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SISTEMA ENDOCRINO E EF

Victor B SoraggiR1 Medicina EsportivaHCFMUSP2013

VISÃO GLOBAL DO SISTEMA ENDÓCRINO

O sistema endócrino ajuda a integrar e controlar as funções corporais

Proporciona estabilidade ao meio interno do corpo

Regula crescimento, desenvolvimento, reprodução, adaptações ao estresse...

Manutenção da homeostasia, modulando equilíbrio ácido-básico e eletrolítico

VISÃO GLOBAL DO SISTEMA ENDÓCRINO

Os principais órgãos incluem: Hipófise Tireóide Paratireóides Supra-renais Hipotálamo Testículos e ovários Outros

VISÃO GLOBAL DO SISTEMA ENDÓCRINO

Organização: Órgão hospedeiro = glândula Mensageiros = hormônios Órgão alvo = receptores

Endócrinas x exócrinas

HORMÔNIOS

Substâncias químicas sintetizadas por uma glaândula específica

Secretados para o sangue e transportados pelo corpo

Existem 2 categorias: Derivados dos esteróides (sintetizados pela

adrenal e gônadas, a partir do colesterol) Derivados dos aminoácidos (polipeptídeos, a

partir de proteínas)

HORMÔNIOS

A principal função do hormônio consiste em alterar as velocidades das reações celulares

4 formas: Alterando a velocidade de síntese protéica

intracelular Mudando o ritmo da atividade enzimática Modificando o transporte através da membrana

plasmática Induzindo a atividade secretora

HORMÔNIOS

A ligação hormonio-receptor é a 1ª etapa que inicia a ação hormonal

O grau de ativação de uma célula alvo por um hormônio depende de seus níveis séricos, do nº de receptores e da força de união entre hormônio e receptor

2 tipos de resposta: ascendente e descendente

HORMÔNIOS

Ascendente: A célula alvo forma mais receptores específicos para um tipo de hormônio, de acordo com a demanda

Descendente: Menor vigor à estimulação hormonal devido a exposição prolongada a altas concentrações desse hormônio (dessensibilização dos receptores)

FATORES QUE DETERMINAM OS NÍVEIS HORMONAIS

A secreção hormonal raramente é constante

Ajusta-se rapidamente, de forma a atender as demandas impostas pelo organismo

2 fatores determinam a concentração hormonal: Quantidade de hormônio produzida Quantidade de hormônio lançada na circulação

As glândulas são controladas pelos estímulos hormonal, humoral e neural

Hormonal: Os hormônios influenciam a secreção de outros (Ex: hipófise)

Humoral: Oscilações nos níveis de íons e nutrientes (Ex: glicemia x insulina)

Neural: Ativação do simpático no estresse (Ex: catecolaminas)

SECREÇÃO ENDÓCRINA EM REPOUSO E INDUZIDA PELO EXERCÍCIO

Hipófise anterior

Localizada abaixo do cérebro, secreta ao menos 6 hormônios diferentes entre si

Controlada pelo hipotálamo

Secreta a pro-opiomelanocortina (POMC) – molécula precursora, fonte do ACTH e de alguns opiáceos, como a beta-endorfina

Hormônio do crescimento Atividade fisiológica generalizada divisão

de células e proliferação celular

Facilita síntese protéica, aumentando o transporte de aminoácidos através das MP, atuando na síntese protéica

Também promove: queda no fracionamento dos CHO e mobilização e utilização de gordura como fonte energética

Hormônio do crescimento

No repouso, sua secreção é influenciada pelo GHRH (fator liberador de GH) hipotalâmico

Sofre influencia de situações como ansiedade, estresse, exercício, etc

Mulheres normalmente têm nível de GH maior em repouso (essa diferença desaparece no EF)

Hormônio do crescimento Um período agudo de atividade física estimula

liberação de GH

Ao aumentar a intensidade, observa-se um aumento brusco na síntese e secreção total de GH

Essa resposta é benéfica para o crescimento muscular, ósseo e tecidual

Ainda não foi esclarecido como o GH e o EF interagem para aumentar síntese protéica (hipertrofia muscular)

Hormônio do crescimento Para modular a resposta ao exercício, o GH

estimula a liberação de gorduras a partir do tecido adiposo

Ao mesmo tempo, inibe a captação de glicose pelas células (poupa glicose importante nos exercícios prolongados)

Sedentários mantém níveis circulantes elevados por mais tempo após término do EF

Tireotropina (TSH)

Mantém o crescimento e desenvolvimento da tireóide

Aumenta a atividade metabólica das células

Secreção de TSH aumenta durante EF (principalmente pelo importante papel dos hormônios tireoideanos no metabolismo)

Esse aumento não é constante

Corticotropina (ACTH)

Regula a produção dos hormônios secretados pelo córtex adrenal

Age diretamente exacerbando a mobilização das gorduras a partir do tecido adiposo, acelera a gliconeogênese e estimula o catabolismo protéico

Dados limitados sugerem que o ACTH aumente com a duração do EF, se a intensidade for maior que 25% da capacidade aeróbia

Prolactina (PRL)

Inicia e facilita a produção e secreção do leite

Níveis aumentam com as altas intensidades do EF, retornando ao basal dentro de 45 min de recuperação

Pode inibir os ovários e alterar o ciclo menstrual

Sua secreção também aumenta no jejum e com dieta rica em gorduras

Gonadotropinas

Estimulam os órgãos sexuais

Dados inconsistentes e complicados pela natureza da liberação das gonadotropinas

Hipófise posterior

ADH e ocitocina

Não sintetiza hormônios (são produzidos no hipotálamo e transportados pela circulação hipotálamo-hipofisária)

ADH: controla a excreção de água pelos rins Ocitocina: contração uterina e ejeção do leite

EF representa um poderoso estímulo para secreção de ADH (maior retenção hídrica) Conserva líquido (importante pp nos esportes em locais quentes)

Hormônios tireoideanos

Influenciados pelo TSH Tiroxina (T4) e triiodotironina (T3 – forma ativa)

Elevação na secreção de T4 aumenta a taxa metabólica de todas as células (taxa metabólica basal termogênese)

O metabolismo corporal influencia a síntese dos hormônios tireoideanos

Se a TMB cai, há estímulo para liberação de TSH, consequentemente aumentando taxa metabólica

Hormônios tireoideanos

Logo, aumento na taxa metabólica tende a reduzir a produção de TSH, diminuindo o metabolismo

No EF, os níveis de T4L aumentam em 35% (resultante de aumento da temperatura central)

Hormônios adrenais

1) Medula:

Parte do sistema nervoso simpático Secreção de catecolaminas Fluxo anterógrado de impulsos neurais

vindos do hipotálamo estimula a secreção de catecolaminas

Agem no coração, vasos e glândulas

Adrenalina – estimula glicogenólise hepática e muscular, além da lipólise

Ne – estimula lipólise

Hormônios adrenais

A resposta simpatoadrenal ao EF está relacionada muito mais com a intensidade relativa do que com a intensidade absoluta do EF

Secreção aumenta de acordo com a intensidade e duração do esforço

2) Córtex:

Corticoesteróides (mineralo, glico e androgênios)

Aldosterona: essencial para controlar a concentração de Na+, assimc omo o volume extra-celular

Regula absorção de sódio nos túbulos distais dos rins

Durante o EF, a maior atividade do SNS acarreta constrição dos vasos renais, reduzindo seu fluxo estimula SRAA

A secreção de aldosterona aumenta progressivamente durante o EF (alcança níveis cerca de 6x acima do normal)

Glicocorticóides são apropriados para situações de estresse e esforço físico

aumentam secretção de ACTH, que levará a liberação de cortisol

O cortisol atua no metabolismo protéico e energético

Estimula o fracionamento das proteínas para aminoácidos, que são levados para o fígado e transformados em glicose

Facilita ação de outros hormônios (glucagon, GH – antagonistas da insulina)

Altas concentrações de cortisol, por período prolongado, acabam resultando em excessiva quebra de proteínas, desgaste tecidual e balanço nitrogenado negativo

Existe considerável variabilidade na resposta do cortisol ao EF

Depende de fatores como intensidade, duração, aptidão, estado nutricional e ritmo circadiano

Maior parte das pesquisas mostra aumento da produção de cortisol proporcional à intensidade do EF

Hormônios gonadais

Testosterona aumenta com EF, tanto em homens como em mulheres

Estradiol e progesterona também aumentam

Hormônios pancreáticos

Insulina e glucagon

Com o treinamento de endurance, os níveis são mantidos mais próximos aos valores de repouso

O estado treinado requer menos insulina em qualquer estágio (desde repouso até intensidades leves e moderadas)

EF eleva sensibilidade tecidual à insulina (necessita menos insulina para manter glicemia)

Hormônios pancreáticos

Indivíduo treinado pode reduzir o uso dos CHO através da utilização facilitada das gorduras como combustível energético

DM 1 : Ainda não se sabe ao certo os efeitos do EF

DM 2: Aumenta sensibilidade à insulina

Peptídeos opióides

Opióides, beta lipotrofina, beta endorfina e dinorfina

Efeitos variáveis

Produzem diminuição da secreção hipofisária de FSH e LH, tendo papel nos distúrbios mentruais

Aumentam liberação de GH e PRL

Peptídeos opióides As concentrações aumentam em resposta ao EF

(principalmente beta endorfinas e lipotrofina)

Para EF aeróbio, a intensidade é fator principal capaz de aumentar a secreção de beta endorfina

Nos resistidos, varia de acordo com o protocolo de treinamento usado

Os efeitos são incertos, porém parecem atuar benéficamente

“Alegria do exercício”: Euforia e jovialidade na medida em que progride a duração do EF (pp aeróbio, moderado a intenso)

Maior tolerância a dor, controle do apetite, redução da ansiedade, estresse, etc

FIM


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