Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR
Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT
II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia
07 a 09 de outubro de 2010 ISSN 2178-6135
Artigo número: 184
“WALL-E”: O uso de um filme de animação na educação ambiental com temas transversais dos
PCN
Fabiana Rodrigues Santos
Luís Paulo de Carvalho Piassi
Resumo
Articular em sala de aula a disciplina com os Temas Transversais dos PCN´s
tem sido uma tarefa árdua para muitos professores. Fazer essa articulação e
relacionar com a realidade vivida pela sociedade nos dias de hoje também é
complicado. Pensando nisso, este trabalho tem por objetivo fazer um
levantamento dos Temas Transversais que podem ser trabalhados com o uso do
filme Wall-E, bem como avaliar se este pode ser utilizado como uma forma de
prática pedagógica referente à temática ambiental, trazendo uma proposta de
interdisciplinaridade e inovações. Procurou-se verificar se os alunos percebem por
meio dessa atividade, a importância de se conservar o meio ambiente. Para a
tomada de dados, o filme foi exibido em uma classe de 5º série do Ensino
Fundamental II, em que foi realizada discussão e atividades com os alunos, assim
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como a gravação de áudio e vídeo do processo.
Palavras-chave: Filme de Ficção Científica, Recurso Didático, Temáticas Ambientais, Ensino de Educação Ambiental.
Abstract
"WALL-E": Using an animated film on environmental education with
cross-cutting themes of NCP
Articulate classroom discipline with Transversal themes of Brazilian
national curriculum parameters has been an arduous task for many teachers.
Making such link and relating to the reality experienced by society today is too
complicated. Thinking about it, this paper aims to survey the Transversal themes
that can be approached using the movie Wall-E, and assess whether it can be used
as a form of teaching practice on the environmental issue, bringing a proposal to
interdisciplinary and innovation. It was sought to verify wheter the students
realize through this activity, the importance of conserving the environment. For
taking data, the film was shown in a class of 5th grade Elementary School, in which
discussion was held with students and activities as well as recording audio and
video of the process.
Keywords: Film, Science Fiction, Didactic Action, Thematic Environmental
Education Environmental Education.
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Introdução
É essencial que haja uma crescente discussão sobre temáticas ambientais neste atual
modelo de sociedade, no qual as pessoas consomem exacerbadamente sem refletir sobre os
impactos que isso provoca no meio em que vivem. Afinal, está mais que comprovado que os
recursos naturais são esgotáveis e cabe a todos nós preservá-los.
A educação ambiental possui um papel importante de mediadora de tais discussões, ao
desempenhar o difícil papel de resgatar valores como o respeito à vida e à natureza e por
contribuir para o processo de transformação da sociedade atual em uma sociedade sustentável,
centrada no exercício responsável da cidadania, que considere a natureza como um bem comum.
Conforme Pelicioni (1998), “a educação ambiental deve se transformar em ação e tem
como objetivo, formar a consciência dos cidadãos e transformar-se em filosofia de vida, fazendo
com que as pessoas adotem comportamentos ambientalmente adequados”.
É necessária a abordagem de temas ambientais na escola que levem os alunos a visões mais
abrangentes e a reflexão sobre suas atitudes. Pensando nisso, muitos filmes de ficção científica
estão sendo utilizados na área de ensino, em especial no ensino de Ciências e Biologia (Educação
Ambiental). Shaw e Dybdahl (2000) propõem o uso de filmes como fonte de aprendizado informal
sobre temas de ciências. Machado (2008, p. 291) mostra a possibilidade de se estabelecer
relações entre conteúdos disciplinares e conteúdos cinematográficos e ensina variadas formas de
utilização do filme no ensino. Gomes-Maluf e Souza (2008) estudaram o filme de ficção científica
“Jurassic Park” como um constitutivo do conhecimento, que possibilita a transmutação do
ficcional no real/racional, acrescentando novos conceitos à estrutura conceitual dos educandos,
bem como, atuando na mediação do conhecimento, organizando-o e desencadeando-o. A partir
de seus estudos, propuseram que (Gomes-Maluf e Souza, 2008, p. 271),
“[...] a ficção científica pode ser mais esclarecedora que a Ciência se for
utilizada como ponto de partida para uma proposta metodológica no ensino de
Ciências, devendo-se inserir o filme na exploração inicial dos conceitos a serem
desenvolvidos em sala de aula, [ ...] se transformando em um elemento que
informa o conhecimento a ser explorado e é um aparato que oferece as
imagens de experiências a serem realizadas na aprendizagem dos conceitos de
Biologia Molecular.”
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Rose (2003) utiliza o filme no ensino de conceitos de Biologia em um curso que leciona.
Porém, ela comenta que utiliza apenas filmes em que a ficção é mais próxima do real, sem
exageros, possibilitando um questionamento mais plausível. Da mesma forma, Piassi et al. (2008,
p.45) falam especificamente sobre a utilização da ficção científica em discussões sobre temáticas
ambientais.
Martin Diaz et al. (1992, p. 22) resumidamente diz:
“Estamos convictos de que a ficção científica pode ser um instrumento muito
útil para nos ajudar a atingir certos objetivos na educação científica, tais como:
incentivar a motivação e o interesse dos estudantes, desenvolver atitudes
positivas perante a ciência, estimular o surgimento de conflitos cognitivos,
promover a criatividade e o pensamento crítico, etc.”
Nesse contexto, o uso de filme como instrumento de ensino, é uma possibilidade na
qual a obtenção do conhecimento poderá ocorrer de forma lúdica, interativa e cativante e que
pode ser explorada nas mais diversas áreas do conhecimento, gerando assim um envolvimento
significativo com os temas abordados.
Devido à grande variedade de filmes de ficção científica e pelo fato deles atingirem
um grande público, em especial crianças e adolescentes, podem ser utilizados no ensino de
temáticas ambientais, pois irão possibilitar uma abordagem crítica em sala de aula, estimulando a
criatividade e a imaginação, permitindo a visualização de possíveis situações futuras, baseadas na
veiculação das atitudes e preocupações presentes, mostrando o absurdo como uma possibilidade
real. Além disso, o uso de filme torna interdisciplinar a proposta pedagógica por explorar temas
diversos, possibilitando que vários professores de áreas distintas realizem trabalhos interligados,
com focos iguais ou distintos.
Atualmente, mesmo que haja questionamentos sobre os impactos causados pelos
avanços tecnológicos gerados pelo homem, tem sido difícil incorporar aos sistemas de ensino
enfoques e metodologias que entendam a ciência e a tecnologia como produtos socialmente
construídos e que, por isto, carregam interesses, valores, etc.
Pensando nisso, foi feita a exibição do filme em uma sala de 5º série do Ensino
Fundamental II buscando avaliar se o filme é uma boa possibilidade educacional para que sejam
exploradas temáticas ambientais, mostrando uma visão de resultado das interferências do
homem no meio em que vivem e possibilitando essa reflexão sobre o mundo em que vivemos.
Será abordada nesse trabalho a importância da Educação Ambiental na escola e da utilização do
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filme na sala de aula. Também foi feita a descrição dos conteúdos que podem ser trabalhados
com o filme selecionado em sala de aula.
Justificativa
Um dos maiores desafios da prática pedagógica é o de conseguir articular as disciplinas com
os Temas Transversais dos PCN. É importante que o professor trabalhe os eixos temáticos das
Ciências Naturais e a sua relação com os Temas Transversais e com a realidade vivida pela
sociedade nos dias de hoje. Pensando nisso, o uso do filme de ficção científica no ensino de tais
temas é uma alternativa pedagógica interdisciplinar que busca propiciar melhorias no ensino-
aprendizagem, particularmente, o estudo dos materiais didáticos como subsídios às práticas
escolares. Sendo assim, este trabalho apresentará uma análise do filme Wall-E no intuito de
apresentar os possíveis conteúdos que podem ser trabalhados em sala de aula. Além disso,
avaliará o filme como um instrumento de ensino, que possibilitará ao aluno adquirir
conhecimento de forma lúdica e interativa.
Objetivos
Este trabalho tem por objetivo avaliar o uso do filme Wall-E como uma forma de prática
pedagógica referente à temática ambiental, bem como, verificar se ele estimula o debate, a
expressão oral e escrita, e a reflexão do que está transmitindo. Também foi feito um
levantamento dos conteúdos presentes no filme que podem ser trabalhados em sala de aula. A
parte prática de tomada de dados foi realizada em sala de aula do Ensino Fundamental II 5ª à 8ª
séries (6º a 9º ano), onde se pretendeu também checar se os alunos percebem, por meio do
contato com esse material, a importância de se conservar o meio ambiente para se evitar
desastres ambientais. Procurou-se verificar também se o filme estimula os alunos a expressarem
suas ideias em torno de conceitos ambientais como geração de lixo, uso sustentável, reciclagem,
etc.
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O filme na sala de aula
Para o uso do filme de ficção científica em sala de aula, vários fatores devem ser levados
em consideração. A escolha deve ser feita de forma minuciosa, de modo que possibilite ao aluno
o aprendizado do conteúdo pretendido pelo professor. O investimento de tempo é alto, de nodo
que, o filme deve ser bem aproveitado, possibilitando um trabalho interdisciplinar, no qual sejam
feitos debates sobre temas diversos.
Para a aplicação didática, deve-se adequar a linguagem cinematográfica com a faixa etária
dos alunos, selecionando o filme com o máximo de cautela, sempre visualizando o objetivo a ser
alcançado. Na exibição, deve-se atentar à natureza da relação do espectador com o filme, que é
em sua maior parte mediada por imagens, gerando uma “impressão da realidade” (Metz, 1972),
que se trata do estabelecimento de uma ligação entre as cenas do filme com o real, procurando-
se uma aproximação entre a fantasia e temas científicos atuais, gerando uma autenticidade, que é
estabelecida pelo discurso científico. Pensando nisso, Gomes-Maluf e Souza (2008) recomendam
o uso do filme no início das atividades escolares, para que não se gere insegurança em relação à
validade teórica de seus conceitos.
Outro ponto presente no filme de ficção científica é a construção da verossimilhança, na
qual são eleitos para o filme modelos representativos, apresentados sem incertezas científicas,
que podem gerar em quem assiste o estabelecimento de identificações, que não necessariamente
a expressão da realidade (Kirby, 2003, p.258). No entanto, de forma contrária a isso, o fato do
filme ser mais fácil de entender do que o livro traz consigo a percepção direta da realidade.
Outra visão a respeito deste tipo de recurso didático é a da psicóloga e coordenadora
pedagógica do Porta-Curtas apresentado no Mostra Geração em 2008, destinado ao uso escolar;
Eliane Cândida Pereira. Segundo a coordenadora, o material multimídia é um elemento que está
sendo usado com cunho educacional de forma acentuada nas salas de aula, como o uso de filmes,
canções, figuras e formas coloridas, que inclusive pode ser usado desde a educação infantil
(Pereira, 2008).
“Vivemos cercados por esses elementos e a escola também tem que incorporá-
los. O professor deve ir além da aula e contribuir para que os alunos saibam ler
as mensagens que são passadas através dos vídeos. Os vídeos podem
extrapolar a simples utilização como suporte motivacional de uma disciplina,
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tornando-se também uma linguagem usada na escola que os alunos podem
aprender a ler, criar e recriar, que é a linguagem audiovisual.”
O vídeo pode ser usado por pais e professores, por meio de explicações e monitoramento.
Os professores devem conhecer os materiais disponíveis e se atentarem com os alunos, não os
deixando confundir o momento de aula com lazer. Para isso não acontecer o professor deve estar
bem atento, esclarecer os objetivos e agir como mediador do ensino.
Então, na escolha, deve-se levar em consideração os temas ligados aos objetivos da
aprendizagem e ficar atento ao tempo de duração do filme, pois depende da concentração de
quem o assiste. Quanto ao assunto e conteúdo, estes devem ser apropriados para a idade do
aluno, já as ligações (inter-relações) entre assuntos que aluno consegue fazer através do vídeo é
um dos objetivos da aprendizagem.
O filme WALL-E
Com base nos objetivos deste trabalho e em critérios, tais como, tempo, assunto e
linguagem apropriada à faixa etária dos alunos, foi escolhido para ser exibido o filme Wall-E
(Stanton, 2008), por possuir um tempo de duração menor, apresentar os conceitos de educação
ambiental de forma explícita e por possuir uma linguagem cinematográfica apropriada à faixa
etária dos alunos. Também foi levado em consideração o fato do filme possibilitar um trabalho
posterior com diferentes linguagens, a cinematográfica, a escrita e a de imagens.
Na trama do filme Wall-E, a Terra está destruída e nela não há mais recursos naturais; o
homem explorou o ambiente de forma insustentável sem pensar no dia seguinte, realizou
produção desenfreada de tecnologias desnecessárias, transformou o planeta num depósito de
entulhos e poluiu a atmosfera com gases tóxicos, gerando um ambiente inóspito, levando-o ao
caos. Após a situação criada, a humanidade deixou o planeta embarcando numa gigantesca nave
espacial (Axiom) para realização de um cruzeiro espacial que a priori estava planejado para durar
cinco anos e deixou para trás robôs que iriam fazer a limpeza do planeta. Porém, como a Terra
não estava preparada e não oferecia condições adequadas para a sobrevivência humana, a volta
foi adiada por sete séculos, até o momento no qual a história se passa.
Wall-E, que é determinado e empenhado no que faz, é o único robô que ainda funciona e
que na Terra permanece limpando-a, pois se mantém ativo graças ao auto-conserto de suas
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peças. O filme, que foi lançado no Brasil em 2008, escrito e dirigido por Andrew Stanton, conta a
história deste robozinho, que é um dentre os muitos robôs deixados na Terra.
Em meio à total solidão, Wall-E conta com a amizade de uma baratinha simpática e se
entrega a sonhos românticos ao assistir repetidas vezes ao musical “Hello, Dolly!”. Além disso,
coleciona objetos que encontra no meio do lixo que ele organiza, vendo em cada um deles
possíveis utilidades, como é o caso da muda de planta, encontrada dentro de uma geladeira
velha, que ele leva para sua casa e a guarda. Certo dia chega a Terra uma nave espacial, que traz
consigo uma nova e moderna robô, Eva, por quem ele se apaixona e que será sua companheira.
Ela possui tecnologia avançada e um visual arrojado e destoa do protagonista, que é muito sujo e
desatualizado tecnologicamente, mostrando a relação entre os opostos.
Em um determinado momento, para demonstrar seu amor a Eva, Wall-E lhe dá a planta que
anteriormente havia encontrado, e ao identificá-la por meio do seu scanner, Eva a coloca dentro
de seu compartimento e fica em estado de alerta, sem realizar movimento por vários dias.
Mesmo assim, Wall-E sempre a leva consigo para o trabalho e para dar passeios e a protege,
inclusive de chuva. Dias depois, a nave que a trouxe, volta para levá-la e Wall-E para não perder
seu amor, se prende na nave e viaja através do espaço atrás de Eva e no percurso ele se depara
com visões nunca antes imaginadas, inclusive é possível ver quanto lixo tecnológico (satélites) o
homem lançou na atmosfera e fica maravilhado com a visão que tem da Terra a partir do espaço,
mesmo ela estando amarronzada. Para essa aventura, Wall-E conta com seus mais novos amigos,
uma heroica equipe de robôs desajustados e defeituosos.
No filme a história é retratada em terceira pessoa, pois Wall-E não conta a história, mas
sim, faz parte dela. A trama do filme é explicada por meio de imagens, praticamente sem diálogos
e busca mostrar uma possibilidade do que pode vir a acontecer se a humanidade continuar a
produzir tanto lixo. Isto é retratado por uma visão de um futuro pessimista, em que todas as
pessoas são obesas, sem contato direto umas com as outras, conversando por meio de monitores,
vivendo restritas a uma nave espacial, além de serem controladas por grandes corporações para a
manutenção de sua sobrevivência.
A educação ambiental na escola
Os problemas ambientais denunciam desigualdades profundas no acesso das populações
aos recursos da natureza, que são vistas nas lutas sociais de comunidades por saneamento básico,
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áreas densamente povoadas, despoluição de mananciais, etc. Esses problemas não acontecem
apenas por causa da quantidade de pessoas que existem no planeta ou por consumirem recursos
naturais para suprir suas necessidades básicas, “o problema está no excessivo consumo desses
recursos por uma pequena parcela da humanidade e no desperdício e produção de artigos inúteis
e nefastos à qualidade de vida” (Reigota, 2001).
No filme Wall-E, a visão de Reigota aparece de forma clara ao retratar alguns dos
problemas que levou a Terra a uma situação calamitosa, como a produção de artigos inúteis e
nefastos à qualidade de vida, bem como o uso exagerado dos recursos naturais disponíveis na
Terra e uma grande quantidade de lixo. Esse é um problema que afeta o mundo todo e faz parte
do nosso dia-a-dia.
Pensando nisso, a Educação Ambiental na escola deve atuar na formação de cidadãos que
possuam a compreensão da relação e interação da humanidade com o meio, que entendam a
necessidade de se manter o equilíbrio ecológico e que sejam ativos na busca de soluções para
problemas ambientais, participando na melhoria do meio ambiente.
Conforme Irineu Tamaio (2002, p.23), a Educação Ambiental (EA) deve ser uma
transformadora social da realidade, possibilitando a estruturação de novas formas de relação do
homem consigo mesmo e dele com a natureza. Para isso, existem diversas abordagens de
metodologias pedagógicas que envolvem o processo de ensino-aprendizagem na Educação
Ambiental.
De acordo com uma pesquisa feita pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São
Paulo (1994 apud Tamaio 2002) em sua rede oficial de ensino, nas quais, analisaram-se
experiências diversas em EA. Nesta análise fez-se a distinção de quatro grupos conforme suas
ações pedagógicas, sendo que três deles possuem uma leitura do ambiente, porém, negam a
interação do homem com a natureza. Quanto ao quarto grupo, este possui uma interpretação de
natureza vinculada a uma relação histórica, na qual o homem é um sujeito ativo, que interfere no
meio em que vive, transformando-o. (Tamaio, 2002, p.24-27)
A partir da análise, verificaram a existências de variadas concepções e práticas voltadas
para a EA. Tal fato deixa claro que há uma falta de reflexão sobre os fundamentos que norteiam
essas práticas. Foi observado também que o contexto - realidade social - é um dos principais
instrumentos para se fazer EA.
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Para Irineu (2002), a relação do homem com o mundo é feita de forma indireta, tendo a
observação empírica da paisagem, como a mediadora do processo. Tal observação é conduzida
por um olhar marcado sócio historicamente. Sendo assim, a EA pode ser de fundamental
importância para se desvendar a realidade local dos alunos.
Diversos são os recursos didáticos que podem ser usados para trabalhar temáticas
ambientais com os alunos, como trabalho em campo, uso da internet, imagens, filmes e livros de
ficção científica.
Materiais e métodos
Para o desenvolvimento deste trabalho foi feito inicialmente um levantamento das obras
cinematográficas de ficção científica que abordassem temas de ciências a fim de selecionar as que
seriam estudadas. Posteriormente, fez-se a análise do conteúdo conceitual desse material em
função de conhecimentos científicos, procurando-se identificar os conceitos envolvidos, as
imprecisões, os diferentes contextos de aplicabilidade e assim por diante.
Na parte prática de aplicação, os dados para estudo foram obtidos de uma sala de aula da
escola CEU1
Todo o processo de tomada de dados foi executado em um só dia, no qual ocupou-se todo
o período de aula. Primeiramente, foi realizada uma contextualização em sala de aula sobre o que
seria pretendido com a exibição dos filmes, por meio das explicações dos pontos que foram
abordados, direcionando seus olhares para um objetivo pedagógico. Posteriormente, houve a
exibição do filme Wall-E para uma sala de aula de 5º série do Ensino Fundamental II. A partir
disso, foi proposta uma discussão para que os alunos expusessem o que haviam percebido e para
que refletissem e argumentassem com os outros sobre os tópicos levantados como significativos,
– Vila Atlântica, situada em Pirituba, na zona oeste da cidade de São Paulo. Contamos
com apoio e participação da equipe da escola na execução do projeto, por meio de um
planejamento prévio.
Foi elaborado um roteiro de aulas para a tomada de dados obedecendo a seguinte ordem;
(1) conversa prévia com os alunos sobre o propósito da exibição do filme, direcionando seus
olhares para um objetivo pedagógico; (2) exibição do filme; (3) discussão sobre o filme e (4)
debate em grupo, realização de atividades.
1 Centro Educacional Unificado
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com o intuito de buscar deles a exposição de suas visões em relação ao filme. Por fim, levantou-se
uma situação problema que seria discutida pelos alunos, que foram organizados em grupos para
decidirem como seria a continuação do filme, fazendo uma sistematização de todo o assunto e
apresentando os resultados da discussão para o restante da turma.
Todo esse processo foi registrado em vídeo com equipamentos digitais, possibilitando o
registro das discussões, dúvidas colocações dos alunos, etc, permitindo dessa forma, a obtenção
de um material para a análise e execução do trabalho. Também houve a gravação individual do
áudio de cada grupo no momento da discussão da situação problema, Além disso, foi proposto
aos alunos que fizessem individualmente a escrita de seus pontos de vista sobre como seria a
continuação do filme, contando o que aconteceria com a Terra daquele momento em diante e
que ilustrassem a situação por meio de um desenho. Os materiais resultantes de tais atividades
foram coletados e também serviram como fonte de dados. Participaram das atividades vinte e
nove alunos, sendo que três não a realizaram corretamente, pois não contaram qual seria a
continuação do filme, apenas descrevendo como foi o filme.
Foi realizada a transcrição dos vídeos, a tabulação, a organização e a análise dos dados
coletados (filmagem, gravação de áudio, questionário e desenhos) para verificar em que medida
as atividades foram de encontro aos objetivos, ou seja, se os alunos perceberam a importância da
preservação do meio ambiente por meio do filme. Com as gravações dos vídeos e áudios e com os
trabalhos escritos fizemos um mapeamento da classe, identificando os alunos com códigos do
tipo A1, A2... etc. até A29, porém, nessa análise estaremos apresentando os exemplos das
colocações escritas dos alunos por meio de nomes fictícios.
Articulando o filme com os Temas Transversais
O filme Wall-E mostra muitas situações que envolvem relações humanas acompanhando o
enredo e possibilitando um debate sobre a relação da ficção com a realidade vivida pela
sociedade. Por meio do filme o professor pode explorar em sala de aula diversos temas, que
permeiam todas as disciplinas do currículo escolar. É possível que seja feito um trabalho em
conjunto entre professores de disciplinas distintas, abordando tanto os conteúdos da disciplina
como os temas transversais propostos pelos PCN´s, pois o filme Wall-E mostra muitas situações
que envolvem relações humanas acompanhando o enredo e possibilitando um debate sobre a
relação da ficção com a realidade vivida pela sociedade. Nele são abordados diversos conteúdos
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de ciências naturais, mas no decorrer da trama, também são abordados temas diversos que
podem ser relacionadas aos Temas Transversais dos PCN´s.
Os Temas Transversais são uma forma de abordar vários assuntos importantes relacionados
com o que as pessoas vivem no dia-a-dia, ou seja, foram elaborados para tratar “de processos que
estão sendo intensamente vividos pela sociedade, pelas comunidades, pelas famílias, pelos alunos
e educadores em seu cotidiano” (Brasil, 1998b, p. 26). Conforme as orientações, esses temas
(Ética, Pluralidade Cultural, Meio Ambiente, Saúde, Orientação Sexual e Trabalho e Consumo)
devem ser discutidos nas diferentes disciplinas e apresentam vários objetivos, que podem ser
resumidos da seguinte forma: A ética tem o intuito de levar aos alunos informações sobre como
atuar autônoma e criticamente em uma sociedade democrática. A Pluralidade Cultural objetiva
destacar a harmonia étnica, social, econômica, religiosa e cultural, com intuito de ensinar a
reconhecer as diferenças que compõem a realidade brasileira. O Meio Ambiente busca fazer com
que os alunos percebam e entendam as consequências ambientais de suas ações nos locais que
frequentam. O tema Saúde serve para que se entenda “que a saúde é produzida nas relações com
o meio físico, econômico e sociocultural, identificando fatores de risco à saúde pessoal e coletiva
presentes no meio em que se vive”. A Orientação Sexual é um tema que busca desvincular a
sexualidade dos tabus e preconceitos, respeitando a diversidade de valores, crenças e
comportamentos, como algo ligado ao prazer e à vida e por fim, o eixo Trabalho e Consumo tem a
intenção de identificar diferentes processos tecnológicos empregados nas atividades e analisar
seu impacto no trabalho, no consumo e na relação com a qualidade de vida e com o meio
ambiente (Brasil, 1998b, p. 91, 143, 169, 269, 311, 373).
Os temas relacionados com a “Ética”, “Pluralidade Cultural”, “Meio Ambiente”, “Saúde” e
“Trabalho e Consumo” são os que mais aparecem no filme. Já o tema “Orientação Sexual”
praticamente não é abordado, pois o enredo do filme não abre a discussão sobre o assunto.
ÉTICA e PLURALIDADE CULTURAL: O tema ética em sala de aula, trata da importância do
respeito e dos princípios de conduta, além de explorar a importância de cada indivíduo e da sua
relação com os outros. Aborda como a sociedade é composta por pessoas diferentes tanto em
personalidade, opinião, crença, e conduta. Já o tema pluralidade cultural, este está bem ligado à
ética, pois diante da diversidade entre as pessoas há preconceito e discriminação, e a escola tem
o papel de “como instituição voltada para a constituição de sujeitos sociais e ao afirmar um
compromisso com a cidadania coloque em análise suas relações, suas práticas, as informações e
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os valores que veicula” (Brasil, 1998, p 137). O filme explora as características de personalidade
de seus personagens e como eles agem diante de várias situações de risco e problemas
envolvendo a segurança e bem estar da sociedade. No filme alguns personagens são excluídos do
convívio comum dos tripulantes por apresentar características que não são aceitas, como é o caso
dos robôs com defeitos, porém, eles são peças fundamentais para que a nave volte à Terra. Outro
exemplo é a parceria feita entre a Eva e o Wall-E que mesmo tendo características física, de
comportamento, de opinião e de conduta bem diferentes, se unem em prol de um objetivo
comum, o de voltar à Terra. Em certo momento do filme, a Eva só se preocupa com o estado do
Wall-E, que está todo destruído, se esquecendo dos seus princípios e objetivos, porém Wall-E a
lembra de que voltar à Terra é importante, pois envolve a vida de muitas outras pessoas, assim
como o seu funcionamento.
Falar sobre as diferenças entre as pessoas é um assunto importantíssimo, afinal o mundo é
diverso, composto por pessoas com características muitas vezes bem discrepantes umas das
outras. Trabalhar a tolerância e o respeito entre as pessoas, levando em consideração as
diferenças, mas sem agir com indiferença é algo que deve ser debatido e praticado no ambiente
escolar. O professor a todo o momento lida com as diferenças em sua sala de aula, como grau de
desenvolvimento, de crença, de etnia e de opiniões. Essa é uma boa ocasião para mostrar aos
alunos que o debate desse assunto é um momento para se exercitar a atitude de se saber ouvir o
outro, respeitando sua opinião e que é possível se fazer uma analogia com o filme, que mostra
que a contribuição de cada personagem, com suas diferenças foi responsável por fazer com que a
nave voltasse à Terra e com que o Wall-E fosse salvo.
MEIO AMBIENTE: Dentre os assuntos possíveis de serem trabalhados a partir do filme,
destacam-se, poluição (do solo, água e ar), reciclagem natural e reciclagem feita pelo homem,
extinção de espécies, consumo exagerado, destino do lixo, desenvolvimento consciente, impactos
gerados pelo homem sobre o meio ambiente, relação do homem com a natureza, pegada
ecológica, sustentabilidade, medidas de prevenção da poluição, adaptação da espécie ao meio
ambiente, modificações genéticas, reprodução controlada, cadeia alimentar, hábitos alimentares
das espécies, relações políticas e sociais, hierarquia: funções exercidas (organização dos
personagens), ética, tecnologias, círculo familiar, ideal de beleza: moralização do corpo
(gordo/magro, saudável), felicidade, analogia entre robôs e pessoas, laços de amizade, moradia,
entre outros.
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O filme apresenta de forma explícita o resultado que a poluição e a geração de lixo
desenfreada causou. Ao assistir o filme, o espectador (aluno) se depara com um cenário de
destruição da Terra causado pelo homem, deixando bem claro um possível resultado da ação do
homem sobre o planeta, se caso ele não tiver um desenvolvimento consciente, pensando no dia
de amanhã e no meio ambiente. Nesse contexto pode ser trabalhado a pegada ecológica dos
alunos e como está sendo sua ação no meio ambiente, o levando a pensar em suas atitudes.
Pensando ainda no contexo da poluição, pode ser tratado os efeitos negativos causados no
ambiente, na saúde, nos seres vivos e em todo o ecossistema. O professor pode explorar os
diferentes tipos de poluição, como a do solo, a atmosférica, a hídrica, a sonora, a térmica, a
luminosa, a visual, entre outras, e fazer correlação com o di-a-dia dos alunos, como por exemplo a
poluição atmosférica da cidade de São Paulo, que se agrava a cada dia que passa, gerando a
diminuição da qualidade do ar e afetando a saúde das pessoas. Tal assunto pode ser tratado de
forma mais local, discutindo-se a situação do bairro onde a escola está inserida e sobre a
responsabilidade que os alunos e os outros moradores tem sobre a situação, além do papel dos
setores públicos. No filme, o poluente mais agravante que é apresentado de forma explícita é o
lixo, mas há outros como a queima de combustíveis feita pelas fábricas, automóveis, centrais
termoelétricas, além dos poluentes gerados sem a ação do homem, como incêndios florestais e
vulcões.
Também é possível trabalhar os tipos de poluentes existentes, as suas consequências e as
diversas medidas de prevenção que os próprios alunos podem tomar para cuidar do meio
ambiente. O Wal-E, mesmo sendo um robô que foi projetado para organizar o lixo da Terra é um
bom exemplo de sujeito que se preocupa com o meio ambiente, porque além de realizar suas
tarefas diárias de amontoar o lixo em pilhas, ele seleciona do lixo obetos que podem ser
reutilizados no seu dia-a-dia, como é o caso da sua fita cassete e da tampa de lixo que ele usa
como chapéu, entre outros, que fazem com que sua casa seja cheia de bugigangas. Esse é um
exemplo de reciclagem em que o Wall-E está reutilizando um certo material, mas há muitas
outras de formas de se fazer recilagem. Sendo assim, o professor pode explorar os tipos de
materiais que podem ser reciclados, as classificações do lixo para que sejam separados (metal,
papel, vidro e lástico), as etapas da reciclagem (coleta e separação, revalorização e
transformação), a relação lixo e cidadania, onde pode ser debatido o papel de cada um na
sociedade frente ao lixo, produto de nosso consumismo e apresentar as ações mundiais que estão
sendo tomadas para que a situação do filme não seja real e quais as dificuldades encontradas,
como os interesses político-sócio-econômica de cada país.
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SAÚDE: Na cena em que o controla mostra a gravação enviada da Terra para a nave, dando
a ordem de que não deveriam voltar para a Terra porque esta não estava em uma situação
favorável a vida, nota-se que o presidente está respirando com a ajuda de aparelhos médicos,
mostrando que a poluição gera malefícios á saúde humana, como problemas no sistema
respiratório e cardiovascular, trazendo doenças respiratórias como a asma.
A questão da saúde também pode ser explorada ao se falar sobre os tripulantes da nave
Axiom é controlada por robôs, tendo como líder o “controle”, que de forma hipotética segue
ordens de um humano, o comandante. O comandante, assim como todos os tripulantes da nave,
é uma pessoa obesa, ociosa, que não realiza atividades físicas, além de segurar seu copo de café.
No decorrer do seu dia, ele passa o tempo todo sentado e é servido por robôs que escovam seus
dentes, lavam o seu rosto, arrumam seu cabelo, vestem sua roupa, preparam seu alimento, entre
outros. Conforme o comandante mesmo diz, ele tem uma vida sedentária deixando claro que ele
não vive e sim sobrevive. É possível trabalhar com os alunos a questão da obesidade, levantando-
os a um debate que questione o por que dos tripulantes ficarem obesos, além de temas como
preconceito, saúde, formas de prevenção, associação entre magro e beleza/saúde, estereótipos
impostos pela sociedade, etc. Também pode ser debatido a falsa visão de felicidade que os
tripulantes da nave possuem, afinal estão confinados a uma nave, se alimentam apenas de
shakes, não podem ter contato direto uns com os outros e vivem uma mesma rotina de tarefas
diárias. Quando o comandante conhece a Terra por meio do computador, ele passa a ter vontade
de conhecê-la e levar toda a sua tripulação a ela, pois as músicas, as plantações, o mar, a
diversidade de coisas que tem na Terra o atrai e ele percebe que o que ele tem é pouco.
Dentro dessa questão da obesidade, é possível o trabalho sobre o tema modificações
genéticas (mutações) presente no currículo de ciências. Por em questão a veracidade da
informação transmitida pelo filme do fato das pessoas terem ficado todas obesas na nave por
causa do longo período de tempo que se mantiveram sentadas, sem realizarem atividades e por
causa da ação da gravidade, sendo possível que fossem geradas mutações genéticas em seus
organismos, como é o caso da atrofiação dos seus membros, devido a falta de uso, pode ser um
grande estimulados na introdução do conteúdo.
Todos os tripulantes da nave possuem uma rotina diária parecida com a do comandante.
Acordam tarde, se movimentam por meio de cadeiras super confortáveis que flutuam por
caminhos bem delimitados, como faixas na pista. Em frente a sua cadeira, mais precisamente na
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altura dos seus rostos, há um monitor (tela) onde passa tudo o que está acontecendo na nave.
Por meio da tela eles conversam uns com os outros e ficam sabendo das novidades. Um ponto
interessante a ser abordado em sala de aula é o por que no filme foi trabalhado essa falta de
contato físico entre as pessoas. Talvez isso seja necessário para que a vida nessa nave seja
possível, pois sem o contato físico não há a transmissão de doenças. Por outro lado, isso não é o
comum para quem assiste ao filme, pois essa relação à distância não é natural nem humano. Isso
pode ser visto no momento em que uma tripulante que teve seu monitor removido por causa do
Wall-E e que está olhando pela janela da nave e vendo as estrelas esbarra em outro tripulante,
tocando a sua mão na dele. Nesse momento algo forte os toca e eles se olham de uma forma
diferente, como se nunca tivessem sentido aquela sensação, que é uma resposta natural do corpo
humano.
TRABALHO E CONSUMO: Como já se passou muito tempo, desde a saída da nave da Terra,
cerca de setecentos mil anos, as pessoas já não sabem direito o que é a Terra. Falar sobre o seu
planeta de origem não é um assunto pertinente, que faça parte das conversas diárias dos
tripulantes. As conversas são pautadas em conteúdos diversos e fúteis, como tomar sol em frente
á piscina, usar a roupa do momento (que está na moda), a maquiagem, o Milk shake, etc. As
crianças são criadas por robôs e aprendem desde pequenas na escola, que a Axiom é o seu lar e
que sua melhor amiga é a robô babá. Sendo assim, elas são criadas por máquinas, rodeadas por
tecnologias de ponta. Talvez esse seja o motivo do comandante não saber ler um livro, afinal tudo
é informatizado. Como seria se hoje os alunos não tivessem professores e sim robôs na sala de
aula?
A cada dia que passa, as pessoas são bombardeadas por tecnologias que estão sendo cada
vez mais necessárias, se tornando algo imprescindível para a vida. Hoje, nas salas de aula, os
alunos possuem celulares multifuncionais, acessam a internet e conhecem o mundo por meio
dela, as máquinas de xerox imprimem os trabalhos escolares, os DVDs passam os vídeos, e a cada
dia que passa as pessoas tem que se atualizar para acompanhar o ritmo do desenvolvimento
tecnológico. Até que ponto isso é bom? Esses e outros temas podem ser debatidos por meio do
filme. Nele, os avanços tecnológicos foram essenciais para a sobrevivência das pessoas dentro da
nave, fora do seu habitat natural.
Outro ponto a ser debatido é a sociedade que vivemos hoje. Perguntas podem ser
levantadas, como: Por que eu consumo determinada propaganda e o quanto ela me influencia? O
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quanto essa sociedade que funciona a mil por hora consome do meu tempo a ponto de eu não ter
tempo para a minha família? Por que eu escolho acessar a internet para fazer uma pesquisa ao
invés de ir até uma biblioteca?
Resultados da exibição do filme
Após a exibição do filme, na realização da discussão geral em sala de aula, notamos que
alguns alunos se sobressaíram em suas falas, mostrando estar bem dispostos a comentar e
expressar suas opiniões. Pela análise sistemática dos vídeos e dos áudios gravados, pudemos
constatar que os alunos que fizeram poucos comentários, também relataram sobre o que tratava
o filme, porém de forma mais tímida, conforme seus conceitos prévios e pontos de vistas. A partir
das gravações, também verificamos que os alunos que não fizeram nenhum comentário na hora
da discussão, expuseram suas visões na escrita durante a atividade em grupo, mostrando que o
fato de não se sentirem à vontade na discussão geral, não significou que não entenderam o filme
e a proposta das atividades ou que não gostaram do filme. Essa análise é importante para
verificar o grau de participação e envolvimento de todos os alunos.
Por meio das apresentações feitas pelos grupos de alunos e das atividades realizadas
individualmente, alguns tópicos se evidenciaram:
• Replantar (para quê e o uso desse recurso)
• Reciclar (diferentes visões, métodos de reciclagem),
• Construir e Reconstruir,
• Tecnologias (reconstrução e criação de tecnologias, avanços tecnológicos),
• Medidas tomadas para não poluírem,
• Ideal de família,
• Ideal de beleza: Moralização do corpo (gordo/magro, saudável),
• Felicidade,
• Robô igual a uma pessoa, geram filhos / Robô diferente de uma pessoa, constroem filhos,
• Amizade (laços criados),
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• Destino da nave (como será utilizada),
• Funções exercidas (organização dos personagens),
• Moradia ( Local que querem que os personagens morem),
• Resultado (situação final),
• Disse qual seria o assunto do filme.
Podemos notar, a partir da análise desses tópicos que houve diferentes interpretações a
respeito do filme, porém elas permearam os mesmos temas geradores:
(1) Replantar: A partir da atividade escrita pelos alunos, foi constatado que a grande
maioria deles vêem importância no plantio de vegetação. Dos vinte e nove alunos que realizaram
a tarefa, dezenove relataram a importância do plantio e dez alunos não comentaram sobre o
assunto.
Os alunos relataram diversas visões sobre o plantio, como o uso dos recursos naturais na
construção de casas e móveis; sobre a planta ser sinônimo de vida; destacaram a sua importância
na saúde ao relacionar com limpeza (reciclagem natural) e qualidade de vida; realçaram que
querem a prosperidade da planta, para que haja mais sementes e consequentemente mais
árvores; e que a planta poderia ser utilizada para fins alimentícios, visando uma vida mais
saudável, pois alimentos naturais, em seus pontos de vista, geram mais saúde. Dentre todas essas
opiniões, o plantio tendo como finalidade a alimentação foi a mais ressaltada, como descrito na
fala seguinte:
“As plantas começaram a se desenvolver e as pessoas colheram os alimentos,
ficando cada vez mais saudáveis” (MARIANA).
(2) Reciclar (diferentes visões, métodos de reciclagem): Quanto à reciclagem, cerca de 56%
mostraram que vêem importância nesta prática. Arrumar artigos com defeito, reutilizar o lixo
para a construção de novos materiais, fazer a limpeza do espaço de forma a reaproveitar os
materiais dos satélites e fazer a separação seletiva do lixo em locais específicos, são alguns dos
pontos levantados pelos alunos, bem como o destino dado ao navio, que não deixa de ser uma
forma de reciclagem daquele espaço.
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Para exemplificar essa prática de reciclagem, segue algumas escritas feitas pelos alunos:
“o final do controle foi ser reciclado para outra coisa”, “Com todo aquele lixo e com os
satélites, o Wall-E construiu uma casa” e “Aqueles robôs foram reciclados e com aquele material
fizeram carros, cadeiras e mesa” (JOÃO).
(3 )Construir e Reconstruir: Para a revitalização da Terra, cerca de metade dos alunos
comentaram sobre o assunto, dizendo que gostariam que carros, casas, prédios, ruas, escolas,
carteiras, mesas, hospitais, entre outros, fossem construídos ou reconstruídos. Notamos que
muitos falaram sobre a reutilização dos materiais que estavam no lixo jogado na Terra,
demonstrando uma preocupação com o destino que iriam dar ao lixo e uma aproximação com a
visão do Wall-E, que via utilidades no lixo que encontrava.
(4) Tecnologias (reconstrução e criação de tecnologias, avanços tecnológicos): Poucos
alunos deram importância aos avanços tecnológicos, limitando-se a falar que gostariam que
foguetes, carros, sons e robôs, que por sinal já existiam fossem construídos. Dentre esses poucos,
foi comentado mais de uma vez que eles gostariam que houvesse modificações no Wall-E, para
que ele ficasse tão avançado tecnologicamente como a Eva. Uma das falas foi:
“A 'Nova Era' era cheia de tecnologia e todos ficaram muito, muito felizes” (JOANA),
mostrando que ela gostaria que a vida dali para frente fosse sofisticada.
(5) Medidas tomadas para não poluírem: Pensando na diminuição ou no extermínio da
poluição, diversas medidas foram propostas por metade dos alunos, como:
“Não queimaram mais nada para que não poluíssem a cidade e o ar e o mundo ficou limpo
outra vez” (MARIO).
A limpeza dos rios e da cidade para que tudo ficasse mais colorido foi o ponto mais
ressaltado; também falaram sobre a reciclagem e que não haveria mais fábricas nem ônibus que
gerassem fumaça. Envolvidos no ritmo da ficção, imaginaram a construção de carros espaciais que
não poluíssem e comentaram inclusive, sobre as plantas como agentes geradores da limpeza do
ar, no processo de fotossíntese.
(6) Ideal de família: Ficou bem claro que os alunos dão muita importância a instituição
familiar, pois a grande maioria relatou que gostariam que o Wall-E e a Eva se casassem e tivessem
filhos. O mesmo desejaram para o casal de humanos. É possível ver a importância da relação de
pai e filho no relato de uma aluna, ao escrever:
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“As crianças foram todas adotadas pelos gordinhos” (JÉSSICA).
Era nítida a relação que foi estabelecida entre família e felicidade, mostrando que ao se
criar uma família, logo a felicidade se instauraria. Também percebemos que eles estabelecem
uma relação entre a construção da casa do casal (Wall-E e Eva) com a constituição familiar, pois
quando falam em filhos, também falam em casa.
(7) Ideal de beleza (saúde): Quanto ao ideal de beleza, ficou clara a preocupação dos alunos
em relação a aparência dos humanos. Metade dos alunos se preocuparam com o excesso de peso
que os humanos do filme tinham devido a rotina sedentária e a má alimentação na nave espacial.
Como forma remediativa, alguns sugeriram a criação de academias, bem como a mudança no
hábito alimentar, pensando na ingestão de alimentos saudáveis que proporcionasse o
emagrecimento. Outro ponto sobre o ideal de beleza, foi a colocação de um aluno, ao escrever:
“O Wall-E se tornaria igual a Eva e os gordinhos ficariam magros” (JULIANA), mostrando
que para ele o belo é o novo, o limpo e o tecnologicamente mais avançado.
(8) Felicidade: Todos mostram de forma implícita que as mudanças que eles propõem
para melhorar a qualidade de vida das pessoas e do planeta irão trazer felicidade. Então, de
maneira geral, do ponto de vista dos alunos, a reciclagem do lixo, fazer casas bonitas, escolas,
cuidar do meio ambiente deixando-o mais colorido, constituir uma família, ter filhos, criar laços
de amizade e viver na Terra são alguns pontos classificados como forma de se obter a felicidade.
(9) Robô igual a uma pessoa, geram filhos / Robô diferente de uma pessoa, constroem
filhos: De todos os alunos que relataram que gostariam que houvesse a criação de famílias na
continuação do filme, quase todos estabeleceram a relação de igualdade entre robôs e seres
humanos ao mostrar que o Wall-E e a Eva podiam se casar e prover filhos, apenas a aluna
mencionou palavras de criações maquinarias de robôs para serem os filhos fictícios do casal,
diferenciando os humanos dos robôs ao dizer:
“E o Wall-E e a Eva tiveram dois robozinhos que foram construídos por eles mesmos”
(DAYVID).
(10) Amizade (laços criados): Os alunos relataram que na continuação do filme, os humanos
e os robôs viveriam juntos na Terra, demonstrando um laço de amizade. Algo mais específico
sobre amizade, não foi Inclusive uma aluna comentou:
“Todos seriam amigos e nunca brigariam entre si” (BRENDA).
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(11) Destino da nave (como será utilizada): A nave que anteriormente poderia ser vista
como uma fuga dos problemas ambientais que estavam ocorrendo na Terra devido à ação do
homem, ao voltar para o planeta, ganhou uma nova caracterização, tornando-se, na visão de
alguns um veículo de passeio:
“A nave se tornou um hotel e todos os anos ela vai para o espaço por dois meses”
(STEFANY).
Também comentaram sobre a possibilidade de criação de um museu para que as pessoas
pudessem lá conhecer o que aconteceu com a Terra um dia; ou um hotel para recém casados.
(12) Funções exercidas (organização dos personagens): Para a resolução do problema da
destruição que havia na Terra, uma aluna propôs a divisão de tarefas entre os personagens do
filme. O capitão se tornou prefeito e nomeou para cuidar do meio ambiente os filhos do Wall-E.
Assim, foram considerados heróis o Wall-E e sua família.
(13) Moradia ( Local que querem que os personagens morem): Todos os alunos idealizavam
as moradias na Terra. Inclusive relataram que o Wall-E e a Eva moravam em uma casa reciclada,
de blocos de lixo. Também a respeito de moradia, um aluno relatou que o casal de robôs foram
morar no espaço, porém voltaram para a Terra pois ela é bem melhor para se morar. Então, no
geral, todos vêem a Terra como o melhor lugar para se morar.
(14) Resultado (situação final): No geral, todos os alunos propuseram formas diferentes
e/ou iguais de mudanças na situação catastrófica da Terra, em todos os âmbitos: político, social,
econômico, afetivo, ambiental, entre outros. A partir dos relatos feitos pelos alunos, foi possível
notar que os alunos perceberam por meio do contato com o filme, a importância de se conservar
o meio ambiente para se evitar desastres ambientais.
A partir dos relatos feitos pelos alunos, foi possível perceber que os alunos, por meio do
contato com o filme, visualizaram importância em se conservar o meio ambiente para se evitar
desastres ambientais.
Considerações finais
Com base na análise, o filme aborda de forma mais acentuada os eixos “Ética, Pluralidade
Cultural, Meio Ambiente, Saúde e Trabalho e Consumo” pertencentes aos Temas Transversais,
sendo que o tema “Orientação Sexual” quase não aparece. Sendo assim, o filme é uma
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possibilidade de recurso didático diferenciado que pode ser usado no trabalho de tais temas em
sala de aula, sendo um subsídio a prática pedagógica dos professores.
A partir dos dados coletados, foi possível constatar que o filme de ficção científica Wall-E
pode ser utilizado em sala de aula como um subsídio às práticas escolares, pois é um bom recurso
didático de auxílio ao professor no processo ensino-aprendizagem. Neste trabalho de avaliação do
uso de filmes como uma forma de prática pedagógica referente à temática ambiental, que foi
realizado em uma sala de aula do Ensino Fundamental II, foi verificado que os alunos perceberam
por meio do contato com este material, a importância de se conservar o meio ambiente para se
evitar desastres ambientais e isso se refletiu em suas escritas.
O filme Wall-E se mostrou útil tanto na abordagem de temáticas ambientais como em
outras temáticas, conforme relatado nos resultados, mostrando que pontos como, ideal de
beleza, saúde, ideal de família, felicidade, podem ser explorados de forma interdisciplinar. O fato
de o filme abordar diferentes temáticas possibilita que vários professores de áreas distintas
realizem trabalhos interligados, com um objetivo em comum ou até mesmo que explorem o uso
do filme, com o foco em sua área de ensino. Tal atividade pode gerar um projeto de pesquisa em
toda a comunidade escolar, bem como com a comunidade na qual a escola está inserida,
buscando-se, por exemplo, formas de se mudar o atual cenário em que vivem, pensando no
amanhã, assim como acontece no filme Wall-E.
Além disso, o filme foi um importante agente estimulador do aprendizado, ao possibilitar
trabalhar com os alunos diferentes linguagens, como, a cinematográfica, a escrita, e a de imagens.
Também gerou interação entre os alunos e inovou neste cenário em específico, com o trabalho
em grupo, prática que atualmente não vem sendo utilizada em sala de aula pelos professores.
É importante ressaltar neste trabalho, o papel importante desempenhado pelo professor,
como mediador do conhecimento, que está situado entre o recurso didático e os alunos. O filme
por si só não é um bom agente de ensino, não possui muita utilidade educativa. Um aluno que
assiste ao filme sozinho fará a sua leitura de forma não significativa, pois ele será visto como um
momento de diversão, distração e entretenimento, sem o cunho educativo. Portanto, se faz
necessária a figura do professor para direcionar o olhar dos alunos para um objetivo pedagógico,
tornando-o assim, um ótimo recurso didático para o ensino de temáticas ambientais.
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