo, algumas
pesquisas de caráter acadêmico começaram a dar mais ênfase à necessidade da
utilização dessa tecnologia para melhorar a vivência dos seus usuários. Um exemplo
disso é o artigo feito com o objetivo de apresentar um projeto de casa automatizada
de baixo custo, que auxiliasse a vida de pessoas portadoras de deficiência
(BENEVIDES; MORAIS; FERNANDES, 2017), e simpósios realizados para promover
a discussão sobre assuntos atuais, onde são apresentados trabalhos referentes ao
uso de tecnologias aplicadas ao ambiente doméstico com a finalidade de dar suporte
aos moradores idosos, oferecendo maior conforto, segurança e prevenção de
acidentes (FIRMINO; PEREIRA; NUNES, 2014).
Na pesquisa elaborada por Benevides, Morais e Fernandes (2017, p.1) os
seguintes dados foram levantados:
Segundo os dados do censo (IBGE, 2010), o quadro populacional do Brasil é composto por, aproximadamente, 192 milhões de habitantes, sendo que 15 milhões (8%) são idosos (acima de 65 anos) e 46 milhões (24%) possuem algum tipo de necessidade especial. Com relação especificamente à carência motora parcial ou total, esse número chega a 4 milhões de pessoas (2,1%). Se forem somados a esse grupo as pessoas com déficit mental, que totalizam aproximadamente 2 milhões de pessoas, o total alcançado pode chegar a 6 milhões de habitantes. De acordo com projeções, esse número vai crescer abundantemente, pois a tendência é que haja um aumento da expectativa de vida da população, não só no Brasil como no mundo.
Com isso, pode-se constatar que uma grande parcela da população, com
tendência de possuir um crescimento, visto que os dados são do ano de 2010, carece
de algum tipo de assistência maior, que pode ser adquirida através das residências
inteligentes, indo muito além de apenas conforto como poderiam ser as primeiras
abordagens do tema.
Além dos ganhos relativos à assistência social, o emprego de residências
inteligentes favorece na economia energética nos locais de aplicação, pois é possível
programar o desligamento de aparelhos quando necessário, visando combater o
desperdício de energia, desligar os dispositivos ociosos, como é o caso de aplicações
21
utilizando sensores de presença que acionam lâmpadas de acordo com a presença
de pessoas, entre outras formas. Levando em conta a adoção dos sistemas
inteligentes por grande parcela da sociedade, é possível se conseguir algum ganho
relacionado à eficiência energética.
Como as residências automatizadas ainda não são uma realidade para a
maioria da população, principalmente quando se fala na classe média e baixa no
Brasil, é necessário encontrar formas de se adequar à realidade das classes menos
favorecidas economicamente, que representam grande parcela da população
brasileira, como será demonstrado com mais detalhes nos próximos capítulos deste
trabalho.
A partir do momento em que esta grande parcela da população tenha acesso
à tecnologia da Automação Residencial com um custo acessível, será possível entrar
em uma nova revolução na forma como são tratadas as residências em geral, como
afirma Werneck (1999, p. 132 apud DIAS e PIZZOLATO, 2004, p. 14):
Depois de o público conhecer uma residência automatizada, não haverá como retroceder, toda a cadeia de concepção da moradia, (a arquitetura construção etc.), evoluirá, e, principalmente, o ocupante do imóvel. Assim, deverão ser necessários vários profissionais que, interagindo, permitirão o real desenvolvimento das técnicas da domótica.
Ou seja, assim como ocorreram nos casos de tecnologias como o surgimento
dos computadores, celulares, e da própria internet, as residências inteligentes também
fazem parte de um futuro sem volta, permitindo que os seus usuários desfrutem cada
vez mais a evolução desta tecnologia.
Visto isso, este trabalho se justifica pela necessidade de encontrar soluções
que auxiliem o processo da utilização da Automação Residencial na sociedade, com
fins de trazer ganhos na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, autonomia dos
que mais necessitam de atenção especial, e na provável conservação dos recursos
energéticos, contribuindo para alcançar o nível idealizado pela afirmação de Werneck.
22
1.4 Objetivos
1.4.1 Objetivos gerais
Visando dar sequência aos primeiros passos da Automação Residencial no
contexto brasileiro, este trabalho tem como objetivo estudar a viabilidade de
implantação de um sistema de Controle Residencial de baixo custo, e, ao final,
apresentar um protótipo desse sistema.
1.4.2 Objetivos específicos
Estudar a situação financeira das famílias brasileiras, bem como a distribuição
de renda entre as classes sociais;
Estimar o gasto total com a implantação de um sistema de Controle Residencial
em um domicílio médio brasileiro;
Aprofundar os conhecimentos em programação Java para smartphones
Android;
Aplicar os padrões de projetos aprendidos durante o curso com o intuito de
facilitar a integração de novos recursos no futuro;
Estudar a Interface de Programação de Aplicações (API) de comunicação
bluetooth do Android;
Desenvolver uma integração entre o sistema elétrico residencial, um sistema
embarcado e uma aplicação para smartphone.
1.5 Metodologia
1.5.1 Tipo de pesquisa
Nesta seção, serão apresentados os tipos de pesquisa que se encaixam neste
trabalho, com a intenção de direcionar claramente o entendimento de como o tema
será abordado durante todo o trabalho.
23
1.5.1.1 Finalidade
Este trabalho possui uma finalidade aplicada, ou seja, busca aplicar na prática
o conhecimento sobre o tema da Automação Residencial, na forma de um protótipo
concreto e funcional de controle residencial operando sobre a rede doméstica.
1.5.1.2 Objetivo
O objetivo deste trabalho possui caráter descritivo, onde os conteúdos
explorados foram colhidos a partir de referencial teórico apresentados em referências
já existentes no meio acadêmico, organizados de forma sistemática e transpassados
nos momentos oportunos.
1.5.1.3 Abordagem
A abordagem deste trabalho possui natureza qualitativa, pois o critério utilizado
para a conclusão e análise dos resultados possui caráter subjetivo, ou seja, os
significados e as relações entre os objetos pesquisados estão a cargo da interpretação
do próprio autor.
1.5.1.4 Método
Por se tratar de uma pesquisa com o interesse em constatar a viabilidade de
um modelo de baixo custo de Controle Residencial, faz-se necessário utilizar um
método de pesquisa com caráter hipotético-dedutivo, onde será apresentado na
conclusão do trabalho a confirmação ou refutação da hipótese de tal viabilidade de
implementação do modelo proposto, levando em consideração o contexto brasileiro.
1.5.1.5 Procedimento
A pesquisa apresentará tanto procedimentos bibliográficos, onde o
conhecimento compartilhado por variados autores de livros, artigos e publicações
científicas serão estudados e relatados através de citações no decorrer do texto,
quanto procedimentos documentais, por possuir conteúdos que não foram extraídos
24
de livros e publicações acadêmicas como estatísticas e precificação aplicadas no
mercado.
1.6 Estrutura do Trabalho
O trabalho é dividido em quatro partes principais seguidos das considerações
finais. Deste modo, no Capítulo 1 é apresentado o contexto do tema em questão para
situar o leitor sobre o mesmo e detalhar toda a estrutura e forma como o trabalho foi
concebido, demonstrando o que se deve esperar desta pesquisa em geral.
O Capítulo 2 possui a função de fundamentar todos os assuntos necessários
que permeiam o tema abordado, com a intenção de dar uma base ao leitor que deseje
aprender ou replicar os procedimentos adotados nesta pesquisa. Neste capítulo são
apresentados os componentes mais utilizados na Automação Residencial,
apresentando os conteúdos relacionados ao sistema embarcado, componentes
eletrônicos e a plataforma de desenvolvimento para smartphone utilizados na
proposta de implantação.
No Capítulo 3, é apresentada uma análise de entendimento da renda da
população brasileira, em conjunto com o seu modelo de residência padrão para, com
isso, se estimar os gastos oriundos da implantação de um sistema de residência
automatizada completo. Para isso, o capítulo apresenta também uma pesquisa de
preços médios dos componentes no mercado atual e, ao final, será feita a conclusão
da análise gerando possíveis soluções para atender à demanda do mercado
brasileiro.
Já no Capítulo 4, é elaborado uma proposta de implantação utilizando os
elementos de melhor custo-benefício pesquisados no capítulo anterior e agregando o
conhecimento obtido sobre as soluções de viabilidade, relatando como todo o sistema
funciona e apresentando os recursos utilizados para a estruturação do projeto.
Por fim, o Capítulo 5 apresentará os resultados obtidos a partir da análise e do
levantamento de hipótese do Capítulo 3 juntamente com o protótipo elaborado na
proposta de implantação do Capítulo 4.
25
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este capítulo possui a finalidade de abordar as principais tecnologias e
conhecimentos básicos para fundamentar a construção do conhecimento por parte do
leitor deste trabalho. Alguns conteúdos importantes, que são de fundamental
necessidade para a base do entendimento dos capítulos posteriores, serão levantados
no decorrer da fundamentação teórica, destacando-se a descrição dos assuntos
relacionados ao sistema embarcado utilizado na proposta de implantação do modelo
de Controle Residencial.
2.1 Sistema embarcado
Para que se obtenha o controle residencial, uma solução bastante eficiente é a
utilização de um sistema embarcado, ou seja, um sistema que esteja embutido na
estrutura física da residência que se deseje controlar, para que, desta forma, o
morador e usuário da tecnologia de Automação Residencial possa efetuar os
comandos diretamente ou indiretamente, através de sensores, para este sistema
embarcado que, por sua vez, modificará o estado das cargas e aparelhos domésticos
conectados à rede local.
Os principais componentes que fazem parte da estrutura de um sistema
embarcado para Automação Residencial são os microcontroladores, os módulos de
conexão externa, os circuitos de controle e, em alguns casos mais específicos, a
utilização de certos sensores.
2.1.1 Microcontroladores
Os microcontroladores são os principais componentes de um sistema
embarcado, pois representam o núcleo da comunicação entre os comandos do
usuário e dos aparelhos ligados à rede doméstica, servindo como uma ponte,
programada de forma inteligente para efetuar o controle correto da residência em
questão.
O poder dos microcontroladores se dá pela sua característica de serem
computadores de pequeno porte que podem ser acoplados em um único circuito em
26
conjunto com uma estrutura de hardware que contém recursos como memória e portas
programáveis de entrada e saída, capazes de controlar o estado de componentes
externos, através das portas de saída, e receber informações do ambiente também
externo através das portas de entrada.
Diversos microcontroladores fazem parte do mercado atual, cada um
atendendo a uma demanda diferenciada, principalmente quando se refere ao uso em
residências automatizadas. Dentre as principais placas com microcontroladores do
mercado pode-se considerar, por exemplo, a família de placas Arduino, BeagleBone
e ESP.
Figura 1 - Exemplos de placas com microcontroladores
Fonte: Retirado do site Hackster.io3.
2.1.1.1 Plataforma Arduino
A principal placa com microcontrolador que se deve levar em consideração
para o entendimento do presente trabalho é o Arduino. A definição da plataforma
Arduino, segundo o seu próprio site, é:
3 Disponível em: <https://blog.hackster.io/picking-the-right-arduino-341a0a9550c7>
27
O Arduino é uma plataforma de prototipagem eletrônica open-source que se baseia em hardware e software flexíveis e fáceis de usar. É destinado a artistas, designers, hobbistas e qualquer pessoa interessada em criar objetos ou ambientes interativos.
O Arduino pode sentir o estado do ambiente que o cerca por meio da recepção de sinais de sensores e pode interagir com os seus arredores, controlando luzes, motores e outros atuadores. O microcontrolador na placa é programado com a linguagem de programação Arduino, baseada na linguagem Wiring, e o ambiente de desenvolvimento Arduino, baseado no ambiente Processing. Os projetos desenvolvidos com o Arduino podem ser autônomos ou podem comunicar-se com um computador para a realização da tarefa, com uso de software específico (ex: Flash, Processing, MaxMSP).4
Com isso, tem-se que a plataforma Arduino possui uma aplicabilidade bastante
favorável ao desenvolvimento de soluções na área de Automação Residencial.
Apesar de ser apenas uma plataforma, o Arduino possui uma variedade de
placas distintas, onde o diferencial se encontra na configuração de cada uma dessas
placas, como por exemplo, diferenciando-se pelo número de portas lógicas
controláveis de entrada e saída e/ou na diferença em geral do hardware que o
compõe. Para se ter uma noção mais concreta das diferenças de entre as placas da
família Arduino, pode-se ver na Figura 2 apresentada abaixo, onde acima, está uma
placa Arduino do modelo Uno, e abaixo, uma placa do modelo Mega.
Figura 2 - Diferença entre as placas do Arduino Uno (acima) e Mega (abaixo)
Fonte: Retirado do site Kevin Rye5.
4 Disponível em: <https://playground.arduino.cc/Portugues/HomePage/> 5 Disponível em: <http://kevinrye.net/>
28
Para se entender a estrutura do Arduino, basta compreender o funcionamento
estrutural do Arduino Uno, visto que, segundo o artigo da Kevin Rye (2013)6, o Arduino
Mega, por exemplo, é compatível com o Uno, inclusive uma abstração pode ser feita
para se entender que a diferença entre eles se dá principalmente na quantidade de
portas lógicas de entrada/saída, onde o Arduino Uno possui 14 portas lógicas digitais
e 6 analógicas, e o Arduino Mega possui um total de 54 portas lógicas digitais e 16
analógicas. Esta abstração pode ser observada na Figura 3.
Figura 3 - Abstração na composição do Arduino Mega por um Arduino Uno.
Fonte: Retirado do site Kevin Rye7.
No quesito estrutura de hardware, o Arduino Uno possui portas lógicas digitais
de entrada e saída de dados, onde pode se alternar os estados entre ligado, quando
a porta em questão possui saída de 5V (Volts), e desligado, quando a porta possui
saída em 0V. Destas portas digitais, 6 são de controle Modulação de Largura de Pulso
(PWM) e 2 portas de comunicação serial, localizadas nos pinos 0 e 1 da placa, que
6 Disponível em: <http://kevinrye.net/index_files/arduino_mega_2560.php> 7 Disponível em: <http://kevinrye.net/>
29
são utilizadas para a troca de informações através da transmissão e recepção de
sinais. A placa ainda possui pinos de alimentação em tensão contínua de 5V e 3,3V,
além de pinos de Filtro Graduado de Densidade Neutra (GND).
Figura 4 - Estrutura física do Arduino Uno
Fonte: Retirado do site Usinainfo8.
A Figura 4 apresenta o detalhamento da estrutura física da placa Arduino Uno,
onde pode-se visualizar tanto a presença de um conector de alimentação quanto de
um conector de Barramento Serial Universal (USB), ambos possuindo a capacidade
de alimentar o Arduino, porém, além de fornecer a tensão necessária para o
funcionamento do controlador, é através do conector USB que o código implementado
e compilado é gravado no microcontrolador em si. Para efetuar a implementação e
compilação dos códigos para o Arduino, a plataforma disponibiliza uma Ambiente de
Desenvolvimento Integrado (IDE).
8 Disponível em: <https://www.usinainfo.com.br/arduino-original/arduino-uno-r3-base-acrilica-oficial-
cabo-usb-original-2457.html>
30
Figura 5 - Detalhes da IDE do Arduino
Fonte: Retirado do site BlogMasterWalkerShop9.
Como pode-se observar na Figura 5, a estrutura de implementação possui uma
área que será executada apenas uma vez, chamada de setup (configuração), e serve
para efetuar a inicialização das portas lógicas assim como outras funcionalidades
como a configuração das interrupções, e outra área chamada de loop (laço), onde
todo o código nesta área será executado através de um laço de repetição constante.
2.1.2 Módulos de conexão
Além dos microcontroladores, o sistema embarcado também necessita de
componentes que façam a conexão entre o próprio sistema embarcado e um agente
externo, que pode ser uma aplicação, por exemplo. Para isso, utiliza-se os módulos
9 Disponível em: <http://blogmasterwalkershop.com.br/arduino/arduino-instalacao-e-configuracao-no-
windows/>
31
de conexão que podem ser implantados das mais variadas formas, contanto que se
estabeleça uma comunicação entre os sistemas.
As principais soluções de mercado quando se fala em módulos de conexão
para sistemas embarcados são através dos módulos Bluetooth, Wi-Fi, e Ethernet,
cada um com suas particularidades.
2.1.2.1 Módulo Bluetooth
Apesar da enorme variedade de dispositivos utilizados para efetuar a conexão
do sistema embarcado, o módulo que deve-se levar em maior consideração, para os
fins deste trabalho, é o módulo bluetooth, mais especificamente, no modelo HC-06,
visto que será abordado nos capítulos posteriores.
Figura 6 - Módulo Bluetooth HC-06
Fonte: Retirado do site BuildBot10.
10 Disponível em: <http://buildbot.com.br/blog/configuracao-do-modulo-bluetooth-hc-06-com-arduino/>
32
O módulo Bluetooth HC-06, como explica o artigo feito por Almeida (2017) no
site Portal Vida de Silício11, possui tensão de funcionamento entre 3,3V e 5V, taxa de
transmissão de 2 Mbps (Megabits por segundo) e frequência de 2,4 GHz (giga-hertz).
Além disso, o módulo possui 4 pinos, sendo 2 para alimentação e os outros 2 para
transmissão e recepção de dados. A forma como o módulo Bluetooth é conectado ao
Arduino está representada na Figura 7.
Figura 7 - Conexão entre o Arduino e o Módulo Bluetooth
Fonte: Retirado do site Tuxti12.
Outras características que devem ser levadas em consideração são o alcance
de 10 metros, por se tratar de um módulo da classe 2, como mostra a Tabela 1,
possuindo, assim, uma potência máxima da ordem de 2,5 mW (miliwatts), e o seu
funcionamento se dá apenas através do modo slave (escravo), ou seja, apenas recebe
requisições de pareamento e não possui a capacidade de requisitar qualquer que seja
o pareamento.
11 Disponível em: <https://portal.vidadesilicio.com.br/modulo-bluetooth-hc-05-e-hc-06/> 12 Disponível em: <http://www.tuxti.com.br/wiki/index.php?title=Arduino_-_Bluetooth_jy-mcu_HC-06>
33
Tabela 1 - Alcance e potência de cada classe de bluetooth
Classe Potência (mW) Alcance (metros)
1 100 100
2 2.5 10
3 1 1
Fonte: Retirado do site Eletrogate13.
2.2 Plataforma Android
Figura 8 - Símbolo da plataforma Android
Fonte: Retirado do site Android14.
O Android, segundo a definição elaborada pela Wikipédia pode ser descrito
como:
Android é um sistema operacional (SO) baseado no núcleo Linux e atualmente desenvolvido pela empresa de tecnologia Google. Com uma interface de usuário baseada na manipulação direta, o Android é projetado principalmente para dispositivos móveis com tela sensível ao toque como
13 Disponível em: <http://blog.eletrogate.com/modulos-bluetooth-hc05-e-hc06-para-comunicacao-com-dispositivos-moveis-com-arduino/> 14 Disponível em: <https://www.android.com/>
34
smartphones e tablets; com interface específica para TV (Android TV), carro (Android Auto) e relógio de pulso (Android Wear). O sistema operacional utiliza-se da tela sensível ao toque para que o usuário possa manipular objetos virtuais e também de um teclado virtual. Apesar de ser principalmente utilizado em dispositivos com tela sensível ao toque, também é utilizado em consoles de videogames, câmeras digitais, computadores e outros dispositivos eletrônicos.15
Ou seja, através do sistema Android, é possível efetuar um desenvolvimento
voltado para diversos tipos de tecnologias como relógios de pulso, carros,
smartphones, e até aparelhos de televisão (TV), tudo isso utilizando um sistema
operacional (SO) próprio baseado no sistema Linux.
Para o desenvolvimento na plataforma Android, uma ferramenta bastante
utilizada é o ambiente de desenvolvimento Android Studio, que, conforme consta no
próprio site do desenvolvedor16, além de conter um editor de códigos e de ferramentas
avançadas da IDE IntelliJ IDEA17, ainda possui um sistema de compilação flexível, um
emulador com inúmeros recursos, um ambiente unificado onde se pode desenvolver
para as diversas plataformas de tecnologias citadas anteriormente, bem como
ferramentas de verificação de código entre outros recursos adicionais do ambiente
que podem ser agregados, por exemplo, a partir de frameworks18.
Ainda analisando as informações fornecidas pelo desenvolvedor da plataforma,
pode-se observar na Figura 9 como se dá a organização do ambiente de
desenvolvimento Android. Por meio das numerações, os pontos mais importantes a
se destacar são o campos de número 3, chamado de “Janela do Editor”, que se refere
ao local onde o programador pode criar ou modificar os códigos implementados, e o
campo de número 5, chamado de “Janela das Ferramentas”, onde o programador tem
acesso a tarefas específicas como gerenciamento de projetos, controle de versão e
efetuar buscas.
15 Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Android> 16 Disponível em: <https://developer.android.com/studio/intro?hl=pt-PT> 17 Disponível em: <https://www.jetbrains.com/idea/?hl=pt-PT> 18 Para Fayal et al. (1999) e Johnson & Foote (1988), um framework é um “conjunto de classes que constitui um projeto abstrato para a solução de uma família de problemas.” (apud PASSOS e ZADRA, 2015, p. 7)
35
Figura 9 - Visualização da IDE Android Studio
Fonte: Retirado do site DeveloperAndroid19
As demais nomenclaturas e atribuições de cada campo numerado na Figura 9
podem ser consultadas, para fins de aprendizagem, no site do desenvolvedor
fornecido anteriormente.
2.3 Componentes eletrônicos
Nesta subseção serão destacados os principais componentes eletrônicos
utilizados no decorrer do trabalho. A descrição será feita através da escrita de breves
conceitos bem como a ilustração da simbologia dos componentes em questão através
de imagens. O conceito dos componentes foram organizados e transcritos com base
nas definições de Mutti20 em seu trabalho sobre Noções Básicas de Eletroeletrônica
Prática.
19 Disponível em: <https://developer.android.com/studio/intro?hl=pt-PT> 20 Disponível em: <https://files.comunidades.net/mutcom/Curso_Eletroeletronica_Basica.pdf>
36
2.3.1 Resistor
Figura 10 - Simbologia do componente resistor
Fonte: Retirado do site MundoEducação21.
O resistor é um dos componentes eletrônicos mais utilizados na confecção de
qualquer circuito, muito por conta da sua principal função que é a de limitar, dividir ou
apenas diminuir a corrente ou a tensão em algum ponto do circuito eletrônico.
O resistor não possui polaridade e a sua unidade de medida é o ohm,
simbolizado por Ω (Ômega).
2.3.2 Diodo
Figura 11 - Simbologia do componente diodo
Fonte: Retirado do site Museu das Comunicações22.
Segundo Mutti, os diodos “são componentes semicondutores formados
basicamente por uma junção PN, podendo ser de germânio ou silício”, onde junção
21 Disponível em: <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/resistores.htm> 22 Disponível em: <http://macao.communications.museum/por/Exhibition/SecondFloor/MoreInfo/2_10_2_HowDiodeWorks.html>
37
PN (Positivo-Negativo), significa que o componente foi produzido utilizando-se de dois
semicondutores, o do tipo P, que forma o polo positivo (Ânodo), e o do tipo N, que
forma o polo negativo (Cátodo).
A principal característica que torna o diodo um componente bastante utilizado
é a de permitir a condução da corrente elétrica em apenas um sentido, no caso, do
polo positivo (Ânodo) para o polo negativo (Cátodo). Por conta desta característica,
os diodos podem ser utilizados na estruturação de muitos componentes, como por
exemplo, na formação de pontes retificadoras, onde os diodos são organizados de
uma determinada forma que possibilita alcançar a finalidade de transformar a
passagem de corrente alternada em corrente contínua.
2.3.3 LED
Figura 12 - Simbologia do componente LED
Fonte: Retirado do site Squids23.
O Diodo Emissor de Luz (LED), como sua própria sigla diz, trata-se de um diodo
emissor de luz, ou seja, são um tipo de diodo especial capaz de converter a corrente
elétrica em luminosidade, e, assim como qualquer diodo, os LEDs também só
permitem a condução elétrica em um único sentido.
23 Disponível em: <http://www.squids.com.br/arduino/index.php/hardware/componentes-
eletronicos/63-led-5mm>
38
2.3.4 Transistor
Figura 13 - Simbologia do componente transistor
Fonte: Retirado do site Baú da Eletrônica24.
Como afirma Mutti, os transistores são um dos principais componentes
eletrônicos por possuir uma vasta quantidade de aplicações e utilidades como a de
amplificadores ou geradores de sinais, e podem funcionar como interruptores
eletrônicos, alternando o estado do circuito para aberto ou fechado dependendo de
como a corrente circula no seu terminal central, representado na Figura 13 com a letra
B. De forma bem simplificada, pode-se dizer que o transistor possui a capacidade de
controlar o nível de resistência que a corrente do circuito que liga os terminais C e E,
da imagem acima, vai possuir, e este controle é feito através da quantidade de
corrente na base do transistor, ou seja, o terminal B referenciado na imagem acima.
Por se tratar de um componente que opera com pequena potência, os
transistores são ideais para compor os circuitos dos sistemas embarcados, visto que
a tensão e corrente de operação dos microcontroladores são relativamente baixas,
geralmente em torno dos 5V de tensão. Um bom uso para este tipo de componente
nos sistemas embarcados é a ligação do seu terminal central nas portas de saída do
microcontrolador, para, com isso, determinar o controle de acionamento e
desligamento de alguma parte do circuito.
24 Disponível em: <http://baudaeletronica.blogspot.com/2013/05/simbolo-do-transistor-npn.html>
39
2.3.5 Relé
Figura 14 - Simbologia do componente relé
Fonte: Retirado do site Electrical & Electronic Symbols25.
O relé é um componente que funciona como um interruptor eletrônico, ou seja,
que pode modificar o seu estado interno para abrir ou fechar algum circuito. O seu
funcionamento se dá através da atuação de um campo magnético gerado por sua
bobina interna quando uma corrente circula pela mesma, com isso, os contatos dos
seus terminais são atraídos por conta do magnetismo induzido, ou voltam ao seu
estado de repouso quando não há corrente circulando pela bobina.
Este componente possui bastante aplicações na área de Automação
Residencial por isolar o circuito do sistema embarcado que funciona com baixa tensão,
e a rede doméstica que possui uma tensão mais elevada, sendo a bobina acionada
pelo microcontrolador, por exemplo, e os terminais, que estão isolados do circuito,
conectados à rede doméstica.
2.3.6 TRIAC
25 Disponível em: <https://www.electrical-symbols.com/electric-electronic-symbols/relay-
electromagnet-symbols.htm>
40
Figura 15 - Simbologia do componente TRIAC
Fonte: Retirado do site Automação Criativa26.
O Triodo para Corrente Alternada (TRIAC) é um componente, como seu próprio
nome diz, usado na composição de circuitos de corrente alternada. Conforme Mutti27
em seu trabalho sobre Noções Básicas sobre componentes eletrônicos, os TRIACs:
conduzem corrente nos dois sentidos quando disparados, e por isso são indicados para o controle de dispositivos em circuitos de corrente alternada. São usados para controlar a passagem da corrente alternada em lâmpadas incandescentes, motores, resistências de chuveiros, etc.
Visto isso, pode-se atribuir a este componente a capacidade de controle da
passagem de corrente em cargas que funcionam em corrente alternada, controlando,
assim, a potência fornecida à mesma.
Observando a Figura 15, o princípio de funcionamento do TRIAC se dá na
permissão de passagem da corrente pelos terminais nomeados de Anode (Ânodo) 1
e Anode (Ânodo) 2, em ambos os sentidos, quando um disparo é feito no terminal
nomeado de Gate (Gatilho), e com isso, pode-se controlar o tempo de disparo do
26 Disponível em: <http://automacao-criativa.blogspot.com/2012/02/triac-tiristor-bidirecional.html> 27 Disponível em:
<https://files.comunidades.net/mutcom/Nocoes_basicas_de_componentes_eletronicos..pdf>
41
terminal Gate com a intenção de determinar quando a corrente pode circular no
circuito.
2.3.7 Acopladores ópticos
Os acopladores ópticos são circuitos integrados feitos para operar na
transferência de sinais através da luz, ou seja, observando o caso do acoplador óptico
4N25 ilustrado na Figura 16, internamente, o seu circuito é composto por um LED, que
pode emitir luz visível ou até infravermelha, e um transistor sensível à luz, também
conhecido como fototransistor. Através desse esquema de componentes internos, o
funcionamento de ambos se torna isolado eletricamente, pois, a única forma de
contato para a ativação do transistor é através da transmissão luminosa do LED e não
uma ligação direta entre os componentes em um mesmo circuito.
Figura 16 - Simbologia do acoplador óptico 4N25
Fonte: Retirado do site Athos Electronics28.
De forma semelhante, o acoplador óptico MOC3011 ilustrado na Figura 17,
também possui um LED internamente que possui a função de ativar outro componente
sensível à luz, que neste caso, seria um Diodo para Corrente Alternada (DIAC),
28 Disponível em: https://athoselectronics.com/acoplador-optico/
42
garantindo, da mesma forma que o acoplador óptico 4N25, um isolamento elétrico
interno por conta da falta de ligação entre os componentes.
Figura 17 - Simbologia do acoplador óptico MOC3011
Fonte: Retirado do site RenderBlog29.
2.4 Isolamento elétrico
Para o funcionamento do sistema embarcado, composto principalmente por
uma placa com microcontrolador e seus respectivos módulos de conexão e/ou
comunicação, é interessante que o mesmo opere utilizando a menor quantidade de
recursos possíveis para, com isso, prover um gasto de energia baixo. Então, para
funcionar em baixa potência, o seu circuito deve ser projetado para operar com baixos
níveis de tensão, por exemplo, em torno dos 5V. Por outro lado, a residência possui
níveis de tensão mais elevados, para suprir a necessidade de alguns aparelhos que
precisam de mais potência para operação. Com isso, para se integrar um sistema
embarcado de baixa tensão em uma residência que possui níveis elevados de tensão
em relação ao anterior, é necessário efetuar um isolamento elétrico com a finalidade
de remover a conexão elétrica entre os circuitos de diferentes potências, evitando
possíveis danos aos circuitos.
29 Disponível em: <https://blog.render.com.br/diversos/acoplador-optico-o-que-e-e-para-que-serve/>
43
A solução para o isolamento elétrico é feita a partir de diversas maneiras, dentre
elas, utilizando do eletromagnetismo, muito comum em componentes como o relé,
onde, através de uma corrente, é possível gerar um campo magnético de atração que
pode surtir efeitos em componentes mecânicos, e também pode ser utilizado o recurso
luminoso para se ter um isolamento elétrico, como é o caso dos acopladores ópticos,
que, a partir de um feixe de luz, conseguem influenciar o estado de componentes que
são sensíveis à luminosidade.
44
3 ANÁLISE DE VIABILIDADE
A partir da hipótese da viabilidade de implantação de um sistema de Controle
Residencial no contexto brasileiro, este capítulo irá se preocupar em fazer um estudo,
o mais detalhado possível a partir dos recursos de pesquisa disponíveis, como dados
fornecidos pelo governo ou institutos de pesquisa e até mesmo artigos acadêmicos e
o mercado de compra e venda, com o intuito de estudar sobre a condição financeira
média das famílias brasileiras e o custo de implantação de um sistema de residência
inteligente, para, ao final, entender a real situação da viabilidade de um sistema como
este na realidade do país.
3.1 Metodologia da análise
Para entender a viabilidade de um sistema inteligente precisa-se traçar um
conjunto de passos com propósitos definidos para, ao final, se chegar em uma
conclusão, caracterizando, assim, a metodologia adotada.
Visto isso, esta pesquisa será feita seguindo os passos abaixo, definidos
sequencialmente:
1. Estabelecer os componentes do sistema de forma que o custo-benefício seja o
melhor possível;
a. Definir a placa com microcontrolador do sistema embarcado;
b. Definir o módulo de conexão;
c. Definir os circuitos de controle residencial.
2. Efetuar um levantamento quanto à natureza financeira da população brasileira,
buscando encontrar indicadores da renda média familiar do país;
3. Estimar o custo total de implantação do sistema proposto;
a. Buscar o número médio de pessoas por arranjo domiciliar;
b. Modelar uma residência padrão brasileira, buscando quantificar a média
de cômodos por domicílio baseado no número médio de pessoas
encontrados;
45
c. Estimar a quantidade de circuitos de controles necessários para suprir a
implantação completa da residência modelada;
d. Calcular o custo total de implantação levando em consideração o preço
médio dos componentes selecionados no passo 1, e a quantidade de
circuitos de controle estimados no passo 3c.
4. Concluir a análise a partir da comparação do custo total de implantação do
passo anterior e dos indicadores de renda média familiar no país.
3.2 Seleção de componentes visando baixo custo
O primeiro passo a ser seguido para o estudo da viabilidade de um modelo de
Controle Residencial de baixo custo é a escolha dos componentes que irão compor o
sistema como um todo. Para efetuar esta seleção, será considerado cada componente
do sistema embarcado de acordo com o seu custo-benefício, ou seja, escolhendo o
que possua o menor preço de aquisição médio em reais, obtido através de uma
pesquisa de preço de mercado, para, ao final, se projetar um sistema com custo o
mais acessível possível. Vale ressaltar que a pesquisa dos preços se deu no primeiro
semestre do ano de 2019.
Dentre os componentes necessários para composição do sistema embarcado
estão o:
Microcontrolador;
Módulo de Conexão;
Circuitos de Controle.
3.2.1 Microcontroladores
O microcontrolador é um dos componentes principais da Automação
Residencial, pois é o elemento central da interação entre a aplicação cliente e a
residência em si. Dentre as principais placas com microcontroladores que o mercado
oferece atualmente no contexto do Controle Residencial, e que serão abordados nesta
pesquisa, estão: as placas Arduino, BeagleBone e ESP8266.
46
A escolha da placa com microcontrolador adotada será feita com base no custo-
benefício da mesma, visto que a proposta deste trabalho é projetar um sistema
economicamente inclusivo. O custo-benefício é aplicado pois apenas o preço do
componente não é suficiente para determinar a melhor escolha para automatizar uma
residência por completo, então, para obter um melhor resultado deve-se considerar
também o número de portas lógicas de Entrada/Saída (I/O), pois, quanto maior o
número de portas lógicas de I/O o controlador tenha a disposição, maior será o número
de circuitos de controle que se pode acionar no sistema embarcado.
Tabela 2 - Preço médio de mercado de cada placa com microcontrolador30
Arduino Uno Arduino Mega BeagleBone Green ESP8266
ESP-01
Fornecedor 1 R$ 25,75 R$ 27,12 R$ 352,90 R$ 22,90
Fornecedor 2 R$ 13,10 R$ 50,00 R$ 406,90 R$ 19,71
Fornecedor 3 R$ 22,70 R$ 45,92 R$ 359,90 R$ 25,90
Fornecedor 4 R$ 39,59 R$ 34,12 R$ 429,90 R$ 6,40
Preço Médio
de Mercado R$ 25,29 R$ 39,29 R$ 387,40 R$ 18,73
Fonte: Elaborado pelo autor.
Apenas levando em consideração o preço médio de mercado, encontra-se que
a placa com microcontrolador com preço mais acessível é o ESP8266, custando em
média R$ 18,73. Mas, como dito anteriormente, a quantidade de portas lógicas de
entrada e saída são importantes para encontrar o valor de custo-benefício, que, em
30 Todos os preços foram adquiridos através de pesquisa no Google Shopping:
<https://www.google.com/shopping?hl=pt-BR>
47
outras palavras, significa dizer o quanto vale cada porta de entrada e saída do
microcontrolador.
O cálculo do custo-benefício é feito através da seguinte fórmula elaborada pelo
autor:
𝑪𝒖𝒔𝒕𝒐 − 𝑩𝒆𝒏𝒆𝒇í𝒄𝒊𝒐 =𝑵ú𝒎𝒆𝒓𝒐 𝒅𝒆 𝑷𝒐𝒓𝒕𝒂𝒔 𝑳ó𝒈𝒊𝒄𝒂𝒔
𝑷𝒓𝒆ç𝒐 𝑴é𝒅𝒊𝒐 𝒅𝒆 𝑴𝒆𝒓𝒄𝒂𝒅𝒐
Tabela 3 - Custo-Benefício de cada placa com microcontrolador
Arduino
Uno Arduino Mega
BeagleBone
Green
ESP8266
ESP-01
Número de
Portas Digitais 14 54 65 2
Número de
Portas
Analógicas
6 16 7 -
Número Total de
Portas 20 70 72 2
Preço Médio de
Mercado R$ 25,29 R$ 39,29 R$ 387,40 R$ 18,73
Custo-Benefício 0,79 1,78 0,19 0,11
Fonte: Elaborado pelo autor.
Ao analisar o valor do custo-benefício obtido por cada placa com
microcontrolador, constata-se que o Arduino Mega é o que possui o maior valor,
48
portanto, este será o controlador escolhido para compor o sistema embarcado do
modelo proposto, com preço médio de mercado em torno de R$ 39,29.
3.2.2 Módulos de conexão
O sistema embarcado necessita de um módulo para tratar as conexões entre o
aplicativo Android e o microcontrolador. Para isso, visando o baixo custo, uma
pesquisa de mercado semelhante à realizada para a decisão da placa com
microcontrolador adotada deve ser realizada para a escolha do módulo de conexão.
Dentre os módulos de conexão, os mais comuns em aplicações de Automação
Residencial são o: módulo Bluetooth, Ethernet e Wi-Fi.
Tabela 4 - Preço médio de mercado de cada módulo de conexão31
Módulo Bluetooth Módulo Ethernet Módulo Wi-Fi
Fornecedor 1 R$ 12,18 R$ 56,90 R$ 52,11
Fornecedor 2 R$ 32,85 R$ 56,61 R$ 59,90
Fornecedor 3 R$ 26,89 R$ 37,90 R$ 49,90
Fornecedor 4 R$ 13,44 R$ 36,98 R$ 52,11
Preço Médio de
Mercado R$ 21,34 R$ 47,10 R$ 53,50
Fonte: Elaborado pelo autor.
Através da Tabela 4 é possível constatar que, em média, o preço de mercado
do módulo Bluetooth é o menor dentre os módulos de conexão, inclusive, custando
31 Todos os preços foram adquiridos através de pesquisa no Google Shopping:
<https://www.google.com/shopping?hl=pt-BR>
49
em média menos da metade do preço médio constatado para o segundo módulo de
menor custo pesquisado, que é o módulo Ethernet. Com isso, a escolha do módulo
de conexão para compor o sistema embarcado será o Bluetooth.
3.2.3 Circuitos de controle residencial
Além do microcontrolador e do módulo de conexão, é necessário definir os tipos
de controle residencial desejados. Para o propósito de encontrar um modelo de baixo
custo de Controle Residencial, optou-se por definir 3 tipos de controle, projetados na
forma de circuitos que permitem a manipulação de uma grande gama de aparelhos
domésticos. Dentre eles estão:
Circuito Chaveado: capaz de controlar o acionamento de cargas em geral,
sendo conhecido também como Controle Liga/Desliga;
Circuito Dimmer: capaz de controlar a potência fornecida à carga, possuindo
aplicações na variação de luminosidade, temperatura e velocidade de rotação
de motores;
Circuito Infravermelho: capaz de enviar sinais de infravermelho, possuindo
aplicações para qualquer aparelho doméstico controlável através deste tipo de
controle, como é o caso por exemplo, dos aparelhos de televisão.
Vale ressaltar que a composição de todos os circuitos citados será feita com
base no trabalho elaborado por Lima e Dias (2015), por representar circuitos com
componentes de baixo custo e resultados satisfatórios em sua aplicação.
3.2.3.1 Circuito Chaveado (Liga/Desliga)
Para a formação do Circuito Chaveado é necessário efetuar a montagem dos
componentes eletrônicos correspondentes a este tipo de controle, e esta montagem é
feita a partir de uma lista de componentes que, neste caso, será selecionada a partir
do esquemático apresentado por Lima e Dias (2015, p. 26). Dentre os componentes
listados para a formação deste circuito estão:
1x Resistor 10 kΩ (ohm);
50
1x Resistor 220 Ω;
1x Diodo 1N4007;
1x Transistor BC337;
1x Relé 5V;
1x conector KRE32 de 2 vias.
Tabela 5 - Preço médio de mercado de cada componente do Circuito Chaveado33
Resistor
10 kΩ
Resistor
220 Ω Diodo Transistor Relé KRE
Fornecedor
1 R$ 0,07 R$ 0,07 R$ 0,07 R$ 0,16 R$ 2,52 R$ 0,80
Fornecedor
2 R$ 0,10 R$ 0,15 R$ 0,10 R$ 0,10 R$ 2,90 R$ 0,85
Fornecedor
3 R$ 0,15 R$ 0,15 R$ 0,12 R$ 0,06 R$ 3,50 R$ 0,70
Média de
Mercado R$ 0,11 R$ 0,12 R$ 0,10 R$ 0,11 R$ 3,00 R$ 0,78
Fonte: Elaborado pelo autor.
Baseado nos resultados obtidos na Tabela 5, pode-se calcular o custo unitário
total de implantação de um Circuito Chaveado como é mostrado na Tabela 6, que
neste caso é de R$ 4,22 por circuito.
32 Peça mecânica fixa em circuito eletrônico onde pode-se conectar fios elétricos. 33 Todos os preços foram adquiridos através de pesquisa no Google Shopping:
<https://www.google.com/shopping?hl=pt-BR>
51
Tabela 6 - Custo médio estimado de um Circuito Chaveado
Componentes Quantidade Custo Médio
Estimado
Custo Total
Estimado
Resistor 10 kΩ 1x R$ 0,11 R$ 0,11
Resistor 220 Ω 1x R$ 0,12 R$ 0,12
Diodo 1x R$ 0,10 R$ 0,10
Transistor 1x R$ 0,11 R$ 0,11
Relé 1x R$ 3,00 R$ 3,00
KRE 1x R$ 0,78 R$ 0,78
TOTAL R$ 4,22
Fonte: Elaborado pelo autor.
3.2.3.2 Circuito Dimmer
Da mesma forma que ocorreu com a montagem do Circuito Chaveado, o
Circuito Dimmer também necessita de componentes eletrônicos para a sua
composição, mas, diferente do Circuito Chaveado que possuía apenas de um tipo de
circuito, o Circuito Dimmer é composto por dois tipos de circuitos, o Circuito de Disparo
e o Circuito de Detecção de Passagem por Zero, ambos representados na forma de
um único esquemático elaborado por Lima e Dias (2015, p. 30).
O Circuito de Disparo é composto por:
1x Resistor 10 kΩ;
1x Resistor 479 Ω;
1x Resistor 220 Ω;
52
1x TRIAC - TIC246B;
1x conector KRE de 2 vias;
1x Acoplador Óptico MOC3011.
Tabela 7 - Preço médio de mercado de cada componente do Circuito de Disparo34
Resistor
10 kΩ
Resistor
470 Ω
Resistor
220 Ω TRIAC KRE MOC3011
Fornecedor
1 R$ 0,07 R$ 0,07 R$ 0,07 R$ 11,00 R$ 0,80 R$ 7,00
Fornecedor
2 R$ 0,10 R$ 0,11 R$ 0,15 R$ 13,81 R$ 0,85 R$ 3,50
Fornecedor
3 R$ 0,15 R$ 0,12 R$ 0,15 R$ 7,00 R$ 0,70 R$ 4,30
Média de
Mercado R$ 0,11 R$ 0,10 R$ 0,12 R$ 10,60 R$ 0,78 R$ 4,90
Fonte: Elaborado pelo autor.
Já o Circuito de Detecção de Passagem por Zero é composto pelos seguintes
componentes eletrônicos:
1x Resistor 10 kΩ;
2x Resistor 100 kΩ;
1x Ponte de Diodo (Retificadora);
1x conector KRE de 2 vias;
34 Todos os preços foram adquiridos através de pesquisa no Google Shopping:
<https://www.google.com/shopping?hl=pt-BR>
53
1x Acoplador Óptico 4N25.
Tabela 8 - Preço médio de mercado de cada componente do Circuito de Detecção
de Passagem por Zero35
Resistor
10 kΩ
Resistor
100 kΩ
Ponte de
Diodo KRE 4N25
Fornecedor
1 R$ 0,07 R$ 0,07 R$ 1,00 R$ 0,80 R$ 1,55
Fornecedor
2 R$ 0,10 R$ 0,15 R$ 1,80 R$ 0,85 R$ 1,32
Fornecedor
3 R$ 0,15 R$ 0,10 R$ 1,50 R$ 0,70 R$ 1,78
Média de
Mercado R$ 0,11 R$ 0,11 R$ 1,40 R$ 0,78 R$ 1,55
Fonte: Elaborado pelo autor.
Com os valores médios de preço de mercado, tanto do Circuito de Disparo
quanto do Circuito de Detecção de Passagem por Zero, é possível quantificar o custo
total unitário do Circuito Dimmer de acordo com a soma dos custos dos componentes
listados.
35 Todos os preços foram adquiridos através de pesquisa no Google Shopping:
<https://www.google.com/shopping?hl=pt-BR>
54
Tabela 9 - Custo médio estimado de um Circuito Dimmer
Componentes Quantidade Custo Médio
Estimado
Custo Total
Estimado
Circuito de Disparo
Resistor 10 kΩ 1x R$ 0,11 R$ 0,11
Resistor 470 Ω 1x R$ 0,10 R$ 0,10
Resistor 220 Ω 1x R$ 0,12 R$ 0,12
TRIAC 1x R$ 10,60 R$ 10,60
KRE 1x R$ 0,78 R$ 0,78
MOC3011 1x R$ 4,90 R$ 4,90
TOTAL R$ 16,61
Circuito de Detecção de Passagem por Zero
Resistor 10 kΩ 1x R$ 0,11 R$ 0,11
Resistor 100 kΩ 2x R$ 0,11 R$ 0,22
Ponte de Diodo 1x R$ 1,40 R$ 1,40
KRE 1x R$ 0,78 R$ 0,78
4N25 1x R$ 1,55 R$ 1,55
TOTAL R$ 4,06
Circuito Dimmer
TOTAL R$ 20,67
Fonte: Elaborado pelo autor.
Com isso constata-se que, para a aquisição de cada Circuito Dimmer
individualmente, deve-se desembolsar um valor estimado de R$ 20,67. Porém, esta
estimativa inclui o Circuito de Detecção de Passagem por Zero que possui o preço
estimado de R$ 4,06, e, para cada residência que deseje implantar o Circuito Dimmer,
apenas será necessário a aquisição de um único Circuito de Detecção de Passagem
55
por Zero. Então, para cada nova ocorrência de aquisição de Circuitos Dimmer, bastará
ser feita a aquisição do Circuito de Disparo correspondente, que custa em média R$
16,61 por unidade.
3.2.3.3 Circuito Infravermelho
O Circuito Infravermelho possui dois circuitos bastante simples do ponto de
vista eletrônico, composto apenas por um LED emissor de infravermelho e um LED
receptor de sinais infravermelho. Com isso, pode-se facilmente encontrar os valores
estimados de custo médio de mercado para cada um dos itens, como é demonstrado
na Tabela 10.
Tabela 10 - Preço médio de mercado de cada componente do Circuito
Infravermelho36
Emissor Infravermelho Receptor Infravermelho
Fornecedor 1 R$ 1,10 R$ 1,10
Fornecedor 2 R$ 0,51 R$ 1,50
Fornecedor 3 R$ 0,86 R$ 1,30
Média de Mercado R$ 0,82 R$ 1,30
Fonte: Elaborado pelo autor.
Para finalizar o cálculo de estimativa de preços dos circuitos de controle, tem-
se que o valor total de implantação de cada unidade de Circuito Infravermelho custa,
em média, R$ 2,12 como mostra a Tabela 11.
36 Todos os preços foram adquiridos através de pesquisa no Google Shopping:
<https://www.google.com/shopping?hl=pt-BR>
56
Tabela 11 - Custo médio estimado de um Circuito Infravermelho
Componentes Quantidade Custo Médio
Estimado
Custo Total
Estimado
LED Emissor 1x R$ 0,82 R$ 0,82
LED Receptor 1x R$ 1,30 R$ 1,30
TOTAL R$ 2,12
Fonte: Elaborado pelo autor.
3.3 Indicadores de renda média familiar
Seguindo a metodologia adotada, o próximo passo a se concluir é encontrar
indicadores que forneçam algum indício sobre o valor da renda média familiar
brasileira. Este valor será de fundamental importância para comparação, ao final da
análise, com o custo total de implantação do sistema proposto, embasando a
conclusão final sobre a análise de viabilidade.
Como mostra a Tabela 17 elaborada pelo Portal G137, localizada no Anexo A
deste trabalho, o rendimento domiciliar per capita do Brasil no ano de 2018, de acordo
com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de R$ 1.373,00. Este
valor é calculado a partir do somatório das rendas de cada morador da residência,
considerando o salário, pensão, aluguel, poupança e qualquer outro tipo de entrada
financeira, e deste valor se obtém o rendimento domiciliar per capita fazendo-se a
divisão do valor total pelo número de residentes.
O quantitativo obtido através do IBGE é um indicador útil para formular a análise
da renda média familiar brasileira, porém, apenas este indicador não é suficiente para
entender a real situação financeira das famílias estudadas, pois, apesar de ser um
37 Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/02/27/renda-domiciliar-per-capita-no-
brasil-foi-de-r-1373-em-2018-mostra-ibge.ghtml>
57
valor com certa confiabilidade, esta estatística nada revela sobre a sua divisão entre
as classes de renda no país, desfavorecendo a busca, em porcentagem, da população
que se pode atingir com a aplicação do modelo proposto. Para isso, será estudado
mais um indicador que possua uma precisão mais específica, conduzindo o estudo
para um resultado mais detalhado.
Tabela 12 - Distribuição das classes de renda brasileira em 2016
Classe Brasil Sudeste Sul Nordeste Centro
Oeste
Norte
A 2,9% 3,6% 3,4% 1,4% 4,2% 1,8%
B1 5,0% 6,2% 6,2% 2,7% 5,3% 3,4%
B2 17,3% 21,0% 20,6% 10,5% 18,7% 11,7%
C1 22,2% 25,3% 28,0% 15,1% 23,0% 17,9%
C2 25,6% 25,4% 24,8% 25,6% 27,5% 26,3%
D-E 27,0% 18,5% 17,0% 44,7% 21,3% 38,9%
TOTAL 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Fonte: ABEP (2016)38.
A Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP) é uma das maiores
entidades de pesquisas do Brasil, onde uma de suas atividades, por meio de suas
metodologias de pesquisa, está relacionada à classificação da distribuição das
classes de renda brasileira. Diferentemente da classificação atribuída pelo IBGE, a
ABEP desde 2015 passou a adotar um critério diferente de classificação das classes,
onde, em vez de classificar de acordo com a renda, a distribuição é feita utilizando um
levantamento das condições domiciliares, como por exemplo, levando em conta o
grau de instrução do chefe da família e a presença de certos elementos de conforto
na residência.
A Tabela 12 apresenta informações cruciais para formulação da análise de
viabilidade, visto que, através da verificação dos percentuais de cada classe de renda,
38 Disponível em: <http://www.abep.org/criterio-brasil>
58
é possível estimar a quantidade percentual da população brasileira que estará dentro
da faixa de viabilidade do modelo de Controle Residencial proposto.
Com isso, tem-se que, na possibilidade de viabilização do modelo para a classe
C2, que possui uma faixa de 25,6% da população total, pode-se afirmar que cerca de
73% da população brasileira estará na faixa de viabilidade do modelo, visto que todas
as classes sociais acima da classe C2 automaticamente teriam condições financeiras
de custeio do modelo proposto em suas residências. É levando em consideração estes
pressupostos que será feita a análise ao final do capítulo.
Porém, apenas saber o percentual de cada faixa de renda não é o suficiente
para se tirar conclusões quanto à praticabilidade. É necessário, ainda, do indicador de
renda média domiciliar classificado por classe de renda. Através deste indicador será
possível estabelecer se o sistema estará dentro do orçamento das famílias de
determinada classe social.
Tabela 13 - Renda média domiciliar em 2016
Estrato Sócio Economico Renda média Domiciliar
A 20.888
B1 9.254
B2 4.852
C1 2.705
C2 1.625
D-E 768
Fonte: ABEP (2016)39.
39 Disponível em: <http://www.abep.org/criterio-brasil>
59
Com o indicador de renda média obtido segundo os critérios da ABEP, finaliza-
se a etapa de levantamento dos dados referente à situação financeira das famílias
brasileiras.
3.4 Estimativa de custo total da implantação
Esta subseção possui o objetivo de encontrar uma estimativa de custo para a
realização da implantação do sistema de Controle Residencial proposto, levando em
consideração a quantidade estimada de circuitos necessários para automatizar uma
residência padrão brasileira e o custo médio dos componentes necessários para
composição do sistema calculados na subseção 3.2 do presente capítulo.
3.4.1 Arranjo domiciliar padrão
Figura 18 - Número médio de pessoas nos arranjos residentes em domicílios
particulares 2005/2015
Fonte: IBGE (2016, p. 31 apud Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2005/2015, 2016)40.
40 Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv98965.pdf>
60
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE
(2016, p. 35), a quantidade média de pessoas com parentescos41 nos arranjos
domiciliares em 2005 e 2015 foram, respectivamente, de 3,46 e 3,19 pessoas. Já ao
levar em consideração os domicílios sem parentescos, esta média apresenta uma
queda para o valor de 2,29 pessoas em 2005 e 2,27 pessoas em 2015.
Analisando a média total dos casos, ou seja, levando em consideração os
casos de domicílios em que seus membros não possuam grau de parentesco e os
domicílios em que seus membros o possuam, chega-se ao número médio de 3,20
pessoas em 2005 e 2,87 pessoas em 2015.
Para compor o propósito da análise, será adotado o indicador de média total
do ano de 2015 por retratar a realidade mais próxima do tempo presente. Como seu
valor é fracionado, então, para facilitar a modelagem da residência no próximo passo
da metodologia, será feita uma aproximação para o valor ligeiramente acima, que
neste caso, representa 3 pessoas em média por residência no país.
3.4.2 Modelagem de residência padrão
Segundo a pesquisa feita por Lima (2015, p. 102) na área de Engenharia
Elétrica, o censo realizado em 2010 pelo IBGE indicou que 10,7% dos domicílios
brasileiros são formados por apartamentos e 86,6% são formados de casas, o que
pode-se considerar que, em sua maioria absoluta, os domicílios brasileiros são, por
padrão, composto por casas. Ainda levando em consideração a pesquisa feita por
Lima, foi constatado que, em média, o número de moradores por domicílio é de 3,3
pessoas, valor bastante próximo do número médio constatado nos indicadores
pesquisados na subseção 3.4.1 do presente trabalho, o que reforça a confiabilidade
do indicador.
41 Indivíduos que possuem algum grau de ligação familiar.
61
Figura 19 - Planta baixa de residência padrão para 3 moradores
Fonte: Lima (2015, p. 102 apud Portal Tudo Construção).
A partir de todas essas informações, Lima propôs um modelo de residência que
atenda à quantidade média de moradores apontadas pelo indicador que é da ordem
de 3 pessoas por residência. Este modelo pode ser visto na Figura 19 retirada do
Portal Tudo Construção42.
Considerando o modelo proposto de casa padrão, a informação mais
importante adquirida é a quantidade estimada de cômodos que uma casa comum no
Brasil possui. Neste caso chega-se à conclusão que, em média, o domicílio possui 10
cômodos para abrigar a quantidade de moradores apontados pelos indicadores. Entre
os cômodos pode-se considerar:
1x Dormitório de Solteiro;
1x Dormitório de Casal;
1x Banheiro;
1x Área de Circulação;
42 Disponível em: <https://www.tudoconstrucao.com/>
62
1x Sala de Estar;
1x Sala de Jantar;
1x Cozinha;
1x Lavanderia;
1x Quintal/Jardim;
1x Hall (Entrada).
3.4.3 Estimativa de quantidade de circuitos de controle
Seguindo a metodologia de análise, o próximo passo é obter uma estimativa
aproximada da quantidade de circuitos de controle necessários para automatizar uma
residência padrão no contexto brasileiro. Para isso, será utilizado o modelo formulado
na subseção anterior (3.4.2).
Nesta etapa da metodologia, serão adotados critérios empíricos de estimativa,
ou seja, com base na vivência e experiência do autor. Com isso, visto a subjetividade
deste quesito, cabe ao leitor o direito de interpretação e/ou aplicação de outras
medidas que, em seu entendimento, possuam maior grau de sensatez.
Utilizando o número de cômodos como base, será adotado uma estimativa de
5 circuitos de controle por cômodo em média para o cálculo quantidade de circuitos
totais na residência. Essa quantidade de circuitos por cômodo é bastante razoável
visto que alguns cômodos como o Banheiro e a Área de Circulação, bem como o Hall
e o Quintal/Jardim, por exemplo, não necessitam de tantos tipos de controle quanto
um Dormitório ou uma Sala de Estar, por exemplo. Como o número total de cômodos
do modelo é 10 e para cada cômodo, em média, fara-se uso de 5 circuitos de controle,
então apenas utilizando de uma multiplicação simples chega-se ao valor estimado de
50 circuitos de controle por residência padrão.
Mas, além de estimar a quantidade de circuitos de controle, para se ter o custo
total de implantação deve-se saber como se dá a distribuição de cada circuito
proposto. A simples divisão igualitária dos circuitos não é um critério razoável, visto
que os controles do tipo Infravermelho e Dimmer não possuem a mesma necessidade
63
de aplicação quanto o Controle Chaveado (Liga/Desliga). Então, para se ter um
resultado que represente melhor a realidade, se adotará uma média de 1 Circuito
Infravermelho por cômodo, pois não existe a necessidade de mais de um controle
deste tipo no mesmo cômodo, por se tratar de um controle geral onde qualquer
aparelho do ambiente em questão, teoricamente, terá acesso, e a média de 1 Circuito
Dimmer por cômodo, visto que não é um tipo de controle que demanda tantas
aplicações quanto o controle Chaveado, além de ser um circuito mais caro para o
consumidor em geral.
Com isso chega-se ao resultado apresentado na Tabela 14, onde está
computado exatamente a quantidade de circuitos estimados para cada cômodo e na
residência como um todo, levando em conta os 5 circuitos de controle por cômodo e
os 10 cômodos por residência em média.
Tabela 14 - Estimativa da quantidade de circuitos de controle na residência
Circuito
Chaveado
Circuito
Dimmer
Circuito
Infravermelho TOTAL
Por cômodo 3 1 1 5
Por residência 30 10 10 50
Fonte: Elaborado pelo autor.
3.4.4 Custo total de implantação estimado
De posse de todas as informações estimadas referente ao número de
cômodos, quantidade de circuitos de controle por cômodo e o preço médio de mercado
de cada componente do sistema embarcado obtidos pelo levantamento efetuado nas
subseções 3.4.3 e 3.2 do presente capítulo, é possível finalmente estimar o custo total
de implantação do sistema em uma residência padrão brasileira. Para isso, basta
somar os custos dos equipamentos individuais necessários para suprir a necessidade
da residência modelada como demonstra a Tabela 15.
64
Tabela 15 - Estimativa de custo total de implantação do sistema
Componente do
Sistema
Quantidade
por Residência
Preço Médio de
Mercado
Custo Total
Estimado
Placa com
Microcontrolador
(Arduino Mega)
1x R$ 39,29 R$ 39,29
Módulo de Conexão
(Bluetooth) 1x R$ 21,34 R$ 21,34
Circuito Chaveado 30x R$ 4,22 R$ 126,60
Circuito Dimmer
(Passagem por
Zero)
1x R$ 4,06 R$ 4,06
Circuito Dimmer
(Disparo) 10x R$ 16,61 R$ 166,10
Circuito
Infravermelho 10x R$ 2,12 R$ 21,2
TOTAL R$ 378,59
Fonte: Elaborado pelo autor.
Vale ressaltar que, para suprir as necessidades da residência modelada, se faz
necessário apenas a aquisição de uma unidade do Arduino Mega, visto que a placa
do mesmo possui portas lógicas suficiente para cobrir toda a gama de circuitos de
controle estimados, assim como um módulo de conexão Bluetooth. E ainda, apenas
se faz necessário a aquisição de uma unidade do Circuito de Detecção de Passagem
por Zero que integra o Circuito Dimmer, pois, como foi dito anteriormente, apenas é
necessário um circuito para detectar as referências de passagem por zero da rede
doméstica por residência.
65
3.5 Conclusão da análise
É importante ressaltar que, para a análise de viabilidade de implantação deste
sistema, não serão contabilizados os custos referentes aos smartphones, que são de
fundamental importância para a composição do sistema, pois, pressupõe-se que esta
tecnologia já é bastante difundida no território nacional e não se trata de um elemento
específico do presente projeto, e sim uma aparelho de uso geral. Também não será
contabilizado os custos da implantação em si, ou seja, os gastos com mão de obra e
com a operação de reforma na residência ao qual se está sendo instalado o sistema
de fato, por se tratar de uma questão que pode variar bastante de empresa para
empresa responsável pela implantação, e também por ser um aspecto que foge da
competência do autor responsável por este trabalho, então, para não comprometer a
confiabilidade do trabalho, optou-se pela não inclusão de tal variável que, com certeza,
deve-se levar em conta em trabalhos futuros que visem a possibilidade de
comercialização do sistema.
Analisando os indicadores a respeito da renda familiar brasileira e as estimativas
de custo total de implantação do sistema de Controle Residencial proposto neste
capítulo, foi possível colher alguns números bastante significativos através da
pesquisa, dentre eles estão:
1. A renda média domiciliar per capita do Brasil em 2018 foi de cerca de R$
1.373,00, segundo o IBGE;
2. A classe de renda brasileira caracterizada como C2, corresponde a uma fatia
de 25,6% da população do país e, esta mesma classe, possui renda domiciliar
média da ordem de R$ 1.625,00, segundo a ABEP;
3. A classe de renda brasileira caracterizada como D-E, corresponde a uma fatia
de 27% da população do país e, esta mesma classe, possui renda domiciliar
média da ordem de R$ 768,00, segundo a ABEP;
4. A estimativa de custo total de implantação do sistema proposto, composto por
3 circuitos de controle residencial, foi de cerca de R$ 378,59 por residência.
Com estes números pode-se verificar que o custo total de implantação
representa cerca de 27,57% da renda média domiciliar per capita do brasileiro
segundo os dados fornecidos pelo IBGE, o que caracteriza um bom indicador de
66
viabilidade visto que a implantação se dá de uma única vez e não possui custo mensal
periódico. Porém, este indicador não possui muita significância isoladamente, pois,
não demonstra como a renda é distribuída entre as classes sociais do país,
inviabilizando, por exemplo, o entendimento da porcentagem da população que
possuiria acessibilidade ao sistema de Controle Residencial proposto.
Com isso, buscando os dados fornecidos pela ABEP, tem-se que o custo total
de implantação representa cerca de 23,29% da renda domiciliar média da classe C2,
pelo critério dos dados da própria ABEP, ou seja, um custo bastante razoável,
fortalecendo o entendimento da viabilidade financeira do setor de automação de
residências no país, e, além disso, como a classe C2 representa 25,6% da população
brasileira e somando-se aos 47,4% da população referente aos grupos com maiores
rendas (C1, B2, B1 e A), tem-se que um total de 73% da população brasileira possui
condições financeiras favoráveis à implantação total do sistema proposto, ou seja,
uma parcela considerável da sociedade que pode ser medida através dos indicadores
da ABEP diferentemente do indicador fornecido pelo IBGE isoladamente.
Para aumentar a porcentagem da população viabilizada pelo modelo proposto,
é necessário atingir os 27% restante da população que possuem uma renda média
um pouco inferior, representada pelas classes D-E segundo os critérios da ABEP.
Para este grupo de renda tem-se que o custo total de implantação representa cerca
de 49,30% de sua renda domiciliar média, ou seja, praticamente a metade da renda
média, o que pode caracterizar uma situação que compromete a viabilidade de
implantação total, visto que a renda domiciliar essencialmente possui finalidades
primordiais como alimentação, saúde, higiene, segurança entre outras que,
teoricamente, precisam ser levadas em conta em primeiro lugar.
Com o intuito de amenizar os fatores que inviabilizam a implantação do sistema
proposto para as classes mais carentes da sociedade, algumas medidas podem ser
adotadas, tais como: utilizar soluções de mercado já consolidadas como a prática do
parcelamento, preferencialmente sem juros, onde, conseguindo dividir a aquisição
total do sistema em, por exemplo, 3 vezes, tem-se que o custo mensal para uma
família de classe D-E representa 16,43% de sua renda domiciliar média. Conseguindo
parcelamentos maiores e sem taxas de juros, a viabilização se torna cada vez mais
favorável.
67
Outra alternativa para reduzir os impactos de custo da implantação é a
aquisição parcial do sistema, ou seja, em vez de automatizar a residência como um
todo de uma única vez, o usuário poderia efetuar a aquisição dos controles
residenciais à medida que possuir recursos financeiros para tal, mas, para que isso
ocorra, o sistema deve ser adaptado para atuar de forma modular e que facilite a
entrada de novos controles de forma simples, permitindo que os circuitos de controle
possam ser obtidos através de módulos unitários e integrados ao sistema
dinamicamente.
68
4 PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO
A proposta de implantação tem como objetivo a elaboração de um sistema de
Controle Residencial modular, aplicável, e de baixo custo, onde um protótipo deste
sistema será desenvolvido na prática utilizando os componentes melhor avaliados no
critério de custo e benefício efetuado no capítulo anterior, sendo eles, a placa Arduino
e seu respectivo microcontrolador, o módulo de conexão Bluetooth, bem como os três
principais tipos de controle residencial: Controle Chaveado (Liga/Desliga), Controle
Dimmer e Controle Infravermelho, de forma que atenda ao propósito da viabilidade de
implantação no contexto brasileiro, assim como a aplicação da solução proposta no
Capítulo 3 a respeito da modularidade do sistema. Para a integração completa do
sistema, uma aplicação Android também foi desenvolvida para atuar como
intermediário entre o usuário e o sistema embarcado.
Como este trabalho possui o objetivo de desenvolver um protótipo de baixo
custo, então foram escolhidos três tipos de controle fundamentais para implementação
através de módulos. São eles:
Módulo Chaveado (Liga/Desliga): composto pelo Circuito Chaveado;
Módulo Dimmer: composto pelo Circuito Dimmer;
Módulo Infravermelho: composto pelo Circuito Infravermelho.
Estas formas de controle foram escolhidas por englobar a grande maioria dos
controles de aparelhos domésticos convencionais. No entanto, não se exclui a
possibilidade de, futuramente, novos tipos de módulos mais sofisticados serem
agregados ao sistema proposto, como por exemplo, módulos de controle de
sonorização ambiente.
Com a finalidade de fornecer um sistema que favorece a viabilidade de
implantação para a sociedade em geral, como dito anteriormente, o mesmo foi
projetado com o propósito de ser bastante modular, ou seja, o usuário possuirá a
vantagem de agregar mais tipos de controles a medida que possuir recursos
financeiros disponíveis, com isso, tal usuário não precisa arcar com o custo de
implantação total de sua residência de uma única vez, mas com o passar do tempo
novos módulos podem ser adicionados ao domicílio de acordo com a sua
necessidade, gerando uma das soluções propostas no capítulo anterior.
69
Além disso, dependendo da classe de renda do usuário, controles mais
sofisticados podem ser agregados além dos três básicos tratados e implementados
no decorrer deste trabalho, à medida que novos módulos de controle forem
desenvolvidos para o sistema em questão.
O sistema de Controle Residencial proposto foi projetado para atuar suportando
a tensão da rede domiciliar de 220V RMS (Valor Quadrático Médio) e frequência de
60Hz (Hertz). Esta configuração é utilizada tanto para alimentar a placa Arduino, com
o seu respectivo microcontrolador, como as cargas ligadas às tomadas de saída do
protótipo, onde qualquer dispositivo que possuir a característica de controle
Liga/Desliga ou Dimmer poderá ser controlado.
4.1 Funcionamento do projeto
4.1.1 Diagrama arquitetural
A modelagem da arquitetura do sistema é de fundamental importância para o
entendimento do mesmo, a partir dela é possível entender como as partes que
compõe o projeto se comunicam e operam em conjunto. Para isso, elaborou-se um
diagrama arquitetural que engloba toda a delimitação do projeto:
Figura 20 - Diagrama Arquitetural do Sistema de Controle Residencial
Fonte: Elaborado pelo autor.
70
A partir do diagrama acima pode-se entender que a Aplicação Android instalada
em um smartphone é o elemento central utilizado para comunicação entre o Cliente,
que é o usuário externo do sistema, e o Sistema Embarcado. A aplicação contém os
tipos de controle implementados e salvos no Banco de Dados apresentado no
diagrama arquitetural. A partir dos comandos enviados para o Sistema Embarcado
através do aplicativo, essas informações serão computadas para gerar o controle de
fato dos módulos de controle residencial. Com isso, tem-se uma resposta imediata no
acionamento e controle dos Dispositivos Domésticos.
4.1.2 Recursos de software utilizados
Durante o processo de implementação foram utilizados alguns recursos de
software empregados pela comunidade. Tais recursos são de bastante valia por se
tratar de implementações específicas na resolução de seus propósitos. Dentre os
recursos mais importantes utilizados estão as APIs Bluetooth e SQLite da própria
plataforma Android, além da biblioteca IRremote utilizada no sistema embarcado.
4.1.2.1 API Bluetooth
Para o desenvolvimento da aplicação Android, já que, segundo a análise feita
no capítulo anterior, indicou que o módulo Bluetooth possui o menor custo dentre os
módulos de comunicação avaliados, então foi necessária a utilização da API Bluetooth
nativa a plataforma com o intuito de fazer a comunicação entre o smartphone e o
sistema embarcado.
Esta API é nativa no próprio ambiente de desenvolvimento Android onde,
segundo o seu manual de referência43, a mesma permite:
Consultar dispositivos Bluetooth pareados utilizando o próprio adaptador
Bluetooth do aparelho;
Buscar novos dispositivos Bluetooth;
Estabelecer canais RFCOMM;
43 Disponível em: <https://developer.android.com/guide/topics/connectivity/bluetooth?hl=pt-br>
71
Gerenciamento de diversas conexões;
Tratar a transferência de dados entre dispositivos conectados.
A integração desta API foi de fundamental importância para o prosseguimento
do projeto, pois sem a mesma seria inviável tratar a comunicação entre os dispositivos
em tempo hábil.
4.1.2.2 Persistência de dados
Para efetuar a persistência de dados, ou seja, o ato de gravar os dados em
memória não-volátil para futuros carregamentos ao reiniciar a aplicação, utilizou-se a
API também nativa do ambiente de desenvolvimento Android, SQLite44,
representando o banco de dados interno oficial da plataforma. Por se tratar de um
banco de dados simples, leve e rápido, sua aplicabilidade ao sistema Android é
extremamente satisfatória.
De acordo com as palavras de Cordeiro (201-?) em seu artigo no site
AndroidPro45, o SQLite é um banco de dados relacional que possui uma sintaxe em
Linguagem de Consulta Estruturada (SQL) que suporta os seguintes tipos de dados:
TEXT, INTEGER e REAL. Esses tipos de dados são o suficiente para possibilitar o ato
de salvar os botões criados pelo usuário.
O banco de dados é acionado sempre que o usuário cria, modifica ou exclui
algum botão de controle na aplicação, e, por se tratar de uma forma de persistência,
ao iniciar a aplicação, o banco de dados também é acionado com a intenção de
carregar os botões, criados anteriormente, na tela principal do aplicativo.
4.1.2.3 Biblioteca IRremote
Dentre os circuitos de controle dos dispositivos domésticos propostos está
contido o circuito infravermelho. Para o envio das informações através do LED
infravermelho foi utilizada a biblioteca chamada IRremote46. Essa biblioteca foi
44 Documentação disponível em: <https://developer.android.com/training/data-storage/sqlite> 45 Disponível em: <https://www.androidpro.com.br/blog/armazenamento-de-dados/sqlite/> 46 Documentação disponível em: <https://www.pjrc.com/teensy/td_libs_IRremote.html>
72
incluída no código do microcontrolador do sistema embarcado e possui as
propriedades tanto de recepção de dados quanto do envio dos mesmos.
A recepção dos dados é feita através do componente eletrônico Receptor
Infravermelho. Ao se enviar um sinal de controle remoto, por exemplo, este receptor
irá captar as informações contidas no sinal e, através da biblioteca em questão, será
possível ter acesso ao seu conteúdo, que, para fins da proposta de implantação,
consiste basicamente do:
Tipo de sinal: Que depende do fabricante do aparelho, podendo, por exemplo,
ser do tipo SONY, NEC, SAMSUNG, RC5, RC6, UNKNOWN, entre outros;
Valor: Código infravermelho em si;
Bits: Número de bits utilizado por este código.
Já a transmissão de dados, é feita através do LED infravermelho, onde o
mesmo fará uso dos valores listados acima e enviará os sinais utilizando os recursos
também da biblioteca IRremote.
4.2 Sistema embarcado
Conforme analisado no capítulo anterior do presente trabalho, a placa Arduino
Mega, com seu respectivo microcontrolador, e o módulo Bluetooth mostraram-se os
melhores no critério de custo-benefício para compor a principal unidade de controle
do sistema embarcado. Mas, para fins de prototipagem, optou-se por utilizar o Arduino
Uno por não possuir necessidade de utilização de uma grande quantidade de portas
de saída para comprovar o real funcionamento do sistema como todo, gerando um
gasto ainda menor para o processo de composição do protótipo.
Para atingir a finalidade da proposta de implantação, a programação47 do
microcontrolador contido no Arduino foi completamente projetada para ser modular.
Com isso, torna-se simples a adição, remoção e alteração dos módulos de controle
conectados ao sistema, visto que a qualquer momento o usuário pode adquirir um
47 Link do código implementado para o Arduino disponível em: <https://github.com/RafaNunnes/Home-Automation-Arduino/tree/master/Arduino_Code/main_controller_bt>
73
novo módulo e cadastrá-lo ao sistema apenas informando a sua porta lógica, assim
como alterando-a.
Outra característica da implementação do sistema embarcado foi a busca por
tornar o código mais funcional possível, ou seja, a partir da comunicação entre o
sistema Android, onde todos os botões de controle do usuário estão disponíveis, será
repassado uma série de informações de ordem pré-definidas como é detalhado na
Tabela 16, de forma que, internamente, o microcontrolador não precise armazenar
nenhuma informação referente aos controles cadastrados, em vez disso, apenas
recebê-las sequencialmente e se adaptar aos tipos de controle dinamicamente,
garantindo menor alocação de memória no próprio Arduino, visto as limitações de
hardware, e garantindo também maior organização, compactação de código e
aproveitamento de recursos.
Tabela 16 - Informações repassadas da aplicação para o sistema embarcado
Receptor
Infravermelho
Módulo
Chaveado
(Liga/Desliga)
Módulo Dimmer Módulo
Infravermelho
Tipo de
Controle 0 1 2 3
Porta Lógica - Escolhida pelo
Usuário
Escolhida pelo
Usuário
Definida pela
Aplicação
Conteúdo - - Variação de
Potência
Formato do
Fabricante
Bits - - - Número de Bits
Código - - - Código
Infravermelho
Fonte: Elaborado pelo autor.
74
Como pode-se observar na tabela acima, cada módulo possui um conjunto
individual de parâmetros pré-definidos que podem ser recebidos via Bluetooth. É
através do primeiro parâmetro (Tipo de Controle) que o sistema embarcado reconhece
se o tipo de módulo de controle será o Chaveado, caso receba o valor 1, Dimmer caso
receba o valor 2 ou será o módulo de controle Infravermelho, caso receba o valor 3.
Além dos tipos de módulos, também existe a opção de recebimento do valor 0,
significando que o microcontrolador deve se projetar para o recebimento dos sinais
infravermelhos de algum controle remoto.
4.3 Módulos de controle
Nesta seção serão apresentados os três tipos de módulos de controle
residencial escolhidos para prototipagem da proposta de implantação do presente
trabalho. O entendimento e a produção de ambos os módulos foram extraídos do
conhecimento adquirido com o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Lima e Dias
(2015) elaborado no Instituto Federal da Paraíba (IFPB). Para maior entendimento do
funcionamento dos circuitos e suas simbologias, recomenda-se a leitura
complementar do TCC referido.
Todos os códigos implementados para o controle dos diferentes módulos
também estão inclusos na programação do microcontrolador do Arduino utilizado no
protótipo48.
4.3.1 Módulo Chaveado (Liga/Desliga)
O controle de acionamento de cargas por chaveamento, também conhecido
como Liga/Desliga, é possivelmente o tipo de controle mais utilizado em uma
residência, pois a partir dele é possível determinar se a carga ligada à rede será
energizada, o que caracteriza o seu acionamento, ou desativada, o que caracteriza o
seu desligamento. Praticamente todos os eletrodomésticos podem ser controlados a
48 Link do código implementado para o Arduino disponível em: <https://github.com/RafaNunnes/Home-Automation-Arduino/tree/master/Arduino_Code/main_controller_bt>
75
partir deste tipo de circuito, desde um simples acionamento de lâmpadas
convencionais até um sistema mais complexo de irrigação, por exemplo.
Para entender este tipo de circuito, é de fundamental importância ter o
conhecimento adquirido sobre o funcionamento dos componentes eletrônicos que
foram abordados no capítulo específico de fundamentação teórica, principalmente o
componente relé, que, além de ser o componente chave deste circuito, ainda é o
componente de isolamento elétrico usado para manter o microcontrolador isolado das
tensões da rede doméstica.
Figura 21 - Esquemático do circuito Chaveado (Liga/Desliga)
Fonte: Lima e Dias (2015, p.26).
Analisando a Figura 21 acima, temos que o relé (RL1) funciona como interruptor
que permite a transição entre os estados de ligado e desligado da carga conectada
ao componente KRE3 referenciado na Figura 21. Mas, para que o relé seja acionado
permitindo essa transição, é necessário que o microcontrolador conectado ao
76
transistor (TR1) envie um sinal através de uma tensão de 5V, fazendo com que o relé
seja acionado, e, com isso, modificando o estado atual da carga controlada.
Para fins de prototipagem, como medida para melhor visualização do
acionamento do circuito, fez-se necessário a adição de um componente LED
conectado ao pino de saída do microcontrolador, com isso, sempre que o circuito for
acionado, o LED emitirá um sinal luminoso indicando o correto funcionamento do
módulo em questão.
4.3.2 Módulo Controlador de potência (Dimmer)
O controle de potência, também conhecido como Dimmer, é um tipo de controle
bastante interessante pelos ganhos adquiridos com a diminuição da potência
consumida nos aparelhos que funcionam com este tipo de circuito.
Suas aplicações também são bastante variadas, podendo ser utilizado no
controle de iluminação de lâmpadas, escolhendo a intensidade do seu brilho de acordo
com a potência fornecida, utilizado também no controle de temperatura de
determinados dispositivos como é o caso do chuveiro elétrico, e até no controle de
velocidade de motores, onde a primeira aplicação que se podem imaginar é nos
ventiladores de modo geral, controlando a velocidade de sua rotação.
A Figura 22 abaixo representa o esquemático completo do circuito eletrônico
de controle de potência que servirá de base para o entendimento de toda esta seção,
mas, para entender este circuito, é necessário entender os dois tipos de circuitos que
o compõe:
Circuito de Disparo;
Circuito de Detecção de Passagem por Zero.
77
Figura 22 - Esquemático do circuito Dimmer
Fonte: Lima e Dias (2015, p.30).
4.3.2.1 Circuito de disparo
A função do circuito de disparo é controlar a potência fornecida à carga
conectada, por exemplo, para se obter o brilho máximo de uma lâmpada
incandescente, basta que a mesma esteja 100% do seu tempo de acionamento
recebendo a corrente da rede doméstica, ou seja, recebendo a potência máxima
fornecida pela rede. Já para o caso desta mesma lâmpada possuir a metade da sua
intensidade de brilho, é necessário fazer com que o tempo alimentação da lâmpada
seja reduzido para 50%, e assim por diante. A Figura 23 apresenta um exemplo do
funcionamento na prática de como se dá o comportamento dos disparos quando
efetuados próximos do início do ciclo da forma de onda da rede, da metade do ciclo e
do final do ciclo, respectivamente.
78
Figura 23 - Exemplos de disparos do TRIAC em diferentes momentos
Fonte: Retirado do site Lissandro49.
Como pode-se constatar, os disparos são sempre efetuados no mesmo ângulo
dos semiciclos positivo e negativo da tensão da rede. Este ângulo, por sua vez, varia
entre 0º e 180º para cada semiciclo. A relação entre o ângulo de disparo e a
quantidade de potência fornecida está no tempo de disparo. Quanto menor o tempo
de disparo, menor o valor do ângulo, consequentemente, maior a potência fornecida
para a carga ligada ao conector (KRE2), já o inverso também é verdadeiro, quanto
maior o tempo de disparo, maior o ângulo e, consequentemente, menor a potência
fornecida.
Quem produz o disparo da alimentação é o componente TRIAC, representado
na Figura 22 com a nomenclatura TRC, e quem determina o ângulo de disparo é o
microcontrolador do Arduino, mandando pulsos para o acoplador óptico (MOC3011)
que contém o componente DIAC, dependendo do comando recebido pelo usuário que
informa a intensidade desejada.
Figura 24 - Programação do Dimmer no microcontrolador do Arduino
Fonte: Elaborado pelo autor.
49 Disponível em: <http://www.lissandro.com.br/eletrica/>
79
A Figura 24 demonstra como foi implementada a função de controle do circuito
de disparo, onde a variável “dimming” representa o valor enviado pelo usuário que
determinará o ângulo de disparo entre 0º, para a potência máxima da carga, e 180º,
para a potência mínima.
O valor 65 fixado na atribuição da variável “dimtime” representa a quantidade
de tempo, em microssegundos, que cada variação de intensidade de potência possui,
ou seja, cada vez que se deseje aumentar 1 nível de intensidade no brilho de uma
lâmpada incandescente conectada ao circuito, por exemplo, deve-se decrementar em
65 microssegundos o tempo de disparo do TRIAC. O valor da variável em questão é
calculado levando em consideração a frequência da rede doméstica junto com a
quantidade de níveis de potência desejado para a variação, que no caso do protótipo
foi escolhido o valor de 128 variações para tornar as transições mais suaves. A
explicação mais precisa para entender este cálculo se encontra nos comentários do
código do microcontrolador do Arduino fornecido anteriormente.
Visto o funcionamento do circuito de disparo, precisa-se entender que é de
fundamental importância que o microcontrolador possua a informação de quando a
tensão senoidal da rede cruza o valor zero, pois, caso contrário, o Arduino enviaria os
disparos em ângulos aleatórios da forma de onda, justamente por não possuir um
referencial. Então, deve-se fazer uma detecção de passagem por zero para garantir a
informação desse ponto de referência do ângulo de disparo.
4.3.2.2 Circuito de detecção de passagem por zero
Para o entendimento do circuito de detecção de passagem por zero deve-se
prestar atenção nos dois componentes de maior relevância do circuito, que são a
ponte retificadora (P1) e o acoplador óptico (4N25) apresentados na Figura 22.
Primeiramente, o componente 4N25 é um acoplador óptico que possui
internamente um circuito composto por um LED e um fototransistor, que funciona
como interruptor, responsáveis pelo isolamento elétrico do microcontrolador do
Arduino. A intenção é fazer com que sempre que a tensão da rede ligada ao conector
(KRE1) atingir o seu valor 0 (zero), o LED interno do 4N25 gere um pulso luminoso
para informar ao microcontrolador o momento exato de cada passagem por 0V na
80
tensão desta rede. Como o LED interno sempre estará conectado à fonte de tensão
pelo conector (KRE1), então o LED sempre estará acesso internamente, menos no
momento em que a tensão atinja o nível de 0V, quando o LED apagará por não possuir
uma corrente circulando no circuito.
Porém, como a tensão da rede possui forma de onda senoidal, ou seja,
funciona em corrente alternada, não é possível manter o LED interno acesso no
semiciclo negativo da forma de onda, pois, por se tratar de um diodo, o mesmo só
permite a passagem de corrente em um sentido. Para isso, é utilizado como solução
a aplicação da ponte retificadora que, internamente, faz com que a corrente sempre
circule no mesmo sentido. A Figura 25 ilustra o comportamento da corrente antes de
passar pela ponte retificadora e depois.
Figura 25 - Identificação de passagem por zero
Fonte: Retirado do site Arduinodiy50.
50 Disponível em: <https://arduinodiy.wordpress.com/2012/10/19/dimmer-arduino/>
81
Como pode ser observado na Figura 25, o primeiro gráfico mais acima
apresenta a forma de onda senoidal gerada pela corrente elétrica da rede doméstica,
ou seja, que percorre nos dois sentidos, já o segundo gráfico, logo abaixo, apresenta
a forma de onda da corrente elétrica após passar pela ponte retificadora. Percebe-se
claramente que ocorreu um rebatimento do semiciclo negativo para o positivo, o que
faz com que, desta forma, o LED interno sempre receba a corrente elétrica no seu
sentido de condução, e sempre que atingir o valor mínimo de 0V, um pulso será
captado no microcontrolador que a partir deste momento possui a referência do zero
da rede doméstica.
Agora, sempre que um pulso for detectado pela passagem por zero, o algoritmo
implementado no microcontrolador chamará a função de acionamento do disparo,
citado na Figura 24, com o referencial garantido.
4.3.3 Módulo Infravermelho
O circuito infravermelho faz parte do último módulo desenvolvido como
proposta de implantação deste trabalho. A partir deste módulo de controle, é possível
obter uma infinidade de tipos de comandos, enviados para os seus respectivos
aparelhos domésticos. Um modo de uso interessante é a utilizando a capacidade de
simular um controle remoto de aparelhos de televisão, que, inclusive, será utilizado
como demonstração do modelo proposto durante a prototipagem. Mas, outras formas
de aplicação também podem ser elaboradas, como por exemplo, o controle de
aparelhos de ar-condicionado, aparelhos de som e até mesmo o acionamento de
portões elétricos entre outras aplicações.
No âmbito do projeto, o circuito faz parte do conjunto de módulos de controle
que o sistema embarcado possui. Com isso, o ciclo de funcionamento é bem simples,
o microcontrolador (elemento central do sistema embarcado) ao receber da aplicação
Android, via Bluetooth, a mensagem de comando infravermelho, imediatamente se
encarregará de enviar os sinais de frequência pelo componente LED infravermelho. O
esquemático deste circuito é representado pela Figura 26, onde pode-se notar a baixa
complexidade envolvida no desenvolvimento deste módulo, o que acarreta também
em seu baixo custo de implantação.
82
Figura 26 - Esquemático do circuito Infravermelho
Fonte: Lima e Dias (2015, p.34).
4.3.3.1 Receptor infravermelho
Faz parte deste circuito o componente receptor infravermelho, que, no projeto
de implantação, possui a finalidade de receber os códigos infravermelhos de um
controle remoto que se deseje mapear, e tal código será repassado à aplicação
Android para o seu devido armazenamento no botão recém-criado ou alterado.
4.4 A aplicação Android
Para finalizar a proposta de implantação, esta seção tem o intuito de apresentar
os detalhes sobre o aplicativo desenvolvido para integrar o sistema51. Dentro da
arquitetura do projeto, apresentada no tópico 4.1.1 deste capítulo, pode-se perceber
que a aplicação Android é o meio de comunicação entre o usuário final e o sistema
embarcado, portanto, sua implementação se deu visando garantir que o usuário
possua o controle dos dispositivos domésticos de forma facilitada, deixando a
complexidade das operações encapsuladas dentro da própria aplicação, e modular,
51 Link do código implementado na plataforma Android disponível em:
<https://github.com/RafaNunnes/Home-Automation-Arduino/tree/master/app/src/main>
83
permitindo ao usuário um melhor aproveitamento dos seus recursos financeiros e
flexibilizando a implantação do sistema em sua residência.
4.4.1 Padrões utilizado
Nem sempre projetar algum software é uma tarefa fácil. Diversas vezes o
projetista se depara com problemas de desenvolvimento que já ocorreram no
passado. Para minimizar este problema, os desenvolvedores podem estudar padrões
de projeto e de arquitetura que outros projetos anteriores utilizaram para resolver
problemas semelhantes.
Como o nome já diz, os padrões de projeto e arquitetura são utilizados para
resolver problemas que ocorrem sempre da mesma forma, e possuindo o
conhecimento necessário sobre como funcionam, é possível evitá-los durante o
processo de projeto de software.
Neste trabalho, alguns padrões de projeto foram utilizados com o intuito de
garantir a consistência dos dados, padronizar procedimentos, dar mais legibilidade ao
código, e principalmente, melhorar a sua manutenção. Todo o entendimento e
aplicação dos padrões foi extraído do livro Padrões de Projeto com autoria de Gamma
et al. (2008).
Dentre os padrões implementados para a aplicação Android e seus respectivos
propósitos estão:
Factory Method: utilizado para gerar a visualização dos botões na tela principal
da aplicação. Cada tipo de botão, correspondente a cada tipo de módulo
controlável, possui a sua própria fábrica implementada;
Singleton: utilizado na classe gerente de Bluetooth e no Banco de Dados, para
garantir que apenas uma instância do objeto seja criada e a partir dela todas
as demais classes utilizem esta instância;
Adapter: utilizado no gerente de conexão para garantir uma futura adaptação
de conexão Bluetooth para conexão através da internet, e este padrão também
é utilizado na geração dos diferentes layouts de criação e edição dos botões
de controle;
84
Data Access Object (DAO) (SARDAGNA, 2007): utilizado no acesso ao Banco
de Dados interno do sistema Android, servindo para encapsular a
implementação do acesso aos dados fazendo com que alterações no Banco de
Dados não afetem o funcionamento da aplicação, e vice-versa.
Além dos padrões de projeto citados acima, também é utilizado o padrão de
arquitetura Modelo-Vista-Controlador (MVC) que é bastante comum no
desenvolvimento de aplicações web e já é discutido desde o século passado, como é
o caso do trabalho de Krasner e Pope (1988). Este padrão se preocupa em separar a
estrutura do código em 3 camadas interconectadas, como mostra a Figura 27, visando
melhorar a manutenção de código, pois cada camada possui suas atribuições
específicas além das alterações em uma camada não influírem diretamente nas
outras, facilitar o reuso e permitir o desenvolvimento paralelo da aplicação.
Figura 27 - Estrutura de padrão MVC
Fonte: Retirado do site Slideshare52.
52 Disponível em: <https://pt.slideshare.net/makiyamad/dev-41251453>
85
4.4.2 Funcionamento da aplicação
Ao iniciar a aplicação, será apresentado ao usuário a sua Tela a Principal, que
representa uma abstração de uma residência. A Tela Principal possui visualização
semelhante à ilustrada pela Figura 28, e nela contém toda a lista de botões de controle
criados pelo usuário. Ao iniciar a aplicação pela primeira vez, esta tela estará vazia
com exceção dos botões “Conectar”, utilizado para estabelecer a conexão bluetooth,
e “Adicionar”, utilizado para fazer a adição de um novo botão de controle.
Figura 28 - Tela principal da aplicação
Fonte: Elaborado pelo autor.
Para adicionar um novo botão de controle o usuário apenas precisa selecionar
o botão “Adicionar”, sendo assim, redirecionado para a tela de criação de botões de
controle ilustrada na Figura 29. Nessa tela pode-se escolher entre os diferentes tipos
de controle.
86
Figura 29 - Tela para criação de botões de controle
Fonte: Elaborado pelo autor.
Na criação dos botões de controle Chaveado e Dimmer, o usuário deverá
informar o nome que deseja dar ao controle e a porta lógica escolhida para o
acionamento do módulo no microcontrolador do Arduino. Para finalizar a criação do
botão basta selecionar o botão “Confirmar” para que o novo botão gerado seja
apresentado na Tela Principal da aplicação. Já para o caso da adição de um controle
Infravermelho, o sistema embarcado se preparará para a recepção de um sinal
infravermelho fornecido pelo usuário através de um controle remoto. Este controle
será captado pelo Arduino por meio do seu sensor infravermelho e repassará a
informação para o aplicativo Android que, de posse do código infravermelho,
armazenará essa informação no novo botão de controle criado. Desta forma, o sistema
87
ganha o seu atributo de modularidade, garantindo que o modelo seja adaptável e
flexível ao seu utilizador.
Ao concluir a etapa de criação de botões, a Tela Principal irá conter toda a lista
de controles criados, aparentando um visual semelhante ao demonstrado na Figura
30.
Figura 30 - Simulação de Tela Principal após criação dos botões de controle
Fonte: Elaborado pelo autor.
Ao pressionar qualquer botão de controle na Tela Principal, a aplicação abrirá
uma janela de edição de botão como exibido na Figura 31. Nesta janela é possível
efetuar tanto a operação de exclusão de botão, ao selecionar o botão “Excluir”, quanto
a operação de edição, onde pode-se alterar o nome e porta lógica atribuídos durante
a etapa de criação do botão de controle, caso se trate de um controle do tipo Dimmer
ou Chaveado, ou receber uma nova configuração de controle infravermelho, caso se
trate de um controle do tipo Infravermelho.
88
Figura 31 - Tela para edição de botão de controle
Fonte: Elaborado pelo autor.
Terminado o processo de criação dos botões de controle, para que de fato seja
possível utilizar o controle dos módulos cadastrados, é necessário estabelecer uma
conexão bluetooth através da seleção do botão “Conectar”, direcionando o usuário
para a uma tela semelhante à demonstrada na Figura 32. Nessa tela, será exibido a
lista de todos os dispositivos bluetooth pareados no smartphone em questão, e, ao
selecionar o dispositivo correspondente ao módulo bluetooth conectado ao Arduino,
já será possível utilizar os botões de controle da Tela Principal.
89
Figura 32 - Tela para conexão bluetooth
Fonte: Elaborado pelo autor.
90
5 RESULTADOS
Para atestar o funcionamento da prototipagem do sistema proposto, foram
utilizadas lâmpadas fluorescentes na aplicação do Módulo Chaveado, uma lâmpada
incandescente para demonstração do Módulo Dimmer e um aparelho de televisão da
marca Samsung na demonstração do funcionamento do Módulo Infravermelho.
Como o número estimado de tipos de controle foi de 5 por cômodo, sendo 1
Controle Infravermelho, 1 Controle Dimmer e 3 Controles Chaveados, e o protótipo
elaborado por Lima e Dias (2015) possuir essa mesma configuração, então foi
possível simular exatamente a prototipagem equivalente a um cômodo da residência
modelada, permitindo apresentar de forma simples o funcionamento da modularidade
do sistema projetado de modo geral, sem a necessidade de implantação do sistema
em uma residência física.
Todos os códigos implementados para o sistema embarcado do protótipo
elaborado por Lima e Dias (2015) foram modificados, aproveitando apenas o trecho
referente ao cálculo do circuito Dimmer demonstrado na Figura 24. O esquemático
completo do protótipo elaborado pelos autores citados, pode ser observado na Figura
33 apresentada no Anexo B do presente trabalho, assim como o protótipo em si pode
ser observado nas Figuras 34 e 35 apresentadas no Apêndice A e B, respectivamente.
A única mudança efetuada no hardware do protótipo foi o acréscimo de um LED
receptor de sinais infravermelho para a composição do Módulo Infravermelho. Este
LED, como explicado anteriormente, possui a função de receber sinais de
infravermelho adquiridos através, por exemplo, de um controle remoto.
Ao final da etapa de testes das implementações feitas, tanto no sistema
embarcado quanto na aplicação desenvolvida para smartphone através da plataforma
Android, conclui-se que o sistema proposto apresentou o funcionamento esperado, ou
seja, permitiu o controle dos 3 tipos de módulos projetados e, com isso, atendendo à
demanda pela solução modularizada proposta na conclusão da análise elaborada no
Capítulo 3 deste trabalho. A única ressalva quanto ao correto funcionamento do
projeto se dá em relação ao acionamento do Módulo Infravermelho enquanto o
Circuito de Disparo do Módulo Dimmer está em operação, que acarreta no não envio
dos sinais do Módulo Infravermelho, provavelmente um erro causado pelo uso
simultâneo da interrupção do microcontrolador do Arduino.
91
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho serviu para modelar e elaborar um protótipo de um sistema de
Controle Residencial, levando em consideração os fatores que favorecem a aquisição
deste tipo de sistema para as famílias situadas no Brasil. Além disso, serviu também
para contribuir com a documentação sobre o tema, visando fortalecer os estudos na
área de aplicação da Automação Residencial, por se tratar de um assunto bastante
atual e com potencial de crescimento e consolidação no território nacional.
Ao longo de todo o trabalho foi possível concluir com êxito o objetivo geral, ao
analisar a situação econômica das classes de renda brasileira e, a partir delas,
entender a abrangência da população que possui capital para viabilização da
implantação do sistema proposto.
Além do objetivo geral, os objetivos específicos também foram atingidos visto
que possuíam ligação direta com o estudo feito durante a análise e a implementação
do protótipo do sistema que, como foi visto nos resultados, apresentou o
funcionamento desejado.
Como proposta de melhorias para trabalhos futuros, deve-se considerar a
implantação de sensores e programação para que, de fato, o projeto descrito por meio
deste trabalho atue de forma automática na residência implantada, com isso,
alcançando completamente o patamar de Automação Residencial. Não descartando
as futuras pesquisas de mercado, incluindo tais sensores no cálculo, para uma nova
análise de viabilidade.
Já para a proposta de implantação, pode-se considerar as seguintes melhorias:
Estudar a viabilidade de implantação de novos tipos de módulos de controle de
baixo, médio e até alto custo;
Utilizar de sensores como suporte automático para que o sistema possa de fato
se configurar como Automação Residencial completamente, bem como estudar
a possibilidade de aplicações de inteligência artificial, aprendizagem de
máquina e/ou programação de usuário no controle automático do sistema;
Adaptar o sistema para operar também através da internet, possivelmente até
permitindo a conexão simultânea entre a internet e o bluetooth, dependendo de
como o usuário desejar no momento;
92
Estudar a possibilidade de substituição do módulo de conexão Bluetooth por
um ESP8266, por possuir um custo financeiro menor e suportar a forma de
conexão através da internet pelo Wi-Fi;
Melhorar a interface de interação com o usuário, permitindo customizações
variadas e melhor interatividade.
93
REFERÊNCIAS
ABEP - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE PESQUISA. Critério Brasil
2015 e atualização da distribuição de classes para 2016. ABEP. [S.l.]. 2016.
ALMEIDA, D. Módulo Bluetooth HC-05 e HC-06 – Acionando um módulo relé via
Bluetooth. Vida de Silício, 2017. Disponivel em:
<https://portal.vidadesilicio.com.br/modulo-bluetooth-hc-05-e-hc-06/>. Acesso em: 13
abril 2019.
ALMEIDA, F.; ALVES, M. POSSIBILIDADES PARA A CONSTRUÇÃO DO
CONHECIMENTO HUMANO. Encontros de Vista, Lisboa, n. 3, p. 68-74, maio 2017.
ISSN 1983-828X. Disponivel em:
<http://www.encontrosdevista.com.br/Artigos/Antigos/POSSIBILIDADES_PARA_A_C
ONSTRUCAO_DO_CONHECIMENTO_HUMANO.pdf>. Acesso em: 18 Abril 2019.
ANDROID. Bluetooth. Developers Android. Disponivel em:
<https://developer.android.com/guide/topics/connectivity/bluetooth?hl=pt-br>. Acesso
em: 3 abril 2019.
______. Conheça o Android Studio. Developers Android. Disponivel em:
<https://developer.android.com/studio/intro?hl=pt-PT>. Acesso em: 17 abril 2019.
______. Save data using SQLite. Developers Android. Disponivel em:
<https://developer.android.com/training/data-storage/sqlite>. Acesso em: 17 abril
2019.
ARDUINO. HomePage. Playground Arduino, 2019. Disponivel em:
<https://playground.arduino.cc/Portugues/HomePage/>. Acesso em: 15 abril 2019.
BENEVIDES, Í. F. D. S.; MORAIS, P. H. P. D.; FERNANDES, V. T. KERNEL HOME:
CASA AUTOMATIZADA COM USO DA DOMÓTICA. [S.l.]: [s.n.], 2017. Disponivel em:
94
<http://sistemaolimpo.org/midias/uploads/8e9c685944dbb5b6725b775192defa01.pdf
>. Acesso em: 5 abril 2019.
CANATO, D. A. Utilização de Conceitos de Integração de Sistemas Direcionados
a Domótica: Estudo de Caso para Automação Residencial. Campinas: [s.n.], 2007.
Disponivel em:
<http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/265350/1/Canato_DecioAlbin
o_M.pdf>. Acesso em: 18 abril 2019.
CORDEIRO, F. Guardando Dados com SQLite. AndroidPro, [201-?]. Disponivel em:
<https://www.androidpro.com.br/blog/armazenamento-de-dados/sqlite/>. Acesso em:
17 abril 2019.
DIAS, C. L. D. A.; PIZZOLATO, N. D. DOMÓTICA: Aplicabilidade e Sistemas de
Automação Residencial. Vértices, Campos dos Goytacazes, v. 6, n. 3, p. 10-32, 2004.
ISSN 1809-2667. Disponivel em:
<http://essentiaeditora.iff.edu.br/index.php/vertices/article/download/1809-
2667.20040015/86>. Acesso em: 5 abril 2019.
EXAME. Novas tecnologias? Brasil corre o risco de se tornar irrelevante. EXAME, 29
maio 2017. Disponivel em: <https://exame.abril.com.br/revista-exame/novas-
tecnologias-brasil-corre-o-risco-de-se-tornar-irrelevante/>. Acesso em: 15 abril 2019.
FIRMINO, C. R. S.; PEREIRA, L. S. S.; NUNES, J. D. D. C. ESTUDO DE
VIABILIDADE E IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE AUTOMAÇÃO
RESIDENCIAL NO ABRIGO PARA IDOSOS AMANTINO CÂMARA NA CIDADE DE
MOSSORÓ-RN. II Simpório de Engenharia de Produção: As Contribuições de
Engenharia de Produção para a Indústria de Serviços. Sumé: [s.n.]. 2014.
G1. Renda domiciliar per capita no Brasil foi de R$ 1.373 em 2018, mostra IBGE. G1
Globo, 2019. Disponivel em:
<https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/02/27/renda-domiciliar-per-capita-no-
brasil-foi-de-r-1373-em-2018-mostra-ibge.ghtml>. Acesso em: 5 fevereiro 2019.
95
GAMMA, E. et al. Padrões de Projeto: Soluções reutilizáveis de software orientado a
objetos. São Paulo: bookman, 2000. Disponivel em:
<https://books.google.com.br/books/about/Padr%C3%B5es_de_Projetos_Solu%C3
%A7%C3%B5es_Reutiliz.html?id=U91CYCqTCgkC&printsec=frontcover&source=kp
_read_button&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false>. Acesso em: 8 março 2019.
GII - GLOBAL INNOVATION INDEX. Índice Global de Inovação de 2017.
Universidade Cornell, INSEAD e WIPO. Ithaca, Fontainebleau e Genebra. 2017. (979-
10-95870-07-4).
IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Síntese de
Indicadores Sociais: Uma Análise das Condições de Vida da População
Brasileira. IBGE. Rio de Janeiro. 2016. (1516-3296).
IRREMOTE Library. PJRC. Disponivel em:
<https://www.pjrc.com/teensy/td_libs_IRremote.html>. Acesso em: 14 abril 2019.
JÚNIOR, A. P. D. A.; CHAGAS, C. V. D.; FERNANDES, R. G. UMA RÁPIDA ANÁLISE
SOBRE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL. Natal: [s.n.], 2003. Disponivel em:
<http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/17829/material/
ARTIGO05.pdf>. Acesso em: 4 abril 2019.
KEVIN RYE. Arduino Mega 2560. Kevin Rye, 2013. Disponivel em:
<http://kevinrye.net/index_files/arduino_mega_2560.php>. Acesso em: 12 abril 2019.
KRASNER, G. E.; POPE, S. T. A Description of the Model-View-Controller User
Interface Paradigm in the Smalltalk-80 System. [S.l.]: [s.n.], 1988. Disponivel em:
<https://www.researchgate.net/profile/Stephen_Pope/publication/248825145_A_cook
book_for_using_the_model_-
_view_controller_user_interface_paradigm_in_Smalltalk_-
_80/links/5436c5f30cf2643ab9888926/A-cookbook-for-using-the-model-view-
controller-user-interface>. Acesso em: 18 abril 2019.
96
LIMA, J. C. ESTUDO DE VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE AUTOMAÇÃO
RESIDENCIAL A BAIXO CUSTO. Cariacica: [s.n.], 2015. Disponivel em:
<https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/tcc-versao_antiga-pos-banca-
2015-07-20-final.pdf>. Acesso em: 5 fevereiro 2019.
LIMA, J. V. G. D.; DIAS, R. N. B. AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL VIA SMARTPHONE.
Instituto Federal da Paraíba - IFPB. João Pessoa. 2015.
MURATORI, J. R.; BÓ, P. H. D. Automação residencial: histórico, definições e
conceitos. O SETOR ELÉTRICO, p. 70-77, abril 2011. Disponivel em:
<http://www.osetoreletrico.com.br/wp-
content/uploads/2011/04/Ed62_fasc_automacao_capI.pdf>. Acesso em: 4 abril 2019.
MUTTI, H. D. C. NOÇÕES BÁSICAS DE ELETROELETRÔNICA PRÁTICA.
Bragança Paulista: [s.n.]. Disponivel em:
<https://files.comunidades.net/mutcom/Curso_Eletroeletronica_Basica.pdf>. Acesso
em: 14 abril 2019.
______, H. D. C. Noções básicas sobre componentes eletrônicos. MUTCOM.
Disponivel em:
<https://files.comunidades.net/mutcom/Nocoes_basicas_de_componentes_eletronic
os.pdf>. Acesso em: 10 abril 2019.
NETO, M. P. AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL. Campinas: [s.n.], 2009. Disponivel em:
<http://lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/1735.pdf>. Acesso em: 18
abril 2019.
PASSOS, D. D. S.; ZADRA, A. N. Abordagem de Frameworks e Design Patterns para
desenvolvimento de Aplicações. Revista Pensar Tecnologia, v. 4, n. 2, Julho 2015.
ISSN 2237-5252. Disponivel em:
<http://revistapensar.com.br/tecnologia/pasta_upload/artigos/a119.pdf>. Acesso em:
18 abril 2019.
97
REDEL, R.; HOUNSELL, M. D. S. Implementação de Simuladores de Robôs com
o Uso da Tecnologia de Realidade Virtual. IV Congresso Brasileiro de Computação.
[S.l.]: [s.n.]. 2004. p. 396-401.
SARDAGNA, M. FERRAMENTA PARA APLICAÇÃO DO PADRÃO DATA ACCESS
OBJECT (DAO) EM SISTEMAS DESENVOLVIDOS COM A LINGUAGEM DE
PROGRAMAÇÃO DELPHI. Blumenau: [s.n.], 2007. Disponivel em:
<http://campeche.inf.furb.br/tccs/2007-II/TCC2007-2-25-VF-MarceloSardagna.pdf>.
Acesso em: 8 março 2019.
SILEVIRA, L.; LIMA, W. Q. Um breve histórico conceitual da Automação Industrial
e Redes para Automação. [S.l.]: [s.n.], 2003. Disponivel em:
<https://www.dca.ufrn.br/~affonso/FTP/DCA447/trabalho1/trabalho1_13.pdf>. Acesso
em: 3 abril 2019.
WIKIPÉDIA. Android. Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponivel em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Android>. Acesso em: 13 abril 2019.
98
ANEXOS
99
ANEXO A
Tabela 17 - Rendimento domiciliar per capita por estado, em reais
Fonte: IBGE, 2019 apud Portal G153.
53 Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/02/27/renda-domiciliar-per-capita-no-
brasil-foi-de-r-1373-em-2018-mostra-ibge.ghtml>
100
ANEXO B
Figura 33 - Esquemático do protótipo elaborado em 2015
Fonte: Prof. Dr. Ilton Luiz Barbacena, 2015 apud Lima e Dias (2015, p. 39).
101
APÊNDICES
102
APÊNDICE A
Figura 34 - Imagem frontal do protótipo
Fonte: Elaborado pelo autor.
103
APÊNDICE B
Figura 35 - Imagem traseira do protótipo
Fonte: Elaborado pelo autor.