UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde
Curso de Medicina Veterinária
KELLI CRISTINA GRACIANO
FÍSTULA INFRAORBITÁRIA CAUSADA POR FRATURA COMPLICADA DE
DENTE CANINO SUPERIOR EM GATO – RELATO DE CASO
CURITIBA
2016
KELLI CRISTINA GRACIANO
FÍSTULA INFRAORBITÁRIA CAUSADA POR FRATURA COMPLICADA DE
DENTE CANINO SUPERIOR EM GATO – RELATO DE CASO
Relatório de Estágio Curricular apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de Médico Veterinário.
Professor Orientador: Prof. Vinícius Ferreira Caron.
CURITIBA
2016
Reitor
Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos
Pró-Reitora Promoção Humana
Prof. Ana Margarida de Leão Taborda
Pró-Reitor
Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos
Pró-Reitora Acadêmica
Prof. Carmen Luiza da Silva
Pró-Reitor de Planejamento
Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos
Diretor de Graduação
Prof. João Henrique Faryniuk
Secretário Geral
Sr. Bruno Carneiro da Cunha Diniz
Coordenador do Curso de Medicina Veterinária
Prof. Welington Hartmann
Supervisora de Estágio Curricular
Prof. Elza Maria Galvão Ciffoni Arns
Campus Barigui
Rua Sydnei A Rangel Santos, 238
CEP: 82010-330 – Curitiba – PR
Fone: (41) 3331-7958
TERMO DE APROVAÇÃO
KELLI CRISTINA GRACIANO
FÍSTULA INFRAORBITÁRIA CAUSADA POR FRATURA COMPLICADA DE
DENTE CANINO SUPERIOR EM GATO – RELATO DE CASO
Este trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para obtenção do título de Médico Veterinário no Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do
Paraná.
Curitiba, ____ de _______ de 2016.
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
Orientador Prof. Vinícius Ferreira Caron
__________________________________________
Profa. MSc. Jesséa de Fátima França
__________________________________________
Prof. MSc. Carlos Henrique do Amaral
Dedico este trabalho aos meus pais, que
sempre fizeram o possível e o impossível
para que eu pudesse realizar meu sonho,
sem eles eu não seria o que sou hoje.
AGRADECIMENTOS
À Deus agradeço por sempre abrir e direcionar o meu caminho permitindo que
meu sonho de criança, ser Médica Veterinária, fosse realizado.
Aos meus pais, Helder e Marilane, que sempre batalharam pelo meu futuro.
Graças a toda a educação, amor e apoio em momentos difíceis, hoje posso realizar
meu sonho. Vocês são minha inspiração. À minha irmã Thaise, ao meu cunhado Léo
e à toda minha família por sempre acreditarem no meu potencial e torcerem por mim.
Ao meu namorado Lucas, por todo amor, paciência, compreensão e por estar
sempre ao meu lado, torcendo pelo meu sucesso.
Às minhas amigas de infância, Adriana e Jullyana, que sempre estiveram ao
meu lado, mesmo não estando presentes na minha vida diariamente.
Às amizades que fiz durante a graduação, em especial Jéssica, Rafaella,
Mariana e Ana, que tornaram minhas manhãs muito mais divertidas, compartilhando
momentos de dificuldades e vitórias.
À todos os professores da Universidade Tuiuti do Paraná que me
acompanharam, ensinando um pouco de seus conhecimentos. Ao meu orientador
professor Vinícius, pela paciência e por me conduzir nesta última etapa tão importante.
À todos os residentes da Clínica Escola de Medicina Veterinária – UTP, que me
orientaram, me ensinando na prática todo o conhecimento adquirido em sala de aula.
Agradeço à Doutora Priscila por me apresentar à odontologia veterinária, me
aceitando como sua estagiária e proporcionando toda a minha base nesta área tão
maravilhosa e gratificante. Obrigada por ser minha inspiração.
À toda equipe do Odontocão pela oportunidade de estágio, onde tive a chance
de adquirir novos conhecimentos com profissionais maravilhosos e que me auxiliaram
muito nesta fase.
À toda equipe de odontologia veterinária do Hospital Veterinário da UFPR, em
especial à Amanda e Helena, por me proporcionarem conhecimento, pela amizade,
pelos momentos divertidos e por torcerem por mim.
Agradeço também, os animais que são minha inspiração diária para seguir
nesta profissão tão maravilhosa e gratificante, em especial ao Niko e Tchuco, que
estarão sempre em meu coração, à Milli, Luna e Pulga, por me motivarem, provando
que o amor incondicional existe e que estou na profissão certa.
Muito obrigada!
“No semblante de um animal, que
não fala, há um discurso que
somente um espírito sábio
realmente entende!”
Mahatma Gandhi
APRESENTAÇÃO
O presente Trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C.) apresentado ao Curso de
Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, da
Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de
Médico Veterinário, é composto pelo Relatório de Estágio, onde são descritas as
atividades realizadas durante o período de 18 de julho a 29 de julho de 2016, no
Odontocão – Centro de Odontologia Veterinária, localizado na cidade de Curitiba/PR
e no período de 01 de agosto a 30 de setembro de 2016, no Hospital Veterinário da
Universidade Federal do Paraná, localizado na cidade de Curitiba/PR, e relato de um
caso de fratura dentária com exposição pulpar e suas consequências.
RESUMO
O presente trabalho foi desenvolvido com a finalidade de relatar dois estágios
curriculares supervisionados, o primeiro na área de odontologia veterinária no
Odontocão – Centro de Odontologia Veterinária (Odontocão), no período de 18 de
julho a 29 de julho de 2016, onde foram acompanhados 40 casos, incluindo consultas,
procedimentos odontológicos e retornos. O segundo, também na mesma área, no
Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná (HV-UFPR), no período de
01 de agosto a 30 de setembro de 2016. Foram acompanhados 148 casos, incluindo
consultas, procedimentos odontológicos e retornos. Faz parte deste trabalho também
uma revisão de literatura e relato de caso sobre fístula infraorbitária causada por
fratura complicada de dente canino superior em gato.
Palavras-chave: fratura dentária; abscesso periapical; odontologia veterinária.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Fachada do Odontocão – Centro de Odontologia Veterinária. ................. 18
Figura 2 - Recepção do Odontocão. ......................................................................... 18
Figura 3 - Consultório de atendimento para cães do Odontocão. ............................. 19
Figura 4 – Consultório de atendimento para gatos do Odontocão. ........................... 19
Figura 5 – Sala de coleta de sangue e exames terceirizados do Odontocão. ........... 20
Figura 6 – Centro cirúrgico não estéril do Odontocão. .............................................. 20
Figura 7 – Sala de esterilização dos materiais e revelação de películas radiográficas
do Odontocão. ........................................................................................................... 21
Figura 8 – Canil e gatil do Odontocão. ...................................................................... 21
Figura 9 – Fachada do Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná. .... 26
Figura 10 – Recepção do HV-UFPR. ........................................................................ 27
Figura 11 – Consultório de atendimento do HV-UFPR. ............................................. 27
Figura 12 – Sala de coleta de materiais do HV-UFPR. ............................................. 28
Figura 13 – Centro cirúrgico não estéril do HV-UFPR. .............................................. 28
Figura 14 – Canil/gatil e aparelhos utilizados para anestesia no centro cirúrgico não
estéril do HV-UFPR. .................................................................................................. 29
Figura 15 – Anatomia básica do dente e do periodonto. ........................................... 34
Figura 16 - Faces do dente. A: Dentes superiores. B: Dentes inferiores. .................. 35
Figura 17 - Divisão dos quatro grupos dos dentes. ................................................... 36
Figura 18 – Odontograma de gato demonstrando o sistema de numeração dentária de
Triadan. ..................................................................................................................... 37
Figura 19 – Paciente no dia da consulta apresentando fístula infraorbitária em lado
esquerdo com secreção purulenta. ........................................................................... 41
Figura 20 – Olho esquerdo do paciente demonstrando o edema de córnea e eritema
de conjuntiva, no dia da consulta. ............................................................................. 42
Figura 21 – Paciente no dia do procedimento demonstrando o edema de córnea. .. 43
Figura 22 – A: Vista esquerda da cavidade oral demonstrando a doença periodontal
leve. B: Vista frontal da cavidade oral demonstrando a fratura dental em 204. ........ 44
Figura 23 – A e B: Imagens radiográficas orais demonstrando radiolucência em região
periapical do dente 204. ............................................................................................ 45
Figura 24 – A: incisão mesial e distal em mucosa gengival. B: liberação de aderência
do retalho. C: Desgaste do osso alveolar. D: Rompimento dos ligamentos periodontal
com uma alavanca periodontal. E: Dente 204 foi removido com auxílio de um fórceps.
F: Curetagem do alvéolo. .......................................................................................... 47
Figura 25 – A: Divulsão da mucosa gengival. B: retalho gengival sem tensão. C:
Esponja hemostática de colágeno depositada dentro do alvéolo. D: Sutura padrão
simples interrompido com fio absorvível. .................................................................. 48
Figura 26 – Cone de Guta Percha atravessando da fístula infraorbitária até o alvéolo
onde o dente 204 estava inserido. ............................................................................ 49
Figura 27 – Paciente 7 dias após o procedimento cirúrgico. ..................................... 50
Figura 28 – A: Cicatrização da fístula infraorbitária. B: Cicatrização da mucosa. ..... 51
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Distribuição do percentual dos 40 casos atendidos no período de 18 de
julho a 29 de julho de 2016, no Odontocão. .............................................................. 23
Gráfico 2 – Relação entre machos e fêmeas, divididos por espécie, atendidos no
período de 18 de julho a 29 de julho de 2016, no Odontocão. .................................. 23
Gráfico 3 – Distribuição dos animais atendidos em consultas, procedimentos
odontológicos e retornos, de acordo com a idade, no período de 18 de julho a 29 de
julho de 2016, no Odontocão. ................................................................................... 24
Gráfico 4 – Distribuição do percentual dos 148 atendimentos no período 01 de agosto
a 30 de setembro de 2016, no HV-UFPR. ................................................................. 30
Gráfico 5 – Relação entre machos e fêmeas, divididos por espécie, atendidos no HV-
UFPR, no período de 01 de agosto a 30 de setembro de 2016. ............................... 31
Gráfico 6 – Distribuição dos animais atendidos em consultas, procedimentos
odontológicos e retornos, de acordo com a idade, no período de 01 de agosto a 30 de
setembro de 2016, no HV-UFPR. .............................................................................. 32
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Percentual de afecções orais, de cães e gatos, atendidos em
procedimentos odontológicos do Odontocão, no período de 18 de julho a 29 de julho
de 2016. .................................................................................................................... 25
Tabela 2 – Percentual das afecções orais, separado por espécies, atendidas em
procedimentos odontológicos do HV-UFPR, no período de 01 de agosto a 30 de
setembro de 2016. .................................................................................................... 33
Tabela 3 – Fórmula dentária do gato, segundo Gorrel (2010)................................... 36
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Odontocão: Odontocão – Centro de Odontologia Veterinária
MV.: Médico(a) veterinário(a)
Profa: Professora
MSc.: Mestre
HV-UFPR: Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná
Prof: Professor
Dr: Doutor
PR: Paraná
LROF: Lesão de reabsorção odontoclástica felina
UI: Unidades internacionais
Kg: Quilograma
mg: Miligrama
%: Porcentagem
ml: Mililitro
H: Horas
L: Litro
Min: Minutos
Et al.: e colaboradores
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 16
2. LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO .......................................................... 17
2.1. DESCRIÇÃO DO ODONTOCÃO – CENTRO DE ODONTOLOGIA
VETERINÁRIA ....................................................................................................... 17
2.1.1. Atividades desenvolvidas no Odontocão – Centro de Odontologia
Veterinária .......................................................................................................... 22
2.1.2. Casuística acompanhada ...................................................................... 22
2.2. DESCRIÇÃO DO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DO PARANÁ .......................................................................................................... 25
2.2.1. Atividades desenvolvidas no Hospital Veterinário da Universidade
Federal do Paraná .............................................................................................. 29
2.2.2. Casuística acompanhada ...................................................................... 30
3. REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 34
3.1. ANATOMIA DO DENTE ............................................................................... 34
3.2. ETIOPATOGENIA ........................................................................................ 37
3.3. Sinais clínicos .............................................................................................. 38
3.4. Diagnóstico .................................................................................................. 38
3.5. Tratamento ................................................................................................... 39
3.5.1. Tratamento conservativo ....................................................................... 39
3.5.2. Tratamento cirúrgico – não conservativo ............................................... 40
3.6. RELATO DE CASO ...................................................................................... 41
3.7. DISCUSSÃO ................................................................................................ 51
4. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 54
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 55
16
1. INTRODUÇÃO
O relatório de estágio tem como objetivo descrever as atividades realizadas
durante o período de estágio curricular supervisionado, que foi realizado em dois
locais. O primeiro foi no Odontocão – Centro de Odontologia Veterinária (Odontocão),
no período de 18 de julho a 29 de julho de 2016, sendo supervisionado pelas médicas
veterinárias especializadas na área de odontologia veterinária, sob orientação da MV.
Profa. MSc. Maria Izabel Ribas Valduga, totalizando 82 horas. O segundo local foi no
Hospital Veterinário da Univerdade Federal do Paraná (HV-UFPR), no período de 01
de agosto a 30 de setembro de 2016, sendo supervisionado pelas médicas
veterinárias residentes de odontologia veterinária, sob orientação do MV. Prof. Dr.
Rogério Ribas Lange, totalizando 336 horas. Com um total de carga horária de 418
horas.
No presente relatório são descritos os locais de estágio, atividades
desenvolvidas, casuísticas, além do relato de um caso clínico atendido neste período.
A realização do estágio no Odontocão e no HV-UFPR permitiu a ampliação do
conhecimento na área de odontologia veterinária, acrescentando na vida profissional
e pessoal. O objetivo do estágio curricular é inserir o acadêmico na rotina veterinária,
fazendo com que o mesmo possa colocar em prática os conhecimentos adquiridos
durante a graduação.
17
2. LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO
2.1. DESCRIÇÃO DO ODONTOCÃO – CENTRO DE ODONTOLOGIA
VETERINÁRIA
O Odontocão – Centro de Odontologia Veterinária (Figura 1) situa-se na Rua
Teffé, número 656, bairro Bom Retiro, Curitiba – PR. O horário de funcionamento é
das 08 às 12 horas e das 14 às 18 horas, totalizando 8 horas diárias, de segunda-feira
à sexta-feira.
O centro odontológico é o pioneiro no Sul do país a prestar serviço
especializado e exclusivo na área de Odontologia Veterinária para animais de
companhia, sendo eles: consultas médicas e retornos, radiologia odontológica,
procedimentos odontológicos, como profilaxia oral, tratamento periodontal, exodontia,
tratamento endodôntico, ortodontia e osteossíntese.
O atendimento ao público funciona através de consultas agendadas, exceto os
atendimentos de emergência, que são encaixados na agenda. O mesmo é realizado
por três médicas veterinárias especializadas na área de odontologia veterinária.
O Odontocão conta com uma estrutura de recepção (Figura 2) onde ocorrem
os agendamentos e cadastros dos pacientes, sala de espera para os proprietários e
pacientes, dois consultórios, sendo um para cães (Figura 3) e outro para felinos
(Figura 4), sala de coleta de sangue e exames terceirizados (Figura 5), como de
ecocardiografia, eletrocardiografia e ultrassonografia, um centro cirúrgico para
procedimentos contaminados (Figura 6), sala de esterilização dos materiais cirúrgicos
e de revelação de películas radiográficas (Figura 7).
Nos consultórios há uma bancada para realização do exame físico geral e
exame oral, um armário com materiais úteis na consulta, pia para higienização das
mãos e mesa para anamnese. O consultório para felinos contém diversos nichos para
distração do paciente durante a anamnese.
No centro cirúrgico para procedimentos contaminados há duas mesas de
procedimentos gradeadas, dois equipos odontológicos, dois refletores odontológicos,
um aparelho de raio-x odontológico, biombo, negatoscópio, armários para
armazenagem dos materiais cirúrgicos e odontológicos e aparelhos para anestesia.
Há também o canil e gatil onde os pacientes permanecem no pré e pós-operatório
(Figura 8).
18
Figura 1 - Fachada do Odontocão – Centro de Odontologia
Veterinária.
Figura 2 - Recepção do Odontocão.
19
Figura 3 - Consultório de atendimento para cães do Odontocão.
Figura 4 – Consultório de atendimento para gatos do Odontocão.
20
Figura 5 – Sala de coleta de sangue
e exames terceirizados do
Odontocão.
Figura 6 – Centro cirúrgico não estéril do Odontocão.
21
Figura 7 – Sala de esterilização dos materiais e revelação
de películas radiográficas do Odontocão.
Figura 8 – Canil e gatil do Odontocão.
22
2.1.1. Atividades desenvolvidas no Odontocão – Centro de Odontologia
Veterinária
As atividades desenvolvidas pelo estagiário consistiam em acompanhamento e
auxílio em consultas médicas, procedimentos odontológicos e retornos.
Durante as consultas acompanhava-se a anamnese, pesavam-se os animais,
auxiliava-se na contenção do animal para o exame físico geral, como auscultação
cardíaca e pulmonar do paciente, palpação de linfonodos superficiais, avaliação oral
e coleta de materiais para exames laboratoriais. A organização dos consultórios era
feita após as consultas.
Nos procedimentos odontológicos, as atividades desenvolvidas foram de
separação e preparação dos materiais utilizados durante o procedimento, auxílio ao
anestesista no pré-operatório do paciente, (contenção), auxílio durante os
procedimentos odontológicos, (registro de fotos da cavidade oral do paciente,
preenchimento do odontograma, revelação de filmes radiográficos e monitoramento
do paciente no pós-operatório). Ao final de cada procedimento odontológico, os
materiais utilizados eram levados a sala de esterilização.
Discussões sobre os casos acompanhados, leitura de livros e revistas de
odontologia veterinária eram realizadas durante os horários entre as consultas e
procedimentos odontológicos.
2.1.2. Casuística acompanhada
Foram acompanhadas 15 consultas, 15 procedimentos odontológicos e 10
retornos pós-operatórios, totalizando 40 atendimentos (Gráfico 1). Desses, 32 eram
da espécie canina, sendo 14 machos e 18 fêmeas, e dois da espécie felina, um macho
e uma fêmea, sendo que alguns animais que passaram por consulta são os mesmos
de procedimentos odontológicos e retornos (Gráfico 2).
23
Gráfico 1 – Distribuição do percentual dos 40 casos atendidos no período de 18
de julho a 29 de julho de 2016, no Odontocão.
Gráfico 2 – Relação entre machos e fêmeas, divididos por espécie, atendidos no
período de 18 de julho a 29 de julho de 2016, no Odontocão.
A distribuição de idade dos animais atendidos pode ser observada no Gráfico
3. Os animais foram divididos por espécie e em três classes de idades, animais de até
37,5%
37,5%
25%
ATENDIMENTOS
Consultas (n=15) Procedimentos odontológicos (n=15) Retornos (n=10)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Cães Gatos
Machos Fêmeas
24
5 anos, de 6 a 10 anos e acima de 10 anos. Observa-se que a classe dos cães mais
jovens (até 5 anos) prevaleceu nos três tipos de atendimento.
Gráfico 3 – Distribuição dos animais atendidos em consultas, procedimentos
odontológicos e retornos, de acordo com a idade, no período de 18 de julho a 29
de julho de 2016, no Odontocão.
O diagnóstico final das afecções orais e grau de doença periodontal (sendo
utilizado no local a terminologia: leve, moderada e avançada), no Odontocão, só pôde
ser concluído com o animal devidamente anestesiado. Dos pacientes que foram
submetidos ao procedimento odontológico, a afecção de maior prevalência foi a
doença periodontal leve, com um percentual de 36,8%, como pode ser observado na
Tabela 1.
0 2 4 6 8 10 12 14
Cães
Gatos
Classes de idades
Até 5 anos Entre 6 a 10 anos Acima de 10 anos
25
Tabela 1 – Percentual de afecções orais, de cães e gatos, atendidos em
procedimentos odontológicos do Odontocão, no período de 18 de julho a 29 de julho
de 2016.
Afecções Cães Gatos Porcentagem
Doença periodontal avançada 4 0 21%
Doença periodontal moderada 1 0 5,2%
Doença periodontal leve 7 0 36,8%
Fratura dentária 2 1 15,8%
Avulsão dentária 2 0 10,5%
Fratura em mandíbula 1 0 5,2%
Má oclusão 1 0 5,2%
Total 18 1 100%
*Observação: Cada animal pode apresentar mais de uma afecção oral.
2.2. DESCRIÇÃO DO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DO PARANÁ
O Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná (HV-UFPR) (Figura
9) situa-se na Rua dos Funcionários, número 1540, bairro Juvevê, Setor de Ciências
Agrárias em Curitiba – PR. O mesmo funciona de segunda-feira à sexta-feira, das 08
às 12 horas e das 14 às 18 horas, totalizando 8 horas diárias.
O atendimento do HV-UFPR é realizado por médicos veterinários residentes,
que são orientados por professores, para animais de grande porte, pequeno porte e
animais selvagens/silvestres. O hospital dispõe de diversas especialidades como
clínica médica, clínica cirúrgica, odontologia, oftalmologia, oncologia, anestesiologia e
diagnóstico por imagem. Também há os serviços de laboratório de análises clínicas e
patologia clínica.
A área de odontologia veterinária faz o atendimento ao público através de
consultas agendadas e por senhas, que funciona por ordem de chegada, onde o
animal passa por triagem e no caso de emergência as providências são tomadas. A
equipe desta área é composta por dois residentes e um professor orientador
responsável pelo setor.
26
O setor de odontologia veterinária conta com a recepção (Figura 10), onde são
feitos os agendamentos e os cadastros dos pacientes, sala de espera para os
proprietários e pacientes, um consultório (Figura 11), sala de coleta de sangue (Figura
12) e farmácia, que também são utilizados por outras áreas do hospital e centro
cirúrgico para procedimentos contaminados.
Os consultórios apresentam mesa de atendimento para exame físico do
paciente, um armário com materiais úteis para consulta, pia para lavagem das mãos,
caixa de perfuro cortantes e mesa com computadores para a anamnese.
No centro cirúrgico (Figura 13) não estéril há uma mesa de procedimento
gradeada, dois equipos odontológicos, um refletor odontológico, um aparelho de raio-
x odontológico, um scanner de leitura de imagem radiográfica digital, armários para
armazenamento dos materiais cirúrgicos e odontológicos e aparelhos utilizados nas
anestesias. Neste mesmo ambiente há o canil e gatil onde os animais permanecem
no pré e pós-operatório (Figura 14).
Figura 9 – Fachada do Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná.
27
Figura 10 – Recepção do HV-UFPR.
Figura 11 – Consultório de atendimento do HV-UFPR.
28
Figura 12 – Sala de coleta de materiais do HV-UFPR.
Figura 13 – Centro cirúrgico não estéril do HV-UFPR.
29
Figura 14 – Canil/gatil e aparelhos utilizados para anestesia no
centro cirúrgico não estéril do HV-UFPR.
2.2.1. Atividades desenvolvidas no Hospital Veterinário da Universidade
Federal do Paraná
As funções desenvolvidas pelos estagiários consistiam em acompanhamento e
auxílio em consultas médicas e retornos, através da realização da anamnese e exame
físico geral, como avaliação da frequência cardíaca, frequência respiratória,
temperatura retal, palpação de linfonodos superficiais, turgor de pele e coloração de
mucosas, sempre sob orientação dos residentes. Auxílio na contenção dos animais
para a avaliação oral e coleta de materiais para exames laboratoriais. Ao final das
consultas era feita a organização do consultório e o lançamento de todas as
informações das fichas escritas de consultas para um programa de dados no
computador.
Os estagiários auxiliavam também no preenchimento de requisições e
transporte de materiais coletados até os laboratórios do hospital.
No centro cirúrgico, as atividades desenvolvidas eram de separação e
preparação dos materiais utilizados durante o procedimento, cadastro do paciente no
30
programa de scanner de radiografia digital, auxílio ao anestesista no pré-operatório
do paciente, preenchimento do odontograma durante os procedimentos
odontológicos, revelação da película radiográfica digital, registro de fotos da cavidade
oral do paciente, monitoramento do paciente no pós-operatório e cálculo de
medicamentos e prescrição medicamentosa no pós-operatório, com orientação e
conferência do residente. Os estagiários puderam realizar algumas profilaxias
dentárias sob orientação dos mesmo.
Nos horários entre as consultas e procedimentos odontológicos era possível
realizar leitura de livros de odontologia veterinária e discussão dos casos
acompanhados.
2.2.2. Casuística acompanhada
Foram acompanhadas 51 consultas odontológicas, 56 procedimentos
odontológicos e 41 retornos pós-operatórios, totalizando 148 atendimentos (Gráfico
4).
Gráfico 4 – Distribuição do percentual dos 148 atendimentos no período 01 de
agosto a 30 de setembro de 2016, no HV-UFPR.
Dos 148 atendimentos, 92 eram da espécie canina, 38 machos e 54 fêmeas,
oito da espécie felina, quatro machos e quatro fêmeas, observando que alguns
Consultas34%
Procedimentos odontológicos
38%
Retornos28%
ATENDIMENTOS
31
animais que passaram por consulta são os mesmos de procedimentos odontológicos
e retornos. Houve também um atendimento de um porquinho-da-Índia (Cavia
porcellus) macho e dois atendimentos de coelhos (Oryctolagus cuniculus) fêmeas
(Gráfico 5).
Gráfico 5 – Relação entre machos e fêmeas, divididos por espécie, atendidos no
HV-UFPR, no período de 01 de agosto a 30 de setembro de 2016.
Os animais atendidos durante o período foram divididos por espécie e em três
faixas etárias, animais de até 5 anos, de 6 a 10 anos e acima de 10 anos, o que pode
ser observado no Gráfico 6. A faixa etária que prevaleceu nos três tipos de
atendimento foram os cães de meia idade (de 6 a 10 anos).
0
10
20
30
40
50
60
Cães Gatos Porquinho-da-Índia Coelho
Machos Fêmeas
32
Gráfico 6 – Distribuição dos animais atendidos em consultas, procedimentos
odontológicos e retornos, de acordo com a idade, no período de 01 de agosto a
30 de setembro de 2016, no HV-UFPR.
Durante os procedimentos odontológicos no HV-UFPR, os animais são
devidamente anestesiados, assim permitindo que o diagnóstico final das afecções da
cavidade oral e o estabelecimento dos graus da doença periodontal (terminologia
utilizada no local: I a IV) sejam feitos. Destes animais submetidos ao procedimento
odontológico, pôde ser observado que a afecção mais comum foi a doença periodontal
grau IV, com um percentual de 29,4% (Tabela 2).
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Cães
Gatos
Porquinho-da-Índia
Coelhos
Classes de idades
Até 5 anos Entre 6 a 10 anos Acima de 10 anos
33
Tabela 2 – Percentual das afecções orais, por espécies, atendidas em procedimentos
odontológicos do HV-UFPR, no período de 01 de agosto a 30 de setembro de 2016.
Afecções Cães Gatos Porquinho-da-Índia
Coelhos Porcentagem
Doença periodontal IV 19 1 0 0 29,4%
Doença periodontal III 9 0 0 0 13,2%
Doença periodontal II 12 0 0 0 17,6%
Doença periodontal I 7 2 0 0 13,2%
Hipersensibilidade a placa bacteriana
1 0 0 0 1,4%
Úlceras em cavidade oral 2 0 0 0 2,9%
Fratura dentária 4 0 0 0 5,8%
Avulsão dentária 2 0 0 0 2,9%
LROF 0 2 0 0 2,9%
Pulpite 1 0 0 0 1,4%
Crescimento excessivo de molariformes
0 0 1 2 4,4%
Dente supranumerário 1 0 0 0 1,4%
Massa oral 2 0 0 0 2,9%
Total 60 5 1 2 100%
*Observação: Cada animal pode apresentar mais de uma afecção oral.
34
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1. ANATOMIA DO DENTE
Os dentes estão localizados nos alvéolos dos ossos incisivos, maxilar e
mandibular (GUEDES, NUNES, 2006). Consistem em coroa, porção acima da linha
da gengiva; raiz, porção abaixo da linha da gengiva; esmalte, camada externa do
dente e substância mais dura do corpo; dentina, ligação entre a superfície externa do
dente e o seu interior; cemento, similar aos ossos em sua composição e polpa,
localizada no interior do dente, composta por vasos sanguíneos e linfáticos, nervos e
tecido conjuntivo, que promovem a nutrição e inervação do dente, sua ligação com o
exterior é através do delta apical. O ligamento periodontal é o tecido conjuntivo que
fixa o dente ao osso, sendo um amortecedor para o dente (GORREL, 2010;
EICKHOFF, 2011) (Figura 15).
Figura 15 – Anatomia básica do dente e do periodonto.
Fonte: GORREL, 2010.
35
Segundo Roza (2004), o dente dos cães e gatos podem ser divididos em seis
faces: apical, em direção ao ápice radicular; coronal, superfície mastigatória do dente,
também chamada de incisal nos dentes incisivos e caninos e oclusal nos pré-molares
e molares; facial ou vestibular, voltada para o vestíbulo bucal; lingual, voltada para a
língua, nos dentes superiores chamada de palatina; mesial, face do dente voltada para
o incisivo central; distal, mais distante do incisivo central (Figura 16).
Figura 16 - Faces do dente. A: Dentes superiores.
B: Dentes inferiores.
Fonte: ROZA, 2004.
Os dentes são divididos em quatro grupos: incisivos, caninos, pré-molares e
molares (MITCHELL, 2004) (Figura 17). Ao longo da vida os gatos apresentam duas
36
dentições, os decíduos, com 26 dentes, e os permanentes, com 30 dentes (Tabela 3).
Essa troca ocorre entre 3 a 5 meses de idade nos gatos (GORREL, 2010).
Figura 17 - Divisão dos quatro grupos dos dentes.
Fonte:http://dentalpiravet.blogspot.com.br/2014/09/anat
omia-dentaria-em-caes-e-gatos.html?m=1
Tabela 3 – Fórmula dentária do gato, segundo Gorrel (2010).
Dentes decíduos 2 x (I 3/3 : C 1/1 : P 3/2)* = 26
Dentes permanentes 2 x (I 3/3 : C 1/1 : P 3/2 : M 1/1)* = 30
*I: incisivos / C: caninos / P: pré-molares / M: Molares
No sistema modificado de Triadan os dentes são divididos em quadrantes e
numerados de 1 a 4, começando pelo lado direito da maxila e terminando pelo lado
direito da mandíbula, em sentido horário (TUTT, 2006) (Figura 18).
37
Figura 18 – Odontograma de gato demonstrando o sistema de numeração
dentária de Triadan.
Fonte: Laboratório de Odontologia Comparada LOC - FMVZ – USP e
ODONTOVET.
As raízes dos dentes podem variar em número, sendo os incisivos, caninos,
segundo pré-molares e molares superiores com apenas uma raiz (unirradiculares) e o
restante dos pré-molares e molares com duas ou três raízes (multirradiculares)
(WIGGS; LOBPRISE, 1997).
3.2. ETIOPATOGENIA
As fraturas dentárias são os traumas dentários que mais ocorrem na população
de felinos domésticos, sendo as emergências orais de maior prevalência em gatos
adultos (HAWKINS, 1999; GIOSO, 2003).
Fraturas de coroa, na medicina veterinária, podem ser classificadas como
complicadas, onde há exposição da polpa, ou não complicadas, que há apenas
exposição da dentina. Ambos os tipos de fratura necessitam de terapia, entretanto os
tratamentos são diferentes (NIEMIEC, 2012).
As fraturas nos dentes de felinos acontecem, principalmente, nos dentes
caninos por causa de sua posição exposta. Podendo ocorrer devido uma queda,
disputa com outro gato ou atropelamento. Ocorre uma infecção inicialmente à polpa,
pois fica exposta a uma invasão bacteriana através do ponto de abertura. A polpa
serve como condutor para as bactérias pelo canal da raiz até a maxila, fazendo lesões
periapicais, que podem apresentar-se como um granuloma, cisto ou abscesso
(EICKHOFF, 2011). A exposição pulpar se não tratada leva à pulpite, necrose pulpar
e patologia periapical (LOBPRISE, 2010).
A cavidade oral apresenta bactérias aeróbias, Gram-positivas, normalmente
dos gêneros Actinomyces spp. e Streptococcus spp. (HARVEY; EMILY, 1993). Se
38
houver o acúmulo de placa bacteriana, a flora pode sofrer alterações, havendo
crescimento de bastonetes filamentosos Gram-negativos, anaeróbios e móveis
(WIGGS; LOBPRISE, 1997). Geralmente os organismos anaeróbios são os
causadores das alterações patológicas (HARVEY; EMILY, 1993).
A fístula infraorbitária se caracteriza por lesão osteolítica na região periapical
do dente afetado (BONI et al., 2016). Pode ocorrer também no caso de doença
periodontal que progride para o ápice do dente acometido (PIGNONE, 2009), em
casos de raízes retidas por fratura ou falhas durante extração de dente (NIEMIEC,
2012) e por desgaste excessivo do dente (GORREL, 2010).
Em casos mais graves, as doenças orais também podem afetar a órbita óssea,
o bulbo ocular e seus anexos, causando sinais clínicos oftálmicos (PAIVA, 2011).
3.3. SINAIS CLÍNICOS
Os sinais de que há uma doença pulpar são dentes fraturados com exposição de
polpa, coloração anormal do dente (geralmente roxo ou cinza), o animal se recusa
morder ou comer, mastiga apenas de um lado, apresenta sialorréia e lambe
frequentemente o dente, além de sensibilidade nas palpações em regiões da face,
mal estar geral, aparência clínica de infecção ou fístula em torno da raiz do dente e
inchaço na região do ápice da raiz (HARVEY; EMILY, 1993).
Em casos de doenças orais severas, pode ocorrer uma inflamação perto da
órbita, evoluindo para uma inflamação ocular, doença naso-lacrimal, abscesso
retrobulbar e cegueira (NIEMIEC, 2012).
Dentes fraturados com a polpa exposta causam muita dor, porém alguns
pacientes raramente demonstram sinais de desconforto, devido sua natureza
(NIEMIEC, 2012).
3.4. DIAGNÓSTICO
É muito importante realizar o exame da cavidade oral para o diagnóstico e
tratamento das afecções. Para a avaliação completa necessita de anestesia geral,
fornecendo segurança, imobilização e visualização adequada (MITCHELL, 2004).
Radiografias do dente são necessárias para o diagnóstico definitivo de um
abscesso dentário. A presença de uma rarefação periapical fecha o diagnóstico. Além
39
disso, também é recomendada a radiografia de todos os dentes, garantindo que não
tenha outro dente envolvido (NIEMIEC, 2012).
3.5. TRATAMENTO
As únicas formas de tratamento para fraturas complicadas são a endodontia ou
exodontia do dente afetado (NIEMIEC, 2012). Ambos os tratamentos possibilitam
ótimos resultados (DIAS et al., 2013).
Para a realização do tratamento de ambas, há necessidade de anestesia geral
e local (GONÇALVES, 2006).
3.5.1. Tratamento conservativo
A endodontia é a parte da odontologia veterinária que é responsável pelo
diagnóstico e tratamento de afecções da polpa, no caso da mesma estar
comprometida ou destruída (LEON-ROMAN; GIOSO, 2002).
Uma radiografia deve ser realizada antes de se decidir pela manutenção do
dente, para avaliar a situação da raiz e da capacidade de assegurar a sua preservação
(EICKHOFF, 2011).
Quando ocorre uma fratura recente com a polpa ainda viva, pode ser feita a
pulpectomia parcial e capeamento pulpar direto, com restauração, que deve ser
realizado horas depois da lesão. Ou tratamento convencional de canal radicular e
restauração, que também é o tratamento indicado quando a polpa já está
cronicamente inflamada ou necrosada (LOBPRISE, 2010). A pulpectomia parcial e
capeamento pulpar direto tem como objetivo manter a polpa viva, pois é necessário
para que o desenvolvimento radicular continue (GORREL, 2010).
O tratamento de canal convencional é o procedimento mais comum na
endodontia. Sendo indicado quando há injurias irreversíveis ao sistema endodôntico,
necrose pulpar e comprometimento da porção periapical em dentes permanentes.
Esta técnica consiste na remoção do tecido morto por meio de instrumentação e
desinfecção da câmara pulpar, utilizando limas endodônticas e substâncias químicas
(LEON-ROMAN; GIOSO, 2002).
40
3.5.2. Tratamento cirúrgico – não conservativo
Das cirurgias da cavidade oral, a exodontia é a mais realizada em cães e gatos
e deve ser iniciada pela radiografia do dente e periodonto (ROZA, 2004).
A extração de um dente canino pode ser indicada em casos de perda de
inserção e mobilidade secundária a doença periodontal, fraturas de coroa que causem
dor ao paciente ou resultaram em abscesso apical, onde o tratamento endodôntico
não é apropriado, desvitalização baseada na descoloração dental, anomalias na
formação dental que produzem má oclusão e gatos com LROF (FITCH, 2003;
HARVEY; EMILY, 1993; SAN ROMÁN et al., 1999).
A exodontia é contra-indicada em caso de animais debilitados, incapazes de
aguentar a técnica, com desordens de coagulação ou com problemas de cicatrização
(SAN ROMÁN et al., 1999).
Os dentes caninos apresentam raízes compridas e volumosas, sendo a cirurgia
a melhor maneira de extraí-los (ROZA, 2004). A técnica utilizada é um retalho gengival
na face vestibular (SAN ROMÁN et al., 1999), pois faz a exposição adequada para
facilitar o procedimento de extração (LOBPRISE, 2010).
41
3.6. RELATO DE CASO
Um gato de aproximadamente dois anos de idade, macho, sem raça definida,
foi atendido no Odontocão – Centro de Odontologia Veterinária no dia 19 de julho de
2016, com histórico de fístula infraorbitária em região de olho esquerdo e
apresentando desconforto para se alimentar, desde que foi adotado (Figura 19).
Figura 19 – Paciente no dia da consulta
apresentando fístula infraorbitária em lado
esquerdo com secreção purulenta.
O animal havia sido adotado 30 dias antes da consulta e foi encaminhado por
outra clínica veterinária para a investigação da fístula infraorbitária. O mesmo já tinha
sido tratado com associação de espiramicina e dimetridazol na dose de 90.000UI/Kg
e 12,5 mg/Kg respectivamente, durante 10 dias, mas não apresentou melhora. Além
da terapia sistêmica foi prescrita terapia tópica oftálmica com colírios como o
gatifloxacino 0,3%, dextrana 0,07 mg e hipromelose 0,2 mg e atropina 1% devido à
úlcera de córnea secundária e conjuntivite (Figura 20).
42
Figura 20 – Olho esquerdo do paciente demonstrando o
edema de córnea e eritema de conjuntiva, no dia da
consulta.
O paciente era dócil, permitindo que fosse realizado o exame da cavidade oral,
onde foi constatada a fratura dental em canino superior esquerdo (204), com suspeita
de exposição de polpa. Observou-se também acúmulo de cálculo dentário em pré-
molares superiores (108 e 208) e molares inferiores (309 e 409), no sistema de
Triadan. Após a avaliação da cavidade oral somado ao sinal clínico de fístula
infraorbitária, o parecer clínico dado pela médica veterinária responsável foi de fratura
dentária em 204 com exposição pulpar, sendo recomendado tratamento periodontal e
radiografia intraoral para se confirmar o diagnóstico.
Na avaliação pré-anestésica realizou-se exame físico e coleta de sangue do
paciente para a realização dos seguintes exames: hemograma, alanina
aminotransferase (ALT), fosfatase alcalina (FA), creatinina e proteína totais e frações.
Não houve alteração nos exames físicos nem laboratoriais.
43
Figura 21 – Paciente no dia do procedimento
demonstrando o edema de córnea.
Como medicação pré-anestésica utilizou-se acepromazina 0,05 mg/kg
associado a metadona 0,4 mg/kg, por via intramuscular. Passados quinze minutos, o
paciente apresentou tranquilização satisfatória e foi realizado o acesso venoso na veia
cefálica direita com cateter para fluidoterapia com NaCl 0,9% com taxa de infusão de
50mL/Kg/h. A indução foi feita com propofol 5mg/kg intravenoso, permitindo a
intubação orotraqueal do animal com sonda 4,0 e esta conectada ao circuito aberto
do tipo baraka, recebendo 1L/min de oxigênio a 100% e a manutenção foi realizada
com isoflurano vaporizado por vaporizador universal.
O antiinflamatório escolhido foi meloxicam na dose de 0,1mg/Kg administrado
pela via subcutânea, além deste foram administrados pela mesma via 2mg/Kg de
ranitidina e 1mg/Kg de maropitant, ambos visando conforto abdominal no pós-
operatório.
Com o animal devidamente anestesiado foi possível avaliar o estado geral oral
com o auxílio de uma sonda milimetrada. Constatou-se um quadro de doença
periodontal leve (Figura 22), foi realizado tratamento periodontal, que consiste em
44
raspagem com o ultrassom e polimento com flúor e pasta profilática de todos os dentes
nas faces palatina, lingual e vestibular.
Figura 22 – A: Vista esquerda da cavidade oral demonstrando a doença periodontal
leve. B: Vista frontal da cavidade oral demonstrando a fratura dental em 204.
Fonte: Odontocão.
Em seguida foi realizada a radiografia intraoral do dente 204 com filme
odontológico oclusal, confirmando então a exposição da polpa e uma leve perda óssea
periapical (halo de radiolucência óssea ao redor do ápice) (Figura 23). Esta imagem
indica um abscesso periapical pela perda da vitalidade pulpar, que pela contaminação
levou a fistulação em região infraorbitária. Devido à gravidade e extensão da lesão, o
tratamento de opção foi a extração do dente comprometido.
A B
45
Figura 23 – A e B: Imagens
radiográficas orais demonstrando
radiolucência em região periapical do
dente 204.
Fonte: Odontocão.
Foi realizado o bloqueio anestésico local no forame infraorbitário e maxilar
esquerdo utilizando-se 0,2mL de lidocaína 2% em cada bloqueio, com intuito de
bloquear fibras nervosas sensitivas da região a ser operada e consequentemente a
dor. A inervação origina-se do ramo mandibular do quinto par craniano (trigêmeo), que
é dividido em três ramos principais: nervo oftálmico, nervo maxilar e nervo mandibular.
O nervo maxilar subdivide-se em nervo zigomático, pterigopalatino e infraorbital, este
último é responsável pela inervação das raízes dentárias de incisivos, caninos e
primeiros pré-molares superiores.
A
B
46
Para a extração do dente 204 realizou-se um retalho gengival, com o auxílio de
uma lâmina de bisturi número 15 para incisão de liberação mesial e distal,
acompanhando a raiz, e um elevador de periósteo para levantar o retalho. Com o
retalho levantado, uma broca Zekrya acoplada a caneta de alta rotação com irrigação,
foram utilizadas para desgaste do osso alveolar na face vestibular (alveolectomia),
facilitando a visualização da raiz dentária. Com o uso de alavancas periodontais, o
ligamento periodontal foi rompido nas faces restantes do dente, permitindo que o
mesmo fosse removido com um fórceps.
O alvéolo foi curetado delicadamente com um elevador de periósteo,
removendo o tecido infectado (Figura 24). Uma tesoura pequena de ponta e uma pinça
de Adson foram utilizados para segurar e divulsionar a gengiva, rompendo o periósteo
de forma que o retalho pudesse ser estendido, sem haver tensões. Uma esponja
hemostática de colágeno foi colocada dentro do alvéolo, para preencher e permitir a
fixação do coágulo, consequentemente facilitando a cicatrização. Para a sutura foi
utilizado um porta agulha, uma tesoura e fio absorvível Poliglactina 4-0 em padrão
simples interrompido (Figura 25). Para melhor correlação entre o espaço do dente e a
fístula, um cone de Guta Percha foi inserido na fístula infraorbitária, atravessando até
sair no alvéolo onde o dente 204 estava inserido, demonstrando que houve uma
contaminação por via ascendente que chegou no ápice da raiz, fistulando no osso
maxilar, região infraorbitária (Figura 26).
47
Figura 24 – A: Incisão mesial e distal em mucosa gengival. B: Liberação de
aderência do retalho. C: Desgaste do osso alveolar. D: Rompimento dos ligamentos
periodontal com uma alavanca periodontal. E: Dente 204 foi removido com auxílio
de um fórceps. F: Curetagem do alvéolo.
48
Figura 25 – A: Divulsão da mucosa gengival. B: Retalho gengival sem tensão. C:
Esponja hemostática de colágeno depositada dentro do alvéolo. D: Sutura padrão
simples interrompido com fio absorvível.
49
Figura 26 – Cone de Guta Percha atravessando da
fístula infraorbitária até o alvéolo onde o dente 204
estava inserido.
Com o procedimento odontológico finalizado, a administração de isofluorano foi
cessada, quando o paciente reestabeleceu os reflexos protetores (palpebral, corneal
e traqueal) foi extubado. O mesmo foi mantido aquecido até sua completa
recuperação. Não ocorreu nenhuma alteração no pós-operatório imediato, permitindo
que o mesmo voltasse para casa ao final do dia.
O procedimento cirúrgico foi realizado dois dias após a consulta, no Odontocão,
no período da tarde, com duração de uma hora e trinta minutos.
Medicações prescritas no pós-operatório: Amoxicilina com clavulanato de
potássio 25mg/Kg a cada 12 horas, durante 7 dias, meloxicam 0,1mg/Kg a cada 24
horas, durante 3 dias e cloridrato de tramadol 3mg/Kg a cada 12 horas, durante 3 dias,
todos por via oral. O alimento macio durante 7 dias também foi recomendado. O
retorno do paciente para reavaliação foi marcado para 7 dias após o procedimento.
No retorno, a proprietária relatou que o animal estava bem, estava se alimentando
normalmente, ficou um pouco agitado com o uso do tramadol, não houve tosse,
50
espirro, secreção nasal e êmese. A secreção no olho esquerdo, o edema de córnea e
eritema de conjuntiva haviam diminuído (Figura 27). Houve a cicatrização da fístula
infraorbitária. Ao exame da cavidade oral foi possível observar a presença dos pontos,
porém a cicatrização estava normal (Figura 28), a mucosa normocorada e ausência
de secreção.
Figura 27 – Paciente 7 dias após o procedimento
cirúrgico.
51
Figura 28 – A: Cicatrização da fístula
infraorbitária. B: Cicatrização da mucosa.
A proprietária foi orientada a realizar a escovação dental diariamente com pasta
dental veterinária (enzimática) e indicado o retorno semestral do paciente para
acompanhamento odontológico.
3.7. DISCUSSÃO
Segundo Gioso (2002), o abscesso periapical é comum em cães e gatos, mas
geralmente não recebe o tratamento correto devido à falta de informação do médico
veterinário, que faz apenas o tratamento sintomático, onde pode haver risco de
recidivas, pois a causa permanece. No caso relatado, tentou-se o tratamento
A
B
52
sintomático, porém como a causa não foi tratada, não houve sucesso no primeiro
tratamento.
Algumas causas de fístula infraorbitária em gatos são fraturas e traumatismos
dentários, doenças periodontais severas e desgastes dentários excessivos (BONI et
al., 2016). O gato deste relato apresentou a afecção pela fratura em canino esquerdo,
condizendo com a literatura.
Há várias etiologias para afecções pulpares, sendo a mais comum de origem
bacteriana. A invasão da polpa por bactérias pode ocorrer por fraturas na coroa, com
ou sem exposição pulpar (WIGGS; LOBPRISE, 1997). A fratura dentária com
exposição de polpa neste caso, favoreceu a invasão das bactérias, como citado em
literatura.
O sinal clínico de fístula em região infraorbitária, observado durante a consulta,
e a resistência à mastigação ou alimentação são sinais de doença pulpar descrito por
Gioso (2002). Neste caso também houve sinais clínicos oftálmicos, assim como cita
Paiva (2011), as doenças orais podem afetar a órbita óssea, o bulbo ocular e seus
anexos.
Holmstrom; Frost; Eisner (1998), citam que para a anestesia geral, é indicada
a realização de exames pré-operatórios como avaliação hematológica. O exame de
sangue deste paciente foi realizado antes de ser submetido a anestesia geral e não
houve nenhuma alteração. O autor também indica a anestesia local, que foi realizada
no paciente do caso relatado, pois permite que a quantidade de medicação anestésica
seja menor e que assegure o alívio da dor pós-operatória.
De acordo com Gioso (2003), o exame radiográfico intraoral é fundamental para
confirmar o envolvimento apical, podendo evidenciar lise periapical e áreas de
radioluscência ao redor do ápice da raiz lesionada. No caso descrito foi realizada a
radiografia intraoral do dente 204 e o resultado obtido foi semelhante ao descrito em
literatura.
Como tratamento para animais com fístula infraorbitária pode ser realizado a
exodontia ou a endodontia, associadas à administração de antimicrobianos e anti-
inflamatórios no pré e pós-operatório (AYLON, 2008). Assim como citado na literatura,
a opção de tratamento para o caso relatado foi de exodontia, pela gravidade e
extensão da lesão. O antiinflamatório foi aplicado no transoperatório e prescrito no
pós-operatório associado ao antimicrobiano.
53
A exodontia é utilizada principalmente em casos onde o tratamento endodôntico
não foi satisfatório ou por opção do proprietário (LEONARDO; LEAL, 1998). No caso
relatado, a tutora optou por não fazer a endodontia, pois pela gravidade e cronicidade
da lesão a chance de sucesso no tratamento endodôntico não era tão alta.
Quanto a técnica utilizada para exodontia do dente 204, foi realizada como
descreve a literatura, ou seja, por meio de retalho gengival (ROZA, 2004; SAN
ROMÁN et al., 1999; LOBPRISE 2010).
Segundo Birchard e Sherding (2003), dependendo do número de dentes
extraídos e a complexidade dessas exodontias, é recomendado oferecer dieta líquida
por três a dez dias. Foi recomendado para o gato deste caso sete dias de alimentação
líquida, corroborando com a literatura.
A sutura é necessária em casos onde toda a gengiva aderida ao dente foi
afastada intencionalmente ou acidentalmente (HARVEY, 1993). Para a realização do
retalho gengival deste caso, houve necessidade de afastar a gengiva
intencionalmente, sendo então essencial a sutura gengival, que resultou em boa
cicatrização.
Após a conclusão do tratamento, foi recomendado para a manutenção da
saúde oral, a higiene oral domiciliar, como citado pelo autor Vestraete (1999).
54
4. CONCLUSÃO
A fratura dentária de canino superior em gatos com lesão periapical tem grande
importância na clínica médica veterinária, pois devido à falta de informação, esta
afecção não é diagnosticada da maneira correta, sendo tratada apenas de forma
paliativa e não a sua causa, podendo se agravar e afetar a saúde e bem-estar do
animal. O tratamento exige um médico veterinário especialista em odontologia
veterinária, pois o mesmo poderá avaliar qual a melhor técnica a ser utilizada, de
forma que minimize a dor do animal e se obtenha sucesso no tratamento. É importante
conscientizar médicos veterinários e proprietários da importância em sempre avaliar
a boca do animal, pois o diagnóstico precoce em qualquer afecção oral permite um
bom prognóstico.
55
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