Download - Universo gospel Agosto 2015
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02 - Editorial
03 - Mensagem
04 - Reflexão
06 - Educação
09 - Estudo Bíblico
11 - Aconselhamento Cristão
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Conselhos Para Criar Filhos
Mensagem
Se eu tivesse meu filho para criar de novo,
Eu pintaria mais com meus dedos e apontaria muito menos para eles.
Eu passaria menos tempo corrigindo e mais tempo conversando.
Eu tiraria meus olhos do meu relógio e perceberia mais o quão rápido o
tempo está se passando.
Eu me importaria em saber menos, e saberia me importar mais.
Eu passaria mais tempo brincando com eles.
Eu ficaria menos sério e me divertiria mais.
Eu correria mais com eles e olharia mais as estrelas.
Eu seria menos firme, mas, firmaria mais meu amor por eles.
Eu reformaria a auto estima, e deixaria a reforma da casa para depois.
Eu amaria menos a força, e viveria mais a força do amor.
Autor desconhecido
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Cristãos Anoréxicos
Reflexão
Anorexia é um transtorno alimentar ca-
racterizado pelo medo que o paciente
tem de ganhar peso. Esse medo pode
provocar problemas psiquiátricos graves.
A pessoa anoréxica se olha no espelho e
se vê obesa, embora esteja extremamente
magra. A pessoa que apresenta anorexia
pode também apresentar bulimia.
Doença que atinge principalmente mu-
lheres adolescentes e adultas jovens, a
anorexia é um problema que possui ris-
cos clínicos e que pode levar à morte por
inanição, desequilíbrio dos componentes
sanguíneos ou suicídio.
A pessoa que possui essa doença limita
severamente a quantidade de comida in-
gerida, comendo tão pouco quanto possí-
vel. Assim, o organismo fica carente de
nutrientes, o que pode levar a diversos
problemas de saúde.
A pessoa que sofre desse distúrbio deve
procurar um tratamento médico e psico-
lógico.
Depois de um longo período sem comer, a
alimentação deve ser retomada com pe-
quenas quantidades de líquidos ou ali-
mentos facilmente digeríveis. Ter um ho-
rário pré-estabelecido para refeições em
um intervalo não muito longo e segui-lo
religiosamente.
Assim como a anorexia física e psicológi-
ca, existe também a espiritual, um mal
que atinge a igreja hoje. A falta de apeti-
te espiritual atinge milhares de cristãos
em nossos dias. Ele vai diminuindo à me-
dida que vamos nos afastando das reuni-
ões nos deixando cada vez mais atrair
pelos prazeres do mundo.
A carta aos Hebreus nos alerta para
esse perigo:
'Não deixemos de congregar-nos, como
é costume de alguns; antes, façamos
admoestações e tanto mais quanto ve-
des que o Dia se aproxima. Porque, se
vivermos deliberadamente em pecado,
depois de termos recebido o pleno co-
nhecimento da verdade, já não resta
sacrifício pelos pecados;' (Hebreus 10:
25-26 RA).
Quanto menos comemos, menos apetite
sentimos, então quando tentamos nos
alimentar o alimento passa a nos cau-
sar náuseas e mal-estar. Como o nosso
alimento espiritual ele é recebido atra-
vés do ouvir a Palavra, o apóstolo Pau-
lo nos adverte:
Conjuro-te, perante Deus e Cristo Je-
sus, que há de julgar vivos e mortos,
pela sua manifestação e pelo seu reino:
prega a palavra, insta, quer seja opor-
tuno, quer não, corrige, repreende,
exorta com toda a longanimidade e
doutrina.
'Pois haverá tempo em que não supor-
tarão a sã doutrina; pelo contrário,
cercar-se-ão de mestres segundo as su-
as próprias cobiças, como que sentindo
coceira nos ouvidos; e se recusarão a
dar ouvidos à verdade, entregando-se
às fábulas.' (2 Timóteo 4: 1-4 RA)
Também o egoísmo e seus desejos to-
mam o lugar do verdadeiro alimento:
Jesus.
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Reflexão
'Eu sou o pão da vida. Vossos pais co-
meram o maná no deserto e morreram.
Este é o pão que desce do céu, para que
todo o que dele comer não pereça. Eu
sou o pão vivo que desceu do céu; se al-
guém dele comer, viverá eternamente; e
o pão que eu darei pela vida do mundo
é a minha carne. Disputavam, pois, os
judeus entre si, dizendo: Como pode es-
te dar-nos a comer a sua própria carne?
Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em
verdade vos digo: se não comerdes a
carne do Filho do Homem e não beber-
des o seu sangue, não tendes vida em
vós mesmos. Quem comer a minha car-
ne e beber o meu sangue tem a vida
eterna, e eu o ressuscitarei no último
dia. Pois a minha carne é verdadeira
comida, e o meu sangue é verdadeira
bebida. Quem comer a minha carne e
beber o meu sangue permanece em
mim, e eu, nele.' (João 6: 48-56 RA)
O texto de Amós nos mostra a visão do
cesto de frutos maduros e em seguida
nos fala de a fome viria, uma fome não
de alimentos, mas de ouvir a Palavra de
Deus. Esta era um profecia para o povo
de Israel por terem virado as costas a
Deus e desprezado a Sua Santa Palavra;
mas, também é uma advertência para a
Igreja hoje.
Ele abre os nossos olhos e nos alerta pa-
ra o perigo da anorexia espiritual. Ele
nos cura e traz de volta o nosso apetite,
o desejo pela oração, pelo estudo de Sua
Palavra e pela comunhão com os ir-
mãos.
E por fim, quando estivermos com a
multidão de vestes brancas diante de
seu trono, não mais teremos fome ou se-
de.
“Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ar-dor algum, pois o Cordeiro que se encon-
tra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágri-ma”. (Apocalipse 7: 16-17 RA).
Se quisermos viver por Cristo devemos nos alimentar Dele.
Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta por mim vive-
rá. (João 6: 57 RA).
Como estamos nos alimento? Será que
não estamos ficando anoréxicos?
Fonte:
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Há uma confusão generalizada no meio
pedagógico quando os acadêmicos de
plantão confundem imaturidade com
burrice. Burrice é um estado de defici-
ência intelectual, e pode ser voluntária
ou não. Já imaturidade é apenas falta
de experiência.
"Acertar a partir dos erros é sabedo-
ria. Errar a partir de acertos, burri-
ce..."
A responsabilidade pelos atos pratica-
dos também faz parte do processo cog-
nitivo de qualquer indivíduo...
Experiência de vida é um status que
não se acrescenta ao nosso repertório
intelectual a partir de explicações, tex-
tos ou contextos, uma vez que um senti-
mento ou sensação são estados impossí-
veis de ser absorvidos de fontes
terceirizadas através de palavras.
Longe de Bom senso ser uma atitude
inata, isso também se aprende, assim co-
mo um mau ou um bom hábito. E do
mesmo modo que não existe o sujeito
pronto de berço, também não existe o
sujeito sem berço.
Isso quer dizer que, os primeiros traços
cognitivos virão dos pais, estando eles
conscientes ou não desse fato. Lembre-
se sempre de que, uma criança tanto
aprende pelo modo direto, quanto pelo
indireto.
E se no modo direto ela voluntariamen-
te se presta a ouvir o educador, no indi-
reto ela involuntariamente se deixa le-
var pela pedagogia mesológica. Nesse
caso, não depende de sua escolha, uma
vez que ainda não tem consciência de
que rumo deverá tomar.
Por isso é tão importante uma investiga-
ção atenciosa das predisposições inatas e
idiossincrasias de cada criança, e, prin-
cipalmente, entre os jovens. Ali pode es-
tar o segredo que fará toda diferença na
construção de uma personalidade de
qualidade superior.
Já se sabe, faz tempo, que chave para
descoberta precoce de sua vocação está
guardada dentro do repertório de suas
disposições espontâneas, ou inatas. Sa-
ber reconhecer estes indícios e potencia-
lizá-los através do esclarecimento e ar-
gumentos motivacionais, esse deveria
ser o papel primário dos pais, com o
Educação
O que Nunca nos informaram sobre
a Juventude
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Educação
aporte complementar das escolas.
De posse dessa informação, os educado-
res ou pais, deveriam cuidar para que
um objetivo de vida profícuo, e o mais
importante, compatível com aquelas pré
-disposições, também se fizesse presente
em sua vida. Com esse acervo em mãos,
dificilmente o indivíduo se desviaria por
caminhos incertos e aventuras negati-
vas. Consigo teria a chave capaz de
abrir a porta da sua autor realização e,
finalmente, poderia vivenciar a verda-
deira felicidade, agora consciente do seu
papel existencial.
A arrogância natural do jovem é a mes-
ma do animal irracional, que tão logo
aprende a caçar se torna naturalmente
imprudente, o que, na maioria das ve-
zes, lhe custa a própria vida. Mas esse
descuido na natureza irracional é co-
nhecido como equilíbrio natural das es-
pécies.
No homem racional, por ser capaz de
pensar, essa mesma atitude chama-se de
ignorância, imaturidade, imbecilismo
cultural ou mesmo estupidez. Mas, nada
disso são aspectos naturais dentro da-
quele intelecto ainda carente de instru-
ção. Na verdade, já são caracteres ad-
quiridos, extraídos da mesologia e até
dos grupos de amigos, onde a adoção de
uma mentalidade muitas vezes doente
que foi imposta pela hierarquia dos
mais velhos é um pré-requisito para ser
aceito. Depois, irão incorporar tudo isso
como traços comportamentais ativos.
A sensação de força e disposição física
proporciona ao jovem o sentimento de
independência e autossuficiência, espe-
cialmente quando se compara com os
mais fracos ou idosos, ou até mesmo
com os pais. Por isso são seus pais as pri-
meiras cobaias antagonistas, embora in-
voluntários e inconscientes, que terão pe-
la frente.
Bom senso é uma consequência natural
dentro do processo social de causa e efei-
to.
E a exemplo do irracional, tende a me-
nosprezar aqueles que julga inferiores a
si. No entanto, pelo fato de possuir um
cérebro racional, o fará intencionalmen-
te, com plena consciência e lucidez, o que
serve ainda mais para autenticar sua
imaturidade. Entretanto, por considerar
tal conduta um indício de fraqueza ou
inferioridade, dificilmente irá admitir is-
so publicamente.
Ainda assim, a juventude é a melhor ho-
ra para aprender a aprender; para duvi-
dar e investigar, para descobrir qual é o
seu papel existencial. Vocação por suges-
tão ou através da indução de um teste vo-
cacional tem o mesmo valor que terá um
diamante para um sapo. Brilha, chama a
atenção, entretanto, de nada serve.
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Educação
O educador ou pai que não ensina o jo-
vem a duvidar, está criando um indivíduo
que replica pensamentos e atos alheios
sem pensar. E onde não há a reflexão,
não pode existir bom senso, ou decência,
ou coerência, muito menos alguma ação
equilibrada.
Pais presentes e atenciosos, de forma na-
tural, tenderão a se tornar amigos dos
filhos. Ali um escuta o outro, sem repres-
sões desnecessárias, com respeito e con-
sideração, com orientação e esclareci-
mento objetivo.
Nessa condição, acabam por ser tornar
confidentes, sem o impedimento de bar-
reiras etárias ou formais, sem receios ou
medo de ressalvas ou críticas.
Numa situação desse tipo, apenas por
uma improvável catástrofe das circuns-
tâncias, esse filho se tornará um adepto
das deformações sociais, tais como os ví-
cios, ou outros desvios comportamentais
sérios. E se o jovem não encontra sinto-
nia e apoio em casa para tirar suas dúvi-
das, se tornará presa fácil dos oportunis-
tas mal intencionados, ou bandidos dis-
farçados de “amigos” que crescem como
pragas virais em todos os recantos do
mundo lá fora. Um jovem carente e sem
suporte em casa é como um cão sem do-
no, e tenderá a seguir quem primeiro lhe
estenda a mão, não importando com que
intenção.
Ele também deve ser informado e cons-cientizado de que a juventude não é um estado permanente, mas aquilo que pra-tica e se aprende nesse estágio irá acom-panhá-lo pelo resto da vida. Pode acredi-tar, mas os jovens não estão cientes des-se fato, e por isso, na maioria das vezes, tratam com indiferença não disfarçada e até menosprezo os mais idosos. O jovem pode ser imaturo, mas não é burro. Imaturidade é falta de experiên-cia de vida, não de intelecto. Burrice é quando estamos conscientes de uma fa-lha e a repetimos intencionalmente. Ex-periência de vida se consegue com o tempo; enquanto que o intelecto já o acompanha desde o nascimento. Qualifi-car o intelecto com uma experiência de vida proficiente e frutífera; esta é sua meta final. O jovem deve, desde cedo, ser informa-do sobre seus deveres, assim como direi-tos. Deve ainda ser informado de que, o benefício do direito só ocorre quando os deveres também são cumpridos. Do mesmo modo, deverão ser alertados de que, para cada ação, há sempre conse-quências diretas e indiretas, que pode-rão ser negativas ou positivas, a depen-der do tipo de ato praticado. O jovem, embora inexperiente, usando o critério de que não é burro, já é capaz de discernir entre o que é errado ou certo. Logo, isentá-lo de responsabilidades em nome da imaturidade, além de uma in-sensatez, é também uma falha cognitiva das mais graves. Afinal de contas, como foi dito antes, imaturidade não é ausên-cia de intelecto, nem burrice.
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Estudo Bíblico
Dinheiro tem dois lados. Ambas, a moeda e a nota, possuem dois lados - a moeda, cara e coroa, e a nota, frente e verso. Também, espiritualmente, dinheiro tem dois lados - o lado ruim e o lado bom. O primeiro adverte: "Cuidado"! e o outro diz: "ótimo"! O discípulo de Cristo deve reconhecer o perigo de riquezas e deve usar seu di-nheiro para a glória de Deus. 1 TIMÓTEO 6.6-10 SE O DINHEIRO POSSUI VOCÊ, CUIDADO! A advertência é contra o materialismo e a favor da espiritualidade. A palavra pie-dade - que quer dizer santidade, dever religioso, reverência e devoção a Deus - descreve o que tem verdadeiro valor na vida. O discípulo só precisa das necessi-dades físicas, sem luxo, porque já tem tudo: todas as riquezas pessoais e espi-rituais em Jesus! Dinheiro não compra as coisas importantes; elas são presen-tes de Deus. O discípulo precisa apenas do necessário para servir a Deus e não precisa cuidar da sua própria segurança financeira porque Deus faz isto. O con-tentamento com aquilo que possui, sem cobiça e avareza, é lucro puro. Não um lucro financeiro, como o dos charlatões, porém lucro emocional e moral, de consciência tranquila, que vale mais do que as riquezas. (Você pode encontrar mais comentários sobre contentamento em Hebreus 13.5-6 e Filipenses 4.11-13.)
Os perigos são os males inevitáveis dos
que querem ficar ricos, dos obcecados
pelo amor do dinheiro. O aviso é a cer-
teza de ciladas e ruína. Por quê? Porque
riquezas sem Deus trazem apenas de-
cepção e desilusão - o rico tem tudo e
não possui nada de valor e se pergunta:
só isto? Dinheiro promete tudo e não
satisfaz; não cumpre suas expectativas.
Um exemplo bíblico é Demais, que
abandonou o apóstolo Paulo, “tendo
amado o presente século” (2 Timóteo
4.10). Querendo mais, acabou tendo na-
da. O jovem rico é outro exemplo; não
segue Jesus por ser “dono de muitas
propriedades” (Marcos 10.22). Portanto,
o Mestre alerta na parábola do semea-
dor: “os cuidados do mundo, a fascina-
ção da riqueza e as demais ambições,
concorrendo, sufocam a palavra, ficando
ela infrutífera.” (Marcos 4.19).
1 TIMÓTEO 6.17-19
SE VOCÊ POSSUI O DINHEIRO, ÓTIMO!
O lado bom do dinheiro é a possibilida-
de de usá-lo na causa de Cristo. O segre-
do é administrá-lo bem - para o Reino e
não só para si mesmo ou para seu pró-
prio orgulho. A boa administração depo-
sita os tesouros no céu por meio da bon-
dade e generosidade.
Os Dois Lados do Dinheiro
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Estudo Bíblico
O mau administrador pensa exclusivamente em si, como o rico insensato em Lucas
12; na hora da sua morte, Deus pergunta: “Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e
o que tens preparado, para quem será?”. A conclusão de Jesus esclarece: “Assim é o
que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus” (v. 20-21).
Jesus explica tudo em Mateus 6.19-21 “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre
a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas
ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde la-
drões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o
teu coração.”
O bom uso do dinheiro prova que a confiança se deposita em Deus e não em dinheiro
instável. Dinheiro não garante a esperança futura; Deus garante.
A aplicação de dinheiro no trabalho da igreja é o melhor investimento. O alvo não é
ficar rico mas ser rico em boas obras. A riqueza espiritual ordena o bom uso da rique-
za material. Quando o servo dá para Deus, ficando contente com o que tem, Deus da-
rá a seu filho mais e mais para usar para sua glória: “Deus pode fazer-vos abundar
em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabun-
deis em toda boa obra,” (2 Coríntios 9.8).
PARA PONDERAR
Os dois lados do dinheiro: ruim e bom; e os dois comentários possíveis: cuidado e óti-
mo!
Dinheiro é como tudo na vida - é bom se utilizado como Deus quer.
Sobre seu dinheiro e sua vida, diga a Deus: “faça-se a tua vontade”.
Fonte: Bryan J. Bost (Editora Vida Cristã )
11
Aconselhamento Cristão
Desde que o pecado adentrou a humani-dade, o medo passou a fazer parte dela. Adão e Eva, tão logo ouviram a voz de Deus após terem desobedecido a Ele, ti-veram medo (Gn 3:10). Desde então te-mos convivido com o medo. Alguns têm medo de uma coisa, outros de outra. Há pessoas que têm medo da violência dos homens, outros têm medo de doenças, outros têm medos espirituais, tais como de ataques de demônios. Há pessoas que podem dizer que não têm um determi-nado medo, mas afirmam ter outro. As-sim, os tipos de medo variam de pessoa para pessoa, e todos padecem de algu-ma espécie dele. Mesmo aqueles que afirmam não ter medo de nada defen-dem sua própria vida, demonstrando assim um medo de perdê-la.
Não é difícil reconhecermos que há vá-rios tipos de medo e que todos são aco-metidos por, pelos menos, um destes ti-pos. O que é difícil é reconhecermos que há um tipo específico de medo que aco-mete todos os seres humanos. Há uma modalidade específica, da qual nenhum ser humano está livre. Esta é o medo do homem. Nem todos estão dispostos a ad-mitir, mas a Bíblia afirma que todos te-memos o homem. Não é um temor da violência do homem, como já foi menci-onado aqui; é um temor do pensamento do homem.
Notemos, por exemplo, os adolescentes. Eles se vestem, falam, se comportam, escolhem seu entretenimento como re-sultado da pressão de outros sobre eles. A decisão de ser membro do grupo ou o medo de ser diferente é uma demonstra-ção clara de que eles temem o homem.
Este temor exerce controle sobre suas vidas, ainda que não vejam desta forma ou não admitam isso.
Não é diferente com os mais velhos. Nós também estamos o tempo todo sendo pressionados pelo temor do pensamen-to das outras pessoas a nosso respeito. Quando falamos de moda, por exem-plo, tememos nos vestir de maneira a parecermos ridículos para os outros, assim os outros determinam como te-mos que nos vestir. Não estou estimu-lando que devemos nos vestir sem nos preocuparmos com os outros, mas ape-nas demonstrando que temos medo do pensamento dos outros. Nos preocupa-mos o tempo todo com o que estão pen-sando de nós. Isso é temer o homem. Temos que admitir: existem medos va-riados, mas o medo do pensamento do homem acomete a todos.
O temor do homem é resultado do pe-cado e Jesus afirmou que veio nos li-bertar do pecado (Jo 8:32,36). Assim, a obra da nossa salvação nos transforma de tal maneira que temos condições de vencer o temor do homem. Além disso, a Bíblia é enfática em nos dizer que de-vemos temer somente a Deus. Tudo que fazemos então deve ser pelo temor a Deus, tudo deve ser feito de maneira que Ele seja glorificado.
Somos Todos Medrosos
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Aconselhamento Cristão O ensino de Jesus em Mateus 23:1-12 nos ajuda a lidar com o medo que temos das outras pessoas. Jesus estava no templo em Jerusalém, dias antes de sua morte, e passou a falar às multidões e aos seus discípulos. Ele falou que eles deveriam fazer e guardar o que os escribas e fari-seus falavam, mas não deveriam imitá-los em suas obras, porque falavam, mas não faziam (vv.1-3).
Jesus define a motivação dos escribas e fariseus no versículo 5: Praticam, porém, todas as suas obras com o fim de serem vistos dos homens... Os escribas e fari-seus tinham medo dos homens, certa-mente não admitiam, mas temiam o jul-gamento dos homens. Jesus afirma que não devemos agir como eles, por isso te-mos que admitir que nossa tendência é a mesma: fazemos as coisas para sermos vistos pelos homens. Todo mandamento na Bíblia nos faz atentar para o fato de que somos susceptíveis a desobedecê-los. Se Jesus afirma que não devemos ser co-mo os escribas e fariseus é porque temos a tendência de sermos como eles. Deve-mos observar as palavras de Jesus sobre os escribas e fariseus e ter o cuidado de não agirmos como eles. Podemos enume-rar três cuidados que devemos ter para que nosso temor seja dirigido somente a Deus.
Primeiro, devemos ter cuidado com a de-monstração de espiritualidade aos ho-mens. Ainda no versículo 5 Jesus diz que eles alargavam seus filactérios e alonga-vam suas franjas. Deus havia ordenado que a Lei fosse atada perante os olhos e na mão (Dt 6:8). A ordem de Deus era um simbolismo de obediência total. A Lei na cabeça, entre os olhos, simbolizava todo pensamento voltado para Deus, e na mão todas as atitudes. Para isso, foi cria-da uma caixinha de couro onde quatro textos da Lei seriam colocados. Esta cai-xinha era o filactério. Deus também or-denou que se atassem borlas nos cantos das vestes para que se lembrassem de sua Lei (Nm 15:39).
Os líderes judeus transformaram es-tes dois mandamentos de Deus em uma tradição vazia de significado, que servia apenas para manter as aparências perante as pessoas. Por isso, eles aumentavam o tamanho de seus filactérios e alongavam as fran-jas de suas vestes, assim pareceriam mais espirituais.
Temos a mesma tendência. Em Ma-teus 6:1 Jesus nos advertiu: Guardai-vos de exercer a vossa justiça perante os homens, com o fim de serem vistos por eles. Quando nos convertemos e somos incluídos na Igreja do Senhor Jesus, corremos o sério risco de fazer-mos as coisas para sermos vistos pe-los outros. Queremos parecer espiri-tuais para nossos irmãos. Os crentes não querem que outros saibam que eles assistem a novelas, ou veem qual-quer outra coisa, tanto na TV quanto na internet, porque isso os envergo-nharia perante as pessoas. Na verda-de acabam mais preocupados com o pensamento dos outros do que com o de Deus. Muitas vezes, vivemos admi-nistrando nossa vida espiritual para os outros e não para Deus. Cuidemos para que o zelo por nossa vida espiri-tual não seja para sermos vistos pelos outros.
Segundo, Jesus nos adverte a ter cui-dado com a busca por posição peran-te os homens. No versículo 6, ele afir-ma que os escribas e fariseus ama-vam o primeiro lugar nos banquetes e nas sinagogas. Eles queriam ser sem-pre o centro das atenções, gostavam de ter o respeito das pessoas. Os pró-prios discípulos também viviam dis-putando para ver quem era o mais importante. Tiago e João, por meio de sua mãe, pediram a Jesus para sentarem um à direita em o outro à esquerda de Jesus quando este viesse em seu reino (Mt 20:20-24); e os ou-tros ficaram indignados com eles, pois também se achavam dignos des-tes lugares.
13
Gostamos de ver nosso nome aparecer.
Jesus afirma que devemos lutar contra
isso. Precisamos ficar satisfeitos quando,
por algum motivo, somos diminuídos. Isso
faz com que Deus seja engrandecido em
nossas vidas.
Em terceiro lugar, Jesus nos adverte a ter
cuidado com a procura de títulos reco-
nhecidos pelos homens. No versículo 7,
Jesus diz que os escribas e fariseus gosta-
vam das saudações nas praças e de serem
chamados mestres pelos homens. Eles
adoravam quando as pessoas se referiam
a eles por seus títulos. Assim como eles,
nós também temos paixão por títulos.
Nosso coração deseja que nosso nome seja
aumentado com um título. O título eleva
o ego, nos engrandecemos com ele. Com
os títulos nos sentimos superiores aos ou-
tros. Sem perceber, ficamos distantes do
que Paulo escreve em Fl 2:3:"Cada um
considere os outros superiores a si mes-
mos".
Somos chamados para sermos servos.
Servos sequer tinham nomes, não pergun-
tavam de quem eram filhos, não queriam
saber sobre seu passado, apenas designa-
vam-lhes tarefas para serem executadas.
Por que muitos crentes não querem exe-
cutar trabalhos simples na igreja? Porque
isso não lhes confere nenhum título. Gos-
tamos de fazer coisas que aparecem, mui-
tos querem ser chamados de professores,
pastores, líderes. Sem perceber, nos asse-
melhamos muito aos escribas e fariseus.
Devemos ter cuidado para não desejar-
mos ser chamados mestres pelos homens.
Tememos as pessoas e queremos que nos
vejam por meio dos títulos.
Vemos nestas palavras de Jesus a luta que
devemos travar contra nós mesmos. So-
mos tomados pelo medo dos homens.
Temos medo de que pensem que não so-
mos tão espirituais quanto queremos que
eles pensem. Temos medo de não pare-
cermos importantes para eles. Queremos
ter uma posição elevada perante eles.
Desejamos ser respeitados pelos homens
e temos o medo de não sermos reconheci-
dos por eles. Assim amamos os títulos.
Isso tudo resume o temor para com o ho-
mem.
Todos padecem deste mal, mas em Cristo
recebemos tudo o que precisamos para
vencê-lo. E a vitória virá quando enten-
dermos que fomos chamados para ser-
mos diminuídos. O maior para Deus será
o servo (v.11), literalmente o escravo, o
mais baixo em uma casa. Somos chama-
dos para humilharmos a nós mesmos
(v.12). A estes, Deus exaltará. Reconheça-
mos nosso medo dos homens, lutemos
contra ele para que temamos somente a
Deus.
O caminho para isso é a humildade!
Fonte: Clodoaldo Machado
(Ministério Fiel)
Aconselhamento Cristão