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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 3
LÍVIA CRISTINA SANTANA MONTEIRO
O COORDENADOR COMUNITARIO COMO ATOR IMPORTANTE NA IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO NO MUNICIPIO DE
CARAVELAS/BA
Salvador 2015
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LÍVIA CRISTINA SANTANA MONTEIRO
O COORDENADOR COMUNITARIO COMO ATOR IMPORTANTE NA IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO NO MUNICIPIO DE
CARAVELAS/BA
Projeto Vivencial apresentado ao Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica. Orientador: Prof. Melissa Fabiane Barreto de Souza.
Salvador 2015
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LÍVIA CRISTINA SANTANA MONTEIRO
O COORDENADOR COMUNITARIO COMO ATOR IMPORTANTE NA
IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO NO MUNICIPIO DE CARAVELAS/BA
Projeto Vivencial apresentado como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica pelo Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia.
Aprovado em 2015.
Banca Examinadora
Primeiro Avaliador.____________________________________________________ Segundo Avaliador. ___________________________________________________ Terceiro Avaliador. ____________________________________________________
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Aos meus amigos, familiares pelos ensinamentos e presença constante em minha
vida.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Professora Melissa Fabiane Barreto de Sousa pela orientação, sempre muito atencioso e competente.
À Faculdade de Educação da UFBA e ao Programa Escola de Gestores por
contribuírem para minha formação.
À Secretaria Municipal de Educação de Caravelas, pelo apoio.
A todos os colegas do Polo de Teixeira de Freitas, em especial a tutora Suely pela
parceria. Também às colegas de trabalho da secretaria municipal de Educação, pela
contribuição diária.
E finalmente, às pessoas que fazem a minha luta diária valer a pena, que aprendeu
a conviver com a ausência de uma mãe-estudante-professora. Luiza, Liz e Luiz
Carlos filhos, meu tempo agora é prioritariamente de vocês!
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MONTEIRO, Lívia Cristina Santana, O COORDENAÇÃO COMUNITARIO COMO ATOR IMPORTANTE NA IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO NO MUNICIPIO DE CARAVELAS/BA, 2015. Projeto Vivencial (Especialização) –
Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2015.
RESUMO
Este trabalho de conclusão de curso é o resultado de analise e possível
caminho para viabilizar a implementação do projeto vivencial com abordagem no
Programa mais Educação em 17 escolas no município de Caravelas Tem como
objetivo principal promover a atuação do coordenador comunitário na prática
pedagógica do programa, onde os alunos têm a oportunidade de ficar mais tempo na
escola desenvolvendo atividades pedagógicas para beneficiar a aprendizagem
dentro de uma perspectiva histórica - critica. O papel do coordenador comunitário é
coordenar, planejar e avaliar as atividades de acordo com a realidade de cada
escola promovendo assim a efetivação não somente do tempo integral do estudante
na escola mais propiciar de forma democrática a educação integral.
Palavras-chave: Programa Mais Educação. Coordenador comunitário. Educação integral. Tempo integral.
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AC Atividade Complementar
CECOP Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica
CP Coordenador Pedagógico
IAT
IDEB
Instituto Anísio Teixeira
Índice de desenvolvimento da Educação Básica
FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação
UFBA Universidade Federal da Bahia
PME Plano Municipal de Educação
SEMED Secretaria Municipal de Educação
TCC/PV Trabalho de Conclusão de Curso / Projeto Vivencial
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LISTA DE TABELA
Tabela 1: Quadro de escolas do Programa mais Educação
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SUMÁRIO INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO 1PERCURSOS DA MEMÓRIA: MINHAS EXPERIÊNCIAS E VIVÊNCIAS 11 CAPÍTULO 2REVISÃO DE LITERATURA 15 2.1 UMA ABORDAGEM SOBRE EDUCAÇÃO INTEGRAL 15
2.2 - UMA COISA PUXA A OUTRA: ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL 17 2.3 O PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO 19 CAPÍTULO 3PROPOSTA DE INTERVENÇÃO 21 3.1 CARACTERIZAÇÕES DA INSTITUIÇÃO 21 3.2 CONTEXTUALIZAÇÕES DO PROBLEMA 25 3.3 OBJETIVOS: GERAL E ESPECIFICOS 26 3.4 METODOLOGIAS A SER UTILIZADA 26 3.5 CRONOGRAMA 27 3.6 RESULTADOS ESPERADOS 30 CAPÍTULO 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 31 REFERÊNCIAS 33
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INTRODUÇÃO
O Programa mais Educação passou a existir a partir de uma portaria
interministerial numero 17/2007 e implantada em Caravelas desde 2010 faz parte do
plano de desenvolvimento de educação este traz uma perspectiva de educação
integral e uma estratégia do governo federal para manter as crianças mais tempo na
escola realizando atividades educativas. Existem critérios de escolha para que os
municípios participem do programa e um deles e o resultado do IDEB quanto mais a
avaliação da educação no município for insatisfatória mais chance ele tem de ter o
programa.
Sendo assim o programa existe para melhorar a qualidade de educação, o
que acabará não acontecendo se este não for levado a sério e de fato efetivado. O
município de caravelas recebeu o programa em 2010 desde então percebe se que o
programa tem deixado a desejar por haver falhas em sua implementação. Uma
delas e a falta do coordenador comunitário, responsável por organizar o programa
nas escolas. A autonomia pedagógica se faz necessária para melhor reflexão quanto
ao fazer didático
“A descentralização pedagógica tem como objetivo principal trazer para o espaço da escola a reflexão sobre o ensino e a busca de alternativas para superar o fracasso escolar, situação crônica nas redes de ensino público do País. Nessa perspectiva, a descentralização pedagógica concorrerá para a autonomia escolar à medida que a escola for capaz de formular propostas específicas a partir do conhecimento da situação local.” COSTA, 1997, p.46
Além de autônomo o coordenador comunitário deve ser visto como ator
importante na implementação do Programa mais Educação no município, imbuído
do objetivo primordial que é promover a atuação comunitária na prática pedagógica
dos monitores que atuam nas diversas atividades com os educandos.
Este TCC/PV enfatiza como o coordenador comunitário pode contribuir para a
implementação do Programa mais Educação na sua escola de atuação, sugere
como metodologia um projeto de intervenção com possíveis ações pertinentes para
que este profissional além de passar a existir na escola consiga de fato implementar
o programa nas escolas com eficiência, visto a necessidade de cada realidade.
Para tanto foi necessário discorrer sobre a caracterização e contextualização
da realidade do município de Caravelas.
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O projeto de intervenção será apresentado ao gestor local com possível
solução dos problemas do programa e com isso melhorar educação e
consequentemente o resultado do índice da educação básica.
O presente TCC/PV trata de um trabalho de conclusão de curso. Compõe se
de: introdução: abordando a justificativa bem como os objetivos do trabalho; Revisão
da literatura; Memorial e Projeto de Intervenção. O intuito do projeto de intervenção
é de sanar, ou pelo menos amenizar o problema identificado ,no caso, o problema
identificado é a falta do coordenador comunitário nas escolas com o programa..
A idéia de falar sobre este assunto surgiu a partir da observação do manual
operacional do programa, e da dificuldade na dinâmica do trabalho nas escolas, daí,
a constatação de que apesar do Programa mais Educação ter em sua composição a
necessidade de um coordenador comunitário para coordenar, planejar e avaliar as
ações necessárias. Este profissional por fatores ainda não estudado não existem no
município o que acaba fazendo o programa não funcionar como deveria funcionar e
o nível de aprendizagem dos alunos continuam baixo de acordo o resultado do
IDEB.
O TCC/PV Tem como objetivo primordial promover a atuação do coordenador
comunitário na prática pedagógica do Programa mais Educação em Caravelas /BA.
Além disso, o projeto de intervenção propõe construir um elo de trabalho entre a
SEMED, coordenador comunitário e monitor do Programa através da reflexão sobre
a prática habitualmente adotada pelo município em relação ao Programa mais
Educação nas 17 escolas.
Dessa forma oportunizar o desenvolvimento de metodologias diferenciadas
para que o Programa mais Educação seja efetivado em Caravelas/BA com a
implementação das ações contempladas no projeto de intervenção.
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1PERCURSOS DA MEMÓRIA: MINHAS EXPERIÊNCIAS E VIVÊNCIAS
Nesse Memorial trago alguns relatos das minhas vivências e experiências
escolares e profissionais, aspectos que estavam presentes e que influenciaram
diretamente no âmbito educacional ao qual estavam inseridas, também reflexões
pertinentes que configuraram nos meus caminhos de docente e de Coordenadora
Pedagógica. Em especial na Coordenação Pedagógica do Programa Mais
Educação.
1.1 TRAJETÓRIA ESCOLAR
Realizei 90% da minha vida escolar em escola pública no município de Santa
Maria da Vitoria-BA, e praticamente no final 1997, quando terminei o ensino médio
se configura em um período decisivo para a minha formação tanto intelectual quanto
pessoal. Nesse momento o mundo também passava por diversas transformações
que refletiria de forma terminante na minha trajetória enquanto sujeito. No âmbito
nacional, a educação dos anos 90 tinha como propósito a reformulação de seus
currículos, “em 1992, o senador Darcy Ribeiro apresentava um novo Projeto de Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que acabou aprovado em dezembro
de 1996.” (PAIM, 2007, p.112).
Nesse período de tantos conflitos fui aprovada no concurso publico para
professora na educação infantil na rede municipal de Santa Maria da Vitoria
localizada no oeste da Bahia, onde percebi que a falta de orientação de um
coordenador pedagógico para o professor fazia diferenças nos baixos índices uma
vez que não tinha experiência como docente e os métodos usados no período em
que estudava era tradicional aonde praticamente todo o conhecimento chegava
através dos livros didáticos (até a 4ª série) e baseava-se repetição e na
memorização de “exercícios”, nada motivadores, tinham o propósito de levar o aluno
a memorizar melhor e repetir lições para o professor, pois segundo Circe Bittencourt
(2007, p. 45), “Ensinar significava reproduzir conhecimento, e a didática tinha como
função criar instrumentos eficientes para esse conhecimento fosse transmitido de
maneira mais fácil para o aluno”. E a presença do coordenador nesse período em
que me formei não existia na escola.
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No final do ano 1999 e início uma nova etapa na minha carreia profissional
onde mudo para o município de Caravelas e começo trabalhar como diretora da
Creche Casulo Sossego da Mamãe, onde se configura realidade totalmente
diferente uma vez que se fala de educação integral ficando a proposta e horário
diferenciado para essa modalidade de ensino e mais um desfio para mim no período
de um ano, pois no decorrer de três anos do curso de magistério as disciplinas mais
frequentes eram as metodologias. Nelas eram apresentadas as brincadeiras, as
músicas, os painéis e os cartazes que deveriam ser expostos na sala, também como
elaborar planos de aula e as diversas técnicas para uma postura de boa professora.
Para Selma Pimenta (2004, p. 33), “O estágio sempre foi identificado” como a parte
prática dos cursos de formação de profissionais, nesse período foi muito gratificante,
pois me identifiquei com a proposta de educação integral e a confirmação de que
uma equipe bem montada na escola faz a diferença na qualidade da educação que
um coordenador presente e fundamental para essa proposta.
Pensando na qualidade da educação e no profissional de qualidade e na
importância do um coordenador pedagógico na escola percebi a necessidade de
uma nova formação na educação onde iniciei a faculdade de pedagogia e concluir
em 2010.
1.2 EXPERIÊNCIAS DE DOCÊNCIA
Logo após a conclusão da pedagogia, fui convidada para trabalhar como
coordenadora municipal de Alimentação Escolar na secretaria municipal de
educação no período de 2010 a 2013 sendo um trabalho muito interessante e cheio
de desafios, pois o município de caravelas tem 33 escolas e 5300 alunos, logo após
o primeiro trimestre de 2013 fui aprovada para professora no concurso público em
Caravelas e convidada a trabalhar como coordenadora no Programa Mais Educação
na rede municipal de Caravelas onde estou ate hoje.
Isso exigia uma carga maior de dedicação, pois tinha consciência que era um
trabalho de formiguinha trabalhar com tantas possibilidades de materiais lúdicos e
com professores tradicionais com restrições ao novo com isso fui utilizando algumas
experiências das formações anteriores, trabalhei com inúmeras estratégias
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1.3 CAMINHOS: FORMAÇÃO DOCENTE NA EDUCAÇÃO
No início de 2013, ingressei para a Coordenação Pedagógica do Programa
Mais Educação das 17 escolas da rede onde o trabalho exercido não se tratava
meramente do pedagógico, no cargo ao qual me encontrava, recebia essa
nomenclatura, mas abrangia toda a função administrativa, burocrática e pedagógica
com um constante acompanhamento de supervisores técnicos. No entanto, a parte
pedagógica era, naquele contexto, a que mais me atraia, por se tratar do momento
de rever, de pensar as ações educativas.
A implementação da Educação integral no sistema Formal de Ensino
Brasileiro expressou-se por meio da promulgação de Legislação especifica. A
Educação integral está presente na legislação educacional brasileira e pode será
prendida em nossa Constituição Federal, nos artigos 205, 206 e 227; no Estatuto da
Criança e do Adolescente (Lei nº 9089/1990); na Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº
9394/1996), nos artigos 34 e 87; no Plano Nacional de educação (Lei 10.179/01) e
no Fundo Nacional de manutenção e desenvolvimento do Ensino Básico e de
Valorização do Magistério (lei nº 11.494/2007). Além do Decreto nº7.083 de 27 de
janeiro de 2010.
[...] reflexão acerca dos conteúdos; dos conceitos; do cotidiano na sala de aula; da contribuição que cada aluno poderá oferecer, [...] das dificuldades de cada um dos envolvidos no processo; [...] enfim, significa[va] uma visão global de todos os agentes que interferem e influenciam no processo de construção do conhecimento [...] (NODA, 2005, p. 144).
O trabalho realizado com os professores ao qual dava “suporte” estava
pautado na linha de pensamento de teóricos contemporâneos como Ana Teberosky
(1985), Emília Ferreiro (1985), Regina Scarpa (2010), Lev Vygotsky(1896- 1934),
Henri Wallon (1879-1962), dentre outros. Seguindo seus estudos, eram
desenvolvidos Projetos temáticos e interdisciplinares, Seqüências didáticas de
atividades, elaboração de Planos de Ação, construção de Planos de Ensino
Semestrais baseadas das Diretrizes Curriculares de Educação. Tudo isso levando
em consideração o “[...] processo pedagógico em que ocorre a interação dialética no
qual professor e alunos descobrem, em conjunto, a vocação ontológica do homem
[...] de se assumirem enquanto sujeitos do processo histórico [...]” (FREIRE, 2000, p.
131).
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Uma das maiores dificuldades encontradas nesse momento, foram às
inúmeras funções delegadas ao Coordenador Pedagógico e a unidade não ter esse
profissional. É interessante mencionar também que, a maioria dos professores vê o
acompanhamento como uma “fiscalização” e não como um momento que poderá ser
transformado em instrumento de ajudas para eles. As formações ainda são vistas
como espaço de informes e não como momentos preciosos para rever sua prática.
Acredito que tudo isso é muito presente nas instituições de ensino, pois existem
ainda muitas resistências para as mudanças e é muito cômodo para o profissional
ficar na sua “zona de conforto”, porém, não podemos perder de vista que uma das
atribuições do Coordenador Pedagógica é justamente tentar tirar esse sujeito desse
lugar, oferecendo-lhes apoio para que este se “equilibre” novamente, num
incessante movimento de equilíbrio-desequilíbrio-equilíbrio.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 UMA ABORDAGEM SOBRE EDUCAÇÃO INTEGRAL
A abordagem histórica, política e social da Educação Integral no Brasil tem
seu aporte no movimento Escola Nova, influenciado pelo pensamento do filosofo
norte-americano Jonh Dewey, que defendia princípios da democracia e da liberdade
compreendendo a escola como uma “sociedade em miniatura”. Representado pelo
educador baiano Anísio Teixeira, o pensamento de Dewey, contribuiu para
construção do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova no Brasil.
Para os pioneiros da Escola Nova, a Educação Integral, para além de uma
concepção de educação representava um direito de todos. Nesse sentido,
considerando seu significado, vale ressaltar, que o tema não surge no contexto da
então sociedade moderna, é um tema antigo e seu conceito pode ser encontrado,
ainda, na antiguidade com Aristóteles. Segundo Gadotti (2009, p:45) a Educação
Integral, era a educação que desabrochava todas as potencialidades humanas. O
ser humano é um ser de múltiplas dimensões que se desenvolvem ao longo de toda
vida.
Pensar em educação integral de tempo integral nos reporta à ideia de um
redimensionamento de tempos e espaços educativos. É consenso entre os
educadores o reconhecimento de que as horas dedicadas à educação escolar são
insuficientes e que se trata de um tempo corrompido por diversas situações: baixa
assiduidade falta de rigor no início e término das atividades, intervalos que se
prolongam e tantos outros motivos que se utilizam para liberar mais cedo ou
suspensão de aulas por qualquer motivo ou razão. A ampliação de tempos sugere
que se pense esse tempo com mais qualidade e satisfação para educandos e
educadores. Em geral, nega-se a possibilidade o redimensionamento desse tempo
em função das estruturas físicas das unidades escolares, que em sua maioria, não
oportunizam espaços e condições adequados, tais como banheiros, quadras,
cozinhas e refeitórios; para desenvolvimento de atividades. Nesse contexto, não é
possível, sequer, avançar a discussão sobre ampliação de tempos e espaços, muito
menos, como qualificar essa educação. Porém, mais uma vez, vale ressaltar o
pensamento de Anísio Teixeira com relação à educação integral.
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Precisamos restituir-lhe o dia integral, enriquecer-lhe o programa com atividades práticas, dar-lhe amplas oportunidades de formação de hábitos de vida real, organizando a escola como miniatura da comunidade, com toda a gama de suas atividades de trabalho, de estudo, de recreação e de arte. (TEIXEIRA, 1962, p.21)
A Educação Integral de Tempo Integral visa assegurar a proteção social e o
direito de aprender em íntima relação com as áreas de esportes, cultura, arte,
acompanhamento pedagógico, tecnologia digital, direitos humanos, comunicação,
meio ambiente e saúde; a partir do diálogo com o projeto político pedagógico e a
proposta curricular da escola, desenvolvendo a articulação e posteriormente o
processo de incorporação da educação integral. Nessa direção regata-se a
concepção de educação de Anísio Teixeira ao defender o processo de
descentralização da educação como princípio básico para política educacional mais
articulada com o contexto local/regional do território brasileiro, a partir da articulação
dos sistemas de educação municipal, estadual e federal.
A grande reforma da educação é, assim, uma reforma política, permanentemente descentralizante, pela qual se criem nos municípios os órgãos próprios para gerir os fundos municipais de educação e os seus modestos, mas vigorosos, no sentido de implantação local, sistemas educacionais. (TEIXEIRA, 1962, p. 23)
A grande reforma educacional proposta por Anísio exige repensar desde o
conteúdo escolar até o currículo escolar, tudo isso só terá significado se houver a
conversa aberta entre as partes interessadas, a comunidade escolar precisar rever
alguns conceitos como a valorização dos conhecimentos prévios, dos valores
vivenciados pelos alunos, porém percebe-se ainda o grande desafio mesmo na
escola de tempo regular. Gonçalves (2006, p: 03)
O conceito mais tradicional encontrado para a definição de educação integral é aquele que considera o sujeito em sua condição multidimensional, não apenas na sua dimensão cognitiva, como também na compreensão de um sujeito que é sujeito corpóreo, tem afetos e está inserido num contexto de relações. Isso vale dizer a compreensão de um sujeito que deve ser considerado em sua dimensão biopsicossocial.
As demandas atuais avançam no debate da descentralização e articulação
dos sistemas de ensino, para a gradativa autonomia das instituições escolares, que
por sua vez, amplia seu campo e suas ações educativas através de parcerias com a
família e a comunidade. Nessa perspectiva a escola se transforma à medida que se
perceba protagonista da função educadora.
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Reconhecer a escola como espaço central na promoção da educação e
compreendendo-a enquanto mediadora dos diversos saberes presentes na
comunidade. Neste sentido, se traduz,as necessidades, desejos, sonhos em função
também, dos direitos de um coletivo social. (Nunes 2009, pag. 129):
As propostas de Anísio Teixeira sempre tiveram a generosidade de uma visão de conjunto. A sua política nunca foi para uma escola, mas para o sistema de ensino, mesmo que os custos assustassem as autoridades e os grupos políticos co os quais se aliava mesmo que exigisse um recrutamento antes impensável de profissionais e sua preparação. É que, em sua concepção, cabe ao Estado tornar viável o que é necessário. As necessidades da população em termos de escolarização sempre estão em
primeiro plano da apresentação das suas propostas.
Portanto, este é um debate que só está começando, mas que vem se
afirmando como ação estratégica, para garantia da permanência e efetividade da
aprendizagem escolar de crianças, adolescentes e jovens que, seguramente,
precisam de mais tempos, espaços e oportunidades educativas.
No contexto toda Educação Básica, percebe-se que nos últimos anos muitas
foram às estratégias simplesmente todas com objetivo de repensar o cotidiano da
escola pública na perspectiva da promoção da melhoria da qualidade de ensino e da
garantia de direitos sociais que se concretizam com a garantia do direito de aprender
de todas as crianças, adolescentes e jovens deste país.
A educação integral no ponto do ponto de vista aqui abordado exige pensar
muito além do que de fato tem sido o conceito e a prática de educação integral no
contexto escolar. Este ainda se confunde com a escola de tempo integral e muitas
são as angustias por se tratar de uma educação que faz parte dos sonhos de muitos
educadores e educandos e a busca pelo seu aperfeiçoamento tem sido a luta de
muitos educadores.
2.2- UMA COISA PUXA A OUTRA: ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL
Quando se fala de escola de tempo integral é importante considerar sobre o
tempo, este será ampliado e o espaço este segundo é o lugar necessário para
cumprir a ampliação da jornada escolar.
[...] esses lugares e tempos são determinados e determinam uns ou outros modos de ensino e aprendizagem. [...] Em síntese, o espaço e o
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tempo escolares não só conformam o clima e a cultura das instituições educativas, mas também educam (VIÑAO-FRAGO, p. 99, trad. dos autores, apud Pessanha; Daniel e Menegazzo,: 2004, p. 65).
De acordo a autor acima a forma de distribuição do tempo e a maneira da
organização do espaço falam por si o tipo de ensino e aprendizagem que se
pretende priorizar. Neste tempo e neste espaço serão desenvolvidas tarefas
educativas quer sejam elas dentro da estrutura escolar ou dentro de outros espaços
educativos o mais importante é a concepção de educação integral intrínseca neste
espaço e neste tempo. Para Vasconcelos (2006 p: 05)
Em termos de uma política pública de educação, a concepção de educação integral também incorpora a idéia de uma oferta maior de oportunidades complementares de formação e enriquecimento curricular, como direito de aprendizagem das novas gerações, independentemente da lógica perversa de mercado que determina que o acesso se define por quem pode pagar mais.
Neste sentido oferecer ao educando maior tempo na escola é sinônimo de
mais aprendizagem e maior experiência escolar enriquecimento no currículo, ou
seja, preparar mais eficientemente o cidadão ao mesmo tempo garantir o tempo em
espaço educativo evitando o tempo saliente da criança. (apud ALMEIDA, 2005, p.
151) ressaltam:
Ao possibilitar às classes subalternas a apropriação do saber sistemático, revelando-lhes, por essa mediação, as relações de poder em que se estrutura a sociedade, a educação lhes permite também a compreensão do processo social global, uma vez que este saber está genética e contraditoriamente vinculado à situação social, por mais que, ideologicamente, se tente camuflar esta vinculação. O saber acaba levando ao questionamento das relações sociais, mediante um processo de conscientização do real significado dessas relações enquanto relações de poder, revelando inclusive a condição de contraditoriedade que as permeia.
A escola que ainda luta por uma educação de qualidade, após garantir o
acesso de todos a escola, agora pensa em oferecer ao aluno a possibilidade de
mais tempo neste espaço escolar. A maioria dos casos trata se de espaços
inadequados, por outro lado a mesma política pública não garante a qualidade da
escola por tempo integral ora por questões estruturais ora por interesse de relações
de poder.
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O aluno encontra com muitas dificuldades e mais uma vez a comunidade
escolar luta contra os ranços e a favor dos avanços na educação. Nesta direção, se
insere o Programa Mais Educação, enquanto estratégia de indução para
desenvolvimento de políticas de Educação Integral.
2.3 O PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO
O Programa Mais Educação foi instituído pela portaria Interministerial nº
17/2007 e pelo Decreto nº 7.083, de 27 de janeiro de 2010, que integra as ações do
Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), sendo uma estratégia do Governo
federal para induzir a ampliação da jornada escolar e a organização curricular, na
perspectiva da Educação Integral.
O Programa Mais Educação trata-se de uma construção de uma ação
intersetorial entre as políticas públicas educacionais e sociais, contribuindo, desse
modo, tanto para a diminuição das desigualdades educacionais, quanto para a
valorização da diversidade cultural brasileira. Fazem parte o Ministério da educação,
o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, o Ministério da Ciência e
Tecnologia, O Ministério do esporte, O Ministério do Meio Ambiente, o Ministério da
Cultura, o Ministério da Defesa e a Controladoria Geral da União. Nunes (2010,p:02)
Assim, em termos de políticas públicas de educação do governo
federal, a aprovação do Programa Mais Educação em abril de 2007, teve como objetivo a melhoria da educação nacional propondo metas para um período de 15 anos, dando prioridade a educação básica, prevendo ações em conjunto com estados e municípios brasileiros. Visto que o PDE inseriu este programa visando a ampliação de tempo e espaço educativo dos alunos das redes, conforme a portaria Normativa Interministerial Nº 17 e 19, que instituiu para o Programa Mais Educação a fomentação de educação integral de crianças e adolescente, estabelecendo as diretrizes para cooperação entre o Ministério da Educação e o Ministério de Esporte,
Essa estratégia promove a ampliação de tempos, espaços, oportunidades
educativas e o compartilhamento da tarefa de educar entre os profissionais da
educação e de outras áreas, as famílias e diferentes atores sociais, sob a
coordenação da escola e dos professores. Isso por que a Educação Integra,
associada o processo de escolarização, pressupõe a aprendizagem conectada a
vida e ao universo de interesses e de possibilidades das crianças, adolescentes e
jovens. Nunes (2010, p: 04) ainda salienta que:
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Com o objetivo de definir critérios visando a construção de quadras esportivas ou infra-estruturas esportivas em espaços escolares (Rede de Saberes, 2008). Neste aspecto não se trata apenas de um simples aumentos de tempo que já é ofertado, mas sim de um aumento qualitativo e quantitativo do processo de ensino-aprendizagem.Como se pode perceber, este programa tenta construir uma nova lógica para a organização escolar em relação a ampliação do tempo escolar nas escolas. O próprio ambiente social é uma escola e assim deve ser considerado pelos atores que os enxergam como aprendizes constantes. O entorno da escola envolve processos de reconhecimento e valorização do espaço de acordo com a disponibilidade de cada lugar.
Fica a responsabilidade para o profissional escolar, nesse caso o
Coordenador Comunitário, o desafio de adequar o Programa aos espaços
disponíveis de uso social as atividades diferenciadas que o Programa propõe em
consonância com a realidade local de cada escola. Isso possibilita o respeito à
diversidade, o enriquecimento do currículo escolar além de propiciar a participação
de profissionais da comunidade, nesse caso os monitores, na vida do aluno.
Conseguindo assim a troca de experiência rica, pois novos atores farão parte dessa
construção do conhecimento
A Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001, que instituiu o Plano Nacional de
Educação (PNE), retoma e valoriza a Educação Integral como possibilidade de
formação integral da pessoa. O PNE avança para além do texto da LDB, ao
apresentar a educação em tempo integral como objetivo do Ensino Fundamental.
Além disso, o PNE apresenta como meta, a ampliação progressiva da jornada
escolar para um período de, no minimo7 horas diárias.
Fica para o profissional escolar, neste caso o Coordenador Comunitário, o
desafio de adequar o programa aos espaços disponíveis de uso social as atividades
diferenciadas que o programa propõe em consonância com a realidade local de
cada escola. Isso possibilita o respeito à diversidade, o enriquecimento do currículo
escolar além de propiciar a participação de profissionais da comunidade, neste caso
os monitores, na vida do aluno. Conseguindo assim a troca de experiência rica, pois
novos atores farão parte dessa construção do conhecimento.
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3 PROJETO VIVENCIAL: COORDENANDO O TEMPO INTEGRAL 3.1CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
O foco da pesquisa TCC/PV e a atuação do coordenador comunitário nas
17escolas da rede municipal de Caravelas contempladas pelo Programa Mais
Educação. A cidade situa se no extremo sul baiano a mais de 900 km de sua capital
Salvador. Caravelas e uma cidade pequena com mais ou menos 23 mil habitantes e
07 distritos pequena e aconchegante caravelas foi fundada em 1503 por Américo
Vespúcio ainda hoje a cidade possui casas muito antigas em seu centro histórico .
A primeira escola construída foi estadual na década de 60 e se chama Agripiniano
de Barros na época atendia aos alunos do antigo primário e chegou funcionar neste
prédio o ginásio santo Antonio e o curso normal antigo magistério.
Na década de 70 foi inaugurado o Polivalente de Caravelas que hoje atende
somente o Ensino Médio. Durante muito tempo não existiram escolas municipais na
sede de Caravelas, no entanto com a divisão de responsabilidade do ensino entre
Governo Federal, Governo Estadual e Gestor Municipal o município a partir de 2004
construiu escolas e municipalizou algumas estaduais até então o município tinha a
maioria de suas escolas nos distritos de Barra de Caravelas, Ponta de areia,
Barcelona, Rancho Alegre, Nova Tribuna, Juerana e Ferraznópolis.
No caso dos distritos a atividade econômica mais comum é a agricultura, mas
ainda com características de agricultura familiar já na sede caravelas a atividade
econômica que ampara as pessoas mais simples, é a pesca.
A geografia dos distritos é muito desproporcional com existência de alguns
com mais de150 km de distância da sede, além disso, os distritos entre si também
são distantes o que acaba dificultando a administração principalmente quando se
trata de educação. O número de alunos da rede municipal cresceu
consideravelmente nos últimos 15 anos segundo o censo de 2013 informado pelo
INEP são 5.333 alunos desde a educação infantil até o 9º ano.
A administração pública tem encontrado dificuldades quando se trata de
qualidade de ensino muitos são os entraves e grande a luta dos profissionais em
Educação para garantir ao aluno o melhor possível, no entanto alguns fatores como
implementação do PME, formação dos profissionais e efetivação de alguns
programas nacionais em parceria com governo do estado e federal tem sido a
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angustia de quem pensa em uma educação voltada para o ensino eficaz das
crianças.
Caravelas possui hoje 32 escolas e 08 creches e o seu resultado no IDEB
segundo informação IDEB/INEP retirado do site do INEP nos anos iniciais é de 3.9 e
nos aos finais 3.1 na avaliação de 2013. Isso requer um olhar mais responsável e
cuidado para esta avaliação externa. A avaliação do IDEB de Caravelas levou a
busca de parcerias com Programas Federais que tem ajudado muito nesta
realidade, portanto, ainda existem falhas visíveis que acabam influenciando e muito
na qualidade da educação municipal.
Uma delas aqui tratada e a falta do coordenador especifico do Programa Mais
Educação ou o Coordenador Comunitário como denominado pelo Programa. Este
profissional teria como papel coordenar de perto as atividades do Mais Educação na
escola e teria disponível a carga horária de 40 horas semanais assegurado pela
gestão do município esta carga horária destinada em um única escola afim de
garantir que as atividades aconteçam de fato com sucesso.
A Secretaria de Educação do Município (SEMED) foi o grande aporte para a
realização dessa pesquisa e intervenção. Nela há uma equipe composta por
Secretaria de Educação, Técnicos em Educação, Secretária, Pessoal de apoio e
Coordenadores de ensino e dos Programas esta mesma equipe busca em comum
valores éticos profissionais, dialogo aberto, respeito ao colega e principalmente o
compromisso com o sujeito visto como o mais importante no processo educativo da
escola ,“o aluno”.
Quanto à visão da Secretaria sobre o processo de ensino aprendizagem a
mesma busca se pautar na teoria pós critica tentando respeitar o tempo de cada
aluno bem como sua realidade social, psicológica e histórica. A mesma tem
conseguido dentro de suas possibilidades participar da formação continuada dos
professores, estes mais de 80% possuem nível superior; construir o PME; orientar
construção e reconstrução do PPP nas escolas; capacitar os diretores e conselhos
escolares; coordenar juntamente com os coordenadores das escolas. Tem parceria
confortável com os Conselhos de Educação, Merenda, FUNDEB, Transporte;
comprometimento com os Programas e Projetos implantados. E neste contexto que
o Programa Mais Educação sobrevive com muitas pendências e necessidade de
melhorar. A seguir quadro demonstrativo das escolas que participam do Programa
Mais Educação quantidade de alunos por nível de ensino.
24
Escola participante Numero de alunos 1ºao9º Localidade
Escola Claudionora Nobre
de Melo
578
Caravelas/sede
Escola municipal Prof.Ede
santos
175
Ponta de areia
Escola municipal Alegria do
Povo
100
Barra de caravelas
Escola Municipal Alda Nunes
Santos
139
Ponta de areia
Escola Municipal Maria da
Natividade Soares Ferreira
59
Juerana
Escola Municipal Princesa
Isabel
187
Juerana
E. Municipal Omar Cajá
183
Juerana
E.M.E.F. Domingos Carlos
da Rocha
147
Ferraznópolis
Escola Municipal do ensino
fundamental Isabel Costa
234
Caravelas /sede
Escola municipal Jose
Bonifácio
39
Juerana
Escola municipal Dep.Afrisio
Vieira Lima
273
Barra de caravelas
Escola Municipal Julio
Jerônimo
484
Juerana
Escola municipal Rui
Barbosa
173
Barcelona
Escolar em Almir Santana
Soares
224
Caravelas /sede
Escola Municipal Firmino
Pereira
254
Nova tribuna
Escola municipal Castro
Alves
226
Barcelona
25
Escola Municipal Francisco
Henrique dos santos
410
Rancho alegre
Tabela 1: Quadro de escolas do Mais Educação. Fonte: SEMED de Caravelas Ba
Contudo e explicito que a formação de mais de 80% dos professores em nível
superior não influenciaram muito o resultados das atas de resultado final, pois estas
apresentam grande número de reprovação, são vários os fatores que provocam este
resultado está além das possibilidades da prática pedagógica e são de fato
problemas sociais que tomam conta da vida das crianças e adolescentes de
Caravelas. Este e o motivo pelo qual o Programa Mais Educação acontece em17
escolas do município com o objetivo maior de manter estas crianças maior tempo
possível no ambiente escolar o manual operacional de educação integra 2014,pg 04
diz que
A lei n 11.494,de 20 de junho de 2007 que instituiu o FUNDEB,determina e regulamenta a Educação básica em tempo integral e os anos iniciais e finais do ensino fundamental( art.10,inciso 3(,indicando que a legislação decorrente devera normatizar essa modalidade de educação.nesse sentido,o decreto n 6.253/07,ao assumir o estabelecido no plano nacional de educação,definiu que se considera educação básica em tempo integral a jornada escolar com duração igual ou superior a sete horas diárias,durante todo período letivo,compreendendo o tempo total que um mesmo estudante permanece na escola e ou em atividades escolares
O intuito é fazer o aluno principalmente o que não lhe são assegurado os direitos
de aprendizagem estabelecida, ficar mais tempo na escola desenvolvendo
atividades que favorecem seus saberes. Assim foi também criado e faz parte do
programa os macrocampos que são devidamente selecionados de acordo o contexto
de cada escola e o perfil dos alunos da unidade escola
Acompanhamento Pedagógico obrigatório com orientação de Estudo e
Leitura;
Cultura, Artes e Educação Patrimonial com dança, desenho, pintura entre
outros;
Educação Ambiental com Horta, Economia solidaria entre outro;
Esporte e Lazer com Atletismo, Karatê, corrida de orientação entre outros.
Educação em Direitos Humanos.
Promoção a Saúde.
26
3.2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA
A educação atual do Brasil tem se desenvolvido através das muitas ações
consolidados no plano nacional de educação. Todo esforço de educadores tem sido
voltado para o desenvolvimento da criança. Atualmente o sonho remoto de formar
cidadãos críticos e construtores de conhecimento é mais que uma ideologia, se
tornou uma necessidade em um mundo globalizado e com aparatos tecnológicos
que precisam cada vez mais de pessoas com iniciativa e capaz de agir
competentemente.
Em Caravelas Bahia o Programa Mais Educação pode ser um caminho
oportuno para fazer com que os alunos consigam fazer aquilo que é o principal papel
da escola simplesmente ensinar.
Aprender com criticidade no momento tem sido o grande desafio do aluno e
mais desafio ainda para a escola, no entanto alguns entraves em relação ao
programa tem consequentemente acontecido, muito investimento sem o resultado
esperado, pois o programa acaba não beneficiando o aluno como deveria beneficiar
e uma das causas é justamente a falta do coordenador especifico do Programa, com
a falta desse ator falta também o alinhamento entre proposta do programa com a
escola e com os monitores que estarão desenvolvendo as atividades contempladas
no macrocampos.
As atividades acabam ficando soltas visto que o diretor e o coordenador da
unidade escolar estão ocupados com outras demandas do dia a dia.
O programa não avança, pois não existem coordenação e organização dos
materiais que acabam sempre parados sem uso para o fim necessário, não
acontece o direcionamento e muito menos acompanhamento da SEMED, pois a falta
do elo entre monitor, coordenador comunitário e coordenador local da SEMED
acabam ocasionando o não cumprimento do Programa no município. Como afirma
Cruz Castro e Lima (2009) o coordenador pedagógico deve ter como atribuições
coordenar, avaliar, Orientar e gerir o ato educativo tanto nos aspectos
administrativos quanto nos pedagógicos. Nesse caso o coordenador comunitário é
inexistente nas escolas onde acontece o Programa.
27
3.3 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Promover a atuação do coordenador comunitário na prática pedagógica do
Programa Mais Educação em caravelas /BA.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Construir um elo de trabalho entre SEMED, coordenador comunitário e monitor do
Programa mais Educação.
Refletir sobre a prática habitualmente adotada pelo município em relação ao
Programa Mais Educação nas escolas.
Oportunizar o desenvolvimento de metodologias diferenciadas para que o
Programa Mais Educação seja efetivado em Caravelas/BA.
3.4 METODOLOGIA
A proposta deste TCC/PV não é somente falar sobre os problemas causados
ao PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO pela falta do coordenador comunitário, e muito
menos somente apontar o que precisa ser mudado a intenção é propor uma forma
de sanar ou ao menos amenizar os problemas existentes pela falta da ação
pedagógica.
Dessa forma foram aqui citados como propostas algumas ações que poderão
ser colaborativas na resolução de problemas causados pela inexistência do
coordenador comunitário.
Um trabalho que requer avaliação reflexiva voltada para ação- reflexão- ação
de maneira que tenhamos na práxis pedagógica uma visão dentro de uma esfera
global e local.
Para tanto se faz necessário um plano de trabalho flexível e aberto a novas
discussões. Diante disso, as ações interventivas delineadas para o alcance dos
objetivos foram:
28
Realizar uma reunião a fim de sensibilizar o Gestor Municipal quanto à importância
do coordenador comunitário nas escolas.
Promover um seminário com diretores e coordenadores pedagógicos,
coordenadores comunitários, monitores das escolas com a presença do gestor
municipal a fim de refletir sobre a proposta do programa e o papel do coordenador
comunitário
Realizar reunião trimestral com secretaria de Educação, diretores, corpo docente e
monitores para avaliar a metas alcançadas e traçar novas metas além de outras
ações para intervenção sobre as dificuldades detectadas, possibilitando um trabalho
coletivo em prol da aprendizagem dos educando através do Programa Mais
Educação;
.
Construir um documento detalhando o perfil ideal do coordenador comunitário para
assumir a função.
Realizar a formação mensal do coordenador comunitário a ser realizado pelo
coordenador local na SEMED.
Acompanhar os planejamentos dos coordenadores comunitários através de
reuniões pedagógicas a cada dois meses propondo soluções diferenciadas de
acordo com a realidade e das atividades de cada escola.
Organizar feira cultural com apresentação dos trabalhos realizados pelos alunos e
participação de todas as escolas do município anualmente.
Elaborar de relatório final embasado nas atividades do coordenador comunitário e
dos atores envolvidos no programa.
29
3.5 CRONOGRAMA
DESCRIÇÃO DAS AÇÕES
RESPONSÁVEIS
PRAZO PARAEXECUÇÃO
Realizar uma reunião a fim
de sensibilizar o Gestor
Municipal quanto à
importância do coordenador
comunitário nas escolas.
Gestor municipal
Secretária de educação
Coordenador local do
município.
Janeiro de 2016
Promover um seminário com
diretores e coordenadores
pedagógicos, coordenadores
comunitários, monitores das
escolas com a presença do
gestor municipal a fim de
refletir sobre a proposta do
programa e o papel do
coordenador comunitário
Equipe da secretaria
municipal de educação
diretores e coordenadores
pedagógicos, coordenadores
comunitários, monitores e
gestor municipal
Fevereiro de 2016
Realizar reunião trimestral
com secretaria de Educação,
diretores, corpo docente e
monitores para avaliar a
metas alcançadas e traçar
novas metas além de outras
ações para intervenção
sobre as dificuldades
detectadas, possibilitando
um trabalho coletivo em prol
da aprendizagem dos
educando através do
Coordenador local do
município, secretaria de
educação, coordenador
comunitário, diretores,
coordenadores pedagógicos
e monitores.
Abril de 2016
Julho de 2016
Outubro de 2016
Janeiro de 2016
30
Programa Mais Educação;
Construir um documento
detalhando o perfil ideal
do coordenador
comunitário para assumir
a função.
Equipe da SEMED, diretores
e coordenadores
pedagógicos e conselho
municipal de educação.
Fevereiro de 2016
Realizar a formação mensal
do coordenador comunitário
a ser realizado pelo
coordenador local na
SEMED.
Coordenador local do
município juntamente com
Equipe da SEMED
Fevereiro de 2016
A
Novembro de 2016
Acompanha através de
reuniões pedagógicas os
planejamentos dos
coordenadores comunitários
a cada dois meses propondo
soluções diferenciadas de
acordo com a realidade e
das atividades de cada
escola.
Coordenador local do
município e coordenador
comunitário
Fevereiro de 2016
Abril de 2016
Junho de 2016
Agosto de 2016
Outubro de 2016
Dezembro de 2016
Organizar feira cultural com
apresentação dos trabalhos
realizados pelos alunos e
participação de todas as
escolas do município
anualmente.
Coordenador local da
SEMED, coordenador
comunitário, diretores e
coordenadores pedagógicos,
monitores, professores,
Pais de alunos e
comunidade.
Novembro de 2016
Elaborar de relatório final Coordenador local da
31
embasado nas atividades do
coordenador comunitário e
dos atores envolvidos no
programa.
SEMED, coordenador
comunitário, diretores e
coordenadores pedagógicos.
Dezembro de 2016
3.6 RESULTADOS ESPERADOS
Coordenar, planejar, implementar ações, acompanhar e avaliar é a função do
Coordenador Comunitário e sem ele estas ações não poderão de forma alguma ser
realizadas e como consequência disso as atividades aqui propostas também não.
Logo o primeiro resultado esperado é a realização da mobilização da
Secretaria de Educação e do Gestor Municipal depois disso espera se que com as
ações aqui descritas todos se sintam responsáveis e cumpram cada ator com seu
papel a fim de que a criança possa de fato aprender participando efetivamente do
Programa de maneira mais organizada;
O Segundo resultado esperado é que os Coordenadores Comunitários
escolhidos com o perfil adequado consigam planejar com os monitores e estar em
constante formação continuada com o objetivo de alcançar o seu sucesso também o
sucesso do aluno.
Enfim espera se que o Coordenador Comunitário inexistente passe a existir,
porém com o compromisso e competência para que a proposta do Programa Mais
Educação seja de fato efetivada em Caravelas/BA.
32
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O acompanhamento pedagógico se faz necessário para uma articulação
entre, escola, comunidade e diversos setores da sociedade direta ou indiretamente
responsável pela educação. Este profissional promove encontros e reuniões a fim de
refletir sobre desafios, organiza as estratégias para ampliar os tempos e espaços e
oportunidades educativas construindo e compartilhando com os professores os
desafios e caminhos para o acontecimento do ensino de qualidade dentro da escola.
Trata-se de transformar a escola como espaço central da educação onde ela
se torna mediadora entre o saber sistematizado e os diversos saberes presentes na
comunidade, e consequentemente o contexto social das crianças presentes na
escola configurando desejos e direitos de um coletivo social.
È preciso sempre mover-se para um debate promovendo o sucesso da
permanência da criança, adolescentes e jovens com mais tempos, espaços e
oportunidades educativas.
Assim, o acompanhamento pedagógico deverá estar sustentado num
consenso entre escola, professores e comunidade, e o reconhecimento de que seu
papel neste ambiente é de suma importância para as novas possibilidades devido a
busca constante de metodologias que atendam a necessidade dos alunos
influenciando diretamente em seu aprendizado.
Para tanto é preciso que o Coordenador Comunitário tenha a concepção
moderna da Educação Integral e acredite que a mesma desenvolve-se em vários
ambientes, isto é valorizar o aprendizado através do meio onde vivemos e da
sociedade a qual estamos envolvidos.
Assim o coordenador comunitário deverá estar pronto para acompanhar,
direcionar, solucionar junto aos professores e escolas os caminhos para enfrentar as
dificuldades e os desafios que surgem no dia a dia da aprendizagem.
A escolha do Programa Mais Educação foi intencional levando em
consideração a possibilidade da construção de um projeto de intervenção que
viabilize a gestão eficaz do Programa dentro do município.
As ações do projeto não se encerram no final do ano letivo, mas renasce a
cada ano visto que as vivências do Programa somente fortalecem o empenho e a
construção de novas metas e novas ações.
33
Ações estas, que vão com certeza permear a vontade de fazer da educação
que temos a educação que queremos uma educação integral que vise além da
permanência do aluno na escola, o sucesso dele como ser multidimensional capaz
de criar, recriar e vencer os entraves que ainda virão .
Ficou aqui no final do TCC/PV a insatisfação com os poucos artigos e autores
que falam sobre tema as pesquisas também são poucas fica a sugestão para
Coordenadores locais e Coordenadores Comunitários e demais profissionais da
Educação de mais leitura e estudo sobre o Programa e principalmente sobre os
anseios da Educação Integral.
34
REFERÊNCIAS
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