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EB20-MC-10-301 movimiento e manobra

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  • MINISTRIO DA DEFESA

    EXRCITO BRASILEIRO

    ESTADO-MAIOR DO EXRCITO

    A FORA TERRESTRE COMPONENTE NAS

    OPERAES

    1 Edio 2014

    EB20-MC-10.301

  • PORTARIA N 009 -EME, DE 29 DE JANEIRO DE 2014.

    Aprova o Manual de Campanha EB20-MC-10.301 A Fora Terrestre Componente nas Operaes, 1 Edio, 2014.

    O CHEFE DO ESTADO-MAIOR DO EXRCITO, no uso da atribuio que lhe

    confere o inciso VIII do art. 5 do Regulamento do Estado-Maior do Exrcito (R-173), aprovado pela Portaria do Comandante do Exrcito n 514, de 29 de junho de 2010, e de acordo com o que estabelece o art. 43 das Instrues Gerais para as Publicaes Padronizadas do Exrcito (EB10-IG-01.002), aprovadas pela Portaria n 770, de 7 de dezembro de 2011, resolve:

    Art. 1 Aprovar o Manual de Campanha EB20-MC-10.301 A FORA

    TERRESTRE COMPONENTE NAS OPERAES, 1 Edio, 2014, que com esta baixa. Art. 2 Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua publicao.

    Gen Ex JOAQUIM SILVA E LUNA

    Chefe do Estado-Maior do Exrcito

  • FOLHA REGISTRO DE MODIFICAES (FRM)

    NMERO DE ORDEM

    ATO DE APROVAO

    PGINAS AFETADAS

    DATA

  • NDICE DE ASSUNTOS

    Pag CAPTULO I - INTRODUO 1.1 Finalidade ...................................................................................................... 1-1 1.2 Consideraes iniciais ................................................................................... 1-1 1.3 Definies bsicas ........................................................................................ 1-2 CAPTULO II CONSIDERAES GERAIS 2.1 A FTC nas Operaes.................................................................................... 2-1 2.2 As Operaes no Amplo Espectro................................................................. 2-2 2.3 As Operaes Conjuntas............................................................................... 2-3 2.4 O Processo Operativo da FTC....................................................................... 2-6 CAPTULO III PLANEJAMENTO (FASE 0) 3.1 Generalidades................................................................................................ 3-1 3.2 Sistemtica de Planejamento de Emprego Conjunto das Foras Armadas... 3-1 3.3 Planejamento do Processo Operativo da FTC............................................... 3-2 3.4 Metodologia de Planejamento das Operaes Terrestres............................. 3-4 CAPTULO IV GERAO DO PODER DE COMBATE DA FTC (FASE 1) 4.1 Generalidades................................................................................................ 4-1 4.2 Elementos da Gerao do Poder de Combate.............................................. 4-2 4.3 Planejamento da Gerao do Poder de Combate......................................... 4-4 4.4 Etapas da Gerao do Poder de Combate.................................................... 4-4 4.5 Consideraes para a Gerao do Poder de Combate................................. 4-9 CAPTULO V EXECUO DAS OPERAES 5.1 Generalidades................................................................................................ 5-1 5.2 Obteno e Manuteno da Iniciativa............................................................ 5-1 5.3 Execuo da Ao Decisiva........................................................................... 5-1 5.4 Conceito Operativo da FTC............................................................................ 5-2 5.5 Emprego de Armas Combinadas................................................................... 5-7 5.6 As Aes Tticas da FTC.............................................................................. 5-7 5.7 Definio de Esforo...................................................................................... 5-12 5.8 Simultaneidade e Profundidade..................................................................... 5-14 5.9 Adaptabilidade.............................................................................................. 5-15 CAPTULO VI NORMALIZAO (FASE 4) 6.1 Generalidades................................................................................................ 6-1 6.2 Caractersticas das Aes de Normalizao.................................................. 6-1 6.3 Etapas da Normalizao................................................................................ 6-3 6.4 Atividades e Aes de Normalizao........................................................... 6-4 6.5 Execuo da Normalizao............................................................................ 6-6 CAPTULO VII REVERSO (FASE 5) 7.1 Generalidades................................................................................................ 7-1 7.2 Planejamento da Reverso............................................................................ 7-1 7.3 A Reverso da FTC........................................................................................ 7-3 CAPTULO VIII COMANDO E CONTROLE 8.1 Generalidades................................................................................................ 8-1 8.2 As Tarefas da Funo de Combate Comando e Controle............................. 8-1 8.3 O Sistema de Comando e Controle............................................................... 8-5 CAPTULO IX INTELIGNCIA 9.1 Generalidades................................................................................................ 9-1 9.2 A Inteligncia na FTC..................................................................................... 9-2 9.3 Necessidades de Inteligncia......................................................................... 9-5

  • 9.4 O Ciclo de Inteligncia................................................................................... 9-6 9.5 Contrainteligncia........................................................................................... 9-11 CAPTULO X MOVIMENTO E MANOBRA 10.1 Generalidades.............................................................................................. 10-1 10.2 Visualizao e Desenvolvimento do Conceito de Manobra da FTC............ 10-2 10.3 Controle do Movimento e da Manobra......................................................... 10-2 10.4 Aspectos Relevantes no Planejamento da Manobra Terrestre.................... 10-4 10.5 Foras de Operaes Especiais.................................................................. 10-6 CAPTULO XI FOGOS 11.1 Generalidades.............................................................................................. 11-1 11.2 Planejamento e Coordenao do Apoio de Fogo na FTC........................... 11-2 11.3 Coordenao do Apoio de Fogo na FTC..................................................... 11-4 11.4 Coordenao de Uso do Espao Areo....................................................... 11-4 CAPTULO XII PROTEO 12.1 Generalidades.............................................................................................. 12-1 12.2 Contrainteligncia......................................................................................... 12-3 12.3 Defesa Antiarea.......................................................................................... 12-4 12.4 Defesa Qumica, Biolgica, Radiolgica e Nuclear...................................... 12-5 12.5 Antiterrorismo............................................................................................... 12-7 12.6 Operaes de Informao de Carter Defensivo......................................... 12-7 12.7 Segurana dos Meios e Proteo dos Elementos Operativos..................... 12-8 12.8 Recuperao de Pessoal............................................................................. 12-8 12.9 Organizao da Proteo no mbito da FTC............................................. 12-9 CAPTULO XIII LOGSTICA 13.1 Generalidades.............................................................................................. 13-1 13.2 Estrutura Bsica da Logstica na FTC.......................................................... 13-1 13.3 Apoio Logstico no Processo Operativo da FTC.......................................... 13-2 ANEXO ELEMENTOS DA ARTE OPERACIONAL 1. Generalidades.................................................................................................. A-1 2. Estado Final Desejado..................................................................................... A-1 3. Centro de Gravidade........................................................................................ A-2 4. Ponto Decisivo................................................................................................. A-3 5. Abordagem Direta e Indireta............................................................................ A-3 6. Linhas de Operao e Linhas de Esforo........................................................ A-4 7. Alcance Operativo............................................................................................ A-6 8. Ritmo Operativo............................................................................................... A-7 9. Faseamento e Transies................................................................................ A-7 10. Ponto Culminante........................................................................................... A-9 11. Risco.............................................................................................................. A-9

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    CAPTULO I INTRODUO

    1.1 FINALIDADE Este Manual de Campanha (MC) tem por finalidade

    apresentar os conceitos relativos ao emprego de uma Fora Terrestre Componente no contexto das operaes conjuntas. Destina-se, ainda, a orientar o preparo e emprego dos Grandes Comandos Operativos (G Cmdo Op), Grandes Unidades (GU) e Organizaes Militares (OM) da Fora Terrestre (F Ter) na constituio de uma Fora Terrestre Componente (FTC) ou participao como elemento integrante desta.

    1.2 CONSIDERAES INICIAIS 1.2.1 O conflito um fenmeno social caracterizado pelo choque de vontades, podendo envolver indivduos, grupos ou naes. Os interesses antagnicos entre diferentes partidos geram situaes que podem variar desde uma divergncia pacfica at situaes de extrema violncia, onde se busca a soluo dos contenciosos por intermdio da fora. Na atualidade, a natureza do conflito, em seus diferentes nveis, tornou-se imprevisvel, com atores no estatais competindo, muitas vezes, com estados. 1.2.2 O ambiente operacional moderno apresenta caractersticas peculiares, que

    influenciam de forma marcante a conduo das operaes militares. Fenmenos atuais como a crescente urbanizao, a popularizao do acesso aos meios de tecnologia da informao, a ampliao da capacidade de atuao e difuso da mdia, entre outros, conferem um elevado grau de complexidade ao cenrio aonde se desenrolam as operaes militares. 1.2.3 O Espao de Batalha outrora hermtico e privativo das foras militares, compartilhado com uma diversidade de atores com estratgias prprias, muitas vezes conflitantes. A presena de no combatentes em meio s operaes constitui uma realidade desafiadora para os comandantes, exigindo uma adequao do planejamento e emprego de tropas a um ambiente altamente restritivo, com baixssima tolerncia aos possveis danos colaterais das operaes. 1.2.4 O oponente, facilmente caracterizvel nas operaes da Era Industrial, tornou-se difuso e, por vezes, indefinido, variando em constituio, capacidades e poder de combate. O acesso a equipamentos e tecnologias, anteriormente restritas a foras militares estatais, tornou-se facilitado, em razo do aumento da interconectividade em escala global, tornando a compreenso das ameaas mais difcil. 1.2.5 Atores com agendas prprias, no necessariamente contrrias aos interesses das

    foras em operao, integram, de maneira invarivel, o ambiente operacional moderno, o qual se encontra sujeito a interferncias externas de toda ordem. A interao com organizaes no governamentais, outras agncias governamentais e com a mdia praticamente inevitvel, tornando os princpios que regem as operaes em ambiente

    1.1 FINALIDADE 1.2 CONSIDERAES INICIAIS 1.3 DEFINIES BSICAS

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    interagncias fundamentais para que os esforos desses outros elementos presentes sejam conduzidos, na medida do possvel, em proveito das foras amigas. 1.2.6 Este manual estabelece os princpios que norteiam o emprego dos elementos da Fora Terrestre nas operaes conjuntas. Apresenta, portanto, a concepo doutrinria da Fora Terrestre Componente (FTC) em Operaes no Amplo Espectro, considerando as caractersticas e peculiaridades do ambiente operacional e do Espao de Batalha da Era do Conhecimento. 1.3 DEFINIES BSICAS 1.3.1 As abreviaturas, siglas, termos e definies utilizadas esto inseridas no Glossrio

    da presente publicao. 1.3.2 No contexto deste manual, so de extrema relevncia os seguintes conceitos: 1.3.2.1 Fora Terrestre Componente: comando singular responsvel pelo planejamento e execuo das operaes terrestres, no contexto de uma operao conjunta. Possui constituio e organizao variveis, enquadrando meios da Fora Terrestre adjudicados ao Comando Operacional, bem como de outras Foras Singulares necessrios conduo das suas operaes. 1.3.2.2 Teatro de Operaes (TO): espao geogrfico necessrio conduo das operaes militares, para o cumprimento de determinada misso, englobando o necessrio apoio logstico. Seus limites sero inicialmente estabelecidos por ocasio do planejamento estratgico, podendo ser alterados mediante solicitao do Comandante do Teatro de Operaes (ComTO) e autorizao do Comandante Supremo, caso necessrio. 1.3.2.3 rea de Operaes (A Op): espao geogrfico necessrio conduo de operaes militares, cuja magnitude dos meios e complexidade das aes no justifique a criao de um TO. 1.3.2.4 Elemento de Emprego: tropa de qualquer valor ou escalo diretamente subordinada FTC.

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    CAPTULO II CONSIDERAES INICIAIS

    2.1 A FTC NAS OPERAES 2.1.1 Dito de modo sinttico, a misso da FTC : vencer o combate terrestre e contribuir com a consecuo dos objetivos do Comando Operacional Conjunto. Para tanto, conduz Operaes no Amplo Espectro no Espao de Batalha e, em particular, no ambiente operacional terrestre, de forma integrada com as demais foras componentes (F Cte) e com rgos e agncias civis engajados no esforo para se contrapor s ameaas e riscos difusos contra o pas e seus interesses (Fig. 2-1).

    Figura 2-1 A FTC nas Operaes Conjuntas

    2.1.2 Este captulo aborda os principais elementos que condicionam as operaes da

    FTC: as Operaes no Amplo Espectro e o ambiente conjunto. Descreve, de forma sucinta, o Processo Operativo da FTC (aprofundado nos captulos seguintes), a referncia bsica para o emprego da FTC.

    2.1 A FTC NAS OPERAES 2.2 AS OPERAES NO AMPLO

    ESPECTRO 2.3 AS OPERAES CONJUNTAS

    2.4 O PROCESSO OPERATIVO DA FTC

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    2.2 AS OPERAES NO AMPLO ESPECTRO 2.2.1 O entendimento quanto ao espectro dos conflitos fundamental, na medida em que

    permite entender, juntamente com as caractersticas do ambiente operacional, as peculiaridades de cada operao militar. O EM FTC busca mxima preciso quando realiza a avaliao do nvel de violncia politicamente motivada que ir caracterizar o ambiente operacional bem como de suas potenciais variaes a fim de compor os meios sob medida para emprego no TO/A Op. 2.2.2 Ao atuarem em qualquer parte do espectro, as foras estaro envolvidas na assistncia ou na proteo da populao; na proteo de estruturas crticas; na dissuaso de ameaas; e/ou na destruio de oponentes. Tais aes podem demandar capacidades que extrapolem as existentes nas foras, normalmente resolvidas por meio da integrao com outros rgos governamentais. 2.2.3 As Operaes no Amplo Espectro tm por caracterstica, portanto, a combinao (simultnea ou sucessiva) de diferentes atitudes: Ofensivas, Defensivas, de Pacificao e de Apoio a rgos Governamentais (Fig. 2-2), caso necessrio, e a mxima integrao entre as foras e com outras agncias, tudo isso aplicado em uma escala varivel de violncia. Essas caractersticas manifestam-se em todos os nveis de deciso. Figura 2-2 Combinao de atitudes, caracterstica das Operaes no Amplo Espectro

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    2.2.4 O PAPEL DA FTC 2.2.4.1 A FTC, como comando singular responsvel pelo planejamento e execuo das

    operaes terrestres no contexto de uma operao conjunta, diretamente impactada pelas necessidades decorrentes das Operaes no Amplo Espectro, uma vez que elas se manifestam com maior intensidade no ambiente operacional terrestre. Estabelecer o foco das aes em apenas uma parcela do espectro, ignorando as necessidades por ventura existentes em outras faixas, colocaria em risco o sucesso de toda a operao conjunta. 2.2.4.2 Para as Operaes no Amplo Espectro, a FTC planeja as suas aes considerando:

    - a concepo de um Estado Final Desejado (EFD) que possibilite o estabelecimento (ou o restabelecimento) de uma situao de paz estvel (ou de uma mais prxima disso). As condies que definem esse EFD so diretamente relacionadas ao ambiente operacional terrestre;

    - a busca da conquista e manuteno da iniciativa, negando ao inimigo a execuo de um ciclo de deciso e adaptao eficaz;

    - o emprego da violncia de forma proporcional e adequada situao, a fim de contribuir com a reduo do nvel de violncia do conflito, objetivando o estado de paz estvel;

    - ateno s alteraes na dinmica do ambiente operacional terrestre em funo do tempo e do impacto das operaes militares; e

    - a capacidade de ajustar as suas aes e adaptar as suas estruturas, seus procedimentos e at mesmo a sua doutrina em funo das alteraes no ambiente operacional e da capacidade de adaptao do oponente.

    2.3 AS OPERAES CONJUNTAS 2.3.1 A FTC um elemento da Fora Terrestre (F Ter) concebido para o emprego em operaes conjuntas, de forma sinrgica com as demais F Cte. Possui caractersticas que lhe permitem integrar meios militares terrestres estrutura do Comando Operacional (C Op). Seu comando e estado-maior so os responsveis por conceber a estrutura de meios da FTC e traduzir os aspectos do planejamento operacional (conjunto) em aes no nvel ttico (singulares). 2.3.2 A INTERDEPENDNCIA ENTRE AS FORAS COMPONENTES 2.3.2.1 A interdependncia entre as F Cte um elemento fundamental nas operaes

    conjuntas. A complementao das deficincias naturalmente existentes em cada fora componente garantida por intermdio das capacidades inerentes s demais. Nessas condies, os meios de cada fora tornam-se mais efetivos do que se estivessem operando isoladamente. a combinao das capacidades no nvel conjunto que possibilita que a Fora Conjunta obtenha vantagem sobre o oponente com mxima sinergia, buscando negar-lhe a capacidade de atuar com um todo organizado, coerente e efetivo.

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    2.3.2.2 reas de Interdependncia entre as Foras Componentes 2.3.2.2.1 As capacidades de Comando e Controle so integradas para propiciar:

    - a obteno da superioridade das informaes por intermdio da integrao, ampliao e sincronizao do conjunto de tarefas relacionadas Inteligncia, ao reconhecimento, vigilncia e aquisio de alvos (IRVA), da gesto do conhecimento, e do gerenciamento da informao;

    - um Cenrio Operativo Comum, para os Componentes e seus elementos subordinados; e

    - a ampliao da capacidade do Cmt Op e dos Comandantes de Foras Componentes para a conduo das operaes. 2.3.2.2.2 A integrao das capacidades relativas Inteligncia geram processos que:

    - reduzem as redundncias na atribuio de misses aos meios de busca e coleta, por intermdio de atividades de IRVA integradas;

    - ampliam a capacidade de processamento e anlise; - facilitam a anlise colaborativa pelos estados-maiores; - propiciam amplas produo e difuso de conhecimentos; e - geram produtos que reforam a conscincia situacional por intermdio da

    descrio e da anlise do ambiente operacional. 2.3.2.2.3 As Operaes de Inteligncia integradas incluem capacidades de guerra eletrnica e ciberntica. 2.3.2.2.4 Redes integradas de controle de fogos possibilitam s F Cte a realizao

    coordenada de atividades e tarefas dessa Funo de Combate, em proveito mtuo. 2.3.2.2.5 Operaes Areas integradas possibilitam:

    - empregar aeronaves em reas que propiciem obter vantagem sobre o inimigo, alm do alcance dos meios da FTC;

    - obter e manter a superioridade area para proporcionar a liberdade de ao necessria execuo das operaes de superfcie; e

    - apoiar as manobras ttica e operacional com fogos letais e no letais. 2.3.2.2.6 A Defesa Antiarea conjunta:

    - possibilita a proteo das estruturas crticas no TO/A Op; - garante a integridade dos locais e instalaes necessrias s concentraes nos

    diferentes nveis (estratgica, operacional e ttica); e - possibilita o fluxo ininterrupto de foras para o TO/A Op.

    2.3.2.2.7 Uma capacidade de transporte integrada, nos nveis estratgico e operacional,

    atende s necessidades das concentraes de tropas, nos diferentes nveis. 2.3.2.2.8 A integrao das capacidades logsticas das F Cte, permite obter mxima eficincia, com eliminao de redundncias desnecessrias. Naturalmente, essa integrao logstica aplica-se s atividades e tarefas que so possveis, em face das caractersticas do dispositivo das foras no espao do TO/A Op.

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    2.3.2.3 Capacidades que a FTC Agrega Fora Conjunta 2.3.2.3.1 As foras terrestres so as principais ferramentas utilizadas pelas naes,

    coalizes ou atores no estatais para impor a sua vontade sobre outros grupos de pessoas. Por essa razo constituem-se no principal meio pelo qual so atingidos os resultados decisivos em uma operao conjunta. A FTC proporciona capacidades essenciais ao comando conjunto, para a consecuo dos objetivos operacionais estabelecidos. 2.3.2.3.2 a FTC que pode efetivamente derrotar outras foras terrestres. Embora a

    Fora Naval Componente (FNC) e a Fora Area Componente (FAC) possam causar danos considerveis a um oponente terrestre. A capacidade de adaptao inerente a este tipo de oponente permite-lhe empregar tcnicas para garantir a sua sobrevivncia e evitar a capitulao. a FTC que possui os meios necessrios para engajar fisicamente o oponente e derrot-lo. 2.3.2.3.3 Os meios terrestres da FTC podem assegurar a conquista do terreno. A ocupao fsica do terreno por tropas terrestres a nica forma de garantir a conquista e manuteno do terreno, quando isso se fizer necessrio. 2.3.2.3.4 A FTC possui maior influncia direta sobre a populao. A interao humana a nica forma de assegurar a influncia sobre grupos sociais. Atuando entre a populao, as tropas terrestres exercem significativo impacto sobre ela. Alm disso, as tropas terrestres so capazes de gerar a sensao e a realidade da segurana no seio da populao. 2.3.2.3.5 A FTC gera as condies de segurana necessrias para as atividades de outras agncias. O necessrio trabalho dos diversos rgos, governamentais ou no,

    para o retorno (ou o estabelecimento da) situao de paz estvel mais efetivo quando executado em um ambiente no qual as condies mnimas de segurana tenham sido estabelecidas. A obteno de tais condies decorre das atividades e tarefas executadas pelas foras terrestres, na sua interao com o ambiente operacional terrestre. 2.3.2.3.6 A FTC a fora componente com maior aptido para a realizao de operaes de proteo. Por realizarem as suas operaes no ambiente operacional terrestre, as foras terrestres so as mais capacitadas para prover a segurana de infraestruturas e instalaes crticas, tanto contra ameaas terrestres quanto contra as areas, com os seus meios de defesa antiarea. Alm disso, no mbito do comando conjunto, o elemento com maior responsabilidade nas aes de defesa contra agentes qumicos, biolgicos, radiolgicos e nucleares (DQBRN). 2.3.2.3.7 A FTC possui a capacidade e a autoridade para o emprego discricionrio da fora. Isso lhe torna o principal vetor do comando conjunto nas operaes em ambientes humanizados, onde tal capacidade estritamente necessria. 2.3.2.3.8 A FTC contribui, de forma significativa, para a capacidade dissuasria do comando conjunto. O efeito dissuasrio do componente terrestre resultante da combinao das diversas capacidades que ele pode agregar ao comando conjunto (mencionadas anteriormente). Esses elementos, associados vontade de empregar a fora, conferem credibilidade capacidade coercitiva do comando conjunto, a qual seria reduzida sem a existncia de um significativo componente terrestre.

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    2-6

    2.4 O PROCESSO OPERATIVO DA FTC 2.4.1 O Processo Operativo da FTC (Fig. 2-3) um modelo genrico, que engloba as

    diversas etapas necessrias ao emprego do poder de combate terrestre no contexto das operaes conjuntas. Permite a visualizao geral dos passos necessrios ao cumprimento da misso da FTC de forma encadeada no tempo e no espao, desde a situao de normalidade at o retorno a essa situao. 2.4.2 Embora o Processo Operativo da FTC tenha incio e fim na situao de

    normalidade, o mesmo no deve ser entendido como um ciclo, uma vez que representa a materializao do impulso de projeo do poder de combate terrestre para a soluo definitiva de um conflito ou situao que demande o emprego de tropas do Exrcito Brasileiro. uma ferramenta conceitual para auxiliar o planejamento do emprego da FTC. 2.4.3 O Processo Operativo da FTC est estruturado em seis fases necessrias ao

    planejamento, estruturao, emprego e reverso da FTC. Elas so: Planejamento (Fase 0), Gerao do Poder de Combate da FTC (Fase 1), Obteno e Explorao da Iniciativa (Fase 2), Execuo da Ao Decisiva (Fase 3), Normalizao (Fase 4) e Reverso (Fase 5). 2.4.4 Este processo no rgido. apenas um modelo genrico destinado a auxiliar o

    planejamento do emprego da FTC, com a flexibilidade necessria para se ajustar s peculiaridades de cada situao. Dessa forma, as diferentes fases do processo e as diversas atividades inerentes a cada uma delas podem ser comprimidas ou at mesmo suprimidas, conforme a situao indique. 2.4.5 As diferentes fases que constituem esse processo no devem ser confundidas com

    as fases do Plano de Operaes da FTC, o qual concebido conforme os objetivos e aes estabelecidos no Plano Operacional e tem o seu foco voltado para as aes tticas a serem realizadas para a consecuo dos objetivos. O Processo Operativo da FTC mais amplo, englobando as atividades e tarefas necessrias para gerar o poder de combate da FTC, cumprir a misso e, posteriormente, retornar situao de normalidade. 2.4.6 A transio entre as fases ocorre de forma contnua, sem interrupes e, por vezes, pouco caracterizada, diferentemente da transio entre as fases do Plano de Operaes. A diviso do processo em fases destina-se a auxiliar os planejadores na identificao das

    Figura 2-3 Processo Operativo da FTC

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    aes preponderantes a serem implementadas, uma vez que durante o processo existem etapas onde as medidas administrativas tem maior importncia em relao s operativas e vice-versa. O processo permite o pleno desenvolvimento do Conceito Ttico da FTC, uma vez que contempla as aes preparatrias (de predominncia administrativa e logstica), as aes que compem o conceito propriamente dito (de natureza ttica) e as aes subsequentes (tambm administrativas e logsticas).

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    CAPTULO III PLANEJAMENTO (FASE 0)

    3.1 GENERALIDADES 3.1.1 O planejamento para o emprego de meios militares ocorre desde a situao de normalidade, seguindo a Sistemtica de Planejamento de Emprego Conjunto das Foras Armadas (SisPECFA). Este planejamento considerado a Fase 0 do Plano de Operaes da FTC, uma vez que precede o emprego do poder de combate terrestre no contexto de uma operao conjunta. 3.1.2 Esta fase caracterizada pelo planejamento que antecede o emprego de tropas, tanto o que ocorre em situao de normalidade, de forma sistemtica, como o executado em caso de contingncia. Todavia, as atividades de planejamento no ficam restritas a esta fase, ocorrendo de forma contnua atravs de todo o Processo Operativo da FTC. 3.1.3 A Fase 0 visa preparao das condies adequadas para o emprego do poder de

    combate terrestre, por intermdio de aes que envolvem a concepo da FTC e a realizao do planejamento ttico, em consonncia com o Plano Operacional. Ela tem grande amplitude no tempo e no espao, cobrindo todas as fases previstas no Plano Operacional. 3.2 SISTEMTICA DE PLANEJAMENTO DE EMPREGO CONJUNTO DAS FORAS ARMADAS 3.2.1 O Plano Estratgico de Emprego Conjunto das Foras Armadas (PEECFA) o

    elemento central na SisPECFA (Fig. 3-1). Ele sintetiza as orientaes do nvel poltico e estabelece as premissas que norteiam os planejamentos no nvel operacional e ttico. 3.2.2 Na situao de crise ou de conflito armado, o Planejamento Estratgico tem incio

    com a emisso da Diretriz Presidencial de Emprego de Defesa (DPED), determinando a ativao dos Comandos Operacionais necessrios e fazendo a designao dos respectivos Comandantes. Com base nesta diretriz, o Ministro da Defesa emite a Diretriz Ministerial de Emprego de Defesa (DMED) e o Estado-Maior Conjunto das Foras Armadas (EMCFA) atualiza o PEECFA, anteriormente elaborado para a situao, a fim de coloc-lo em execuo. 3.2.3 Nos casos de contingncia, o EMCFA analisa se a situao aproxima-se de algum

    dos planejamentos previamente realizados, buscando tomar um dos planos como base para enfrentar a situao. 3.2.4 Eventualmente, ser necessrio confeccionar um novo PEECFA. Os trabalhos de

    planejamento, neste caso, podem ter incio com uma DMED, expedida em carter

    3.1 GENERALIDADES 3.2 SISTEMTICA DE PLANEJAMENTO DE

    EMPREGO CONJUNTO DAS FORAS ARMADAS

    3.3 PLANEJAMENTO DO PROCESSO OPERATIVO DA FTC

    3.4 METODOLOGIA DE PLANEJAMENTO DAS OPERAES TERRESTRES

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    emergencial, at que seja expedida pelo Presidente da Repblica a DPED relativa a essa contingncia. 3.2.5 O Exame de Situao Operacional comea reavaliando os aspectos contidos no PEECFA que influenciam diretamente o desencadeamento da campanha. Caso o Comandante Operacional (Cmt Op) identifique a necessidade de alterao de algum desses aspectos, como os limites das reas de responsabilidade e a adjudicao de meios, por exemplo, pode solicitar ao EMCFA o reajuste desses elementos. Durante esta avaliao o Cmt Op conta com o assessoramento do Comandante da FTC (Cmt FTC) para os aspectos relacionados s operaes terrestres. 3.2.6 O planejamento ttico da FTC realizado paralelamente ao planejamento operacional. Este trabalho tem incio com a divulgao pelo C Op do Conceito Preliminar da Operao (CPO), que contm a descrio da situao, o EFD (operacional), a misso, a concepo da manobra operacional, a concepo geral de emprego das F Cte e algumas diretrizes especficas, entre outros aspectos julgados necessrios. 3.3 PLANEJAMENTO DO PROCESSO OPERATIVO DA FTC 3.3.1 As fases do Processo Operativo da FTC expressam, de forma completa, como a

    F Cte atuar ao longo de toda a Campanha, no estando limitada a descrever a conduo

    Figura 3-1 Sistemtica de Planejamento de Emprego Conjunto das Foras Armadas (SisPECFA)

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    das aes tticas e os engajamentos com o oponente. No Planejamento, busca-se conceber o emprego da FTC, englobando o mximo possvel das fases do processo, conforme o planejamento executado pelo C Op. 3.3.2 O planejamento realizado para as diversas fases redunda em um conjunto de

    planos, dentre os quais o mais importante o Plano de Operaes, que se destina a regular as condies de execuo das aes necessrias para atingir o EFD (Fig. 3-2). A partir desse plano so confeccionados todos os demais: Plano de Gerao do Poder de Combate da FTC, Plano de Normalizao e Plano de Reverso.

    3.3.3 O Plano de Operaes est associado s fases 2 (Obteno e Explorao da Iniciativa) e 3 (Execuo da Ao Decisiva) do Processo Operativo da FTC a Operao Militar propriamente dita. O Plano de Operaes normalmente subdividido em fases, conforme o esforo preponderante realizado, visando gerao das condies que caracterizam o EFD.

    Figura 3-2 Planejamento do Processo Operativo da FTC

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    3-4

    3.3.4 O Plano de Gerao do Poder de Combate da FTC tem por objetivo a organizao

    dos elementos operativos para o cumprimento da misso e seu posicionamento para o incio da Op, estabelecendo as condies de execuo da fase 1 (Gerao do Poder de Combate da FTC). Ele integra a atividade de Concentrao Estratgica do C Op com o Plano de Operaes da FTC, determinando o posicionamento dos elementos operativos, conforme as aes tticas previstas. 3.3.5 Os Planos de Normalizao e Reverso, relativos s fases 4 e 5, respectivamente, dificilmente so confeccionados antes do desenvolvimento das operaes, pois necessitam de dados de planejamento decorrentes da execuo das aes tticas. Todavia, caso o C Op estabelea diretrizes e planos relativos a essas fases ainda no planejamento inicial, a FTC confecciona estes planos de forma alinhada com o C Op e com os aspectos estabelecidos no Plano de Operaes.

    3.4 METODOLOGIA DE PLANEJAMENTO DAS OPERAES TERRESTRES 3.4.1 O comando da FTC realiza seu planejamento valendo-se da metodologia prpria da Fora Terrestre, a fim de traduzir os aspectos do plano operacional em aes tticas a serem desencadeadas pelos seus elementos operativos. O planejamento da FTC, maior comando no nvel ttico, tem algumas caractersticas semelhantes ao planejamento realizado no nvel operacional. 3.4.2 Tal como o Plano Operacional (de campanha) do C Op, o Plano de Operaes da FTC deve prever as aes a serem desencadeadas durante todas as etapas da operao militar. Dessa forma, ele permite a visualizao do caminho a ser percorrido para que seja atingido o EFD no nvel ttico, alinhado com o EFD estabelecido pelo Cmt Op. 3.4.3 No nvel de planejamento em que se encontra a FTC, as aes tticas a realizar no

    esto prescritas nos planos e ordens provenientes do escalo superior. Antes da realizao do Exame de Situao da FTC necessria uma anlise preliminar da misso recebida, do ambiente operacional, das ameaas e dos meios disponveis, para auxiliar a compreenso da manobra como um todo e o levantamento das aes a desenvolver. O Comandante pode destacar um pequeno grupo de oficiais do EM FTC para auxili-lo nesta tarefa, utilizando a Metodologia de Concepo Operativa do Exrcito (MCOE). 3.4.4 A MCOE e o Exame de Situao da FTC so ferramentas de planejamento

    mutuamente complementares, utilizadas conforme as orientaes do comandante. 3.4.5 A MCOE no estritamente necessria para o planejamento de uma operao, uma vez que ela destina-se a determinar o que fazer e no como fazer. Em alguns casos, o Cmt FTC e o seu estado-maior podero atingir pleno entendimento do que deve ser feito j a partir das diretrizes, ordens e orientaes recebidas do C Op e, nesse caso, podem fazer a utilizao direta do Exame de Situao para o planejamento das aes tticas necessrias. 3.4.6 METODOLOGIA DE CONCEPO OPERATIVA DO EXRCITO 3.4.6.1 A MCOE um processo que foi idealizado, inicialmente, para emprego no nvel

    operacional, mas que adequa-se plenamente ao nvel ttico. A complexidade associada

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    3-5

    s Operaes no Amplo Espectro em ambientes operacionais difusos, justifica que o Cmt e seu estado-maior empreguem o mtodo para compreender e definir o problema militar a ser resolvido com mais preciso. 3.4.6.2 A metodologia permite atingir um estado mental que inclui o entendimento

    detalhado acerca do ambiente operacional, em todas as suas dimenses. Assim, o comandante da FTC tem melhores condies de: estabelecer o EFD para a operao; determinar o(s) problema(s) a ser(em) solucionado(s); e conceber uma abordagem operativa para a soluo desse(s) problema(s). 3.4.6.3 A MCOE pode ser associada aos fundamentos da Arte Operacional (Anexo).

    Normalmente, o Cmt FTC aplica a MCOE to logo receba a misso, buscando estabelecer um conceito geral para a operao (a Abordagem Operativa), que ir nortear os trabalhos do EM durante o Exame de Situao. Todavia, a metodologia pode ser empregada a qualquer tempo, a critrio do Cmt. 3.4.6.4 A primeira etapa consiste na Avaliao do Ambiente Operacional. Nesta fase, o

    Cmt e o grupo encarregado da aplicao da metodologia analisam o ambiente em seu estado atual e estabelecem, com base nas ordens e diretrizes recebidas do C Op, as condies a serem atingidas com as operaes da FTC. Essas condies, nos aspectos relacionados ao inimigo, ao terreno e s consideraes civis constituem o EFD da operao (Fig. 3-3). Esta etapa tambm se destina determinao dos principais atores e das tendncias presentes no ambiente. 3.4.6.5 Quando fazem a avaliao do ambiente, o Cmt FTC e o grupo encarregado da conduo da MCOE utilizam como referncia os Fatores Operacionais. Opcionalmente, podem decidir pela utilizao dos elementos da Arte Operacional como apoio,

    Figura 3-3 Determinao do Estado Final Desejado da FTC

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    3-6

    empregando a anlise do ambiente naquilo que se refere s ameaas, para determinar o Centro de Gravidade (CG) do oponente. 3.4.6.6 A segunda etapa da MCOE consiste da Formulao do Problema, nesta fase os planejadores consideram o EFD, as condicionantes da operao impostas pelo C Op e os aspectos relativos ao oponente particularmente o seu CG e definem qual o problema militar a ser solucionado no mbito da FTC. Esta etapa a traduo da misso imposta no nvel operacional para o nvel ttico. a formulao de um enunciado claro e conciso para o problema a ser solucionado pela FTC, abordando de forma geral quais as transformaes a serem realizadas no ambiente operacional para atingir o EFD. 3.4.6.7 A ltima fase da MCOE o desenvolvimento de uma abordagem operativa para a soluo do problema formulado na fase anterior. Os planejadores determinam as aes tticas a serem realizadas para o cumprimento da misso, organizando-as no espao e no tempo (Fig. 3-4). 3.4.6.8 O Cmt da FTC, auxiliado pelo grupo de planejadores que executa a MCOE, pode valer-se de diversos elementos da Arte Operacional para auxiliar no desenvolvimento da Abordagem Operativa (Fig. 3-5), da seguinte forma:

    - o levantamento das aes tticas a realizar auxiliado pelo estudo do CG do oponente e dos Pontos Decisivos (PD) incluindo a visualizao de como ser a abordagem para atingir esse CG (Direta ou Indireta);

    Figura 3-4 Aplicao da Metodologia de Concepo Operativa do Exrcito pela FTC

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    3-7

    O EFD normalmente expresso na Ordem de Alerta da FTC, visando sua divulgao o mais cedo possvel, a fim de facilitar o incio do planejamento dos escales subordinados. No

    Plano/Ordem de Operaes o EFD um dos elementos descritos na inteno do comandante.

    - essas aes a realizar so traduzidas em objetivos, encadeados no tempo e no espao em Linhas de Operao e/ou Linhas de Esforo caso sejam de natureza fsica ou lgica, respectivamente que, juntas, configuram a Abordagem Operativa da FTC;

    - para o encadeamento das aes no tempo e no espao, so considerados o ritmo que o comandante pretende imprimir, o alcance dos elementos da FTC e os riscos envolvidos na operao e que o Cmt est propenso a aceitar; e

    - as aes a realizar so grupadas dentro de uma sequncia encadeada de fases que permitem alcanar o EFD, de forma progressiva. 3.4.6.9 A Abordagem Operativa produto final da MCOE difundida a todo o EM FTC na forma de uma diretriz de planejamento, juntamente com outros aspectos julgados relevantes pelo Cmt FTC. Essa diretriz a principal norteadora do EM FTC para realizao do Exame de Situao. Os subprodutos da MCOE (de suas diversas anlises) devem ser aproveitados durante todo o processo de planejamento.

    Figura 3-5 Utilizao dos Elementos da Arte Operacional na Elaborao da Abordagem Operativa da FTC

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    3-8

    3.4.7 EXAME DE SITUAO DO COMANDANTE 3.4.7.1 um mtodo cartesiano para a soluo de problemas militares, consagrado pelo

    uso. O seu ponto de partida o problema militar, definido com mxima clareza e preciso. Consiste da anlise dos chamados fatores da deciso, de modo a detalhar as condies de execuo das aes para o cumprimento da misso. 3.4.7.2 O Exame de Situao complementar Metodologia de Concepo Operativa do Exrcito, pois os resultados dessa so seu ponto de partida. Ele imprescindvel ao planejamento da operao da FTC, haja vista que possibilita o detalhamento das aes, necessrio confeco do Plano/Ordem de Operaes da FTC. 3.4.7.3 A anlise dos fatores da deciso Misso, Inimigo, Terreno, Meios, Tempo e Consideraes Civis permite a montagem das Linhas de Ao e a tomada de deciso pelo Cmt. Por suas particularidades e nvel de deciso, a FTC dedica especial ateno a alguns dos aspectos relacionados a esses fatores, como explicado a seguir. 3.4.7.4 Anlise das Ameaas 3.4.7.4.1 Por ser o maior comando terrestre no nvel ttico, a FTC deve contar com informaes detalhadas acerca das ameaas, a fim de determinar as aes terrestres necessrias para a soluo eficaz do conflito. As Operaes no Amplo Espectro, por sua complexidade, demandam uma anlise do oponente que vai alm de aspectos relativos a sua situao e levantamento das suas Linhas de Ao dentro de uma prioridade. 3.4.7.4.2 Considerando a no linearidade das operaes, em reas no contguas e com uma gama de ameaas difusas bem como a presena da populao e de outras agncias a FTC busca separar as pores de sua rea de responsabilidade de acordo com o nvel de influncia do oponente, por um cdigo de cores. Para as pores do TO/A Op nas quais o oponente tem mnima influncia atribui-se a classificao verde. Onde a influncia do oponente limitada, atribui-se a classificao amarela, e nas reas onde ele tem ampla influncia a classificao atribuda vermelha. 3.4.7.4.3 O nvel de influncia da ameaa sobre uma determinada rea definido pela conjugao dos seguintes aspectos:

    - a sua possibilidade de atuao fruto das suas capacidades inerentes e das capacidades agregadas pelo apoio recebido da populao ou outros atores naquela rea;

    - a existncia de atrativos operacionais aspectos do terreno, infraestrutura, populao e outros objetivos militares que possam motivar aes na referida rea; e

    - a sua liberdade de ao capacidade varivel de agir sem restries de ordem operativa (interferncia das nossas foras, alcance operativo e outros), legal (no caso de foras regulares) ou moral (polticas, religiosas e outros). 3.4.7.4.4 A identificao das reas verdes, amarelas e vermelhas (Fig. 3-6) de importncia capital para o planejamento da FTC. Ela permite a orientao das operaes no espao, a diviso ttica do TO/A Op e o direcionamento do foco das aes para a ameaa, caso a situao assim imponha. No mbito da FTC as reas so utilizadas da seguinte forma:

    - nas reas verdes normalmente so posicionadas as zonas de reunio e bases de operaes, os elementos de apoio, as instalaes logsticas e os postos de comando;

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    3-9

    so desencadeadas aes em apoio populao da rea de responsabilidade; e, dependendo da disponibilidade de meios e das caractersticas da operao, as reas podem ser mantidas sob o controle da FTC, a fim de economizar meios operativos para o emprego em outras regies;

    - nas reas amarelas podem ser posicionados elementos de apoio ao combate da FTC e instalaes logsticas ou bases de operaes dos elementos subordinados; so realizadas aes que visam a reduzir a influncia da ameaa na rea (obter o apoio da populao, por exemplo); e as reas podem ou no ser atribudas aos elementos subordinados, conforme a anlise dos fatores da deciso; e

    - nas reas vermelhas normalmente ocorrero as aes diretas sobre o oponente; nelas podem ser instalados pontos fortes, conforme o planejamento dos elementos operativos da FTC, uma vez que tais reas normalmente sero atribudas responsabilidade das unidades ou grandes unidades subordinadas. 3.4.7.4.5 O nvel de influncia do oponente no um fator absoluto e, portanto, deve ser

    regularmente reavaliado, no curso da operao.

    3.4.7.5 Organizao da rea de Responsabilidade 3.4.7.5.1 Para o cumprimento da sua misso, a FTC divide a sua rea de responsabilidade em zonas de ao para os seus elementos operativos. Outras medidas de coordenao e controle podem ser estabelecidas para facilitar a atribuio de responsabilidades, a obteno de unidade de esforos e a sincronizao da operao. As zonas de ao no possuem uma dimenso pr-determinada. Devem ser estabelecidas conforme o escalo e a misso a ele atribuda e podem ser reajustadas a qualquer tempo, caso a situao assim o determine.

    Figura 3-6 Classificao da rea de Responsabilidade da FTC Conforme o Nvel de Influncia do Oponente

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    3-10

    3.4.7.5.2 Dentro da rea de responsabilidade da FTC as zonas de ao podem estar

    distribudas de forma linear ou no e contgua ou no (Fig. 3-7), conforme o tipo de operao e a forma como se pretende cumprir a misso. Com a diviso da rea de responsabilidade de forma no contgua, certas reas permanecem sob a responsabilidade da FTC. As reas no atribudas so pores do terreno nas quais o Cmt FTC decide aceitar o risco, aps cuidadosa anlise. A vantagem reside na reduo do tamanho das zonas de ao dos elementos subordinados, concentrando esforos nas partes mais importantes da rea de responsabilidade. 3.4.7.5.3 Aos elementos subordinados cabem responsabilidades sobre suas respectivas zonas de ao, que vo desde o cumprimento das aes tticas que lhes cabem, at a segurana dessas reas, passando pelas seguintes:

    - gesto dos terrenos fsico e humano; - coleta/busca de dados para a Inteligncia; - cooperao civil-militar; - coordenao e controle de movimento (aqutico, terrestre e/ou areo); - coordenao de fogos; - recuperao de pessoal; e - consideraes ambientais.

    3.4.7.5.4 A diviso da rea de responsabilidade em zonas de ao contguas (lineares ou

    no) demanda dos elementos subordinados FTC a integrao e coordenao das Funes de Combate. A FTC, neste caso, emprega o Comando e Controle e apoia as operaes dos seus elementos operativos com Inteligncia, meios de manobra e proteo, fogos e logstica (conforme a situao). Os recursos disponveis so alocados conforme as prioridades estabelecidas no Plano de Operaes da FTC.

    Figura 3-7 Formas de Diviso da rea de Responsabilidade da FTC

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    3.4.7.5.5 A diviso em zonas de ao no contguas mais complexa para a FTC, uma

    vez que demanda o controle direto da F Cte sobre determinadas reas no atribudas aos elementos subordinados, bem como apoio especfico s operaes destes elementos. Em geral, esse controle exercido por monitoramento, mas a FTC deve dispor de meios para atuar nessas reas, sempre que se fizer necessrio para conter aes do oponente que possam por em risco as operaes como um todo, por exemplo. A FTC tambm coordena a utilizao das reas no atribudas por comboios de suprimento destinados s zonas de ao dos elementos operativos, garantindo, inclusive, a segurana desses comboios. 3.4.7.5.6 As reas no atribudas no so necessariamente reas desabitadas; nelas podem existir ncleos populacionais e atividades inimigas de pequena expresso. As aes da FTC nessas reas devem visar preveno da sua utilizao pelo oponente para concentrar foras e capacidades que possam comprometer a segurana das operaes dos elementos operativos. 3.4.7.5.7 O planejamento deve incluir variantes para a identificao e a eliminao de potenciais ameaas, de modo que se possa rapidamente mobiliar as reas no atribudas com meios de Inteligncia e, se necessrio, com elementos de manobra. As opes para estabelecer e manter o controle sobre as reas no atribudas so diversas: coordenao com o C Op para a utilizao de capacidades conjuntas, utilizao de meios de foras de segurana locais, entre outras. 3.4.7.6 Composio de Meios 3.4.7.6.1 A composio de meios da FTC comea a ser estabelecida na elaborao do

    PEECFA e consequente elaborao dos Planos Operacional e Ttico conforme a SisPECFA, mesmo para as situaes de contingncia. Para o prosseguimento dos planejamentos, as listas de necessidades do PEECFA e do Plano Operacional so ajustadas de acordo com a lista de necessidades do Plano Ttico (Plano de Operaes) da FTC. As demandas especficas da operao terrestre determinadas no planejamento da FTC que determinam, de forma definitiva, os meios necessrios sua composio. 3.4.7.6.2 O estudo dos fatores da deciso fundamental para definir os meios que devem

    compor a FTC, bem como a forma como estes meios sero organizados para o combate. Uma cuidadosa anlise da misso segundo as Funes de Combate indica as tarefas a serem executadas e, consequentemente, as capacidades requeridas para a operao. O conhecimento das capacidades requeridas possibilita ao EM a verificao da adequabilidade dos meios previamente alocados pelo C Op e o levantamento das possveis necessidades e excedentes (Fig. 3-8). 3.4.7.6.3 Independentemente do escalo tomado como base para a organizao da FTC,

    a misso a ser cumprida que determina a configurao final. Outros fatores devem ser considerados, como a organizao das Grandes Unidades (GU) em situao de normalidade, por exemplo, mas estes estaro sempre condicionados s tarefas requeridas para o cumprimento da misso. 3.4.7.6.4 Na organizao para o combate, o EM FTC utiliza o mesmo princpio descrito

    acima, tanto para a composio dos seus elementos de manobra, quanto para a distribuio dos meios de apoio ao combate e apoio logstico. Embora o Cmdo FTC deva manter a sua capacidade de intervir no combate, o escalonamento de meios de apoio sob

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    3-12

    o controle da FTC ou de seus elementos subordinados deve ocorrer por imposio dos fatores da deciso. 3.4.7.7 Sincronizao das Operaes 3.4.7.7.1 A sincronizao das operaes o ordenamento das aes tticas no tempo, no espao e no propsito, para garantir sinergia ao conjunto das aes. Essa sincronizao permite realizar aes inter-relacionadas e que se apoiam mutuamente, em diferentes locais, ao mesmo tempo ou no, de forma a obter um efeito maior do que aquele que seria obtido caso fossem iniciativas isoladas. 3.4.7.7.2 A adoo simultnea de diferentes atitudes uma das caractersticas das Operaes no Amplo Espectro requer mxima sincronizao na aplicao do poder de combate. Entretanto, a sincronizao no um fim em si mesma. O Cmdo FTC deve equilibrar a necessidade de sincronizar as aes com a necessidade de agilidade e iniciativa, jamais abrindo mo da iniciativa apenas para obter sincronizao. Alm disso, sincronizao excessiva leva ao controle excessivo, algo que pode limitar a iniciativa dos comandantes subordinados. 3.4.7.7.3 A simultaneidade tambm requer a habilidade de realizar aes em profundidade de forma integrada. As aes simultneas imobilizam o inimigo, reduzindo a sua capacidade de conduzir aes sincronizadas e, consequentemente, comprometendo a sua eficcia operativa.

    Figura 3-8 Sistemtica para a Composio de Meios da FTC

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    3-13

    3.4.7.8 Consideraes Civis 3.4.7.8.1 Entende-se como Consideraes Civis um conjunto de aspectos com capacidade de influenciar o Espao de Batalha. Incluem atitudes e atividades da populao, instituies e lideranas civis, opinio pblica, meio ambiente, infraestrutura construda pelo homem, agncias nacionais e internacionais, governamentais ou no. 3.4.7.8.2 A FTC a fora componente que interage de forma mais aproximada com o elemento humano no Espao de Batalha. As populaes das regies envolvidas na execuo das operaes influenciam na forma como so conduzidas as aes militares e no seu resultado, ainda que de forma passiva e no intencional. 3.4.7.8.3 A dinmica humana na rea de responsabilidade pode afetar a obteno do EFD

    e deve ser analisada cuidadosamente, de forma a se levantar: as aes a realizar em relao populao, a forma como as atividades da populao podem interferir nas operaes e o apoio por ventura prestado pela populao aos diversos atores em presena, dentre outros. 3.4.7.8.4 Somados, os eventos e caractersticas mencionados a seguir constituem a

    descrio do denominado terreno humano, no qual a FTC ir operar. A anlise desses fatores permite compreender a dinmica humana na rea de responsabilidade da FTC.

    - A rea de responsabilidade sobre o ponto de vista humano diviso poltico-administrativa; reas de alto valor econmico; centros polticos de governo (sedes dos governos estaduais e municipais, suas vizinhanas e as sedes dos departamentos/ministrios de mais alto nvel); reas culturalmente importantes (stios, histricos, arqueolgicos e com significado religioso); enclaves tnicos, polticos, religiosos, criminosos e outros; rotas comerciais e de contrabando; e stios possveis de utilizao como reas temporrias para refugiados e deslocados.

    - Estruturas postos de comando das foras de segurana; segurana pblica (delegacias, tribunais de justia, penitencirias, pontos de bloqueio e controle de estradas); meios de comunicao em massa (torres de transmisso rdio/TV; estaes de rdio/TV: sedes de jornais e revistas; oficinas de impresso); estradas e pontes; portos e aeroportos; represas; estaes e subestaes de energia eltrica; refinarias e outras instalaes de produo de combustvel; reservatrios e usinas de gua potvel; sistemas de esgoto (subterrneos); hospitais e clnicas; escolas e universidades; igrejas e locais de culto religioso; bancos e instituies financeiras; e mercados populares e centros comerciais.

    - Capacidades (que asseguram, sustentam e ampliam a qualidade de vida) administrao pblica (Polcia, Justia, instalaes governamentais e sistema burocrtico); segurana pblica (polcias civil e militar e rgos de Inteligncia); servios emergenciais: corpos de bombeiros e sistema de sade pblica (clnicas, hospitais, servios de ambulncias, servios veterinrios); alimentao e abastecimento (incluindo tratamento e rede de gua); e sistemas sanitrios (recolhimento de lixo e esgotos).

    - Organizaes polticas; religiosas; sindicais; comunitrias; governamentais; no governamentais; internacionais; e criminosas.

    - Populao estrutura social (grupos, minorias, normas sociais, identidade, cultura, smbolos, instituies, influncia exercida/narrativa de cada grupo); participao poltica; segurana fsica da populao (eficincia e imparcialidade da polcia e do sistema jurdico, grupos que proporcionem segurana que no a polcia); recursos econmicos (principais atividades econmicas das reas); acesso da populao aos servios pblicos

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    essenciais; aspectos sociais que contribuam para um ambiente revolucionrio (frustraes e descontentamentos); e o impacto das operaes na rotina local.

    - Consideraes civis complementares idiomas e dialetos falados pela populao; comunicao no verbal (gestos e sinais); nveis de educao (taxas de alfabetizao e rede de ensino existente); relevncia dos meios de comunicao para a populao (publicaes impressas, rdio, televiso ou Internet); formas e relevncia da comunicao interpessoal (por contato direto, por telefone ou por mensagens eletrnicas); histria poltica nacional; eventos que conduziram insurreio (se for o caso); e disponibilidade de armas para a populao em geral.

    - Refugiados e deslocados quantidade, localizao e fluxos prioritrios. - Eventos feriados e celebraes nacionais e religiosos; estaes de colheita

    agrcola/estoque e ciclos de produo; eleies; e distrbios civis.

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    4-1

    CAPTULO IV GERAO DO PODER DE COMBATE DA FTC (FASE 1)

    4.1 GENERALIDADES 4.1.1 Est a fase do Processo Operativo da FTC na qual o trabalho concentra-se na organizao e distribuio dos meios da FTC em Zonas de Reunio (Z Reu) e bases de operaes no TO/A Op, posicionando-os para as aes tticas que sero executadas. Esta fase no possui incio e trmino claramente identificveis, uma vez que as aes que a caracterizam podem ter incio durante o planejamento (fase 0) e continuarem durante as operaes propriamente ditas (Fig. 4-1).

    Figura 4-1 Etapas da Gerao do Poder de Combate da FTC 4.1.2 Os planos concebidos segundo o SisPECFA incluem orientaes para a gerao do

    poder de combate das F Cte. Para a FTC, o desafio est na necessidade de compor uma fora eminentemente modular, concebida sob medida para a situao especfica, e integrada por meios previamente posicionados no TO/A Op e outros, desdobrados por deslocamento estratgico, a partir de suas sedes. 4.1.3 As atividades a serem executadas nessa fase demandam uma srie de capacidades

    de outras Foras e Expresses do Poder Nacional como, por exemplo, as relacionadas

    4.1 GENERALIDADES 4.2 ELEMENTOS DA GERAO DO PODER

    DE COMBATE 4.3 PLANEJAMENTO DA GERAO DO

    PODER DE COMBATE 4.4 ETAPAS DA GERAO DO PODER DE

    COMBATE 4.5 CONSIDERAES PARA GERAO DO

    PODER DE COMBATE

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    4-2

    ao transporte de meios terrestres, no deslocamento estratgico. Por isso, a coordenao com o C Op e com as outras F Cte fundamental. A mobilizao ou contratao de meios civis tambm um recurso a ser considerado para a complementao da capacidade de transporte. 4.1.4 Consideraes importantes para o planejamento e a execuo desta fase: a. Deve-se priorizar e ajustar o fluxo de tropas de forma a rapidamente estabelecer as condies mnimas de operao da FTC, visando a possibilitar o incio das operaes terrestres no mais curto prazo, de acordo com o planejamento do C Op. b. As foras a serem transportadas devem ser reunidas em escales (ou levas), organizadas de modo que o C Op possa dispor da maior gama possvel de capacidades operativas, no mais curto prazo. c. Na concepo das levas, considerar o apoio que dever ser prestado pela FTC s demais F Cte, desde a fase inicial de aproximao de meios. d. A clula de coordenao do deslocamento e concentrao estratgicos, no C Op, deve estar ciente dos locais e das condies nas quais os meios terrestres devem chegar ao TO/A Op. e. O Cmt FTC deve assegurar-se de que a Gerao do Poder de Combate est recebendo a ateno e os recursos necessrios e fiscalizar o emprego desses recursos. f. Esta fase rene atividades eminentemente conjuntas e uma parte significativa do planejamento e da execuo das aes de responsabilidade do C Op. Cabe FTC: o estabelecimento de prioridades; a coordenao para que os meios sejam desembarcados nos locais que melhor atendem o seu emprego futuro; a assuno do controle sobre esses meios quando da sua chegada; e a organizao desses meios para o combate. g. Dependendo da operao, alguns aspectos administrativos relacionados a esta fase podem assumir preponderncia sobre consideraes de ordem ttica. Dessa forma, importante que se desenvolvam planos alternativos para a gerao de poder de combate, a fim de evitar os impactos decorrentes no plano ttico. 4.2 ELEMENTOS DA GERAO DO PODER DE COMBATE

    4.2.1 A Gerao do Poder de Combate da FTC objetiva permitir que as aes tticas previstas no Plano de Operaes da FTC possam ser desencadeadas no prazo previsto. Para bem executar esta fase, a FTC deve ser capaz de conjugar cinco elementos: preciso, sincronizao, rapidez, informaes relevantes e unidade de esforos.

    4.2.2 Preciso os elementos operativos devem estar constitudos conforme os prazos estabelecidos, devidamente organizados e prontos para a rpida integrao FTC. 4.2.3 Sincronizao a sincronizao do movimento fundamental, considerando que o transporte de material e pessoal pode ser realizado por diferentes modais e a necessidade de integrao dos meios pr-existentes no TO/A Op com os meios oriundos de outras regies (Fig. 4-2). 4.2.4 Rapidez os elementos de emprego devem executar esse processo com presteza. 4.2.5 Informaes Relevantes so as informaes acuradas e oportunas acerca da localizao, movimento, situao e identificao dos elementos de emprego, do pessoal, do equipamento e dos suprimentos, medida que se movem da sua sede aos pontos de integrao no TO/A Op.

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    4-3

    4.2.6 Unidade de Esforos a coordenao das atividades deve estar a cargo de um nico elemento, com a autoridade necessria para adotar as medidas para controlar e gerenciar a conduta das unidades medida que elas se aproximam e ingressam nas reas de recepo e reas de concentrao. Alm disso, importante a identificao dos responsveis pelas atividades nos diversos pontos crticos (ns e reas de concentrao).

    Figura 4-2 Sincronizao do Movimento dos Meios da FTC Durante a Gerao

    do Poder de Combate

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    4-4

    4.3 PLANEJAMENTO DA GERAO DO PODER DE COMBATE 4.3.1 A inteno do Cmt e o conceito da operao da FTC determinam a prioridade de

    desdobramento dos elementos de emprego. O EM mantm estreita ligao com o C Op, como explicado anteriormente. Caso necessrio, este acionado para ampliar a capacidade de gerao do poder de combate da FTC. Identificar as capacidades das demais F Cte que podem ser integradas parte desse processo. 4.3.2 Nesta fase, o planejamento da FTC deve considerar o equilbrio entre rapidez,

    oportunidade e a composio adequada de capacidades, de acordo com o Plano de Operaes. 4.3.3 A Gerao do Poder de Combate da FTC est diretamente relacionada Funo de

    Combate Movimento e Manobra e possibilita que as aes tticas decisivas sejam conduzidas pela FTC. um erro trat-la como uma atividade logstica ou administrativa. O planejamento conduzido com vistas s aes tticas que sero desencadeadas, coordenado pelo E3 e executado de forma integrada, com participao de todas as sees do EM. 4.3.4 As decises relativas a esta fase do Processo Operativo da FTC devem ser tomadas com o enfoque ttico, a fim harmonizar o conceito da gerao do poder de combate com o conceito da operao. O Plano de Gerao do Poder de Combate da FTC deve contemplar, alm das necessidades para composio dos elementos operativos, outras necessidades primrias da FTC, como capacidades de Comando e Controle, Ciberntica, Inteligncia, Defesa Antiarea e Logstica. 4.3.5 Uma Lista de Unidades a Serem Desdobradas (LUSD), relaciona as unidades que

    sero desdobradas, a sua localizao atual, quando e onde essas unidades devero estar prontas em Z Reu e as relaes de subordinao entre os diversos elementos de emprego. A LUSD um documento que estabelece os elementos necessrios composio da FTC e a sua prioridade para transporte. 4.4 ETAPAS DA GERAO DO PODER DE COMBATE 4.4.1 A Gerao do Poder de Combate da FTC executada em trs etapas: Atividades Preliminares, Concentrao Estratgica e Desdobramento. Esta ltima termina com os elementos de emprego nas respectivas zonas de reunio, em condies de iniciar a operao propriamente dita. 4.4.2 A compreenso do problema militar de importncia capital para a determinao

    das atividades referentes s trs etapas. Trata-se de equacionar o posicionamento de tropas para as operaes que sero realizadas, considerando as condies especficas de cada uma: pr-posicionadas ou fora da rea abrangida pelo TO/A Op e como se encontram com relao s suas dotaes (completas ou no). As trs etapas destinam-se a movimentar os elementos operativos para dentro do TO/A Op e posteriormente para as suas Z Reu e complet-los com os meios/unidades necessrios misso.

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    4.4.3 ATIVIDADES PRELIMINARES 4.4.3.1 So as aes que colocam os meios/unidades selecionados para compor a FTC

    em condies de iniciar o seu deslocamento para o TO/A Op. Consistem, inicialmente, na concepo da organizao dos elementos de emprego (ainda na fase de planejamento), em funo da misso que lhes sero atribudas inclusive com o acrscimo de meios que no so de sua dotao normal. A etapa tambm inclui o apronto operacional desses elementos de emprego e o estabelecimento de ligaes e coordenaes necessrias para a realizao do movimento operacional. 4.4.3.2 Nesta etapa, o EM FTC:

    - estabelece ligao com as unidades a ele adjudicadas, que ainda no esto sob o seu comando a estrutura de comando enquadrante das diversas unidades durante esta etapa ainda a estrutura da F Ter para a situao de normalidade;

    - estabelece diretrizes especficas para os elementos de emprego, a fim de facilitar a sua preparao final para a operao;

    - coordena com a F Ter e o C Op os aspectos relativos ao movimento de meios/unidades includos no deslocamento estratgico do C Op, estabelecendo prioridades de chegada dos meios rea de responsabilidade da FTC; e

    - estabelecer medidas claras de coordenao e controle que permitam a execuo de toda esta fase do processo operativo. 4.4.3.3 A etapa concluda no porto/estao de embarque para o transporte para o

    TO/A Op. Para as unidades que j se encontram articuladas no TO/A Op, ela encerra no incio do movimento para a Z Reu ou base de combate. Ao trmino dessa etapa e para a execuo do controle do movimento para o TO/A Op, as unidades podem passar ao comando do C Op, de outra F Cte, da prpria FTC ou ainda permanecer com a sua subordinao usual dentro da estrutura da F Ter. 4.4.4 CONCENTRAO ESTRATGICA 4.4.4.1 A etapa consiste nos deslocamentos propriamente ditos, de modo a posicionar os meios/unidades no TO/A Op. Compreende a concentrao e o deslocamento estratgicos. O planejamento da concentrao de responsabilidade do C Op e o planejamento e a execuo do deslocamento de responsabilidade dos comandantes das foras singulares, sob coordenao do EMCFA (Fig. 4-3). 4.4.4.2 Todos os planejamentos para o deslocamento e a concentrao estratgica so realizados com base nas premissas estabelecidas quando da confeco do PEECFA, no anexo que trata do Plano Estratgico de Deslocamento e Concentrao de Foras (PEDCF). O C Op tambm considera as necessidades operativas levantadas pelas F Cte, ou seja, no caso da FTC, as prioridades estabelecidas na LUSD. 4.4.4.3 O Cmt FTC mantm permanente ligao com a F Ter durante a realizao das aes decorrente do deslocamento estratgico. 4.4.4.4 Deslocamento Estratgico 4.4.4.4.1 Cabe s Foras Singulares planejar e executar o deslocamento estratgico de

    meios adjudicados ao TO, desde a Zona de Interior at o local indicado pelo C Op.

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    4.4.4.4.2 As Foras Singulares coordenam seus planejamentos com o EMCFA para

    realizar o deslocamento estratgico de seus meios para o TO. Assim que ativado, o Centro de Coordenao Logstica Militar (CCLM) passa a ser o responsvel pela coordenao e o gerenciamento do transporte estratgico, de modo a permitir a racionalizao do emprego dos meios de transporte militares disponveis nas trs Foras, assim como dos meios civis a serem mobilizados ou contratados. As Foras Singulares designam oficiais de ligao junto ao CCLM. 4.4.4.4.3 Os meios de transporte militares existentes devem atender prioritariamente as

    necessidades logsticas do TO. As Foras Singulares buscam o mximo emprego de meios civis contratados ou mobilizados nos seus planejamentos de deslocamento e de concentrao estratgica. A contratao e a mobilizao de meios civis regulada em planejamento especfico do EMCFA. 4.4.4.4.4 O Ministrio da Defesa (MD), por intermdio do Subsistema Setorial de

    Mobilizao Militar, liga-se com os demais Subsistemas Setoriais do Sistema Nacional de Mobilizao (SINAMOB), a fim de viabilizar a obteno de meios civis para o deslocamento estratgico das foras, segundo as prioridades estabelecidas pelo CCLM.

    Figura 4-3 Responsabilidades e Coordenao para o Deslocamento Estratgico

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    4.4.4.4.5 O CCLM realiza, tambm, a coordenao entre o Comando Logstico do Teatro

    de Operaes (CLTO) ou Comando Logstico da rea de Operaes (CLAO) e as Foras Singulares, a fim de definir responsabilidades e condies de execuo de todo o transporte de material e pessoal destinado ao TO. 4.4.4.4.6 O CCLM gerencia o envio de pessoal e material para o TO/A Op, bem como sua retirada, definindo os meios de transporte a serem empregados, sejam militares ou civis. 4.4.4.4.7 Para o deslocamento estratgico de pessoal, o modal areo deve ser priorizado.

    Para o deslocamento de carga e material, dependendo das caractersticas do Teatro de Operaes, devem ser priorizados os modais martimo, fluvial e/ou ferrovirio. Para isso so definidos os Eixos Prioritrios de Transporte (EPT) a serem utilizados. Os EPT constituem um conjunto de vias de transporte multimodais, orientadas para as reas de concentrao estratgica definidas pelo TO. 4.4.4.4.8 Dentro do TO/A Op, o Cmt Op o responsvel pelo planejamento e pela execuo do transporte militar. 4.4.4.5 Concentrao Estratgica 4.4.4.5.1 Cabe ao Cmt Op, assessorado pelos Cmt das F Cte, estabelecer as reas onde

    sero concentradas as foras adjudicadas, devendo considerar para tal: - a misso recebida pelas foras a serem concentradas; - a necessidade de dissimulao no contexto do quadro geral da manobra; - os prazos disponveis; - a existncia de EPT que atendam direo geral da manobra logstica entre a ZI

    e os locais de concentrao estratgica no TO; e - a existncia de infraestrutura que viabilize a movimentao de grandes volumes

    de pessoal e material em trnsito. 4.4.4.5.2 A preparao logstica do campo de batalha deve ter incio o mais cedo possvel,

    com a montagem das estruturas logsticas previstas para o CLTO e para as F Cte, com vistas a apoiar a operao desde a concentrao. 4.4.4.6 Outras Consideraes 4.4.4.6.1 Embora a FTC no seja a responsvel direta pelo planejamento ou pela

    execuo das tarefas dessa etapa, seu Cmt deve assessorar o Cmt Op quanto aos aspectos do Plano de Operaes da FTC que dependem do deslocamento e da concentrao estratgica. O EM FTC abastece o C Op com os dados necessrios e as demandas para que o planejamento da atividade e sua consequente execuo atendam s necessidades tticas. 4.4.4.6.2 As reas de concentrao estratgica so definidas pelo C Op, porm, a situao pode requerer o deslocamento de meios o quanto antes para a rea de responsabilidade da FTC. Conforme o caso, e dependendo das caractersticas do meio/unidade e do modal utilizado, o EM FTC pode solicitar ao C Op que a unidade seja desembarcada diretamente em sua rea de responsabilidade, sem passar pela rea de concentrao estratgica. Neste caso, aumentam as necessidades de coordenao entre todos os envolvidos.

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    4.4.4.6.3 Ao final da Concentrao Estratgica, os meios que compem a FTC estaro,

    em sua maioria, concentrados nas respectivas reas. Atendendo o planejamento da FTC, os elementos de emprego podem ser organizados nas reas de concentrao estratgica ou nas respectivas Z Reu, ou ainda combinando as duas formas. 4.4.4.6.4 A responsabilidade pela coordenao das atividades na(s) rea(s) de concentrao estratgica do CLTO, que pode utilizar meios da FTC para a operao dessas reas temporariamente, em coordenao com o CLFTC. Essas atividades realizadas so de cunho administrativo, destinando-se a preparar as unidades para o incio do desdobramento, no menor prazo possvel. 4.4.4.6.5 No caso de ocorrer a combinao de meios recebidos com tropas que preposicionadas no interior do TO/A Op, deve ser estabelecido o momento no qual a FTC efetivamente assume o comando dos elementos de emprego. Em princpio, isso ocorrer to logo a FTC seja ativada, para os elementos que j estejam no interior do TO/A Op ou aps o pronto da unidade na rea de concentrao estratgica, para os elementos que executam o deslocamento estratgico. 4.4.5 DESDOBRAMENTO 4.4.5.1 O desdobramento o processo que consiste no movimento dos elementos de

    emprego (pessoal e material, j devidamente integrados nas suas unidades) da rea de concentrao estratgica (ou aquartelamento, no caso das unidades que j se encontrem no interior do TO/A Op) at as suas Z Reu ou bases de combate. Compreende, ainda, a integrao de novos meios/unidades aos elementos de emprego. Ao final desta etapa, a FTC estar pronta para iniciar as operaes. 4.4.5.2 O desdobramento uma atividade planejada pelo EM FTC que deve ser minuciosamente coordenada com o C Op, uma vez que o transporte militar no TO/A Op de responsabilidade deste ltimo. Este um processo diretamente condicionado s imposies tticas da operao que ser executada e que, ao mesmo tempo, demanda um judicioso emprego da capacidade logstica da FTC. 4.4.5.3 O fluxo de tropas e o controle de trnsito devem ser coordenados pela FTC, junto ao C Op, de forma a evitar congestionamentos. O movimento das unidades deve ser o mais fluido possvel, evitando comprometer a proteo pela concentrao desnecessria e no prevista de tropas. 4.4.5.4 Toda a etapa pode ser realizada mesmo com a presena da populao local no

    TO/A Op. Nesse caso, necessrio empenhar todos os meios possveis para evitar o retardos no movimento em funo das atividades da populao (batedores, itinerrios alternativos, Posto de Controle de Trnsito PCTran). 4.4.5.5 A quantidade e o estado dos meios logsticos, particularmente de transporte, considerao fundamental. Caso estes meios no sejam suficientes para transportar um elemento de emprego como um todo, meios suplementares podem ser mobilizados ou pode ser determinado que o transporte seja executado por etapas.

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    4.4.5.6 O Movimento para a Z Reu 4.4.5.6.1 Por sua natureza, este movimento deve ser realizado tomando-se cuidado

    especial com a proteo das tropas. Assim, o planejamento da FTC no deve se ater apenas s tarefas das Funes de Combate Movimento e Manobra e Logstica, mas tambm s atividades e tarefas da Funo de Combate Proteo. 4.4.5.6.2 A aproximao de meios em suas Z Reu pode ser alvo de aes de interdio por parte do inimigo. Uma anlise do risco, com participao da Inteligncia, permite especificar as demandas por tarefas da Funo de Combate Proteo, que podem ser supridas pela prpria FTC ou complementadas com o apoio de outras F Cte. Apesar disso, as unidades em deslocamento devem planejar o emprego de meios para a sua prpria proteo. Para elementos de apoio logstico, o Cmdo FTC deve prever deslocamento juntamente com um elemento de manobra. 4.4.5.6.3 Para o estabelecimento das rotas de movimento e das Z Reu/bases de combate, a prioridade utilizar as reas verdes (nas quais a capacidade de influncia do inimigo mnima). 4.4.5.7 Integrao 4.4.5.7.1 A integrao a transferncia sincronizada de meios/unidades prontas aos seus respectivos elementos de emprego, conforme o planejado na composio de meios da FTC. 4.4.5.7.2 A integrao ocorre de forma progressiva, conforme o desencadeamento da concentrao estratgica e do movimento para a Z Reu. Alguns elementos operativos recebem meios complementares, o que pode ocorrer a qualquer momento da Gerao de Poder de Combate (dependendo do que foi planejado). Contudo, o que materializa a concluso da integrao o pronto do elemento de emprego na Z Reu, devidamente organizado para o combate e em condies de cumprir a sua misso. 4.4.5.7.3 Da mesma forma, os elementos de emprego que j existiam no TO/A Op e j se

    encontravam com a sua composio de meios completa, terminaro a sua integrao, aps realizarem o deslocamento para a Z Reu e informarem ao Cmdo FTC que se encontram prontos para o cumprimento da misso. 4.5 CONSIDERAES PARA A GERAO DO PODER DE COMBATE 4.5.1 A INTENO DO COMANDANTE

    A inteno do Cmt FTC no tocante aos meios/unidades necessrias, execuo do movimento, da concentrao estratgica e a sequncia de desdobramento deve estar clara ao EM FTC e aos elementos de emprego, to logo recebam sua ordens. 4.5.2 DISPONIBILIDADE DAS FORAS 4.5.2.1 Com base no Plano/Ordem de Operaes e na coordenao com o C Op, o EM FTC determina:

    - as tarefas que a FTC deve cumprir em proveito do C Op; e

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    - se as demandas por novos meios apresentadas no planejamento foram atendidas e se a sequncia de apresentao desses meios proposta foi atendida, pelos envolvidos no processo (C Op, EMCFA, Cmdo EB). 4.5.2.2 A identificao desses aspectos possibilita determinar a necessidade ou no de

    reformular o planejamento da operao em funo da limitao de meios ou alterao nas prioridades de desdobramento. 4.5.3 COMANDO E CONTROLE 4.5.3.1 O planejamento e a execuo da Gerao do Poder de Combate incluem o

    estabelecimento de medidas de coordenao e controle. Estas devem contemplar a assuno do comando sobre meios/unidades, a utilizao dos meios de comunicaes e prescries quanto a itinerrios e medidas de controle de trnsito. 4.5.3.2 A liberdade de ao dos comandantes subordinados, nesta fase da operao, deve ser extremamente restrita. Evita-se, com isso, que iniciativas no alinhadas com a inteno do comandante venham a prejudicar todo o fluxo das atividades e causar atrasos desnecessrios. 4.5.3.3 Apesar de ser uma atividade da Funo de Combate Movimento e Manobra, com

    grande demanda logstica, h integrao de atividades e tarefas de todas as Funes de Combate, Assim, o processo operativo conduzida pelo E3, secundado pelo E4 e demais oficiais do EM, conforme as diretrizes do Cmt FTC. 4.5.4 A INTEGRAO E A CONDIO DOS ELEMENTOS DE EMPREGO

    O Cmt FTC estabelece os critrios a considerar quando um elemento de emprego

    est pronto na Z Reu para cumprir a sua misso. Isso importante para evitar que determinado elemento seja considerado no pronto por estar aguardando a chegada de meios no significativos, que podem ser incorporados no curso das operaes. Evitam-se assim possveis atrasos ao incio das operaes, assumindo-se uma pequena margem de risco. 4.5.5 INFORMAO

    A concentrao e o deslocamento de tropas uma atividade que, por natureza,

    atrai muita ateno. Portanto, os Oficiais de Comunicao Social (Com Soc) nos diversos nveis devem estar preparados para o engajamento com a mdia durante esta etapa. A mensagem a ser transmitida por intermdio da Com Soc deve estar em conformidade com Plano de Operaes de Informao (Op Info) da FTC, concebida para auxiliar o desencadear das aes tticas e evitar revelar detalhes dos planos do C Op ao oponente.

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    5-1

    CAPTULO V EXECUO DAS OPERAES

    5.1 GENERALIDADES

    5.1.1 As operaes propriamente ditas

    ocorrem nas fases 2 e 3 do Processo Operativo da FTC, respectivamente, a Obteno e Manuteno da Iniciativa e a Execuo da Ao Decisiva. Apesar da linha que as distingue ser tnue, est claro que a primeira preparatria segunda, e que ambas visam a materializar as condies definidas no EFD. 5.1.2 O planejamento do emprego coordenado das Funes de Combate para obter e

    manter a iniciativa e executar a ao decisiva resulta no Conceito Operativo da FTC. Este formulado priorizando o emprego de armas combinadas.

    5.2 OBTENO E MANUTENO DA INICIATIVA

    5.2.1 A fase 2 se destina criao de condies para a realizao da ao decisiva, pois

    o simples desdobramento dos meios no garante a iniciativa em favor da FTC. Obtida a iniciativa, sua manuteno imprescindvel para que sejam atingidos os objetivos. 5.2.2 Para a obteno e manuteno da iniciativa importante que haja:

    - adequada conscincia situacional e planejamento meticuloso; - disposio do Cmt FTC para assumir riscos, identificando e explorando as

    oportunidades, quando surgirem; e - emprego sinrgico das Funes de Combate, com a integrao das capacidades

    necessrias na composio de meios da FTC. 5.2.3 Uma vez conquistada, a iniciativa protegida pela antecipao na identificao das ameaas e pelo emprego de aes dissuasrias. Concomitantemente, deve-se aumentar o Ritmo Operativo objetivando a sua explorao por intermdio de aes eminentemente ofensivas.

    5.3 EXECUO DA AO DECISIVA

    A fase 3 do Processo Operativo da FTC, a Execuo da Ao Decisiva, compreende o somatrio de atividades e tarefas de todas as Funes de Combate, executadas de modo sincronizado no tempo e no espao para o cumprimento da misso. Em ltima instncia, esse esforo concentrado o que conduz s condies expressas no EFD para a operao. Em geral, essa fase tem carter ofensivo, destinando-se destruio do inimigo ou conquista de terreno, por exemplo. Em certas faixas do Espectro dos Conflitos, a fase 3 pode ser caracterizada por aes de pacificao ou associadas obteno de condies locais de segurana, dependendo do tipo de operao.

    5.1 GENERALIDADES 5.2 OBTENO E MANUTENO DA

    INICIATIVA 5.3 EXECUO DA AO DECISIVA 5.4 CONCEITO OPERATIVO DA FTC 5.5 EMPREGO DE ARMAS COMBINADAS 5.6 AS AES TTICAS DA FTC 5.7 DEFINIO DE ESFORO 5.8 SIMULTANEIDADE E PROFUNDIDADE 5.9 ADAPTABILIDADE

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    5.4 CONCEITO OPERATIVO DA FTC 5.4.1 O Conceito Operativo da FTC aplica-se s Operaes no Amplo Espectro, em todas

    as faixas do Espectro dos Conflitos. 5.4.2 a combinao de quatro atividades bsicas e complementares destinadas a nortear a execuo das operaes no nvel ttico. Constitui-se em uma ligao entre o Processo Operativo da FTC e o Plano de Operaes, possibilitando a determinao das atividades e tarefas a realizar para a obteno e a manuteno da iniciativa e a execuo da ao decisiva. 5.4.3 As quatro atividades bsicas que compem o Conceito Operativo da FTC so: Identificar; Isolar/Fixar; Engajar; e Explorar (Fig. 5-1). As duas primeiras esto associadas obteno da iniciativa, constituem o esforo da FTC para moldar o ambiente operativo e impor sua vontade ao oponente. As duas ltimas esto mais diretamente relacionadas execuo da ao decisiva, na busca pelo EFD. 5.4.4 IDENTIFICAR 5.4.4.1 Esta atividade bsica compreende as aes destinadas a gerar o entendimento acerca da situao ou oponente (localizar, descrever e avaliar), criando condies para que o Cmt FTC possa refinar a sua deciso com base em dados o mais atualizados possvel. 5.4.4.2 Identificar implica na realizao de tarefas especficas de todas as Funes de Combate, particularmente as relacionadas Funo de Combate Inteligncia empregando meios fsicos e sensores e sistemas eletromagnticos e cibernticos. Entre

    Figura 5-1 Atividades Bsicas do Conceito Operativo da FTC

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    as tarefas relacionadas Funo de Combate Movimento e Manobra, est o reconhecimento em fora, por exemplo. 5.4.4.3 O processamento das informaes que chegam ao Cmt FTC permite evitar uma sobrecarga de dados, o que prejudicaria a obteno da conscincia situacional. Uma forma de atenuar esse problema pelo estabelecimento de Elementos Essenciais de Inteligncia (EEI) e prioridades que direcionem os esforos das tarefas de Inteligncia. 5.4.4.4 Alm de aspectos relacionados ao oponente, a compreenso acerca dos demais

    atores e condies existentes no Espao de Batalha tambm so buscadas. Isso inclui a formulao do entendimento acerca de atores relevantes, influncias culturais, laos sociais ou outros fatores que possam influenciar no atingimento dos objetivos da operao e no estabelecimento das condies que caracterizam o EFD. 5.4.4.5 Limiares de Deteco e de Discriminao do Oponente 5.4.4.5.1 O limiar de deteco do oponente um limite conceitual, a partir do qual as capacidades existentes na FTC possibilitam a deteco da ameaa. De forma geral, nas faixas extremas do Espectro do Conflito mais difcil para o inimigo atuar abaixo do limiar de deteco, uma vez que os seus meios militares convencionais dispostos no terreno so mais facilmente identificveis pelas capacidades de Inteligncia, Reconhecimento, Vigilncia e Aquisio de Alvos (IRVA) da FTC. Por outro lado, em operaes nas faixas de no guerra o oponente pode atuar abaixo desse limiar, procurando valer-se de terrenos restritivos e/ou misturar-se populao local. 5.4.4.5.2 Uma fora atua acima do limiar de deteco somente quando: no possui capacidades que lhe permitam impedir sua identificao; for sua inteno ser identificada, em razo de suas atividades e/ou objetivos; a populao lhe negue apoio (quando estiver tentando mesclar-se aos habitantes locais); ou seja forada a atuar acima do limiar de deteco, por ao do oponente. 5.4.4.5.3 Por outro lado, o limiar de discriminao do oponente o limite conceitual, acima do qual a FTC capaz de desenvolver o entendimento necessrio do oponente e seu enquadramento no Espao de Batalha, possibilitando o seu isolamento e engajamento. Est localizado, portanto, acima do limiar de deteco do oponente. O engajamento pode ser realizado pela influncia sobre o ambiente operacional ou pelo desenvolvimento de uma resposta precisa e bem dimensionada (nvel necessrio de violncia) a fim de minimizar as consequncias indesejveis da ao. 5.4.4.5.4 As capacidades que integram a FTC, particularmente os meios de IRVA, possibilitam a deteco relativamente fcil das ameaas potenciais. Contudo, o que se busca a adequada categorizao do inimigo/oponente e dos demais atores que possivelmente estaro presentes no Espao de Batalha, de forma a determinar quem ou o que deve ser engajado (letalidade seletiva). Portanto, objetiva-se estabelecer os parmetros segundo os quais sero desencadeadas as aes que conduziro ao EFD (Fig. 5-2).

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    5-4

    5.4.5 ISOLAR/FIXAR 5.4.5.1 Isolar ou Fixar o oponente negar-lhe a possibilidade de ampliar o seu poder de combate, interditando o seu apoio externo e a possibilidade de receber reforos ou comprometendo a sua capacidade logstica. Consiste, tambm, em limitar a sua capacidade de exercer influncia sobre reas especficas. O isolamento/fixao retira do oponente a capacidade de ditar o curso dos eventos no nvel ttico, impedindo que mantenha a iniciativa. 5.4.5.2 O oponente pode ser isolado/fixado por intermdio dos seguintes processos:

    - Negao dos seus objetivos a FTC obtm a iniciativa e a liberdade de ao evitando que o oponente atinja os seus objetivos, fazendo com que ele passe a ser reativo s aes das foras amigas. So empregados a surpresa e a dissimulao. Quando surpreendido, o oponente demora a reagir; quando vtima de uma dissimulao, age com presteza e confiana, porm na direo errada; e pelo engodo ele atrado para uma situao que lhe desfavorvel.

    - Distrao a distrao reduz a capacidade do oponente interferir nas operaes, uma vez que a incerteza acerca das linhas de ao provveis das foras amigas pode lev-lo a dispersar as suas foras para cobrir as diversas opes possveis, o que acaba por desvi-lo do seu propsito inicial.

    - Privao da Liberdade de Ao o oponente pode ser isolado/fixado caso lhe sejam negadas informaes precisas e oportunas e a capacidade de transmisso de

    Figura 5-2 Funo Bsica Identificar

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    ordens e coordenao das aes e efeitos. Nesse caso, os alvos prioritrios so os seus sistemas de comando e controle e a sua capacidade de manobrar ou concentrar esforos.

    - Emprego Ttico dos Meios da FTC o isolamento/fixao do oponente pode ser obtido pelo emprego ttico dos elementos operativos, por exemplo: por fogos diretos ou indiretos, operaes de interdio, cerco do inimigo, patrulhamento ostensivo, vigilncia e/ou aes de Guerra Eletrnica. 5.4.5.3 A atividade bsica Isolar/Fixar no ser refere apenas dimenso fsica do ambiente operacional, mas tambm s dimenses informacional e humana. Negar ao oponente a capacidade de influenciar a percepo (narrativa dominante), a vontade e o comportamento das pessoas, tambm so objetivos dessas aes. Operaes de Informao e engajamento proativo da mdia so aes que podem ser desencadeadas para o isolamento/fixao do oponente na dimenso informacional. 5.4.5.4 O isolamento/fixao do oponente visa obteno e manuteno da iniciativa, no

    sendo, portanto, um fim em si mesmo. O EM FTC mantm as demais aes planejadas evitando empregar meios excessivos nessas aes, o que poderia prejudicar a ao decisiva, normalmente caracterizada pela execuo das atividades bsicas de engajar ou explorar. 5.4.6 ENGAJAR 5.4.6.1 Consiste em manobrar foras para realizar uma ao direta sobre o oponente, de

    modo a atingir os objetivos da misso ou a comprometer a sua capacidade operativa de tal forma que a obteno das condies que caracterizam o EFD se torne irreversvel. Dependendo do contexto da operao, a FTC engaja o oponente valendo-se de meios fsicos e/ou psicolgicos, de forma sucessiva ou simultnea. 5.4.6.2 Para a FTC, a manobra significa mais que a mera combinao do fogo com o

    movimento. Ela possibilita ao comandante organizar as suas capacidades, direcionando-as de forma a obter o mximo efeito, evitando os pontos fortes do oponente e explorando as suas deficincias. A execuo da manobra, neste nvel, pressupe o emprego dos elementos de emprego de forma harmnica e coordenada para sobrecarregar o oponente e negar-lhe a chance de aplicar uma resposta adequada. 5.4.6.3 Da mesma forma, em um sentido mais amplo, ao direta significa a utilizao de uma ao decisiva que objetive a reduo (ou destruio) da vontade de lutar, da coeso, da compreenso ou das capacidades do oponente. Normalmente, na execuo da ao direta, ser prefervel a aplicao concentrada da violncia para se obter uma vitria rpida de baixo custo para o C Op. Entretanto, em face d