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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS E DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA
CURSO DE BACHARELADO EM FISIOTERAPIA
RELAÇÃO ENTRE PONTOS GATILHOS MIOFASCIAIS E A
FORÇA ISOMÉTRICA DE MÚSCULOS DO OMBRO EM
SUJEITOS COM SÍNDROME DO IMPACTO SUBACROMIAL
UNILATERAL
Wandemberg Fortunato de Oliveira
Natal
2017
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS E DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA
CURSO DE BACHARELADO EM FISIOTERAPIA
RELAÇÃO ENTRE PONTOS GATILHOS MIOFASCIAIS E A FORÇA
ISOMÉTRICA DE MÚSCULOS DO OMBRO EM SUJEITOS COM SÍNDROME
DO IMPACTO SUBACROMIAL UNILATERAL
Wandemberg Fortunato de Oliveira
Orientadora: Profª. Drª. Catarina de Oliveira Sousa
Co-orientador: Prof. Ms José Diêgo Sales do Nascimento
Trabalho de Conclusão de Curso - TCC,
apresentado à Universidade Federal do Rio
Grande do Norte – UFRN, como requisito
para obtenção do título de bacharel em
Fisioterapia.
Natal
2017
2
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS
Oliveira, Wandemberg Fortunato de.
Relação entre pontos gatilhos miofasciais e a força isométrica
de músculos do ombro em sujeitos com Síndrome do Impacto Subacromial Unilateral / Wandemberg Fortunato de Oliveira. -
2017.
42f.: il.
Trabalho de Conclusão de Curso - TCC (Graduação) -
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências
da saúde, Departamento de Fisioterapia. Natal, 2017. Orientador: Catarina de Oliveira Sousa.
Coorientador: José Diêgo Sales do Nascimento.
1. Síndromes da dor miofascial - TCC. 2. Ombro - TCC. 3. Força
muscular - TCC. 4. Dinamômetro de força muscular - TCC. I. Sousa,
Catarina de Oliveira. II. Nascimento, José Diêgo Sales do. III.
Título.
RN/UF/BS-CCS CDU 616.8-009.7
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AVALIAÇÃO DA BANCA EXAMINADORA
Wandemberg Fortunato de Oliveira
Trabalho de Conclusão de Curso - TCC, apresentado à Universidade Federal do Rio
Grande do Norte – UFRN, como requisito para obtenção do título de bacharel em
Fisioterapia.
EM 11 DE DEZEMBRO DE 2017
ORIENTADOR: Prof.ª Drª. Catarina de Oliveira Sousa
Nota atribuída: 7,9
2º Examinador (a): Daniel Germano Maciel
Nota atribuída: 8,5
3º Examinador (a): Rodrigo Marcel Valentim da Silva
Nota atribuída: 8,2
APROVADO COM MÉDIA: 8,2
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AGRADECIMENTOS
Gratidão!
Serei eternamente grato a Deus e a Maria Santíssima, por terem me
impulsionado nos momentos felizes, e me carregado no colo nas
tribulações pessoais e da vida. Que amor incondicional!
Agradeço aos meus pais, eles que sempre entenderam as minhas escolhas e
apoiaram de olhos fechados. Não mudaria em nada quem foram e em quem
se tornaram, pois sou quem sou por vocês serem quem são. Eu os amo e
sempre os amarei!
Obrigado minha linda namorada Acynelly Dafne, que foi paciente para
escutar minhas aflições e tristezas, e me auxiliou a passar pelas
dificuldades e seguir em frente junto com Deus e Maria Santíssima.
Aos meus mestres professores, que me passaram tudo que podiam, sem eles
não saberia o caminho da verdade por trás da ciência.
Gratidão sem mensuração a minha orientadora Catarina Sousa, pois foi
uma verdadeira amiga, pois soube me ensinar, cobrar e acolher. Você ficará
marcada por toda a minha vida acadêmica e profissional. Nunca me
esquecerei dos seus ensinamentos!
Obrigado José Diego, pelos momentos de ímpares na pesquisa, onde
tínhamos que correr atrás de tempo e voluntários para os treinamentos e a
pesquisa em si. Quando o corpo estava exausto você se utilizava das suas
técnicas para me aliviar. Seus ensinamentos da vida acadêmica,
profissional e pessoal não terão iguais. Gratidão irmão!
Agradeço pelas amizades que conquistei na vida acadêmica, Cristo já disse:
“Quem encontrou um amigo, encontrou um tesouro!”. Gratidão pelos
momentos de estudo, lanches e partilhas. Obrigado Laysla Castro, Samara
Renalle, Tamara Martins, Vitória Dias, Maria Lira e Rafaela Maia, e aos
demais colegas de turma.
Aos amigos fora da universidade, gratidão pelos conselhos e orações!
5
Ao Deus da vida e a Maria Santíssima, pois sem os vossos auxílios eu nada seria.
A minha família, Luzinaldo Ferreira, Maria José e Pablo Alexsandro, por me
entenderem e apoiar. A minha namorada Acynelly Dafne, por
todo apoio dado com carinho.
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RESUMO
Introdução: O ombro é uma articulação de grande mobilidade, sendo muito exigido
diariamente, o que pode vir apresentar limitação na sua mobilidade, força e dor. Há
estudos demonstrando que os pontos-gatilho miofasciais podem causar tais disfunções,
afetando a qualidade de vida dos indivíduos acometidos. Objetivo: Avaliar
bilateralmente a relação da presença de pontos-gatilho miofasciais e força isométrica
dos músculos do ombro em sujeitos com sintomatologia da Síndrome de Impacto
Subacromial unilateral. Métodos: Trata-se de um estudo observacional transversal,
desenvolvido na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Participaram 23
sujeitos (15 homens e 8 mulheres; 34,47±10,15 anos; IMC de 24,2±2,23 kg/m2), que
apresentavam sintomas para SIS unilateral. A amostragem foi do tipo não-probabilistica
de casos consecutivos. Os indivíduos selecionados foram encaminhados a um
fisioterapeuta com 6 anos de experiência, que os avaliaram seguindo critérios de
inclusão e exclusão. Após inclusão, os sujeitos foram avaliados bilateralmente quanto à
quantidade de pontos-gatilho miofasciais e a força isométrica nos movimentos de
elevação do braço, rotação externa e interna, exercidos em um dinamômetro manual, os
dados foram analisados estatisticamente de forma descritiva e inferencial. Para a
distribuição da amostra, foi usado o teste Shapiro-Wilk. Para avaliar a diferença entre os
lados, foi usado o teste t dependente. A correlação entre a força isométrica e a
quantidade total de pontos-gatilho foi avaliada através do teste de Pearson. Resultado:
Foi encontrado diferença estatística em relação a pontos-gatilhos miofasciais ativos do
lado acometido em relação ao não-acometido (p=0,001). Houve significância estatística
nos movimentos de rotação externa (p=0,022 e p=0,001) e interna (p=0,025 e p=0,011)
na comparação da força e dor respectivamente, entre o lado acometido e não-acometido.
Somente o músculo supraespinal significância estatística quanto aos pontos-gatilho
miofasciais ativos e força, na elevação (r=- 0,537; p=(0,008)) e na rotação externa (r=-
0,460; p=(0,027)), sendo considerada moderada e negativa. Conclusão: Diante dos
resultados da pesquisa, observou-se que somente o músculo supraespinal apresentou
significância estatística, na correlação da presença de pontos-gatilho miofasciais ativos
e força.
Palavras-chave: Síndrome da dor miofascial. Ombro. Força muscular. Dinamômetro
de força muscular.
7
ABSTRACT
Introduction: The shoulder is a joint of great mobility, being much demanded daily,
which can come to present limitation in its mobility, strength and pain. There are studies
demonstrating that myofascial trigger points can cause such dysfunctions, affecting the
quality of life of affected individuals. Objective: Bilaterally evaluate the relation of the
presence of myofascial trigger points and isometric strength of the shoulder muscles in
subjects with unilateral Subacromial Impact Syndrome symptomatology. Methods: It is
an observational cross-sectional study, developed at the Federal University of Rio
Grande do Norte. Twenty-three subjects (15 males and 8 females, 34.47 ± 10.15 years,
BMI 24.2 ± 2.23 kg/m2) presented symptoms for unilateral SIS. Sampling was of the
non-probabilistic type of consecutive cases. The selected individuals were referred to a
physiotherapist with 6 years of experience, who evaluated them following inclusion and
exclusion criteria. After inclusion, the subjects were evaluated bilaterally regarding the
number of myofascial trigger points and the isometric force in the movements of arm
elevation, external and internal rotation, exercised in a manual dynamometer, the data
were statistically analyzed in a descriptive and inferential way. For the distribution of
the sample, the Shapiro-Wilk test was used. To evaluate the difference between the
sides, the t-dependent test was used. The correlation between the isometric force and the
total number of trigger points was evaluated through the Pearson test. Results:
Statistical difference was found in relation to active myofascial trigger points on the
affected side in relation to the non-affected patient (p = 0.001). There was statistical
significance in the external rotation (p = 0.022 and p = 0.001) and internal (p = 0.025
and p = 0.011) movements in the force and pain respectively, between the affected and
non-affected side. Only the supraspinal muscle was statistically significant for active
myofascial trigger points and strength, at elevation (r = -0.537, p = (0.008)) and at
external rotation (r = -0.460; p = (0.027)), being considered moderate and negative.
Conclusion: Considering the results of the research, it was observed that only the
supraspinal muscle presented statistical significance, in the correlation of the presence
of active myofascial trigger points and force.
Keywords: Myofascial Pain syndrome. Shoulder Pain. Muscle Strengh. Muscle
Strengh Dynamometer.
8
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 12
2 OBJETIVOS............................................................................................ 14
2.1 OBJETIVO GERAL................................................................................. 14
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................... 14
3 METODOLOGIA................................................................................... 15
3.1 CARACTERÍSTICAS DO ESTUDO....................................................... 15
3.2 AMOSTRA .............................................................................................. 15
3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO DO ESTUDO................. 16
3.3.1 Indivíduos Sintomáticos......................................................................... 16
3.3.2 Critérios de Exclusão.............................................................................. 16
3.4 PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO.................................................. 17
3.4.1 Treinamento............................................................................................ 18
3.4.2 Avaliação dor pontos-gatilhos Miofasciais........................................... 19
3.4.3 Avaliação da força................................................................................... 20
3.4.4 Análise Estatística................................................................................... 23
3.5 ASPECTOS ÉTICOS................................................................................ 23
4 RESULTADOS........................................................................................ 24
5 DISCUSSÃO............................................................................................ 27
6 CONCLUSÃO......................................................................................... 29
REFERÊNCIA........................................................................................ 30
ANEXOS.................................................................................................. 33
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 Caracterização da amostra ............................................................. 15
Tabela 02 Número de PGMs em cada músculo avaliado para ambos os
lados ...............................................................................................
24
Tabela 03 Comparação de força isométrica e dor durante a contração entre
o lado acometido e não acometido .................................................
25
Tabela 04 Correlação entre quantidade de PGMA e força isométrica do lado
acometido .......................................................................................
25
Tabela 05 Correlação entre quantidade de PGMA e força isométrica do lado
acometido .......................................................................................
26
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 Avaliação de PGMs dos músculos: a - supraespinal; b -
infraespinal; c - trapézio superior; d – deltoide ...........................
20
Figura 02 Dinamômetro manual ..................................................................... 21
Figura 03 Posição para mensuração da força muscular de elevação .............. 21
Figura 04 Posição para mensuração da força muscular para rotação interna . 22
Figura 05 Posicionamento de teste de força muscular para rotação externa .. 22
11
ÍNDICE DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ENAD - Escala numérica de avaliação da dor
PGM – Ponto-gatilho miofascial
PGMA – Pontos-gatilho miofasciais ativos
PGML - Pontos-gatilho Miofascial latentes
SIS – Síndrome do Impacto Subacromial
12
1 INTRODUÇÃO
A grande mobilidade verificada na articulação do ombro humano pode resultar
nas disfunções que acometem essa região, as quais podem ser caracterizadas por
limitações da amplitude de movimento devido à dor e a restrições nas atividades da vida
diária, diminuindo a independência funcional e afetando a qualidade de vida dos
indivíduos acometidos. (LIN et al., 2005).
A dor no ombro é uma queixa musculoesquelética comum no consultório
médico e fisioterapêutico (LIN, et al, 2005). Dentre as causas mais frequente de dor no
ombro está a síndrome do impacto subacromial (SIS) (ALBURQUERQUE SENDÍN, et
al.; CHESTER, R. et al., 2010; SERGIENKO; KALICHMAN, 2014), verificada em
cerca de 44 a 65% de todos os quadros álgicos do ombro. A SIS trata-se de uma
compressão e abrasão mecânica dos tendões do manguito rotador, bursa subacromial ou
tendão da cabeça longa do bíceps com a superfície inferior do acrômio, ligamento
coracoacromial ou superfície inferior da articulação acromioclavicular durante a
elevação do braço. Outra condição que tem sido investigada sua relação com a SIS é a
presença de Pontos-gatilho miofasciais (PGMs) em sujeitos com dor no ombro.
PGMs são nódulos palpáveis presentes no músculo, dentro de uma banda tensa,
que se manifestam como dolorosos no alongamento, na contração ou na palpação
manual, gerando dor referida quando mantida a dígito compressão. A dor referida se
caracteriza pela projeção da dor para uma área de referência distante do PGM. De
acordo com a manifestação da dor referida, os PGMs podem ser classificados, como
ativos caracterizados pela dor referida espontânea, e que, quando submetidos a dígito
compressão, é reconhecida pelo paciente como familiar; ou latentes, quando não há dor
referida espontânea, mas quando submetidos a dígito compressão, surge dor referida
não familiar ao paciente (SIMONS; TRAVELL; SIMONS, 1999).
Além dos sintomas dolorosos, a presença de PGMs pode estar associada a
fraqueza e fadiga acelerada dos músculos afetados, assim como alteração no padrão de
ativação dos músculos do ombro durante o movimento, entretanto, essa relação ainda
não está bem esclarecida pela literatura. (ALBURQUERQUE-SENDÍN et al., 2013;
BRON et al., 2011).
Sabe-se que a síndrome do impacto subacromial pode estar associada à fraqueza
e a menor ativação muscular, causando assim o desequilíbrio muscular e dor ao
13
movimento, e esses fatores podem estar sendo causado pela presença dos pontos-gatilho
miofasciais. Então o objetivo desse estudo será de avaliar de fato se essa relação existe.
14
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar a relação entre a presença de pontos gatilhos miofasciais e a força
isométrica muscular do ombro em sujeitos com SIS unilateral.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Comparar a quantidade de PGMs no lado acometido e não acometido;
Avaliar a diferença de força isométrica entre o lado acometido e não acometido;
Correlacionar à quantidade de PGMs ativos e latentes com a força isométrica do
lado acometido.
15
3 METODOLOGIA
3.1 CARACTERÍSTICAS DO ESTUDO
O presente estudo é caracterizado como observacional transversal e foi
desenvolvido no Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte (UFRN).
3.2 AMOSTRA
Participaram deste estudo 23 sujeitos com sintomas clínicos de SIS unilateral,
entre 18 e 60 anos de idade, e de ambos os sexos (Tabela 1).
Tabela 1. Caracterização da amostra
Características Sujeitos
N º Participantes 23
Idade (anos) 34,47 (10,15)
Sexo 15M (65%) / 8F (35%)
IMC (kg/m2) 24,2 (2,23)
IDB 5,56 (4,33)
Duração dos sintomas (meses) 6 (43)
Lado da dor 15D( 65%) / 8ND (35%)
Penn Shoulder Score 66,39 (13,72)
Dor em repouso 1 (4)
Legenda: M = masculino; F = feminino; D = dominante; ND = não-dominante; IMC = Índice de massa
corporal; IDB = Inventário de depressão de Beck; PSS = Penn Shoulder Score. Nota: Os dados paramétricos de (idade, IMC, IDB e PSS) foram expressos em média e desvio padrão. Os
dados não paramétricos (duração dos sintomas e dor em repouso) foram expressos em mediana e
amplitude interquartil. Sexo e lado da dor foram expressos em valor absoluto e porcentagem.
A amostragem foi do tipo não-probabilística de casos consecutivos, e os sujeitos
com dor no ombro foram recrutados por meio de divulgação impressa e eletrônica na
cidade do Natal - RN e nas redes sociais.
16
3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO DO ESTUDO
3.3.1 Indivíduos sintomáticos
Os indivíduos interessados em participar da pesquisa foram encaminhados a um
fisioterapeuta que os avaliou de acordo com os critérios de inclusão e exclusão, e
deveriam apresentar história de dor no ombro unilateral, com duração de pelo menos um
mês, localizada na região ântero-lateral proximal do ombro (LUDEWIG; COOK, 2000),
ou na região do dermátomo C5 ou C6 (MCCLURE; MICHENER; KARDUNA, 2006);
e presença de ao menos um ponto-gatilho ativo em algum dos músculos estudados e
pelo menos três dos testes especiais para diagnóstico de SIS considerado positivo: Teste
de Neer (HUNG et al., 2010; NEER 2ND; WELSH, 1977; ZANCA et al., 2013); Teste
de Hawkins (HUNG et al., 2010; JOBE; JOBE, 1983); Teste de Jobe (HUNG et al.,
2010; JOBE; JOBE, 1983); Teste do arco doloroso (MICHENER et al., 2009); Teste de
resistência de rotação externa (DIERCKS et al., 2014); Teste de Gerber e teste para
bíceps de Speed. Estes testes utilizados para diagnosticar SIS são considerados de alta
especificidade e/ou sensibilidade, sendo a combinação destes testes clínicos
recomendada para identificação de pacientes com SIS corretamente (SERGIENKO;
KALICHMAN, 2014).
3.3.2 Critérios de Exclusão
Sinais e sintomas de SIS bilaterais. Os indivíduos foram avaliados com os testes
descritos acima para identificação de sinais e sintomas de SIS bilateralmente;
Capsulite adesiva primária, caracterizada pela diminuição global da amplitude
de movimento passiva e ativa do complexo do ombro, com dor nos últimos
graus de amplitude em todas as direções, associada à dor noturna e ao
movimento brusco (WALMSLEY; RIVETT; OSMOTHERLY, 2009);
Reprodução de dor no ombro que irradiasse para todo o membro superior;
dormência ou formigamento no membro superior ou qualquer outro sintoma no
membro superior durante teste de compressão foraminal (MCCLURE;
MICHENER; KARDUNA, 2006; SANTAMATO et al., 2009). Estes resultados
17
podem ser indicativos de acometimento primário na cervical ou na torácica
(MAGEE, 2005);
História de início de sintoma devido ao deslocamento ou à subluxação da
glenoumeral; à deformação articular na glenóide ou na cabeça do úmero; ou à
fratura na clavícula, escápula ou úmero (ALBURQUERQUE-SENDÍN et al.,
2013);
História de estabilização cirúrgica ou reparo do manguito rotador (MCCLURE;
MICHENER; KARDUNA, 2006);
Teste do sulco ou teste de apreensão positivo. Estes testes são indicativos de
instabilidade multidirecional ou anterior da articulação glenoumeral
(MCCLURE; MICHENER; KARDUNA, 2006);
Sinais de ruptura completa do manguito rotador (HUNG et al., 2010;
MCCLURE; MICHENER; KARDUNA, 2006), evidenciado pelo teste de queda
positivo (MAGEE, 2005);
Doença sistêmica que envolva as articulações, como a artrite reumatóide e o
lúpus eritematoso sistêmico (SANTAMATO et al., 2009) e a fibromialgia, que
envolve o tecido miofascial (ALBURQUERQUE-SENDÍN et al., 2013);
Patologias neurológicas (SANTAMATO et al., 2009);
Uso de analgésicos e relaxantes musculares 72 horas antes da avaliação
(ALBURQUERQUE-SENDÍN et al., 2013);
Uso de injeção de corticóide 3 meses antes da avaliação (ALBURQUERQUE-
SENDÍN et al., 2013);
Índice de massa corporal (IMC) > 28kg/m2, devido a dificuldades de palpação
muscular pelo tecido celular subcutâneo;
Sintomas de depressão, apresentando escore ≥ 13 no Inventário de Depressão de
Beck (IDB) (Anexo A), pela influência na percepção de dor miofascial.
3.4 PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO
Três examinadores participaram do estudo. Um examinador avaliou os sujeitos
quanto aos critérios de inclusão para o estudo, enquanto o segundo realizou a
identificação de PGMs e um terceiro da avaliação de força isométrica. Estes realizaram
18
a avaliação bilateralmente, de forma independente, e o segundo e terceiro examinadores
de maneira cega quanto ao lado sintomático dos sujeitos.
3.4.1 Treinamento
Um fisioterapeuta com seis anos de experiência na avaliação de PGMs treinou o
segundo examinador para identificação e classificação dos PGMs de acordo com os
seguintes critérios descrito por Simons et al. (1999): identificação de banda tensa
palpável; dor local à compressão digital de um nódulo palpável localizado numa banda
tensa; presença de dor referida ao pressionar o nódulo sensível; e sinal de salto (Simons
et al. 1999). Para aprimorar a habilidade palpatória, o examinador repetiu os
procedimentos em três voluntários sintomáticos e assintomáticos nos músculos do
ombro avaliados no estudo, totalizando uma carga horária de treinamento de cinco horas
para cada examinador. Além disso, o examinador que realizou a avaliação de PGMs
participou de um estudo de confiabilidade para identificação de PGMs, obtendo um
índice de confiabilidade aceitável para prática clínica, com confiabilidade moderada a
quase perfeita para o lado e percentual de concordância acima de 70%.
(NASCIMENTO et al., 2017)
O terceiro examinador participou de um treinamento prévio ao estudo para
realização da avaliação de força isométrica. Após o treinamento, o examinador
participou de um estudo piloto 20 sujeitos assintomáticos, utilizando os critérios de
avaliação de força descritos posteriormente do ombro dominante. Esses sujeitos foram
recrutados e avaliados do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte.
Para o cálculo de confiabilidade da medida de força isométrica, foi usado o
Coeficiente de Correlação Intraclasse de Kappa (Intraclass Correlation Coefficient -
ICC), para estimativa relativa da confiabilidade. Para estimativa absoluta da
confiabilidade, foi calculado o erro padrão da medida (Standard Error Measurement –
SEM) para 90% de confiança, através da fórmula SEM = (DP×√(1-ICC))×1,64)), como
também a mínima mudança detectável (Minimum Detectable Change – MDC) pela
fórmula, para a taxa de 90% de confiança de que a verdadeira mudança tenha ocorrido
além de erro de medição (WALTON et al., 2011).
19
Foi obtido para todas as medidas confiabilidade quase perfeita (ICC entre 0,96 e
0,98). Os valores de SEM 90% obtidos foram: rotação interna de 15,26; rotação externa
de 10,99; e elevação no plano escapular de 9,03. Os valores de MDC 90% foram:
rotação interna de 21,57; rotação externa de 15,54; e flexão escapular de 12,78.
3.4.2 Avaliação dos Pontos-Gatilho Miofasciais
Foi investigada a presença de PGMs, nos músculos trapézio superior,
supraespinal, infraespinal e deltóide médio. Tais músculos foram escolhidos por
produzirem padrão de dor referida no ombro (SIMONS; TRAVELL; SIMONS, 1999),
Foram seguidos os critérios diagnósticos propostos por (SIMONS, 1999): identificação
de banda tensa palpável (se o músculo for acessível); dor local à compressão digital de
um nódulo palpável localizado numa banda tensa; reconhecimento da dor referida pelo
paciente como familiar ao pressionar o nódulo sensível (para identificar PGM ativo); e
sinal de salto.
O avaliador, após ter pressionado o nódulo doloroso encontrado, perguntou ao
voluntário: “Quando eu pressiono esse músculo você sente alguma dor ou desconforto
local?” Ocorrendo a dor, foi feita a seguinte pergunta: “Por favor, diga-me se esta dor
ou desconforto que você sente nesta outra área reproduz os seus sintomas”. Se o
indivíduo apresentar dor local, dor referida espontânea, e reconhecimento da dor
referida na digito-compressão, este foi classificado como ponto-gatilho ativo. A dor
referida tem sido identificada como o mais confiável parâmetro de identificação do
PGM. (BROM, 2011).
A avaliação foi realizada com os indivíduos em decúbito dorsal ou ventral,
foram avaliados ambos os lados e a ordem de avaliação dos músculos foram
randomizados para cada indivíduo.
20
3.4.3 Avaliação da força
O teste de força muscular foi realizado com um dinamômetro manual (Lafayette
- modelo 01165) (figura 2). Foi aferida a força nos seguintes movimentos: elevação do
braço no plano escapular, rotação lateral e medial do ombro. Tais movimentos foram
escolhidos por estarem relacionados com estabilização e posicionamento escapular
(trapézio superior), pertencer ao manguito rotador (infraespinal) e ser motor primário na
elevação do braço no plano escapular (deltóide médio e supraespinal). Foram avaliados
os dois lados e a ordem de avaliação dos movimentos e lados foi definida de forma
randômica.
Na avaliação da força de elevação do ombro, os indivíduos foram posicionados
sentados, com o ombro posicionado a 90° de elevação no plano escapular (40º de
abdução úmero-torácica) e em rotação neutra e cotovelo estendido (figura 3). Para força
isométrica na rotação lateral e medial do ombro, os indivíduos foram sentados com o
braço ao lado do corpo, rotação neutra e cotovelos flexionados a 90° (figuras 4 e 5). O
dinamômetro foi fixado em uma coluna de madeira e ajustado de maneira que os
indivíduos o empurraram com a parte distal do antebraço. Os indivíduos foram
instruídos a realizar a elevação do ombro, rotação lateral e medial contra o equipamento
o mais forte possível. Os indivíduos foram encorajados verbalmente, mantendo a
contração por cinco segundos. Cada teste foi realizado duas vezes, com intervalo de um
Figura 1: Avaliação de PGMs dos músculos: a - supraespinal; b - infraespinal; c – trapézio
superior; d - deltóide médio.
a b
c d
21
minuto entre as tentativas, e calculada média entre os valores. Este método mostrou alta
confiabilidade teste-reteste e inter-avaliador (CAGNIE et al., 2013).
Após os testes, os sujeitos foram questionados quanto a sua dor, por meio da
Escala Numérica de Avaliação da Dor (ENAD) (0-10, sendo 0 nenhuma dor e 10 pior
dor possível).
Figura 2: Dinamômetro manual (Lafayette - modelo 01165). Aparelho utilizado para a
mensuração da força isométrica.
Figura 3: A) Posiçionamento para a mensuração da força muscular em elevação.
B) Posicionamento da elevação no plano escapular (40 ° de abdução úmero-torácica).
A B
22
Figura 4: (A e B): Posicionamento do teste de força muscular para rotação interna
Figura 5 (A e B): Posicionamento do teste de força muscular para rotação externa.
A força na abdução no plano escapular é aproximadamente 86% da força de
rotação externa em ombro saudável, ocorrendo ruptura no manguito rotador essa relação
diminui para 70% na elevação em relação a rotação externa (KIM et al. 2009).
Sendo assim, a razão da força de elevação no plano escapular e rotação externa,
foram calculadas, pois essa medida tem sido usada como preditor de lesão do manguito
rotador, mesmo em sujeitos assintomáticos.
A B
A B
23
3.4.4 Análise estatística
Os dados foram analisados estatisticamente de forma descritiva e inferencial.
Média e desvio padrão (DP) foram calculados para todos os dados demográficos
paramétricos e as medianas e amplitude interquartil para dados não paramétricos. A fim
de verificar a distribuição da amostra, foi usado o teste Shapiro-Wilk para as
características demográficas dos indivíduos. Para avaliar a diferença entre os lados, foi
usado o teste t dependente para variáveis quantidades total de pontos de PGMs ativos e
latentes; força isométrica e ENAD durante a elevação escapular e na rotação externa e
interna; a razão de força entre os elevadores e rotadores externos tem relação preditora
de lesão do manguito rotador em sujeitos assintomáticos. A correlação entre a força
isométrica e a quantidade de PGMs foi avaliada através de teste de Pearson. Foi adotado
um valor de significância (p) de 95%. Foram considerados e adotados coeficientes de
correlação até 0,3, como correlação fraca; entre 0,3 e 0,6, moderada; entre 0,6 e 0,9,
forte; e maior que 0,9, muito forte. (WALTON et al., 2011)
3.5 ASPECTOS ÉTICOS
Toda atividade profissional que envolve seres vivos requer um procedimento
padrão de acordo com um código de ética (FORTIN, 2000), por isso, para se
desenvolver a presente pesquisa buscaram-se voluntários devidamente informados do
processo de observação a que seriam submetidos e que toda a observação seria
desenvolvida no departamento de Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, bem como que o estudo fora aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
UFRN (número do parecer 1.316.438).
24
4 RESULTADOS
As características gerais e demográficas dos indivíduos estão dispostas na
Tabela 1. Em relação ao lado acometido e não acometido, houve diferença estatística na
quantidade de pontos-gatilho ativos (p=0,001), mas não foi encontrada diferença
estatística quanto à quantidade total de pontos-gatilho latente (p=0,163). Os dados
referentes ao número de PGMs, comparado entre o lado acometido e não acometido,
estão demonstrados na tabela 2.
Tabela 2. Número de PGMs em cada músculo avaliado do lado acometido e não
acometido.
Lado avaliado Trapézio Superior Infraespinal Supraespinal Deltóide Total de PGM
Acometido
· PGMA
. PGML
23
8
10
12
11
9
4
3
48
32
Não acometido
· PGMA
. PGML
6
20
2
11
0
12
1
2
9
45
Legenda: PGMA= pontos-gatilho miofasciais ativo; PGML = pontos-gatilhos miofasciais latente.
A tabela 3, a seguir, revela os resultados observados da força isométrica e dor
durante a realização dos testes entre os dois lados, acometidos e não acometidos.
Apenas para os movimentos de rotação interna (p=0,025) e rotação externa (p=0,022)
houve diferença estatisticamente significativa quando comparados os lados acometido e
não acometido. Quanto a medida de dor relatada durante a realização do teste
isométrico, o resultado foi semelhante, apresentando diferença estatística apenas para os
movimentos de rotação interna (p=0,011) e rotação externa (p=0,001).
25
Tabela 3. Comparação de força isométrica e dor durante a contração entre o lado
acometido e não acometido.
Movimento Lado
acometido
Lado não
acometido
P
Elevação
ENAD
80,43(33,02)
4,63(2,9)
81,58(30,02)
2,47(2,45)
0,796
0,102
Rotação interna
ENAD
113,95 (49,78)
4,13(2,78)
125,43(56,66)
1,78(2,43)
0,025*
0,011*
Rotação externa
ENAD
88,95(28,51)
4,78(2,63)
94,76 (30,41)
2,35(2,67)
0,022*
0,001*
Elevação/Rotação
externa (%)
90,05 (20,06) 87,01 (26,23) 0,620
Legenda: ENAD = Escala numérica de avaliação da dor; (*) diferença estatística significante (p<0,05).
Nota: A comparação da força isométrica entre os lados foi expressa em média e desvio padrão.
Como se pode observar, a tabela 4 abaixo revela que apenas o músculo
supraespinal apresentou significância estatística quanto a relação entre PGM ativo e a
força isométrica da elevação escapular e rotação externa, do lado acometido. As
correlações foram consideradas moderadas e negativas.
Tabela 4. Correlação entre quantidade de PGMA e força isométrica do lado acometido
Músculos Elevação no
escapular
r (p)
Rotação
externa
r (p)
Elevação/rotação
externa
r (p)
PGMA - Trapézio
superior
0,27 (0,901) - 0,24 (0,913) -0,11 (0,959)
PGMA - Supraespinal - 0,537* (0,008) -0,460* (0,027) -0,267 (0,219)
PGMA - Infraespinal 0,155 (0,481) 0,063 (0,776) 0,039 (0,859)
PGMA - Deltoide -0,217 (0,319) -0,251 (0,247) -0,023 (0,918)
Legenda: PGMA= pontos-gatilho miofasciais ativo; (*) diferença estatística significante.
26
Observa-se na tabela 5, abaixo, que as correlações entre a quantidade de pontos-
gatilho latentes e a força isométrica do lado acometido foram consideradas fracas, com
exceção da relação entre a presença de PGM latente em infraespinal e a força de
elevação do ombro, que teve correlação moderada, no entanto sem significância
estatística.
Tabela 5. Correlação entre quantidade de PGML e força isométrica do lado acometido
Músculos Elevação no
escapular
r (p)
Rotação
externa
r (p)
Elevação/rotação
externa
r (p)
PGML - Trapézio
superior
0,071 (0,746) 0,108 (0,624) 0,054 (0,807)
PGML - Supraespinal 0,131 (0,552) 0,127 (0,563) 0,318 (0,139)
PGML - Infraespinal 0,563 (0,088) 0,150 (0,494) 0,288 (0,183)
PGML - Deltoide 0,154 (0,482) 0,022 (0,921) 0,178 (0,416)
Legenda: PGML = pontos-gatilho miofasciais latente.
27
5 DISCUSSÃO
Este estudo investigou a relação entre a presença de pontos gatilhos miofasciais
e a força do ombro em sujeitos com SIS unilateral, comparou a quantidade de PGMs
ativos e latentes bilateralmente, bem como a comparação das forças do lado acometido e
não acometido, e por fim, correlacionou a quantidade de PGMs ativos e a força do lado
acometido.
Bron e colaboradores (2011), dentre os escassos estudos na literatura que
avaliam a relação entre pontos gatilhos com sujeitos sintomáticos para dor no ombro,
encontraram a prevalência de múltiplos pontos gatilhos nos músculos de sujeitos com
dor no ombro de caráter unilateral, crônica e não traumática, principalmente no
infraespinal e trapézio superior, variando, no entanto, a quantidade de músculos
acometidos entre os sujeitos. Além disso, Alburquerque-Sedín et al. (2013) observaram
predominância dos pontos gatilhos ativos no ombro acometido pela SIS, corroborando
com os resultados do nosso estudo.
A diminuição da força muscular, condição clínica presente na SIS, está
relacionada à ocorrência de pontos gatilhos ativos, justificando a predominância destes
no ombro acometido. Por outro lado, os pontos gatilhos latentes são mais prevalentes no
ombro não acometido, o que pode ser explicado pela sobrecarga no ombro contralateral
à condição dolorosa decorrente da SIS. (ALBURQUERQUE-SEDÍN et al., 2013;
NASCIMENTO et al., 2017).
Em relação aos movimentos de rotação interna e externa no ombro acometido, a
força muscular foi significativamente menor em relação a lado não acometido, enquanto
a dor apresentou valores maiores na ENAD. Em um estudo realizado com ratos
(ZHANG et al., 2017), foi encontrada uma redução do número de mitocôndrias nas
fibras musculares acometidas com pontos gatilhos ativos, consistindo em uma crise
energética de ATP, o que prejudica a contração muscular e, consequentemente, reduz a
força muscular produzida. Dessa forma, o esforço para realizar os movimentos
desejados, resultando em dor após a contração muscular. Dessa forma, o esforço para
realizar os movimentos desejados é maior, resultando em dor após a contração
muscular.
A dor relacionada a PGMs ativos está relacionada com a diminuição do fluxo
sanguíneo e da oxigenação nos músculos acometidos, redução da atividade muscular e,
28
consequentemente, da força muscular, devido à movimentação insuficiente, sobrecarga
e hiperativação muscular (ANDERSEN et al., 2008), justificando os resultados no
vigente estudo concernente à quantidade de PGMs ativos e força muscular isométrica,
nos quais foi encontrada uma relação inversa para o músculo supraespinal. Além disso,
por se tratar de um músculo motor primário de elevação do ombro e secundário de
rotação externa, parece ser bastante acometido por PGMs, o que esclarece sobre apenas
esse músculo, dentre os estudados, ter apresentado correlação significativa (SIMONS;
TRAVELL; SIMONS, 1999).
Dentre as limitações do presente estudo, estão: pequeno número amostral, com
quantidade similar entre os sexos, a fim de identificar o comportamento muscular na
SIS unilateral entre homens e mulheres; e a ausência de dados, como o tempo da doença
para comparar com a condição clínica dos sujeitos, bem como a realização de
fisioterapia previamente, a fim de observar seu impacto sobre a SIS unilateral.
Sugerimos que para futuros estudos a utilização de instrumentos de avaliação
como a goniometria e a eletromiografia de superfície, com o intuito de observar a
relação entre a amplitude de movimento e força muscular nos sujeitos com SIS
unilateral e comprovar a redução da força muscular no lado acometido com os dados de
ativação muscular, respectivamente.
29
6 CONCLUSÃO
No ombro acometido pelo SIS unilateral há predominância de pontos gatilhos,
redução da força muscular e aumento do nível de dor para os movimentos de rotação
interna e externa e relação inversa entre quantidade de pontos gatilhos e força muscular
isométrica para o músculo supraespinal. Dessa forma, conhecendo novas perspectivas
de avaliação na SIS unilateral, é possível favorecer a compreensão de escolhas
terapêuticas ideais na etiologia e condição clínica dos sujeitos acometidos. São
sugeridos, então, futuros estudos com tamanho amostral maior, outros instrumentos de
avaliação e critérios metodológicos melhor delineados, a fim de não apenas
compreender as causas e relações musculares e sintomatológicas na SIS, mas a
utilização de intervenções fisioterapêuticas mais eficazes.
30
REFERÊNCIAS
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pressure pain thresholds in the shoulder muscles in patients with unilateral
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31
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32
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ZHANG H, et al. Histopathological nature of myofascial trigger points at different
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33
ANEXOS
34
ANEXO I
Ficha de avaliação fisioterapêutica – Triagem
Identificação do voluntário: ______
Nome: _____________________________________________________________________
Data de triagem _____/______/____ Idade _____ Anos Data de nascimento ____/ _____/ ____
Altura ______m Peso _______ Kg IMC_______________
Sexo : Masculino Raça: Branca Negra
Feminino Parda Indígena
Amarela Qual ombro é o seu ombro dominante?
Direito Esquerdo Ambos(Ambidestro)
1. Você é capaz de ler e compreender português? Sim Não
2. Qual ombro você sente dor? Direito Esquerdo O Ambos
3. Há quanto tempo você tem dores no ombro? ______________________________
4. Você já foi submetido a algum tratamento fisioterapêutico para tratar sua dor no
ombro? O Sim Não
Se sim, há quanto tempo não realiza nenhum tratamento fisioterapêutico
(fortalecimento/alongamento)?_____________________
5. Você pode estar presente em todas as visitas do estudo? Sim Não
6. Você tomou algum medicamento para dor nas últimas 72 horas? Sim Não
Se sim, por favor, especifique o medicamento e há quanto tempo você o usa.
____________________________________________________________
7. Você fez uso de injeção de corticóides nos últimos 3 meses? Sim Não
8. Você tem dormência nas mãos ou no braço? Sim Não
9. Já lhe foi dito que você tem hérnia de disco ou ruptura discal em seu pescoço ou nas
costas? Sim Não
10. Você tem alguma doença sistêmica que envolva as articulações como a artrite
reumatóide e o lúpus eritematoso sistêmico?Sim Não
11. Você tem fibromialgia?Sim Não
12. Você já sofreu alguma fratura e/ou luxação na sua região do ombro, ou já fez
cirurgia na região do ombro e pescoço?
35
Sim Não 13. Você tem alguma condição médica envolvendo o sistema nervoso central, tais
como:distúrbios sensoriais e reflexos alterados Sim Não
14. Testes especiais
Sintomático Assintomático
Teste do arco doloroso (70°-120°) Positivo Negativo Positivo Negativo
Teste de Neer Positivo Negativo Positivo Negativo
Teste de Hawkins Positivo Negativo Positivo Negativo
Teste de Jobe Positivo Negativo Positivo Negativo
Teste de rotação externa Positivo Negativo Positivo Negativo
Teste de Gerber Positivo Negativo Positivo Negativo
Teste de Speed Positivo Negativo Positivo Negativo
Teste de queda do braço Positivo Negativo Positivo Negativo
Teste sinal do sulco Positivo Negativo Positivo Negativo
Teste de apreensão Positivo Negativo Positivo Negativo
Teste de Spurling Positivo Negativo Positivo Negativo
15. Avaliação dos PGM
_____ Presença de pelo menos um PGM ativo ou latente na musculatura da região do
ombro.
Músculos Lado
sintomático
Músculos Lado
assintomático
Trapézio superior Não há
Ativo
Latente
Trapézio superior Não há
Ativo
Latente
Trapézio inferior
Não há
Ativo
Latente
Trapézio inferior
Não há
Ativo
Latente
Infraespinal Não há
Ativo
Latente
Infraespinal Não há
Ativo
Latente
Peitoral menor
Não há
Ativo
Latente
Peitoral menor
Não há
Ativo
Latente
Supraespinal Não há
Ativo
Latente
Supraespinal Não há
Ativo
Latente
Deltóide Médio Não há
Ativo
Latente
Deltóide Médio Não há
Ativo
Latente
Critérios de Exclusão:
Os indivíduos devem ter NENHUM dos seguintes critérios para serem incluídos:
36
1. ____ Queixa de dor bilateral no ombro.
2. ____ Idade maior que 60 anos.
3. ____ Diminuição global da amplitude de movimento passiva e ativa do
complexo do ombro.
4. ____ IMC >28kg/m2.
5. ____ Período menor que 1 mês sem participar de nenhum programa de
tratamento fisioterapêutico ou de alongamento.
6. ____ Uso de analgésicos e relaxantes musculares 72 horas antes da avaliação.
7. ____ Uso de injeção de corticóides nos últimos três meses.
8. ____ Dormência e/ou irradiação da dor no braço e nas mãos que indique
patologia da coluna.
9. ____Hérnia de disco cervical.
10. ____ Alguma reprodução de dor no braço ou no ombro nos teste de cervicais
que indiquem herniação do disco.
11. ____ Fratura e/ou luxação na região do ombro, ou cirurgia na região do ombro e
pescoço.
12. ____ Patologias neurológicas: envolvimento do sistema nervoso central, inclui
hiperreflexia, distúrbios sensoriais na mão, perda de massa muscular intrínseca
das mãos, instabilidade durante a marcha, nistagmo, perda de acuidade visual,
sensação diminuída da face, alteração do paladar, a presença de reflexos
patológicos (por exemplo, Hoffman e /ou reflexos de Babinski positivos) .
13. ____ Sintomas de depressão.
14. ____Sinais de ruptura completa do manguito rotador.
15. ____ Algum dos seguintes testes positivos:
Positividade do sinal do sulco
Positividade do teste de apreensão
Positividade do teste de queda de braço
Positividade do teste de Spurling
Questionário pré-tratamento:
_______ Paciente atende todos os critérios de inclusão.
_______ Paciente não apresenta quaisquer critérios de exclusão.
37
Identificação do indivíduo: _____ Avaliação: ______
Ombro doloroso: Direito Esquerdo
- Identificação dos PGMs
Músculos Lado
sintomático
Músculos Lado
assintomático
Trapézio superior Não há
Ativo
Latente
Trapézio superior Não há
Ativo
Latente
Trapézio inferior
Não há
Ativo
Latente
Trapézio inferior
Não há
Ativo
Latente
Infraespinal Não há
Ativo
Latente
Infraespinal Não há
Ativo
Latente
Peitoral menor
Não há
Ativo
Latente
Peitoral menor
Não há
Ativo
Latente
Supraespinal Não há
Ativo
Latente
Supraespinal Não há
Ativo
Latente
Deltóide Médio Não há
Ativo
Latente
Deltóide Médio Não há
Ativo
Latente
Músculos Lado sintomático Lado assintomático
Tentativa
1
Tentativa2 Média Tentativa
1
Tentativa2 Média
Trapézio
superior
Trapézio
inferior
Infraespinal
Deltóide
médio
Tibial
anterior
- Limar de pressão álgica
38
Identificação do indivíduo: _____ Avaliação: ______
- Amplitude de movimento livre de dor
- Máxima amplitude de movimento
Força
Movimento Lado sintomático Lado assintomático
Tentativa
1
END Tentativa
2
END Tentativa
1
END Tentativa
2
END
Flexão plano
escapular
Rotação
interna
Rotação
externa
Movimento Lado sintomático Lado assintomático
Tentativa
1
Tentativa
2
Média Tentativa
1
Tentativa
2
Média
Flexão plano sagital
Flexão plano
escapular
Rotação interna
Rotação externa
Movimento Lado sintomático Lado assintomático
Tentativa1 END Tentativa2 END Tentativa
1
END Tentativa
2
END
Flexão
plano
sagital
Flexão
plano
escapular
Rotação
interna
Rotação
externa
39
ANEXO II
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE
Você está sendo convidado a participar da pesquisa “Efeitos da terapia de
compressão isquêmica em pontos-gatilho miofasciais sobre a dor, a mobilidade e a
função muscular do complexo do ombro em indivíduos com dor no ombro: ensaio
clínico randomizado e cego”, que tem como pesquisadora responsável a Profa. Catarina
Oliveira de Sousa.
O objetivo deste estudo é verificar os efeitos imediatos e residuais da terapia de
compressão isquêmica aplicada em pontos-gatilho miofasciais (PGMs) da musculatura do
complexo do ombro em indivíduos com sintomas de síndrome do impacto subacromial
unilateral na dor, na mobilidade e na função muscular do ombro. Pontos-gatilho são
nódulos presentes no músculo, sensíveis à pressão manual. Esses nódulos, quando
pressionados, podem gerar dor no local ou à distância. A terapia de compressão isquêmica
consiste num método tratamento fisioterapêutico no qual é aplicada uma pressão com o
polegar do terapeuta no ponto-gatilho.
Você foi selecionado para participar deste estudo, por apresentar sinais e
sintomas no ombro consistentes com a síndrome do impacto subacromial unilateral,
verificados por meio de uma avaliação fisioterapêutica, que consistiu de entrevista com o
pesquisador a respeito de sua história clínica, exame físico e avaliação da presença de
pontos-gatilho nos músculos do ombro.
Sua participação não é obrigatória e consistirá em fornecer informações
demográficas como idade, peso e altura, e a respeito da dor e função do seu ombro doloroso.
Seu ombro será avaliado quanto ao movimento e a força, quanto à atividade eletromiográfica
(atividade elétrica dos músculos do ombro) em repouso e durante a realização de uma força
máxima de elevação do braço, rotação medial e lateral do ombro. Além disso, será avaliada
a presença de pontos-gatilho miofasciais, por meio do toque do terapeuta, e o limiar de dor a
pressão na musculatura do ombro, que será avaliado através de uma pressão realizada por
um instrumento chamado algômetro, constituído por um disco de borracha 1cm2 ligado a um
medidor de pressão.
A avaliação será realizada em quatro momentos: a) avaliação inicial; b) 48 horas
após a avaliação inicial e imediatamente antes da intervenção; c) imediatamente após a
40
intervenção; e d) 48 horas após a intervenção. Uma única intervenção será realizada, que nos
permitirá saber se a compressão isquêmica em pontos-gatilho vai auxiliar no tratamento de
sintomas da síndrome do impacto do ombro.
A sessão para coleta dos dados pode ter duração de até uma hora, na qual você
realizará alguns movimentos de elevações do ombro em uma amplitude confortável. Os
procedimentos de avaliação não têm caráter invasivo e os riscos de sua participação são
mínimos. Na avaliação da atividade elétrica do músculo serão realizados os seguintes
procedimentos: tricotomização (depilação) e limpeza de uma pequena região da pele onde
serão fixados eletrodos autoadesivos no seu ombro, tronco e braço, os quais serão retirados
no final da coleta dos dados. Os eletrodos são apenas para captação do sinal elétrico do
músculo, não sendo gerado nenhum tipo de corrente elétrica que cause desconforto. Poderá
haver uma pequena irritação (vermelhidão) na pele após a remoção dos eletrodos
autoadesivos, no entanto, esse desconforto será similar a quando se retira um esparadrapo
da pele.
Após a avaliação do 2º dia você será submetido (a) a uma sessão de terapia para
tratamento de pontos-gatilho miofasciais. A terapia realizada dependerá do grupo no qual
você será sorteado (terapia de compressão isquêmica ou placebo), o que será definido no
momento imediatamente antes da intervenção. Durante a realização dos protocolos de
tratamento, a previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que você corre é semelhante
àquele sentido num exame físico de rotina. Em caso de acontecer desconforto muscular,
serão minimizados através das orientações que permitam diminuir as dores na região do
ombro.
Após o término da pesquisa, você receberá uma sessão fisioterapêutica baseada
nos resultados dos exames clínicos e suas limitações e receberá um guia de instruções e
informações sobre a anatomia e os fatores biomecânicos associados a sua patologia. Caso
tenha interesse, você também será encaminhado ao serviço de fisioterapia deste
departamento. Caso você não concorde em participar desta pesquisa, você também poderá
ser beneficiado com a sessão e encaminhamento, assim como as pessoas que não foram
incluídas desde a primeira avaliação.
Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas com a
pesquisadora responsável, e em caso de algum problema que você possa ter relacionado
41
com a pesquisa, você terá direito a assistência gratuita que será prestada pela pesquisadora
responsável.
Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em
qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.
Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados
apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado
que possa lhe identificar. Esses dados serão guardados pela pesquisadora responsável por
essa pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos.
Você não receberá nenhuma forma de remuneração financeira pela participação
neste estudo, mas se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, incluindo
transporte particular ou público, ele será assumido pelo pesquisador e reembolsado para
você, e se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será
indenizado.
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de
Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone (84) 3215-
3135.
Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com
a pesquisadora responsável Profa. Dra. Catarina Oliveira de Sousa.
Consentimento Livre e Esclarecido
Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os
dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e
benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo
em participar da pesquisa “Efeitos da terapia de compressão isquêmica em pontos-
gatilho miofasciais sobre a dor, a mobilidade e a função muscular do complexo do
ombro em indivíduos com dor no ombro: ensaio clínico randomizado e cego”, e
autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou
publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar.
Natal ____/____/_______.
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Assinatura do participante da pesquisa
Impressão datiloscópica do
participante
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Declaração do pesquisador responsável
Como pesquisadora responsável pelo estudo “Efeitos da terapia de
compressão isquêmica em pontos-gatilho miofasciais sobre a dor, a mobilidade e a
função muscular do complexo do ombro em indivíduos com dor no ombro: ensaio
clínico randomizado e cego”, declaro que assumo a inteira responsabilidade de
cumprir fielmente os procedimentos metodológicos e direitos que foram esclarecidos e
assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade
sobre a identidade dos mesmos.
Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido
estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho
Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo seres humanos.
Natal ____/____/________.
___________________________________
Profa. Dra. Catarina de Oliveira Sousa
Pesquisadora responsável
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Anexo III