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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIADEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
ADEMILSON SABINO
EDERSON TEIXEIRA
GUILHERME GIACOMETI
AVALIAÇÃO DO RUÍDO A QUE ESTÃO EXPOSTOS OS TRABALHADORES EMUMA ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA NA CIDADE DE CUIABÁ - MATO
GROSSO
CUIABÁ - MT
2015
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ABSTRACT
Exposure to continuous intensity of noise or high intensity peaks can cause several problems to
workers' health in water pumping stations - due to production noise by booster pumps waterand lack of adequate protection for workers - for example, problems in the body (hard of
hearing), disturbance in sleep, psychological and social problems, changes in the circulatory
system and noise-induced hearing loss - NIHL. This work aimed at identifying the produced
noise and its intensity found in the pumping station water raw water catchment stream of Lipa,
located in Cuiabá - Mato Grosso, based on literature review and experience gained by other
water companies and sewage has been possible to obtain measurements from handsets methods
such as a dosimeter-300 g, this apparatus was used to obtain the noise level, by daily
measurements 08 hours and also analyzing the reality of space uptake and occupational their
physical characteristics, beyond the experience of each operator in relation to living with that
physical agent. With possession of this data are offered solutions for suitability of occupational
space in order to preserve the health of the operator of these stations and consequently the
improvement in the service offered to the population.
Keywords: Noise, Noise Induced Hearing Loss, pumping stations of water.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 5
2 ÁREA DE ESTUDO ......................................................................................................... 7 3 OBJETIVO ..................................................................................................................... 10
3.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 10
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................ 10
4 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 11
5 METODOLOGIA ........................................................................................................... 12
6 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................... 13
6.1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA .......................................................... 13
6.1.1 OPERADORES DO SANEAMENTO EM ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ÁGUA .................. 14
6.2 RUÍDO ......................................................................................................................... 14
6.2.1 RUÍDOS LESIVOS ............................................................................................... 17
6.2.2 CONSEQUÊNCIA DA EXPOSIÇÃO PROLONGADA AO RUIDO .................... 17
6.2.3 EFEITOS NO ORGANISMO ................................................................................ 19
6.2.4 EFEITOS DOS RUÍDOS NO SONO .................................................................... 20
7 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................. 22
8 CONCLUSÕES ............................................................................................................... 25
9 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 26
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1 INTRODUÇÃO
Em função das diversas atividades produtivas realizadas pelo homem e o aumento naquantidade de máquinas utilizados no desempenho de funções na indústria e serviços veem-se
como consequência a elevada produção de ruídos e a problemática que essa causa na saúde e
bem estar dos operadores e operários. (MELLO, 2012).
O ruído ocupacional a que os trabalhadores são expostos tem como consequência,
entre outras, a perda da audição (Perda auditiva Induzida por Ruído - PAIR), esse é um
problema cada vez mais frequente, principalmente em regiões onde a saúde do trabalhador não
é avaliada de maneira criteriosa. Mesmo com o avanço dos sistemas de avaliação da saúde do
trabalhador esse problema tem sido identificado em diversas áreas do sistema produtivo
(MAIA, 2012).
Vários trabalhos são realizados na identificação de padrões de ruídos gerados pelas
indústrias ou fabricas associado ao impacto que causa na saúde do trabalhador e medidas
preventivas bem como programas de controle para garantir o bem estar de quem está em um
ambiente como o citado. Os programas de redução de ruídos e conservação da qualidade doambiente fracassam muitas vezes pela falta de consciência dos colaboradores na utilização do
EPI (Equipamento de Proteção Individual), associada à ineficiência da empresa em adquirir
maquinas que emitem uma menor quantidade de ruídos e ausência de ambientes com proteção
acústica (FUNDACENTRO, 2012).
Para o trabalhador o nível de ruído e o tempo de exposição podem provocar danos
gravíssimos a sua saúde, em especial a sua audição. Uma perda auditiva induzida por ruído
obviamente causa graves problemas na comunicação auditivo-oral, além de outros. Para umaaudição normal o aparelho auditivo composto por (orelha externa, media e interna) deve
apresentar condições normais. A exposição a ruídos excessivos pode provocar sequelas a esse
aparelho auditivo (BARROS, 1998).
Em estações elevatórias de água o ruído é o principal problema encontrado devido a
sua continuidade (alcançando tempo de bombeamento de até 24 horas por dia) e seu elevado
nível de ruído emitido, esse é causado pela presença de máquinas (Bombas elevatórias) que são
utilizadas para a inserção de energia mecânica no bombeamento de água, sendo que este
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trabalho foi realizado para identificar o nível de ruído emitido, bem como impactos causados
pela poluição sonora e possíveis soluções para esta problemática (FÜHR, 2012).
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2 ÁREA DE ESTUDO
A captação do Lipa, localizada na Avenida Antártica fornece água bruta a três estaçõesde tratamento de água: ETA RIBEIRÃO DO LIPA (localizada na mesma área da captação),
ETA CENTRAL e ETA SÃO SEBASTIÃO E PRESIDENTE MARQUES. Apresenta 5
conjuntos motobomba, onde 4 operam 24 horas por dia e 1 de reserva. Tais CMB alimentam 3
linhas de abastecimento, 2 de 600 mm e 1 de 550 mm com uma vazão total média de 4855 m³/h
e pressões médias superiores a 90 mca. Os motores que alimentam esses CMB são todos de 600
cv de potência funcionando em uma rotação de aproximadamente 1760 rpm. A Localização da
captação é apresentada a seguir:
Foto 1 – Vista da área da captação do Lipa – Cuiabá/MT
Fonte: Google Earth, 2015.
CAPTAÇÃO
ETA
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Foto 2 – Vista Frontal da Captação e Sala do Operador.
Fonte: Acervo Pessoal.
Foto 3 – Conjuntos motobomba da captação.
Fonte: Acervo Pessoal.
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Foto 4 – Motor 600 cv captação. Foto 5 – Pressão de recalque.
Fonte: Acervo Pessoal. Fonte: Acervo Pessoal.
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3 OBJETIVO
3.1
Objetivo geral
Identificação do nível de ruído encontrado na casa de bombas de uma estação de
bombeamento de água bruta, associando este ruído ao impacto que poderá causar à saúde do
trabalhador, bem como possíveis ações a serem tomadas para evitar estes impactos
ocupacionais.
3.2
Objetivos específicos
• Identificar e medir os níveis de ruídos encontrados no sistema próximo ao
conjunto motobomba e dentro da acomodação do operador na casa de bombas da
estação de bombeamento;
• Identificar os principais impactos causados pelo nível de ruído encontrado, com
base em pesquisas encontradas na literatura;
• Apresentar o tempo de exposição máximo para cada nível de ruído associando
ao encontrado no estudo deste trabalho;
• Propor medidas de adequações do ambiente para redução do impacto causado
pelos ruídos encontrados.
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4 JUSTIFICATIVA
Visto que os problemas ocasionados pela excessiva quantidade de ruídos em ambientesde trabalho tem sido cada vez mais frequentes em sistemas de operação de abastecimento de
água, o presente trabalho busca avaliar as condições a que os trabalhadores estão submetidos
no ambiente de trabalho, referente ao ruído produzido pelas máquinas, além disso, durante a
revisão bibliografia constatou-se a grande quantidade de problemas ocupacionais referente à
exposição a ruídos excessivos na indústria ou na operação de sistemas. Muitas empresas não
apresentam preocupação a respeito deste tema, levando assim a degradação da saúde de seus
colaboradores. Em um sistema de distribuição de água, a captação é de suma importância vistaa necessidade da operação ser continua, principalmente para uma cidade de grande porte. Assim
sendo, a identificação do ruído existente na estação pode prevenir riscos associados a sua
exposição, associado à preocupação de preservar a saúde do operador, garantindo um ambiente
saudável e consequente qualidade na realização do serviço a qual o trabalhador é designado.
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5 METODOLOGIA
O presente trabalho foi desenvolvido em duas etapas distintas:
Primeiramente o trabalho em questão foi desenvolvido através de revisão bibliográfica
a respeito da temática, obtidos em livros, trabalhos científicos, normas e meios eletrônicos.
Assim observando os limites propostos para trabalho com ruídos e impactos por ele causados,
além de formas de remediar e controlar tal impacto físico.
Na segunda etapa, fora coletado dados na captação de água bruta com auxílio do
aparelho denominado dosímetro (Q-300) durante um intervalo de 8 horas de operação em
associação a uma entrevista por meio de questionário com os funcionários responsáveis pela
operação, a fim de se obter informações do dia a dia de trabalho e possíveis problemas sofridos
por eles.
Os dados obtidos foram compilados de acordo com a jornada dos mesmos (12x36
horas). Foram analisados dados de coleta de 7 dias seguidos cujo os dados justificam a
proposição de medidas de controle visando assegurar a saúde do trabalhador das estações
elevatórias de água.
Foto 6 – Dosímetro (Q-300) para medição dos ruídos.
Fonte: Acervo Pessoal.
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6 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
6.1
SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Um sistema de abastecimento de água tem por objetivo fornecer a população água emvazão, pressão e qualidade, para alcançar este objetivo a água passa por diversos processocomo:
Manancial: fonte de onde se retira a água.
Captação: conjunto de equipamentos e instalações utilizado para a tomada de água domanancial.
Adução: transporte da água do manancial ou da água tratada. Tratamento: melhoria das características qualitativas da água, dos pontos de vista
físico, químico, bacteriológico e organoléptico, a fim de que se torne própria para oconsumo. É feito na chamada ETA – Estação de Tratamento de Água.
Reserva: armazenamento da água para atender a diversos propósitos, como a variaçãode consumo e a manutenção da pressão mínima na rede de distribuição.
Rede de distribuição: condução da água para os edifícios e pontos de consumo, pormeio de tubulações instaladas nas vias públicas.
Estações elevatórias ou de recalque: instalações de bombeamento destinadas a
transportar a água a pontos mais distantes ou mais elevada, ou para aumentar a vazãode linhas adutoras.
Em sistemas de abastecimento de água geralmente há várias estações elevatórias, tanto para recalque de água bruta como para o recalque de água tratada. Também é comumencontrar a estação elevatória tipo booster, que se destina a aumentar a pressão em redes dedistribuição.
A estação elevatória de água bruta (EEAB) é responsável pela captação da água brutados rios ou barragens e bombeamento através de motores e bombas para a Estação de
Tratamento de Água (ETA), onde a água passará por processos para se tornar potável.
Ormsbee et al comentam que existem regras operacionais para uma estação elevatóriade água bruta, que consistem em um conjunto de normas ou diretrizes que indicam quandouma bomba ou conjuntos de bombas deve ser ligado ou desligado para um determinadotempo.
Para a estação elevatória os componentes estão divididos em:
Equipamento eletro-mecânico, Bomba, Motor;
Tubulações, Sucção, Barrilete, Recalque; Construção civil, Poço de Sucção, Casa de bombas.
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6.1.1 OPERADORES DO SANEAMENTO EM ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE
ÁGUA
A atividade realizada pelos operadores de saneamento nas estações elevatórias de água
bruta consiste principalmente no monitoramento dos conjuntos de bomba motor, mas este
também é responsável pelo registro diário de cota da barragem, verificação do pluviômetro,
preenchimento diário de um relatório com informações sobre a vazão da água e o horário de
início e término de operação de cada bomba, serviços de limpeza e manutenção da unidade,
abertura e fechamento de comportas e acionamento e desativação de motores submersos.
Nos intervalos entre uma atividade e outra, os operadores devem permanecer em salas
destinadas a sua permanência. O problema reside no fato de que algumas estações elevatórias
de água não possuem esta sala, obrigando os trabalhadores a permanecer no interior da casa de
bombas para se proteger do sol e da chuva, expondo-os a ruídos contínuos, que em alguns casos
extrapolam os limites definidos pela norma. Além disso, há também estações onde a sala do
operador existe, mas está diretamente ligada a casa de bombas sem que haja um isolamento
acústico adequado.
6.2 RUÍDO
Para definirmos ruído, serve como explicação o que muitos especialistas descrevem,
sendo grande parte dos sons são complexos, com diferentes ondas superpostas como a fala, a
música e os ruídos. Não existe diferença, em termos físicos, entre som e ruído.
RUSSO (1993) considera o termo ruído, para descrever um sinal acústico aperiódico,
originado da superposição de vários movimentos de vibração com diferentes frequências, as
quais não apresentam relação entre si.
LACERDA (1976) aponta que no ruído podem-se distinguir dois fatores principais. O
primeiro diz respeito à frequência, que consiste no número de vibrações por segundo emitidas
pela fonte sonora, medida em Hz, atribuindo aos ruídos a seguinte classificação: de baixa
frequência (graves) entre 20 a 300 Hz; frequências médias de 30 a 6.000 Hz; altas frequências
(agudas) os de 6.000 a 20.000 Hz. Os sons abaixo de 20 Hz são denominados de infrassons e
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acima de 20.000 Hz, de ultrassons. Os sons de alta frequência são mais nocivos à orelha humana
e os ruídos de baixa frequência, mesmo sendo suportáveis pela orelha, produzem efeitos
orgânicos mais acentuados. O segundo fator ligado ao ruído é a intensidade, medida em decibel
(dB), considerando que os ruídos inferiores a 40 dB são apenas desagradáveis, enquanto os
ruídos entre 40 - 90 dB são capazes de favorecer distúrbios nervosos, e, os superiores a 90 dB
agem de forma traumatizante na orelha.
De acordo com a Norma - ISO 2204/1973 (INTERNATIONAL STANDARD
ORGANIZATION), os ruídos podem ser classificados segundo a variação de seu nível de
intensidade com o tempo, como: contínuo, cujas variações de nível são desprezíveis
(aproximadamente 3 dB), apresentando maior duração durante o período de observação;
intermitente , que apresenta uma variação contínua de um valor aplicável (aproximadamente 3
dB) no período de observação e de impacto ou impulso, seus picos de energia acústica de
duração são inferiores a um segundo. FEIDMAN & GRIMES (1985), citados por RUSSO
(1993), caracterizam-no como um fenômeno acústico associado a explosões e é considerado
um dos ruídos mais nocivos à audição, com intensidades que variam de 100 dB - ruído de
impacto - e acima de 140 dB - ruído impulsivo. A exposição contínua a ruídos acima de 85 dBA
pode provocar perdas auditivas permanentes e, com aumento de apenas 5 dB, representa uma
redução do tempo de exposição ao ruído pela metade.
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De acordo com FERNADES (2002), os ruídos podem ser:
• Contínuos: são aqueles cuja variação de nível de intensidade sonora é muito pequena
em função do tempo. São ruídos característicos de bombas de líquidos, motores elétricos,engrenagens, etc. Exemplos: chuva, geladeiras, compressores, ventiladores.
Figura 2. Gráfico ruído continuo
• Impulsivos ou de impacto: apresentam altos níveis de intensidade sonora, num
intervalo de tempo muito pequeno. São os ruídos provenientes de explosões e impactos. São
ruídos característicos de rebitadeiras, impressoras automáticas, britadeiras, prensas.
Figura 3. Gráfico ruído de impacto
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pela exposição ao ruído excessivo (80 a 120 dB(A)). Em geral é bilateral, cumulativa e
manifesta-se depois de alguns anos de exposição.
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6.2.3 EFEITOS NO ORGANISMO
As doenças e mortes decorrentes das alterações do meio podem ser identificadas por
qualquer pessoa. A poluição sonora, mesmo em níveis exagerados, produz efeitos moderados eimediatos. Seus efeitos atuam no corpo lentamente e somente com o tempo percebem-se
alterações como a surdez que vem, às vezes, acompanhada de assustadores desequilíbrios
psíquicos e de doenças degenerativas.
PIMENTEL-SOUZA (1992) comenta que muitas pessoas perdidas no redemoinho das
grandes cidades não conseguem identificar o ruído como um dos principais agentes agressores
e, cada vez mais, vão ficando desorientadas por não saberem localizar a causa de tal mal.
DOWGHERTY & WELSH, citados por LACERDA (1976), nos EUA, estimavam que
“a contaminação da atmosfera urbana” pelo ruído se converteu em ameaça à saúde pública.
LACERDA (1976) acrescenta que graves prejuízos poderiam advir para a audição e a saúde em
geral de milhares de pessoas, em consequência da poluição acústica, causada pelos ruídos
excessivos dos grandes centros urbanos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ruído até 50 dB (A) pode
perturbar, mas é adaptável. A partir de 55 decibéis acústicos a poluição sonora provoca estresse,
causando dependência e gerando durável desconforto. Efetivamente, o estresse degrativo inicia-
se em torno de 65 dB (A) com o desequilíbrio bioquímico, elevando o risco de enfarte, derrame
cerebral, infecções, osteoporose e outros.
Em torno de 80 dB (A) o organismo já libera morfinas biológicas no corpo,
provocando prazer e completando o quadro de dependência. Por volta de 100 dB (A) pode
ocorrer perda imediata da audição.
PIMENTEL-SOUZA (1992) afirma que a ativação permanente do Sistema Nervoso
Simpático do morador da metrópole pode condicionar negativamente a sua atuação com as
agressões. Muitas pessoas procuram se livrar dessa reação, por tornar-se desagradável (por
exemplo, de uma palpitação), usando drogas (tranquilizantes ou cigarro), para bloqueá-la. O
corpo se vê diante de um conflito, sendo atacado sem saber o motivo e como se defender. É um
conflito gerador de ansiedade, pois o nível de ruído do ambiente urbano encontra-se quase
sempre acima dos limites do equilíbrio, conduzindo para o caminho de estresse crônico.
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O ruído estressante libera substâncias excitantes no cérebro, tornando os indivíduos
sem motivação própria, incapazes de suportar o silêncio. Também libera substâncias
anestesiantes, tipo ópio e heroína, provocando prazer, conduzindo ao uso de fortes drogas
psicotrópicas.
A dependência do ruído gera depressão nas pessoas na presença de ambientes
silenciosos, promovendo agitação e incapacidade para meditação e reflexões.
6.2.4 EFEITOS DOS RUÍDOS NO SONO
PIMENTEL-SOUZA (1992) refere que a percepção de SCHOPENHAVER previu há
mais de um século as provas científicas de hoje ao afirmar que “o barulho é a tortura do homemde pensamento”. A ciência tem desvendado nobres funções do sono, como: as psicológicas, as
intelectuais, as da memória, as do humor e as da aprendizagem. O sono parece ser o período
mais propício para consolidar os traços teóricos e geradores de criatividade. Segue ainda
observando que o ruído é um dos sincronizadores ou perturbadores mais importantes do ritmo
do sono. Distúrbios do ritmo do sono produzem sérios efeitos à saúde mental.
CIPOLLA - NETO (1989) e FISCHER et al. (1989), citados por PIMENTEL-SOUZA
(1992), verificaram em seus estudos que os operários de turnos noturnos geralmente possuem
um sono de má qualidade no período diurno, muitas vezes incontroláveis e responsáveis pelo
maior número de acidentes entre 3 a 5 horas da manhã.
CZEILER et al. (1981) consideram que o atraso contínuo do sono pelos horários de
trabalho e variações do ritmo das atividades sociais, facilitados pelo uso de luz elétrica e
atrações noturnas, podem levar à constante insônia.
Segundo as Associações Internacionais de Distúrbios do Sono (ASDA, 1990), cercade 5% das insônias são causadas por fatores externos ao organismo, principalmente pelo ruído,
10% são devidas a má higiene do sono, ou seja, comportamento inadequado para o sono,
sobretudo nas duas horas que o precedem, e 15% são resultantes de internalizações no cérebro
dos fatores perturbadores externos por meio de mecanismos de condicionamento apreendidos
de forma involuntária.
Num mundo moderno predominantemente visual, em que as informações variam em
90% do universo atual, atribui-se ao ruído uma importante contribuição indireta através do
estresse diurno e noturno. Além de gerar má higiene do sono, produz efeitos traiçoeiros que
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passam despercebidos pelos indivíduos por não terem efeitos imediatos e não deixarem pistas
visíveis; tornando o sono mais leve, causando danos fisiológicos, psicológicos e intelectuais.
O Centro de Estudos de Perturbações e de Energia (CERNE, 1979), na França,reconheceu que o ruído de baixos níveis permite adaptação. Mas, após vários anos, os déficits
no sono sob níveis de até 55 dB (A) internos são acumulativos, modificando a estrutura do sono
como se fossem de pessoas envelhecidas precocemente. Pessoas de 35 anos estudadas estavam
dormindo como se fossem de 55 - 60 anos, não expostas ao barulho. Conclui que dormir e
desempenhar mal não são necessariamente causados pela idade.
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7 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com base na metodologia proposta, resultados foram obtidos e despostos a seguir, primeiramente investigação da rotina de trabalho do operador mediante a o questionário. Com
isso foram encontradas tais respostas:
Tabela 1 – Questionário realizado com os operadores da estação elevatória.
Local Captação Captação Captação Captação
Operador 1 2 3 4
Idade 59 32 54 56
Tempo de função 5 3 6 4
Quantas horas de turno ? 12/36 12/36 12/36 12/36
Se encomada com o barulho? sim sim sim sim
Acha o seu serviço estressante? não sim não não
Usa equipamentos (EPI) ? sim sim sim sim
Quais? plug e abafador plug e abafador plug e abafador plug e abafador
Possui algum problema auditivo? não não não não
Problemas para dormir? não raramente raramente não
Escuta algum ruido permanente
fora do horario de serviço? não não não não
Dor de cabeça, enchaqueca? sim sim não sim
Já teve que passar por médico? checkup empresa checkup empresa checkup empresa checkup empresa
Quantas vezes? 1/2x 1/2x 1/2x 1/2x
Questionário
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Analisando os dados coletados, pode-se obter algumas informações além de propor
soluções para a situação encontrada, assim melhorando as condições de trabalho.
Porém, antes da abordagem de tais informações, serão feitas algumas observações dosdados obtidos.
1. Mesmo com o uso de EPI regularmente, o ruído incomoda;
2. Não há isolamento acústico na sala;
3. Em levantamento por perito especializado;
a. Dentro da sala 85 db;
b. Área dos CMBs 100 db.
4. Um conjunto estava desligado.
A partir dos dados obtidos pode-se inferir que a situação do trabalhador na estação
elevatória de água não é a ideal. Mesmo com a utilização do EPI (obrigatório) o ruído incomoda.
Com base nos dados obtidos durante 08 horas por dia, pode constar que na sala do operador o ruído
mesmo com intensidade alta (79 dB) não está acima do máximo permitido conforme literatura (85dB durante 08 horas de trabalho), porém como o turno de trabalho é de 12 horas/dia a intensidade
de ruído supera a máxima permitida.
Durante as vistorias realizadas nos conjuntos motobomba os operadores são sujeitos a
intensidade de 90 dB que é um nível intenso e prejudicial à saúde do trabalhador devido como
citado na revisão a variação do ruído com picos é a principal causa de problemas de audição.
Portanto, a partir destas informações e constatação da problemática são necessárias
adequações no espaço ocupacional da sala de bomba, uma melhoria com proteção acústica na sala
do operador, onde ele passa maior parte do tempo, é tido como a principal solução para o problema
de ruído e preservação da saúde do funcionário e fiscalização por parte da equipe de segurança de
trabalho da empresa na confirmação da utilização dos EPI´s por parte dos funcionários, além de
um projeto de isolamento dos conjuntos motobomba em relação a sala do operador, com isso
amortecendo o impacto do ruído para o ambiente ocupacional.
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8 CONCLUSÕES
Com base nos resultados obtidos pode-se notar que o agente físico ruído está mais que presente no ambiente ocupacional da casa de bombas na captação do Lipa. Com isso, existe um
risco a saúde do operador que convive neste meio. É visível a falta de atenção da equipe de
segurança do trabalho da empresa responsável pelo fato da não adequação do ambiente de
trabalho, com instalações precárias, e ausência de projeto ou perspectiva de melhora deste
ambiente como, por exemplo, no isolamento do conjunto moto bomba e melhoria acústica da
sala do operador. Além de não ocorrer a troca constante dos protetores ou abafadores
auriculares dos operadores.
Portanto, este trabalho apresenta a problemática do ruído que persiste e acontece em
diversas estações elevatórias e sistemas de captação de água do país, com ações permanentes
de avaliação da condição de trabalho dos operadores, é possível avaliar alternativas para
eliminação ou minimização dos riscos envolvendo esse tipo de trabalho, e propor medidas
permanentes para a manutenção de um ambiente de trabalho salubre.
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9 BIBLIOGRAFIA
ALBUQUERQUE, A. A. “Análises e Métodos de Otimização para Eficiência Energéticade Estações Elevatórias em Sistemas de Abastecimento de Água”. Tese de doutorado em
Recursos Naturais, Universidade Federal de Campina Grande. Paraíba, 2007. Edição. Revisada& Ampliada. São Paulo. Ed. Lovise Ltda. 1999. 263 p.
BARROS, Elisabet de Azevedo. Ruídos ocupacionais ou não, seus efeitos e suas leis. Rio deJaneiro, 1998. 63 f. Monografia (Especialização em Audiologia Clínica) – CEFAC, Rio deJaneiro.
FERNANDES, João Candido. “Apostila de acústica e ruídos”. Faculdade de Engenharia –
Unesp, Departamento de Engenharia Mecânica. Bauru, 2002.
FUHR, T.A. Reconhecimento avaliação dos riscos ambientais gerados nos processos dasoldagem de uma empresa de segmentos metal mecânico. 76p. Monografia.UniversidadeRegional do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro – UNIJUI, Ijuí, 2012.
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