2010
Faculdade de
Engenharia da
Universidade do Porto
[TRATAMENTO DE
EFLUENTES DA INDÚSTRIA
TÊXTIL POR ADSORÇÃO EM
MATERIAIS DE BAIXO
CUSTO]
Tratamento de efluentes da indústria têxtil por adsorção em materiais de baixo custo
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Resumo
Este relatório surge no âmbito de uma problemática crescente, a poluição das águas.
A questão fundamental está na necessidade absoluta de água pura, por parte da raça
humana. Mas com o aumento demográfico, aumenta também a dependência energética bem
como a obtenção de recursos, como por exemplo a roupa.
Neste estudo pretende-se encontrar uma forma de atenuar/solucionar o problema da
contaminação dos efluentes, por parte das indústrias têxteis, pois estas utilizam corantes que ao
serem enviados em solução para o ambiente, podem ser fonte de situações cancerígenas.
Para por termo a esta problemática, elaborou-se uma experiência utilizando casca de
ostra, recurso este escolhido por ser natural, evitando-se fontes poluidoras secundárias, e de
baixo custo, tornando o processo rentável. Nela observou-se a adsorção de um dos corantes
utilizados na indústria têxtil (Astrazon ® Golden Yellow GL-E micro 200%) devido ao facto de os
componentes do corante efectuarem ligações químicas com a quitina da casca da ostra.
Para concluir espera-se que este estudo possa contribuir para um futuro sustentável, de
modo a que as gerações futuras possam viver num planeta mais limpo e com mais qualidade.
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Abstract
This report is related to a growing issue: water pollution.
The main question focuses on the human need for pure water. But one of the
demographic growth’s demands is the increase of energetic dependence, as well as the resources
attainment enlarged necessity, such as clothing.
This study’s aim was to find a way to reduce/solve the effluent contamination caused by
the textile industry activity which uses dyes. Those dyes when released in solution to the
environment can be a huge source of cancer situations.
To end this problematic, we made an experiment with oyster shell. It was used since it
is a natural resource, avoiding secondary polluent sources, and a low-cost resource, making the
process profitable. In this experiment we studied the adsorption of a dye (Astrazon ® Golden
Yellow GL-E micro 200%) used in the textile industry, due to the fact that its components bond
chemically to the chytine from the oyster shell.
In conclusion, hopefully this study can contribute to a sustainable future, allowing the
next generations to live in a better, cleaner planet.
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Palavras Chave Ou Descritores
\
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Agradecimentos
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Índice
Resumo 1
Abstract 2
Palavras-chave ou Descritores 3
Agradecimentos 4
Lista de Tabelas 6
Lista de Imagens 7
Corpo do texto
1. Introdução 8
2. Teoria 9
3. Protocolo 13
3.1. Materiais Necessários 13
3.2. Procedimentos Experimentais 14
4. Resultados e Análise de Dados 14
4.1. Análise de Resultados 14
4.2. Discussão dos Resultados Experimentais 16
4.3. Comparação dos Resultados Experimentais com os Resultados Teóricos 16
4.3.1. Modelo de 2ª Ordem 16
4.3.2. Modelo de 1ª Ordem 18
Conclusão 21
Referências Bibliográficas 22
Apêndice(s) 23
Anexo(s) 24
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Lista de tabelas
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Lista de imagens
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1. Introdução
A água é indispensável para a existência de qualquer forma de vida, é o principal
constituinte de todos os organismos vivos sendo também uma substância essencial para
a realização das suas funções vitais. A utilização da água tem-se revelado fundamental
para a realização das actividades humanas, tais como domésticas, agrícolas e industriais.
A indústria utiliza a água para diversos processos tais como lavagens das
máquinas, refrigeração e geradores de vapor, pisos e tubos, incorporação directa nos
produtos ou as etapas da produção dos produtos e esgotos sanitários. No caos da
indústria têxtil a água é um dos elementos básicos no processo de tingimento das peças,
no qual a qualidade da água é alterada devido à adição de substâncias químicas
(corantes). Uma pequena parte destes últimos não se fixam às fibras dos tecidos
continuando por isso dissolvidos na água, e esta quando é lançada de forma
irresponsável para o ambiente constitui um agente poluidor designado efluente.
Corantes são então compostos de moléculas que possuem dos compostos
principais o grupo cromóforo, responsável pela cor, e o grupo funcional, que se liga às
fibras do tecido.
Os corantes têxteis são divididos em várias categorias:
Corantes básicos: são solúveis em água e dividem-se em diversas
classes químicas.
Corantes ácidos: muitos deles são sais de ácido sulfúrico.
Corantes directos: são solúveis em água e diferem dos corantes
anteriormente apresentados por terem uma grande afinidade por fibras
celulósicas. A maioria tem uma constituição à dos corantes ácidos, não
existindo por isso uma delimitação clara em relação aos dois tipos.
Mordentes: neste grupo incluem-se muitos corantes naturais e
também sintéticos. Este corante liga-se à fibra têxtil através de um
mordente, sendo que este pode ser orgânico ou inorgânico.
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Corantes ao enxofre: este corante contém enxofre na molécula.
Este tipo de corantes é insolúvel em água, mas solúvel numa solução de
sulfito de sódio ou hidrosulfito de sódio.
Corantes de cuba: não são solúveis em água. Os corantes de cuba
têm afinidade com a celulose, são absorvidos pela fibra e
subsequentemente oxidados em presença de ar em um pigmento insolúvel
no interior da fibra.
Corantes azóicos: são corantes obtidos no interior das fibras, no
momento da aplicação do tingimento.
Corantes dispersos: são corantes não-iónicos. Estes são insolúveis
em água.
Corantes reactivos: são compostos que contém um ou mais grupos
reactivos capazes de formarem ligações covalentes com um átomo de
oxigénio, nitrogénio ou enxofre, de substratos como fibras celulósicas,
fibras proteicas e poliamidas.
Alguns corantes podem ainda produzir substâncias indutoras de efeitos
cancerígenos. Como tal, o tratamento das águas provenientes da indústria têxtil é
fundamental.
O processo de tratamento de efluentes da indústria têxtil pode ser dividido em três
etapas: os tratamentos primário, secundário e terciário.
O tratamento primário visa remover as substâncias em suspensão de maiores
dimensões através de um sistema de grades, no qual essas substâncias ficam retidas , a
que se segue um processo de decantação num tanque de decantação, no qual se faz
reduzir a velocidade de circulação do efluente, de modo a que as substâncias em
suspensão de maiores dimensões se depositem no fundo do tanque para, posteriormente,
serem removidas.
No tratamento secundário, numa primeira etapa, as substâncias em suspensão
serão eliminadas através de um processo biológico desencadeado pela actividade de
bactérias aeróbias e que ocorre no tanque de lamas activadas. Estes microrganismos,
normalmente pertencentes à espécie Zoogloea ramigera, sintetizam um polissacarídeo
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ao qual se aglomeram outros microrganismos e matéria orgânica, formando assim
flocos de grandes dimensões caracterizados por uma forte actividade metabólica e
afinidade com sólidos em suspensão denominados lamas activadas. Para que este
processo possa ter um maior rendimento. De modo a conseguir que este processo seja
mais eficiente, reunem-se no tanque as condições óptimas de actividade das bactérias - o
efluente é fortemente agitado, de modo a que seja bem oxigenado e que o oxigénio
esteja uniformemente distribuído.
Após esta primeira etapa, o efluente passa para um tanque de aeração para que as
lamas activadas possam englobar mais matéria orgânica. Por fim, o efluente passa por
um tanque de decandatção, no qual decorre um processo semelhante ao do tratamento
primário, em que são removidas as lamas activadas. Eventuais poluentes que ainda se
encontrem na água poderão ser removidos por vários processos, nomeadamente por
adsorção.
O tratamento terciário consiste na desinfeção da água através da utilização de
cloro, ozono ou radiação ultravioletade modo a eliminar microrganismos patogénicos
que nela poderão existir.
A adsorção é um processo físico-químico no qual as partículas de substâncias
líquidas ou sólidas (adsorvatos) são transferidos para a superfície de uma substância
sólida (adsorvente). Esta transferência de partículas ocorre devido à diferença de
concentrações entre o adsorvato e o adsorvente para que seja atingido o equilíbrio de
concentrações entre o adsorvato e o adsorvente para que seja atingido o equilíbrio de
concentrações, embora os adsorvatos tenham uma concentração mais elevada que a
concentração do adsorvente. O processo da adsorção é tanto mais eficiente quanto maior
for a superfície do adsorvente, maior a concentração do adsorvato e menor a
temperatura, já que é um processo exotérmico. Os materiais adsorventes caracterizam-se
por uma estrutura porosa e pela capacidade de remover substâncias tóxicas provenientes
de efluentes. Estes podem ser também materiais naturais. Assim, temos como alguns
materiais adsorventes a esponja natural, o carvão activado, casca de amendoim, casca de
soja, casca de algodão, bagaço de cana e casca de ostra, que será a utilizada no nosso
trabalho.
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A casca de ostra é uma substância muito rica em carbonato de cálcio. Este
material já é utilizado em ração para aves, fabrico de cimentos, utilizado na indústria
farmacêutica, devido à sua quantidade de carbonato de cálcio, ajuda na agricultura,
produção de materiais compostos como na indústria química para a produção de cremes
hidratantes, entre outros.
Concluindo, com este trabalho pretendemos estudar a capacidade da casca de
ostra como um adsorvente de um determinado corante que iremos seleccionar e com
uma determinada concentração e até que ponto este adsorvente pode ser eficaz para
adsorver todo o corante da água.
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2. Teoria
Como já foi referido, neste trabalho iremos
estudar a capacidade que a casca de ostra tem de
adsorver corantes em efluentes têxteis.
A casca de ostra possui várias
características que nos levam a pensar se esta será
ou não um bom adsorvente. Como o facto de um
dos seus constituintes ser a quitina, um
polissacarídeo presente na parede celular dos fungos
e no exoesqueleto de alguns insectos.
A quitina, é um bom material adsorvente para a remoção de corantes oriundos
dos efluentes têxteis, uma vez que forma complexos estáveis com os iões metálicos,
permitindo assim que ocorra o processo de adsorção.
Outra propriedade que faz da casca de ostra um bom adsorvente, é a sua
rugosidade. Como se sabe quanto maior for a
rugosidade/porosidade de um material, maior será
a área de adsorção e por isso mais será adsorvido.
A importância de saber se a casca deste
animal pode ser utilizada como adsorvente de
efluentes nas indústrias têxteis deve-se a este
material ser obtido a um custo nulo, pois provém
de resíduos da restauração e não provocar danos
na natureza.
A ostra é um molusco com uma concha,
que pode ser encontrada em todos os mares do
mundo, menos em águas muito frias e/ou
poluídas. Nesta experiência, a casca de ostra
usada era proveniente de Florianópolis, uma ilha
no estado brasileiro de Santa Catarina.
Fig1. Estrutura da quitina
Fig2. Florianópolis
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A casca de ostra pode adsorver um grande rol de corantes, neste caso específico
ira ser testado o corante Astrazon® Golden Yellow GL-E micro 200%, que pertence ao
grupo de corantes Astrazon® Micro produzidos pela empresa Dystar Textirfarben.
Para podermos estudar se a casca de ostra é um bom adsorvente, tivemos de
efectuar uma experiência laboratorial. Ao longo da experiência foi necessário ter em
conta algumas fórmulas e teorias, como:
Determinação do volume de solução com corante a utilizar para obter a
solução utilizada no processo experimental:
Para que fosse possível preparar uma solução com corante com uma concentração
de 1mg/L foi necessário retirar uma volume de 50 mL da solução inicial e adicionar
água destilada ao balão volumétrico utilizado, de modo a perfazer o restante volume do
mesmo. Para tal utilizou-se a seguinte fórmula:
C1xV1=C2xV2
Determinação da cinética de adsorção:
A cinética de adsorção indica-nos a quantidade adsorvida em função do tempo e
é normalmente o resultado da soma de uma sequência de processos:
1. Difusão do soluto do seio da solução até à superfície do adsorvente (difusão externa)
2. Difusão do soluto no interior dos poros do adsorvente (difusão interna)
3. Adsorção do soluto nos centros activos do adsorvente.
Vamos considerar apenas os dois modelos mais simples para tentar descrever a
cinética global de adsorção, modelos de 1ª e de 2ª ordem.
Modelo cinético de primeira ordem:
)( qqkdt
dqe
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q: concentração de soluto na fase sólida,
qe: é o correspondente valor no equilíbrio (mg/gAC).
k: constante de velocidade de adsorção.
Após integração vem:
Representando a função anterior em função de t, deve-se obter uma recta com
declive k e ordenada na origem 0. No entanto, para se utilizar esta equação é necessário
conhecer previamente o valor da quantidade adsorvida no equilíbrio (qe), o que nem
sempre acontece. Pode ser preferível fazer um ajuste não linear da equação, obtendo-se
simultaneamente o valor de qe e k.
Modelo cinético de segunda ordem:
Após integração vem:
Linearizando a equação resulta:
Representando t/q em função de t, deve-se obter uma recta com declive 1/qe e ordenada
na origem 1/(kqe2).
De referir que o valor da concentração de soluto na fase sólida num determinado
instante pode ser obtida por:
ktq
q
e
)1ln(
ktqq e exp1
2)( qqkdt
dqe
tkq
tkqq
e
e
1
2
tqkqq
t
ee
11
m
ccvq o )(
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q: Concentração de soluto na fase sólida (mg/gAC)
Co: Concentração inicial de soluto na fase líquida (mg/L)
m: massa de carvão (gAC)
v: Volume de solução (L)
Isotérmicas de equilíbrio de adsorção:
Na presença da casca de ostra um determinado composto dissolvido em água distribui-
se entre o CO e a água até se atingir um equilíbrio entre as duas fases. Este equilíbrio é
caracterizado por isotérmicas de equilíbrio de adsorção. Como referido anteriormente,
os dois modelos matemáticos mais comuns para relacionar a concentração de equilíbrio
de um determinado composto na fase líquida com a quantidade adsorvida no CO são as
isotérmicas de Langmuir e de Freundlich.
O modelo de Langmuir é um modelo teórico que foi inicialmente desenvolvido
para a adsorção de gases, e é expresso por:
qe: Concentração de equilíbrio do soluto na fase sólida (mg/gAC)
ce: Concentração de equilíbrio do soluto na fase líquida (mg/L)
qm: capacidade máxima de adsorção (mg/gAC)
b: uma constante normalmente associada à intensidade de adsorção (L/mg)
Este modelo pode ser linearizado, obtendo-se:
Assim, se se representar Ce/qe em função de Ce deve-se obter uma recta com declive
1/qm e ordenada na origem 1/(qmb).
O modelo de Freundlich é um modelo empírico dado por:
K: constante associada à capacidade de adsorção ((mg/gAC)(L/mg)1/n)
e
eme
bc
bcqq
1
e
mme
e cqbqq
c 11
nee KCq
1
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1/n : constante associada à intensidade de adsorção
Este modelo pode ser linearizado, obtendo-se:
Assim, se se representar ln(qe) em função de ln(Ce) deve-se obter uma recta com
declive 1/n e ordenada na origem ln(K).
Estas equações são fundamentais para uma comparação final com o gráfico que
obteremos e para uma melhor analise da capacidade da ostra quanto adsorvente.
ee Cn
kq ln1
lnln
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3. Protocolo
3.1. Materiais necessários
Casca de ostra (previamente moída para a granulometria> 2,24 mm);
Balança analítica;
Seis Matrazes com tampa de 100 mL;
Um Balão volumétrico de 500 mL;
Água destilada;
Solução de corante com concentração de 1 mg/L (Astrazon Golden Yellow);
Uma pipeta volumétrica de 50 mL;
Agitador orbital;
Uma Pipeta de 10 mL;
Seis tubos de Falcon;
Espectrofotómetro de UV-Vis;
Vidro de relógio.
3.2. Procedimento experimental
1. Pesar, num vidro de relógio, 1 g de casca de ostra e colocar em cada um dos 6
matrazes;
2. Preparar uma solução de 1 mg/L de corante num balão volumétrico de 500 mL;
3. Com a ajuda de uma pipeta volumétrica de 50 mL, colocar em cada um dos
matrazes a solução previamente preparada;
4. Rolhar os matrazes e colocá-los no agitador orbital, seleccionando uma rotação que
mantenha as partículas em suspensão. Início da contagem do tempo de adsorção.
5. Retirar um matraz ao fim de 5 min., 10 min., 15 min., 30 min., 60 min.
6. Deixar decantar durante 10 min. e deitar cuidadosamente para um tubo de Falcon o
sobrenadante sem resíduo de ostra.
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7. Para cada ponto, medir a concentração de corante no espectrofotómetro de UV-
Visualização no comprimento de onda de 440 nm de acordo com o corante
“Astrazon Golden Yellow”.
4. Resultados e análise de dados
4.1 Análise dos Resultados Experimentais
Tabela 1. Dados experimentais
Matraz
Massa de ostra
(g)
t de adsorção
(s)
C de corante
(mg/L)
q
(mg/g) Abs.
1 0,0000 0 1,0000 0,0000 0,039
2 1,0050 300 0,6530 0,0173 0,027
3 1,0052 600 0,4932 0,0252 0,02
4 1,0042 900 0,3562 0,0321 0,014
5 1,0047 1800 0,2648 0,0366 0,01
6 1,0047 3600 0,2420 0,0377 0,009
A tabela 1. engloba quatro dos principais parâmetros dos dados experimentais da
experiência realizada para cada um dos seis matrazes: a massa de ostra utilizada, expressa em
gramas; o tempo de adsorção, expresso em segundos; a concentração do corante medida após a
agitação do matraz no agitador orbital, expressa em mg/L; e o parâmetro q, correspondente à
concentração do soluto na fase sólida, expresso, à semelhança da concentração do corante após
a agitação, em mg/L.
Através da tabela acima apresentada é então possível observar que, à medida que o
tempo t de adsorção aumenta, o parâmetro q também sofre um aumento, em oposição à
concentração c do corante na solução e à adsorvância, que diminuem ao longo do processo
experimental.
Com base nesta tabela, foram elaborados os gráficos 1 e 2, que apresentam a
concentração do corante e o parâmetro q em função do tempo, respectivamente.
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Gráfico 1. Concentração do corante na solução em função do tempo
Através da observação do gráfico, é possível concluir que a concentração do corante
sofreu uma diminuição no decorrer do processo experimental, tendo atingido um equilíbrio de
cerca de 0,2000 mg/L a, aproximadamente, 2000 segundos após o início da experiência.
Gráfico 2. Variação do q experimental em função do tempo
Verifica-se que o q experimental, a concentração de soluto na fase sólida, sofre um
aumento ao longo da experiência realizada e tende a atingir um valor de equilíbrio de
0,0375mg/g a, aproximadamente, 1800 segundos após o início do procedimento experimental.
4.2. Discussão dos Resultados Experimentais
Devido ao facto de o tempo de adsorção e a concentração de soluto na fase sólida
aumentarem no decorrer do processo experimental, é de concluir que existe entre estes dois
parâmetros uma relação de proporcionalidade directa, o que permite concluir que quanto maior
for o tempo de adsorção, maior será a concentração q de soluto na fase sólida.
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Por outro lado, verifica-se uma relação de proporcionalidade inversa entre o tempo de
adsorção e a concentração c de corante na solução, pelo que se pode afirmar que quanto maior
for o tempo de adsorção, menor será a concentração de corante na solução. À semelhança do
parâmetro c, é igualmente possível verificar que existe uma relação de proporcionalidade
inversa entre o tempo de adsorção e a adsorvância.
Através da comparação entre a variação da concentração do corante na solução e a
concentração de soluto na fase sólida, é de concluir que existe uma relação de proporcionalidade
inversa, pelo que à medida que a concentração de corante na solução diminui, a concentração de
soluto na fase sólida aumenta.
Pela comparação entre a variação da concentração do corante na solução e a
adsorvância é possível afirmar que entre estes dois parâmetros existe uma relação de
proporcionalidade directa, pelo que quanto menor for a concentração do corante na solução,
menor será a adsorvância. Uma relação contrária, de proporcionalidade inversa, estabelece-se
entre a adsorvância e a concentração de soluto na fase sólida, uma vez que, através da análise da
tabela 1. se conclui que, à medida que a adsorvância diminui, a concentração de soluto na fase
sólida aumenta.
4.3. Comparação dos resultados experimentais com teóricos
4.3.1. Modelo da segunda ordem
Tabela 2. Dados experimentais e teóricos
Matraz
Massa de ostra
(g)
t de adsorção
(s)
C de corante
(mg/L)
q
(mg/g) X=t Y=t/q q teórico
1 0,0000 0 1,0000 0,0000 0 0 0,0000
2 1,0050 300 0,6530 0,0173 300 17377,52 0,0228
3 1,0052 600 0,4932 0,0252 600 23801,1 0,0291
4 1,0042 900 0,3562 0,0321 900 28076,42 0,0320
5 1,0047 1800 0,2648 0,0366 1800 49196,41 0,0356
6 1,0047 3600 0,2420 0,0377 3600 95433,25 0,0377
A tabela 2. engloba para além dos dados anteriormente referidos os dados teóricos do
primeiro modelo. X é o tempo de adsorção, expresso em segundos; o q teórico correspondente à
concentração do soluto na fase sólida; e o Y é a relação do tempo em segundos pelo q teórico.
Contudo para utilizar o modelo cinético de segunda ordem é necessário linearizar-se a
equação deste, sendo assim obtêm-se o seguinte gráfico de onde é necessário saber o valor de k
e qe:
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Gráfico 3. Linearização do modelo cinético de 2ª ordem
Depois de descoberta a equação de linearização e os valores de k e qe é então possivel
aplicar o modelo cinetico de segunda ordem e assim obter os seguintes gráficos:
Gráfico 4. Gráfico do q teórico do modelo cinético de 2ª ordem e gráfico do q experimental
Pela observação do gráfico podemos ver que o q teórico aumenta desde os zero segundos
até aos 1800 segundos, aproximadamente, quando começa a estabilizar a 0,0375 mg/g.
Logo, pela descrição de resultados anteriormente feitos e pela observação dos gráficos
podemos ver que os valores do q teórico e do q experimental são sempre muito próximos,
chegando nos 0, 1000 e 3500 segundos a serem iguais aos valores de q a 0 mg/g, 0,0325 mg/g e
0,0375mg/g respectivamente.
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Assim, podemos dizer que os dois modelos (teórico e experimental) em determinados
momentos são semalhantes, contudo no geral não são coincidentes.
4.3.2. Modelo da primeira ordem
Tabela 3. Dados experimentais e teóricos
Matraz
Massa de ostra
(g)
t de adsorção
(s)
C de corante
(mg/L)
q
(mg/g) X=t Y=-ln(1-q/qe) q teórico
1 0,0000 0 1,0000 0,0000 0 0 0,0000
2 1,0050 300 0,6530 0,0173 300 0,563024153 0,0160
3 1,0052 600 0,4932 0,0252 600 0,990613532 0,0256
4 1,0042 900 0,3562 0,0321 900 1,60637123 0,0314
5 1,0047 1800 0,2648 0,0366 1800 2,435200975 0,0382
6 1,0047 3600 0,2420 0,0377 3600 2,82541233 0,0400
A tabela 3. volta a referir os dados experimentais anteriormente abordados, mas também
os dados teóricos relativos ao modelo cinético de primeira ordem, onde X é o tempo, expresso
em segundos; q teórico é correspondente à concentração do soluto na fase sólida; por último o
parâmetro Y é a multiplicação de k com o tempo em segundos.
Tal como no modelo cinético anterior também este necessita de ser linearizado, para
posteriormente se descobrir os valores de k e qe para se poder aplicar este modelo. Assim o
gráfico obtido foi:
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Gráfico 5. Linearização do modelo da primeira ordem
Depois de linearizada a equação e descobertos os valores pretendidos podemos passar a
elaborar o gráfico teórico do modelo cinético de primeira ordem e compará-lo com o gráfico e
os valores experimentais obtidos.
Temos então os seguintes gráficos como resultado:
Gráfico 6. Gráfico do q teórico do modelo cinético de 1ª ordem e gráfico do q experimental
Na observação destes dois gráficos podemos ver que o modelo teórico e os resultados
experimentais são bastantes semelhantes durante todo o tempo de duração da actividade
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experimental, excepto aos 2000 e aos 3500 segundos quando o q experimental é inferior ao q
teórico, sendo que o experimental é de aproximandamente 0,0370 mg/g em ambos os casos.
Com a observação concluimos também que o modelo teórico tende a sofrer equilibrio
apartir dos 2000 segundos quando o q é aproximandamente 0,0370mg/g.
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Conclusão
A diminuição quase total da concentração de corante na solução (de 1 mg/L para
0.2 mg/L) mostra a potencialidade da casca da ostra como adsorvente. O facto de ser um
material em abundância na natureza, as suas características físicas como a elevada
porosidade e químicas como a presença de quitina, são de facto as razões que levam à
casca de ostra ser um bom adsorvente. No entanto a casca de ostra demorou cerca meia
hora a atingir a sua capacidade máxima de adsorção, um tempo relativamente longo
para que possa ser utilizada nas indústrias têxteis no tratamento de efluentes, visto que
nas indústrias estão constantemente a ser gerados.
Tratamento de efluentes da indústria têxtil por adsorção em materiais de baixo custo
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Referências bibliográficas
Tratamento de efluentes da indústria têxtil por adsorção em materiais de baixo custo
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