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Família e SociedadeAutor: Cláudia Regina Benedetti
Tema 03
Os Impactos Sociais da Família comoColetividade Ameaçada
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Como citar este material:
BENEDETTI, Cláudia Regina. Família eSociedade: Os Impactos Sociais da Família comoColetividade Ameaçada. Caderno de Atividades.Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014.
Tema 03
Os Impactos Sociais da Família comoColetividade Ameaçada
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S e ç õ e s S e ç õ e s
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Os Impactos Sociais da Família comoColetividade Ameaçada
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Conteúdo
Nessa aula você estudará:• A família e sua relação com o público e o privado.
• A construção da intimidade na sociedade capitalista.
• O processo de individualização e a perda da coletividade.
• A formação de grupos representativos para resgatar a coletividade.
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Introdução ao Estudo da Disciplina
Caro(a) aluno(a).
Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Política Social, Família e
Juventude, dos autores Mione Apolinário Sales, Maurílio Castro de Matos e Maria Cristina
Leal, editora Cortez, 2010, Livro-Texto n. 267.
Roteiro de Estudo:
Cláudia Regina BenedettiFamília e Sociedade
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CONTEÚDOSEHABILIDADESHabilidades
Ao nal, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:
• Como era a vida privada da família antes da modernidade?
• Como a família moderna que se conhece hoje se formou?
• De que forma a intimidade passa a ser elemento integrante das relações familiares?
• Como os grupos representativos podem resgatar a coletividade?
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Os Impactos Sociais da Família como ColetividadeAmeaçada
Sempre se pensa que ao se resguardar no interior de casa se está seguro em um
espaço privado, livre da coletividade e das ameaças que esta pode trazer. A Família é
um espaço de proteção. Será? Será mesmo que o espaço da casa é realmente o espaço
privado? Ou melhor, essa sensação que se tem ocorreu sempre desta forma? Você veráneste tema, que ao contrário do que possa parecer a Família nem sempre foi o espaço
privado, pelo menos desta privacidade individual e burguesa que se conhece a partir do
século XVIII.
Se você pensar na vida privada das famílias dos séculos XIX, XVIII e aqueles que os
antecedem, a privacidade é algo raro e quase inimaginável para a maioria dos lares destes
períodos. Isso porque eram raras as casas em que havia divisão dos aposentos, quartos,
sala, banheiro, estes cômodos que hoje são comuns e garantem um pouco de “privacidade”
não existiam. Assim, a Família estava envolvida em todas as instâncias da individualidadedos sujeitos. Até mesmo a intimidade do banho ou das necessidades siológicas eram
compartilhadas com todo o grupo. Você é capaz de se imaginar em uma situação como
essa? Ter que “ir ao banheiro” diante de toda sua família?
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LEITURA OBRIGATÓRIALEITURA OBRIGATÓRIAHoje é difícil imaginar a pressão do grupo familiar sobre seus membros. Nãohavia como se isolar. Pais e lhos viviam todos os atos da vida cotidiana àsclaras. A toalete se fazia necessariamente sob as vistas dos próximos, quedesviariam o olhar quando a ocasião pudesse chocar o pudor (PROST; 1992).
Para dormir a situação não era diferente, o espaço e a cama eram compartilhados. Difícilimaginar? Pesquisas constatam que nas famílias pobres essa realidade ainda persiste,
as condições materiais limitam o advento da intimidade e da privacidade. Dessa forma, o
individualismo que muitos conhecem hoje era até algum tempo atrás e ainda o é hoje para
alguns grupos familiares, algo insustentável.
A ideia de ter o “seu” quarto, as “suas” coisas, de poder “trancar-se” em um espaço reservado
só para você é algo recente na sociedade. O máximo de “privacidade” que se conseguia
era escrever seus pensamentos e angústias nas páginas do Diário (para as famílias maisabastadas, é claro!). “Difícil ter um cantinho neste espaço saturado. Impossível esconder
algo aos familiares: a menor indisposição é imediatamente identicada, e qualquer tentativa
de isolar chama logo a atenção” (PROST, 1992), pode-se concluir que a privacidade e
a ideia de intimidade são concepções sociais recentes, ambas fundamentam a Famíliacontemporânea, ao contrário do que se possa pensar as Famílias nem sempre foram o
espaço da privacidade.
[...] a noção de intimidade não tem muito sentido. A sexualidade, tabu nasfamílias burguesas que dispunham de espaços privativos – o quarto do casal,o toucador ou pelo menos a alcova, parte privada de um aposento emcomum –, aqui não podia se manter em segredo. As moças não podiam carmenstruadas sem que os outros soubessem [...] a data das regras era inclusivemarcada no próprio calendário de serviço, pendurado na parede da cozinha(PROST, 1992).
A vida burguesa, incipiente no século XIX e predominante no século XX, imprime outraperspectiva ao modelo familiar. A propriedade privada adentra na estrutura familiar e naorganização do espaço domiciliar, os aposentos garantem ambientes separados na casa,assim como o indivíduo é “livre” na sociedade ele passa a ser “livre” em sua casa! Nada
mais justo do que garantir a ele a posse de sua própria vida, a liberdade de sua intimidade.
Em condições de modernidade, assim como em todos os cenários culturais, asatividades humanas permanecem situadas e contextualizadas. Mas o impactodas três grandes forças dinâmicas da modernidade — a separação de tempoe espaço, os mecanismos de desencaixe e a reexividade institucional —desengaja certas formas básicas de relações de conança dos atributos decontextos locais. Nenhum dos quatro principais focos de conança e segurançaontológica nos cenários pré-modernos tem uma importância comparável em
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circunstâncias de modernidade. As relações de parentesco, para a maioriada população, permanecem importantes, especialmente no interior da famílianuclear, mas já não são os veículos de laços sociais intensamente organizadosatravés do tempo-espaço (GUIDDENS, 1991).
Dessa forma, a Família que se conhece hoje é resultado de um processo relacionado à
modernização trazida pela industrialização e pela urbanização, ambas pautadas emprincípios burgueses e liberais de garantir aos sujeitos suas liberdades individuais, até
mesmo em um espaço guiado até então por uma prerrogativa essencialmente coletiva como
a Família, planejada para cuidar, prover e proteger seus membros. “Pois, na medida em que
as pessoas se tornavam urbanizadas, as antigas tradições e práticas, que elas haviam
trazido do campo ou da cidade pré-industrial, tornavam-se irrelevantes ou impraticáveis”
(HOBSBAWM, 2007). Como garantir as conversas familiares depois de 16 ou 18 horasdiárias de trabalho contínuo, no caso das famílias operárias? Como legitimar o direito àpropriedade privada sem transferi-lo a todas as instâncias imagináveis, internalizá-lo nas
práticas mais cotidianas, como ir ao banheiro, por exemplo?
Com a habitação moderna, como o uso moderno da água encanada e doaquecimento, cada membro da família pode se apropriar de um espaçopessoal. A generalização do lazer [...] a jornada de quarenta horas e as fériasremuneradas – proporciona o tempo para viver neste espaço conquistado.A vida propriamente familiar se concentra em momentos determinados – asrefeições, o domingo – e em locais denidos [...] A existência se divide emtrês partes distintas: a vida pública, essencialmente prossional, a vida privadafamiliar e a vida pessoal, ainda mais privada (PROST, 1992).
Dessa maneira, pode-se armar que a vida moderna “inaugura” a intimidade. O indivíduo é
um advento da modernidade urbana, assim como a vida privada e a Família contemporânea.
Em que resulta esta intimidade moderna, que se instaura no espaço familiar? Um dos
graves efeitos deste processo é a individualização cada vez maior dos sujeitos, esvaziando
os sentidos de comunidade e coletividade, minando os efeitos da participação social. Comovocê leu no capítulo 1 da Parte III de seu Livro-Texto, para se garantir tal participação é
necessário que haja autonomia das entidades populares, sendo assim, a partir do momento
em que se instaura uma sociedade cada vez mais individualista, as lutas sociais se dissolvem
e os espaços de atuação da sociedade civil diminuem, permitindo que o controle social do
Estado se sobreponha às vontades dos grupos que teoricamente ele representa.
E como espaçar desta armadilha? Uma das formas apontadas é a consolidação dos
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LEITURA OBRIGATÓRIAconselhos na esfera pública, estes dividiriam com o Estado e suas instituições o papel do
controle social. Tal descentralização garante a democratização nas tomadas de decisões e
constituem a coletividade dos grupos representados. Provavelmente, em efeito reverso, ofortalecimento de laços comunitários e identitários dos grupos representativos, seja capaz
de resgatar o espírito de coletividade e solidariedade que, em última (e primeira) instância,
deve-se encontrar na família.
LINKSIMPORTANTES
Quer saber mais sobre o assunto?Então:
Sites
Leia o artigo “Família e cuidado: uma leitura para além do óbvio”, de Maristela Stamm, Re-
gina Célia Tamaso Mioto. Disponível em: . Acesso em: 02 jan. 2014.
Leia o artigo “Conselhos de Saúde e Serviço Social: luta política e trabalho prossional”, da
autora do capítulo 1 da Parte III do Livro-Texto. Disponível em: . Acesso em: 02 jan. 2014.
Leia no Google Livros os trechos do livro “Família em processos contemporâneos: inova-
ções culturais na sociedade brasileira, de Ivete Ribeiro, Ana Clara Torres Ribeiro e Luiz
Fernando Dias Duarte. Disponível em:. Acesso em:02 jan. 2014.
http://eduemojs.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/5539http://eduemojs.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/5539http://www.assistentesocial.com.br/agora1/bravoesouza.dochttp://www.assistentesocial.com.br/agora1/bravoesouza.dochttp://books.google.com.br/books?id=_o8-Rn3Gm8wC&printsec=frontcover&dq=fam%C3%ADlia&hl=pt-BR&sa=X&ei=TMS2UNmUHbS00AG6z4C4CA&ved=0CEcQ6AEwBQ#v=onepage&q=fam%C3%ADlia&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=_o8-Rn3Gm8wC&printsec=frontcover&dq=fam%C3%ADlia&hl=pt-BR&sa=X&ei=TMS2UNmUHbS00AG6z4C4CA&ved=0CEcQ6AEwBQ#v=onepage&q=fam%C3%ADlia&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=_o8-Rn3Gm8wC&printsec=frontcover&dq=fam%C3%ADlia&hl=pt-BR&sa=X&ei=TMS2UNmUHbS00AG6z4C4CA&ved=0CEcQ6AEwBQ#v=onepage&q=fam%C3%ADlia&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=_o8-Rn3Gm8wC&printsec=frontcover&dq=fam%C3%ADlia&hl=pt-BR&sa=X&ei=TMS2UNmUHbS00AG6z4C4CA&ved=0CEcQ6AEwBQ#v=onepage&q=fam%C3%ADlia&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=_o8-Rn3Gm8wC&printsec=frontcover&dq=fam%C3%ADlia&hl=pt-BR&sa=X&ei=TMS2UNmUHbS00AG6z4C4CA&ved=0CEcQ6AEwBQ#v=onepage&q=fam%C3%ADlia&f=falsehttp://books.google.com.br/books?id=_o8-Rn3Gm8wC&printsec=frontcover&dq=fam%C3%ADlia&hl=pt-BR&sa=X&ei=TMS2UNmUHbS00AG6z4C4CA&ved=0CEcQ6AEwBQ#v=onepage&q=fam%C3%ADlia&f=falsehttp://www.assistentesocial.com.br/agora1/bravoesouza.dochttp://www.assistentesocial.com.br/agora1/bravoesouza.dochttp://eduemojs.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/5539http://eduemojs.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/5539
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LINKSIMPORTANTESVídeos
Veja o lme: Carlota Joaquina, de Carla Camurati. Perceba os hábitos do início do século
XIX e a relação da sociedade com a intimidade, tal qual a se conhece hoje. Disponível em:
. Acessoem: 4 jan. 2014.
AGORA ÉA SUAVEZ
Instruções:
Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluçõesdas questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarãovocê no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamenteos enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo deresolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Textoe fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.
Questão 1:
Reúna-se em grupo e elabore um texto co-
letivo discutindo a seguinte questão:
Quais os limites entre o público e o priva-do?
Para responder essa questão, lembre-se
de pensar no papel da família na deniçãodo que é público e do que é privado.
Questão 2:
Sobre a vida privada das famílias nos sécu-
los XVIII e XIX, pode-se dizer:
a) Que a privacidade era algo raro equase inimaginável para a maioria dos
lares destes períodos.
b) As casas possuíam divisão deaposentos, garantindo a privacidade.
http://www.youtube.com/playlist?list=PL9CBB5A6C86BEA452&feature=edit_okhttp://www.youtube.com/playlist?list=PL9CBB5A6C86BEA452&feature=edit_ok
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c) Os membros da família não tinhamcontato entre si, pois respeitava-se a
individualidade.
d) A intimidade era uma regra básicado convívio familiar, banhos e asseioaconteciam no espaço reservado dobanheiro, em todas as famílias.
e) O casal dormia em um aposentoseparado do restante da família paragarantir sua intimidade e preservar ascrianças de sua sexualidade.
Questão 3:
São características do surgimento de uma
privacidade moderna no âmbito familiar,exceto:
a) Como justicativa ao direito à
intimidade têm-se a generalização do
lazer individualizado.
b) Como o uso moderno da águaencanada e do aquecimento, cada
membro da família pode se apropriar deum espaço pessoal.
c) O fato de as pessoas compartilharemtodos os espaços da casa e suas relações
cotidianas.
d) A nova relação com o tempo permiteaproveitar novos espaços de intimidade,antes os trabalhadores não possuíam jornadas de trabalho reduzidas, agora
a jornada de quarenta horas e as férias
remuneradas são fundamentais para justicar esse novo direito à uma vida
privada.
e) A vida familiar pública se restringea momentos e espaços determinados:as refeições, a sala, a cozinha, festas
familiares.
Questão 4:
Segundo Guiddens, quais são as três for-
ças dinâmicas da modernidade?
a) A socialização incipiente, a predomi-nância da coletividade e a independênciado Estado.
b) A separação de tempo e espaço, osmecanismos de desencaixe e a reexivi-
dade institucional.
c) A proximidade de tempo e espaço, asformas de compartilhamento e a reexivi-
dade institucional.
d) A separação de tempo e espaço, a pre-dominância da coletividade e os mecanis-mos de encaixe ontológicos.
e) A socialização incipiente, os mecanis-mos de desencaixe e a predominância dacoletividade.
AGORA ÉA SUAVEZ
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AGORA ÉA SUAVEZQuestão 5:
Como efeito do processo de individualiza-ção, pode-se citar:
a) O fortalecimento cada vez maior dosentido de coletividade.
b) A consolidação das comunidadesfamiliares.
c) O fortalecimento da participação social.
d) A diminuição e quase inexistência da
participação social coletiva.
e) A consolidação da família como espaçode compartilhamento e participação
coletivos.
Questão 6:
“Ao contrário do que se possa pensar as
Famílias nem sempre foram o espaço daprivacidade”. Explique essa armação.
Questão 7:
Explique como a família moderna que se
conhece hoje se formou, quais elementos
são parte do contexto desta formação?
Questão 8:
A privacidade e a ideia de intimidade sãoconcepções sociais recentes, ambas fun-damentam a Família contemporânea. Ex-
plique de que forma a intimidade passa a
ser elemento integrante das relações fami-
liares a partir do século XIX e XX?
Questão 9:
As famílias, ao longo da história, sofre-
ram diversas mudanças em sua estrutura,encontram-se famílias com diversas rea-
lidades: de pais separados (divorciados),amasiados, mães e pais solteiros, homos-sexuais, avôs e avós que assumem a cria-
ção dos netos. Assim, novos padrões são
estabelecidos.
Essa nova realidade é consequência de
quais fatores? Explique sua resposta.
Questão 10:
A modernidade imprimiu sobre a famíliae, consequentemente, sobre as relações
sociais como um todo, a característica da
competitividade e o esvaziamento dos es-paços de coletividade e participação.
Nesse sentido, explique como os grupos
representativos podem ser uma das cha-ves para resgatar a coletividade.
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O capítulo que você viu corresponde às aulas 3 e 4 desta disciplina, isso porque foi
tratado aqui um assunto complexo e bastante caro à perspectiva da Família de hoje. O
processo de individualização que se concretizou no interior dos grupos familiares trouxe
à tona o distanciamento entre os membros da Família, a tal ponto de algumas famílias
congurarem-se como um agrupamento de indivíduos, sem sentimentos de coletividade ou
cooperação.
Quando essa realidade chega ao extremo, a interferência de agentes externos é sempre
solicitada, professores, psicólogos e – principalmente – assistentes sociais. Pode-se então
constatar a importância de entender este processo de individualização na sociedade, já
que muitos dos problemas sociais dele decorrente estão ligados à atuação do Assistente
Social. A “desagregação” familiar, o abandono, a violência doméstica e outros são em parte
resultado de uma Família cuja estrutura não contempla mais o coletivo.
Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar
sua ATPS e verifcar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!
FINALIZANDO
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BRUMER; Anita. Gênero, família e globalização. In: Sociologias , Porto Alegre, ano 11, n.21, jan./jun. 2009, p. 14-23.
CARVALHO, Inaiá Maria Moreira de; ALMEIDA, Paulo Henrique. Família e Proteção Social.
In: São Paulo em Perspectiva, 17 (2): 109-122, 2003.
GUIDDENS, Antony. As consequências da modernidade . São Paulo: Editora Unesp, 1991.
HOBSBAWM, Eric. A era do Capital: 1848 – 1875 . São Paulo: Paz e Terra, 2007.
LENHARD, Rudolf. Sociologia Educacional . São Paulo: Pioneira, 1985.
LÔBO, Paulo Luiz Netto. Do poder familiar. Disponível em: . Acesso em: 02 jan. 2014.
PERROT, Michele. Os Atores. In: História da vida Privada: da Revolução Francesa à Primei-ra Guerra. v. 4. São Paulo: Cia das Letras, 1991.
PROST, Antoine. Fronteiras e Espaços do Privado. In: História da vida Privada: da PrimeiraGuerra a nossos dias . v. 5. São Paulo: Cia das Letras, 1992.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdadeentre os homens . São Paulo: Martins Fontes, 1999.
THERBORN, Goran. Sexo e Poder: a família no mundo, 1900/2000. Tradução ElisabeteDória Bilac. São Paulo: Contexto, 2006.
WAGNER, A. e COLS. Compartilhar Tarefas? Papéis e Funções de Pai e Mãe na Família
Contemporânea. In: Psicologia: Teoria e Pesquisa. maio-ago. 2005, v. 21 n. 2, p. 181-186.
REFERÊNCIAS
http://www.http/http://www.http/
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GLOSSÁRIO
Pudor: sentimento de vergonha, timidez, mal-estar, causado por qualquer coisa capaz de
ferir a decência, a modéstia, a inocência.
Toucador: espécie de mesa ou cômoda encimada por um ou mais espelhos e que serve a
quem se penteia ou touca; penteadeira.
Alcova: aposento, adjacente a uma sala e de dimensões reduzidas, destinado a servir de
dormitório.
Incipiente: que inicia, que está no começo; inicial, iniciante, principiante.
Legitimar: reconhecer ou ser reconhecido como legítimo; tornar(-se) conforme com a lei;
legalizar.
GABARITO
Questão 1
Resposta: Para responder essa questão foi preciso considerar as diferenças entre o queé público, compartilhado com todos, exposto à coletividade, e o que é privado, restrito àintimidade e ao indivíduo. O espaço familiar, intensica a ideia de privacidade, os cômodosseparados e a preservação da intimidade o fazem como espaço privado por excelência.
Na chamada sociedade da informação, os limites passam a ser cada vez mais tênues, poisessa intimidade passa a ser compartilhada. No entanto, o princípio moderno da liberdadenão é afetado, ou melhor, ele se amplica, já que eu posso até publicar minha intimidade,mas a escolha é sempre individual.
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Não é tarefa fácil distinguir o público do privado, porém é preciso sempre considerar que,apesar de se confundirem, os princípios que os regem são sempre distintos.
Questão 2
Resposta: Alternativa A
Não havia privacidade ou intimidade como se conhecem hoje, eram raras as casas emque havia divisão dos aposentos, quartos, sala, banheiro, a Família estava envolvida emtodas as instâncias da individualidade dos sujeitos: desde a intimidade do banho até asnecessidades siológicas eram compartilhadas com todo o grupo.
Questão 3
Resposta: Alternativa C
Com a habitação moderna, como o uso moderno da água encanada e do aquecimento,cada membro da família pode se apropriar de um espaço pessoal e, portanto, privado. Nãohá mais o compartilhamento de espaços e relações cotidianas, este passa a restringir-se amomentos especícos.
Questão 4
Resposta: Alternativa B
Esses elementos provocam a dissociação dos elementos de coletividade, as pessoas nãose reúnem mais, preferem estar em tempo e espaço diferentes, solitárias, porém garantindosua liberdade individual, o grande pilar ideológico da modernidade.
Questão 5
Resposta: Alternativa D
A sociedade individualizada e individualista dissolve as lutas sociais e os espaços de atuaçãoda sociedade civil diminuem, permitindo que o controle social do Estado se sobreponha àsvontades dos grupos que teoricamente ele representa e enfraquecendo os sentidos decoletividade e comunidade.
Questão 6
Resposta: A privacidade e a ideia de intimidade são concepções sociais recentes, ambas
fundamentam a Família contemporânea, constituída pelo sistema capitalista e enraizado nomodo de vida burguês.
GABARITO
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GABARITO
Questão 7
Resposta: A vida burguesa, incipiente no século XIX e predominante no século XX, imprimeuma outra perspectiva ao modelo familiar. A propriedade privada adentra à estrutura familiar
e à organização do espaço domiciliar, os aposentos garantem ambientes separados na casa,
assim como o indivíduo é “livre” na sociedade ele passa a ser “livre” em sua casa. Formou-
se então uma concepção de individualidade, característica fundamental da modernidade.
Questão 8
Resposta: A instituição familiar possui um importante papel social naquilo que se relacionacom a estrutura socioeconômica, é a Família que, se não determina, pelo menos condiciona
o status social do sujeito que a ela pertence. O Capital Social, Econômico e Cultural éuma herança familiar, essa conguração inicial será responsável em grande parte pelas
relações sociais e aquisições materiais e simbólicas futuras. A condição inicial da família
em determinada classe social oferece um leque de possibilidades adequado à posição que
esta ocupa na sociedade como um todo.
Questão 9
Resposta: A Família contemporânea resulta de um processo relacionado à modernizaçãotrazida pela industrialização e pela urbanização, ambas pautadas em princípios burguesese liberais de garantir aos sujeitos suas liberdades individuais. O processo de urbanização
imprime uma nova organização familiar, algumas tradições são impraticáveis no contexto
urbano, além do fato de as novas necessidades construídas pelo ideário burguês, tornarem
tais práticas irrelevantes e pouco distintiva, principalmente a partir do século XX, momento
em que o consumo ganha impulso e proporções inimagináveis.
Questão 10
Resposta: A participação coletiva só pode ser garantida com o fortalecimento da autonomia,a partir do momento em que se instaura uma sociedade cada vez mais individualista, as
lutas sociais se dissolvem e os espaços de atuação da sociedade civil diminuem, permitindoque o controle social do Estado se sobreponha às vontades dos grupos que teoricamente
ele representa. A consolidação de conselhos representativos seria uma das maneiras degarantir a participação social coletiva e dividir com o Estado e suas instituições o papel do
controle social. Tal descentralização garante a democratização nas tomadas de decisões e
constituem a coletividade dos grupos representados. Provavelmente, em efeito reverso, ofortalecimento de laços comunitários e identitários dos grupos representativos, seja capaz
de resgatar o espírito de coletividade e solidariedade que, em última (e primeira) instância,deve-se encontrar na família.
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